PROJETO DE PESQUISA ESTUDA A UTILIZAÇÃO DE · PDF filecendo eventos especiais...

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JUL/AGO/SET-2001 26(157) PROJETO DE PESQUISA ESTUDA A UTILIZAÇÃO DE MADEIRA DE EUCALIPTO EM ENGINEERED WOOD FLOOR Ilustração do piso de madeira sólida e do piso composto por dois estratos Uma tradicional linha de pesqui- sa desenvolvida no Laboratório de Laminação e Painéis de Madeira do Departamento de Ciências Florestais (LCF) da ESALQ/USP é a produção de lâminas e manufatura de compensados. Atualmente, o Co- ordenador do Laborató- rio é o professor Geral- do Bortoletto Jr., que de- senvolve pesquisas com espécies exóticas e na- tivas de reflorestamento. Um dos trabalhos finali- zado recentemente abrangeu o estudo de onze espécies de eucalipto. Aspectos como rendimento do processo de laminação, qualidade das lâminas e propriedades físico-me- cânicas dos compensa- dos produzidos experi- mentalmente foram ava- liados nesse trabalho. Estudos de pós- graduação e iniciação científica que in- vestigam o potencial das madeiras de clones do híbrido “urograndis” e do guapuruvu para produção de lâminas, manufatura de compensados e LVL (pa- inel de lâminas com fibras paralelas), encontram-se em desenvolvimento no Laboratório sob a orientação do profes- sor Bortoletto. Pesquisas sobre o desenvolvi- mento de produtos que possam empre- gar painéis à base de madeira, especi- almente o compensado de eucalipto, têm sido realizadas no Laboratório, em parceira com a iniciativa privada. Exem- plo recente é a manufatura experimen- tal de pisos, com dois estratos compos- tos por compensado e madeira maci- ça, pré-acabados. Esse tipo de piso é conhecido no mercado internacional como Prefinished Engineered Wood Floor e ainda não é produzido no Brasil em es- cala industrial. Em certos países, mas principalmente nos EUA, o Engineered Wood Floor (vide ilustração abaixo) tem grande aceitação e a demanda cresce em virtude de suas excelentes caracte- rísticas, denotando que o mercado se encontra em expansão para o produto. Esses fatos impulsionaram o de- senvolvimento da pesquisa experimen- tal que objetivou gerar informações úteis para a produção do Engineered Wood Floor em escala industrial, bem como verificar a possibilidade de empregar o compensado de eucalipto como substrato do piso. “Sob a ótica de uma avaliação pre- liminar, pode-se dizer que os compen- sados manufaturados a partir das es- pécies de Eucalyptus experimentadas mostraram bom potenci- al para compor o substrato do piso”, afir- ma Bortoletto, explican- do que o compensado conferiu-lhe solidez, re- dução da tendência de empenamentos com en- caixes macho e fêmea bem acabados, permitin- do a junção perfeita en- tre as peças e maior es- tabilidade dimensional que o piso manufaturado inteiramente com madei- ra maciça. A possibilidade de utilizar o compensado manufaturado a partir de espécies de refloresta- mento na composição do piso, proporciona econo- mia de madeira nativa (cerca de 70%), tornando seu uso mais racional na medida em que se obtém maior aproveitamento. Além disso, o fato de empregar espécies de reflorestamento na confec- ção do piso pode ser utilizado como es- tratégia de marketing na promoção do produto, seguindo as tendências dos mercados nacional e internacional, que a cada dia passam a valorizar mais o uso da madeira de florestas plantadas, que também pode significar redução de custos (exploração, transporte etc.), da dependência das florestas nativas não manejadas e melhor atender à deman- da dos consumidores dotados ou im- buídos de consciência ecológica.

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JUL/AGO/SET-2001 26(157)

PROJETO DE PESQUISA ESTUDA A UTILIZAÇÃO DEMADEIRA DE EUCALIPTO EM ENGINEERED WOOD FLOOR

Ilustração do piso de madeira sólida e do pisocomposto por dois estratos

A R T I G O

Uma tradicional linha de pesqui-sa desenvolvida no Laboratório deLaminação e Painéis de Madeira doDepartamento de Ciências Florestais(LCF) da ESALQ/USP é a produção delâminas e manufaturade compensados.

Atualmente, o Co-ordenador do Laborató-rio é o professor Geral-do Bortoletto Jr., que de-senvolve pesquisas comespécies exóticas e na-tivas de reflorestamento.Um dos trabalhos finali-zado recentementeabrangeu o estudo deonze espécies deeucalipto. Aspectoscomo rendimento doprocesso de laminação,qualidade das lâminas epropriedades físico-me-cânicas dos compensa-dos produzidos experi-mentalmente foram ava-liados nesse trabalho.

Estudos de pós-graduação e iniciação científica que in-vestigam o potencial das madeiras declones do híbrido “urograndis” e doguapuruvu para produção de lâminas,manufatura de compensados e LVL (pa-inel de lâminas com fibras paralelas),encontram-se em desenvolvimento noLaboratório sob a orientação do profes-sor Bortoletto.

Pesquisas sobre o desenvolvi-mento de produtos que possam empre-gar painéis à base de madeira, especi-almente o compensado de eucalipto,têm sido realizadas no Laboratório, emparceira com a iniciativa privada. Exem-plo recente é a manufatura experimen-

tal de pisos, com dois estratos compos-tos por compensado e madeira maci-ça, pré-acabados.

Esse tipo de piso é conhecidono mercado internacional como

Prefinished Engineered Wood Floor eainda não é produzido no Brasil em es-cala industrial. Em certos países, masprincipalmente nos EUA, o EngineeredWood Floor (vide ilustração abaixo) temgrande aceitação e a demanda cresceem virtude de suas excelentes caracte-rísticas, denotando que o mercado seencontra em expansão para o produto.

Esses fatos impulsionaram o de-senvolvimento da pesquisa experimen-tal que objetivou gerar informações úteispara a produção do Engineered WoodFloor em escala industrial, bem comoverificar a possibilidade de empregar ocompensado de eucalipto como

substrato do piso.“Sob a ótica de uma avaliação pre-

liminar, pode-se dizer que os compen-sados manufaturados a partir das es-pécies de Eucalyptus experimentadas

mostraram bom potenci-al para compor osubstrato do piso”, afir-ma Bortoletto, explican-do que o compensadoconferiu-lhe solidez, re-dução da tendência deempenamentos com en-caixes macho e fêmeabem acabados, permitin-do a junção perfeita en-tre as peças e maior es-tabilidade dimensionalque o piso manufaturadointeiramente com madei-ra maciça.

A possibilidade deutilizar o compensadomanufaturado a partir deespécies de refloresta-mento na composição dopiso, proporciona econo-mia de madeira nativa

(cerca de 70%), tornando seu uso maisracional na medida em que se obtémmaior aproveitamento.

Além disso, o fato de empregarespécies de reflorestamento na confec-ção do piso pode ser utilizado como es-tratégia de marketing na promoção doproduto, seguindo as tendências dosmercados nacional e internacional, quea cada dia passam a valorizar mais ouso da madeira de florestas plantadas,que também pode significar redução decustos (exploração, transporte etc.), dadependência das florestas nativas nãomanejadas e melhor atender à deman-da dos consumidores dotados ou im-buídos de consciência ecológica.

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JUL-AGO-SET/012

IPEF NOTÍCIAS

Publicação do Instituto de Pesquisas e EstudosFlorestais (IPEF), órgão conveniado com aUniversidade de São Paulo, por meio doDepartamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP.

