Psicologia das emergências

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PSICOLOGIA DAS EMERGÊNCIAS E DOS DESASTRES: ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE FUNDÃO EM MARIANA/MG WALESKA MEDEIROS DE SOUZA– GRADUANDA DE PEDAGOGIA /UFOP

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PSICOLOGIA DAS EMERGÊNCIAS E

DOS DESASTRES: ROMPIMENTO DA

BARRAGEM DE FUNDÃO EM

MARIANA/MGWALESKA MEDEIROS DE SOUZA– GRADUANDA DE PEDAGOGIA /UFOP

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Objetivo Principal Analisar os efeitos ocasionados nos agentes Guarda

Municipal da Cidade de Mariana/MG que socorreram os

moradores afetados pelo rompimento de uma barragem

de rejeito da Mineradora Samarco, ocorrido em

novembro de 2015, por meio da vertente da Psicologia

das Emergências.

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Breve histórico sobre a Psicologia das Emergências

• Início do século XX: Nos Estados Unidos, emerge o conceito Psicologia das Emergências,

como resposta as angustias públicas das tragédias de forma experimental;

• 1909: Stierlim – promoveu os primeiros estudos sobre desastres e seus efeitos psicológicos;

• 1944 : Lindemam - realizou o primeiro estudo sobre intervenções psicológicas no pós-

desastre, desastre do Clube Noturno Cococnut Grove em Boston, Nos Estados Unidos;

• 1970 : American Psychological Association (APA), divulga um guia de orientação para

Primeiros auxílios psicológicos em casos de catástrofes, com foco nas reações emocionais

típicas pós-desastre;

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• 1974: Departamento de Saúde, Instituto de Saúde mental, dos Estados Unidos promulga a lei na qual consta uma seção sobre a orientação psicológica aos atingidos por desastres;

• Final do século XX: no Brasil, introdução ao conceito Psicologia das Emergências, um estudo de revisão bibliográfica tanto descritiva quanto sintética de estudos feitos;

• 1987: Primeiro estudo realizado pelas UFRJ em parceria com a UCG e uma equipe de

psicólogos cubanos sobre o vazamento de uma capsula com gás Césio 137 em Goiânia;

• 2006: I Seminário Nacional de Psicologia das Emergências e Desastres com cooperação

do Conselho Federal de Psicologia e a Secretaria Nacional de Defesa Civil. I Reunião

internacional para Formação Especializada em Psicologia das Emergências e Desastres.

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Rompimento da Barragem de Fundão

•05 de novembro de 2015 – Rompimento da Barragem de Fundão/Samarco

Mineração – Maior desastre ambiental do Brasil;

•Distrito Bento Rodrigues/Mariana/MG – atingido cerca de 15 minutos depois.

•22 de novembro de 2015 – Rejeito desagua no mar;

•Algumas cidades atingidas: Barra Longa/MG, Rio Doce/MG, Santa Cruz do

Escalvado/MG, Governador Valadares/MG, Baixo Guandu/ES, Colatina/ES e

Linhares/ES.

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Barragem de Fundão

Bento Rodrigues

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• Dano de porte muito grande, evolução súbita ou aguda e de origem mista (fase de investigação);

• Os rejeitos de minério vazaram e causaram enorme dano ambiental aos rios, a vegetação e ao mar;

• Cerca de 1,2 milhões de pessoas afetadas (direta ou indiretamente);

• 18 Vitimas fatais;

• 1 Desaparecidos:

• Cerca de 1.500 desabrigados - 601 pessoas região de Mariana;

• Cerca de 11 toneladas de peixes mortos.

Danos Causados

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Fonte: GCM Anderson

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Efetivo Segurança Pública (Estimado)•150 Guardas Municipais (Mariana e outras cidades);

•68 Bombeiros Militares/MG;

•45 Policiais Militares/MG;

•14 Policiais Civis/MG;

•4 Militares do Exército Brasileiro;

•4 Militares do Corpo de Bombeiros/ES;

•Mais: Bombeiro Civil, Defesa Civil e Voluntários.

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Fonte: GCM de Sete Lagoas

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Pesquisa com Guardas Municipais de Mariana/MG

•Amostragem: 34 Guardas Municipais ostensivos e 7 Inspetores dos turnos manha, tarde e horário administrativo (maior efetivo).

