PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS...

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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E MUNDANÇA CLIMÁTICA OTCA/GEF/PNUMA COMPONENTE II Compreensão da base de recursos naturais da bacia do Rio Amazonas Subprojeto II.1 Pesquisa focalizada Atividade II.1.3 Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas Relatório Final (PRODUTO 4) Manaus - Brasil Fundo Para o Meio Ambiente Mundial Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 1

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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A

VARIABILIDADE E MUNDANÇA CLIMÁTICA

OTCA/GEF/PNUMA

COMPONENTE II Compreensão da base de recursos naturais da bacia do Rio Amazonas

Subprojeto II.1 Pesquisa focalizada

Atividade II.1.3 Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas

Relatório Final(PRODUTO 4)

Manaus - Brasil

Fundo Para o Meio

Ambiente Mundial

Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente

1

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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A

VARIABILIDADE E A MUDANÇA CLIMÁTICA

OTCA/GEF/PNUMA

Atividade II.1.3 Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas

Resumo Executivo/Executive Summary/Resumen Ejecutivo

&

Relatório Final

PRODUTO 4

Coordenação da Atividade Norbert Fenzl

Consultor

Naziano P. Filizola Jr.

Manaus, Março de 2015

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Índice Geral

Resumo Executivo

Pag. 4

Executive Summary

Pág. 17

Resumen Ejecutivo

Pág. 29

Relatório Final (Português)

Pág. 42

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Caracterização da Carga de Sedimentos dos

Rios Madeira e Solimões/Amazonas

Resumo Executivo

INTRODUÇÃO O presente documento apresenta os resultados do estudo de caracterização da carga de sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas realizado no escopo do Projeto “Gestão Integrada e Sustentável dos Recursos Hídricos Transfronteiriços na Bacia do Rio Amazonas, Considerando a Variabilidade Climática e a Mudança Climática”, ou simplesmente Projeto GEF-Amazonas. Financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e executado pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), o Projeto GEF–Amazonas busca fortalecer o marco institucional para planejar e executar, de maneira coordenada e coerente, as atividades para a proteção e gestão sustentável dos recursos hídricos e terrestres da Bacia do Rio Amazonas. Em seu desenvolvimento, o Projeto GEF-Amazonas, tem empregado mecanismos de participação inovadores como base para compreender os desafios e temas atuais e futuros para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos (GIRH). Esses mecanismos são importantes para uma região como a Amazônia que hoje enfrenta numerosos desafios para o manejo e utilização sustentável dos recursos hídricos, especialmente considerando que a região vem experimentando um importante crescimento socioeconômico e um forte aumento dos fluxos migratórios para o seu interior. A complexidade das questões envolvidas, junto com o acelerado ritmo de mudança climática, requer a implementação de um processo que ajude a minimizar os riscos associados com a variabilidade/mudança climática e o desmatamento, ademais dos conflitos quanto ao uso da água e dos recursos naturais. O presente estudo, inserido no contexto do Projeto GEF-Amazonas, parte do princípio de que as relação entre clima, hidrologia, erosão, transporte e deposição sedimentar pode fornecer informações importantes sobre o funcionamento do planeta. Considera os rios como os principais agentes de transporte dos produtos da erosão (física e química) desde os continentes até os oceanos. Ademais, as bacias hidrográficas tropicais representam as principais fontes de matéria dissolvida e particulada carreadas para os oceanos. De acordo com Beylich e

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Brardinoni (2013) a identificação, o entendimento, a definição das conexões e a quantificação (volumes e taxas) das fontes, dos locais de estocagem e dos processos de transporte de sedimentos são componentes chaves para o entendimento da dinâmica hidro-sedimentológica. O conhecimento atual sobre a rotina sedimentológica, desde o Holoceno até os climas contemporâneos formam a base para prever as consequências de eventuais distúrbios e/ou mudanças ambientais. No entanto, muitas das informações neste sentido ainda estão limitadas, quanto à cobertura espacial e temporal, e precisam ser ampliadas e consolidadas. Só depois de esforços de pesquisa coordenados e de uma integração de bases de dados é que se pode aplicar e testar, com um grau aceitável de confiabilidade, modelos de resposta da paisagem à mudanças ambientais e/ou perturbações (Beylich e Brardinoni, 2013). A Bacia Amazônica, maior bacia hidrográfica do mundo, com 5% de todas as terras emersas do globo, é moldada por processos tectônicos diversos que ao longo do tempo geraram, não só uma das maiores cadeias de montanhas do planeta, mas também uma gigantesca rede hidrográfica intrincada, sensível à variabilidade climática, que contribuiu e contribui para sua constante construção transportando, além do maior fluxo de água de rios do mundo, entre 800 milhões a pouco mais de 1 bilhão de toneladas por ano de sedimentos do continente para o Oceano Atlântico (Meade et al. 1985, Filizola et al., 2011) e cerca de 10% do carbono orgânico que chega pelos rios até os oceanos do globo (Moreira-Turcq et al., 2003). O transporte de matéria que o curso principal da bacia faz até o Atlântico é, em alguns de seus trechos, notadamente na planície central Amazônica, fortemente controlado por complexos processos de erosão e deposição influenciados pela topografia de seu leito, que fazem com que estes sedimentos sejam transportados ora como elementos em suspensão, ora na forma de dunas fluviais ou estocada de maneira temporária no leito maior. Essa complexidade está vinculada a um conjunto de fatores, como por exemplo o volume de água dos rios, este por sua vez fortemente vinculado ao clima. A variabilidade hidro-climática na Bacia do Rio Amazonas tem sido estudada em detalhe nos últimos anos, onde se tem considerado como enfoque principal a repetição de eventos extremos marcados pelas enchentes de 1999, 2009 e 2012, assim como das secas de 2005 e 2011 (Marengo et al., 2012). Apesar do entendimento das causas dessa variabilidade extrema estar fora do contexto do presente estudo, é importante entender que a sucessão de períodos hidrológicos extremos, com uma velocidade cada vez mais intensa (Espinoza et al. 2012) pode afetar significativamente a geomorfologia fluvial. Assim, apesar de todos os estudos já realizados, se observa um panorama hidro-climático de mudanças no qual o comportamento dos fluxos hidro-sedimentológicos se apresenta ainda indefinido.

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É no bojo das temáticas acima apresentadas que os casos dos rios Solimões – Amazonas e Madeira, avaliados no presente estudo, se destacam, uma vez que são os dois cursos fluviais de grande porte mais utilizados pelo homem naquela bacia. De forma ampla e na escala da grande bacia o Amazonas, maior Rio do Mundo, não apresenta influência antrópica significativa na maior parte do seu curso entre a fronteira do Peru até a região de Manaus, por exemplo. O Rio Madeira um dos maiores afluentes do Rio Amazonas, junto com este, responsável por mais de 90% do transporte de sedimentos da bacia Amazônica para o Oceano (Filizola, 1999, 2003 e Filizola e Guyot, 2009) também aparenta baixa influência antrópica na maior parte de seu curso, mesmo que pontualmente apresente casos de contaminação em áreas próxima a importantes centros urbanos regionais e a recente construção de barragens para aproveitamento de energia hidrelétrica, por exemplo. No entanto, nos últimos anos percebe-se um tendência a uma forte migração de ações antrópicas para a região Amazônica com alto potencial de impacto nos recursos hídricos (como por exemplo construção de barragens, garimpo ilegal, desmatamento para desenvolvimento de agricultura, pecuária e urbanização sem o devido planejamento). OBJETIVOS O Projeto GEF-Amazonas, diante do contexto acima tem empregado mecanismos de participação inovadores como base para compreender os desafios e temas atuais e futuros para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos (GIRH). Neste sentido o Projeto GEF-Amazonas pretende desenvolver um Programa de Ações Estratégicas (PAE) para a Bacia do Rio Amazonas e criar um cenário favorável e necessário para a implementação futura do referido Programa. O Projeto está dividido em componentes, estas por sua vez, divididas em subprojetos onde se desenvolvem/desenvolveram atividades. Assim, e face à estruturação destacada, o presente documento corresponde à Atividade II.1.3, denominada de: Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas, parte do Subprojeto II.1, denominado de: Pesquisa focalizada, que por sua vez pertence à componente II: Compreensão da Base de Recursos Naturais da Bacia do Rio Amazonas. A realização desta atividade permitiu executar a coleta de amostras de água e sedimentos nos Rios Madeira e Solimões, buscando analisar a carga de sedimentos que os dois rios transportam, identificando um cenário de base para formular ações estratégicas de intervenção no contexto do PAE. ABORDAGEM METODOLÓGICA Os resultados do estudo de caracterização da carga de sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas se deram através de levantamentos realizados em

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Fevereiro/Março e Outubro/Novembro do ano de 2013. Utilizaram-se de modernos equipamentos e modernas técnicas de amostragem e análise de água e de sedimentos em suspensão e do leito dos cursos d’água estudados, baseados em referencias nacionais (Brasil) e internacionais (CONAMA 357-05; Environment Canada, 1999; EPA, 1997, APHA, 2005 RDInstruments, 2003, Filizola, Guyot e Guimarães, 2009 e Filizola e Guyot, 2004, www.ore-hybam.org, www.ana.gov.br, dentre outros). Foram analisados dados de vazão, físico-químicos, metais, compostos orgânicos e pesticidas. Os levantamentos foram realizados em 24 pontos distribuídos ao longo daqueles rios (Figura 1) e permitiram considerar que o cenário geral tanto do Rio Solimões/Amazonas, quanto do Rio Madeira se apresenta relativamente confortável, porém exigindo cuidados face ao potencial de transporte desses grandes rios.

FIGURA 1. Apresentação de distribuição de pontos de coleta de amostras. Os pontos vermelhos correspondem aos mnemônicos indicados na Tabela 1. Fonte: Google Earth. Tabela 1. Pontos de coleta nas campanhas realizadas e indicação de atividades (H2O) = coleta de água, de SED. = sedimento ou Q = medição de vazão) realizadas em cada ponto e em cada período (F/M = Fevereiro a Março, O/N = Outubro a Novembro).

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ID Local F/M

2013

O/N

2013

H2O SED. Q

1 Rio Solimões em Tabatinga (TAB) ✓ 3 1 1

2 Rio Solimões São Paulo de Olivença

(SPO)

✓ 3 1 1

3 Rio Solimões em Fonte Boa (FBO) ✓ 3 1 1

4 Rio Solimões em Tefé (TEF) ✓ 3 1 1

5 Rio Solimões em Itapéua (ITA) ✓ 3 1 1

6 Rio Solimões em Manacapuru (MAC) ✓ 3 1 1

7 Rio Amazonas em Jatuarana (JAT) ✓ 3 1 1

8 Rio Amazonas em Itacoatiara (ITC) ✓ ✓ 6 2 2

9 Rio Amazonas em Parintins (PAR) ✓ 3 1 1

10 Rio Amazonas em Óbidos (OBI) ✓ ✓ 6 2 2

11 Rio Tapajós em Santarém (SAN) ✓ ✓ 6 2 2

12 Rio Beni em Rurrenabaque (RUR) ✓ 3 1 1

13 Rio Beni em Peña Amarilla (PAM) ✓ 3 1 1

14 Rio Beni em Riberalta (RIB) ✓ 3 1 1

15 Rio Beni em Cachuela Esperanza (CES) ✓ 3 1 1

16 Rio Madre de Dios em El Sena (SEN) ✓ 3 1 1

17 Rio Mamoré em Guayaramerín (GUY) ✓ 3 1 1

18 Rio Madeira em Porto Velho (PTV) ✓ 3 1 1

19 Rio Madeira em Humaitá (HUM) ✓ 3 1 1

20 Rio Madeira em Manicoré (MAN) ✓ 3 1 1

21 Rio Madeira em Faz. Vista Alegre (FVA) ✓ 3 1 1

PRINCIPAIS RESULTADOS & CONCLUSÕES Os problemas detectados ainda são pontuais, ou seja, não são difusos e também não são persistentes na bacia. Aparentemente o poder de diluição dos rios não está sendo comprometido de forma intensiva uma vez que as ocorrências de contaminações são localizadas. O que se percebe, no entanto, é que com o aumento das atividades antropogênicas, em curso atualmente na bacia, e sem uma política de saneamento básico, de controle de lançamentos de efluentes nos rios, bem como sem uma gestão compartilhada dos recursos hídricos aquela capacidade de depuração pode vir a ser comprometida rapidamente. As ocorrências detectadas,

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mesmo sendo de pouco impacto na grande bacia, não estão sendo observadas de forma sistemática e também não são fiscalizadas de forma mais rígida. Assim, aquelas ocorrências são potencialmente graves, face ao grande poder de transporte de sedimentos desses rios Amazônicos, especialmente considerando-se que grande parte dos contaminantes viaja na companhia dos sedimentos que são transportados pelos cursos d’água na forma dissolvida, particulada ou na forma de material do leito. Como o transporte nos rios Madeira e Solimões é extremamente potente o risco existe, sobretudo em zonas naturais de deposição também identificadas no presente estudo. Há necessidade de um acompanhamento do comportamento e da evolução de determinados parâmetros no contexto de um ciclo hidrológico completo e construindo séries de dados. Alguns pontos se destacaram no estudo para serem acompanhados através de um programa de monitoramento: 1) as entradas em território brasileiro (Tabatinga no Rio Solimões e Guyaramirin, no Rio Mamoré), 2) Rurrenabaque, no Rio Beni e Sena, no Rio Madre de Dios em território boliviano e 3) Porto Velho e Manicoré, no Rio Madeira e Itacoatiara no Rio Amazonas, já em território brasileiro. A Figura 2, resume o quão potentes são os fluxos de água e sedimentos ao longo do Rio Solimões e Amazonas. Também indica (setas vermelhas) as tendências para haver sedimentação (setas apontadas para baixo) ou re-suspensão/transporte (setas apontadas para cima). Estes comportamentos se coadunam com o que já diz a literatura (Meade et al., 1985, Filizola, 2003 e Filizola e Guyot, 2009). Assim, entre São Paulo de Olivença e Itapéua no período avaliado a tendência era de deposição. Entre Itapéua e Óbidos de transporte/ressuspensão.

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FIGURA 2. Balanço geral dos fluxos de água e sedimentos entre Fevereiro e Março de 2013 no Rio Solimões e no Rio Amazonas. Para o caso do sistema Madeira conjugado com dois pontos no Rio Amazonas, foi possível identificar-se domínios de fluxos de sedimento. Um primeiro domínio QS(1), com tendência ao transporte de grandes massas, é mostrado na Figura 3 para o território boliviano entre o piemonte e a proximidade coma fronteira brasileira (Rurrenabaque e Riberalta), Sena, no Rio Madre de Dios, parece seguir a mesma tendência, porém trata-se de um outro rio. Guayaramirim trata-se de um outro domínio QS(2) e um outro rio, porém só se teve oportunidade de avaliar um ponto, assim não se pode especular muito a respeito. No entanto, um terceiro domínio QS(3), já em território brasileiro, apresenta o Rio Madeira com forte tendência à deposição de montante para jusante. Por sua vez o domínio QS(4), no Rio Amazonas, mantém a tendência de transporte/re-suspensão identificada na primeira campanha.

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FIGURA 3. Balanço geral dos fluxos de água e sedimentos entre Outubro e Novembro de 2013 nos diferentes subdomínios amostrados na bacia do Rio Madeira Tabela 2e no trecho do Rio Amazonas entre Itacoatiara e Óbidos RECOMENDAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PAE Os levantamentos executados como parte integrante da Atividade II.1.3., aqui destacada, formam uma base de dados de avaliação expedita da situação do transporte de sedimentos pelos Rios Madeira e Solimões/Amazonas num determinado instante de tempo. Essa avaliação apresenta uma fotografia do tópico explorado num contexto temporal que para ser melhor entendido carece de um diagnóstico que seja capaz de historiar a questão e comparar os dados atuais com a evolução dos parâmetros principais levantados (carga de material dissolvido e fluxo de água e sedimentos). Ou seja, se faz necessário uma caracterização mais profunda sobre a temática onde se possa analisar não só dois rios, mas toda a bacia. A ideia desta, que se sugere como uma primeira etapa para o PAE, é a de cartografar as zonas críticas quanto à erosão, transporte e deposição de sedimentos na extensão da Bacia Amazônica, tendo como fios condutores os seus maiores rios, além dos rios Solimões/Amazonas e Madeira, já identificados nesta atividade. Adicionalmente e baseado em dados secundários é possível obter parâmetros por via indireta que permitam avaliar as áreas urbanas que estariam mais vulneráveis a eventos decorrentes da temática destacada. Na sequencia, programas de monitoramento utilizando-se de metodologias indiretas (sensoriamento remoto, por exemplo) poderão ser utilizados uma vez

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que atualmente existem sistemas de análise baseados em ferramentas computacionais abertas, livres, gratuitas e que independem de acordos nacionais pré-estabelecidos para serem utilizadas. Neste sentido, recomenda-se o estabelecimento de um programa de levantamentos sistemáticos semelhantes e até mais aprofundado do que aquele realizado no contexto da Atividade II.1.3, em consórcio com estudos de sensoriamento remoto a frequência mínima de 5 anos para identificar tendências e validar monitoramento via satélite. Este tipo de ação se poderá estabelecer tomando como base as metodologias utilizadas na atividade objeto do presente documento, mas também no que for identificado no Diagnóstico geral da bacia, aqui também proposto. Essas investigações quinquenais servirão para uma revisão da linha de base definida pelo diagnóstico e pelo trabalho da II.1.3. Como produto deve ser gerado um balanço de massa: hídrico e sedimentométrico. Para o acima indicado se recomenda também o sequenciamento de ações em acordo com a sistemática do Ver, Julgar, Agir e Rever adaptado à temática em pauta (Figura 4). Um exemplo de modo de aplicação desta metodologia pode ser visto no documento do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Acre. De forma mais específica sugere-se que sejam produzidos gráficos de Q (Vazão) e QS (Descarga Sólida), calculados balanços de massa e realizada uma cartografia desses parâmetros de forma a se poder identificar áreas críticas/prioritárias e consolidar as informações gerando subsídios para uma governança compartilhada. Esta etapa, deverá buscar analisar e determinar prioridades para sugerir aos atores objetivos e modos de intervenção coerentes. A Figura 5 mostra de forma sucinta uma sugestão de arranjo para o estabelecimento das ações a serem identificadas em cada uma das etapas da sistemática proposta. As ações sugeridas, uma vez implementadas precisam ser monitoradas para que seja possível avaliar a sua efetividades e/ou identificar novas questões relacionadas à temática em questão. Neste sentido recomenda-se a montagem de um programa de monitoramento indireto de parâmetros básicos de referencia em escala de tempo trimestral, especialmente focado em trechos de rios naturalmente críticos, nas localidades urbanas maiores que 50 mil habitantes e nas cidades nas áreas de fronteira (pontos já destacados neste estudo). Associar sempre que possível às determinações de nível e de concentração de sedimentos, dados de medições de vazão líquida e sólida para monitorar as tendências do transporte de matéria pelos rios; e neste sentido três atividades básicas podem ser propostas:

i) Monitoramento da concentração da matéria em suspensão na água através de dados de satélite (Sistema MODIS, Satélites TERRA/AQUA);

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ii) Complementando a atividade prevista no item i), sugere-se fazer o monitoramento do nível d’água obtidos por satélites altimétricos e cálculo de fluxo realizado com o uso de dados de vazão modelados em estações onde existam relações de cota x vazão estabelecidas fornecidas pelos atores ou pontos focais nacionais;

iii) Monitoramento interferométrico de feições geomorfológicas e de clareiras (sugere-se porções maiores que 1.000 km2) existentes em bacias hidrográficas específicas e relacionadas potencialmente a processos significativos de erosão/deposição de sedimentos.

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FIGURA 4. Sistemática para sequenciamento de ações do PAE no contexto da temática da Atividade II.1.3 Projeto GEF-Amazonas.

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O monitoramento através do sistema MODIS é uma prática que tem sido desenvolvida nos últimos dez anos e já em condições de passar a uma fase que se pode dizer “quase operacional” (existe módulo de pesquisas em operação no Observatório ORE/HYBAM em www.ore-hybam.org). No mais, no Brasil, duas teses de doutorado (uma no INPE e outra na UnB) e uma de mestrado (na Ufam) já foram desenvolvidas no tema. No que diz respeito ao monitoramento através de altimetria radar, também existe módulo em operação no Observatório ORE/HYBAM em www.ore-hybam.org, bem como na Agência Nacional de Águas (ANA) do Brasil. Uma sistemática de monitoramento já pode ser colocada em fase operacional com atual constelação de satélites existentes. Em relação a este tema específico, várias teses de doutoramento e dissertações de mestrado já foram realizadas e o módulo da ANA já executa, de forma acoplada, a geração de vazões a partir de dados de cota virtual. Finalmente, no que diz respeito ao monitoramento de feições geomorfológicas desenvolveu-se, no Brasil, metodologia para a cartografia geomorfológica sistemática elaborada para o Mapa Geomorfológico de Goiás e Distrito Federal, (GOIÁS, 2006) para o quadro qualitativo, que pode ser adaptada e reproduzida temporalmente para a Amazônia. Para o quadro quantitativa uma metodologia aplicado de forma indireta em escala global desenvolvida por Ludwig e Probst (1998) in: “AJS Online April 1998 vol. 298 no. 4 265-295” (acessível por: doi: 10.2475/ajs.298.4.265). Em relação a esta temática, também, uma tese de doutorado no INPA (Manaus) relacionada ao tema foi desenvolvida inspirada naquele trabalho além de um artigo sobre o Rio Magdalena na Colombia (Restrepo , JD, Kjerfve , B., Hermelin , M., Restrepo , JC, 2006. Factores que controlan la producción de sedimentos en una cuenca de drenaje de América del Sur : los río Magdalena , Colombia . J. . Hydrol 316, 213-232 . ). Adicionalmente ao que foi identificado acima se faz importante a montagem de programa educativo a ser implantado nas cidades ribeirinhas quanto ao cuidado ambiental reforçando o caráter Transfronteiriços dos rios e a respeito de seu potencial de trazer tanto bons nutrientes, quanto poluentes. Neste tópico considera-se como o mais importante o estabelecimento de uma política de comunicação para o Programa onde seja possível desenvolver atividades de formação através de oficinas práticas a serem realizadas em cidades alvos determinadas na esfera de governança e revisada a cada ciclo de cinco anos de acordo com as problemáticas identificadas pelos levantamentos indiretos/diretos.

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Resumidamente, as ações propostas para o presente tema são apresentadas como indicado na Figura 5, onde são destacadas as principais fases do processo aqui sugerido e que precisam ser amparado por uma ampla política de comunicação no contexto de todo o PAE/GEF-Amazonas.

FIGURA 5. Resumo geral da proposta da Atividade II.1.3. para o PAE.