Presidente do IPEFAntonio Joaquim de Oliveira

Vice-PresidenteJosé Maria Arruda Mendes Filho

Reitor da Universidade de São PauloProf. Jacques Marcovitch

Diretor da Escola Superior de Agricultura Luizde Queiroz (ESALQ)Prof. Júlio Marcos Filho

Chefe do Depto. de Ciências Florestais daESALQ/USP e Diretor Executivo do IPEFProf. José Otávio Brito

Coordenação de P & DProf. Antonio Natal GonçalvesProf. Fábio PoggianiProf. Fernando SeixasProf. Ivaldo Pontes Jankowsky

Coordenadoria de Informação e DocumentaçãoCientíficaMarialice Metzker Poggiani

Coordenadoria de Sementes FlorestaisIsrael Gomes Vieira

Jornalista ResponsávelBianca Rodrigues Moura (Mtb: 28.592)

RedaçãoBianca Rodrigues Moura

DiagramaçãoPublicitária: Priscila Graziela Motta Mantelatto

CorrespondênciaCaixa Postal 530 - 13400-970 – Piracicaba - SPFone: (19) 430-8600 Fax: (19) 430-8666E-mail: [email protected] Page: www.ipef.br/publicacoes/ipefnoticias

Tiragem: 4.000 exemplares

Gráfica: Gráfica Mococa

Distribuição Gratuita. Reprodução permitidadesde que citada a fonte.

ALERTA PARA CONSERVAÇÃOÉ TEMA DE PALESTRA

I N S T I T U C I O N A L

I N S T I T U C I O N A L

A Escola Superior deAgricultura “Luiz deQueiroz” da Universidadede São Paulo (ESALQ/USP), fundada no dia 3 dejunho de 1901, está come-

morando 100 anos de existência, comimportantes contribuições para o desen-volvimento do País.

Durante todo o ano estão aconte-cendo eventos especiais para marcarde maneira grandiosa a passagem doCentenário da ESALQ. A 44a SemanaLuiz de Queiroz, que se realizou no pe-ríodo de 8 a 13 de outubro, é um des-ses eventos magnos comemorativos. Aparticipação dos ex-alunos é tradicionalna confraternização da Semana Luiz deQueiroz. Este ano reuniram-se todas asturmas formadas na ESALQ, que tive-ram a oportunidade de participar de umaprogramação técnico-científica e cultu-ral.

Aniversário – No dia 3 de junhoaconteceu, no gramado da ESALQ, emfrente ao prédio principal, as comemo-

No último dia 09 de agosto, cer-ca de 50 pessoas participaram da pa-lestra “Ecologia de Paisagens eMetapopulações na Conservação deEcossistemas”, ministrada pelo Prof. Dr.Jean Paul Metzger, no anfiteatro do De-partamento de Ciências Florestais daESALQ/USP. Enfocando o tema “Con-servação da paisagem: um novoparadigma para a conservação dabiodiversidade?”, a palestra envolveu as-suntos como a urgência da conserva-ção, conservação baseada na teoria deilha e ecologia da paisagem, teoria dasmetapopulações e novas perspectivasem conservação.

Os participantes ainda puderamconhecer dados científicos de degrada-

ção e extinção de espécies, pela frag-mentação e perda de habitat natural.Além disso, foram expostos estudos sig-nificativos, como a extinção de duasespécies/hora, totalizando 27 mil espé-cies/ano. “A necessidade de conserva-ção é muito mais essencial do que sepensa, já que envolve valores morais,éticos, estéticos, econômicos e de se-gurança mundial”, alertou Metzger.

A palestra foi uma iniciativa dospesquisadores que atuam no convênioda CESP e IPEF-ESALQ, num projetoque existe desde 1988 desenvolvendopesquisas em modelos de plantio deespécies nativas para restauração doentorno dos reservatórios da empresae das áreas ciliares de seus tributários.

CENTENÁRIO DA ESALQrações do aniversário da Escola, o prin-cipal evento do Centenário. Na soleni-dade estiveram presentes o Governa-dor do Estado de São Paulo, GeraldoAlckmin, o Presidente do Fundo Socialde Solidariedade, Marcus Vinícius Pratinide Moraes, o Ministro de estado da Agri-cultura e do Abastecimento, o Reitor daUSP, Prof. Jacques Marcovitch, o Dire-tor da ESALQ, Prof. Júlio Marcos Filho,além de diversos Secretários de Esta-do, deputados, representantes de outrasUniversidades, da BM&F, CREA,FAPESP e outras personalidades.

No evento o Governador Alkiminentregou a Medalha Paulista de MéritoCientífico e Tecnológico de 2001 a 80pesquisadores, todos ex-alunos e/ouprofessores de destaque nesses 100anos. Entre os premiados estiveram osprofessores Helládio do Amaral Mello,fundador do curso de engenharia Flo-restal e do IPEF, e Luiz Ernesto GeorgeBarrichello, também do Departamentode Ciências Florestais.

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JUL-AGO-SET/014

T E L E F O N E S

Desde o dia 20 de outubro os telefones do IPEF e do Departamento de Ciências Florestais (LCF) da ESALQ/USP estão com novos números.

MUDANÇA NOS NÚMEROS DE TELEFONES DO IPEF E LCF

IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais FAX: (19) 3436-8666Diretoria ExecutivaDiretor José Otávio Brito 3436-8610 [email protected] Ivaldo P. Jankowsky 3436-8610 [email protected]çãoCoordenação Administrativa André Luiz Abdala 3436-8604 [email protected] Administrativo Viviane Gonçalves Ferreira 3436-8606 [email protected] Ana Paula de M. Silva/Adriano O. da Silva 3436-8600 [email protected] e Recursos Humanos Denise Roberta Novello de Almeida 3436-8605 [email protected]áticaAnalista de Sistemas Rogério Oliveira Naressi 3436-8620 [email protected] de Informática Ivo Rosa Filho 3436-8653 [email protected] de SementesCoordenação Israel Gomes Vieira 3436-8615 / 3436-8671 [email protected] Gelson Dias Fernandes 3436-8616 [email protected] Renato Dias Fernandes 3436-8617 [email protected]ção de Documentação e Difusão CientíficaCoordenação Marialice Metzker Poggiani 3436-8618 [email protected] - Atendimento Paulo Sérgio Beraldo 3436-8619 [email protected] -Reprografia Olicina Maria de Goes 3436-8603Eventos 3436-8602 [email protected] On Line Luiz Erivelto de Oliveira Júnior 3436-8672 [email protected]

