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Psicologia na UFRGS 1 Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul: 1943-2003 William Barbosa Gomes Gustavo Gauer Museu Virtual de Psicologia Porto Alegre - Maio de 2003

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Psicologia na UFRGS 1

Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul:

1943-2003

William Barbosa Gomes

Gustavo Gauer

Museu Virtual de Psicologia

Porto Alegre - Maio de 2003

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Psicologia na UFRGS 2

(texto da orelha)

A história da psicologia na UFRGS inicia no ano de 1943 com a Cátedra de Psicologia Geral da

antiga Faculdade de Filosofia. A matéria foi ministrada sucessivamente pelos Professores Oscar

Machado, Victor de Britto Velho, Décio Soares de Souza e Nilo Antunes Maciel. O próprio

Maciel, em 1954, fundou o Departamento de Psicologia Clínica, órgão ligado à Reitoria que

prestava serviços psicológicos à comunidade universitária. Com a consolidação da Reforma

Universitária em 1971, na gestão do Reitor Eduardo Zaccaro Faraco, o Departamento de

Psicologia Clínica foi transformado em Centro de Orientação e Seleção de Pessoal (COESP), sob

a direção de Arthur de Mattos Saldanha, ex-assistente de Maciel. Em virtude da mesma reforma,

foi criado o Departamento de Psicologia, sendo seu primeiro Chefe o Professor José Carlos

Fenianos. Este Departamento integrava o novo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas,

unidade que vinha a substituir a extinta Faculdade de Filosofia. Em 1973, por iniciativa de

instâncias superiores da Universidade, tiveram início as atividades do curso de graduação em

Psicologia da UFRGS, no mandato de Chefia da Professora Odair Perugini de Castro. O curso

demandou a abertura de uma Clínica de Atendimento Psicológico (CAP), efetivamente

inaugurada em 1979, destacando-se a coordenação da Professora Martha Dominga Brizio.

Destaca-se ainda a criação de duas instituições que alcançaram relevo nacional: o Laboratório de

Estudos Cognitivos, desde 1981 dirigido pela Professora Lea da Cruz Fagundes, e o periódico

científico Psicologia: Reflexão e Crítica, cujo primeiro Editor, em 1986, foi o Professor William

Barbosa Gomes. Em 1988, foi inaugurado o primeiro curso de pós-graduação, o Mestrado em

Psicologia do Desenvolvimento, por iniciativa dos professores Cláudio Simon Hutz e William B.

Gomes. O mesmo Programa oferece curso de doutorado desde 1996. O COESP foi extinto em

1995 por força de uma reforma administrativa, e a sua infra-estrutura e corpo técnico foram

inicialmente incorporados à CAP, e posteriormente distribuídos por outros setores da

Universidade. O Departamento de Psicologia deu origem, em 1996, ao Instituto de Psicologia,

que teve como primeiro Diretor o Professor Luiz Osvaldo Leite. Leite foi sucedido pelo Professor

Cláudio Simon Hutz em 1998. O atual Diretor, eleito em 2002, é o Professor Paulo Kroeff. Este

Instituto possui desde a fundação três departamentos universitários, atualmente denominados:

Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade; Departamento de

Psicologia Social e Institucional; e Departamento de Psicanálise e Psicopatologia. Os primeiros

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órgãos de extensão universitária a fazerem parte do Instituto foram fundados em 1990: o Serviço

de Orientação Profissional (SOP), é dirigido pela Professora Maria Célia Lassance, e a

Universidade para a Terceira Idade (UNITI), pela Professora Odair Perugini de Castro. Em 1998,

por iniciativa dos Professores Sergio Antonio Carlos, Cleci Maraschin e Tânia Mara Galli, foi

criado o Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional, ligado ao

departamento de mesmo nome, que atualmente oferece curso de mestrado. Atualmente o Instituto

de Psicologia da UFRGS destaca-se em duas frentes avançadas e integradas de formação. De um

lado, há uma formação profissional qualificada, com ênfase no oferecimento de cursos de

graduação e especialização profissional. Do outro, uma sólida formação em pesquisa e uma

dedicação ao avanço do conhecimento, traduzidas nos programas de iniciação científica,

mestrado e doutorado.

Este livro é uma crônica desta história e uma homenagem a todos que participaram de sua

construção, professores, alunos e funcionários técnicos administrativos. É também um

documentário, registrando atas de reuniões importantes, processos, currículos observados nos

cursos de graduação, dados biográficos de professores, e listas de diplomados nos diversos níveis

de ensino. O livro foi escrito no contexto da liberdade e da autonomia que se desfruta em uma

universidade pública. Assim, os eventos são mencionados independentemente dos confrontos da

política acadêmica, da dinâmica interpessoal, e dos acertos ou equívocos nas decisões que

delinearam o curso desta história. De qualquer modo, trata-se de uma versão, oferecida à

apreciação e crítica do público leitor.

Porto Alegre, maio de 2003

Os autores

Gauer, G. & Gomes, W.B. (2005). Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul: 60 Anos de História. Porto Alegre: MuseuPsi.

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Sumário

Sumário de Figuras 6 Sumário de Tabelas 7 Siglas e abreviaturas referidas no texto 8 Prefácio 9 Paulo Kroeff Prólogo 11 1 Psicologia na UFRGS: Uma Síntese 15 2 A UFRGS e o Ensino de Psicologia no Estado 17 A Criação da Universidade 20 A Psicologia na Faculdade de Filosofia 25 Primeiro Serviço de Psicologia: “Departamento de Psicologia Clínica” 32 3 Ensino de Psicologia e a Reforma Universitária de 1968 35 Reforma Universitária 38 Inserção da Psicologia na UFRGS 40 4 Criação do Departamento de Psicologia 42 5 Criação do Curso de Psicologia 51 Quadro curricular e corpo docente 59 Orientação Filosófica do Curso de Graduação 62 Publicações do Corpo Docente em Revistas da UFRGS 64 Cadernos de Psicologia Aplicada 64 Reconhecimento do Curso 67 Alunado 69 6 As Grandes Mudanças 77 Colegiado e Chefia do Departamento 77 Alterações no Corpo Docente 83 Mudança de Endereço 84 Revista Psicologia: Reflexão e Crítica 85 Novo Currículo e Escolha de Ênfase 86 Setorização, rumo ao Instituto de Psicologia 87 7 Criação do Ins tituto de Psicologia 91 Pesquisa e Extensão em Psicologia 91 Clínica de Atendimento Psicológico (CAP) 92 Serviço de Orientação Profissional (SOP) 93 Universidade para a Terceira Idade (UNITI) 94 Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) 95

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Laboratório de Análise Experimental do Comportamento (LAEC) 97 8 Pós-Graduação Stricto Sensu na UFRGS 98 Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento 98 Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Instituciona l 103 Programa de Pós-Graduação em Educação 105 Psicologia em outros Programas de Pós-Graduação 106 9 Psicologia na UFRGS: Retrospectiva e Perspectiva 108 A Psicologia no Brasil e a Psicologia na UFRGS 109 O impacto da Reforma Universitária 111 A Pós-Graduação 113 Epílogo 114 Referências 117 Anexos 120

I Fontes Primárias utilizadas na Pesquisa 121 Fontes Primárias Documentais 121 Fontes Testemunhais 121

II Lista de artigos publicados entre 1971-1981 na Revista do IFCH: Seção do Departamento de Psicologia 124

III Lista dos artigos publicados entre 1973-1975 nos Cadernos de Psicologia Aplicada, COESP – UFRGS 126

IV Currículo do Curso de Psicologia de 1974 e 1977 128 Psicologia – Habilitação: Psicólogo

V Currículos do Curso de Psicologia reformulados de 1987 a 1996 131 Psicologia – Habilitação Psicólogo Psicologia – Habilitação Licenciatura

VI Currículos do Curso de Psicologia Aprovados em 1996 135 Psicologia – Habilitação Psicólogo Psicologia – Habilitação Licenciatura

VII Corpo Docente do Instituto de Psicologia da UFRGS em 2003 138 Departamento de Psicologia Social e Institucional Departamento de Psicanálise e Psicopatologia Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade

VIII Funcionários do Instituto de Psicologia da UFRGS em 2003 143 IX Diplomados pelo curso de Psicologia da UFRGS 144 X Dissertações de Mestrado defendidas no Programa de Pós-Graduação em

Psicologia do Desenvolvimento (1990-2002) 271 XI Teses de Doutorado defendidas no Programa de Pós-Graduação em Psicologia do

Desenvolvimento (1999-2002) 278 XII Dissertações de Mestrado defendidas no Programa de Pós-Graduação em

Psicologia Social e Institucional (1999-2002) 279 XIII Cronologia 281

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Sumário de Figuras Figura 1 Notícia do Jornal Zero Hora (04/03/1971): “A Faculdade de Filosofia

da UFRGS não existe mais” 36 Figura 2 Sistema de planejamento e execução acadêmica (retirado de Vianna,

1971) 39 Figura 3 Primeira página do livro de atas do Departamento de Psicologia da

UFRGS 45 Figura 4 Resolução do COCEP pela criação do curso de psicologia 57 Figura 5 Ofício do IFCH oferecendo ao Departamento a contratação dos

Professores Luis Isnard Biaggio e Angela Biaggio 61 Figura 6 Excerto da Ata da Reunião de 04 de junho de 1973 61 Figura 7 Reprodução da capa e do sumário do primeiro número dos Cadernos

de Psicologia Aplicada (COESP/UFRGS), de 1975 65 Figura 8 Notícia veiculada nos Cadernos de Psicologia Aplicada, v.1(2) 66 Figura 9 Decreto nº 83654, de 28/06/1979, que reconhece o curso de

Psicologia da UFRGS 69 Figura 10 Notícia do Jornal Zero Hora (30/08/1980): “Grevistas da Psicologia

debateram com o Reitor” 71 Figura 11 Imagens das sedes do IFCH e do Ins tituto de Psicologia da UFRGS 84 Figura 12 Reprodução da capa do primeiro número da revista Psicologia:

Reflexão e Crítica, de 1986 86 Figura 13 Decisão da criação do Instituto, de 14 de julho de 1995 88 Figura 14 Reprodução do cartaz alusivo ao Iº Encontro de Pesquisadores em

Psicologia do Rio Grande do Sul, de 02 a 04/10/1986 100

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Sumário de Tabelas Tabela 1 Programa da primeira disciplina de Psicologia lecionada por Oscar

Machado no Curso de Filosofia 26 Tabela 2 Disciplinas a cargo do Departamento de Psicologia em cursos de

graduação, entre 1971 e 1975 48 Tabela 3 Chefes do Departamento de Psicologia e Diretores do Instituto de

Psicologia da UFRGS, de 1971 a 2003 80 Tabela 4 Primeira lotação dos professores nos diferentes setores do

Departamento de Psicologia 90 Tabela 5 Corpo docente atual do PPG em Psicologia do Desenvolvimento 103 Tabela 6 Corpo docente atual do PPG em Psicologia Social e Institucional 104 Tabela 7 Dissertações defendidas no PPGEDU por Professores ligados ao

Departamento de Psicologia 107

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Siglas e abreviaturas referidas no texto

Instâncias Universitárias e Governamentais:

CFE – Conselho Federal de Educação

COCEP – Conselho de Coordenação do Ensino e da Pesquisa, dividido em cinco Câmaras de

Ensino, afeitas a determinadas áreas do conhecimento

COESP – Centro de Orientação e Seleção de Pessoal

COMCAR – Sigla genérica para as Comissões de Carreira da UFRGS

COMCAR-FCH – Comissão de Carreira de Filosofia e Ciências Humanas

COMCAR-PSI – Comissão de Carreira de Psicologia

CVU – Concurso Vestibular Unificado

DEBAS – Departamento de Estudos Básicos (pertencente à FACED)

FACED – Faculdade de Educação

IFCH – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

PPGEDU – Programa de Pós-Graduação em Educação

PROPLAN – Pró-Reitoria de Planejamento

PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, sediada em Porto Alegre

RGU – Regimento Geral da Universidade

UPA – Universidade de Porto Alegre (denominação da Universidade de 1934 a 1949)

URGS – Universidade do Rio Grande do Sul (denominação da Universidade entre 1950 e 1968)

UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (denominação atual, desde 1968)

IIIª Câmara – Terceira Câmara de Ensino do COCEP, referente à área de Filosofia e Ciências do

Homem

Órgãos ligados ao Departamento e ao Instituto de Psicologia da UFRGS:

CAP – Clínica de Atendimento Psicológico (criada em 1979)

GEC – Grupo de Estudos Cognitivos (1973-1981)

LAEC – Laboratório de Análise Experimental do Comportamento (1976-1995)

LEC – Laboratório de Estudos Cognitivos (criado em 1981)

NAPE – Núcleo de Atendimento Psicológico ao Estudante (funcionou de 1977 a 1979)

SOP – Serviço de Orientação Profissional (criado em 1992)

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UNITI – Universidade para a Terceira Idade (criada em 1993)

Prefácio

Neste ano, o Curso de Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul está completando 30 anos de seu início. A aula inaugural ocorreu no dia 06 de agosto de

1973.

O livro do doutorando Gustavo Gauer e do professor William Barbosa Gomes é

importante por muitos motivos. Um deles é de demonstrar que o processo que culminou no curso

de Psicologia, ocorrido há trinta anos, foi um longo processo na Universidade que, como está dito

no título do livro, representa 60 anos de História da Psicologia, na UFRGS. O que começou com

algumas disciplinas isoladas de Psicologia, de um ou outro professor, foi crescendo, até surgir o

Curso de Graduação em Psicologia, em 1973, que contava com 26 alunos e seis professores, um

funcionário e uma única sala, dentro de um Departamento do Instituto de Filosofia e Ciências

Humanas. Em 1996, transformamo-nos no Instituto de Psicologia, com três Departamentos, que

também tem uma Licenciatura em Psicologia, programas de pós-graduação, que contemplam dois

mestrados, um doutorado (e outro em processo de implantação), duas especializações, com sete

ênfases, um órgão auxiliar, a Clínica de Atendimento Psicológico, e uma série de serviços,

laboratórios, centros e grupos de pesquisa que atuam dentro e fora da universidade, além das

múltiplas atividades de extensão, que ampliam ainda mais o alcance de nosso Curso e do Instituto

de Psicologia da UFRGS, prestando serviços à comunidade e fazendo avançar o conhecimento e

a ciência da psicologia.

Agora, temos 547 alunos nos diversos níveis de ensino, 27 funcionários e 33 professores,

além de diversos professores aposentados que continuam prestando serviços ao nosso curso e de

outros colaboradores.

Em termos de titulação universitária, nestes trinta anos, o Curso de Psicologia da UFRGS

formou 683 psicólogos, 174 licenciados, 139 especialistas, 228 mestres e 26 doutores em

Psicologia.

Nossos cursos na área da Psicologia tem obtido excelentes avaliações do MEC,

contribuindo o Instituto de Psicologia, assim, para manter o bom nome e o prestígio que goza

nossa universidade em todo país. Neste sentido é importante preservar a história da construção

deste Instituto e de todos desta nossa comunidade acadêmica, professores, funcionários e alunos,

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que contribuíram para esta construção, que tem muitos protagonistas e colaboradores. E este é um

dos outros méritos deste livro, que visa apresentar os principais fatos e autores desta história. A

memória humana é curta e a tradição oral quase sempre acaba por esmaecer ou esquecer

determinados acontecimentos ou protagonistas. O registro escrito a que se propõe este livro, com

a riqueza de documentos que reproduz e os dados colhidos em muitas entrevistas visa preservar

ao máximo o nosso conhecimento desta caminhada do Instituto de Psicologia.

Foi um grande trabalho dos autores que contribui para a História da Psicologia em nossa

Universidade.

Setembro de 2003

Paulo Kroeff

Diretor do Instituto de Psicologia - UFRGS

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Prólogo

A história da Psicologia no Rio Grande do Sul é digna de ser contada por mais de um

motivo. Entre eles temos a relevância da produção psicológica sul- rio-grandense no contexto

científico e profissional nacional, bem como a participação de seus atores na vida acadêmica e

cultural do próprio estado. Nessa história, o grupo de atores a que nos referimos conta dezenas de

pessoas e instituições, destacando-se, destas últimas, aquelas ligadas às principais universidades

gaúchas. A Universidade Federal é uma dessas instituições que grandemente influenciaram a

história do Estado do Rio Grande do Sul, formando alguns dos seus principais personagens e

constituindo um terreno fértil ao desenvolvimento e à inovação em ciência e cultura. O aspecto

acadêmico da história da psicologia no Rio Grande do Sul, a exemplo do que ocorre com outras

disciplinas, não pode ser totalmente compreendido sem que se estime os seus rumos dentro da

Universidade Federal.

A data de lançamento deste livro corresponde a duas efemérides: o curso de graduação em

psicologia da UFRGS atinge 30 anos de existência e a própria inserção da psicologia como

matéria nesta universidade completa 60 anos. A duração desta última trajetória, que teve início

em torno de 1943 na Faculdade de Filosofia, pode denotar tanto extensão quanto brevidade. O

período de sessenta anos pode ser avaliado como breve quando comparado às idades de outras

instituições brasileiras relacionadas à psicologia, de outras disciplinas dentro desta Universidade,

ou da própria psicologia científica no mundo. Por outra perspectiva, a da longevidade, o ensino

de psicologia na UFRGS em sessenta anos já conheceu várias gerações de professores, e esteve

relacionado a duas reformas universitárias nacionais, afora algumas reformas administrativas

internas à universidade e à própria unidade de ensino.

A outra demarcação que fazemos é a dos trinta anos de criação do curso de graduação em

psicologia. Desde 1973 a UFRGS oferece a única opção pública e gratuita de formação de

psicólogos e licenciados em toda a Região Metropolitana de Porto Alegre. A história do curso de

graduação está enormemente ligada àquela trajetória que iniciou na Faculdade de Filosofia. Mais

recentemente, esse percurso conheceu a inserção de diversos cursos de pós-graduação lato sensu

e stricto sensu. Até hoje, os cursos de psicologia da UFRGS formaram centenas de psicólogos,

licenciados, mestres e especialistas em psicologia, além de mais de uma dezena de doutores. É

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essa história, repleta de marcos relevantes e plena de importância para os destinos da psicologia

sul-rio-grandense, que nos dedicamos a expor nesta obra.

Este volume é resultado de um esforço constante que vem sendo empreendido ao longo da

última década pela equipe do Núcleo Estudos em Epistemologia e História da Psicologia

(NEHP), chefiada pelo Professor William Barbosa Gomes, no Instituto de Psicologia da UFRGS.

Nesse período, a equipe formada por alunos de graduação, mestrado e doutorado, além de

professores convidados, tem mantido uma ativa linha de pesquisa sobre a História da Psicologia

no Estado do Rio Grande do Sul. Os diversos projetos de pesquisa relacionados a esse assunto

têm rendido publicações de vários tipos, como dissertações (Gauer, 2001; Lhullier, 1998), artigos

(Gauer & Gomes, 2002; Lhullier & Gomes, 1999), capítulos de livros (Gomes, Lhullier & Gauer,

2003; Gomes, Lhullier & Leite, 1999), verbetes no Dicionário Biográfico de Pioneiros da

Psicologia (Campos, 2001), e apresentações em eventos científicos nacionais e regionais (Braga,

Silveira, Ebert & Gomes, 2001; Gomes, Lhullier & Gauer, 2002; Silveira, Braga, Ebert &

Gomes, 2001; Silveira, Lhullier, Gauer & Gomes, 2002).

O livro está dividido em duas partes principais, a primeira propriamente narrativa e a

segunda, documental. A intenção da primeira parte é relatar uma história da psicologia na

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A produção desta narrativa histórica está embasada

principalmente nos resultados de pesquisas retratadas no capítulo “Das primeiras disciplinas aos

primeiros cursos de psicologia no Rio Grande do Sul” (Gomes, Lhullier e Leite, 1999), na

dissertação de mestrado não publicada “Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande do

Sul: Ensino e pesquisa após a reforma universitária” (Gauer, 2001), no artigo “O curso da

reforma: psicologia na UFRGS após a reforma universitária” (Gauer & Gomes, 2002) e em

projetos correntes de levantamento da produção bibliográfica em psicologia na UFRGS (Braga,

Silveira, Ebert & Gomes, 2001a; Braga, Silveira, Ebert & Gomes, 2001b; Silveira, Braga, Ebert

& Gomes, 2001;). Procurou-se emprestar ao texto um caráter de coesão narrativa, embora muitas

vezes, devido ao caráter da nossa pesquisa, a argumentação e a formulação de perguntas e

hipóteses formais possam sobressair. O trabalho está fundamentado em um considerável número

de fontes documentais e testemunhais, citadas no Anexo I. Pela própria natureza do conjunto de

eventos a que se refere, a narrativa histórica que aqui apresentamos abrange mais que a trajetória

da disciplina psicológica numa determinada instituição de ensino. Ela inclui acontecimentos

relevantes para a his tória geral do ensino superior brasileiro e sul-rio-grandense, como as

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reformas universitárias, a criação de faculdades e universidades e os movimentos paralelos de

outras unidades de ensino da própria UFRGS.

A parte documental do volume traz reproduções de documentos históricos relacionados à

psicologia na UFRGS, abrangendo o Departamento de Psicologia e o Instituto de Psicologia,

além de seus correspondentes órgãos de pesquisa e extensão. Esse conjunto de documentos inclui

os principais pareceres e publicações relativos à criação dos órgãos e dos cursos de graduação e

pós-graduação; os currículos de graduação adotados ao longo da história do curso (Anexos IV, V

e VI), informações sobre professores (Anexos V e XIII), funcionários ativos em 2003 (Anexo

XIII), Chefes de Departamento, Diretores do Instituto, alunos graduados (Anexo IX), e as teses e

dissertações defendidas nos programas de pós-graduação (Anexos X, XI e XII). Algumas dessas

reproduções estão distribuídas pelo texto, servindo à ilustração de certas porções da narrativa, e

outras estão concentradas ao final do volume. Ao registrar estes documentos, pretendemos

contribuir com futuros estudos dedicados à historiografia da psicologia no Estado e na

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Outrossim, a importância da história de uma

disciplina transcende a função do registro. Acreditamos que apenas conhecendo o nosso passado

podemos ter clareza sobre o presente e planos consistentes para o futuro. A pesquisa histórica

contribui para a construção de uma consciência ética sobre o agir responsável na atualidade. Ela

permite não só registrar eventos passados, mas avaliar as escolhas e decisões que anteciparam ou

retardaram tendências na ciência e na profissão.

Por fim, agradecemos aos personagens que, através de seus depoimentos, nos

emprestaram seu tempo e sua memória para realizarmos este projeto. Em especial, queremos

ressaltar a participação do Professor Luiz Osvaldo Leite em alguns dos projetos de pesquisa que

resultaram neste livro, e agradecer à Professora Odair Perugini de Castro, personagem central e

testemunha desta história, que prontamente nos auxiliou com seus valiosos relatos. Agradecemos

calorosamente o esforço dos bolsistas Amanda da Costa da Silveira (CNPq), Luciano Alencastro

(PIBIC) e Silvana de Oliveira (CNPq), bem como a todos aqueles que facilitaram o acesso aos

documentos consultados, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, no Instituto de

Psicologia, no Arquivo Geral da Universidade e na Biblioteca Central. Em especial, destacamos a

colaboração dos funcionários Rosane Giacomelli e Geraldo Ramos. Somente o acesso a esses

dados, testemunhais e documentais, permitiu aos autores construir uma narrativa que retrata,

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tanto quanto possível, os 60 anos de história da psicologia na Universidade Federal do Rio

Grande do Sul.

Os autores

Porto Alegre, Maio de 2003.

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Psicologia na UFRGS 15

Capítulo 1

Psicologia na UFRGS: Uma Síntese

A história da psicologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) pode

ser organizada em três etapas. Ela inicia-se na era das cátedras, e passa pela consolidação do

curso de psicologia, chegando até o período presente, após inauguração do Instituto de

Psicologia.

Numa primeira fase de nossa história, encontramos as Cátedras de Psicologia da

Faculdade de Filosofia, que funcionaram desde a criação da Universidade, nos anos 1940 e 1950:

Psicologia Geral e Psicologia Educacional. Além destas, havia a de Psiquiatria, na Faculdade de

Medicina, e a de Psicologia Aplicada à Administração, na Faculdade de Economia. Como se

percebe ao longo da narrativa que constitui este livro, cada uma dessas áreas exerceu seu papel na

história da psicologia na UFRGS. Com diferentes intensidades, o legado dessas cátedras

influenciou a trajetória da psicologia na universidade, mesmo após a Reforma Universitária que

substituiu as cátedras por departamentos. Com respeito a esse período, nosso interesse volta-se

para os catedráticos da Faculdade de Filosofia. Ressalte-se que essas figuras, como Oscar

Machado, Décio de Souza e Nilo Maciel, foram pioneiros que marcaram a psicologia além dos

limites da UFRGS.

Uma segunda etapa dessa história inicia com a Reforma Universitária. Ocorrida no início

da década de 1970, essa reestruturação desmembrou a Faculdade de Filosofia, que então oferecia

quase 20 cursos universitários. A partir da Reforma, a área de Psicologia, que estivera até então

centralizada na Faculdade de Filosofia, deveria ter suas atividades de ensino, pesquisa e extensão

centralizadas no Departamento de Psicologia. Embora o objetivo da reestruturação fosse integrar

as áreas em departamentos únicos, na prática a psicologia dispersou-se em diversos

departamentos. Ainda nesse período encontramos o início do curso de graduação em psicologia,

criado por uma iniciativa praticamente independente do Departamento de Psicologia. A década

de 1980 testemunhou mudanças importantes no Departamento de Psicologia, refletidas na

mudança de endereço do Departamento, bem como na criação da revista Psicologia: Reflexão e

Crítica, uma das mais importantes do país, e no primeiro curso de pós-graduação stricto sensu, o

Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento. Esta fase se estende até meados dos anos 1990,

quando da inauguração do Instituto de Psicologia.

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O último e atual período dessa história teve início na transformação do Departamento em

Instituto de Psicologia; nessa etapa, foram criados um curso de doutorado, e um novo programa

de pós-graduação, em Psicologia Social. Foram instalados outros órgãos e projetos relevantes,

como a Universidade para a Terceira Idade (UNITI), o Serviço de Orientação Profissional (SOP)

e o curso de especialização em Psicologia Clínica, ligado à Clínica de Atendimento Psicológico.

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Psicologia na UFRGS 17

Capítulo 2

A UFRGS e o Ensino de Psicologia no Estado

A formação de psicólogos em cursos de graduação teve seu início oficial no Brasil em

1962, quando a profissão foi reconhecida pela lei nº 4.119. Aquela mesma lei definia o currículo

mínimo que um curso de psicologia deveria contemplar e indicava quais tipos de instituições

poderiam oferecer tal formação. Todavia, a inserção da psicologia no ensino superior brasileiro

data de períodos bem anteriores, sendo que a psicologia já era matéria regular de cursos

universitários como filosofia e pedagogia desde os anos 1940. A partir do início da década de

1950 funcionaram em algumas universidades brasileiras cursos de especialização (pós-graduação

lato-sensu) em psicologia, destinados a profissionais graduados em outras áreas. No Estado do

Rio Grande do Sul, a Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) foi a primeira instituição a

oferecer esse tipo de curso, entre 1953 e 19621. As duas primeiras iniciativas de cursos de

graduação em psicologia neste estado também ocorreram em universidades particulares: na

própria PUCRS, o curso iniciou em 1962, e a Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) inaugurou o seu em 1972. Note-se que o curso de graduação da PUCRS foi o único

a formar psicólogos no estado durante cerca de dez anos.

O terceiro curso de graduação em psicologia no Rio Grande do Sul, e primeiro em uma

universidade pública, somente seria criado em 1973 na Universidade Federal do Rio Grande do

Sul2 (UFRGS), sediada em Porto Alegre. Outrossim, o ensino de Psicologia na UFRGS precede a

existência desse curso de graduação, sendo até mesmo anterior aos cursos de especialização da

PUCRS. Pode-se dizer que ainda na Faculdade de Filosofia da então chamada Universidade de

Porto Alegre, futura UFRGS, foi introduzido o ensino universitário de psicologia. As disciplinas

de Psicologia Geral e Experimental e Psicologia Pedagógica foram ministradas nos cursos de

Filosofia e Pedagogia a partir de 1943, em virtude da reforma do ensino superior decretada no

1 A história do Instituto de Psicologia da PUCRS tem sido objeto de uma série de trabalhos, entre os quais destacamos os de Schroeder & Faustino João (1990); Faustino João & Elvo Clemente (1997); Andrade (1990) e Raymundo & Hausen (1998). Remetemos a esses trabalhos o leitor porventura interessado num histórico do ensino de psicologia naquela universidade. 2 A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desde sua origem como Universidade de Porto Alegre, passou por várias mudanças de denominação e alterações de estatuto (estadual, federal, etc.). A fim de facilitar a leitura, referimo -nos em geral a esta instituição pela sua denominação atual, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ou pela sigla UFRGS, exceto nos casos em que são ressaltados períodos específicos da sua história.

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Psicologia na UFRGS 18

governo de Getúlio Vargas (Gauer, 2001; Leite, 2002). Tal reforma estipulara o regimento e os

currículos da Faculdade Nacional de Filosofia a serem seguidos por todas as demais instituições

congêneres do país. Assim, antes da implantação do curso de graduação da PUCRS, em 1962, os

estudantes interessados em psicologia acorriam à Faculdade de Filosofia da Universidade de

Porto Alegre, onde existiam as cátedras correspondentes à matéria (Gomes, Lhullier & Leite,

1999). Esse movimento teria enorme importância para o posterior desenvolvimento da psicologia

neste estado: os professores daquela faculdade, seus assistentes e ex-alunos constituíram, em

grande parte, a cultura e a população acadêmica da Psicologia em Porto Alegre e Rio Grande do

Sul. Essas pessoas, por seu turno, formariam os corpos docentes dos novos cursos de psicologia e

os quadros das principais instituições regionais ligadas à matéria. Por exemplo, muitos daqueles

acadêmicos viriam a colaborar, lecionar ou matricular-se no curso de especialização em

Psicologia da PUCRS 3, e a constituir a Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, em 1959

(Souza, 1980).

Em 1954 foi instituído na UFRGS um Departamento de Psicologia, fundado e coordenado

pelo Professor Nilo Antunes Maciel, catedrático de Psicologia na Faculdade de Filosofia. A

despeito da denominação oficial, o órgão ficou mais conhecido como “Departamento de

Psicologia Clínica”. A criação desse órgão refletia o impacto causado pelo ensino de psicologia

nos cursos de Filosofia e Pedagogia. Ligado diretamente à Reitoria, o Departamento de

Psicologia Clínica prestava serviços de psicodiagnóstico, orientação e seleção profissional,

voltados à comunidade acadêmica e funcional da UFRGS, bem como a alunos da rede pública de

ensino primário e secundário. A história do Departamento de Psicologia Clínica4 estendeu-se até

1970, quando, em virtude da reforma universitária, foi transformado em Centro de Orientação e

Seleção Psicotécnica (COESP), órgão de extensão universitária. Coordenado inicialmente por

Arthur de Mattos Saldanha, assistente de Nilo Maciel, o COESP manteria em grande parte a

estrutura do antigo Departamento de Psicologia Clínica. O órgão continuaria prestando serviços

em psicologia aplicada até o encerramento de suas atividades, em 1988, na gestão do Reitor 3 O curso de especialização da PUCRS, com um currículo de dois anos, formou assistentes de psicologia até 1958. Em 1959 o curso teve a duração ampliada para três anos, conferindo o título de Psicólogo (João & Clemente, 1997), embora aquela profissão ainda não houvesse sido reconhecida. Em 1962, com a regulamentação da profissão de psicólogo pela lei nº 4.119, a PUCRS requisitou a homologação do primeiro curso de graduação em psicologia do Estado do Rio Grande do Sul. O curso, já com um currículo de cinco anos de duração, funciona desde 1963, tendo sido reconhecido pelo Conselho Federal de Educação em março de 1965. 4 Neste trabalho, o Departamento de Psicologia criado pelo Professor Nilo Maciel será preferencialmente referido como Departamento de Psicologia Clínica.

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Psicologia na UFRGS 19

Hélgio Trindade, em virtude da reforma dos estatutos da universidade. A trajetória do

Departamento de Psicologia Clínica / COESP é um importante capítulo da história da psicologia

na UFRGS, e será mais detidamente abordada ao longo do volume. Apesar da plena atividade do

Departamento de Psicologia Clínica, o surgimento de cursos especificamente voltados para a

Psicologia em outras instituições como a PUCRS parece ter esvaecido o ensino desta disciplina

no curso de Filosofia da UFRGS. Os interessados na matéria, que anteriormente encontravam na

Faculdade de Filosofia a referência do ensino de Psicologia no Estado, teriam então a

oportunidade de cursar currículos integralmente dedicados àquela área. Essa observação sugere

uma pergunta: por que os professores envolvidos com psicologia na Universidade Federal

concentraram esforços na prestação de serviços profissionais, em detrimento de iniciativas que

levassem à criação de um curso de formação? O campo se mostrava promissor, havia uma

mobilização nacional para criação de cursos de psicologia, e outras universidades já se

movimentavam neste sentido.

Esta pergunta começa a ser respondida tendo em conta a própria história da psicologia no

Brasil. Em um artigo que já pode ser considerado clássico, Isaías Pessotti (1988) identificou

diferentes fases nos rumos da prática científica e da profissão de psicólogo no país. A

regulamentação da profissão, embora efetivada em 1962, era uma luta empreendida por

estudiosos que, entre outras realizações, foram pioneiros na construção e validação de testes

psicológicos e na prática da psicologia aplicada. Nesse sentido, a pressão pela aplicabilidade

prática da psicologia foi um ingrediente importante na consolidação dessa disciplina no Brasil, e

em muito influenciou as políticas e práticas psicológicas subseqüentes. Na UFRGS, essa

tendência foi evidenciada na figura do Professor Nilo Maciel, cuja trajetória, juntamente à de

outros personagens, será tratada nas seções seguintes.

As duas próximas seções deste capítulo, sobre a criação da UFRGS e sobre a introdução

da psicologia na antiga Faculdade de Filosofia, fundamentam-se em diversos trabalhos prévios

realizados pela equipe do Professor William B. Gomes e seus colaboradores. O texto em

particular que serviu de base para isso intitula-se “Das primeiras disciplinas aos primeiros cursos

de psicologia no Rio Grande do Sul”, escrito por William B. Gomes, Cristina Lhullier e Luiz

Osvaldo Leite (Gomes, Lhullier & Leite, 1999).

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Psicologia na UFRGS 20

A Criação da Universidade

Com a fundação da Universidade de Porto Alegre (UPA) em 1934, e da Faculdade Livre

de Educação Ciências e Letras em 1940, estava aberto o caminho para o estudo da psicologia,

através do currículo dos cursos de filosofia e de formação de professores para das diversas

disciplinas. Neste capítulo, apreciaremos o histórico da agitada etapa de instalação e consolidação

da instituição que veio a ser a atual Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os debates que

caracterizaram esse período são relevantes para um entendimento do campo de idéias no qual a

disciplina psicológica viu-se inserida. Mais que isso, os personagens neles envolvidos muitas

vezes tornaram-se protagonistas do próprio ensino da psicologia na UFRGS em épocas mais

recentes.

A disciplina de Psicologia foi introduzida nos Cursos Superiores do Estado do Rio Grande

do Sul através da Faculdade Católica5 em 1940, e da Faculdade de Filosofia da Universidade de

Porto Alegre em 1943. Alguns acontecimentos nos campos da discussão de idéias e das lides

burocráticas antecederam a criação dessas faculdades. No campo das idéias, debates sobre a

relação entre o Estado e a educação, que antecipariam a Constituição Brasileira de 1934,

colocaram em confronto grupos positivistas e católicos. Assim, na movimentação para a criação

da universidade nos inícios da década de 1930 teve lugar uma disputa ideológica entre

professores positivistas e professores católicos.

