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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA APRESENTAÇÃO Na realidade, toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que precede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro.” (Mikhail Bakhtin) A escola, principalmente, a pública é o espaço em que o aluno deve encontrar meios para aprimorar sua linguagem, para que possa se inserir ativamente e de maneira crítica na sociedade. Porém, percebemos que muitos resquícios históricos ainda influenciam o ensino da língua, refletindo o poderio da classe dominante, pois sabemos que a linguagem é um poderoso instrumento de manipulação. “Historicamente, o processo de ensino de Língua Portuguesa no Brasil iniciou-se com a educação jesuítica. Essa educação era instrumento fundamental na formação da elite colonial.” (DCE,p.39) Pois servia para manipular os índios e despi-los de sua cultura e incutir-lhes a do dominador. “No período colonial, a língua mais utilizada pela população era o tupi. O português era a língua da burocracia, ou seja, a língua das transações comerciais, dos documentos legais. A interação entre colonizados e colonizadores resultou na constituição da Língua Geral (tupi-guarani), utilizada pelos portugueses num primeiro momento.”(DCE,p.40) Dessa forma conseguiam comunicar-se visando a dominação da terra. Essas línguas continuaram sendo faladas na informalidade pelas pessoas não escolarizadas. A partir do século XVIII, para garantir domínio sobre o solo brasileiro, os colonizadores portugueses começaram a proibir o uso do tupi e impuseram o português como língua nacional. Um decreto do Marquês de Pombal garantiu isso. Houve a expulsão dos jesuítas do Brasil porque produziram literatura para catequização em língua indígena, ou seja, “essa hegemonia foi conseguida,

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

APRESENTAÇÃO

“Na realidade, toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que precede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro.” (Mikhail Bakhtin)

A escola, principalmente, a pública é o espaço em que o aluno deve

encontrar meios para aprimorar sua linguagem, para que possa se inserir

ativamente e de maneira crítica na sociedade.

Porém, percebemos que muitos resquícios históricos ainda influenciam o

ensino da língua, refletindo o poderio da classe dominante, pois sabemos que a

linguagem é um poderoso instrumento de manipulação.

“Historicamente, o processo de ensino de Língua Portuguesa no Brasil

iniciou-se com a educação jesuítica. Essa educação era instrumento

fundamental na formação da elite colonial.” (DCE,p.39) Pois servia para

manipular os índios e despi-los de sua cultura e incutir-lhes a do dominador.

“No período colonial, a língua mais utilizada pela população era o tupi. O

português era a língua da burocracia, ou seja, a língua das transações

comerciais, dos documentos legais. A interação entre colonizados e

colonizadores resultou na constituição da Língua Geral (tupi-guarani), utilizada

pelos portugueses num primeiro momento.”(DCE,p.40) Dessa forma

conseguiam comunicar-se visando a dominação da terra. Essas línguas

continuaram sendo faladas na informalidade pelas pessoas não escolarizadas.

A partir do século XVIII, para garantir domínio sobre o solo brasileiro, os

colonizadores portugueses começaram a proibir o uso do tupi e impuseram o

português como língua nacional. Um decreto do Marquês de Pombal garantiu

isso. Houve a expulsão dos jesuítas do Brasil porque produziram literatura para

catequização em língua indígena, ou seja, “essa hegemonia foi conseguida,

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historicamente, a ferro e fogo: com decretos e proibições, expulsões e prisões,

perseguições e massacres (BAGNO, 2003,p. 74)” (DCE,p.40)

Tivemos as primeiras instituições de ensino superior com a corte no Rio

de Janeiro, que visava as camadas superiores da sociedade, com ensino nos

moldes europeus, já a população analfabeta e desfavorecida economicamente

continuava negligenciada às margens da sociedade.

Nesse período, as aulas eram no modelo do ensino de latim, eram

isoladas, descontextualizadas e criadas pelo rei. Fragmentando o ensino em

Gramática, Retórica e Poética, tendo professores autodidatas que estudavam a

língua e sua literatura.