Departamento de Ciências Florestais - LCF/ESALQ/USP FAX: (19) 3436-8601ChefiaChefe José Otávio Brito 3436-8624 [email protected] Ivaldo Pontes Jankowsky 3436-8640 [email protected]çãoSecretaria Maria de Fátima Durrer Juliani 3436-8621 [email protected] Margarete Zandoná Pinese 3436-8622 [email protected] Alexandre H. Najm 3436-8623 [email protected] Danilo F. Pereira/Daniel H. dos Santos 3436-8673ProfessoresAproveitamento de Resíduos Florestais/Movelaria Adriana Maria Nolasco 3436-8634 [email protected] de Fauna Silvestre e Conserv. da Natureza Álvaro Fernando de Almeida 3436-8635 [email protected] das Árvores Antônio Natal Gonçalves 3436-8647 [email protected] Florestal Fábio Poggiani 3436-8636 [email protected] e Transporte de Madeira Fernando Seixas 3436-8664 [email protected] de Papel e Celulose Francides Gomes da Silva Jr. 3436-8626 [email protected]éis à Base de Madeira Geraldo Bortoletto Junior 3436-8639 [email protected]ística e Inventário Florestal Hilton Thadeu Zarate do Couto 3436-8651 [email protected] e Preservação da Madeira Ivaldo Pontes Jankowsky 3436-8640 [email protected] Florestal João Luís Ferreira Batista 3436-8641 [email protected] e Nutrição Florestal José Leonardo de Moraes Gonçalves 3436-8644 [email protected] e Propr. Físico-Mecân. da Madeira José Nivaldo Garcia 3436-8638 [email protected]ímica da Mad. e Rec. Energéticos Florestais José Otávio Brito 3436-8624 [email protected] e Economia Florestal Luiz Carlos Estraviz Rodriguez 3436-8643 [email protected]ítica, Legislação e Educação Florestal Marcos Sorrentino 3436-8648 [email protected], Anatomia e Ident. da Madeira Mário Tomazello Filho 3436-8627 [email protected] Reprodutiva e Genética de Esp. Arbóreas Paulo Yoshio Kageyama 3436-8642 [email protected] de Áreas Silvestres Teresa Cristina Magro 3436-8650 [email protected] Tropical Virgílio Maurício Viana 3436-8629 [email protected] Florestal Walter de Paula Lima 3436-8645 [email protected] Florestal Weber Antonio Neves do Amaral 3436-8652 [email protected]óriosAnatomia da Madeira Maria Aparecida R. Bermudez 3436-8628/3436-8677Ecologia Aplicada - Coordenação Alba Valéria Masetto 3436-8667 [email protected] Aplicada - Atendimento Fernanda M. Clementino 3436-8631/3436-8632/3436-8633Fisiologia das Árvores José Roberto Romanini 3436-8654 [email protected]ção Genética de Esp. Arbóreas - LARGEA Elza Martins Ferraz 3436-8655/3436-8617 [email protected]ção de Madeiras Valdir Ferreira Caldas 3436-8656Métodos Quantitativos Jefferson Lordello Polizel 3436-8649 [email protected]ório de Geoprocessamento 3436-8680Serraria Luiz Eduardo Facco 3436-8638 [email protected] Tropical 3436-8630Química, Celulose e Energia - LQCE Regina M. Buch 3436-8625/3436-8625 [email protected]ímica, Celulose e Energia – LQCE - Atendimento Anne Caroline dos Santos 3436-8665 [email protected]Áreas Naturais Protegidas 3436-8675Viveiro Florestal José Amarildo da Fonseca 3436-8659 [email protected] Florestal 3436-8668/3436-8607Outros SetoresManutenção Geral José M. Oliveira 3436-8657Manutenção Geral Ivan Francisco de Carvalho 3436-8660

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JUL-AGO-SET/016

S E M E N T E S

“Produção, Tecnologia e Comercialização de Sementes Florestais”SEMENTES DE Eucalyptus e Pinus DISPONÍVEIS PARA COMERCIALIZAÇÃO – SETEMBRO - 2001

E. saligna Itatinga-SP APS-F1 19,20,38 NSW: Batmans 16,05 26,58 72,79 138,65 264,10Bay

E. urophylla Avaré-SP PSC-F2 T45 Indonésia-Bessi 21,72 35,97 98,48 187,59 357,31Lau-Timor

E. urophylla Avaré-SP PSC-F2 T47 Indonésia-Flores 21,72 35,97 98,48 187,59 357,31

E. urophylla Anhembi-SP APS-F1 T8 A32 Indonésia-Flores 91,26 16,05 26,58 72,79 138,65 264,10

E. urophylla Anhembi-SP APS-F1 T8 B33 Indonésia-Timor 97,54 16,05 26,58 72,79 138,65 264,10

E. urophylla Anhembi-SP APS-F1 T8 C50 Indonésia-Timor 93,16 16,05 26,58 72,79 138,65 264,10

E. urophylla Anhembi-SP APS-F1 T8 G68 Indonésia-Timor 94,00 16,05 26,58 72,79 138,65 264,10T8 H69

E. urophylla Anhembi-SP APS-F2 T8 D65 Ex-Indonésia-Flores 16,05 26,58 72,79 138,65 264,10

E. urophylla Anhembi-SP TP-F4 T1 F129 Ex-Indonésia-Flores 19,69 32,61 89,29 170,08 323,96

E. urophylla Anhembi-SP APS-F1 T12 C158 Indonésia-Lewotobi 27,80 46,05 126,09 240,17 457,47T8 F67

E. botryoides Itatinga-SP APS-F1 T13 e T14 NSW: Austrália 95,32 16,05 30,57 72,79 138,65 264,10

E. brassiana Anhembi-SP APS-F1 T24 A26 QLD: NE Coen 86,00 8,66 16,49 39,27 74,80 142,49

E. citriodora Restinga-SP APS-F1 T79 QLD: Austrália 93,33 13,08 24,91 59,30 112,96 215,17

E. cloeziana Anhembi-SP ACS-F1 T16 A73 QLD: Helenvale,Herberton 8,66 16,49 39,27 74,80 142,49

E. grandis Anhembi-SP APS-F1 T11 A21 NSW: Coff‘s 16,05 30,57 72,79 138,65 264,10Harbour

E. grandis Anhembi-SP PSC-F1 T11 B41 NSW: Coff‘s 96,26 21,72 41,36 98,48 187,59 357,31Harbour

E. grandis Anhembi-SP APS-F1 T11 C77 QLD: Atherton 19,69 37,50 89,29 170,08 323,96

E. grandis Anhembi-SP APS-F1 T20 D84 NSW; QLD 16,05 30,57 72,79 138,65 264,10

E. grandis Bofete-SP APS-F3 T415 NSW: Coff‘s 98,79 16,05 30,57 72,79 138,65 264,10Harbour

E. grandis Resende-RJ PSM NSW: Coff‘s 96,47 19,69 37,50 89,29 170,08 323,96Harbour

E. grandis Lençóis APS-F2 NSW: Coff’s 16,05 30,57 72,79 138,65 264,10Paulista-SP Harbour

E. maculata Restinga-SP APS-F1 Austrália 89,65 11,11 21,15 50,37 95,94 182,74

E. maculata Anhembi-SP APS-F2 T14 A81 Austrália e 12,50 23,82 56,71 108,01 205,74Zimbabwe

E. microcorys Rio Claro-SP ACS APS-F1 Austrália 80,42 11,14 21,22 50,52 96,24 183,31

E. paniculata Rio Claro-SP ACS APS-F1 Austrália 87,04 11,14 21,22 50,52 96,24 183,31

E. pellita Anhembi-SP ACS-F1 T19 A83 QLD; NSW 12,58 23,96 57,05 108,68 207,00

E. pellita Anhembi-SP ACS-F1 T19 B102 QLD; NSW 95,54 12,58 23,96 57,05 108,68 207,00

E. pellita Anhembi-SP ACS-F1 T6 D105 QLD: Coen 12,58 23,96 57,05 108,68 207,00

E. pellita Anhembi-SP ACS-F1 T19 C113 QLD: Coen 66,86 12,58 23,96 57,05 108,68 207,00

E. phaeotricha Anhembi-SP ACS-F1 T24 T88 QLD: Mt. Mullen 13,61 25,92 61,71 117,55 223,91e Atherton

E. propinqua Anhembi-SP ACS-F2 T2 E48 Austrália 86,17 12,58 23,96 57,05 108,68 207,00

E. ptychocarpa Anhembi-SP ACS 12,58 23,96 57,05 108,68 207,00

E. resinifera Anhembi-SP ACS-F1 T15 A118 QLD: Mareeba 12,58 23,96 57,05 108,68 207,00

E. robusta Anhembi-SP ACS Austrália 97,64 13,24 25,21 60,03 114,35 217,81

E. saligna Avaré-SP PSC-F2 NSW: Batmans 21,72 35,97 98,48 187,59 357,31Bay

ESPÉCIE PROCEDÊNCIA GRAU TALHÃO ORIGEM % R$ R$ R$ R$ R$MELHOR. GERM. 0,050kg 0,100kg 0,250kg 0,500kg 1,000kg

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IPEF NOTÍCIAS 7

Alfineiro-do-japão Ligustrum japonicum Oleaceae S 32.000 91,00 47,78 25,08 10,53 5,53

