Prorrogando dor
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Por que será que nos agarramos a situações
para as quais conhecemos
perfeitamente o desfecho?
Sabemos de antemão o que fazer, mas somos tomados pela angústia de ter que assumir uma
decisão que vai nos fazer sofrer.
Colocamos à frente um passo que poderia ter sido tomado agora.
Nos enganamos conscientemente.
Prorrogamos a decisão para que a
dor seja prorrogada. É possível que dentro de
nós achamos que a dor esticada vai ser
mais suave.
Se não podemos evitá-la, pelo menos vamos vivê-la a prestações, sem muita consciência que os juros podem ser muito altos no
fim. Dar um passo errado não nos custa tanto quanto
ter que assumi-lo. E ter que conviver com ele ou as conseqüências dele.
Uma vez que reconhecemos o caminho
errado, o normal seria voltar.
Mas o que fazemos? Olhamos pra trás,
medimos o caminho percorrido, nos perdemos
no tempo sem sair do lugar, mesmo se a
vida se apressa ao nosso redor.
Conhecemos o abismo que se apresenta diante
da situação, mas nos recusamos a admiti-lo,
embora saibamos que não queremos cair nele.
Caminhamos a passos lentos, guiados pela
esperança que nunca nos abandona, mesmo
sabendo que uma hora ou outra teremos que pôr o
ponto final. Fim da história
Fim de nós de uma certa maneira, ou daquilo que
vivemos e sonhamos.Acreditamos num pequeno lapso de tempo que nunca mais outra oportunidade virá a nós, como se a vida
fosse limitada. Nos entregamos à dor
como nos entregamos ao amor. Inteiramente.
E somos invadidos por uma sombra que nos isola de
tudo.
Fim de nós de uma certa maneira, ou daquilo que
vivemos e sonhamos.Acreditamos num pequeno lapso de tempo que nunca mais outra oportunidade virá a nós, como se a vida
fosse limitada. Nos entregamos à dor
como nos entregamos ao amor. Inteiramente.
E somos invadidos por uma sombra que nos isola de
tudo.
Mas que maravilhoso remédio é o tempo!
Um dia acordamos e tudo parece mais ameno. Abrimos os olhos.
Começamos a notar coisas para as quais estávamos cegos.
O dia seguinte será ainda melhor e virá um outro e
um outro.
Quão grandioso é esse Maestro do universo! Com um simples sopro ressuscita o sol a cada manhã e nos eleva com
ele. Somos dessa maneira não uma
pessoa nova, mas uma pessoa renovada.
Mais vivida. Carregados de
experiências que nos serviram de lição, que
nos enriqueceram e nos tornaram uma pessoa,
quem sabe, melhor.(Letícia Thompson )
Dú