Projeto de Pesquisa

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO CAMPUS MATA NORTE CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MACHADO DE ASSIS HISTORIADOR: UMA LEITURA DA SOCIEDADE ESCRAVOCRATA DO RIO DE JANEIRO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX ATRAVÉS DO CONTO “PAI CONTRA MÃE” DE MACHADO DE ASSIS. FELIPE FRANCISCO J. DA SILVA

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Universidade de PernambucoCampus Mata NorteCurso de Graduao em Histria

Machado de Assis historiador: Uma leitura da sociedade escravocrata do Rio de Janeiro da segunda metade do sculo XIX atravs dO Conto Pai contra me DE Machado de Assis.

Felipe Francisco J. da Silva

Nazar da Mata,2015.FELIPE FRANCISCO J. da Silva

Machado de Assis historiador: Uma leitura da sociedade escravocrata do Rio de Janeiro da segunda metade do sculo XIX atravs dO conto Pai contra me de Machado de Assis.

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Graduao em Histria da Universidade de Pernambuco-Campus Mata Norte- como avaliao final da disciplina Metodologia Cientfica I.Prof: Eliana Calado

NAZAR DA MATA,2015.

SUMRIO

INTRODUO............................................................................................. 3

JUSTIFICATIVA............................................................................................ 4

OBJETIVO..................................................................................................... 4

REVISO BIBLIOGRFICA..................................................................... 5

PROCEDIMENTOS METODOLGICOS................................................ 6

REFERNCIAS............................................................................................. 6

INTRODUO

Em 1906, o Relquias de Casa Velha, reunio de contos, peas e outros textos, foi o ltimo livro de contos publicado em vida por Machado de Assis. O primeiro conto dessa compilao foi o Pai contra me, indito at ento, e seria o nico nessa obra que trataria da escravido e dos seus efeitos de forma explcita. um texto escrito aps o fim da escravido. Atravs do Panorama social do conto, analisa-se o contexto escravocrata brasileiro que legitimava a barbrie como mantedora de uma "ordem" e fazia homens "livres" lutarem pela sobrevivncia, tirando o seu sustento da vida alheiaA histria se passa no Imprio, no perodo da escravido, mas a escrita posterior. O conto trata da histria de Cndido Neves, um caador de escravos fugitivos que, se casando com Clara e no tendo como sustentar o filho, aceita, sem alternativas, levar a criana para a roda dos enjeitados. quando, no caminho da roda, encontra a escrava fugida Arminda. Ele deixa seu filho com um farmacutico um instante e sai em busca da escrava. Consegue captur-la e lev-la, com muita agresso, casa de seu dono, recebendo, assim, a recompensa que salvaria o seu filho da roda dos enjeitados. Chegando casa do senhor, Arminda aborta o filho, do qual estava grvida. E Cndido Neves, com a recompensa em mos, pela captura da escrava fugida, volta farmcia, pega seu filho e retorna para casa. O narrador fala da escravido, como se ela no fosse mais presente em sua poca, isto , como se ela existisse apenas na memria, como uma instituio social ultrapassada, que havia decado em face das mudanas histricas da segunda metade do sc. XIX. Por isso que ela levou consigo ofcios e aparelhos. Pode-se depreender que, declinada a instituio escravista, tambm desapareceram seus ofcios e aparelhos peculiares. O conto se passa aproximadamente aps o ano de 1850. Essa informao foi dada por Machado de Assis nos primeiros pargrafos do texto enquanto narrava os instrumentos da escravido e seus hbitos: h meio sculo, os escravos fugiam com frequncia. O costume da fuga presente em muitos escravos e que foi ressaltado pelo autor porque nem todos gostavam da escravido agravava ainda mais a sua manuteno devido aos novos rumos que a escravido tomara aps 1850. O fim do trfico de escravos para o Brasil valorizou os que aqui restavam e pode ter elevado a recompensa pela captura de um escravo fugido. Por isso a escravido precisava se manter e os instrumentos citados pelo autor no incio do conto tinham essa funo: os ferros que prendiam o pescoo e o p; a mscara de folha-de-flandres e os funileiros que eram vendidos nas vendas da cidade. Esses instrumentos serviam para prender o negro a sua condio de escravizado e para impor uma ordem social que tinha na violncia o seu ponto principal. Mas a escravido tambm se mantinha com os homens livres e miserveis que dependiam da contestao dos escravos atravs da fuga para sobreviver nessa sociedade escravista.No conto, o autor trata de dois momentos polticos que a princpio parecem distintos, mas que se complementam. Ao escrever o conto na Repblica, dando uma espcie de testemunho s geraes futuras de um passado escravista do Imprio, ele oferece argumentos para verificar a existncia de relquias, de vestgios de um passado escravista na contemporaneidade. Este passado se manifesta na Repblica pela permanncia da misria e da pobreza entre os trabalhadores, que no Imprio sofreram com o privilgio escravido. Ou seja, o barbarismo citado pelo autor no primeiro pargrafo do conto no terminaria com a Abolio, mas permaneceria atravs de outras situaes herdadas da sociedade escravista, e que continuariam na Repblica.