Amendoim Bravo Pterogyne nitens Caesalpinoideae P 5.500 39,50 20,74 10,89 4,57 2,40

Araribá/Araruva Centrolobium Papilionoideae P 100 5,00 2,63 1,38 0,58 0,30tomentosum

Aroeira pimenteira Schinus terebinthifolia Anacardiaceae P 42.000 112,00 58,80 30,87 12,97 6,81

Aroeira salsa Schinus Molle Anacardiaceae P 92.000 180,00 94,50 49,61 20,84 10,94

ESPÉCIE PROCEDÊNCIA GRAU TALHÃO ORIGEM % R$ R$ R$ R$ R$MELHOR. GERM. 0,050kg 0,100kg 0,250kg 0,500kg 1,000kg

E. urophylla Anhembi-SP APS-F1 T8 I70 Indonésia-Flores 95,31 16,05 26,58 72,79 138,65 264,10

E. urophylla Anhembi-SP APS-F1 T10 B71 Indonésia- 81,00 16,05 26,58 72,79 138,65 264,10Outras Ilhas

E. urophylla Resende-RJ APS Indonésia-Bessi-Lau 77,00 13,43 22,24 60,91 116,01 220,97

E. urophylla Anhembi-SP APS-F2 T10 F157 Ex-Indonésia-Flores 27,80 46,05 126,09 240,17 457,47 var. platyphylla

E. urophylla Anhembi-SP APS-F2 T8 D65 Ex-Indonésia-Flores 98,11 24,51 40,59 111,15 211,70 403,25 var. platyphylla

E. botryoides x Itatinga-SP APS-F1 T38 e T39 NSW: Austrália 93,30 17,63 29,20 79,94 152,27 290,03 E. saligna

E. pellita x Anhembi-SP ACS-F1 T6 D105 QLD: N.E. Coen 17,63 29,20 79,94 152,27 290,03 E. resinifera

E. pellita x APS T6D105 17,63 29,20 79,94 152,27 290,03 E. tereticornis

E. propinqua Anhembi-SP ACS-F1 T2 E48 Austrália 96,90 17,63 29,20 79,94 152,27 290,03 x E. spp

E.urophylla x Anhembi-SP PSM-F4 T1 F129 Ex-Indonésia-Flores 86,46 27,80 46,05 126,09 240,17 457,47 E. grandis

E. urophylla x Anhembi-SP PSM-F5 T15 Ex-Indonésia Flores 98,72 27,80 46,05 126,09 240,17 457,47 E. grandis B153A

Pinus caribaea x Morada Novai PSC-F5 América Central 21,27 46,52 96,47 183,75 350,00 Hondurensis -MG

Pinus elliotti Capão Bonito APS-F2 T35 E.U.A. 9,10 15,07 41,27 78,61 149,73 var. elliottii -SP

Pinus elliotti Agudos-SP PSC AB 17 E.U.A. 21,27 40,52 96,47 183,75 350,00 var. elliottii

Pinus oocarpa Agudos - SP APS-F1 América Central 15,33 29,20 69,51 132,41 252,70

S E M E N T E S

“Produção, Tecnologia e Comercialização de Sementes Florestais”SEMENTES DE Eucalyptus e Pinus DISPONÍVEIS PARA COMERCIALIZAÇÃO – SETEMBRO - 2001

LEGENDA:

ACS = Área de Coleta de SementesAPS = Área de Produção de SementesPSC = Pomar de Sementes ClonalPSM = Pomar de Sementes por MudasFn (n Fn (n = 1 a 5) = Geração de Melhoramento

INFORMAÇÕES ÚTEIS:

1) Custos de despacho não incluídos.2) Procedimento de pagamento: depósito bancário antecipado a favor do IPEF - Instituto dePesquisas e Estudos Florestais; Banco do Brasil (Agência 3149-6 Conta Corrente 4368-0) ouBRADESCO (Agência 0145-7; Conta Corrente 15.143-2).3) Os espaços em branco na % de germinação indicam que não estão disponíveis osresultados das análises laboratoriais.

RELAÇÃO DE SEMENTES DE ESPÉCIES NATIVAS E EXÓTICAS DISPONÍVEIS PARA COMERCIALIZAÇÃO - OUTUBRO 2001

“Produção, Tecnologia e Comercialização de Sementes Florestais”

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA GRUPO NO. R$ R$ R$ R$ R$ BOTÂNICA ECOLÓGICO SEM/KG 1,000kg 0,500kg 0,250kg 0,100kg 0,050kg

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JUL-AGO-SET/018

S E M E N T E S

RELAÇÃO DE SEMENTES DE ESPÉCIES NATIVAS E EXÓTICAS DISPONÍVEIS PARA COMERCIALIZAÇÃO - AGOSTO 2001

“Produção, Tecnologia e Comercialização de Sementes Florestais”

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA GRUPO NO. R$ R$ R$ R$ R$ BOTÂNICA ECOLÓGICO SEM/KG 1,000kg 0,500kg 0,250kg 0,100kg 0,050kg

OBSERVAÇÃO:

Grupo Ecológico P = Pioneira S = Secundária C = ClimácicaP = Espécies que crescem a pleno sol; alta produção de sementes; sementes geralmentecom dormência; crescimento muito rápido; madeira leve; longevidade 5 a 15 anos.

S = Espécies que necessitam de pleno sol desde o início ou sombra durante a fase juvenil edepois pleno sol como as pioneiras; a produção de sementes é irregular (anual, bianual, etc);crescimento rápido a intermediário; madeira desde leve até média densidade; longevidade 10a 100 anos.

C = Espécies que crescem à sombra; produção irregular de sementes; crescimento lento;madeira pesada; longevidade maior que 100 anos.

Candeia/Cambará Gochnatia polymorpha Compositae P 485.000 380,50 104,88 44,05 23,13 9,71

Copaíba Copaifera langsdorffi Caesalpinoideae S 1.650 37,00 19,43 10,20 4,28 2,25

Espatódea Espathodea capanulata Bignoniaceae S 169.000 230,00 63,30 26,63 13,98 5,87

Flamboyant Delonix regia Caesalpinaceae S 2.200 17,00 8,93 4,69 1,97 1,03

Flor da China Koelrenteria paniculata Sapindaceae S 18.000 77,00 40,43 21,22 8,91 4,68

Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha Bignoniaceae S 88.000 123,00 64,58 33,90 14,24 7,48

Ipê branco Tabebuia rosea-alba Bignoniaceae S 95.000 230,00 120,75 63,39 26,63 13,98

Ipê rosa Tabebuia impetiginosa Bignoniaceae S 9.000 41,00 21,53 11,30 4,75 2,49

Ipê roxo Tabebuia heptaphylla Bignoniaceae S 2 9.000 118,00 61,95 32,52 1 3,66 7,17

Jacarandá preto Jacaranda cuspidifolia Bignoniaceae S 94.700 251,00 131,78 68,18 29,06 15,25

Leucena Leucaena leucocephala Mimosaceae P 14.100 28,50 14,96 7,86 3,30 1,73

Murta Murraya paniculata Myrtaceae S 17.000 92,00 48,30 25,36 10,65 5,59

Mutamba-da-várzea Guazuma sp. Sterculiaceae S 530.000 232,00 63,95 26,86 14,10 5,92

Orelha de negro Enterolobium Mimosaceae S 5.650 39,00 20,48 10,75 4,51 2,37contortisiliquum

Paineira Chorisia speciosa Bombacaceae S 5.500 59,50 31,24 16,40 6,89 3,62

Palmeira jerivá Shyagrus Palmae S 500 6,50 3,41 1,79 0,75 0,40romanzoffiana

Palmeira-seafortia Archontophoenix Palmae C 1.400 18,00 9,45 4,96 2,08 1,09cunninghamiana

Parkia da Amazônia Parkia mutijuga Mimosaceae P 400 18,00 9,45 4,96 2,08 1,09

Pau formiga Triplaris brasiliana Polygonaceae P 15.300 79,50 41,74 21,91 9,20 4,83

Pau marfim Balfourodedron Rutaceae S 2.500 48,50 25,46 13,37 5,61 2,95riedelianum

Pau viola Cytharexyllum Verbenaceae P 15.400 78,00 40,95 21,50 9,03 4,74Myrianthum

Peroba rosa Aspidoperma Apocynaceae C 13.400 187,00 98,18 51,54 21,65 11,36polyneuron

Quaresmeira Tibouchina granulosa Sterculiaceae S 3.000.000 290,00 152,25 79,93 33,57 17,62

Teca Tectona grandis Sterculiaceae S 990 37,00 19,43 10,20 4,28 2,25

Uva japonesa Hovenia dulcis Rhamnaceae P 51.300 181,80 95,45 50,11 21,05 11,05

INFORMAÇÕES ÚTEIS:

1) Custos de despacho não incluídos.