Os positivistas representavam uma tendência ideológica proeminente, que dominara a

política no estado desde a segunda metade do século XIX, tendo como bastiões, entre outros,

Júlio de Castilhos (1860-1903) e Borges de Medeiros (1864-1961), presidentes do estado entre as

décadas de 1890 e 1910. O positivismo foi muito cultivado no Estado do Rio Grande do Sul em

um período que vai aproximadamente de 1880 até 1940 (Leite, 1993; Soares & Diniz da Silva,

1992). A defesa do pensamento positivista era liderada pela Liga Pró-Estado Leigo. As

influências positivistas eram dominantes na Escola Militar de Porto Alegre, na Escola Livre de

Farmácia e Química Industrial (fundada em 1895), na Escola de Engenharia (fundada em 1896) e

na Faculdade de Direito (fundada em 1900). Os autores influentes foram o próprio Augusto

Comte, com o texto Opúsculos de Filosofia Social, em tradução e prefácio de Dinarte Ribeiro, e

o livro Pelo Futuro, publicado em 1897 por Alcides Maya (Leite, 1993; João & Clemente, 1995).

5O termo Faculdade Católica era utilizado informalmente para se referir à Faculdade Livre de Educação, Ciências e Letras, criada e mantida pela União Sul Brasileira de Educação e Ensino, dos Irmãos Maristas.

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Psicologia na UFRGS 21

Associado ao positivismo estava ainda a interpretação do evolucionismo de Herbert Spencer

(1820-1903), defendida em Porto Alegre pelo imigrante alemão Karl von Koseritz, com o livro A

terra e o homem à luz da moderna ciência, de 1884.

Os católicos, por sua vez, organizaram a Liga Eleitoral Católica para defender valores

cristãos nas grandes decisões políticas. A Liga já havia obtido uma grande vitória, que foi a

liberdade para o ensino religioso nas escolas primárias, secundárias e normais. No plano

nacional, o movimento católico foi caracterizado como conservador e associado ao autoritarismo

vigente na época (Soares & Diniz da Silva, 1992).

Os intelectuais católicos sul-rio-grandenses foram muito influenciados pelo jesuíta

alemão, Padre Werner von und zur Mühlen (1874-1939), que havia servido à sua congregação em

Portugal, vindo para o Brasil em conseqüência da proibição das atividades das congregações

católicas naquele país. Pe. Werner é reconhecido como autor do primeiro estudo filosófico

publicado no estado, intitulado Livre Arbítrio (Mühlen, 1919). Ele foi orientador religioso de

jovens intelectuais católicos, entre 1923 e 1939, através de uma congregação chamada de Mater

Salvatoris. Pe. Werner lecionou psicologia e filosofia para os alunos do Colégio Anchieta,

principal escola jesuíta de Porto Alegre, e deixou duas monografias sobre as disciplinas que

lecionava: “Apontamentos de Psicologia”, de 1923, e “Apontamentos de Filosofia”, de 1926. Ele

tinha planos de escrever um tratado de psicologia geral e procurou para tanto a orientação de um

importante psicólogo jesuíta, Joseph Fröbes, que, como todos os psicólogos experimentais de sua

época na Alemanha, havia estudado com Whilhem Wundt. Fröbes recomendou a leitura de seu

livro Lehrbuch des experimentellen Psychologie (Volumes I e II publicados em 1922 e 1923), e

do livro Experimentelle Psychologie do Pe. Johannes Lindworsky (1875-1939), publicado em

1922 (Rabuske, 1999, p. 288-289)6. Entre os jovens participantes das reuniões Mater Salvatoris

de Pe. Werner estavam Victor de Brito Velho e Armando Pereira Câmara. Brito Velho escreveu

em 1943 um artigo sobre o trabalho filosófico de Mühlen na revista Idade Nova e seria um dos

primeiros professores de psicologia do estado. Armando Pereira Câmara foi professor de

Psicologia na Escola Normal, e Reitor da Universidade de Porto Alegre entre 1945 e 1949, e

Reitor da Universidade Católica entre 1948 e 1949.

6 Informações adicionais obtidas em um Catálogo Virtual de Livros Antigos de Psicologia (www.antiquariat-barbian.de/Varia.Psychologie.html)

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Psicologia na UFRGS 22

Sabe-se7 que era desejo do Vaticano que os jesuítas fundassem uma universidade católica

no Rio Grande do Sul. No entanto, eles entenderam que lhes faltava massa crítica e infra-

estrutura para dar ao empreendimento as condições necessárias. Afinal, esses religiosos haviam

sido alunos e professores em universidades européias e desejavam oferecer uma educação de

qualidade. Por fim, coube aos maristas, uma congregação dedicada ao ensino primário e médio, e

que vieram para Porto Alegre a convite dos jesuítas para ajudá- los no ensino primário do Colégio

Anchieta, a iniciativa de empreender o ensino superior de orientação católica8.

Um dos principais temas do debate entre positivistas e católicos foi a responsabilidade do

estado sobre a educação. Os positivistas entendiam que a sociedade deveria organizar-se para

cuidar do ensino pois, como resumiram Soares e Diniz da Silva (1992, p. 37), “o espírito

científico seria indispensável à qualificação do ensino; a psicologização do procedimento didático

capacitaria o aluno segundo suas virtualidades; a administração escolar e pedagógica

racionalizaria o processo educacional”. Os católicos, por outro lado, defendiam uma colaboração

entre igreja e estado, uma formação de professores a cargo de professores com valores cristãos.

No início da década de 1930, foi constituída pelo Governo do Estado do Rio Grande do

Sul uma comissão para organizar a Universidade de Porto Alegre. Entre os planos da comissão

estava a criação da Faculdade de Educação, Ciências e Letras. O grupo católico, tomando

conhecimento dos planos da futura Universidade, enviou um Memorial ao Interventor General,

José Antônio Flores da Cunha. Neste documento datado de 1934, publicado na íntegra em Diniz

da Silva (1979, p. 12), o grupo informava que estava organizando uma Faculdade de Educação,

Ciências e Letras e entendia não ser interessante a abertura simultânea de duas faculdades com os

mesmos cursos. Assim, o grupo estava disposto a desistir da organização de sua faculdade, mas

reivindicava que professores católicos fossem convidados para participar da organização da nova

Faculdade, na futura Universidade de Porto Alegre. Os católicos argumentavam que os alunos da

Faculdade de Educação seriam, em sua grande maioria, egressos de ginásios religiosos “onde

dominam diretrizes ideológicas marcadamente espiritualistas e cristãs” sendo “moralmente

funesta a ruptura dessa orientação” (Memorial Católico, publicado na íntegra no Correio do Povo,

1979, p.12, por Diniz da Silva, e por Regner, 1993, p. 44). Ressaltavam, ainda, que caberia a essa

Faculdade formar futuros professores para esses mesmos ginásios sendo natural que houvesse

7 Essa história é contada recorrentemente pelo professor Luiz Osvaldo Leite do Instituto de Psicologia da UFRGS, um ex-jesuíta e ex-diretor do Colégio Anchieta. 8 Comunicação pessoal do professor Luiz Osvaldo Leite em 06/03/2002.

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Psicologia na UFRGS 23

uma conciliação entre a orientação da nova Faculdade e dos ginásios. O Memorial (Diniz da

Silva, 1979, p. 12) advertia sobre os perigos da “crise moral que empolga o mundo, originária de

uma concepção naturalista e pagã da vida” e lembrava que a nova Carta Magna de 1934

reconhecia a necessidade de cooperação entre os poderes espiritual e temporal “na esfera da

cultura superior”.

Cabe antecipar que o grupo católico foi o grande vencedor da disputa ideológica, bastando

para isso comparar a lista dos signatários do Memorial Católico e a lista dos primeiros reitores da

Universidade de Porto Alegre. Assinaram o Memorial os professores Raul Moreira, Frederico

Dahne, Elyseu Paglioli, Ary de Abreu Lima, Normélio Rosa, Ruy Cirne Lime, Mário Bernd,

Álvaro Magalhães, Adalberto Pereira da Câmara e Armando Câmara. Entre os signatários, três

tornaram-se reitores: Abreu Lima na gestão 1939-1941, Armando Câmara na gestão 1945-1949 e

Elyseu Paglioli na gestão 1952-1964. É interessante lembrar que Armando Câmara foi também o

primeiro reitor da Universidade Católica, futura PUCRS, no período 1948-1951, e por quase dois

anos ocupou simultaneamente o cargo de Reitor nas duas universidades. Ressalte-se que, para

levar adiante seus propósitos ideológicos na Universidade de Porto Alegre, os católicos aliaram-

se com um grupo de intelectuais da Igreja Metodista, entre os quais destacava-se Oscar Machado,

futuro professor de psicologia (Trindade, 1982).

A Universidade de Porto Alegre (UPA) foi criada em 1934, sendo efetivamente

implantada até 1937 (Soares & Diniz da Silva, 1992). A UPA reuniu as instituições de ensino

superior preexistentes em Porto Alegre: as Escolas de Engenharia, de Agronomia e de Veterinária

(Universidade Técnica); a Faculdade de Direito, com a Escola de Comércio anexa; a Faculdade

de Medicina e as Escolas anexas de Odontologia e Farmácia; e o Instituto de Belas Artes. A

Faculdade de Educação Ciências e Letras foi criada especialmente quando da fundação da

Universidade. Essa Faculdade, em virtude da reforma do ensino de 1939, foi transformada em

Faculdade de Filosofia. Em 1949, a Universidade de Porto Alegre recebeu a denominação de

Universidade do Rio Grande do Sul (URGS). Ela foi federalizada em 1950 e em 1968 passou a

ser chamada oficialmente Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O Ato de Criação da Faculdade de Educação, Ciências e Letras ocorreu em 30 de março

de 1936 através do Decreto nº 6194. A Faculdade ofereceria os seguintes cursos: Matemática,

Ciências Físicas, Ciências Químicas, História Natural, Filosofia, Filologia, Educação, Geografia,

e História. Em 1938 foi aprovado pelo Conselho Universitário o Plano de Ensino para os diversos

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Psicologia na UFRGS 24

cursos. Os cursos deveriam ter uma duração de três anos e os currículos incluíam um núcleo de

disciplinas comuns às respectivas áreas e outra voltada para a formação pedagógica. A disciplina

de Psicologia constava nos diversos currículos. No currículo do Curso de Filosofia constavam

duas disciplinas de Psicologia: Psicologia Geral e Experimental, oferecida para o primeiro ano, e

Psicologia Pedagógica, oferecida para o segundo ano.

No interregno entre a criação e instalação da Faculdade da futura UFRGS, o grupo

católico foi adiante com seus planos e instalou a Faculdade Católica, em 1940, autorizado pelo

decreto- lei n? 5.163 (23/01/1940). A Faculdade tinha orientação dos Irmãos Maristas, e oferecia

os cursos de Filosofia, Letras Clássicas, Letras Neolatinas, Letras Anglo-Germânicas, Geografia,

História, e Ciências Sociais. Nesta Faculdade, anos depois seriam instalados o primeiro curso de

especialização em psicologia e o primeiro curso de formação de psicólogos do Estado.

Por determinação de um decreto estadual nº 547 de 06/06/1942, foi necessário modificar o

nome de Faculdade de Educação, Ciências e Letras para Faculdade de Filosofia. A mudança tinha

como objetivo a adaptação dos novos cursos ao currículo e à seriação da Faculdade Nacional de

Filosofia, em conformidade com o Decreto Federal nº 1190 de 04 de abril de 1939. Ainda em

1942, foi dada a autorização para o funcionamento da seção de ciências, sendo a autorização para

o funcionamento dos demais cursos obtida no ano seguinte. O reconhecimento federal dos cursos

de ciências ocorreu ainda no mesmo ano, aproveitando a vinda de um representante do Conselho

Federal de Educação para proceder com o reconhecimento da Faculdade Católica. O

reconhecimento dos demais cursos (Filosofia, Geografia e História, Letras Clássicas, Letras Neo

Latinas, Letras Anglo-germânicas, Pedagogia e Didática) pelo Conselho Federal de Educação

ocorreu em 1944. Nesta oportunidade a organização didática dos cursos foi identificada como no

nível de uma Faculdade Federal Padrão.

Na aula inaugural dos cursos da Faculdade de Filosofia, proferida em 1943, o Diretor do

Instituto Porto Alegre (maior colégio metodista da cidade), Professor Oscar Machado, falou sobre

os “Aspectos psicológicos e filosóficos da interpretação da História”, firmando, segundo Soares e

Diniz da Silva (1992), uma posição ideológica para a Universidade. Essa posição confirma a

vitória católica no debate anteriormente citado: Machado contrapunha-se ao determinismo

histórico marxista (pelo qual a condição social determinaria a consciência do homem) através de

uma concepção agostiniana da existência de leis divinas que regem o mundo. Ainda em 1943, o

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Psicologia na UFRGS 25

Professor Oscar Machado viria a ser o primeiro catedrático de Psicologia Geral e Experimental

da Faculdade de Filosofia da UFRGS.

A Psicologia na Faculdade de Filosofia

O currículo do curso de Filosofia é de particular interesse para nosso estudo, tendo em

vista a relevância que nele receberá a disciplina de psicologia. Convém mencionar que até a ano

de 1946 não havia distinção entre os títulos de bacharelado e licenciatura. A distinção passou a

existir através de dois decretos. O decreto- lei n? 9.053 (12/03/1946) determinou a criação dos

ginásios de aplicação para servir às finalidades de prática de didática, e o decreto- lei nº 9.092

(26/03/1946) ampliava o currículo para quatro anos. Os três primeiros anos concentravam o

estudo das áreas específicas e o quarto ano era dedicado à formação didática do futuro professor.

O diploma de bacharel correspondia à conclusão dos três primeiros anos, enquanto o diploma de

licenciado era obtido por aqueles que completassem a formação didática de mais um ano. No

curso de Filosofia, a disciplina de Psicologia fazia parte dos três primeiros anos, aparecendo

também no quarto ano na cadeira de Psicologia Educacional.

A primeira disciplina de Psicologia Geral e Experimental foi lecionada pelo professor

metodista Oscar Machado. No segundo ano de funcionamento do curso o Professor Décio Soares

de Souza assumiu a disciplina e Machado foi lecionar no Curso de Pedagogia, assumindo a

cátedra de Psicologia Educacional. Para seu assistente, Souza convidou o psiquiatra católico

Victor de Britto Velho. Em 1946, Souza transferiu-se para a Faculdade de Medicina, Britto Velho

assumiu a cátedra e convidou para seu assistente o Professor Nilo Antunes Maciel. Neste ponto, é

interessante apresentar, ainda que brevemente, as biografias destes primeiros professores para se

conhecer um pouco da formação e do programa das disciplinas que lecionavam. Também será

ressaltada a trajetória profissional de alguns graduados das primeiras turmas, para assinalar o

impacto da Faculdade de Filosofia no futuro da psicologia no Estado do Rio Grande do Sul.

O primeiro professor, Oscar Machado da Silva (1903-1984) era reitor do Instituto Porto

Alegre de Educação da Igreja Metodista. Fora convidado para lecionar a disciplina por ser o

único professor em Porto Alegre com formação em psicologia. Na verdade, Oscar Machado

estudou pedagogia na Birminghan Southern College em Alabama EUA, concluído em 1925 e

filosofia na Southern Methodist University, em Dallas, Texas, concluído em 1927. Até o

momento, não tivemos acesso aos diplomas do prof. Machado para identificação dos títulos

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Psicologia na UFRGS 26

recebidos nos Estados Unidos da América. A Tabela 1 traz o programa da disciplina. Já citamos a

aula inaugural da Faculdade de Filosofia proferida por Machado em 1943. Acrescente-se que,

nela, o palestrante ainda analisava o momento de reconstrução da ordem mundial face à

conjuntura internacional da época e destacava a grande missão da Faculdade de Filosofia como

mobilizadora do “verdadeiro espírito universitário” (Soares & Diniz da Silva, 1992, p. 69). O

Professor Machado ficou lembrado entre os seus alunos como um behaviorista, ligado a autores

como Thorndike e Watson. No entanto, os títulos de suas conferências revelam um professor

voltado para questões gerais de educação, democracia, liberdade e desenvo lvimento. Oscar

Machado ocupou-se da disciplina de psicologia para o curso de Filosofia somente no ano de

1943, visto que logo a seguir transferiu-se para o curso de Pedagogia, assumindo a cátedra de

Psicologia Educacional.9

Tabela 1

Programa da primeira disciplina de Psicologia lecionada por Oscar Machado no Curso de

Filosofia

Matéria lecionada no primeiro período letivo de 15/4/43 a 30/6/43.

Pontos: 1°) Psicologia: Noções gerais sôbre as condições de objetividade. Medida

em Psicologia. Histórico das tentativas para estabelecer a medida em Psicologia.

Métodos da Psicologia.

2°) A consciência: Graus de consciência. Limiar, área e campo, graus ou

níveis de consciência. Continuidade da consciência. Consciência pessoal e seus

atributos. Duas formas gerais de consciência. A cerebração da consciência.

3°) A atenção: Conceituação. Análise detalhada do conceito. Direção do

pensamento, expectação, escolha, adotação. Condições da atenção: o interêsse.

Conclusão do estudo. Formas de atenção. Concomintantes fisiológicas da atenção.

Variação. Limites. Patologia da atenção.

4°) O sistema nervoso. Relação entre os fenômenos fisiológicos e a

atividade psicológica. Noções de nomenclatura anatômica e fisiológica do sistema

nervoso. Localizações cerebrais. Estudo diferencial do cérebro. Evolução dos

9 Os dados biográficos do Prof. Machado foram obtidos junto ao Museu Histórico Bispo Isac Aço, do Instituto Metodista de Educação e Cultura, em Porto Alegre.

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Psicologia na UFRGS 27

processos sensoriais dentro das doutrinas filosóficas. Evolução dos processos, etc.

Excitante. Excitação. Estímulo. Sensação. Atributo da sensação.

O professor do ano seguinte foi Décio Soares de Souza (1907-1970), um psiquiatria com

tese defendida na Faculdade de Medicina da UFRGS em 1932, é reconhecido por Cabral (1950)

como um dos introdutores da psicologia na Universidade do Rio Grande do Sul, tendo sido

também um grande incentivador da implantação da profissão de psicólogo no Brasil. De acordo

com Cabral, Décio de Souza estudou psicologia com Wertheimer, Köhler, Solomon e Murphy.

Na introdução do livro Frustração e Distúrbios da Personalidade, Souza (1945) refere-se a uma

bolsa recebida do National Research Council que lhe permitiu estudar nos Estados Unidos entre

1943 e 1944, com passagens pela Universidade de Chicago, Universidade de Colúmbia, e pelo

Instituto de Psicanálise de Nova Iorque. Souza introduziu a psicanálise no Curso de Filosofia da

UFRGS, e era um grande incentivador do estudo de técnicas projetivas, principalmente do teste

de Rorschach. Em 1946, transferiu-se para a Faculdade de Medicina da UFRGS, legando a

cátedra na Faculdade de Filosofia ao seu Assistente, Victor de Britto Velho. Logo depois, Souza

foi para Londres onde, de acordo com o depoimento de Jurema Alcides Cunha,10 foi analisado

por Melanie Klein. Ele Voltou ao Brasil 1955 e fixou residência no Rio de Janeiro.

A psicanálise era o tema de maior interesse nas aulas de psicologia, após ter sido

introduzida na Faculdade de Filosofia por Décio de Souza. Está aqui uma interessante

convergência histórica entre a formação dos psicólogos e dos psiquiatras no Estado: a psicologia

era estudada séria e profundamente na Faculdade de Filosofia através da orientação de um

psiquiatra. Elmira Cabral Pellanda, aluna da primeira turma, relatou em entrevista que as

atividades de psicologia do curso de Filosofia serviram para aperfeiçoar professores de psicologia

educacional para a escola normal. Assim se formaram os primeiros profissionais a serem

contratados como psicólogos, os primeiros pesquisadores (principalmente na área da avaliação

psicológica), e os primeiros professores que vieram a se dedicar integralmente à disciplina.

10 Entrevista realizada por W. B. Gomes em 23/05/1991

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Psicologia na UFRGS 28

Como parte de sua disciplina, o Professor Décio de Souza levava os alunos para o

Hospital Psiquiátrico São Pedro, para acompanharem apresentação de pacientes11. Os frutos desta

época já são evidentes nos acontecimentos que marcaram os anos de 1950. Por exemplo, o

primeiro contrato de psicólogo para trabalhar no Hospital São Pedro foi assinado em 1949, e o

escolhido foi um egresso da Faculdade de Filosofia (Meneghini, 1974).

O professor assistente Victor de Britto Velho (1915-) substituiu Souza, sendo promovido

a catedrático da disciplina de psicologia no Curso de Filosofia. Foi descrito por seu aluno, Arthur

de Mattos Saldanha,12 como “um homem muito inteligente e muito bom professor”, um

psiquiatra “que gostava muito de lecionar psicanálise, dentro de uma postura crítica, porque ele

era um homem ligado à tradição tomista”. Saldanha acrescentou que autores muito utilizados por

Britto Velho eram Roland Dalbiez (1947), com o livro O método psicanalítico e a doutrina de

Freud, e mais tarde Joseph Nuttin, com os livros Psychanalyse et conception spiritualiste de

l’Homme: Une theórie dynamique de la personalité normale (1950) e Tâche, réussite et êchec:

Théorie de la conduit humaine (1953). Nuttin visitou Porto Alegre em meados dos anos 1950. O

Professor Victor de Britto Velho foi um dos expurgados da UFRGS pela ditadura militar em 09

de outubro de 1969. Diante da aposentadoria compulsória de um grupo de professores, Britto

Velho encabeçou uma nota de repúdio endereçada ao Reitor. Em resposta, foi dada aos

professores signatários do manifesto a oportunidade de retirarem o nome, para que se evitassem

medidas punitivas contra eles. Britto Velho, na época chefe do Departamento de Filosofia, não

admitiu retirar seu nome. Foi, então, juntamente com outros colegas na mesma situação,

aposentado compulsoriamente (ADUFRGS, 1979).

O terceiro professor de psicologia foi Nilo Antunes Maciel13 (1920-1993), um graduado

da primeira turma do Curso de Filosofia. Ele iniciou como assistente de Britto Velho, por

recomendação de Décio de Souza, e tornou-se o primeiro psicólogo dedicado à seleção e ao

treinamento de pessoal no Rio Grande do Sul. Nilo Maciel mencionou em um depoimento que

procurou o Professor Décio de Souza, no final da primeira aula, para lhe dizer que estava muito

interessado no estudo de psicologia, e contou que estava organizando um serviço psicotécnico no

Departamento Estadual de Estradas e Rodagem (DAER) do Estado do Rio Grande do Sul,

11 Essa prática do Professor Décio de Souza inaugurou uma característica tradicional dos cursos de psicologia sul-rio-grandenses: a presença de um estágio curricular de psicopatologia, com carga horária suplementar à exigida por lei 12 Entrevista realizada por W. B. Gomes em 23/05/1991 13 Os dados sobre Nilo Maciel foram obtidos através de uma entrevista realizada por W. B. Gomes em 29/05/1991.

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Psicologia na UFRGS 29

visando melhorar a qualidade da seleção de pessoal. Souza ficou tão impressionado que no dia

seguinte foi procurá-lo no DAER. Chegando lá, encontrou Nilo Maciel em seu Gabinete,

utilizando alguns testes franceses e outros que o próprio Maciel havia desenvolvido, como testes

para atenção concentrada, atenção difusa e memória. Nilo Maciel descobrira a psicotécnica

através de uma revista francesa de divulgação literária. Através da Livraria Lima de Porto Alegre

ele obteve alguns livros em espanhol sobre testes psicológicos e iniciou o serviço psicotécnico no

DAER em 1943. Prof. Décio de Souza, entusiasmado com o que viu, disse a Nilo Maciel que,

para continuar sua formação em psicologia, deveria estudar psicopatologia. Ofereceu-lhe, então, a

oportunidade de fazer um estágio em psicopatologia no Hospital São Pedro, sob sua supervisão.

Nilo Maciel, logo no início do seu serviço de psicotécnico no DAER, recebeu a visita do

deputado Clóvis Pestana. O deputado, impressionado com a preocupação de se fundamentar o

serviço em bases científicas, recomendou- lhe entrar em contato com a Polícia Militar de

Pernambuco, que utilizava a biotipologia para fins de seleção de pessoal14. Maciel disse, então,

que foi encontrar alguns esclarecimentos sobre biotipologia com um médico que chefiava o

Instituto Médico Legal. O médico sugeriu- lhe que estudasse as obras de Ernest Krestschmer,

certamente referindo-se aos livros Körperbau und Charakter, publicado em 1921, e La structure

du corps et le caractére, publicado em 1930. No entanto, a biotipologia pareceu- lhe um sistema

de classificação fechado e não adequado aos propósitos de seleção de pessoal. Levando suas

inquietações sobre a biotipologia ao Professor Décio de Souza, foi orientado a deixar essa teoria

de lado e voltar sua atenção para a psicanálise. A psicanálise preocupa-se com o “que vai dentro

do indivíduo”, foram as palavras de Souza. Nilo Maciel também colaborou na clínica psiquiátrica

de Souza, cuidando da aplicação de testes de inteligência e de personalidade.

As aulas de Nilo Maciel eram voltadas para as aplicações da psicologia. Algumas

atividades em psicologia aplicada, desenvolvidas por Nilo Maciel, merecem ser mencionadas.

Em 1952 ele implantou, a convite de Rubem Berta, o Serviço de Psicologia da Aviação para a

VARIG. Lá ele foi ainda professor da disciplina de Psicologia da Aviação, para o Curso de

Formação de Pilotos Comerciais. Neste período, fez o curso de pilotagem para conhecer bem a

função de piloto. Como piloto, conseguiu se salvar de dois acidentes com o seu avião através de

aterrissagens forçadas, uma vez em um banhado e outra em um roçado de mandioca. Sua esposa,

14 Ver por exemplo W. Bernardinelli, (1936) Biotypologia: Constituição, temperamento, caracter. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves. Foi um livro muito lido na época).

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Psicologia na UFRGS 30

assustada com as aventuras do marido, pediu- lhe que deixasse a VARIG. Maciel atendeu e com o

tempo disponível organizou, em 1954, o primeiro serviço de Psicologia da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul, exercendo as funções de diretor até 1970. Esse serviço era chamado

Departamento de Psicologia, e será mais detidamente apreciado a seguir.

A atuação destacada de Maciel no campo dos serviços psicotécnicos abrangeu outras

empresas, públicas e privadas. Ele fundou um serviço psicotécnico na Companhia Carris Porto-

alegrense, empresa municipal transportes que, na década de 1950, estava substituindo os bondes

por ônibus. Lá ele trabalhou de 1953 a 1956. Assessorou ainda a Brigada Militar do Rio Grande

do Sul, de 1953 a 1954; a Companhia Estadual de Energia Elétrica, de 1966 a 1976; e a

siderúrgica Aços Finos Piratini S. A., de 1969 a 1976. Maciel foi o primeiro psicólogo a

organizar uma empresa de serviços psicotécnicos em Porto Alegre. Ao mesmo tempo, continuava

com suas aulas de psicologia no Curso de Filosofia e convidava seus alunos a realizarem

atividades práticas nestes serviços de psicologia aplicada.

Entre os alunos da primeira turma do Curso de Filosofia com participação destacada no

desenvolvimento da Psicologia do Rio Grande do Sul estava Graciema Pacheco (1910-1999),

estudiosa da psicologia que terá um grande papel no desenvolvimento da Psicologia Escolar e

Educacional no Rio Grande do Sul. Quando se matriculou no Curso de Filosofia em 1943,

Graciema Pacheco trazia uma grande experiência de professora primária. Na verdade, a

Psicologia foi um tema do seu interesse desde a Escola Complementar, que preparava professores

para os cursos primários na época. Sua professora de psicologia, Natércia Cunha Velloso, uma

poetisa muito conhecida no meio cultural do Estado, dava as aulas de psicologia ditando os

pontos. Graciema lembra-se de dois pontos muito enfatizados pela professora Natércia: atenção e

associação. Mais tarde, ela identificou esses conteúdos com o livro Principles of Psychology de

William James, escrito em 1890. De acordo com Graciema, a disciplina de Psicologia fazia parte

do currículo da Escola Complementar deste 1906.15

No final da década de 1920, chegou a Belo Horizonte uma missão de educadores e

psicólogos que renovaram a educação brasileira, com influências no Rio Grande do Sul,

contribuindo para a divulgação das obras de Piaget16. Alguns professores da Escola

Complementar foram a Belo Horizonte para fazer o Curso de Aperfeiçoamento da Professora

15 Ainda não foi possível confirmar a informação da Profa. Pacheco na documentação disponível no Instituto de Educação General Flores da Cunha. 16 Sobre a missão de educadores no Estado de Minas Gerais mencionados por Graciema ver Campos (1992).

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Psicologia na UFRGS 31

Helena Antipoff. No entanto, o curso de aperfeiçoamento de Graciema Pacheco foi em

Montevidéu, promovido em conjunto por Brasil e Uruguai.

Retornando a Porto Alegre, Graciema Pacheco foi lecionar em uma escola primária do

Bairro Menino Deus (hoje Escola Estadual Presidente Roosevelt), dedicando-se à alfabetização e

ao pré-primário. Uma técnica da Secretaria de Educação, vendo-a aplicar o Teste ABC de

Lourenço Filho, ficou tão impressionada com a qualidade da aplicação que lhe convidou para

trabalhar como assistente técnica do Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais da Secretaria de

Educação do Estado. Ela permaneceu nesta função de 1939 até 1944, quando se tornou diretora

do Centro, de 1945 a 1946. A contribuição deste Centro para a psicologia no Rio Grande do Sul

foi reconhecida por Ruth Cabral (1988) em um encontro de psicólogos escolares realizado na

PUCRS de 20 a 22 de outubro de 1988 no simpósio sobre “A evolução da psicologia escolar no

Brasil”.17 Cabral afirmou que o Centro já fazia psicologia escolar e orientação psicológica. À

frente deste trabalho estavam as professoras Marietinha Silva e Graciema Pacheco. Em 1946,

Graciema foi convidada para lecionar psicologia da educação no curso de Pedagogia da

Faculdade de Filosofia. No ano seguinte, foi convidada para lecionar didática nas licenciaturas da

Faculdade de Filosofia. Aceitou o convite com a condição de poder “dar uma didática

psicológica”. 18 Anos depois, Professora Graciema escolheu duas jovens professoras para

substituí- la na disciplina de Psicologia da Educação. As escolhidas foram Juracy Marques e Ana

Íris do Amaral. Em 1949, quando assumiu a cadeira de Psicologia da Educação no Instituto de

Educação General Flores da Cunha, Graciema tentou, sem muito sucesso, associar o ensino com

a pesquisa, “para desenvolver uma mentalidade mais objetiva”. 19 Ela disse que era difícil repassar

“informações de ponta, pois os alunos não liam em outros idiomas”. 20 Para concluir este breve

relato da penetração da psicologia no campo da educação é importante mencionar que Graciema

Pacheco será, logo a seguir, uma das organizadoras, e Diretora, por 28 anos, do Colégio de

Aplicação, uma instituição criada em 1954 para atender aos requisitos da prática em didática dos

alunos dos diversos cursos da Faculdade de Filosofia da UFRGS. Afora isso, Graciema assumiria

17 Os demais participantes do simpósio foram Maria Helena Novaes Mira da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Elcie S. Masini da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e Solange Weschler, na época, da Universidade de Brasília. Ruth Cabral, nascida em 05/10/1919, foi professora de psicologia de escolar, psicologia do excepcional, e técnicas projetivas no Departamento de Psicologia da UFRGS de sua fundação em 1973 até sua aposentadoria em 1991. 18 Entrevista realizada com Graciema Pacheco por W.B. Gomes em 04/04/1991 19 Pacheco em entrevista citada. 20 Pacheco em entrevista citada.

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Psicologia na UFRGS 32

outros cargos importantes para a área de psicologia na UFRGS, como a Coordenação da Câmara

de Ensino de Ciências Humanas em 1972, ano em que esse órgão solicitou a criação do curso de

graduação em psicologia, efetivamente inaugurado em 1973.

Outra psicóloga e pesquisadora conhecida no Brasil e que foi aluna do Curso de Filosofia,

entre 1946 e 1949, foi Jurema Alcides Cunha (nascida em 30/10/1925). Jurema iniciou seus

contatos com a Psicologia no Curso Normal do Instituto de Educação General Flores da Cunha,

através das aulas das professoras Graciema Pacheco e Elmira Flores Cabral Pellanda. Essas

professoras, disse Jurema, a entusiasmaram para prosseguir estudos em Psicologia. A atração de

Jurema pelo Curso de Filosofia da UFRGS devia-se ao fato de o curso ter um currículo voltado

para o estudo de psicologia. Era lá que se estudava psicanálise, psicopatologia, técnicas

psicodiagnósticas como o TAT, Rorschach, PMK, testes de inteligência e de aptidão, e ainda

ofereciam-se atividades práticas em psicopatologia e em psicotécnica.

Uma referência histórica que confirma o papel da Faculdade de Filosofia da Universidade

do Rio Grande do Sul como a primeira agência formadora do estado está no livro Psiquiatria no

Rio Grande do Sul de Jacintho Godoy (1955, p. 369-370). Disse o psiquiatra, por longo tempo

diretor do Hospital São Pedro:

Esta seção [de Psicologia] de recente organização, vem funcionando sob a chefia de um

médico psicólogo, com o concurso de duas psicologistas, recrutadas na Faculdade de

Filosofia, sendo variados os testes psicológicos que executam em doentes do serviço

fechado e do Serviço de Higiene Mental, à requisição dos psiquiatras.

Estes breves relatos biográficos e acadêmicos mostram o impacto do ensino de psicologia

no Curso de Filosofia e sua importância para o desenvolvimento da profissão de psicólogo. Como

ressaltamos anteriormente, alguns dos seus egressos estiveram envolvidos com os passos

seguintes para a consolidação do ensino de psicologia em Porto Alegre, quais sejam o Instituto de

Psicologia da PUCRS, e a Faculdade de Educação e o Departamento de Psicologia da UFRGS.

Primeiro Serviço de Psicologia: “Departamento de Psicologia Clínica”

O primeiro Departamento de Psicologia da Universidade do Rio Grande do Sul foi criado

por Nilo Antunes Maciel em 22 de abril de 1954. Com o tempo, aquele órgão ficou mais

conhecido como “Departamento de Psicologia Clínica”, devido à natureza das suas atividades,

voltadas à prestação de serviços em três áreas de psicologia aplicada: clínica, do trabalho e

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Psicologia na UFRGS 33

escolar. Tratava-se de um órgão técnico-científico subordinado diretamente à Reitoria, cujas

funções eram assim listadas no seu Regimento Interno, aprovado em dezembro de 1964:

Utilização de métodos e técnicas psicológicas com as seguintes finalidades:

a) orientação vocacional;

b) seleção profissional;

c) diagnóstico psicológico;

d) solução de problemas de ajustamento;

e) orientação psicopedagógica;

f) estudos e investigações de métodos e técnicas psicológicas;

g) cursos regulares, de pós-graduação, de especialização e extensão em

psicologia teórica e aplicada;

h) palestras e conferências em psicologia teórica e aplicada;

i) difusão e publicações referentes à ciência psicológica e aos outros

trabalhos desenvolvidos nesta unidade universitária;

j) realização de estágios e observações práticas em Psicologia a pessoas

com o preparo e requisitos que vierem a ser exigidos.

O Departamento de Psicologia Clínica era assim incumbido do aconselhamento psicológico de

estudantes da UFRGS, bem como dos funcionários e seus dependentes; da orientação

psicopedagógica dos estudantes; da orientação vocacional de estudantes da Universidade e de

estabelecimentos oficiais de ensino médio; e da seleção psicotécnica de funcionários técnicos e

administrativos da UFRGS e de outras instituições eventualmente conveniadas, além dos

candidatos a ingresso no quadro funcional da universidade.

A primeira sede do Departamento foi no prédio da Faculdade de Medicina. Cerca de um

ano após a instalação, dependências mais adequadas foram providenciadas no novo prédio da

Reitoria da Universidade. O Prof. Arthur de Mattos Saldanha, assistente de Nilo Maciel na

Faculdade de Filosofia, veio posteriormente a substituí- lo à frente do Departamento. A

importância do Departamento de Psicologia Clínica revela-se na sua concepção, e no seu papel de

primeiro órgão universitário relacionado à psicologia. No contexto do ensino de psicologia da

Faculdade de Filosofia, o departamento traduz a influência da visão de Nilo Maciel a respeito

aplicação empresarial do conhecimento e dos instrumentos psicológicos.