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Rivers Madeira and Solimões / Amazonas,

Sediment Load characterization

Executive Summary

INTRODUCTION This report presents results about a study done to characterize the sediment load of the rivers Madeira and Solimões / Amazonas. It was performed in the scope of a Project called: " Amazon River Basin Integrated and Sustainable Management of Transboundary Water Resources Considering Climate Variability and Climate Change" or simply GEF-Amazon Project. Funded by the Global Environment Facility (GEF), implemented by the United Nations Environment Program (UNEP) and executed by the Organization of the Amazon Cooperation Treaty Organization (ACTO) , the GEF- Amazon Project seeks to strengthen the institutional framework for planning and run in a coordinated and coherent way the activities for the protection and sustainable management of water and land resources of the Amazon River Basin . In its development, the GEF-Amazon Project, has employed innovative participatory mechanisms as a basis for understanding the challenges current and future topics for Integrated Water Resources Management (IWRM). These mechanisms are important for a region like the Amazon under its challenges for the management and sustainable use of water resources. This topic gains importance if the rapid socio-economic growth and the strong increase in migration is considering. The complexity of the issues involved, including the climate change evolution into the region, requires processes implementation that helps to minimize the risks associated with that variability / climate change and deforestation, as well. This also includes conflicts about the use of water and natural resources. This study, included into the GEF-Amazon Project context, assumes that the relationship between climate, hydrology , erosion, sediment transport and deposition can provide important information about the functioning of the planet. It considers that rivers are the main carriers of the erosion products (physical and chemical) from the continents to the oceans. In addition, tropical river basins represent the main sources of dissolved and particulate matter transported by rivers to the oceans. According to Beylich and

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Brardinoni (2013) the identification, understanding, definition and quantification of the existed connections (volumes and rates) between sources, storage sites and sediment transport processes, are key components to understanding the hydro-sedimentology dynamics. Actual knowledge about the sedimentologic routine, since the Holocene until contemporary climates, gives the background to predict consequences of any disturbances and / or environmental changes. However, much of that information is still limited, its spatial and temporal coverage need to be expanded and consolidated. Only after coordinated research efforts and integration of databases it will be possible to apply and test, with an acceptable degree of reliability, landscape response models to environmental changes and / or variability (Beylich and Brardinoni , 2013) . Amazon Basin is the largest watershed in the world. It represents 5 % of all global emerged lands. The basin was shaped by different tectonic processes, which over the geological time generated not only one of the largest mountain ranges on the planet, but also a huge hydrographic network. The basin is recognized as a sensible area concerning climate variability. This climatic scenario contributes to its constant transportation of water (209.000 m3.s-1) and sediments (between 800 million to just over 1 billion tons to Atlantic Ocean - Meade et al . 1985 Filizola et al., 2011 ) and about 10 % of the organic carbon that reaches the rivers to the oceans of the globe ( Moreira- Turcq et al. , 2003). The sediment transport is, in some trench, especially in the Amazon central plain, is tightly controlled by complex processes of erosion and deposition influenced by the topography of the riverbed. That processes make sediments to be transported either as suspension elements, either as sand dunes or stored at temporary sites. This complexity is linked to a number of factors, such as the rivers water regimes that is strongly linked to climate. The Amazon hydro-climatic variability has been studied in detail in recent years. Those studies has considered as the main focus the extreme events repetition, marked by the floods of 1999, 2009 and 2012, as well as the 2005 drought and 2011 (Marengo et al. , 2012) . Although understanding the causes of this extreme variability be out of the present study context, it is relevant to sign that this succession of extreme hydrological periods, with an increasingly intense speed (Espinoza et al. 2012), significantly affect the fluvial geomorphology. Despite all the previous studies the hydro-climatic scenario and its relations with rivers water and sediment flows are still undefined. Among the above topics, the case studies about the Rivers Madeira and Solimões / Amazonas, here highlighted as the two major Amazon waterways, do not show any strong anthropogenic influence at the whole basin scale. Otherwise, at the local scale

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the situation is not the same and planned actions have to be done to take care about possible spreading of bad practices actually in curse into the basin. The Madeira River, one of the largest tributaries of the Amazon River, is responsible for transporting over than 90% of the sediment flow from the continent to the Ocean (Filizola, 1999, 2003 and Filizola and Guyot , 2009). Its also appears with low anthropogenic influence on most of its course, even occasional/local cases of contamination were reported closer to major regional urban centers and near hydro power dams, recent constructed, However, in recent years a strong migration of human activities in to the Amazon region is observed. This migration coming with a strong tendency for impact on water resources, such as construction of dams, illegal mining, deforestation for agricultural and urbanization development without a proper planning. OBJECTIVES The GEF- Amazon Project, facing the above context, employs innovative and participatory mechanisms as a basis for understanding the challenges, the current and future topics for Integrated Water Resources Management (IWRM) . In this sense the GEF- Amazon Project aims to develop a Strategic Action Program (SAP) for the Amazon River Basin and create a favorable and necessary environment for the future implementation of that program. The Project design is organized into several components. Each one of the components, are divided into sub-projects expanding on / or developed by several activities. Therefore, and due to that design structure, this document corresponds to the II.1.3 activity, called: Sediment Load characterization of the rivers Madeira and Solimões / Amazonas. It is part of the Activity II.1, called : Focus Research, belongs to the component II : Amazon River Basin: Basic Natural Resources Understanding. This activity allowed the possibility to collect several water and sediments samples from the rivers Madeira and Solimoes. Those samples were used to analyze the sediment load that the two rivers carry, identifying a baseline scenario to formulate strategic actions intervention in the SAP context. METHODOLOGICAL APROACH The Rio Madeira and Rio Solimões / Amazonas sediment load characterization study results were generated from surveys conducted in February / March and October / November in the year 2013. It was used modern equipment and modern sampling techniques and water and suspended/bedload sediment analysis procedures. The study was done according to national (Brazil) and international (CONAMA 357-05; Environment Canada, 1999; EPA-US, 1997; APHA, 2005; RDInstruments, 2003; Filizola, Guyot & Guimarães, 2009; Filizola and Guyot, 2004; www.ore-hybam.org, www.ana.gov.br, among others) references/protocols.

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The parameters analyzed on the activity were: Flow data, obtained with specific equipment, physic-chemical variables, metals, organic compounds and pesticides. The surveys were conducted in 24 sites distributed along the studied rivers (Figure 1) and allowed to build an overall picture of both the Solimões / Amazonas River, the Madeira Rivers that indicates a relatively comfortable situation to the whole basin scale, but the actual practices requiring some care when thinking about the potential of matter transport of these two great rivers .

FIGURE 2. Sites distributions where samples were collected. The red dots correspond to the mnemonics shown in Table 1. Source : Google Earth.. Table 3. Sites where samples were collected and activities done in each one of this (H2O) = # water samples collected. SED. = # Sediment samples collected. Q = flow measurements; at each period ( F / M = February to March , O / N = October to November.

ID Site (river and site name) F/M

2013

O/N

2013

H2O SED. Q

1 R. Solimões at Tabatinga (TAB) ✓ 3 1 1

2 R. Solimões São Paulo de Olivença (SPO) ✓ 3 1 1

3 R. Solimões at Fonte Boa (FBO) ✓ 3 1 1

4 R. Solimões at Tefé (TEF) ✓ 3 1 1

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ID Site (river and site name) F/M

2013

O/N

2013

H2O SED. Q

5 R. Solimões at Itapéua (ITA) ✓ 3 1 1

6 R. Solimões at Manacapuru (MAC) ✓ 3 1 1

7 R. Amazonas at Jatuarana (JAT) ✓ 3 1 1

8 R. Amazonas at Itacoatiara (ITC) ✓ ✓ 6 2 2

9 R. Amazonas at Parintins (PAR) ✓ 3 1 1

10 R. Amazonas at Óbidos (OBI) ✓ ✓ 6 2 2

11 R. Tapajós at Santarém (SAN) ✓ ✓ 6 2 2

12 R. Beni at Rurrenabaque (RUR) ✓ 3 1 1

13 R. Beni at Peña Amarilla (PAM) ✓ 3 1 1

14 R. Beni at Riberalta (RIB) ✓ 3 1 1

15 R. Beni at Cachuela Esperanza (CES) ✓ 3 1 1

16 R. Madre de Dios at El Sena (SEN) ✓ 3 1 1

17 R. Mamoré at Guayaramerín (GUY) ✓ 3 1 1

18 R. Madeira at Porto Velho (PTV) ✓ 3 1 1

19 R. Madeira at Humaitá (HUM) ✓ 3 1 1

20 R. Madeira at Manicoré (MAN) ✓ 3 1 1

21 R. Madeira at Faz. Vista Alegre (FVA) ✓ 3 1 1

MAIN RESULTS & CONCLUSIONS The problems identified by the study are still sporadic. They are not diffuse and also are not persistent in the whole basin. Apparently the river dilution power is not being compromised intensively because the actual contamination occurrences are localized. However, it is important to report that with the increase of anthropogenic activities, currently ongoing, and without a basic sanitation policy, concerning effluent discharges control into rivers as well, and without a shared water resource management, that dilution capabilities might be compromised quickly. The detected contamination events, even being low impact in the whole Basin, are not being observed systematically and also are not monitored more strictly. Those above cited occurrences are potentially serious given the great power of sediment transported by these two Amazonian rivers (Madeira and Solimões/Amazonas), especially considering that most of the contaminants traveling in the company of sediments. Rivers transport sediments as dissolved

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matter and particulate matter, or as bed material. Transport in Madeira and Solimões rivers is extremely potent and contamination risk exists, especially in natural areas of deposition also identified in this study. The results indicates that there is need for monitoring the behavior and evolution of certain parameters in the context of a complete water cycle to build specific datasets. Some points highlighted as the most important to be accompanied by a monitoring program: 1) Entries in Brazil (Tabatinga at Solimões river and Guyaramirin at Mamore river), 2 ) Rurrenabaque at Beni river and Sena at Madre de Dios river in Bolivia and 3) Porto Velho and Manicoré both at the Madeira River and Itacoatiara at the Amazon River , already in Brazil. Figure 2 summarizes how powerful are the water and sediment flows along the Solimões/Amazon River. It also indicates (red arrows) trends to sedimentation areas (arrow pointed down) or re-suspension / transport areas (arrow pointed up). These behaviors are consistent with that indicated by the literature (Meade et al., 1985 Filizola , 2003 and Filizola and Guyot , 2009) . This means that between São Paulo de Olivença (SPO) and Itapéua (ITA), during the evaluated period, the trend was deposition. Between Itapéua and Obidos the trend is transport/re-suspension.

FIGURE 2. General budget for water and sediment flux between February and March, 2013 at the Solimões/Amazon River. In the case of Madeira system, conjugated with two points in the Amazon River, it was possible to identify areas of sediment flows. A first domain QS (1), with a

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trend to transport, as show in Figure 3, for the Bolivian territory between the Andes piedmont and the proximity with the Brazilian border (Rurrenabaque to Riberalta). In Sena, at Madre de Dios River, seems to follow the same trend as the one of the Beni River, between the piedmont and the frontier. At Guayaramirim there is another QS domain (2) and another river, but only had the opportunity to evaluate one simple point, so it cannot possible to really speculate much more about it. However, at the third domain QS (3), all in Brazil, it was marked by the Madeira river with a strong trend for deposition from upstream to downstream. Finally, the last QS domain (4), that means the Amazon River, it keeps the same trend of transport/re-suspension identified in the first campaign as indicated at Figure 2.

FIGURE 3. General budget for water and sediment flux between General budget between October and November 2013 with different domains sampled at the Madeira itself and tributaries and at the Amazonas River as well, this last river in the trench between Itacoatiara and Óbidos. RECOMMENDATIONS FOR THE SAP PREPARATION The results form the surveys performed as part of the activity II.1.3., highlighted here, made possible to build a database on sediment transport about Madeira and Solimões/Amazonas rivers in a determined period of time. This report presents a scenario exploited in a temporal context. This scenario, to be better understood needs a more spreading diagnosis for the whole basin and it have to be capable to establish a comparison between those data within the evolution of

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the main parameters measured (dissolved material load and water flow and sediment). That means that for a complete characterization for the whole basin on the subject, it is necessary to analyze more them two rivers, they can be viewed as indicators of the phenomenon, but don’t revels it in more details. The idea, here proposed as the first step for the SAP, is to do a preliminary map of critical zones regarding: erosion, transport and deposition of sediments in the extension of the whole basin. Additionally and based on “secondary” data its possible to obtain information using indirect instruments (like satellite images). Those instruments can be useful to evaluate urbanized and deforested areas. Monitoring programs using indirect methods (remote sensing, as mentioned above) may be used. Its possible to build complete analysis systems based in open source computational tools, free of charge and independent of pre-established national agreements to be used. In this regard, its strongly recommend the establishment of a program based in a decision system that considers systematic surveys (each 5 years) like the one here reported, in consortium with remote sensing studies. The field surveys will be used to register/review baselines and to check temporal variability. The more frequent data analysis will be done by satellite data that also will use the field data to validate those indirect observations. As a product to be generated, a mass balance on water and sediments is suggested. To the operation about the topics indicated above, a sequence of actions is recommended using the “to see, to judge, to act and to review” method (Figure 4). An example of that method can be viewed at the document named “Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Acre”, that can be accessible over the Internet using any research engine. To be more specific and as product of the first step (to see) is recommended the production of graphics showing Q (Discharge) and QS (Sediment discharge) variability, the calculation of mass budgets and mapping those parameters (cartography). This is a way to identify critical zones and create areas of priorities to consolidate information as subsidies to support a shearing governance action. Figure 4 shows in summary a methodological sequence as a suggestion to establish actions identified in each step of the proposed protocol. The suggested actions, once implemented, need to be monitored. This will guarantee the efficiency and efficacy of the process. Also, it will be possible to evaluate changes needed and also identify new questions related with the theme. To that, is recommended a monitoring program that can mead possible observes basic parameters periodically (at lest each 3 months, can be more frequently), especially in critical trench’s i.e. near cities bigger than 50 thousand in habitants and near international borders between the Amazonian countries, like those

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recommended above. If possible, the association of those data with water discharge is an important plus and is also recommended to associated water discharge with sediment data. This will be important to monitor trends in terms of matter transportation by rivers. To do so, 3 basic activities can be recommended as well:

i) Monitoring total suspended solids on water surface using satellite data like MODIS System and TERRA/AQUA satellites;

ii) Complementing the above exposed activity, it’s recommended the use of radar altimetry to obtain water level data. Those data obtained near regular and conventional hydrometric station can made possible to obtain water discharge data as well, where a rating-curve is calibrated;

iii) Monitoring geomorphologic feature evolution using Interferometry procedures and doing it also with deforested and urban areas (to areas greater than 1.000km2), special areas near the rivers that can be driver forces for potential processes of erosion/deposition of sediments.

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FIGURE 4. Systematic routine of actions suggested to the SAP from the Activity II.1.3 Characterization of Sediment Load of Madeira and Solimões / Amazonas Rivers, in the context of PROJECT GEF-Amazonas.

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Monitoring program using the MODIS system is a practice that has been developed over the past decade and now it’s able to move into a phase that can be said "almost operational" (a research module is under operation by the Observatory ORE / HYBAM in www.ore-hybam.org). Two PhD and one Master thesis was produced in Brazil regarding this topic that made possible to develop the system. Considering the radar altimetry monitoring system, the same Observatory ORE/HYBAM has a platform that today is also incorporated by the Brazilian National Water Agency (ANA) as an operational monitoring tool. To this topic, as the MODIS system several thesis (PhD and MSc), were produced that confirm the system as a real possibility. It’s free and river levels can be computed each 10 days virtually. Finally, about the geomorphological features, a method developed in Brazil for the Goiás and DF Geomorphological chart (GOIÁS, 2006), can be adapted to be used in Amazon for qualitative approach to see differences in space and time. For a quantitative overview, the suggestion is the application of a method generated and applied globally by Ludwig e Probst (1998) in: “AJS Online April 1998 vol. 298 no. 4 265-295” (accessible by: doi: 10.2475/ajs.298.4.265). A PhD thesis and a book about it was done in Brazil and also in Colombia (Restrepo, J.D., Kjerfve, B., Hermelin, M., Restrepo, J.C., 2006. Factors controlling sediment yield in a major South American drainage basin: the Magdalena River, Colombia. J. Hydrol. 316, 213–232.). Additionally to those topics cited above, it’s important to create an educational program to be implemented on the riverine cities. This program has to be done as a part of a communication policy to reinforce the transboundary characteristic of rivers and they’re potential to transport well or bed things. It’s important that the communication policy and its program implements practical workshops where people can be formed to be partners/actors of the proposed governance activities. This will be also helpful to facilitate the implementation of the programmed actions indicated as a product of the surveys & monitoring system. The Figure 5 summarizes the proposed actions to the topic presented at this report. The most important phases of the process are showed as well as the importance of the communication policy to support all the actions at the SAP/GEF-Amazon, context.

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FIGURE 5. The Activity II.1.3. summary proposal to the SAP.

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Los ríos Madeira y Solimões / Amazonas , la

caracterización de sedimentos de carga

Resumen Ejecutivo

INTRODUCCIÓN El presente informe presenta los resultados del estudio de caracterización de la carga de sedimentos de los ríos Madeira y Solimões / Amazonas. Se realizó en el marco del proyecto denominado: "Proyecto de Manejo Integrado y Sostenible de los Recursos Hídricos Transfronterizos dela Cuenca del Río Amazonas Considerando la variabilidad del clima y el cambio climático", o simplemente Proyecto GEF - Amazonas. Financiado por el Fondo Mundial para el Medio Ambiente (GEF), ejecutado por el Programa de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente (UNEP) y ejecutado por la Organización del Tratado de Cooperación Amazónica (OTCA), el Proyecto GEF Amazonas busca fortalecer el marco institucional para la planificación y ejecución de manera coordinada y coherente de actividades para la protección y gestión sostenible de los recursos hídricos y terrestres de la cuenca del río Amazonas . En su desarrollo, el Proyecto GEF Amazonas, ha empleado mecanismos participativos innovadores como base para la comprensión de los desafíos cuanto a temas actuales y futuros para la Gestión Integrada de Recursos Hídricos (GIRH). Estos mecanismos son importantes para una región como la Amazonía bajo sus desafíos actuales de ocupación del espacio. Esta importancia se da en consecuencia del rápido crecimiento socioeconómico y el fuerte aumento de la migración en la región. La complejidad de los temas en cuestión, incluida la evolución del cambio climático en la región , requiere la implementación de procesos que ayuden a minimizar los riesgos asociados con la variabilidad/cambio climático y la deforestación. Esto también incluye a los conflictos por el uso del agua y de los recursos naturales . En este estudio, incluido en el contexto del Proyecto GEF Amazonas, se considera que la relación entre el clima, la hidrología, la erosión, el transporte y la deposición de sedimentos puede proporcionar informaciones importantes sobre el funcionamiento del planeta. Se considera también, que los ríos son los principales portadores de los productos de la erosión (físicas y químicas ) desde los continentes a los océanos. Además, las cuencas fluviales en el medio tropical representan las principales fuentes de material disuelto o particulado transportados por los ríos a los océanos. Según Beylich y Brardinoni (2013) la identificación, comprensión, definición y

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cuantificación de las conexiones existentes (volúmenes y balances) entre áreas fuentes, áreas de deposición y procesos de transporte de sedimentos, son componentes clave para la comprensión de la dinámica de la hidro-sedimentología. El conocimiento real de la rutina hidro-sedimentológica, desde el Holoceno hasta climas contemporáneos, es importante para predecir las consecuencias de las perturbaciones y / o cambios ambientales. Sin embargo, gran parte de esa información es todavía limitada, existe una fuerte necesidad de cobertura espacial y temporal a ser ampliada y consolidada. Sólo después, una vez coordinado los esfuerzos de investigación e integración de bases de datos, es que será posible aplicar y dar pruebas, con un grado aceptable de fiabilidad, a los modelos de respuesta a los cambios del paisaje y / o dela variabilidad ambiental ( Beylich y Brardinoni , 2013) . La cuenca del Amazonas es la más grande del mundo. Representa 5% de todas las tierras continentales del planeta. La cuenca fue formada por diferentes procesos tectónicos, que con el tiempo geológico generaran no solamente una de las cadenas montañosas más grandes del planeta, pero también una enorme red hidrográfica. La cuenca es reconocida como un área sensible en relación a la variabilidad del clima. El escenario climático contribuye al transporte de agua e sedimentos con caudales gigantescos: de agua = 209.000 m3.s-1 y de sedimentos entre 800 millones a poco más de 1 mil millones de toneladas al ano; para el Océano Atlántico – (Meade et al 1985 Filizola et al , 2011 ). También, la cuenca es responsable alrededor del 10 % del carbono orgánico que sale de por los ríos a los océanos del mundo (Moreira- Turcq et al. , 2003 ) . El transporte de sedimentos es, sobre todo en la llanura central del Amazonas, estrechamente controlado por complejos procesos de erosión y deposición influenciados por la topografía del lecho del río. Esos procesos hacen que los sedimentos sean transportados, ora como elementos en suspensión, ora como dunas de arena e en otras veces se queden almacenados en sitios temporales. Esta complejidad está vinculada a una serie de factores, tales como los regímenes hidrológicos de los ríos e estos, por su vez, fuertemente relacionada con el clima. Se ha estudiado en detalle en los últimos años la variabilidad hidro-climática dela cuenca Amazónica. Esos estudios se ha considerado como el foco principal de la repetición de eventos extremos, marcado por las inundaciones de 1999, 2009 y 2012 , así como la sequía de 2005 y 2011 (Marengo et al. , 2012). Aunque la comprensión de las causas de esta variabilidad extrema estar fuera del contexto del presente estudio, es pertinente comentarlo para firmar que esta sucesión de períodos hidrológicos extremos, con una velocidad cada vez más intensa (Espinoza et al. 2012), afecta significativamente a la geomorfología fluvial. A pesar de todos los estudios previos a respecto del escenario hidro-climático, su

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relación con los flujos de los ríos de agua y sedimentos aún no están bien definidos. Entre los temas anteriores, los estudios de casos sobre los ríos Madeira y Solimões / Amazonas, aquí destacados como los dos principales cursos fluviales dela cuenca Amazónica, no muestran una fuerte influencia antropogénica en toda la escala de la cuenca. Sien embargo, a la escala local, la situación no es la misma y hay carencia de planificación de acciones para cuidar de posibles propagaciones de malas prácticas que podan venir a comprometer toda a la cuenca en futuro próximo. El río Madeira, uno de los mayores afluentes del río Amazonas, junto con el proprio Amazonas es el responsable por transportar más de 90 % del flujo de sedimentos desde el continente hacia el Océano ( Filizola , 1999 , 2003 y Filizola y Guyot , 2009 ). Pero, así como el Amazonas también aparece con baja influencia antropogénica sobre la mayor parte de su curso, donde se registraron casos ocasionales/locales de contaminación cerca de los principales centros urbanos de la región y cerca de las presas hidroeléctricas, de reciente construcción. Sin embargo, en los últimos años se observa una fuerte migración de las actividades humanas en la región amazónica. Esta migración que viene con una fuerte tendencia a generar impacto sobre los recursos hídricos, como la construcción de presas, la minería ilegal, la deforestación para el desarrollo agrícola o para la urbanización, pero sin una planificación adecuada. OBJETIVOS El Proyecto GEF Amazonas, frente al contexto anterior, emplea mecanismos innovadores y participativos como base para la comprensión de los desafíos, los temas actuales y futuros para la Gestión Integrada de Recursos Hídricos (GIRH). En este sentido, el Proyecto GEF Amazonas tiene como objetivo desarrollar un Programa de Acción Estratégico (PAE ) para la cuenca del río Amazonas y crear un entorno favorable y necesaria para la futura aplicación de dicho programa. El diseño del proyecto está organizado en diferenciados componentes. Cada uno, se divide en sub-proyectos, que por su vez son desarrollados segundo actividades. Por lo tanto, y debido a la estructura del diseño, este documento corresponde a la actividad II.1.3, llamada: Caracterización de la carga de sedimentos los ríos Madeira y Solimões/Amazonas. Es parte de la Actividad II.1, llamada: Enfoque de Investigación, pertenece al componente II: Cuenca del Río Amazonas: Entendimiento de la Base de Recursos Naturales. Esta actividad permitió la posibilidad de recoger varias muestras de agua y sedimentos de los ríos Madeira y Solimões. Se utilizaron esas muestras para analizar la carga de sedimentos que los ríos llevan e su composición mínima para identificación de un escenario de referencia afín de formular intervenciones estratégicas en el contexto de PAE.

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ENFOQUE METODOLÓGICO La caracterización de la carga de sedimentos resultados del presente estudio se generaron a partir de recorridos realizados en febrero/marzo y octubre/noviembre en el año 2013 hechos con embarcación o automóviles. Para las muestras fueran utilizados equipos modernos, como el ADCP, sondas digitales, modernas técnicas de muestreo de agua y sedimentos, así como procedimientos analíticos. El estudio se realizó de acuerdo con protocolos nacionales (Brasil) e internacionales. Dentre ellos vale citar: CONAMA 357-05; Environment Canada, 1999; EPA - Estados Unidos, 1997; APHA , 2005; RDInstruments , 2003; Filizola, Guyot y Guimarães, 2009; Filizola y Guyot, 2004; www.ore-hybam.org, www.ana.gov.br, entre otros). Los parámetros analizados en la actividad fueron: Flujo, obtenidos con equipos específicos, las variables físico-químicas, metales, compuestos orgánicos y pesticidas. Las muestras se realizaron en 24 sitios distribuidos al largo de los ríos estudiados (Figura 1 ). Los resultados permitirán construir una visión global de los ríos Solimões/Amazonas e Madeira que indica una situación relativamente cómoda por la escala de la cuenca, pero requiere mayor atención cuando se piensa en el potencial del transporte de agua e sedimentos que tienen estos dos grandes ríos.