“Ainda no final do século XIX, e com o advento da República, a

preocupação com a nascente industrialização influenciou a estrutura curricular:

tendo em vista a formação profissional, as Humanidades não eram

consideradas prioritárias, fortalecendo-se o caráter utilitário da educação”

(DCE,p.42)

Nesse época, houve o aumento dos estudantes vindo das camadas

populares, que encontravam na escola um ensino de língua que era

hierarquizador e seletivo, pois atendia a uma classe abastada que queria se

diferenciar dos demais pelo uso de uma linguagem mais rebuscada, que por

isso era opressora e exclusora.

Durante muito tempo manteve-se o ensino da gramática, da retórica e da

poética, pois atendia aos interesses de grupos privilegiados. Ainda hoje,

décadas depois, vemos raízes dessa tradição no ensino da língua, que tende a

manter a hegemonia de uma elite privilegiada, representante do capitalismo.

Portanto, cabe a nós, professores de Língua Portuguesa,

desenraizarmos essa tradição, tornando nossos alunos que são pertencentes a

uma classe com pouco poder aquisitivo, em falantes eficientes da língua,

dando “a oportunidade de aprimoramento de sua competência linguística, de

forma a garantir uma inserção ativa e crítica na sociedade.”(DCE)

Os modernistas retomaram a importância de um falar brasileiro,

deixando o tradicional de lado. A revolução que proporcionaram na literatura,

aproximou o português escrito do português falado. Mas o ensino da língua

continuou elitista até o século XX, quando houve expansão de vagas no ensino

primário público, aumentando os alunos vindo das classes trabalhadoras, que

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traziam consigo uma variedade linguística distante da ensinada na escola que

era tradicional e artificial, havendo choque entre esses modelos. Foi preciso

propostas pedagógicas que visassem atender as necessidades desses alunos.

Na escola tecnicista continuamos a ver, a distância entre a língua falada

pelos alunos de classe popular e o português elitizado, ensinado na escola.

Aqui a “Língua Portuguesa, pautava-se na concepção de linguagem como meio

de comunicação (cujo objeto é a língua vista como código), com um viés mais

pragmático e utilitário em detrimento do aprimoramento das capacidades

linguísticas do falante.” (DCE,p.42)

“A disciplina de Português passou a denominar-se, a partir da Lei

5692/71, no primeiro grau, Comunicação e Expressão (nas quatro primeiras

séries) e Comunicação em Língua Portuguesa (nas quatro últimas séries).”

(DCE,p.42)

Na década de 70, passaram a discutir sobre teorias da linguagem como:

a Sociolinguística, a Análise do Discurso, a Semântica e a Linguística Textual,

as quais questionavam a eficácia das aulas de gramática. Porém, os livros

didáticos continuaram a disseminar o ensino tradicional.

No início da década de 80 com o Círculo de Bakhtin, houve um avanço

em relação a uma visão sociológica da linguagem, pois “a língua constitui um

processo de evolução ininterrupto, que se realiza através da interação verbal

social dos locutores (Bakhtin/Volochinov, 1999, p.127)” (DCE,p.46). Pois uma

língua sem falantes não existe por si só, é uma língua morta.

“O livro O texto na sala de aula, organizado por João Wanderley Geraldi,

em 1984, marcou as discussões sobre o ensino de Língua Portuguesa no

Paraná, incluindo artigos de linguistas com Carlos Alberto Faraco, Sírio

Possenti, Percival Leme Britto e o próprio Geraldi, presentes até hoje nos

estudos e pesquisas.” (DCE,p.46) Através desses autores os professores são

mobilizados a repensar o ensino da língua, até então, realizados através de

exercícios repetitivos nos moldes tradicionais.

Essas discussões acerca do ensino da língua “influenciaram os

programas de reestruturação do Ensino de 2º Grau, de 1988, e do Currículo

Básico, de 1990.(...) O Currículo de Língua Portuguesa orientava os

professores a um trabalho de sala de aula focado na leitura e na produção,

buscava romper com o ensino tradicionalista.” (DCE,p.46)

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Notamos em nossas aulas, a deficiência que muitos de nossos alunos

tem nesses três eixos de Língua Portuguesa, porque ainda encontramos esse

tradicionalismo presente, ou seja, ensinar a gramática separada de sua

verdadeira função dentro de um texto, é ensinar algo inútil aos olhos do

alunado que não aceita mais “decorar” listas de verbos, porque não vê utilidade

alguma nisso, mesmo memorizando tais listas os alunos continuam conjugando

errado os verbos em sua fala e escrita. Outro exemplo, é o ensino isolado das

classes gramaticais, que dependendo do contexto mudam de classe, tendo

outra função que só pode ser entendida dentro de um contexto.

