Projeto de um aterro sanitário em Presidente Prudente20Ambiental... · do Ministério do Meio...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Ciências e Tecnologia Projeto de um aterro sanitário em Presidente Prudente Nomes: Bruno Frias Carolina Ambrósio Cláudia Ayumi Roberta Coppola Tamíris Corrêa Profa Dra Maria Cristina Rizk Presidente Prudente 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“Júlio de Mesquita Filho”

Faculdade de Ciências e Tecnologia

Projeto de um aterro

sanitário em Presidente

Prudente

Nomes: Bruno Frias

Carolina Ambrósio

Cláudia Ayumi

Roberta Coppola

Tamíris Corrêa

Profa Dra Maria Cristina Rizk

Presidente Prudente

2015

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SUMÁRIO

1 - IDENTIFICAÇÃO .............................................................................................................................. 1

2 - ESTUDO DE MERCADO ................................................................................................................... 1

3 - LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS ................................................................................................. 7

4 - LOCALIZAÇÃO ................................................................................................................................. 8

5 - RESÍDUOS SÓLIDOS EM PRESIDENTE PRUDENTE ...........................................................................15

6 - OBJETIVOS ....................................................................................................................................17

7 - TAMANHO ....................................................................................................................................18

8 - MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................................................................18

8.1 - ATERRO SANITÁRIO .......................................................................................................... 18

8.2 - DRENAGEM DE PERCOLADOS .............................................................................................. 19

8.3 - DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS .......................................................................................... 21

8.4 - DRENAGEM DE BIOGÁS ..................................................................................................... 21

8.5 - IMPERMEABILIZAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO ........................................................................ 22

8.6 - COBRIMENTO DIÁRIO DOS RESÍDUOS DISPOSTOS ................................................................... 23

8.7 - REVESTIMENTO FINAL ....................................................................................................... 23

8.8 - OBSERVAÇÕES IMPORTANTES ............................................................................................. 24

9 - MEMORIAL DE CÁLCULOS .............................................................................................................24

9.1 - ESTIMAÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO ANO DE 2030 .............................. 24

9.2 - DIMENSIONAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO E SUAS CÉLULAS .................................................... 26

9.3 - CÁLCULO DO VOLUME DE RESÍDUO A SER ATERRADO DIARIAMENTE ............................................ 26

9.4 - CÁLCULO DA ÁREA DE CADA CÉLULA DO ATERRO ..................................................................... 27

9.5 - VOLUME RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA VIDA ÚTIL DO ATERRO ............................................... 28

9.6 - ÁREA TOTAL DO ATERRO SANITÁRIO ..................................................................................... 29

9.7 - DETERMINAÇÃO DA VAZÃO MENSAL DE PERCOLADOS .............................................................. 30

9.8 - DIMENSIONAMENTO DO DIÂMETRO DA TUBULAÇÃO A SER UTILIZADA ......................................... 32

9.9 - ESPAÇAMENTO ENTRE A TUBULAÇÃO DE DRENAGEM DE PERCOLADOS SECUNDÁRIA ....................... 33

9.10 - ANGULAÇÃO ENTRE DRENO PRINCIPAL E SECUNDÁRIOS E METRAGEM TOTAL DE TUBULAÇÃO ....... 34

9.11 - LAGOAS DE RECOLHIMENTO DE PERCOLADOS.................................................................... 35

9.12 - CÁLCULO DO TEMPO DE CONCENTRAÇÃO DA MICRO BACIA DO CÓRREGO DO LIMOEIRO ............. 36

9.13 - CÁLCULO DA INTENSIDADE DE CHUVA ASSOCIADA AO TEMPO DE CONCENTRAÇÃO ..................... 38

9.14 - CÁLCULO DA VAZÃO DE PICO DE ÁGUAS PLUVIAIS NA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO .................... 38

9.15 - DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO PARA RECOLHIMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS ..................... 39

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9.16 - MATERIAL DE COBERTURA ............................................................................................. 40

9.17 - IMPERMEABILIZAÇÃO DE BASE DO ATERRO SANITÁRIO ........................................................ 41

9.18 - REVESTIMENTO FINAL DO ATERRO SANITÁRIO .................................................................... 42

10 - CUSTOS .....................................................................................................................................44

10.1 - EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS ....................................................................................... 44

10.2 - MATERIAL PARA A IMPLANTAÇÃO E DESATIVAÇÃO DO ATERRO .............................................. 45

10.3 - CONSTRUÇÕES NECESSÁRIAS PARA A OPERAÇÃO DO ATERRO ................................................ 47

10.4 - CONSIDERAÇÕES PARA OS VALORES CALCULADOS ............................................................... 48

11 - MANUAL DE OPERAÇÃO ...........................................................................................................48

11.1 - HORÁRIO DE COLETA E FUNCIONAMENTO ......................................................................... 49

11.2 - FUNCIONAMENTO DIÁRIO ............................................................................................. 49

11.2.1 - Chegada e Pesagem .......................................................................................... 51

11.2.2 - Espalhamento .................................................................................................... 51

11.2.3 - Compactação ..................................................................................................... 51

11.2.4 - Cobertura ........................................................................................................... 52

11.2.5 - Monitoramento ................................................................................................. 53

11.2.6 - Encerramento do Aterro .................................................................................... 53

11.2.7 - Plano de emergência ......................................................................................... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 55

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1 - IDENTIFICAÇÃO

Empreendimento: Projeto de aterro sanitário classe II, localizado no município de

Presidente Prudente – SP.

Proponente:

Prefeitura Municipal de Presidente Prudente/Companhia Prudentina de Desenvolvimento

(PRUDENCO)

Prefeito: Milton Carlos de Mello

Endereço: Avenida Coronel José Soares Marcondes,1200, Centro, Presidente Prudente –

SP

CEP: 19010-000

Telefone:(18) 3221-0049

Executor

DRISPRES Soluções Ambientais e Consultoria

Endereço: Rua Siqueira Campos, 1545, Vila São Jorge, Presidente Prudente – SP

CEP:19013-030

Telefone: (18) 3223-1452

Responsáveis técnicos:

Bruno Frias Fagá, Engenheiro Ambiental, CREA- SP 0400632304

Carolina Ambrósio Beraldo, Engenheira Ambiental, CREA - SP 0401012493

Cláudia AyumiYokota, Engenheira Ambiental, CREA - SP 0400375190

Roberta Cristina Coppola, Engenheira Ambiental, CREA - SP 0400678512

Tamíris Silva Corrêa, Engenheira Ambiental, CREA - SP 0412090844

2 - ESTUDO DE MERCADO

Desde 2010, o manejo dos resíduos sólidos urbanos no Brasil tem mudado de

maneira bastante incisiva, principalmente devido a promulgação da Lei 12305/2010, a

Política Nacional de Resíduos Sólidos. Através desses mecanismos legais, passou-se a

associar às gestões pública e privada, principalmente para resíduos sólidos urbanos, uma

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forma mais racional e ambientalmente correta de lidar com o processo de destinação e

disposição final ambientalmente adequada desses resíduos citados.

Ademais, com a atualização da Lei de Crimes Ambientais (9605/1998), pelo

Decreto 6514/2008, a necessidade de fazer uma gestão adequada dos resíduos sólidos no

geral, inclusive urbanos, passou a ser uma prioridade na agenda pública dos municípios,

em especial de menor porte.

A Lei 12305/2010, no seu Art. 3o, define um termo muito importante quando se

trabalha com gestão de resíduos sólidos urbanos.

“VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de

rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos

ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;”

(Lei 12305/2010, Art. 3o)

De acordo com o IPEA (2012), no Brasil, na atualidade, a disposição em solo

(aterro sanitário, aterro controlado e lixão) tem sido responsável por receber grande parte

dos resíduos encaminhados para destinação e disposição final. A Tabela 1 mostra a

situação do Brasil em 2008 no que se refere ao gerenciamento dos resíduos sólidos

gerados, principalmente nas etapas de destinação e disposição ambientalmente

adequadas. Os valores apresentados na mesma podem ultrapassar 100%, na medida que

alguns municípios podem recorrer a mais de um tipo de destinação e/ou disposição final.

Tabela 1: Destinação final de resíduos domiciliares e/ou públicos por número de

municípios (Fonte: IPEA, 2012)

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É interessante ressaltar que existe uma grande predominância de lixões e aterros

controlados recebendo resíduos sólidos urbanos no Brasil, o que é bastante preocupante

do ponto de vista ambiental. A situação se torna ainda mais complexa, devido ao fato de

grande parte dessas estruturas fazerem parte da política pública de gerenciamento de

resíduos sólidos de certos municípios.

O lixão é caracterizado pelo total descontrole de resíduos alocados, onde aqueles

de baixa periculosidade (resíduos domésticos, por exemplo) são alocados juntamente

com os de alta periculosidade (resíduos industriais), além de não existir qualquer forma

de proteção ambiental nas localidades em que essas estruturas arcaicas são instaladas.

Sendo assim, os impactos ambientais gerados podem ser: contaminação do solo

e sistema aquáticos pelos percolados gerados pela decomposição aeróbica dos resíduos

(em especial orgânicos), poluição do ar pelo gás metano gerado pelo mesmo processo

acima citado, dentre outros. Do ponto de vista sanitário, não se deve esquecer que o lixão

pode ser considerado um grande precursor de vetores de doenças que afetam o ser

humano.

Visto os grandes impactos que a instalação de lixões, hoje predominantes no

cenário nacional, podem trazer (inclusive para a saúde humana), os Artigos 61 e 62 do

decreto 6514/2008 (atualização da Lei 9605/1998) impõe penalidades administrativas

para aqueles que realizarem destinação ou disposição final de resíduos sólidos em lixões,

podendo ser multa de R$ 5.000,00 a R$ 50.000.000,00.

Dessa forma, os lixões que se encontram em funcionamento, estão em desacordo

com as Leis nº 12.305/2010 e 9.605/98. Entretanto, com a Política Nacional de Resíduos

Sólidos, IPEA (2014) destaca que, em apenas quatro anos, pode-se dizer que houve

ganhos significativos no âmbito do gerenciamento integrado, em especial disposição e

destinação final ambientalmente adequadas. Com base nos dados levantados em 2014

pelo Ministério do Meio Ambiente junto às unidades da federação, dos 5.564 municípios

existentes, 2.200 (39,5%) dispõem seus resíduos sólidos urbanos coletados em aterros

sanitários. Dessa forma, em comparação com os dados da Tabela 1, de 2008, houve uma

pequena melhora, entretanto a quantidade de lixões e aterros controlados ativos ainda é

muito grande. Deve-se citar que os grandes avanços no gerenciamento integrado de

resíduos sólidos estiveram ligados ao estabelecimento de aterros sanitários.

Nesse momento, é interessante citar que a maioria dos resíduos sólidos urbanos

gerados em cidades brasileiras tem uma composição majoritária de matéria orgânica e

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alto teor de umidade, segundo RECESA (2008), o que traria a possível conclusão de que

um processo de compostagem poderia ser empregado com maior eficiência, em

detrimento do aterramento.

