Projeto de Iniciação Científica POSSÍVEL INTERAÇÃO DE ... · que recebem bastante destaque...
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Projeto de Iniciação Científica
POSSÍVEL INTERAÇÃO DE ÓXIDO DE GRAFENO REDUZIDO COM
Raphidocelis subcapitata: ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL.
Orientadora: Profa. Dra. Silvia Pierre Irazusta
Co-orientadora: Amanda Leopoldina Soares Gomes
Aluna: Marjorie Stempliuk Ferreira
Sorocaba, 2018
RESUMO
A ecotoxicidade é o estudo de agentes possivelmente tóxicos lançados no ambiente e
seu potencial impacto sobre o ambiente e seus indivíduos, populações e comunidade. O
óxido de grafeno é um nanomaterial formado por carbono, e apresenta derivados como
o óxido de grafeno reduzido (rGO), tem atraído grande interesse para uso em diversas
áreas, inclusive na biomedicina. Apesar dos testes realizados com este nanomaterial,
ainda não existe um consenso sobre sua ação, quando lançado no ambiente. O meio
aquático, normalmente é o destino destes compostos e, por esse motivo, as algas verdes
são utilizadas como bioindicadores, uma vez que as condições para seu crescimento
podem ser alteradas pela presença de tóxicos no meio. O presente trabalho analisou ultra
estruturalmente a interação do óxido de grafeno reduzido na estrutura celular de algas
da espécie Raphidocelis subcapitata por microscopia de transmissão (MET) e
espectroscopia RAMAN, também usada para a caracterização da nanopartícula assim
como a microscopia eletrônica de varredura (MEV). Como resultado obteve-se a
caracterização da amostra como nanopartícula carbonácea e verificou-se sua interação e
internalização nas células algais, contribuindo assim, para o esclarecimento do possível
mecanismo de toxicidade do rGO no ambiente aquático.
Palavras-chave: óxido de grafeno reduzido; Raphidocelis subcapitata; MET
ABSTRACT
The ecotoxicity of possibly toxic agents released into the environment and potential
impact on your environment and their individuals, populations and community.
Graphene oxide is a nanomaterial formed by carbon, and presents as graphene oxide
derivatives reduced (rGO), has attracted great interest for use in various fields, including
biomedicine. Despite tests conducted with this nanomaterial, there is not yet a
consensus about your action, when released in the environment. The aquatic
environment, is usually the fate of these compounds and, for this reason, the green algae
are used as bioindicators, once the conditions for your growth can be changed by the
presence of poisons in the middle. The present study analyzed ultra structurally the
interaction of graphene oxide reduced the cellular structure of the algae species
Raphidocelis subcapitata by transmission microscopy (MET) and RAMAN
spectroscopy, also used for the characterization of Nanoparticle as well as scanning
electron microscopy (SEM). As a result it was obtained the characterization of the
sample and nanoparticle carbonácea and your interaction and internalization in cells
algais, thus contributing to the clarification of the possible mechanism of toxicity of the
rGO in the aquatic environment.
Key words: reduced graphene oxide; Raphidocelis subcapitata; TEM
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4
2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 5
2.1. Objetivo geral .......................................................................................................... 5
3. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 5
3.1. Nanomaterias de carbono - Óxido de Grafeno reduzido ..................................... 5
3.1. Algas Verdes como Bioindicadores ........................................................................ 6
3.2. Testes de caracterização de nanomateriais ........................................................... 8
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 9
4.1. Óxido de Grafeno Reduzido e Bioindicador ......................................................... 9
4.2. Delineamento experimental .................................................................................... 9
REFERÊNCIAS.............................................................................................................25
4
1. INTRODUÇÃO
Define-se nanociência como a ciência das pequenas partículas de materiais, em
escala nanométrica. Esses nanomateriais possuem significativa relevância devido às
suas propriedades elétricas, mecânicas e térmicas que diferem com o tamanho das
partículas que os compõem [1] [2] [3].
Os nanomateriais a base de carbono são ultimamente os mais estudados e com
maior potencial de aplicação em áreas diversas, como microeletrônica, revestimentos,
biotecnologia e nanotecnologia [4] [5] [6] [7]. O grafeno é um alótropo de carbono que
consiste de uma folha bidimensional plana fortemente compactada de espessura
atômica, estruturado em redes hexagonal e hibridização sp2 [8]. Tem como derivados o
óxido de grafeno (GO), que é uma forma de oxidação do grafeno quimicamente
modificado, e óxido de grafeno reduzido (rGO) produto de tratamento de GO em
condições redutoras [9] [10].