Então, é necessário utilizarmos a proposta da DCE “uma concepção

histórico-discursiva de sujeito, para ele, a interação verbal constitui a realidade

fundamental da língua. O aprendizado envolve sempre a interação com outros

indivíduos e a interferência direta ou indireta deles.”

A linguagem só existe efetivamente no contexto de seus falantes, é nas

relações sociais que ela se estabelece e faz sentido, pois a linguagem é

dinâmica não está cristalizada e não “podemos ser compreendidos como

meros aplicadores de regras de um sistema gramatical, (...) a linguagem não é

um instrumento externo a nós.” (Faraco, 2005, Português: língua e cultura)

Portanto, para comunicar-se claramente, o falante não precisa

memorizar regras gramaticais, pois ela já está implícita, todo falante tem

internalizado um conjunto de regras, porque nenhuma frase compreensível é

dita sem essas regras. O que a escola deve fazer é o ensino da língua

baseados na leitura, produção e interpretação de texto, porque a gramática

explícita ensinada durante muito tempo não consegue prover ao alunado a boa

comunicação.

Com tudo isso, verificamos que a linguagem tem natureza social, é

através dela que se dão a maioria das relações sociais e é através dela que o

ouvinte é persuadido pelo bom falante. Como explicita Geraldi “a linguagem só

se realiza por meio da interação, dentro de situações concretas de produção.”

(O texto na sala de aula, 2005,p.41). Por isso, constata-se que os gêneros são

a materialização do discurso, surgido na relação entre os falantes no uso na

língua.

Os gêneros são instrumentos importantes para trabalharmos a

linguagem inserida num contexto social e que circulam entre nossos

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estudantes, também através dos diferentes gêneros poderemos analisar a

gramática contida em cada um e a sua função que é adequada de acordo com

o objetivo que o texto pretende alcançar.

Dessa forma, poderemos melhorar e enriquecer nossas aulas, tornando

o aprendizado da linguagem contextualizado, próximo do aluno, tornando-o um

individuo competente no uso da língua nos seus diferentes âmbitos, sendo

agente de mudanças individuais e sociais, já que será capaz de analisar melhor

sua realidade e contestar diante das situações adversas de suas relações

sociais.

Conteúdo Estruturante

O conteúdo que será trabalhado no dia a dia, está relacionado “com o

momento histórico-social, (...) tendo o discurso como prática social.” (DCE p.

62, 63). Pois, a nossa comunidade escolar é composta por indivíduos que não

dominam a norma padrão e por isso mesmo, precisam de conteúdos que se

estruturem de maneira a vir suprir essa carência normativa que lhes foi

suprimida pela classe dominante. “A Sociolinguística não classifica as

diferentes variantes linguísticas como boas ou ruins, melhores ou piores,

primitivas ou elaboradas, pois constituem sistemas linguísticos eficazes, falares

que atendem a diferentes propósitos comunicativos, dadas as práticas sociais e

os hábitos culturais das comunidades.” (DCE p.56)

6º Ano

LEITURA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade;

• Argumentos do texto

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

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• Léxico;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),

figuras de linguagem.

ESCRITA

• Contexto de produção;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Informatividade;

• Argumentatividade;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Divisão do texto em parágrafos;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),

figuras de linguagem;

• Processo de formação de palavras;

• Acentuação gráfica;

• Ortografia;

• Concordância verbal/nominal.

ORALIDADE

• Tema do texto;

• Finalidade;

• Argumentos;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

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• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos

semânticos.

GÊNEROS DISCURSIVOS

História em Quadrinhos, Quadrinhas, Lenda, Fábula, Conto de Fadas, Poema,

Foto- legenda, Texto Instrucional, Carta Pessoal, Provérbios e Haicai.

