Provas Portugues 2008 Fcc

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PROVAS DE PORTUGUS FUND. CARLOS CHAGAS 2008. ANALISTA ADMINISTRATIVO TRT 2 RG. 2008. Da timidez Ser um tmido notrio uma contradio. O tmido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notrio. Se ficou notrio por ser tmido, ento tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez essa, que atrai tanta ateno? Se ficou notrio apesar de ser tmido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. To secreto que nem ele sabe. como no paradoxo psicanaltico: s algum que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque s ele acha que se sentir inferior doena. Todo mundo tmido, os que parecem mais tmidos so apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ningum mais tmido do que o extrovertido. O extrovertido faz questo de chamar ateno para sua extroverso, assim ningum descobre sua timidez. J no notoriamente tmido a timidez que usa para disfarar sua extroverso tem o tamanho de um carro alegrico. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha* existe um tmido tentando se esconder, e dentro de cada tmido existe um exibido gritando: No me olhem! No me olhem!, s para chamar a ateno. O tmido nunca tem a menor dvida de que, quando entra numa sala, todas as atenes se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, sobre ele. Se riem, dele. Mentalmente, o tmido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma novia. Para o tmido, no apenas todo mundo mas o prprio destino no pensa em outra coisa a no ser nele e no que pode fazer para embara-lo.* Atriz de TV muito extrovertida, identificada pela maquiagem e roupas extravagantes.(Lus Fernando Verssimo, Comdias para se ler na escola)

(A) retumbante timidez. (B) Todo mundo tmido. (C) maciez estudada. (D) tem horror a ser notado. (E) faz questo de chamar ateno. 4. As normas de concordncia verbal esto plenamente respeitadas em: (A) Costumam haver nas pessoas extrovertidas traos marcantes de timidez. (B) No se devem imputar aos muito tmidos a culpa por sua notoriedade. (C) No deixam de ocorrer a um tmido as vantagens de sua timidez. (D) Interessam a certos extrovertidos encobrir aspectos de sua timidez. (E) O fato de serem tmidas no impossibilitam as pessoas de serem notadas. 5. Transpondo-se para a voz passiva o segmento ningum descobre sua timidez, a forma verbal resultante ser: (A) no ter descoberto. (B) no ser descoberta. (C) no ter sido descoberta. (D) no descoberta. (E) no tem descoberto. 6. Na frase Se ficou notrio apesar de ser tmido, talvez estivesse se enganando junto com os outros (...), o segmento sublinhado pode ser substitudo, sem prejuzo para o sentido e a correo, por: (A) tendo em vista a timidez. (B) no obstante a timidez. (C) em razo da timidez. (D) inclusive a timidez. (E) conquanto a timidez. 7. Est clara e correta a redao do seguinte comentrio sobre o texto: (A) notrio que o autor do texto seja um tmido, onde se conclui de que ele est falando com o autoritarismo de sua prpria experincia. (B) No se deve vexar os tmidos por sua timidez, porque mesmo os extrovertidos, segundo o autor, no deixam tambm de ser assim. (C) Mesmo uma Elke Maravilha, afirma o autor, portar consigo um lado de timidez, por conta das extroverses em cujas se fez notria. (D) Faz parte do humor do texto a controvrsia que o complexo de inferioridade implica em que, no fundo, trata-se de seu oposto. (E) Nem todos concordaro com as teses do autor, mesmo porque um humorista no escreve com o fito de estabelecer verdades incontroversas. 8. Atente para as seguintes frases: I. No possvel estabelecer medida que distancia um notrio tmido de um notrio extrovertido. II. No assiste s pessoas extrovertidas o privilgio exclusivo

1. Na abordagem da timidez, o autor se vale de contradies e paradoxos para demonstrar que (A) o comportamento dos extrovertidos revela seu desejo de serem notados. (B) as atitudes de um tmido derivam de seu complexo de superioridade. (C) a timidez e a extroverso no podem ser claramente distinguidas. (D) o tmido ope-se ao extrovertido porque assim ningum o reconhece. (E) os extrovertidos so habitualmente reconhecidos como tmidos notrios. 2. Considerando-se o contexto do primeiro pargrafo, deduz-se da frase s ele acha que se sentir inferior doena que, na opinio do autor, (A) a timidez leva ao complexo de inferioridade. (B) o sentimento de inferioridade no uma anomalia. (C) o complexo de inferioridade no tem tratamento. (D) o sentimento de inferioridade prprio dos tmidos. (E) a timidez um disfarce para os muito extrovertidos. 3. Reconhece-se como em si mesma paradoxal a seguinte expresso do texto:

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de se fazerem notar; tambm as tmidas chamam a ateno. III. Ainda que com isso no se sintam vontade, os tmidos costumam captar a ateno de todos. Justifica-se o uso do sinal de crase SOMENTE em (A) II e III. (B) I e II. (C) I e III. (D) I. (E) III. Duas linguagens Na minha juventude, tive um grande amigo que era estudante de Direito. Ele questionava muito sua vocao para os estudos jurdicos, pois tambm alimentava enorme interesse por literatura, sobretudo pela poesia, e no achava compatveis a linguagem de um cdigo penal e a frequentada pelos poetas. Apesar de reconhecer essa diferena, eu o animava, sem muita convico, lembrando-lhe que grandes escritores tinham formao jurdica, e esta no lhes travava o talento literrio. Outro dia reencontrei-o, depois de muitos anos. juiz de direito numa grande comarca, e parece satisfeito com a profisso. Hesitei em lhe perguntar sobre o gosto pela poesia, e ele, parecendo adivinhar, confessou que havia publicado alguns livros de poemas inteiramente despretensiosos, frisou. Ficou de me mandar um exemplar do ltimo, que havia lanado recentemente. Hoje mesmo recebi o livro, trazido em casa por um amigo comum. Os poemas so muito bons; tm uma secura de estilo que favorece a expresso depurada de finos sentimentos. Busquei entrever naqueles versos algum trao bacharelesco, alguma coisa que lembrasse a linguagem processual. Nada. No resisti e telefonei ao meu amigo, perguntando-lhe como conseguiu elidir to completamente sua formao e sua vida profissional, frequentando um gnero literrio que costuma impelir ao registro confessional. Sua resposta: Meu caro, a objetividade que tenho de ter para julgar os outros comunica-se com a objetividade com que busco tratar minhas paixes. Ser poeta afinar palavra justas e precisos sentimentos. Justeza e justia podem ser irms. E eu que nunca tinha pensado nisso...(Ariovaldo Cerqueira, indito)

(B) inteiramente despretensiosos, frisou = em nada intencionais, aludiu. (C) tm uma secura de estilo = manifestam uma esterilidade. (D) como conseguiu elidir = como logrou obliterar. (E) impelir ao registro confessional = demover o plano das confisses. 11. A afirmao feita pelo juiz de que a objetividade para julgar algum comunica-se com a objetividade potica na expresso das paixes salienta sua convico de que (A) no h distino visvel entre as duas atividades. (B) um julgamento permeado pelos puros sentimentos. (C) a oposio entre ambas as situaes refora-as mutuamente. (D) a linguagem confessional serve a ambas as situaes. (E) a busca de preciso indispensvel nos dois casos. 12. Est adequada a correlao entre tempos e modos verbais na frase: (A) O autor nunca teria suspeitado que seu amigo viesse a se revelar um poeta extremamente expressivo. (B) Embora anime seu amigo, o autor no revelara plena convico de que um juiz podia ser um grande poeta. (C) O autor logo recebera em casa o ltimo livro de poemas que seu amigo lhe prometeu enviar. (D) Naqueles poemas no se notava qualquer trao bacharelesco que viria a toldar o estilo preciso e depurado dos versos. (E) Ainda que busque entrever algum excesso de formalismo nos poemas do amigo, o autor no os tinha encontrado. 13. Todas as formas verbais esto corretamente empregadas e flexionadas na frase: (A) No h nada que impela mais ao registro confessional da linguagem do que uma vocao potica essencialmente lrica. (B) O juiz disse ao amigo que lhe convira freqentar as duas linguagens, a potica e a jurdica. (C) Constatou que nos poemas no se vislumbrava qualquer marca que adviesse da formao profissional do amigo. (D) O juiz lembrou ao amigo que o ofcio de poeta no destitue de objetividade o ofcio de julgar. (E) Nem bem se detera na leitura dos poemas do amigo e j percebera que se tratava de uma linguagem muito depurada. 14. Est adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) Meu amigo juiz escrevia poemas que o estilo de linguagem era muito depurado. (B) Expressava-se numa linguagem potica em que ele se obrigara a ser contido e disciplinado. (C) Logo recebi o livro de poemas nos quais o grande valor expressivo eu sequer desconfiava. (D) Surpreendeu-me que tivesse escrito poemas em cujos no havia vestgio de academicismos. (E) Meu amigo deu-me uma explicao qual pude aproveitar uma lio muito original. 15. O verbo indicado entre parnteses dever flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Entre as vrias qualidades de seus poemas ...... (destacarse), acima de todas, a virtude da conteno.

9. O argumento em favor da plena compatibilidade entre a linguagem da poesia e a das prticas jurdicas est formulado na seguinte frase: (A) juiz de direito numa grande comarca, e parece satisfeito com a profisso. (B) Apesar de reconhecer essa diferena, eu o animava, sem muita convico (...) (C) (...) tm uma secura de estilo que favorece a expresso depurada de finos sentimentos. (D) (...) conseguiu elidir to completamente sua formao e sua vida profissional (...) (E) Justeza e justia podem ser irms. 10. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento do texto em: (A) no lhes travava o talento = no ia ao encontro de seu potencial.