De maneira geral, a compostagem é uma forma de tratamento biológico da

parcela orgânica dos resíduos, em que tenta estabelecer uma degradação por via aeróbica

com a formação de um produto estável. Esse processo diminui a quantidade de resíduos

que são depositados em locais como os aterros sanitários. Produz um composto que, por

ser muito rico em nutrientes, pode ser utilizado na agricultura, melhorando o

desenvolvimento de plantas e jardins.

A adesão a esse tipo de destinação demanda a construção de uma usina de

triagem para separar o material orgânico, com a necessidade grande quantidade mão-de-

obra, materiais, tempo e estrutura física, tonando-se assim, inviável pois, de acordo com

IPEA(2012), em grande parte das cidades brasileiras não ocorre a segregação efetiva dos

resíduos sólidos gerados. Para que a compostagem possa ocorrer plenamente, é

necessário que os resíduos a serem tratados sejam majoritariamente orgânicos e com alto

teor de umidade. Proceder para compostagem sem uma segregação adequada dos

resíduos significaria uma perda de tempo e recursos.

Além disso, existem dificuldades de comercialização desses compostos gerados,

pelo fato desse poder estar comprometido por contaminantes e/ou metais pesados,

necessitando que os órgãos reguladores competentes (ANVISA, etc.) emitam pareceres

favoráveis para disponibilização no mercado e utilização nas rotinas agrícolas. Por isso, a

alternativa de compostagem em âmbito nacional, ainda não é viável, vista a necessidade

de mão-de-obra e de construção da usina de triagem para cuidar somente de uma parcela

do total de resíduos necessita de um grande investimento de dinheiro público.

Outra alternativa pensada para a destinação final da parcela inorgânica dos

resíduos sólidos urbanos é incineração, que, apesar de reduzir os resíduos em até 5% do

volume e 15% do peso original, transformando-se em cinzas e escória, existem várias

desvantagens relacionadas ao estabelecimento desse processo, tais como: investimento

muito elevado, alto custo de operação e manutenção; possibilidade de causar poluição

atmosférica quando o incinerador é mal projetado ou mal operado e exigência de mão de

obra especializada na operação. A incineração é uma alternativa muito cara e perigosa

ambientalmente.

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Vistos os aspectos citados, os aterros sanitários se mostram como a melhor

alternativa para a destinação final dos resíduos sólidos urbanos. Entre suas principais

vantagens, pode-se explicitar que este não necessita de segregação, o que é importante

em outras formas de tratamento como a compostagem e a incineração; não demanda altos

custos para sua operação, além de pode ser considerado uma forma de tratamento de

baixo custo.

Ribeiro (2014) ainda relata que entre 2010 e 2014, o Governo Federal, por meio

do Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Cidades e Fundação Nacional de Saúde

(Funasa), destinou R$ 1,2 bilhão para implantar a Política Nacional de Saneamento

Básico, dobrando o número de municípios atendidos.

Com o intuito de auxiliar no desenvolvimento do setor de resíduos sólidos no

Brasil, foram criadas fontes de Financiamento, ou linhas de crédito. Essas linhas de

crédito têm como objetivo auxiliar na elaboração de planos e implantação de projetos

estaduais e municipais de gestão de resíduos sólidos quando os mesmos não possuem

capital para investir.

Um grande exemplo de financiamento exclusivo para o setor de resíduos sólidos

urbanos é o da Caixa Econômica Federal. De acordo com Conde (2011) esse

financiamento oferece condições específicas para investimentos em manejo de resíduos

sólidos, e destina-se à implementação de ações relativas ao acondicionamento, à coleta e

transporte, ao transbordo, à triagem, reciclagem e destinação final dos resíduos oriundos

das atividades de construção civil. Além disso, nessas ações estão inclusas obras e

serviços, materiais e equipamentos, terrenos, estudos e projetos.

Ainda segundo Conde (2011), cada proposta de projeto enviada à Caixa pode

resultar em um valor máximo de empréstimo de R$ 10 milhões, sendo que para o setor

público, o valor correspondente à contrapartida mínima é de 5% do investimento, já para

o setor privado, o índice é de 20%.

O Ministério do Meio Ambiente divulgou outras fontes de financiamento para o

setor de resíduos sólidos no Brasil, que podem ser utilizadas tanto para o setor público

quanto para o privado. Abaixo, na Tabela 2, estão dispostos alguns exemplos das fontes

de financiamentos divulgados:

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Tabela 2: Fontes de financiamento

Empresas Finalidade

FINAME

Empresarial

Financiamento de longo prazo para aquisição e produção de

máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional,

incluindo veículos de carga, cadastrados no BNDES e

financiamento de capital de giro para micro, pequenas e médias

empresas na linha de financiamento do MPME BK (Micro,

Pequenas e Médias Empresas – Aquisição de Bens de Capital).

FCO Empresarial Financiamento de bens e serviços necessários à implantação,

ampliação, modernização e reforma de infraestrutura econômica,

com ou sem capital de giro associado e aquisição de insumos

para usinas de compostagem e aterros sanitários.

Cartão BNDES Financiar a aquisição de bens de produção nacional cadastrados

no BNDES para micro, pequenas e médias empresas, com base

no conceito de cartão de crédito, sendo o BB um dos emissores

do cartão.

Proger Urbano

Empresarial

Financiar projetos de investimento, com ou sem capital de giro

associado, que proporcionem a geração ou manutenção de

emprego e renda na área urbana, viabilizando o desenvolvimento

sustentado das empresas de micro e pequeno porte.

Proger Urbano

COOPERFAT

Financiar projetos de investimento. Os pré-requisitos para o

financiamento são possuir conta-corrente, limite de crédito

estabelecido e inexistência de restrições.

Por fim, analisando cada tipo de destinação final, suas vantagens e

desvantagens, fica claro que uma das opções mais viáveis para as cidades brasileiras, em

especial de médio porte,é a instalação de um aterro sanitário, visto que não necessita de

triagem, além de ter à disposição vários tipos de financiamentos para a sua construção.

No âmbito do Estado de São Paulo, a Companhia Ambiental do Estado de São

Paulo(CETESB), divulgou a figura 1, mostrando a grande demanda por projetos de

disposição e destinação final de resíduos sólidos urbanos no âmbito paulista.

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Figura 1: Situação da destinação/disposição final de resíduos sólidos no Estado de São Paulo (Fonte:

CETESB, 2011)

3 - LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS

A Resolução CONAMA nº 220, de 12 de novembro de 2008, estabelece que os

procedimentos de licenciamento ambiental de aterros sanitários de pequeno porte sejam

realizados de forma simplificada de acordo com os critérios e diretrizes definidos nesta

Resolução.

Essa resolução se aplica somente aos resíduos que não sejam perigosos e que

tenham características similares aos gerados em domicílios, bem como aos resíduos de

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serviços de saúde que não requerem tratamento prévio à disposição final e aqueles que

pela sua classificação de risco necessitam de tratamento prévio à disposição final, de

acordo com a regulamentação técnica dos órgãos de saúde e de meio ambiente.

Um ponto interessante dessa Resolução é que ela dispensa o EIA/RIMA, podendo

este só ser aplicado somente se órgão ambiental competente verificar que o aterro

proposto é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente.

Além da Resolução CONAMA, algumas ABNTs tratam sobre aterros sanitários,

cada uma específica para determinado assunto, como descrito a seguir:

ABNT NBR 8419:1992 Versão Corrigida:1996: Apresentação de Projetos de

Aterros Sanitários de Resíduos Sólidos Urbanos – Procedimento. Esta fixa as condições

mínimas exigíveis para a apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos

sólidos urbanos.

ABNT NBR 15849:2010: Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de

pequeno porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e

encerramento. Esta especifica os requisitos mínimos para localização, projeto,

implantação, operação e encerramento de aterros sanitários de pequeno porte, para a

disposição final de resíduos sólidos urbanos.

4 - LOCALIZAÇÃO

A escolha da área adequada para a construção de um aterro sanitário deve ser feita

de forma bem criteriosa, levando sempre em consideração parâmetros característicos do

local de interesse, garantindo condições sanitárias adequadas, melhor custo benefício,

bem estar da população local, evitando contaminação das águas e promovendo a proteção

do meio ambiente como um todo. Pensando em todos esses aspectos, optou-se por fazer

um SIG (Sistemas de Informações Geográficas) para auxiliar a tomada da decisão em

relação a localização do projeto, o software utilizado foi o Spring 5.2.7 para Windows.

A área estudada (macrolocalização do projeto) é mostrada na Figura 3 abaixo, a

qual engloba a região do município de Presidente Prudente, as coordenadas da região

podem ser vistas no Quadro 1. Tal macrolocalização foi definida com base na Figura 1 e

Figura 2, que mostram o município de Presidente Prudente em desacordo com as

diretrizes estabelecidas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).

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Figura 2: Situação da UGRHI 22 com relação a destinação/disposição final de resíduos sólidos urbanos.

Figura 3: Macrolocalização do projeto (Fonte: Google Earth)

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Quadro 1: Identificação da área de estudo

Ponto Coordenadas

UTM (m)

Latitude Longitude

I 450098.0000 E

7544105.0000 S

22°12'27.67"S 51°29'2.95"O

II 466298.0000 E

7559905.0000 S

22° 3'55.21"S 51°19'35.95"O

III 466298.0000 E

7544105.0000 S

22° 3'53.81"S 51°29'1.19"O

IV 450098.0000 E

7559905.0000 S

22°12'29.08"S 51°19'37.13"O

Para a realização do SIG, foram necessários dados sobre malha urbana, sobre a

malha viária, a hidrografia, a altimetria e a profundidade do lençol freático. Os três

primeiros dados foram transformados em mapas de distâncias, e assim, dentro da área

estudada (mostrada na Figura 3) foram obtidas as distâncias para a malha urbana, para a

rede viária e para os corpos d’água. Com os dados de altimetria foi gerada uma grade

retangular com a declividade da região.

Em seguida, foram considerados alguns aspectos restritivos para que a localização

do aterro atenda recomendações técnicas e ambientais de maneira a não prejudicar a

população e o meio ambiente, e ainda seja economicamente viável. Todos esses aspectos

podem ser vistos no Quadro 2 abaixo.

Quadro 2: Variáveis e seus respectivos aspectos restritivos

Variável Distância Valor Função Intervalo

de

aplicação

Valor Distância Valor

Corpos

d’água(1)

<=200 m 0 Sigmoidal 200 m -

300m

0 - 1 >=300 m 1

Rede

viária (2)

<=200 m

>=1000m

0 Sigmoidal 0 m –

200 m

500 m -

1000 m

0 - 1

1 - 0

200 m -

500 m

1

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Malha

urbana (3)

<=1000m

>=6000m

0 Sigmoidal 1000 m -

2000 m

5000 m -

6000 m

0 - 1

1 - 0

2000 m -

5000 m

1

Declividade (4) <=10% 1 Cosseno 10% -

20%

1 - 0 >=20% 0

Profundidade

do lençol

freático(5)

<=5 m 0 Sigmoidal 5 m -

15 m

0 - 1 >=15 m 1

(1) Distância mínima de acordo com o manual da CETESB (1997).

(2) Restrições segundo Samizava et al. (2008).

(3) Restrições segundo Samizava et al. (2008).

(4) Restrições segundo Samizava et al. (2008).