Ainda que demonstrem grande aplicabilidade, produtos contendo nanomateriais
podem gerar resíduos de fabricação, descarte e outros fatores potencialmente
prejudiciais quando incorporados às várias matrizes ambientais, levantando questões
sobre o potencial tóxico da exposição aos mesmos. Estas questões são especialmente
relevantes pelo fato de ser uma ciência nova, o que acarreta a falta de dados sobre a sua
bioacumulação, bio-toxicidade e biodegradação [11]. Dessa forma surgiu a
nanotoxicologia, que busca conhecer e compreender os possíveis riscos tóxicos ou
efeitos indesejados associados a esses novos materiais, por meio de ensaios de
toxicidade adaptados a eles com a intenção de se avaliar riscos, por meio do
estabelecimento de relações dose-resposta para a caracterização de tais riscos [12].
Os ensaios de toxicidade são realizados pela exposição de um organismo-teste
sensível, que funciona como bioindicador de agentes poluidores. O uso de algas
5
unicelulares para tal estudo é comum devido à sua sensibilidade, e pelo fato de serem
produtores primários, componentes primordiais da cadeia alimentar, já que muitas
espécies servem diretamente de fonte de alimento para organismos zooplanctônicos, que
são posteriormente consumidos por outros invertebrados, peixes ou aves. Então
alterações na composição e na produtividade da comunidade de algas pode induzir a
mudanças estruturais diretas ou indiretas no ecossistema [13].
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Efetuar a análise ultraestrutural da alga Raphidocelis subcapitata através de
técnicas específicas observando as prováveis alterações celulares decorrentes da sua
exposição ao nanomaterial óxido de grafeno reduzido (rGO).
2.2.Objetivos específicos
Avaliar a toxicidade do rGO em algas verdes da espécie Raphidocelis
subcapitata
Caracterizar o rGo pelas técnicas de MET, MEV, e Raman
Caracterizar a possível interação alga – rGO, por meio de TEM e
Raman
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Nanomaterias de carbono - Óxido de Grafeno reduzido
Os nanomateriais podem ser definidos como sendo materiais que possuem ao
menos uma dimensão na faixa de tamanho nanométrica. Entre os novos nanomateriais o
6
que recebem bastante destaque temos os alótropos de carbono. O carbono é um
elemento encontrado naturalmente (grafite, diamante e carvão), é componente
indispensável em processos químicos de organismos vivos. Os nanomateriais de
carbono têm recebido bastante destaque, principalmente os sintetizados artificialmente
(nanotubos, grafenos, fulereno), por possuírem diferentes propriedades óticas,
eletrônicas e químicas e possuírem grande aplicabilidade [14].
A estrutura dos óxidos de grafeno é derivada da análise da estrutura do oxido de
grafite. Muitos são os modelos propostos para estrutura do GO, mas ainda falta
consenso, essas estruturas podem variar dependendo do método oxidativo utilizado [15]
[16] [17] [18]. Óxido de grafeno (GO) é uma forma altamente oxidada do grafeno
quimicamente modificado, produzido por oxidação dura de grafite cristalina seguido por
sonicação ou por outros métodos de dispersão para produzir material em monocamada,
tipicamente em suspensão [9].
Óxido de grafeno reduzido (rGO) é o produto de tratamento de GO em
condições redutoras, que incluem o tratamento térmico a alta temperatura e tratamentos
químicos com hidrazina (N2 H4) ou outros agentes redutores. A meta de redução de GO
é muitas vezes feita para restaurar a condutividade elétrica, e altera muitas outras
propriedades. Ele reduz o teor de oxigênio, aumenta a hidrofobicidade, introduz buracos
ou defeitos na estrutura de carbono devido a libertação CO / CO2, e reduz a carga de
superfície e capacidade de dispersão de água [9] [10].
3.1. Algas Verdes como Bioindicadores
Atualmente, o uso de algas para o estudo do potencial impacto de nanopartículas
no ambiente aquático se deve à sua facilidade de acesso e eficácia [19]. No ambiente
aquático, as algas possuem extrema importância pois auxiliam na oxigenação da água,
7
além de apresentarem sensibilidade a agentes poluidores, sendo então um bioindicador
[20].