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(B) Como no ...... (haver) de surpreender, em seus poemas, a preciso dos recursos estilsticos? (C) Aos poetas confessionais ...... (costumar) apresentar- se o risco de excessos emotivos. (D) Mais que tudo me ...... (agradar), naquele livro, os recursos formais que intensificavam o lirismo. (E) As duas prticas a que ...... (fazer) referncia o texto no so, de fato, inconciliveis. AGENTE DE APOIO PMSP 2008. Estratgias para aliviar o congestionamento de trnsito nas cidades esbarram no mesmo problema: por mais eficiente que venha a ser o transporte pblico, muita gente simplesmente no est disposta a abandonar o conforto de seu carro. Por essa razo, mesmo cidades com vasta malha de metr, como Nova York, convivem com engarrafamentos eternos. Uma soluo contra o excesso de veculos e a poluio baseia-se no conceito, nem sempre bem recebido, de que preciso cobrar pelo uso do espao pblico no caso, as ruas e avenidas. Por essa lgica, em vez de incentivar o cidado a ir de nibus ou de metr para o trabalho, deve-se agarrar to fundo em seu bolso que ele se sentir desestimulado de usar o carro. Essa estratgia, obviamente, s funciona se houver um transporte pblico de qualidade ao qual seja possvel recorrer. Segundo um especialista em planejamento urbano, o espao nas vias pblicas um bem valioso, e as pessoas que querem us-lo tm de pagar por isso. Para ele, esse o preo que se paga para ter as vantagens de morar nas cidades, onde h maior concentrao de opes de lazer, servios e empregos. A previso de pedgio urbano consta do Plano Diretor de So Paulo, mas a prefeitura acha difcil coloc-lo em prtica devido s deficincias do transporte pblico.(Adaptado de Thomaz Favaro. Veja. 13 de fevereiro de 2008, p. 104)

(D) O metr o meio de transporte mais utilizado pela populao das grandes cidades para seus deslocamentos at os locais de trabalho. (E) A cobrana de pedgios urbanos tem sido a medida mais aceita ultimamente, em todas as grandes cidades, para diminuir a poluio. 18. ... deve-se agarrar to fundo em seu bolso que ele se sentir desestimulado de usar o carro. (2o pargrafo) O mesmo sentido da frase acima est reproduzido, com outras palavras, em: (A) preciso garantir que as pessoas gastem mais com seu carro. (B) importante economizar quando isso estimula o uso do carro. (C) fundamental desistir do uso do carro, para refletir no fundo do bolso das pessoas. (D) preciso permitir o uso do carro como controle dos gastos dele decorrentes. (E) necessrio cobrar caro para levar as pessoas a desistirem de sair com seu carro. 19. no caso, as ruas e avenidas. (2o pargrafo) Ruas e avenidas retomam, no texto, o sentido de: (A) nibus e metr. (B) espao pblico. (C) excesso de veculos. (D) engarrafamentos eternos. (E) vasta malha de metr. 20. o espao nas vias pblicas um bem valioso, e as pessoas que querem us-lo tm de pagar por isso. (2o pargrafo) O emprego das aspas na frase acima assinala (A) enumerao dos problemas de trnsito nas grandes cidades. (B) insistncia numa informao desnecessria no texto. (C) afirmativa que contradiz todo o sentido do pargrafo. (D) reproduo exata das palavras de um especialista no assunto. (E) retificao da afirmativa anterior, sobre o transporte pblico. 21. ... por mais eficiente que venha a ser o transporte pblico ... (1o pargrafo) Substituindo a expresso grifada por os meios de transporte pblico, a frase passa a ser, corretamente, (A) por mais eficiente que venham a ser... (B) por mais eficiente que venham a serem... (C) por mais eficientes que venham a ser... (D) por mais eficientes que venha a ser... (E) por mais eficientes que venham a serem... 22. A frase corretamente pontuada : (A) Nas cidades europias; onde foram implantados pedgios o fluxo de automveis se reduziu, diminuindo o nmero, e a extenso dos engarrafamentos. (B) Nas cidades, europias onde foram, implantados pedgios o fluxo de automveis se reduziu; diminuindo o nmero e a extenso dos engarrafamentos. (C) Nas cidades europias onde foram implantados pedgios o fluxo de automveis se reduziu diminuindo, o nmero e a extenso, dos engarrafamentos.

16. O texto deixa claro que a cobrana de taxas para evitar engarrafamentos no trnsito (A) tem sido geralmente bem aceita em grandes cidades de todo o mundo. (B) ser implantada principalmente nas cidades onde h os maiores congestionamentos. (C) conta com defensores, mas nem todos concordam plenamente com esse pagamento. (D) tem como principal objetivo garantir investimentos em transporte pblico. (E) nem sempre constitui a melhor soluo, pois os carros so tambm os maiores poluentes do ar. 17. A afirmativa correta, de acordo com o texto, : (A) As grandes cidades, apesar de oferecerem vantagens populao, sofrem cada vez mais com os congestionamentos causados por veculos nas ruas. (B) Todas as grandes cidades do mundo instituram cobrana pelo uso das ruas, para tentar reduzir os congestionamentos e a poluio. (C) Habitantes das grandes cidades dependem de seus prprios carros para chegar ao trabalho, pois nem todas tm transporte pblico.

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(D) Nas cidades europias onde foram implantados pedgios; o fluxo de automveis se reduziu diminuindo o nmero, e a extenso dos engarrafamentos. (E) Nas cidades europias onde foram implantados pedgios, o fluxo de automveis se reduziu, diminuindo o nmero e a extenso dos engarrafamentos. 23. A frase escrita com correo, clareza e lgica : (A) Com a alternativa de reduzir a poluio nas grandes cidades que substituir os carros velhos para no atrapalhar o trnsito e causam mais acidentes sujando o ar por veculos novos. (B) A substituio dos carros velhos por veculos novos, que atrapalham ao trnsito causando mais acidentes alm de deichar o ar mais sujo so uma alternativa para reduzir a poluio nas grandes cidades. (C) Uma alternativa para reduzir a poluio nas grandes cidades so os carros velhos que atrapalham ao trnsito, almentando o nmero de acidentes e com sugeiras no ar por veculos novos. (D) Uma alternativa para reduzir a poluio nas grandes cidades substituir os carros velhos, que atrapalham o trnsito, causam mais acidentes e sujam o ar, por veculos novos. (E) A redusso da poluio nas grandes cidades concegue- se ao substituir os carros velhos, que atrapalham o trnsito, causam mais acidentes e sujam o ar, por veculos novos. No final de 2006, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria, Embrapa, respondeu a uma pergunta tpica de almanaque: qual a cidade onde mais chove no Brasil? Dados anteriores mostravam que a Serra do Mar em So Paulo, entre Paranapiacaba e Itapanha, era a regio mais chuvosa. Ubatuba acabava levando a fama. Mas agora sabe-se que na amapaense Caloene que o tor predomina. Chove 4.165 milmetros por ano, cerca de 500 milmetros a mais do que na Serra do Mar. Era natural supor que na Amaznia estariam os locais de maior pluviosidade. Afinal, a regio s possui duas estaes no ano, vero e inverno ambas medidas pela quantidade de gua que cai dos cus. Em Belm, ou chove o dia todo (no inverno) ou chove todo dia (no vero). A explicao est no calor que, quando atinge seu pice, faz com que a gua caia por cerca de dez minutos. O folclore local diz que os compromissos so marcados para antes ou depois da chuva. Ou eram. So Pedro no anda mais to pontual. Segundo meteorologistas, o atraso da chuva para o comeo da noite acontece por conta dos desmatamentos, que desequilibram o clima. Outro vilo o El Nio fenmeno atmosfrico- ocenico que causa o aquecimento do Pacfico Tropical. Persistindo o desmatamento, a chuva de Belm pode se tornar to folclrica quanto a garoa diria que caa em So Paulo, hoje substituda por nada discretas tempestades de vero.(Adaptado de Brasil, Almanaque de Cultura Popular. TAM nas nuvens. Andreato comunicao & cultura, maro de 2007)

oceano Pacfico. (D) constitui fenmeno climtico idntico ao das chuvas em Belm. (E) foi garantia para que a regio sempre tivesse o maior ndice de chuvas. 25. De acordo com o texto, a cidade brasileira que recebe maior quantidade de chuvas (A) Caloene. (B) Belm. (C) Ubatuba. (D) So Paulo. (E) Paranapiacaba. 26. A explicao, no texto, para as alteraes no regime de chuvas na Amaznia est (A) na ausncia de estudos mais rigorosos sobre o clima no Brasil. (B) na impossibilidade de medio correta em algumas cidades. (C) no desequilbrio provocado no clima pelos desmatamentos. (D) na diviso do clima em apenas duas estaes, inverno e vero. (E) na maior quantidade de chuvas que caem em toda a regio. 27. Ou eram. (2o pargrafo) O comentrio acima significa, no texto, que (A) as chuvas de inverno atrapalham os compromissos da populao, pois costumam cair o dia todo. (B) a noo de que a chuva determina os compromissos em Belm apenas uma histria localizada, sem razo de ser. (C) a pontualidade dos moradores de Belm no mais considerada um hbito marcante da regio. (D) a ocorrncia diria de chuvas em Belm no mais to previsvel, como no passado. (E) os habitantes de Belm no assumem mais seus compromissos por causa das chuvas dirias de vero. 28. Era natural supor que na Amaznia estariam os locais de maior pluviosidade. (incio do 2o pargrafo) O sentido da frase acima est, com outras palavras, em: (A) As chuvas caem certamente, em maior quantidade, na regio amaznica. (B) A Amaznia seria, mais provavelmente, a regio de maior quantidade de chuvas. (C) A Amaznia teria, naturalmente, os locais que recebem menos chuvas durante o ano. (D) As chuvas mais torrenciais so as que se originam na Amaznia, naturalmente. (E) A idia de chuvas na Amaznia natural, por causa de sua localizao. 29. ... a chuva (...) pode se tornar to folclrica ... (ltimo pargrafo) Passando para o plural a expresso grifada acima, o restante da frase dever ser: (A) podem se tornar to folclricas. (B) podem se tornarem to folclrica. (C) podem se tornar to folclrica. (D) pode se tornar to folclricas. (E) pode se tornarem to folclrica.

24. Conclui-se corretamente do texto que a garoa diria de So Paulo (A) permanece ainda hoje sob forma de tempestades de vero. (B) desapareceu em conseqncia de alteraes ambientais. (C) existia por causa do El Nio, que altera a temperatura do