(5) Restrições segundo Samizava et al. (2008).

Posteriormente, os planos de informações foram confrontados um a um entre si e,

de acordo com sua importância frente aos outros, cada um deles recebeu um peso. A

partir dessa etapa as informações em cada plano foram combinadas para formar apenas

um; os planos de informação considerados mais importantes foram o de distância dos

cursos d’água, de profundidade do lençol freático e de declividade.

Por último, foi gerado um mapa das áreas adequadas para a instalação do aterro

sanitário na região de Presidente Prudente, o qual é mostrado na Figura 4 abaixo.

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Figura 4: Mapa de aptidão de áreas para instalação de aterro sanitário na região de Presidente Prudente –SP

(Fonte: Autor)

A figura acima mostra, em vermelho, as áreas inadequadas para a instalação do

aterro sanitário, elas não devem ser escolhidas por não estarem de acordo com as

restrições descritas no Quadro 2; as áreas em amarelo são aquelas parcialmente

adequadas, nelas algumas restrições são satisfeitas, porém não integralmente; já as áreas

em verde são aquelas que satisfazem integralmente as restrições colocadas e são as

melhores áreas para a alocação do projeto.

Após confecção do mapa, foram analisadas de forma mais detalhada as áreas

consideradas aptas. Para isso, considerou-se a distância entre as áreas e a Estação de

Tratamento de Esgotos (ETE Limoeiro) existente no município, já que os percolados

gerados serão encaminhados para este local para posterior tratamento; considerou-se o

uso da terra, ou seja, se há pastagem, plantação, construções, entre outros na localidade.

Avaliou-se a área do terreno para que o aterro sanitário possa operado conforme o tempo

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e as condições em que foi projetado; avaliou-se ainda que o local deve estar a uma

distância razoável de estradas e da malha urbana para que não cause incômodos a

população e não esteja tão longe de modo a acarretar maiores custos no transporte. Além

disso, a profundidade do lençol freático foi estudada para que se tenha maior segurança

em questão de não haver contaminação das águas subterrâneas.

Posteriormente à análise dessas considerações, chegou-se a área mais adequada, a

qual é a microlocalização do projeto e pode ser vista nas Figuras 5 e 6 abaixo.

Figura 5: Localização da área adequada para a alocação do aterro sanitário (Fonte: Autor)

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Figura 6: Localização da área apta para instalação do aterro sanitário (Fonte: Google Earth)

Na área mostrada nas figuras acima será alocado o aterro sanitário do município

de Presidente Prudente, conforme as condições de operação já descritas e para o tempo

projetado.

Essa região foi escolhida por ter estradas próximas, o que facilita o transporte,

diminuindo os custos; foi escolhida também por estar há uma distância razoável da área

urbana, distância essa não tão pequena que chegue a causar incômodos a população, e

não tão grande de modo a carretar maiores custos no transporte; o terreno por ser

considerado aproximadamente plano, pois a declividade está em torno de 5%, o que é

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apropriado para esse tipo de projeto; e ainda a profundidade do lençol freático na região

escolhida é maior do que 9 m, o que dá uma maior segurança quanto a não contaminação

dessas águas.

5 - RESÍDUOS SÓLIDOS EM PRESIDENTE PRUDENTE

O município de Presidente Prudente gera uma quantidade superior 205,85

toneladas por dia de resíduos sólidos, caracterizados pelas diversidades de atividades

desenvolvidas na malha urbana e rural do município de Presidente Prudente. É esperado

que até 2030, ainda haja 259,652 ton/dia para ser aterrado no município, o que indica

uma grande perspectiva de crescimento de material a ser destinado corretamente nos

próximos 15 anos. Pode-se caracterizar que esta quantidade é e será gerada nas atividades

domésticas, comerciais, varrição, podas, entre outras como feiras livres e serviços

emergenciais e urgentes da municipalidade dentro da gestão de resíduos sólidos urbanos.

Na atualidade, do total de resíduos gerados, cerca de 121.682,14 kg/dia de

resíduos sólidos domiciliares com potencial reciclável são coletados, e destinados à área

do aterro municipal controlado.

Do total de resíduos gerados, pode-se aproveitar efetivamente cerca de 83,27% de

materiais recicláveis, considerando a ocorrência de catação marginal que compreende

7,9% dos resíduos sólidos urbanos gerados.

A cooperativa responsável pela coleta dos resíduos recicláveis em Presidente

Prudente é a Cooperlix, a qual atua desde 2007 com cerca de 50 funcionários, atingindo

potencial de 3.415,87 kg/mês, e visa a intensificação da coleta seletiva. Apesar de a

COOPERLIX realizar a coleta seletiva, ainda não está integrado a este ciclo processos de

reciclagem e compostagem dos resíduos sólidos urbanos, e todos estes resíduos, recebem

uma destinação final inadequada, no vazadouro municipal. Além disso, os outros

resíduos também não são separados e destinados de forma adequada: todos vão ao aterro

controlado.

Aos que estão em outra realidade, em atendimento ao CONAMA e ANVISA, a

prefeitura terceirizou os resíduos sólidos sépticos para uma empresa ambientalmente

habilitada para coleta, tratamento e destino final dos Resíduos Sólidos de Serviço de

Saúde.

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Através de dados do IBGE (2010), verificou-se que o município utiliza como

método de disposição final o aterro controlado, bem como através de levantamento

preliminar, que a coleta seletiva do município ainda não contribui para a redução de

volume e massa dos resíduos sólidos coletados pela coleta convencional, o que acarreta o

aterramento de materiais com agregado econômico, ou seja, resíduos passíveis de

comercialização.

A Companhia de Desenvolvimento Prudentina (Prudenco) tem como

responsabilidade a formulação e implementação da política de limpeza pública urbana de

Presidente Prudente, devendo garantir à população o acesso aos serviços de limpeza

urbana em condições adequadas, utilizando os métodos de coleta convencional e seletiva,

limpeza de bairros, varrição diurna e noturna, destinação final do lixo em aterro sanitário

e programas de conscientização e educação ambiental. De acordo com informações desta,

a coleta convencional atinge 100% da malha urbana do município de Presidente

Prudente. A coleta seletiva é realizada pela COOPERLIX, atingindo aproximadamente

2,73% da malha urbana.

Nota-se a ausência de um sistema de gestão integrada de limpeza urbana

otimizada e diferenciada com monitoramento através de índices que permitam a

avaliação do crescimento das atividades dos serviços da coleta seletiva em relação à

coleta convencional, seja em massa, volume ou percentual, levando-se em consideração

as zonas de coleta e respectivos percursos.

Nota-se que ainda não está estabelecida uma Política Municipal De Resíduos

Sólidos que contemple estas responsabilidades dos pequenos e grandes geradores do

ramo industrial, comercial e prestadores de serviços, e inclusive de parâmetros para

gestão relativa a aspectos quantitativos e qualitativos para e fiscalização dos mesmos, e

se for o caso a cobranças diferenciadas para aqueles resíduos similares aos resíduos de

origem domésticas.

Com a situação dos resíduos sólidos de Presidente Prudente definida, fica clara a

necessidade da otimização da gestão de resíduos, visto que a reciclagem não é abordada

suficientemente para a redução significativa dos resíduos sólidos que irão para a

destinação final. Além disso, o aterro controlado não recebe impermeabilização do solo

nem sistema de dispersão de gases e de tratamento de percolados gerados, poluindo,

assim, o solo do local e tornando-se uma alternativa ambientalmente inviável.

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Por isso, Presidente Prudente necessita de adequação à Lei 12305/2010, onde no

art. 54 estabelece que “a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,

observado o disposto no § 1o do art. 9o, deverá ser implantada em até 4 (quatro) anos

após a data de publicação desta Lei”. Significa a decretação do fim dos lixões no Brasil

até o ano de 2014 e sua substituição por aterros sanitários em todos os municípios

brasileiros.

Com essa lei, espera-se corrigir a problemática da má destinação final dos

resíduos sólidos, já que essa lei estabelece “princípios, objetivos e instrumentos da

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), bem como dispõe acerca de diretrizes

relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos às responsabilidades

dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis” (art.1º).

A construção de um aterro sanitário em Presidente Prudente trará benefícios

ambientais de grande escala, visto que essa forma de destinação se apresenta como a

melhor solução para o problema da disposição final dos resíduos sólidos. Nele, o solo é

impermeabilizado adequadamente, recebe tratamento especializado e monitoramento

constantes a fim de evitar, o máximo possível, qualquer tipo de poluição. Percebe-se,

assim, que a instalação de tal empreendimento pode trazer avanços para a proteção do

solo, da atmosfera e dos recursos hídricos na municipalidade.

6 - OBJETIVOS

Este projeto tem como principal objetivo promover o manejo adequado dos resíduos

sólidos urbanos no munícipio de Presidente Prudente.

6.1. Objetivo Específico

Com maior especificidade, os principais objetivos do projeto apresentado são:

Implantar um aterro sanitário classe II para atender ao município de Presidente Prudente;

Possibilitar a destinação final de resíduos sólidos urbanos gerados na municipalidade;

Garantir o atendimento a legislação vigente, em especial a Lei 12305/2010;

Garantir a melhoria da qualidade ambiental para a população de Presidente Prudente

Estabelecer um mecanismo de desenvolvimento sustentável na municipalidade.

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7 - TAMANHO

O tamanho do empreendimento foi definido de acordo com uma série de critérios, sendo

eles:

Empreendimento com capacidade operacional de, no mínimo 15 anos;

População da cidade de Presidente Prudente no ano de 2014 e sua projeção de

crescimento anual para 15 anos (2030);

Geração de resíduos sólidos urbanos no ano de 2014 e seu aumento devido ao

crescimento populacional;

A altura máxima do aterro sanitário deverá ser de 15 m, sendo que cada uma de suas

células terá 5 m de altura;

Margem de segurança de 8% para evitar sobrecarga de projeto, de acordo com Bagchi

(1989).

O volume total previsto para ser aterrado nos 15 anos de vida útil do empreendimento é

de 1579549,667 m3, sendo que por dia são esperados 288,503 m3 de resíduos sólidos

urbanos. Baseado em todas essas informações, estimou-se que a área total para aterragem

deverá ser de 126363,973 m2 e, contanto com os edifícios administrativos e lagoas de

recolhimento de percolados, haverá uma demanda de área de 233200 m2.

Os constituintes administrativos que foram incluídos no projeto estiveram ligados a

administração (150 m2), refeitório (32 m2), garagem para maquinário (400 m2), vestiário

(100 m2), balança (21 m2) e guarita (9 m2). Um croqui do projeto pode ser observado no

Anexo B desse documento. Os cálculos realizados para obter esses valores apresentados

se encontram detalhados na seção “Memorial de Cálculo” desse documento.

8 - MEMORIAL DESCRITIVO

8.1 - Aterro Sanitário

O aterro sanitário de Presidente Prudente foi projetado para ter uma área disponível para

aterragem de 126363,973 m2, sendo que esta deverá ter um formato quadrado com lados

de 355,48 m e altura 15 m, como ilustrado no Anexo 1. Essa altura não inclui o

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revestimento de base e selamento do aterro sanitário. Destaca-se que a área calculada

apresenta uma margem de segurança mínima de 8%.