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Psicologia na UFRGS 34

Em novembro de 1970, em decorrência da Reforma Universitária, o Departamento de

Psicologia Clínica foi transformado em Centro de Orientação e Seleção Psicotécnica (COESP). O

COESP, embora mantendo a “tradição e experiência do antigo Departamento”, seria agora um

órgão suplementar vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (COESP, 1979). Assim, a psicologia

aplicada introduzida pelo Professor Nilo Maciel teria continuidade nas diversas atividades de

extensão universitária providas pelo COESP. O último Coordenador do Departamento de

Psicologia Clínica, Arthur Saldanha, viria a ser o primeiro Diretor do COESP. A trajetória do

COESP será exposta com maior detalhe em capítulos seguintes.

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Psicologia na UFRGS 35

Capítulo 3

Ensino de Psicologia e a Reforma Universitária de 1968

A história da organização do ensino superior brasileiro influenciou o desenvolvimento da

psicologia no país em diversas épocas e de várias formas. Entre as muitas reformulações pelas

quais passou educação superior no Brasil, pelo menos três delas afetaram direta ou indiretamente

a disciplina psicológica. As duas modificações mais remotas são aquelas atribuídas a Benjamin

Constant, no século XIX, e a Gustavo Capanema, em 1939. Benjamin Constant, Ministro da

Instrução Pública, Correios e Telégrafos do Governo Provisório, fez da Psicologia matéria oficial

nos cursos normais de formação de professoras (Lhullier & Gomes, 1999). Já em 1939, Gustavo

Capanema, Ministro da Educação e Saúde do governo de Getúlio Vargas, definiu os currículos da

Faculdade Nacional de Filosofia, os quais deveriam ser seguidos por todas as Faculdades de

Filosofia, Ciências e Letras do país. Assim, no currículo de Filosofia constavam cadeiras de

Psicologia Geral, e no de Pedagogia, Psicologia Geral e Psicologia Pedagógica (Regner, 1993;

Gomes, Lhullier & Leite, 1999).

Um terceiro processo de alteração do ensino superior brasileiro, que ficou conhecido

como “reforma universitária”, ocorreu no final dos anos 1960 (Fernandes, 1975; Cunha, 1988;

Rosas, 1992), tendo sido plenamente concretizado na UFRGS em 1971 (Vianna, 1971;

PROPLAN, 1979). A mais direta conseqüência desse processo para a história que viemos

contando até agora foi o desmembramento da Faculdade de Filosofia, e a conseqüente criação de

novas unidades de ensino. O jornal Zero Hora estampava na primeira página da edição de 04 de

abril de 1971 uma manchete dramática: “Faculdade de Filosofia da UFRGS não existe mais”

(Figura 1). A Faculdade de Filosofia oferecia então mais de 15 cursos de graduação, incluindo

áreas como Física, Letras, e Química, e abarcava vários laboratórios renomados nacionalmente,

como os de Genética e de Geologia. Essas áreas dariam origem, na nova estrutura da UFRGS,

constituída de várias unidades universitárias.

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Psicologia na UFRGS 36

Figura 1 – Notícia do Jornal Zero Hora (04/03/1971): “A Faculdade de Filosofia da UFRGS não

existe mais”

Os debates acerca das necessidades de uma reforma do ensino universitário haviam sido

aquecidos com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1961. A reforma era

discutida em entidades representativas, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

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Psicologia na UFRGS 37

(SBPC) e a União dos Estudantes Universitários. As várias propostas demandavam mudanças

estruturais para o ensino superior brasileiro, objetivando modernizar e democratizar o sistema. Na

visão desses grupos, a modernização adequaria a universidade a um novo perfil social do país,

que experimentava uma fase de crescente industrialização e de tendência à urbanização da

população. O ambiente acadêmico era considerado, por reunir a intelectualidade nacional, um

foco precursor das esperadas reformas de base para o conjunto da sociedade. Praticamente todas

as entidades que discutiam a reforma universitária consideravam o regime de cátedras um entrave

ao desenvolvimento de uma universidade democrática, integrada e funcional. Anteriormente à

reforma do ensino superior brasileiro, as cátedras eram as unidades responsáveis por uma

determinada área do conhecimento dentro de uma Faculdade ou Escola. Um professor catedrático

detinha ingerência quase irrestrita sobre a matéria de ensino na sua área, o que compreendia

desde a definição dos conteúdos, referências bibliográficas e métodos de ensino, até a nomeação

de seus professores assistentes, os quais viriam a substituí- lo quando do seu afastamento ou

aposentadoria. Até a reforma, a primeira iniciativa de criação de uma universidade livre do

sistema de cátedras, alicerçada desde o início numa organização departamental, foi a

Universidade de Brasília, de 1961.

Os debates democráticos sobre a reforma universitária foram solapados pelo golpe militar

de 1964. O governo encampou o processo decisório e a execução da reforma universitária.

Segundo Rosas (1992), o governo central assumiu, em relação à reestruturação do ensino

superior, a máxima de que “muda-se para mudar e para evitar que a mudança ocorra”. Não seria

do interesse dos governos conservadores que se sucederam a partir de 1o de abril de 1964 deixar a

cargo de entidades estudantis e setores avançados da sociedade, ambos ao alcance de tendências

políticas de esquerda, a condução do processo de reestruturação do ensino superior. Desta forma,

o conjunto de medidas da reforma universitária legalmente instituída tinha por objetivo, segundo

Florestan Fernandes (1975), antes de resolver a crise por que passava o ensino superior brasileiro,

garantir o controle dele pela política conservadora em vigor. As decisões sobre a reforma,

tomadas em tempo recorde e outorgadas na forma de decretos, tinham base em uma série de

documentos de estudos norte-americanos, como o “relatório Atcon” e pareceres relativos aos

acordos MEC-USAID (mantidos entre o Ministério da Educação e Cultura e a USAID, Agência

Norte-americana para o Desenvolvimento Internacional). Outrossim, uma das reivindicações

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Psicologia na UFRGS 38

emergentes no debate democrático sobre a universidade brasileira foi aparentemente

contemplada: a departamentalização.

Destacamos aqui, entre os decretos que reformularam o ensino superior brasileiro, aquele

que instituiu a estrutura departamental. O decreto- lei 252, de 28 de fevereiro de 1967, aplicava-se

a todo o ensino superior brasileiro, fosse em faculdades isoladas ou universidades, em

instituições públicas ou privadas. Por esse decreto, as cátedras eram extintas, e o departamento

passava a ser a unidade funcional básica de qualquer instituição de ensino universitário no Brasil.

O regime de cátedra, com professores titulares e assistentes, foi substituído por políticas de

carreira docente. Comissões de Regime de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva

(COPERTIDEs) foram criadas nas instituições federais para efetuar essa mudança. Com essas

medidas, pretendia-se fomentar a adesão dos professores a regimes de tempo integral e dedicação

exclusiva, em lugar dos contratos de horas-aula.

A reforma universitária trouxe outras novidades ao ensino superior brasileiro, como o

ciclo básico, o vestibular unificado e a matrícula por créditos. O vestibular unificado acabou com

as diferenças de critérios de entrada de alunos entre as várias Escolas e Faculdades de uma

universidade. O ciclo básico era considerado um “colégio de terceiro grau”, onde os alunos

ingressantes na universidade seriam reforçados nas disciplinas e conteúdos precariamente

desenvolvidos no ensino médio. A matrícula por créditos suplantaria a seriação nos cursos e

aboliria as turmas em cursos de graduação, o que visava a desmobilizar a organização estudantil.

O desmembramento das Faculdades de Filosofia igualmente desmobilizaria essas unidades,

enfraquecendo-as e tirando delas a responsabilidade pela produção do conhecimento sobre a

própria universidade, a ser desenvolvido nas Faculdades de Educação (Oliven, 1989).

Cada Universidade encarregou comissões para implementar as alterações, adequando sua

estrutura existente aos princípios da reforma. Na UFRGS, os departamentos, como “menores

frações da estrutura universitária”, ficaram encarregados de executar as atividades-fim de ensino,

pesquisa e extensão afeitas às suas especialidades. Seriam ainda os departamentos responsáveis

pelos seguintes aspectos, literalmente mencionados nos documentos da época (Vianna, 1971):

1) No planejamento da atividade universitária, pela distribuição de suas tarefas

entre seus componentes; pela execução dessas tarefas (p.14).

2) Responsabilidade de ministrar os cursos, cujo planejamento e coordenação

competem às Comissões de Carreira e de Extensão e às Câmaras do COCEP.

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Psicologia na UFRGS 39

(p. 27)

Nota-se nesses excertos uma dicotomia entre a tomada de decisão e planejamento das atividades

e a execução destas tarefas. Essa dicotomia, inerente à relação entre departamentos e órgãos

superiores de ensino especificada na nova estrutura, teria repercussões para as atividades e para

as relações entre órgãos universitários.

No que tange a currículos e cursos de graduação, os departamentos da UFRGS ficariam

subordinados aos órgãos superiores de coordenação do ensino e da pesquisa, ou seja, comissões

de carreira, e câmaras de ensino do Conselho de Coordenação do Ensino e da Pesquisa (COCEP)

e plenário do COCEP. De acordo com o sistema de planejamento e execução acadêmica (ver

Figura 2, abaixo), fica claro que o planejamento de ações acadêmicas era atribuição das Câmaras

do COCEP e das comissões de carreira, cabendo aos departamentos a execução das ações

planejadas. Mais que isso, caberia às câmaras do COCEP “Propor a criação, transformação e

supressão de cursos de graduação e pós-graduação; estabelecer normas gerais sobre a

organização e funcionamento desses cursos” (Vianna, 1971, p. 21).

Figura 2 - Sistema de planejamento e execução acadêmica (retirado de Vianna, 1971)

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Psicologia na UFRGS 40

Inserção da Psicologia na UFRGS

Durante a implementação da reforma universitária, o Reitor Eduardo Zaccaro Faraco tinha

a seu encargo determinar quais unidades acadêmicas comporiam o conjunto da UFRGS. O rol de

unidades da UFRGS respeitou em grande parte a estrutura anterior, remanescente da

Universidade de Porto Alegre (UPA), onde ela teve origem. Como ressaltamos em um capítulo

anterior, a UPA foi formada em 1934 pela reunião de instituições de ensino superior

preexistentes, como Faculdade de Medicina, Faculdade de Direito, entre outras. O Instituto de

Filosofia e Ciências Humanas, parte da nova estrutura criada pela reforma da UFRGS,

corresponderia a apenas uma fração da antiga Faculdade de Filosofia, com departamentos em

substituição às extintas cátedras. Consoante às caracterís ticas daquele tipo de instituição, a

Faculdade de Filosofia oferecia, no final da década de 1960, mais de 15 cursos de graduação,

incluindo áreas tão diversas como Filosofia, Letras, Química, Geologia, História. Com a reforma,

muitas dessas áreas tiveram unidades de ensino próprias: a reforma criou, por exemplo, o

Instituto de Matemática, a Faculdade de Educação, o Instituto de Letras. O Departamento de

Psicologia, que será detidamente abordado no próximo capítulo, comporia o Instituto de Filosofia

e Ciências Humanas, juntamente aos departamentos de Ciências Sociais, História, e Filosofia.

Na nova estrutura acadêmica da UFRGS, as unidades de ensino eram denominadas de

acordo com a seguinte taxonomia:

- Unidades de ensino básico, denominadas Institutos Centrais ou, simplesmente,

Institutos;

- Unidades de ensino aplicado ou profissional, que são as Faculdades ou

Escolas;

- Unidades ou institutos especializados, destinados a cumprir objetivos

especiais de ensino e pesquisa não contemplados nas demais unidades

universitárias. (Vianna, 1971, p. 17)

Considerando que o Departamento de Psicologia faria parte do Instituto de Filosofia e

Ciências Humanas, é lícito depreender que atividades a serem efetuadas por este Departamento

enfatizariam a Psicologia como um conhecimento básico, útil para diversas carreiras, em

detrimento de uma orientação dedicada à formação de psicólogos profissionais, que sugeriria,

naqueles termos, uma Escola ou Faculdade de Psicologia. Por outro lado, embora ainda não

houvesse um curso de psicologia na UFRGS, estaria sendo respeitada a orientação do decreto Nº

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Psicologia na UFRGS 41

53.464, de 21/01/1964, segundo o qual “a formação em Psicologia far-se-á nas Faculdades de

Filosofia na forma da legislação vigente”.

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Psicologia na UFRGS 42

Capítulo 4

Criação do Departamento de Psicologia

Com a reforma universitária, as unidades de ensino da UFRGS passaram por importantes

alterações, que atingiram todas as áreas do conhecimento e as relações institucionais. Segundo o

Professor Manoel Leão, que participou da comissão que implementou a reforma da UFRGS, a

consolidação da psicologia nesta universidade foi conseqüência da própria reforma universitária e

do empenho do Reitor Eduardo Zaccaro Faraco (1915-1992). O Reitor, um professor da

Faculdade de Medicina, insistiu na criação do Departamento de Psicologia e na sua vinculação ao

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.

Durante o primeiro ano após a reestruturação da UFRGS (1970 a 1971), as novas

unidades de ensino tiveram coordenadores pro-tempore nomeados pelo Reitor. Esses

coordenadores foram responsáveis por definir as respectivas estruturas de funcionamento, ou

seja, a relação de departamentos alocados em cada unidade. No caso do Instituto de Filosofia e

Ciências Humanas (IFCH), esse coordenador foi Luiz Carlos de Mesquita Rothmann, professor

de História na antiga Faculdade de Filosofia, a ser lotado no novo Departamento de História. No

IFCH, como ocorreu em outras unidades, o próprio coordenador pro-tempore viria a ser o

primeiro Diretor do Instituto, de 1971 a 1975. Diferentemente de outras unidades, que

mantiveram mais ou menos a estrutura das faculdades que lhes deram origem, o IFCH herdou

apenas uma fração das áreas de conhecimento abrangidas pela Faculdade de Filosofia. O IFCH

permaneceu com os Departamentos de Filosofia, História, e Ciências Sociais. O quarto

Departamento seria o de Psicologia. Os cursos de graduação nas áreas do IFCH seriam

administrados pela Comissão de Carreira de Filosofia e Ciências Humanas (COMCAR-FCH).

Inicialmente, eram administrados pela COMCAR-FCH os cursos de bacharelado e licenciatura

em Filosofia e História, e o curso de Ciências Sociais.

Dois professores diretamente relacionados e esses eventos foram entrevistados para este

trabalho: o primeiro Diretor do IFCH, Luiz Carlos Rothmann, e Manoel Leão, que integrou a

Comissão de Planejamento da Universidade. Segundo eles, o Reitor Eduardo Zaccaro Faraco foi

insistente quanto ao estabelecimento de um Departamento de Psicologia, bem como à ligação

desse departamento ao IFCH, e não à Faculdade de Medicina, como pleiteavam alguns setores

desta unidade. Para formular o futuro Departamento de Psicologia do IFCH, o Professor

Rothmann foi assessorado pelos professores José Carlos Fenianos e Odair Perugini de Castro. O

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Psicologia na UFRGS 43

Professor Fenianos vinha da Faculdade de Filosofia. Ele colaborou com Nilo Maciel e Arthur

Saldanha, não só na Universidade, mas também em serviços particulares de psicologia, e seria

lotado no novo Departamento de Psicologia. A Professora Odair, formada em Pedagogia e

Filosofia, docente da área de Educação Física da universidade, integrou inicialmente o

Departamento de Ciências Sociais, mas viria em breve para o de Psicologia. Professores

responsáveis por cátedras ou disciplinas de psicologia em outros cursos foram convidados a se

reunir no novo departamento. Contudo, os seis docentes que aceitaram o convite, e aparecem na

nominata dos primeiros professores do Departamento de Psicologia, vieram das áreas de

Filosofia e de Educação Física.

Os outros docentes da área de psicologia na universidade optaram por integrar diferentes

departamentos. Dois Professores de Psicologia ligados à Faculdade de Economia, Francisco

Pedro Pereira de Souza e Edela Lanzer Pereira de Souza, foram lotados em outras unidades. O

primeiro foi para o Departamento de Ciências Administrativas, onde ministraria Psicologia

Aplicada à Administração; a segunda foi designada para o Centro Integrado da Faculdade de

Educação. Segundo relato desses próprios professores, eles encontravam-se plenamente

adaptados à realidade dos cursos da Faculdade de Economia, embora tivessem uma formação

básica nas áreas de Filosofia e Psicologia, iniciada com a graduação em Filosofia na UFRGS.

Algumas outras professoras, originalmente ligadas à Cátedra de Psicologia Educacional

da Faculdade de Filosofia, onde foram assistentes do Professor Titular Oscar Machado da Silva,

integraram a recém-criada Faculdade de Educação (FACED). Essas professoras, Ana Iris do

Amaral e Ida Silveira, foram para o Departamento de Estudos Básicos (DEBAS) da FACED.

Outras professoras com formação em psicologia, anteriormente ligadas à Faculdade de Filosofia,

Graciema Pacheco, Juracy Cunegatto Marques e Yeda Roesch da Silva, também rumaram à

FACED a partir de 1971, lotando-se a primeira no Centro Integrado e as outras duas no DEBAS.

A Professora Graciema, Diretora do Colégio de Aplicação da Faculdade de Filosofia, ocuparia

nos anos seguintes diversos cargos de grande importância na Universidade, como a coordenação

da IIIª Câmara do COCEP. Juracy Marques, a primeira Doutora em Psicologia a trabalhar na

UFRGS, seria a segunda coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEDU)

da FACED, de 1972 a 1974, onde orientou numerosos trabalhos na área de Psicologia

Educacional. Yeda Roesch da Silva, tendo completado Mestrado em Psicologia Clínica pela

PUCRS, viria para o Departamento de Psicologia em 1973.

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Psicologia na UFRGS 44

A primeira reunião plenária do novo Departamento de Psicologia da UFRGS, ocorrida em

18 de março de 1971, contou com a presença do professor Rothmann, coordenador pro-tempore

do IFCH. Consta na ata daquela reunião a formação do primeiro corpo docente do Departamento:

Pertencem ao Departamento de Psicologia os seguintes professores:

Prof. Titular: Nilo Antunes Maciel

Prof. Titular: Amadeu Faviero

Prof. Assistente: José Carlos Fenianos

Prof. Assistente: Arthur de Mattos Saldanha

Prof. Aux. de ensino: Fernando Ferreira Lopes

Prof. Aux. de ensino: Fernanda Marques Fernandes.

A Figura 3 reproduz a primeira página do livro de atas do Departamento de Psicologia da

UFRGS.

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Psicologia na UFRGS 45

Figura 3 - Primeira página do livro de atas do Departamento de Psicologia da UFRGS

Nos registros de lotação dos professores da UFRGS nos respectivos departamentos,

definidos em 1970, constam as unidades de origem dos professores do novo Departamento de

Psicologia: Nilo Maciel, José Carlos Fenianos e Arthur de Mattos Saldanha vinham da Faculdade

de Filosofia. Amadeu Faviero e Fernando Ferreira Lopes vinham da área de Educação Física. O

nome da Professora Fernanda Marques Fernandes não consta desses registros, tampouco no

Cadastro Geral de Docentes da UFRGS, o que leva a crer que seu vínculo com a Universidade

tenha sido temporário, como substituta ou colaboradora.

Estiveram presentes à primeira reunião do departamento todos os docentes, à exceção do

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Psicologia na UFRGS 46

Professor Faviero. O Professor José Carlos Fenianos foi eleito Chefe do Departamento por voto

secreto, e assumiu o cargo ressaltando que havia 20 anos que a Universidade esperava por ter um

Departamento de Psicologia. Não se pode precisar se Fenianos referia que o novo era um

departamento universitário propriamente dito, ou se estava desconsiderando o antigo

Departamento de Psicologia Clínica, que foi, de fato, o primeiro “departamento” de psicologia na

UFRGS. Nessa mesma reunião, por sinal, o Professor Arthur de Mattos Saldanha apresentava

uma portaria que o colocava à disposição do exercício da coordenação do COESP. Dessa forma,

Saldanha afastava-se das atividades docentes junto ao Departamento, para as quais indicava a sua

assistente, Fernanda Marques Fernandes, para substituí- lo. O professor Amadeu Faviero, médico

especialista em Educação Física, não comparecera à primeira reunião em razão de enfermidade, e

sequer chegou a assumir o cargo no Departamento, vindo a falecer em 1973.

Conforme já referimos, o Professor Titular Nilo Maciel, criador do antigo Departamento

de Psicologia Clínica, fora o último Titular da Cátedra de Psicologia Geral na Faculdade de

Filosofia. José Carlos Fenianos igualmente viera do curso de Filosofia, e, juntamente com Nilo

Maciel e Arthur Saldanha, montara em 1954 o primeiro gabinete particular de psicologia do

trabalho no Rio Grande do Sul (Souza, 1980). Apesar de não constar no corpo docente na

primeira reunião plenária, a Professora Odair Perugini de Castro, que colaborou com Fenianos no

planejamento do Departamento, seria transferida para lá ainda em 1971, vinda do Departamento

de Ciências Sociais. Outro professor que em 1971 entrou no Departamento de Psicologia foi

Lúcio Hagemann, egresso da Faculdade de Filosofia. O primeiro concurso para professor do

Departamento de Psicologia aconteceu em 1972. Os três aprovados foram Dante de Barros

Coutinho, Luiz Osvaldo Leite e Hélio Di Nóia Martins.

Na primeira reunião plenária era explicitada a precariedade das condições de

funcionamento do Departamento. A necessidade de contratação de novos docentes foi apontada

pelo professor Fenianos, e a falta de títulos na biblioteca, pela professora Fernanda Marques

Fernandes. As atividades burocráticas tinham de ser executadas pelos próprios professores,

sobretudo pelo Chefe do Departamento, auxiliados por algum bolsista, quando disponível. O

Departamento não tinha sede própria, tanto que as suas primeiras reuniões aconteceram numa

sala cedida pelo Departamento de Ciências Sociais.

Somente em Agosto de 1972 o Departamento de Psicologia teria direito a uma sala,

localizada no prédio da antiga Faculdade de Filosofia, Campus Central da UFRGS. Dividiam

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Psicologia na UFRGS 47

aquele exíguo espaço o “gabinete” do Chefe de Departamento, a Secretaria e os professores.

Assim, à época do início das suas atividades, o Departamento de Psicologia era vizinho das

demais subunidades do IFCH. Entretanto, em 1977, o Departamento ficaria geograficamente

distanciado dos seus congêneres. Todo o IFCH, exceto o Departamento de Psicologia, seria

transferido para o recém-inaugurado Campus do Vale, localizado na divisa dos municípios de

Porto Alegre e Viamão, distante 17 quilômetros do Campus Central da UFRGS, que fica no

Centro da capital.

Nas reuniões plenárias os assuntos usualmente deliberados diziam respeito às atribuições

executivas do departamento. Ocorriam fundamentalmente decisões de distribuição aos docentes

das disciplinas de psicologia requeridas pelos cursos da Universidade; administração de cargas

horárias, licenças e férias dos professores; requerimentos de material didático; considerações

sobre o alunado em termos do seu desempenho e das relações com professores; providências

quanto à indicação e contratação de novos docentes; registro do recebimento de ofícios e

resoluções da Reitoria e de órgãos governamentais acerca do ensino; eleição e prestação de

contas do Chefe de Departamento.

De acordo com a reforma universitária, as disciplinas afeitas a uma determinada área do

conhecimento não mais seriam ministradas por professores diretamente ligados a cada curso, mas

centralizadas em um departamento. O departamento era encarregado de ministrar disciplinas da

sua área em todos os cursos da universidade que as incluíssem em seus currículos. O caso do

Departamento de Psicologia é exemplar dessa organização. Como inicialmente não havia um

curso de graduação em psicologia, os professores deste departamento estavam encarregados de

ministrar disciplinas de Psicologia em diversos cursos, como Biblioteconomia, Odontologia,

Enfermagem, etc. As solicitações de disciplinas, conforme previa a nova estrutura universitária,

provinham das Comissões de Carreira encarregadas dos respectivos currículos. Contudo, a

convivência do Departamento com essa realidade era um tanto conturbada. Os requerimentos de

disciplinas costumavam chegar prontos ao Departamento, restando aos professores de psicologia

dividir entre si as disciplinas, e assumi- las voluntariamente. Mais de uma vez foram registradas

reclamações a esse respeito em atas de reuniões do Departamento. O Departamento deveria ser

representado em cada uma das Comissões de Carreira cujos cursos incluíssem disciplinas de

psicologia. Seria o caso das COMCARs de Filosofia e Ciências Humanas, de Enfermagem, de

Odontologia, etc. Se não havia comunicação prévia ao Departamento das disciplinas que eram

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Psicologia na UFRGS 48

solicitadas, isso ocorria por alguma falha nesse sistema de representação. Ressalte-se que não há

registro da eleição de representantes do departamento nessas comissões, e é difícil saber se o

departamento sequer chegou a ser ativamente representado nelas. Provavelmente, a questão da

representação não era clara para os membros do Departamento, que ainda estavam se habituando

às rotinas decorrentes da reforma universitária, como a atuação junto aos órgãos colegiados

superiores.

Assim, na reunião plenária de 16/03/1972, o Departamento de Psicologia decidia

oficialmente “não se responsabilizar pelo ensino de disciplinas novas de psicologia que não

pertençam ao atual elenco de tarefas do departamento”. Essa posição foi tomada em virtude de

diversos casos de disciplinas que eram solicitadas às vésperas do seu início, sem que o

Departamento fosse previamente informado ou consultado. A Tabela 2 lista as disciplinas

ministradas pelo Departamento de Psicologia em diferentes cursos de graduação da UFRGS.

Tabela 2 – Disciplinas a cargo do Departamento de Psicologia em cursos de graduação, entre

1971 e 1975.

Curso Disciplinas

Enfermagem Introdução à Psicologia; Psicologia da Personalidade

Ciências Sociais Psicologia Social; Psicologia da Expressão I

Relações Públicas

Publicidade e Propaganda

Psicologia Motivacional e da Empresa; Psicologia Social e da

Comunicação

Filosofia Psicologia

Biblioteconomia Psicologia das Relações Humanas

Odontologia Psicologia Aplicada

Em 13 de janeiro de 1972 o Diretor do IFCH, Professor Luiz Carlos Rothmann, remetia

ao Vice-Reitor da Universidade correspondência na qual questionava decisões da Comissão de

Carreira de Educação. Nesse ofício Rothmann argumentava que seis disciplinas constantes do

currículo de licenciatura em Pedagogia pertenciam claramente ao campo da Psicologia, e outras

duas, ao da Sociologia. Evocando orientações do Regimento Geral da Universidade (RGU)

quanto à não duplicação de meios para fins equivalentes, entendia o IFCH que essas disciplinas,

uma vez aprovadas pela COMCAR-Educação, deveriam ficar a encargo dos departamentos de

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Psicologia na UFRGS 49

Psicologia e Sociologia. Ademais, o documento reiterava a insatisfação do Departamento de

Psicologia quanto a pouca antecedência com que era informado das solicitações de disciplinas.

Por fim, considerando esses fatos, o Diretor do IFCH indagava a Reitoria quanto a seis “dúvidas”

que para ele não estavam completamente dirimidas: 1) se restava aos departamentos unicamente

ensinar disciplinas, já que o planejamento de currículos cabia às Comissões de Carreira; 2) se as

disciplinas poderiam ser solicitadas sem consulta prévia ao departamento responsável; 3) se o

professor responsável por uma disciplina deveria se sujeitar à ementa previamente definida pela

Comissão de Carreira, à sua revelia; 4) se as Comissões de Carreira tinham o direito de designar

disciplinas a outros departamentos que aqueles aos quais elas logicamente deveriam pertencer; 5)

se a denominação arbitrária de uma disciplina definiria a sua pertença a um certo departamento,

ou se caberia ao COCEP analisar o seu conteúdo e dar- lhe o destino devido; e 6) se a legislação

não estava sendo infringida ao se lotar determinadas disciplinas em departamentos outros que

aqueles que a lógica indicaria, o que criaria um precedente para se criar ou redistribuir disciplinas

sob quaisquer alegações, desatendendo aos interesses da universidade e desrespeitando os

princípios da reforma universitária.

Os referidos currículos de licenciatura em Educação incluíam, de fato, mais de seis

disciplinas que, pelas suas denominações, poderiam ser reclamadas pelo Departamento de

Psicologia. Essas disciplinas faziam parte dos currículos de licenciatura da FACED em 1973, nas

habilitações em Magistério e Administração Escolar, Magistério e Orientação Educacional, ou

Magistério e Supervisão Escolar, e são listadas a seguir:

? Psicologia da Educação I

? Psicologia da Educação II

? Psicologia das Relações Interpessoais na Sala de Aula

? Psicopedagogia do Desenvolvimento Individual

? Psicopedagogia do Desenvolvimento do Adolescente

? Orientação Vocacional

? Psicologia da Aprendizagem

? Psicologia do Ensino

? Psicopedagogia Terapêutica

? Psicologia das Relações Interpessoais

? Teorias da Personalidade

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Psicologia na UFRGS 50

? Psicologia Aplicada à Administração (ministrada pelo Departamento de Ciências

Administrativas da Faculdade de Economia)

Todas essas disciplinas, exceto a de Psicologia Aplicada à Administração, eram ministradas na

FACED pelo Departamento de Estudos Básicos e pelo Departamento de Estudos Especializados.

O Departamento de Psicologia cons iderava-se prejudicado na medida em que se

empenhava em respeitar a legislação, enquanto outros setores, aproveitando brechas

administrativas, assumiam atribuições que poderiam ou deveriam caber a ele. Esse, na verdade,

foi um dos eventos que conformaram um histórico de desarticulação entre os diversos grupos de

docentes de psicologia que se formaram na UFRGS após a reforma (COESP, FACED e

Departamento de Psicologia). Por outro lado, a correspondência do Diretor do IFCH explicitava

justamente alguns pontos críticos na avaliação dos resultados da reforma, que a Pró-Reitoria de

Planejamento (PROPLAN) efetuaria em 1977 (Proplan, 1979).

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Psicologia na UFRGS 51

Capítulo 5

Criação do Curso de Psicologia

A tramitação das decisões e providências para a criação do curso de psicologia da UFRGS

abarcou diversas etapas, envolvendo uma série de processos administrativos: criação,

enquadramento, instalação, e reconhecimento do curso. Exceção feita ao processo de

reconhecimento, que tramitou no Conselho Federal de Educação, os demais circularam por

diversas instâncias superiores dentro da própria Universidade. Os acontecimentos relativos à

criação do curso foram em muito condicionados por impasses na relação do Departamento de

Psicologia com os órgãos colegiados, sobretudo a IIIª Câmara de Ensino do COCEP, e a

Comissão de Carreira de Filosofia e Ciências Humanas.

Cumpre ressaltar, no entanto, que a proposta do bacharelado em psicologia, concretizada

no curso que funciona desde 1973, não foi a primeira do gênero na UFRGS. Em 1963 um grupo

de professores ensaiou uma proposta de curso de psicologia. Embora haja referência exata a tal

documento, com o número do respectivo processo (1883/63), ele não é encontrado no Arquivo

Geral da Universidade. Segundo os servidores responsáveis, provavelmente o processo foi

incinerado por conta de sua antiguidade. Ao que tudo indica, o projeto foi idealizado por uma

equipe chefiada pela Professora Graciema Pacheco, ligada ao Instituto de Educação e à

Faculdade de Filosofia, e Diretora do Colégio de Aplicação do Curso de Pedagogia. O pretendido

curso de psicologia funcionaria, muito provavelmente, na Faculdade de Filosofia, lugar das

Cátedras existentes desde os anos 1940. Não é possível precisar o teor da proposta, tampouco os

motivos que a impediram de prosperar. O período em que tal tentativa ocorreu, em torno de 1963,

é imediatamente posterior ao reconhecimento da profissão de psicólogo e à criação do curso de

graduação em psicologia da PUCRS. Assim, o projeto da UFRGS era possivelmente uma

contrapartida ao recém-inaugurado curso da PUCRS. Mais que isso, pode-se inferir que se tratava

de um curso adequado à regulamentação do currículo mínimo de psicologia, com cinco anos de

duração, definido na lei Nº 4.119.

Anteriormente à reforma universitária, competia às Congregações das Faculdades

homologar ou não a criação de novos cursos. Tendo sido o processo devidamente protocolado, é

plausível que ele tenha chegado à Congregação da Faculdade de Filosofia, tendo sido

descontinuado nesta mesma instância. Um possível motivo para a interrupção do processo seria a

insuficiência de pessoal. Os Professores Francisco Pedro e Edela Pereira de Souza foram

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Psicologia na UFRGS 52

convidados por aquele grupo para integrar o eventual corpo docente desse curso de psicologia.

Eles declararam ter declinado do convite porque a proposta era de cunho fundamentalmente

psicanalítico, pelo que preferiram permanecer na sua unidade de origem, a Faculdade de

Economia. Infelizmente, não tivemos acesso a outros registros do projeto de 1963, restando os

testemunhos de professores da época. Não obstante, o documento foi citado em mais de uma

ocasião durante o processo de criação do curso atual, como se poderá acompanhar nas seções

seguintes.

O curso de graduação em Psicologia da UFRGS iniciou suas atividades em 1973, no

mandato da Professora Odair Perugini de Castro como chefe de departamento. Contudo, o

processo que culminou naquele importante marco da história da psicologia nesta universidade

teve início alguns anos antes. Tal processo foi marcado por alguns desencontros, diversas

dificuldades e muita dedicação por parte dos professores do departamento que fizeram o curso

funcionar.

A Comissão de Carreira de Filosofia e Ciências Humanas (COMCAR-FCH) da UFRGS

era integrada em 1971 pelos professores Anúncio João Caldana, Arthur de Mattos Saldanha,

Earle Diniz Macarthy Moreira (Coordenador), Túlio Bogo, Helena Del Pino e Sérgio Teixeira.

Essa Comissão era responsável pelos currículos de Ciências Sociais, Filosofia, e História, cursos

oferecidos pelo IFCH desde o início da sua atividade. Em 1972, a pedido da IIIª Câmara do

COCEP, presidida pela Professora Graciema Pacheco, a COMCAR-FCH ficou responsável pela

elaboração de um projeto para curso de bacharelado em psicologia. A tarefa coube ao Professor

Anúncio Caldana. O relator do processo foi um membro da IIIª Câmara do COCEP, Professor

Geraldo Brochado da Rocha. De acordo com a Superintendência Acadêmica, o curso de

psicologia já seria oferecido no edital do Concurso Vestibular Unificado de 1973.

O processo Nº 23.938, da Comissão de Carreira de Filosofia e Ciências Humanas

(COMCAR-FCH), que tratava da criação do curso de psicologia, foi enviado em 5 de setembro

de 1972 à IIIa Câmara do COCEP. Pelo arrazoado, a criação do curso de psicologia na UFRGS

era justificada com base em três argumentos principais. O primeiro referia-se ao grande

desenvolvimento da ciência psicológica. Em segundo lugar, citava-se o interesse da sociedade

pela formação em psicologia, traduzido na crescente demanda estudantil pelos dois cursos

existentes no Estado, da PUCRS e da UNISINOS. O terceiro e mais extensamente ilustrado ponto

do projeto dava conta de que todas as grandes universidades brasileiras vinham criando cursos de

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Psicologia na UFRGS 53

psicologia. Foram arrolados como exemplo os dois cursos sediados no Estado, mais nove cursos

de outras importantes instituições, como UnB e PUC-SP. Desta forma, entendia-se que a UFRGS

deveria acompanhar a tendência, visto que se encontrava entre as maiores universidades

brasileiras.

