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CARLOS ROBERTO COELHO PERES PROPOSTA DE MODELO PARA CONTROLE DE CUSTOS DE MANUTENÇÃO COM ENFOQUE NA APLICAÇÃO DE INDICADORES BALANCEADOS Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Sistema de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total. Orientador: Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc. Niterói 2006

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CARLOS ROBERTO COELHO PERES

PROPOSTA DE MODELO PARA CONTROLE DE CUSTOS DE MANUTENÇÃO COM ENFOQUE NA APLICAÇÃO DE INDICADORES

BALANCEADOS

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Sistema de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.

Orientador:

Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc.

Niterói 2006

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CARLOS ROBERTO COELHO PERES

PROPOSTA DE MODELO PARA CONTROLE DE CUSTOS DE MANUTENÇÃO

COM ENFOQUE NA APLICAÇÃO DE INDICADORES BALANCEADOS

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Sistema de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________ Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

____________________________________________ Prof. José Haim Benzecry, D.Sc.

Universidade Federal do Rio de Janeiro

_________________________________________ Prof. Carlos Alberto Pereira Soares, D.Sc.

Universidade Federal Fluminense

1

Este trabalho é dedicado a minha esposa

Beatriz, pelo apoio e constante cobrança.

2

“A sabedoria fortalece o sábio, mais do que dez governadores

que haja na cidade.”

(Eclesiastes 8:19)

3

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me abençoado com saúde e determinação, e por ter me dado a

graça desta conquista.

A Beatriz, que me incentivou e teve a paciência nos momentos em que troquei o

tempo com a família pelo tempo dedicado à esta obra.

Ao meu orientador, Prof. Gilson Brito Alves Lima, pela orientação desta obra nesta

caminhada.

4

RESUMO

A busca contínua pela excelência empresarial impõe aos gestores que os processos

internos e externos das empresas sejam geridos sob uma abordagem com visão

estratégica. Partindo deste princípio de gestão empresarial baseada na criação de

valor, que se efetiva a partir de iniciativas, decisões e ações que criem valor dentro

da empresa. O presente trabalho propõe um modelo de gestão para a manutenção

utilizando um sistema de medição formado por um conjunto de indicadores de

performance, utilizados para avaliação da eficiência e eficácia da manutenção,

tomando-se como pressuposto uma estratégia de controle de custos da

manutenção. Sua estrutura é baseada na função da engenharia de manutenção,

onde continuamente busca-se a redução de desperdícios, a modificação de

sistemas obsoletos e a implantação de metodologias eficazes.

Palavras-chave: Engenharia de Manutenção, Estratégia, Indicadores de

Performance.

5

ABSTRACT

The continuous search for the enterprise excellency imposes the managers who the

internal and external processes of the companies are managed under a boarding

with strategical vision. Leaving of this principle of based enterprise management in

the value creation, that if effective from initiatives, decisions and actions that create

value of the company inside. The present work considers a model of management for

the maintenance using a system of measurement formed for a set of performance

pointers, used for evaluation of the efficiency and effectiveness of the maintenance,

being overcome as estimated a strategy of control of costs of the maintenance. Its

structure is based on the function of the maintenance engineering, where

continuously it searchs reduction of wastefulnesses, the modification of obsolete

systems and the implantation of efficient methodologies.

Key words: Maintenance Engineering, Strategy, Performance Indicators.

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: As três Gerações da manutenção ---------------------------------------------------22

Figura 2: A hierarquia dos indicadores ----------------------------------------------------------35

Figura 3: Exemplo de mapa estratégico --------------------------------------------------------40

Figura 4: As quatro perspectivas do BSC ------------------------------------------------------41

Figura 5: Exemplo de um Mapa Estratégico - Empresa Móbil ----------------------------43

Figura 6: Etapas da Pesquisa ---------------------------------------------------------------------52

Figura 7: Fluxograma do modelo proposto -----------------------------------------------------55

Figura 8: Mapa estratégico da empresa estudada -------------------------------------------80

Figura 9: Delimitação do Mapa estratégico ----------------------------------------------------83

Figura 10: Mapa Estratégico proposto da Função Manutenção --------------------------87

7

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Relação do valor de Mantenabilidade, custo de incorporação e custo do

ciclo de vida --------------------------------------------------------------------------------------------31

Gráfico 2: Custos da Função Instrumentação -------------------------------------------------84

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Crescimento das expectativas X evolução da manutenção -----------------23

Tabela 2: Composição dos custos de manutenção -----------------------------------------32

Tabela 3: Quadro dos possíveis indicadores estratégicos --------------------------------39

Tabela 4: Evolução do conceito de informação ----------------------------------------------46

Tabela 5: Softwares disponíveis no mercado -------------------------------------------------48

Tabela 6: Exemplo da tabela de indicadores de causa e efeito --------------------------57

Tabela 7: Análise do indicador custo total da manutenção --------------------------------60

Tabela 8: Análise do indicador custo de serviços --------------------------------------------61

Tabela 9: Análise do indicador custo de materiais -------------------------------------------62

Tabela 10: Indicadores do Modelo Proposto --------------------------------------------------86

Tabela 11: Análise do modelo proposto --------------------------------------------------------90

Tabela 12: Vantagens do modelo proposto ----------------------------------------------------92

9

LISTA DE SIGLAS

λ - Taxa de falha

μ - Taxa de reparo

% - Percentual

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRAMAN - Associação Brasileira de Manutenção

BSC – Balanced Scorecard

CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas

CMC – Custo de manutenção corretiva

CMFT – Custo de manutenção por faturamento

CMVP – Custo de manutenção pelo valor de reposição

DISP – Disponibilidade de equipamento

DPDB – Dependabilidade

EGE – Eficiência global de equipamento

FMEA - Failure Modes and Effect Analysis

FTA - Análise da Árvore de Falha

HE – Hora Extra

HH – Homem-hora

HHM/Ano – Hh médio de manutenção/ano

ID – Identificação

ISO – prefixo grego que exprime o conceito de igualdade;

MCC - Manutenção Centrada em Confiabilidade;

MPT - Manutenção para a Produtividade Total;

MTBF – Mean Time between Failure

MTTR – Mean Time to Repair

N° - Número

NBR – Normas Regulamentadoras Brasileiras

NPR – Número da prioridade do risco

OJT – On the job

OPL – Operação de primeira linha

OHSAS 18001 - Occupational Health and Safety Management Systems

PDCA – “plan”, “do”, “check”, “action”

10

RCM - Reliability Centered Maintenance

Rh – Recursos Humanos

SSO – Saúde, Segurança Ocupacional

TMEF – Tempo Médio entre Falhas

TMPF – Tempo médio para falhas

TMPR – Tempo médio para reparo

TPM - Total Productive Maintenance

11

SUMÁRIO

1 PROBLEMA----------------------------------------------------------------------------------------- 14 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL ------------------------------------------------------------- 14 1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA-------------------------------------------- 16 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA------------------------------------------------------------------ 17 1.3.1 Objetivo Geral -------------------------------------------------------------------------------- 17 1.3.2 Objetivo Específico ------------------------------------------------------------------------- 17 1.4 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ---------------------------------------------------------------- 19 1.5 QUESTÃO DA PESQUISA-------------------------------------------------------------------- 20 1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO--------------------------------------------------------------- 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO ---------------------------------------------------------------------- 22 2.1 ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO--------------------------------------------------------- 22 2.1.1 Atribuições clássicas ---------------------------------------------------------------------- 26 2.2 ESTRATÉGIA ------------------------------------------------------------------------------------ 27 2.2.1 Estratégia de Manutenção---------------------------------------------------------------- 28 2.2.2 Gestão de Custos---------------------------------------------------------------------------- 30 2.3 INDICADORES DE PERFORMANCE------------------------------------------------------ 33 2.3.1 Balanced Scorecard ------------------------------------------------------------------------ 37 2.3.2 As quatro perspectivas-------------------------------------------------------------------- 41 2.3.4 Sistemas informatizados de manutenção ------------------------------------------- 45 3 METODOLOGIA ----------------------------------------------------------------------------------- 49 3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS----------------------------------------------------------------- 49 3.2 TIPO DE PESQUISA --------------------------------------------------------------------------- 49 3.3 ETAPAS DA PESQUISA----------------------------------------------------------------------- 51 3.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO----------------------------------------------------------------- 53 3.5 UNIVERSO E AMOSTRA PESQUISADA ------------------------------------------------- 54 3.6 COLETA DE DADOS --------------------------------------------------------------------------- 54 3.7 ANÁLISE DOS DADOS ------------------------------------------------------------------------ 55 3.7.1 Detalhamento dos indicadores com suas respectivas causas--------------- 59 4 PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE INDICADORES BALANCEADOS DA MANUTENÇÃO PARA CONTROLE DE CUSTOS------------------------------------------ 76 4.1 ESTUDO DE CASO----------------------------------------------------------------------------- 76 4.1.2 Descrição das atividades da Empresa Contratada------------------------------- 77

12

4.2 APRESENTAÇÃO DO MODELO EXISTENTE ------------------------------------------ 78 4.3 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO ------------------------------------------------- 85 4.3.1 Filosofia do modelo proposto ----------------------------------------------------------- 87 4.3.2 Discussão dos resultados---------------------------------------------------------------- 88 5 CONCLUSÃO--------------------------------------------------------------------------------------- 94 5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS------------------------------------------------------------------- 94 5.2 CONSIDERAÇÕES DAS QUESTÕES FORMULADAS ------------------------------- 96 5.3 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS---------------------------------------------- 97 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------------ 98 APÊNDICE A - Indicadores de causa e efeito-------------------------------------------- 103 ANEXO A – MAPA ESTRATÉGICO EXISTENTE AMPLIADO ------------------------ 115

14

1 PROBLEMA

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL

A área de manutenção tem como objetivo primordial manter os processos

produtivos disponíveis à produção, quando existir a necessidade de produzir com

qualidade ao menor custo possível. Assim, diversos são os fatores que podem

influenciar na disponibilidade do processo. O gerenciamento de determinados

fatores é que direciona a manutenção de equipamentos a melhorar sua atuação e

buscar continuamente a excelência.

A utilização de novos conceitos e paradigmas que balizem o processo de

gestão da empresa, como a gestão voltada para a criação e maximização de seu

valor, está sendo cada vez mais estudada e discutida por especialistas e seus

conceitos aplicados dentro das organizações (ROMERO, 2001).

Partindo desta abordagem de gestão empresarial baseada na criação de valor,

que se efetiva a partir de iniciativas, decisões e ações que criem valor dentro da

empresa, faz-se necessária a identificação e gestão de elementos e fatores internos

e externos à empresa que venham a suportar e contribuir para esta geração de

valores.

Através do gerenciamento da manutenção produtiva, Xenos (1998) descreve

que os gerentes das áreas de manutenção e produção de vários tipos de

organização encontrarão orientações práticas e confiáveis sobre os métodos para

melhorar os resultados das atividades de manutenção, obtendo alta confiabilidade

operacional de sistemas de produção.

Tavares (1999) utiliza uma abordagem sobre o banco de dados da manutenção

e o sistema de informações na manutenção para poder avaliar a gestão da

manutenção utilizando-se de indicadores de manutenção.

Kardec (2002) possui uma abordagem mais estratégica que tem como linha

básica a concepção de que a função manutenção tem o significado de inovar,

participar das decisões do negócio, posicionar-se como gestora dos ativos,

proporcionando a melhor rentabilidade com a maior eficiência, utilizando-se de

15

indicadores de desempenho que possibilitem demonstrar o grau de maturidade da

manutenção.

Neste mesmo sentido, a área de manutenção deve participar ativamente para

que a manufatura cumpra com seus objetivos, contribuindo para manter a

competitividade da empresa. Através de uma engenharia de manutenção de

equipamentos industriais, com base em indicadores de criticidade de processo,

pode-se atuar focado nas reais necessidades da manufatura e obter vantagem

competitiva no mercado de atuação da empresa (ROMERO, 2001).

A manutenção passa a ser encarada como um processo de negócio dentro da

organização, tendo então função estratégica, deixando de ser apenas operacional.

Através de uma visão moderna a atividade está sempre vinculada ao sucesso do

negócio e não como um fim em si mesma, conforme cita Silva (2003), “para que a

manutenção possa contribuir efetivamente para que a empresa caminhe rumo a

excelência empresarial, é preciso que a sua gestão seja feita com uma visão

estratégica”. As características de gestão se equilibram com as características

técnicas, objetivando um gerenciamento efetivo das atividades, baseando-se em

indicadores que espelham o que está acontecendo com o equipamento.

A definição dos objetivos de manutenção também pode auxiliar no atendimento

da disponibilidade dos equipamentos, considerando metas que demonstrem a

performance técnica do equipamento, sendo que se torna importante que exista uma

correlação entre a disponibilidade destes com os indicadores de criticidade dos

processos. Neste enfoque é imprescindível que se estabeleçam os elementos

influenciadores da criticidade de processos produtivos (FABRO, 2003).

Silva (2003) explica que a engenharia de manutenção tem um papel muito

importante dentro da organização, como fator de desenvolvimento técnico da

manutenção Industrial. Cabe a ela gerir as ferramentas para atualização técnica dos

sistemas e processos, equipamentos e pessoal de manutenção. Dentre as

atividades que geralmente são atribuídas à engenharia de manutenção pode-se

citar: a) Arquivo técnico: documentação técnica em geral, elaboração de

procedimentos; b) Desenvolvimento de fornecedores; c) Estudos, automações e

melhorias de manutenção; d) Apoio técnico a manutenção; e) Normalizações:

componentes, sobressalentes, treinamentos; f) Treinamento; g) Manutenção

Preditiva; h) Gerenciamento de custos e indicadores.

16

Observa-se que, além da estrutura física e das máquinas pertencentes à

empresa, ou seja: os ativos tangíveis, o que cria valor para as organizações são,

cada vez mais, as decisões mais acertadas e coerentes; a estruturação mais

adequada e a eficiência dos processos produtivos e dos procedimentos

administrativos; a eficácia de seus sistemas gerenciais; a capacidade e a

competência de seus funcionários; o bom relacionamento com os clientes,

fornecedores e também com os próprios funcionários; as soluções inovadoras; a

informação mais precisa, confiável e cada vez mais rápida, a credibilidade e a

confiança nos produtos e serviços oferecidos; o conhecimento sistematizado e

disponível aos funcionários, dentre outros fatores intangíveis. A estes fatores

conhecemos como ativos intangíveis.

Neste aspecto, os ativos intangíveis não são mensuráveis pelos sistemas

financeiros das empresas. Medir os intangíveis é importante porque faz com que a

estratégia da empresa crie valor a longo prazo (KAPLAN; NORTON, 2004).

Kaplan; Norton (2004), apresentam a metodologia Balanced Scorecard que

possibilita traduzir a missão e a estratégia das empresas através de um conjunto

abrangente de medidas de desempenho (indicadores) que servem de base para um

sistema de medição e gestão estratégica, que será objeto de adaptação para a

estruturação de um sistema de indicadores neste estudo.

No que diz respeito a função manutenção, dentro do problema de pesquisa ora

apresentado para a medição dos ganhos, serão criados índices de manutenção que

possam medir a eficácia das ações de melhoria. Estes índices (tangíveis) formarão a

espinha dorsal do sistema de engenharia de manutenção.

Neste sentido, a presente dissertação buscará, através da pesquisa teórica e

das usuais técnicas e práticas da indústria, discutir o problema do distanciamento

existente entre o sistema de engenharia da manutenção, responsável pelo

gerenciamento de indicadores, e resultados esperados no plano estratégico

corporativo.

1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

A busca acirrada pela vantagem competitiva tem demonstrado que o custo de

manutenção não está sob controle (TAVARES, 1999). Também é admitido por vários

17

autores que a manutenção é o maior contribuinte para a performance e lucratividade

dos sistemas de manufatura (MAGGARD; RHYNE, 1992; PEHANICH, 1995;

COETZEE, 1998 apud MENDES, 2002).

Os gastos com manutenção no Brasil equivalem a 4,10% do PIB (Produto

Interno Bruto), enquanto que a média mundial é de 4,12% conforme dados do

documento nacional bianual de manutenção da ABRAMAN (Associação Brasileira de

Manutenção) apresentado no Congresso Brasileiro de Manutenção de 2005.

As razões principais que levaram as organizações de produção a gerirem

efetivamente as operações de manutenção decorrem da crescente competição, que

exigiu um controle irrestrito de custo, haja visto a crescente participação da

manutenção nos custos operacionais (MENDES, 2002).

Neste sentido, temos o desafio de controlar o custo da manutenção no Brasil,

haja visto que simplesmente o corte de custos na manutenção, sem um trabalho

conciso da engenharia de manutenção, pode implicar numa redução da capacidade

produtiva.

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.3.1 Objetivo Geral

A função manutenção é operação importante no contexto do processo

produtivo empresarial e portanto merece ser posicionada como ação estratégica

para cumprimento de metas corporativas. Neste aspecto, o presente trabalho tem

como objetivo geral desenvolver um modelo para engenharia de manutenção

industrial, baseado em gestão por indicadores de performance da manutenção,

tomando como pressuposto a metodologia do Balanced Scorecard – BSC, de forma

que os indicadores que o compõem guardem uma relação estrutural que demonstre

os efeitos de uns sobre os outros de forma harmônica, onde seja possível o controle

de custos de uma corporação.

1.3.2 Objetivo Específico

Para atingir os objetivos específicos da pesquisa, foram formulados os

seguintes itens:

18

• Estabelecer elementos pertinentes ao processo de engenharia de

manutenção em equipamentos de produção;

• Identificar os indicadores tangíveis que contribuam para uma análise

financeira da manutenção;

• Identificar os aspectos da causalidade financeira da manutenção;

• Mostrar a importância da identificação da hierarquia de causa e efeito e da

correlação entre os indicadores de performance;

• Mostrar a importância de indicadores de segurança, pessoas e de outros de

processo geral, usualmente deixados em segundo plano ou mesmo nem

analisados e considerados;

• Definir o mapa estratégico da função manutenção considerando a perspectiva

financeira como o custo total da manutenção;

• Verificar a aplicabilidade da metodologia proposta, através da análise de

indicadores de um sistema de gestão da manutenção em uma fábrica de

grande porte situada no Espírito Santo.

A pesquisa proposta busca corroborar com a perspectiva da obtenção de

melhoria da performance corporativa na medida em que investigará diversas

variáveis de projeto para auxiliar no processo de sistematização da estrutura de

engenharia de manutenção focada nos processos críticos da organização, baseado

na metodologia do balanced scorecard.

O estudo permitirá, neste sentido, a determinação do processo crítico através

dos critérios de maior relevância. O desmembramento do plano estratégico em um

plano de nível operacional permitirá o estabelecimento de objetivos específicos da

manutenção, que quando alcançados colaboram diretamente no fortalecimento da

competitividade da organização.

Os objetivos estratégicos da manutenção devem visar principalmente o

aumento da disponibilidade dos processos críticos da manufatura a custo viável,

modelando o processo de manutenção para o alcance destes objetivos. Como

conseqüência, outra possível contribuição será a possibilidade de se formular

contratos por resultados com empresas prestadoras de serviço, uma vez que se

conheça os indicadores e suas conseqüências.

19

1.4 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

A relevância deste estudo se encontra pautada na importância do

desenvolvimento de um sistema de gestão da manutenção que possibilite à

engenharia de manutenção industrial, baseada em gestão por indicadores, o

atendimento dos objetivos globais da organização, principalmente aqueles

relacionados com a estratégia de manufatura, pois, segundo Romero (2001), o

processo de manutenção deve servir de apoio para que a manufatura consiga atingir

seus objetivos, ou seja, ele deve estar adequado às suas necessidades. Este

alinhamento desejado entre o processo de manutenção e os objetivos de

manufatura é alcançado com uma boa engenharia de manutenção.

Neste aspecto, Fabro (2003) discorre que o gerenciamento estratégico da

função manutenção consiste na minimização de ocorrência de falhas, e não apenas

na correção das falhas. É preciso manter a função do equipamento disponível para

operação e reduzir os riscos de uma parada de produção não planejada.

Estrategicamente, a manutenção deve atingir e melhorar as metas empresariais de

disponibilidade e avaliar qual é a sua contribuição para o faturamento da empresa.

As organizações industriais, em geral, estão começando a dar a importância

necessária à área de manutenção, conforme cita Alkaim (2003): “Manutenção de

equipamentos e gerenciamento da confiabilidade são importantes no funcionamento

eficaz dos negócios empresariais de hoje”. Diversas podem ser as causas que

influenciam a disponibilidade dos processos produtivos, entretanto, pode-se citar

algumas como principais: planejamento de manutenção não adequado à realidade

do processo, desconhecimento dos processos críticos da organização e a falta de

indicadores para acompanhar a disponibilidade de processos críticos.

Neste sentido, a engenharia de manutenção é resultante do processo de

gestão organizacional, que deve ser desenvolvido com base nas estratégias de

manufatura e deve estar conseqüentemente orientado pelo planejamento estratégico

da empresa. Assim, tanto a engenharia de manutenção quanto seu processo de

gestão, precisam ser constantemente revistos e readequados para o atendimento

das necessidades cada vez mais flexíveis da manufatura.