A Raphidocelis subcapitata é uma microalga verde de água doce, pertencente ao
reino Plantae, filo Chlorophyta, classe Trebouxiophyceae, ordem Oocystales, família
Oocystaceae, e gênero Raphidocelis [21]. Na literatura encontram-se alguns sinônimos,
sendo eles Selenastrum capricornutum, Ankistrodesmus subcapitatus Korschikov e
Kirchneriella subcapitata Korschikov [22].
Esta espécie é recomendada para estudos de avaliação da ecotoxicidade de
agentes químicos, já que ao medir o crescimento das algas, é possível se fazer uma
distinção entre os nutrientes que estão na amostra e as formas de nutrientes que estão
realmente disponíveis para seu desenvolvimento, então a adição de determinado
nutriente em uma amostra, pode resultar na indicação de quais destes limitam o seu
crescimento. Assim, se o crescimento das algas permanecer limitado quando há
disponibilidade de nutrientes e condições físicas necessárias para tal indica-se a
presença de uma substância tóxica [20].
O teste de toxicidade é subdivido em agudo e crônico, onde o fator diferencial é
o tempo de exposição e a resposta, onde o agudo leva um período rápido de 0 a 96
horas e são observadas a letalidade ou mobilidade que causa um efeito adverso em 50%
dos organismos testados, e o crônico que leva um período maior possibilitando verificar
o ciclo de vida de do organismo-teste, avaliando as concentrações onde não são
detectados efeitos sobre a variável de interesse (sobrevivência, reprodução,
crescimento). Então o teste de toxicidade é feito para identificar a concentração do
poluente que pode ou não causar um efeito sobre o organismo-teste [23] [24].
8
3.2. Testes de caracterização de nanomateriais
Na caracterização de nanomateriais são empregados vários recursos analíticos,
entre eles estão à espectrometria de RAMAN, a microscopia eletrônica de varredura
(MEV) e a Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET). A espectroscopia de Raman
é uma das técnicas importantes usados na ciência dos materiais para saber o grau de
pureza dos elementos ou compostos. Ele pode detectar com sensibilidade as impurezas
existentes em compostos químicos. Esta técnica baseia-se no efeito Raman em que
átomos ou moléculas absorvem um fóton de certa frequência, para emitir três fótons.
Um deles tem frequência maior do que o original, o segundo tem menor frequência, e o
terceiro tem a mesma frequência que o original [25]. Então a espectroscopia de Raman é
uma técnica de espectroscopia vibracional que pode ser utilizada para detectar as
alterações moleculares associadas a tecidos biológicos [26].
No MEV, a imagem é formada pela incidência de um feixe de elétrons muito
estreito na amostra, que explora sua superfície sob condições de vácuo, promovendo a
emissão de elétrons secundários, retroespalhados, Auger, catodoluminescência, raios X
característicos e fótons. Dessa forma, ele faz com que a amostra também emita elétrons,
formando a imagem à medida que a amostra é varrida, possibilitando a identificação de
qualquer elemento presente na amostra. A imagem é fornecida com um aumento de até
300.000 vezes e representa o mapeamento e a contagem de elétrons secundários e
retroespelhados emitidos pelo material [27]. O MEV é propício para o estudo da
topografia de superfície de objetos sólidos devido à sua profundidade de foco,
apresentando quase nenhuma informação sobre a estrutura interna [28].
O MET também possui um sistema de iluminação a vácuo que produz feixes de
elétrons e ao incidirem na amostra, que deve possuir espessura nanométrica, fornece
imagens planas, com o aumento de até um milhão de vezes [29]. Ele recebe esse nome
9
pelo fato da imagem ser transmitida imediatamente conforme a passagem dos elétrons
pela amostra, e é utilizado geralmente para o estudo de materiais biológicos uma vez
que demonstra imagens intracelulares definidas possibilitando a verificação da estrutura
celular, das organelas e da interação de outros organismos com a célula [28].