2) Procedimento de pagamento: depósitobancário antecipado a favor do IPEF - Institutode Pesquisas e Estudos Florestais; Bancodo Brasil (Agência 3.149-6; Conta Corrente4368-0) ou BRADESCO (Agência 0145-7;Conta Cor. 15.143-2).

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IPEF NOTÍCIAS 9

C I Ê N C I A & T E C N O L O G I A

DISSERTAÇÃO ESTUDA A INFLUÊNCIA DODESBASTE NAS TENSÕES DE CRESCIMENTO

DE EUCALIPTOSEm alguns usos específicos, o

eucalipto pode substituir, mesmo a cur-to prazo, muitas madeiras nativas, des-de que adequadamente manejado. En-tre as técnicas de manejomais importantes para a fina-lidade madeireira, estão asoperações de desbaste edesrama, que são necessári-as à produção de madeira ser-rada de boa qualidade.

A influência do desbas-te nas tensões de crescimen-to das árvores, avaliadas deforma indireta através das ra-chaduras de extremidades detora, rachaduras de extremi-dades de peças serradasúmidas e secas e doencurvamento das peçascomponentes da madeira ser-rada, foi o tema do estudo deIsrael Luiz de Lima, em suadissertação de mestrado ori-entada pelo professor José NivaldoGarcia, do Departamento de CiênciasFlorestais da ESALQ/USP.

O trabalho foi desenvolvido numapopulação de Eucalyptus grandis de 18anos de idade, que foi manejada pelométodo CCT (Correlated Curve Trend)de desbastes. As medições foramefetuadas em três posições verticais dofuste comercial das árvores. Para a

quantificação das rachaduras de extre-midades de tora estudaram-se váriasmetodologias para verificar a precisãocom que estimam as futuras rachadu-

ras de extremidades de peça serrada.Verificou-se que todas as

metodologias produziram índices derachaduras de extremidades de tora sig-nificativamente diferentes entre si. Em-bora diferentes, esses índices apresen-taram quase que a mesma precisão napredição das rachaduras da madeiraserrada.

Israel explica também que as ra-

chaduras de extremidades de tora so-freram pequena influência da intensida-de de desbaste, sendo maiores nas in-tensidades intermediárias. Foram, ain-

da, significativamente meno-res nas toras da base da ár-vore.

As rachaduras de extre-midades de peça serrada nãosofreram influência nem da in-tensidade de desbaste e nemda posição da tora na árvore.

O encurvamento foibeneficiado pelos desbastes,apresentando-se com valormaior e bastante diferente,apenas na testemunha. Tam-bém foi maior e bem diferen-te dos demais apenas na po-sição correspondente ao topodo fuste comercial.

Para saber mais so-bre o assunto consulte a dis-sertação “Variações de Pro-

priedades Indicativas da Tensão deCrescimento em Função da Posição naÁrvore e da Intensidade de Desbastes”e as páginas 111 a 125 do número 58da Revista Scientia Forestalis.

Para contatos escreva [email protected] [email protected].

Rachaduras de extremidades de toras em Eucalyptus grandis

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JUL-AGO-SET/0110

E V E N T O

INCÊNDIOS FLORESTAIS NO BRASILPIRACICABA SEDIA 2o

SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DECONTROLE DE INCÊNDIOS FLO-RESTAIS

vos resultados científicos, bem comoapresentar novas tecnologias, produtose equipamentos de combate à incêndi-os florestais. Esse evento teve origemhá dez anos na Universidade Federal doParaná e tem se tornado um foro de dis-cussões de diversas instituições volta-das para a prevenção de incêndios flo-restais.

Além de palestras, um dia de de-monstrações de campo foi realizado noParque Florestal Fortaleza, pertencen-te à Ripasa, em Ibaté/SP. Houve simu-lação de queimadas e seu controle, fei-to por equipes com equipamentos ter-restres e o combate aéreo. O dia decampo foi acompanhado por mais de100 pessoas interessadas no assunto.

“Acompanhando as palestrasapresentadas durante o Simpósio, épossível perceber que, apesar dos ris-cos cada vez maiores nessa área, nãose pode dizer que nada vem sendo rea-lizado para minimizar o problema dosincêndios florestais”, afirma o engenhei-ro florestal Vanderlei Benedetti, um doscoordenadores do evento. Ele explicaque, diversas organizações e, mesmoempresas privadas, vêm realizandocampanhas de conscientização, alémdo desenvolvimento de pesquisas naárea de prevenção e combate de incên-dios florestais.

Com abrangência nacional exis-te o projeto PREVFOGO, do Ibama, e o

PROARCO, que integra ações do pró-prio Ibama na região Amazônica, e doInstituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais, em um projeto que utiliza imagens

saté l i tesn adetecçãode focosde incên-dios eq u e i m a -das. “Ou-tras insti-

tuições têm sedestacado napesquisa e di-vulgação deações que vi-sam amin im ização

Simulação de incêndio florestal promo-vida pelo 2o Simpósio Latino-Americano de

Controle de Incêndios Florestais.

Demonstração de combateterrestre de incêndio.

desse grave problema, entretanto, faltauma maior integração entre essas or-ganizações para uma divulgação maisampla e efetiva de métodos de preven-ção e combate de incêndios”, afirmaBenedetti.

Segundo ele, essas instituiçõesprecisam atuar conjuntamente emações educacionais e preventivas, eapresentar alternativas de preparo daterra sem o uso do fogo, uma vez que aqueimada em áreas agrícolas tem sidouma prática largamente difundida emtodo o país, substancialmente em regi-ões mais pobres e sem acesso àtecnologia e equipamentos apropriados.

A Embrapa, por exemplo, já vemdesenvolvendo alternativas práticas paraeliminação do uso do fogo no preparodo terreno em algumas culturas agríco-las. “Tais práticas precisam estar pron-tamente disponíveis aos agricultores pormeio de campanhas nacionais de divul-gação”, afirma.