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30. Ubatuba acabava levando a fama. (1o pargrafo) O verbo conjugado nos mesmos tempo e modo que os do grifado acima est na frase: (A) ... respondeu a uma pergunta tpica de almanaque... (B) ... que o tor predomina... (C) ... ou chove o dia todo... (D) ... que quando atinge seu pice... (E) ... que caa em So Paulo... ANALISTA ADMINISTRATIVO TRF 5 2008. Pessimismo e otimismo Achar que um pessimista pode ser um tipo interessante coisa de otimistas e eu assino embaixo. Confesso, alis, que tenho uma sria inclinao para o pessimismo, mas entendo que ela se deve, justamente, poro de otimismo que tambm est em mim. No, leitor, no alimento o prazer de formular paradoxos gratuitos; deixe-me fundamentar este. Os otimistas costumam achar muita graa no mundo, seja porque j a encontraram, seja porque esto certos de que ainda a encontraro. Mas s vezes esse otimismo to grande que passa a ser demasiado exigente, e s se contentar com o xtase da suprema felicidade. Como esta rarssima, e quando chega costuma ser passageira, o otimista passa a temperar sua expectativa com um pouco de pessimismo s para engrandecer ainda mais o xtase almejado. Complicado? Mas quem disse que somos simples? Outro dia recortei da Internet este fragmento de um blog, que vai um pouco na direo das minhas convices: Penso que a maioria das pessoas tende a associar pessimismo a inatividade e paralisia, e otimismo a entusiasmo e iniciativa. Via de regra, precisamente o oposto que verdadeiro: em seu deslumbramento, os otimistas, que diante de tudo se ofuscam, a nada se apegam. Por outro lado, em sua lucidez, aos pessimistas dado enxergar na escurido a imagem do que lhes seria essencial, e sentem-se como ningum compelidos a agarrar-se a ela. isso. O pessimista no inimigo das idealizaes, muito pelo contrrio. E algum j disse: Sou pessimista de cabea e otimista de corao. A frase esperta, pois leva a admitir um convvio ameno entre as inclinaes para a mais rigorosa lucidez e para a mais generosa sensibilidade. Mas tambm verdadeira: qualquer um de ns pode admiti-lo durante a simples operao de folhear um jornal. O homembomba resolveu sacrificar-se na companhia de quinze adversrios polticos? A humanidade no tem jeito. O pequeno e sofrido pas asitico teve sua independncia reconhecida e amparada pela ONU? Nem tudo est perdido. No noticirio da TV, e ao vivo: o marido enciumado seqestrou a prpria mulher e ameaa mat-la diante das cmeras? O mundo mesmo um horror... Horas depois, ainda ao vivo, o homem depe a arma e entrega-se polcia, aos prantos? Esta vida comovente... Pensando agora em nosso pas: haver algum outro que tantas razes d a seus cidados para serem otimistas e pessimistas a um tempo? Parece j fazer parte da nossa cultura esse amlgama de expectativas contrrias: ora o Brasil no tem jeito mesmo, ora este o melhor pas do mundo. Diante dos extremos, as pessoas sensatas recomendam o equilbrio que nega as polaridades, pois a

verdade est no meio. Pois eu prefiro manter a opinio de que a verdade dos otimistas , no fundo, uma aliada da verdade dos pessimistas. A prova de que no somos uma coisa s est em cada dia que amanhece: o leitor acordou hoje pessimista ou otimista? Seja qual for a resposta, s posso lhe dizer: Conserve-se assim, e at amanh.(Srgio Ruiz Taborda)

31. Considerando-se o contexto, pessimismo e otimismo so considerados pelo autor do texto como inclinaes (A) alternadas e inconciliveis. (B) contraditrias e complementares. (C) opostas e inconciliveis. (D) definitivas e excludentes. (E) equivalentes e harmnicas. 32. Os pessimistas no so inimigos das idealizaes porque, no fundo, eles (A) as preservam como o parmetro de uma negatividade essencial. (B) as descartam apenas para um maior desfrute dos prazeres cotidianos. (C) lhes atribuem a virtude de nos encerrar numa prazerosa imobilidade. (D) lhes atribuem a faculdade de relativizar o valor das altas expectativas. (E) as consideram um caminho seguro para a experincia dos xtases. 33. Considere as seguintes afirmaes: I. O autor do texto justifica a formulao de paradoxos gratuitos ao consider-la um vlido e necessrio recurso estilstico. II. A introjeo de algum pessimismo num otimista deve-se, por vezes, a um altssimo grau de expectativa por xtases supremos. III. Os jornais e os noticirios de TV levam-nos a emoes ambivalentes porque nosso humor extremamente varivel. Est correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) II e III. (E) I e II. 34. Considerando-se o contexto, encontram-se numa relao opositiva os seguintes elementos do texto: (A) esta rarssima / costuma ser passageira. (B) demasiado exigente / rigorosa lucidez. (C) seu deslumbramento / sua lucidez. (D) convvio ameno / generosa sensibilidade. (E) nossa cultura / amlgama de expectativas contrrias. 35. Considerando-se o contexto, traduz-se com equivalncia o sentido de uma expresso do texto em: (A) eu assino embaixo = retifico o que est acima. (B) temperar sua expectativa = apurar sua confiana. (C) inimigo das idealizaes = infenso ao pragmatismo. (D) amlgama de expectativas contrrias = eliminao das contradies. (E) nega as polaridades = recusa os extremos.

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36. A frase que admite transposio para a voz passiva : (A) A prova de que no somos uma coisa s est em cada dia que amanhece. (B) Outro dia recortei da Internet este fragmento de um blog (...). (C) A humanidade no tem jeito. (D) O pessimista no inimigo das idealizaes, muito pelo contrrio. (E) Nem tudo est perdido. 37. As normas de concordncia verbal esto plenamente observadas na frase: (A) O que h de mais terrvel nas cenas de violncia transmitidas pela TV esto nas reaes de indiferena de alguns espectadores. (B) No se devem responder aos sacrifcios humanos com o cinismo de quem se julga superior. (C) No se levante contra o pessimista as acusaes de imobilismo moral e inconsequncia poltica. (D) Ainda que no houvessem outras razes, o surdo idealismo dos pessimistas bastaria para os aceitarmos. (E) Os otimistas no julguem os pessimistas, nem estes queles, pois ambos convergem para alguma forma de idealismo. 38. O elemento sublinhado em (A) (...) otimistas e pessimistas a um tempo exclui a possibilidade de ambivalncia. (6o pargrafo) (B) (...) compelidos a agarrar-se a ela refere-se ao antecedente escurido. (4o pargrafo) (C) (...) otimismo que tambm est em mim exclui o antecedente pessimismo. (1o pargrafo) (D) (...) deixe-me fundamentar este refere-se ao antecedente prazer. (1o pargrafo) (E) Mas tambm verdadeira (...) refere-se ao antecedente frase. (5o pargrafo) 39. Do mesmo modo como a expresso prazer de formular paradoxos equivale, no contexto, a prazer da formulao de paradoxos, assim tambm equivaler a (A) tenho uma sria inclinao para o pessimismo a expresso inclina-me seriamente o pessimismo. (B) costumam achar muita graa no mundo a expresso costumam engraar muito o mundo. (C) s para engrandecer ainda mais o xtase a expresso s para um engrandecimento ainda maior do xtase. (D) sentem-se como ningum compelidos a agarrar-se a expresso sentem-se como que compulsivos em agarrar-se. (E) leva a admitir um convvio ameno a expresso levado a admitir haver ameno convvio. 40. O pessimista no inimigo das idealizaes, pois tem apego pelo que lhe parece essencial. A frase acima permanecer correta caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) adverso nas - atrao no que (B) imune com as - afinidade do que (C) contendor s - proximidade com o que (D) hostil s - afeio ao que (E) contrrio das - inclinao do que

41. Todas as formas verbais esto corretamente flexionadas na frase: (A) O marido enciumado conviu, por fim, em depor a arma e libertar a esposa, a quem vinha ameaando diante das cmeras. (B) Seria preciso que se revissem os parmetros ticos de alguns violentos noticirios que vm assolando a programao da TV. (C) Sero bem-vindas todas as iniciativas que se proporem a melhorar a qualidade dos noticirios de TV. (D) A independncia que os habitantes do Timor Leste obteram foi reconhecida pela ONU; espera-se que venha a consolidarse. (E) Se um otimista no se conter, sua expectativa de xtase cresce tanto que ele acaba por se juntar aos pessimistas. 42. Est inteiramente clara e correta a redao da seguinte frase: (A) O Brasil um pas que sucita posies extremadas; ele inclui tanto a admirao como a depreciao, entre os brasileiros. (B) Ora parece que a humanidade no tem jeito, e viceversa; nesses dilemas entre otimismo e o pessimismo vivemos todos. (C) Muitos homens se valem da crena religiosa para se autosacrificarem em protesto poltico, em cujo tambm morrem vrios inocentes. (D) No obstante o pessimismo, os otimistas tambm podem ter momentos em que se manifestam em meio uma grande insatisfao. (E) Com a irnica frase final, o autor do texto sugere que o pessimismo e o otimismo podem ser considerados simples variaes do nosso humor. 43. No fragmento do blog citado no texto, as expresses via de regra e por outro lado esto empregadas, respectivamente, com o sentido de (A) rigorosamente - ainda assim (B) habitualmente - por sua vez (C) invariavelmente - tanto assim que (D) indiscutivelmente - de outro modo (E) esporadicamente - haja vista que 44. A frase cuja pontuao est inteiramente correta : (A) Momentos de extrema felicidade, sabe-se, costumam ser raros e efmeros; por isso, h quem busque tirar o mximo proveito de acreditar neles e antegoz-los. (B) muito comum que as pessoas valendo-se do senso comum, vejam o pessimismo e o otimismo como simples oposies: no entanto, no esta a posio do autor do texto. (C) Talvez, se no houvesse a expectativa da suprema felicidade, tambm no haveria razo para sermos pessimistas, ou otimistas, eis uma sugesto, das entrelinhas do texto. (D) O autor nos conta que outro dia, interessou-se por um fragmento de um blog; e o transcreveu para melhor explicar a relao entre otimismo e pessimismo. (E) Quem acredita que o pessimismo irreversvel, no observa que, na vida, h surpresas e espantos que deveriam nos ensinar algo, sobre a constante imprevisibilidade de tudo. 45. (...) em seu deslumbramento, os otimistas, que diante de tudo se ofuscam, a nada se apegam. Mantm-se as articulaes lgicas da frase acima nesta outra redao:

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(A) A nada se apegam, em seu deslumbramento, os otimistas, conquanto se ofuscam com tudo. (B) Os otimistas, em seu deslumbramento, a nada se apegam, para que diante de tudo se ofusquem. (C) Diante de tudo se ofuscam os otimistas, em seu deslumbramento, e a nada se apegam. (D) Mesmo quando se ofuscam diante de tudo, em seu deslumbramento, os otimistas a nada se apegam. (E) Em seu deslumbramento, diante de tudo se ofuscam os otimistas quando a nada se apegam. 46. Est adequada a correlao entre tempos e modos verbais na frase: (A) Nem bem o autor acabou de ler o texto daquele blog e encontrara nele idias que se assemelhassem s suas. (B) Se todos fossem otimistas de corao, no haver razo para que se lamente o pessimismo que se aloje na conscincia. (C) Por mais que o autor insistiu em sua tese, eu no deixava de manter a clssica diviso entre pessimistas e otimistas. (D) Se o marido continuasse a insistir em ameaar a esposa que julgasse tra-lo, certamente os policiais tero tomado enrgicas providncias. (E) Uma vez transmitida a notcia de que o presidente do pequeno pas asitico sofrera um atentado, houve grandes e indignados protestos. 47. Est correta a forma de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) Ela no nos disse por que razo tornou-se uma otimista; e se ela tornar ao seu pessimismo, ser que nos explicar por qu? (B) A razo porque muitos se tornam pessimistas est no mundo violento de hoje; por qu outra razo haveriam de se desenganar? (C) Por que sim: eis como respondem os mais impacientes, quando lhes perguntamos porque, de repente, se tornaram otimistas. (D) Sem mais nem porqu, ele passou a ver o mundo com outros olhos, dizendo que isso aconteceu por que encontrara a verdade na religio. (E) No sei o por qu do seu pessimismo; porque voc no me explica? 48. Todas as palavras esto corretamente grafadas na frase: (A) Ela no cr em rixa, mas em complementaridade entre o pessimismo e o otimismo, admitindo, assim, flexibilizao das sensaes humanas. (B) As sensaes espectantes produzem, entre os mais pessimistas, muito temor, e entre os otimistas, uma gososa, deleitosa ansiedade. (C) Algumas pessoas no admitem hesitao ou abstenso, quando nos inquirem: voc se arroula entre os pessimistas ou entre os otimistas? (D) Em tese, no se deve previlegiar o otimismo ou o pessimismo; esses humores no reinvindicam, por si mesmos, nenhuma hegemonia. (E) O autor do texto se apoia na tese segundo a qual no se deve descriminar em definitivo entre o pessimismo e o otimismo. 49. H rigorosa observncia das normas que determinam o uso