20

1.5 QUESTÃO DA PESQUISA

Em face do exposto, pode-se formular a seguinte questão de pesquisa:

• É possível sistematizar um processo de gestão por indicadores de

manutenção focado nos processos críticos de forma a suportar a análise

financeira de uma corporação?

Através deste pressuposto, busca-se corroborar em relação à importância de

um sistema de medição do desempenho de uma organização que seja baseado em

indicadores no contexto da gestão empresarial.

O pressuposto relativo a esta hipótese é a de que existe uma integração e

correlação de forma harmônica entre indicadores de desempenho estruturados

numa visão financeira de uma organização.

1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Esta pesquisa está organizada em cinco capítulos, detalhados da seguinte

forma:

♦ Capítulo 1 – Apresenta aspectos gerais com o intuito de introduzir o tema

abordado, sua importância, os objetivos, as questões e delimitações da pesquisa.

♦ Capítulo 2 – Apresenta uma revisão bibliográfica que descreve aspectos

relacionados com a definição e responsabilidades da engenharia de manutenção;

introdução às estratégias de manutenção, em especial a de controle de custos;

definições, classificações, exemplos e ferramentas para identificação de indicadores

de performance.

♦ Capítulo 3 – Este capítulo trata da metodologia adotada para

desenvolvimento da obra, especificando o tipo de pesquisa utilizado, as etapas da

pesquisa, a delimitação do estudo, qual o universo e a amostra pesquisada e a

forma de coleta e análise de dados. Será possível visualizar a definição dos 26

21

indicadores e de suas possíveis ameaças, isto é: fatores que podem influenciar o

indicador.

♦ Capítulo 4 – Trata da análise comparativa entre o modelo proposto e um

modelo existente em uma fábrica de grande porte situada no Espírito Santo.

Pretende-se com o modelo fornecer dados suficientes para medir a performance da

empresa contratada, levando assim a firmar um contrato de performance entre a

contratante e a contratada. Após esta análise é emitido um parecer final referente

aos resultados encontrados.

♦ Capítulo 5 – Apresenta as conclusões e sugestões de futuras pesquisas.

22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO

O termo “manutenção”, na literatura especializada, tem origem no vocabulário

militar, cujo sentido é manter, nas unidades de combate, o efetivo e o material em

um nível constante (NUNES, 2001).

Segundo a NBR 5462 (1994), manutenção é a combinação de todas as ações

técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou

recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida.

No meio industrial, este termo começou a ser utilizado com o advento da

revolução industrial no século XVIII, onde se iniciou os meios de produção industrial.

Começaram-se então as disputas por mercado e a corrida por quem produzia mais.

Os ambientes fabris eram insalubres, com cargas horárias acima de 8 horas por dia,

portanto com péssimas condições para os trabalhadores. Os produtos não tinham

controle de qualidade e a manutenção era do tipo quebra e depois conserta,

caracterizando-se pela ausência de técnicas de diagnóstico e de prevenção da falha.

Nesse panorama, não havia necessidade de manutenção sistematizada, nem

raramente era requerido pessoal especializado para a sua execução (NUNES,

2001). Este período foi chamado por Moubray (2000) como sendo a primeira

geração, conforme apresentado abaixo na figura 1 (As três gerações da

manutenção).

Figura 1: As três Gerações da manutenção

Fonte: Moubray (2000, p.03)

23

Este cenário se arrastou por algumas décadas até chegar à II Guerra Mundial,

onde o nível de exigência por produtos passou a ser maior. Na Europa, o continente

estava arrasado pelas guerras, pessoas famintas e mão de obra em excesso. A

guerra fria incentivava a indústria bélica e portanto a produção de armas teve um

aumento exagerado. Este cenário era propício ao aumento acelerado de diversos

ramos da indústria gerando expectativas pela produção com vistas à lucratividade.

As indústrias passaram a depender cada vez mais das máquinas, que começaram a

se multiplicar e modificar em tipo, quantidade e complexidade (NUNES, 2001). Como

não se tinha mais tempo a perder com o reparo dos equipamentos, pois isto poderia

provocar um prejuízo para cada hora de máquina parada, iniciou-se a prevenção por

falhas, criando assim a manutenção preventiva que caracterizou a segunda geração.

A terceira geração iniciou nos anos 70, e sua marca principal era de predizer

quando as falhas iriam ocorrer além de se reduzir os custos. Nunes (2001) descreve

que novas técnicas de manutenção eram suportadas por computadores de grande

porte e que sistemas de planejamento e controle surgiram nesse período visando um

melhor controle das ações de manutenção.

Para predizer as falhas, foi então criada a manutenção preditiva que utiliza de

técnicas que possam monitorar os equipamentos, seja da forma sensitiva ou através

de instrumentos de medição.

Neste aspecto, Arcuri Filho (2005) propõe uma metodologia chamada de

“medicina de sistemas”, onde parte do pressuposto que as três gerações, descritas

por Moubray, são evoluções da manutenção e que após as mesmas, existe uma

quarta geração (tabela 1) por ele aceita como “manutenção estratégica centrada no

negócio”. Dentre as principais expectativas quanto ao desempenho da função pode-

se destacar a engenharia de manutenção.

24

Tabela 1: Crescimento das expectativas X evolução da manutenção

EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO

AMBIENTES SITUACIONAIS

EXPECTATIVAS QUANTO AO

DESEMPENHO DA FUNÇÃO

POLÍTICAS E FILOSOFIAS

PREDOMINANTES TÉCNICAS E

PROCEDIMENTOS ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO

BÁSICAS

1ª GERAÇÃO (até 1940-50)

- Tecnologia simples; - Pouca redundância; - Grandes estoques de sobressalentes; - Produtos estandardizados;

- Reparo após avaria; - Estabilidade da capacidade de produção;

Corretiva

- Substituição de itens; - Reparos de emergência; - Isolamento da falha;

Informal

Descentralizada

2ª GERAÇÃO (1950-1980)

- Tecnologia semi-automatizada; - Alguma redundância; - Estoques moderados; - Produtos especializados;

- Maior disponibilidade e produtividade dos ativos físicos; - Maior vida útil dos equipamentos e componentes; - Menores custos;

Preventiva

- Troca sistematizada de componentes; - Revisões gerais programadas (“overhauls”); - Sistemas de planejamento e controle; - Informática “main frame”;

Centralizada

3ª GERAÇÃO (1980-2000)

- Tecnologia automatizada; - Alta redundância; - Estoques “Just-in-Time”; - Sistemas complexos; - Altos investimentos de capital; - Produtos personalizados;

- Maior disponibilidade e confiabilidade dos ativos físicos; - Maior vida útil dos equipamentos e sistemas; - Maior segurança operacional; - Melhor qualidade dos serviços e produtos; - Ausência de danos ao Meio Ambiente; - Melhor custo x benefício dos processos (efetividade); - Maior produtividade, competitividade e lucratividade;

Preditiva

TPM

MCC (RCM)

- Monitoramento de condições e parâmetros operacionais de processos; - Inclusão da confiabilidade e manutenibilidade nos projetos; - Análise de riscos, modos de falhas, causas e efeitos; - Microinformática - Versatilidade e “teamwork”;

Híbrida

4ª GERAÇÃO

(2000-....)

- Tecnologia avançada; - Processamento contínuo; - Sistemas interconectados; - Investimentos otimizados; - Produtos inteligentes;

- Alinhamento com os objetivos estratégicos corporativos; - Inserção nos sistemas integrados de gestão; - Respeito aos preceitos da Sustentabilidade; - Engª. de Manutenção e melhoria da manutenibilidade;

Pró-Ativa

Asset Management (Gestão de

Ativos Físicos)

- Redes neurais; - Sistemas especialistas; - Auto-teste e auto-diagnóstico; - Interfaces “wireless” e “blue tooth”; - Multidisciplinaridade; - Multiespecialização;

Matricial

Arranjos em Constelação (“Cluster”)

Redes

Fonte: MOUBRAY (1996), RIIS (1997), ROMERO (2001) adaptado por ARCURI FILHO (2005)

Como complemento à quarta geração, Nunes (2001) afirma que os custos de

manutenção em termos absolutos e proporcionalmente as despesas globais,

transformaram as áreas de manutenção em um segmento estratégico para o

25

sucesso empresarial. Decorrendo desta afirmação, podemos então afirmar que a

redução de custos proporciona vantagem competitiva.

Diante do exposto, a quarta geração se apresenta de forma mais complexa do

que as três primeiras. A competição pelo mercado induz as empresas a realizarem

estudos de mercado e de utilizarem ferramentas de diagnóstico, serviços

diferenciados, equipamentos com alto grau de informatização e pessoas melhores

qualificadas. Tão importante quanto produzir mais, com qualidade a um menor custo,

também está no fato de poluir menos, preservando o meio ambiente e garantir maior

segurança aos funcionários.

A má manutenção e a baixa confiabilidade significam lucros reduzidos, mais

custos com mão de obra e estoques, clientes insatisfeitos e produtos de má

qualidade (TAVARES, 2000). Configura-se então um desafio aos gestores de

negócio, que recebem metas dos acionistas e ainda devem manter a produção

nominal da fábrica.

Abre-se espaço para as diversas técnicas de gestão de negócios com foco na

manutenção. Existem inúmeras que, em alguns casos, mostraram sucesso, como

exemplo: TPM e RCM. Dentre as técnicas utilizadas, é importante destacar a

importância de um ciclo do PDCA na gestão. Após a implantação de qualquer das

técnicas definidas pela gerência, dentre as quais é importante destacar a de gestão

por indicadores, é necessário que se possa medir a eficácia da mesma. O resultado

das ações gerenciais, na maioria das vezes, pode ser demonstrado através de

números, por isso, é de fundamental importância definir metas tangíveis que balizem

a tomada de decisões na manutenção.

A ação de analisar de indicadores para à tomada de decisões pode ser

chamada de engenharia de manutenção, e apesar de conter em sua denominação a

palavra “engenharia”, não impede que outros profissionais, com formações

profissionais diferentes, possam realizar esta ação, como técnicos, administradores

ou especialistas.

Pode-se encarar a engenharia de manutenção como sendo a busca contínua

pela redução de desperdícios, modificação de sistemas obsoletos e implantação de

metodologias eficazes. Engenharia de manutenção é realizar a ação do “check” no

ciclo do PDCA, através do monitoramento das metas pelo intermédio de indicadores.

Uma tomada de decisão tem maior probabilidade de ser assertiva quando se

conhece tecnicamente os equipamentos e os processos envolvidos. Mas para a

26

etapa do “action”, do ciclo do PDCA, não só importa o conhecimento técnico, deve-

se ter uma visão crítica em torno dos números, saber a relação entre eles, como os

calcula e o mais importante, quais são suas causas e conseqüências.

Neste sentido, as análises da engenharia de manutenção proporcionam aos

gestores a identificação dos equipamentos que falham de forma sistêmica e quais as

justificativas deverão ser propostas para obtenção de recursos financeiros de forma

que possa eliminar as causas destes problemas. Por isso, a falta de uma cultura de

técnicos detalhistas, com atenção nas causas de cada indicador e suas

conseqüências, pode provocar a engenharia de manutenção reversa, isto é: inserir

problemas, aumentar custos e diminuir a disponibilidade operacional, uma vez se a

análise do indicador, segundo Kardec; Flores; Seixas (2002), não for referenciado

pelo menos à realidade.

A empresa que possuir uma estratégia mais eficaz levará vantagem competitiva

diante de seus concorrentes.

2.1.1 Atribuições clássicas

Dentre as atividades que possam contribuir com a gestão da manutenção

utilizadas pelos engenheiros de manutenção dentro do cenário industrial, segundo

Kardec; Zen (2002), destacam-se:

• Otimização de atividades de manutenção através da adequação de mão-de-

obra e materiais;

• Plano de Investimentos e orçamento;

• Avaliação econômica e justificativa para compras;

• Estudar as causas e efeitos dos custos;

• Contribuir para inclusão e exclusão de estoque;

• Aplicação e orientação para estudos de Falhas;

• Facilitar a visita técnica de Fornecedores;

• Definição de escopos de serviços com análise técnica;

• Colaborar para o desenvolvimento de novos fornecedores;

• Acompanhamento e medição dos serviços de terceiros;

• Colaborar na confecção de planos de manutenção;

• Analisar as oportunidades de melhorias;

27

• Visitar outras empresas buscando o benchmarking;

• Identificar necessidades de treinamento;

• Acompanhar o desenvolvimento dos sistemas de controle de manutenção por

computador e sua administração;

• Acompanhar os projetos de melhorias;

• Assistir tecnicamente os técnicos da equipe;

• Participar de reuniões de planejamento e produção;

• Estudar e analisar necessidades de serviços de apoio à produção,

planejamento de processo;

Porém, Silva (2003) complementa estas atividades conforme lista abaixo:

• Definir política de manutenção, filosofia de gerenciamento, planejamento

estratégico;

• Coordenar e implantar sistemas de gerenciamento de manutenção;

• Padronizar os procedimentos de manutenção;

• Levantar e disponibilizar indicadores;

• Aplicar as técnicas especializadas de manutenção para monitoramento,

avaliação de integridade e vida remanescente;

• Analisar e dar parecer sobre o desempenho dos equipamentos e instalações;

Em decorrência ao exposto sobre as atividades da engenharia de manutenção,

pode-se concluir que suas atividades são estratégicas para as organizações. Sua

função corresponde ao link existente entre a estratégia corporativa e a implantação

das ações no “chão de fábrica”.

2.2 ESTRATÉGIA

O desenvolvimento de uma estratégia competitiva é, em essência, o

desenvolvimento de uma fórmula ampla para o modo como uma empresa irá

competir, quais deveriam ser as suas metas e quais as políticas necessárias para

levar-se a cabo estas metas (PORTER, 1986).

28

Ainda segundo Porter (1986) apud Figueiredo (2002), a essência da formulação

de uma estratégia competitiva é relacionar uma companhia com o seu meio

ambiente. A concorrência em uma indústria vai além do comportamento dos atuais

concorrentes, e depende de cinco forças competitivas básicas:

• o poder de negociação dos fornecedores;

• a ameaça de produtos ou serviços substitutos;

• o poder de negociação dos competidores;

• a ameaça de novos entrantes;

• a rivalidade entre as empresas concorrentes.

Por fim, Porter (1986) afirma que as empresas, ao enfrentar as cinco forças

competitivas, podem seguir por três caminhos estratégicos de natureza genérica:

• liderança no custo total;

• diferenciação;

• enfoque.

Neste cenário, a estratégia competitiva também pode ser aplicável à

manutenção industrial.

2.2.1 Estratégia de Manutenção

Diversos autores descrevem sobre estratégias genéricas de manutenção.

Gama (1999) descreve estratégia como sendo o “conjunto de ações para atingir os

objetivos previstos” e que após definidos os indicadores que serão utilizados para

quantificar os objetivos deve-se traçar as estratégias.

Continua Gama (1999) descrevendo que alguns itens típicos que constam das

estratégias de manutenção das empresas são:

• Racionalização da mão de obra própria;

• Qualificação e motivação da mão de obra;

• Racionalização da contratação de serviços de terceiros;

• Controle de materiais e sobressalentes de manutenção;

29

• Sistema de planejamento, programação e controle de manutenção;

• Sistemática de inspeção e de manutenção preditiva;

• Planos periódicos de paradas programadas;

• Sistemática de manutenção preventiva;

• Controle de custos;

• Sistema de padrões de manutenção (normalização);

• Engenharia de manutenção em geral, como apoio à manutenção de área;

• Controle gerencial integrado de todas as funções de manutenção;

• Melhorias nos equipamentos para eliminação de pontos críticos;

• Reformas de equipamentos em final de vida ou obsoletos.

A manutenção estratégica (“manutenção centrada no risco” ou “manutenção

orientada ao negócio”) é uma quebra de paradigma, pois passa a enfocar as ações

sob o aspecto “sistêmico” e não mais por equipamento individual, onde o primeiro

passo é determinar qual o equipamento que está criando as retenções no processo,

ou seja, qual é aquele que se converte no “gargalo” do processo ou serviço

(TAVARES, 1999).

Para Tavares (1999), a maior parte das estratégias empresariais de

manutenção visam dois objetivos primordiais: diminuir os custos (de mão de obra,

material e contratação) e melhorar a confiabilidade operacional dos equipamentos

ou da gestão dos ativos.

Já Kardec; Flores; Seixas (2002) define a estratégia de manutenção sob uma

ótica do Balanced Scorecard: “A manutenção, para ser estratégica, precisa estar

voltada para os resultados empresariais da organização”.

A função manutenção, segundo Kardec; Flores; Seixas (2002) necessita de

ações estratégicas para que se tenha um processo de gestão estratégica que

contemple, ao menos, as seguintes etapas:

• Planejamento estratégico (Plan-P);

Benchmarking;

Best practices;

Plano de ação;

Indicadores.

30

• Implementação do plano de ação (Do-D);

• Evolução de indicadores e auditorias (Check-C);

• Ações corretivas e sistema de conseqüências (Action-A);

Sistema de conseqüências.

Neste aspecto, as estratégias de manutenção devem ser aplicadas com vistas

à alavancar resultados ora definidos pela direção da organização.

2.2.2 Gestão de Custos

Esta pode ser a estratégia mais utilizada pelas corporações haja visto o

impacto que seu descontrole pode causar. Um dos objetivos primordiais das

estratégias empresariais na manutenção, segundo Tavares (1999), é a redução dos

custos. Algumas empresas controlam com tanto rigor os seus custos que justificar

um investimento requer detalhamento embasado em dados, indicadores e ganhos.

A palavra custo tem o seu significado, de acordo com Ferreira (1993), como

sendo a “quantia que uma coisa custou”.

O custo está presente em todos os negócios e pode ser determinístico para a

lucratividade do negócio, uma vez que entende-se o lucro, objeto final de muitos

empreendimentos, como a diferença entre o preço da venda pelo custo para

produzir e vender (BRANCO FILHO, 1995). Portanto, é importante que se entenda

esta equação quando se busca o aumento da lucratividade, pois pode-se trabalhar

na capacidade de venda, de produção ou de custos.

Mas para Marinho (1999) o papel estratégico das corporações deveria ser a

gestão de custos, relacionando-o ao uso de informações de custo para alcançar os

seguintes objetivos:

• apoio à formulação e comunicação de estratégias empresariais;

• escolha de ações táticas para a implementação dessas estratégias;

• fornecer subsídios ao desenvolvimento e implementação de um sistema de

controle gerencial mensurável para a monitoração dos objetivos estratégicos

estabelecidos.

31

Em decorrência ao exposto anteriormente, Govindarajan (1997) apud Marinho

(1999), aponta três alicerces básicos para o processo analítico de custos dentro do

contexto estratégico:

Análise da cadeia de valor;

Análise do posicionamento estratégico;

Análise de geradores de custos.

Cada um desses três componentes tem sido tema central de várias linhas de

pesquisa sobre as organizações da atualidade, nas quais os custos são vistos sob

uma perspectiva bastante diferente daquela utilizada pelos sistemas de custeio

tradicionais.

Gráfico 1: Relação do valor de Mantenabilidade, custo de incorporação e custo do ciclo de vida

Fonte: Blanchard, 1995 apud Alvarez, 2001

De acordo com Alvarez (2001), o custo de incorporação de mantenabilidade é

um investimento pontual, no início do ciclo de vida, já o custo do ciclo de vida é

durante todo seu período de vida. Esta consideração é importante e deve ser levada

em conta na avaliação de alternativas, pois investimentos devem ser avaliados em

função de custos-beneficios resultantes durante todo o ciclo de vida útil do produto.

Pode-se ainda encontrar custos distintos, como os diretos, indiretos e

administrativos. Utilizando os exemplos de Tavares (1999), pode-se exemplificar os

casos citados:

• Custos diretos: salários e comissões, custo de reposição de material, custos

dos contratos, custo de reposição da depreciação e perda de produção.

32

• Custos indiretos: encargos sociais e benefícios, capital imobilizado, custos de

energia elétrica, armazenagem, água, serviços utilizados por terceiros mas

custeados pela empresa, perda de matéria-prima, perda de qualidade e

devoluções.

• Custos administrativos: rateio de gastos das áreas de recursos humanos e

capacitação; rateio de gastos das áreas de compra e administração de

material; rateio de gastos das áreas de administração de contratos, financeira

e contábil; rateio de gastos das áreas de controle de qualidade, vendas,

marketing e jurídica.

A função manutenção é uma geradora de custos, e por isso deve-se justificar

os gastos com os equipamentos que em teoria, deveriam durar o tempo para que

foram projetados.

Tabela 2: Composição dos custos de manutenção

Fonte: Documento Nacional da Abraman (2005)

Em um sentido estratégico, é importante explicar o posicionamento dos custos

em termos das escolhas e das habilidades de execução que moldam a posição

competitiva da empresa.