Contanto com a área que será disponibilizada para outras atividades, principalmente

administrativa, é prevista uma demanda de área de 233200 m2, em um térreo de 530 m X

440 m, como pode ser observado no Anexo 2. As células do aterro, que deverão ser

recobertas diariamente, terão área de 64,112 m2, com altura de 5 m e lados de 8,01 m,

como mostra o Anexo 3. Vale a ressalva de 4,5 m dessa altura de célula será utilizada

para colocação de resíduos e 0,5 m para material de cobertura. O volume total previsto

para ser aterrado nos 15 anos de vida útil do empreendimento é de 1579549,667 m3,

sendo que por dia são esperados 288,503 m3 de resíduos sólidos urbanos. Os cálculos

comprobatórios das medidas aqui apresentadas estão alocados na seção “Memorial de

Cálculo” desse documento.

8.2 - Drenagem de Percolados

O sistema de drenagem de lixiviados do aterro sanitário de Presidente Prudente deverá

ser composto por sistemas primários e secundários, conforme mostra o Anexo 4 e a

Figura 7. Como um todo, o sistema de drenagem estará alocado na base da área de

aterramento, junto a camada de brita no5 da camada de impermeabilização, descrita em

detalhes na área “Impermeabilização do Aterro Sanitário”. Os drenos primários serão

aqueles localizados na região central da base do aterro, sendo responsáveis pelo

recolhimento e encaminhamento para as lagoas dos percolados gerados na massa sólida

total na localidade.

Os drenos considerados secundários deverão estar espaçados 17 metros entre si, e serão

responsáveis pelo recolhimento de lixiviados gerados em certas áreas do aterro sanitário,

devendo estar conectados com o dreno principal, com uma angulação perpendicular de

5,5o, como demonstrado no Anexo 4. Dessa forma, os drenos de captação de percolados

estarão alocados no sistema “espinha de peixe”, como mostra a Figura 7. Serão 42 drenos

laterais com comprimento de 177,37 m e 1 primário de 355,48 m. Para ambos os

sistemas citados, a tubulação deverá ser fabricada em Polietileno de Alta Densidade

(PEAD), com perfurações e diâmetro mínimo de 56 mm. No entanto, a tubulação

empregada deverá ter 63 mm, em função da disponibilidade de mercado, como ilustrado

no Anexo 5.

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A metragem total necessária de tubos de PEAD será de 8547,58 m. Ademais, recomenda-

se que estes sejam recobertos por brita no 5, como mostra o Anexo 6. Os sistemas

primário e secundário deverão ser construídos com uma declividade de 2%. A margem

de segurança adotada para o sistema de drenagem de percolados foi de, no mínimo 30%

(adicionados aos 8% que já estão inseridos na área final do aterro sanitário).

A lagoa de recolhimento de percolados gerado deverá ter uma área superficial de

505,0445 m2 e altura de 5,5 m, devendo ter capacidade de retenção máxima de lixiviados

de 20 dias. Ademais, o material de revestimento deverá ser o concreto. Destaca-se que a

lagoa projetada deverá ser quadrada de lados 22,48 m, como disposto no Anexo 7. As

dimensões da lagoa de recolhimento de percolados foi calculada com uma margem de

segurança mínima de 5%.

O lixiviado gerado no empreendimento deverá ser encaminhado, utilizando serviço

externo, a cada 20 dias, para a Estação de Tratamento de Efluentes de Presidente

Prudente, gerenciada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

(SABESP).

Os cálculos comprobatórios das medidas aqui apresentadas estão alocados na seção

“Memorial de Cálculo” desse documento.

Figura 7: Drenagem na forma “espinha de peixe” (Fonte: Prefeitura de Juiz de Fora)

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8.3 - Drenagem de águas pluviais

O sistema de drenagem de águas pluviais deverá ser alocado nas bordas inferiores do

aterro sanitário, como mostra o Anexo 8, de modo que ela esteja conectada com o curso

d’água mais próximo. Serão utilizados dutos abertos confeccionados em concreto (calhas

de concreto), sendo que o dimensionamento indicou que estes deverão ter um diâmetro

de 360 mm. No entanto, deverá ser empregada uma canaleta de concreto de 400 mm, em

função da disponibilidade do mercado. Serão utilizados 1421,920 m de tubulação desse

tipo. Os cálculos comprobatórios das medidas aqui apresentadas estão alocados na seção

“Memorial de Cálculo” desse documento, sendo que a eles foi incluída uma margem de

segurança mínima de 5%.

8.4 - Drenagem de Biogás

Para o dimensionamento dos drenos de biogás serão utilizadas informações teóricas, de

acordo com o manual do RECEASA (2008). Os drenos verticais seguirão o padrão de

dimensionamento empírico, com o diâmetro de 50 cm, sendo preenchidos lateralmente

com rocha brita número 4. Este diâmetro de tubulação se encontra disponível no

mercado.

A distribuição dos drenos verticais de gases será feita considerando-se um raio de

influência, ou de captação de biogás, de cada dreno de 30 m. Esta distribuição pode ser

observada na figura abaixo (Figura 8).

Figura 8: Esquema da distribuição dos drenos verticais de biogás (Fonte: Manual RECEASA, 2008)

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Com relação à altura dos drenos, estes devem estar a pelo menos 2,0 m acima da

superfície livre do aterro, como ilustrado no Anexo 9.

Depois de drenado, o biogás deverá ser encaminhado para o tratamento, sendo que para o

aterro sanitário de Presidente Prudente, escolheu-se a queima. Dentre suas vantagens

estão a diminuição do efeito poluidor do gás na atmosfera, já que o metano é cerca de 21

vezes mais nocivo do que o dióxido de carbono na atmosfera, além disso, esse tipo de

tratamento mostra-se economicamente vantajoso por ser barato, comparando-se, por

exemplo, ao aproveitamento energético.

Para a queima do biogás serão utilizados queimadores, que serão instalados nas

extremidades dos coletores, chamado de “flame”. A estrutura pode ser observada na

figura abaixo (Figura 9). Ainda será possível que futuramente seja estudada a viabilidade

econômica e tecnológica para aproveitamento energético deste gás.

Figura 9: Detalhamento da estrutura coletora de biogás (Fonte: Manual RECEASA, 2008)

8.5 - Impermeabilização do Aterro Sanitário

A boa impermeabilização do solo é de extrema importância para a efetividade do aterro

sanitário, visto que sem ela, existe um grande potencial de solo e lençol freático.

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Primeiramente, antes do revestimento do solo, será feita uma preparação para que

materiais que nele se encontrem não danifiquem as camadas superiores.

A estrutura escolhida para a impermeabilização do aterro sanitário de Presidente

Prudente foi: Primeira camada de argila de 50 cm, geomembrana, argila novamente de 50

cm e brita no 5 de 40 cm, como disposto no Anexo 10. Cada camada tem a sua finalidade:

a argila e a geomembrana servirão como barreira para os percolados e gases. A brita,

sendo drenante, funcionará como camada coletora de percolados. Os parâmetros aqui

adotados foram observados em Bagchi (1989).

Em relação ao emprego de camadas de argilas compactadas, cuidados especiais devem

ser tomados para evitar rachaduras das mesmas por expansão e ressecamento. Após a

implantação das camadas argilosas, haverá continua irrigação do material, de forma a

minimizar os efeitos da ação solar, até que seja feita a implantação da camada de

geomembrana. Em relação a argila compactada e brita no5 haverá uma demanda de

volume de 126363,298 m3 e 50545,590 m3, respectivamente. Os cálculos comprobatórios

das medidas aqui apresentadas estão alocados na seção “Memorial de Cálculo” desse

documento.

8.6 - Cobrimento Diário dos Resíduos Dispostos

No aterro sanitário de Presidente Prudente, os resíduos depositados em células devem

receber camadas de recobrimento ao final do dia, como mostra o Anexo 10. Esse material

entre células deverá ter 0,5 m de espessura. Vale ressaltar que espessuras maiores tendem

a diminuir o espaço útil de lixo, diminuindo também a capacidade do aterro. Os

parâmetros aqui adotados foram observados em Bagchi (1989). Haverá uma demanda de

material de cobertura de 184289,795 m3, sendo 33,659 m3/dia. Os cálculos

comprobatórios das medidas aqui apresentadas estão alocados na seção “Memorial de

Cálculo” desse documento, sendo que foi adicionada uma margem de segurança de 5%

aos mesmos

8.7 - Revestimento Final

O revestimento final do aterro é um passo importantíssimo para a eficácia e segurança do

mesmo, pois possui finalidades essenciais como a minimização de infiltração de águas

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provenientes de chuvas, impedimento do escape desordenado de gases e,

consequentemente, limitação da possibilidade de ocorrência de acidentes e ou degradação

ambiental.

A seguinte cobertura para o aterro deverá ser empregada, como demonstrado no Anexo

10: 60 cm de argila compactada, geomembrana, 30 cm de brita no5, geomembrana

novamente e 60 cm de solo do próprio local, a ser retirado no momento da construção do

aterro sanitário. Aquela parcela de solo que não puder ser aproveitada durante a

construção deverá ser comprada posteriormente. A argila servirá de base para o

recobrimento. Já a brita terá função de camada drenante. As geomembranas terão função

de separar as duas camadas, impedindo a mistura destas. Os parâmetros aqui adotados

foram observados em Bagchi (1989). Com relação a argila compactada, brita no5 e solo,

estes deverão estar disponíveis uma quantidade de 88615,664 m3, 44307,832 m3,

88615,664 m3, respectivamente. Os cálculos comprobatórios das medidas aqui

apresentadas estão alocados na seção “Memorial de Cálculo” desse documento.

8.8 - Observações importantes

Os cálculos aqui apresentados foram realizados de maneira simplificada, em especial a

estimação da área e da altura do aterro. De modo a garantir a sustentação do mesmo, o

engenheiro civil responsável deverá fazer as modificações necessárias, sendo que

pequenas variações de área e altura podem ocorrer. No entanto, as ordens de grandeza

calculadas estão corretas, bastando pequenos ajustes que não são atribuições de um

engenheiro de meio ambiente. Ademais, como o cálculo da geração de resíduos diária foi

projetada para 15 anos e adotada para todo o projeto, pode-se dizer que este se encontra

um pouco superdimensionado, no entanto, isso indicaria que o aterro sanitário classe II

poderia atender ao município por um tempo maior que o de projeto.

9 - MEMORIAL DE CÁLCULOS

9.1 - Estimação da geração de resíduos sólidos urbanos no ano de 2030

A estimação da geração de resíduos sólidos urbanos em tempo futuro, de acordo com

RECESA (2008), pode ser feita a partir da Equação 1.

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𝐺𝑡 = [𝑃𝑜 ∗ (1 + 𝑦𝑝)] ∗ [𝐺𝑝𝑜 ∗ (1 + 𝑦𝑝𝑒𝑟)] ∗ 𝐶𝑡 (1)

Onde:

Gt: geração de resíduos no tempo da projeção (kg/dia);

Po: população atual da localidade a ser considerada (hab);

yp: taxa anual de crescimento da população;

yper: taxa anual de crescimento da geração de resíduos sólidos urbanos per capita;

Gpo: taxa de geração de resíduos diária per capita (kg/hab.dia);

Ct: Cobertura da coleta de lixo no tempo considerado.