A mesma proposta reconhecia uma tradição de ensino de psicologia na UFRGS, destacava

o COESP como um órgão de psicologia aplicada “sem equivalentes no país”, e situava no atual

Departamento de Psicologia a sede do futuro curso. Outrossim, o documento da COMCAR-FCH

insinuava a ocorrência de iniciativas anteriores para se implementar um curso de psicologia na

UFRGS. Segundo a Comissão, essas “outras tentativas (...) cedo se estiolaram, por razões que

não vem ao caso examinar”. Essa referência certamente diz respeito à proposta do processo

1883/63. Infelizmente o projeto em apreço não faz qualquer outra menção àquelas tentativas,

tampouco aos motivos que as impediram de vingar ou às diferenças entre elas e a presente

proposta. Eventuais considerações nesse sentido por certo lançariam alguma luz nessa questão até

agora nebulosa na história do ensino de psicologia na UFRGS.

Com efeito, o COESP foi um importante centro de psicologia aplicada, chegando a reunir

cerca de 10 psicólogos em sua equipe técnica, um notável empreendimento na época. Contudo,

para o bem da história da psicologia no Brasil convém lembrar que o mais importante destes

serviços foi inaugurado em 1947 na Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. O serviço

recebeu o nome de ISOP – Instituto de Seleção e Orientação Profissional, tendo como diretor o

reconhecido psicólogo de formação espanhola Emílio Mira y López.

O currículo de psicologia proposto pela COMCAR-FCH tinha 51 disciplinas a cargo do

Departamento de Psicologia. As demais disciplinas, tanto obrigatórias quanto eletivas, eram de

responsabilidade dos seguintes departamentos: Estatística, Ciências Sociais, Fisiologia, Medicina

Interna, Filosofia, História, Estudos Básicos, Ciências Administrativas, e Comunicação. Estavam

previstas duas etapas do ciclo básico, uma geral e outra específica para o curso de psicologia,

seguidas de três possibilidades de ênfase21 em ciclos especiais profissionalizantes. Conforme o

documento, essas ênfases correspondiam às “três áreas habituais de demanda no mercado de

trabalho e de divisão já tradicional da psicologia: psicologia clínica, psicologia da comunidade

escolar, e psicologia do trabalho”. Cada ênfase tinha sua própria seriação aconselhada, composta

de disciplinas obrigatórias e eletivas específicas. No decorrer do curso, que perfazia 4050 horas-

21 O termo “ênfase” é extraído literalmente da documentação consultada.

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Psicologia na UFRGS 54

aula, a proporção de disciplinas opcionais aumentava em relação às obrigatórias. Os últimos

semestres seriam reservados à realização de três estágios supervisionados, um em cada ênfase.

Note-se que, mesmo tratando-se de um sistema de ênfases, cada aluno teria que realizar todos os

estágios. De fato, as diferenças curriculares entre as ênfases reduziam-se a duas ou três

disciplinas opcionais, como a de Psicologia Forense, que não fazia parte da ênfase Escolar, ou a

de Pensamento e Linguagem, que não era exigida nas ênfases Clínica e do Trabalho. O curso de

psicologia era criado oferecendo 26 vagas no seu primeiro vestibular, no início de 1973. Essas

vagas foram retiradas de outros dois cursos do ligados ao IFCH: seis do curso de História e 20 do

de Filosofia. Posteriormente o número de vagas veio a ser sucessivamente incrementado, para 30,

36, até as atuais 40 vagas, disponíveis num único ingresso anual.

A Comissão sugeria a realização de exame psicotécnico para ingresso de estudantes, “a

exemplo de outras universidades”. Das outras universidades, o exemplo mais próximo era o da

PUCRS. Até o ano 2001, a PUCRS submetia os candidatos ao curso de psicologia àquele tipo de

exame. Coincidência ou não, o responsável pelo projeto da COMCAR-FCH, Anúncio Caldana,

professor do Departamento de Filosofia, era então aluno de psicologia na PUCRS, motivo pelo

qual ele foi encarregado pelo coordenador da Comissão de redigir o documento.

Não há, no documento da COMCAR, qualquer referência a concepções filosóficas ou

linhas teóricas que eventualmente guiariam as futuras práticas acadêmicas do curso de Psicologia.

O embasamento do projeto resumia-se aos já citados argumentos da demanda por vagas, do

desenvolvimento da ciência psicológica e da existência de cursos em outras instituições

importantes. As questões técnicas tratadas referiam-se às disciplinas do currículo mínimo de

psicologia, e à adaptação deste à nova estrutura da universidade, com um ciclo básico precedendo

ciclos profissionalizantes. Os pareceres das diversas instâncias pelas quais tramitou a proposta

diziam respeito eminentemente a quesitos orçamentários e operacionais. Entre os pareceres

anexados ao processo, o do Superintendente Acadêmico, Professor Walter Otto Cybis, revelava

preocupação com o impacto orçamentário decorrente de despesas com pessoal, tendo em vista o

elevado número de disciplinas previstas. Cybis também relatava a impossibilidade de exigência

de exame psicotécnico seletivo, por força de portaria ministerial. O Superintendente ainda

solicitava a indicação das necessidades docentes para o funcionamento do curso e a redação de

súmulas para as disciplinas arroladas. Segundo ele, considerando que o curso seria implantado de

forma progressiva, a alocação de recursos materiais e humanos poderia ser completada sem

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Psicologia na UFRGS 55

maiores problemas, mesmo diante da profusão de disciplinas. Essas considerações eram assim

repassadas à COMCAR-FCH, que solicitaria as devidas providências ao Departamento.

O Departamento de Psicologia recebeu com declarada surpresa a notícia de que seria

responsável, em menos de um ano, por levar adiante um curso de graduação. Na reunião de 26 de

setembro de 1972 o Professor José Carlos Fenianos comunicava aos colegas que, embora nada de

oficial tivesse chegado ao Departamento até então, estava sendo oferecido, no edital do Concurso

Vestibular Unificado de 1973 (CVU/73), um curso de graduação em psicologia. Na reunião

seguinte, em 24 de outubro, já havia sido recebida cópia do processo de criação do curso. No

encaminhamento, a COMCAR-FCH solicitava ao Departamento de Psicologia que estudasse o

currículo aprovado pelo COCEP, elaborasse as súmulas das disciplinas, avaliasse as necessidades

docentes, e indicasse os horários das disciplinas do segundo semestre de 1973. Nesse período

iniciariam as aulas das disciplinas específicas de psicologia, após o ciclo básico do primeiro

semestre. O Chefe do Departamento reiterava que não houvera sido comunicado oficial nem

extra-oficialmente do processo, e acrescentava que algumas partes do mesmo eram ilegíveis.

Não obstante, consta na ata de uma das primeiras reuniões plenárias do Departamento de

Psicologia, de 17 de janeiro de 1972, o recebimento do processo 1883/63, remetido pelo IFCH.

Tal processo consistia no já referido projeto de abertura de um curso de psicologia na UFRGS,

idealizado em 1963 sem ter sido levado adiante. O IFCH solicitava que aquele projeto fosse

revisto pelos professores do Departamento, e modificado no sentido de adaptar-se à nova

estrutura da UFRGS, pós-reforma universitária. Nenhuma providência, como a indicação de uma

comissão para tratar do assunto, foi tomada, e o processo não voltaria a ser mencionado nas

reuniões do departamento. De acordo com as atas, o departamento continuava a reunir-se para

resolver suas pautas costumeiras, relativas às disciplinas ministradas e ao concurso para

contratação de novos docentes.

O Conselho Departamental do IFCH reunia mensalmente os respectivos chefes dos

departamentos, sob a presidência do Diretor do Instituto. Na reunião do Conselho Departamental

de 28/11/1972, o Chefe do Departamento de Psicologia questionava os órgãos competentes do

Instituto sobre a decisão pela criação do curso de psicologia, que não teria sido discutida, mas

apenas comunicada ao departamento. O Professor Fenianos declarava que não fora consultado

sobre a matéria, e que o Departamento de Psicologia apenas fora informado sobre o curso pela

COMCAR-FCH após o fato consumado. Segundo Fenianos, tampouco fora consultado o

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Psicologia na UFRGS 56

Departamento sobre a realização ou não de exame psicotécnico para os candidatos ao curso de

psicologia.

A resposta do Prof. Anúncio Caldana, membro da COMCAR-FCH e autor do projeto de

curso, especialmente presente à reunião do Conselho Departamental do IFCH por conta daquele

assunto, é abaixo transcrita:

O Prof. Anúncio João Caldana com a palavra, comunica, que o

representante do Departamento de Psicologia na COMCAR-FCH, não era muito

assíduo as reuniões, e o Coordenador Prof. Earle Diniz Macarthy Moreira solicitou-

lhe como estudante de Psicologia na PUC, que elaborasse o Currículo do Curso de

Psicologia.

A seguir o Sr. Presidente, solicita ao chefe do Departamento de Psicologia,

uma relação do Material Necessário para o funcionamento e instalação do Curso de

Psicologia.

Viu-se que, anteriormente, o Departamento de Psicologia já havia decidido não aceitar

solicitações de disciplinas sem prévia consulta. Agora, no ofício em que enviava à COMCAR-

FCH as súmulas de disciplinas do curso de psicologia (29.354, de 16/01/1973), o Departamento,

na pessoa do seu Chefe, Professor Fenianos, declarava eximir-se de responsabilidade sobre o

currículo fixado pela Comissão de Carreira. Ele manifestava preocupação por haver sido

chamado em um momento muito adiantado, quando decisões importantes sobre o curso já haviam

sido tomadas.

No entanto, a reunião da IIIª Câmara do COCEP realizada em 21 de Junho de 1972,

presidida pela Professora Graciema Pacheco, registra a apresentação pelo Professor Saldanha do

projeto de Curso de Bacharelado em Psicologia. Segundo aquele documento, Saldanha “veio para

explicar aos membros o plano para o curso de Psicologia”, o que ensejou uma “longa

explanação” a respeito do novo curso. Apreciada a proposta, alterações mínimas foram sugeridas

pela Professora Graciema, como a mudança do nome da disciplina de História da Psicologia para

“Evolução da Psicologia” e ampliação da abrangência da área de psicologia escolar até aspectos

relacionados com a comunidade. Cabendo à IIIª Câmara propor ao Reitor a criação de cursos de

graduação, o processo foi assumido pelo relator Professor Geraldo Brochado da Rocha. A

resolução do COCEP para a criação do curso de psicologia encontra-se reproduzida na Figura 4.

O Coordenador da COMCAR-FCH, Earle Macarthy Moreira, na correspondência que destinava

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Psicologia na UFRGS 57

ao Diretor do IFCH, em anexo ao processo de criação do curso, destacava que o procedimento

adotado era o mesmo com relação aos demais cursos de graduação sob sua jurisdição, ou seja,

“ouvir os departamentos diretamente interessados”, caso do Departamento de Psicologia, “alma

mater do curso”. Nesse ofício, Macarthy solicitava ao Departamento três ações: 1) estudo do

currículo e elaboração de súmulas das disciplinas pertinentes, 2) estudo das necessidades

docentes para os quatro primeiros semestres, e 3) estudo do horário para as disciplinas do

primeiro semestre, a ser ministrado em 73/2.

Figura 4 - Resolução do COCEP pela criação do curso de psicologia

Apesar das alegações do Departamento quanto ao atraso, à falta de consulta prévia e de

participação no projeto do futuro curso, cumpre ressaltar que o procedimento da COMCAR-FCH

e da IIIª Câmara do COCEP, foi plenamente regular e de acordo com o Regimento Geral da

Universidade. A forma como o processo tramitou apenas refletiu a limitação de atribuições,

estritamente executivas, dos departamentos universitários. O que de fato aconteceu no caso da

criação do curso de graduação em psicologia foi uma reedição dos problemas anteriores

verificados no relacionamento do Departamento com as outras comissões de carreira. Contudo,

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Psicologia na UFRGS 58

agora a situação era agravada por se tratar de um curso diretamente afeito à área do

Departamento. Mais que isso, não havia sequer professores suficientes para prover o número de

disciplinas. Dessa forma, verifica-se que a demora nas ações em favor de um curso de formação

de psicólogos na UFRGS, que configurou um hiato de quase 20 anos em comparação com a

PUCRS, somente veio a ser interrompida por decisões administrativas. Não foi desta vez que a

iniciativa partiu do corpo docente diretamente interessado. Por outro lado, a partir da atitude dos

órgãos colegiados, nada mais restava a esses professores que fazer o curso criado funcionar.

Outrossim, ao cabo do processo de criação do curso de graduação em psicologia, o relator do

processo, Professor Earle Macarthy Moreira, destacava no seu parecer final, de 1973, que “está

em plena implantação o curso de psicologia, sem atropelos e estardalhaços”.

Paralelamente aos acontecimentos da criação do curso, uma polêmica em torno da área de

pertinência da psicologia na UFRGS perseverou, sem muita repercussão, até 1973. Quando da

criação do Departamento de Psicologia, a Faculdade de Medicina tentara integrá- lo à sua

estrutura, sem sucesso. Já durante o processo de enquadramento do curso de Psicologia, a

Faculdade de Medicina chegou a pleitear o curso para a área II, de Ciências Biológicas, mesmo

que ele tivesse sido originalmente proposto pela COMCAR-FCH. O processo de enquadramento

do curso de graduação em psicologia, de 1973, pôs fim às reivindicações, confirmando a

jurisdição da IIIª Câmara do COCEP sobre a carreira de Psicologia na UFRGS. Dessa forma, a

influência da Medicina parecia estar resumida à supressão do vocábulo “clínica” do currículo de

Psicologia (como será comentado adiante), e à atribuição de disciplinas de Psicopatologia Geral

para o Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina.

Foi dito anteriormente que, após a reforma universitária, a Psicologia na UFRGS passou a

ser ministrada por diferentes grupos, que nem sempre se relacionaram tranqüilamente. A

indisposição entre o Diretor do COESP e a chefia do Departamento de Psicologia, ensaiada no

episódio da criação do curso de graduação, ficaria explícita em uma correspondência enviada

pelo Professor Arthur Saldanha, propondo um convênio entre o órgão e o Departamento para

supervisão de alunos estagiários do curso de psicologia. Segue-se a transcrição do registro na ata

da reunião do Colegiado do Departamento de seis de outubro de 1981, quando o Professor

Anúncio Caldana era Chefe do Departamento de Psicologia:

1. Reiteradas vezes esta Direção tem manifestado interesse de uma colaboração

efetiva entre este Centro de Orientação e Seleção Psicotécnica (COESP) e o

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Psicologia na UFRGS 59

Departamento de Psicologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas desta

Universidade. 2. Tem agora convicção de que, pela presença de um novo grupo

dirigente naquele Departamento, tendo à frente, como Chefe, o Professor Dr.

Anúncio João Caldana, essa colaboração poderá ser implementada, enriquecendo-

se desse intercâmbio as Ciências em nossa Universidade.

Ressalte-se que, até 1981, a Chefia do Departamento foi praticamente revezada entre os

professores José Carlos Fenianos e Odair Perugini de Castro. Por essa época, as reuniões

plenárias foram substituídas por reuniões do Colegiado do Departamento, formado por

representantes eleitos pelos colegas: professores titulares, adjuntos e horistas, e representantes

discentes.

Embora o COESP fosse um órgão prestador de serviços em psicologia que atendia à

comunidade, inclusive alunos da UFRGS, o Departamento de Psicologia montou o seu próprio

serviço, o Núcleo de Apoio Psicológico ao Estudante (NAPE). Esse Núcleo supria uma exigência

do Conselho Federal de Educação para o reconhecimento do curso. Os motivos pelos quais não

se indicava o COESP como serviço de psicologia clínica disponível para o curso podem ter sido

as relações entre os professores. Pelos mesmos motivos Arthur Saldanha não estabelecera um

convênio com o Departamento antes que Anúncio Caldana fosse eleito Chefe.

Quadro curricular e corpo docente

É interessante notar que, pelo “ensaio de dimensionamento” de 1971, o prognóstico do

corpo docente para o Departamento de Psicologia em 1980 era de apenas nove docentes, sem

previsão de que houvesse um curso de psicologia. O primeiro currículo do curso de psicologia,

formulado pela COMCAR-FCH, já foi descrito anteriormente. Considerando-se que havia seis

professores lotados no departamento em 1972, e 51 disciplinas estariam a seu encargo a partir de

1973, a premência por contratações era flagrante. Mesmo que nem todas as disciplinas fossem

ministradas no início do funcionamento do curso, já que haveria apenas uma turma de 26 alunos

no primeiro ano, havia consenso em torno da necessidade de reforçar o corpo docente. O

Superintendente Acadêmico, Professor Walter Otto Cybis, comentava no processo de criação do

curso que, dado o caráter gradual da implantação, a situação seria administrável por enquanto.

Mesmo assim, foi autorizada a realização de concurso para provimento de três vagas de professor

assistente, em 1973.

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Psicologia na UFRGS 60

Como já mencionado, o Departamento de Psicologia iniciou suas atividades com seis

professores: Nilo Antunes Maciel, Amadeu Faviero, José Carlos Fenianos, Arthur de Mattos

Saldanha, Fernando Ferreira Lopes, Fernanda Marques Fernandes Gottschall. Logo em seguida,

ainda em 1971, recebeu, por transferência interna, mais dois professores Lucio Hagemann e

Odair Perugini de Castro ampliando o Corpo Docente para 8 professores. Com a realização do

primeiro concurso em 1973, ingressaram os três professores aprovados Dante de Barros

Coutinho, Luiz Osvaldo Leite, e Hélio Di Nóia Martins. Ainda neste mesmo ano integrou-se ao

Departamento a profa. Yeda Roesch da Silva, transferida da Faculdade de Educação. No entanto,

verificando-se a relação inicial de professores do Departamento, nota-se que Arthur de Mattos

Saldanha, tendo solicitado afastamento para dedicar-se ao COESP, não chegou a lecionar para o

Curso de Psicologia. O mesmo ocorreu com o professor Nilo Antunes Maciel por afastamentos

sucessivos, e com Amadeu Faviero por falecimento. Na verdade, o Departamento iniciou o Curso

de Psicologia contando com 9 professores.

Um fato ocorrido no período do início de funcionamento do curso causa estranheza.

Diante dos novos encargos acadêmicos, era flagrante a necessidade de contratação de novos

docentes, no que concordavam o Departamento, que as pleiteava, e o COCEP, que as concedia.

Em meados de 1973, o Diretor do IFCH encaminhara os currículos de dois professores com

formação de mestrado e doutorado em Psicologia nos Estados Unidos, para que fossem estudadas

possibilidades de contratação junto ao Departamento. Os professores eram Luis Isnard Leão

Biaggio e Angela Maria Brasil Biaggio, com formação na Universidade de Winsconsin. O ofício

de encaminhamento está reproduzido na Figura 5. Apesar da alta titulação e da respeitável

experiência em ensino e pesquisa dos dois professores, e da explícita necessidade de novos

docentes por parte do Departamento, o pedido foi indeferido na reunião plenária de 4 de junho de

1973 (reproduzida na Figura 6). A alegação de que “por ora não há possibilidade de

aproveitamento desse oferecimento” permanece enigmática até o dia de hoje. O casal de

professores acabou rumando para outras instituições do Brasil e a Professora Angela Biaggio

voltaria à UFRGS dentro de alguns anos, agora lotada na Faculdade de Educação. O

Departamento de Psicologia, por seu turno, permaneceu sem um docente com título de PhD até o

início dos anos 1980. Em entrevistas realizadas com professores da época, comentou-se que

outros professores titulados manifestaram interesse em fazer parte do novo curso de graduação.

Eram professores vinculados às primeiras tentativas de se organizar um programa de pós-

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Psicologia na UFRGS 61

graduação stricto sensu na PUCRS. Esses professores findaram transferindo-se para

universidades de outros estados. Dizia-se na época que o novo curso de psicologia não olhava

com simpatia o aproveitamento de docentes que houvessem passado pela PUCRS. Esta é uma

questão aberta a futuros estudos.

Figura 5 – Ofício do Diretor do IFCH Figura 6 – Excerto da Ata da Reunião de

04 de junho de 1973

O Departamento estava incumbido de ministrar, no primeiro semestre de curso, as

disciplinas de História da Psicologia e Psicologia Geral. Completavam o ciclo básico as seguintes

disciplinas: Estudo dos Problemas Brasileiros, Introdução à Sociologia, e Introdução à Filosofia.

O currículo da habilitação Psicólogo, observado até 1977, encontra-se reproduzido no Anexo IV

ao final deste volume. Os estágios curriculares, de Psicologia do Trabalho com 200 horas, e os de

Psicologia da Comunidade Escolar e de Clínica, com 150 horas, não tinham uma seriação fixa.

Eles podiam ser iniciados pelos alunos após 160 créditos obrigatórios, mediante parecer favorável

da Comissão de Estágios que analisaria caso a caso.

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Psicologia na UFRGS 62

O currículo originalmente proposto sofreu alterações por interferência da Faculdade de

Medicina da Universidade. Disciplinas que traziam o vocábulo “clínica” na sua denominação

tiveram de ser modificadas, pois, no entender dos professores de Medicina, a atividade clínica era

prerrogativa dos médicos, não podendo ser assumida pela carreira de psicologia. Sendo assim, as

disciplinas de psicologia clínica inicialmente previstas passaram a ser chamadas, por exemplo,

“Técnica do Exame e Acompanhamento Psicológico”, “Teorias e Técnicas Psicoterápicas”, ou

“Métodos de Exploração e Diagnóstico em Psicologia”.

O segundo currículo de psicologia foi aprovado em 1977. A esta altura, registrava-se

algumas modificações no corpo docente. A professora Fernanda Marques Fernandes Gottschall

havia solicitado afastamento em 1974, e novos professores foram admitidos, a saber, Anúncio

João Caldana, José Luiz Caon e Manoel Pereira Couto Neto. Não fica claro pela documentação

como ocorreu a tramitação junto à COMCAR-FCH, responsável oficial pelo currículo. Apenas se

pode afirmar que uma comissão foi especialmente formada, no Departamento, pelos professores

José Luiz Caon, Luiz Osvaldo Leite e Odair Perugini de Castro para definir regulamentos para a

realização dos estágios curriculares dos alunos no final do curso. Essa mesma comissão elaborou

o “embasamento filosófico” do curso de psicologia, o qual foi anexado ao processo de instalação

do curso, e que será abordado adiante. No novo currículo, o número de disciplinas opcionais foi

aumentado, e os estágios passaram a ter uma seriação. Assim, a partir do oitavo semestre, seriam

realizados, pela ordem, os estágios de Escolar, Trabalho, e Clínica, um por semestre.

Orientação Filosófica do Curso de Graduação

O projeto inicial de curso elaborado pela COMCAR-FCH limitava-se a expor os motivos

para a criação de um programa de graduação em psicologia na UFRGS com base em argumentos

de demanda estudantil e de que outras instituições vinham instalando cursos semelhantes. O

processo de instalação do curso de psicologia, tramitado em 1976, teve anexado um documento

que dava conta da “orientação filosófica e psico-social” do Curso de Psicologia da UFRGS. O

texto foi elaborado pela comissão encarregada de reformular o currículo do curso, composta pela

professora Odair Perugini de Castro e professores Luiz Osvaldo Leite e José Luiz Caon. O

documento havia sido originalmente solicitado pelo COCEP, para onde foi remetido em 24 de

Junho de 1976, e fundamentava a orientação filosófica do curso de psicologia da UFRGS.

O documento de orientação filosófica tinha início com um breve histórico da psicologia

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Psicologia na UFRGS 63

científica. Foram citados os nomes de James, Wundt e Titchener, e concluía-se que, na sua

evolução, a psicologia saía dos laboratórios para a sociedade, a ser aplicada nos âmbitos da

educação, indústria e saúde. Mais adiante, a comissão defendia que o homem não podia mais ser

visto apenas como um organismo ajustável, mas sim como membro da sociedade em que

estivesse inserido. Entendia-se que a essência do homem era realizada pela experiência, e que

existir é ser-no-mundo. A latente influência humanista dessas afirmações confirma-se em

citações de Gordon Allport ao longo do texto. Segundo o documento, os problemas psicológicos

igualmente não seriam isolados de um contexto, mas sim enraizados na realidade social,

econômica e política. Dessa forma, um curso de formação de psicólogos não poderia deixar de

atender às “necessidades do país, servindo à melhoria da vida, tanto no plano individual, como do

grupo”. O psicólogo, para os autores, era um agente de mudança da sociedade. Nessa sociedade,

o homem deveria gozar de liberdade, entendida não como poder ilimitado, mas como acréscimo

de possibilidades.

Os objetivos do curso de psicologia respeitavam a definição de atividades do psicólogo

profissional da Classificação Internacional Uniforme de Ocupações da Secretaria Internacional

do Trabalho, de 1966. Um aparente florescimento da psicologia no Brasil, representado pela

proliferação de cursos de formação, era confrontado com uma preocupação com a saturação do

mercado para os profissionais da área, e a conseqüente exigência de excelência profissional para

os novos postulantes.

Na apresentação do currículo de psicologia, criticava-se a “compartimentação”

representada pela divisão em áreas:

a compartimentação em áreas ocorre devido à tradição brasileira que adotou de

outros países como os EE.UU. A visão ampla, generalista, é o que se deseja,

evitando-se os prejuízos de uma prematura especialização, que é limitadora,

considerando-se o próprio profissional, bem como o mercado de trabalho, em

constante mutação. (p. 18)

Contudo, tendo sido o currículo aprovado na forma de ênfases, cabia à Comissão delimitá- las. As

ênfases foram definidas em termos de “comportamentos finais” esperados do profissional

formado em cada perfil. Por exemplo, o psicólogo clínico deveria “ser capaz de: utilizar as

técnicas para a obtenção de dados válidos, fazer uma anamnese completa, fazer uma entrevista

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Psicologia na UFRGS 64

orientada para o diagnóstico clínico, observar comportamento em função de dados clínicos”, e

assim por diante. Dessa forma, o documento terminava com as caracterizações exaustivas dos

comportamentos esperados de um aluno em cada ênfase.

Publicações do Corpo Docente em revistas da UFRGS

O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS tinha, desde 1973, um periódico

próprio de divulgação, a Revista do IFCH. O Professor Luiz Osvaldo Leite representava o

Departamento de Psicologia no Conselho Editorial. Freqüentemente, nas reuniões do

Departamento, o Professor Leite pedia encarecidamente que os colegas remetessem seus

trabalhos para publicar na seção reservada ao Departamento de Psicologia, no que nem sempre

tinha sucesso. O Professor José Luiz Caon foi o mais assíduo colaborador, publicando artigos em

quase todas as edições desde que passou a integrar o Departamento, em 1975. O Anexo II traz a

listagem dos trabalhos publicados na seção do Departamento de Psicologia da Revista do IFCH.

Cumpre assinalar que nem sempre os autores desses artigos eram professores do Departamento

de Psicologia, o que deve ter ocorrido em virtude da ausência de artigos por eles submetidos.

Outro fato a ser considerado é que o volume de trabalhos do Departamento de Psicologia naquele

periódico, inicialmente diminuto, foi aumentando ao longo do tempo. Isso ocorreu provavelmente

pelo aumento do número de docentes no Departamento. Contudo, já naquela época, existia na

UFRGS um periódico especializado em psicologia, chamado Cadernos de Psicologia Aplicada,

publicado pelo COESP entre 1973 e 1977. A contribuição dos professores do Departamento de

Psicologia para aquele periódico era praticamente inexistente. Por outro lado, os profissionais

ligados ao COESP, como o próprio Professor Arthur de Mattos Saldanha “idealizador e

fundador” do periódico, publicavam freqüentemente seus trabalhos nos Cadernos.

Cadernos de Psicologia Aplicada Cadernos de Psicologia Aplicada era o título de um periódico, como constando nas

publicações, “idealizado e fundado” pelo professor Arthur de Mattos Saldanha. A Figura 7 retrata

a capa e o sumário de um dos números editados. Os Cadernos constituem hoje um dos mais

importantes documentos das atividades do COESP – Centro de Orientação e Seleção

Psicotécnica. O periódico circulou por três anos (1973 a 1975) perfazendo um total de três

volumes com seis números. O material publicado incluía artigos teóricos e empíricos, vasto

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Psicologia na UFRGS 65

noticiário sobre as atividades do COESP, e acontecimentos importantes na área da psicologia

profissional e científica. Os primeiros números continham, predominante, textos de profissionais

vinculados ao COESP. No entanto, as publicações seguintes incluíram contribuições de autores

de outras unidades da UFRGS, como da Faculdade de Educação (Volume 2), e de instituições

nacionais e internacionais (Volume 3). Por outro lado, nota-se a ausência de contribuições dos

professores vinculados ao Departamento de Psicologia da própria UFRGS. O último número

recuperado (Vol 3, n. 2) foi todo ele dedicado ao centenário de nascimento de Carl Gustav Jung

(1875-1975).

Figura 7 - Reprodução da capa e sumário de um número dos Cadernos de Psicologia Aplicada

(COESP/UFRGS), de 1975

Na leitura dos noticiários anotou-se algumas informações de interesse histórico: uma carta

de agradecimento do Prof. Nilo Maciel à homenagem que lhe foi prestada pelo COESP por seu

pioneirismo no campo da psicologia aplicada no Rio Grande do Sul (Vol 1, n. 1, p. 77); ata da

eleição do primeiro Conselho Federal de Psicologia (Vol 2, n. 1, pp. 69-71); a ata de instalação e

posse do primeiro Conselho Regional de Psicologia, 7ª Região, CRP-07, que na época abrangia

os estados do Paraná, Santa Catarina, e Rio Grande do Sul (Vol 2, n. 2, pp. 129-130); relato da

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Psicologia na UFRGS 66

visita do engenheiro e psicólogo social Jacobo Varela (Vol 2, n. 2, pp. 132); e contrato para

distribuição dos Cadernos pelo Centro Editor de Psicologia Aplicada do Rio de Janeiro. Também

aparecem as relações do Prof. Saldanha com o Regime Militar, em especial, com a Escola

Superior de Guerra (Vol 1, n. 2, pp. 131-132; 147-150, ver Figura 8). A seqüência dos números

dos Cadernos mostra uma revista em ascendência mas que encerrou suas atividades ao término

do terceiro volume. O Anexo III traz a listagem dos artigos publicados.

Figura 8 – Notícia veiculada nos Cadernos de Psicologia Aplicada, v.1(2)

A qualidade da publicação, comparada com outras existentes no Brasil naquela época, é

muito superior, equiparando-se aos Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada. A apresentação

gráfica era excelente, com boa padronização de estilo, e numeração contínua de páginas para os

dois números de um volume. Contudo, não constam as normas para submissão de artigos em

nenhum dos números. A Comissão Editorial era composta por Arthur de Mattos Saldanha

(diretor), Suely Teitelbaum, Ítala Maria Suarez de Puga, e Selmira Mainieri Paulon (vice-

diretoras), Fernanda Marques Fernandes Gottschall, e Valério Ribeiro Maya (assessores). A

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Psicologia na UFRGS 67

supervisão editorial e bibliográfica ficou a cargo da bibliotecária Maria de Lourdes Azevedo

Mendonça, e das bolsistas Maria Virgínia Fischel e Maria Cristina Bürges. Bürges foi por muitos

anos a bibliotecária-chefe da Biblioteca Setorial do Departamento de Psicologia. Outrossim, o

periódico listava em seus números os oito psicólogos que compunham a equipe técnica do

COESP; Arthur de Mattos Saldanha, Suely Teitelbaum, Ítala Maria Suarez de Puga, Selmira

Paulon, Herta Darcy Hess, Hélade Schroeder, e Cícero Emídio Vaz. Entre os psicólogos

vinculados ao COESP, ao menos cinco tiveram destacaram-se como professores de psicologia na

PUCRS. Vaz construiu uma carreira de ativo pesquisador em técnicas projetivas, especialmente

no Teste de Rorschach (Vaz, 1974; 1980), e colaborou na reformulação do programa de pós-

graduação stricto sensu em psicologia, na mesma Universidade. Puga veio a se tornar diretora do

Instituto de Psicologia da PUCRS. Paulon, Teitelbaum e Schroeder atuaram nos serviços

psicotécnicos ligados ao curso de psicologia da PUCRS. Schroeder contribuiu para a

historiografia da psicologia com monografias sobre o curso e o Centro Psicotécnico da PUCRS

(Schroeder, 1990; Schroeder & João, 1990).

Reconhecimento do Curso

O processo de reconhecimento do curso de psicologia da UFRGS foi enviado ao CFE em

1977. Faziam parte desse processo, o elenco e as ementas das disciplinas, a distribuição delas

entre os professores, a descrição das instalações do curso, e a listagem do acervo bibliográfico.

Entre 9 e 11 de março de 1978, o curso de psicologia foi visitado por uma comissão que avaliou

as condições de funcionamento, em termos de condições materiais, biblioteca, estrutura de

funcionamento e corpo docente. A comissão era composta pelos Professores Egídio José

Romanelli, da Universidade Federal do Paraná (Presidente) e Romeu de Morais Almeida, da

Universidade de São Paulo.

O parecer da comissão apontava problemas nas instalações do curso e no acervo e espaço

físico da biblioteca. Quanto ao corpo docente, a maioria dos professores foi aceita nas indicações

para as disciplinas, com a ressalva de que algumas disciplinas não tiveram professores indicados.

As instalações do curso de psicologia foram criticadas quanto à falta de limpeza e à poluição

sonora. A biblioteca teve suas instalações consideradas precárias, bem como o acervo, que

prescindia de periódicos especializados e de livros referentes às áreas profissionalizantes do final

do curso. A Biblioteca Setorial de Psicologia consistia, na verdade, do acervo de psicologia da

Biblioteca do IFCH. Esses títulos foram enviados de volta ao Departamento de Psicologia após a

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Psicologia na UFRGS 68

mudança do IFCH para o Campus do Vale, em 1977. Contudo, as obras de psicologia social, por

exemplo, permaneceram no IFCH, por interessarem aos alunos de Ciências Sociais. Nesses casos,

somente eram concedidas à Biblioteca de Psicologia as duplicatas porventura existentes.

Para que o curso fosse efetivamente reconhecido, o CFE exigiu providências, a serem

tomadas dentro de 120 dias a contar do parecer. O relator do processo indicava as seguintes

necessidades: atualização do acervo da biblioteca, principalmente quanto às disciplinas

profissionalizantes do final do curso e assinatura de periódicos específicos de psicologia;

indicação de professores para as disciplinas que não tiveram essa indicação no processo; melhoria

da infra-estrutura do Departamento; e instalação de uma clínica psicológica. O curso de

psicologia já contava com o Núcleo de Atendimento Psicológico ao Estudante (NAPE), que seria

transformado em Clínica de Atendimento Psicológico para o reconhecimento.

O corpo docente do Departamento de Psicologia quando do reconhecimento do curso

compunha-se de doze professores:

1. José Carlos Fenianos

2. Manoel Pereira Couto Netto

3. Luiz Osvaldo Leite

4. Yeda Roesch da Silva

5. Fernando Ferreira Lopes

6. José Luiz Caon

7. Anúncio João Caldana

8. Ruth Cabral

9. Lúcio Hagemann

10. Odair Perugini de Castro

11. Helio Di Nóia Martins

12. Doralício Siqueira Filho

Além dos professores contratados, outros docentes compunham o Departamento, na condição de

colaboradores. Sérgio Antônio Carlos, Paulo Kroeff e Cláudio Simon Hutz. Tendo sido atendidas

as recomendações do CFE, o curso de Psicologia da UFRGS foi oficialmente reconhecido em

28/06/1979, pelo Decreto No. 83.654, retratado na Figura 9.

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Psicologia na UFRGS 69

Figura 9 - Decreto nº 83654, de 28/06/1979, que reconhece o curso de Psicologia da UFRGS Alunado

Quando da criação do curso de psicologia, segundo alguns dos professores do

Departamento, (Odair de Castro e José Carlos Fenianos), havia resistências mais ou menos

informais por parte da Faculdade de Medicina. Setores daquela unidade entendiam que, dado o

novo formato do CVU, candidatos menos preparados procurariam o curso de Psicologia, com um

vestibular teoricamente menos concorrido para, nos semestres seguintes, pedirem transferência

interna para o curso Medicina. Na prática, o que se verificou foi o vestibular para Psicologia

sendo, desde a sua primeira edição, um dos três mais densamente procurados da Universidade,

suplantando inclusive o de Medicina. Ademais, a expectativa de transferências a partir do curso

de psicologia revelou-se inversa: já no primeiro ano de funcionamento, seis alunos de outros

cursos pediam transferência para o curso de Psicologia.