33

2.3 INDICADORES DE PERFORMANCE

As melhorias de desempenho exigem grandes mudanças nos sistemas de

medição e gestão utilizados pelas empresas (KAPLAN; NORTON, 1997). Estes

sistemas de medição podem ser formados por um conjunto de indicadores que

podem avaliar a eficiência a eficácia do sistema medido.

Tavares (1999) defende a utilização de relatórios gerenciais de manutenção

para facilitar a avaliação das atividades de manutenção, permitindo assim tomar

decisões e estabelecer metas para que sejam gerados relatórios concisos e

específicos formados por tabelas e índices.

Os indicadores contidos nestes relatórios podem ser definidos, segundo Kardec

(2002), como sendo guias que nos permitem medir a eficácia das ações tomadas,

bem como medir os desvios entre o programado e o realizado.

No entanto, deve-se considerar a afirmação de Carvalho (2005) onde propõe

que há que ler o indicador da maneira correta, ou seja, o número que nos é

apresentado não é a nossa gestão, mas representa o estágio de evolução da gestão

em direção aos objetivos estratégicos à excelência.

Descreve ainda Kardec; Flores; Seixas (2002), que os indicadores são

classificados em 7 grupos:

(a) Grupo 1: Indicadores de desempenho dos equipamentos;

(b) Grupo 2: Indicadores de custo da manutenção;

(c) Grupo 3: Indicadores da eficiência dos programas de manutenção;

(d) Grupo 4: Indicadores de eficiência da mão-de-obra;

(e) Grupo 5: Indicadores administrativos na manutenção;

(f) Grupo 6: Indicadores de estoque;

(g) Grupo 7: Indicadores de segurança, saúde e meio ambiente.

Em decorrência do grande número de indicadores possíveis, Kardec (op. cit),

elege alguns indicadores que para ele são considerados importantes:

• DISP – Disponibilidade de equipamento (Grupo 1): Proporção do tempo que

o equipamento/sistema ficou disponível num dado intervalo de tempo. Tempo

34

operando de um equipamento/sistema num dado intervalo de tempo

programado de operação.

• λ - Taxa de falha (Grupo 1): Número de falhas observadas em um

determinado intervalo de tempo. Estas são normalmente mencionadas como

taxa de falha constante pois não variam com o tempo.

• μ - Taxa de reparo (Grupo 1): Número de reparos efetuados em um

determinado período de tempo. Estes são normalmente mencionados como

taxa de reparo constante pois não variam com o tempo.

• EGE – Eficiência global de equipamento (Grupo 3): Eficiência global do

equipamento. Índice do tempo operacional x Índice do desempenho

operacional x Índice de produtos aprovados.

• CMC – Custo de manutenção corretiva (Grupo 2): Finalidade de determinar

um valor (estimado) do custo anual de manutenção para um determinado

equipamento presente na instalação.

• NPR – Número da prioridade do risco (Grupo 7): Finalidade de avaliar o

risco de uma falha potencial, identificada durante a análise do sistema, com

base na severidade do seu efeito e na probabilidade de sua ocorrência.

• DPDB – Dependabilidade (Grupo 3): É a medida da condição de um

sistema, durante sua operação, dado que estava disponível e funcionando

quando do início da operação.

• HHM/Ano – Hh médio de manutenção/ano (Grupo 4): Hh médio de

manutenção por ano por equipamento/sistema.

Neste mesmo sentido, Tavares (1999) relaciona alguns indicadores que, como

ele prefere chamar, de “índices de classe mundial”, são utilizados segundo a mesma

expressão em todos os países. São eles:

TMEF – Tempo médio entre falhas: Relação entre o produto do número de

itens por seus tempos de operação e o número total de falhas detectadas

nesses itens no período observado.

TMPR – Tempo médio para reparo: Relação entre o tempo total de

intervenção corretiva em um conjunto de itens com falha e o número total de

falhas detectadas nesse itens, no período observado.

35

TMPF – Tempo médio para falhas: Relação entre o tempo total de operação

de um conjunto de itens não reparáveis e o número total de falhas detectadas

nesses itens, no período observado.

DISP – Disponibilidade de equipamentos: Relação entre a diferença do

número de horas do período considerado (horas calendário) com o número de

horas de intervenção pelo pessoal de manutenção (manutenção preventiva

por tempo ou por estado, manutenção corretiva e outros serviços) para cada

item observado e o número total de horas do período considerado.

CMFT – Custo de manutenção por faturamento: Relação entre o custo total

de manutenção e o faturamento da empresa no período considerado.

CMVP – Custo de manutenção pelo valor de reposição: Relação entre o

custo total acumulado na manutenção de um determinado equipamento e o

valor de compra desse equipamento e o valor de compra desse equipamento

novo (valor de reposição).

É necessário que se procure classificar estes indicadores, por isso, foi

escolhido uma forma de classificação defendida por Quintella (2004), que de acordo

com o relatório técnico divulgado pelo Comitê Temático da FPNQ, uma das formas

de classificação dos indicadores é referente ao seu nível hierárquico e podem ser

classificados em estratégicos, gerenciais e operacionais, conforme a figura 2.

Nível estratégico

Nível gerencial

Nível operacional

Figura 2: A hierarquia dos indicadores

Fonte: FPNQ (2002) adaptado por Quintella (2004)

36

Os indicadores do nível estratégico são usados para avaliar os principais efeitos da estratégia nas partes interessada e nas causas desses efeitos, refletindo os objetivos e as ações que pertencem à organização como um todo e não a um setor específico. Os indicadores do nível gerencial são usados para verificar a contribuição dos setores [...] e/ou dos macro-processos organizacionais à estratégia e para avaliar se estes setores e/ou macro-processos buscam a melhoria contínua de forma equilibrada. Os indicadores de nível operacional servem para avaliar se os processos ou rotinas individuais estão sujeitos à melhoria contínua e à busca da excelência (FPNQ, 2002 apud Quintella, 2004).

Tão importante quanto identificar indicadores capazes de nos fornecer

informações sobre nosso sistema é saber para que servem. Por isso, estes

indicadores devem ser criados a partir de uma necessidade e não de uma vontade,

conforme comentado por Kardec (2002), Kaplan; Norton (1997) e Harrington (1997).

Analisando um sistema de controle baseado em resultados, recorre-se à

Gomes (1999) apud Coser (2003), por sua caracterização do sistema de controle:

a) Elevada formalização;

b) Ênfase no controle por exceção;

c) Predomínio de sistema de controle de natureza financeira;

d) Formulação anual de um conjunto de metas explícitas e quantificadas (financeiras

e não financeiras) que devem ser alcançadas pelas unidades;

e) Estabelecimento de um orçamento que quantifica, em termos monetários, os

recursos disponíveis e os resultados a alcançar;

f) Realização de avaliação periódica da atuação de cada unidade e de seu

responsável, através da comparação do previsto x realizado.

Ressalta ainda Gomes (1999) apud Coser (2003) que os indicadores que

devem ser selecionados para controlar a evolução da capacidade competitiva da

organização devem ser um reflexo, o mais objetivo possível, das variáveis-chaves.

Estas variáveis-chaves referem-se a um aspecto ou característica teórica que se

considera como sendo relevante para assegurar o êxito de uma organização.

Neste aspecto, Harrington (1997) define que a medição é sinônimo de

entendimento; o entendimento é sinônimo de ganho de conhecimento; e a obtenção

de conhecimento proporciona o poder [...]. Harrington (1997) descreve ainda que o

poder de controlar somente será possível se dispusermos de opções de medições.

37

Portanto, a disponibilidade de informações confiáveis nos torna senhores de

nosso próprio destino, bastando apenas decidirmos pela decisão correta.

2.3.1 Balanced Scorecard

O modelo de Kaplan e Norton – o balanced scorecard ou, simplificadamente, o

BSC – é uma ferramenta que traduz a missão e a estratégia das empresas num

conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um

sistema de medição e gestão estratégica e é organizado em torno de quatro

perspectivas distintas: financeira, dos clientes, dos processos internos e do

aprendizado e crescimento. O nome adotado procurava refletir o equilíbrio (balance)

entre objetivos de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e não-financeiras,

entre indicadores de tendências e ocorrências e entre as perspectivas interna e

externa de desempenho (Kaplan; Norton, 1997). Segundo Kaplan; Norton (1997), o Balanced Scorecard é uma técnica que

surgiu em 1990 através da necessidade de se identificar novas metodologias de

avaliação empresarial com a utilização de indicadores que não fossem apenas

financeiros. A premissa básica era a de que as medidas financeiras eram

inadequadas para orientar e avaliar a trajetória que as empresas da era da

informação deviam seguir para geração de valor futuro, investindo em clientes,

fornecedores, funcionários, processos, tecnologia e inovação.

Na época, o instituto Nolan Norton patrocinou o estudo que foi chamado de

“Medição de performance nas organizações do futuro”. David Norton era o principal

executivo do instituto que contava também com Robert Kaplan, consultor acadêmico.

Ambos encabeçaram um grupo de executivos que estudaram e se aprofundaram no

assunto onde após meses de encontros, acabaram definindo o que fora então

chamado de Balanced Scorecard.

Esta metodologia foi apresentada sob a forma de quatro perspectivas:

Financeira, do cliente, interna e de inovação e aprendizado. Muitos gestores

acabaram utilizando esta metodologia como uma estratégia da empresa. No final, foi

assim que o BSC se consolidou no meio empresarial, como a tradução da missão e

da estratégia das empresas num conjunto abrangente de medidas de desempenho

que serve de base para um sistema de medição e gestão estratégica.

38

Quando se fala em estratégia, é impossível não considerar uma visão de futuro.

Por isso, o BSC revela claramente os vetores de valor para um desempenho

financeiro e competitivo superior em longo prazo. Uma outra forma de se apresentar

o BSC, descrito também por Norton; Kaplan (1997) seria listar algumas de suas

características básicas:

• A construção do BSC tem sua ênfase nas causas e efeitos;

• O BSC torna-se a base para o gerenciamento das empresas na era da

informação;

• O BSC preserva os indicadores financeiros;

• Um BSC bem elaborado deverá contar a história da estratégia da unidade de

negócios, identificando-a e tornando-a explícita;

• Empresas que tentam ser tudo para todo mundo normalmente acabam não

sendo nada para ninguém;

• O BSC deve articular, operacionalizar e ajudar no esclarecimento e na

obtenção de consenso quanto ao que vem a ser estratégia;

A maneira de se descrever os resultados e metas, sob a forma de indicadores,

é de fato, uma poderosa ferramenta de motivação e avaliação.

A tabela 3 demonstra um exemplo de alguns indicadores estratégicos que

podem ser utilizados pelas empresas.

39

Tabela 3: Quadro dos possíveis indicadores estratégicos

Perspectivas

Possíveis Indicadores Estratégicos Genéricos

Financeira

Retorno sobre o investimento Valor econômico agregado (EVA) Margem bruta Fluxo de caixa Margem de contribuição Lucro por empregado Custo total Solvência

De Clientes

Satisfação Retenção Participação no mercado Participação de conta Captação de clientes Lucratividade de clientes

De Processos Internos

Retrabalho Incidência de defeitos Tempo de resposta Custo baixo de aquisição Devoluções feitas pelos clientes Tempo para desenvolvimento de novos produtos Entrega no prazo Lançamento de novos produtos Nível de tecnologia

De aprendizado e Crescimento

Rotatividade da mão de obra Qualificação da mão de obra Disponibilidade dos sistemas de informação

Fonte: Figueiredo (2002)

... o sistema de medição deve tornar explícitas as relações [...] entre os objetivos (e as medidas) nas várias perspectivas, para que elas possam ser gerenciadas e validadas. A cadeia de causa e efeito deve permear todas as quatro perspectivas de um balanced scorecard (KAPLAN; NORTON, 1997).

Essa cadeia de causa e efeito garantirá um encadeamento entre os objetivos

das perspectivas, de modo a refletir as relações de causa e efeito assumidas na

formulação das estratégias.

Quando da proposição inicial do balanced scorecard, em 1992, Kaplan e Norton

abordaram discretamente a forma de relacionamento entre as perspectivas e os

respectivos objetivos delas decorrentes. Como os próprios autores afirmam, “... os

scorecards estratégicos [foram construídos] como que a partir de uma folha de papel

em branco”. Posteriormente, como uma aplicação dos conceitos iniciais, e com base

em centenas de scorecards desenvolvidos, aqueles autores propuseram um modelo

chamado mapa estratégico, aonde os padrões da implantação vieram compor a

referência para que a hipótese da estratégia fosse explicitada. Cada indicador do

40

BSC se converte em parte integrante de uma cadeia lógica de causa e efeito que

conecta os resultados almejados da estratégia com os vetores que induzirão a essas

conseqüências. Em suma, os mapas estratégicos fornecem a base para a

construção do BSC, estando este devidamente alinhado com a estratégia da

organização (Kaplan; Norton, 1996).

Os mapas estratégicos ajudam as organizações a ver suas estratégias de

maneira coesa, integrada e sistemática (figura 3).

Perspeciva Financeira

Perspectiva Do Cliente

Perspectiva Dos processos Internos

Perspectiva do aprendizado e crescimento

Figura 3: Exemplo de mapa estratégico Fonte: Kaplan; Norton (1996) apud Quintella (2004).

Neste sentido, a ferramenta do Balanced Scorecard, que surgiu a partir da

importância crescente dos indicadores não-financeiros, preocupa-se, sobretudo, com

o desempenho futuro das organizações, e às ajuda a impulsionar o desenvolvimento

de um novo sistema de mensuração capaz de estabelecer um balanço entre os

Receitas

Despesas Operacionais

Retorno sem capital empregado

Satisfação Dos clientes

Sugestão dos empregados

Retrabalho

Moral dos empregados

41

indicadores tradicionais de resultados e os novos indicadores chamados de vetores

do desempenho futuro ou indicadores de tendências.

2.3.2 As quatro perspectivas

As quatro perspectivas que formam a estrutura do BSC são: Financeira, de

Clientes, de processos internos e de aprendizado e crescimento.

Figura 4: As quatro perspectivas do BSC Fonte: KAPLAN; NORTON (1997) apud FIGUEIREDO (2002)

• Perspectiva financeira

Os objetivos financeiros servem de foco para os objetivos e medidas das outras

perspectivas do scorecard. Metas típicas financeiras são relativas à lucratividade, ao

crescimento e ao valor para os acionistas. Mas a questão é que deve-se render o

quanto para os acionistas? Na maioria das organizações, temas financeiros como

aumento de receita, melhoria dos custos e da produtividade, incremento da

utilização dos ativos e redução dos riscos servem de base para integrar as quatro

perspectivas do scorecard.

• Perspectiva dos clientes

Na perspectiva dos clientes as empresas identificam os segmentos de clientes

e mercado nos quais desejam competir. Esta perspectiva permite que as empresas

alinhem suas medidas essenciais de resultados relacionados aos clientes com

42

segmentos específicos de clientes e mercado. O Balanced Scorecard requer que

gerentes traduzam suas declarações generalizadas de missões sobre o atendimento

aos clientes para medidas específicas que reflitam os fatores que realmente

interessam aos clientes.

As exigências dos clientes tendem a cair em quatro categorias: tempo,

qualidade, desempenho / serviço e custo.

• Perspectiva dos processos internos

Os executivos precisam direcionar atenção para operações críticas internas

que os capacitem a satisfazer as necessidades dos clientes, por isso nesta

perspectiva os eles identificam os processos mais críticos para realização dos

objetivos dos clientes e acionistas. As medições internas para o Balanced Scorecard

originam-se dos processos administrativos que têm maior impacto na satisfação do

cliente – fatores que afetam o tempo de duração do ciclo, qualidade, competências

dos funcionários e produtividade, por exemplo. Este perspectiva deve ser encarada

como a superação das dificuldades. Geralmente esta perspectiva é construída após ser definido as metas da

perspectiva financeira e do cliente.

• Perspectiva do aprendizado e crescimento

A intensa competição global requer que firmas promovam melhorias contínuas

para os seus produtos existentes e processos e ter a habilidade de introduzir

produtos inteiramente novos com capacidades expandidas. Nesta quarta perspectiva

são desenvolvidos objetivos e medidas para orientar o aprendizado e crescimento

organizacional. Os objetivos da perspectiva de aprendizado e crescimento oferecem

a infra-estrutura que possibilita a consecução de objetivos ambiciosos nas outras

três perspectivas além de continuar no processo de melhoria contínua e geração de

valor ao cliente.

2.3.3 Mapa Estratégico Segundo Kaplan; Norton (2004), o mapa estratégico é uma representação

visual das relações de causa e efeito entre os componentes da estratégia de uma

organização.

43

Neste aspecto, Kaplan; Norton (2004) caracterizam estes indicadores por

ilustrar uma dinâmica temporal adicionado à um nível de detalhes onde possa

melhorar a clareza e o foco, de maneira uniforme e dinâmica, para descrever nossa

estratégia de redução de custos, facilitando assim o gerenciamento dos indicadores.

Estas características são possíveis através do mapa estratégico (figura 5).

Figura 5: Exemplo de um Mapa Estratégico - Empresa Mobil Fonte: Kaplan; Norton (1997) apud Marinho (1999)

Retorno Sobre o capital

Líder do setor Em lucratividade

Aumento de qualidade das

receitas Menor custo Na bomba

Fluxo de caixa

Particip. No segmento

Particip. No Lucro total

Classificação do Comprador oculto

Conforme especificações e prazo

Menor custo de fabricação

Menor custo final

Margens de revendedores

Centros de lucro

Desenvolver novos produtos e

serviços

Desempenho das receitas

Otimização comercial Gerenciamento de

estoque

Atuação em saúde, segurança e Meio

ambiente

Envolvimento da organização

Acesso a informações estratégicas

Competências e Habilidades essenciais

Perspectiva Financeira

Perspectiva Do Cliente

Perspectiva Dos Processos Internos

Perspectiva Do Aprendizado e crescimento

44

O mapa estratégico, ainda segundo Kaplan; Norton (2004), baseia-se em

alguns princípios:

A estratégia equilibra forças contraditórias: Embasado no equilíbrio e na

articulação dos objetivos financeiros de curto prazo de redução de custos e de

melhoria da produtividade com o objetivo de longo prazo de aumento lucrativo

da receita.

A estratégia baseia-se em proposição de valor diferenciada para os clientes:

Dimensão mais importante da estratégia que define a clareza da proposição

de valor necessária para agradar os clientes, ou seja, a satisfação dos

clientes é a fonte da criação de valor sustentável.

Cria-se valor por meio dos processos internos: Os processos internos

eficazes e alinhados determinam como se cria e sustenta valor. Deve-se

concentrar nos poucos processos críticos que fornecem a proposição de valor

diferenciada e que mais contribuem para aumentar a produtividade e

preservar o funcionamento da organização.

A estratégia compõe-se de temas complementares e simultâneos: Os

aprimoramentos nos processos operacionais quase sempre geram resultados

a curto prazo por meio de reduções de custo e melhorias de qualidade.

O alinhamento estratégico determina o valor dos ativos intangíveis: O mapa

estratégico, ajustado à estratégia específica da organização, descreve como

os ativos intangíveis impulsionam melhorias de desempenho nos processos

internos da organização que exercem o máximo desempenho de

alavancagem no fornecimento de valor para os clientes, acionistas e

comunidades.

O que se pretende demonstrar adiante não é apenas uma estratégia de

controle de custos, mas um sistema gerencial mais equilibrado que vincula o

desempenho operacional ao desempenho de satisfação dos clientes e estes por sua

vez sustentados por uma força de capacitação.

Juntos, estes vetores proporcionarão a obtenção dos objetivos financeiros.

45

2.3.4 Sistemas informatizados de manutenção

“As exigências atuais de confiabilidade e disponibilidade são de tal ordem que

se impõe, aos gerentes de manutenção, responsabilidades que só podem ser

executadas com ferramentas adequadas de gestão” (TAVARES, 1999).

Um sistema informatizado de manutenção deve ser uma ferramenta que ajude

aos gerentes na gestão da manutenção e que proporcione aos supervisores a

realização do planejamento, programação e o controle da manutenção.

Enquanto isto, Sleight (2000) apud Romero (2001) comenta que as

organizações não podem se dar ao luxo de ignorar uma ferramenta que vitaliza o

mundo moderno. Os atuais sistemas de tecnologia de informação ajudam as

empresas a serem mais eficientes e flexíveis, diante das rápidas e contínuas

transformações.

Porém, é importante que possamos definir, de forma clara, as diferenças

existentes entre “dados” e “informação”. Para Oliveira (1993) apud Romero (2001),

os dados somente descrevem o que aconteceu, sem levar à compreensão da

situação. Desta forma, os dados por si só não representam uma forma de

comunicação. Já Davenport; Prusak (1998) apud Romero (2001), descrevem a

informação como uma mensagem, geralmente na forma de um documento ou uma

comunicação.