FIGURA 1. Sitios donde se recolectaron muestras. Los puntos rojos corresponden a los nemotécnicos que se muestran en la Tabla 1. Fuente : Google Earth.

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Tabla 1. Lugares donde se recolectaron muestras y actividades realizadas en cada uno de esto ( H2O ) = # muestras de agua tomadas . SED . = # Las muestras de sedimentos tomadas . Mediciones Q = flujo; en cada periodo (F / M = febrero a marzo, O / N = octubre a noviembre.

ID Sitios (rio e el nombre de sitio) F/M

2013

O/N

2013

H2O SED. Q

1 R. Solimões en Tabatinga (TAB) ✓ 3 1 1

2 R. Solimões São Paulo en Olivença (SPO) ✓ 3 1 1

3 R. Solimões en Fonte Boa (FBO) ✓ 3 1 1

4 R. Solimões en Tefé (TEF) ✓ 3 1 1

5 R. Solimões en Itapéua (ITA) ✓ 3 1 1

6 R. Solimões en Manacapuru (MAC) ✓ 3 1 1

7 R. Amazonas en Jatuarana (JAT) ✓ 3 1 1

8 R. Amazonas en Itacoatiara (ITC) ✓ ✓ 6 2 2

9 R. Amazonas en Parintins (PAR) ✓ 3 1 1

10 R. Amazonas en Óbidos (OBI) ✓ ✓ 6 2 2

11 R. Tapajós en Santarém (SAN) ✓ ✓ 6 2 2

12 R. Beni en Rurrenabaque (RUR) ✓ 3 1 1

13 R. Beni en Peña Amarilla (PAM) ✓ 3 1 1

14 R. Beni en Riberalta (RIB) ✓ 3 1 1

15 R. Beni en Cachuela Esperanza (CES) ✓ 3 1 1

16 R. Madre de Dios en El Sena (SEN) ✓ 3 1 1

17 R. Mamoré en Guayaramerín (GUY) ✓ 3 1 1

18 R. Madeira en Porto Velho (PTV) ✓ 3 1 1

19 R. Madeira en Humaitá (HUM) ✓ 3 1 1

20 R. Madeira en Manicoré (MAN) ✓ 3 1 1

21 R. Madeira en Faz. Vista Alegre (FVA) ✓ 3 1 1

RESULTADOS Y PRINCIPALES CONCLUSIONES Los problemas identificados por el estudio se presentaran como esporádicos. Ellos no se difunden y además no son persistentes en toda la cuenca. Al parecer, el poder de dilución delos ríos no están en peligro intensamente porque las ocurrencias reales de contaminación son localizadas. Sin embargo, es importante informar que con el aumento de las actividades antropogénicas, actualmente en curso, y sin una política de saneamiento básico,

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en relación con el control de las descargas de efluentes en los ríos, así, y sin una gestión compartida de los recursos hídricos, las capacidades de dilución puede entrar en peligro rápidamente. Los casos de contaminación detectados, sieguen siendo de bajo impacto en toda la cuenca, no siendo observada ocurrencias de manera sistemática o más estricta . Las ocurrencias citadas arriba son potencialmente grave dado el gran poder de transporte de los sedimentos por los dos ríos amazónicos (Madeira y Solimões / Amazonas, sobretodo). Además, se debe tomar en cuenta que la mayoría de los contaminantes viajan en las aguas de los ríos están en compañía de sedimentos suspensos, diluidos o como material del lecho. Así, el transporte en los ríos Madeira y Solimões/Amazonas, extremadamente potente, en habiendo dispersión de los problemas locales, coloca en riesgo de contaminación, especialmente las zonas naturales de deposición también identificados en este estudio . Los resultados indican que existe la necesidad de supervisar el comportamiento y la evolución de ciertos parámetros en el contexto del ciclo hidrológico completa para construir base de datos específicos, una vez que el presente estudio solamente a echo una avaluación en dos periodos distintos. Sien embargo, algunos puntos se destacaran como los más importantes para un futuro trabajo de monitoreo : 1 ) Las entradas en Brasil ( Tabatinga en el río Solimões y Guyaramirin en el río Mamoré ); 2 ) Rurrenabaque en el río Beni y Sena en el río Madre de Dios, en Bolivia; y 3 ) Porto Velho y Manicoré en el río Madeira y Itacoatiara en el río Amazonas, en Brasil. La figura 2 resume lo cuanto son poderosos los flujos de agua y sedimentos delos ríos Solimões/Amazonas. También indica (flechas rojas) tendencias a zonas de sedimentación ( flecha apuntando hacia abajo ) o la por la re-suspensión o áreas de transporte ( flecha apuntando hacia arriba ). Estos comportamientos son consistentes con la indicada por la literatura (Meade et al. , 1985 Filizola , 2003 y Filizola y Guyot , 2009 ). Esto comportamiento también significa que entre São Paulo de Olivença ( SPO ) y Itapéua ( ITA ) , durante el período evaluado , la tendencia fue la deposición . Entre Itapéua y Obidos la tendencia es el transporte o re-suspensión de los sedimentos.

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FIGURA 2. Balance general del flujo de agua y sedimentos entre febrero y marzo de 2013 en el río Solimões/Amazonas. En el caso del sistema Madeira, conjugado con dos puntos en el río Amazonas , fue posible identificar áreas (dominios) de flujo de sedimentos. O primero dominio denominado QS ( 1 ), tiene una tendencia para el transporte, como se muestra en la Figura 3, esto para el territorio boliviano entre el piedemonte de los Andes y la proximidad con la frontera con Brasil ( Rurrenabaque a Riberalta ). Desde Sena, en el río Madre de Dios, parece seguir la misma tendencia que la del río Beni, o sea entre el piedemonte y la frontera. En Guayaramirim hay otro dominio QS ( 2 ) y otro río, pero sólo fue posible evaluar un solo punto, por lo que no es posible de especular realmente mucho más sobre él dominio. Sin embargo, en el tercer dominio, el QS ( 3 ), todo en Brasil, marcado por el río Madeira, fue identificado con una fuerte tendencia a la deposición desde aguas arriba asta aguas abajo. Finalmente, el último dominio, QS ( 4 ) , que significa el río Amazonas, se mantiene la misma tendencia de transporte/re-suspensión identificado en la primera campaña como se indica en la Figura 2 .

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FIGURA 3. Balance de flujo general para agua y sedimentos entre el entre octubre y noviembre de 2013 con diferentes dominios creados por las muestras tomadas en el propio Madeira, sus afluentes y en el río Amazonas (ITC e OBI). RECOMENDACIONES PARA LA PREPARACIÓN DEL PAE Los resultados aquí presentados e llevadas a cabo como parte de la actividad II.1.3., posibilitaran a construcción de una base de datos sobre el transporte de sedimentos en los ríos Madeira y Solimões/Amazonas en un periodo de tiempo determinado. Este informe presenta un escenario explotado en un contexto temporal fijo. Desde este escenario se entiende lo que se pasa en los ríos específicos, pero hay necesidad de un diagnóstico más difuso para toda la cuenca y sea capaz de establecer una comparación entre los datos al nivel espacial e temporal dentro de la evolución de los principales parámetros medidos (carga disuelta y de flujo de agua y sedimentos). Esto significa que para una caracterización completa para toda la cuenca sobre el tema, es necesario analizar más que los ríos. Estos son indicadores del los fenómenos que pasan de forma general, pero no se conoce bien las orígenes de ellos en mas detalles. La idea, que aquí se propone, como primer paso para el PAE, es hacer un mapa preliminar de zonas críticas cuanto a áreas potenciales de: erosión, transporte y depósito de sedimentos en la extensión de toda la cuenca. Además, en secundo paso y con la ayuda de base de datos "secundarios" buscar obtener información a través de instrumentos indirectos (como imágenes satelitales). Estos instrumentos pueden ser útiles para evaluar las áreas urbanizadas y deforestadas cuanto a potencial de problemas en relación a la temática.

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Programas utilizando métodos indirectos Monitoreo- por teledetección, como se mencionó anteriormente; pueden ser utilizados. Hoy es posible construir sistemas de análisis completos basados en herramientas computacionales abiertas, completamente gratuita y con independencia de los acuerdos nacionales preestablecidos para ser utilizado. En este sentido, se recomiendan firmemente el establecimiento de un programa basado en un sistema de decisión que considera muestreos sistemáticos (cada 5 años) como la que aquí se informa, en consorcio con estudios de teledetección. Los estudios de campo serán utilizados para registrar o marcar líneas de base o mismo de revisión, demás de comprobar la variabilidad temporal. El análisis de datos más frecuente será realizada por los datos de satélite que también utilizará los datos de campo para validar sus observaciones indirectas. Como una sugerencia de producto para etapa, se propone un balance de masas de agua y sedimentos. Para la operación sobre los temas indicados, se recomienda una secuencia de acciones a través del método "ver, juzgar, actuar y revisar " (Figura 4 ) . Un ejemplo de este método se puede ver en el documento denominado "Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Acre", de Brasil, que puede ser accesible a través de Internet utilizando cualquier motor de búsqueda. Para ser más específicos, y como producto de la primera etapa ( el ver) se recomienda la producción de gráficos que muestran Q (Descarga ) y QS (descarga de sedimentos) la variabilidad de ellos , el cálculo de los balances de masas y la cartografía de esos parámetros en la cuenca. Esta es una manera de identificar las zonas críticas y crear áreas de prioridades para consolidar la información como subsidios en apoyo a las acciones de gobierno que serán recomendadas. La figura 5 muestra en resumen una secuencia metodológica como una sugerencia de establecer acciones identificadas en cada paso del protocolo propuesto. Las acciones que se sugieren, una vez implementadas, deben ser supervisadas. Esto garantizará la eficiencia y eficacia del proceso. Además , será posible evaluar los cambios necesarios y también identificar nuevas preguntas relacionadas con el tema. Para eso, se recomienda un programa de monitoreo donde se pueden observar parámetros básicos de forma frecuente (cada 3 meses, o con más frecuencia), sobre todo cerca de las ciudades más grandes de 50 mil habitantes y cerca de las fronteras internacionales entre los países amazónicos, como las recomendadas anteriormente. Si es posible, la asociación de esos datos con datos de caudales es un plus importante y también se recomienda el mismo para la descarga de sedimentos. Esto será importante para monitorear las tendencias en términos de transporte en los ríos. Para el monitoreo satelital de tendencias del compartimento de los sedimentos, 3 actividades básicas pueden ser recomendados, así :

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i) Monitoreo de sólidos suspendidos totales en la superficie del agua a partir de datos de satélite como sistema MODIS través de los satélites TERRA / AQUA;

ii) Como complemento a la actividad expuesta anteriormente, se recomienda el uso de altimetría radar para obtener datos de nivel de agua. Esos datos obtenidos cerca de la estación regular y convencional hidrométrica puede permitir también la obtención de datos de caudal, así , donde se puede generar una curva de calibración de caudales;

iii) Observación por método interferométrico de la evolución de características geomorfológicas de los ríos utilizando los procedimientos en áreas deforestadas y urbanas superiores a 1.000km2, áreas especiales cercanas a los ríos que pueden ser fuerzas de control cuanto a posibles procesos de erosión o deposición de sedimentos .

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FIGURA 4. La rutina sistemática de acciones para el PAE relacionadas a la Actividad II.1.3 en el contexto del proyecto GEF - Amazonas.

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Cuanto al programa de monitoreo utilizando el sistema MODIS, esto es una práctica que se ha desarrollado en la última década y ahora es capaz de pasar a una fase que se puede decir "casi operacional" e un módulo de investigación está en funcionamiento en el Observatorio ORE/HYBAM (www . ore-hybam.org). También dos de doctorado y una tesis de maestría fueran producidas en Brasil con respecto a este tema que hace posible hablar como posible el desarrollo del sistema. Teniendo en cuenta el sistema de monitoreo de la altimetría radar, el mismo ORE/HYBAM tiene una plataforma que hoy también se incorpora a de la Agencia Nacional de Aguas (ANA), en Brasil, como una herramienta de monitoreo operativo. Para este tema, ya que el sistema MODIS, varias tesis (PhD y MSc) , fueron producidas que confirman el sistema como una posibilidad real e donde los niveles se pueden obtener a cada 10 días de forma virtual. Por último, acerca de las características geomorfológicas de los ríos, un método desarrollado en Brasil para el mapa geomorfológico Goiás y DF (Goiás , 2006 ), puede ser adaptado para ser usado en los ríos de la Amazonia, eso cuanto a los procedimientos cualitativos verificando las diferencias en el espacio y el tiempo. Para una descripción cuantitativa , la sugerencia es la aplicación de un método generado y aplicado a nivel mundial por Ludwig e Probst ( 1998 ) en : " AJS línea 04 1998 vol . 298 no . 4 265 a 295 " (accesible a través de: doi : 10.2475 / ajs.298.4.265 ) . Una tesis doctoral se realizó en Brasil y un ariculo sobre el tema también en Colombia (Restrepo , JD, Kjerfve , B., Hermelin , M., Restrepo , JC, 2006. Factores que controlan la producción de sedimentos en una cuenca de drenaje de América del Sur : los río Magdalena , Colombia . J. . Hydrol 316, 213-232 . ). Adicionalmente a los temas citados anteriormente, es importante crear un programa educativo para ser implementado en las ciudades ribereñas. Este programa ha ser hecho como parte de una política de comunicación para reforzar la característica transfronterizo de los ríos y los potenciales para el transporte sea de buenas (sedimentos que fertilizan solos) como de mala cosas (contaminantes). Es importante que la política de comunicación y su programa trabajen bajo una propuesta de implementación con uso de talleres prácticos donde las personas se pueden reconocer como socios o actores principales en las actividades de gobernanza propuestos. Esta será también útil para facilitar la aplicación de otras acciones programadas que se vengan a indicar como un producto de las investigaciones e del sistema de monitoreo. La Figura 5 resume las acciones propuestas en el tema presentado en este informe . Son presentadas las fases más importantes del proceso, así como la posición de destaque de la política de comunicación en apoyar todas las acciones en el contexto del PAE / GEF - Amazonas.

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FIGURA 5. Resumen general de la propuesta de la Actividad II.1.3. para el PAE.

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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E A MUDANÇA CLIMÁTICA

OTCA/GEF/PNUMA

Atividade II.1.3 Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas

RELATÓRIO FINAL

PRODUTO 4

DOCUMENTO COMPLETO

Coordenação da Atividade Norbert Fenzl

Consultor Naziano P. Filizola Jr.

Manaus, Março de 2015

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Caracterização da Carga de Sedimentos dos

Rios Madeira e Solimões/Amazonas

Equipe executora:

• Naziano Pantoja Filizola Jr. (Coordenação técnica) • Elisa NatáliaArmijos • André Nascimento Zumak • João Bosco Alfenas • Pascal Fraizy

Manaus, Março de 2015

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Tabela de Conteúdos

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 49

1.1 ANTECEDENTES ..................................................................................................................................49 1.2 MOTIVAÇÃO .........................................................................................................................................50 1.3 RESUMO DO ESTADO DA ARTE .........................................................................................................51 1.4 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................................................53

2 OBJETIVOS ................................................................................................................................. 54 3 ÁREA DO ESTUDO .................................................................................................................... 55 4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................ 57

4.1 DADOS PRIMÁRIOS ..............................................................................................................................57 4.1.1 Medições de vazão ........................................................................................................................ 58 4.1.2 Amostragem de água .................................................................................................................. 61 4.1.3 Amostragem de sedimento do leito ...................................................................................... 64

4.2 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DAS AMOSTRAS DE ÁGUA E SEDIMENTO ......................................65 4.3 DADOS SECUNDÁRIOS .........................................................................................................................66 4.4 PROCESSAMENTO DOS DADOS ..........................................................................................................67

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................... 69 5.1 DADOS DE VAZÃO DE MES E DE FLUXO DE SEDIMENTOS ............................................................69

5.1.1 Rio Solimões .................................................................................................................................... 71 5.1.2 Rio Madeira ..................................................................................................................................... 73 5.1.3 Rio Amazonas ................................................................................................................................. 75

5.2 DADOS DE QUÍMICA DA ÁGUA E DO SEDIMENTO DO LEITO ...........................................................77 5.2.1 Temperatura ................................................................................................................................... 78 5.2.2 Cundutividade elétrica ............................................................................................................... 78 5.2.3 pH ......................................................................................................................................................... 78 5.2.4 Turbidez e sólidos em suspensão ........................................................................................... 80 5.2.5 DQO...................................................................................................................................................... 84 5.2.6 Metais ................................................................................................................................................. 86 5.2.7 Ânions ................................................................................................................................................. 91 5.2.8 HPAs e pesticidas .......................................................................................................................... 94

5.3 DADOS DE GRANULOMETRIA DO SEDIMENTO EM SUSPENSÃO E DO LEITO. ...............................97 6 CONCLUSÕES .......................................................................................................................... 100 7 RECOMENDAÇÕES PARA O PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS DECORRENTES DA ATIVIDADE II.1.3 CARACTERIZAÇÃO DA CARGA DE SEDIMENTOS DOS RIOS MADEIRA E SOLIMÕES/AMAZONAS ...................................................................................... 102 8 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 108 9 ANEXO 1 ................................................................................................................................... 112 10 ANEXO 2. ............................................................................................................................... 131

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Lista de Figuras FIGURA 1. APRESENTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS DE COLETA DE AMOSTRAS. OS PONTOS VERMELHOS

CORRESPONDEM AOS MNEMÔNICOS INDICADOS NA TABELA 1. FONTE: GOOGLE EARTH .................................56 FIGURA 2. EMBARCAÇÃO REGIONAL DE MADEIRA UTILIZADA NOS LEVANTAMENTOS DE CAMPO JUNTO A UMA

SEÇÃO DE RÉGUAS DE UMA ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA DA ANA. ATRÁS SE PODE VER UMA DAS PEQUENAS EMBARCAÇÕES DE ALUMÍNIO (VOADEIRA) DE APOIO. FOTO: ANDRÉ ZUMAK. ....................................................58

FIGURA 3. EQUIPAMENTO PARA PERFILAGEM ACÚSTICA DE CORRENTE POR EFEITO DOPPLER, (ADCP), MARCA RDINSTRUMENTS COM FREQUÊNCIA DE 600KHZ,UTILIZADO NOS LEVANTAMENTOS DE CAMPO. FONTE: RDINSTRUMENTS WEB SITE E ILUSTRAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO DE VAZÃO COM ADCP NO RIO MADEIRA. EQUIPAMENTO INSTALADO À ESQUERDA DA FOTO CONTROLADO POR SOFTWARE EM COMPUTADOR (CENTRO DA FOTO). FOTO: ANDRÉ ZUMAK ....................................................................................59

FIGURA 4. IMAGEM GOOGLE EARTH DA LOCALIZAÇÃO DA SEÇÃO DE MEDIÇÃO ADCP DURANTE A CAMPANHA DE CAMPO REALIZADA NO RIO MADEIRA ENTRE OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2013, NAS PROXIMIDADES (A JUSANTE) DA CIDADE DE HUMAITÁ, ESTADO DO AMAZONAS, CUJA POSIÇÃO DA SEÇÃO É DADA PELAS COORDENADAS : S07.4731287O/W063.0250285O PARA A MARGEM ESQUERDA E S007.4726627O /W063.0161147O PARA A MARGEM DIREITA. ......................................................................................................60

FIGURA 5. IMAGEM DOPPLER DA SEÇÃO TRANSVERSAL DO RIO MADEIRA NAS PROXIMIDADES DE HUMAITÁ, AMAZONAS. ....................................................................................................................................................................61

FIGURA 6. NO INTERIOR DA EMBARCAÇÃO A MESA DE FILTRAÇÃO DE AMOSTRAS ÁGUA SENDO PROCESSADAS PARA OBTENÇÃO DE [MES] NO FILTRO EM PRIMEIRO PLANO. AO FUNDO (SEGUNDO PLANO) AMOSTRADOR TIPO “VAN DORN” HORIZONTAL MONTADO EM ESTRUTURA HIDRODINÂMICA COM SONDA YSI ACOPLADA SUPORTADO POR GUINCHO ELÉTRICO (ESTRUTURA METÁLICA EM AMARELO). FOTO: NAZIANO FILIZOLA. ..62

FIGURA 7. COLETA E ARMAZENAMENTO DA AMOSTRA DE ÁGUA PARA DETERMINAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS. FOTO: ANDRÉ ZUMAK. ...........................................................................................................................63

FIGURA 8. COLETA DE ÁGUA PARA DETERMINAÇÃO DE SÓLIDOS DISSOLVIDOS TOTAIS (ÂNIONS, METAIS E DQO). FOTO: ANDRÉ ZUMAK. .................................................................................................................................................63

FIGURA 9. MEDIÇÃO (PH, TEMPERATURA, OXIGÊNIO DISSOLVIDO E CONDUTIVIDADE ELÉTRICA) DIRETAMENTE NO CORPO D’ÁGUA COM USO DE SONDA MULTIPARAMÉTRICA YSI 6290. FOTO: ANDRÉ ZUMAK. ..................64

FIGURA 10. LANÇAMENTO DE AMOSTRADOR DE FUNDO PARA COLETA DE AMOSTRA DE SEDIMENTOS PARA DETERMINAÇÃO DE CONTAMINANTES E ELEMENTOS METÁLICOS. À DIREITA AMOSTRA ANTES DE SER DIVIDIDA PARA ARMAZENAMENTO. FOTOS: ANDRÉ ZUMAK E TEREZA CRISTINA OLIVEIRA. ..........................65

FIGURA 11. LAYOUT DA INTERFACE DO SOFTWARE HYDRACCESS UTILIZADO NO PROCESSAMENTO E ARQUIVAMENTO DOS DADOS ........................................................................................................................................68

FIGURA 12. CENÁRIO HIDROLÓGICO NO QUAL FORAM REALIZADAS AS MEDIÇÕES DE VAZÃO E COLETA DE AMOSTRAS NO RIO SOLIMÕES, ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA DE TABATINGA, NA CAMPANHA REALIZADA ENTRE FEV/MAR DE 2013. OS DADOS SÃO DA BASE ORE/HYBAM E MOSTRAM O COMPORTAMENTEO MÉDIO MENSAL HISTÓRICO COM BASE EM MAIS DE 20 ANOS DE DADOS OBTIDOS PELA REDE HIDROMÉTRICA BRASILEIRA GERENCIADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). ............................................................72

FIGURA 13. CENÁRIO HIDROLÓGICO NO QUAL FORAM REALIZADAS AS MEDIÇÕES DE VAZÃO E COLETA DE AMOSTRAS NO RIO SOLIMÕES, ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA DE MANACAPURU, NA CAMPANHA REALIZADA ENTRE FEV/MAR DE 2013. OS DADOS SÃO DA BASE ORE/HYBAM E MOSTRAM O COMPORTAMENTO MÉDIO MENSAL HSITÓRICO COM BASE EM MAIS DE 20 ANOS DE DADOS OBTIDOS PELA REDE HIDROMÉTRICA BRASILEIRA GERENCIADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). ............................................................73

FIGURA 14. CENÁRIO HIDROLÓGICO NO QUAL FORAM REALIZADAS AS MEDIÇÕES DE VAZÃO E COLETA DE AMOSTRAS NO RIO MADEIRA, ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA DE PORTO VELHO, NA CAMPANHA REALIZADA ENTRE OUT/NOV DE 2013. OS DADOS SÃO DA BASE ORE/HYBAM E MOSTRAM O COMPORTAMENTO MÉDIO MENSAL HSITÓRICO COM BASE EM MAIS DE 20 ANOS DE DADOS OBTIDOS PELA REDE HIDROMÉTRICA BRASILEIRA GERENCIADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). ............................................................74