Tecnologia - A análise de riscode ocorrência de incêndios florestaispode ser feita de uma forma eficaz utili-zando-se técnicas de

geoprocessamento, comosensoriamento remoto e sistemas deinformações geográficas, na geração demapas de risco. Esse foi um dos temasabordados durante o evento, pelo pro-fessor Carlos A. Vettorazzi, da ESALQ.“Essa análise é realizada por meio demodelagem cartográfica, levando-se emconta os fatores envolvidos no risco deinício e propagação de incêndios, taiscomo: condição da cobertura vegetal,condições meteorológicas, caracterís-ticas do relevo, atividades antrópicas,

etc.”, explica ele.Com as infor-

mações oferecidas pe-los mapas de risco, vá-rias medidas podemser tomadas para redu-zir a ocorrência de in-cêndios, como maior vi-gilância nas áreas derisco, restrição doacesso a esses locais,construção de aceirospreventivos e reorgani-

Nos dias 14, 15 e 16de agosto foi realizado noEngenho Central, emPiracicaba, o 2o SimpósioLatino-Americano de Con-trole de Incêndios Flores-tais. Esse evento, organiza-do pelo IPEF/ESALQ/USP,em parceria com a SIF e aFUPEF, tem permitido aintegração de diversas ins-tituições nacionais e inter-nacionais, e tem como umdos objetivos principais pro-mover a divulgação de no-

zação das práticas de manejo (corte,desbaste, limpeza etc.). Segundo o pro-fessor Vettorazzi, também podem sertomadas medidas de auxílio ao comba-te, como construção de estradas deacesso rápido aos locais de risco ealocação de recursos de combate empontos estratégicos.

Prevenção - Os desafios para aprevenção de incêndios florestais naAmazônia foi o tema da apresentaçãode Paulo Moutinho, do Instituto de Pes-quisa Ambiental da Amazônia (IPAM).Segundo o pesquisador, além dos even-tos climáticos, um aliado importante doincêndio florestal é a exploração não

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IPEF NOTÍCIAS 11

NOVO EQUIPAMENTO DO LQCE TRAZ ALTA TECNOLOGIAPARA EVOLUIR PESQUISAS

E V E N T O

T E C N O L O G I A

Coordenado pelo professorFrancides Gomes da Silva Jr., o Labo-ratório de Química, Celulose e Energia(LQCE) do Departamento de CiênciasFlorestais da ESALQ/USP foi criado nadécada de 60, paralelo à fundação doDepartamento de Ciências Florestais edo IPEF. Suas atividades sempre esti-veram intimamente ligadas ao desen-volvimento do setor celulósico papeleironacional. Com suas linhas de pesqui-sa, vem contribuindo de forma signifi-cativa para a formação de recursos hu-manos e para o desenvolvimento depesquisas e tecnologias, que envolvemdesde as atividades florestais básicasaté a plena utilização dos recursos flo-restais produzidos.

Em agosto de 2000, o Laborató-rio adquiriu um equipamento para a áreade Química Analítica Aplicada,cromatógrafo líquido de alto desempe-nho (HPLC/IC), como parte do plano demodernização em novas áreas de pes-quisa. Sua obtenção é voltada, funda-mentalmente, para duas linhas de pes-quisas: área de carboidratos de madei-ra e processos de polpação e branque-

amento.O equipamento complementa as

análises de madeira e polpa permitindoavaliar os teores de carboidratos emfunção da espécie, idade das árvoresprocessos de polpação, estágios esequencias e branqueamento. . Na de-finição da configuração do equipamen-to foi incluído um detectoramperométrico que permite a análise deíons presentes nos licores decozimentos e filtrados do branquea-mento. Além disso, realiza as determi-nações residuais de antraquinona emlicores e polpas.

Atualmente, já é inserido em ou-tros projetos, como na determinação defungicida de papel e avaliação de pre-servativo de madeira, além de comple-mentar teses de doutorado e disserta-ções mestrado.

Caracterizado pela extrema pre-cisão e abrangência de pesquisas, oequipamento é um dos poucos existen-tes no Brasil na área de celulose. Seuinvestimento de 90.000 dólares foi pos-sível com um financiamento da Fapesp.Segundo o professor doutor Luis

Ernesto George Barrichello, também doLQCE, sua grande versatilidade podeauxiliar pesquisas diversas, inclusive deoutros laboratórios. “No futuro ele pode-rá ser utilizado em todas as áreas doDepartamento de Ciências Florestais eaté em outros laboratórios da ESALQ,pois a variedade e amplitude de tiposde análises que se pode fazer é enor-me. Em função disso, pode-se geraruma série de novos trabalhos, conside-rados ‘de ponta’, pois está há algunsanos à frente da nossa realidade”, ex-plica o professor.

Novas Pesquisas - O Departa-mento de Ciências Florestais, por meiodo LQCE, está sediando um novo nú-cleo de integração de pesquisas, o Nú-cleo de Pesquisa em Celulose e Papel,que envolve a Unesp/Botucatu, o Insti-tuto de Química da USP de São Carlos,o Instituto de Pesquisas Tecnológicas ea Escola Politécnica da USP. “As pes-quisas desenvolvidas serão bastanteproveitosas com o uso do novo equipa-mento”, adianta Barrichello.

manejada de madeira. Moutinho explicaque, quando uma árvore de valor comer-cial é derrubada, 20 outras sãodanificadas, resultando na abertura devárias clareiras na mata. “Um maiornúmero de clareiras por sua vez aumen-ta a vulnerabilidade da floresta a incên-dios rasteiros durante a época de seca,pois permitem que os raios solares atin-jam o interior da mata tornando-a maisseca”, explica.

Quando a floresta explorada équeimada, geralmente por um fogo ras-teiro de poucos centímetros de altura,cerca de 40% das árvores morrem. Seo incêndio volta a ocorrer na mesmaárea, mais de 70% das árvores são eli-minadas. Na Amazônia, entre 10 mil e15 mil km2 são explorados anualmentepara a retirada de madeira, o que repre-senta uma área enorme propícia a ocor-rência ao fogo florestal.

“Este cenário de incêndios flo-restais poderá ser agravado no futurose o desmatamento na região prosse-guir no atual curso”, alerta Moutinho,considerando que quase a metade detoda a chuva que cai na região é produ-zida pela floresta através daevapotranspiração, e que a substituiçãoda floresta por outros sistemas poderáresultar em sucessivos aumentos dosincêndios florestais.

A mudança deste cenário futurode aumentos na incidência dos incên-dios florestais na Amazônia passa, ne-cessariamente, muito mais pelo avan-ço das técnicas de prevenção do incên-dio florestal, aliadas a mudanças deposturas socioeconômicas ligadas aouso do fogo, do que propriamente noseu combate.

O maior desafio, segundoMoutinho, será o de reconhecer a im-

portância do serviço ecológico presta-do pela floresta amazônica de manter oclima da região úmido e chuvoso e ajus-tar o desenvolvimento de modo a pre-servar tal condição e, assim, manter apaisagem da região livre do fogo, querepresenta hoje um dos principais agen-tes de transformação da paisagem ama-zônica.

Os participantes do Simpósioconstataram que, apesar das iniciativasimplementadas nos últimos anos, osincêndios florestais ainda causam im-pactos negativos a váriosecossistemas, constituindo-se num dosmaiores problemas ambientais do Bra-sil. Para contribuir na solução deste pro-blema nacional, um dos resultados doevento foi a redação da “Carta dePiracicaba”, que propõe ações gover-namentais para a prevenção e o con-trole de incêndios florestais.

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MAI-JUN/0110

Fig. 6

Fig. 3

Fig. 6

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IPEF NOTÍCIAS 13

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P R A G A S F L O R E S T A I S

No dia 06 de julho, o IPEF e a OrsaCelulose, Papel e Embalagens S.A. re-alizaram uma reunião técnica sobrenovas pragas do Pinus no Estado deSão Paulo, com a participação de 52profissionais representantes de empre-sas florestais do Estado de São Pauloe Paraná. O evento, realizado emItapeva/SP, teve como objetivo alertarsobre o risco de entrada e danos da ves-pa-da-madeira em São Paulo, e incen-tivar o seu monitoramento. Além disso,esclareceu questões sobre o pulgão doPinus, principalmente as relacionadasaos danos causados pela praga e pos-síveis medidas de controle. “Procura-mos mobilizar e sensibilizar o setor flo-restal, principalmente nos Estados deSão Paulo e Paraná, sobre a importân-cia da vespa-da-madeira e do pulgão”,explica o professor Carlos F. Wilcken,do Departamento de Produção Vegetalda UNESP/Botucatu, um dos coordena-dores da reunião.