7ºAno

LEITURA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Argumentos do texto;

• Contexto de produção;

• Intertextualidade;

• Informações explícitas e implícitas;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Repetição proposital de palavras;

• Léxico;

• Ambiguidade;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),

figuras de linguagem;

ESCRITA

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• Contexto de produção;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Informatividade;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),

figuras de linguagem;

• Processo de formação de palavras;

• Acentuação gráfica;

• Ortografia;

• Concordância verbal / nominal.

ORALIDADE

• Tema do texto;

• Finalidade;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

• Semântica.

GÊNEROS DISCURSIVOS

Relato, Anúncio Publicitário, Cartão Postal, Causo, Cordel, Cartum, Diário,

Crônica, Entrevista, Conto, Texto de Opinião e Notícia.

8ºAno

LEITURA

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• Interlocutor;

• Intencionalidade do texto;

• Argumentos do texto;

• Contexto de produção;

• Intertextualidade;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);

• Semântica:

-- operadores argumentativos;

-- ambiguidade;

-- sentido figurado;

-- expressões que denotam ironia e humor no texto.

ESCRITA

• Conteúdo temático;

• Interlocutor;

• Intencionalidade do texto;

• Informatividade;

• Contexto de produção;

• Intertextualidade;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos de texto;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;

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• Concordância verbal e nominal;

• Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e

sequenciação do texto;

• Semântica:

-- operadores argumentativos;

-- ambiguidades;

-- significado das palavras;

-- sentido figurado;

-- expressões que denotam ironia e humor no texto.

ORALIDADE

• Conteúdo temático;

• Finalidade;

• Argumentos;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e

gestual, pausas...

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

• Elementos semânticos;

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,

etc.);

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

GÊNEROS DISCURSIVOS

Mitos, Paródia, Artigo de Opinião, Crônica, Debate, Memórias, Classificados,

manuais, letras de música, msn e Anedotas.

9ºAno

LEITURA

• Conteúdo temático;

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• Interlocutor;

• Intencionalidade do texto;

• Argumentos do texto;

• Contexto de produção;

• Intertextualidade;

• Discurso ideológico presente no texto;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

• Partículas conectivas do texto;

• Progressão referencial no texto;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;

• Semântica:

-- operadores argumentativos;

-- polissemia;

-- expressões que denotam ironia e humor no texto.

ESCRITA

• Conteúdo temático;

• Interlocutor;

• Intencionalidade do texto;

• Informatividade;

• Contexto de produção;

• Intertextualidade;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

• Partículas conectivas do texto;

• Progressão referencial no texto;

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• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;

• Sintaxe de concordância;

• Sintaxe de regência;

• Processo de formação de palavras;

• Vícios de linguagem;

• Semântica:

-- operadores argumentativos;

-- modalizadores;

-- polissemia.

ORALIDADE

• Conteúdo temático;

• Finalidade;

• Argumentos;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e

gestual, pausas ...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas entre outras);

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos;

• Semântica;

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,

etc.);

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

GÊNEROS DISCURSIVOS

Artigo Informativo, Romance, Texto Teatral, Novelas, Folders, Roteiros, Texto

Argumentativo, Debate, Textos Jornalísticos e E-mail.

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ENSINO MÉDIO

LEITURA

• Conteúdo temático;

• Interlocutor;

• Intencionalidade do texto;

• Informatividade;

• Contexto de produção;

• Intertextualidade;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Discurso ideológico presente no texto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Contexto de produção da obra literária;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;

• Progressão referencial;

• Partículas conectivas do texto;

• Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;

• Semântica;

-- operadores argumentativos;

-- modalizadores;

-- figuras de linguagem.

ESCRITA

• Conteúdo temático;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Informatividade;

• Contexto de produção;

• Intertextualidade;

• Referência textual;

• Vozes sociais presentes no texto;

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• Ideologia presente no texto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Progressão referencial;

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

• Semântica:

-- operadores argumentativos;

-- modalizadores;

-- figuras de linguagem;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;

• Vícios de linguagem;

• Sintaxe de concordância;

• Sintaxe de regência.

ORALIDADE

• Conteúdo temático;

• Finalidade;

• Intencionalidade;

• Argumentos;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e

gestual, pausas ...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas entre outras);

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos;

• Semântica;

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,

etc.);

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

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GÊNEROS DISCURSIVOS 1º ANO

Narrativa Histórica, Canção Popular, Textos Icônico-verbais, Relato de Viagem,

Diário Pessoal, Panfletos, Resenhas Informativas,Carta do Leitor e Editorial de

Jornal e Revista.