As técnicas espectroscópicas e microscópicas são utilizadas para a
caracterização de materiais pois com elas é possível ter informações sobre os tipos de
ligações entre átomos, sua vizinhança atômica, a presença e concentração de substâncias
em amostras, e outros. Isso é importante pois demonstra como os átomos, componentes
fundamentais de todas as coisas, estão arranjados entre si para formá-las [30].
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Óxido de Grafeno Reduzido e Bioindicador
O óxido de grafeno reduzido que será utilizado foi fornecido pelo Prof. Dr.
Helder José Ceragioli do Departamento de Semicondutores, Instrumentos e Photônica,
da Faculdade de Engenharia Elétrica e da Computação da UNICAMP, SP, Brasil e
sintetizado através de deposição de vapor químico-filamento quente.
As algas foram cedidas pelo Prof. Dr. Edson Aparecido Abdul Nour do
Departamento de Saneamento e Ambiente, laboratório de saneamento, (LABSAN) da
Faculdade de Engenharia civil da Unicamp, SP, Brasil, e foram mantidas por meio de
repique semanal em meio AAP.
4.2. Delineamento experimental
O teste de toxicidade crônica foi realizado com Raphidocelis subcapitata,
segundo protocolo da Environmental Canadá EPS1/RM/25,1992 a partir de uma cultura
10
de algas de 7 dias, onde preparou-se um inóculo com 2,56 X 105 células/mL. Cada
amostra foi preparada com o óxido de grafeno reduzido a 0,01; 0,1; 1,0; 10 e 100 ppm,
em 2,5 mL de água tamponada. Em cada uma destas amostras foram adicionados 100µL
do inoculo de algas de concentração conhecida. Após 72 horas de exposição realizou-se
análises espectroscópicas e microscópicas para avaliar a interação da ultraestrutura em
nível celular entre alga e nanomaterial.
4.3.Formas de análise da amostra
A análise microscópica por microscopia eletrônica de varredura (MEV) foi
realizada no Laboratório Nacional de Nanotecnologia – LNNano de Campinas,
enquanto a microscopia de transmissão (MET) e análise espectroscópica foram
realizadas no Laboratório de Nanoengenharia e Diamante – Unicamp.
4.4.Processamento do bioindicador para análise por MET
Inicialmente preparou-se o fixador colocando-se 0,6 mL de glutaraldeído, 4,4
mL de água destilada e 5 mL de tampão fosfato a 0,2M.
Após centrifugar as amostras de algas (Figura 1) por cinco minutos descartou-se
o sobrenadante e acrescentou-se 1,5 mL do fixador, ressuspendendo-a, deixando por 2
horas na geladeira.
Figura 1 - Centrifugação das algas
11
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Diluiu-se o tampão fosfato a 0,1 M para efetuar as lavagens, onde foram
colocados 15 mL de água destilada e 15 mL de tampão fosfato a 0,2 M.
Passadas as duas horas, centrifugou-se as amostras novamente, descartando o
sobrenadante e ressuspendendo com o tampão fosfato a 0,1 M por 15 minutos. Esse
processo foi feito das vezes finalizando então a lavagem.
Para a pós-fixação com O2O4, fez-se uma solução com 2 mL de tampão fosfato
0,2M acrescentados de uma ampola de O2O4 (2,0 mL a 4%) com pipeta Pasteur
descartável, totalizando 4 mL, que foram distribuídos nos eppendorfs das amostras após
descartar o sobrenadante (1 mL para cada) por duas horas na geladeira.
Lavou-se as amostras centrifugando-as, descartando o sobrenadante e
ressuspendendo com o tampão fosfato a 0,1 M por 15 minutos, duas vezes, onde a
última, ficou apenas 10 minutos na centrifuga.
Preparou-se uma solução de ágar a 1,5% em 20 mL de água destilada. Este foi
aquecido e colocado sobre 4 lâminas, duas somente para alga e duas para alga mais o
rGO, onde resfriaram por 10 minutos. Em seguida fez-se ranhuras (Figura 2) no ágar
onde foram depositados os pelets da amostra. Colocou-se uma outra camada de ágar por
cima fazendo um “sanduíche”, que foi cortado em cubos, deixando o mais próximo
possível do material (Figura 3) e depois colocados de volta ao eppendorf (Figura 4).
