Psicologia Institucional Na Escola

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Instituição. Para ele, as Instituições são o meio pelo qual os indivíduospodem se enriquecer ou esvaziar, uma vez que considera como funçõesda Instituição: o reforço dos mecanismos individuais de defesa contra aansiedade, a satisfação das pulsões libidinais, a criação, a sublimação.[p.89]

Isabel Menzies, também da Tavistock Clinic, realiza um trabalho em

instituição hospitalar, identificando as alterações que sofre um grupo deenfermeiras, ao defender-se das ansiedades mobilizadas frente a suatarefa.

Esses trabalhos estão embasados na contribuição de Melan e Klein emrelação aos mecanismos de dissociação e de identificação projetiva,como defesa contra as ansiedades psicóticas.

W. R. Bion, ainda da Tavistock, inicia as primeiras experiências compsicanálise de grupo. Em seu livro Experiências com Grupos", descreve

como, freqüentemente, outras atividades mentais, que ele chamou de"supostos básicos", desviam os indivíduos e grupos de suas tarefas.

Na Argentina, Enrique Pichon-Riviére, reelabora os conceitossióãnalítióos, enriquecendo-os com as contribuições de outras ciências(Antropologia, Filosofia, Sociologia ç Lingüística); ütiliza a metodologia deKurt Lewin (Pesquisa e Ação) e propõe uma nova psicologia social queaponta para uma visão intêgradora do "homem em situação", colocadoem uma determinada circunstância histórica e social. Enrique Pichon-

Riviére entende o homem como produto de uma interação entre o grupointerno (psico-social) e o grupo externo (sócio-dinâmico). Propõe o grupocomo a melhor forma de estudar e entender essas inter-relações. Iniciaem Rosário, em 1958, as primeiras experiências com grupos operativos esedimenta essa técnica.

Através da espiral dialética - que ele conceítua e descreve no processodo conhecimento e do desenvolvimento da ciência; através do estudo eda pesquisa, da constante indagação sobre todas as dimensõesenvolvidas no processo grupaI - a psicossocial, a sócio-dinâmica e a

institucional - abre a indagação a seus discípulos.

José Bleger contribui fundamentalmente para o desenvolvimento de umametodologia de trabalho a nível institucional. Ele retoma e amplia osestudos sobre grupos, entendendo que a instituição é um grupo queresulta dos vários acordos que se estábelecem entra a organização e aspessoas a quem a organização delega as atribuições, contidas nas suasfunções.

Através do entendimento da dinâmica institucional, Bleger enfatiza .aimportância de diãcriminaros. objétivos do psicólogo e os objetivos daInstituição. Propõe que a; psicologia institucional se constitua numprocesso de investigação e ação, onde[p.90] o método clínico deindagação operativa é o instrumento básico de pesquisa. Questiona

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também o papel social do psicólogo. chamando atenção sobre a melhoradministração dos recursos deste profissional, propondo uma abordagempreferencial preventiva e de promoção de saúde.

 

PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDEDO SUL

 

Nosso trabalho de Psicologia Institucional teve início numa escola de 19e 2 graus, em 1969. Com o auxilio de supervisão, conseguiu-sesistematizar a metodologia de trabalho que foi desenvolvida nesta escolanum período de 17 anos. Por esta ocasião, na PUC, a psicologiainstitucional limitava-se a alguns conteúdos teóricos, trabalhados nacadeira de Psicologia Clínica.No ano de 1976, a pedido da supervisora geral de estágios da PUC, deu-se inicio ao primeiro estágio dé Psicologia Institucional em escola.Dois anos após, em 1978, por sugestão nossa, a disciplina de PsicologiaInstitucional passou a ointegrar o currículo de Psicologia daquelaUniversidade.

O trabalho de Psicologia Institucional na Universidade Federal do Rio

Grande do Sul foi fruto de um longo processo de conscientização e deamadurecimento de uma equipe de psicólogos que, durante anps, vieradesenvolvendo uma ação predominantemente terapêútica frente àinstituição, correspondendo ao referenci& de psicologia no AS até adécada de 60.

Integravam este grupo, psicólogos com interesses profissionaisdiversificados em sua área de atuação privada, muitos dos quais,desenvolviam atividades com enfoques preventivos. O questionamentosobre a atividade desenvolvida na UFRGS passou a se fazer presente.

Partiu-se, então, para a busca de supervisão. Esse processo de reflexãosobre a tarefa, sobre o papel da equipe de psicólogos, deu início a umprocesso de reorientação do grupo frente a si mesmo, à tarefa e àInstituição. Com isso, iniciava- se o esboço do que logo viria a constituir-se na proposta de trabalho a nivel institucional.