GÊNEROS DISCURSIVOS 2º ANO

Romance, Narrativa de Suspense, Texto Instrucional, Artigo Científico, Ensaio,

Textos Imagéticos e Avisos.

GÊNEROS DISCURSIVOS 3º ANO

Canções, Biografias e Relatos de Vida, Correspondência Formal

Argumentativa, Discurso Político, Blog, Outdoors, pautas de reuniões tabelas e

gráficos e Resenha Crítica Argumentativa.

Encaminhamentos Metodológicos

Uma metodologia para ensino de língua portuguesa deve levar em

consideração as modalidades da oralidade, da leitura e da escrita como

saberes a serem desenvolvidos pelos alunos ao longo de seus anos

escolares. Apesar da oralidade ser aprendida mais naturalmente do que a

escrita, a última é uma competência importante que cabe à escola ensinar.

Inclusive, porque a escrita possibilita uma nova ferramenta de interação

social e de exposição de ideias e conceitos a um grupo.

E para a aprendizagem de cada uma dessas modalidades da língua

(oralidade, leitura, e escrita) o texto é o elemento fundamental, que será o

ponto de partida na construção e elaboração das experiências vivenciadas

pelos alunos, bem como para as reflexões linguísticas necessárias na

construção do saber pelo educando.

O Colégio Estadual Jardim Interlagos é um colégio de periferia na região

Norte da cidade de Cascavel. É um bairro com muitos problemas sociais,

culturais, econômicos e de violência. Lecionar Língua Portuguesa para

esses alunos é pensar que o ambiente escolar é privilegiado, às vezes,

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como uma das poucas fontes de cultura, leitura e literatura a esses

indivíduos.

Por isso, o trabalho com gêneros textuais é muito significativo em

sala de aula. A leitura de textos é redescoberta na aula, pois o hábito de

leitura nem sempre é incentivado em casa, na família.

Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar

as possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas

tendo por objetivo identificar a finalidade do texto, posição assumida pelo

autor, o contexto social, político, histórico, econômico, filosófico, entre outros,

com destaque para as variedades linguísticas, os mecanismos gramaticais e

os lexicais na construção do texto.

Nesse contexto, salienta - se a importância de apreender os dados sobre

o autor (biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto, além do

interlocutor a quem se destina o texto.

O trabalho com os gêneros textuais explora as modalidades da

oralidade, leitura e escrita. A oralidade tem um espaço privilegiado em sala

de aula, pois seu uso é sempre constante. A fala do educador que utiliza a

norma padrão é um momento importante na vivência do aluno, pois muitas

vezes esses espaços ficam apenas restrito à escola, ou outros poucos

canais de comunicação que o educando tem acesso.

Por meio de atividades em sala, o aluno tem oportunidade de expor suas

ideias na oralidade. Dessa forma, nas aulas de Língua Portuguesa é

incentivado declamações de poesias, oratória e leituras feitas pelo aluno.

Também, atividades em que ele possa participar com suas opiniões, como

debates e seminários. O aluno, também é convidado a fazer resumos orais

de textos, livros lidos ou até mesmo contar episódios da sua vivência

pessoal. Entretanto, de uma forma cotidiana, durante as aulas e nas leituras

de diversos gêneros e assuntos, os educandos e o professor dialogam sobre

interpretações, comentários, opiniões, isso de forma simples e direta. É

importante porque o aluno pode utilizar a sua variedade linguística de seu

meio social, sendo respeitado e aceito. Contudo o objetivo também é que o

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aluno se aproprie de um vocabulário mais rico, ampliando o seu repertório

vocabular com a ajuda do professor e dos textos.

A modalidade da leitura é incentivada em sala, levando em consideração

que a escola é o espaço privilegiado para isso. A leitura está presente a todo

o momento, tanto no livro didático, em textos que o professor traz, jornais,

revistas, literatura e até no laboratório de informática que se faz uso. Ainda

assim, pode-se destinar um espaço das aulas para aula de leitura,

dependendo da série pode-se fazer semanal ou quinzenal. Nesse espaço,

pode-se fazer leitura coletiva, os alunos leem, o professor lê, pode-se

teatralizar a leitura, declamar, pode-se fazer leitura individual também,

dependendo do ano escolar. Na leitura a literatura tanto no fundamental

como no médio é inserida.