As informações necessárias para a aplicação da equação 1 foram obtidas em bases de

dados governamentais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE –

Censo de 2010) e a Companhia Prudentina de Desenvolvimento (PRUDENCO). Deve-se

ter em mente que, neste projeto, foi feita a consideração de que yper seria constante no

decorrer dos anos e que a cidade de Presidente Prudente continuaria com a mesma

cobertura do serviço de coleta de resíduos sólidos urbanos.

A Tabela 3 evidencia os dados que foram utilizados para realizar a projeção de geração

de resíduos sólidos em 2030 na cidade de Presidente Prudente, visto que foi definido que

o aterro sanitário a ser implantado deve ter uma vida útil de 15 anos.

Tabela 3: Dados para a resolução da Equação 1

Variável Valor Fonte

Po 220599 habitantes ProjeçãoCenso 2010 -

IBGE

yp 1,56 % ProjeçãoCenso 2010 -

IBGE

Gpo 0,933 kg/hab.dia PRUDENCO (2014)

Para o cálculo da taxa anual de crescimento da população (yp) foi feita a consideração de

que ela teria a mesma tendência de crescimento observada no censo de 2010 com relação

a projeção de 2014. Dessa forma, foi feita uma interpolação linear para observar qual

seria o incremento populacional por ano até 2030, de acordo com a Equação 2.

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𝑦𝑝 = (

𝑃2014∗100

𝑃2010−100)

4 (2)

Onde:

P2014: População da cidade de Presidente Prudente em 2014, conforme projeção do Censo

de 2010 do IBGE (hab);

P2010: População da cidade de Presidente Prudente no ano de 2010, conforme Censo de

2010 do IBGE (hab).

Da aplicação das Equações 1 e 2, chegou-se ao resultado de que em 2030 a população da

cidade de Presidente Prudente geraria 259,652 t/dia de resíduos sólidos urbanos que

deveriam ser destinados ao aterro sanitário em projeto. Dessa forma, para garantir a

segurança de operação do empreendimento, o dimensionamento do mesmo será feito

baseado nesta projeção.

9.2 - Dimensionamento do aterro sanitário e suas células

Para que a operação do aterro sanitário ocorra da melhor forma possível, bem como em

atendimento a todas as normativas e regulamentações legais, foi feita uma consideração

teórica, de que cada célula do aterro deverá ter 4,5 m de resíduos e 0,5 cm de terra para

selamento (Altura total da célula = 4,5+0,5 = 5 m). Tais parâmetros foram adotados

segundo Bagchi (1989). Uma figura da célula do aterro pode ser observada no Anexo 2.

9.3 - Cálculo do volume de resíduo a ser aterrado diariamente

O volume de resíduos sólidos urbanos a ser gerado diariamente na cidade de Presidente

Prudente pode ser calculado pela Equação 3.

𝑉𝑟𝑠𝑢 = 𝑚𝑑

𝛾𝑐 (3)

Onde

Vrsu: Volume diário de resíduos sólidos urbanos a ser aterrado (m3/dia);

md: Massa diária gerada de resíduos sólidos urbanos (t/dia);

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𝛾𝑐 : Peso específico dos resíduos sólidos urbanos compactados (t/m3).

A Tabela 4 mostra os valores utilizados para a aplicação da Equação 3, bem como seu

resultado.

Tabela 4: Dados para a resolução da Equação 3

Variável Valor Numérico

md 259,652 t/dia

𝜸𝒄 0,9 t/m3

Vrsu 288,503 m3/dia

9.4 - Cálculo da área de cada célula do aterro

Conforme dito anteriormente, é interessante que todos os dias seja feita a cobertura do

material que adentrar o aterro sanitário, e dessa forma, foi feito um cálculo de quanto

deverá ser a área de cada uma das células para que tal ação possa ocorrer efetivamente. É

interessante lembrar que cada célula deverá ter 90% de resíduo sólido (4,5 m) e 10% de

cada de recobrimento (0,5 m). Tal cálculo foi feito considerando que cada célula tenha

um formato de paralelepípedo e a altura de projeto de 5 m (4,5+0,5). A Equação 4 foi

utilizada para a estimação da área de cada célula, sendo que esta levou em consideração

os requisitos acima cotados.

𝐵 = (𝑉𝑟𝑠𝑢)∗1,1

𝐻𝑐𝑒𝑙 (4)

Onde:

B: Área de cada uma das células do aterro sanitário (m2);

𝐻𝑐𝑒𝑙 : Altura de cada célula do aterro sanitário (m).

A Tabela 5 mostra os dados utilizados para a aplicação da Equação 3, bem como seu

resultado.

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Tabela 5: Dados para a resolução da Equação 4

Variável Valor numérico

Vrsu 288,503 m3/dia

Hcel 5 m

B 64,112 m2

Cada célula do aterro sanitário, considerando que estas sejam quadradas, deverão ter 8,01

m.

9.5 - Volume resíduos sólidos gerados na vida útil do aterro

Para o cálculo da área total do aterro sanitário em questão, foi necessário estimar o

volume de resíduos sólidos urbanos que serão aterrados durante a vida útil do mesmo (15

anos), sendo que tal formulação matemática pode ser observada na Equação 5.

𝑉𝑎𝑛𝑜 = (𝑉𝑟𝑠𝑢 ∗ 1,1) ∗ 365 ∗ 15 (5)

Onde:

Vano: Volume de aterro que será ocupado nos 15 anos de operação (m3).

O volume de resíduos sólidos a ser aterrado nos 15 anos (V15) poderá ser calculado

utilizando a Equação 5, sem que Vrsu seja multiplicado por 1,1. O resultado dessa

operação é 1579549,667 m3.

A Tabela 6 apresenta os valores das variáveis adotadas e o resultado da aplicação da

Equação 5.

Tabela 6: Dados para a resolução da Equação 5

Variável Valor numérico

Vrsu 288,503 m3/dia

Vano 1755055,185m3

V15 1579549,667 m3

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9.6 - Área total do aterro sanitário

A área total que será ocupada pelo aterro sanitário em questão pode ser calculada

utilizando a Equação 6, lembrando que sua altura máxima deverá ser de 15 m e que será

necessário assegurar uma operabilidade de, no mínimo, 15 anos. Adotou-se, dessa forma,

que o aterro sanitário em questão deverá ter somente 3 células de 5 m de altura colocadas

uma acima da outra.

𝐵𝑎 = 𝑉𝑎𝑛𝑜

𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (6)

Onde:

Ba: área ocupada pelo aterro sanitário (m2).

Htotal: Altura total do aterro sanitário (m).

A Tabela 7 mostra os dados utilizados para resolver a Equação 6, bem como o resultado

gerado. É essencial citar que foi feita a consideração que o aterro sanitário deverá ter um

formato de paralelepípedo.

Tabela 7: Dados para a resolução da Equação 6

Variável Valor numérico

Vano 1579555,750 m3

Htotal 15 m

Ba 117003,679 m2

Adotando uma margem de segurança de 8% na área de aterragem (Bagchi, 1989),

contando que pode haver variações na área de aterragem por conta do projeto civil e

contanto a parte administrava, chegou-se a conclusão da necessidade de uma área de

233200 m2.

É interessante ressaltar que a área efetivamente destinada para aterragem será de

126363,973 m2 (contando a margem de segurança de 8%). Contanto que a área de

aterragem será quadrada, cada um de seus lados deverá ter 355,48 m. Fazendo as mesmas

considerações para a área total do empreendimento, este deverá ter um terreno de 530 m

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por 440 m. Dessa forma, a Equação 7 permite com que sejam obtidos o número de

células do aterro.

𝑁𝑐𝑒𝑙𝑢𝑙𝑎𝑠 = 𝐵𝑎𝑡𝑠∗𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝐵∗𝐻𝑐𝑒𝑙 (7)

Onde:

Ncelulas: Número de células do aterro sanitário (-);

Bats: Área total do aterro com a margem de segurança (m2);

Dessa forma, o número de células esperadas para serem instaladas no empreendimento é

de 5913.

9.7 - Determinação da vazão mensal de percolados

Existem uma série de métodos que permitem a estimação de percolados em um aterro

sanitário, sendo que um deles é o Suíço. Trata-se de um modelo empírico

desenvolvimento por observações de campo realizadas por Hans Eling, sendo este

trabalho citado por vários autores, como Oliveira (2004). A Equação 8 permite

observações quais são as variáveis levadas em consideração nesse método.

𝑄 = 𝑃∗𝐵𝑎𝑡𝑠∗𝑘

𝑡 (8)

Onde:

Q: vazão média de percolados (m3/L);

P: precipitação média mensal (mm);

k: Coeficiente que depende do grau de compactação dos resíduos sólidos urbanos

(ton/m3);

t: número de segundos em 1 mês (s) .

A Tabela 8 permite com que seja observada a média histórica de precipitação mensal da

região de Presidente Prudente (1936-2014), sendo que tais informações foram retiradas

do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo

(SigRH), disponibilizado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).

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31

Tabela 8: Precipitação Média Histórica na Região de Presidente Prudente (1936-2014)

Mês PrecipitaçãoMédia (mm)

Janeiro 216,33

Fevereiro 179,36

Março 130,62

Abril 66,56

Maio 70,46

Junho 55,49

Julho 36,82

Agosto 35,54

Setembro 70,02

Outubro 121,09

Novembro 124,47

Dezembro 167,91

Sabendo que em 1 mês de 30 e 31 dias há, respectivamente, 2592000 s e 2678400 s, além

de que, o coeficiente k deve assumir valor de 0,15 ton/m3 para resíduos sólidos com alta

compactação, conforme informa Oliveira (2004), torna-se possível a aplicação da

Equação 8, utilizando também os valores da Tabela 8. Ressalta-se que a vazão de

percolados estimada mensalmente pode ser observada na Tabela 9.

Tabela 9: Vazão de percolados no aterro sanitário em projeto

Mês Vazão (m3/s)

Janeiro 0,001531

Fevereiro 0,001406

Março 0,0009244

Abril 0,0004867

Maio 0,0004987

Junho 0,0004058

Julho 0,0002606

Agosto 0,0002599

Setembro 0,0004955

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Outubro 0,0008855

Novembro 0,0008809

Dezembro 0,001228

9.8 - Dimensionamento do diâmetro da tubulação a ser utilizada

Dessa forma, segundo a Tabela 9, o dimensionamento da rede de coleta de lixiviados do

aterro deve ser feita com base no mês de janeiro, que apresentou a maior taxa de geração

em comparação com as outras épocas do ano. O diâmetro do encanamento de drenagem

de percolados foi determinado pela aplicação das Equações 9, 10 e 11. As formulações

abaixo foram extraídas de Ribeiro (2008).

𝑅ℎ = 𝐴

𝑃 (9)

𝑉 = 1

𝑛∗ (

𝑅

2)

0,66

∗ 𝐼0,5 (10)

𝑄 = 𝑉 ∗ 𝐴 (11)

Onde:

Rh: Raio Hidráulico (m);

A: Área da tubulação (m2);

P: Perímetro da tubulação (m);

V: Velocidade de propagação do fluido no interior da tubulação (m/s);

n: coeficiente de rugosidade de Manning (-);

R: Raio da tubulação a ser instalada (m);

I: Declividade da base do aterro (m/m);

Q: Vazão do percolados na tubulação (m3/s).