Vespa-da-madeira - A vespa-da-madeira é uma praga introduzida noBrasil que vem causando sérios prejuí-zos econômicos, aos reflorestadores dePinus na região sul do país, principal-mente quando não monitorada. Com aintensificação do comércio de madeira,a entrada dessa praga em São Paulovia transporte rodoviário já é uma reali-dade. A larva da vespa da madeira já foidetectada em carregamento de madei-ra no Rio de Janeiro, vindo do Paraná.“A dispersão será apenas uma questãode tempo”, alerta o professor Wilcken,que informa que a praga está começan-do a ser encontrada no sul do Estadode São Paulo.

A vespa-da-madeira ataca árvo-res a partir dos oito anos de idade e podematá-la em dois a três meses. Essedano é causado quando a vespa inocu-la seu fungo patogênico no tronco da ár-vore. Se a madeira for destinada parafabricação de papel e celulose é possí-vel processá-la. Porém, se ela for paraserraria, a perda é de 100%. As árvoressão mais suscetíveis à vespa-da-ma-deira dos oito aos 20 anos e seu ataqueprovoca perdas irreparáveis. Desta for-

ma, perde-se, em pouco tempo, um in-vestimento de anos. “É diferente de umapraga inicial, em que é possível fazer oreplantio e em pouco tempo conseguerecuperar a floresta”, explica o profes-sor.

O Estado de S. Paulo possuo atu-almente entre 400 e 500 mil hectaresde Pinus. O grande risco é que o princi-pal destino desta madeira no Estado éa serraria – chapas e aglomerados -, oque causará danos significativos. Alémdisso, muitas florestas de Pinus são uti-lizadas para a produção de resina. Se-gundo o professor Wilcken, as flores-tas destinadas à produção de goma re-sina correm um risco muito grande, poispelo próprio processo de se fazer umcorte na árvore para retirada da resina,ela é estressada e passa a ser altamen-te suscetível à esta praga. “Essa pragapode, inclusive, limitar essa atividadeeconômica no Estado, que é importan-te”, alerta.

Outro fator alarmante é que, noEstado de São Paulo, a vespa-da-ma-deira tende a encontrar uma condiçãopara se espalhar e causar danos maiorque no Sul do país. Isso porque as plan-tas do clima mais frio e úmido têm umvigor maior (mesmo assim, em algumasáreas do sul houve perdas de 30 a 40%das árvores). Em São Paulo e MinasGerais, o clima caracteriza-se por uminverno bem seco e mais quente. A es-tação seca estressa as árvores e favo-rece o ataque das vespas. São Pauloestá, portanto, passível da praga se es-palhar mais rápido, pois encontrará umclima mais favorável para ela, e as ár-vores estarão mais suscetíveis.

O evento tentou sensibilizar osparticipantes, mostrando a importânciada praga e de sua detecção precoce.“Quando mais cedo ela for detectada,mais fácil serão as alternativas paracontrole”, explica Wilcken. Omonitoramento consiste no preparo einstalação de árvores-armadilhas. Es-colhe-se um grupo de árvores atrativaspara a praga, mais estressadas, ondeserão instaladas as armadilhas entre osmeses de agosto, setembro e outubro.

No mês de dezembro, que é a épocade revoada do adulto, tem-se a árvoreem condições de ser suscetível à ves-pa. No ataque dessas árvores é feito omonitoramento.

A partir do momento que ela foidetectada, as estratégias de controle en-volvem o controle silvicultural, realizan-do o manejo de desbaste, pois quandonão é feito adequadamente deixa o plan-tio mais suscetível ao ataque e disse-minação. O professor Wilcken lembraque, no Sul, um dos responsáveis pelocontrole da vespa foi a regularizaçãodos desbastes. “Uma floresta vigorosaé menos sensível ao ataque da vespa”,diz. Também é adequado utilizar o con-trole biológico. O Programa de Manejoe Controle de Pragas e Doenças Flo-restais (Protef) do IPEF já está traba-lhando em conjunto com a Embrapapara disponibilizar para as empresas osinimigos naturais, que são osnematóides parasitas. São feitos furosnas árvores-armadilhas onde é detec-tada a presença da larva e é injetado onematóide dentro da tora cortada, quecaminha pela árvore até achar a vespae parasitá-la. Quando a vespa for adul-ta, ela será estéril. Se ela colocar ou-tros ovos e atacar outras árvores, esta-rá disseminando o próprio nematóide.Ou seja, a própria vespa irá fazer o con-trole dela mesma. Como o ciclo da ves-pa, na maioria dos casos, é anual, essesistema leva, no mínimo de um ano emeio a dois anos para começar a teravaliação dessa aplicação do inimigonatural.

Pulgão - O pulgão do Pinus é ou-tra praga com potencial de causar da-nos às plantações e que já está presenteem diversos plantios dos Estados deSão Paulo e Paraná, causando perdassignificativas, que em alguns casos pas-sam desapercebidas.

Essa praga ataca tanto as raízescomo a parte aérea das mudas. O danovaria desde um menor desenvolvimen-to inicial das mudas e a bifurcação dasplantas. Outro dano, quando não causao bifurcamento, é o desvio eentortamento do fuste, o que é um pro-

REUNIÃO TÉCNICA DISCUTIU NOVAS PRAGAS DO PINUSNO ESTADO DE SÃO PAULO

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JUL-AGO-SET/0114

P R A G A S F L O R E S T A I S

E V E N T O

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DISCUTIU GESTÃO EECONOMIA DE RECURSOS FLORESTAIS

No período de 04 a 07 de julho,Porto Seguro/BA sediou o 1º SimpósioIbero-Americano de Gestão e Economiade Recursos Florestais, realizado peloIPEF e coordenado pelo Prof. LuizCarlos Estraviz Rodriguez, que contoucom a participação de 120 participan-tes brasileiros e estrangeiros, entre pes-quisadores, professores, estudantes degraduação e pós-graduação, profissio-nais de entidades públicas e privadas.Entre os participantes estrangeiros tive-mos vinte e dois colegas de Portugal,Espanha, Venezuela, Argentina, Uru-guai, Chile e Estados Unidos.

Com o objetivo de estabelecerum fórum constituído por pesquisado-res nacionais e internacionais para adiscussão de temas florestais nas áre-as de Economia, Planejamento, Siste-

mas de Apoio à Gestão e Tecnologia daInformação, o evento foi uma mostra dasnovas perspectivas científicas etecnológicas que lidam com os proble-mas do setor florestal nessas áreas.Além disso, foi uma oportunidade pararealizar contatos e unir os interesses deinstitutos, empresas e universidades flo-restais do mundo Ibero-Americano.

Foram três dias de intensa ativi-dade e integração, em uma das cida-des mais atraentes do Brasil. Em umambiente onde prevaleceu a troca cons-tante de experiências, houve a apresen-tação de três conferências, 12 palestrasconvidadas, 36 trabalhos voluntários e16 posters. Os temas foram variados:política florestal e modelos econômicos,caracterização dos setores florestais devários países ibero-americanos,

ecoturismo, sistemas agroflorestais,aproveitamento de resíduos florestais,captura de carbono, sistemas de apoioao planejamento florestal etc.

Entre os temas que despertarammaior interesse, estava a apresentaçãode Sebastião Kengen, que tratou dosprecedentes históricos que explicam emque contexto se procura hoje definir umnovo Programa Nacional de Florestas(PNF). Ângela Macedo, do BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES),apresentou a evolução dosinvestimentos públicos no setor florestalbrasileiro e discutiu as tendências queatualmente orientam o apoio oferecidopelo banco. Garo Batmanian, do WorldWide Fund For Nature (WWF), discutiua importância dos processos de

blema sério no desdobro e na qualida-de da madeira para serraria. A plantaacaba perdendo muito em crescimentoe altura, pois ocorre o envassoramentoou superbrotação, saindo cinco ou seisbrotações na planta. Em alguns casosprovoca a morte da muda. Talhões dePinus taeda já tiveram de 30 a 40% demorte e em Pinus caribea até 70% demortalidade, com um ano de idade. “Osdanos em outras regiões do Estado es-tão sendo semelhantes”, alerta o pro-fessor da Unesp.