A modalidade da escrita está vinculada com as demais, a oralidade e a

leitura, porém é a escola o seu meio de aprendizagem por excelência. A

escrita tem que estar vinculada a um interlocutor e a uma possível situação

de produção. O aluno é incentivado à produção de texto, por meio de

situações criadas pelo professor baseadas em necessidades concretas de

escrita. Também é dada importância a escrita como forma de registro, por

isso a prática de resumos, anotações etc. Enfim a prática de produção de

texto deve dar importância a todos os gêneros textuais. Alguns trabalhos da

escrita são feitos para serem expostos, como cartazes, textos, histórias em

quadrinho, etc...

Além dessas modalidades, o uso dos recursos tecnológicos que a escola

dispõe são ferramentas essenciais para as aulas de língua portuguesa. O

laboratório de informática é uma fonte de pesquisa e de leitura para as

aulas, além de motivá-los porque eles gostam muito de usar o computador e

a internet. Outros recursos são: músicas, filmes e a TV multimídia. As

músicas são usadas para trabalhar com o gênero canção, para motivá-los,

ensinar cultura, arte e pode iniciar assuntos e debates sobre temas variados.

Os filmes podem ser usados como motivação, autoestima, abordar assuntos

variados, estudo do enredo, elementos da ficção, literatura (filmes de obras

literárias, ensino médio), debates de assuntos. Entretanto, os filmes não tem

um fim em si, devem ser aplicados como mais um recurso a ser explorado

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antes e depois pelo professor. A TV multimídia é um recurso visual para

motivar o aluno e poder assistir a pequenos vídeos, propagandas, músicas,

apresentações e até textos de autoestima ou mensagens. As imagens são

bem recebidas pelos alunos para a apropriação do conhecimento.

Já a prática da análise linguística, os mecanismos gramaticais e lexicais

não são estudados de forma descontextualizados ou com a intenção da

apropriação da metalinguagem, mas a partir do texto para que o educando

possa reconhecê-los como elementos da construção textual dos gêneros

estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é

orientar para o uso social da linguagem de acordo com a norma padrão.

Em relação à literatura, essa deverá consistir na formação de um aluno

leitor crítico e autônomo, capaz de fazer suas próprias intervenções, pois ela

traz em si apontamentos que denotam em sua estrutura aspectos culturais e

históricos na constituição do pensamento da humanidade.

Iniciamos a partir do ano de 2011 com um projeto de literatura chamado:

“Conhecendo Autores”. O primeiro objetivo desse projeto foi batizar cada

sala de aula com um autor de literatura brasileira (privilegiamos

paranaenses). Isso ocorreu com sucesso durante o ano de 2011. Na mesma

ocasião, os alunos pesquisaram sobre o autor de sua sala. O Objetivo maior

do projeto é despertar o gosto pela literatura conhecendo autores brasileiros,

por meio de pesquisas, confecção de cartazes, desenhos de caricatura

desses autores, declamação de poesias, oratórias e apresentação para

outras salas da biografia e de obras do autor.

Começando por esse projeto, o intuito é de despertar a curiosidade pela

literatura desde o ensino fundamental, conhecendo um pouco da biografia

do autor para chegar em suas obras. A literatura no ensino fundamental é

incentivada nas aulas de leitura, nos textos do livro didático que podem

conter fábulas, contos, fragmentos de obras, histórias de fada etc... Também

no laboratório de informática, por meio de leitura e imagens. A biblioteca é

de uso essencial para que o aluno se familiarize com esse local de leitura e

possa estar sempre emprestando livros. O professor pode estar cobrando as

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leituras por meio de exposições orais das obras lidas, cartazes,

propagandas da obra, resumos de obras etc...