•Instrumento: aplicação de um questionário com 20 questões.

•Categoria: Vítimas de terceiro grau ou vítimas ocultas são constituídas por profissionais que atuam nos primeiros auxílios (Taylor, 2006)

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Tratamento dos dados•Contato com o Secretário Municipal de Defesa Social da cidade de Mariana/MG para

assinatura de termo de consentimento e carta de autorização.

•Aplicação do questionário.

•Os dados colhidos foram analisados e sistematizados em forma de tabela e posterior em forma de gráfico.

•Os dados foram confrontados com referenciais teóricos sobre o tema Psicologia das emergências.

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Análise de Dados

NÃO5%

NULO2%

SIM93%

Intensificação de serviço

NÃO15%

NR10%

NULO2%

SIM73%

Sentiram-se afetados pelo desastre

NR: Não Respondeu

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Gestores se preocupam com a saúde psicológica de seus agentes?

Grupo Sim Não NR

Inspetores 5 2 0

Guardas 8 22 4

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NÃO29%

NR5%

SIM66%

Deveria ter acompanhamento psicológico pós-desastre

NR: Não Respondeu

2%

2%

95%

Deveria ter políticas públicas internas de apoio psicológico

NÃO NR SIM

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Acreditam que o desastre da barragem de Fundão pode desencadear um Transtorno do estresse pós-traumático.

Grupo Sim Não NR

Inspetores 2 5 0

Guardas 24 8 2

Sabem o que é Transtorno do estresse pós-traumático.

Grupo Sim Não NR

Inspetores 5 2 0

Guardas 14 19 1

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Resultados

•A intensificação do serviço pode desencadear problemas psicológicos;

•Sentiram-se afetados direta ou indiretamente pelo desastre (fatores: psicológico, econômico ou social);

•Divergência entre o que os gestores o os guardas pensam sobre suporte psicológico (institucional);

•Os guardas municipais julgam importante a implementação de Políticas Públicas de cunho psicológico pós-desastre (ou não nessa especificação);

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Considerações Finais

• Emerge a necessidade de investimento por parte dos gestores em considerarem relevante a

realização de estudos e práticas voltados para as demandas emocionais de seus servidores.

• O incentivo em políticas públicas internas, de cunho psicológico, poderá beneficiar os

Guardas Municipais de Mariana e a oferta de um serviço de maior qualidade.

• Maior investimento em estudos e pesquisas em Psicologia das Emergências em contextos

institucionais públicos, com agentes envolvidos em resgastes, visto que esses profissionais

lidam com as próprias dificuldades emocionais frente as missões de socorro de desastres.

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Referências• MELO, Cecilia Araujo; SANTOS, Felipe Almeida dos. As contribuições da psicologia nas emergências e desastres.

Psicologo informacao, v. 15, n. 15, p. 169-181, 2011.

• BRUCK, Ney Roberto Váttimo. A psicologia das emergências: um estudo sobre angústia pública e o dramático cotidiano do trauma. 2007.

• NETO, Orestes Diniz; BELO, Fabio Roberto Rodrigues. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 8 (2), Edição Especial, dezembro, 2015, 284 – 299

• SÁ, Samantha Dubugras; WERLANG, Blanca Susana Guevara; PARANHOS, Mariana Esteves. Intervenção em crise. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v. 4, n. 1, p. 0-0, 2008.

• I Seminário Nacional de desastres. Disponível em: <www.crpsp.org.br/...cd.../Cartilha_1_Seminario_Nacional_desastres.pdf>. Acessado em: 03/02/2016.

• Psicologia de emergências e desastres na América Latina: Promoção de direitos e construção de estratégias de atuação. Disponível em: <site.cfp.org.br/wp-content/uploads/.../emergencias_e_desastres_final.pdf>. Acessado em: 03/02/2016.

• Prefeitura de Mariana. Disponível em: <http://pmmariana.com.br/pesquisa?page=1&q=barragem>. Acessado em: 15/03/2016.

• Disponível em: <http://noticias.r7.com/minas-gerais/barragem-tem-novo-vazamento-e-mineradora-aciona-plano-de-emergencia-em-mariana-27012016>. Acessado em: 15/03/2016.

• Disponível em:< http://www.globalgeo.com.br/>. Acessado em: 15/03/2016.