A informação é o suporte básico para um sistema informatizado de

manutenção. Por isso, sua evolução corrobora com a importância de um sistema

informatizado que auxilie na tomada de decisão. A tabela a seguir demonstra de

forma cronológica, a evolução da informação:

46

Tabela 4: Evolução do conceito de informação

Fonte: Laudon; Laudon (1996) apud Romero (2001)

A esse respeito, Gama (1999) descreve sobre um sistema informatizado de

manutenção corporativo de uma empresa, onde devem ser incluídos

obrigatoriamente apenas as funções relativas aos procedimentos e controles

específicos da manutenção, de uso geral da área de manutenção, em especial no

que se refere ao planejamento, programação e controle das atividades operacionais

repetitivas (serviços, inspeção/preditiva, atendimento de ocorrências, análise de

falhas, histórico, custo, indicadores de desempenho, etc.), além de procedimentos e

controles específicos, de uso freqüente da manutenção, que variam de acordo com

a empresa. O objetivo final de um sistema aplicado à manutenção é proporcionar informações que permitam obter aumento de rentabilidade da empresa, utilização mais eficiente dos recursos de mão-de-obra e material disponíveis, melhoria no desempenho e confiabilidade dos equipamentos (TAVARES, 1999).

Para Gama (1999), dentre os vários módulos que podemos encontrar num

sistema informatizado de manutenção, são destacados e considerados como

imprescindíveis, os seguintes:

• Gerenciamento de equipamento (cadastro);

• Calendários de manutenção;

• Mão de obra de execução;

47

• Serviços (ordens de serviço);

• Planos de manutenção;

• Indicadores de desempenho (custos);

• Interfaces com outros sistemas;

• Configurações e seguranças para outros usuários.

Quanto mais informações disponíveis o usuário puder ter à sua disposição,

maior serão as possibilidades de extração de dados com maior qualidade. Porém,

não se pode esquecer de avaliar o que se deseja de um software de manutenção,

caso contrário, muitas de suas funções disponíveis não serão utilizadas seja devido

a falta de adequação do sistema à realidade da empresa ou mesmo à capacitação

dos usuários e ou administradores do sistema.

Existem diversos softwares disponíveis no mercado nos mais variados preços.

Portanto saber selecionar o software à necessidade da empresa é de fundamental

importância para a adequação da necessidade com o custo do investimento.

Em decorrência ao exposto anteriormente, Tavares (1999) afirma que os

gerentes devem se preocupar na seleção do sistema que realmente atenda suas

necessidades, não só baseados nas demonstrações feitas pelos fornecedores como

também com uma investigação consciente das conseqüências que virão com sua

aquisição.

Mas quando recorre-se a Romero (2001), este observa que o desenvolvimento

e a implantação de um projeto de sistema de informação pode ser comprometido

devido à falhas de comunicação entre clientes e analistas não bem sucedida,

sobrando ocasiões para interpretações incorretas, mal entendidos ou repasse de

informações incompletas.

É aconselhável que antes da aquisição de um software de manutenção seja

definido um questionário contendo perguntas que venham a orientar a compra do

produto conforme a necessidade do usuário. Tavares (1999) sugere que este

questionário seja dividido em 4 etapas, composto por questões de seleção objetiva,

questões subjetiva, apresentação de softwares e por fim as propostas comerciais.

A tabela abaixo apresenta alguns dos sistemas de informação que possuem em

parte ou no todo, módulos de manutenção que possam atender as necessidades da

manutenção, considerando as análises anteriormente definidas para aquisição.

48

Tabela 5: Softwares disponíveis no mercado

Fonte: Internet

Alguns destes sistemas podem ser adquiridos através dos sites:

www.synergen.com; www.ashcomtech.com; www.itsolutions.intuit.com;

www.mpulsesoftware.com; www.collectivedata.com; www.managerplus.com;

www.maintsmart.com; www.buyerzone.com; www.psdi.com; www.dstm.com;

www.somax.com; www.spes.com.br; www.semapi.com.br; www.sap.com.

Concluí-se que o fator primordial da informatização é o gerenciamento dos

equipamentos e instalações, também conhecido por gerenciamento de ativos físicos.

49

3 METODOLOGIA

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente trabalho fora desenvolvido numa empresa cujo segmento em que

atua é o de manutenção industrial de equipamentos utilizados para controle de

processos, posicionando-se frente a este mercado através de um serviço

diferenciado, onde procura agregar valor ao resultado do seu cliente. Tem forte

presença em indústrias do ramo de papel e celulose e realiza gestão técnica dos

ativos de seu segmento. Um dos sistemas de gestão ofertados como diferencial é o

de gestão por indicadores, os analisando e tomando as decisões mais assertivas

que possam levar os ativos a cumprirem suas funções na qual foram projetados.

3.2 TIPO DE PESQUISA

O presente trabalho foi desenvolvido baseado no estágio atual do

conhecimento sobre indicadores de manutenção e do Balanced Scorecard aplicável

a um sistema de gestão de manutenção industrial.

Em virtude da natureza da questão formulada e do objetivo desta pesquisa a

mesma pode ser classificada como: aplicada, qualitativa, exploratória e bibliográfica.

Considerando a sua natureza, trata-se de uma pesquisa aplicada, pois objetiva

gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos a respostas a questões

específicas na atividade industrial de manutenção, relativos a sistemas de gestão.

Quanto a abordagem para obtenção da resposta a questão formulada, é uma

pesquisa qualitativa, pois consiste da análise, comparação e interpretação de

indicadores técnicos de manutenção e informações disponíveis na literatura

especializada, não requerendo, para tanto, o uso de métodos e técnicas estatísticas.

Quanto aos seus objetivos, é uma pesquisa exploratória, na medida em que

não visa verificar teorias e sim maior familiaridade com as mesmas objetivando obter

as respostas as questões formuladas, com vistas a torná-las explícitas.

50

Como é elaborada praticamente a partir de material já publicado, constituído

principalmente por livros, dissertações e teses disponibilizados na internet, trata-se

basicamente de uma pesquisa bibliográfica.

O método dedutivo empregado nesta pesquisa objetiva obter respostas as

questões formuladas, a partir da interpretação de dados e informações disponíveis

na literatura e nos sites pesquisados, atribuindo-lhes significado e confrontando-os

com a realidade das diretrizes e práticas de gestão de manutenção industrial.

Por se tratar de um estudo qualitativo típico, a identificação sistemática dos

dados e informações foi precedida da imersão do autor no contexto a ser estudado.

A leitura da literatura e a reflexão, prévias, permitiram focalizar com maior precisão

as questões a serem investigadas e formular mais facilmente, a partir do mesmo, as

suas respostas.

A análise e interpretação dos dados e informações foram feitos de forma

interativa com a obtenção dos mesmos, durante todo o processo de pesquisa. À

medida que aspectos relevantes identificados nas fontes de informação inicialmente

selecionadas foram sendo identificados, novas questões emergiram, tornando

necessário incluir outras fontes na pesquisa.

O acesso ao campo e a imersão no contexto do problema fazem parte da

atividade profissional do autor que ocupa o cargo de engenheiro de manutenção e

possui a maior parte de suas experiências profissionais na atividade relacionada a

pesquisa em questão.

As principais fontes de dados e informações foram a empresa empregadora do

autor, publicações disponibilizadas na internet e livros de autores que são

reconhecidos dentro da área pesquisada.

A análise dos dados e informações se fez através de um processo continuado,

em que se procurou desvendar-lhes o significado. A medida que as informações

eram coletadas o autor procurou construir interpretações e gerou novas questões, o

que, por sua vez, o levou a buscar novos dados, num processo que culminou com a

análise final, bastante para formular as respostas e conclusões sobre a questão

levantada.

As fundamentações, levantamentos e identificações utilizam tanto estudos

descritivos, quanto abordagem qualitativa e são desenvolvidos ao longo dos

capítulos 2 e 3 deste trabalho, para finalmente construir a metodologia proposta

apresentada no Capítulo 4.

51

3.3 ETAPAS DA PESQUISA

A elaboração de um trabalho científico requer a utilização de uma metodologia

científica para embasamento teórico e considerações a respeito de uma dada

realidade. Neste trabalho buscou-se o embasamento teórico através do

levantamento bibliográfico sobre aspectos gerais sobre engenharia de manutenção,

estratégias e indicadores de performance como suporte ao desenvolvimento de um

modelo para a manutenção industrial, baseado na gestão por indicadores de

performance da manutenção, tomando como pressuposto a metodologia do

Balanced Scorecard – BSC, de forma que os indicadores que o compõem guardem

uma relação estrutural que demonstre os efeitos de uns sobre os outros de forma

harmônica.

As etapas da pesquisa estão representadas na Figura 6.

52

Figura 6: Etapas da Pesquisa Fonte: Autor

Formulação do Problema da Pesquisa

Definição do tipo a das etapas de Pesquisa

Pesquisa bibliográfica e documental

Formulação da metodologia da Pesquisa

Conclusão e recomendações

Delimitação do estudo

Cap. 1

Cap. 2

Apresentação do universo da amostra pesquisada

Detalhamento dos indicadores e suas causas

Coleta e análise de dados

Análise do modelo existente

Apresentação do modelo proposto

Análise dos ganhos

Cap. 3

Cap. 4

Cap. 5

53

3.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Este trabalho se limitará ao desenvolvimento de uma metodologia que permita

aos gestores a tomada de decisão com foco no controle de custos de manutenção

na empresa objeto deste estudo de caso.

Utilizou-se a ferramenta do Balanced Scorecard para identificar os indicadores

críticos de processo por ser uma das ferramentas mais utilizadas pelas grandes

corporações do mundo, com foco na dimensão financeira, onde apresenta um

conjunto de indicadores centrados no controle de custos da manutenção.

A metodologia utilizada será a da análise dos efeitos e das causas a partir de

indicadores de um processo chamado ”manutenção”, onde a perspectiva financeira

será a do custo de manutenção. É considerado que devido ao assunto complexo a

ser avaliado e pela quantidade de indicadores a ser proposta como fatores críticos

de processo, levar-se-á em consideração que a utilização da informática é

imprescindível para o levantamento de dados e geração de relatórios. A figura 6

representa a estrutura da delimitação proposta.

Esta pesquisa, apesar do rigor científico empregado na sua elaboração,

apresenta as seguintes limitações:

• o modelo proposto apresenta vantagens e desvantagens que devem ser

levados em consideração, principalmente no que diz respeito a sua limitada

capacidade de generalização;

• com relação aos métodos utilizados, os mesmos devem ser adaptados a cada

caso. Vale ressaltar que o caso ora apresentado refere-se a uma empresa

prestadora de serviços de manutenção de instrumentação em indústria de

processo contínuo;

• alguns dados são provenientes de diversas fontes bibliográficas referente à

área manutenção, indicadores e BSC. Neste sentido, a relação obtida entre

estes elementos é decorrência da observação participativa do pesquisador.

54

3.5 UNIVERSO E AMOSTRA PESQUISADA

Este estudo utilizou como universo o setor de prestação de serviços de

manutenção em instrumentação industrial numa indústria de processo continuo

localizada no Espírito Santo. Como referência de amostragem, foi utilizado um

projeto desenvolvido na empresa onde o autor trabalha, para gestão de manutenção

onde utilizou-se de indicadores de performance de manutenção dispostos de forma

harmônica num mapa estratégico.

3.6 COLETA DE DADOS

Segundo Yin (1990) apud Romero (2001), os dados para os estudos de caso

podem ter origem nas seguintes fontes: documentos, registros de arquivo,

entrevistas, observação direta e observação participante. Entre estes, foram

utilizados:

• Documentos: Internos do serviço, desenvolvidos através da necessidade de

adequar as exigências do cliente com a forma de atuação da empresa no ano

de 2002. Tal documento propiciou o monitoramento de indicadores da

manutenção onde estão dispostos em relatórios mensais e que são

encaminhados a gestão da manutenção;

• Observação participante: A observação participante é um modo especial de

observação na qual o pesquisador não é somente um observador passivo.

Com relação aos papeis que um pesquisador pode ter dentro de uma situação

em estudo, Abreu (1995) apud Romero (2001), propõe uma classificação que

define os envolvidos no processo em três grupos: gerentes, coordenadores e

colaboradores. Segundo esta classificação, o papel deste pesquisador é o de

Coordenador do ambiente em estudo para definição do projeto e de

colaborador para execução do projeto.

55

3.7 ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise dos dados de forma a possibilitar o alcance dos objetivos

propostos da dissertação foi desenvolvido um fluxograma apresentado neste item

para fins de melhor entendimento do método adotado.

Figura 7: Fluxograma do modelo proposto Fonte: Autor

Não

Não

Sim

Sim

Escolha do conjunto de indicador

Identificação e registro dos agentes causadores

O agente causador é Intangível?

Fim

Agente causador foi

analisado como

indicador?

Transforma agente causador em

Indicador

Identificação e registro da conseqüência imediata

Identificação e registro da Fórmula de Cálculo do indicador

Identificação e proposição das ações primárias

56

Utilizando-se de publicações de diversos autores nacionais, dentre eles

Tavares (1999) e Kardec (2002), publicações de dissertações e teses disponíveis na

internet e a experiência profissional do autor desta obra, foram identificados e

selecionados como proposta para o modelo, um conjunto de 26 indicadores para

controle, monitoramento e respectiva validação nesta dissertação.

O modelo proposto é baseado na identificação de indicadores tangíveis, uma

vez que se entende estes como mais relevantes para se obter um resultado

financeiro estabelecido pela corporação.

A análise dos dados na forma do modelo proposto, conforme apresentado

anteriormente na figura 6, do item 3.3, inicia-se a partir de um conjunto de

indicadores onde deve ser identificado a formula para seu cálculo, o resultado do

seu conseqüente impacto do sistema em análise, o entendimento dos possíveis

agentes causadores dos resultados obtidos e por fim as ações básicas necessárias

para controlar suas causas. Por conseguinte, analisou-se os agentes causadores,

procurando estabelecer se os mesmos poderiam ser considerados como tangíveis e

portanto serem monitorados. Através deste fluxo de decisão e análise, pode-se

identificar 26 indicadores.

Para o registro das informações, foi gerada uma tabela (ver apêndice A)

contendo 26 linhas e 6 colunas com as seguintes informações a saber:

• ID;

• Indicador;

• Fórmula;

• Conseqüência imediata;

• Agentes causadores;

• Ação proposta.

A tabela contendo maiores detalhes sobre os 26 indicadores encontra-se no

apêndice A. Abaixo é apresentado um exemplo da tabela com apenas 3 indicadores.

57

Tabela 6: Exemplo da tabela de indicadores de causa e efeito Id Indicador Fórmula Conseqüência

Imediata Agentes

Causadores Ação Proposta

A Custo Total de

Manutenção

∑ dos custos de Serviços e de Materiais

Redução do Lucro

A1 Custo de Serviços; A2 Custo de Materiais;

A1.1 Reduzir custos com serviços; A2.1 Reduzir custos com materiais;

B Custo com Serviços

∑ dos custos de Serviços

próprios + os custos de serviços

contratados utilizados nas Manutenções

Aumento do Custo Total de Manutenção

B1 HE; B2 Atividades Temporárias;

B3 Contratos de Suporte Técnico; B4 MTTR; B5 Backlog;

B1.1 Reduzir HE; B2.1 Reduzir o número de atividades temporárias; B3.1 Desenvolver Fornecedores alternativos; B3.2 Solicitar serviço de Disk help; B4.1 Reduzir o MTTR; B5.1 Controlar Backlog;

C

Custo com Materiais

∑ dos custos de Materiais

utilizados nas manutenções

Aumento do Custo Total de Manutenção

C1 % de Materiais Importados; C2 Má especificação; C3 Conjuntos no estoque; C4 Nível de estoque; C5 Compra direta; C6 Qualidade material; C7 MTBF;

C1.1 Reduzir o % de materiais importados; C2.1 Engenharia de Aplicação – especificação correta; C3.1 Desmembrar conjuntos e cadastrar seus itens; C4.1 Aumentar estoque de segurança; C5.1 Cadastrar item no estoque; C5.2 Cadastrar fornecedores diretos; C5.3 Cadastrar peças como compra direta com suas especificações técnicas; C6.1 Melhorar estocagem no almoxarifado; C6.2 Trocar de Fornecedor; C6.3 Rever meios de transporte; C7.1 Aumentar o MTBF;

Fonte: Apêndice A

Abaixo, foi detalhado o significado de cada coluna:

(a) ID (1º coluna)

O símbolo “ID” é a abreviação da palavra “identificação”. Através desta

abreviação procurou-se codificar os indicadores propostos, utilizando-se letras do

alfabeto, para facilitar a identificação dos indicadores e de seus agentes causadores

no presente trabalho apresentado.

(b) Indicador (2º coluna) Para Kardec (2002), a principal função dos indicadores de desempenho é

indicar oportunidades de melhoria dentro das organizações. Estas oportunidades

são às vezes difíceis de serem identificadas, mas com a determinação de um

indicador, estabelece-se uma variável a ser monitorada e acompanhada que pode

direcionar para um desvio dentro da organização. Este indicador pode ser o início de

um estudo mais aprofundado quando encontrado que outros índices são

dependentes deste.

58

(c) Fórmula (3º coluna)

Quando se trata de metas tangíveis, isto é, que podem ser mensuráveis,

considera-se que o indicador é obtido através de uma equação matemática, mesmo

que esta utilize apenas as operações de simples soma. A esta determinação

matemática chama-se de fórmula.

(d) Conseqüência Imediata (4º coluna)

A conseqüência imediata pode ser entendida como sendo a apresentação do

problema decorrente de uma baixa performance do indicador. Para se identificar a

conseqüência imediata, deve-se considerar que o indicador em questão é um agente

causador.

(e) Agentes Causadores (5º coluna)

Os agentes causadores são identificados como sendo as possíveis causas que

podem levar o indicador a ter um dado efeito. Este efeito é também conhecido como

conseqüência Imediata. Os agentes causadores podem em alguns casos ser

medidos, isto é: são tangíveis. Neste caso, são indicadores e integram a 2º coluna.

(f) Ação Proposta (6º coluna)

As ações propostas são ações que podem bloquear os agentes causadores.

Para cada agente causador, existe uma ação proposta básica. As ações propostas

são caracterizadas como “o que fazer”. Não é objeto deste trabalho em detalhar as

ações em um nível de “como fazer”. Portanto, ao ler-se que um indicador possui uma

baixa performance, pode-se recorrer diretamente às ações propostas para melhorar

sua performance.

O resultado da análise iniciada pelo custo total da manutenção demonstrou que

26 indicadores devem ser monitorados para se obter informações sobre a

performance de custos de manutenção. Estes 26 indicadores estão dispostos

abaixo:

• Custo total da manutenção

• Custo com serviços

• Custo com materiais

59

• MTBF

• MTTR

• Nº de intervenções de OPL

• HE

• Backlog

• Hh de treinamento em equipamentos críticos

• Eficiência de programação

• Nº de acidentes com afastamento

• % de materiais importados

• % de conjuntos em estoque

• Nº de itens zerados no estoque

• Nº de itens comprados por compra direta

• Nº de documentação técnica indequada

• % cumprimento de Plano de manutenção

• % de intervenções assertivas do fornecedor

• % de intervenção preditiva monitorada

• Dificuldade de execução de atividades causadas por ferramentas

• Nº de substituições de itens por equipamentos

• Padronização de materiais

• Nº de atividades temporárias

• Absenteísmo

• Retrabalhos

• Turn-over

Através do monitoramento destes 26 indicadores e da implementação das

ações propostas, acredita-se que pode-se melhorar a performance da manutenção

no que se refere aos custos de manutenção.

3.7.1 Detalhamento dos indicadores com suas respectivas causas

O detalhamento dos indicadores consiste em explicar o significado de cada

indicador, referenciar quando possível um autor que sustente sua definição, e

informar quais são as possíveis causas que podem afetar o desempenho deste.

60

Quando a causa de um indicador não atender as condições descritas na no

fluxograma da figura 7, este não será tratado como um indicador, e por isso não terá

uma ênfase no detalhamento deste item. Por outro lado, entende-se ser necessário

uma breve descrição explicativa quanto ao posicionamento do autor referente a esta

causa, de forma que justifique sua consideração no trabalho.