A literatura no ensino médio aprofunda um estudo sobre a literatura

brasileira, e outras literaturas, tanto do passado como a literatura

contemporânea. Estudando o texto literário, o leitor tem contato com as

ideias, a cultura, elementos sociais, políticos, históricos e filosóficos que

compõe a obra. Por isso, estudar o autor e o seu contexto de produção, a

intencionalidade sejam tão importantes. A literatura do ensino médio pode

utilizar de obras completas, poesias, contos, e até de fragmentos de obras

presentes nos livros didáticos ou na internet. A pesquisa no laboratório de

informática é essencial para completar o estudo sobre o momento de

produção da obra e de seu autor.

Além das aulas de língua portuguesa, os educandos contam com outros

recursos de aprendizagem: a sala de apoio e aprendizagem e a sala de

recursos.

A sala de apoio, além da metodologia dissertada até aqui, traz atividades

diferenciadas para motivar alunos com algumas dificuldades essenciais. O

aluno que é encaminhado para a sala de apoio já é por si só desmotivado

por conta de vários fatores. O atendimento precisa também ser mais

individualizado, avaliando diariamente o progresso do aluno.

O trabalho desenvolvido na Sala de Recursos visa potencializar a

capacidade do aluno que apresenta uma deficiência intelectual, utilizando

recursos diversificados estimulando o aluno para a assimilação da

aprendizagem. Focaliza que o aluno se desenvolva sob formas, estratégias

e recursos de ensino diferenciados de acordo com sua necessidade.

Acrescentando um outro assunto vinculado a educação e ao

desenvolvimento de uma cultura mais humana, tem-se o tema dos desafios

contemporâneos. A Lei n0 9.795/99 introduz esses assuntos de serem

discutidos no âmbito escolar. O objetivo é desenvolver uma cultura mais

universal com consciência do outro e respeito a todos os seres, livre de

qualquer preconceito. A língua portuguesa pode trabalhar com textos de

diversos autores e gêneros variados que sejam compatíveis com os

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assuntos, para promover conversações, debates e posteriormente

produções de texto, inclusive oratórias, concurso de redação, uma gincana,

que envolva perguntas sobre o assunto, pesquisa de campo com coleta de

dados. Alguns temas dos desafios contemporâneos são:

Educação Ambiental: deve ser um processo permanente de formação

e de busca de informação voltada para a preservação do equilíbrio

ambiental, a partir de uma compreensão crítica e histórica das questões

relacionadas ao meio ambiente.

Educação Fiscal: visa despertar a consciência dos estudantes sobre

direitos e deveres em relação ao valor social dos tributos e do controle social

do estado democrático.

Enfrentamento à violência: tentar ampliar a compreensão e formação

crítica sobre a violência, bem como as causas da mesma.

História e Cultura Afro- brasileira, Africana e Indígena: faz-se

necessário o reconhecimento da identidade, história e cultura africana e

indígena, promovendo a igualdade de valorização desses povos, bem como

sua contribuição para a formação de nosso país, destacando suas raízes na

cultura e história brasileira.

Prevenção ao uso indevido de drogas: é importante conhecer a

legislação, debater assuntos presentes em nosso cotidiano como:

drogadição, vulnerabilidade, preconceito e discriminação ao usuário de

drogas, narcotráfico, violência, influência da mídia, etc.

Sexualidade deve ser entendida como uma construção social, histórica

e cultural, discutida para conscientização e orientação.

Avaliação e recuperação paralela.

Embasados na Proposta Pedagógica Histórico-Crítica, concebe-se a

aprendizagem como a construção do conhecimento. Dessa forma na avaliação

o professor terá como objetivos a análise e interpretação do conhecimento

elaborado com a finalidade de propiciar momentos de aprendizagens.

A avaliação, parte integrante do processo educacional é um dos

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aspectos do ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da

aprendizagem e de seu próprio trabalho com o objetivo de reencaminhar as

ações pedagógicas a fim de aperfeiçoar as situações de aprendizagem. A

avaliação incidirá sobre diferentes situações de aprendizagem. A partir do uso

de diferentes técnicas e instrumentos, a fim de avaliar a elaboração crítica, a

capacidade de síntese, de argumentação e a elaboração pessoal de forma

diagnóstica e com a averiguação.

A avaliação não deve ser entendida como uma forma de julgar o

sucesso ou o fracasso dos alunos. Nas práticas pedagógicas sociais, ela é

interpretada como um meio, pelo qual torna-se possível verificar se o

processo de ensino-aprendizagem está sendo satisfatório ou se necessita

sofrer alterações, a fim de alcançar os objetivos preestabelecidos.