A representação discente começou a participar das reuniões do Departamento de

Psicologia em 1972. Por esta época, comparecia Plácido Puccini Neto, aluno de alguma das

disciplinas ministradas pelo Departamento em vários cursos. A partir do início do funcionamento

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Psicologia na UFRGS 70

do curso de psicologia, no segundo semestre de 1973, alunos do próprio curso estariam

representados nas reuniões, criticando muitas vezes as decisões e métodos dos professores na

administração dos problemas do Departamento. A primeira representante discente matriculada no

curso de psicologia foi Vera Blondina Zimmermann. Coincidentemente, ela viria a ser, em 1981,

a primeira professora do Departamento formada no próprio curso de Psicologia da UFRGS.

Curiosamente, outros representantes discentes teriam trajetórias semelhantes, caso dos atuais

professores Liliane Seide Froemming e César Augusto Piccinini.

O professor Lúcio Hagemann, do Departamento de Psicologia, defendeu dissertação de

mestrado no PPGEDU em 1979. O trabalho de Hagemann tratava do perfil psicológico dos

alunos do próprio curso de psicologia. Hagemann criticava em seu trabalho a ênfase em

psicologia clínica presente no currículo; defendia uma formação culturalista que preparasse o

psicólogo para interpretar a realidade social a partir de uma perspectiva crítica e compreender de

forma mais ampla os fenômenos do comportamento. Ele defendia ainda uma maior flexibilidade

na organização de planos individuais de estudos por parte dos alunos, e entendia que deveria

haver “mais profilaxia e menos terapia” no tratamento dos problemas psicológicos. Quanto à

realização de exames psicotécnicos, Hagemann concluía pela não realização de qualquer pré-

seleção, uma vez que os perfis de personalidade dos alunos da UFRGS não demonstravam

diferença estatisticamente significativa em relação aos de outros cursos que utilizavam aquele

dispositivo. Segundo Hagemann, os três grupos de alunos de psicologia selecionados (oriundos

respectivamente da UFRGS, PUCRS e UNISINOS) mais se aproximavam do que se afastavam

em termos de perfis de personalidade.

A Pró-reitoria de Planejamento (Proplan) publicou em 1985 uma pesquisa de opinião

aferida entre os graduados na UFRGS no triênio de 1976 a 1978. Do curso de psicologia, oito

egressos foram entrevistados. Entre os principais resultados, registrou-se que nenhum dos

entrevistados estava satisfeito com a remuneração atualmente auferida no exercício da profissão.

Contudo, nenhum deles dizia-se insatisfeito com a profissão, e nenhum declarou que mudaria sua

escolha de curso se tivesse a oportunidade de refazê- la.

Em 1980, uma greve dos alunos do curso de psicologia monopolizou as atenções do

Departamento por cerca de um mês. Nesse período os alunos do curso de graduação se recusaram

a comparecer às aulas. Sucederam-se reivindicações e acusações por parte dos alunos, notas de

repúdio e desagrado dos docentes. Ao final da greve, a maioria dos pleitos discentes foi atendida.

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Psicologia na UFRGS 71

O movimento chegou a ter repercussão no noticiário local, como se verifica na notícia do Jornal

Zero Hora de 30 de agosto de 1980, reproduzida na Figura 10.

Figura 10 - Notícia do Jornal Zero Hora (30/08/1980): “Grevistas da Psicologia debateram com

o Reitor”

No período que durou a greve, de 26 de agosto de 1980 a 22 de setembro do mesmo ano,

os alunos organizaram, além das assembléias diárias para definir pautas e posicionamentos,

atividades como palestras de professores de outras instituições. Segundo os alunos, aquelas

atividades estavam sendo até mais interessantes que as aulas do curso de graduação. As

reivindicações discentes giravam em torno dos seguintes pontos: aumento do número de vagas

nas disciplinas, concessão de quebras de pré-requisitos, participação dos alunos na elaboração de

horários de disciplinas, lotação das disciplinas de Psicopatologia no Departamento de Psicologia,

semestralização das disciplinas, remanejamento de professores para determinadas disciplinas,

participação discente na reestruturação da Clínica de Atendimento Psicológico (CAP).

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Psicologia na UFRGS 72

Aparentemente, o quesito da reestruturação da CAP dizia respeito à recondução da Professora

Martha Brizio, que enfrentara problemas na revalidação de seu diploma, proveniente da

Argentina.

A maioria das reivindicações foi acolhida pelo Departamento, que ao menos se dispôs a

estudá- las e eventualmente implementá- las quando fosse possível. Contudo, o atendimento de

algumas delas não dependia do Departamento, sendo de jurisdição de órgãos colegiados e da Pró-

reitoria de Graduação. Concretamente, o Departamento reuniu-se com o Pró-reitor de graduação,

conseguindo que as disciplinas Psicopatologia I e II fossem lotadas no Departamento, que os

números de vagas fossem aumentados e que a planilha de horários passasse a ser elaborada em

conjunto com os alunos, a partir do semestre seguinte. Ademais, a Professora Martha Brizio teve

seu contrato renovado e foi reconduzida à Coordenação da Clínica; foram aceitas as quebras de

pré-requisitos e oferecidas disciplinas para alunos em atraso no curso.

Não obstante, os professores do Departamento sentiram-se atingidos por determinadas

declarações e acusações dos alunos grevistas. As acusações dos grevistas foram respondidas

através de “nota de desagrado” assinada por todos os professores do departamento em 1o de

setembro de 1980. Na nota, os professores acatavam o direito dos alunos à reivindicação, mas

condenavam as difamações de que alguns colegas estavam sendo alvo. Ressaltavam ainda os

docentes que alguns dos problemas apontados diziam respeito a um nível mais amplo de

discussão do que o Departamento, e destacavam o compromisso que tinham de formar

profissionais capacitados, assumido “desde os tempos difíceis de implantação do curso de

psicologia”.

A inconformidade dos alunos com os rumos da formação oferecida pelo Curso de

Psicologia manifestou-se, também, em atividades externas, como a realização do I Simpósio

Alternativas no Espaço PSI - Porto Alegre. O evento foi realizado nos dias 10, 11 e 12 de outubro

na Faculdade de Ciências da Saúde no Instituto Porto Alegre (IPA), promovido por uma entidade

intitulada Embrião - Núcleo de Estudos e Ação em Psicologia. O nome Embrião era alusivo à

gravidez de uma integrante cujo marido também participava do grupo, e a sede da entidade que

figurava nos panfletos era a residência do casal. Enfim, tratava-se de um bem-humorado e

criativo movimento estudantil. O programa do Simpósio era extenso e incluía várias tendências

teóricas e práticas profissionais: Família e Instituições, Comunidades Terapêuticas Populares,

Terapia de Crise, Psicoterapia Gestalt, Antipsiquiatria (por exemplo, Soltando a loucura), Mímica

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Psicologia na UFRGS 73

como recurso terapêutico, Aprendizagem de Classes Populares, Psicologia no Pensamento

Oriental, e Cognição. O programa tratou da realização de vivências (por exemplo, Olhar nos

olhos dos outros: Atenção corporal interna) e também refletia o intenso interesse por questões

políticas e ideológicas (por exemplo, Psicanálise e Ideologia, e Psiquiatria Democrática). A lista

de convidados era ampla e incluía palestrantes de diversos lugares como Hélio Pellegrino e Joel

Birman do Rio de Janeiro, Abraham Turkenicz e Alfredo Moffatt de Buenos Aires, e Alain Giami

de Paris. Também estavam nomes de destaque em Porto Alegre, como os psiquiatras Abrão

Slavutzky (psicanalista com formação em Buenos Aires); Alfredo Jeruslinsky (psicanlista

argentino radicado em Porto Alegre); Ellis D'Arigo Busnello (professor de psiquiatria da

UFRGS); Ernildo Stein (professor de filosofia na UFRGS), Esther Pillar Grossi (psicopedagoga);

e Pedrinho Guareschi (professor de psicologia social na PUCRS).

Mas qual seria a relação deste evento com o Curso de Psicologia da UFRGS? Na

transcrição do evento, incluindo debates, publicada pelo Embrião, não há nenhuma menção ao

Curso de Psicologia da UFRGS. No entanto, dos seis signatários da Apresentação do volume (pp.

11-12), a saber, Ademar Becker, Analice Palombini, Doris Blessmann, Edson Sousa, Kátia

Regina Frizzo, e Paulo Francisco Slomp, cinco eram estudantes ou egressos do Curso de

Psicologia da UFRGS. Curiosamente, o único representante do alunado da PUCRS, Edson Sousa,

veio a se tornar, após doutorar-se em Paris, professor do Curso de Psicologia da UFRGS. Diga-

se, ainda, que Analice Palombini tornou-se igualmente professora do Curso. Do Corpo Docente,

apenas apareceu o professor José Luiz Caon que falou das Contribuições Teóricas e Práticas para

a Formação Social de Psicoterapia. Por outro lado, como justificar a ausência de menção ao

Curso de Psicologia da UFRGS? Certamente havia um descontentamento com o andamento da

formação. Trata-se também de uma luta por independência, valorizada na época pela perspectiva

de liberdades políticas e pelo desenvolvimento de campos alternativos para a atuação do

psicólogo. De qualquer modo, os indícios são de que as relações entre alunado e corpo docente

eram conflituosas.

Em 1992, Diana Carvalho de Carvalho apresentou uma dissertação de mestrado, na

Faculdade de Educação da UFRGS sobre experiências alternativas de trabalho em psicologia no

Estado. Carvalho argumentou que as iniciativas em questão foram constituídas fundamentalmente

por grupos de psicólogos egressos do curso da Universidade Federal, entre 1978 e 1983. Na

opinião dessas pessoas, a formação universitária teve importância para elas como

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“aperfeiçoamento teórico”. Os entrevistados criticaram a qualidade de ensino do curso de

psicologia da UFRGS, a pouca ênfase em atividades de pesquisa, e a fragmentação entre as

diversas áreas do conhecimento na maneira como eram apresentadas pelo corpo docente. Os

egressos teriam procurado suprir as supostas deficiências do curso através do estabelecimento de

grupos de estudo e pesquisa e de outras atividades extra-classe, do que advieram as propostas

alternativas de trabalho, como as retratadas no I Simpósio Alternativas no Espaço Psi. A única

área considerada satisfatória pelos egressos era a de psicologia clínica (a cargo dos professores

Caon e Brizio), que aparentemente recebia suficiente atenção no curso. A autora concluiu que o

fator que mais colaborou para a diversificação das experiências dos alunos não foi tanto o curso

de psicologia, mas a matrícula e a convivência em uma universidade federal. Os projetos de

atendimento à comunidade eram considerados uma forma de engajamento político por parte dos

psicólogos. Ao contrário do curso formal, as experiências alternativas respondiam às aspirações e

necessidades mais prementes da sociedade, sobretudo as dificuldades enfrentadas pelas classes

populares.

No ano seguinte ao I Simpósio, o grupo Embrião organizou outro evento de muito sucesso

intitulado "Mo(vi)mento Psi". O evento repercutiu na imprensa local e, entre os comentários,

criticou-se a falta de integração entre profissionais de saúde mental, numa referência explícita aos

representantes da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre, que embora convidados não

compareceram aos debates (Gageiro, 2001). Novamente, o alunado do Curso de Psicologia da

UFRGS participou em massa do evento, no qual se discutia o status elitista da psicanálise em

duas frentes: corporativa e mercadológica. Na primeira, criticava-se a restrição de acesso de não-

médicos à formação em instituições psicanalíticas reconhecidas pela IPA. Na segunda, se

propunham formas de organização que propiciasse atendimento de saúde mental a setores

carentes da comunidade.

A iniciativa do grupo Embrião, formado substancialmente de alunos e ex-alunos da

UFRGS, foi uma explosão intelectual, fortemente influenciada pelas tendências marxistas da

época e também pela inconformidade com a formação oferecida pelo Curso de Psicologia da

UFRGS. No entanto, a participação de psicanalistas lacanianos parece ter sido a proposta que

respondeu de forma mais efetiva para alguns anseios do grupo, entre os quais a democratização

da atenção à saúde mental. Com efeito, essa foi uma época decisiva para a divulgação das idéias

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Psicologia na UFRGS 75

lacanianas, ocorrida graças à realização de vários eventos, e da transferência de lacanianos, de

formação francesa, para Porto Alegre.

A contribuição de estudantes de psicologia da UFRGS na difusão das idéias do

psicanalista francês Jacques Lacan foi mencionada por Ana Maria Gageiro (2001), psicóloga e

professora da Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos), em sua tese de doutorado. A

tese, intitulada L'Histoire de la Psychanalyse au Brésil et la fondation de la Société

Psychanalytique de Porto Alegre (1963) foi defendida na Université Paris VII, sob orientação de

Elisabeth Roudinesco. Neste trabalho, Gageiro historiou as dificuldades encontradas por

psicólogos, em Porto Alegre, para obterem formação em psicanálise por instituição reconhecida

pela International Psychoanalytical Association. A Sociedade local somente aceitava médicos

para as análises didáticas. Nestas circunstâncias, na década de 1960 e no decorrer dos anos 1970,

os psicólogos obtinham formação com grupos relacionados ao Círculo Vienense de Psicologia

Profunda de Igor Caruso. O psicanalista lacaniano José Luiz Caon, atualmente o professor decano

do Instituto de Psicologia da UFRGS, fora, anteriormente, um psicanalista de influência

carusiana.

O pensamento lacaniano começou a ser divulgado no Brasil em meados da década de

1970. Em Porto Alegre, os primeiros estudos foram divulgados pelo psicólogo egresso da

PUCRS, Luiz Olyntho Telles da Silva, em evento realizado em 1975. Em seguida, psicanalistas

lacanianos de Buenos Aires passaram a visitar Porto Alegre regularmente, para a realização de

seminários sobre Lacan. Seguiu-se uma série de visitas de psicanalistas franceses, a saber,

Charles Melman, Marcel Czermak, Christiane Rabant-Lacôte e Contardo Calligaris, contribuindo

para a formação de novos psicanalistas e para a inserção da abordagem lacaniana no próprio

curso de UFRGS, onde ela viria a se constituir na principal orientação clínica. Esse movimento,

aliado a crises na Sociedade de Psicanálise de Porto Alegre, como a contestação da liderança de

David Zimmermann pelos novos psicanalistas (Gageiro, 2001), abriu as portas para a formação

didática de não-médicos. A culminação do movimento pode ser refletida na organização da

Associação Psicanalítica de Porto Alegre – APPOA, com os professores Martha Brizio e José

Luiz Caon participando ativamente na liderança do movimento.

Enfim, nesta efervescente movimentação, os alunos da UFRGS saíram da Universidade

para experimentar caminhos alternativos dos mais variados. Das discussões, emergiu o interesse

pela abordagem lacaniana como resposta aos anseios que ensejaram aquela própria

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Psicologia na UFRGS 76

experimentação. Um dos ganhos do movimento foi a organização da APPOA, com forte presença

de egressos e professores do Curso de Psicolo gia da UFRGS. Na volta para a Universidade, os

professores, apoiados pelos alunos, promoveram a prevalência da orientação lacaniana em

psicanálise. O Curso de Psicologia da UFRGS foi o primeiro a introduzir seminários de

psicanálise de orientação lacaniana em seu Currículo. A tendência seria depois ainda mais

fortalecida com a ida do professor Caon para doutorado em Paris, e posteriormente com a

contração do Prof. Edson Souza que retornava de seu doutorado também em Paris.

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Psicologia na UFRGS 77

Capítulo 6

As grandes mudanças

Finda a década de 1970, o curso de psicologia da UFRGS já havia sido reconhecido pelo

CFE, tendo formado suas duas primeiras turmas de psicólogos. O Departamento alcançou uma

série de conquistas, e já contava com cerca de 15 professores em seu corpo docente. Em virtude

do crescimento do corpo docente, o Departamento substituiu as reuniões plenárias por um

colegiado, o que mudou as relações de poder, a começar pelo processo de eleição do Chefe de

Departamento. Foi também nessa época que a Comissão de Carreira própria do curso de

Psicologia foi instalada. Dessa forma, parece ter sido cumprida uma importante etapa na

consolidação dessas atividades, principalmente as relacionadas ao ensino de graduação.

Outrossim, os anos seguintes trariam mudanças ainda mais substantivas para a estrutura e

funcionamento do Departamento. Uma crescente independência do Departamento em relação à

unidade acadêmica da qual fazia parte, o IFCH, ocorria juntamente a uma série de alterações.

Entre elas, destaca-se a gradual mudança do quadro docente, caracterizada pela contratação de

novos professores, muitos dos quais regressando de estudos de pós-graduação no exterior. A

mudança de endereço para o Campus da Saúde da UFRGS, bem como a inauguração de um

periódico próprio do Departamento de Psicologia, confirmaram definitivamente a sua crescente

diferenciação em relação ao IFCH. As alterações no currículo ocorridas em 1987 foram

acentuadas, e refletiam uma nova relação do Departamento com o seu curso de Psicologia. A

criação do Programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento foi um corolário

desses eventos.

Esse conjunto de eventos e tendências, a serem tratados nas próximas seções deste

capítulo, culminou numa nova fase do desenvolvimento da Psicologia na UFRGS. O marco

terminal dessa etapa foi a transformação do Departamento em Instituto de Psicologia. Ensaiada

desde 1990, em função do processo de setorização do Departamento, essa nova unidade

acadêmica, inaugurada em 1996, daria início ao atual período da história da psicologia na

UFRGS.

Colegiado e Chefia do Departamento

Em 1981 o Departamento de Psicologia passou a eleger um colegiado, a ser reunido no

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Psicologia na UFRGS 78

lugar das reuniões plenárias. Esse colegiado, que tomaria a partir de então as decisões pertinentes

ao Departamento, era composto de professores representantes de cada categoria docente (Titular,

Adjunto, Assistente e Auxiliar). A alteração na forma de representação, da Plenária para o

Colegiado, parece ter ensejado mudanças políticas significativas no Departamento, tanto que, a

partir de então, os professores que anteriormente ocupavam o cargo de Chefia do Departamento

não voltaram a ser eleitos.

Conforme se pode verificar na sucessão de chefes de departamento que consta na Tabela

3, até 1981, a chefia do departamento esteve a cargo de dois professores que, eleitos diretamente,

na prática se revezavam no cargo. José Carlos Fenianos e Odair Perugini de Castro cumpriram no

total 10 mandatos de chefia, até que em 1981 houve um imbróglio em torno da eleição, causado

por dois votos por procuração. Os votos eram do Professor Cláudio Simon Hutz, que estava nos

Estados Unidos completando seu doutoramento, e da Professora Maria Lúcia Rembowski, uma

professora que estava em afastamento, sendo que ambos deram procurações em nome de José

Carlos Fenianos. Os dois votos por procuração foram colocados em separado. Contados esses

votos, a eleição para Chefe do Departamento ficou empatada, com 11 votos para Anúncio

Caldana, e 11 para Lúcio Hagemann. A reunião plenária mobilizou todos os professores do

Departamento. De acordo com a ata, compareceram à reunião os professores: “Odair Perugini de

Castro, que como chefe de departamento presidiu a plenária, Anúncio João Caldana, Arthur de

Mattos Saldanha, Doralício Siqueira Filho, Eurema Fátima Gallo de Moraes, Fernando Ferreira

Lopes, Hélio Di Nóia Martins, José Carlos Fenianos, José Luiz Caon, Léa da Cruz Fagundes,

Lúcio Hagemann, Luiz Osvaldo Leite, Manoel Pereira Couto Neto, Martha Dominga Brizio de

Ferrari, Paulo Kroeff, Ruth Cabral, Sérgio Antonio Carlos, Sérgio Spritzer, Yeda Roesch, Nilo

Antunes Maciel, Maria Célia Pacheco Lassance, Vera Blondina Zimermann Kunert e os

representantes discentes Cícero Guella Fernandes e Kátia Regina Frizzo.” As professoras

Lassance e Kunert, cujos nomes foram incluídos após a lista alfabética dos professores e não

puderam votar por serem professoras colaboradoras. Chama atenção, em particular, a presença

dos professores Maciel, fora de ordem alfabética, e Saldanha, por terem sucessivamente afastado-

se do Departamento para cuidar de outras atividades internas ou externas à Universidade. As atas

recuperadas de 18 de março de 1971 até 8 de junho de 1981, perfazendo um total de 109

documentos, registraram a presença de Maciel nas reuniões entre 24 de maio de 1971 até 8 de

agosto de 1973. Depois de longa ausência o professor esteve presente na reunião de 15 de maio

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Psicologia na UFRGS 79

de 1974, onde se discutiu a distribuição de programas e súmulas de disciplinas, e na reunião para

a eleição da chefia em 27 de maio de 1981. Saldanha afastou-se reuniões depois de 18 de março

de 1971 voltando a freqüenta- las a partir de 19 de setembro de 1979. O resultado da eleição

refletia a divisão do Departamento em dois grupos, um em torno de Fenianos e Castro, outro em

torno de Lopes e Saldanha. O impasse da eleição criava a vacância do cargo de chefia a partir da

zero hora do dia seguinte.

Enquanto a Chefe do Departamento, Odair Perugini de Castro, recorria aos órgãos

superiores para dirimir a questão, o Professor Luiz Osvaldo Leite foi por ela nomeado para um

mandato-tampão, evitando que o departamento ficasse acéfalo pelo período de decisão acerca do

caso. Contudo, Leite não poderia assumir pois a função somente poderia ser exercida pelo decano

do Departamento, no caso o professor Nilo Maciel; Maciel estava em processo de aposentadoria,

e a função foi para Arthur Saldanha.

Ao final do processo, embora não haja clareza nos documentos quanto aos motivos da

decisão, os votos por procuração não foram aceitos, e o beneficiado foi Caldana. A reunião

plenária seguinte foi excepcionalmente presidida pelo Diretor do IFCH, Professor Ivan Dall´Igna

Osório. De acordo com o parecer do processo, o Diretor nomeava o Professor Anúncio Caldana

como Chefe do Departamento de Psicologia.

Na verdade, um esforço por colocar na Chefia um novo professor, que não fosse um dos

dois que haviam se revezado no cargo durante 10 anos, vinha sendo articulado principalmente

pelos Professores Arthur Saldanha e Fernando Ferreira Lopes. Embora Caldana viesse a se

aposentar apenas um ano depois, a sua eleição foi um importante marco na trajetória do

Departamento. A partir desse episódio, como se verifica na listagem de Chefes do Departamento,

houve uma maior alternância na ocupação do cargo.

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Psicologia na UFRGS 80

Tabela 3 – Chefes do departamento de Psicologia e Diretores do Instituto de Psicologia da UFRGS

Período Chefe do Departamento de Psicologia 1971-1972 Prof. José Carlos Fenianos 1972-1973 Prof. José Carlos Fenianos 1973-1974 Prof ª. Odair Perugini de Castro 1974-1975 Prof ª. Odair Perugini de Castro 1975-1976 Prof. José Carlos Fenianos 1976-1977 Prof. José Carlos Fenianos 1977-1978 Prof ª. Odair Perugini de Castro 1978-1979 Prof ª. Odair Perugini de Castro 1979-1980 Prof ª. Odair Perugini de Castro 1980-1981 Prof ª. Odair Perugini de Castro

06/1981 Prof. Arthur de Mattos Saldanha (pro tempore) 06/1981-08/1982 Prof. Anúncio João Caldana 08/1982-05/1983 Prof. Cláudio Simon Hutz

1983-1984 Prof. Cláudio Simon Hutz 1984-1985 Prof. Cláudio Simon Hutz 1985-1986 Prof. Cláudio Simon Hutz 1986-1987 Prof. Cláudio Simon Hutz 1987-1988 Prof. William Barbosa Gomes 1988-1989 Prof. William Barbosa Gomes 1989-1990 Prof. César Augusto Piccinini 1990-1991 Prof. César Augusto Piccinini 1991-1992 Prof. Paulo Kroeff 1992-1993 Prof. Paulo Kroeff 1993-1994 Prof. Luiz Osvaldo Leite 1994-1995 Prof. Luiz Osvaldo Leite 1995-1996 Prof. Luiz Osvaldo Leite

Período Diretor do Instituto de Psicologia

1995 Prof. Luiz Osvaldo Leite (coordenador pro-tempore) 1996-1998 Prof. Luiz Osvaldo Leite 1998-2002 Prof. Cláudio Simon Hutz

2002- Prof. Paulo Kroeff

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Psicologia na UFRGS 81

Diante iminência da saída do professor Caldana, por aposentadoria, as forças políticas do

Departamento se mobilizam para a eleição. A candidata indicada pelo grupo Fenianos e Castro

foi Yeda Roesch. Ocorre que neste meio tempo havia chegado dos EUA o professor Cláudio

Simon Hutz que representava para um emergente grupo de professores mais jovens uma

oportunidade de renovação. De fato, o prof. Hutz trazia idéias e planos de sua experiência

internacional, tendo em vis ta a gradativa transformação do Departamento em um centro

acadêmico de ensino e pesquisa em psicologia. No entendimento de alguns professores, como a

profa. Lassance, Hutz acenava com a possibilidade de profissionalização das atividades

departamentais. Professor Hutz descreveu a sua eleição do seguinte modo22.

O que aconteceu na época era que havia claramente dois grupos no departamento,

um grupo do Fenianos, Odair e Lúcio e outro grupo do Saldanha, Caldana,

Fernando, Doralício e assim por diante. Quando abre a vaga do Caldana, tem um

grupo que imediatamente me lança candidato que era a Maria Célia, Sergio Antonio

Carlos, Manoel, Vera, na verdade, era quase uma terceira via. Não era um pessoal

muito identificado com nenhum dos dois grupos, mas não eram inimigos de

nenhum dos dois grupos. Era um pessoal que tinha trânsito nos dois grupos. Era um

grupo pequeno, mas que aliado que a qualquer um dos outros elegia o chefe. O

Saldanha se dá conta disse e imediatamente diz nosso candidato e o Fernando

também. Esse grupo se junta porque se dá conta que é o único jeito de derrotar o

candidato do outro grupo que era a Yeda, na verdade, uma candidatura informal

sem campanha ou plataforma. Eu fui uma noite na casa do Fenianos e falamos por

quase quatro horas discutindo a situação e não adiantou nada. Eu tenho uma

proposta e vamos disputar. Se a maioria prefere a Yeda, será a Yeda, eu gosto

muito da Yeda (...) Sem problema nenhum. Então vem a eleição sem nenhum tipo

de pronunciamento. Senta todo mundo em torno de uma mesa comprida. Quando

eu entro tinha lá um número enorme de alunos, que estavam por alguma razão sem

representação, e tinha uma torcida muito grande por mim, aplausos, etc. Eu crente

que haveria uma votação entre minha candidatura e a da Yeda. É quando entra o

22 O excerto seguinte é transcrito de uma entrevista realizada em 29/04/2003 com os Professores Cláudio Hutz e Maria Célia Lassance. Eles foram ouvidos mais uma vez desde que ambos já haviam concedido entrevistas na fase preliminar do trabalho. Essa conversa visou a elucidar especificamente o episódio da eleição, considerado por muitos dos envolvidos como um acontecimento crucial na história do Departamento.

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Psicologia na UFRGS 82

Hélio Di Nóia e pergunta para alguém em quem é que a gente vota, na Yeda? A

resposta era que a Yeda não era mais candidata. (...) Em seguida, foi aberta a

eleição, todo mundo vota, e a votação é unânime em mim. Aparentemente houve

um consenso geral. Eu saio da sala, corre a notícia de que fui eleito por

unanimidade e sou vaiado pelos alunos. O fato de todo mundo me apoiar foi visto

como eu tendo feito algum tipo de negociação e estava entregando as bandeiras

para o inimigo.

Os professores Hutz e Lassance informaram ainda ter havido uma disputa entre Castro e

Saldanha para saber a quem caberia presidir a plenária de eleição. No entanto, a presidência

coube a Saldanha, por antiguidade na Universidade. Oficializado o resultado da eleição, o

Professor Hutz assumiu a chefia por dois anos, sendo reconduzido ao cargo na eleição de 1985.

voltando do Doutorado, isento de ligação prévia com os dois grupos. Idéia de profissionalizar a

atividade do Departamento, e introduzir a pesquisa.

Ao assumir a Chefia, o Professor Hutz, teve uma má impressão sobre o estado de coisas

no Departamento. As aulas eram exclusivamente noturnas, e notava-se uma ausência de uma

verdadeira vida acadêmica. As aulas, que até então ocorriam no turno das 18:30 até as 22:30,

passariam a ser diurnas na gestão de 1985-1987. A biblioteca funcionava apenas nesses mesmos

horários. O próprio Professor Hutz relembra uma ocasião na qual a biblioteca ficou fechada por 3

meses em virtude de doença da bibliotecária-chefe, sem que houvesse qualquer repercussão ou

mobilização por parte de alunos e professores.

A eleição de Hutz também repercutiu na COMCAR-PSI, cujo coordenador, Lúcio

Hagemann, vinha sendo sucessivamente reconduzido ao cargo. Nesse período, esse cargo voltou

a ser alternado, com algum destaque para a participação do Professor Fernando Ferreira Lopes.

Ao longo das gestões, Hutz foi gradualmente aproximando-se do Professor Lopes, que se tornou

um grande colaborador. Lopes transitava na Reitoria em virtude das suas atuações junto à

COMCAR-PSI e à IIIª Câmara de Ensino do COCEP. O trânsito de Lopes em instâncias

superiores foi fundamental para a solução de algumas das necessidades do Departamento

observadas pela Chefia, como a luta por espaço físico adequado às atividades e a valorização de

projetos de pesquisa científica. Por sinal, um importante passo no sentido da consolidação do

Departamento como um centro de excelência em pesquisa, o Programa de Pós-Graduação em

Psicologia do Desenvolvimento, foi articulado por Hutz em colaboração com o Professor

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Psicologia na UFRGS 83

William Gomes, que seria contratado em 1985.

Alterações no Corpo Docente

Em meados dos anos 1980, o perfil do corpo docente foi alterado por algumas

contratações e transferências, acrescidas da volta de professores do Departamento que

completavam doutoramento no exterior. Um dos fatores de mudança no corpo docente já vinha

sendo o acréscimo de titulação, como no caso de docentes que fizeram Mestrado no Programa de

Pós-Graduação em Educação (PPGEDU). Também por essa época, a maioria dos professores

assumiu regime de dedicação exclusiva à Universidade. Essas mudanças proporcionaram

condições para a futura iniciativa do Programa de Pós-Graduação, a qual modificou

substancialmente o ensino de psicologia na UFRGS.

A Professora Lea Fagundes, coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos, que já

era cedida pela Faculdade de Educação ao Departamento de Psicologia por 20 horas semanais

desde 1981, transferiu-se definitivamente para o Departamento. O Professor César Augusto

Piccinini, egresso do próprio curso de psicologia, com mestrado pela Universidade de Brasília,

voltaria de Londres, onde completou o Doutorado, em 1987. O Professor William Barbosa

Gomes, Doutor em 1983 pela Southern Illinois University, fez concurso para docência na

Universidade Federal de Santa Maria. A banca examinadora teve de ser completada pelo

Professor Cláudio Hutz, um dos únicos docentes com titulação suficiente no Estado. Desde então,

tratativas foram iniciadas junto aos próprios reitores das duas universidades, no sentido da

transferência do Professor Gomes para a UFRGS, o que ocorreu em 1985. Paralelamente, desde o

final dos anos 1970, outros professores cursaram pós-graduação no Programa de Pós-Graduação

em Educação da própria UFRGS, casos de Lucio Hagemann, Tânia Mara Galli, Sergio Antonio

Carlos e Ruth Cabral. A tendência de aumento da titulação do corpo docente seria ainda mais

acentuada durante a década de 1990. Dos professores lotados nos três Departamentos do Instituto

de Psicologia em 2003, todos têm formação pós-graduada, a maioria com títulos de Doutorado.

Assim o perfil do corpo docente do Departamento de Psicologia estava sendo modificado.

Anteriormente, a mudança mais clara ocorrera ao longo da década de 1970, em virtude de dois

fatores principais: o aumento do número de docentes, de seis em 1971 para quase vinte, contados

os colaboradores, em 1979; e a formação desses novos professores, que diferentemente dos

primeiros, graduaram-se em cursos de psicologia após 1962. O corpo docente atual do Instituto

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Psicologia na UFRGS 84

de Psicologia da UFRGS está documentado no Anexo VII. Nessa lista é possível verificar a

época em que os professores vieram a integrar o Departamento ou o Instituto, bem como as

instituições e os períodos em que eles completaram seus estudos de pós-graduação, especialmente

em doutorado.

Mudança de Endereço

Em agosto de 1986, estando na Chefia o Professor Cláudio Hutz, ocorreu a mudança de

endereço do Departamento de Psicologia. Mesmo assim, o Departamento não se aproximaria

fisicamente do restante do IFCH, do qual fazia parte. Deixando o prédio da antiga Faculdade de

Filosofia, situado no Campus Central da Universidade, o Departamento instalou-se

definitivamente no prédio do Ciclo Básico, localizado no Campus de Ciências da Saúde da

UFRGS (ver Figura 11, abaixo). A instalação no Campus da Saúde, próximo às Faculdades de

Farmácia e Odontologia e ao Hospital de Clínicas, refletiu a independência que justificaria,

alguns anos depois, o processo de criação do Instituto de Psicologia, desmembrando-se do IFCH.

No novo prédio, o Departamento de Psicologia passou a contar com gabinetes para os

professores, conquistados através de muita insistência, e salas para as instalações de laboratórios,

como o LEC e LAEC, e da Clínica de Atendimento Psicológico. Segundo um dos incentivadores

da mudança, o professor William Gomes, a instalação de gabinetes para os professores tinha o

intuito de fixar a permanência deles no Departamento por mais tempo ao longo dos períodos de

trabalho. Acrescente-se que a permanência de professores em seus gabinetes era uma prática até

então estranha aos professores, e incipiente no departamento.

Figura 11 – À esquerda, imagem atual do prédio da antiga Faculdade de Filosofia, localizado no

Campus Central da UFRGS, primeira sede do IFCH e ocupado pelo Departamento de Psicologia

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Psicologia na UFRGS 85

até 1977; à direita, imagem recente da atual sede do Instituto de Psicologia, Prédio do Antigo

Ciclo Básico, situado à Rua Ramiro Barcelos, 2600 em Porto Alegre (Fotos: Gustavo Gauer)

Revista Psicologia: Reflexão e Crítica

Até 1986, o Departamento de Psicologia contava, como os demais departamentos do

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS, com a Revista do IFCH como principal

meio de divulgação dos trabalhos lá realizados e das notícias de interesse para a comunidade

acadêmica. Atualmente intitulada Humanas, a revista do IFCH tem sido editada desde 1972. A

Revista do IFCH tinha por objetivo divulgar a produção própria dos departamentos do Instituto, e

a cada um deles era reservado um espaço onde se publicavam artigos, notas de pesquisa e

notícias. Os artigos lá editados eram, na grande maioria, de autoria dos próprios professores do

Instituto.

A direção do IFCH apoiou, a partir de 1985, um processo de setorização das publicações

do Instituto. Seria mantida a revista comum, Humanas, mas cada departamento teria o seu

próprio veículo. Os motivos para tanto eram resumidos pela então Diretora do Instituto,

Professora Mercedes Cánape, em nota inaugural publicada na primeira edição de Psicologia:

Reflexão e Crítica. Segundo ela, eram necessários mais periódicos em função do aumento da

produção dos pesquisadores e da expansão do ensino do IFCH. Essa expansão refletia-se no

aumento do número de cursos de graduação e pós-graduação, incluindo entre estes últimos “o

Mestrado em Psicologia em fase de elaboração”. Cánape referia-se ao projeto de pós-graduação

(ver capítulo 9).

O Departamento de Psicologia contou com sua publicação própria a partir de 1986. A

revista Psicologia: Reflexão e Crítica, era criada não com o intuito de escoar a produção

acadêmica local, mas como um periódico de abrangência nacional para divulgação científica na

área. No primeiro número (cuja capa é reproduzida na Figura 12, abaixo), os artigos de

professores locais já dividiam o espaço com trabalhos de pesquisadores de outras instituições.