FIGURA 15. CENÁRIO HIDROLÓGICO NO QUAL FORAM REALIZADAS AS MEDIÇÕES DE VAZÃO E COLETA DE AMOSTRAS NO RIO MADEIRA, ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA DE FAZENDA VISTA ALEGRE, NA CAMPANHA REALIZADA ENTRE OUT/NOV DE 2013. OS DADOS SÃO DA BASE ORE/HYBAM E MOSTRAM O COMPORTAMENTO MÉDIO MENSAL HSITÓRICO COM BASE EM MAIS DE 20 ANOS DE DADOS OBTIDOS PELA REDE HIDROMÉTRICA BRASILEIRA GERENCIADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). .....................75

FIGURA 16. CENÁRIO HIDROLÓGICO NO QUAL FORAM REALIZADAS AS MEDIÇÕES DE VAZÃO E COLETA DE AMOSTRAS NO RIO SOLIMÕES, ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA DE MANACAPURU, NA CAMPANHA REALIZADA ENTRE FEV/MAR DE 2013. OS DADOS SÃO DA BASE ORE/HYBAM E ANA. MOSTRAM O COMPORTAMENTO MÉDIO MENSAL HSITÓRICO COM BASE EM MAIS DE 20 ANOS DE DADOS OBTIDOS PELA REDE HIDROMÉTRICA BRASILEIRA GERENCIADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). ......................76

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FIGURA 17. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE PH OBTIDOS NAS LOCALIDADES VISITADAS AO LONGO DO RIO SOLIMÕES E AMAZONAS NA CAMPANHA DE CAMPO GEF-AMAZONAS REALIZADA DE FEVEREIRO A MARÇO DE 2013. ........................................................................................................................................................................79

FIGURA 18. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE PH OBTIDOS NAS LOCALIDADES VISITADAS AO LONGO DOS RIOS MADEIRA E AMAZONAS NA CAMPANHA DE CAMPO GEF-AMAZONAS REALIZADA DE OUTUBRO A NOVEMBRO DE 2013. ........................................................................................................................................................................80

FIGURA 19. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE TURBIDEZ E DE TOTAIS DE SÓLIDOS SUSPENSOS NAS AMOSTRAS DE ÁGUA COLETADAS DURANTE A CAMPANHA SOLIMÕES/AMAZONAS ENTRE FEVEREIRO E MARÇO DE 2013. ..........................................................................................................................................................................................82

FIGURA 20. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE TURBIDEZ E DE TOTAIS DE SÓLIDOS SUSPENSOS NAS AMOSTRAS DE ÁGUA COLETADAS DURANTE A CAMPANHA MADEIRA/AMAZONAS ENTRE OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2013. ..........................................................................................................................................................................................82

FIGURA 21. CORRELAÇÃO ENCONTRADA ENTRE OS DADOS DE TURBIDEZ E DE MES COLETADOS DURANTE AS DUAS CAMPANHAS DE CAMPO DO PROJETO GEF-AMAZONAS. ..............................................................................84

FIGURA 22. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE DQO AO LONGO DOS RIOS SOLIMÕES E AMAZONAS OBTIDOS DURANTE A CAMPANHA DE CAMPO REALIZADA ENTRE FEVEREIRO E MARÇO DE 2013 NO ESCOPO DO PROJETO GEF-AMAZONAS. .........................................................................................................................................85

FIGURA 23. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE DQO EM AMOSTRAS DE ÁGUA OBTIDOS EM TERRITÓRIO BRASILEIRO DURANTE A CAMPANHA DE CAMPO REALIZADA NOS RIOS MADEIRA E AMAZONAS DE OUTUBRO A NOVEMBRO DE 2013. ........................................................................................................................................................................86

FIGURA 24. CARTOGRAFIA DA CONCENTRAÇÃO DE ELEMENTOS METÁLICOS (FE, AL, MN E ZN) EM AMOSTRAS DE ÁGUA OBTIDAS DURANTE A CAMPANHA DE CAMPO DO PROJETO GEF-AMAZONAS REALIZADA DE FEVEREIRO A MARÇO DE 2013. ......................................................................................................................................................88

FIGURA 25. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE AL E FE NAS AMOSTRAS DE SEDIMENTO COLETADAS DURANTE A CAMPANHA SOLIMÕES/AMAZONAS ENTRE FEVEREIRO E MARÇO DE 2013. .....................................................89

FIGURA 26. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE MN E DE ZN NAS AMOSTRAS DE SEDIMENTO COLETADAS DURANTE A CAMPANHA SOLIMÕES/AMAZONAS ENTRE FEVEREIRO E MARÇO DE 2013. .....................................................90

FIGURA 27. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE CR, NI, CU E PB NAS AMOSTRAS DE SEDIMENTO COLETADAS DURANTE A CAMPANHA SOLIMÕES/AMAZONAS ENTRE FEVEREIRO E MARÇO DE 2013. ...............................91

FIGURA 28. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE CLORETO, NITRITO E NITRATO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA COLETADAS DURANTE A CAMPANHA MADEIRA/AMAZONAS ENTRE OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2013. .....93

FIGURA 29. CARTOGRAFIA DOS VALORES DE SULFATO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA COLETADAS DURANTE A CAMPANHA MADEIRA/AMAZONAS ENTRE OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2013. ................................................93

FIGURA 30. BALANÇO GERAL DOS FLUXOS DE ÁGUA E SEDIMENTOS ENTRE FEVEREIRO E MARÇO DE 2013 NO RIO SOLIMÕES E NO RIO AMAZONAS. ..................................................................................................................... 101

FIGURA 31. BALANÇO GERAL DOS FLUXOS DE ÁGUA E SEDIMENTOS ENTRE OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2013 NOS DIFERENTES SUBDOMÍNIOS AMOSTRADOS NA BACIA DO RIO MADEIRA TABELA 14E NO TRECHO DO RIO AMAZONAS ENTRE ITACOATIARA E ÓBIDOS .......................................................................................................... 102

FIGURA 32. SISTEMÁTICA PARA SEQUENCIAMENTO DE AÇÕES DO PAE NO CONTEXTO DA TEMÁTICA DA ATIVIDADE II.1.3 CARACTERIZAÇÃO DA CARGA DE SEDIMENTOS DOS RIOS MADEIRA E SOLIMÕES/AMAZONAS, NO CONTEXTO DO PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E A MUDANÇA CLIMÁTICA - OTCA/GEF/PNUMA. ...... 104

FIGURA 33. SISTEMA DE DISPONIBILIZAÇÃO DE DADOS DE SEDIMENTOS EM SUSPENSÃO COM DADOS CALCULADOS A PARTIR DE USO DE IMAGENS MODIS OBTIDAS PELA PLATAFORMA TERRA/AQUA. ............................... 106

FIGURA 34. SISTEMA DE DISPONIBILIZAÇÃO DE DADOS DE NÍVEL D’ÁGUA OBTIDOS POR ALTIMETRIA RADAR COM USO DE ALTÍMETROS INSTALADOS A BORDO DE SATÉLITES. UM SISTEMA SIMILAR ESTÁ EM FASE QUASE OPERACIONAL NA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA) EM BRASÍLIA. ........................................................ 107

FIGURA 35. Resumo geral da proposta da Atividade II.1.3. para o PAE.................................................108

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Lista de Tabelas TABELA 1. PONTOS DE COLETA NAS CAMPANHAS REALIZADAS E INDICAÇÃO DE ATIVIDADES (H2O) = COLETA DE

ÁGUA, DE SED. = SEDIMENTO OU Q = MEDIÇÃO DE VAZÃO) REALIZADAS EM CADA PONTO E EM CADA PERÍODO (F/M = FEVEREIRO A MARÇO, O/N = OUTUBRO A NOVEMBRO) .......................................................56

TABELA 2. RESULTADOS DA PRIMEIRA SERIE (QI) DE MEDIÇÕES REALIZADAS EM HUMAITÁ (OUTUBRO/NOVEMBRO, 2013). EM DESTAQUE (AMARELO) O VALOR A SER CONSIDERADO COM A MEDIÇÃO DE VAZÃO. .......................................................................................................................................................................61

TABELA 3. PARÂMETROS E MÉTODOS PARA REALIZAÇÃO DAS ANÁLISES NAS AMOSTRAS COLETADAS. .....................65 TABELA 4. RESUMO DO TOTAL DE DADOS SECUNDÁRIOS UTILIZADOS NO ESTUDO PARA A CONSTRUÇÃO DO CENÁRIO

HIDROLÓGICO. ................................................................................................................................................................67 TABELA 5. RESULTADOS DAS MEDIÇÕES DE VAZÃO OBTIDAS NA CAMPANHA SOLIMÕES (FEVEREIRO DE 2013),

AMAZONAS (MARÇO E ABRIL DE 2013), MADEIRA/AMAZONAS (NOVEMBRO DE 2013). ............................69 TABELA 6. DADOS FÍSICO QUÍMICOS OBTIDOS NAS AMOSTRAS COLETADAS. OS VALORES EM NEGRITO ESTÃO ACIMA

DO LIMITE DADO PELA RESOLUÇÃO BRASILEIRA DO CONAMA NO.357. .............................................................77 TABELA 7 A E B. RESULTADOS DAS ANÁLISES PARA ELEMENTOS METÁLICOS NAS AMOSTRAS DE ÁGUA COLETADAS.

DADOS EM MG/L. ...........................................................................................................................................................86 TABELA 8 A E B. RESULTADOS DAS ANÁLISES PARA ELEMENTOS METÁLICOS NAS AMOSTRAS DE SEDIMENTOS DO

LEITO. VALORES EM MG/KG. ........................................................................................................................................87 TABELA 9. RESULTADOS DE ANÁLISES PARA ÂNIONS NAS AMOSTRAS DE ÁGUA .............................................................91 TABELA 10 A E B. HPAS E PESTICIDAS DETECTADOS EM AMOSTRAS DE ÁGUA .............................................................94 TABELA 11 A E B. HPAS E PESTICIDAS DETECTADOS EM AMOSTRA DE SEDIMENTO DO LEITO ..................................95 TABELA 12. ANÁLISE DE GRANULOMETRIA REALIZADA NOS SEDIMENTOS EM SUSPENSÃO. DADOS DE DIÂMETRO

DETERMINADO POR GRANULOMETRIA LASER PARA OS DIÂMETROS CARACTERÍSTICOS DE REFERÊNCIA (COM VALORES DADOS EM ΜM). ............................................................................................................................................98

TABELA 13. RESULTADOS DA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA REALIZADA NOS SEDIMENTOS DE FUNDO. DADOS DE DIÂMETRO DETERMINADO POR GRANULOMETRIA LASER PARA OS DIÂMETROS CARACTERÍSTICOS DE REFERÊNCIA (COM VALORES DADOS EM ΜM). ..........................................................................................................98

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SIGLAS ADCP – Acoustic Doppler Current Profiler

ANA – Agância Nacional de Águas

APHA - American Public Health Association

CPRM – Serviço Geologico do Brasil

EPA – Environmental Protection Agency

GEF – Fundo Global para o Meio Ambiente

GIRH – Gestão Integrada de Recursos Hídricos

HPA – Hidrocarbonteso Poliaromático

HYDRACCESS – Software de gestão de base de dados hidrológicos

IRD – Institut de Recharceh pour le Developpement

MES – Material Em Suspensão

OEA – Organização dos Estados Americanos

OMM – Organização Meteorológica Mundial

OMS - Organização Mundial de Saúde

ORE/HYBAM – Observatório Ambiental da Hidrologia e Geodinâmica da Bacia

Amazônica

OTCA – Organização do Tratado de Cooperação Amazônica

PAE – Plano de Ações Estratégicas

PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

SENAMHI-BO – Servicio Nacional de Meterologia e Hydrologia de Bolivia

TSS – Totais de Sölidos em Suspensão

UFAM – Universidade Federal do Amaoznas

UMSA – Universidad Mayor de San Andreas (Bolívia)

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Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas

1 Introdução

1.1 Antecedentes No final dos anos noventa, o reconhecimento da Bacia Hidrográfica como uma unidade básica de planejamento teve importante caráter motivacional para que os países da Bacia Amazônica buscassem concretizar a criação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Em 2003, a partir de uma iniciativa da ANA (Agência Nacional de Águas, do Brasil) e de uma reunião dos Pontos Focais da Rede Interamericana de Recursos Hídricos da OTCA, em nome dos países da Bacia Amazônica e em colaboração com a Organização dos Estados Americanos, buscou-se o apoio do Global Environment Fund (GEF) para ajudar a desenvolver uma proposta de projeto orientada a fortalecer um marco institucional para iniciar efetivamente a gestão integrada dos recurso hídricos na maior bacia hidrográfica do mundo, levando em consideração a questão da variabilidade e da mudança climática. A partir da ideia da criação do marco, acima citado, nasceu o Projeto “Gestão Integrada e Sustentável dos Recursos Hídricos Transfronteiriços na Bacia do Rio Amazonas, Considerando a Variabilidade Climática e a Mudança Climática”, ou simplesmente Projeto GEF-Amazonas. Financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e executado pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), o Projeto GEF–Amazonas busca fortalecer o marco institucional para planejar e executar, de maneira coordenada e coerente, as atividades para a proteção e gestão sustentável dos recursos hídricos e terrestres da Bacia do Rio Amazonas. Em seu desenvolvimento, o Projeto GEF-Amazonas, tem empregado mecanismos de participação inovadores como base para compreender os desafios e temas atuais e futuros para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos (GIRH). Esses mecanismos são importantes para uma região como a Amazônia que hoje enfrenta numerosos desafios para o manejo e utilização sustentável dos recursos hídricos, especialmente considerando que a região vem experimentando um importante crescimento socioeconômico e um forte aumento dos fluxos migratórios para o seu interior. A complexidade das questões envolvidas, junto com o acelerado ritmo de mudança climática, requer a implementação de um processo que ajude a minimizar os riscos associados com a variabilidade/mudança climática e o desmatamento, ademais dos conflitos quanto ao uso da água e dos recursos naturais.

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No contexto acima colocado, o Projeto GEF-Amazonas pretende desenvolver um Programa de Ações Estratégicas (PAE) para a Bacia do Rio Amazonas e criar um cenário favorável e necessário para a implementação futura do referido Programa. Sendo assim, o projeto foi estruturado em 5 componentes:

• Componente I – Centrada nas necessidades, objetivos e interesses dos principais atores presentes na Bacia, nas estruturas de governo e de regulamentações institucionais visando a GIRH na região Amazônica. Esta componente identifica lacunas de conhecimento que necessitam ser fechadas para que a sociedade Amazônica possa ter uma utilização sustentável de seus recursos naturais. O foco desta componente são os recursos hídricos que sustentam as atividades humanas. A visão compartilhada através da componente I pretende aportar importantes elementos para a componente III, que se centra nas estratégias de resposta.

• Componente II – Está focada na recompilação e análise de dados através de avaliações científicas e através da síntese de dados no sentido de definir as capacidades do sistema natural quanto a suportar as atividades humanas. Juntos, os componentes I e II criam uma base para as intervenções estratégicas (Componente III), relacionando as atividades humanas com a base de recursos naturais. Os resultados destas componentes alimentarão a formulação do PEA.

• Componente III – Esta componente desenvolve uma carteira de ações estratégicas específicas, junto com os mecanismos financeiros para apoiar e sustentar estas ações, uma estratégia de educação, uma estratégia de comunicação, um Plano de Participação Pública e uma estratégia financeira.

• Componentes IV e V – São componentes de apoio à gestão e ao sistema de acompanhamento e avaliação, necessários para a execução exitosa do projeto.

Cada uma das componentes supracitadas está subdividida em subprojetos e estes, por sua vez, em atividades. Assim, e face à estruturação destacada, o presente documento corresponde à Atividade II.1.3, denominada de: Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas, parte do Subprojeto II.1, denominado de: Pesquisa focalizada, que por sua vez pertence à componente II: Compreensão da Base de Recursos Naturais da Bacia do Rio Amazonas. A realização desta atividade permitiu executar um programa de amostras de água e sedimentos nos Rios Madeira e Solimões, buscando analisar a carga de sedimentos que os dois rios transportam, identificando um cenário de base para formular ações estratégicas de intervenção no contexto do PAE.

1.2 Motivação A relação entre clima, hidrologia, erosão, transporte e deposição sedimentar pode fornecer informações importantes sobre o funcionamento do planeta. Constitui-se num dos principais desafios científicos, atuais, a compreensão das inter-relações entre esses processos, especialmente quando envolvidos em grandes sistemas de drenagem,

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onde questões como a determinação das áreas fontes, de transferência e acumulação de sedimentos são cruciais. Os rios são os principais agentes de transporte dos produtos da erosão (física e química) desde os continentes até os oceanos. As bacias hidrográficas tropicais representam as principais fontes de matéria dissolvida e particulada carreadas para os oceanos. Identificar e quantificar as dinâmicas de transferência da matéria passando pelos esses sistemas contribui para melhorar a compreensão de numerosos processos na escala global, tais como a interação entre a atmosfera e a litosfera, o papel da tectônica nos balanços de matéria, o ciclo do carbono, a formação dos solos e os ciclos biogeoquímicos dos nutrientes e poluentes (Allen, 2008). De acordo com Beylich e Brardinoni (2013) a identificação, o entendimento, a definição das conexões e a quantificação (volumes e taxas) das fontes, dos locais de estocagem e dos processos de transporte de sedimentos são componentes chaves para o entendimento da dinâmica hidro-sedimentológica. Ainda, segundo os mesmos autores, a complexidade da realização de balanços sedimentológicos, balanços de massa, etc., aumenta progressivamente à medida que a paisagem considerada é subdividida em componentes cada vez mais detalhados (e.g., vertentes, cavidades, canais, planícies de inundação, meandros, barras, bancos, etc.). Um maior detalhamento dos elementos considerados nos balanços, permite uma melhor compreensão da dinâmica dos fluxos de sedimento, porém, à custa de maiores exigências de dados. O conhecimento atual sobre a rotina sedimentológica, desde o Holoceno até os climas contemporâneos formam a base para prever as consequências de eventuais distúrbios e/ou mudanças ambientais. No entanto, muitas das informações neste sentido ainda estão limitadas, quanto à cobertura espacial e temporal, e precisam ser ampliadas e consolidadas. Só depois de esforços de pesquisa coordenados e de uma integração de bases de dados é que se pode aplicar e testar, com um grau aceitável de confiabilidade, modelos de resposta da paisagem à mudanças ambientais e/ou perturbações (Beylich e Brardinoni, 2013). Dentro desses esforços, a integração de várias técnicas de coleta e análise de dados (medições de campo, mapeamento por sensoriamento remoto, análise baseada em GIS e modelagem) em diferentes escalas temporais (e.g., utilizando monitoramento em tempo real, análise de séries temporais, nuclídeos cosmogénicos, etc.), permite a obtenção de resultados cada vez mais fiáveis e interessantes.

1.3 Resumo do Estado da Arte A Bacia Amazônica, maior bacia hidrográfica do mundo, com 5% de todas as terras emersas do globo, é moldada por processos tectônicos diversos que ao longo do tempo geraram, não só uma das maiores cadeias de montanhas do planeta, mas

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também uma gigantesca rede hidrográfica intrincada, que transporta, além do maior fluxo de água de rios do mundo, entre 800 milhões a pouco mais de 1 bilhão de toneladas por ano de sedimentos do continente para o Oceano Atlântico (Meade et al. 1985, Filizola et al., 2011) e cerca de 10% do carbono orgânico que chega pelos rios até os oceanos do globo (Moreira-Turcq et al., 2003). Esse transporte que o curso principal da bacia faz até o Atlântico é, em alguns de seus trechos, notadamente na planície central Amazônica, fortemente controlado por complexos processos de erosão e deposição influenciados pela topografia de seu leito, que fazem com que estes sedimentos sejam transportados ora como elementos em suspensão, ora na forma de dunas fluviais ou estocada de maneira temporária no leito maior. Essa complexidade está vinculada a um conjunto de fatores aos quais o canal fluvial vem se ajustando ao longo do tempo. Na superfície da Terra, as condições geológicas, climáticas e ecológicas interferem na interação entre rocha e água que por sua vez influenciarão a composição química das águas dos rios (Gaillardet et al., 1999; Elbaz-Poulichet et al., 1999). Os elementos químicos dissolvidos naturalmente presente nas águas dos rios, como o estrôncio, por exemplo, podem ser usados para entender o fluxo de massa (dissolvido e particulado) e as misturas de águas provenientes de diferentes bacias de drenagem. Usando balanços hidro-sedimentares e/ou de geoquímica isotópica, diferentes autores concluíram que existem processos de sedimentação temporários nas planícies na escala de alguns milhares de anos variando entre 5.000 anos (Mertes & Dunne, 2007) e 14.000 anos (Dosseto et al., 2006), além de processos de sedimentação de longo prazo não detectados (Whitmann et al., 2011). No entanto, numa dinâmica de mais “curto prazo”, ainda se precisa definir com se ajustam resultados recentes quanto ao aumento da vazão sólida do Rio Amazonas (Martinez et al. 2009), num entendimento mais detalhado quanto à dinâmica do fluxo de matéria entre os Andes e o Oceano no âmbito das mudanças climáticas regionais. Estudos recentes (Moreira et al., 2012 e 2013) sobre a paleo-hidrologia do Rio Solimões-Amazonas, indicam que durante o Holoceno o rio sofreu muitas variações em seu nível, que ocasionaram diferenças na estocagem de sedimentos. Ainda com base naqueles resultados, somente a partir de, aproximadamente, 3000 anos cal AP, o nível do rio começou a subir em consequência de um clima mais úmido, durante o Holoceno superior. O nível d’água atual dos lagos foi alcançado a cerca de 1800 anos cal AP. Adicionalmente, a utilização de marcadores isotópicos permite traçar a origem de elementos químicos (Allègre et al., 1996), sua reciclagem na bacia (Dosseto et al, 2006;. Wittmann et al, 2011), e também, controlar potencialmente o impacto do desmatamento sobre a erosão (Poitrasson et al, 2008). A variabilidade hidro-climática na Bacia do Rio Amazonas tem sido estudada em detalhe nos últimos anos, onde se tem considerado como enfoque principal a repetição de eventos extremos marcados pelas enchentes de 1999, 2009 e 2012, assim como das secas de 2005 e 2011 (Marengo et al., 2012). Apesar do entendimento das causas

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dessa variabilidade extrema estar fora do contexto do presente estudo, é importante entender que a sucessão de períodos hidrológicos extremos, com uma velocidade cada vez mais intensa (Espinoza et al. 2012) pode afetar significativamente a geomorfologia fluvial. Na escala decenal, foi demonstrado que a vazão anual do Rio Solimões-Amazonas na estação de Tamshiyacu (soma das vazões dos rios Ucayali e Marañon) esta diminuindo desde os anos setenta (Espinoza et al. 2009). Ao contrário, o noroeste da bacia, que inclui várias sub-bacias situadas no Equador e na Colômbia está recebendo mais chuvas reforçando a contribuições das sub-bacias do norte e noroeste em relação às de leste e sudeste. Assim, apesar de todos os estudos já realizados, se observa um panorama hidro-climático de mudanças no qual o comportamento dos fluxos hidro-sedimentológicos se apresenta ainda indefinido. Resultados de vários estudos aprofundados quanto à dinâmica dos processos hidro-sedimentológicos, mostraram a grande relevância daqueles processos para uma variedade de temáticas ambientais, incluindo: 1) estudos sobre processos erosivos nas bacias e de mudança no uso dos solos; 2) processos de assoreamento nos rios, reservatórios e estuários; 3) qualidade de água tendo em vista que as partículas transportadas pelas águas carregam diversos elementos (e.g., metais pesados, nutrientes, matéria orgânica, etc.) que afetam os ciclos biogeoquímicos nos hidro-sistemas; 4) a paleo-hidrologia do rio a partir de avaliações da estocagem de sedimentos e carbono nos lagos e várzeas; e 5) a natureza geoquímica das fontes dos sedimentos, bem como os processos de transferências entre material particulado e dissolvido nessa bacia.