do sinal de crase em: (A) A medida que afere o otimismo pode tambm avaliar o pessimismo, pois quela ou esta sensao corresponde alguma dose de idealismo. (B) O texto no nos leva paradoxos gratuitos, mas necessidade de reconhecer uma interseco entre o otimismo e o pessimismo. (C) Cabe s pessoas decidir, cada experincia, se lhes convm entregar-se determinada sensao, a determinado humor. (D) O otimismo no fica lguas do pessimismo; tendem ambos convergir, conforme comprovam nossas prprias experincias. (E) No assiste s cincias positivas o direito de aspirar definio cabal da fronteira entre o pessimismo e o otimismo. 50. O verbo indicado entre parnteses dever adotar uma forma do plural para preencher corretamente a frase: (A) As razes a que se ...... (apegar) o maior dos pessimistas podem ser anlogas s do maior otimista. (B) Se lhes ...... (convir) preferir os pessimistas aos otimistas, aceitemos o fato. (C) Para as pessoas mais sensatas, ...... (implicar) srios riscos a drstica diviso entre pessimistas e otimistas. (D) A qualquer pessoa ...... (poder) ocorrer, neste tempo de radicalismos, argumentos em favor da mais pessimista expectativa histrica. (E) Aos velhos cticos no se ...... (costumar) associar, em geral, seno o pessimismo impenitente dos que muito se amarguraram. ANALISTA JUDICIRIO TRT 19 2008. Sobre tica A palavra tica empregada nos meios acadmicos em trs acepes. Numa, faz-se referncia a teorias que tm como objeto de estudo o comportamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, a teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condies da moral, relacionando-a com necessidades sociais humanas. Teramos, assim, nessa acepo, o entendimento de que o fenmeno moral pode ser estudado racional e cientificamente por uma disciplina que se prope a descrever as normas morais ou mesmo, com o auxlio de outras cincias, ser capaz de explicar valoraes comportamentais. Um segundo emprego dessa palavra consider-la uma categoria filosfica e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em ncleo especulativo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivncia humana. A tica, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre os fundamentos da moral na busca de explicao dos fatos morais. Numa terceira acepo, a tica j no entendida como objeto descritvel de uma Cincia, tampouco como fenmeno especulativo. Trata-se agora da conduta esperada pela aplicao de regras morais no comportamento social, o que se pode resumir como qualificao do comportamento do homem como ser em situao. esse carter normativo de tica que a colocar em ntima conexo com o Direito. Nesta viso, os valores morais dariam o balizamento do agir e a tica seria assim a moral em realizao, pelo reconhecimento

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do outro como ser de direito, especialmente de dignidade. Como se v, a compreenso do fenmeno tica no mais surgiria metodologicamente dos resultados de uma descrio ou reflexo, mas sim, objetivamente, de um agir, de um comportamento conseqencial, capaz de tornar possvel e correta a convivncia.(Adaptado do site Doutrina Jus Navigandi)

na, com muita freqncia, associada aos valores morais. (C) No coubessem aos juristas aproximar-se da tica, as leis deixariam de ter a dignidade humana como balizamento. (D) No derivam das teorias, mas das prticas humanas, o efetivo valor de que se impregna a conduta dos indivduos. (E) Convm aos filsofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstncias, atentar para a observncia dos valores ticos. 57. Est clara, correta e coerente a redao do seguinte comentrio sobre o texto: (A) Dentre as trs acepes de tica que se menciona no texto, uma apenas diz respeito uma rea em que conflui com o Direito. (B) O balizamento da conduta humana uma atividade em que, cada um em seu campo, se empenham o jurista e o filsofo. (C) Costuma ocorrer muitas vezes no ser fcil distinguir tica ou Moral, haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar situao do homem. (D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento humano, a tica varia conforme a perspectiva de atribuio do mesmo. (E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da tica, costumam apresentar divergncias de enfoques, em que pese a metodologia usada. 58. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta viso, os valores morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante dever ser: (A) seria dado. (B) teriam dado. (C) seriam dados. (D) teriam sido dados. (E) fora dado. O homem moral e o moralizador Depois de um bom sculo de psicologia e psiquiatria dinmicas, estamos certos disto: o moralizador e o homem moral so figuras diferentes, se no opostas. O homem moral se impe padres de conduta e tenta respeit-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padres que ele no consegue respeitar. A distino entre ambos tem alguns corolrios relevantes. Primeiro, o moralizador um homem moral falido: se soubesse respeitar o padro moral que ele impe, ele no precisaria punir suas imperfeies nos outros. Segundo, possvel e compreensvel que um homem moral tenha um esprito missionrio: ele pode agir para levar os outros a adotar um padro parecido com o seu. Mas a imposio forada de um padro moral no nunca o ato de um homem moral, sempre o ato de um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ganham fora de lei (os Estados confessionais, por exemplo) no so regradas por uma moral comum, nem pelas aspiraes de poucos e escolhidos homens exemplares, mas por moralizadores que tentam remir suas prprias falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os outros. A pior barbrie do mundo isto: um mundo em que todos pagam pelos pecados de hipcritas que no se agentam.(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, 20/03/2008)

51. As diferentes acepes de tica devem-se, conforme se depreende da leitura do texto, (A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo. (B) s consideraes sobre a etimologia dessa palavra. (C) aos mtodos com que as cincias sociais a analisam. (D) s ntimas conexes que ela mantm com o Direito. (E) s perspectivas em que considerada pelos acadmicos. 52. A concepo de tica atribuda a Adolfo Sanchez Vasquez retomada na seguinte expresso do texto: (A) ncleo especulativo e reflexivo. (B) objeto descritvel de uma Cincia. (C) explicao dos fatos morais. (D) parte da Filosofia. (E) comportamento conseqencial. 53. No texto, a terceira acepo da palavra tica deve ser entendida como aquela em que se considera, sobretudo, (A) o valor desejvel da ao humana. (B) o fundamento filosfico da moral. (C) o rigor do mtodo de anlise. (D) a lucidez de quem investiga o fato moral. (E) o rigoroso legado da jurisprudncia. 54. D-se uma ntima conexo entre a tica e o Direito quando ambos revelam, em relao aos valores morais da conduta, uma preocupao (A) filosfica. (B) descritiva. (C) prescritiva. (D) contestatria. (E) tradicionalista. 55. Considerando-se o contexto do ltimo pargrafo, o elemento sublinhado pode ser corretamente substitudo pelo que est entre parnteses, sem prejuzo para o sentido, no seguinte caso: (A) (...) a colocar em ntima conexo com o Direito. (incluso) (B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate) (C) (...) qualificao do comportamento do homem como ser em situao. (provisrio) (D) (...) nem tampouco como fenmeno especulativo. (nem, ainda) (E) (...) de um agir, de um comportamento conseqencial... (concessivo) 56. As normas de concordncia esto plenamente observadas na frase: (A) Costumam-se especular, nos meios acadmicos, em torno de trs acepes de tica. (B) As referncias que se faz natureza da tica consideram-

59. Atente para as afirmaes abaixo.

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I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador no se preocupa com os padres morais de conduta. II. Pelo fato de impor a si mesmo um rgido padro de conduta, o homem moral acaba por imp-lo conduta alheia. III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os padres de conduta que ele cobra dos outros. Em relao ao texto, correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 60. No contexto do primeiro pargrafo, a afirmao de que j decorreu um bom sculo de psicologia e psiquiatria dinmicas indica um fator determinante para que (A) concluamos que o homem moderno j no dispe de rigorosos padres morais para avaliar sua conduta. (B) consideremos cada vez mais difcil a discriminao entre o homem moral e o homem moralizador. (C) reconheamos como bastante remota a possibilidade de se caracterizar um homem moralizador. (D) identifiquemos divergncias profundas entre o comportamento de um homem moral e o de um moralizador. (E) divisemos as contradies internas que costumam ocorrer nas atitudes tomadas pelo homem moral. 61. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplificar uma sociedade na qual (A) normas morais no tm qualquer peso na conduta dos cidados. (B) hipcritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos. (C) a f religiosa decisiva para o respeito aos valores de uma moral comum. (D) a situao de barbrie impede a formulao de qualquer regra moral. (E) eventuais falhas de conduta so atribudas fraqueza das leis. 62. Na frase A distino entre ambos tem alguns corolrios relevantes, o sentido da expresso sublinhada est corretamente traduzido em: (A) significativos desdobramentos dela. (B) determinados antecedentes dela. (C) reconhecidos fatores que a causam. (D) conseqentes aspectos que a relativizam. (E) valores comuns que ela propicia. 63. Est correta a articulao entre os tempos e os modos verbais na frase: (A) Se o moralizador vier a respeitar o padro moral que ele impusera, j no podia ser considerado um hipcrita. (B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores morais que eles imporo aos outros. (C) A pior barbrie ter sido aquela em que o rigor dos hipcritas servisse de controle dos demais cidados. (D) Desde que haja a imposio forada de um padro moral, caracterizava-se um ato tpico do moralizador. (E) No justo que os hipcritas sempre venham a impor padres morais que eles prprios no respeitam.