Ultimamente, uma maior proporção de trabalhos de autores de fora da UFRGS reflete a condição

de veículo de divulgação científica nacional e intercâmbio interinstitucional. A revista,

inicialmente semestral, tem sido publicada regularmente desde então, e tem hoje periodicidade

quadrimestral. Tendo sempre contado com um conselho editorial, a revista teve como primeiro

editor o Professor William Barbosa Gomes, sucedido em 1995 pela Professora Sílvia Helena

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Psicologia na UFRGS 86

Koller. Desde o número 2 de 2002, a editora é a professora Cleonice Bosa.

Figura 12 - Reprodução da capa do primeiro número da revista Psicologia: Reflexão e Crítica, de

1986

Essa publicação firmou-se como uma das mais importantes da América Latina,

relacionada nos principais indexadores internacionais. Como a maioria de suas congêneres no

país, a revista não tem uma dedicação temática exclusiva, recebendo artigos científicos das

diversas áreas de pesquisa em psicologia. Mesmo assim, em virtude da grande afluência de

trabalhos submetidos para publicação, têm sido editados números especiais nos últimos anos.

Essas edições são dedicadas, por exemplo, exclusivamente a trabalhos de iniciação científica, a

temas específicos do desenvolvimento humano, à psicologia comunitária, ou às neurociências.

Novo Currículo e Escolha de Ênfase

O currículo da Formação de Psicólogo, reformulado em 1977, voltaria a ser modificado

em 1987, e em 1988 seria criada a habilitação de licenciatura em Psicologia. O currículo de

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Psicologia na UFRGS 87

licenciatura, com duração de oito semestres, culmina em uma Prática de Ensino em Psicologia,

com 10 créditos, em lugar dos estágios curriculares da habilitação de psicólogo. Os currículos de

formação do psicólogo e licenciatura em psicologia, em vigor no ano de 1989, estão reproduzidos

em Anexo V.

No currículo do “bacharelado”, como ficou conhecida popularmente a “Habilitação:

Psicólogo”, o elenco de disciplinas opcionais aumentou para 48, das quais o aluno cursa um total

de 27 créditos. Os estágios, que continuavam os mesmos, em três áreas, foram desdobrados,

durando dois semestres cada. Uma novidade relevante no currículo a partir de 1987 era a

exigência de um Estágio em Psicopatologia. Nos currículos anteriores, as disciplinas de

Psicopatologia Geral I e II eram de responsabilidade do Departamento de Psiquiatria e Medicina

Legal, ministradas no Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP) pelo Professor David

Zimmermann. Contudo, em virtude principalmente de problemas de número de vagas, os alunos

reivindicavam que o Departamento de Psicologia assumisse as disciplinas de Psicopatologia.

Como se viu, esse importante pleito fizera parte da pauta da greve dos estudantes em 1980. Com

a vinda das disciplinas para o Departamento de Psicologia, a parte prática das disciplinas

anteriores, realizadas no HPSP, foi transformada em um estágio curricular de Psicopatologia.

Com duração de um semestre, o Estágio em Psicopatologia passou a ocorrer no sexto semestre de

curso, concomitante à disciplina de Psicopatologia II. Cabe lembrar que a tradição de levar os

alunos ao Hospital São Pedro iniciara com o Professor Décio de Souza, nos anos 1940, na Antiga

Faculdade de Filosofia.

O currículo atual do curso de graduação em psicologia da UFRGS foi aprovado em 1996,

reproduzido no Anexo VI. Fundamentalmente, as alterações ocorreram nas disciplinas de

fisiologia e anatomia, sob responsabilidade do Instituto de Ciências Básicas da Saúde. Note-se a

mudança na nomenclatura dos códigos alfanuméricos da maioria das disciplinas, decorrente da

troca de unidade de ensino. O código “HUM”, referente ao Instituto de Filosofia e Ciências

Humanas, foi substituído por “PSI”, indicativo do Instituto de Psicologia.

Setorização, rumo ao Instituto de Psicologia

Um novo Regimento Geral da Universidade (RGU) resultou da reforma administrativa

iniciada em 1988. Essa mesma reforma, que extinguira o COESP, ensejaria a criação do Instituto

de Psicologia, concretizada em 1996, mas ensaiada desde 1990. Em janeiro de 1990, sendo Chefe

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Psicologia na UFRGS 88

o Professor César Augusto Piccinini, o Departamento de Psicologia foi reestruturado através de

uma divisão em setores correspondentes a áreas do conhecimento psicológico: Setor de Processos

Básicos em Psicologia, Setor de Psicologia Social, e Setor de Psicologia Clínica. A iniciativa de

reestruturar o Departamento visava, além de adaptar a estrutura existente à expansão das

atividades acadêmicas e da população docente e discente, preparar o campo para a futura

transformação em Instituto de Psicologia. Isso de fato veio a ocorrer em 1996. Como se

reconhece na resolução que setorizou o Departamento em 1990, na prática ele estaria

funcionando desde já como um verdadeiro Instituto, faltando apenas tramitar o respectivo

processo administrativo.

Criado o Instituto, em um esforço iniciado na chefia do Prof. Paulo Kroeff e concretizado

no mandato do Professor Luiz Osvaldo Leite, os Setores deram origem aos três atuais

departamentos. A decisão da criação do Instituto, de 14 de julho de 1995, é retratada na Figura

13. A primeira lotação dos professores nos diferentes setores é listada na Tabela 4.

Figura 13 - Decisão da criação do Instituto, de 14 de julho de 1995

A maioria dos professores do Setor de Processos Básicos, posteriormente Setor de

Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade, estava ligada ao Programa de Pós-Graduação

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Psicologia na UFRGS 89

em Psicologia do Desenvolvimento (PPGPD, a ser tratado no capítulo 9). Assim, esse Setor

originou o Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade. Dessa forma, as

linhas de pesquisa e abordagens teóricas veiculadas no PPGPD em muito influenciaram o ensino

de graduação nessa área.

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Psicologia na UFRGS 90

Tabela 4 - primeira lotação dos professores nos diferentes setores

Setores Processos Básicos Psicol. Social e Institucional Psicologia Clínica

Fernando Ferreira Lopes Luiz Osvaldo Leite Liliane S. Froemming Ruth Cabral Odair Perugini de Castro José Luiz Caon Yeda Roesch da Silva Sérgio Antônio Carlos Martha D. Brizio Manoel Couto Neto Maria Célia P. Lassance Paulo Kroeff Cláudio Simon Hutz Tânia Mara Galli Vera B. Zimmermann César Augusto Piccinini Maria da Graça C. Jacques Ana Lúcia Salgado Léa da Cruz Fagundes Léa Peres Day William Barbosa Gomes Ângela M. B. Biaggio Tânia Mara Sperb Sílvia Helena Koller Rita de Cássia S. Lopes

O Departamento de Psicologia Clínica manteve a denominação do Setor em que teve

origem. Mais recentemente, ele foi renomeado, primeiro como Departamento de Psicanálise e

Clínicas Psicológicas e, atualmente, Departamento de Psicanálise e Psicopatologia. A questão da

denominação do Departamento de Psicologia Clínica reflete um movimento no sentido do

estabelecimento da psicanálise como linha teórica principal assumida pela psicologia clínica no

Instituto de Psicologia da UFRGS.

O Setor de Psicologia Social e Institucional deu origem, no Instituto de Psicologia, ao

Departamento de mesmo nome. Nesse Departamento, o ensino e pesquisa da psicologia social

foram em muito influenciados por teorias histórico-críticas, marxistas e feministas. As áreas de

Psicologia do Trabalho e de Psicologia Escolar são atualmente encargo desse Departamento.

Nas descrições dos setores, futuros departamentos, constante do processo de criação do

Instituto, eram destacados os órgãos de extensão e pesquisa ligados a cada setor. O Laboratório

de Estudos Cognitivos (LEC) era relacionado ao Setor de Desenvolvimento e Personalidade. O

projeto de implantação da Universidade para a Terceira Idade (UNITI) estava ligado ao Setor de

Psicologia Social. A Clínica de Atendimento Psicológico (CAP) era o projeto de extensão do

setor de Psicologia Clínica.

A independência do Departamento, em termos de infra-estrutura, refletia-se na existência

de biblioteca setorial, laboratórios, Centro Acadêmico e Comissão de Carreira próprios. O

processo de criação do Instituto de Psicologia foi aprovado sem restrições em todas as instâncias

a que foi submetido. Em 16 de janeiro de 1996, a secretaria do Conselho Universitário já havia

incluído o Instituto de Psicologia no novo Regimento Geral da Universidade.

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Psicologia na UFRGS 91

Capítulo 7

Criação do Instituto de Psicologia da UFRGS

Os eventos decorrentes da estrutura departamental podem ser hoje abordados de um outro

ponto-de-vista. O que era o Departamento de Psicologia foi transformado em Instituto, ele

próprio com três Departamentos. As dificuldades serão as mesmas? A natureza de cumprimento

de tarefas de ensino está mantida? Possivelmente não, no que depender do corpo docente atual.

Os novos professores, na sua maioria, não chegaram a experimentar um tipo de organização

universitária diferente do departamental, seja em sua formação, seja na sua atuação docente.

De fato, quando o Departamento de Psicologia conseguia exercer plenamente suas

funções de ensino, pesquisa e extensão, estava tão grande e complexo que teve de se transformar

em Instituto. O último chefe do Departamento de Psicologia, Professor Luiz Osvaldo Leite, foi

também o coordenador pro-tempore do Instituto de Psicologia da UFRGS, em 1996. Leite foi

eleito o primeiro Diretor do Instituto, permanecendo no cargo por dois anos, tendo renunciado

por motivo de saúde. O Professor Cláudio Simon Hutz, foi eleito para substituir Leite em 1998,

cumprindo integralmente o mandato de quatro anos. O atual Diretor do Instituto de Psicologia da

UFRGS é o Professor Paulo Kroeff, eleito em 2002 (ver Tabela 3, página 53).

Pesquisa e Extensão em Psicologia

Atividades de pesquisa e extensão em psicologia evidentemente precederam a reforma

universitária. Tais atividades, juntamente com o ensino, seriam incumbência dos departamentos.

Assim, esperava-se que tais atividades, centralizadas, fossem executadas de forma integrada e

sem desperdício de recursos humanos e materiais. No entanto, sabe-se que, na história do

Departamento de Psicologia, nem sempre todas essas atividades foram por ele prestadas. Na

verdade, elas estavam dispersas nas várias unidades e órgãos técnicos da universidade. As

atividades de pesquisa e extensão, tratadas neste capítulo, foram realizadas

As atividades de extensão, entendida como a aplicação da psicologia a setores da

comunidade, estiveram, desde a reforma, a cargo do COESP, auto- intitulado “o órgão

extensionista da UFRGS”, coordenado por Arthur Saldanha. As atividades co COESP foram

apreciadas no capítulo 2. As atividades de pesquisa, por sua vez, podem ser identificadas em

diversas teses e dissertações do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU, a ser

tratado no capítulo 9).

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Psicologia na UFRGS 92

Clínica de Atendimento Psicológico (CAP)

A história da Clínica de Atendimento Psicológico (CAP) foi recapitulada em uma edição

alusiva aos seus 20 anos de funcionamento, publicada em 1997. Mais que isso, um evento

comemorativo, realizado no mesmo ano, reuniu antigos professores, técnicos e alunos que

expressaram a história da Clínica desde o início do seu funcionamento. Essa história remonta à

criação do órgão que deu origem à Clínica, o Núcleo de Assistência Psicológica ao Estudante

(NAPE), a ao projeto ao qual o Núcleo estava inicialmente ligado.

O Programa de Psicologia Aplicada à Comunidade era um projeto previsto no processo de

reconhecimento do curso de Psicologia da UFRGS. Tal órgão, segundo o plano de

funcionamento, seria responsável pela extensão à comunidade das atividades de psicologia

aplicada do Departamento. Ao que consta dos registros do departamento, o projeto não chegou a

vingar, mas no seu contexto foi criado o Núcleo de Assistência Psicológica ao Estudante

(NAPE). O Departamento criou aquele serviço com o primeiro objetivo de prestar atendimento

psicológico ao alunado do próprio curso de psicologia. O NAPE foi criado pelo Departamento de

Psicologia no segundo semestre de 1977. O caráter inicial de funcionamento provisório foi

tornado permanente em 05/04/1978. A partir daquela data, o Núcleo passou a contar com a

colaboração de egressos do Curso de Psicologia, em virtude do aumento de demanda por

atendimento psicológico. Pouco depois desse período, o serviço chegou a ficar fechado por vários

meses em função de problemas na coordenação, após o que foram retomadas as atividades.

Respondendo a uma exigência para reconhecimento do curso, o NAPE foi transformado

em Clínica de Atendimento Psicológico (CAP) em 1979. A Clínica foi inicialmente coordenada

pela Professora Odair Perugini de Castro, e contava ainda com as Professoras Martha Dominga

Brizio e Eurema de Fátima Gallo. Na verdade, Martha Brizio fora contratada para coordenar a

Clínica, mas não pôde ocupar oficialmente a função, em virtude de problemas para ter revalidado

seu diploma de Psicóloga, aferido na Argentina. Eurema Gallo, antes de assumir na Clínica de

Psicologia, era Professora da Faculdade de Educação da UFRGS.

Funcionando paralelamente ao COESP, a CAP afirmou-se como um órgão de

atendimento à comunidade universitária e à população em geral. Ademais, a Clínica é atualmente

o principal local de estágio em Psicologia Clínica dos alunos do curso de psicologia. Inicialmente

predominavam na CAP abordagens psicanalíticas da psicoterapia individual. Hoje, além dessa

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Psicologia na UFRGS 93

modalidade, a Clínica presta atendimentos em psicopedagogia e em terapia familiar de

abordagem sistêmica.

Desde a década de 1990, a Clínica de Atendimento Psicológico oferece um curso de

especialização em psicoterapia, com ênfase em psicanálise. A formação do curso especialização,

voltado a psicólogos, se dá em dois anos, durante os quais os alunos realizam atendimento

psicológico à clientela da Clínica, com supervisão dos próprios profissionais do órgão, além da

participação de profissionais convidados de outras instituições.

Serviço de Orientação Profissional (SOP)

A história do Serviço de Orientação Profissional (SOP), órgão de extensão universitária

ligado ao Instituto de Psicologia, teve início em 1990. Naquela época, pela necessidade de um

espaço de prática em orientação vocacional decorrente da disciplina eletiva de Seleção e

Orientação Profissional, a Professora Maria Célia Pacheco Lassance criou, em convênio com o

COESP, uma disciplina na qual os alunos atendiam à demanda por orientação levada ao COESP

ou ao próprio Departamento de Psicologia. Tal iniciativa deu lugar à criação de um Serviço de

Orientação Vocacional, coordenado pela Professora Maria Célia e ligado ao COESP, visando a

atender tanto a alunos da própria universidade em processo de re-escolha de curso quanto a

adolescentes da comunidade que intentavam prestar vestibular. Extinto o COESP, o Serviço ficou

ligado ao Departamento de Psicologia, tendo sido alterada a sua denominação para Serviço de

Orientação Profissional em 1994. Essa mudança deveu-se à ampliação das modalidades de

orientação, estendidas ao âmbito institucional. A coordenação do SOP tem estado a cargo da

Professora Maria Célia Lassance em conjunto com a Psicóloga Sandra Laura Frischenbruder.

O SOP tem convênios com Escolas da rede particular e pública de ensino e cursos pré-

vestibular, além de assessorar as Comissões de Graduação dos cursos da UFRGS, tendo em vista

os processos de ingresso extra-vestibular. O SOP realiza atendimentos em grupo para

adolescentes do ensino fundamental e médio e alunos da UFRGS, atendimentos individuais a

adultos. Outra modalidade de orientação que tem sido oferecida anualmente pelo SOP desde

1998, é o plantão na época das inscrições para o vestibular da UFRGS. Os estagiários e

profissionais ligados ao SOP atendem os candidatos ao vestibular que tenham dúvidas quanto à

escolha de curso no momento da inscrição para o concurso. Nestes plantões são atendidas, em

média, mais de 1500 pessoas por ano.

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Psicologia na UFRGS 94

O SOP tem fomentado a área de orientação profissional junto ao curso de psicologia da

UFRGS de diversas maneiras. No âmbito da graduação, o SOP tem sido, desde 1994, local

credenciado para estágios curriculares em Psicologia Escolar, e desde 1996 em Psicologia do

Trabalho. Cerca de oito estagiários trabalham no SOP anualmente.

Os objetivos do SOP incluem, além da prestação de serviços de orientação profissional

individual, em grupos e em convênio com instituições, a produção de conhecimento na área, na

forma de pesquisas conduzidas no local. Na pós-graduação, por exemplo, a ligação de diversos

alunos no Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento com o SOP tem

ensejado várias teses e dissertações defendidas sobre temas relacionados à escolha profissional e

ao desenvolvimento de carreira23.

Universidade para a Terceira Idade (UNITI)

A Universidade para a Terceira Idade (UNITI) é um órgão de extensão universitária

ligado ao Departamento de Psicologia Social e Institucional do Instituto de Psicologia da

UFRGS. Fundada pela Professora Odair Perugini de Castro e pelo Professor Sergio Antonio

Carlos, a UNITI funciona desde 1990. Os cursos de extensão da UNITI são organizados em

grupos de auto-aprendizado, coordenados por alunos que são especialistas em áreas como línguas

estrangeiras, saúde e educação física.

Atualmente participam da UNITI cerca de 130 pessoas com idade acima de 50 anos,

matriculadas em mais de dez grupos e oficinas. Entre os temas destacam-se música, literatura,

teatro, moda, e artesanato. Os grupos e oficinas são auto-gerenciados e coordenados por alunos

da própria UNITI. Afora os encontros dos grupos, todos os alunos reúnem-se semanalmente em

encontros do “grande grupo”. Nesses encontros, se procura conscientizar os participantes sobre o

envelhecimento e a aprendizagem, através de debates, palestras e outras atividades.

Além de seus objetivos propriamente extensionistas de prestação de serviço à comunidade

“envelhecente”, como é denominada pelos organizadores, a UNITI tem oferecido um espaço de

produção de conhecimento e de prática acadêmica em psicologia. Tradicionalmente, o órgão

recebe estagiários de Psicologia Escolar do curso de graduação da UFRGS. Pesquisadores

ligados à UNITI, inclusive estagiários, têm publicado trabalhos em livros diretamente voltados à

23 As listas de teses e dissertações defendidas nos PPG em Psicologia do Desenvolvimento da UFRGS estão nos Anexos X e XI.

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Psicologia na UFRGS 95

temática do envelhecimento (Castro, 1998; Castro, 2001). Em 1998 foi publicado o volume

Velhice: Que idade é esta? Uma construção psicossocial do envelhecimento, organizado pela

Professora Odair Perugini de Castro. Em 2001, um segundo volume, também organizado pela

Professora Odair, intitulou-se Envelhecer: um encontro inesperado? Realidades e perspectivas

na trajetória do envelhecente. Os capítulos retratam os resultados de diversos projetos de

pesquisa conduzidos na UNITI, bem como textos teóricos sobre o envelhecimento humano.

Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC)

Já nos primeiros anos de funcionamento do Departamento, houve tratativas no sentido da

realização de cursos sobre cognição humana e epistemologia genética, ministrados pelo professor

argentino Antonio Battro. Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris, Battro foi membro

do Centro Internacional de Epistemologia Genética, na Universidade de Genebra, sob a

orientação de Piaget, e um dos pioneiros na introdução de computadores na educação, tanto no

Brasil quanto na Argentina. Como informou em entrevista a Professora Léa Fagundes,

anteriormente ao seu contato com a UFRGS, Antonio Battro colaborou com Piaget na preparação

do livro Biologia e Conhecimento (Piaget, 1973). Individualmente, Battro publicara os livros “El

Pensamiento de Jean Piaget” (1969) e “Dictionnaire D´Epistemologie Genetique” (1966). No

Brasil, ele seria agraciado com o Prêmio Mira y López de Psicologia de 1979. Posteriormente,

Battro colaborou com Seymour Papert do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em

pesquisas sobre inteligência artificial.

A Professora Léa Fagundes conta que Battro, quando regressou para a Argentina, tinha

planos de organizar um grupo de pesquisa em epistemologia genética. No entanto, a idéia não

encontrou receptividade por causa da forte adesão dos psicólogos argentinos à psicanálise.

Assim, Battro lançou em Porto Alegre o convite para se formar um grupo de pesquisa na teoria

piagetiana. Uma das iniciativas que assim se formaram foi o Grupo de Estudos sobre

Metodologia de Pesquisa e Ação (GEEMPA), coordenado por Esther Pillar Grossi, então

professora da rede de ensino público, posteriormente Secretária Municipal da Educação de Porto

Alegre, e Deputada Federal. Na UFRGS, o Grupo de Estudos Cognitivos surgiu por influência

direta de Antonio Battro.

Desde 1973, quando foi convidado pelo Professor Dante Coutinho, Battro vinha

mensalmente a Porto Alegre, ministrar palestras e cursos para alunos e professores do

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Psicologia na UFRGS 96

Departamento de Psicologia da UFRGS, e de outras instituições. Esses cursos tiveram como

resultados principais a execução de numerosos projetos de pesquisa pelos alunos das disciplinas

de Psicologia Experimental do curso de psicologia, e a articulação de um Grupo de Estudos

Cognitivos. Futuramente transformado em Laboratório (LEC), o Grupo de Estudos tem sido

coordenado, até hoje, pela Professora Léa da Cruz Fagundes. A Professora Léa Fagundes,

originalmente lotada na Faculdade de Educação, foi parcialmente cedida ao Departamento de

Psicologia especificamente para a coordenação do Grupo de Estudos Cognitivos, a partir de

março de 1978, e chegou a freqüentar concomitantemente o próprio curso de psicologia da

UFRGS, no qual se graduou.

O Grupo de Estudos Cognitivos, ligado do Departamento de Psicologia e criado pela

Professora Odair Perugini de Castro, tinha por finalidades produzir e disseminar conhecimento

nas áreas de saúde e educação, com base na Epistemologia Genética de Jean Piaget, e servir à

formação de profissionais que tratem de crianças e adolescentes. O grupo congregava

pesquisadores de diferentes departamentos da UFRGS, em intercâmbio com integrantes de outras

instituições. Mantidos os objetivos, o Grupo transformou-se em Laboratório de Estudos

Cognitivos em 1981, com a participação dos seguintes pesquisadores, oriundos da UFRGS: Léa

da Cruz Fagundes, Coordenadora; Sérgio Spritzer (Neurologista, Departamento de Psicologia);

Terezinha Flores (Estudos Básicos, FACED); Paulo Roberto Ferrari Mosca (Pediatria, Faculdade

de Medicina); Zeny Moraes (Música, Instituto de Artes); e Maria Luiza Cestari (Psicóloga e

professora da rede estadual de ensino). Esta equipe permanente seria complementada por alunos

de graduação e pós-graduação, envolvidos em estágios e projetos de pesquisa, por pesquisadores

de fora da UFRGS, em projetos de pesquisa específicos, e por outros professores da UFRGS, na

condição de supervisores.

O LEC chegou a oferecer, no início dos anos 1980, alguns cursos de especialização em

psicologia cognitiva, voltados principalmente a professores do ensino fundamental e médio.

Convênios têm sido estabelecidos com o Colégio de Aplicação da FACED e com outros projetos

governamentais ligados à educação, como o Programa Nacional de Informática na Educação

(Proinfo). Os projetos do LEC envolvem principalmente a aplicação de novas tecnologias

informáticas e midiáticas à educação e à construção do conhecimento humano.

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Psicologia na UFRGS 97

Laboratório de Análise Experimental do Comportamento (LAEC)

O Professor Manoel Couto Neto colaborou com o Departamento de Psicologia a partir de

1974, visando sobretudo a instalação de um Laboratório de Psicologia. O LAEC foi efetivamente

inaugurado em 1976, tendo sido apresentado no processo de reconhecimento do curso de

graduação em psicologia. O LAEC não foi propriamente um laboratório de pesquisa, prestando-

se na verdade ao ensino das disciplinas de análise comportamental.

O Professor Manoel Couto aposentou-se em 1991. Desde então, o LAEC foi sendo

mantido por esforços individuais de professores que se seguiram ao seu idealizador. A última

turma do curso de psicologia a trabalhar no LAEC foi a de 1994, por iniciativa da Professora

Substituta Lisiane Bizarro Araújo, então aluna do Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento.

O Laboratório foi definitivamente desativado em 1995, pelo professor Cláudio Hutz,

Coordenador do Programa de Pós-Graduação, em virtude da ausência de pessoal responsável pela

manutenção e monitoria, e das dificuldades para manutenção de um Biotério. Na aparelhagem do

LAEC destacavam-se as Caixas de Skinner, destinadas à condução de experimentos de análise do

comportamento em animais, no caso, ratos albinos. Um laboratório de computação ocupou, a

partir de 1995, a antiga sala do LAEC. Com o ingresso da professora Lisiane Bizarro, aprovada

em concurso público após conclusão de doutorado na Universidade de Londres, há esperança de

que, havendo espaço disponível, um novo e moderno laboratório de análise do comportamento

seja implementado junto ao Instituto de Psicologia.

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Psicologia na UFRGS 98

Capítulo 8

Pós-Graduação stricto sensu na UFRGS

Neste capítulo, retomamos a trajetória da pós-graduação stricto sensu em psicologia na

UFRGS. Há atualmente dois programas de pós-graduação ligados ao Instituto de Psicologia: o

Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento (PPGPD), criado em 1988, e o

Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI), criado em 1997. O

advento desses programas constituiu um novo marco no desenvolvimento dessa ciência na

UFRGS. Contudo, assim como em outras fases do ensino, pesquisa e extensão, a pós-graduação

em psicologia nesta universidade teve uma história prévia a essas inaugurações, e perpassa outras

áreas do conhecimento.

Os dados apresentados neste capítulo foram levantados em uma pesquisa preliminar24

sobre a produção de teses e dissertações relacionadas a temas psicológicos em diversos PPGs da

UFRGS. São aqui contemplados os dois PPGs pertencentes ao Instituto de Psicologia (Psicologia

do Desenvolvimento e Psicologia Social e Institucional) e outros PPGs onde se tem defendido

teses e dissertações de conteúdo psicológico (caso das áreas de Educação Física, Administração,

Educação e Ciências da Computação, entre outras). Destacamos o PPG em Educação, que

concentrou quase exclusivamente a produção pós-graduada de psicologia na UFRGS de 1974 a

1988.

Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento

O Departamento de Psicologia promoveu, de 2 a 4 de Outubro de 1986, o Iº Encontro de

Pesquisadores em Psicologia no Rio Grande do Sul. O tema “Epistemologia e Ideologia da

Pesquisa Psicológica na Realidade Brasileira” foi discutido por um grupo de especialistas

representando diferentes tendências da área. Foram eles Aroldo Rodrigues, professor de

psicologia social na Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro, Presidente da Associação

Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia; Carolina Bori, psicologia experimental,

Universidade de São Paulo, Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; João

24 Trabalho apresentado em 2001 no XXXX Salão de Iniciação Científica da UFRGS por, Braga, Silveira, Ebert & Gomes, sob o título “Psicologia versus Sociologia nas teses e dissertações dos cursos de pós-graduação da Faculdade de Educação da UFRGS FRGS”. Os dados deste estudo são aqui acrescidos de um novo levantamento, incluindo outros PPGs.

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Psicologia na UFRGS 99

Cláudio Todorov, psicologia experimental, Vice-Reitor da Universidade de Brasília, Hartmut

Gunther, psicologia social, Universidade Federal da Paraíba; Isolda Gunther, psicologia do

desenvolvimento, Universidade Federal da Paraíba; David Carraher, psicologia do

desenvolvimento, Universidade Federal de Pernambuco; Marilda Lipp, psicologia clínica,

Pontifícia Universidade Católica de Campinas; Eunice Alencar, psicologia do desenvolvimento,

Universidade de Brasília; e Monique Augras, psicologia clínica, Pontifícia Universidade Católica

do Rio de Janeiro. Esses professores traziam vasta experiência como coordenadores dos

principais cursos de pós-graduação em Psicologia do Brasil, e como editores de revistas

científicas nacionais. Na época do Encontro estavam sendo estruturados os programas de pós-

graduação em psicologia da UFRGS, com ênfase em psicologia do desenvolvimento, e da

PUCRS, em psicologia social e da personalidade. O Encontro foi considerado um importante

passo no desenvolvimento da pesquisa e da formação de pesquisadores em psicologia no Rio

Grande do Sul (Psicologia: Reflexão e crítica – notícias, 1986). Alguns anos depois do Encontro,

aqueles dois programas de pós-graduação consolidariam suas posições, mantidas até hoje, entre

os principais centros de pesquisa psicológica no Brasil. A partir desse movimento, o Estado do

Rio Grande do Sul, que já tinha uma tradição em psicologia aplicada, estava rumando a um novo

modelo de formação e ensino de psicologia, no qual pesquisa, teoria e prática deveriam se

desenvolver de forma integrada. O folheto que promovia o Iº Encontro de Pesquisadores

encontra-se reproduzido na Figura 14.

Figura 14 - Reprodução do cartaz alusivo ao I Encontro de Pesquisadores em Psicologia do Rio

Grande do Sul, realizado de 02 a 04/10/1986

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Psicologia na UFRGS 100

A possibilidade de se estabelecer um programa de pós-graduação vinha sendo prevista em

algumas ações tomadas no contexto do Departamento de Psicologia da UFRGS. A ida de

professores ao exterior para cursarem doutorado visava a suprir um corpo docente com titulação

condizente. A partir de 1986, um projeto de pós-graduação começou a ser de fato estruturado,

principalmente por iniciativa dos professores Cláudio Hutz e William Gomes, com participação

da Professora Angela Maria Brasil Biaggio, então Professora Titular na Faculdade de Educação e

do PPGEDU da UFRGS. Em comum, esses professores tinham suas formações de doutorado

realizadas nos Estados Unidos. O projeto, referente a um curso de Mestrado, adotava como

denominação e área de concentração, a Psicologia do Desenvolvimento. Segundo depoimento dos

idealizadores do curso, tal escolha devia-se à abrangência e pluralidade teórica que tal área

comporta, o que possibilitaria agregar ao programa professores de diversas procedências e com

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Psicologia na UFRGS 101

variadas linhas de pesquisa. O Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento foi aprovado pela

CAPES em 1987, tendo sua primeira turma selecionada naquele mesmo ano, e iniciadas as suas

atividades em 1988. Neste período era Chefe de Departamento o Prof. William B. Gomes.

Quando se publicou a proposta de instalar um programa de pós-graduação, houve

resistências, principalmente do corpo discente e dos professores mais antigos e menos titulados,

que acreditavam que o surgimento da pós-graduação esvaziaria o curso de graduação. Esse tipo

de idéia aparentemente resultava do exemplo de outras instituições, onde isso de fato ocorreu, a

ponto de os professores dos programas de pós-graduação não participarem do ensino de

graduação em qualquer nível, exceto para o recrutamento de bolsistas dos primeiros anos de

curso. No entanto, como veremos a seguir, o curso de graduação da UFRGS parece ter sido, na

verdade, beneficiado pela chegada do primeiro PPG em Psicologia.

Os objetivos do pós-graduação em Psicologia, com linha de pesquisa em Psicologia do

Desenvolvimento, eram assim resumidos no catálogo de cursos de pós-graduação da UFRGS

1988-89:

Formar docentes e pesquisadores qualificados, aprimorar a qualidade do ensino de

graduação, produzir novos conhecimentos compatíveis com a realidade nacional e

desenvolver a psicologia como ciência. (p. 147)

A filosofia do curso propugnava a indissociação de ensino e pesquisa em nível de graduação e

pós-graduação. Os professores do pós-graduação, com linhas de pesquisa definidas e sólida

prática científica, davam aulas na graduação. Iniciava assim uma cultura de valorização

sistemática da pesquisa, fomentada por bolsas de iniciação científica para alunos da graduação,

que expunham os trabalhos realizados no Departamento de Psicologia em eventos regionais e

nacionais, como o Salão de Iniciação Científica da UFRGS e as Reuniões Anuais da Sociedade

Brasileira de Psicologia.

O corpo docente do mestrado em psicologia da UFRGS em 1988 e 1989 era composto

pelos professores Angela Maria Brasil Biaggio, César Augusto Piccinini, Cícero Emídio Vaz,

Cláudio Simon Hutz, Léa da Cruz Fagundes e William Barbosa Gomes. Em 1989 deixou o pós-

graduação o Professor Emídio Vaz, e integrou-se ao programa a Professora Tânia Mara Sperb,

Psicóloga graduada pela primeira turma da PUCRS em 1967, Doutora em Psicologia pela

Universidade de Londres. César Piccinini fora aluno da segunda turma do curso de psicologia da

UFRGS, tendo completado Mestrado na UnB e Doutorado em Londres, de onde voltou para

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Psicologia na UFRGS 102

lecionar no Departamento de Psicologia e no PPG.

A primeira dissertação de mestrado foi defendida no Programa da UFRGS por Sílvia

Helena Koller em setembro de 1990. Orientada pela Professora Angela Biaggio, a dissertação

intitulava-se “Diferenças de Gênero no Julgamento Moral”. As primeiras turmas do Mestrado em

Psicologia do Desenvolvimento compunham-se na maioria de psicólogos egressos da UFRGS e

da PUCRS, embora houvesse, desde o início, alunos provenientes de outros estados do Brasil e

com formações universitárias diversas da psicologia.

Confirmando a tendência antecipada pelos idealizadores do curso, a pluralidade teórica e

metodológica e a abrangência temática marcam a trajetória desse programa, o que se reflete nas

dissertações lá produzidas. Até março de 2003, foram defendidas cerca de 160 dissertações,

relacionadas a diversos campos de estudo da psicologia. Encontram-se nessa produção estudos

experimentais do desenvolvimento infantil, cognitivo e emocional; validações de escalas e testes

psicométricos; estudos correlacionais de variáveis psicológicas; pesquisas psicanalíticas da

situação de tratamento; estudos em história da psicologia; estudos com populações excepcionais e

em situação de risco; e contribuições à psicologia escolar. As abordagens teóricas representadas

também são diversificadas, incluindo, por exemplo, epistemologia genética, psicanálise, e

fenomenologia.

Em 1997, o PPG em Psicologia do Desenvolvimento obteve autorização para oferecer o

Doutorado em Psicologia. A primeira tese foi defendida em 1999 por Paulo Roberto Ferrari

Mosca, orientada pela Professora Léa da Cruz Fagundes, sob o título de “Epistemologia genética

e conhecimento médico: o caminho das idéias médicas sobre o caminho do sangue (e da vida)”.

Desde então, o conjunto de 16 teses já defendidas acompanha a tendência de pluralidade

consolidada nas dissertações de mestrado, abrangendo áreas da psicologia como desenvolvimento

cognitivo, orientação profissional e avaliação psicométrica da personalidade. As atuais linhas de

pesquisa do Programa são as seguintes: Desenvolvimento social e aplicações que é dedicada ao

estudo de aspectos sócio-cognitivos e de personalidade, de crianças e adolescentes; Interação

social, desenvolvimento e psicopatologia que é dedicada ao estudo de fatores sócio-emocionais e

cognitivos no desenvolvimento normal e atípico; e Processos cognitivos básicos e aplicações que

é dedicada ao estudo do funcionamento e o desenvolvimento de processos cognitivos básicos em

situações normais ou patológicas de sujeitos interagindo em ambientes formais, não formais,

naturais ou em espaços cibernéticos e realidade virtual.

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Psicologia na UFRGS 103

O corpo docente atual conta com 12 professores (ver tabela 7), alguns dos quais egressos

do próprio programa. Por exemplo, Sílvia Koller e Cleonice Bosa defenderam mestrado no PPG

em Psicologia do Desenvolvimento, a primeira realizando seu doutoramento nos Estados Unidos,

a última na Inglaterra. Débora Dell´Aglio e Denise Bandeira são Doutoras pelo próprio PPG.

Esses dados indicam que, assim como no caso da graduação, a UFRGS já tem formado o seu

próprio corpo docente em psicologia. Dois novos professores deverão ingressar no Programa em

2003, Lisiane Bizarro e Alcyr Oliveira, ambos doutores pela Universidade de Londres.