1.4 Justificativa É no bojo das temáticas acima apresentadas que os casos dos rios Solimões – Amazonas e Madeira se destacam, uma vez que são os dois cursos fluviais de grande porte mais utilizados pelo homem naquela bacia. Apesar disso, o Amazonas, maior Rio do Mundo, não apresenta influência antrópica significativa na maior parte do seu curso entre a fronteira do Peru até a região de Manaus, por exemplo. O Rio Madeira um dos maiores afluentes do Rio Amazonas, junto com este, responsável por mais de 90% do transporte de sedimentos da bacia Amazônica para o Oceano (Filizola, 1999, 2003 e Filizola e Guyot, 2009) também aparenta baixa influência antrópica na maior parte de seu curso, mesmo que pontualmente apresente casos de contaminação em áreas próxima a importantes centros urbanos regionais, por exemplo. Apesar de ambos os rios estarem sofrendo, principalmente em muitos de seus tributários, grande pressão antrópica de formas diversas, aparentemente as contaminações são ainda sutis no contexto geral da Bacia Amazônica. A maior parte dos casos noticiados envolvem sobretudo questões em escalas locais. No entanto, essas ocorrências têm se tornado cada vez mais difusas e a multiplicação dos projetos de usinas hidroelétricas, como no Peru e no Equador (Finer & Jenkins 2012) por exemplo, poderá vir a impactar a dinâmica natural desse sistema pela alteração no

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fluxo da água e do material sedimentar transportado por via fluvial desde as cabeceiras até a planície Amazônica. Essa alteração pode trazer consequências para a geomorfologia fluvial e comprometer importantes setores econômicos, como por exemplo, a navegação e até mesmo a ocupação das margens fluviais impactando as cidades ribeirinhas. Da mesma forma, a atividade garimpeira, o desenvolvimento da urbanização às margens dos rios, o desenvolvimento da pesca e do transporte fluvial, são apenas algumas das atividades que podem gerar impactos ainda pouco avaliados, se uma gestão adequada e sustentável dos recursos naturais não for posta em prática. Assim, o aumento e um possível espalhamento de tais atividades de forma difusa e sem planejamento adequado, podem levar essas duas veias fundamentais do sistema hidrográfico da Bacia Amazônica a um colapso. Deste modo, estes rios constituem campo de experimento único para estudar os processos hidro-sedimentológicos naturais atuais e para traçar uma linha de base visando sua gestão e boa conservação dentro de padrões sustentáveis. Constitui-se como algo de importância vital para um projeto de gestão de recursos hídricos caracterizar os processos de transporte de água e de sedimentos em rios de tal envergadura, para entender o funcionamento atual e também para prever o impacto de atividades antrópicas em curso de implantação ou mesmo ainda em fase de projeto numa região onde a variabilidade climática têm ocasionado com cada vez mais frequência eventos extremos que fazem considerar a mudanças climáticas drásticas na Amazônia como algo eminente e para o que se faz necessário construir estratégias de adaptação.

2 Objetivos O objetivo maior do estudo está contido no próprio nome da Atividade do Projeto GEF-Amazonas, ou seja: Caracterizar a carga de sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas através da análise amostras de água e sedimentos, além de medições de vazão. Para alcançar o objetivo geral foram estabelecidos objetivos específicos em que:

• Se desenhou um programa de amostragens de água e sedimentos; • Realizaram-se campanhas de campo para medições de vazão em pontos

estratégicos selecionados, além da coleta de amostras de água e sedimentos do leito fluvial nestes mesmos pontos;

• Adotou-se um protocolo de conservação e tratamento das amostras de acordo com procedimentos padronizados e reconhecidos internacionalmente e

• Realizaram-se análises de laboratório nas amostras coletadas, também seguindo procedimentos padronizados e reconhecidos internacionalmente;

• Documentou-se as campanhas de campo realizadas; • Elaborou-se os cenários com base nos dados levantados em campo e com base

em dados secundários.

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3 Área do estudo A área de estudo deteve-se nas calhas dos rios Solimões/Amazonas e Madeira. A Error! Reference source not found. mostra o conjunto de pontos onde foram realizadas medições de vazão, obtidos dados históricos de cota e de vazão, além de amostragens de água em superfície e de sedimento do leito para análises químicas e físico-químicas. Estas amostras foram obtidas em expedições de campo realizadas em dois momentos distintos do ciclo hidrológico, respectivamente Fevereiro/Março (Rio Solimões/Amazonas) e Outubro/Novembro (Madeira e Amazonas) de 2013. Incialmente, a programação pretendida visava realizar duas campanhas de campo em cada rio considerado, uma em período de águas altas e outra em período de águas baixas. No entanto, por limitações administrativas, e inclusive de acesso a território fora do Brasil, de tempo e de disponibilidade de recursos não foi possível avançar no sentido desejado. Assim, apenas uma campanha foi realizada em cada rio e apenas durante o ano de 2013, período em que os recursos estiveram disponíveis. Essa questão limitou uma caracterização mais fina, porém para buscar sanar, ainda que parcialmente, a questão dados e informações secundárias foram utilizadas para definir um cenário mínimo. Os locais foram escolhidos em função da existência de estação hidrométricas na área operadas pelos serviços nacionais, notadamente as da Agência Nacional de Águas (ANA), já que os pontos no Brasil foram os mais accessíveis. Os locais de amostragem situados fora do território brasileiro só foram amostrados com o apoio de parecerias locais, notadamente o SENAMHI-BO, o IRD e o ORE-HYBAM. Dependendo das condições de tempo e de logística foram realizadas em cada ponto: medições de vazão (até quatro por ponto, calculando-se uma média dos valores obtidos para a definição de um valor básico de referência), amostragens de água (coletadas num total de 3, igualmente espaçadas a 25%, 50% e 75% da largura do rio, obtida após a definição da seção com a medição de vazão) e amostras de sedimento de fundo ou do leito fluvial (coletadas num total de 1 por seção, sempre que possível na porção central do canal fluvial).

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FIGURA 3. Apresentação de distribuição de pontos de coleta de amostras. Os pontos vermelhos correspondem aos mnemônicos indicados na Tabela 1. Fonte: Google Earth Portanto, um total de 21 pontos foram visitados (Tabela 1), alguns deles duas vezes, o que deu um total de 24 visitas. Nestas visitas foram coletadas 72 amostras de água e 24 amostras de sedimento do leito, além de terem sido realizadas 24 medições de vazão. Como para a realização de uma medição de vazão ao menos 4 perfis na seção transversal do rio são realizados, têm-se que 96 perfis foram realizados. Esses valores advém da consideração das duas campanhas realizadas: Solimões/Amazonas (Fev/Mar, 2013) e Madeira/Amazonas (Out/Nov, 2013). Tabela 4. Pontos de coleta nas campanhas realizadas e indicação de atividades (H2O) = coleta de água, de SED. = sedimento ou Q = medição de vazão) realizadas em cada ponto e em cada período (F/M = Fevereiro a Março, O/N = Outubro a Novembro)

ID Local F/M 2013

O/N 2013

H2O SED. Q

1 Rio Solimões em Tabatinga (TAB) ✓ 3 1 1 2 Rio Solimões São Paulo de

Olivença (SPO) ✓ 3 1 1

3 Rio Solimões em Fonte Boa (FBO) ✓ 3 1 1 4 Rio Solimões em Tefé (TEF) ✓ 3 1 1 5 Rio Solimões em Itapéua (ITA) ✓ 3 1 1 6 Rio Solimões em Manacapuru

(MAC) ✓ 3 1 1

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ID Local F/M 2013

O/N 2013

H2O SED. Q

7 Rio Amazonas em Jatuarana (JAT) ✓ 3 1 1

8 Rio Amazonas em Itacoatiara (ITC)

✓ ✓ 6 2 2

9 Rio Amazonas em Parintins (PAR) ✓ 3 1 1

10 Rio Amazonas em Óbidos (OBI) ✓ ✓ 6 2 2

11 Rio Tapajós em Santarém (SAN) ✓ ✓ 6 2 2

12 Rio Beni em Rurrenabaque (RUR) ✓ 3 1 1

13 Rio Beni em Peña Amarilla (PAM) ✓ 3 1 1

14 Rio Beni em Riberalta (RIB) ✓ 3 1 1 15 Rio Beni em Cachuela Esperanza

(CES) ✓ 3 1 1

16 Rio Madre de Dios em El Sena (SEN)

✓ 3 1 1

17 Rio Mamoré em Guayaramerín (GUY)

✓ 3 1 1

18 Rio Madeira em Porto Velho (PTV)

✓ 3 1 1

19 Rio Madeira em Humaitá (HUM) ✓ 3 1 1

20 Rio Madeira em Manicoré (MAN) ✓ 3 1 1

21 Rio Madeira em Fazenda Vista Alegre (FVA)

✓ 3 1 1

Obs. Entre parêntesis os mnemônicos utilizados durante o restante do texto quando não utilizada a denominação completa.

4 Materiais e Métodos

4.1 Dados primários Para as atividades em campo nas campanhas de medição e amostragem utilizou-se de embarcação regional de madeira (Figura 2) apoiado por pequenas embarcação com motor de popa ou voadeiras (Figura 2 e Figura 3). O estudo buscou, dentro das possibilidades disponibilizadas avaliar a contaminação da água e dos sedimentos próximos a municípios e/ou estações de medições hidrológicas, podendo relacionar a determinação de indicadores ambientais com fontes potenciais de poluentes existentes na região. Buscou fornecer subsídios de linha de base pela medição de indicadores de qualidade de ambientes aquáticos relacionando-os com a resoluções ambientais nacionais e internacionais adequadas para comparação de resultados obtidos (CONAMA 357-05; Environment Canada, 1999; EPA, 1997).

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A seguir são descritos os procedimentos utilizados nas amostragens e medições. As metodologias de coletas e análises físicas e químicas de indicadores de qualidade seguiram a metodologia proposta pelo Standard Methods for Water and Wastewater Examination da American Public Health Association (APHA, 2005) e a metodologia para medições de vazão são descritas no tópico respectivo.

FIGURA 4. Embarcação regional de madeira utilizada nos levantamentos de campo junto a uma seção de réguas de uma estação hidrométrica da ANA. Atrás se pode ver uma das pequenas embarcações de alumínio (voadeira) de apoio. Foto: André Zumak.

4.1.1 Medições de vazão Atendendo a um procedimento padrão de levantamentos hidrométricos recomendado pela Agência Nacional de Águas (ANA) do Brasil, bem como pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) as medições de vazão precederam as amostragens. Nos levantamentos utilizou-se de um Perfilador Doppler Acústico de Corrente (do Inglês Acoustic Doppler Current Profiler ou ADCP) de 600kHz de fabricação americana (RDInstruments, 2003) e utilizando metodologia de uso já definida na bibliografia de forma específica para a Amazônia (Filizola, Guyot e Guimarães, 2009 e Filizola e Guyot, 2004). O equipamento utilizado tem grande aplicação na região Amazônica e inúmeros testes já foram executados, sendo que atualmente o mesmo é largamente utilizado pelas Agências governamentais (Filizola e Guyot, 2004, Filizola et al., 2013). O ADCP

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emite sinais sonoros em uma frequência conhecida através de seus 4 transdutores, que também escutam o sinal de retorno (eco), após serem parcialmente refletidos pelas partículas em suspensão na água que viajam à mesma velocidade da corrente. Assim, associando a velocidade das partículas em suspensão na água, o equipamento determina também a profundidade e o caminho percorrido pela embarcação na qual ele é instalado e calcula em tempo real a vazão de um curso d’água utilizando os elementos básicos medidos: largura, profundidade e velocidade da seção em vários perfis de medida ao longo da seção transversal do canal do rio.

FIGURA 5. Equipamento para perfilagem acústica de corrente por efeito Doppler, (ADCP), marca RDInstruments com frequência de 600kHz,utilizado nos levantamentos de campo. Fonte: RDInstruments Web site e ilustração de procedimento de medição de vazão com ADCP no Rio Madeira. Equipamento instalado à esquerda da foto controlado por software em computador (centro da foto). Foto: André Zumak Os dados coletados por um ADCP são muitos e diversos. Os principais resultados em relação ao solicitado no presente estudo são aqueles que refletem: a) o perfil das velocidades na seção transversal, b) o perfil de retorno do sinal acústico pelas partículas em suspensão (correlacionável com a nuvem de sedimentos em suspensão na água) e c) a intensidade e direção da corrente associada à seção do perfil transversal. Mais detalhes podem ser vistos no Anexo 1. As medições ADCP foram realizadas em seções previamente determinadas uma vez que nas localidades medidas já se tem estações com alguma infraestrutura instalada. Os pontos foram determinados em imagens de satélite no sistema Google Earth (Figura 4).

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FIGURA 6. Imagem Google Earth da localização da seção de medição ADCP durante a campanha de campo realizada no Rio Madeira entre Outubro e Novembro de 2013, nas proximidades (a jusante) da cidade de Humaitá, Estado do Amazonas, cuja posição da seção é dada pelas Coordenadas: S07.4731287o/W063.0250285o para a margem esquerda e S007.4726627o /W063.0161147o para a margem direita. A Figura 5, apresenta exemplo de imagem do perfil transversal obtido com ADCP com dados processados através de software específico. A figura permite visualizar a intensidade e distribuição dos vetores de velocidade. Percebe-se velocidades superiores a 1m/.s na porção centro-esquerda da seção (áreas em cor vermelha). Há uma percepção visual muito forte, na imagem, de que as velocidades diminuem no sentido das margens. Uma vez que a geometria do canal na localidade é em V porém com um talvegue deslocado à esquerda. A margem esquerda tem inclinação abrupta e a margem direita tem inclinação suave. Há uma distribuição um tanto descentralizada das velocidades em relação ao que seria o meio da seção, considerando-se apenas a largura. No eixo “Y” da figura têm-se a profundidade e no eixo “X” a largura da seção. No Anexo 1 encontram-se perfis obtidos nas campanhas de campo.

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FIGURA 7. Imagem Doppler da seção transversal do Rio Madeira nas proximidades de Humaitá, Amazonas. A Tabela 2, abaixo, mostra um exemplo de resultados numéricos de uma série de medições realizadas num mesmo dia, na localidade de Humaitá na forma de tabela obtida do software de processamento. Os elementos obtidos ali destacados são: vazão (Total Q), área da seção (Total Area), largura do canal (Width), velocidade da embarcação durante a travessia (Boat speed), razão vazão por área (Q/Area) e velocidade da corrente (Flow Speed). Cada “File Name”, representa o arquivo de dados de uma travessia. Ao menos duas travessias precisam ser realizadas para que uma medição possa vir a ser atestada pela média (Avg), o desvio padrão (Std.) e a razão desvio pela média (Std/Avg). Esta razão final deve ser inferior a 5% para que uma medição seja considerada de boa qualidade. Percebe-se pelos resultados a excelente qualidade da medição e a grande reprodutibilidade que o aparelho obteve pelo baixo desvio padrão em relação às médias obtidas na duas série de medições realizadas. Tabela 5. Resultados da Primeira serie (QI) de medições realizadas em Humaitá (Outubro/Novembro, 2013). Em destaque (amarelo) o valor a ser considerado com a medição de vazão.

File Name Total Q [m³/s]

Total Area [m²]

Width [m]

Boat Speed [m/s]

Q/Area [m/s]

Flow Speed [m/s]

Humaita000r.000 10222 10960 1044 1.58 0.93 0.94 Humaita001r.000 10225 10996 1050 1.59 0.93 0.92

Average 10223 10978 1047 1.58 0.93 0.93 Std. Dev. 2 26 5 0.01 0.00 0.01

Std./| Avg.| 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01

4.1.2 Amostragem de água As metodologias de coletas e análises físicas e químicas de indicadores de qualidade seguiram a metodologia proposta pelo Standard Methods for Water and Wastewater Examination da American Public Health Association (APHA, 2005) de forma a que

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os dados obtidos possam ser comparados com padrões nacionais e internacionais já citados anteriormente. As amostragens de água foram realizadas sempre próximas à superfície diretamente no curso d’água ou a partir da embarcação com uso de amostrador de 8 litros constituído de uma garrafa PVC na horizontal, orientada de acordo com a corrente do rio através de uma montagem hidrodinâmica em amostrador tipo “Van Dorn” invertido (Figura 6) , verticalizado através de cabo de aço e lastro de 100 kg. O amostrador é dotado de elemento mensageiro que é lançado quando o equipamento alcança a posição desejada na seção do rio, fechando as duas extremidades da garrafa de PVC mantidas abertas por um gatilho metálico ligado a amarras elásticas, conforme descrito por Filizola (2003). As amostras foram preservadas a 4 ºC, e parâmetros como: pH, temperatura, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica, foram determinados com equipamentos portáteis com medições diretas no campo por sensores imersos diretamente no corpo d’água. As Figuras 7, 8 e 9 mostram exemplos dos procedimentos de coleta de amostras para compostos orgânicos sólidos dissolvidos totais (Ânions, Metais e DQO) e de: pH, Temperatura, Oxigênio dissolvido e condutividade elétrica) diretamente no corpo d’água com uso pH-metro e de sonda multiparamétrica YSI 6290.

FIGURA 8. No interior da embarcação a mesa de filtração de amostras água sendo processadas para obtenção de [MES] no filtro em primeiro plano. Ao fundo (segundo plano) amostrador tipo “Van Dorn” horizontal montado em estrutura hidrodinâmica com sonda YSI acoplada suportado por guincho elétrico (estrutura metálica em amarelo). Foto: Naziano Filizola.

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FIGURA 9. Coleta e armazenamento da amostra de água para determinação de compostos orgânicos. Foto: André Zumak.

FIGURA 10. Coleta de água para determinação de sólidos dissolvidos totais (Ânions, Metais e DQO). Foto: André Zumak.

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FIGURA 11. Medição (pH, Temperatura, Oxigênio dissolvido e condutividade elétrica) diretamente no corpo d’água com uso de sonda multiparamétrica YSI 6290. Foto: André Zumak.

4.1.3 Amostragem de sedimento do leito Para a coleta de sedimentos de fundo utilizou-se de um sistema de coleta cilíndrico (Figura 10) de peso superior a 3kg (Van Veen), fixo por corda e lançado da embarcação que permanece a deriva enquanto o equipamento amostrador desce até o fundo do canal e em seguida é arrastado pelo fundo antes de ser içado pelo operador com o conteúdo do material coletado durante o arraste. Para cada ponto de coleta de sedimento foram tomadas três amostras em pontos aleatórios com coletor Van Veen. Essas amostras foram transferidas para bandejas de aço-inox e homogeneizadas. Posteriormente, realizou-se a separação de alíquotas que foram acondicionadas em frascos específicos, de acordo com o parâmetro a ser determinado, considerando espécies inorgânicas e orgânicas. Durante o transporte, as amostras foram mantidas sob refrigeração a 4°C, e posteriormente foram congeladas até o início dos ensaios.

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FIGURA 12. Lançamento de amostrador de fundo para coleta de amostra de sedimentos para determinação de contaminantes e elementos metálicos. À direita amostra antes de ser dividida para armazenamento. Fotos: André Zumak e Tereza Cristina Oliveira.

4.2 Processamento e análise das amostras de água e sedimento Os parâmetros e métodos analíticos utilizados no projeto encontram-se indicados na Tabela 3. As análises foram realizadas sob a supervisão da Profa. Tereza Cristina Souza de Oliveira do Departamento de Química da UFAM, utilizando a infraestrutura contratada junto à empresa IGNEA Ltda., além de se ter contado com o apoio da infraestrutura do Laboratório de Sedimentologia da Superintendência do Serviço Geológico do Brasil em Manaus (CPRM/SUREG/MAO), através da autorização concedida pelo Sr. Marco Antônio Oliveira (Superintendente). Tabela 6. Parâmetros e métodos para realização das análises nas amostras coletadas.

Parâmetro Descrição Método de análise Compostos orgânicos - Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos policíclicos Aromáticos, prioritários quanto a toxicidade (USEPA 1994):Naftaleno; 2-metilnaftaleno; Bezo (a) antraceno; Benzo(a)pireno; Benzo(b)fluoranteno; Benzo(g,h,i)Perileno; Benzo(k)fluoranteno; Dibenzo(a,h)antraceno; Fluoranteno; Fluoreno; Indeno(1,2,3-cd) pireno; Antraceno; Acenafteno; Acenaftileno;

Protocolos de extração, Fracionamento e determinação individual por GC-MS para HPA (EPA 8270 adaptado) Tratamento analítico com material de referência certificado e padrões certificados;

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Criseno; Fenantreno; Pireno. Indicadores ambientais em amostras de água e sedimento.

Ânions: F-, Cl-, SO42-, PO43-, NO2-, NO3-, Br-

Avaliação de composição iônica de cátions e ânions predominantes. Serão determinados indicadores ambientais em amostras de água.

Cromatografia Iônica – IC. LD = 0,01 mg L-1 EPA SW 846 – 300

pH, a 25°C

Indica a concentração ácida no corpo hídrico. Importante em processos de mobilidade de outras substâncias no ambiente aquático.

Método potenciométrico – eletroanalítico. SMWW 2130 B

Sólidos Totais Suspensos

As determinações para a série de sólidos passam por processo de secagem em estufa e o uso de balança analítica em método gravimétrico. Será determinado indicador ambiental em amostras de água.

Método gravimétrico SMWW 2540 B

Temperatura

É um parâmetro de grande importância devido a seu efeito na vida aquática, e na mobilidade de substâncias químicas. Indicador ambiental em amostras de água.

Método eletroquímico SMWW 2130 B

Turbidez .

É a redução da transparência de uma amostra de água devido à presença de material em suspensão. Indicador ambiental em amostras de água.

Método nefelométrico SMWW 2130 B

4.3 Dados secundários Os dados secundários utilizados no presente estudo (Tabela 4) têm origem na base do Observatório Ambiental da Hidrologia e Geodinâmica da Bacia Amazônica (ORE/HYBAM). Esses dados estão disponíveis gratuitamente através da plataforma www.ore-hybam.org. Adicionalmente mais dados foram obtidos com a coordenação ORE/HYBAM no Brasil estabelecida na UFAM (Universidade Federal do Amazonas). Dados de referencia existentes na bibliografia geral e em teses e/ou dissertações que foram disponibilizadas, principalmente, pela UFAM em relação aos trechos de rios estudados. Ademais dos dados disponibilizados pela plataforma ORE/HYBAM, foram também obtidos dados hidrométricos junto à plataforma HIDROWEB da Agência Nacional de Águas (ANA em www.ana.gov.br). Basicamente os dados tomados das plataformas foram: cotas fluviométricas, vazões e dados de MES (material em suspensão). Os dados de química da água vieram de

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publicações relativamente recentes face à necessidade de determinarmos um cenário mais próximo do atual. Tabela 7. Resumo do total de dados secundários utilizados no estudo para a construção do cenário hidrológico. Tipo de Dado Estações Período da série # de dados Unidade

Cota (nível do rio)

Tabatinga 1983-2013 11345

Dias

São Paulo de Olivença 1980-2010 11346 Santo Antônio do Iça 1982-2012 10845 Fonte Boa 1983-2013 11010 Tefé 1983-2013 9422 Itapéua 1983-2013 11252 Manacapuru 1983-2013 11346 Careiro 1982-2012 11338 Jatuarana 1982-2012 11320 Itacoatiara 1998-2013 5837 Óbidos 1983-2013 11334 Santarém 1983-2013 11346 Porto Velho 1983-2013 11345 Humaitá 1983-2013 10605 Manicoré 1981-2013 10423 Fazenda Vista Alegre 1981-2011 11346 Borba 1983-2013 11245

Vazão

Tabatinga 1983-2013 372

Meses

Manacapuru 1982-2012 372 Óbidos 1982-2012 372 Porto Velho 1982-2012 372 Fazenda Vista Alegre 1982-2012 371

Material em suspensão

Tabatinga 1996-2010 154 Manacapuru 1999-2013 165 Óbidos 1995-2011 155 Porto Velho 1996-2013 213 Fazenda Vista Alegre 1996-2013 213

4.4 Processamento dos dados Uma base de dados foi construída com os dados primários e também com os dados secundários, já que nem todos se condicionavam às exigências das bases de dados existentes. Para o arquivamento e tratamento dos dados foi utilizado o software HYDRACCESS, um sistema de gerenciamento de base de dados distribuído livremente através da plataforma ORE/HYBAM. Este aplicativo (Figura 11) permite armazenar dados hidrológicos (chuva, vazão e cota), bem como dados de MES e de qualidade da água. Para estes últimos parâmetros (qualidade da água), há limitações em função do tipo de unidades, porém na medido do possível os parâmetros básicos puderam ser ali arquivados. Os que não foram inseridos diretamente nesta plataforma, foram tratados com o uso de planilhas eletrônicas de cálculo.