A. Custo Total de Manutenção

Este indicador é usualmente utilizado em todas organizações que possuem a

função manutenção, podendo ser tratado por algumas, como objetivo primordial de

estratégia empresarial. Para o caso da metodologia apresentada neste trabalho

pode ser considerado um indicador financeiro e de controle final. É definido como

sendo a soma dos custos gastos com materiais e serviços na manutenção. Portanto,

é composto pelos indicadores:

• Custos de Serviços

• Custos de Materiais

Tabela 7: Análise do indicador custo total da manutenção

Id Indicador Fórmula Conseqüência Imediata

Agentes Causadores Ação Proposta

A Custo Total de Manutenção

∑ dos custos de Serviços e de Materiais

Redução do Lucro

A1 Custo de Serviços; A2 Custo de Materiais;

A1.1 Reduzir custos com serviços; A2.1 Reduzir custos com materiais;

Fonte: Apêndice A

B. Custo de Serviços

Este indicador retrata os custos envolvidos com pessoas e sua composição é

compreendida como sendo os custos de pessoal mais os custos de contratação. Os

custos de pessoal podem ser diretos, como salários e comissões; indiretos, como

encargos e benefícios; e administrativos como rateio de gastos das áreas de Rh e

capacitação. Os custos com contratação também podem ser diretos, custos dos

contratos permanentes e eventuais; indiretos, utilidades e serviços utilizados por

terceiros e custeados pela empresa; e administrativos, rateio de gastos das áreas de

Rh e capacitação relacionados as áreas de contratos (TAVARES, 1999). O custo

com serviços pode ser uma despesa variável ou fixa e é impactado pelas seguintes

causas:

61

• HE

• O número de atividades temporárias

• Escopo dos contratos de Suporte Técnico

• MTTR

• Backlog

Tabela 8: Análise do indicador custo de serviços

Id Indicador Fórmula Conseqüência Imediata

Agentes Causadores

Ação Proposta

B Custo com Serviços

∑ dos custos de Serviços próprios + os

custos de serviços contratados utilizados

nas Manutenções

Aumento do Custo Total de Manutenção

B1 HE; B2 Atividades Temporárias;

B3 Contratos de Suporte Técnico; B4 MTTR; B5 Backlog;

B1.1 Reduzir HE; B2.1 Reduzir o número de atividades temporárias; B3.1 Desenvolver Fornecedores alternativos; B3.2 Solicitar serviço de Disk help; B4.1 Reduzir o MTTR; B5.1 Controlar Backlog;

Fonte: Apêndice A

C. Custo com materiais

Os custos de materiais também são muito utilizados nas corporações pois

podem representar uma parcela significativa dos gastos. Podem ser divididos em

diretos como custo de reposição de material; indiretos como capital imobilizado e

pessoal do almoxarifado; e administrativos como rateio dos gastos das áreas de

compra e administração de material em função ao tempo de ocupação do pessoal

para atendimento à manutenção (TAVARES, 1999). É considerado como uma

despesa variável e possui como agentes impactantes os seguintes:

• O percentual de Materiais Importados no estoque

• A má especificação do material

• Códigos de estoque que contemplam conjunto de itens

• O nível de estoque

• O número de compras de itens não estocáveis

• A qualidade material

• MTBF

62

Tabela 9: Análise do indicador custo de materiais Id Indicador Fórmula Conseqüência

Imediata Agentes

Causadores Ação Proposta

C Custo com Materiais

∑ dos custos de Materiais

utilizados nas manutenções

Aumento do Custo Total de Manutenção

C1 % de Materiais Importados; C2 Má especificação; C3 Conjuntos no estoque; C4 Nível de estoque; C5 Compra direta; C6 Qualidade material; C7 MTBF;

C1.1 Reduzir o % de materiais importados; C2.1 Engenharia de Aplicação – especificação correta; C3.1 Desmembrar conjuntos e cadastrar seus itens; C4.1 Aumentar estoque de segurança; C5.1 Cadastrar item no estoque; C5.2 Cadastrar fornecedores diretos; C5.3 Cadastrar peças como compra direta com suas especificações técnicas; C6.1 Melhorar estocagem no almoxarifado; C6.2 Trocar de Fornecedor; C6.3 Rever meios de transporte; C7.1 Aumentar o MTBF;

Fonte: Apêndice A

D. MTBF

Mean Time Between Failure - MTBF, ou em português: Tempo Médio entre

Falhas; pode ser entendido como sendo a esperança matemática do tempo entre as

falhas de um item (NBR 5462, 1994). Quanto maior for o número de falhas, menor

será o MTBF e maior será a probabilidade de requisições de materiais e maiores

serão os desvios. Este indicador possui como agentes causadores de desvio os

seguintes:

• A falta de material em estoque

• Capacitação

• A falta documentação técnica sobre o equipamento

• As ações corretivas são focadas na conseqüência e não nas causas

• O Plano de Manutenção não é realizado ou não é eficaz

• A assistência técnica do Fornecedor não elimina a falha

• Não existe estudo sobre “como as falhas se comportam”

• Fim de vida útil do equipamento

• Não existe Manutenção Preditiva Objetiva

• O Executante não possui perfil para a atividade

• A Política de Manutenção é inadequada para o equipamento e ou

Família

63

• Retrabalho

E. MTTR

O MTTR ou Mean Time to Repair é uma sigla da língua inglesa que significa

Tempo de restabelecimento médio. Assim como o MTBF, é considerado como um

indicador indispensável nas organizações mundiais, sendo classificados por Tavares

como indicadores de classe mundial. Pode ser entendido como a esperança

matemática do tempo de restabelecimento (NBR 5462, 1994). Quanto mais tempo

se leva para se restabelecer a função de um equipamento maior será o tempo médio

para reparo, resultando numa probabilidade maior de aumento dos custos dos

contratos de manutenção, principalmente os pagos por homem hora. Abaixo, poderá

ser visto alguns itens que podem interferir neste indicador:

• Capacitação

• Falha na priorização dos serviços e falta de fluxos (desde a solicitação

do serviço até a execução)

• As ferramentas não são adequadas para execução da atividade

• O atendimento no Almoxarifado é lento

• Falta de materiais em estoque

• O Local de trabalho não apresenta condição de segurança para

execução da atividade requerida

• A Oficina de Manutenção ou bancada para testes é localizada muito

longe

• A Falta documentação técnica sobre o equipamento

• Não existem instrumentos para diagnosticar a falha

• O acesso ao equipamento é difícil

• O equipamento é de alta complexidade para manutenção

• A assistência técnica do Fornecedor não é bem executada

• Não existe estudo sobre “como as falhas se comportam”

• Fim de vida útil do equipamento

• Muitos materiais são substituídos na intervenção

• A falta de Padronização de materiais

• O executante não possui perfil para a atividade

64

F. Nº de intervenções de OPL

A OPL é entendida no meio industrial como sendo a operação de primeira linha.

Para Xenos (1998) a OPL é a execução de algumas tarefas rotineiras de limpeza,

inspeção e lubrificação dos equipamentos e que são realizadas pelos operadores.

Estas tarefas são caracterizadas por serem repetitivas e não requerem alto grau de

especialização. Nesta visão estratégica, consegue-se a redução de pessoal da

manutenção, mas para isto é preciso que exista uma divisão de trabalho entre os

dois departamentos (manutenção e operação) que esteja adaptada à realidade da

empresa. A OPL pode sofrer influência de alguns itens, como:

• A capacitação da operação

• O Planejamento operacional

• A Política operacional

G. HE

A hora extra ou HE pode ser compreendida como sendo a hora trabalhada

diferente do horário contratual legal ou normativo, e que por isso deve ser

remunerada com adicional respectivo (CLT, 1994). A hora extra pode ser resultado

da ineficiência de uma atividade ou um tempo elevado para disponibilizar um

equipamento. A HE pode ter um custo fixo ou variável para a empresa, dependendo

do tipo do contrato da empresa. Se a mão de obra for própria, o custo será variável,

mas se a mão de obra for contratada, poderá ser fixo ou variável, dependendo do

tipo de contrato firmado com a contratada. Alguns itens devem ser observados para

se evitar a HE. São os seguintes:

• MTBF

• MTTR

• O Backlog

• Erro no Planejamento da atividade

• Absenteísmo

• Retrabalho

• Turn-over

65

H. Backlog

O Backlog é o tempo que a equipe de manutenção deverá trabalhar para

executar os serviços pendentes, supondo que não cheguem novos pedidos durante

a execução dessas pendências (TAVARES, 1999). Portanto, Backlog tem significado

de pendência, que em alguns casos, para ser eliminado e ou reduzido necessita-se

de aumentar os custos, como: contratar apoio e ou horas extras. Deve-se atentar

para os seguintes itens:

• A baixa eficiência de Programação

• O erro no dimensionamento da equipe

• MTTR

• As atividades sazonais

• A Falta de Operação de Primeira Linha feita por operadores

• O Plano de Férias

• Nº de acidentes c/ afastamento

• MTBF

• O erro no planejamento

• Absenteísmo

• Turn-over

• Retrabalho

I. Hh treinamento em equipamentos críticos

De acordo com Xenos (1998), o homem hora gasto com treinamento é um

indicador que quando bem utilizado, indica desempenho vital no gerenciamento da

manutenção, pois é um dos investimentos de retorno mais seguro quando se deseja

evitar a ocorrência de falhas e aumentar a produtividade dos equipamentos. Porém,

quando investido é realizado em equipamentos que não necessitam de atenção

devida, transformam-se em desperdícios, por isso deve-se identificar os

equipamentos e ou sistemas críticos do processo, como os que possuem alto grau

de especialização, dificuldade na obtenção de assistência técnica ou ainda taxas de

falhas elevadas. Através de um direcionamento nestes equipamentos, pode-se

construir uma estratégia de treinamento. Deve-se atentar para os seguintes itens:

66

• Orçamento para treinamento

• Local para treinar

• Pessoal próprio não está qualificado como instrutor

• Pessoal externo não está qualificado como instrutor

J. Eficiência de programação

Uma programação eficiente pode ser obtida através de uma boa análise da

atividade, seqüência, métodos de trabalho, materiais e sobressalentes, dispositivos e

ferramentas, mão de obra e tempo necessário para a reparação de um item

(BRANCO FILHO, 2000). Segundo Branco Filho (1995) uma boa programação reduz

o tempo de espera das máquinas, reduz o tempo final de execução das tarefas e

aumenta a eficiência do mantenedor. Quando a eficiência de execução é baixa,

significa dizer que executamos menos atividades do que planejamos. Os itens que

podem afetar esta eficiência são:

• MTBF de equipamentos que paralisam a produção

• Nº de acidentes com afastamento

• Erro no dimensionamento da equipe

• Erro de planejamento

• Capacitação

• Baixa eficiência de cumprimento de planos de manutenção

• Absenteísmo

• Retrabalho

• Turn-over

K. Nº de acidentes com afastamento

O Acidente é o evento não planejado que resulta em morte, doença, lesão,

dano ou outra perda (OHSAS 18001, 1999). O número de acidentes pode informar o

quanto a empresa está preocupada com a segurança de pessoas, com

conseqüências que levam a avaliação da existência de características de projeto

que eliminam ou reduzem a necessidade de precauções por parte do trabalhador.

Para Alvarez (2001) estas características aparecem na forma de proteções, alarmes,

67

sistemas de desligamento automático, etc. Alguns aspectos devem ser observados

quanto ao foco na redução de acidentes.

• A falta de sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional

• A falta de técnico e ou Engenheiro de Segurança

• A falta de ferramentas preventivas ao acidente

L. % de materiais importados

Os materiais importados, ou vindos de outro país, geralmente possuem custo

maior quando comparado ao material similar fornecido no Brasil. Esta similaridade,

nem sempre significa que pode-se utilizar materiais nacionais (itens listados abaixo).

Um exemplo de custo elevado são materiais vindos da Europa e dos Estados

Unidos, pois existe uma diferença cambial. Quanto maior o número de itens

importados, dependendo do país a ser importado, maior será o custo dos materiais.

• A falta de opções de compra no Brasil

• Os Materiais nacionais não são qualificados

• O Contrato de parceria

• A falha na pesquisa de opções no Brasil

M. % de conjuntos em estoque

O estoque é o conjunto de itens acumulados a espera de uma utilização

posterior, que permite a realimentação permanente de seus utilizadores no processo

produtivo da empresa (DANTAS; ISENSEE; XAVIER, 2003). Quando estes itens

acumulados podem ser desmembrados em sub-itens, então podemos inserir uma

quantidade da itens ainda maior referente ao mesmo equipamento. Esta ação de

subdividirmos os itens pode reduzir o custo da manutenção, porém exige que os

técnicos de manutenção possuam conhecimento para a troca destes itens, desde

que seja possível. No momento da definição do estoque é importante se definir com

bastante critério o que ser inserido. Não se pode abarrotar o estoque de conjuntos,

pois seu custo será maior do que apenas um item, por isso é necessário avaliarmos

o que devemos trocar, seja preventivamente ou de forma corretiva, apenas o

68

necessário e crítico. Evitar conjuntos cadastrados pode promover uma boa

economia, portanto é necessário atentar-se a lista abaixo:

• Os Itens não são fornecidos separadamente pelo fornecedor

• A falta de uma melhor avaliação técnica

• O custo dos itens separados inviabiliza desmembrar o conjunto

• Capacitação

• Complexidade para trocar muitas peças aumentando o risco de falhas

N. Nº de itens zerados no estoque

Este indicador demonstra a fragilidade da manutenção pois a falta de materiais

em estoque implica negativamente na qualidade da intervenção preventiva assim

como na corretiva, sendo assim necessária a implementação de paliativos. Entende-

se por faltar o ato de deixar de fazer ou de cumprir algo, ou mesmo um erro. Uma

vez definido quais devem ser os pontos de ajustes ideais, espera-se que a

manutenção juntamente som o setor de suprimentos providenciem o mais rápido

possível a sua reposição. Para isso, deve-se considerar também um estoque mínimo

ou de segurança e ele deve ser dimensionado de forma que previna o consumo

acima do normal e os atrasos de entrega durante o período de revisão e tempo de

reposição (DANTAS; ISENSEE; XAVIER, 2003). Alguns itens devem ser avaliados

com cautela para que erros deste tipo não ocorram. São eles:

• Fluxo de trabalho inadequado

• Software de gestão de materiais inadequado

• Os materiais são importados

• A Logística é complexa

• Falha no Fornecimento dos materiais

• Demanda de pico

• Estoque de segurança ou reposição inadequado

• Erro no planejamento

69

O. Nº de itens comprados por compra direta

Chama-se de compra direta a compra de itens que não estejam estocáveis. O

fato de ser estocável ou não depende de alguns fatores, como:

• O custo de manter o item em estoque é maior do que o da perda;

• O tempo de reposição permite que Suprimentos trabalhe com o

sistema just-in-time;

• O equipamento pode aguardar esta peça por tempo superior ao da

entrega, mesmo sendo importado.

Porém, quando não se possui um contrato de reposição, perde-se o poder de

barganha, tendo assim que pagar o preço de mercado. Assim sendo, os custos

podem ser maiores devido a necessidade do material quando em caráter

emergencial. Abaixo alguns itens devem ser avaliados:

• A falta de cadastro de item no estoque

• Atividades Temporais

• Erro de planejamento

P. Nº de documentação técnica inadequada

Este é um item que passa despercebido por muitas empresas mas não se

tendo à disposição a documentação técnica do equipamento, então pode-se agir de

forma incerta, não bloqueando a causa raiz da falha. De acordo com Xenos (1998),

um dos fatores problemáticos que contribui para a baixa eficiência na Gestão da

Manutenção são os recursos materiais como documentação técnica, tais como:

manuais de manutenção e catálogos de peças. A falta da documentação atrasa a

solução do problema quando este se faz necessário de um documento, portanto

deve-se atentar aos itens listados abaixo:

• O arquivamento inadequado

• Pendência de entrega do Fornecedor

• Faltam revisões de documentos

70

Q. % cumprimento de Plano de manutenção

Através da análise da definição de plano de manutenção dada por Xenos e o

trabalho de Moubray com o MCC, entende-se por plano de manutenção as

atividades preventivas, preditivas e detectivas, que possuem periodicidade definida,

destinadas a evitarem falhas. Caso não existita um plano de manutenção em um

equipamento (não que seja obrigatório existir), é talvez um indício de que este

equipamento pode vir a apresentar falha, pois não se está fazendo nada para evitá-

la. Quando o plano existe, pode-se ter diversos problemas como a periodicidade

errada, ou seja, um tempo de manutenção do plano superior ao tempo da falha; ou

mesmo a falta de previsão de troca de algum componente. As ações recomendadas

num plano devem ser muito bem analisadas, pois caso alguma atividade não seja

realizada, poderá ser a causa de uma falha. É necessário que ocorram medições de

eficácia do plano de tempos em tempos.

Xenos (1998) descreve que as principais causas do não cumprimento de

planos de manutenção são: falta de comprometimento com o gerenciamento do

plano de manutenção, número elevado de falhas impedindo o cumprimento total do

plano e a falta de giro do ciclo PDCA sobre as ações preventivas do plano de

manutenção. Porém, através deste trabalho se identificou as seguintes causas:

• Capacitação

• A falta de materiais em estoque

• As ferramentas são inadequadas para realizar a atividade preventiva

• O local de trabalho é inseguro

• O acesso ao equipamento é difícil

• Executante não possui perfil para a atividade

• Dimensionamento de equipe

• Atividades Temporais

• Plano de Férias

• Nº de acidentes com afastamento

• Erro no planejamento

• Baixo MTBF

• A Política de Manutenção é inadequada

• Eficiência de execução de OPL

71

• Absenteísmo

• Retrabalho

• Turn-over

R. % de intervenções assertivas do fornecedor

Este indicador torna-se importante porque acredita-se que o fornecedor, que

geralmente é o próprio fabricante do equipamento, conheça o equipamento melhor

do que a equipe de manutenção, afinal o fornecedor dispõe de recursos técnicos e

didáticos que fazem a diferença na solução. Mas é importante ressaltar que o

atendimento ao cliente é característica fundamental na prestação de serviços, por

isso as atividades devem ser informadas por meio de relatórios de atendimento,

pesquisa de satisfação de cliente, reunião para encerrar o atendimento, etc. A

assistência técnica deve ser avaliada na hora da aquisição de um equipamento, pois

seu atendimento pode ser importante quando necessário na solução de problemas.

O item primordial para análise deste indicador é:

• A capacitação do fornecedor

S. % de intervenção preditiva monitorada

Este tipo de manutenção possibilita muitos ganhos, pois se pode definir o

tempo certo para parar o equipamento para a manutenção além de evitar

manutenções preventivas desnecessárias, evitando assim que o técnico de

manutenção possa inserir falhas no equipamento. A manutenção Preditiva é a manutenção que permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva (NBR 5462, 1994).

De acordo com Kardec; Nascif; Baroni (2002), esta manutenção é sub-

classificada como objetiva quando o acompanhamento é feito com base em

medições utilizando equipamentos ou instrumentos especiais, como: Radiações

Ionizantes, Energia Eletromagnética, Energia Acústica, Análise de Vibrações,

Termometria, Ferrografia, etc. O cumprimento deste plano deve ser acompanhado

com rigor e para tal, é necessário observar os seguintes pontos:

72

• A política de Manutenção é inadequada

• Capacitação da equipe de manutenção

• Alto custo de investimento

• Executante não possui perfil para a atividade

• Nº de Acidentes com afastamento

• O local de trabalho é inseguro

• O acesso ao equipamento é difícil

• Dimensionamento de equipe

• Atividades Temporais

• O Plano de Férias

• Erro no planejamento

• Baixo MTBF

• Absenteísmo

• Retrabalho

• Turn-over

T. Dificuldade de execução de atividades causadas por ferramentas

Um dos fatores que contribuem para que os planos preventivos não sejam

cumpridos é a falta de ferramental adequado para realizar a atividade. A utilização

de ferramentas não apropriadas para a atividade poderá provocar baixa eficácia,

baixa eficiência e até acidentes (XENOS, 1998). Alguns itens podem causar

problemas com ferramental, como os descritos abaixo:

• Mau uso das ferramentas pelos técnicos

• A má qualidade das ferramentas

U. Nº de substituições de itens por conjuntos de itens

Um dos principais aspectos a serem observados na busca das causas

fundamentais das falhas quanto ao cumprimento dos padrões de manutenção, é se

as trocas de peças dos equipamentos estão sendo feitas com base nos

procedimentos (manuais de manutenção). Este problema poderá ser minimizado,

segundo Alvarez (2001) através da utilização do conceito da Modularidade, que

refere-se ao layout para a instalação dos componentes de forma setorizada,

73

formando blocos definidos em conjuntos especializados pela função e/ou

característica construtiva (transmissão, comando, mecânico, elétrico, etc.),

permitindo a retirada/colocação do conjunto de componentes em blocos. Esta

característica evita necessidades de desmontagem/montagem individual dos

componentes. Para se alcanças esta excelência, é necessário observar os seguintes

itens:

• Capacitação

• A vida útil do equipamento

• A Política de Manutenção

V. Padronização de materiais

Uma grande variedade de modelos e tipos de equipamentos diferentes cria

dificuldades de obtenção de peças de reposição e treinamento do pessoal, além de

aumentar o número de diferentes ferramentas, instalações, padrões e procedimentos

para execução da manutenção (XENOS, 1998). Para Alvarez (2001) a padronização

e a intercambiabilidade indicam características dimensionais (formas e volumes),

idênticas ou semelhantes, em componentes com atividade funcional igual ou similar

(independente do fabricante), permitindo sua substituição ou intercambiabilidade,

sem prévia adaptação. As normas ISO 9000 contribuem para satisfazer esta

característica, favorecendo também a aquisição de componentes sobressalentes e

redução de estoques. Portanto, este indicador é de extrema importância para

redução de custo de estoque e de materiais gastos nas áreas, além de facilitar a

manutenção e o conhecimento. Os agentes causadores de perdas neste tópico são:

• Capacitação

• O software de gestão de materiais é inadequado

• Os materiais são importados

W. Nº de atividades temporárias

Atividades temporárias são atividades executadas em um período de tempo

que dependem de uma oportunidade. Na manutenção, grandes eventos como

paradas de Fábrica e visitas importantes são exemplos de atividades temporárias.