Exerceram o cargo de Coordenador do Programa os seguintes professores: Cláudio S.

Hutz (1988-1992), William B. Gomes (1992-1996), César Augusto Piccinini (1996-2000),

William B. Gomes (2000-2002), Maria Alice de Mattos Parente (2002-presente). A Tabela 5 traz

a relação do atual corpo docente do PPG em Psicologia do Desenvolvimento.

Tabela 5 - O corpo docente atual do PPG em Psicologia do Desenvolvimento

Professor(a) Titulação Local Alcyr de Oliveira* PhD University of London/Inglaterra Angela M.B. Biaggio PhD University of Wisconsin/EUA Cesar A. Piccinini PhD University of London/Inglaterra Cláudio S. Hutz PhD University of Iowa/EUA Cleonice A. Bosa PhD University of London/Inglaterra Débora Dalbosco Dell'Aglio Doutor UFRGS/Brasil Denise R. Bandeira Doutor UFRGS/Brasil José Luiz Caon Doutor Université de Paris VII/França Léa da Cruz Fagundes Doutor USP/Brasil Lisiane Bizarro Araújo PhD University of London/Inglaterra Maria Alice Pimenta Parente Doutor USP/SP Rita de Cássia Sobreira Lopes PhD University of London/Inglaterra Sílvia Helena Koller Doutor PUCRS/Brasil Tania Mara Sperb PhD University of London/Inglaterra William B. Gomes PhD Southern Illinois University Carbondale/EUA

* Colaborador do PPG através do Programa de Absorção de Doutores (PRODOC) - CAPES

Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional

O segundo PPG do Instituto de Psicologia da UFRGS foi criado em 1997, por iniciativa

dos Professores Tania Mara Galli, Cleci Maraschin e Sergio Antonio Carlos, com a participação

das Professoras Lea da Cruz Fagundes e Maria da Graça Corrêa Jacques. No decorrer do projeto,

ingressaram os professores Marisa Eizerik e Édson Souza. A primeira Coordenadora do programa

foi a professora Tânia Galli, sucedida pela coordenadora atual, Cleci Maraschin. Note-se que os

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Psicologia na UFRGS 104

três professores que idealizaram o Programa defenderam teses e/ou dissertações no PPGEDU da

UFRGS. O corpo docente desse Programa corresponde, substancialmente, ao do Departamento

de Psicologia Social e Institucional, com a participação de alguns professores de outros setores da

universidade, como do Departamento de Psicanálise e Psicopatologia e da Faculdade de

Educação. A Tabela 6 apresenta o corpo docente do PPG em Psicologia Social e Institucional em

2003.

Tabela 6 - Corpo docente atual do PPG em Psicologia Social e Institucional:

Professor Titulação Local Álvaro Roberto Crespo Merlo Doutor Université de Paris VII/França Clary Milnistsky Sapiro PhD University of Illinois/EUA Cleci Maraschin Doutor UFRGS/Brasil Edson Luis André de Sousa Doutor Universidade de Paris VII/França Henrique Caetano Nardi Doutor UFRGS/Brasil Jaqueline Tittoni Doutor UFRGS/Brasil José Vicente Tavares dos Santos Doutor Université de Paris X/França Léa da Cruz Fagundes Doutor USP/Brasil Lia Beatriz de Lucca Freitas Doutor USP/Brasil Liliane Seide Froemming Doutor UFRGS/Brasil Maria da Graça Corrêa Jacques Doutor PUCRS/Brasil Marisa Faermann Eizirik Doutor UFRGS/Brasil Marta Leão D'Agord Doutor UFRGS/Brasil Regina Orgler Sordi Doutor UFRGS/Brasil Rosane Neves da Silva Doutor UFRGS/Brasil Sergio Antonio Carlos Doutor PUCSP/Brasil Tania Mara Galli Fonseca Doutor UFRGS/Brasil

O PPG em Psicologia Social e Institucional oferece o curso de Mestrado, e está, em 2003,

em processo de implantação do Doutorado. A primeira turma de mestrandos foi recebida em

1998, e a primeira Dissertação foi defendida no Programa em 2000. A maioria dos alunos é de

psicólogos, com alguns representantes de áreas diversas como Física, Psiquiatria, Serviço Social,

e Educação.

As linhas de pesquisa do PPG em Psicologia Social e Institucional são: Sociedade do

Conhecimento e Ecologia Social e Cognitiva; Instituições e Práticas Sócio-Culturais; e

Subjetividades Contemporâneas, Discursos e Sintomas Sociais. A produção do PPG em

Psicologia Social e Institucional, já conta com mais de 20 dissertações defendidas (Anexo XII).

Esta produção está ligada a tendências teóricas da sociologia contemporânea. Os estudos tratam

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Psicologia na UFRGS 105

de processos de subjetivação no mundo do trabalho e nas mudanças em contextos sócio-

históricos; das questões de gênero; das organizações coletivas comunitárias; e da informatização

da sociedade.

Programa de Pós-Graduação em Educação

O início da presença de pesquisa em psicologia na UFRGS pode ser identificado em

diversas teses e dissertações do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU). Antes da

criação de órgãos como o Laboratório de Estudos Cognitivos do Departamento de Psicologia,

desde 1974 eram conduzidos no PPGEDU diversos projetos de pesquisa relacionados à

psicologia, culminando em inúmeras teses e dissertações sobre temas tipicamente psicológicos.

O Professor Roberto Fachin, coordenador pro-tempore da FACED nomeado durante a

reforma universitária, assumiu o cargo preocupado não apenas em planejar a estrutura de

departamentos daquela Unidade Acadêmica. Desde o início ele estava imbuído em estabelecer

um curso de pós-graduação (Fachin, 1999; Marques, 1999). As dificuldades iniciais com a

titulação do corpo docente, carente de doutores, foram abonadas pela Coordenação de

Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior (CAPES), e o PPGEDU foi inaugurado em

1972, coordenado pela Professora Eva Van Ditman. A partir de julho do mesmo ano, assumiu a

coordenação a Professora Juracy Cunegatto Marques, Doutora em Psicologia. Juracy Cunegatto

Marques (nascida em 1931) defendeu a primeira da Tese de Livre Docência em Psicologia na

UFRGS com o título “O questionário de ansiedade normal de Lykken em adolescentes e adultos

masculinos e femininos” em concurso realizado de 31 de outubro a 4 de novembro de 1966 na

Faculdade de Filosofia. Participaram da Comissão Julgadora os professores Álvaro Magalhães,

catedrático de História e Filosofia da Educação; Oscar Machado da Silva, catedrático em

Psicologia da Educação; Pe. Antonius Benko, Diretor do Instituto de Psicologia da PUCRJ;

Arrigo Leonardo Angelini, catedrático de Psicologia da Educação da USP; e Pedro Parafita de

Bessa, catedrático de Psicologia da Educação da UFMG (Gomes, Lhullier & Leite, 1999).

As primeiras linhas de pesquisa do PPGEDU eram as seguintes: Ensino e Currículo,

Planejamento da Educação, e Psicologia Educacional. Coincidência ou não, a denominação da

linha de Psicologia Educacional coincide com a Cátedra encabeçada por Oscar Machado na

Faculdade de Filosofia, de onde migraram vários dos primeiros professores da FACED. Essas

linhas de pesquisa do PPGEDU permaneceram até 1986, quando foram flexibilizadas, e revistas

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Psicologia na UFRGS 106

em 1996, por recomendação da CAPES, após processo de avaliação do Programa. Atualmente,

algumas dessas linhas ainda se aparentam com a Psicologia: Personalidade, Cultura, Psicanálise e

Educação; O Sujeito da Educação: Conhecimento, linguagem e Contextos; e Informática na

Educação.

Os professores que mais orientaram trabalhos relacionados à Psicologia no PPGEDU

foram Juan Mosquera, Juracy Marques e Euza Bonamigo, e essa produção teve seu ápice nas

décadas de 1970 e 1980. As principais áreas da psicologia representadas nas dissertações e teses

do PPGEDU dessa época são psicologia educacional, psicologia social, psicologia do

desenvolvimento, psicologia cognitiva (epistemologia genética) e psicologia diferencial. Diversos

trabalhos de cunho psicanalítico também foram defendidos no PPGEDU. No total, entre 1974 e

1989, foram defendidas no PPGEDU 81 teses e dissertações ligadas à Psicologia. Considerando-

se que cerca de 380 teses e dissertações foram defendidas naquele período, podemos dizer que a

psicologia estava presente em algo como 20% da produção do PPGEDU. De 1990 a 1999, o total

de trabalhos psicológicos foi de 47, representando pouco mais de 13% do total da produção do

PPGEDU no período. A data que arbitramos para dividir esses dois períodos, 1990, marca o

início do funcionamento dos cursos de pós-graduação ligados ao Instituto de Psicologia da

UFRGS. Esses dados permitem concluir que, até a criação desses programas, o PPGEDU

ocupava o nicho da formação pós-graduada em psicologia na UFRGS.

Outras relações entre o PPGEDU e o Instituto de Psicologia deram-se mediante a

matrícula de professores deste Instituto no Mestrado e Doutorado em Educação, entre as décadas

de 1970 e 1990. Encontra-se na Tabela 7 uma lista dos professores do Departamento de

Psicologia que cursaram o Mestrado e Doutorado em Educação na UFRGS. Afora o relevante

número de professores do Instituto de Psicologia, o PPGEDU também contribuiu formando

professores de outras unidades da UFRGS que vieram a lecionar e orientar trabalhos na área de

psicologia, como veremos mais adiante.

Psicologia em outros Programas de Pós-Graduação

Afora os próprios PPGs atrelados ao Instituto de Psicologia e o PPGEDU, teses e

dissertações ligadas à psicologia têm sido defendidas em outros programas de pós-graduação da

UFRGS. Através de um breve levantamento bibliométrico, nota-se que as áreas mais

representativas dessa tendência são as de Ciências do Movimento Humano, Medicina, e

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Psicologia na UFRGS 107

Bioquímica.

Os professores que mais orientaram dissertações no Programa de Pós-Graduação em Ciências do

Movimento Humano foram Benno Becker Jr., Claus Dieter Stobäus e Airton da Silva Negrine.

Ressalte-se que os dois primeiros professores cursaram o mestrado no PPGEDU, o que evidencia

uma vez mais o impacto desse programa na história da psicologia na UFRGS. Mais que isso, um

outro membro do corpo docente do PPG em Ciências do Movimento Humano foi Juan José

Moriño Mosquera. Hoje aposentado pela UFRGS, mas ativo na PUCRS, Mosquera foi, como já

vimos, um dos professores que mais orientaram dissertações relacionadas à psicologia no

PPGEDU nas décadas de 1970 a 1990. No Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas -

Bioquímica, o Professor Iván Izquierdo, referência internacional em estudos de neuroquímica da

memória, tem orientado vários trabalhos que perpassam os objetos de estudo da psicologia.

Tabela 7 – Dissertações e Teses defendidas no PPGEDU por Professores ligados ao

Departamento de Psicologia

M/D

Autor Título Ano Orientador

M Lea da Cruz Fagundes A psicogênese do conceito de superfície unilateral

1977 Juracy Cunegatto Marques

M Tânia Mara Galli Treinamento em grupos e mudanças num sistema organizacional

1978 Juracy Cunegatto Marques

M Lúcio Hagemann Perfil psicológico de alunos de psicologia e estereótipos profissionais

1979 Juan Jose Mouriño Mosquera

M Sergio Antonio Carlos A concepção do papel profissional do assistente social

1982 Juan Antonio Tijiboy

M Ruth Cabral Relação entre aspectos cognitivos e afetivo-emocionais da aprendizagem

1986 Zaida Grinberg Lewin.

D Cleci Maraschin O escrever na escola: Da alfabetização ao letramento

1995 Fernando Becker/ Margarete Axt

M Cleci Maraschin Processos cognitivos envolvidos na atividade de crianças de 4 a 6 anos com a linguagem Logo de programação

1986 Fernando Becker

M Lia Freitas A produção de ignorância na escola pública: uma análise crítica do ensino da língua escrita na sala de aula

1986 Fernando Becker

D Tânia Mara Galli Fonseca

Vozes e silencios do feminino: de mulher a operaria

1996 Guacira Lopes Louro

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Psicologia na UFRGS 108

Capítulo 9

Psicologia na UFRGS: Retrospectiva e Perspectiva

As trajetórias acompanhadas nesta narrativa implicam em um sentido para a história da

psicologia na UFRGS. Os resultados a que chegamos ao final da pesquisa que culmina neste

volume apontam para dois conjuntos iniciais de conclusões. O primeiro é de ordem interna à

universidade e o segundo refere-se ao contexto mais abrangente das políticas de ensino superior

no Brasil.

Na ordem do contexto universitário mais imediato, ressaltamos a relevância da Faculdade

de Filosofia, enquanto instituição formadora de uma massa crítica que influenciou a área de

psicologia em termos de corpo docente e cultura acadêmica. A Faculdade de Filosofia foi o berço

da primeira disciplina de psicologia e também a base para criação de serviços de psicologia

aplicada. Na reforma universitária, a psicologia fez parte do pequeno grupo de disciplinas

remanescentes da antiga Faculdade que deram corpo ao novo Instituto de Filosofia e Ciências

Humanas. Na verdade, dado o caráter original de abrangência da Faculdade de Filosofia,

podemos adiantar que esse grau de influência deve se estender a outras áreas de conhecimento

dentro da universidade. Assim, verifica-se que, apesar da dramaticidade retratada na manchete de

jornal sobre o fim da Faculdade de Filosofia, a sua importância permaneceu apesar da dispersão

provocada pelo desmembramento oficia l.

O contexto menos próximo, porém potencialmente mais influente (políticas públicas de

ensino superior), diz respeito ao impacto das sucessivas reformas pelas quais passou e tem

passado o ensino brasileiro. O caso da psicologia na UFRGS é exemplar. A matéria foi

introduzida em cursos normais no início do século XX, em função da legislação promulgada por

Benjamin Constant no final do século anterior. Por força da reforma do ensino superior no

governo Vargas, a Faculdade de Filosofia adotou os currículos da Universidade do Brasil, e assim

foi introduzida a disciplina na UFRGS.

Numa etapa em que essas instituições já haviam formado um grande número de

estudiosos da psicologia, o ensino superior no Brasil foi submetido a uma substantiva reforma.

Embora previsse a concentração de recursos humanos e materiais em um único departamento, a

reforma acabou por dispersar os grupos que se formavam em torno da estrutura anterior. Mais

recentemente, reformas administrativas internas à universidade ensejaram o fim de órgãos como

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Psicologia na UFRGS 109

o COESP. Assim, ressaltamos a importância do contexto político e burocrático para a

interpretação do histórico de disciplinas acadêmicas sujeitas às políticas públicas de ensino. Esse

efeito se exacerba em instituições públicas, como a UFRGS. Ressaltamos aqui que a

historiografia de disciplinas científicas e do seu ensino não pode ser considerada acabada sem a

consideração dessas condições, por mais que elas pareçam dissociadas da prática científica e

educacional. A missão do Departamento de executar indissociavelmente ensino, pesquisa e

extensão, iniciada em 1971, parecia completar-se em 1988. Quase imediatamente, a estrutura do

Departamento foi alterada tão expressivamente que ele já funcionaria como uma Unidade.

O Departamento de Psicologia parece sempre ter estado relativamente independente da

Unidade Acadêmica a que dizia respeito, em diversos âmbitos, a começar pelo geográfico. Essa

independência de fato, traduzida na setorização do Departamento, efetivou-se, de direito, em

1996, quando nasceu uma nova Unidade Acadêmica: o Instituto de Psicologia. Aparentemente,

tão logo o Departamento de Psicologia cumpriu a totalidade das suas funções (ensino, pesquisa e

extensão), a expansão e relativa autonomia de sua estrutura praticamente impuseram a sua

transformação em Unidade Acadêmica. A trajetória do Departamento de Psicologia revela uma

subunidade acadêmica submetida às condições burocráticas, inclusive demonstrando

descontentamento quando do descumprimento de normas, como no caso das disciplinas da

FACED. Ressalte-se que, no caso, a interpretação literal da norma não teria sido o melhor

encaminhamento.

A Psicologia no Brasil e a Psicologia na UFRGS

A história da psicologia no Brasil foi marcada por diferentes períodos, delimitados em

virtude de desenvolvimentos científicos, profissionais e legais (Pessotti, 1988). O ensino de

psicologia na UFRGS acompanhou a maioria desses movimentos. Durante o período

universitário, haviam as Cátedras na Faculdade de Filosofia e Economia. Próximo ao final desse

mesmo período, às vésperas do reconhecimento da profissão, o Departamento de Psicologia

Clínica prestava serviços psicológicos. Entretanto, quando se chegou a um dos marcos dessa

história, o reconhecimento da profissão de psicólogo em 1962, o movimento não fo i prontamente

acompanhado como ocorrera em outras universidades, que imediatamente criaram cursos de

graduação.

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Psicologia na UFRGS 110

O caráter meramente executivo, de realização das tarefas de ensino, burocráticas e

administrativas, predominou em detrimento da inovação, seja pela precariedade de meios, ou pela

limitação no poder de decisão do departamento. Assim, as orientações teóricas e práticas

priorizavam as tradicionais áreas de aplicação da Psicologia em detrimento de convicções

filosóficas e educacionais. Desde o antigo Departamento de Psicologia Clínica de 1954, até a

primeira fase do funcionamento do novo Departamento e do curso de graduação, a Psicologia na

UFRGS era tratada com ênfase em aspectos instrumentais, de aplicação do conhecimento

psicológico a situações sociais, pedagógicas ou empresariais. Essa tendência era reafirmada na

orientação filosófica do curso, elaborada em 1976, que enfatizava a saída da Psicologia dos

laboratórios para os contextos sociais de aplicação.

Os professores mais antigos do Departamento de Psicologia formaram-se no contexto do

período universitário da Psicologia no Brasil (Pessotti, 1988), e muitos já estavam em atividade

na área quando a profissão foi reconhecida. Os esforços no sentido da consolidação da profissão

de psicólogo giravam em torno da comprovação da utilidade social do psicólogo profissional,

com áreas de atuação bem definidas. Até então, a formação do corpo docente provinha de outros

cursos em que a Psicologia fazia parte do currículo, como o de Filosofia. Além disso, eles

trabalhavam em instituições que ofereciam serviços de Psicologia, sendo muitas vezes eles

próprios os pioneiros na implantação de serviços e laboratórios de Psicologia em instituições de

ensino, empresas públicas e privadas.

Nos documentos concernentes à criação do curso nota-se a preocupação com um currículo

eminentemente profissionalizante, condizente com as orientações da reforma universitária. O

motivo alegado para a UFRGS ter o seu curso de Psicologia era a demanda estudantil, e os

critérios de orientação curricular eram os do mercado de trabalho. Na visão dos envolvidos, o

mercado esperava da universidade o fornecimento de profissionais tecnicamente competentes. A

forma e o conteúdo dos programas iniciais do curso de Psicologia da UFRGS refletiam um

respeito à tradição brasileira que enfatizava a aplicação da Psicologia. Tal tradição, em última

instância, havia influenciado as formações dos próprios professores que elaboraram aqueles

programas. As áreas de clínica, escolar e industrial (ou do trabalho) eram citadas nos respectivos

documentos como “as” divisões tradicionais da Psicologia. É interessante notar que, num desses

documentos, é citada a definição de atividades do psicólogo pela Classificação Internacional de

Ocupações. Tal definição considerava como áreas de especialização para um psicólogo: clínica,

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Psicologia na UFRGS 111

pedagógica, industrial, experimental e social. Outrossim, as ênfases profissionais do curso da

UFRGS contemplavam apenas as três primeiras, em detrimento das áreas experimental e social.

De todas elas, a área experimental era aquela mais prontamente identificável com a prática de

pesquisa científica. Possivelmente a Psicologia experimental fosse igualada à pesquisa em

laboratório, apontada naqueles mesmos documentos como um estágio histórico anterior ao da

aplicação

O debate teórico e científico traz as marcas do esforço para a implementação da

Psicologia como profissão, refletida na formação de origem dos primeiros professores.

Aparentemente, uma geração ocupou-se de organizar o Departamento e mais adiante fazer o

curso de graduação funcionar. Isso tudo apesar das dificuldades inerentes à organização

burocrática e à dotação orçamentária da universidade pública. Mais que isso, foi necessário

superar alguns mitos. Pessoas estranhas à Universidade Federal acreditavam, por exemplo, que o

curso de Psicologia da UFRGS não formava psicólogos, apenas licenciados em Psicologia; ou

que não abrangia a área clínica, limitando-se às áreas de trabalho e escolar.

A relação entre o curso de Psicologia da UFRGS e o seu precedente em Porto Alegre, o da

PUCRS, não conformava rivalidade ou cordialidade. Segundo professores entrevistados, os

alunos e professores da PUCRS aparentemente não se importavam com a existência do curso da

Universidade Federal. Não há registro de eventos oficiais em que os dois cursos estivessem

integrados. No entanto, deve-se relevar que boa parte dos professores de Psicologia da UFRGS

formaram-se em algum curso da PUCRS, fosse no de graduação, a partir de 1962, ou no

programa anterior, de especia lização. Outra interação documentada encontra-se no primeiro

currículo de Psicologia da UFRGS, elaborado pelo professor Anúncio Caldana, que então

graduava-se em Psicologia na PUCRS. Aquele projeto, que foi finalmente avaliado e alterado

pelo Departamento de Psicologia antes do funcionamento do curso, propunha, em comum com o

curso da PUCRS, a submissão dos candidatos a exame psicotécnico. Tal exigência foi revogada

em função de uma portaria ministerial que impedia aquele tipo de avaliação em universidades

federais.

O impacto da Reforma Universitária

O ensino de Psicologia na UFRGS teve um marco inicial nas Cátedras de Psicologia Geral

e Psicologia Educacional. Os últimos titulares, quando da extinção da Faculdade de Filosofia,

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Psicologia na UFRGS 112

eram respectivamente Nilo Maciel e Oscar Machado. Um e outro lideraram grupos independentes

que se distribuíram pela universidade após a reforma do ensino. Aliás, parece existir nas

universidades em diferentes partes do mundo uma tendência na separação entre psicologias

aplicadas à educação e psicologias gerais.

As assistentes de Oscar Machado, Ida Silveira e Ana Iris do Amaral, bem como as

Professoras Graciema Pacheco e Juracy Marques, foram para a recém-criada Faculdade de

Educação. No PPGEDU, coordenado por Juracy Marques, uma das linhas de pesquisa era

justamente a de Psicologia Educacional. De fato, a Cátedra de Psicologia Educacional teve sua

herança muito claramente direcionada à Faculdade de Educação, onde se fez presente nos cursos

de graduação e pós-graduação.

A Cátedra de Psicologia Geral, por seu turno, não legou tão claramente um departamento

ou um curso, mas fixou-se no órgão de Psicologia Aplicada (o COESP). Esse destino combinaria

com a origem do seu último titular, Nilo Maciel, que estabeleceu serviços de Psicologia em

diversas empresas. Tampouco o assistente de Maciel, Arthur Saldanha, privilegiou o ensino, tanto

que permaneceu à frente do COESP, designando uma substituta sua para o Departamento de

Psicologia.

Enquanto esses dois grupos se aglutinaram após a reforma, o Departamento de Psicologia

foi criado de forma aparentemente artificial, em virtude de desígnios burocráticos. O

Departamento foi assumido por quem não se afiliou a algum dos grupos que se formaram

naturalmente em virtude da “diáspora” da Faculdade de Filosofia. Ele foi formado por alguns

professores da Faculdade de Filosofia que não priorizaram a prestação de serviços, e outros da

área de Educação Física.

Com a reforma, a Psicologia acabou se distribuindo em diversas unidades da UFRGS,

partindo das cátedras iniciais na Filosofia. No Departamento de Estudos Básicos e no Programa

de Pós-Graduação em Educação; no Departamento de Ciências Administrativas (Faculdade de

Economia); no Centro de Orientação e Seleção Psicotécnica, órgão de extensão; e no

Departamento de Psicologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. A reforma

universitária visava à integração de todos os recursos de uma área em um departamento

responsável pelo ensino, pesquisa e extensão. Na prática, a não-duplicação de meios para fins

equivalentes simplesmente não vingou, pelo menos na Psicologia. Enquanto a extensão

universitária ficou claramente com o COESP, “o órgão extensionista da UFRGS”, a pesquisa era

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Psicologia na UFRGS 113

realizada desde 1972 na pós-graduação em educação. Coube ao Departamento priorizar o ensino

de Psicologia em cursos que a requisitassem, mesmo assim havendo casos de disciplinas

psicológicas ministradas por outros departamentos. Mais adiante, seria o Departamento

responsável por consolidar o curso de graduação em Psicologia.

A Pós-Graduação

A legislação da reforma universitária já previa o desenvolvimento da pós-graduação em

cursos de mestrado e doutorado. Por exemplo, quase simultaneamente à criação da FACED, já se

ensejava a criação do PPGEDU. Apesar disso, o estabelecimento de um programa de pós-

graduação ocorreu mais de quinze anos após a instalação do Departamento de Psicologia. A falta

de iniciativas nesse sentido poderia ser atribuída à cultura universitária que marcou a formação

dos professores mais antigos do Departamento. O reflexo desse desenvolvimento é vislumbrado

nas ênfases na profissionalização e na aplicabilidade (utilidade) da prática psicológica no meio

social, recitadas enquanto justificativa para a instalação do curso na UFRGS. A cultura de

valorização da pós-graduação institucionalizada, em cursos de mestrado e doutorado, apenas

estabeleceu-se a partir da própria reforma universitária. Antes disso, a pós-graduação em

Psicologia no Brasil limitava-se a especializações profissionalizantes ou concursos de livre-

docência (Biaggio, 1992).

A produção de pós-graduação em psicologia na UFRGS tivera início com os trabalhos do

PPGEDU, nos anos 1970. Ao final da década de 1980, com a criação do primeiro PPG ligado ao

Departamento de Psicologia, a primazia do PPGEDU nessa área começou a declinar. Essa

tendência é semelhante àquele movimento anteriormente descrito, relativo aos estudos de

graduação em psicologia nos anos 1950, quando a formação em psicologia era buscada na

Faculdade de Filosofia. As coincidências continuam quando analisamos a trajetória do corpo

docente: assim como os primeiros professores do curso de graduação eram em grande parte

formados pela Faculdade de Filosofia, vários professores do atual Instituto de Psicologia

realizaram seus estudos de pós-graduação no PPGEDU. Assim, a importância desse programa

encontra-se preservada na forma de influência na formação de quem trabalha atualmente no

Instituto de Psicologia.

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Psicologia na UFRGS 114

Epílogo

O atual Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul já formou

683 psicólogos em 30 anos de curso de graduação, e completa 32 anos de atividade desde a época

do Departamento. Foram instalados, entre 1987 e 2003, três cursos de pós-graduação stricto

sensu: um Mestrado e um Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento, e um Mestrado em

Psicologia Social. Foram defendidas mais de 160 dissertações de mestrado no Programa de

Psicologia do Desenvolvimento. No doutorado, inaugurado em 1997, mais de 20 teses foram

defendidas até a presente data. O Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e

Institucional, criado em 1998, já teve mais de 20 dissertações defendidas até março de 2003. Os

mestres e doutores oriundos dos programas de pós-graduação do Instituto de Psicologia da

UFRGS têm se empregado em vários programas de graduação e pós-graduação no estado e no

país. Um curso de especialização em Psicologia Clínica foi criado junto à Clínica de Atendimento

Psicológico. O periódico Psicologia: Reflexão e Crítica tem sido editado regularmente nos seus

18 anos de atividade, publicando artigos científicos de autoria dos principais pesquisadores

brasileiros nas mais diversas áreas da Psicologia. Essa revista é indexada nas principais bases de

consulta internacionais, recebeu nota máxima nas duas avaliações de periódicos de psicologia já

realizadas pela CAPES e é uma das mais importantes do país na área de Psicologia.

Em 1996, o Departamento foi transformado em Instituto de Psicologia. O Instituto surgiu

dividido em três departamentos, respeitada a última estrutura setorial do antigo departamento:

Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade; Psicologia Social e Institucional; e

Psicanálise e Psicopatologia. As linhas de pesquisa desenvolvidas nesses três departamentos, em

geral ligadas aos Programas de Pós-graduação, produzem plenamente, através de grupos e

projetos de pesquisa.

Quanto às condições legais e burocráticas que enredaram os primeiros anos de

funcionamento do Departamento de Psicologia, é de se esperar que aquelas dificuldades não

sejam novamente experimentadas, dado que a atual estrutura da universidade já parece estar

devidamente consolidada e assimilada pelos envolvidos: docentes, alunos e funcionários.

O ensino de graduação em psicologia no Brasil passou por uma abissal expansão nas

décadas de 1970 e 1980. A Psicologia até recentemente era considerada por muitas instituições

como um “curso de giz e quadro-negro”. Um curso desses, que aparentemente não demanda altos

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Psicologia na UFRGS 115

investimentos em laboratórios ou qualificação docente, embora seja sempre um dos mais

procurados nos concursos vestibulares, é geralmente um dos primeiros a ser instalado por

instituições de ensino superior. Contudo, o ensino de graduação em Psicologia deve experimentar

em breve as conseqüências da avaliação das Condições de Oferta e do Exame Nacional de Cursos

(Provão), criados em 1996 e estendidos a esta área no ano 2000. O procedimento pontual de

reconhecimento de cursos pelo Conselho Federal de Educação foi substituído por um processo de

avaliação externa sistemática e continuada, elaborada por exigentes Comissões de Especialistas.

Os formandos em psicologia da UFRGS obtiveram a terceira maior média no país, e a primeira

entre as Universidades Federais no Provão do ano 2000. As condições de oferta do curso têm

sido avaliadas com conceito “A” pela comissão de especialistas desde o início dessa modalidade

de avaliação.

A história da Psicologia na UFRGS é na verdade uma ilustração da gestão universitária

em uma instituição pública. A trajetória de uma disciplina, departamento ou unidade é marcada

pela mentalidade dos seus fundadores. Mudanças de concepções e orientações são dificultadas

pelo efeito da escolha de semelhantes, e pela inércia da manutenção do status quo. Essas

dificuldades parecem acentuar-se em instituições públicas, nas quais a autonomia e estabilidade

das partes diluem o processo decisório. Por outro lado, é essa mesma condição que enseja o

exercício do debate e da liberdade acadêmica. Desta forma, as mudanças, quando acontecem,

decorrem de movimentos inesperados, como a contração de um docente, que contrariando a regra

dos assemelhados, subverte a ordem, reorganizando o grupo e abrindo novas frentes de ação.

Nesta história, evidencia-se um movimento autocorreção de rumos, decorrente do conflito

entre instâncias e do debate entre pares. No caso da Psicologia, prevaleceu o debate e o

contraditório, permitindo a construção de uma agenda que inclui de modo articulado o ensino, a

pesquisa e a extensão, e a pluralidade de métodos e teorias. Na síntese histórica, foram cátedras

transformadas em departamentos, e departamentos transformados em unidades. Neste sentido, a

psicologia é hoje uma área amadurecida na estrutura da própria universidade, e consolidada,

pelos resultados alcançados, no contexto científico nacional.

No momento, as perspectivas de crescimentos, considerando a realidade nacional, são

animadoras. Há um projeto de expansão de espaço físico em andamento, duramente negociado

com a Faculdade Medicina. Este projeto trata da ocupação por parte da Psicologia do prédio

conhecido como Ciclo Básico, agora oficialmente denominado de Prédio do Instituto de

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Psicologia na UFRGS 116

Psicologia. Tal ampliação permitirá a expansão da biblioteca, laboratórios, gabinetes, salas de

aulas, e construção de auditório. Do mesmo modo, tem havido aumentos de vagas docentes para

os três departamentos. Tais avanços permitirão a prestação de mais e melhores serviços, o

fortalecimento da pesquisa, e o atendimento a maior contingente de alunos, na diversidade dos

cursos oferecidos em todos os níveis de ensino.

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Psicologia na UFRGS 117

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HAGEMANN, L. Perfil psicológico de alunos de psicologia e estereótipos profissionais. 1979.

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Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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Filosofia e Ciências Humanas, edição comemorativa. Porto Alegre: Editora da Universidade,

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LEITE, L. O. Curso de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). In:

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MAGGIE, Y. Graduação e pós-graduação em ciências humanas no Brasil: desafios e

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OLIVEN, A. C. Resgatando o significado do departamento na universidade brasileira. In:

Martins, C. B. (Ed.). Ensino superior brasileiro: transformações e perspectivas. São Paulo:

Brasiliense, 1989. p.49-66. In: Conselho Federal de Psicologia. Quem é o psicólogo

brasileiro? São Paulo: Edicon, 1988. p.17-31.

RAYMUNDO, M. G. B.; HAUSEN, D. C. A história da Faculdade de Psicologia: 45 anos. Psico,

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SCHROEDER, H. B. História do Centro Psicotécnico do Instituto de Psicologia Monografia não

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Psicologia na UFRGS 119

SCHROEDER, H. B.; JOÃO, F. Síntese histórica do Instituto de Psicologia. Monografia não

publicada. 1990. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

SILVEIRA, A. C.; LHULLIER, C.; GAUER, G.; GOMES, W. B. A Influência da Psiquiatria e

da Psicanálise na Construção da História da Psicologia no Estado do Rio Grande do Sul. In:

SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRGS, 14, 2002, Porto Alegre. Livro de

Resumos. Porto Alegre: Editora da UFRGS.

SOARES, M. P.; DINIZ DA SILVA, P. P. Memória da Universidade Federal do Rio Grande do

Sul: 1934-1964. Porto Alegre: Editora da Universidade, 1992. 234p.

SOUZA, E. L. P. Etapas e crises de crescimento da classe de psicólogos no Rio Grande do Sul.

Revista da Sociedade de Psicologia do RGS, v.10, p.5-11, 1980.

VIANNA, L. D. A nova estrutura acadêmica da UFRGS: primeiro ensaio de dimensionamento.

Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1971. 114p.

ZUCCO, C. (1996). Relação entre pós-graduação e graduação: a pós-graduação no contexto

histórico-educacional. In: Comissão de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior.

Discussão da pós-graduação brasileira. Brasília: Editora da UnB, 1996. p. 79-90.

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Psicologia na UFRGS 120

Anexos

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Psicologia na UFRGS 121

Anexo I Fontes Primárias Utilizadas na Pesquisa

Fontes Primárias Documentais

As seguintes fontes documentais foram consultadas para a constituição da narrativa da

história do Departamento e do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do

Sul. Os documentos rela tivos a processos e pareceres foram consultados nos Arquivos do

Departamento de Psicologia e do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS. As

publicações citadas encontram-se nas Bibliotecas Setorial de Psicologia, Setorial de Ciências

Sociais e Humanas, e na Biblioteca Central da UFRGS.

? Regimento Interno do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, aprovado pelo Conselho Universitário em 30 de dezembro de 1964.

? Relatório do I Seminário de Reforma da Universidade do Rio Grande do Sul, realizado de

24 a 27 de Agosto de 1961 pela FEURGS – Federação dos Estudantes da Universidade do

Rio Grande do Sul.

? Diretrizes para uma reforma universitária, publicação do Diretório Central de Estudantes -

UFRGS, gestão 1965-66.

? Diretrizes para uma reforma estrutural da UFRGS, Comissão de Planejamento da

UFRGS, Novembro de 1963.

? Plano de Reestruturação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, elaborado pela

Comissão de Planejamento da UFRGS, 16/06/1967.

? Processo No. 23.938/72, que propõe a criação do curso de psicologia na UFRGS.

? Processo No. 29.354/72, que solicita a implantação do curso de psicologia na UFRGS.

? Processo No. 5602/79, do reconhecimento do curso de psicologia da UFRGS.

? Parecer No. 6752/78 da comissão do Conselho Federal de Educação sobre as condições

de funcionamento do curso de psicologia da UFRGS.

? Atas das reuniões plenárias do Departamento de Psicologia de 1971 a 1980.

? Atas das reuniões do colegiado do Departamento de Psicologia de 1981 e 1982.