É importante citar que a vazão calculada em janeiro foi adicionada uma margem de

segurança de 30%. Destaca-se que o recomendado pela Engepol, fabricante de tubos de

polietileno de alta densidade (PEAD), é de 38%. Entretanto, o aterro sanitário projetado

já está trabalhando com uma margem considerável de, no mínimo, 8%. Dessa forma,

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pareceu coerente para a equipe considerar somente mais 30% de segurança sob o valor

calculado de percolados.

Dessa forma, a vazão de 0,001991 m3/s foi considerada para o dimensionamento nessa

fase do projeto. A Tabela 10 permite visualizar os dados que foram utilizados para o

cálculo e os resultados obtidos. É interessante observar que o coeficiente de rugosidade

de Manning foi adotado devido ao material que a tubulação deverá apresentar, sendo que

a empresa Engepol fornece tal dado. A declividade de 0,02 m/m foi adotada, por ser um

valor consagrado da literatura relacionada a aterros sanitários (RECESA, 2008).

Tabela 10: Dados para a resolução das Equações 9, 10 e 11.

Variável Valor Numérico

Q 0,001991 m3/s

I 0,02 m/m

N 0,010

D = 2R 56 mm

A tubulação deve ter um diâmetro mínimo de 56 mm.

9.9 - Espaçamento entre a tubulação de drenagem de percolados secundária

Deve-se ter em mente que o sistema de drenagem de percolados é composto por um

sistema principal e um secundário. O principal percorre linearmente a área de aterragem

e os secundários devem ter uma angulação com relação a perpendicular do dreno

principal, além de um espaçamento entre si.

Segundo Ribeiro (2008), para que seja possível calcular o espaçamento que deve ser

adotado no sistema de drenagem de percolados, a Equação 12 deve ser aplicada.

𝐸𝑠𝑝 = 2 ∗ 𝑦𝑚𝑎𝑥 ∗ √𝑘

𝑃𝐸𝑅𝐶 (12)

Onde:

Esp: Espaçamento a ser adotado para montagem da rede de drenagem de percolados (m);

ymax: Altura máxima da lâmina de lixiviado entre drenos adjacentes (m);

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k: Condutividade hidráulica dos resíduos sólidos urbanos compactados (mm/ano);

PERC: Altura de lixiviado gerado por ano (mm/ano).

Os valores de ymax e k são apresentados na literatura (RECESA, 2008). Para o cálculo da

altura de percolado em mm/ano, de acordo com Ribeiro (2008), basta aplicar a Equação

13.

𝑃𝐸𝑅𝐶 = (𝑄𝑗𝑎𝑛

𝐵𝑎𝑡𝑠) ∗ 31536000000 (13)

Onde:

Qjan: vazão de percolados do mês de janeiro com 5% de margem de segurança (m3/s).

Deve-se citar que a vazão de percolados referente ao mês de janeiro deve ser empregada,

pelo fato de ser a maior no decorrer do ano. A Tabela 11 mostra os dados que foram

utilizados para resolver as Equações 11 e 12, bem como os resultados obtidos.

Tabela 11: Dados para a resolução das Equações 12 e 13.

Variável Valor Numérico

ymax 0,3 m

K 31536 mm/ano

PERC 15,736 mm/ano

Qjan 0,00161 m3/s

Bats 126363,973 m2

Esp 17,00 m

9.10 - Angulação entre dreno principal e secundários e metragem total de tubulação

A angulação (𝜃) dos drenos secundários com relação ao principal pode ser calculada

utilizando a Equação 14.

𝜃 = tan−1 (𝐸𝑠𝑝

(𝐿𝑎2

)) (14)

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Onde:

𝜃: ângulo entre a perpendicular do dreno principal e os secundários;

La: lado da área aterrada (m).

O valor de 𝜃 foi de 5,5o. Como cada um dos lados da área destinada para aterragem do

aterro sanitário (La) tem 355,48 m, a metragem de tubulação necessária para a montagem

da rede de coleta de percolados pode ser calculada pelas Equações 15 e 16. Para melhor

entendimento do mecanismo abaixo mostrado, recomenda-se verificar o Anexo B.

𝐶𝑜𝑚𝑝𝑢𝑛𝑖𝑡 = 𝐸𝑠𝑝

sin 𝜃 (15)

𝐶𝑜𝑚𝑝 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑢𝑛𝑖𝑡 ∗ 42 + 355,48 (16)

Onde:

Compunit: Comprimento da tubulação cada braço do sistema secundário (m);

Comp: Comprimento total de tubulação de drenagem de percolados (m).

Serão necessários 7805,03 m de tubulação. O comprimento unitário de cada um dos

tubos será de 177,37 m. Para o sistema de drenagem secundário, haverá possibilidade de

aplicação de 21 drenos para cada lado do dreno central, sendo que tal resultado pode ser

obtido pela Equação 17.

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡 = 𝐿𝑎2

𝐸𝑠𝑝(17)

Onde:

Quant: quantidade de drenos secundários

9.11 - Lagoas de Recolhimento de Percolados

Para o cálculo das dimensões da lagoa de recolhimento de percolados, foi necessário,

mais uma vez, recorrer a Tabela 9, verificando o mês de maior vazão de percolados do

ano. Ao valor encontrado para o mês de janeiro, aplicou-se uma margem de segurança de

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5%, obtendo-se o valor de vazão com tal folga (Qfolga), com valor de 0,00161 m3/s.

Estimou-se, dessa forma, a área da lagoa para fazer a retenção de percolados por 20 dias,

conforme a Equação 18.

𝐴𝑙𝑔 = 𝑄𝑓𝑜𝑙𝑔𝑎∗1728000

𝐻𝑙𝑔 (18)

Onde:

Qfolga: vazão do mês de janeiro com margem de segurança de 5% (m3/s);

Alg: área da lagoa (m2);

Hlg: altura da lagoa de percolados (m).

Adotou-se uma altura de lagoa de 5,5 m, devido a profundidade do freático na região. A

CETESB (2009) recomenda que haja uma distância do aquífero de pelo menos 3 m, de

forma a gerar uma efeito protetor nas águas urbanas quando se trata de lagoas de

percolados. Na localidade, o aquífero se encontra 9 m de profundidade, no mínimo. Com

esses parâmetros, a área superficial da lagoa, com uma capacidade de armazenamento de

20 dias para a vazão máxima deverá ser de 505,0445 m2. Contando que a lagoa deverá

ser quadrada, cada um de seus lados deverá ter 22,48 m.

9.12 - Cálculo do tempo de concentração da micro bacia do Córrego do Limoeiro

Para que fosse possível encontrar o tempo de concentração (tc) da micro bacia do

Córrego do Limoeiro, houve a necessidade da aplicação da fórmula de Kirpich,

apresentada por Tucci (2009) e citada na Equação 19.

𝑡𝑐 = 57 ∗ (𝐿3

𝐻)

0,385

(19)

Onde:

tc: Tempo de concentração da bacia (min);

L: Comprimento do talvegue (km);

H: Diferença de altitude do talvegue (m).

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A Tabela 12 mostra os valores numéricos de cada variável essencial ao cálculo do tempo

de concentração, bem como o resultado final obtido pela Equação 19.

Tabela 12: Variáveis para a resolução da Equação 19

Variável Valor Numérico

L 17,2 km

H 41 m

tc 364,744 min

Ressalta-se que os valores L e H foram obtidos utilizando o software Google Earth.

Percorreu-se toda a micro bacia do Córrego do Limoeiro, de forma a proceder para a

vetorização do principal curso d’água (o próprio Córrego do Limoeiro), e, através da

utilização de ferramenta de medida do próprio software, obteve-se L.

O valor de H foi obtido pela identificação do início do Córrego do Limoeiro e sua foz, de

forma a determinar a altitude desses dois pontos, e com a aplicação da Equação 20 foi

possível obter a diferença de altitude do talvegue.

𝐻 = 𝐻𝑖 − 𝐻𝑓 (20)

Onde:

H1: altitude do início do Córrego do Limoeiro (m);

H2: altitude da foz do Córrego do Limoeiro (m).

A Tabela 13 mostra os dados extraídos do software Google Earth e a diferença entre os

valores Hi e Hf, já mostrada na Tabela 10. Ressalta-se que a delimitação da bacia

realizada por Dias et al. (2014) foi essencial para que se pudesse identificar a micro bacia

de interesse.

Tabela 13: Cotas do ínicio e foz do Córrego do Limoeiro

Variável Valor Numérico

Hi 382 m

Hf 341 m

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9.13 - Cálculo da intensidade de chuva associada ao tempo de concentração

Para o cálculo da intensidade da chuva associada ao tempo de concentração da

microbacia do Córrego do Limoeiro, foi utilizada a equação de intensidade, duração e

frequência apresentada por Biliasiet al. (2012), específica para a região de Presidente

Prudente. Esta pode ser observada na Equação 21.

𝐼 = 7,827∗ 𝑇0,0753

(𝑡𝑐−1,2764)0,5625 (21)

Onde:

I: intensidade da chuva (mm/h);

T: Tempo de Retorno (anos);

𝑡𝑐 : tempo de concentração da bacia (min).

Os dados utilizados para resolver a Equação 21, bem como os resultados obtidos, se

encontram evidenciados na Tabela 14. É interessante ressaltar que o tempo de retorno de

certa chuva deve estar associado a vida útil do aterro sanitário considerada no projeto,

que foi de 15 anos.

Tabela 14: Dados para a resolução da Equação 21

Variável Valor Numérico

T 15 anos

tc 364,744 min

I 20,896 mm/h

9.14 - Cálculo da Vazão de pico de águas pluviais na área do aterro sanitário

O método racional, apresentado por Tucci (2009), foi utilizado para estimar a vazão de

pico de águas pluviais que deverão ser drenadas da área do aterro. A formulação da

mesma se encontra descrita na Equação 22.

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Os dados essenciais para sua aplicação, bem como os resultados de vazão obtidos estão

representados na Tabela 15.

O coeficiente de escoamento superficial foi adotado de acordo com Pruski apud Oliveira

(2004). O valor 0,1 se refere a locais planos e com solos arenosos, conforme ocorre na

área escolhida para implantação do empreendimento.

𝑄𝑝𝑙𝑢𝑣 = 𝐶∗𝑖∗𝐵𝑎𝑡𝑠

360 (22)

Onde:

Qpluv: vazão de pico de águas pluviais no aterro sanitário (m3/s);

C: coeficiente de escoamento superficial (-);

I: Intensidade da chuva com tempo de retorno de 15 anos (mm/h);

Bats: área de contribuição do aterro sanitário (ha).

Tabela 15: Resolução da Equação 22

Variável Valor Numérico

I 20,896 mm/h

C 0,1

A 12,636 ha

Qpluv 0,0733 m3/s

A Vazão (Qpluv) calculada, foi necessário adicionar uma margem de segurança de 5%,

fazendo com que o novo valor de Qpluv adotado para projeto fosse de 0,0770 m3/s.