Figura 2 - Ranhuras feitas no ágar
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
12
Figura 3 - Corte da amostra
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Figura 4 - Amostra sendo colocada no eppendorf
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Para a desidratação adicionou-se primeiramente o etanol 30% por 15 minutos,
em seguida foi removido e adicionado a próxima concentração de 50% de etanol. O
mesmo processo foi feito com o álcool a 70% , este último foi deixado overnight.
No outro dia removeu-se o etanol 70% e colocou-se a concentração de 90%
desta vez por 20 minutos. Então iniciou-se a desidratação com 100%, sendo 3 vezes de
20 minutos cada.
13
Em seguida, colocou-se metade do eppendorf de etanol 100% e metade de óxido
de propileno por 20 minutos. Dado o tempo foi colocado somente óxido de propileno
também por 20 minutos e por fim este foi retirado até metade do eppendorf
completando com resina, e homogeneizando (Figura 5).
Figura 5 - Inserção da resina na amostra
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
No dia seguinte as amostras foram colocadas em resina pura por de 4 a 6 horas, e
realizou-se a inclusão, onde as mesmas foram colocadas em moldes para depois
passarem pelo micrótomo, onde foram feitos cortes ultrafinos das amostras (Figura 6),
onde A é somente algas e ARGO algas com rGO.
14
Figura 6 - Amostras em cortes ultrafinos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com o teste de sensibilidade já executado, conforme [33], ao efetuar os testes de
toxicidade com a cultura de R. subcapitata, em amostras com concentrações de 0,01
ppm, 0,1 ppm, 1 ppm, 10 ppm e 100 ppm de óxido de grafeno reduzido, realizou-se a
contagem das células algáceas na câmara de Neubauer, onde a Tabela 1 demonstra o
número encontrado. A concentração de 0,1 ppm de rGO foi retirada da análise para
melhor efetuar as análises estatísticas.
Tabela 1 - Resultado da câmara de Neubauer
CONTROLE 0,01 PPM 1 PPM 10 PPM 100 PPM
10 16 15 6 5
10 14 13 4 1
9 12 12 4 1
8 9 10 1 0
8 9 11 3 0
8 8 1 1 0
7 6 1 0 0
6 3 0 0 0
4 3 0 0 0
3
15
3
2
2
1
MÉDIA: 5,7 Média: 8,9 Média: 7 Média: 2,1 Média: 0,8
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Com a média da contagem do controle, elaborou-se um gráfico (Figura 7) que
demonstra o decrescimento das algas conforme o aumento da concentração de rGO, e o
teste de comparação múltipla de Dunnett, que conceitua a comparação das amostras em
diferentes concentrações ao controle [34] indicou significância apenas para a amostra de
100 ppm.
Figura 7 - Toxicidade Aquática do rGO em R.subcapitata
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
A partir da média do controle, de 5,7 células, fez-se os cálculos abaixo
evidenciam a porcentagem de inibição do bioindicador utilizado.
Tabela 2 - Cálculo da porcentagem de inibição
0,01 ppm
1 ppm
10 ppm
100 ppm
16
5,7 _______ 100% 8,8________ X X = 154,3 % ou 54,3 % de inibição
5,7 _______ 100% 7________ X X = 122,80% ou 22,80% de inibição
5,7 _______ 100% 2,1________ X X = 36,84% ou 63,15% de inibição
5,7 _______ 100% 8,8________ X X = 13,5% ou 86,48% de inibição
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Verificou-se a maior inibição do crescimento da alga também na concentração
de 100 ppm, conforme o gráfico (Figura 8).
Figura 8 - Gráfico da porcentagem de inibição
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
As amostras do teste passaram pelo espectrofotômetro, onde foram lidas no
comprimento de onda de 620 nm, o qual também demonstrou maior inibição de
crescimento na concentração de 100 ppm de rGO (Figura 9).
54
,30
%
66
,80
%
22
,80
%
63
,15
%
86
,50
%
0 , 0 1 P P M 0 , 1 P P M 1 P P M 1 0 P P M 1 0 0 P P M
"TOXICIDADE AQUÁTICA DO RGO EM R.SUBCAPITATA"
17
Figura 9 - Toxicidade avaliada por meio do espectrofotômetro
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Visualmente verificaram-se sedimentos verdes nos tubos das amostras de 0,01;
0,1; 1 e 10 ppm, demonstrando o crescimento algáceo e na concentração de 100 ppm
notou-se apenas singela turbidez, conforme demonstra a Figura 10.