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O processo de sistematização dos dados gerou planilhas separadas de acordo com a demanda identificada, e assim se produziu um inventário descritivo das estações consideradas e visitadas durante as campanhas de campo no software utilizado (Hydracess 4.0) com a intuito de analisar graficamente os dados hidrológicos. Desta forma, identificaram-se as estações que serviram de base para o estudo e nas séries de dados foi possível observar as lacunas ou ausência de dados de modo a considerar um horizonte de anos de análise que fosse possível utilizar para a determinação de cenário de base para os dados gerados a partir das medições e amostras obtidas nas campanhas de campo do Projeto GEF-Amazonas. A utilização da ferramenta Hydarccess possibilitou também, armazenar os dados gerados, de acordo com a estação escolhida no contexto de uma base de dados MS-Access (arquivos .mdb).

FIGURA 13. Layout da interface do software Hydraccess utilizado no processamento e arquivamento dos dados Visando dar maior visibilidade e um suporte maior aos idealizadores e construtores do PAE – GEF/OTCA buscou-se o desenvolvimento de uma plataforma de visualização dos dados processados oriundos do estudo. Assim, optou-se por trabalhar com o sistema Google Earth em conjunção com o Google docs/apps. Ambos gratuitos e de livre acesso com restrição de uso via compartilhamento por senha/e-mail. Esta plataforma permite a visualização dos gráficos e tabelas produzidos, bem como das imagens Doppler obtidas nas medições de vazão realizadas durante as campanhas de campo. Esses dados podem ser visualizados através de endereço web específico encaminhado à coordenação do Projeto GEF-Amazonas e está sendo ainda populada com os dados do presente documento.

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5 Resultados e discussões Durante as atividades de preparação da realização das missões, de campo, tanto na primeira (Rio Solimões/Amazonas) quanto na segunda (Madeira/Amazonas), muitas dificuldades de logística e de preparação foram encontradas (aluguel de embarcação, transporte de material para realização dos levantamentos de campo, pessoal de apoio, etc.). O percurso da primeira campanha de campo foi realizado todo em embarcação alugada em Manaus. Para tanto, além de recursos do Projeto GEF-Amazonas, foram necessários recursos aportados por parceiros (UFAM, ANA e IRD) de tal forma que foi possível seguir desde Tabatinga até Santarém com a programação prevista. Para a segunda campanha de campo, também contou-se com o apoio de parceiros e ela foi realizada de carro (IRD, UMSA e SENAMHI-BO) no lado boliviano, desde Rurrenabaque até Guayaramirin, e de barco no lado brasileiro (com apoio da UFAM, do IRD, da CPRM e da ANA), desde Porto Velho até Santarém. Face às dificuldades enfrentadas para a realização das missões de campo se dispôs de pouco tempo para o processamento das amostras uma vez que estava correndo o prazo para tal atividade como previsto em contrato mantido entre a OTCA e empresa destinada para realizar as análises. Na sequencia são apresentados os dados resultantes das análises das amostras e das medições realizadas, dispostos em tabelas e divididos por temas de acordo como colocado na metodologia. Eventualmente análises espaciais são apresentadas, quando o volume de dados permitiu, e uma representação cartográfica. Ademais, semrpe que possível análises comparativas entre parâmetros significativos são também apresentadas de forma.

5.1 Dados de vazão de MES e de Fluxo de Sedimentos Assim, primeiramente a Tabela 5, apresenta os resultados das medições de vazão realizadas em 21 pontos, considerando-se que em Óbidos e em Itacoatiara, ambas as localidades situadas às margens do Rio Amazonas foram realizadas medições nas duas campanhas de campo. Em cada seção medida foram geralmente realizadas 4 seções transversais de medição e o resultado apresentado é o resultado da média desses levantamentos. Tabela 8. Resultados das medições de vazão obtidas na campanha Solimões (Fevereiro de 2013), Amazonas (Março e Abril de 2013), Madeira/Amazonas (Novembro de 2013).

Data Estação Rio Q (m3/s) 18/02/13 Tabatinga Solimões 52.820 20/02/13 São Paulo de Olivença Solimões 62.970 23/02/13 Fonte Boa Solimões 74.920

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Data Estação Rio Q (m3/s) 24/02/13 Tefé Solimões 98.960 25/02/13 Itapéua Solimões 101.800 27/02/13 Manacapuru Solimões 112.800 01/03/13 Jatuarana Amazonas 123.600 04/04/13 Óbidos Amazonas 222.500 08/04/13 Itacoatiara Amazonas 209.900 14/10/13 Rurrenabaque Beni 2.084 16/10/13 Peña Amarilla Beni 1.800 16/10/13 Sena Madre de Dios 4.150 17/10/13 Riberalta Madre de Dios 5.137 17/10/13 Cachuela Esperanza Madre de Dios 6.442 18/10/13 Guyaramierin Mamoré 1.700 21/10/13 Porto Velho Madeira 10.860 22/10/13 Humaitá Madeira 11.750 23/10/13 Manicoré Madeira 10.340 24/10/13 Fazenda Vista Alegre Madeira 11.970 27/10/13 Itacoatiara Amazonas 106.600 30/10/13 Óbidos Amazonas 119.800

Os dados de química foram divididos e apresentados em 5 tabelas (de 6 a 11). Os dados físico-químicos apresentados na Tabela 6 dão os resultados obtidos para 24 pontos, considerando-se os parâmetros: temperatura (em graus celsius), condutividade elétrica (em mS/cm), pH, turbidez (em NTU), demanda química de oxigênio, (DQO em mgO2/l)) e Matéria Em Suspensão (MES em mg/l), também denominada de Totais de Sólidos Suspensos (TSS). A partir dos dados das tabelas 5 e 6, foram tomados os dados de vazão e de sedimentos em suspensão e de turbidez para uma análise do cenário hidrológico no período estudado para cada rio investigado apresentado primeiramente visando localizar o leitor no período dos regimes hidrológicos específicos de cada Rio considerado. Para definição dos cenários hidrológicos cinco estações chaves foram tomadas em consideração e os dados secundários foram utilizados para construção das linhas de referência (médias históricas mensais), para maiores detalhes ver Anexo 2. Para o Rio Solimões Tabatinga e Manacapuru, foram as estações escolhidas, por marcarem, a primeira, o ponto de entrada do Rio no Brasil, indicando a situação no alto curso do Rio Solimões, e Manacapuru, indicativa do cenário no baixo curso do rio e a última estação antes da confluência com o Rio Negro, a partir de onde o Rio Solimões passa a ser denominado de Rio Amazonas (no Brasil). A partir do encontro entre o Rio Solimões com o Negro, o rio ganha

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modificações sazonais consideráveis tanto em volume d’água, quanto em constituintes dissolvidos e particulados, principalmente os dissolvidos (Moreira Turcq, 2003 e Bendetti et al.2003). Para o Rio Madeira as estações utilizadas para definir um cenário hidrológico foram Porto Velho e Fazenda Vista Alegre. Assim realizou-se, uma vez que não há estações nos formadores do Rio Madeira, em território Boliviano séries históricas com a mesma representatividade temporal e estatística que esses duas estações citadas e situadas em território brasileiro. A estação de Porto Velho situa-se relativamente próxima à fronteira com a Bolívia e é tomada como representativa do cenário do alto curso do Rio Madeira e Fazenda Vista Alegre é tomada como representativa do cenário no baixo curso. Para o Rio Amazonas, a estação classicamente utilizada como de referencia é a estação de Óbidos, reconhecida como a última estação hidrométrica do Rio Amazonas onde a influência da maré não causa variabilidade substancial nos volumes de água e de sedimentos transportados.

5.1.1 Rio Solimões O cenário hidrológico em que foi realizada a campanha no Rio Solimões (Figura 12) no contexto do estudo em pauta, mostrou-se para as vazões como o momento em que o Rio Solimões historicamente inicia seu processo de subida das águas e a concentração média de sedimentos para o período tende a estar diminuindo. Ainda assim o valor de vazão medido no período (Tabela 5) superior a 50.000 m3/s, portanto cerca de pouco mais de 10.000 m3/s superior à média esperada para o período, estava ainda dentro das condições de variabilidade normais. As concentrações de sedimentos em suspensão na água situam-se em média por volta de 220 – 230 mg/l, porém na campanha observou-se um valor ligeiramente abaixo de 200mg/l (Tabela 6) dentro da faixa de variabilidade natural para o período. Assim, os dados se mostraram em acordo com a literatura existente (Molinier et al, 1996, Filizola e Guyot, 2009, Meade et al., 1985).

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FIGURA 14. Cenário hidrológico no qual foram realizadas as medições de vazão e coleta de amostras no Rio Solimões, Estação hidrométrica de Tabatinga, na campanha realizada entre Fev/Mar de 2013. Os dados são da base ORE/HYBAM e mostram o comportamenteo médio mensal histórico com base em mais de 20 anos de dados obtidos pela rede hidrométrica brasileira gerenciada pela Agência Nacional de Águas (ANA). Para o caso da estação de Manacapuru (Figura 13), situada no Rio Solimões a cerca de 1000 km de distância da fronteira Brasil/Peru (em linha reta) o cenário encontrado foi muito semelhante àquele identificado em Tabatinga. Esta semelhança permite caracterizar o período de realização da campanha no Rio Solimões como sendo de subida das águas e com as concentrações de sedimentos tendendo a diminuir durante o mês de fevereiro de 2013. Os dados coletados em São Paulo de Olivença, Fonte Boa, Tefé e Itapéua se ajustam bem ao cenário identificado e num comportamento considerado dentro do padrão de normalidade para o período.

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FIGURA 15. Cenário hidrológico no qual foram realizadas as medições de vazão e coleta de amostras no Rio Solimões, Estação hidrométrica de Manacapuru, na campanha realizada entre Fev/Mar de 2013. Os dados são da base ORE/HYBAM e mostram o comportamento médio mensal hsitórico com base em mais de 20 anos de dados obtidos pela rede hidrométrica brasileira gerenciada pela Agência Nacional de Águas (ANA).

5.1.2 Rio Madeira Para o Rio Madeira, as estações hidrométricas de Porto Velho e Fazenda Vista Alegra, ambas da rede Hidrométrica Nacional gerenciada pela ANA, foram tomadas como referencia. No caso de Porto Velho, tida aqui como a estação cenário para o alto curso do Rio Madeira observa-se , com base em dados médios históricos mensais, que na campanha do Projeto GEF-Amazonas realizada entre os meses de Outubro e Novembro de 2013, as vazões iniciavam seu ciclo de subida das águas. No entanto, no que diz respeito, a vazão média histórica para o período é de cerca de 5.000 m3/s e a medição realizada na campanha registrou pouco mais de 10.000 m3/s, o que talvez já fosse resultado das condicionantes que geraram a grande cheia vivida no início do ano de 2014. Em relação às concentrações de sedimentos em suspensão o valor obtido na campanha realizada, situou-se muito próximo do valor médio histórico mensal para o período ou seja, cerca de 100 mg/l. A amostragem de sedimentos aconteceu também no período de aumento das concentrações que neste período do ano ocorrem praticamente de forma concomitante com o início do período de aumento das vazões.

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FIGURA 16. Cenário hidrológico no qual foram realizadas as medições de vazão e coleta de amostras no Rio Madeira, Estação hidrométrica de Porto Velho, na campanha realizada entre Out/Nov de 2013. Os dados são da base ORE/HYBAM e mostram o comportamento médio mensal hsitórico com base em mais de 20 anos de dados obtidos pela rede hidrométrica brasileira gerenciada pela Agência Nacional de Águas (ANA). O cenário indicado pelos dados médios históricos mensais na estação de Fazenda Vista Alegre (Figura 15) mostraram uma sutil diferença em relação àqueles de Porto Velho. No entanto, esta diferença mostrou-se importante para justificar diferenças identificadas nos dados da Tabela 5. Esta estação é tomada neste documento como representativa do cenário do baixo curso do Rio Madeira e a vazão medida também se situou um pouco acima dos 10.000 m3/s, valor bem superior à média histórica para o período. Os dados medidos durante a campanha indicaram uma vazão ligeiramente menor em Manicoré do que aquela medida em Humaitá (a montante), quando seria de se esperar o contrário, uma vez que as vazões aumentam de montante para jusante. No entanto, ao se perceber que o período em que se realizou as medições era na verdade o período de águas baixas ainda, enquanto em Porto Velho já se iniciava o período de aumento de vazões, se pode entender o caso. Assim, o sinal do período de subida das águas ainda não havia chegado a Manicoré e em Fazenda Vista Alegre as contribuições dos tributários justificam o valor medido superior ao de Manicoré. Em relação às concentrações de sedimentos, percebe-se uma grande diferença entre o valor medido e a média dos valores históricos em Fazenda Vista Alegre.

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Os dados da rede da ANA são obtidos para a seção total e não somente em superfície. Para o caso anterior, de Porto Velho, no período considerado, normalmente se tem pouco sedimento, tanto grosseiro quanto fino. Os sedimentos finos normalmente estão presentes até a superfície, enquanto os grosseiros mais concentrados no fundo do canal. Porém, no Rio Madeira em Porto Velho, no período estudado não se percebe bem esse diferença na coluna d’água e as concentrações são bastante homogêneas. Já, em Fazenda Vista Alegre o cenário é diferente. As concentrações de material fino e grosseiro se diferenciam bem da superfície para o fundo e apresenta um perfil bem heterogêneo. Deste modo uma amostragem na superfície não permite obter o total que passa na seção. Porém ao buscar orientações na literatura (Guyot et al, 1996, Filizola e Guyot, 2009 e Filizola e Guyot, 2011), percebe-se que os dados obtidos na campanha são consistentes e refletem uma boa coerência com o que historicamente se encontra em amostras de superfície em períodos semelhantes do ano civil.

FIGURA 17. Cenário hidrológico no qual foram realizadas as medições de vazão e coleta de amostras no Rio Madeira, Estação hidrométrica de Fazenda Vista Alegre, na campanha realizada entre Out/Nov de 2013. Os dados são da base ORE/HYBAM e mostram o comportamento médio mensal hsitórico com base em mais de 20 anos de dados obtidos pela rede hidrométrica brasileira gerenciada pela Agência Nacional de Águas (ANA).

5.1.3 Rio Amazonas Em relação ao cenário para o Rio Amazonas, a estação de Óbidos é a referencia. Esta estação reflete o comportamento geral de 80% de toda a água que passa

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pela bacia Amazônica. Ou seja, a vazão ali medida representa praticamente todo o aporte líquido do Rio Amazonas ao Oceano Atlântico. Nesta estação são medidas as maiores vazões líquidas do mundo, uma vez que o Rio Amazonas tem o maior volume d’ água dentre os rios do mundo. Uma vantagem para o Projeto GEF-Amazonas é que ambas as campanhas realizadas passaram em Óbidos, o que permite ter dois cenários hidrológicos. O cenário da primeira campanha, entre Fevereiro e Março de 2013, se mostrou um pouco atípico em relação à média histórica mensal. A vazão medida ficou mais de 30.000m3/s acima da média e a concentração de sedimentos em suspensão, por sua vez (cerca de 120 mg/l), foi praticamente o dobro da média histórica mensal. No entanto, em ambos os casos não se pode falar de incoerência, uma vez que a diferença na vazão é possível na localidade e quanto aos sedimentos podem ser condições muito específicas e a faixa de variabilidade também permite essa diferença, uma vez que os dados da rede ANA não são tomados sempre à superfície. Assim, o comentário feito para Fazenda Vista Alegre serve para justificar o caso de Óbidos também.

FIGURA 18. Cenário hidrológico no qual foram realizadas as medições de vazão e coleta de amostras no Rio Solimões, Estação hidrométrica de Manacapuru, na campanha realizada entre Fev/Mar de 2013. Os dados são da base ORE/HYBAM e ANA. Mostram o comportamento médio mensal hsitórico com base em mais de 20 anos de dados obtidos pela rede hidrométrica brasileira gerenciada pela Agência nacional de Águas (ANA). A estação de Jatuarana representa, na verdade uma vazão parcial do Amazonas, após a entrada das águas do Rio Negro, que banha a cidade de Manaus. Um braço do Rio Amazonas, passando pelo paraná do Careiro (do outro lado da ilha do Careiro, na região do Encontro das Águas entre os rios Negro e Solimões) tem

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aproximadamente, nesta época do ano, algo como 15% da vazão do Rio Amazonas em Jatuarana e a sua vazão deve ser somada àquela de Jatuarana para se ter a vazão total do Amazonas após a foz do Rio Negro. Isso equivale a dizer que a vazão do Amazonas no período naquele trecho era de aproximadamente 142 mil m3/s. Fazendo-se o balanço de massa entre Óbidos menos esse trecho do Amazonas, têm-se aproximadamente a vazão do Rio Madeira no período o que pode ser calculado como da ordem de: 80 mil m3/s.

5.2 Dados de química da água e do sedimento do leito Seguindo a divisão indicada anteriormente os dados de físico-química e química da água são apresentados incialmente, seguidos dos dados de química dos sedimentos do leito e por fim destacados os dados de granulometria. As tabelas foram organizadas por campanha de campo: Solimões/Amazonas e Madeira/Amazonas. Tabela 9. Dados físico químicos obtidos nas amostras coletadas. Os valores em negrito estão acima do limite dado pela resolução brasileira do CONAMA No.357.

Local Data T(oC) Cond. Elétrica

(mS/cm)

pH Turbidez (NTU)

DQO (mg

O2/l)

MES (mg/l)

TAB 18/02/13 27,1 0,16 7,4 471,6 41,6 188,0 SPO 20/02/13 27,2 0,14 7,3 371,6 40,4 282,8 FBO 23/02/13 27,5 0,11 6,7 238,5 45,3 119,2 TEF 24/02/13 28,1 0,09 6,6 182,9 44,4 76,0 ITA 25/02/13 28,2 0,09 6,6 199,3 41,6 40,8 MAC 27/02/13 28,3 0,08 6,5 192,6 42,0 78,8 JAT 01/03/13 28,5 0,06 6,3 169,4 17,9 46,0 OBI 04/04/13 28,6 0,06 6,4 156,7 28,9 120,6 SAN 04/04/13 29,0 0,01 5,7 60,0 35,4 13,4 PAR 06/04/13 28,5 0,06 6,3 182,4 40,8 142,0 ITC 08/04/13 27,7 0,27 6,2 232,6 37,4 85,6 RUR 14/10/13 26,6 0,05 6,2 749,0 42,4 484,0 PAM 16/10/13 30,8 0,07 6,9 641,0 27,8 598,0 SEN 16/10/13 27,3 0,03 6,5 602,0 34,4 567,0 CES 17/10/13 25,9 0,05 6,7 637,0 34,0 504,0 RIB 17/10/13 28,8 0,05 6,9 547,0 17,4 440,0 GUY 18/10/13 29,2 0,09 6,3 99,3 28,9 48,9 PTV 21/10/13 29,9 0,06 6,4 226,0 21,2 135,0 HUM 22/10/13 28,4 0,06 6,8 217,0 23,3 148,0 MAN 23/10/13 29,6 0,07 7,1 157,0 19,1 103,0 FVA 24/10/13 30,4 0,07 7,2 151,0 17,7 35,8 ITC 27/10/13 30,5 0,04 6,9 96,8 27,4 22,5

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Local Data T(oC) Cond. Elétrica

(mS/cm)

pH Turbidez (NTU)

DQO (mg

O2/l)

MES (mg/l)

OBI 30/10/13 30,4 0,04 6,8 51,1 32,3 35,8 SAN 30/10/13 30,7 0,02 7,0 - 25,0 - VMP - - 6,0 a 9,0 ≤100 - -

5.2.1 Temperatura Do universo pesquisado e identificado na (Tabela 6), a média da temperatura da água no total das amostras levantadas foi de 28,6oC, a temperatura máxima encontrada foi de 30,8 oC e a mínima de 25,9 oC. Separando-se por sistema fluvial têm-se para o Solimões valores médios da ordem de 28,3 oC, 30,5 oC para o Amazonas e 30,8 oC para o Madeira, mesmo considerando para este último, os rios Beni, Mamoré e Madre Dios.

5.2.2 Condutividade elétrica No tocante aos valores de condutividade elétrica a média geral foi de 0,08 mS/cm, variando de 0,01 a 0,27. Já para cada um dos sistemas fluviais têm-se: média de 0,1 mS/cm para o Solimões (variando de 0,1 a 0,2), para o Amazonas a média foi também de 0,1 mS/cm (variando de valores menores que 0,1 até 0,3) e finalmente para o Rio Madeira a média foi também de 0,1 mS/cm, porém com uma variação de valores próximos de 0,01 a 0,1. Em geral, os ambientes estudados apresentaram, valores abaixo dos descritos na literatura para rios de água branca que, geralmente, têm alta concentração de íons dissolvidos como Ca+2, Mg+2 e SO4

-2 (Krusche et al, 2005), no contexto do presente estudo foram obtidos como referência, melhor será que em próximos estudos se possa utilizar um limite de detecção mais baixo e trabalhar-se na faixa de υS/cm.

5.2.3 pH Os valores de pH no geral se mostraram em média em torno de 6,7, variando de 5,7 a 7,4. Para o sistema Solimões (Figura 17) a média foi de 7,4, 6,9 no Amazonas e 7,1 no Madeira. Em todos os sistemas a variação nos valores de pH foi aproximadamente a mesma. A amostra do Rio Tapajós em Santarém apresentou valor abaixo do descrito na legislação com 5,69; nos demais pontos o pH variou de 6,18 a 7,36 dentro do indicado que é de 6,0 a 9,0 para águas naturais de classe II.

O ambiente aquático do sistema fluvial Solimões/Amazonas é conhecido por ter uma tendência a ambiente ligeiramente alcalino, devido à presença de argilominerais que apresentam em sua composição óxidos e hidróxidos metálicos. O Rio Tapajós, com

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registro de pH mais ácido apresenta características diferenciadas por ser um rio de água clara, sem muita influência de sólidos suspensos contendo argilominerais. Uma análise da distribuição espacial dos valores de pH mostra que além do valor baixo detectado em Santarém, no Rio Tapajós, na região de Tabatinga e São Paulo de Olivença os valores de pH encontrados foram maiores que 7,0. Como após São Paulo de Olivença têm-se a entrada de importantes tributários (Iça e Japurá, ambos de águas mais escuras) há possibilidade que os mesmos tenham contribuído para rebaixar levemente o pH em cerca de 0,6 até a localidade de Fonte Boa. Para os demais a faixa de variação é perfeitamente aceitável e está de acordo com o disposto na literatura. Em relação aos valores de pH espacializados no trecho Porto Velho – Santarém (Figura 18) na campanha de Outubro/Novembro de 2013, houve uma variação de 6,24 a 7,15 dentro do indicado, que é de 6,0 a 9,0 para águas naturais de classe II, pela Resolução CONAMA 357/05. O ambiente aquático no sistema fluvial Madeira/Amazonas, à semelhança do Solimões/Amazonas, também é conhecido com a tendência a ambiente ligeiramente alcalino, devido à presença de argilominerais que apresentam em sua composição óxidos e hidróxidos metálicos e forte presença de sais de sulfatos.

FIGURA 19. Cartografia dos valores de pH obtidos nas localidades visitadas ao longo do Rio Solimões e Amazonas na campanha de campo GEF-Amazonas realizada de Fevereiro a Março de 2013.

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FIGURA 20. Cartografia dos valores de pH obtidos nas localidades visitadas ao longo dos rios Madeira e Amazonas na campanha de campo GEF-Amazonas realizada de Outubro a Novembro de 2013.