64. Est correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) O moralizador est carregado de imperfeies de que ele no costuma acusar em si mesmo. (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padro moral ele no costuma impingir na dos outros. (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador so os mesmos em que ele acusa seus semelhantes. (D) Respeitar um padro moral das aes uma qualidade da qual no abrem mo os homens a quem no se pode acusar de hipcritas. (E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padro moral de cujo ele prprio no respeita, demonstra toda a hipocrisia em que capaz. Fim de feira Quando os feirantes j se dispem a desarmar as barracas, comeam a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou mesmo nada, pelo que ameaa estragar. Chegam com suas sacolas cheias de esperana. Alguns no perdem tempo e passam a recolher o que est pelo cho: um mamozinho amolecido, umas folhas de couve amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fregueses compradores. H uns que se aventuram at mesmo nas cercanias da barraca de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta entre jornais, ou uma ponta de cao obviamente desprezada. H feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora. Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos, e chegam a recolh-los para no os verem coletados. Agem para salvaguardar no o lucro possvel, mas o princpio mesmo do comrcio. Parecem temer que a fome seja debelada sem que algum pague por isso. E no admitem ser acusados de egostas: somos comerciantes, no assistentes sociais, alegam. Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminho da limpeza e os funcionrios da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trnsito liberado, os carros atravancam a rua e, no fosse o persistente cheiro de peixe, a ningum ocorreria que ali houve uma feira, freqentada por to diversas espcies de seres humanos.(Joel Rubinato, indito)

65. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos e no admitem ser acusados de egostas, o narrador do texto (A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes. (B) revela uma perspectiva crtica diante da atitude de certos feirantes. (C) demonstra no reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta. (D) assume-se como um cronista a quem no cabe emitir julgamentos. (E) insinua sua indignao contra o lucro excessivo dos feirantes. 66. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento do texto em:

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(A) serviu de chamariz = respondeu ao chamado. (B) alguma suspeita sardinha = possivelmente uma sardinha. (C) teimoso aproveitamento = persistente utilizao. (D) o princpio mesmo do comrcio = prembulo da operao comercial. (E) Agem para salvaguardar = relutam em admitir. 67. Atente para as afirmaes abaixo. I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um cao que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no primeiro pargrafo. II. O emprego de alegam, no segundo pargrafo, deixa entrever que o autor no compactua com a justificativa dos feirantes. III. No ltimo pargrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a superao de tudo o que determina a existncia de diversas espcies de seres humanos. Em relao ao texto, correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 68. Est INCORRETA a seguinte afirmao sobre um recurso de construo do texto: no contexto do (A) primeiro pargrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a expresso verbal querem pagar. (B) primeiro pargrafo, a expresso fregueses compradores faz subentender a existncia de fregueses que no compram nada. (C) segundo pargrafo, a expresso de qualquer modo est empregada com o sentido de de toda maneira. (D) segundo pargrafo, a expresso para salvaguardar est empregada com o sentido de a fim de resguardar. (E) terceiro pargrafo, a expresso no fosse tem sentido equivalente ao de mesmo no sendo. 69. O verbo indicado entre parnteses dever flexionar-se no plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, no ...... (deixar) de as recolher quem no pode pagar pelas boas e bonitas. (B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionrios da limpeza pblica a providncia que far esquecer que ali funcionou uma feira. (C) No ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as sobras de seus produtos, a observao do autor sobre o egosmo humano. (D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da coleta, a que o narrador deu nfase em seu texto. (E) No ...... (caber) aos leitores, por fora do texto, criticar o lucro razovel de alguns feirantes, mas sim, a inaceitvel impiedade de outros. 70. A supresso da vrgula altera o sentido da seguinte frase: (A) Fica-se indignado com os feirantes, que no compreendem a carncia dos mais pobres. (B) No texto, ocorre uma descrio o mais fiel possvel da tradicional coleta de um fim de feira. (C) A todo momento, d-se o triste espetculo de pobreza centralizado nessa narrativa.

(D) Certamente, o leitor no deixar de observar a preocupao do autor em distinguir os diferentes caracteres humanos. (E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrer tambm a humilde coleta de que trata a crnica. ANALISTA ADMINISTRATIVO TRT 18 2008. Viagem para fora H no tanto tempo assim, uma viagem de nibus, sobretudo quando noturna, era a oportunidade para um passageiro ficar com o nariz na janela e, mesmo vendo pouco, ou nada, entreter-se com algumas luzes, talvez a lua, e certamente com os prprios pensamentos. A escurido e o silncio no interior do nibus propiciavam um pequeno devaneio, a memria de alguma cena longnqua, uma reflexo qualquer. Nos dias de hoje as pessoas no parecem dispostas a esse exerccio mnimo de solido. No sei se a temem: sei que h dispositivos de toda espcie para no deixar um passageiro entregar-se ao curso das idias e da imaginao pessoal. H sempre um filme passando nos trs ou quatro monitores de TV, estrategicamente dispostos no corredor. Em geral, um filme ritmado pelo som de tiros, gritos, exploses. tambm bastante possvel que seu vizinho de poltrona prefira no assistir ao filme e deixar-se embalar pela msica altssima de seu fone de ouvido, que voc tambm ouvir, traduzida num chiado interminvel, com direito a batidas mecnicas de algum sucesso pop. Inevitvel, tambm, acompanhar a variedade dos toques personalizados dos celulares, que vo do latido de um cachorro verso eletrnica de uma abertura sinfnica de Mozart. Claro que voc tambm se inteirar dos detalhes da vida domstica de muita gente: a senhora da frente pergunta pelo cardpio do jantar que a espera, enquanto o senhor logo atrs de voc lamenta no ter includo certos dados em seu ltimo relatrio. Quando o nibus chega, enfim, ao destino, voc desce tomado por um inexplicvel cansao. Acho interessantes todas as conquistas da tecnologia da mdia moderna, mas prefiro desfrutar de uma a cada vez, e em momentos que eu escolho. Mas parece que a maioria das pessoas entrega-se gozosa e voluptuosamente a uma sobrecarga de estmulos udio-visuais, evitando o rumo dos mudos pensamentos e das imagens internas, sem luz. Ningum mais gosta de ficar, por um tempo mnimo que seja, metido no seu canto, entretido consigo mesmo? Por que se deleitam todos com tantas engenhocas eletrnicas, numa viagem que poderia propiciar o prazer de uma pequena incurso ntima? Fica a impresso de que a vida interior das pessoas vem-se reduzindo na mesma proporo em que se expandem os recursos eletrnicos.(Thiago Solito da Cruz, indito)

71. Considerando-se o sentido integral do texto, o ttulo Viagem para fora representa (A) uma aluso exterioridade dos apelos a que se entregam os passageiros. (B) um especfico anseio que o autor alimenta a cada viagem de nibus. (C) a nostalgia de excurses antigas, em que todos se solidarizavam. (D) a importncia que o autor confere aos devaneios dos passageiros.

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(E) a ironia de quem no se deixa abalar por tumultuadas viagens de nibus. 72. Atente para as seguintes afirmaes: I. No primeiro pargrafo, configura-se a tenso entre o desejo de recolhimento ntimo de um passageiro e a agitao de uma viagem noturna. II. No segundo pargrafo, o cruzamento de mensagens, em diferentes meios de comunicao, considerado invasivo por quem preferiria entregar-se ao curso da imaginao pessoal. III. No terceiro pargrafo, o autor considera a possibilidade de os recursos da mdia eletrnica e o cultivo da vida serem usufrudos em tempos distintos. Em relao ao texto, est correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) II e III, somente. (D) I e III, somente. (E) II, somente. 73. O autor vale-se do emprego do pronome voc, ao longo do segundo pargrafo, da mesma forma que esse pronome empregado em: (A) Quando perguntei se voc gostava de viajar, voc titubeou, e no me respondeu. (B) J sei a opinio dele acerca da mdia eletrnica; gostaria que voc me dissesse, agora, qual a sua. (C) No aquele ou aquela passageira que me interessa;meus olhos no conseguem desviar-se de voc. (D) Quando se est em meio a um tumulto, voc no consegue concentrar-se em seus prprios pensamentos. (E) Espero que voc no tenha se ofendido por eu lhe haver proposto que desligue o celular enquanto conversamos. 74. O ltimo perodo do texto retoma e arremata, conclusivamente, uma idia que j se representara na seguinte passagem: (A) (...) h dispositivos de toda espcie para no deixar um passageiro entregar-se ao curso das idias (...). (B) A escurido e o silncio no interior do nibus propiciavam um pequeno devaneio (...). (C) Claro que voc tambm se inteirar dos detalhes da vida domstica de muita gente (...). (D) Quando o nibus chega, enfim, ao destino, voc desce tomado por um inexplicvel cansao. (E) H sempre um filme passando nos trs ou quatro monitores de TV, estrategicamente dispostos no corredor. 75. Claro que voc tambm se inteirar dos detalhes da vida domstica de muita gente (...) A frase acima conservar o sentido bsico, sem prejuzo para a correo, substituindo-se o elemento sublinhado por: (A) estar corrente. (B) ficar ao par. (C) abeirar-se-. (D) certificar-se-. (E) tomar cincia. 76. Est adequada a correlao entre os tempos e modos verbais na frase: (A) Ainda recentemente, no se poderia imaginar que uma

viagem de nibus venha a ser to atribulada. (B) A cada vez que se colocar um filme no nibus, a expectativa seria a de que todos passam a ouvir tiros e gritos. (C) Os que usam fone de ouvido talvez no imaginem que uma chiadeira irritante fique a atormentar os ouvidos do vizinho. (D) Quem no quiser conhecer os detalhes da vida domstica de algum, h de tapar os ouvidos quando tocava o celular. (E) Muita gente no distingue a verso eletrnica de uma sinfonia que tocasse no celular da verso original que um Mozart tem criado. 77. O verbo indicado entre parnteses dever flexionar-se numa forma do singular para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) No ...... (costumar) registrar-se, na conversa usual entre os passageiros, quaisquer reclamaes contra a rotina barulhenta da viagem. (B) ...... (dever) agradar aos ruidosos passageiros toda essa parafernlia eletrnica, que os dispensa de refletir sobre si mesmos. (C) Momentos de solido e contemplao ...... (haver) de perturbar os que se entregam gostosamente aos estmulos eletrnicos. (D) J quase no se ...... (ver), numa viagem de nibus, passageiros ensimesmados, olhando vagamente pela janela. (E) No ...... (convir) a muita gente esses momentos nicos de reflexo, que uma viagem de nibus podia propiciar. 78. Est correta a construo da seguinte frase: (A) Seu vizinho de poltrona acha prefervel ouvir msica do que se concentrar num filme. (B) A mulher ao lado prefere mais um filme em vez de ouvir msica. (C) Tenho mais preferncia a desfrutar do silncio que de ouvir intimidades alheias. (D) O jovem prefere concentrar-se na msica a ficar com os olhos num monitor de TV. (E) mais prefervel entreter-se com idias prprias a que se distrair com as tolices de um filme. 79. Est correta a grafia de todas as palavras da frase: (A) Muitos se deixam embalar por um mixto de torpor e devaneio, quando se entretm janela do nibus. (B) Tentou convencer o jovem a desligar a engenhoca,mas no obteve sucesso nessa tentativa de dissuazo. (C) Que temos ns a haver com o relatrio que deixou frustado aquele executivo? (D) Por que no se institue a determinao de por um fim ao abuso dos rudos no interior de um nibus? (E) difcil explicar o porqu de tanta gente sentir-se extasiada diante das iniquidades de um filme violento. 80. Sempre gostei das viagens de nibus, mas atualmente considero as viagens de nibus uma verdadeira provao, pois o que vem caracterizando as viagens de nibus uma profuso de rudos de toda espcie, o que torna as viagens de nibus um desafio aos nervos de um pacato passageiro. Evitam-se as viciosas repeties do texto acima substituindose os elementos sublinhados, na ordem dada, por: (A) considero-as - as vem caracterizando - as torna (B) considero-as - vem-nas caracterizando - lhes torna