18
Figura 10 - Amostras do teste com rGO
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
5.1. Análise Ultraestrutural
5.1.1. Da nanopartícula
A Figura 11 o resultado obtido por meio da análise do rGO pelo MEV (a) e
MET (b). Nota-se a presença de folhas característica no nanomaterial, onde as
“sombras” evidenciam camadas dobradas ou multicamadas [34].
19
Figura 11 - Microscopias rGO
A análise feita por espectroscopia RAMAN, confirmou a amostra ser um
material carbonoso grafítico, ao exibir a banda D com intensidade de 1200 a 1400 cm-1
,
e a banda G de 1500 a 1600 cm-1
[35]. No nosso caso a banda D é maior que a banda G,
pois há uma desordem, ou seja, a hibridização do carbono tipo sp2 é maior, típico do
rGO. O pico 1597cm-1
da banda G, demonstra ser um bom condutor de elétron.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
20
Figura 12 - Espectroscopia RAMAN do rGO
1000 2000 3000 40000
20
40
60
80
100
120
140
Inte
nsity (
a.u
.)
Raman shift (cm-1)
1352
1597
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
5.1.2. Da alga exposta a nanopartícula
Os espectros foram feitos com o laser de Argônio de comprimento de onda de 488nm.
A alga sozinha apresentou 13 picos, sendo eles demonstrados na figura 12. O pico de
866 cm-1
representa, conforme [36], a vibração de ribose, um dos modos de RNA
distintos, por exemplo. Já o de 1156 cm-1
representa o estiramento C-C, C-N (proteína),
o de 1181 cm-1
as bases nitrogenadas citosida, adesina e guanina [31].
A figura 14 demonstra os picos obtidos com a alga exposta ao rGO.
D
G
21
Figura 13 - Espectroscopia RAMAN da alga
1000 2000 3000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Inte
nsity (
a.u
.)
Raman shift (cm-1)
Algas
15361161
1231
1196
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Figura 14 - Espectroscopia RAMAN da alga + rGO
1000 2000 3000
0
5000
10000
15000
20000
25000
Inte
nsity(a
.u.)
Raman shift (cm-1)
Alga +Grafeno
959
1008
1156
1185
1528
2162
2310
25282678
3045
1274
2340
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
22
A Figura 14 representa apenas a alga vista por meio do MET, com ampliação de
12.930, 21.560 e 60.000 vezes. Pode-se notar estruturas típicas da célula, como os
lipídeos e proteínas, além de se ter uma amostra em corte axial.
Figura 14 - Amostra de alga bruta com aumento de 12.930, 21.560 e 60.000 vezes
respectivamente
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
A Figura 15 simboliza alga já exposta ao rGO, em concentração de 100 ppm.
Observa-se a internalização da nanopartícula pela alga, indicada pelas setas, o que
demonstra a sua interação com mesmo.
23
Figura 15 - Alga exposta ao rGO em aumento de 12.930 e 21.560 respectivamente
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Analisando a possível deposição destes nas matrizes ambientais, particularmente
no meio aquático, indica-se adotar o critério de precaução, uma vez que não se sabe ao
certo os potenciais efeitos adversos do nanomaterial, conforme mostram os estudos de
Kohler et al. (2007) [37] e Gottschalk et al. (2009) [38]. Discute-se também que o risco
ambiental varia de acordo com a forma como as nanopartículas são processadas assim
como sua persistência [38], e que se necessita mais pesquisas na área para se ter certeza
do real risco destas no ambiente, ainda que demonstrem interação com o organismo-
teste utilizado [39].
6. CONCLUSÃO
Conclui-se então que o nanomaterial analisado representa de fato, uma partícula
de nanodimensões, conforme as caracterizações por MEV e MET e Raman. Quanto à
toxicidade, observou-se que o óxido de grafeno reduzido aqui testado, só apresenta
toxicidade em concentrações elevadas 100 ppm, assim como os nanotubos de carbono
(Gomes, 2016) [31], nanomaterial carbonáceo similar ao rGO. Pode-se concluir
24
também que a alga ver Raphidocelis subcapitata, utilizada como bioindicador, interagiu
com o rGO a que foi exposta, tendo a capacidade de internalizá-lo.
25
REFERÊNCIAS
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