5.2.4 Turbidez e sólidos em suspensão No que diz respeito à turbidez a média da primeira campanha ficou em 223 NTU, e os valores extremos foram; máximo: 472 NTU e mínimo: 60NTU, respectivamente em Tabatinga e em Santarém. Os altos valores de turbidez para o Rio Solimões e Amazonas, historicamente, condizem com as características naturais destes corpos d`água, principalmente por esses rios apresentarem maiores quantidade de sólidos suspensos, trazidos de suas fontes nos Andes. Já o Rio Tapajós (valor mínimo) é naturalmente um rio com baixos valores de Turbidez em função de suas águas conterem baixas cargas de material particulado e serem claras com origens nas áreas de escudos pré-cambrianos (geologicamente muito antigos) já bastante erodidos e sem muita carga de material a ser transportado. Espacialmente (Figura 19)se pode identificar basicamente 3 classes de turbidez nos pontos levantados: uma primeira classe com valores até 100 NTU, outra com valores maiores que 100 NTU e menores que 200 NTU e outra com valores maiores que 200 NTU. A primeira classe já foi comentada em relação ao Rio Tapajós. As demais se pode associar a sua diferenciação como advindo do fato de após a entrada do Rio Japurá, tributário da margem esquerda do Rio Solimões, na altura da cidade de Tefé, com suas importantes contribuições hídricas os sólidos transportados se depositam no trecho subsequente e diminuem suas concentrações resultando numa diminuição da turbidez.

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Em relação aos sólidos em suspensão se percebe que a concentração máxima é encontrada em São Paulo de Olivença com valor da ordem de 283 mg/l e a concentração mínima da ordem de 13 mg/l em Santarém. As razões para a variabilidade são as mesmas já informadas para a Turbidez. No entanto, as tendências não são semelhantes, tanto é que ao se fazer uma relação entre MES e turbidez o valor de R2=0,61. Isso se dá em função de processos de deposição e ressuspensão que ocorrem ao longo dos rios para o que a resposta em termos de turbidez não é imediata e os fenômenos envolvidos não necessariamente os mesmos, pois a turbidez pode ter outros contribuintes que não só a matéria particulada para dar suas condições. Neste universo destacado para as MES, é possível, também, distinguir 3 classes com bases que justifiquem bem sua ocorrência: Uma primeira classe de valores de concentração de MES menores que 50 mg/l, valor de referência dado para os rios de águas claras e pretas da Amazônia (Filizola e Guyot, 2009) ou para locais sob influência de rios de água clara ou escura nas proximidades do ponto de amostragem (Itapéua sob a influência das águas pretas do Rio Coari e Jatuarana, sob a influência das águas pretas do Rio Negro). Uma segunda classe entre 50 mg/l e 150 mg/l para os pontos no Rio Solimões e no Rio Amazonas, normalmente associados à dinâmica geral dos rios da planície Amazônica e susceptíveis a efeitos de diluição por aporte líquido de grandes tributários. Finalmente uma terceira classe com valores acima de 150 mg/l, que apesar de susceptíveis à dinâmica dos grandes tributários da planície, aparentam preservar uma influência maior do gradiente altitudinal de montante, ajudando a manter as concentrações relativamente altas.

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FIGURA 21. Cartografia dos valores de Turbidez e de Totais de Sólidos Suspensos nas amostras de água coletadas durante a Campanha Solimões/Amazonas entre Fevereiro e Março de 2013. Na segunda campanha (Rio Madeira/Amazonas) a Figura 20 indica uma forte tendência decrescente de montante para jusante a parir da Bolívia até Óbidos. Na média as concentrações se situaram em torno de: 260 mg/l, sendo os valores extremos da ordem de 598 mg/l (Rio Beni em Peña Amarilla), o máximo, e mínimo da ordem de 22,5 mg/l, registrado em Itacoatiara no Rio Amazonas. O mapa da Figura 20só mostra os valores em território brasileiro, por serem efetivamente do Rio Madeira. E neste caso também a tendência decrescente de montante para jusante se mantém, com leves oscilações no percurso. Ali também se percebem 2 classes bem definidas, uma vez que não foi possível obter MES nas amostras de água em Santarém face a problemas no processamento da amostra. Uma classe menor que 50 mg/l e outra de valores entre 50 mg/l e 150 mg/l, à semelhança do que obteve para o Rio Solimões e Amazonas na primeira campanha. Colocando-se os valores obtidos em território Boliviano se obtém na verdade uma forte polarização, uma vez que os valores naquela região fazem parte de um outro domínio sob forte influencia das fontes Andinas e onde as concentrações são maiores que 300 mg/l.

FIGURA 22. Cartografia dos valores de Turbidez e de Totais de Sólidos Suspensos nas amostras de água coletadas durante a Campanha Madeira/Amazonas entre Outubro e Novembro de 2013.

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A turbidez na segunda campanha, apresenta um comportamento com uma tendência que muito se assemelha àquela das MES. Os valores que vão de 749 a 51,1 NTU, considerando-se o território boliviano. Se mostram dentro do esperado e deixam evidente uma polarização conforme já comentado para as MES e que pode também ser analisado através da Figura 21. Os parâmetros MES e Turbidez evidenciam, principalmente ao longo do sistema fluvial Madeira/Amazonas, como é marcante a contribuição de sedimentos suspensos pelos rios chamados Andinos, sobretudo pelos formadores do Rio Madeira no território boliviano, como os rios Beni e Madre de Dios. A Figura 21 mostra o comportamento de distribuição e a correlação entre a turbidez e sólidos totais suspensos para as duas campanhas realizadas (MES 1 = Solimões/Amazonas e MES 2 = Madeira/Amazonas).

No caso da análise de correlação para os dados da primeira campanha o desvio aconteceu em relação aos valores encontrados em Tabatinga e São Paulo de Olivença, conforme já referido. Segundo a literatura (Filizola, 2003, Filizola e Guyot, 2009 e Filizola e Guyot, 2011) após a entrada dos volumes de água do Rio Japurá, normalmente há um fenômeno de diluição das concentrações de MES, bem como de deposição que favorece à diminuição das concentrações ao longo do curso do Rio Solimões.

Para o caso da Campanha Madeira/Amazonas os resultados mostram uma boa correlação R2=0,94, que na verdade é fruto do efeito de polarização (Seyler e Boaventura, 2003), exercido pelas altas concentrações de MES nos rios mais próximos dos Andes, região do piemonte e que na figura corresponde à nuvem de pontos com maiores concentrações e o outro polo, que corresponde à região da planície amazônica propriamente dita (nuvem de pontos com menores concentrações de MES).

A polarização se dá muito provavelmente por conta da barreira natural das rochas do escudo brasileiro próximo à fronteira Brasil/Bolívia separando dois domínios de deposição: 1)Bacias do Beni, Mamoré Madre de Dios e 2) Madeira, propriamente dito, além da diluição do sedimentos nas águas mais caudalosas do Rio Madeira, uma vez que são acrescidas do aporte líquido daqueles tributários sobretudo do Madre de Dios (Guyot, 1993). A que se comentar que há uma zona de deposição após a entrada do rio em território brasileiro, que fisicamente aumenta os efeitos de deposição, podendo influenciar significativamente nas Usinas Hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, que deverão enfrentar grandes volumes de deposição de sedimentos em seus respectivos reservatórios, sobretudo a primeira delas.

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FIGURA 23. Correlação encontrada entre os dados de Turbidez e de MES coletados durante as duas campanhas de campo do Projeto GEF-Amazonas.

No mais, além dos rios Beni e Madre de Dios serem rios formados em ambiente andino, de elevada altitude e ambiente geológico mais instável, proporcionando grande carreamento de sólidos totais suspensos, outro fator de contribuição para a elevada turbidez e sólidos, nas águas do território boliviano é a influência antropogênica. Esta pode ter parcela de responsabilidade razoável nos resultados encontrados especialmente os processos de ressuspensão ocasionados pelo revolvimento do fundo pela atividade garimpeira.

5.2.5 DQO De acordo com o CONAMA 357/05 não há um valor padrão da demanda química de oxigênio – DQO, que é uma determinação indireta de matéria orgânica pelo consumo de oxigênio em processo de oxidação total de matéria orgânica na amostra. Porém, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em águas superficiais naturais, o valor de DQO deve ser igual ou menor que 20 mgO2/l. Os valores nos pontos de estudo nos rios Solimões e Amazonas ( Figura 22 )foram de 28,91 a 42,0 mgO2/l, e no rio Tapajós de 17,94 mgO2/l. Os valores de referência nos pontos de estudo nos territórios brasileiro e boliviano obtidos na Campanha Madeira/Amazonas, foram, respectivamente, de 17,4 a 42,4 mgO2/l (incluindo tributários e formadores).

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FIGURA 24. Cartografia dos valores de DQO ao longo dos rios Solimões e Amazonas obtidos durante a campanha de campo realizada entre Fevereiro e Março de 2013 no escopo do Projeto GEF-Amazonas. Se considerarmos somente em território brasileiro a Figura 22 e a Figura 24 permitem notar que os valores de DQO nos rio Solimões é em geral o dobro do que se encontra no Rio Madeira. Não valendo a relação para o Rio Amazonas, cujos valores já representam valores intermediários. No entanto, de forma geral as águas dos rios estudados, se coletadas para o consumo humano, necessitam de tratamento adequado para este fim. A composição de matéria orgânica presente nos pontos de coleta está em parte presente nos sólidos totais suspensos, que deve-se, provavelmente, à lixiviação de material vegetal da floresta e presente nos solos. Ademais, como a demanda química de oxigênio – DQO, é uma determinação indireta de matéria orgânica pelo consumo de oxigênio em processo de oxidação total de matéria orgânica na amostra é possível explicar de outro modo a diferença entre os valores do Rio Solimões e do Rio Madeira em território brasileiro. Ou seja, a composição de matéria orgânica registrada nos pontos de coleta pode ter origem na lixiviação de material vegetal da floresta e presente nos solos, considerando que as coletas na primeira fase foram realizadas durante o período chuvoso na região.

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FIGURA 25. Cartografia dos valores de DQO em amostras de água obtidos em território brasileiro durante a campanha de campo realizada nos rios Madeira e Amazonas de Outubro a Novembro de 2013.

5.2.6 Metais Os dados de metais obtidos em amostras de água e dados em mg/l se encontram listados na Tabela 7 (A e B). Obtidos em 11 pontos, esses dados são referentes à concentrações de: Ferro, Alumínio, Manganês, Cromo, Zinco, Níquel, Cobre, Cádmio, Chumbo, Ouro Platina e Mercúrio. Nos sedimentos do leito (dados em mg/kg), também nos mesmos 11 pontos, os mesmos metais foram levantados e se encontram dispostos na Tabela 8 (A e B). Tabela 10 A e B. Resultados das análises para elementos metálicos nas amostras de água coletadas. Dados em mg/l. A Local Data Fe Al Mn Cr Zn Ni Cu TAB 18/02/13 0,082 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,005 SPO 20/02/13 0,06 <0,01 < 0,01 <0,01 0,017 <0,01 <0,005 FBO 23/02/13 0,038 <0,01 0,011 <0,01 <0,01 <0,01 <0,005 TEF 24/02/13 0,134 0,018 0,013 <0,01 <0,01 <0,01 <0,005 ITA 25/02/13 0,064 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,005 MAC 27/02/13 0,113 0,02 <0,01 <0,01 0,013 <0,01 <0,005 JAT 01/03/13 0,15 0,03 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,005 SAN 04/04/13 0,109 0,081 0,194 <0,01 0,13 <0,01 <0,005 OBI 04/04/13 0,167 0,075 0,024 <0,01 0,059 <0,01 <0,005

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Local Data Fe Al Mn Cr Zn Ni Cu PAR 06/04/13 0,115 0,027 0,02 <0,01 0,02 <0,01 <0,005 ITC 08/04/13 0,171 0,073 0,051 <0,01 0,091 <0,01 <0,005 VMP 0,3 0,1 0,1 0, 05 0,18 0,025 0, 009

B Local Data Cu Cd Pb Au Pt Hg TAB 18/02/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 <0,15 SPO 20/02/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 <0,15 FBO 23/02/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 <0,15 TEF 24/02/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 <0,15 ITA 25/02/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 <0,15 MAC 27/02/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 <0,15 JAT 01/03/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 < 0,075 SAN 04/04/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 < 0,15 OBI 04/04/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 < 0,15 PAR 06/04/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 < 0,075 ITC 08/04/13 <0,005 <0,001 <0,01 <0,05 <0,05 <0,15 VMP 0, 009 0,001 0,01 - - 0,2

Obs. Números em negrito indicam valores acima do limite dado pela resolução CONAMA pertinente. Números precedidos por “<”, indicam valores abaixo do limite de detecção. Tabela 11 A e B. Resultados das análises para elementos metálicos nas amostras de sedimentos do leito. Valores em mg/kg. A Local Data Fe Al Mn Cr Zn Ni TAB 18/02/13 10967 3848 173 5,8 36 8,3 SPO 20/02/13 10051 3507 155 6,2 41 8,4 FBO 23/02/13 7818 2558 145 5,8 36 6,5 TEF 24/02/13 7735 2559 234 5 32 6,4 ITA 25/02/13 5896 1562 184 4,6 30 4,5 MAC 27/02/13 5932 1834 103 3,9 30 4,4 JAT 01/03/13 7575 2736 157 5,2 32 6,4 SAN 04/04/13 ND ND ND ND ND ND OBI 04/04/13 ND ND ND ND ND ND PAR 06/04/13 15515 5089 198 14 30 8,5 ITC 08/04/13 13439 4641 147 12 31 9,1 VMP - - - 37,3 123 -

B Local Data Cu Cd Pb Au Pt Hg TAB 18/02/13 9,7 < 0,1 3,7 < 5 < 5 < 0,05 SPO 20/02/13 6,5 < 0,1 3,2 < 5 < 5 < 0,05 FBO 23/02/13 6,2 < 0,1 2,8 < 5 < 5 < 0,05 TEF 24/02/13 3,9 < 0,1 2,5 < 5 < 5 < 0,05 ITA 25/02/13 4,3 < 0,1 < 1 < 5 < 5 < 0,05 MAC 27/02/13 3,3 < 0,1 < 1 < 5 < 5 < 0,05 JAT 01/03/13 5,5 < 0,1 2,6 < 5 < 5 < 0,05 SAN 04/04/13 ND ND ND ND ND ND OBI 04/04/13 ND ND ND ND ND ND PAR 06/04/13 < < 0,1 5,6 < 5 < 5 < 0,05 ITC 08/04/13 < 1 < 0,1 4,9 < 5 < 5 0,26

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VMP 35,7 0,6 35 - - 0,17 Obs. Números em negrito indicam valores acima do limite dado pela resolução CONAMA pertinente. Números precedidos por “<”, indicam valores abaixo do limite de detecção. ND= Não detectado. Os valores de Fe detectados estiveram sempre dentro dos valores limites estipulados pela resolução CONAMA. Porém, destacam-se aqui as amostras de Itacoatiara e Óbidos com valores acima de 0,150 mg/l. Para o Al, assim como para o Fe os valores também ficaram dentro do estipulado pela resolução CONAMA. Porém, em Óbidos, Itacoatiara e Santarém os valores ficaram acima de 0,07 mg/l e próximos do VMP (valor máximo permitido). Para o Mn, à exceção de Santarém, todos os demais locais de amostragem ficaram dentro dos limites CONAMA. Para Cr, em todas as localidades os teores ficaram abaixo do limite de detecção e portanto, dentro do que preconiza a resolução CONAMA específica. Situação semelhante ocorreu para Ni, Cu, Cd, Pb, Au, Pt e Hg. Apenas para Zn, que apesar de os valores também terem ficado todos dentro dos limites estabelecidos, em Itacoatiara se registrou concentração próxima de 0,1mg/l. A Figura 24 mostra a distribuição espacial dos metais analisados em amostra de água e que tiveram concentrações relativamente importantes, ainda que dentro do que estipula a resolução CONAMA. Ainda assim, vale destacar que há um aumento na assembleia de metais presentes na água principalmente no trecho que corresponde ao Rio Amazonas.

FIGURA 26. Cartografia da concentração de elementos metálicos (Fe, Al, Mn e Zn) em amostras de água obtidas durante a Campanha de Campo do Projeto GEF-Amazonas realizada de Fevereiro a Março de 2013.

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No que diz respeito às amostras de sedimento de fundo os valores detectados para metais também se mostraram dentro dos limites estabelecidos pela resolução específica do CONAMA. Vale destacar, no entanto, altas concentração relativas, de Fe em: Parintins e Itacoatiara. Para o Al, Também os valores mais altos foram detectados nas mesmas localidades (Figura 25).

FIGURA 27. Cartografia dos valores de Al e Fe nas amostras de sedimento coletadas durante a Campanha Solimões/Amazonas entre Fevereiro e Março de 2013.

Para Mn o valor mais alto encontrado foi em Tefé. Já para Cr Parintins e Itacoatiara se destacaram novamente, como nas amostras de água. Para Zn não houve uma diferença muito significativa entre os valores detectados para cada localidade e que merecesse algum destaque (Figura 26).

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FIGURA 28. Cartografia dos valores de Mn e de Zn nas amostras de sedimento coletadas durante a Campanha Solimões/Amazonas entre Fevereiro e Março de 2013.

Para Ni os valores ficaram entre 4 e 10 mg/l e para Cu entre 3 e 10 mg/l. Para Cd, Au e Hg os valores ficaram sempre abaixo do limite de detecção. Para o Pb, Parintins e Itacoatiara tiveram valores em torno de 5 mg/l, mas ainda assim bem abaixo do limite dado pelo CONAMA (Figura 27). No sedimento do leito, ainda que com valores muito baixos, percebe-se no entanto uma assembleia de metais bem mais dispersa do que aquela encontra nas amostras de água.

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FIGURA 29. Cartografia dos valores de Cr, Ni, Cu e Pb nas amostras de sedimento coletadas durante a Campanha Solimões/Amazonas entre Fevereiro e Março de 2013.

5.2.7 Ânions

Face às dificuldades operacionais já comentadas alguns parâmetros não foram analisados em todas as amostras das duas campanhas. Assim, para o caso dos ânions, por exemplo, somente foi possível realizar análises nas amostras da segunda campanha. Os resultados (em mg/l) se encontram destacados na Tabela 9, para: Fluoreto, Cloreto, Nitrito, Nitrato, Sulfato e Fosfato. Tabela 12. Resultados de análises para ânions nas amostras de água

Local Data F-

(mg/l) Cl-

(mg/l) NO2-

(mg/l) Br-

(mg/l) NO3-

(mg/l) SO4-

2 (mg/l) PO4-

3 (mg/l) TAB 18/02/13 NA NA NA NA NA NA NA SPO 20/02/13 NA NA NA NA NA NA NA FBO 23/02/13 NA NA NA NA NA NA NA TEF 24/02/13 NA NA NA NA NA NA NA ITA 25/02/13 NA NA NA NA NA NA NA MAC 27/02/13 NA NA NA NA NA NA NA JAT 01/03/13 NA NA NA NA NA NA NA SAN 04/04/13 NA NA NA NA NA NA NA OBI 04/04/13 NA NA NA NA NA NA NA PAR 06/04/13 NA NA NA NA NA NA NA ITC 08/04/13 NA NA NA NA NA NA NA

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Local Data F-

(mg/l) Cl-

(mg/l) NO2-

(mg/l) Br-

(mg/l) NO3-

(mg/l) SO4-

2 (mg/l) PO4-

3 (mg/l) RUR 14/10/13 0,078 0,756 0,206 <LD 1,696 15,29 <LD SEN 16/10/13 0,063 0,407 0,084 <LD 2,011 5,79 <LD PAM 16/10/13 0,097 0,763 0,064 <LD 1,289 19,52 <LD RIB 17/10/13 0,077 0,464 0,13 <LD 1,792 9,98 <LD CES 17/10/13 0,079 0,413 0,017 <LD 0,975 10,06 <LD GUY 18/10/13 0,099 2,555 0,084 0,015 1,625 22,96 <LD PTV 21/10/13 0,09 1,073 0,017 <LD 1,158 15,26 <LD HUM 22/10/13 0,09 1,179 0,016 <LD 1,345 13,73 <LD MAN 23/10/13 0,112 1,84 0,875 0,013 3,926 16,42 <LD FVA 24/10/13 0,093 1,623 0,013 0,013 1,277 14,88 <LD ITC 27/10/13 0,048 2,172 0,702 <LD 2,793 4,99 0,029 OBI 30/10/13 <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD SAN 30/10/13 <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD VMP 1,4 250 1 - 10 250 -

Dos resultados das analises se percebe que não foram registrados valores acima do valor máximo permitido pela resolução CONAMA 357/05. Dos valores encontrados, apesar de muito baixos conforme já referido, as localidades de Guyaramitrim na fronteira (Brasil/Bolívia) e Manicoré foram as que apresentaram concentração de ânions com algum destaque.

Um ânion com importante presença nas águas coletadas no sistema fluvial Madeira/Amazonas foi nitrato (NO-3), seguido de cloreto (Cl-). A presença do nitrato nos pontos coletados pode ser relacionada com a origem natural, por processo de mineralização das espécies de nitrogênio no ambiente, pois as concentrações registradas são baixas. A concentração de nitrato no ambiente aquático não deve exceder os 10 mg/l segundo o CONAMA 357/05. Porém, é importante ressaltar os valores encontrados no Rio Madeira em Manicoré e no Rio Amazonas em Itacoatiara (Figura 28). Estes pontos merecem atenção e devem ser melhor monitorados quanto a qualidade da água, para acompanhamento sobre eventual subida da concentração e proximidade com o valor máximo permitido. Os demais ânions não se mostraram relevantes o suficiente de forma a que fosse interessante cartografá-los, face às baixas concentrações. O íon que apresentou maior valor foi o íon sulfato (SO4

-2) com valores que variaram de 4,99 mg/l a 16,42 mg/l em território brasileiro (Figura 29), tendo sido registrado o valor máximo, 23,0 mg/l, em território boliviano.

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FIGURA 30. Cartografia dos valores de Cloreto, Nitrito e Nitrato nas amostras de água coletadas durante a Campanha Madeira/Amazonas entre Outubro e Novembro de 2013.

FIGURA 31. Cartografia dos valores de Sulfato nas amostras de água coletadas durante a Campanha Madeira/Amazonas entre Outubro e Novembro de 2013.