74

Quando o número de atividades supera a capacidade da equipe, então torna-se

necessária a contratação de equipes de apoio. Evitar esta situação é favorável pois

evita assim gastos extras com contratação de mão de obra excedente. É importante

avaliar os seguintes itens:

• Erro de Planejamento

• A cultura organizacional

• Orçamento inadequado

• Clima

• As Normas regulamentadoras

• Safra para colheita

• Logística

X. Absenteísmo

Este indicador é muito utilizado por demonstrar as ausências de trabalho dos

colaboradores. Pode ser entendido como sendo o hábito de estar freqüentemente

ausente de um local (de trabalho, estudo, etc.) (FERREIRA, 1993). Abaixo estão

listadas algumas causas deste indicador:

• As doenças

• Fator comportamental dos funcionários

Y. Retrabalhos

Retrabalho é o ato de fazer novamente o serviço ou o trabalho, de repetir

atividades dentro de um mesmo serviço ou então repetir todo um serviço que não

ficou bem feito, fora do prazo razoável para degradação do item, objeto do mesmo

(prazo de garantia) (GAMA, 1999). É portanto uma improdutividade que precisa ser

bem apurada e por isso sugere-se trabalhar nos seguintes tópicos:

• Capacitação

• A má qualidade das ferramentas

• A Vida útil do equipamento

• Itens zerados em estoque

75

Z. Turn-over

Corresponde ao percentual de recursos humanos substituídos na equipe para

um determinado período e que afeta diretamente a competência do serviço de

manutenção (MENDES, 2002). Indicador também muito utilizado pela gestão pois

compromete o futuro da organização. Suas causas básicas podem ser:

• A Satisfação ou motivação

• O Mercado

• Fator comportamental do funcionário

76

4 PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE INDICADORES BALANCEADOS DA MANUTENÇÃO PARA CONTROLE DE CUSTOS

A globalização dos mercados resultou na necessidade de criar novos modelos

de gerenciamento que fossem capazes de enfrentar o novo ambiente altamente

competitivo e de acirrada concorrência surgida nesta nova fase da história da

economia mundial, denominada era do conhecimento.

Entre os novos modelos criados, destacou-se o Balanced Scorecard – BSC que

surgiu a partir da importância crescente dos indicadores não-financeiros na análise

do desempenho das organizações. Esse novo sistema ao se preocupar, sobretudo,

com o desempenho futuro das organizações, impulsionou o desenvolvimento de um

novo sistema de mensuração capaz de estabelecer um balanço entre os indicadores

tradicionais de resultados e os novos indicadores chamados de vetores do

desempenho futuro ou indicadores de tendências.

Apesar da importância fundamental dos sistemas de mensuração na nova era

do conhecimento, constatou-se, a existência de uma lacuna na identificação dos

indicadores estratégicos de desempenho a partir dos objetivos estratégicos das

empresas. Em face dessa constatação, esse trabalho apresentou um modelo

destinado a contribuir para sanar essa lacuna.

4.1 ESTUDO DE CASO

O local pesquisado foi o site de uma empresa brasileira que possui sede em

Porto Alegre, conforme mencionado no item 1.6. Fundada em 1987, orientava suas

atividades para projeto, fabricação e manutenção de instrumentação analítica. A

empresa desenvolve analisadores, sendo o único fabricante nacional e um dos

poucos mundiais de analisadores de TRS1 (Total Reduced Sulphur). Mais do que

produtos, o que faz desta empresa uma referência nacional é o comprometimento

1 Compostos Reduzidos de Enxofre: apresentam-se em forma de péssimo odor - mau cheiro, porém não sendo considerados perigosos à saúde humana.

77

com o cliente2 contratante. Atualmente a empresa participa de vários segmentos do

mercado industrial, com mais de 550 profissionais de produção, engenharia,

manutenção e marketing, qualificados e distribuídos em unidades nos principais

estados brasileiros. São equipes permanentes atuando dentro de grandes

empresas. Possui como visão o crescimento sendo a melhor empresa de

manutenção elétrica e instrumentação no Brasil. Por sua característica, posiciona-se

no mercado através da oferta de um produto diferenciado, agregando valor ao

resultado do cliente de forma personalizada.

O estudo foi realizado em um dos contratos de parceria da empresa localizado

no Espírito Santo, possuindo manutenção na área de instrumentação, analítica,

automação e metrologia. Possui um efetivo de aproximadamente 80 pessoas, onde

atua no setor de engenharia de manutenção, planejamento de grandes paradas,

controle metrológico, manutenção 24 horas de instrumentação, analítica e

automação além de reparos eletrônicos.

4.1.2 Descrição das atividades da Empresa Contratada

Empresa especializada em gestão de contratos de Manutenção (Manutenção

em Instrumentação e Elétrica, com módulos especializados de Analítica, Automação

e Metrologia) através de terceirização, focada em indústrias de processo contínuo.

Além da capacitação técnica da equipe, o que a torna realmente especial é a

capacidade de oferecer soluções personalizadas para cada cliente, com flexibilidade

e busca constante de superações e desafios. Possui como principais atividades:

1 Estratégia de manutenção e de atendimento;

2 Engenharia de manutenção e planejamento;

3 Planos de manutenção preventiva e preditiva;

4 Atendimento 24h com técnicos de plantão;

5 Planejamento e programação das atividades;

6 Execução das manutenções corretivas, preventivas e preditivas;

7 Manutenção da documentação técnica;

8 Especificação e homologação de material sobressalente;

2 Cliente pode ser entendido como uma empresa produtora de algum bem que apresenta a empresa prestadora de serviços uma ou mais necessidades ao atendimento de suas metas.

78

9 Gestão do histórico de manutenção;

10 Planejamento, supervisão e execução de serviços de parada geral;

11 Gerenciamento técnico de serviços contratados;

12 Sistema de qualidade de acordo com ISO 9001 e ISO 14001;

13 Auditorias de avaliação de performance.

Atualmente a empresa encontra-se em fase de ajustes para contrato de

performance com a contratada, cujo objetivo é o de garantir o alinhamento dos

esforços na direção desejada, antecipando resultados superiores e agregando valor

ao negócio da contratante, de forma lucrativa para a contratada.

4.2 APRESENTAÇÃO DO MODELO EXISTENTE

Em termos genéricos, a justificativa para a presente aplicação pode ser

entendida a partir da situação vivenciada por uma empresa prestadora de serviços

de manutenção de médio porte, possuindo um contrato de serviços com empresa de

grande porte situada no ES.

Nos últimos 4 anos, é testado um modelo de medição de performance da

manutenção através do uso de indicadores. O grande desafio enfrentado por esta

empresa esta pautada na dificuldade de identificação de indicadores que realmente

sejam importantes ao seu processo e que estejam alinhados à sua estratégia,

conforme condições contratuais firmadas com a empresa de grande porte.

O mapa estratégico apresentado na figura a seguir revela a estratégia que a

empresa adotou em relação ao cenário identificado em 2002, caracterizado pelas

necessidades apresentadas por seu cliente somados ao nicho em que a empresa

atua e seu posicionamento no mercado pela diferenciação conforme anteriormente

descrito.

Num processo desenhado entre as duas empresas, com o objetivo de agregar

valor ao cliente proporcionando ao contratante maior lucratividade, foram definidos

alguns indicadores que pudessem avaliar se a empresa prestadora de serviços está

realmente agregando este valor. Os principais indicadores foram: perda teórica de

produção (o que pode ser entendido por disponibilidade) e custos de manutenção.

79

Ambos indicadores referem-se ao total das perdas de manutenção referente às

atividades na área de instrumentação, analítica, automação e metrologia.

O mapa estratégico abaixo apresenta os indicadores que estão sendo utilizados

para monitoramento da performance da manutenção e de que forma estão

balanceados estrategicamente:

80

Giro AtivoLucratividadeRedução de Custos

Qualidade do ProdutoImagem

Qualidade deAtendimento

MeioAmbiente

Segurança

Patrimonial

Pessoal

Insumos

Variabilidade do Processo

DisponibilidadeOperacional

Investimentos

Estoque

Serviços

Materiais

Econômico/

Financeiro

Clientes

Processo

DisponibilidadePeças

DisponibilidadeOperacional

Engenharia deManutenção

Planos deManutenção

Tempo de Reparo

Falha de Equipamento

Acesso

OPL

Treinamentop/ Operação

Ferramentas/Instrumentos

Sistema deInformação

Procedimentos Estratégia deManutenção

Condição deInstalação

Operação

FMEA

Planejamento

Manuais

AssistênciaTécnica

DisponibilidadeDe peças

Qualidade Intrínsecaequipamentos

Processo

Aprendizado

SegurançaPatrimonial

Cliente

CapacitaçãoEquipeMotivação

Perfil DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

VariabilidadeProcesso

SintoniaMalhas

Malhas emAutomático

Qualidade de Controle

Qualidade IntrínsecaEquipamento

Confiabilidadeda Informação Metrologia

Tolerância

Planos deManutenção

CalibraçãoPadrão

MeioAmbiente

SegurançaPatrimonial

CapacitaçãoEquipe

Motivação Perfil

Cliente

Processo

Aprendizado

Qualidade do Produto

DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

Serviços Materiais

AssistênciaTécnica

Dimensionamentoda Equipe

HorasExtras Engenharia

Materiais

FalhaEquipamento

Qualidade Intrínsecado Equipamento

Redução de Custos

Econômico/

Financeiro

Processo

Aprendizado CapacitaçãoEquipe

Motivação

Perfil DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

Giro AtivoLucratividadeRedução de Custos

Qualidade do ProdutoImagem

Qualidade deAtendimento

MeioAmbiente

Segurança

Patrimonial

Pessoal

Insumos

Variabilidade do Processo

DisponibilidadeOperacional

Investimentos

Estoque

Serviços

Materiais

Econômico/

Financeiro

Clientes

Processo

DisponibilidadePeças

Giro AtivoLucratividadeRedução de Custos

Qualidade do ProdutoImagem

Qualidade deAtendimento

MeioAmbiente

Segurança

Patrimonial

Pessoal

Insumos

Variabilidade do Processo

DisponibilidadeOperacional

Investimentos

Estoque

Serviços

Materiais

Econômico/

Financeiro

Clientes

Processo

DisponibilidadePeças

DisponibilidadeOperacional

Engenharia deManutenção

Planos deManutenção

Tempo de Reparo

Falha de Equipamento

Acesso

OPL

Treinamentop/ Operação

Ferramentas/Instrumentos

Sistema deInformação

Procedimentos Estratégia deManutenção

Condição deInstalação

Operação

FMEA

Planejamento

Manuais

AssistênciaTécnica

DisponibilidadeDe peças

Qualidade Intrínsecaequipamentos

Processo

Aprendizado

SegurançaPatrimonial

Cliente

CapacitaçãoEquipeMotivação

Perfil DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

DisponibilidadeOperacional

Engenharia deManutenção

Planos deManutenção

Tempo de Reparo

Falha de Equipamento

Acesso

OPL

Treinamentop/ Operação

Ferramentas/Instrumentos

Sistema deInformação

Procedimentos Estratégia deManutenção

Condição deInstalação

Operação

FMEA

Planejamento

Manuais

AssistênciaTécnica

DisponibilidadeDe peças

Qualidade Intrínsecaequipamentos

Processo

Aprendizado

SegurançaPatrimonial

Cliente

CapacitaçãoEquipeMotivação

Perfil DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

VariabilidadeProcesso

SintoniaMalhas

Malhas emAutomático

Qualidade de Controle

Qualidade IntrínsecaEquipamento

Confiabilidadeda Informação Metrologia

Tolerância

Planos deManutenção

CalibraçãoPadrão

MeioAmbiente

SegurançaPatrimonial

CapacitaçãoEquipe

Motivação Perfil

Cliente

Processo

Aprendizado

Qualidade do Produto

DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

VariabilidadeProcesso

SintoniaMalhas

Malhas emAutomático

Qualidade de Controle

Qualidade IntrínsecaEquipamento

Confiabilidadeda Informação Metrologia

Tolerância

Planos deManutenção

CalibraçãoPadrão

MeioAmbiente

SegurançaPatrimonial

CapacitaçãoEquipe

Motivação Perfil

Cliente

Processo

Aprendizado

Qualidade do Produto

DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

Serviços Materiais

AssistênciaTécnica

Dimensionamentoda Equipe

HorasExtras Engenharia

Materiais

FalhaEquipamento

Qualidade Intrínsecado Equipamento

Redução de Custos

Econômico/

Financeiro

Processo

Aprendizado CapacitaçãoEquipe

Motivação

Perfil DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

Serviços Materiais

AssistênciaTécnica

Dimensionamentoda Equipe

HorasExtras Engenharia

Materiais

FalhaEquipamento

Qualidade Intrínsecado Equipamento

Redução de Custos

Econômico/

Financeiro

Processo

Aprendizado CapacitaçãoEquipe

Motivação

Perfil DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

Figura 8: Mapa estratégico da empresa estudada Fonte: Empresa

81

Como pode ser visto no mapa anterior, da figura 8 (melhor apresentado no

anexo A), a estratégia atual não encontra-se focada apenas na disponibilidade e nos

custos. Há indicadores específicos para o monitoramento da performance da

manutenção que se somados, representam mais de 50 indicadores. Em função do

grande número de indicadores e da complexidade de monitoramento dos mesmos,

considerando a limitação dos recursos envolvidos como: quantidade de pessoas, os

sistemas de informática e os processos existentes para o estudo de caso existente,

possibilitaram o monitoramento de 27 índices.

Os indicadores escolhidos foram os seguintes:

1 Acidentes

2 Apontamento de horas

3 Atendimento de turno

4 Backlog total

5 Custo da função instrumentação

6 Chamadas de plantão

7 Clima interno

8 Custo de materiais

9 Custo de manutenção por unidade de produção

10 Custo com nível de estoque

11 Número de corretivas

12 Custo de serviços

13 10 mais custos, 10 mais de falhas e 10 mais de hh

14 Horas extras

15 Incidentes

16 Malhas manuais

17 Não conformidades em função de auditorias da certificação ISO

18 % corretivas

19 Número de preditivas

20 Número de preventivas

21 % preventivas

22 % preditivas

23 Indicador de programação

24 Perda teórica de produção

82

25 Tempo médio entre falhas

26 Tempo médio para reparo

27 Treinamento do pessoal de manutenção

Porém, ao longo do tempo, verificou-se que o esforço para se levantar alguns

índices estava acima do esperado e inviabilizava seu monitoramento. Em face do

exposto, foi assumido o não monitoramento de 6 indicadores: Chamadas de

plantão, clima interno, custo com nível de estoque, número de preditivas, %

preditivas e o tempo médio para reparo. Desta forma, chegou-se a um número atual

de 21 indicadores que estão sendo monitorados de um total de aproximadamente

50.

Com a mudança do cenário político-econômico brasileiro, que proporcionou a

valorização da moeda brasileira (Real) e o controle da inflação, criou-se uma

situação favorável no mercado quanto a pagamentos de salários, despesas com

matéria-prima e materiais auxiliares. Algumas incertezas do cenário internacional e

político contribuem para oscilações no mercado brasileiro, porém como a liquidez

mundial se mantém abundante esta se encontra direcionada aos paises emergentes,

como China e Brasil.

Por outro lado, com a valorização da moeda brasileira ocorreu fenômeno

oposto à moeda americana. A queda do Dólar tem afetado de forma negativa muitos

segmentos da economia brasileira, principalmente aqueles que possuem seus

produtos acabados atrelados ao Dólar (produtos exportados). Neste sentido, pode-

se dizer que as empresas que possuem seus resultados ligados às exportações,

passam por redução de sua lucratividade.

Considerando esta nova situação, avaliou-se o mapa estratégico existente, haja

visto as condições mercadológicas da empresa contratante, pois a mesma possui

cerca de 95% de sua produção total exportada.

Diante deste contexto, avaliou-se o modelo da empresa de forma que

demonstrasse oportunidades de melhoria quanto à adequação do mapa às

condições atuais. Neste sentido, destaca-se o item “redução dos custos”,

apresentado na perspectiva financeira do modelo. A figura 9 abaixo apresenta a

visualização da delimitação do conjunto do Mapa estratégico da empresa estudada.

83

Serviços Materiais

AssistênciaTécnica

Dimensionamentoda Equipe

HorasExtras Engenharia

Materiais

FalhaEquipamento

Qualidade Intrínsecado Equipamento

Redução de Custos

Econômico/

Financeiro

Processo

Aprendizado CapacitaçãoEquipe

Motivação

Perfil DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

Serviços Materiais

AssistênciaTécnica

Dimensionamentoda Equipe

HorasExtras Engenharia

Materiais

FalhaEquipamento

Qualidade Intrínsecado Equipamento

Redução de Custos

Econômico/

Financeiro

Processo

Aprendizado CapacitaçãoEquipe

Motivação

Perfil DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

Redução de Custos

Insumos

Variabilidade do Processo

Investimentos

Estoque

Serviços

Materiais

Econômico/

Financeiro

Clientes

Processo

DisponibilidadePeças

Redução de Custos

Insumos

Variabilidade do Processo

Investimentos

Estoque

Serviços

Materiais

Econômico/

Financeiro

Clientes

Processo

DisponibilidadePeças

Figura 9: Delimitação do Mapa estratégico Fonte: Empresa

Este modelo apresentado que está delimitado à redução de custos, apresenta

19 indicadores, porém devido aos mesmas dificuldades de levantamento de

informação descritos anteriormente para o mapa completo, foram escolhidos apenas

6 indicadores para serem monitorados:

84

• Custo da função instrumentação

• Custo de materiais

• Número de corretivas

• Custo de serviços

• Horas extras

• Treinamento do pessoal de manutenção

Em face do exposto anteriormente, pode-se afirmar que a estratégia atual

apresenta deficiências em sua execução em relação ao monitoramento de seus

índices, ou seja, apenas 32% (6 indicadores de um total de 19) dos índices previstos

na estratégia estão tendo algum tipo de acompanhamento.

Este número demonstra o baixo grau de adesão da empresa à estratégia

definida, apresentando como conseqüência números diferentes do esperado. Estes

números são sustentados por resultados apresentados pela empresa no ano de

2005. O aumento dos custos de manutenção em 2005 em relação a 2003 foi da

ordem de 23,95% (gráfico 2), contra aproximados 11,5% referente ao Índice

Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – IBGE do mesmo período

(http://www.fgvdados.com.br/dsp_frs_pai_ferramentas.asp, acessado em

26/06/2006).

685

449

639

388

731

542

0

200

400

600

800

1000

1200

Média2003

Média2004

Média2005

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Serviços Materiais

Gráfico 2: Custos da Função Instrumentação Fonte: Empresa

Em síntese, analisando os resultados obtidos em 2005 pode-se confirmar a

necessidade de revisão da estratégia atual praticada pela empresa objeto de estudo

de caso.

85

4.3 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO

Conforme demonstrado no item 4.2, a dificuldade de monitoramento dos

índices levou a um baixo grau de adesão da empresa à estratégia proposta. O

modelo proposto apresentou diversos indicadores que não estavam sendo

monitorados e quando partiu-se para o alinhamento entre as pessoas envolvidas,

não ocorreu entendimento satisfatório de todos. A falta de monitoramento de alguns

índices, apesar de não ter sido sentida, não validou estratégia, pois os resultados

não foram satisfatórios conforme pode ser visto no gráfico 2.

Outro fator negativo está relacionado aos recursos, pois para monitorar alguns

índices, necessitou-se de investimento adicional na contratação de pessoas que

pudessem obter indicadores de forma manual, isto é: uma forma não automatizada

de gerar relatórios. Esta demanda resultou em contratação temporária para estágio

em administração e alocação de tempo para preparação e execução de treinamento

para esta estagiário.

Neste aspecto, uma revisão da estratégia possibilitará ganhos diretos

(alinhamento entre pessoas e obtenção de todos os índices) e indiretos (recursos).

Diante do que foi exposto neste item e das oportunidades identificadas frente

ao cenário apresentado no item 4.2, a proposta desta pesquisa está

estrategicamente embasada no controle de custos.