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(C) as considero - vem-lhes caracterizando - torna-las (D) considero-lhes - lhes vem caracterizando - as torna (E) considero-lhes - vem caracterizando-as - torna-as A amizade Uma amizade verdadeira possui to grandes vantagens que mal posso descrev-las. Para comear, em que pode consistir uma vida vivvel que no encontre descanso na afeio partilhada com um amigo? Que h de mais agradvel que ter algum a quem se ousa contar tudo como a si mesmo? De que seria feita a graa to intensa de nossos sucessos, sem um ser para se alegrar com eles tanto quanto ns? E em relao a nossos reveses, seriam mais difceis de suportar semessa pessoa, para quem eles so ainda mais penosos que para ns mesmos. Os outros privilgios da vida a que as pessoas aspiram s existem em funo de uma nica forma de utilizao: as riquezas, para serem gastas; o poder, para ser cortejado; as honrarias, para suscitarem os elogios; os prazeres, para deles se obter satisfao; a sade, para no termos de padecer a dor e podermos contar com os recursos de nosso corpo. Quanto amizade, ela contm uma srie de possibilidades. Em qualquer direo a que a gente se volte, ela est l, prestativa, jamais excluda de alguma situao, jamais importuna, jamais embaraosa. Por isso, como diz o ditado, nem a gua nem o fogo nos so mais prestimosos que a amizade. E aqui no se trata da amizade comum ou medocre (que, no entanto, proporciona alguma satisfao e utilidade), mas da verdadeira, da perfeita, qual venho me referindo. Pois a amizade torna mais maravilhosos os favores da vida, e mais leves, porque comunicados e partilhados, seus golpes mais duros.(Adaptado de Ccero, filsofo e jurista romano)

Em relao ao texto, est correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 84. Que h de mais agradvel que ter algum a quem se ousa contar tudo como a si mesmo? Pode-se substituir o segmento sublinhado na frase acima, sem prejuzo para o sentido, clareza e correo, por: (A) com a audcia de contar tudo para si mesmo? (B) que pode contar com si mesmo? (C) com a coragem de quem ousa contar tudo? (D) com fora para contar tudo sobre si prprio? (E) para confidenciar, sem receio, tudo de si? 85. H um deslize na concordncia verbal da seguinte frase: (A) Aos golpes mais duros da vida responde uma amizade verdadeira com palavras e gestos de solidariedade. (B) Nunca havero de nos faltar, quando contamos com amigos verdadeiros, a fora justa das palavras certas. (C) Assim como ningum vive sem o prstimo da gua, no se superam os infortnios sem o apoio de um amigo verdadeiro. (D) Os sofrimentos que pesam sobre algum havero de ser mais leves com a companhia solidria de um amigo leal. (E) Importa, acima de todas as coisas, poder contar com a lealdade e os bons prstimos que nos oferece a amizade verdadeira. 86. Transpondo-se para a voz ativa a frase Nossos reveses podem ser consolados pela palavra amiga, a forma verbal resultante ser: (A) ter consolado. (B) ho de consolar-se. (C) poderiam consolar. (D) pode consolar. (E) haver de consolar. 87. Os outros privilgios da vida a que as pessoas aspiram s existem em funo de uma nica forma de utilizao (...). No perodo acima, so exemplos de uma mesma funo sinttica: (A) vida e pessoas. (B) privilgios e utilizao. (C) privilgios e pessoas. (D) existem e utilizao. (E) a que e nica. 88. Est inteiramente adequada a pontuao da seguinte frase: (A) Quem cuida da sade, conta com os recursos do corpo, j quem cultiva uma amizade, conta com o conforto moral. (B) No que me diz respeito, no me interessam os amigos de ocasio: prezo apenas os verdadeiros, os que me apiam incondicionalmente. (C) De que pode valer, gozarmos um momento de felicidade, se no dispomos de algum, a quem possamos estend-la? (D) Confio sempre num amigo; pois minha confiana nele, certamente ser retribuda com sua confiana em mim. (E) So essas enfim, minhas razes para louvar a amizade: diga-me voc agora quais as suas?

81. Ao tratar da amizade verdadeira, Ccero d um peso especial ao fato de que ela (A) um privilgio desfrutado de uma forma nica e exclusiva. (B) intensifica nossas conquistas e ameniza nossos infortnios. (C) abre caminho para o exerccio de um poder que todos desejamos. (D) produz honrarias que todos os amigos podem compartilhar. (E) afasta os padecimentos morais e multiplica as alegrias. 82. No segundo pargrafo, os segmentos iniciados por as riquezas (...), as honrarias (...) e os prazeres (...) deixam subentendida a forma verbal: (A) aspiram. (B) contm. (C) obtm. (D) suscitam. (E) existem. 83. Atente para as seguintes afirmaes: I. A expresso nossos reveses (1o pargrafo) empregada com sentido equivalente ao de golpes mais duros (3o pargrafo). II. Em vez de podermos contar (2o pargrafo), o emprego da forma pudermos contar seria mais adequado construo da frase. III. Os termos comunicados e partilhados (3o pargrafo) referem-se ao termo anterior favores.

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89. importante que voc possa contar com minha amizade; confie nela, que eu no o decepcionarei. A frase acima permanecer correta no caso de substituirmos os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) tu possas - confies - te (B) Vossa Excelncia podeis - confiei - vos (C) tu possas - confia - te (D) vs possais - confiem - vos (E) Sua Senhoria podeis - confiai - vos 90. Pensador consequente, a Ccero no importavam as questes secundrias; interessavam-lhe os valores essenciais da conduta humana. O sentido da frase acima permanecer inalterado caso ela seja introduzida por: (A) Conquanto fosse. (B) Muito embora sendo. (C) Ainda quando fosse. (D) Por ter sido. (E) Mesmo que tenha sido. ASSESSOR ADMINISTRATIVO MPE RS 2008. Beethoven e a tartaruga A biologia estuda todos os seres vivos e no explica a origem mesma da vida, nem parece que a isso se devota: restringe-se (e no pouca coisa) descrio e compreenso dos processos vitais, seja de um protozorio, da mquina humana ou de outras espcies. Talvez por isso aquele jovem bilogo, que conheo desde que nasceu, nunca deixe de me fazer srias advertncias quando lhe falo do diferencial humano. Ainda outro dia manifestava eu a convico de que Beethoven infinitamente superior a uma tartaruga, e a rplica veio na hora: Superior em qu? Perguntei-lhe se ele j havia se comovido com alguma sinfonia composta por um ovparo de carapaa, e ele contra-atacou querendo saber quantos ovos Beethoven seria capaz de botar numa nica noite. Ponderei que compor uma sinfonia tarefa indiscutivelmente mais complexa do que ovular, mas a percebi que cara na armadilha do jovem bilogo: no plano da natureza no funciona o juzo de valor. Disse-lhe isso, para me antecipar a ele, e busquei triunfar: Pois , o juzo de valor uma propriedade exclusivamente humana! Novo contraataque: Voc j foi uma tartaruga, um smio, uma planta carnvora, para ter tanta certeza? E a conversa prosseguiu nesse compasso, tentando eu me valer de conceitos como espiritualidade, conscincia de si, livre-arbtrio, subjetividade, capacidade crtica e coisas que tais, ao que ele se contrapunha descrevendo a fotossntese, o mimetismo dos camalees, as tticas de sobrevivncia dos parasitas etc. etc. Ao fim da discusso, parecamos empatados: ele no me convencera de que um dromedrio pudesse vir a desenvolver aguda sensibilidade para a pintura, e eu no o demovera da idia de que o homem um ser to natural como um antrio, que tambm nasce, vive e morre. Para no perder em definitivo a autoridade, sugeri ainda que o vinho que eu lhe oferecera, e que estvamos bebendo to prazerosamente, no apenas ditava o rumo da nossa conversa como propiciava um deleite fsico e espiritual de que seria incapaz uma borboleta. Ao que ele retrucou:

"Quantas vezes voc j foi uma lagarta?" Achei melhor ir dormir. Dormir, sonhar talvez... (A propsito: com o que ser que costumam sonhar as bactrias?)(Nicolau Ramasco, indito)

91. A divergncia essencial entre os interlocutores representados no texto acima diz respeito (A) definio dos objetivos cientficos e passos metodo-lgicos da biologia. (B) pretendida superioridade de uma espcie sobre todas as outras. (C) discutvel equivalncia de habilidades motoras entre as espcies. (D) classificao das espcies segundo sua capacidade de expresso. (E) problemtica distino entre os diferentes seres de uma mesma espcie. 92. Na frase Talvez por isso aquele jovem bilogo (...) nunca deixa de me fazer srias advertncias quando lhe falo do "diferencial humano", a expresso sublinhada refere-se ao fato de que a biologia (A) no se prope a explicar a origem mesma da vida. (B) ocupa-se de estudar to-somente os seres vivos. (C) analisa com iseno todos os processos vitais. (D) restringe a compreenso da mquina humana. (E) promove uma hierarquizao das espcies. 93. No segundo pargrafo, os interlocutores estabelecem um confronto entre seres caracterizados, de um lado, (A) pela capacidade de interiorizao, e, de outro, pela ativao de mecanismos naturais. (B) pelo domnio dos atributos fsicos, e, de outro, pelas manifestaes dos instintos. (C) pela busca das virtudes morais, e, de outro, pelo intento de comunicao artstica. (D) pela superioridade diante da natureza, e, de outro, pela capacidade de improvisar linguagens. (E) pela atilada conscincia de si, e, de outro, pela variedade de formas de expresso. 94. Atente para as seguintes afirmaes: I. O interlocutor que defende a existncia de um diferencial humano admite que os juzos de valor no se aplicam ao plano da natureza. II. A expresso aguda sensibilidade participa da argumentao que se apia em conceitos como espiritualidade e subjetividade. III. No final do texto, a frase interrogativa deixa claro que um dos interlocutores se rendeu aos inapelveis argumentos do outro. Em relao ao texto, est correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) II, apenas. 95. (...) o vinho (...) propiciava um deleite fsico e espiritual de que seria incapaz uma borboleta. O elemento sublinhado no