9.15 - Dimensionamento da tubulação para recolhimento das águas pluviais

A formulação de Manning para dutos abertos pode ser utilizada para estimar o diâmetro

necessário da tubulação necessária para drenar a vazão Q calculada através da Equação

22. A fórmula matemática em questão se encontra evidenciada na Equação 23,

juntamente com a Tabela 16, contendo os resultados e dados de entrada necessários.

𝐷𝑝𝑙 = 2,0079 ∗ (𝑛𝑐𝑜𝑛𝑐∗𝑄𝑝𝑙𝑢𝑣

𝑆0,5)

3

8∗ 100 (23)

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Onde:

Dpl: Diâmetro da tubulação para recolhimento de águas pluviais (cm)

nconc: coeficiente de rugosidade de Manning (-);

Qpluv: vazão de pico de águas pluviais no aterro sanitário (m3/s);

S: Declividade da Tubulação (m/m)

Tabela 16: Dados para resolução da Equação 23

Variável Valor Numérico

Qpluv 0,0770 m3/s

N 0,013

S 0,01 m/m

Dpl 360 mm

O valor do coeficiente de rugosidade de Manning para o concreto pode ser obtido,

diretamente na literatura. A declividade S utilizada obedeceu aos parâmetros usuais para

esse tipo de tubulação mostrados por Ribeiro (2008).

Como o sistema de drenagem de águas pluviais deve percorrer toda a parte lateral

inferior a área disponível para aterragem, a Equação 24 permite que sejam feito o cálculo

da metragem de tubulação necessária para tal função.

𝐶𝑝𝑙𝑢𝑣 = 4 ∗ 𝐿𝑎 (24)

Onde:

Cpluv: comprimento da tubulação de recolhimento de águas pluviais (m).

O comprimento necessário para a tubulação de recolhimento de águas pluviais deve ser

de 1421,920 m.

9.16 - Material de cobertura

O volume de material de cobertura total necessário na vida útil do aterro sanitário pode

ser calculado de acordo com a Equação 25.

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𝑉𝑐𝑜𝑏 = (𝑉𝑎𝑛𝑜 − 𝑉15) ∗ 1,05 (25)

Onde:

Vcob: Volume de material de cobertura necessário para 15 anos (m3).

Dessa forma, nos 15 anos de operação haverá uma demanda de 184280,795 m3 de

material de cobertura, já com uma margem de segurança de 5%. Por dia, deverá estar

disponível 33,659 m3 de material de cobertura, de acordo com a Equação 26.

𝑉𝑑𝑖𝑎 = 𝑉𝑐𝑜𝑏

(365∗15) (26)

Onde:

Vdia: Volume diário de material de cobertura necessário (m3/dia).

9.17 - Impermeabilização de Base do Aterro Sanitário

O volume de argila compactada necessária pode ser calculado pela Equação 27.

𝑉𝑎𝑟 = 𝐵𝑎𝑡𝑠 ∗ 1 (27)

Onde:

Var: Volume de argila compactada necessário para a impermeabilização do aterro (m3).

Percebe-se que haverá uma demanda de 12636,298 m3 de argila compactada. O volume

de brita demandada pode ser calculado pela Equação 28.

𝑉𝑏𝑟 = 𝐵𝑎𝑡𝑠 ∗ 0,4 (28)

Onde:

Vbr: Volume de brita no 5 necessária para a impermeabilização do aterro (m3).

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Em relação a brita no5, um volume de 50545,5890 m3 será requerido na etapa da

construçãodo aterro sanitário. Dessa forma, a tabela 17 resume o volume necessário de

materiais para a impermeabilização de base do aterro sanitário.

Tabela 17: Volume necessário de materiais para a impermeabilização de base do aterro

sanitário

Material Valor calculado

ArgilaCompactada 12636,298 m3

Brita no 5 50545,590 m3

9.18 - Revestimento final do aterro sanitário

O volume de argila necessária para essa atividade pode ser calculada pela Equação 29. É

interessante lembrar que o valor 355,48 m refere a dimensão de cada aresta de base do

aterro sanitário.

𝑉𝑎𝑓 = 𝐵𝑎𝑡𝑠 ∗ 0,6 + (4 ∗ 𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∗ 𝐿𝑎) ∗ 0,6 (29)

Onde:

Vaf: Volume de argila compactada para revestimento final (m3).

O volume de brita no5 necessária para fase pode ser obtida pela Equação 30.

𝑉𝑏𝑓 = 𝐵𝑎𝑡𝑠 ∗ 0,3 + (4 ∗ 𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∗ 𝐿𝑎) ∗ 0,3 (30)

Onde:

Vaf: Volume de brita no 5 para revestimento final (m3).

O volume de solo necessário para revestimento final do aterro sanitário pode ser

calculado pela Equação 31.

𝑉𝑠𝑓 = 𝐵𝑎𝑡𝑠 ∗ 0,6 + (4 ∗ 𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∗ 𝐿𝑎) ∗ 0,6 (31)

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Onde:

Vsf: Volume de solo para revestimento final (m3).

A Tabela 18 mostra o volume necessário de todos os materiais acima citados para

revestimento final do aterro sanitário.

Tabela 18: Volume dos materiais

Material Valor Calculado

ArgilaCompactada 88615,664 m3

Brita no 5 44307,832 m3

Solo 88615,664 m3

9.19- Tamanho dos drenos de biogás

Para toda a área de aterragem será necessário 144 tubos verticais, seguindo o

espaçamento da consideração teórica do manual do RECEASA. Cada tubo terá o

comprimento de 17m (15 m da célula + 2 m acima da superfície livre), sendo assim a

equação abaixo mostra a quantidade necessária de tubos:

𝑄𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠 = 144 ∗ 17𝑚 = 2448𝑚 (32)

A Tabela 19 mostra a dimensão e valor das principais variáveis calculadas nessa parte do

relatório.

Tabela 19: Resumo das variáveis calculadas

Variável Valor calculado

Vrsu 288,503 m3/dia

B 64,112 m2

Dimensão de cadacélula 8,01 m x 8,01 m x 5,0 m

Vano 1755055,185 m3

V15 1579549,667 m3

Bats 126363,973 m2

Dimensão da área de aterragem 355,48 m x 355,48 m x 15 m

Área do terreno 233200 m2

Dimensão do terreno 530 m x 440 m

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Q 0,001991 m3/s

D 56 mm

Esp 17 m

𝜽 5,5o

Comp 7451,49 m

Alg 505,0445 m2

Dimensão da lagoa 22,48 m x 22,48 m x 5,5 m

Qpluv 0,07335 m3/s

Dpl 360 mm

Cpluv 1421 cm

Quantidade de tubos para o biogás 144

Qtubos 2448 m

10 - CUSTOS

10.1 - Equipamentos necessários

Os equipamentos necessários para a implantação e operação do aterro sanitário

estão listados na Tabela 20 – Equipamentos para o aterro, nela estão relacionados os

preços que foram estimados a partir de uma pesquisa no site mercadomaquinas.com.br.

Para se estimar o tipo e a quantidade de equipamentos necessários utilizou-se o Guia para

Elaboração de Projetos de Aterros Sanitários para Resíduos Sólidos Urbanos do CREA-

PR.

Tabela 20 – Equipamentos para o aterro

Equipamento Atividade Quantidade Valor

Unitário (R$)

Valor

Total (R$)

Trator de esteira

Modelo D6

(1986)

Espalhar e

compactar os

resíduos sólidos;

Obras de

terraplanagens;

2 140000,00 280000,00

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Cobertura com terra

Retro-

escavadeira

Modelo 580 H

(1996)

Construção dos

sistemas de

drenagem;

Transporte de

material

4 45000,00 180000,00

Caminhão

basculante

Modelo

31320 Vw

(2010)

Transporte de

material de cobertura

4 170000,00 680000,00

Scraper

Modelo 621 B

(1980)

Espalhar camada de

cobertura;

Melhoramento de

terrenos;

Transportar grandes

volumes de material.

2 120000,00 240000,00

Rolo

compactador

tipo pé de

carneiro

Modelo Hamm

3411

(2008)

Compactação de

solos, terraplanagem

1 150000,00 150000,00

Total (R$) 1530000,00

10.2 - Material para a implantação e desativação do aterro

Para se estimar os custos de implantação e desativação do projeto do aterro sanitário

utilizou-se as quantidades necessárias de material para a cobertura diária, instalação da

rede de drenagem dos lixiviados, instalação do sistema de drenagem de águas pluviais,

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instalação do sistema de drenagem e queima do biogás, da construção da lagoa de

recolhimento de percolados gerados e para a cobertura final que estão no memorial de

cálculo e no memorial descritivo deste projeto.

Os dados do valor unitário foram retirados de diversas fontes:

Material de cobertura diária e final (Solo) e a argila compactada para a

impermeabilização do solo e cobertura final: os valores unitários estão em reais

para cada m3 e foram retirados da Tabela de Preços – Sintética do Departamento

de Estradas de Rodagem do Estado do Espírito Santo Emitido, os dados são de

novembro de 2013.

Tubos de PEAD: o valor está em reais para cada metro, sendo que os tubos são

vendidos em rolos de 100 m (foi então calculado para 7500 m). Este valor foi

retirado da tabela de preçocde 2011 da empresa Sirval 2 – Plásticos Especiais.

Canaleta de concreto, Brita nº5 e geomembrana de PEAD para a

impermeabilização do solo e cobertura final e o tubo de biogás: valores retirados

do Estudo de Impacto Ambiental de aterro sanitário para disposição final de

resíduos sólidos domiciliares do município de São Carlos/SP feito em 2009.

Na tabela abaixo (Tabela 21 – Materiais necessários para a implantação e desativação do

aterro) estão relacionados os valores dos materiais para a implantação e desativação do

aterro, nela também está o preço da balança eletrônica rodoviária (valor retirado do

Estudo de Impacto Ambiental de aterro sanitário para disposição final de resíduos sólidos

domiciliares do município de São Carlos/SP).

Tabela 21 – Materiais necessários para a implantação e desativação do aterro

Material Valor Unitário Valor Total (R$)

Material de cobertura diária

(184289,795 m3) – Solo

2,22 (R$/ m3) 409123,45

Material para a cobertura

final (88615,664 m3) – Solo

2,22 (R$/ m3) 196726,77

Tubos de PEAD (7450,28 m) 8,55 R$/m (rolos de 100 m) 64125,00

Canaleta de concreto

(1421,92 m)

31,50 (R$/ m) 44790,48

Brita nº5 para a

impermeabilização do solo e

66,20 (R$/ m3) 6279296,54

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cobertura final (94853,422

m3)

Geomenbrana de PEAD

para a impermeabilização

do solo e cobertura final

(252727,9466 m2)

26,00 (R$/ m2) 6570926,61

Argila compactada para a

impermeabilização do solo e

cobertura final (214979,637

m3)

78,78 (R$/ m3) 16936095,80

Concreto para a lagoa

(505,04459 m2)

500,00 (R$/ m2) 252522,30

Tubo de concreto para o

biogás (2448 m)

52,50 (R$/ m) 128520,00

Balança eletrônica

rodoviária (Uma unidade)

80000,00 80000,00

Total (R$) 25048226,95

10.3 - Construções necessárias para a operação do aterro

Para o início da operação do aterro sanitário será necessário a construção da área de

administração, de um vestiário para que os funcionários e coloquem os EPI’s

(equipamento de proteção individual) necessários para o trabalho que irão exercer e de

um refeitório para todos os funcionários, já que a localização do aterro se encontra

afastada da área urbana da cidade; ainda será preciso construir uma garagem para que

todos os equipamentos possam ser guardados sem serem atingidos pelas intempéries

mantendo assim uma maior vida útil para os equipamentos.