O pulgão é uma praga nova, comciclo biológico muito rápido. Em cercade 20 dias uma fêmea do pulgão estáadulta colocando sua ninfa, e essa ninfachega a fazer novo adulto em 20 dias.Cada pulgão põe em média de 25 a 30novos pulgões, num ciclo contínuo dereprodução, pois não existem machos.Quando a fêmea está na fase adulta elainicia sua reprodução. Ocorre em mai-or intensidade no inverno, tendo inícioem março, com pico em setembro eoutubro, quando ocorre principalmentea mortalidade. O pulgão não suporta al-tas temperaturas, pois é de clima tem-

perado. No verão se abriga no solo, nasraízes, interferindo também no cresci-mento da muda.

Estudos já foram iniciados paraconhecer a dinâmica populacional nocampo (quando aumenta e quando di-minui) e os fatores naturais de mortali-dade (inimigos naturais presentes noPinus). “Emergencialmente estão sen-do testados os inseticidas que dariam omelhor controle com o menor impactoambiental”, explica Wilcken. A Embrapa,porém, já está realizando estudos e con-tatos para importação do inimigo natu-ral para controlá-lo. No Brasil, já foi de-tectado também um fungo patogênicoao pulgão que, aparentemente, é impor-tante nesse controle natural.

O pulgão ocorre na América doNorte, Europa e Ásia, mas é realmenteum problema nos países onde foi intro-duzido, pois ainda não existe inimigonatural para mantê-lo num nível baixo.No Mercosul, os danos mais sérios fo-ram detectados no Brasil. A praga já ata-cou também a África e a Austrália.

Um dos alertas dos pesquisado-res para as empresas florestais é de que

o dano do pulgão pode ser confundidocom deficiência nutricional ou problemade manejo de plantio. Muitas vezes,quando a empresa percebe, a árvore játeve seu tronco bifurcado.

Alerta - O objetivo da reunião foialertar as empresas florestais e mos-trar os danos que essas duas pragasvem causando, para que seus plantiossejam observados e a praga seja con-trolada na fase inicial, evitando danosirreversíveis.

Segundo os organizadores, ainiciativa da reunião foi muito elogiadapelos participantes. “Esperamos quehaja um retorno dessas empresas parasabermos onde está ocorrendo o pro-blema”, diz Carlos Wilcken. Está sendoviabilizando um convênio entre o IPEF,a UNESP de Botucatu e a Embrapa,para trabalhar em conjunto no estudoda praga e do seu controle. O objetivo éque, a partir do momento que essespesquisadores tenham um retrato maisreal da situação no Estado, seja esta-belecido um programa de controle.

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IPEF NOTÍCIAS 15

E V E N T O

certificação e o seu avanço comomecanismo para garantia desustentabilidade do manejo de recursosflorestais naturais e plantados no Brasil.

Alguns trabalhos voluntários atra-íram mais a atenção do público, como otrabalho apresentado por Marcelo Ro-cha, da USP, sobre projetos para se-qüestro de carbono; os diversos traba-lhos tratando de sistemas de gestão dainformação; aqueles que trataram de ca-racterizar os setores florestais de impor-tantes países ibero-americanos: Chile,Argentina, Espanha, Portugal e EstadosUnidos; e experiências com sistemas eferramentas de apoio ao planejamentoflorestal, como osapresentados pelosportugueses (JoséBorges e André Fal-cão), brasileiros(Edilson Oliveira -Embrapa, Silvana No-bre - Athena, FernandoSeixas - USP) e chile-nos (Rafale Epstein eJaime Catalán).

Avanços - OSimpósio mostrou ha-ver grandes avançosna área de sistemasespecializados para amodernização de ban-cos de dados e para agestão otimizada derecursos florestais. “OBrasil, assim como ou-tros países, parece ter aumentado o ní-vel técnico dos procedimentos usadosquando o problema de gestão florestalenvolve o manejo milhares de hectares”,afirma Luiz Carlos Estraviz Rodriguez,professor de Economia e PlanejamentoFlorestal da ESALQ/USP. Nesses ca-sos, segundo ele, a quantidade de infor-mações a serem tratadas e a complexi-dade do ambiente de decisão passa aexigir maior profissionalismo e a adoçãode técnicas computacionais, matemáti-cas e estatísticas mais aprimoradas.Vários foram os trabalhos apresentadosnessas áreas.

“O Brasil já ocupa posições dedestaque, como é o caso, por exemplo,do nosso nível de desenvolvimento naárea de fibras de celulose”, explica o pro-fessor, mencionando o fato do país co-

meçar a destacar-se também comoprodutor de chapas e de madeira pro-cessada. “Entretanto, dadas as nossasvantagens comparativas, ainda sãomuitas as oportunidades. São enormesas potencialidades e são inúmeras aspossibilidades de agregação de valor ànossa matéria-prima de origem flores-tal”, afirma.

Ele cita fatores como nossascondições climáticas, edáficas e de dis-ponibilidade de áreas que permitem aoBrasil custos de produção em níveisinexistentes em diversos outros paísesdo mundo. “O manejo sustentável ecertificação de florestas naturais trará

novos desafios para diferenciar o nos-so produto e agregar suficiente valorque seja realmente internalizado e ab-sorvido pela nossa economia”, afirmaLuiz Carlos. Entretanto, os investimen-tos em capacitação de recursos huma-nos ainda são incipientes para garantira geração de novas tecnologias para oprocessamento e transformação danossa própria matéria-prima florestaltropical. Ele exemplifica com o atualimpasse na definição da área mínimaimposta para preservação permanentee reserva legal em propriedades rurais,que introduz instabilidades que adiaminvestimentos e desestimulam a utiliza-ção racional dos recursos florestais.“Superadas essas dificuldades, acredi-to que o Brasil será no futuro referênciainternacional como produtor de fibras e

produtos florestais processados”, dizele.

“Para o setor florestal brasileiroficou a certeza de que são muitas assimilaridades entre os setores florestaisdos diversos países ibero-americanos”,afirma o professor Luiz Carlos. Segun-do ele, as políticas e experiências de-senvolvidas em outros países podemservir como balizadores para as neces-sidades brasileiras. “Fóruns como oSimpósio Ibero-Americano permitemque os interessados na discussão téc-nico-científica desses temas possaocorrer”, diz. Os profissionais presen-tes e que exercem a gestão de recur-

sos florestais priva-dos ou públicos tive-ram a oportunidadede apreciar os avan-ços e as novas téc-nicas disponíveiscomo ferramentaspara o seu trabalho.Enfim, depois de dezanos sem um even-to similar no Brasil,podemos concluirque cada participan-te voltou para casacom novas informa-ções e referênciasque certamente es-tarão sendo coloca-das em prática nassuas respectivasinstituições.

Existe a intenção de tornar esteevento bienal e itinerante.Provavelmente, um próximo SimpósioIbero-Americano de Gestão e EconomiaFlorestal será organizado em um outropaís da América do Sul, ou na Espanhaou em Portugal.Um resumo de todos os trabalhos apre-sentados pode ser encontrado no IPEFOn Line pelo endereço: http://w w w . i p e f . b r / e v e n t o s / s i a g e f /programacao.html. Uma cópia dosanais do simpósio em formato PDFpode ser obtida no endereço: http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr34.html

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JUL/AGO/SET-2001 26(157)

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