A análise dos dados na forma do modelo proposto, conforme apresentado

anteriormente na figura 7, do capitulo de metodologia, inicia-se a partir do custo total

da manutenção, onde deve ser identificada a formula para seu cálculo, o resultado

do seu conseqüente impacto no sistema de custo em análise, o entendimento dos

possíveis agentes causadores dos resultados obtidos e por fim as ações básicas

necessárias para controlar suas causas. Por conseguinte, analisou-se os agentes

causadores, procurando estabelecer se os mesmos poderiam ser considerados

como tangíveis e portanto serem monitorados. Através deste fluxo de decisão e

análise pôde-se identificar 26 indicadores, distribuídos assim na tabela abaixo:

86

Tabela 10: Indicadores do modelo proposto

Custo total da

Manutenção

Custo com

serviços

Custo com

materiais

MTBF

MTTR

Nº de

intervenções de

OPL

Nº de

substituições de

itens por

equipamentos

Backlog

Hh treinamento

em equipamentos

críticos

Eficiência de

programação

Nº de acidentes

com afastamento

% de materiais

importados

% de conjuntos

em estoque

Nº de itens

zerados no

estoque

Nº de itens

comprados por

compra direta

Nº de

documentação

técnica indequada

% cumprimento

de Plano

preventivo de

manutenção

% de

intervenções

assertivas do

fornecedor

% de intervenção

preditiva

monitorada

Dificuldade de

execução de

atividades

causadas por

ferramentas

HE

Padronização de

materiais

Nº de atividades

temporárias

Absenteísmo

Retrabalhos

Turn-over

Fonte: Autor

Neste sentido, o modelo está estruturado na forma de um mapa estratégico

para a função manutenção tendo como foco financeiro o controle dos custos de

manutenção consolidado na figura 10.

87

Custo Total da ManutençãoCusto de MateriaisCusto de Serviços

Documentação Técnica

PerspectivaFinanceira

Substituições de itens por

equipamentos

Materiais Importados

Itens zerados no estoque

Itens comprados por compra direta

Padronização de Materiais

Conjuntos em estoque

Atividades Temporárias Fornecedor

Backlog

Ferramentas

MTBFMTTR

HE

Eficiência de Proogramação

Absenteísmo

Acidentes com

Afastamento

Turn-over

Plano Preventivo

Preditiva Monitorada Retrabalho

OPL

HH treinamento em equipamentos críticos

PerspectivaInterna

PerspectivaAprendizado

Custo Total da ManutençãoCusto de MateriaisCusto de Serviços

Documentação Técnica

PerspectivaFinanceira

Substituições de itens por

equipamentos

Materiais Importados

Itens zerados no estoque

Itens comprados por compra direta

Padronização de Materiais

Conjuntos em estoque

Substituições de itens por

equipamentos

Materiais Importados

Itens zerados no estoque

Itens comprados por compra direta

Padronização de Materiais

Conjuntos em estoque

Atividades Temporárias Fornecedor

Backlog

Ferramentas

MTBFMTTR

HE

Eficiência de Proogramação

Absenteísmo

Acidentes com

Afastamento

Turn-over

Absenteísmo

Acidentes com

Afastamento

Turn-over

Plano Preventivo

Preditiva Monitorada

Plano Preventivo

Preditiva Monitorada Retrabalho

OPL

Retrabalho

OPL

HH treinamento em equipamentos críticos

PerspectivaInterna

PerspectivaAprendizado

Figura 10: Mapa Estratégico proposto da Função Manutenção Fonte: Autor

4.3.1 Filosofia do modelo proposto

O modelo acima proposto, que possui como perspectiva financeira o custo total

da manutenção, apresenta 26 indicadores. Ao se analisar os indicadores que já

estão sendo monitorados pelo mapa existente no sistema BSC da empresa objeto

do estudo de caso, conforme mapa estratégico anteriormente apresentado na figura

8, foi possível identificar que 10 deles estão contidos no contexto da visão do

modelo proposto, ou ainda, que 38% (10 indicadores do total de 26 propostos) dos

índices propostos no modelo para controle de custos da manutenção já possuem

tratamento. São eles:

• Custo da função instrumentação ou custo total de manutenção

• Custo de materiais

• Custo de serviços

• Horas extras

• Acidentes

• Backlog total

• % preditivas

• % preventivas

88

• Indicador de programação

• Tempo médio entre falhas

Neste sentido, 62% (16 indicadores do total de 26 propostos) dos indicadores

propostos do novo modelo necessitam de esforço adicional para monitoramento.

São os seguintes:

1 MTTR

2 OPL

3 Materiais importados

4 Conjuntos em estoque

5 Itens zerados no estoque

6 Compra direta

7 Documentação técnica inadequada

8 Intervenções do fornecedor

9 Ferramentas

10 Substituições de itens por equipamentos

11 Padronização de materiais

12 Atividades temporárias

13 Absenteísmo

14 Retrabalhos

15 Turn-over

16 HH de treinamento em equipamentos críticos

Uma vez identificado que estes são efetivamente o conjunto de indicadores

resultantes da estratégia atual adotada pela empresa, é necessário dentro da visão

desta dissertação que seja realizado trabalho de implantação do monitoramento

proposto pelo modelo sugerido, conforme figura 10.

4.3.2 Discussão dos resultados

Após a incorporação dos indicadores na forma do modelo proposto e das

mudanças realizadas na estratégia de abordagem (controle de custos na perspectiva

financeira), é objeto de discussão neste item da viabilidade do modelo proposto.

89

A tabela abaixo apresenta uma síntese de informações para julgamento da

validação do modelo proposto. A tabela é composta por 4 colunas explicadas

seguir:

1 Índice: apresenta os indicadores do modelo proposto;

2 Modelo atual: Identifica se o índice proposto está contido no modelo atual;

3 Dificuldade: nível de dificuldade para monitoramento do índice apresentado

no modelo proposto. Os níveis são divididos em 3:

Nível 1 – Indicador que já é monitorado pela empresa, estando ou não

na estratégia atual de controle de custos e é necessário para o modelo

proposto;

Nível 2 - Indicador que não é monitorado pela empresa, mas apresenta

condições de facilidade para seu monitoramento. Estas facilidades

podem ser entendidas quanto ao grau de informatização da empresa,

dos processos implantados e de pessoas como recursos envolvidos.

Nível 3 – Indicador não monitorado pela empresa e que possui

dificuldade para seu monitoramento frente aos recursos

disponibilizados (sistema informatizado de manutenção, pessoas,

fluxos e ou processos).

4 Relações causais: O número de relações causais existentes entre os índices

demonstra o grau de interação entre os eles, podendo ser entendido como o

nível de importância que um índice possui, isto é: quanto maior o número de

relações causais, maior a sua importância.

90

Tabela 11: Análise do modelo proposto

Índice Modelo atual Dificuldade Relações causaisCusto total da manutenção

Não 1 2

Custo com serviços Sim 1 4 Custo com materiais Sim 1 2

MTBF Não 1 6 MTTR Não 3 5 OPL Não 3 2 HE Sim 1 4

Backlog Não 1 6 Hh treinamento em

equipamentos críticos Não 2 4

Eficiência de programação

Não 1 4

acidentes com afastamento

Não 1 4

Materiais importados Não 3 2 Conjuntos em estoque Não 3 2

Itens zerados no estoque

Sim 2 2

Compra direta Não 2 2 Documentação técnica

inadequada Não 2 1

Cumprimento de Plano de manutenção

Não 1 5

Intervenções do fornecedor

Sim 3 1

Plano preditivo Não 1 5 Ferramentas Não 2 1

Substituições de itens por equipamentos

Não 3 2

Padronização de materiais

Não 3 2

Atividades temporárias Não 2 1 Absenteísmo Não 2 4 Retrabalhos Não 2 2 Turn-over Não 2 4

Fonte: Autor

Avaliando a tabela apresentada anteriormente, pode-se concluir que quanto à

diversidade, os novos indicadores propostos agregam valor à uma estratégia

construída para um novo cenário, haja visto que as melhorias de desempenho

exigiram grandes mudanças, caracterizado pela revisão dos sistemas de medição.

Quanto ao grau de dificuldade de monitoramento, é viável pois 10 indicadores

já estão sendo monitorados e 9 são possíveis devido as facilidades de recursos

existentes hoje no contrato. Desta forma, é possível que 73% dos índices propostos

(19 de 26 índices) estejam monitorados contra os atuais 32% da estratégia atual (6

indicadores de um total de 19).

91

Quanto a sua importância, doze (12) indicadores possuem mais de duas (2)

relações causais contra apenas sete (7) do modelo atual, o que já demonstra uma

maior identificação de indicadores críticos em relação ao modelo atual.

Contudo, alguns aspectos devem ser levados em consideração quando é

realizada uma análise conceitual dos modelos existente e proposto. Esta análise

enfatiza pontos melhorados (positivos) no modelo proposto.

No que diz respeito, quanto aos indicadores que podem refletir o grau de

satisfação do empregado ou de patamar salarial do mercado - turn-over; o grau de

segurança que a empresa oferece ao trabalhador - acidentes com afastamento; e

aos eventos relacionados ao comportamento humano - índice de absenteísmo,

comparado ao modelo existente, não demonstram nenhuma relação existente entre

estes índices e a estratégia de redução de custos. Já no modelo proposto, os

mesmos podem ser identificados na perspectiva interna, e demonstram relação

causal entre o cumprimento dos planos preventivos, preditiva monitorada, hora extra,

eficiência de programação e backlog.

A tabela 12 apresentará alguns aspectos caracterizados como vantajosos do

modelo existente:

92

Tabela 12: Vantagens do modelo proposto

MODELO EXISTENTE MODELO PROPOSTO Os materiais e serviços são

encarados como indicadores dos processos.

Materiais e serviços estão definidos na perspectiva financeira em relação à estratégia

atual de controle de custos. A engenharia de materiais é um

termo muito abrangente frente a uma estratégia de redução de custos.

Foram definidos 6 parâmetros desta engenharia de materiais que deveriam ser controlados através

de indicadores de controle; O tempo de reparo – MTTR, e seus subsistemas são identificados como

impactantes na disponibilidade operacional, desconsiderando sua relação causal com a redução de

custos.

O MTTR afeta a programação de outras atividades. Quanto mais tempo se gastar com

reparos, menos tempo sobrará com atividades de prevenção, desta forma o backlog aumenta

elevando assim os gastos com serviços

O tempo entre falhas - MTBF, e seus subsistemas são identificados como

impactantes na disponibilidade operacional, desconsiderando sua relação causal com a redução de

custos.

Quanto maiores forem as falhas nos equipamentos, maior será seu MTBF, menor será

a disponibilidade de execução de atividades programadas, maiores serão os gastos com

materiais, maiores serão as pendências – Backlog e consequentemente maior o custo com materiais

e serviços. Indicadores como capacitação e perfil

são intangíveis, dificultando seu acompanhamento.

Todos os indicadores são considerados tangíveis. Quanto a perspectiva do aprendizado, apenas um

indicador foi proposto, facilitando seu acompanhamento.

Os insumos, na maioria das vezes, não são classificados como custos de manutenção, o que dificulta o controle

deste item.

Somente foram considerados indicadores relacionados com a manutenção

Falta de uma visão para o tratamento de pendências.

Indicador de backlog centralizado no mapa devido suas muitas interfaces, o que demonstra sua

importância. Não foram consideradas as pessoas como recursos impactantes para a

redução de custos.

Considerado a disponibilidade de recursos humanos para a estratégia se através da medição

do turn-over, absenteísmo e acidentes com afastamento.

Mapa atual apresenta grande quantidade de indicadores para

monitoramento o que dificulta o foco na estratégia de redução de custos.

Mapa proposto focado na estratégia de controle de custos e apresentando poucos indicadores

para monitoramento.

Layout dificulta visualização e entendimento.

Layout otimizado e fácil para o entendimento.

HH em treinamento é um indicador que não retrata foco na solução de

problemas, pois pode-se ter diversos treinamentos em equipamentos que estão sob o domínio da manutenção

HH treinamento em equipamentos críticos demonstra foco nos equipamentos vitais à

organização

DESVANTAGENS

O mapa completo apresenta diversos indicadores que poderiam estar

alinhados a estratégia de redução de custos.

VANTAGENS

Estes indicadores foram analisados e alinhados a estratégia de controle de custos.

Fonte: Autor Referente à implementação da solução proposta, em linhas gerais, para ser

efetiva, a mesma requer a adoção de ações estratégias para monitorar os oito (8)

indicadores classificados como nível de dificuldade 2. Porém, estudos devem ser

93

realizados para que setores da informática e de suprimentos possam ajudar ao setor

da manutenção na obtenção de informações que possam levar ao monitoramento de

100% dos índices propostos. Deverão ser considerados os aspectos de como e

quando introduzir a solução, bem como os recursos, as normas e os procedimentos

corporativos já existentes.

Quanto ao número de indicadores existentes no modelo proposto (26),

comparados ao número de indicadores do modelo existente (19), pode-se afirmar

que este número superior de indicadores, do modelo proposto, pode apresentar uma

dificuldade para monitoramento com conseqüente risco do não monitoramento dos

mesmos, haja visto o histórico que a empresa possui de não monitorar os 19

indicadores do modelo atual.

94

5 CONCLUSÃO

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos últimos anos, tem-se verificado consideráveis mudanças no campo da

gestão da manutenção, revolucionando e inovando a forma de fazer negócios,

passando a ser uma fonte potencial de vantagem competitiva e tornando-se um

recurso essencial no suporte às estratégias organizacionais. Para obter êxito num

ambiente de economia globalizada, blocos econômicos regionais, concorrência

acirrada, e novas exigências do mercado pela qualidade, variedade e custos, é

fundamental que as organizações utilizem seus recursos de modo eficaz. Para tirar o

máximo de proveito, elas devem certificar-se de que seus sistemas são realmente

adequados às necessidades organizacionais. Para encontrar as soluções

adequadas, é necessário, primeiramente, o entendimento pleno do problema a ser

resolvido.

A globalização dos mercados resultou na necessidade de criar novos modelos

de gerenciamento que fossem capazes de enfrentar este novo ambiente altamente

competitivo e de acirrada concorrência surgido nesta nova fase da história da

economia mundial, denominada era do conhecimento.

Entre os novos modelos criados, destacou-se o Balanced Scorecard – BSC que

surgiu a partir da importância crescente dos indicadores não-financeiros na análise

do desempenho das organizações. Esse novo sistema ao se preocupar, sobretudo,

com o desempenho futuro das organizações, impulsionou o desenvolvimento de um

novo sistema de mensuração capaz de estabelecer um balanço entre os indicadores

tradicionais de resultados e os novos indicadores chamados de vetores do

desempenho futuro ou indicadores de tendências.

Apesar da importância fundamental dos sistemas de mensuração na nova era

do conhecimento, constatou-se, a existência de uma lacuna na identificação dos

indicadores estratégicos de desempenho a partir dos objetivos estratégicos das

empresas. Em face dessa constatação, esse trabalho apresentou um modelo

destinado a contribuir para sanar essa lacuna.

95

Neste sentido, este trabalho procurou identificar um modelo que pudesse

apresentar indicadores do processo de controle de custos da manutenção, com

vistas a sua aplicação ao estudo de caso realizado. Utilizou-se o modelo existente

construído em 2002 por uma empresa de médio porte (contratada) para gestão da

manutenção de uma empresa de grande porte (contratante). Para a reformulação do

mapa estratégico existente da manutenção foi utilizada a metodologia do Balanced

Scorecard, fundamentando-se na proposição de Kaplan e Norton.

A estruturação forneceu a base para definição do problema no nível de

detalhamento necessário e suficiente. A melhoria substancial obtida foi o

entendimento do problema e a obtenção de uma mesma visão compartilhada entre

as áreas de manutenção e gestão sobre o caso estudado. A identificação da

estratégia necessária e dos indicadores responsáveis pela execução desta

estratégia, definiram os fatores envolvidos no problema que forneceram as bases

para sua solução.

Esta especificação, fundamentada nas reais necessidades do sistema, auxiliará

à tomada de decisões técnicas e gerenciais para escolha das melhores alternativas

de solução proporcionando alinhamento com a política de gestão focada nos

resultados da empresa.

O modelo foi aplicado com as adaptações necessárias em função das

características próprias do caso, podendo-se concluir que a metodologia proposta

nesta pesquisa é aplicável ao estudo realizado e também pode ser aplicada em

outras organizações para uma estratégia de controle de custos da manutenção,

ajustando e adaptando-se as realidades próprias de cada caso.

Esta pesquisa teve como principal objetivo desenvolver um modelo baseado na

gestão por indicadores através da revisão de um modelo existente, e sua aplicação

a um estudo sobre o modelo de gestão da manutenção de uma empresa de grande

porte no Espírito Santo.

Neste sentido, a disponibilização de uma metodologia de controle de custos

através de um mapa estratégico composto por indicadores críticos adequado às

necessidades organizacionais, pode e deve colaborar eficazmente para a

maximização da produtividade dos ativos e a obtenção de metas corporativas.

96

5.2 CONSIDERAÇÕES DAS QUESTÕES FORMULADAS

Este trabalho se propôs incorporar conhecimento intensivo à gestão de

manutenção pela utilização de indicadores de performance. Esta proposta foi

alicerçada no pressuposto de que é possível sistematizar um processo de gestão por

indicadores de manutenção focado nos processos críticos de forma a suportar a

análise financeira de uma corporação. Com o objetivo de corroborar a questão de

pesquisa, torna-se necessário compreender os domínios envolvidos, identificando

suas propriedades, características, conceitos básicos, requisitos funcionais e

principalmente a natureza do conhecimento em análise, pois a compreensão é que

permite a visualização das funcionalidades básicas requeridas para esta agregação.

Neste aspecto, apresenta-se a seguir a discussão da questão formulada:

• É possível sistematizar um processo de gestão por indicadores de

manutenção focado nos processos críticos de forma a suportar a análise

financeira de uma corporação?

Através deste pressuposto, buscou-se corroborar em relação à importância de

um sistema de medição do desempenho da empresa estudada que se baseou em

indicadores no contexto da gestão empresarial com foco na manutenção industrial.

O pressuposto relativo a esta narrativa foi a existência de uma integração e

correlação de forma harmônica entre indicadores de desempenho estruturados

numa visão financeira da organização, onde buscou-se o alinhamento estratégico

entre as necessidades da corporação e o setor da manutenção.

Neste aspecto, o trabalho de identificação dos indicadores que demonstrassem

este alinhamento estratégico e uma disposição harmônica entre os mesmos, levou

em consideração os principais processos críticos ligados à manutenção que podem

interferir de forma direta, mas passível de monitoramento.

Neste sentido, considerando que na estrutura existente, por opção interna da

empresa estudada, não estavam considerados como integrante do conjunto de

indicadores da dimensão financeira (ver figura 9), necessitou-se reclassificar os

indicadores de custos de materiais e custos de serviços, como financeiros, devido a

necessidade de atendimento as demandas estratégicas atuais do mercado, relativo

97

ao segmento estudado. Estes indicadores, juntamente com o indicador custo total da

manutenção, constituíram a atual perspectiva financeira, no escopo do modelo

proposto.

5.3 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

Com base nas conclusões e limitações deste trabalho, sugere-se que novas

pesquisas sejam realizadas, como ser as que seguem:

• Desenvolver outros estudos baseados na proposta metodológica sugerida

levando em consideração o início pelas demais perspectivas;

• Aplicar o estudo para outras organizações, ou outros setores, com vistas a

aprimorar a proposta utilizada, objetivando o desenvolvimento e consolidação

de uma sistemática de gestão por indicadores.

Espera-se com o presente trabalho ter contribuído com o processo do

acompanhamento e controle gerencial, respeitando a natureza das operações de

serviços, na medida em que traz para o ambiente industrial as evoluções

relacionadas às formas de gestão das especificidades de serviços. Por sua vez, o

valor e a sua correlação com a satisfação do cliente, seja interno ou externo, sendo

um tema decisivo para o desenvolvimento de vantagens competitivas, responsáveis

pela sobrevivência das organizações produtivas, em um ambiente cada vez mais

hostil dos mercados globalizados e de tal forma que esta aplicação possa permitir a

melhora da performance das empresas prestadoras de serviço de manutenção.

98

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103

APÊNDICE A - Indicadores de causa e efeito

Id Indicador Fórmula Conseqüência

Imediata Agentes Causadores Ação Proposta

A Custo Total de Manutenção

∑ dos custos de Serviços e de Materiais Redução do Lucro A1 Custo de Serviços;

A2 Custo de Materiais;

A1.1 Reduzir custos com serviços; A2.1 Reduzir custos com materiais;

B Custo com Serviços

∑ dos custos de Serviços próprios + os custos de serviços contratados

utilizados nas Manutenções

Aumento do Custo Total de

Manutenção

B1 HE; B2 Atividades Temporárias;

B3 Contratos de Suporte Técnico; B4 MTTR; B5 Backlog;

B1.1 Reduzir HE; B2.1 Reduzir o número de atividades temporárias; B3.1 Desenvolver Fornecedores alternativos; B3.2 Solicitar serviço de Disk help; B4.1 Reduzir o MTTR; B5.1 Controlar Backlog;

C Custo com Materiais

∑ dos custos de Materiais utilizados nas manutenções

Aumento do Custo Total de

Manutenção

C1 % de Materiais Importados; C2 Má especificação; C3 Conjuntos no estoque; C4 Nível de estoque; C5 Compra direta; C6 Qualidade material; C7 MTBF;

C1.1 Reduzir o % de materiais importados; C2.1 Engenharia de Aplicação – especificação correta; C3.1 Desmembrar conjuntos e cadastrar seus itens; C4.1 Aumentar estoque de segurança; C5.1 Cadastrar item no estoque; C5.2 Cadastrar fornecedores diretos; C5.3 Cadastrar peças como compra direta com suas especificações técnicas; C6.1 Melhorar estocagem

104

no almoxarifado; C6.2 Trocar de Fornecedor; C6.3 Rever meios de transporte; C7.1 Aumentar o MTBF;

D Tempo Médio entre Falhas

(MTBF)

Relação entre o produto do número de itens por seus tempos de

operação e o número total de falhas registradas nesses itens no período

observado.

