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Pós-Graduação em Psicopedagogia
Disciplina:
Princípios Gerais da Psicopedagogia
Os diferentes contextos da prática do psicopedagogo
(clínico e institucional)
Prof. Me. Sergio Gonçalves da Cunha
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Segundo Beyer (2003) o campo da Psicopedagogia é regido pelos
seguites princípios:
Artigo 1º
A psicpedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação
que lida com o processo de aprendizagem humana; seus
padrões normais e patológico, considerando a influência do meio
– família, escola e sociedade – no seu desenvolvimento,
utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.
Parágrafo único
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do
conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem.
Psicopedagogia – dinâmica multidisciplinar, científica e
profissional
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Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos
das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão
do ato de aprender, no sentido ontogenético e filogenético,
valendo-se de métodos e técnica próprios.
Artigo 3º
O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional,
de caráter preventivo e/ou remediativo.
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Artigo 5º
O trabalho psicopedagógico tem como objetivo: (i) promover a
aprendizagem, garantindo o bem-estar das pessoas em
atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos
disponíveis, incluindo a relação interprofissional; (ii) realizar
pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia.
Artigo 4º
Estarão em condições de exercício da Psicpedagogia os
profissionais graduados em 3º grau, portador de certificados de
curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, ministrados em
estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante
direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se à
supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal.
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O caráter multidisciplinar
Vale recordar que o aspecto multidisciplinar da Psicopedagogia é
edificado a partir da década de 70, diante da necessidade de
uma compreensão global das dificuldades de aprendizagem.
A ampliação do campo de atuação dos Psicipedagogos surge em
função dessa mudança estrutural.
Para maior consistência do trabalho clínico e institucional (com
enfoque transdisciplinar) Fagali e Vale (2009) defendem que são
necessárias análises com aprofundamento sobre o processo de
aprendizagem.
Para isso, Oliveira (2007) argumenta que tal compreensão só é
possível quando percebemos a dinâmica e relações entre os
elementos envolvidos no processo de conhecimento e como os
mesmos interferem no ensino e aprendizado das crianças e jovens. 5
A postura investigativa
Weiss (1994, p. 14) elucida que “todo diagnóstico pedagógico é,
em si, uma investigação, é uma pesquisa do que não vai bem
com o sujeito em relação à uma conduta esperada”.
Para a autora “não se pretende classificar o paciente em
determinadas categorias nosológicas, mas sim obter a
compreensão global da sua forma de aprender e dos desvios
que estão ocorrendo neste processo” (ibdem).
Dessa forma, o diagnóstico pode ser comparado à uma
“pesquisa-ação” e a ideia de sintoma é o que se torna
perceptível como resultado da interação da personalidade do
indivíduo com o sistema social em que o mesmo está inserido.
Clarificada a posição de desvio, deve-se traçar rumos para se
construir diagnóstico 6
Segundo Weiss (1994, p. 15) entre os parâmetros a serem
considerados e identificados temos:
A formação cultural;
Classe socioeconomica;
Idade cronológica;
Exigência familiar;
Exigência escolar;
Relação entre conteúdos escolares e estruturas de
pensamento;
Exigências escolares durante a alfabetização;
Psicogênese da leitura e escrita;
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Atividades e espaços de atuação
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A prática clínica
Podemos destacar como alguns pontos importantes no trabalho
do Psicopedagogo clínico, como afirma Bossa (2000):
O trabalho psicopedagógico não pode ser confundido com o
trabalho do psicanalista ou com qualquer outra prática que
conceba uma única face do sujeito (ibdem, p. 75)
Em razão disso, o atendimento, seja individual ou em grupos,
sempre será dentro de um contexto. O que define o atendimento
individual ou em grupo é considerar que cada caso é único e
compreender quando as alterações de aprendizagem ocorrem
com maior destaque em nível de sujeito e/ou grupo;
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E, talvez, o mais importante: o trabalho clínico “realizado
em consultórios e hospitais) “busca não só compreender
o porquê do sujeito não aprender algumas coisas, mas
o que ele pode aprender e como. A busca desse
conhecimento inicia-se no processo diagnóstico, no
momento em que a ênfase é a leitura da realidade
daquele sujeito, para então proceder a intervenção, que
é o próprio tratamento ou encaminhamento”. (BOSSA,
2000, p. 95)
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Psicopedagogia institucional
Sua caracterização vem da própria intencionalidade do trabalho.
Além do foco na atividade preventiva, o sujeito em questão é a
instituição “e sua complexa rede de relações” (BOSSA, 2000,
p.89).
Assim, Heloisa Fogali (1988 apud. Idbem) que “dependendo na
natureza da Instituição, a Psicopedagogia pode contribuir
trabalhando vários contextos.”
Dentre eles, temos:
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Psicopedagogia familiar:
•Auxilia a percepção dos pais sobre o processo de aprendizagem dos filhos;
•Procura resgatar o papel da família na educação de forma complementar à
escola;
•Destaca a importância da compreensão e respeito as diferenças dos filhos;
Psipedagogia empresarial:
•Amplia formas de treinamento em busca de uma visão sobre o todo;
•Estimula o trabalho com múltiplas inteligências e criatividade;
•Favorece o desenvolvimento do imaginário e o fomento à busca de
soluções;
Psicopedagogia hospitalar:
•Possibilitar a aprendizagem através do lúdico e de oficinas
psicopedagógicas com os internos;
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O trabalho escolar
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Psicopodagogia escolar:
•Realizar diagnóstico da escola;
•Buscar identidade institucional;
•Definir papéis na dinâmica relacional;
•Orientar professores, orientadores e diretores sobre práticas e
reflexões ligadas à novas formas de aprender;
•Auxiliar na reprogramação curricular;
•Promover oficinas de formação;
•Implantar programas e sistemas avaliativos;
•Analisar conteúdos e conceitos escolares;
•Analisar e sugerir reestruturação dos sistemas de recuperação e
reintegração do aluno no processo;
•Refletir sobre o papel da escola no diálogo com a família.
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Legislação
Destacam-se dois atos normativos:
RESOLUÇÃO CES N.º 3, DE 5 DE OUTUBRO DE 1999. (*)
(**) (BOSSA, 2000, p. 76):
Fixa condições de validade dos certificados de cursos presenciais
de especialização.
PROJETO DE LEI DA CÂMARA nº 31, de 2010 (BRANDÃO, 2014)
Pelo texto, a profissão poderá ser exercida por graduados e
também por portadores de diploma superior em Psicologia,
Pedagogia ou Licenciatura que tenham concluído curso de
especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600
horas e 80% da carga horária dedicada a essa área.
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O código de ética (BOMBONATTO, 2013)
Reformulado pelo Conselho da ABPp, gestão 2011/2013
e aprovado em Assembleia Geral em 5/11/2011
O Código de Ética tem o propósito de estabelecer
parâmetros e orientar os profissionais da Psicopedagogia
brasileira quanto aos princípios, normas e valores
ponderados à boa conduta profissional, estabelecendo
diretrizes para o exercício da Psicopedagogia e para os
relacionamentos internos e externos à ABPp – Associação
Brasileira de Psicopedagogia.
A revisão do Código de Ética é prevista para que se
mantenha atualizado com as expectativas da classe
profissional e da sociedade. 16