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segmento acima deve ser mantido caso se substitua incapaz por (A) indiferente. (B) insensvel. (C) inepta. (D) imprpria. (E) desprovida. 96. Ao que ele retrucou: Quantas vezes voc j foi uma lagarta? Transpondo-se o segmento acima para o discurso indireto, ele dever ficar: (A) Ao que ele retrucou com quantas vezes voc j ter sido uma lagarta? (B) Ao que ele retrucou-me, perguntando quantas vezes haverei de ser uma lagarta. (C) Ao que ele retrucou que queria saber quantas vezes fora uma lagarta? (D) Ao que ele retrucou, perguntando-me quantas vezes eu j fora uma lagarta. (E) Ao que ele retrucou como se eu j tivesse sido tantas vezes uma lagarta. 97. Em respeito s normas de concordncia, deve-se corrigir uma forma verbal da seguinte frase: (A) Deve-se estender a todos os seres vivos a mesma objetividade de anlise, quando se trata de descrever e compreender seus processo vitais. (B) Deve-se s agudas divergncias entre os interlocutores o fato de ambos buscarem exemplos extremos para a sua argumentao. (C) Os tantos ovos que capaz de botar uma tartaruga so lembrados em contraposio aos dotes musicais que se reconhecem num Beethoven. (D) Fossem os sonhos uma propriedade comum das bactrias, estaria enfraquecido um dos argumentos em favor do diferencial humano. (E) Cada um dos interlocutores busca fazer corresponderem aos argumentos do outro uma ponderao em sentido inteiramente contrrio. 98. Na abertura do segundo pargrafo, o segmento E a conversa prosseguiu nesse compasso ressalta o fato de que o andamento do dilogo se dava conforme indica o paralelismo sinttico das formas (A) tentando eu / ele (...) descrevendo. (B) me valer / coisas que tais. (C) se contrapunha / descrevendo. (D) me valer / tentando eu. (E) se contrapunha / tticas de sobrevivncia. 99. A biologia estuda todos os seres vivos e no explica a origem mesma da vida, nem parece que a isso se devota (...). Est clara e correta, alm de coerente com a afirmao acima, a redao desta frase: (A) Uma vez que no explica a origem mesma da vida, conquanto nisso no se empenhe, a biologia estuda todos os seres vivos. (B) Ao no se devotar na explicao da origem da vida, nem por isso deixa a biologia de estudar todos os seres vivos. (C) No se ocupa a biologia em explicar a origem mesma da vida, mas em estudar todos os seres vivos.

(D) A biologia no explica a origem mesma da vida, haja visto que nisto nem se empenhe, mas a estudar todos os seres vivos. (E) Mesmo que no se atendo origem da vida em si, todos os seres vivos so estudados pela biologia. 100. So exemplos de uma mesma funo sinttica os elementos sublinhados em: (A) A biologia estuda todos os seres vivos e no explica a origem mesma da vida (...) (B) Ainda outro dia manifestava eu a convico de que Beethoven infinitamente superior a uma tartaruga (...) (C) Ao fim da discusso, parecamos empatados (...) (D) Para no perder em definitivo a autoridade, sugeri ainda que o vinho que eu lhe oferecera (...) (E) O vinho (...) propiciava um deleite fsico e espiritual de que seria incapaz uma borboleta. Perverso da Aufklrung* Os pases da Amrica Latina realizaram a sua independncia poltica sob o influxo da Ilustrao. Os seus promotores assumiram alguns princpios desta, que atuaram como fator de unidade dentro da grande diversidade das culturas existentes entre o Mxico e a Terra do Fogo. Um desses princpios pode ser expresso por meio das seguintes proposies: 1) o saber trar a felicidade dos povos; 2) este saber aquele que veio da Europa, trazido pelo colonizador; 3) os detentores deste saber formam uma elite que deve orientar o destino das jovens naes. A principal conseqncia foi a idia de que o saber seria difundido entre todos, a partir das luzes de uns poucos. Esta era a misso das elites, como se elas dissessem: Devemos possuir os instrumentos do poder, porque sabemos, e como sabemos, levaremos os outros ao saber, que a felicidade. Confiem em ns. Mas essas convices e atitudes de cunho acentuadamente ideolgico tiveram, ao contrrio, a conseqncia de fechar e restringir a iniciao na cultura intelectual, bem como o seu uso social e poltico. De ideal ilustrado, teoricamente universal e altrusta, ele se tornou em boa parte um saber de classe e de grupo, um instrumento de dominao que serviu por sua vez para segregar o povo e mant-lo em condio inferior pela privao do saber.(Antonio Candido, Textos de interveno)

* Aufklrung: termo alemo que designa a Ilustrao, movimento intelectual do sculo XVIII, caracterizado pela centralidade do conhecimento racional e da idia de progresso.

101. Considerando-se o sentido geral do texto, a expresso que lhe serve de ttulo Perverso da Aufklrung refere-se, precisamente, (A) motivao perversa dos princpios filosficos adotados e divulgados pelos mentores da Ilustrao. (B) degenerao dos ideais universalistas da Ilustrao em instrumento de poder de uma classe particular. (C) crise poltica da Amrica Latina que sobreveio aos movimentos libertrios precocemente deflagrados. (D) tendncia dos filsofos ilustrados de transformarem princpios polticos em proposies culturais. (E) ideologia de um movimento poltico que se determinou a difundir amplamente os princpios da Ilustrao.

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102. Atente para as seguintes afirmaes: I. No primeiro pargrafo, as proposies enumeradas do especificidade a um dos princpios da Ilustrao. II. Ao interpretar a misso das elites, o autor do texto faz ver que elas j se reconheciam como detentoras de um saber e de um poder. III. O alegado altrusmo dos princpios ilustrados veio a dar, de fato, na submisso poltica e cultural das classes populares. Em relao ao texto, est correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) I e III, somente. (D) II e III, somente. (E) II, somente. 103. Os elementos sublinhados em (A) Os seus promotores assumiram alguns princpios desta (...) referem-se, ambos, ao termo Ilustrao. (B) (...) atuaram como fator de unidade dentro da grande diversidade das culturas (...) so empregados com significao equivalente. (C) (...) porque sabemos, e como sabemos, levaremos os outros ao saber (...) so, respectivamente, exemplos de transitividade e intransitividade verbal. (D) De ideal ilustrado, teoricamente universal e altrusta (...) mantm entre si uma relao antittica. (E) (...) segregar o povo e mant-lo em condio inferior (...) exprimem aes consecutivas. 104. Est plenamente adequada a pontuao do seguinte comentrio sobre o texto: (A) Antonio Candido, um crtico que no despreza os ideais ilustrados lamenta que estes sejam tomados, para justificar a predominncia de uma classe. (B) O amplamente difundido conceito de elite, vem tomando, como se sabe, as mais diferentes acepes dependendo de quem o utiliza. (C) A Ilustrao esse movimento que tantas conseqncias acarretou, ainda hoje, inspiradora de ideais e libi para a dominao poltica. (D) Princpios altrustas so, obviamente, louvveis; a questo que podem ser invocados, aqui e ali, para dissimular operaes abominveis. (E) As grandes instituies culturais em plena modernidade promovem os ideais ilustrados: mas agem como sempre agiram em funo do poder. 105. As proposies discriminadas no primeiro pargrafo esto reunidas, de forma sinttica, correta e coerente, no seguinte perodo: (A) Os detentores do saber europeu, que implica na felicidade dos povos, constituem uma elite a quem cabe destinar positivamente s jovens naes. (B) Aos detentores do saber trazido da Europa para proporcionar felicidade aos povos cabe encaminhar as jovens naes ao seu melhor destino. (C) Para orientar as jovens naes, o saber das elites torna-se imprescindvel enquanto meio de acarretar a felicidade ao destino destes povos. (D) Vindo da Europa com o colonizador, o saber das elites constitue um instrumento para dirimir o feliz destino dos povos

das jovens naes. (E) Que as elites desse saber que traz a felicidade dos povos, saibam valer-se do legado europeu no sentido de imprimir um destino s jovens naes. 106. Est adequada a correlao entre tempos e modos verbais na frase: (A) Uma vez disseminada a idia de que o saber traz a felicidade aos povos, as elites no haviam hesitado em manipular o poder. (B) Os ideais que prosperaram na Ilustrao haveriam de ser utilizados para que os povos da Amrica Latina tivessem alcanado sua independncia. (C) Alguns princpios da Ilustrao foram assumidos no processo poltico que tornou independentes pases que viviam diferentes experincias culturais. (D) Cultivando promessas que no tencionavam cumprir, as elites passariam a deter o poder do qual o povo ser afastado. (E) Embora fossem altrustas os ideais ilustrados, as elites manipularam-nos para que o povo no tenha tido acesso ao saber e ao poder. BIBLIOTECONOMIA TRT 2 RG 2008. O futuro encolheu Ns, modernos, nos voltamos sobretudo para o futuro. Pois nos definimos pela capacidade de mudana no pelo que somos, mas pelo que poderamos vir a ser: projetos e potencialidades. O tempo da nossa vida o futuro. Em nosso despertar cotidiano, podemos ter uma experincia fugaz e minoritria do presente, mas a voz do futuro que nos acorda e nos fora a sair da cama. A questo : qual futuro? Ele pode ser de longo prazo: desde o apelo do dever de produzir um mundo mais justo at o medo das guas que subiro por causa do efeito estufa. Ou ento ele pode ser imediato: as tarefas do dia que comea, as necessidades do fim do ms, a perspectiva de um encontro poucas horas mais tarde. Do sculo 17 ao comeo do sculo 20, o tempo dominante na experincia de nossa cultura parece ter sido um futuro grandioso projetos coletivos a longo prazo. Hoje prevalece o futuro dos afazeres imediatos. Nada de utopia, somente a agenda do dia. Trata-se de uma nova experincia do tempo: uma maneira original de ser e de criar. Como George Steiner se apressa a declarar em seu livro Gramticas da criao, no h por que sermos nostlgicos dos futuros que j foram. Afinal, aqueles futuros tornaram-se freqentemente cmplices da barbrie do sculo. Por que ser, ento, que acho o futuro encolhido de hoje um pouco inquietante? que o futuro no foi inventado, como sugere Steiner, s para espantar a morte. O futuro nos serve tambm para impor disciplina ao presente. Ele nosso rbitro moral. Esperamos dele que avalie nossos atos. A qualidade de nossos atos de hoje depende do futuro com o qual sonhamos. Receio que futuros muito encolhidos comandem vidas francamente mesquinhas.(Contardo Calligaris, Terra de ningum)