Aumenta custos com Serviços;

Aumenta custos com Materiais;

Aumenta Backlog; Reduz a

Disponibilidade Operacional;

D1 Falta de material em estoque; D2 Capacitação; D3 Falta documentação técnica sobre o equipamento; D4 As ações corretivas são focadas na conseqüência e não nas causas; D5 Plano de Manutenção não é realizado ou não é eficaz; D6 A assistência técnica do Fornecedor não elimina a falha; D7 Não existe estudo sobre “como as falhas se comportam”; D8 Equipamento em fim de vida útil; D9 Não existe Manutenção Preditiva Objetiva; D10 Executante não possui perfil para a atividade; D11 Política de Manutenção inadequada para o equipamento e ou Família; D12 Retrabalho;

D1.1 Cadastrar item em estoque; D1.2 Aumentar estoque de segurança; D2.1 Capacitar Equipe; D3.1 Recompor Arquivo técnico; D4.1 Bloquear causa raiz da Falha; D5.1 Melhorar eficiência de cumprimento de planos de Manutenção; D6.1 Melhorar assistência técnica do Fornecedor; D7.1 Desenvolver ferramentas administrativas de diagnóstico de problemas - FMEA; D8.1 Trocar equipamento; D9.1 Comprar equipamentos / instrumentos de diagnóstico Preditivo; D10.1 Avaliar o perfil do profissional para cada tipo de atividade; D11.1 Modificar a política de Manutenção do equipamento ou Família; D12.1 Reduzir retrabalhos;

E Tempo Médio Relação entre o tempo total de Aumenta os custos E1Capacitação; E1.1 Capacitar Equipe;

105

para Reparo (MTTR)

intervenção corretiva em um conjunto de itens com falha e o

número total de falhas registradas nesses itens no período observado.

com serviços; Reduz a

Disponibilidade Operacional;

Aumenta Backlog;

E2 Falha na priorização dos serviços e falta de fluxos (desde a solicitação do serviço até a execução); E3 Ferramentas não adequadas para execução da atividade; E4 Atendimento no Almoxarifado é lento; E5 Falta de material em estoque; E6 Local de trabalho não apresenta condição de segurança para execução da atividade requerida; E7 Oficina de Manutenção ou bancada para testes é localizada muito longe; E8 Falta documentação técnica sobre o equipamento; E9 Não existem instrumentos para diagnosticar a falha; E10 O acesso ao equipamento é difícil; E11 O equipamento é de alta complexidade para manutenção; E12 A assistência técnica do Fornecedor não é bem executada; E13 Não existe estudo sobre “como as falhas se comportam”; E14 Equipamento em fim de vida útil; E15 Muitos materiais são

E2.1 Melhorar Fluxos entre solicitação x Planejamento x Execução e orientar sobre prioridade; E3.1 Melhorar a qualidade e ou adequar Ferramentas necessárias; E4.1 Melhorar atendimento do Almoxarifado; E5.1 Cadastrar item em estoque; E5.2 Aumentar estoque de segurança; E6.1 Melhorar as condições de segurança; E7.1 Instalar oficina de Manutenção ou bancada nas proximidades dos Equipamentos; E8.1 Recompor Arquivo técnico; E9.1 Comprar equipamentos / instrumentos de diagnóstico; E10.1 Melhorar acesso ao equipamento; E11.1 Realizar Engenharia de Aplicação para aquisição de Equipamento com maior facilidade de Manutenção; E11.2 Treinamento do pessoal da manutenção pelo Fornecedor; E12.1 Melhorar assistência técnica do Fornecedor; E12.2 Desenvolver assistência técnica

106

substituídos na intervenção; E16 Padronização de materiais; E17 Executante não possui perfil para a atividade;

alternativa; E13.1 Desenvolver ferramentas administrativas de diagnóstico de problemas - FMEA; E14.1 Trocar equipamento; E15.1 Estudar a forma de cadastro (item ou conjunto); E16.1 Padronizar a utilização e o cadastro de materiais; E17.1 Avaliar o perfil do profissional para cada tipo de atividade;

F Nº de

intervenções de OPL

∑ das intervenções executadas caracterizadas como OPL

Aumenta Backlog; Reduz a eficiência de cumprimento do

Plano de Manutenção;

F1 Capacitação da operação; F2 Planejamento operacional; F3 Política operacional;

F1.1 Capacitar operadores; F2.1 Capacitar planejador operacional; F2.2 Revisar periodicidade; F3.1 Revisar política operacional;

G HE ∑ das horas consideradas como

extras, isto é: pagas além do valor de contrato.

Custos com Serviços

G1 MTBF; G2 MTTR; G3 Backlog; G4 Erro no Planejamento; G5 Absenteísmo; G6 Retrabalho; G7 Turn-over;

G1.1 Aumentar MTBF; G2.1 Reduzir MTTR; G3.1 Controlar Backlog; G4.1 Capacitar Planejador; G5.1 Reduzir Absenteísmo; G6.1 Reduzir Retrabalhos; G7.1 Reduzir turn-over;

107

H Backlog

∑ das horas planejadas para todos os serviços a serem executados,

programados para serviços pendentes no passado, presente ou

futuro, não considerando para o futuro as preventivas / capacidade

da equipe de manutenção em relação a um dia (8h x nº pessoas)

X eficiência de execução (0,75)

Aumenta os custos com Serviços

H1 Baixa eficiência de Programação; H2 Erro no dimensionamento da equipe; H3 MTTR; H4 Atividades sazonais; H5 Falta de Operação de Primeira Linha feita por operadores; H6 Plano de Férias; H7 Nº de acidentes c/ afastamento; H8 MTBF; H9 Erro no planejamento; H10 Absenteísmo; H11 Turn-over; H12 Retrabalho;

H1.1 Melhorar a eficiência de Programação; H2.1 Adequar o dimensionamento da Equipe; H3.1 Reduzir o MTTR; H4.1 Programar atividades evitando a sazonalidade; H5.1 Implantar manutenção básica feita por operadores (OPL); H6.1 Rever Plano de Férias; H7.1 Reduzir o n° de acidentes com afastamento; H8.1 Aumentar o MTBF; H9.1 Planejador não qualificado; H10.1 Reduzir Absenteísmo; H11.1 Reduzir Retrabalhos; H12.1 Reduzir turn-over;

I

HH treinamento por sistema

crítico

∑ das horas gastas com treinamento nos sistemas definidos

como críticos à organização

Aumenta Backlog Reduz o Nível de

Capacitação

I1 Orçamento para treinamento; I2 Local para treinar; I3 Pessoal próprio não qualificado como instrutor; I4 Pessoal externo não qualificado como instrutor;

I1.1 Incluir na planilha de orçamento; I2.1 Identificar locais externos; I2.2 Construir local interno; I2.3 Rearranjar estrutura física para liberação de sala de treinamento; I3.1 Contratar Técnico e ou Engenheiro capacitado; I3.2 Capacitar externamente um Técnico e ou Engenheiro; I4.1 Contratar fornecedor do equipamento;

108

I4.2 Identificar outro local onde o equipamento esteja instalado e propor Contrato à empresa;

J Eficiência de Programação

∑ de todas as intervenções executadas / ∑ de todas as

intervenções planejadas Aumenta Backlog;

J1 MTBF de equipamentos que param produção; J2 Nº de acidentes c/ afastamento; J3 Erro no dimensionamento da equipe; J4 Erro de planejamento; J5 Capacitação; J6 Baixa eficiência de cumprimento de planos de manutenção; J7 Absenteísmo; J8 Retrabalho; J9 Turn-over;

J1.1 Reduzir MTBF dos equipamentos que para produção; J2.1 Reduzir o número de acidentes com afastamento; J3.1 Adequar o dimensionamento da Equipe; J4.1 Planejador não qualificado; J5.1 Capacitar executantes da manutenção; J6.1 Melhorar a eficiência de cumprimento de planos de manutenção; J7.1 Reduzir absenteísmo; J8.1 Reduzir retrabalhos; J9.1 Reduzir Turn-over;

K N° de

Acidentes com afastamento

∑ dos acidentes que resultaram em afastamento

Aumenta Backlog; Aumenta custo com

serviços; Compromete a

imagem da Empresa;

Reduz o MTBF; Aumenta o MTTR;

Afeta moral da equipe

K1 Falta de sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional; K2 Falta de técnico e ou Engenheiro de Segurança; K3 Falta de ferramentas preventivas ao acidente;

K1.1 Contratar Gestor de Saúde e Segurança do Trabalho; K1.2 Implementar política de gestão de saúde e segurança; K2.1 Contratar técnico e ou Eng. Do Trabalho; K3.1 Implementar ferramentas preventivas (incidente e comunicação de risco);

L % de materiais importados

∑ do número de materiais importados / Nº total de materiais

cadastrados

Aumenta o Custo com Materiais

L1 Falta de opções no Brasil; L2 Materiais nacionais não qualificados;

L1.1 Estimular empresas interessadas na Nacionalização; L2.1 Desenvolver outros

109

L3 Contrato de parceria; L4 Falha na pesquisa;

fornecedores do exterior; L2.2 Informar sobre insatisfação; L2.3 Estimular empresas interessadas na Nacionalização; L3.1 Analisar novas oportunidades de parceria; L3.2 Revisar contrato de parceria; L4.1 Melhorar pesquisa de fornecedores; L4.2 Capacitar Suprimentos e ou equipe técnica para procura;

M % de

conjuntos em estoque

∑ de itens cadastrados em estoque que possuem como unidade

“conjunto” / ∑ de itens cadastrados em estoque

Aumenta os custos com Materiais

M1 Itens não são fornecidos separadamente pelo fornecedor; M2 Falta de uma melhor avaliação técnica; M3 Custo dos itens separados inviabiliza desmembrar o conjunto; M4 Capacitação; M5 Complexidade para trocar muitas peças aumentando o risco de falhas;

M1.1 Desmembrar conjuntos e cadastrar seus itens; M1.2 Desenvolver fornecedores alternativos; M2.1 Capacitar técnicos responsáveis por materiais; M3.1 Desenvolver fornecedores alternativos; M4.1 Capacitar técnicos executantes; M5.1 Capacitar técnicos executantes;

N Nº de itens zerados no

estoque ∑ de itens zerados em estoque

Aumenta os custos com Materiais Reduz MTBF

Aumenta MTTR

N1 Fluxo de trabalho inadequado; N2 Software de gestão de materiais inadequado; N3 Materiais importados; N4 Logística complexa; N5 Falha no Fornecimento; N6 Demanda de pico; N7 Estoque de segurança; N8 Erro no planejamento;

N1.1 Adequar ao Fluxo de trabalho a rotina de verificação de saldos; N2.1 Adquirir software de gestão de materiais; N3.1 Reduzir o n° de Materiais importados; N4.1 Melhorar Logística; N5.1 Pesquisa de insatisfação do cliente; N5.2 Desenvolver

110

fornecedores alternativos; N6.1 Melhorar planejamento; N6.2 Aumentar estoque de segurança; N6.3 Evitar manutenções sazonais; N7.1 Aumentar estoque de segurança; N8.1 Capacitação do planejador;

O Nº de itens

comprados por Compra direta

∑ de compras diretas Aumenta os custos

com Materiais

O1 Falta de cadastro de item no estoque; O2 Atividades Temporais; O3 Erro de planejamento;

O1.1 Cadastrar item em estoque; O2.1 Programar atividades evitando a sazonalidade; O3.1 Capacitação do Planejador;

P

Nº Documentação

Técnica inadequada

∑ de documentos irregulares Reduz MTBF

Aumenta MTTR

P1 Arquivamento inadequado; P2 Pendência de Fornecedor; P3 Faltam revisões;

P1.1 Criar localidade “Arquivo técnico”; P2.1 Bloquear pagamento de fatura à fornecedor; P2.2 Pesquisa de insatisfação de cliente; P2.3 Desenvolver fornecedores alternativos; P2.4 Identificar equipamentos instalados em outras unidades fabris e solicitar documentos; P3.1 Melhorar fluxo de revisão de documento; P3.2 Capacitar técnicos executantes;

Q

% Cumprimento de Plano de Manutenção

∑ das intervenções de planos planejadas e executadas / Nº de

intervenções de planos planejadas Reduz MTBF

Q1 Capacitação Q2 Falta de materiais em estoque Q3 Ferramentas inadequadas para realizar a atividade preventiva;

Q1.1 Capacitar técnicos executantes; Q2.1 Aumentar nível de estoque; Q3.1 Disponibilizar ferramentas específicas

111

Q4 Local de trabalho inseguro; Q5 Acesso ao equipamento é difícil; Q6 Executante não possui perfil para a atividade; Q7 Dimensionamento de equipe; Q8 Atividades Temporais; Q9 Plano de Férias; Q10 Nº de acidentes com afastamento; Q11 Erro no planejamento; Q12 Baixo MTBF; Q13 Política de Manutenção inadequada; Q14 Eficiência de execução de OPL; Q15 Absenteísmo; Q16 Retrabalho; Q17 Turn-over;

para execução da atividade; Q4.1 Melhor as condições de trabalho; Q5.1 Melhorar o acesso ao equipamento; Q6.1 Avaliar o perfil do profissional para cada tipo de atividade; Q7.1 Adequar o dimensionamento da equipe; Q8.1 Evitar acumulo de atividades sazonais; Q9.1 Ajustar plano de férias; Q10.1 Reduzir o número de acidentes com afastamento; Q11.1 Capacitar planejador; Q12.1 Aumentar MTBF; Q13.1 Revisar a Política de Manutenção; Q14.1 Melhorar eficiência de execução de atividades de OPL; Q15.1 Reduzir Absenteísmo; Q16.1 Reduzir Retrabalho; Q17.1 Reduzir Turn-over;

R

% de intervenções assertiva do fornecedor

∑ das intervenções assertivas do fornecedor / Nº de intervenções

totais solicitadas

Reduz MTBF Aumenta MTTR

R1 Capacitação do fornecedor;

R1.1 Pesquisa de insatisfação do cliente; R1.2 Desenvolver assistência técnica alternativa;

S % de

intervenção preditiva

∑ das intervenções preditivas executadas / ∑ de todas as intervenções executadas

Reduz MTBF

S1 Política de Manutenção inadequada; S2 Capacitação da equipe

S1.1 Revisar Política de Manutenção; S2.1 Capacitar técnicos

112

monitorada de manutenção; S3 Alto custo de investimento; S4 Executante não possui perfil para a atividade; S5 Nº de Acidentes com afastamento; S6 Local de trabalho inseguro; S7 Acesso ao equipamento é difícil; S8 Dimensionamento de equipe; S9 Atividades Temporais; S10 Plano de Férias; S11 Erro no planejamento; S12 Baixo MTBF; S13 Absenteísmo; S14 Retrabalho; S15 Turn-over;

executantes; S3.1 Estudar os ganhos possíveis para justificar o investimento; S4.1 Avaliar o perfil do profissional para o tipo de atividade; S5.1 Reduzir o n° de acidentes com afastamento; S6.1 Melhor as condições do local de trabalho; S7.1 Melhorar acesso ao equipamento; S8.1 Adequar o dimensionamento da equipe; S9.1 Evitar acumulo de atividades sazonais; S10.1 Ajustar plano de férias; S11.1 Capacitar planejador; S12.1 Aumentar MTBF; S13.1 Reduzir absenteísmo; S14.1 Reduzir Retrabalho; S15.1 Reduzir Turn-over;

T

Dificuldade de execução de

atividades causadas por ferramentas

Nº de reclamações de executantes da manutenção

Aumenta MTTR

T1 Mau uso das ferramentas pelos técnicos; T2 Má qualidade das ferramentas;

T1.1 Capacitação dos Técnicos; T2.1 Desenvolver fornecedores alternativos; T2.2 Capacitar responsável pela compra;

U

Nº de substituições de itens por equipamento

∑ dos itens de estoque que foram substituídos por cada equipamento

Aumenta MTTR

U1 Capacitação; U2 Vida útil do equipamento; U3 Política de Manutenção;

U1.1 Capacitar Técnicos executantes; U2.1 Substituir equipamento; U3.1 Revisar política de

113

manutenção;

V Padronização de materiais

Nº de equipamentos atendidos por material cadastrado

Aumenta MTTR Aumenta custo de

estoque

V1 Capacitação; V2 Software de gestão de materiais inadequado; V3 Materiais importados;

V1.1 Capacitar técnicos e ou engenheiros responsáveis por materiais; V2.1 Adquirir software de gestão de materiais; V3.1 Desenvolver fornecedor alternativo;

X Nº de

atividades Temporais

∑ de todas as atividades executadas para um período ou

projeto

Aumenta Backlog Aumenta custos

com Serviços

X1 Erro de Planejamento; X2 Cultura Organizacional;X3 Orçamento inadequado; X4 Clima; X5 Normas regulamentadoras; X6 Safra para colheita; X7 Logística;

X1.1 Capacitação do planejador; X2.1 Implantar processo de mudança na cultura; X3.1 Revisar orçamento anual; X4.1 Prever períodos de pré e pós clima; X5.1 Adequar atividades às Normas; X6.1 Prever períodos de entre-safras; X7.1 Prever períodos que afetem a logística; X7.2 Melhorar Logística;

Z Absenteísmo ∑ das horas não trabalhadas / ∑ das horas possíveis

Aumenta HE Aumenta Backlog

Reduz cumprimento Plano Manutenção Reduz eficiência de

Programação Reduz intervenção

preditiva monitorada

Z1 Doenças; Z2 Comportamental;

Z1.1 Implementar política de gestão de saúde e segurança; Z1.2 Criar programas preventivos e corretivos de combate a vícios e viroses (vacinas contra gripe, programa anti-tabagismo) Z2.1 Melhorar comportamental;

AA Retrabalhos ∑ dos retrabalhos

Aumenta HE Reduz MTBF

Aumenta Backlog Reduz cumprimento Plano Manutenção Reduz eficiência de

AA1 Capacitação; AA2 Má qualidade das ferramentas; AA3 Vida útil do equipamento; AA4 Itens zerados em

AA1.1 Melhorar capacitação; AA2.1 Melhorar qualidade de ferramentas; AA3.1 Trocar equipamento; AA4.1 Inserir itens em

114

Programação Reduz intervenção

preditiva monitorada

estoque; estoque;

AB Turn-over ∑ das demissões / ∑ do efetivo

Aumenta HE Aumenta Backlog

Reduz cumprimento Plano Manutenção Reduz eficiência de

Programação Reduz intervenção

preditiva monitorada

AB1 Satisfação/motivação;AB2 Mercado; AB3 Comportamental;

AB1.1 Melhorar satisfação/motivação; AB2.1 Estudar tendência de mercado; AB3.1 Melhorar comportamental;

115

ANEXO A – MAPA ESTRATÉGICO EXISTENTE AMPLIADO

Giro Ativo Lucratividade

Redução de Custos

Qualidade do Produto

Imagem

Qualidade de Atendimento

Meio Ambiente

Segurança

Patrimonial

Pessoal

Insumos

Variabilidade do Processo

Disponibilidade

Investimentos

Estoque

Serviços

Materiais

Econômico/ Financeiro

Clientes

Processo

Disponibilidade Peças

116

DisponibilidadeOperacional

Engenharia deManutenção

Planos de Manutenção

Tempode Reparo

Falha deEquipamento

Acesso

OPL

Treinamento p/ Operação

Ferramentas/Instrumentos

Sistema de Informação

Procedimentos Estratégia deManutenção

Condição de Instalação

Operação

FMEA

Planejamento

Manuais

AssistênciaTécnica

Disponibilidade De peças

Qualidade Intrínseca equipamentos

Processo

Aprendizado

Segurança Patrimonial

Cliente

Capacitação Equipe

Motivação

Perfil Deficiência Rotina

Necessidades Futuras

Treinamento

Mapa Competência

117

VariabilidadeProcesso

SintoniaMalhas

Malhas emAutomático

Qualidade de Controle

Qualidade Intrínseca Equipamento

Confiabilidade da Informação

Metrologia

Tolerância

Planos deManutenção

Calibração Padrão

MeioAmbiente

SegurançaPatrimonial

Capacitação Equipe

Motivação Perfil

Cliente

Processo

Aprendizado

Qualidade do Produto

Deficiência Rotina

Necessidades Futuras

Treinamento

Mapa Competência

118

Serviços Materiais

AssistênciaTécnica

Dimensionamentoda Equipe

HorasExtras

EngenhariaMateriais

FalhaEquipamento

Qualidade Intrínsecado Equipamento

Reduçãode Custos

Econômico/Financeiro

Processo

Aprendizado CapacitaçãoEquipe

Motivação

Perfil DeficiênciaRotina

NecessidadesFuturas

Treinamento

MapaCompetência

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