O espaço foi conquistado quando, eín 1976, a equipe passou a integraran Pró-Reitária :de Graduação da UFRGS. A mudançao de um Õrgão

Suplementar para um Õrgâo da [p.91] Administração Central ampliou oâmbito de ação do grupo. Novas técnicas de enquadramento da tarefaforam definidas. Passou- se à pesquisa de campo.

A indagação operativa, num primeiro momento, centrou-se na estrutura,

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organização e funcionamento da Universidade como um todo, suainserção no contexto sócio-educacional e sua condição de autarquia,regida pela legislação federal, além do estatuto próprio.Estendeu-se, a seguir, a indagação aos diferentes níveis hierárquicos,envolvidos na planificação, administração e execução da tarefa ensino-aprendizagem. Sucederam-se abordagens diagnósticas junto aComissões de Carreira, Chefias de Departamentos, Professores e

Alunos. As propostas de trabalho passaram a ser feitas pelo grupo, apartir do levantamento de necessidades dos diferentes níveis daUniversidade.

Passou-se a realizar assessoria ao Pró-Reitor de Graduação, onde osdados levantados eram integrados, ampliando o entendimento dinâmicodos movimentos dos grupos frente à tarefa. A planificação das ações aserem desenvolvidas era feita a partir deste entendimento. Solicitaçõesde trabalho oriundas de outros órgâos ou setores eram examinadas no

planejamento global e atendidas de acordo com as prioridades.Foram elaborados alguns planos e desenvolvidas diversas atividades,que ampliavam o relacional da equipe a outras Pró- Reitorias e ao Reitor.Entre os planos, cita-se o de Atendimento aos Alunos do PrimeiroSemestre da UFRGS e o de Informação sobre Estrutura e Funcionamentoda Universidade. Entre as atividades desenvolvidas, pode-se citar a deAssessoria aos Coordenadores dos Cursos de Licenciatura de CurtaDuração do Convênio PREMEN/UFRGS/SEC, envolvendo AvaliaçãoPsicológica dos Candidatos e Assessoria à COPERSO no exame dos

candidatos e reingresso nos cursos de Administração Escolar.Supervisão Escolar e Orientação Educacional.

O grupo de Assessoria Psicológica Institucional passou por mudanças,em função de motivos particulares de seus integrantes e, a partir de 1979,ficou constituído por duas psicólogas.No ano de 1980, foi feita a renovação do grupo dirigente da UFRGS parao quatriênio seguinte. Houve mudança do Pró- Reitor da Graduação,órgão a que estávamos vinculadas.[p.92]

Houve um reexame da nossa proposta de trabalho, que passou aintegrar-se às atividades desenvolvidas pela Pró-Reitoria,Atualmente, além da assessoria institucional, participa-se de um grupo deassessores de ensino-aprendizagem, que desenvolve um projeto deMelhoria do Ensino de Graduação da UFRGS. Este projeto, que vem aoencontro das prioridades estabelecidas para o ensino superior, foielaborado por este grupo de assessores e aprovado pelo COCEP.

O fato da Pró-Reitoria de Graduação ter estabelecido, como prioridade de

trabalho, a indagação da tarefa de ensino- aprendizagem nos diferentesníveis em que se realiza e a busca de alternativas para torná-la maisefetiva, facilitou a continuidade e implementação da abordageminstitucional.

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O grupo de assessores estabeleceu, como estratégia de sua tarefa,encontros sistemáticos com os diferentes níveis envolvidos na relaçãoensino-aprendizagem: Coordenação das Comssôes de Carreira, Chefiasde Departamento, Direções de Unidades e Representações Discentes.

Estes diagnósticos permitiram que fossem reavaliadas, em nossotrabalho de Psicologia Institucional, as hipóteses diagnósticas e

estratégias de ação anteriormente propostas. Com isso, contribuiu-se, deforma efetiva, na definição da ação a ser desenvolvida pelo grupo.

A partir do momento em que se passou a integrar O GEÂO, o papel deAssessoria foi redimensionado. O enfoque institucional se estende daassessoria ao Pró-Reitor de Graduação, ao Grupo de Assessores, noexame das diferentes dimensões do grupo e de sua tarefa; à verticalidadede seus integrantes, sua representatividade em termos de UFRGS - umavez que está integrado por profissionais de diferentes áreas - e suarelação com os outros órgãos da Instituição.

Entende-se que um dos indicadores da assimilação pela Universidade,do trabalho institucional, é a assessoria psicológica institucional que vemsendo realizada há cerca de dois anos junto ao CPD da UFRGS,envolvendo Diretor da Divisão de Computação e Supervisores de Núcleo.

O estágio de Psicologia Institucional proposto e aprovado pela Pró-Reitoria de Graduação e Câmara de Extensão é também, significativoindicador da valorização emprestada ao trabalho.[p.93]

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