Para que fosse possível o cálculo do custo destas construções utilizou-se como base o

valor em reais por m2 de cada tipo de construção que foram usados no Estudo de Impacto

Ambiental de aterro sanitário para disposição final de resíduos sólidos domiciliares do

município de São Carlos/SP, este estudo foi feito em 2009, portanto os dados podem

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estar desatualizados mas com este cálculo é possível estimar de maneira geral quanto

custaria para estas construções.

A tabela abaixo (Tabela 22 – Custos estimados para as construções das áreas de

administração, vestiário, refeitório e garagem) mostra os valores encontrados e o valor

total para a construção das áreas necessárias no aterro para o seu funcionamento.

Tabela 22 – Custos estimados para as construções das áreas de administração, vestiário,

refeitório e garagem

Construção Preço (R$)/m2 Valor Total (R$)

Administração (150 m2) 820,00 123000,00

Vestiário (100 m2) 650,00 65000,00

Refeitório (32 m2) 650,00 20800,00

Garagem (400 m2) 500,00 200000,00

Total 408800,00

10.4 - Considerações para os valores calculados

Ao final pode-se calcular o custo total do aterro em relação as variáveis

calculadas como de R$ 26987026,95, é preciso lembrar que nem todos os custos foram

calculados e que alguns dados foram retirados de fontes com uma certa defasagem de

tempo, sendo assim o custo total do aterro pode ser maior do que este calculado.

É preciso lembrar ainda que este é um projeto de uma obra que visa a melhoria

na saúde da população, uma vez que a cidade só tem um aterro controlado que pode

contribuir para o surgimento de vetores de doenças; esta obra é ainda uma obrigação da

prefeitura segundo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Sendo assim este é um

empreendimento que não precisa gerar lucro, seu retorno é exclusivamente a melhoria na

saúde pública.

11 - MANUAL DE OPERAÇÃO

Seguindo todas as instruções para a implantação deste projeto o aterro estará

pronto para iniciar a fase de operação. A seguir, serão descritos os passos para a sua

operação, que será de responsabilidade da prefeitura do município de Presidente

Prudente.

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11.1 - Horário de coleta e funcionamento

O horário de funcionamento do aterro sanitário está relacionado ao horário de

coleta dos resíduos, sendo que atualmente a coleta é feita diariamente no centro e bairros

que o circundam, e três vezes por semana nos demais bairros. Para um melhor

funcionamento é recomendável que o aterro comece a funcionar antes da chegada dos

caminhões para que os funcionários se preparem colocando os EPI’s necessários, e ainda

é necessário funcionar depois da chegada do último caminhão, pois será preciso dispor,

compactar e cobrir esses resíduos.

11.2 - Funcionamento diário

Para uma melhor visualização do funcionamento como um todo, abaixo está

representado o diagrama de funcionamento do aterro sanitário em questão (Figura 10 -

Diagrama de funcionamento).

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Figura 10 - Diagrama de funcionamento (Fonte: Autor)

Chegada dos Resíduos

Os resíduos coletados pelacoleta regular da prefeiturachegam no aterro.

Peagem

O caminhão que transporta osresíduos passa por umabalança e seu peso é anotado,ainda se confere a existênciade algum resíduo nãoautorizado.

Disposição

O resíduo é encaminhado paraa célula que está aberta paraaquele dia.

Espalhamento

O resíduo é misturado eespalhado para que ele tenhauma espessura uniforme.

Compactação

O resíduo disposto na célula écompactado através de umacompactadora de esteira.

Cobertura

Ao final do dia a célula écoberta com o material decobertura (terra).

Chorume e Biogás

O chorume será coletadoatravés da rede de coletoresinstalados, sendo que ele serádirecionado para uma lagoaonde será recolhido por umaempresa tercerizada, sendoencaminhado para a ETE.

O biogás será recolhido peloscoletores verticais equeimado pelos queimadores.

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11.2.1 - Chegada e Pesagem

Os caminhões ao chegar ao aterro serão pesados para que se conheça a

quantidade de resíduos sólidos que irão entrar no aterro, assim será possível estabelecer

parâmetros de controle da operação. A prefeitura irá decidir se no aterro serão recebidos

também resíduos particulares, se for o caso, será anotado os volumes dos veículos

particulares para posterior cobrança.

Os funcionários ainda deverão identificar se, dentre os resíduos existem

possíveis resíduos que não serão dispostos no aterro sanitário. Só poderão ser recebidos

resíduos sólidos urbanos de origem domiciliar e comercial; resíduos dos serviços de

capina, varrição, poda e raspagem; não se receberá, de forma alguma, resíduos do serviço

de saúde ou resíduos perigosos.

11.2.2 - Espalhamento

Após a chegada, os resíduos serão descarregados na área da célula diária e a

cada duas ou três viagens descarregadas, os resíduos devem ser misturados, de baixo para

cima, e espalhados com tratores de esteira. Com este processo será possível se obter uma

camada de espessura aproximadamente uniforme, dentro dos padrões ideais de eficiência

de compactação dos equipamentos, e promover uma homogeneização dos resíduos. Os

resíduos serão dispostos nas células seguindo a inclinação da rampa da célula, que será

calculada pelo engenheiro civil responsável.

11.2.3 - Compactação

A compactação deverá ser feita pelo rolo compactador tipo pé de carneiro

adaptado para operar nos resíduos e ele deve compactar os resíduos lixo com

movimentos repetidos de baixo para cima (3 a 5 vezes). A figura abaixo (Figura 11 –

Esquema de compactação e espalhamento) mostra a compactação e o espalhamento dos

resíduos na célula.

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Figura 11: Esquema de compactação e espalhamento (Fonte: Guia para Elaboração de Projetos de Aterros

Sanitários para Resíduos Sólidos Urbanos)

Para se conseguir uma boa compactação, o trator deve trabalhar de baixo para

cima. Essa compactação deve ocorrer segundo a inclinação da célula e no sentido

ascendente, proporcionando uma concentração de peso do equipamento na parte traseira

do sistema e reduzindo o volume dos resíduos de forma mais eficiente.

11.2.4 - Cobertura

Na engenharia do projeto foi calculado o tamanho das células, considerando a

taxa de geração de resíduos do município e também a taxa anual de crescimento da

geração de resíduos sólidos urbanos, sendo assim as células foram calculadas para que

nelas caibam os resíduos de um dia do município.

Quando todas as outras operações necessárias, espalhamento e compactação, já

tenham sido realizadas, ao final do dia a célula será coberta com uma camada de terra

como está descrito na engenharia do projeto. Essa camada tem por finalidade impedir que

a fração orgânica dos resíduos entre em decomposição ao ar livre, propagando odores,

além de evitar a proliferação de vetores e evitar o espalhamento de materiais leves pela

ação do vento.

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11.2.5 - Monitoramento

O aterro sanitário deverá ter um monitoramento regular de diversos parâmetros

este monitoramento se faz obrigatório de acordo com a lei 9.605/1998 de Crimes

Ambientais e as Instruções Normativas do IBAMA 146/2007 e 154/2007. Estes

parâmetros são:

Para o monitoramento adequado do aterro deverão ser observadas:

Qualidade do ar

o Deverão ser monitorados os coletores e queimadores do biogás.

Poluição sonora

o Será causada pela movimentação de veículos, operação de

máquinas e equipamentos pesados e não deverá ultrapassar os

limites do aterro.

Qualidade das águas (superficiais e subterrâneas)

o Monitoramento do funcionamento das redes coletoras do chorume

e das águas superficiais, bem como o monitoramento da camada de

impermeabilização das células.

Controle do solo;

o Monitoramento de possíveis processos erosivos e movimentos de

massa causados pela construção do aterro sanitário.

Controle de vetores

o A infestação de vetores representa falhas na cobertura diária do

aterro, e se ocorrer deverá ser localizada e suprimida o mais rápido

possível.

11.2.6 - Encerramento do Aterro

Quando a capacidade de recebimento de resíduos do aterro acabar, este aterro

foi projetado para ter uma vida útil de 15 anos, a área de aterramento do aterro será

selada seguindo as especificações de revestimento final citadas no memorial descritivo.

Ainda será necessária a elaboração de um Plano de Encerramento para o aterro

sanitário, seguindo as recomendações da NBR 13896 (ABNT, 1997), que deverá conter:

O projeto de construção da camada final;

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A data aproximada para o início das atividades de encerramento;

Uma estimativa dos tipos e da quantidade de resíduos que devem estar

presentes no aterro quando encerrado;

Usos programados para a área do aterro após o seu encerramento;

Monitoramento ambiental e geotécnico após o término das operações;

Atividades de manutenção da área

As vias permanentes que continuarão a ser utilizadas deverão ser mantidas em

bom estado de conservação, assim como a sua drenagem pluvial e o monitoramento do

sistema de tratamento de lixiviados deve ser mantido enquanto for observada a sua

geração. A prefeitura deverá escolher qual será o futuro uso da área do aterro, sendo que

os usos mais recomendados são áreas de paisagismo ou recreação.

11.2.7 - Plano de emergência

Para a operação do aterro será necessário ainda a elaboração de um Plano de

Emergência para o caso de acidentes, imprevistos e outras questões emergenciais que

venham a ocorrer no aterro. Deverão ser nomeados coordenadores de emergência que

irão receber treinamentos específicos.

Os possíveis acidentes que podem ocorrer:

Incêndios;

Explosões;

Vazamentos de lixiviados;

Vazamentos de gases;

Ruptura ou rompimento de taludes;

Tombamento e colisão de veículos ou equipamentos.

O Plano de Emergência do aterro deverá conter formas de contatar os órgãos públicos de

emergência que poderão lidar com estas diferentes situações, entre eles estão o corpo de

bombeiros, a defesa civil, a polícia militar, pronto socorro ou hospital mais próximo,

secretaria municipal de meio ambiente, órgão estadual de controle ambiental e demais

secretarias da prefeitura municipal.

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ANEXOS

Anexo 1 – Área de aterragem

Anexo 2 – Croqui área total do empreendimento + zoom dos constituintes

administrativos

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Anexo 3 – Características da célula

Anexo 4 – Características do sistema de Drenagem de Lixiviados

Anexo 5 – Diâmetro da tubulação fabricada em PEAD

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Anexo 6 – Dreno primário alocado na base do aterro junto à camada de brita nº5

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Anexo 7 – Características da Lagoa de Recolhimento de Lixiviados

Anexo 8 – Diâmetro da calha de concreto utilizado na Drenagem de Águas Pluviais

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Anexo 9 – Características do Sistema de Tratamento do Biogás

Anexo 10 – Corte frontal do aterro – Disposição da Camada de Impermeabilização,

Células + Camada de Recobrimento Diário e Revestimento Final