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5.2.8 HPAs e pesticidas As tabelas 10 e 11 apresentam os resultados para pesticidas e HPAs, contaminantes orgânicos, respectivamente nas águas (dados em µg/l) e nos sedimentos (em mg/kg). Para os HPAs, utilizou-se o somatório dos valores encontrados para todas as variedades pesquisadas, tanto nas águas quanto nos sedimentos, para os pesticidas, foram analisados nas águas DDE, Glifosato, malation, Cipermetrinas e Fenóis totais. Para os sedimentos analisou-se também DDT e DDD, mas não os Fenóis. Tabela 13 A e B. HPAs e pesticidas detectados em amostras de água

A

Local Data Σ HPA (μg/L)

DDE (µg/L)

Glifosato (mg/L)

TAB 18/02/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 SPO 20/02/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 FBO 23/02/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 TEF 24/02/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 ITA 25/02/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 MAC 27/02/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 JAT 01/03/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 SAN 04/04/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 OBI 04/04/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 PAR 06/04/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 ITC 08/04/13 < 0,01 < 0,004 < 0,005 RUR 14/10/13 38500 NA NA SEN 16/10/13 6660 NA NA PAM 16/10/13 NA NA NA RIB 17/10/13 NA NA NA CES 17/10/13 NA NA NA GUY 18/10/13 <LD NA NA PTV 21/10/13 748190 NA NA HUM 22/10/13 NA NA NA MAN 23/10/13 9720 NA NA FVA 24/10/13 0 NA NA ITC 27/10/13 6250 NA NA OBI 30/10/13 NA NA NA SAN 30/10/13 NA NA NA VMP - 0,002 0,065

B

Local Data Malation (µg/L)

Cipermetrinas (µg/L)

Fenóis Totais (mg/L)

TAB 18/02/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 SPO 20/02/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 FBO 23/02/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 TEF 24/02/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 ITA 25/02/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 MAC 27/02/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 JAT 01/03/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001

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Local Data Malation (µg/L)

Cipermetrinas (µg/L)

Fenóis Totais (mg/L)

SAN 04/04/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 OBI 04/04/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 PAR 06/04/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 ITC 08/04/13 < 0,01 < 0,1 < 0,001 RUR 14/10/13 NA NA NA SEN 16/10/13 NA NA NA PAM 16/10/13 NA NA NA RIB 17/10/13 NA NA NA CES 17/10/13 NA NA NA GUY 18/10/13 NA NA NA PTV 21/10/13 NA NA NA HUM 22/10/13 NA NA NA MAN 23/10/13 NA NA NA FVA 24/10/13 NA NA NA ITC 27/10/13 NA NA NA OBI 30/10/13 NA NA NA SAN 30/10/13 NA NA NA VMP 0,1 - 0,003

Tabela 14 A e B. HPAs e pesticidas detectados em amostra de sedimento do leito A

Local Data Σ HPA (mg/kg)

DDT (mg/kg)

DDD (mg/kg)

DDE (mg/kg)

TAB 18/02/13 <0,01 <0,006 <0,006 <0,006 SPO 20/02/13 <0,01 <0,006 <0,006 <0,006 FBO 23/02/13 <0,01 <0,006 <0,006 <0,006 TEF 24/02/13 <0,01 <0,006 <0,006 <0,006 ITA 25/02/13 <0,01 <0,006 <0,006 <0,006 MAC 27/02/13 <0,01 <0,006 <0,006 <0,006 JAT 01/03/13 <0,01 <0,006 <0,006 <0,006 SAN 04/04/13 ND ND ND ND OBI 04/04/13 ND ND ND ND PAR 06/04/13 <0,01 <0,006 <0,006 <0,006 ITC 08/04/13 <0,01 <0,006 <0,006 <0,006 RUR 14/10/13 0,0145 NA NA NA SEN 16/10/13 0,0146 NA NA NA PAM 16/10/13 NA NA NA NA RIB 17/10/13 NA NA NA NA CES 17/10/13 NA NA NA NA GUY 18/10/13 0,7175 NA NA NA PTV 21/10/13 0,021 NA NA NA HUM 22/10/13 NA NA NA NA MAN 23/10/13 0,0152 NA NA NA FVA 24/10/13 0,0379 NA NA NA ITC 27/10/13 0,0222 NA NA NA OBI 30/10/13 NA NA NA NA SAN 30/10/13 NA NA NA NA VMP - 0,00119 0,00354 0,00142

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B Local Data Glifosato

(µg/kg) Malation (mg/kg)

Cipermetrina (µg/kgs)

TAB 18/02/13 <100 <0,003 <10 SPO 20/02/13 <100 <0,003 <10 FBO 23/02/13 <100 <0,003 <10 TEF 24/02/13 <100 <0,003 <10 ITA 25/02/13 <100 <0,003 <10 MAC 27/02/13 <100 <0,003 <10 JAT 01/03/13 <100 <0,003 <10 SAN 04/04/13 ND ND ND OBI 04/04/13 ND ND ND PAR 06/04/13 <100 <0,003 <10 ITC 08/04/13 <100 <0,003 <10 RUR 14/10/13 NA NA NA SEN 16/10/13 NA NA NA PAM 16/10/13 NA NA NA RIB 17/10/13 NA NA NA CES 17/10/13 NA NA NA GUY 18/10/13 NA NA NA PTV 21/10/13 NA NA NA HUM 22/10/13 NA NA NA MAN 23/10/13 NA NA NA FVA 24/10/13 NA NA NA ITC 27/10/13 NA NA NA OBI 30/10/13 NA NA NA SAN 30/10/13 NA NA NA VMP - - -

A avaliação da presença de compostos orgânicos individuais nas amostras de água e sedimento analisadas foi realizada em sete pontos ao longo do trecho estudado as concentrações de compostos do grupo de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos – HPA (Tabelas 10 e 11). Os HPAs têm importância relacionada à toxicidade, pois proporcionam aos organismos atividades carcinogênicas, são desreguladores endócrinos e são persistentes no ambiente aquático. Obtendo-se a distribuição entre as séries homólogas de HPA pode-se indicar a contaminação ou presença de HPA de origem petrogênica, ou seja, pela presença de derivados de petróleo no ambiente aquático. Foram determinados, além de 16 HPA, de importância relativa à toxicidade segundo USEPA (EPA, 1997a), foram determinados mais 21 HPAs, fazendo parte da composição de série homóloga de HPA alquilados a partir dos HPAs parentais determinados, e o perileno, um HPA considerado marcador molecular de origem biogênica. Os resultados foram significativos apenas nas amostras de água, onde identificou-se valores totais de HPAs altos em Porto Velho. Para efeito de comparação, Wagener et

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al, (2006), determinou concentração do total de 16 HPAs de 1 a 14,5 ng/l em área de produção de petróleo no Ceará. No entanto classificou a área estudada isenta de alterações ambientais, considerando as concentrações como valores baixos, se comparado a valores encontrados a plataformas de produção de petróleo na Bacia de Campos onde os mesmos variaram de 80 a 1.560 ng/l. Portanto, pode-se considerar o Rio Madeira em Porto Velho, como um ponto de contaminação por hidrocarbonetos de petróleo bastante elevado.

Pela concentração de HPAs encontrada em Porto Vleho, supõem-se que o fato deve estar relacionado a manipulação incorreta de combustíveis em zona portuária. Nas demais localidades merecem também atenção, apesar de terem registrado valores dentro do permitido, as localidades de Rurrenabaque e Sena, na Bolívia e Manicoré e Itacoatiara, no Brasil.

Para HPAs e pesticidas em sedimento de fundo os resultados não mostram grandes perturbações. Para os pesticidas nenhum ponto mostrou valores acima do limite de detecção. Isso muito provavelmente está relacionado com o fato de esses compostos se diluírem com facilidade em água não chegando aos sedimento de fundo e em existindo sua problemática está mais ligada a manipulação dos produtos e/ou de suas embalagens em escala pontual. Quanto aos HPAs, ainda que muito baixo e próximos aos limites de detecção foram encontradas concentrações em: Rurrenabaque (Rio Beni), Sena (Rio Madre de Dios), Guyaramirim (Rio Mamoré). Porto Velho (Rio Madeira), Manicoré (Rio Madeira), Fazenda Vista Alegre (Rio Madeira) e Itacoatiara (Rio Amazonas).

5.3 Dados de granulometria do sedimento em suspensão e do leito. Por fim, as tabelas 12 e 13 apresentam, respectivamente, os resultados de granulometria dos sedimentos em suspensão e do leito, ambos dados em µ , onde são evidenciados os valores de referencia D10, D50 e D90. Em 14 pontos foram analisadas amostras de sedimento em suspensão e em 5 pontos amostras o sedimento do leito. A notação de referencia da granulometria é dada por Dn, onde o índice “n” indica a porcentagem em peso dos sedimentos que tem partículas cujos tamanhos são menores do que Dn. Ou seja, no caso de se ter D50=2, significa que 50% do peso do material em estudo é constituído por partículas cujos tamanhos são inferiores a 2 μm. Assim, os resultados do presente estudo para o sedimento em suspensão (Tabela 12), mostram D10 geralmente na faixa de 2 μm, já o D50 apresentou valor mínimo de 6 μm (Porto Velho, Tabatinga e São Paulo de Olivença) e máximo de 12 μm (Fonte Boa). Porém valores altos também foram encontrados em

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Itacoatiara. Finalmente o D90 este teve um valor mínimo de 18 μm em Porto Velho e um máximo de 73 μm em Fonte Boa seguido de 50 μm em Itacoatiara. Tabela 15. Análise de Granulometria realizada nos sedimentos em suspensão. Dados de diâmetro determinado por granulometria laser para os diâmetros característicos de referência (com valores dados em μm).

Local Data D10 D50 D90 Rio Madeira Porto Velho 21/10/13 2 6 18 Rio Madeira Humaitá 22/10/13 2 9 37 Rio Madeira Manicoré 23/10/13 2 9 33 Rio Madeira Fazenda Vista Alegre 24/10/13 2 9 25 Rio Madeira Borba 25/10/13 2 9 25 Rio Amazonas Itacoatiara 27/10/13 2 10 37 Rio Amazonas Óbidos 30/10/13 2 9 25 Rio Solimões Tabatinga 18/02/13 2 6 21 Rio Solimões São Paulo de Olivença 20/02/13 1,4 6 21 Rio Solimões Fonte Boa 23/02/13 2 12 73 Rio Solimões Tefé 24/02/13 2 8 23 Rio Solimões Manacapuru 27/02/13 2 7 27 Rio Amazonas Óbidos 04/04/13 2 9 27 Rio Amazonas Itacoatiara 08/04/13 2 11 50

Analisando os resultados para as determinações granulométrica de fundo (Tabela 13), realizada em menos pontos por questões de logística, percebe-se uma grande e óbvia variação em relação aos valores da Tabela 12, anterior. A ordem de grandeza é multiplicada por dez, confirmando o fato de ser ter valores de MES (Matéria Em Suspensão) muito maiores próximo ao fundo do que em superfície, o que está plenamente em acordo com a teoria. O D10 mínimo aconteceu em Tefé e o máximo em Tabatinga. Já o D50 mínimo aconteceu em São Paulo de Olivença e o máximo em Manacapuru, apesar de pouco superior ao de Tabatinga, para a mesma referencia de diâmetro. Finalmente, para o D90, os resultado mostram valores sempre acima de 300 μm. Sendo o máximo em Manacapuru, seguido por Tabatinga com pouco mais de 10% de diferença entre os resultados obtidos para as duas localidades. Assim, o maior arraste acontece em Tabatinga e em Manacapuru. Tabela 16. Resultados da análise granulométrica realizada nos sedimentos de fundo. Dados de diâmetro determinado por granulometria laser para os diâmetros característicos de referência (com valores dados em μm).

Local Data D10 D50 D90 Rio Solimões Tabatinga 18/02/13 223 333 495 Rio Solimões São Paulo de Olivença 20/02/13 123 199 321 Rio Solimões Fonte Boa 23/02/13 175 261 391 Rio Solimões Tefé 24/02/13 149 245 400

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Local Data D10 D50 D90 Rio Solimões Manacapuru 27/02/13 218 348 552

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6 Conclusões Face ao exposto o cenário geral tanto do Rio Solimões/Amazonas, quanto do Rio Madeira se apresenta relativamente confortável, porém exigindo atenção e cuidados. Os problemas detectados ainda são pontuais, ou seja, não são difusos e persistentes na bacia. Aparentemente o poder de diluição dos rios não está sendo comprometido de forma intensiva uma vez que as ocorrências de contaminações são localizadas. Porém, com o aumento das atividades atropogênicas, em curso atualmente na bacia, e sem uma política de saneamento básico, de controle de lançamentos de efluentes nos rios e de uma gestão compartilhada dos recursos hídricos aquela capacidade de depuração pode vir a ser comprometida rapidamente. Isso face ao grande poder de transporte de sedimentos desses rios Amazônicos, especialmente considerando-se que grande parte dos contaminantes viaja na companhia dos sedimentos que são transportados pelos cursos d’água na forma dissolvida, particulada ou na forma de material do leito. Como o transporte nos rios Madeira e Solimões é extremamente potente o risco existe, sobretudo em zonas naturais de deposição também identificadas no presente estudo. Há necessidade de um acompanhamento do comportamento e da evolução de determinados parâmetros no contexto de um ciclo hidrológico completo e construindo séries de dados. Alguns pontos se destacam para serem acompanhados através de um programa de monitoramento:

1) As entradas em território brasileiro (Tabatinga no Rio Solimões e Guyaramirin, no Rio Mamoré);

2) As localidades de Rurrenabaque, no Rio Beni e Sena, no Rio Madre de Dios em território boliviano e;

3) Porto Velho e Manicoré, no Rio Madeira e Itacoatiara no Rio Amazonas, já em território brasileiro.

A Figura 30, resume o quão potentes são os fluxos de água e sedimentos ao longo do Rio Solimões e Amazonas. Também indica (setas vermelhas) as tendências para haver sedimentação (setas apontadas para baixo) ou ressuspensão/transporte (setas apontadas para cima). Estes comportamentos se coadunam com o que já diz a literatura (Meade et al., 1985, Filizola, 2003 e Filizola e Guyot, 2009). Assim, entre São Paulo de Olivença e Itapéua no período avaliado a tendência era de deposição. Entre Itapéua e Óbidos de transporte/ressuspensão.

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FIGURA 32. Balanço geral dos fluxos de água e sedimentos entre Fevereiro e Março de 2013 no Rio Solimões e no Rio Amazonas.

Para o caso do sistema Madeira conjugado com dois pontos no Rio Amazonas, foi possível identificar-se domínios de fluxos de sedimento. Um primeiro domínio QS(1), com tendência ao transporte de grandes massas, é mostrado na Figura 31 para o território boliviano entre o piemonte e a proximidade coma fronteira brasileira (Rurrenabaque e Riberalta), Sena, no Rio Madre de Dios, parece seguir a mesma tendência, porém trata-se de um outro rio. Guayaramirim trata-se de um outro domínio QS(2) e um outro rio, porém só se teve oportunidade de avaliar um ponto, assim não se pode especular muito a respeito. No entanto, um terceiro domínio QS(3), já em território brasileiro, apresenta o Rio Madeira com forte tendência à deposição de montante para jusante. Por sua vez o domínio QS(4), no Rio Amazonas, mantém a tendência de transporte/ressuspensão identificada na primeira campanha.

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FIGURA 33. Balanço geral dos fluxos de água e sedimentos entre Outubro e Novembro de 2013 nos diferentes subdomínios amostrados na bacia do Rio Madeira Tabela 17e no trecho do Rio Amazonas entre Itacoatiara e Óbidos

7 Recomendações para o Plano de Ações Estratégicas decorrentes da Atividade II.1.3 Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas

Dando continuidade o conteúdo do Produto 4, referente ao trabalho de consultoria realizado no contexto do PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E A MUDANÇA CLIMÁTICA - OTCA/GEF/PNUMA (Atividade II.1.3 Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas) o presente documento pretende detalhar de forma estratégica como pode se dar a implementação de ações subsequentes e que possibilitem gerar produtos de importância para a implementação do Plano de Ações Estratégicas (PAE) do projeto principal no qual a Atividade II.1.3 está inserida. Os levantamentos executados como parte integrante da Atividade II.1.3., aqui destacada, formam uma base de dados de avaliação expedita da situação do transporte de sedimentos pelos Rios Madeira e Solimões/Amazonas num determinado instante de tempo. Essa avaliação apresenta uma fotografia do tópico ali explorado num contexto temporal que para ser melhor entendido

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carece de um diagnóstico que seja capaz de historiar a questão e comparar os dados atuais com a evolução dos parâmetros principais levantados naquela atividade (carga de material dissolvido e fluxo de água e sedimentos). Ou seja, se faz necessário uma caracterização mais profunda sobre a temática onde se possa caracterizar não só dois rios, mas toda a bacia. A ideia desta, que se sugere como uma primeira etapa para o PAE, é a de mapear as zonas críticas de erosão, transporte e deposição de sedimentos na extensão da Bacia Amazônica, tendo como fios condutores os seus maiores rios, além daqueles rios já identificados nesta atividade. Adicionalmente e baseado em dados secundários é possível obter parâmetros por via indireta que permitam avaliara as áreas urbanas que estariam mais vulneráveis a eventos decorrentes da temática destacada. Na sequencia, programas de monitoramento utilizando-se de metodologias indiretas (sensoriamento remoto, por exemplo) poderão ser utilizados uma vez que são atualmente existem sistemas de análise baseados em ferramentas computacionais abertas, livres, gratuitas e que independem de acordos nacionais pré-estabelecidos. Neste sentido, recomenda-se o estabelecimento de um programa de levantamentos semelhantes e até mais aprofundado do que aquele realizado no contexto da Atividade II.1.3, em consórcio com o sensoriamento remoto e com uma frequência mínima de 5 anos para identificar tendências e validar monitoramento via satélite. Este tipo de ação irá se estabelecer tomando como base as metodologias utilizadas naquela atividade já referida, mas também no que for identificado no Diagnóstico geral da bacia também proposto. Essas investigações quinquenais servirão para uma revisão da linha de base definida pelo diagnóstico e pelo trabalho da II.1.3. Como produto deve ser gerado um balanço de massa: hídrico e sedimentométrico. Para o acima indicado se recomenda também o sequenciamento de ações em acordo com a sistemática do Ver, Julgar, Agir e Rever adaptado à temática em pauta (Figura 32). Um exemplo de modo de aplicação desta metodologia pode ser visto no documento do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Acre. De forma mais específica devem ser produzidos gráficos de Q (Vazão) e QS (Descarga Sólida), calculados balanços de massa e realizada uma cartografia desses parâmetros de forma a se poder identificar áreas críticas/prioritárias e consolidar as informações gerando subsídios para uma governança compartilhada. Esta deverá buscar analisar e determinar prioridades para sugerir aos atores objetivos e modos de intervenção coerentes. A figura 1, abaixo mostra de forma sucinta uma sugestão de arranjo para o estabelecimento das ações a serem identificadas em cada uma das etapas da sistemática proposta.

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FIGURA 34. Sistemática para sequenciamento de ações do PAE no contexto da temática da Atividade II.1.3 Caracterização da Carga de Sedimentos dos Rios Madeira e Solimões/Amazonas, no contexto do PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E A MUDANÇA CLIMÁTICA - OTCA/GEF/PNUMA.

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As ações implementadas precisam ser monitoradas para que seja possível avaliar a sua efetividades e/ou identificar novas questões relacionadas à temática em questão. Neste sentido recomenda-se a montagem de um programa de monitoramento indireto de parâmetros básicos de referencia em escala de tempo trimestral, especialmente focado em trechos de rios naturalmente críticos, nas localidades urbanas maiores que 50 mil habitantes e nas cidades nas áreas de fronteira. Associar sempre que possível às determinações de nível e de concentração de sedimentos dados de medições de vazão líquida e sólida para monitorar as tendências do transporte de matéria pelos rios; e neste sentido três atividades básicas podem ser propostas:

iv) Monitoramento da concentração da matéria em suspensão na água através de dados de satélite (Sistema MODIS, Satélites TERRA/AQUA);

v) Complementando a atividade prevista no item i), sugere-se fazer o monitoramento do nível d’água obtidos por satélites altimétricos e cálculo de fluxo realizado com o uso de dados de vazão modelados em estações onde existam relações de cota x vazão estabelecidas fornecidas pelos atores ou pontos focais nacionais;

vi) Monitoramento interferométrico de feições geomorfológicas e de clareiras (sugere-se porções maiores que 1.000 km2) existentes em bacias hidrográficas específicas e relacionadas potencialmente a processos significativos de erosão/deposição de sedimentos.

O monitoramento através do sistema MODIS é uma prática que tem sido desenvolvida nos últimos dez anos e já em condições de passar a uma fase que se pode dizer “quase operacional” (existe módulo de pesquisas em operação no Observatório ORE/HYBAM em www.ore-hybam.org). No mais duas teses de doutorado (uma no INPE e outra na UnB) e uma de mestrado (na Ufam) já foram desenvolvidas no tema. A figura 33 abaixo, mostra a plataforma do Serviço de Observação HYBAM atualmente em operação com financiamento do governo francês e apoio dos serviços hidrológicos nacionais de países Amazônicos.

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FIGURA 35. Sistema de disponibilização de dados de sedimentos em suspensão com dados calculados a partir de uso de imagens MODIS obtidas pela plataforma TERRA/AQUA.

No que diz respeito ao monitoramento através de altimetria radar, também existe módulo em operação no Observatório ORE/HYBAM em www.ore-hybam.org, bem como na Agência nacional de Águas (ANA). Uma sistemática de monitoramento já pode ser colocada em fase operacional com atual constelação de satélites existentes. Em relação a este tema específico, várias teses de doutoramento e dissertações de mestrado já foram realizadas e o módulo da ANA já executa de forma acoplada a geração de vazões a partir de dados de cota virtual. A figura 34 mostra a plataforma hoje disponível no Serviço de observações HYBAM.

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FIGURA 36. Sistema de disponibilização de dados de nível d’água obtidos por altimetria radar com uso de altímetros instalados a bordo de satélites. Um sistema similar está em fase quase operacional na Agência Nacional de Águas (ANA) em Brasília.

Finalmente, no que diz respeito ao monitoramento de feições geomorfológicas existe metodologia para a cartografia geomorfológica sistemática elaborada para o Mapa Geomorfológico de Goiás e Distrito Federal, GOIÁS, 2006 para o quadro qualitativo, que pode ser adaptada e reproduzida temporalmente. Para o quadro quantitativa uma metodologia aplicado de forma indireta em escala global desenvolvida por Ludwig e Probst, 1998 - AJS Online April 1998 vol. 298 no. 4 265-295 acessível por: doi: 10.2475/ajs.298.4.265). Em relação a esta temática uma tese de doutorado no INPA relacionada ao tema foi desenvolvida no INPA. Para o quadro quantitativa uma metodologia aplicado de forma indireta em escala global desenvolvida por Ludwig e Probst (1998) in: “AJS Online April 1998 vol. 298 no. 4 265-295” (acessível por: doi: 10.2475/ajs.298.4.265). Em relação a esta temática, também, uma tese de doutorado no INPA (Manaus) relacionada ao tema foi desenvolvida inspirada naquele trabalho além de um artigo sobre o Rio Magdalena na Colombia (Restrepo , JD, Kjerfve , B., Hermelin , M., Restrepo , JC, 2006. Factores que controlan la producción de sedimentos en una cuenca de drenaje de América del Sur : los río Magdalena , Colombia . J. . Hydrol 316, 213-232 . ).

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Adicionalmente ao que foi identificado acima se faz importante a montagem de programa educativo a ser implantado nas cidades ribeirinhas quanto ao cuidado ambiental reforçando o caráter Transfronteiriços dos rios e a respeito de seu potencial de trazer tanto bons nutrientes, quanto poluentes. Neste tópico considera-se como o mais importante o estabelecimento de uma política de comunicação para o Programa onde seja possível desenvolver atividades de formação através de oficinas práticas a serem realizadas em cidades alvos determinadas na esfera de governança e revisada a cada ciclo de cinco anos de acordo com as problemáticas identificadas pelos levantamentos indiretos/diretos. Resumidamente, as ações propostas para o presente tema são apresentadas como indicado na Figura 35, onde são destacadas as principais fases do processo aqui sugerido e que precisam ser amparado por uma ampla política de comunicação no contexto de todo o PAE/GEF-Amazonas.

FIGURA 35. Resumo geral da proposta da Atividade II.1.3. para o PAE.

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9 Anexo 1 O Anexo 1 apresenta um conjunto de fichas ilustrativas dos pontos visitados durante

as campanhas de campo com a indicação dos locais de amostragem (A); dos perfis de

medição de velocidade/vazão (B); e do perfil de deslocamento da embarcação na

seção com a orientação média dos vetores de velocidade (C). Os perfis são resultados dos levantamentos ADCP realizados durante as duas campanhas de campo nos rios Solimões/Amazonas e Madeira/Amazonas.

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10 Anexo 2. O Anexo 2 apresenta os cotagramas das estações hidrométricas visitadas que serviram de base para definição dos cenários apresentados. Nem todas as estações listadas neste anexo possuem dados de vazão regularmente medidos e serviram como referência. Ademais, os dados de cota não são absolutos. São referenciados em relação a um RN local, portanto relativo. O código (número) no alto da figura representa o código da estação na rede hidrométrica da ANA (Agência Nacional das Águas do Brasil), Entre parêntesis o período de dados utilizado para a confecção das curvas históricas diárias. A linha inferior representa a união dos valores mínimos históricos diários já alcançados na estação no período de dados considerado. A linha superior representa a união dos valores máximos históricos diários já alcançados na estação no período de dados considerado. A linha intermediária representa união dos valores médios históricos diários já alcançados na estação no período de dados considerado. O ponto azul representa o período em que uma das duas campanhas GEF-Amazonas esteve coletado amostras e/ou medindo vazões na referida estação.

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