JUSTIFICATIVA

Minha inteno com este trabalho ensinar Histria atravs da Literatura, principalmente atravs das obras de Machado de Assis que mostra o sculo de XIX de maneira singular e facilitar os estudos de quem tem dificuldades ou no gosta de Histria. Propiciando assim um interesse maior dos alunos pela disciplina. Busco tambm uma nova abordagem da sociedade escravista do Rio de Janeiro da segunda metade do sculo XIX dando destaque a violncia sofrida pelos escravos.

OBJETIVOS

Geral1. Contribuir para o enriquecimento da historiografia no tocante escravido na segunda metade do sculo XIX. Especficos2. Compreender como se davam as relaes entre senhores e escravos no perodo referido.3. Relatar a violncia sofrida pelos negros dentro do contexto da escravatura.4. Mostrar como a imprensa do sculo XIX, contexto em que o conto foi escrito, coloca-se a servio da instituio escravista, uma vez que era atravs dos anncios veiculados pelos jornais que os negros fugidos eram capturados com maior facilidade.REVISO BIBLIOGRFICA

Esta pesquisa ser baseada nos trabalhos de Alessandro Castro da Silva ("Relquias da casa velha: Uma leitura do Rio de Janeiro e do Brasil do sculo XIX e incio do sculo XX atravs do olhar do escritor e funcionrio pblico Machado de Assis.) e de Joo Irineu de Frana Neto (A representao da escravido nos contos de Machado de Assis.), ambas dissertaes de Mestrado; o trabalho de concluso de curso de Marina Barbosa Tonin Betin (A violncia na literatura de Machado de Assis em Pai contra me e Mariana) e do artigo de

O primeiro trabalho faz uma procura observar o olhar do escritor sobre a cidade do Rio de Janeiro do sculo XIX, que serve de cenrio para a obra machadiana, e sobre as transformaes urbanas que ocorreram na cidade no incio do sculo XX. Alm disso h nesse trabalho, uma tentativa de identificar algumas relaes entre a temtica dos contos e as atividades desenvolvidas por Machado de Assis como funcionrio pblico do Governo Federal. Numa leitura histrica, geogrfica e literria, procura-se entender a tica do escritor sobre a Histria do Brasil e analisar sua qualidade contstica. O segundo trabalho tem a finalidade de estudar a escravido no conto Pai contra me, pois a narrativa representa, de modo realista, a crueldade da sociedade escravocrata do Brasil sobre os negros. Neste sentido, Joo Irineu elenca trs categorias analticas para formalizar sua pesquisa: o discurso do narrador; a caracterizao dos personagens; e a representao dos negros e negras nas relaes sociais, estabelecidas pelas classes dominantes do Brasil, no sc. XIX. Ele delimita os seguintes objetivos para seu trabalho estabelecer um dilogo entre a produo esttica e o meio social na contstica de Machado de Assis; investigar as relaes raciais de poder do sculo XIX, representadas nos contos; analisar a relao dialtica entre os recursos formais do texto machadiano e os esteretipos do negro na sociedade escravocrata do Brasil no sculo XIX.

O trabalho da Matina centra no olhar do autor para a denncia de forma irnica sobre a violncia e a escravido sofrida pelos negros no Brasil no sculo XIX. Seu trabalho tem como objetivo analisar a violncia, tendo o corpo e a mente como mediao da sua pratica. Para tal estudo, ela optou metodologicamente, por uma coleta de dados bibliogrficos que ajudaram no embasamento terico para as anlises dos textos, tomamos como base autores como Foucault, Bourdieu, Chalhoud, entre outros, para a o melhor conhecimento das questes acerca da violncia, seus tipos, suas causas e consequncias fsicas e psicolgicas. Para o melhor entendimento das nuances histricas que cercam o cotidiano dos negros no Brasil, dentre outros autores, ela usou como referencial terico, Schwarz, Bosi e Amaral; e, no que tange as relaes entre Literatura e violncia autores como Leenhart e Portella.

PROCEDIMENTOS METODOLGICOSA metodologia utilizada nesta pesquisa ser a descritiva e ser realizada tendo como fontes: dissertaes de Mestrado, artigos e Trabalhos de Concluses de curso. Devido a carncia de livros e outras fontes sobre o assunto.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

Frana Neto, Joo Irineu de. A representao da escravido nos contos de Machado de Assis. 2008. 122 f. Dissertao de Mestrado UFPB JOO PESSOA 2008 Disponvel em:. Acesso em: 04 jul. 2015.MORAES, Renata Figueiredo. Pai contra me: a permanncia da escravido nos contos de Machado de Assis. In: Encontro Escravido e Liberdade no Brasil Meridional. 4. Curitiba, 2009. Disponvel em: . Acesso em: 03 jul. 2015.______. As relquias literrias de Machado de Assis. Revista Tempo e Argumento. Florianpolis: Udesc, 2010. pg. 182-199. . Acesso em: 03 jul. 2015.Mangueira, Jos Vilian. Nem todas as crianas vingam: Relao social em "Pai contra me". Darandina Revista Eletrnica. UFJF: 2009. Disponvel em: Acesso em: 04 jul. 2015.SILVA, Alessandro Castro da. "Relquias da casa velha: Uma leitura do Rio de Janeiro e do Brasil do sculo XIX e incio do sculo XX atravs do olhar do escritor e funcionrio pblico Machado de Assis. 2005. 158 f. Dissertao de Mestrado. UFRGS: Porto Alegre, 2005. Disponvel em: < http://www.ufrgs.br/ppgletras/defesas/2005/alessandrocastrodasilva.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2015.