107. A afirmao que est no ttulo do texto faz referncia ao fato de que, para o autor,

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(A) j no temos quaisquer objetivos a se alcanar num futuro prximo. (B) a fora das mais altas expectativas que ainda nos mantm ativos. (C) nossa experincia do tempo implica uma maior valorizao do presente. (D) o descarte das utopias levou-nos a valorizar o imediatismo. (E) a mesquinhez da vida presente induz-nos a renegar o passado. 108. Atente para as seguintes afirmaes: I. A pergunta qual futuro?, no segundo pargrafo, expressa a perplexidade do autor diante da falta de respostas possveis. II. O perodo histrico referido no terceiro pargrafo foi marcado, segundo o autor, pela projeo de um futuro altamente promissor. III. A restrio declarao de George Steiner, no ltimo pargrafo, deve-se importncia que o autor do texto atribui ao tempo futuro. Em relao ao texto, est correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) II e III, somente. (D) I e III, somente. (E) III, somente. 109. Considerando-se o contexto, estabelecem uma franca oposio entre si as seguintes expresses: (A) capacidade de mudana e projetos e potencialidades. (B) despertar cotidiano e experincia fugaz. (C) futuro grandioso e agenda do dia. (D) um mundo mais justo e rbitro moral. (E) vidas francamente mesquinhas e Nada de utopia. 110. Est clara e correta a redao do seguinte comentrio sobre o texto: (A) Com a expresso nostlgicos dos futuros que j foram George Steiner, lembrando de que o futuro tambm espanta a morte, no produz com isso razes de qualquer otimismo. (B) A expresso futuro dos afazeres imediatos traduz o encolhimento das nossas expectativas, em razo do qual as experincias de vida tornam-se cada vez mais mesquinhas. (C) O autor do texto valoriza pedagogicamente a importncia do futuro, para o qual chama nossa ateno no sentido de consider-lo um rbitro moral onde descartaramos nossa vida mesquinha. (D) Mesmo o medo do efeito estufa, por conseguinte das guas que subiro, no nos leva difuso utpica atravs da qual pudssemos vir a relevar o teor mesquinho de nossas vidas. (E) O descarte de um futuro mais promissor e longnquo, tal como acontecia desde o sculo 17, reduziu nosso tempo de tal modo que seu papel de rbitro moral acha-se literalmente controvertido. 111. Esto plenamente respeitadas as normas de concordncia verbal em: (A) Abandonaram-se as utopias, e com isso prevalece em nossas vidas o imediatismo das mais rasas expectativas. (B) No se oferece ao homem moderno imagens de um futuro grandioso, e cada um de ns s nos preocupamos com a agenda do dia.

(C) A significao de todos os nossos atos presentes, insiste o autor, deveriam determinar-se em funo dos nossos projetos. (D) No podem limitar-se s experincias do futuro imediato a expectativa que temos em relao aos nossos projetos. (E) Atribui-se ao encolhimento do futuro as razes pelas quais nossa vida vem-se tornando cada vez mais mesquinha. 112. Transpondo-se para a voz passiva a construo a voz do futuro nos acorda, a forma verbal resultante ser: (A) temos acordado. (B) teremos acordado. (C) seremos acordados. (D) somos acordados. (E) temos sido acordados. 113. Est inteiramente correta a construo da seguinte frase: (A) Para ns acaba sendo mais prefervel a agenda do dia do que as utopias. (B) George Steiner insiste de que somos uns nostlgicos de antigos futuros. (C) O futuro com que se almeja funciona enquanto rbitro moral do presente. (D) J no h utopias aonde nos impulsionemos para construir o futuro. (E) O futuro com que j no se conta implica esvaziamento de sentido do presente. 114. Atente para as seguintes frases: I. Caberia aos homens de hoje, que despacharam as utopias, buscar revigor-las. II. Os sonhos coletivos, que alimentaram tempos passados, deram lugar aos afazeres imediatos. III. Preocupa-nos, hoje, muito mais a agenda do dia do que um projeto de longo prazo. A supresso das vrgulas altera o sentido da frase SOMENTE em (A) I e II. (B) I e III. (C) I. (D) II. (E) III. Tecnologia e totalitarismo A tecnologia e a televiso que dela faz parte so altas criaes do esprito humano, mas no encerram, em si mesmas, nenhum valor tico. A tcnica meio, nunca fim. Ela pode trabalhar a favor do homem e de sua liberdade, na medida em que se subordina aos valores humanos. A tcnica pode melhorar e enriquecer extraordinariamente a vida humana, contanto que o organismo social em que se insere faa dessa meta o alvo de sua atividade global. Manipulada por uma sociedade dividida e alienante, hipertroficamente utilitria e predatria, passa a ser instrumento de opresso e alienao. Nesse caso, o homem, por meio da tcnica, constri um mundo que o coisifica e o devora como pessoa, destruindoo no seu centro a liberdade. Ao totalitarismo, e propaganda que o serve, aborrecem a liberdade, a peculiaridade, a originalidade, a criatividade, a pluralidade dos seres, enfim, tudo aquilo que significa o esforo do homem para realizar-se e conquistar-se em sua dignidade. esse o grave, o terrvel perigo da

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tecnologia posta a servio de uma ordem de coisas desumana. tambm o perigo da televiso, na medida em que trabalha para que todos, crianas e adultos, percamos nossa integridade originria e nos transformemos em nmeros annimos, em consumidores de mercadorias num mundo todo ele transformado em mercado.(Hlio Pellegrino, Lucidez embriagada. S. Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2004, pp. 162/63)

115. De acordo com o autor, os recursos da tecnologia (A) adquirem alguma eficcia apenas quando bem manipulados. (B) adquirem alto valor tico quando postos a servio da liberdade humana. (C) devem ser submetidos ao controle do totalitarismo social. (D) revelam o instinto que destri nossa integridade originria. (E) so altamente positivos quando hipertroficamente utilitrios. 116. O autor do texto estabelece um confronto entre dois tipos antagnicos de sociedade, (A) a manipulada e a coisificada. (B) a pluralista e a criativa. (C) a predatria e a opressiva. (D) a consumista e a totalitria. (E) a libertria e a alienante. 117. No contexto do segundo pargrafo, deve-se entender que (A) o totalitarismo um subproduto do excesso de propaganda. (B) as regras do mercado derivam da hipertrofia tecnolgica. (C) o consumismo submete o homem ao imprio do mercado. (D) a perda de nossa integridade torna a televiso perigosa. (E) a criatividade humana deve compatibilizar-se com o totalitarismo. 118. Manipulada por uma sociedade dividida e alienante, hipertroficamente utilitria e predatria, passa a ser instrumento de opresso e alienao. A frase acima NO sofrer alterao de sentido caso venhamos a inici-la com: (A) Conquanto. (B) Mesmo quando. (C) Embora. (D) Uma vez. (E) No obstante. 119. A tecnologia, servindo ao homem, liberta-o; mas se o homem endeusar a tecnologia, pondo a tecnologia acima de sua liberdade, tornar a tecnologia um instrumento de opresso social. Evitam-se as viciosas repeties da frase acima substituindose os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) endeus-la - pondo-a - torna-la- (B) a endeusar - a pondo - lhe tornar (C) endeusar-lhe - pondo-a - tornar-lhe- (D) lhe endeusar - pondo-lhe - torna-la- (E) endeus-la - pondo-lhe - a tornar 120. O verbo indicado entre parnteses dever flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a lacuna da frase:

(A) Quando se ...... (deixar) encantar pela tecnologia em si mesma, os homens tornam-se alienados. (B) Aos homens libertrios jamais ...... (dever) incomodar o pluralismo dos valores sociais. (C) No se ...... (compreender) as razes pelas quais os homens se encantam com o mundo da mercadoria. (D) ...... (decorrer) do mau emprego da tecnologia as situaes em que o homem perde sua dignidade. (E) Caso se ...... (vincular) tecnologia os imperativos ticos, ela trabalhar a favor do homem. 121. Justificam-se ambos os usos do sinal de crase em: (A) Muitos ficam vontade diante da televiso, despeito de por ela serem manipulados. (B) Deve-se poupar criana do risco que representa assistir televiso durante horas seguidas. (C) Os recursos tecnolgicos, princpio, no tm valor em si mesmos; alcanam-no medida que sejam utilizados. (D) No caso de mandar a tecnologia s favas, pelo contrrio: trata-se de bem aproveit-la cada vez que se faz necessria. (E) O fato de estarmos sempre s voltas com as leis do mercado no significa que devamos nos submeter s suas determinaes. BIBLIOTECONOMIA TRF 5 2008 Num encontro pela liberdade de opinio Vimos aqui hoje para defender a liberdade de opinio assegurada pela Constituio dos Estados Unidos e tambm em defesa da liberdade de ensino. Por isso mesmo, queremos chamar a ateno dos trabalhadores intelectuais para o grande perigo que ameaa essa liberdade. Como possvel uma coisa dessas? Por que o perigo mais ameaador que em anos passados? A centralizao da produo acarretou uma concentrao do capital produtivo nas mos de um nmero relativamente pequeno de cidados do pas. Esse pequeno grupo exerce um domnio esmagador sobre as instituies dedicadas educao de nossa juventude, bem como sobre os grandes jornais dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, goza de enorme influncia sobre o governo. Por si s, isso j suficiente para constituir uma sria ameaa liberdade intelectual da nao. Mas ainda h o fato de que esse processo de concentrao econmica deu origem a um problema anteriormente desconhecido o desemprego de parte dos que esto aptos a trabalhar. O governo federal est empenhado em resolver esse problema, mediante o controle sistemtico dos processos econmicos isto , por uma limitao da chamada livre interao das foras econmicas fundamentais da oferta e da procura. Mas as circunstncias so mais fortes que o homem. A minoria econmica dominante, at hoje autnoma e desobrigada de prestar contas a quem quer que seja, colocouse em oposio a essa limitao de sua liberdade de agir, exigida para o bem de todo o povo. Para se defender, essa minoria est recorrendo a todos os mtodos legais conhecidos a seu dispor. No deve nos surpreender, pois, que ela esteja usando sua influncia preponderante nas escolas e na imprensa para impedir que a juventude seja esclarecida sobre esse problema, to vital para o desenvolvimento da vida neste pas. No preciso insistir no argumento de que a liberdade de ensino e de opinio, nos livros ou na imprensa, a base do

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desenvolvimento estvel e natural de qualquer povo. Possamos todos ns, portanto, somar as nossas foras. Vamos manternos intelectualmente em guarda, para que um dia no se diga da elite intelectual deste pas: timidamente e sem nenhuma resistncia, eles abriram mo da herana que lhes fora transmitida por seus antepassados uma herana de que no foram merecedores.(Albert Einstein, Escritos da maturidade. Conferncia pronunciada em 1936)

(C) o sistema jurdico em processo de institucionalizao. (D) o funcionamento bsico das leis do mercado. (E) a reao dos trabalhadores intelectuais. 126. Representa-se um encadeamento progressivo de fatos na seqncia: (A) centralizao da produo - concentrao do capital influncia preponderante nas escolas e na imprensa. (B) centralizao da produo - domnio esmagador concentrao do capital. (C) defesa da liberdade de ensino - interao das foras econmicas - influncia preponderante nas escolas. (D) grande perigo que ameaa a liberdade controle sistemtico das foras econmicas - processo de concentrao econmica. (E) defesa da liberdade de ensino