Em se tratando de avaliação, é preciso ter em mente que esta não

recai somente sobre a aprendizagem dos alunos. Ela também fornece ao

professor os elementos necessários para que reflita sobre sua própria prática

pedagógica e tome conhecimento sobre aspectos que devem ser

retomados ou reorganizados e trabalhados individual ou coletivamente.

A avaliação jamais deve ter caráter depreciativo, em que se apontam os

erros dos educandos como resultantes de seu fracasso ou de sua

incapacidade. Ao contrário, o erro dos alunos devem ser corrigidos sim,

porém a correção deve caracterizar uma situação de aprendizagem , e não

de condenação.

A avaliação necessita ser permanente, uma vez que a aprendizagem, é

um processo contínuo e constante, diferente do sistema de notas de provas

ocasionais, e, sobretudo necessita apresentar um caráter diagnóstico,

conhecendo a realidade heterogenia de cada aluno, para se chegar a um

prognóstico e trabalhar para atingir resultados satisfatórios, vendo o erro como

tentativas de acerto e aprendizagem, pontos de partida, para reorganizar a

aprendizagem e nunca um meio de punição, de aferição de certo ou errado, de

inclusão ou de exclusão.

A proposta de avaliação do Colégio Jardim Interlagos, ficou assim

definido pelo grupo: as apresentações dos resultados finais serão bimestrais,

sendo 50% da nota, obtida através de provas, com datas preestabelecidas

e definidas pelo coordenação do colégio, e envolverão todas as disciplinas;

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“semana de provas” . A prova não poderá conter apenas questões objetivas e

sim, deverá consistir em questões objetivas e subjetivas, a qual dará

oportunidade a expressão individual de cada aluno, que poderá demonstrar

com suas palavras, em que grau assimilou, interpretou e estabeleceu

relação do conteúdo estudado.

Em qualquer modalidade escolhida de avaliação, deve-se definir

previamente os critérios, pois o objetivo da avaliação é reconstruir, devem ser

do conhecimento de todos que integra a comunidade escolar. São

fundamentais para que o aluno entenda a proposta do professor, devem ser

claras, organizadas, objetivas e criativas, na qual o aluno possa sentir-se

seguro na realização e apresentar resultados significativos.

O restante das notas, por meio de outros critérios avaliativos, tais

como; trabalhos individuais ou em grupos, apresentações de pesquisas,

seminários, debates, relatórios, síntese, leituras, cruzadinhas, entre outros,

atingindo os outros 50% da nota.

A avaliação deve atender os seguintes critérios:

I - Valorizar a integração do aluno com o grupo;

II - Considerar a realidade do aluno, dando maior importância aos aspectos

qualitativos na avaliação;

III - Despertar o senso crítico do aluno dando ênfase à criatividade e sua

interpretação e não a sua memorização;

IV - Não fazer comparação entre os alunos respeitando a sua individualidade;

V - É vedada a avaliação em que os alunos são submetidos a uma só

oportunidade de aferição;

VI - A avaliação deve utilizar procedimentos que assegurem a comparação com

os parâmetros indicados pelos conteúdos necessários de ensino, evitando-se a

comparação dos alunos entre si.

A recuperação será realizada a cada conteúdo trabalhado e

paralela a continuação das atividades. Se a cada etapa concluída, o

professor sentiu que não houve aprendizado, o conteúdo deverá ser

retomado, sempre que necessário. E o resultado da prova bimestral, se

os alunos não atingiram nota superior a 60 ( sessenta), todos terão direito

de uma nova avaliação, com os mesmo conteúdos, e o mesmo valor da

prova aplicada. Então, o professor deverá retomar aos conteúdos, após

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revisá-los, aplicará então, uma nova avaliação, fazendo-se uso de outros

instrumentos avaliativos.

A avaliação, como parte constitutiva da prática educativa, deve ser

realizada de forma contínua, durante todo o ano letivo, supondo diferentes

momentos de avaliação a serem definidos pelo professor.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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TRAVAGLIA, L.C. Gramática e interação. São Paulo: Cortez, 1997.