? Atas das reuniões do Conselho Departamental do Instituto de Filosofia e Ciências

Humanas de 1971 a 1978.

? Correspondência do Diretor do IFCH para o DP de 1971 a 1979.

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Psicologia na UFRGS 122

? Processo No. 23078.202768/93-36, de 11/11/1993, que propõe a criação do Instituto de

Psicologia (aprovado pelo COCEP em 14/06/1995).

? Currículos de cursos de graduação da UFRGS, de 1974 a 1995.

? Catálogos de cursos de pós-graduação da UFRGS, 1988/89 e 1989/90.

Fontes Testemunhais

Foram entrevistados personagens direta ou indiretamente ligados à história do então

Departamento, hoje Instituto de Psicologia da UFRGS. As entrevistas ocorreram entre Dezembro

de 1998 e Novembro de 2000, tendo sido realizadas nas residências dos depoentes ou nas

dependências do Instituto de Psicologia da UFRGS.

? Arthur de Mattos Saldanha (n1930) – Professor do IFCH, Diretor do Departamento de

Psicologia Clínica e do COESP até 1988, quando se aposentou.

? Jurema Alcides Cunha (1925-2003) – Foi professora da antiga faculdade de Filosofia e da

PUCRS. Especialista em avaliação psicológica, é autora de diversas obras sobre

psicodiagnóstico

? Nilo Antunes Maciel (1920-1993) – Último catedrático de Psicologia da Faculdade de

Filosofia. Pioneiro na aplicação da psicologia em empresas, criou o Departamento de

Psicologia Clínica da UFRGS, futuro COESP, em 1954.

? Graciema Pacheco (1910-1999) – Professora da Faculdade de Filosofia e da Faculdade de

Educação. Foi Diretora do Colégio de Aplicação do curso de Pedagogia, e Presidente da IIIª

Câmara de Ensino do COCEP – Filosofia e Ciências do Homem.

? José Carlos Fenianos (1930-2003) – Professor do Departamento de Psicologia até 1990;

primeiro Chefe do Departamento de Psicologia da UFRGS, eleito ao cargo por outras duas

oportunidades.

? Odair Perugini de Castro (n1922) – professora do Departamento de Psicologia de 1971 a

1992; Chefe do Departamento por seis mandatos; representante do DP na COMCAR/FCH.

? Manoel Leão (n1925) – Professor, membro da Comissão de Planejamento encarregada da

implantação das diretrizes da reforma universitária na UFRGS.

? Luis Carlos de Mesquita Rothmann – Professor do Departamento de História do

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Psicologia na UFRGS 123

IFCH/UFRGS; coordenador pro-tempore do IFCH em 1971 e Diretor do mesmo Instituto de

1971 a 1975.

? Liliane Seide Froemming (n1952) – Aluna da primeira turma do curso de psicologia da

UFRGS, em 1973, representante discente nas reuniões do DP entre 1977 e 1978. Atual

professora (desde 1986) do Departamento de Psicanálise e Psicopatologia do Instituto de

Psicologia (IP) da UFRGS.

? Cláudio Simon Hutz (n1948) – Atual professor (desde 1977) do Departamento de Psicologia

do Desenvolvimento e da Personalidade e do Programa de Pós-graduação (PPG) em

Psicologia do Desenvolvimento do IP/UFRGS. Diretor do Instituto de Psicologia da UFRGS

de 1998 a 2002.

? William Barbosa Gomes (n1946) – Atual professor (desde 1985) do Departamento de

Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade e do PPG em Psicologia do

Desenvolvimento, do qual é o atual Coordenador.

? Francisco Pedro de Souza – professor de Psicologia Aplicada à Administração na Faculdade

de Economia entre 1958 e 1985.

? Edela Lanzer de Souza – professora da Faculdade de Economia e da Faculdade de Educação

entre 1958 e 1985.

? Lúcio Hagemann (n1935) – professor do DP entre 1971 e 1991; posteriormente assessor do

gabinete do Reitor da UFRGS.

? Fernando Ferreira Lopes (1935-2001) – Professor do DP entre 1971 e 1993, tendo sido

Coordenador da Comissão de Carreira e Presidente da III Câmara.

? Léa da Cruz Fagundes (n1930) – Professora da Faculdade de Educação e do Departamento de

Psicologia, coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC).

? Martha Dominga Brizio de Ferrari (1939) – professora do DP desde 1977; coordenadora da

Clínica de Atendimento Psicológico do IP/UFRGS até 1998.

? Sérgio Antônio Carlos – professor do DP desde 1982; atual professor do Departamento de

Psicologia Social e Institucional e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e

Institucional do IP.

? Rosane Giacomelli – Secretária do Departamento de Psicologia desde 1981, atualmente

Secretária do Instituto de Psicologia.

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Psicologia na UFRGS 124

Anexo II Lista de Artigos publicados entre 1971-1981 na Revista do IFCH:

Seção do Departamento de Psicologia

Número Autores Títulos

No. 1, 1973 Arthur de Mattos Saldanha &

Fernanda Marques Fernandes

Gottschall

Disciplina de Psicologia da Expressão – uma experiência na

Universidade Brasileira

No. 2, 1974 Cyro Martins Vicissitudes edípicas do crescimento humano.

No. 3, 1975 Odair Perugini de Castro

Yeda Roesch da Silva

Características gerais do condutismo

Doença mental é uma doença como as outras

No. 4, 1976 Antonio Battro As geometrias projetivas visuais na criança e no adulto nos

grandes espaços: uma generalização da lei de Thoulers da

constância das grandezas

No. 5, 1977 Lúcio Hagemann

Anuncio João Caldana

Motivação, necessidade de definição profissional e o sistema de

vestibular unificado

A consciência moral no espaço psicológico

No. 6, 1978 Lúcio Hagemann

José Luiz Caon

José Carlos Fenianos

Odair Perugini de Castro

Psicologia, psicanálise e educação

Psicoterapia para classes populares

Unidade e diversidade na formação do psicólogo: considerações

em torno de uma política de formação de psicólogos

Aspectos da psicologia na instituição escolar

No. 7/8,

1979/1980

José Luiz Caon O professor: seu poder, sua classe, seus conflitos e seus papéis,

vistos sob alguns ângulos do psicólogo

No. 9, 1981 Annuncio João Caldana

Doralício Siqueira Filho

José Luiz Caon

Léa da Cruz Fagundes

Paulo Roberto Ferrari Mosca

Sérgio Spritzer

Consciência e culpa

Treinamento de avaliadores de desempenho em relações

interpessoais

Sobre a conceptualização da psicologia clínica: uma reflexão

inicial

Desenvolvimento cognitivo da criança

Perspectiva cognitiva nos estudos sobre aquisição da linguagem

– alguns problemas para discussão

A teoria psicogenética e o desenvolvimento neuropsicológico da

criança

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Psicologia na UFRGS 125

Terezinha M. Vargas Flores Adaptação biológica e adaptação cognitiva

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Psicologia na UFRGS 126

Anexo III Lista dos artigos publicados entre 1973-1975 nos

Cadernos de Psicologia Aplicada COESP – UFRGS ALVES, Porcia Guimarães et alii (1975). Adolescentes; tipo de trabalho remunerado e correlações. Vol.3 nº3, 195-208 ANGELINI, Arrigo Leonardo (1975). Aspectos atuais da profissão de psicólogo no Brasil. Vol.3 nº1, 35-52 FARIA, Carlos Gari et alii (1973). Defesas grupais contra a ansiedade em uma instituição de pacientes crônicos. Vol.1 nº1, 49-60 FARIA, Carlos Gari et alii (1975). Uma visão institucional do trabalho do orientador educacional na escola. Vol.3 nº3, 171-82 GALLUF, Denise (1974).Técnicas de modelação social e seu uso no aconselhamento. Vol.2 nº2, 107-11 GOTTSCHAL, Fernanda Marques Fernandes (1975). Guerreiros, touros e pedras: símbolos sagrados e arquetipais na escultura de Francisco Stoc-Kinger. Vol.3 nº2, 113-24 MARQUES, Juracy C (1974). Tendências no campo da educação e papéis do psicólogo. Vol.2 nº2, 89-100 MARTINS, Romanita (1975). Jung e a psicologia da arte. Vol.3 nº2, 137-44 MAYA, Paulo Valério (1975). Jung; dados biográficos. Vol.3 nº2, 125-33 MENDONÇA, Maria de Lourdes Azevedo & TEIXEIRA, Maria Regina Marques (1974). Documentação admnistrativa. Vol.2 nº1, 29-36 MOSQUERA, Juan José Mouriño (1975). A comportamentalização do conceito de personalidade; uma abordagem neo-behaviorista. Vol.3 nº1, 53-64 MOSQUERA, Juan José Mouriño (1974). Novos enfoques na teoria do estímulo-resposta; Albert Bandura-Robert Sears. Vol.2 nº1, 37-50 OBINO, Aldo (1975). Jung e sua centúria. Vol.3 nº2, 145-47 OÑATIVIA, Oscar Venancio (1974). Gestalt, Ungelstalt e Gestaltung; uma aproximação aos problemas perceptivos da Arte. Vol.2 nº1, 51-67 OÑATIVIA, Oscar Venancio (1973). Enfoque genético evolutivo de la percepción y su relación dinámica. Vol.1 nº2, 103-30

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Psicologia na UFRGS 127

SALDANHA, Arthur de Mattos (1974). A atmosfera organizacional e o bem-estar psíquico dos contribuintes individuais. Vol.2 nº2, 85-88 SALDANHA, Arthur de Mattos (1975). A leitura como fator de promoção humana no desenvolvimento organizacional. Vol.3 nº1, 13-34 SALDANHA, Arthur de Mattos (1975).A “Terra Mater”, a “Humi Positio” e os arquétipos da mente. Vol.3 nº2, 105-12 SALDANHA, Arthur de Mattos (1975). Diagrama da teoria Junguiana. Vol.3 nº2, 103 SALDANHA, Arthur de Mattos (1973). Plano de ensino; uma sugestão de procedimentos em psicologia do processo de aprendizagem. Vol.1 nº2, 91-96 SALDANHA, Arthur de Mattos (1974). Psicologia social y psicología aplicada a la vida social; en la Universidad Federal do Rio Grande do Sul. Vol.2 nº1, 15-28 SALDANHA, Arthur de Mattos (1975).Um conceito de psicologia organizacional. Vol.3 nº3, 165-69 SALDANHA, Louremi Ercolani (1973). Relato de um caso de pesquisa.Vol.1 nº1, 61-72 SALDANHA, Arthur de Mattos & FERNANDES, Fernanda S. M. (1973). Psychology of expression. Vol.1 nº1, 13-16 SCHROEDER, Helade Beatriz (1975). Relato de uma experiência em seleção psicotécnica no Território Federal de Rondônia. Vol.3 nº3, 183-91 SOUZA, Edela Lanzer de (1973). Uma experiência de D.O na UFRGS. Vol.1 nº2, 97-102 SOUZA, Edela L. Pereira de (1974). Modelos de processos de mudança. Vol.2 nº2, 101-105 STUBBS, Roy Charles (1975). Definição de problemas. Vol.3 nº3, 211-28 TEITELBAUM, Suely & PUGA, Itala M. Suarez de (1973). Psicologia escolar – relato de nossa experiência. Vol.1 nº1, 17-28 TODOROV, João Cláudio e TRISTÃO, Gilberto (1975). Sistema personalizado de ensino; bases psicológicas e abordagem adminstrativa. Vol.3 nº1, 65-71 VAZ, Cícero Emidio (1973). Esquizofrenia forma paranóide num teste e reteste de Rorshach. Vol.1 nº1, 29-47

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Psicologia na UFRGS 128

Anexo IV Currículo do Curso de Psicologia de 1974 a 1977

Psicologia – Habilitação: Psicólogo

CÓDIGO DISCIPLINA PERÍODO 1º 2º

PRÉ-REQUISITOS

EQUIVALÊNCIA C/H CRE

SEMESTRE 01

HUM 464 ESTUDO DE PROBLEMAS BRASILEIROS I

X X 2 2

HUM 460 INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA X X 4 4 HUM 180 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA X X 6 6 HUM 221 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA X - 4 4 HUM 222 PSICOLOGIA GERAL X - 4 4

SEMESTRE 02

HUM 229 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL I - X HUM 222 4 4 HUM 216 PSICOLOGIA DO

DESENVOLVIMENTO I - X HUM 222 4 4

HUM 218 METODOLOGIA DA PESQUISA PSICOLÓGICA I

- X 3 3

HUM 226 PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO - X HUM 222 4 4 MAT 210 ESTATÍSTICA I - X 5 5 BIO 342 FISIOLOGIA I - X 4 4

SEMESTRE 03

HUM 217 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO II

X - HUM 216 4 4

HUM 230 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL II X - HUM 229 4 4 HUM 219 METODOLOGIA DA PESQUISA

PSICOLÓGICA II X - HUM 218 3 3

HUM 227 PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE I X - HUM 222 4 4 MAT 211 ESTATÍSTICA II X - MAT 210 5 5 HUM 223 PSICOLOGIA SOCIAL I X - HUM 222 4 4 BIO 343 FISIOLOGIA II X - BIO 342 4 4

SEMESTRE 04

HUM 231 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL III - X HUM 230 4 4 HUM 220 METODOLOGIA DA PESQUISA

PSICOLÓGICA III - X HUM 219 3 3

HUM 228 PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE II - X HUM 227 4 4 HUM 224 PSICOLOGIA SOCIAL II - X HUM 223 4 4 HUM 232 PSICOLOGIA DAS RELAÇÕES

HUMANAS I - X 3 3

HUM 234 PSICOLOGIA ESCOLAR E DA APRENDIZAGEM I

- X HUM 217 4 4

BIO 344 FISIOLOGIA III - X BIO 343 4 4

SEMESTRE 05

HUM 233 PSICOLOGIA DAS RELAÇÕES HUMANAS II

X - HUM 232 4 4

HUM 235 PSICOLOGIA ESCOLAR E DA APRENDIZAGEM II

X - HUM 234 4 4

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Psicologia na UFRGS 129

HUM 225 PSICOLOGIA SOCIAL III X - HUM 224 4 4 HUM 236 TÉCNICA DE EXAME PSICOLÓGICO X - 90 créditos 5 5 MED 807 PSICOPATOLOGIA GERAL I X - BIO 344 4 4

SEMESTRE 06

HUM 239 DINÂMICA DE GRUPO I - X HUM 233 4 4 HUM 237 PSICOLOGIA DA LINGUAGEM E DA

COMUNICAÇÃO - X HUM 225 4 4

MED 808 PSICOPATOLOGIA GERAL II - X MED 807 4 4 HUM 241 TÉCNICAS PSICOMÉTRICAS I - X 90 créditos 4 4 HUM 238 PSICOLOGIA DO TRABALHO - X 90 créditos 4 4 HUM 243 PSICOLOGIA DO EXCEPCIONAL I - X HUM 235 4 4

SEMESTRE 07

HUM 240 DINÂMICA DE GRUPO II X - HUM 239 4 4 HUM 244 PSICOLOGIA DO EXCEPCIONAL II X - HUM 243 4 4 HUM 247 SELEÇÃO E ORIENTAÇÃO

PROFISSIONAL X - HUM 238 4 4

HUM 248 TEAP I X - HUM 236 e 241

4 4

HUM 245 TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS I

X - HUM 236 e 241

4 4

HUM 242 TÉCNICAS PSICOMÉTRICAS II X - HUM 241 5 5

SEMESTRE 08

HUM 249 TEAP II - X HUM 248 4 4 HUM 246 TEORIAS E TÉCNICAS

PSICOTERÁPICAS II - X HUM 245 4 4

HUM 252 TÉCNICAS PROJETIVAS I - X HUM 245 4 4 HUM 254 MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO E

DIAGNÓSTICO EM PSICOLOGIA I - X HUM 245 4 4

HUM 256 PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL I - X HUM 238 4 4 HUM 258 TÉCNICA DE RORSCHACH I - X 160

créditos 4 4

SEMESTRE 09

HUM 250 TEAP III X - HUM 249 4 4 HUM 255 MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO E

DIAGNÓSTICO EM PSICOLOGIA II X - HUM 254 4 4

HUM 253 TÉCNICAS PROJETIVAS II X - HUM 252 4 4 HUM 260 PSICOLOGIA DE APOIO E

REEDUCATIVA I X - 120

créditos 4 4

HUM 257 PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL II X - HUM 256 4 4 HUM 259 TÉCNICA DE RORSCHACH II X - HUM 258 4 4

SEMESTRE 10

HUM 251 TEAP IV - X HUM 250 4 4 HUM 261 PSICOLOGIA DE APOIO E

REEDUCATIVA II - X HUM 260 4 4

HUM 262 ÈTICA PROFISSIONAL - X 5 5 HUM 401 ESTUDOS DE PROBLEMAS

BRASILEIROS II - X 100

créditos 2 2

ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS*

HUM 263 PSICOLOGIA DO TRABALHO 200 horas

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Psicologia na UFRGS 130

HUM 264 PSICOLOGIA DA COMUNIDADE ESCOLAR

HUM 265 PSICOLOGIA CLÍNICA

150 horas 150 horas

DISCIPLINAS OPCIONAIS

HUM 402 ANTROPOLOGIA I X X 4 4 HUM 403 ANTROPOLOGIA II X X HUM 402 4 4 HUM 168 LÓGICA X X 6 6 HUM 122 ÉTICA GERAL X - 4 4 HUM 135 FILOSOFIA DA CULTURA X - 4 4 HUM 406 SOCIOLOGIA I X X 4 4 HUM 407 SOCIOLOGIA II X X HUM 406 4 4 HUM 424 ANTROPOLOGIA III - X 4 4 HUM 425 ANTROPOLOGIA IV X - 4 4 HUM 422 SOCIOLOGIA III - X 4 4 HUM 423 SOCIOLOGIA IV X - 4 4 HUM 352 HISTÓRIA ECONÔMICA, POLÍTICA E

SOCIAL GERAL I X X 4 4

HUM 353 HISTÓRIA ECONÔMICA, POLÍTICA E SOCIAL GERAL II

X X HUM 352 4 4

HUM 348 HISTÓRIA ECONÔMICA, POLÍTICA E SOCIAL DO BRASIL I

X X 4 4

HUM 349 HISTÓRIA ECONÔMICA, POLÍTICA E SOCIAL DO BRASIL II

X X HUM 348 4 4

LET 208 ALEMÃO INSTRUMENTAL I X X 2 2 LET 209 ALEMÃO INSTRUMENTAL II X X LET 208 2 2 LET 248 FRANCÊS INSTRUMENTAL I X X 2 2 LET 249 FRANCÊS INSTRUMENTAL II X X LET 248 2 2 LET 268 INGLÊS INSTRUMENTAL I X X 2 2 LET 269 INGLÊS INSTRUMENTAL II X X LET 268 2 2 HUM 208 PSICOLOGIA DA EXPRESSÃO I X X 3 3 HUM 209 PSICOLOGIA DA EXPRESSÃO II X X HUM 208 3 3 * Os estágios supervisionados só poderão ser iniciados:

a) após a integralização de 160 créditos em disciplinas obrigatórias e

b) mediante parecer favorável da Comissão de estágios. OBSERVAÇÃO: TOTAL DE CRÉDITOS EXIGIDOS:

DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS 227 CRÉDITOS. DISCIPLINAS OPCIONAIS 16 CRÉDITOS. ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS OBRIGATÓRIOS 500 HORAS.

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Psicologia na UFRGS 131

Anexo V Currículos do Curso de Psicologia de 1987 a 1996

Psicologia – Habilitação: Psicólogo

CÓDIGO DISCIPLINA PERÍODO

1º 2º PRÉ-REQUISITOS C/H CRE

MATRÍCULA 01

BIO 342 FISIOLOGIA PSIC. I X - 4 4 EFI 010 PRÁTICA DESPORTIVA I X X 2 2 HUM 221 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA X - 4 4 HUM 222 PSICOLOGIA GERAL X X 4 4 HUM 229 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL I - X 4 4 HUM 460 INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA X X 4 4 HUM 464 ESTUDOS DE PROBLEMAS

BRASILEIROS I X X 2 2

MAT 210 ESTATÍSTICA I X X 5 5

MATRÍCULA 02

BIO 343 FISIOLOGIA PSIC II - X BIO 342 4 4 EFI 020 PRÁTICA DESPORTIVA II X X 4 4 HUM178 EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA X X HUM 221 e HUM 222 4 4 HUM 216 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO I - X HUM 222 4 4 HUM 227 PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE I - X HUM 221 e HUM 222 4 4 HUM 230 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL II X - HUM 229 2 2 HUM 266 MET. DA PESQUISA PSICOLÓGICA X - HUM 222 e MAT 210 5 5

MATRÍCULA 03

BIO 344 FISIOLOGIA PSIC III X - BIO 343 4 4 HUM 217 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

II X - HUM 216 2 2

HUM 223 PSICOLOGIA SOCIAL I – A X - HUM 216 e HUM 227 4 4 HUM 228 PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE II X - HUM 227 4 4 MAT 231 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL III - X HUM 230 4 4 HUM 241 TÉCNICAS PSICOMÉTRICAS I - X MAT 210 e HUM 216 e HUM

227 4 4

HUM 267 MET. E TÉCNICAS DA PESQ. PSICOLÓGICA

- X HUM 266 e HUM 178 4 4

MATRÍCULA 04

HUM 224 PSICOLOGIA SOCIAL II – A - X HUM 223 4 4 HUM 234 PSIC. ESC. E PROB. DA APREND. I X - HUM 217 e HUM 228 E HUM

231 4 4

HUM 242 TÉCNICAS PSICOMÉTRICAS II X - HUM 241 4 4 HUM 243 PSICOLOGIA DO EXCEPCIONAL I X - HUM 217 e HUM 228 4 4 HUM 268 PSICONEUROLOGIA I - X BIO 344 e HUM 217 e HUM

228 4 4

HUM 613 PSIC. REL. HUM. E DINÂMICA GR. II X - HUM 223 e HUM228 e HUM 241

4 4

MATRÍCULA 05

HUM 235 PSIC. ESC. E PROB. DA APREND. II - X HUM 234 e HUM 243 e HUM 268

4 4

HUM 262 ÉTICA PROFISSIONAL X X HUM 224 e HUM 267 4 4

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Psicologia na UFRGS 132

HUM 271 PSICOLOGIA DO TRABALHO I X - HUM 224 e HUM 241 4 4 HUM 282 MET. TEC. DE EXP. DIAG. PSIC. I - X HUM 242 e HUM 234 4 4 HUM 610 PSICOPATOLOGIA I X - HUM 268 4 4 HUM 614 PSIC. REL. HUM. E DINÂMICA GR. II X - HUM 613 4 4

MATRÍCULA 06

HUM 248 PSICOLOGIA CLÍNICA I - X HUM 610 4 4 HUM 252 TÉCNICAS PROJETIVAS I X - HUM 610 4 4 HUM 270 PSIC. ESC. E PROB. DA APREN. III X - HUM 235 e HUM 610 4 4 HUM 272 PSICOLOGIA DO TRABALHO II - X HUM 271 4 4 HUM 233 MET. TEC. DE EXP. DIAG. PSIC. II X - HUM 262 e HUM 610 4 4 HUM 611 PSICOPATOLOGIA II - X HUM 610 4 4 HUM 612 ESTÁGIO EM PSICOPATOLOGIA X - HUM 610 e HUM 262 20 10

MATRÍCULA 07

HUM 245 TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS I

X - HUM 248 e HUM 283 4 4

HUM 249 PSICOLOGIA CLÍNICA II X - HUM 248 4 4 HUM 253 TÉCNICAS PROJETIVAS II - X HUM 252 4 4 HUM 273 PSICOLOGIA DO TRABALHO III X - HUM 272 4 4 HUM 234 MET. TEC. DE EXP. DIAG. PSIC. III - X HUM 252 e HUM 283 4 4 HUM 288 PSIC. COMUM. ESCOLAR I - ESTÁGIO X X HUM 270 e HUM 283 e HUM

262 e HUM 252 e HUM 611 e HUM 612

10 10

MATRÍCULA 08

HUM 246 TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS II

- X HUM 245 e HUM 611 4 4

HUM 250 PSICOLOGIA CLÍNICA III - X HUM 249 4 4 HUM 289 PSIC. COMUM. ESCOLAR II - ESTÁGIO X X HUM 288 10 10 HUM 290 PSICOLOGIA DO TRABALHO I –

ESTÁGIO X X HUM 273 e HUM 262 e HUM

284 10 10

MATRÍCULA 09

HUM 291 PSICOLOGIA DO TRABALHO II – ESTÁGIO

X X HUM 290 10 10

HUM 292 PSICOLOGIA CLÍNICA I - ESTÁGIO X X HUM 246 e HUM 250 e HUM 262

10 10

MATRÍCULA 10

HUM 293 PSICOLOGIA CLÍNICA II - ESTÁGIO X X HUM 292 10 10 HUM 401 ESTUDOS DE PROBLEMAS

BRASILEIROS II X X CRE 100 e HUM 464 2 2

NÚMERO TOTAL DE CRÉDITOS: 277 Nº DE CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS: 243 + 004 REFERENTES À PRÁTICA DESPORTIVA Nº DE CRÉDITOS OPCIONAIS: 030

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Psicologia na UFRGS 133

Psicologia – Habilitação: Licenciatura CÓDIGO DISCIPLINA PERÍODO

1º 2º PRÉ-REQUISITOS C/H CRE

MATRÍCULA 01

BIO 342 FISIOLOGIA PSIC. I X - 4 4 EFI 010 PRÁTICA DESPORTIVA I X X 2 2 HUM 221 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA X - 4 4 HUM 222 PSICOLOGIA GERAL X X 4 4 HUM 229 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL I - X 4 4 HUM 460 INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA X X 4 4 HUM 464 ESTUDOS DE PROBLEMAS

BRASILEIROS I X X 2 2

MAT 210 ESTATÍSTICA I X X 5 5

MATRÍCULA 02

BIO 343 FISIOLOGIA PSIC II - X BIO 342 4 4 EFI 020 PRÁTICA DESPORTIVA II X X 2 2 HUM178 EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA X X HUM 221 e HUM 222 4 4 HUM 216 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO I - X HUM 222 4 4 HUM 227 PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE I - X HUM 221 e HUM 222 4 4 HUM 230 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL II X - HUM 229 2 2 HUM 266 MET. DA PESQUISA PSICOLÓGICA X - HUM 222 e MAT 210 5 5

MATRÍCULA 03

BIO 344 FISIOLOGIA PSIC III X - BIO 343 4 4 HUM 217 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

II X - HUM 216 4 4

HUM 223 PSICOLOGIA SOCIAL I – A X - HUM 216 e HUM 227 4 4 HUM 228 PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE II X - HUM 227 4 4 MAT 231 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL III - X HUM 230 4 4 HUM 241 TÉCNICAS PSICOMÉTRICAS I - X MAT 210 e HUM 216 e

HUM 227 4 4

HUM 267 MET. E TÉCNICAS DA PESQ. PSICOLÓGICA

- X HUM 266 e HUM 178 4 4

MATRÍCULA 04

HUM 224 PSICOLOGIA SOCIAL II – A - X HUM 223 4 4 HUM 234 PSIC. ESC. E PROB. DA APREND. I X - HUM 217 e HUM 228 E

HUM 231 4 4

HUM 243 PSICOLOGIA DO EXCEPCIONAL I X - HUM 217 e HUM 228 4 4 HUM 268 PSICONEUROLOGIA I - X BIO 344 e HUM 217 e

HUM 228 4 4

MATRÍCULA 05

EDU 329 ESTR. FUNC. ENS. DE I E II GRAU X X CRE 045 0 EDU 237 4 4 HUM 235 PSIC. ESC. E PROB. DA APREND. II - X HUM 234 e HUM 243 e

HUM 268 4 4

HUM 262 ÉTICA PROFISSIONAL X X HUM 224 e HUM 267 4 4 HUM 271 PSICOLOGIA DO TRABALHO I X - HUM 224 e HUM 241 4 4 HUM 610 PSICOPATOLOGIA I X - HUM 268 4 4

MATRÍCULA 06

EDU 261 DIDÁTICA GERAL X X EDU 136 0 EDU 237 0 6 6

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Psicologia na UFRGS 134

EDU 104 0 EDU 105 0 HUM 234

HUM 248 PSICOLOGIA CLÍNICA I - X HUM 610 4 4 HUM 252 TÉCNICAS PROJETIVAS I X - HUM 610 4 4 HUM 272 PSICOLOGIA DO TRABALHO II - X HUM 271 4 4 HUM 611 PSICOPATOLOGIA II - X HUM 610 4 4 HUM 612 ESTÁGIO EM PSICOPATOLOGIA X - HUM 610 e HUM 262 20 10

MATRÍCULA 07

EDU 285 INTRO. À PRAT. ENSINO EM PSICOLOGIA

X X EDU 261 4 4

HUM 249 PSICOLOGIA CLÍNICA II X - HUM 248 4 4 HUM 297 PEDAGOGIA TERAPÊUTICA X X HUM 252 4 4

MATRÍCULA 08

EDU 286 PRAT. ENSINO EM PSICOLOGIA X X EDU 285 4 4 HUM 401 ESTUDOS DE PROBLEMAS

BRASILEIROS II X X CRE 100 0 HUM 464 4 4

NÚMERO TOTAL DE CRÉDITOS: 210 Nº DE CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS: 176 + 004 REFERENTES À PRÁTICA DESPORTIVA Nº DE CRÉDITOS OPCIONAIS: 030

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Psicologia na UFRGS 135

Anexo VI Currículos do Curso de Psicologia, aprovados em 1996

Psicologia – Habilitação: Psicólogo

CÓDIGO DISCIPLINA PRÉ-REQUISITOS C/H CRE

ETAPA 01

CBS05540 ELEM ANAT HIST SIST NERVOSO 4 4 HUM04002 INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA A 4 4 MAT02280 ESTATÍSTICA BÁSICA I 4 4 PSI01221 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA 4 4 PSI01222 PSICOLOGIA GERAL 4 4 PSI01229 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL I 4 4

ETAPA 02

CBS03342 FISIOLOGIA PSIC. I CBS05540 4 4 HUM01178 EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA PSI01221 E PSI01222 4 4 PSI01216 PSIC DO DESENVOLVIMENTO I PSI01222 4 4 PSI01227 PSICOL DA PERSONALIDADE I PSI01221 E PSI01222 4 4 PSI01230 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL II PSI01229 4 4 PSI01266 MET DA PESQUISA PSICOLÓGICA PSI01222 E MAT02280 4 4

ETAPA 03

CBS03343 FISIOLOGIA PSIC. II CBS03342 4 4 PSI01217 PSIC DO DESENVOLVIMENTO II PSI01216 4 4 PSI01228 PSICOL DA PERSONALIDADE II PSI01227 4 4 PSI01231 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL III PSI01230 4 4 PSI01267 MET E TÉCNICAS DA PESQ PSICO PSI01266 E HUM01178 4 4 PSI02223 PSICOLOGIA SOCIAL I – A PSI01216 E PSI01227 E

HUM04002 4 4

PSI03241 TECNICAS PSICOMÉTRICAS I MAT02280 E PSI01216 PSI01227 4 4

ETAPA 04

PSI02224 PSICOLOGIA SOCIAL II – A PSI02223 4 4 PSI02234 PSIC ESC E PROB APREND I PSI01217 E PSI01228 E PSI01231

E PSI02223 4 4

PSI02613 PSIC REL HUM E DINAMICA GR I PSI01217 E PSIO2223 E PSI01228 4 4 PSI03242 TECNICAS PSICOMÉTRICAS II PSI03241 4 4 PSI03243 PSICOLOGIA DO EXCEPCIONAL I PSI01217 E PSI01228 4 4 PSI03268 PSICONEUROLOGIA I PSI01228 E PSI01217 E CBS03343 4 4

ETAPA 05

PSI02235 PSIC ESC E PROB APREND II PSI02234 E PSI03243 E PSI03268 4 4 PSI02262 ETICA PROFISSIONAL HUM01178 E PSI02224 4 4 PSI02271 PSICOLOGIA DO TRABALHO I PSI02224 4 4 PSI02614 PSIC REL HUM E DINAMICA GR II PSI02224 E PSI02613 4 4 PSI03282 MET TEC DE EXP DIAG PSIC I PSI03242 E PSI02234 4 4 PSI03610 PSICOPATOLOGIA I PSI03268 4 4

ETAPA 06

CBS09397 PSICOFARMACOLOGIA PSI02262 E PSI03610 4 4 PSI01252 TÉCNICAS PROJETIVAS I PSI03610 4 4 PSI02270 PSIC ESC E PROB APREND III PSI02235 E PSI03610 4 4

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Psicologia na UFRGS 136

PSI02272 PSICOLOGIA DO TRABALHO II PSI02271 4 4 PSI03248 PSICOLOGIA CLÍNICA I PSI03610 4 4 PSI03283 MET TEC DE EXP DIAG PSIC II PSI03282 E PSI03610 4 4 PSI03611 PSICOPATOLOGIA II PSI03610 4 4 PSI03612 ESTÁGIO EM PSICOPATOLOGIA PSI03610 E PSI02262 20 10

ETAPA 07

PSI01253 TÉCNICAS PROJETIVAS II PSI01252 4 4 PSI02273 PSICOLOGIA DO TRABALHO III PSI02272 E PSI02614 4 4 PSI02288 PSIC COMUN ESCOLAR I – ESTÁGIO PSI02614 E PSI02262 E PSI02270 E

PSI03283 E PSI03611 E PSI03612 10 10

PSI03245 TEOR E TÉCN PSICOTERÁPICAS I PSI03248 E PSI03283 4 4 PSI03249 PSICOLOGIA CLÍNICA II PSI03248 4 4 PSI03284 MET TEC DE EXP DIAG PSIC III PSI01252 E PSI03283 4 4

ETAPA 08

PSI02289 PSIC COMUN ESCOLAR II – ESTÁGIO PSI02288 10 10 PSI02290 PSIC DO TRABALHO I – ESTÁGIO PSI02273 E PSI03611 E PSI03612 10 10 PSI03246 TEOR E TÉCN PSICOTERÁPICAS II PSI03245 4 4 PSI03250 PSICOLOGIA CLÍNICA III PSI03249 4 4

ETAPA 09

PSI02291 PSIC DO TRABALHO II – ESTÁGIO PSI02290 10 10 PSI03292 PSIC CLÍNICA I – ESTÁGIO PSI03246 E PSI03250 E PSI03284

PSI03612 10 10

ETAPA 10

PSI03293 PSIC CLÍNICA II – ESTÁGIO PSI03292 10 10 NUMERO TOTAL DE CREDITOS :277 NUMERO DE CREDITOS OBRIGATORIOS :250 NUMERO DE CREDITOS ELETIVOS :027

Psicologia – Habilitação: Licenciatura

CÓDIGO DISCIPLINA PRÉ-REQUISITOS C/H CRE

ETAPA 01

BIO05540 ELEM ANAT HIST SIST NERVOSO 4 4 HUM04002 INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA A 4 4 MAT02280 ESTATÍSTICA BÁSICA I 4 4 PSI01221 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA 4 4 PSI01222 PSICOLOGIA GERAL 4 4 PSI01229 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL I 4 4

ETAPA 02

BIO03342 FISIOLOGIA PSIC. I 4 4 HUM01178 EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA PSI01221 E PSI01222 4 4 PSI01216 PSIC DO DESENVOLVIMENTO I PSI01222 4 4 PSI01227 PSICOL DA PERSONALIDADE I PSI01221 E PSI01222 4 4

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Psicologia na UFRGS 137

PSI01230 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL II PSI01229 4 4 PSI01266 MET DA PESQUISA PSICOLÓGICA PSI01222 E MAT02280 4 4

ETAPA 03

BIO03343 FISIOLOGIA PSIC. II 4 4 PSI01217 PSIC DO DESENVOLVIMENTO II PSI01216 4 4 PSI01228 PSICOL DA PERSONALIDADE II PSI01227 4 4 PSI01231 PSICOLOGIA EXPERIMENTAL III PSI01230 4 4 PSI01267 MET E TÉCNICAS DA PESQ PSICO PSI01266 E HUM01178 4 4 PSI02223 PSICOLOGIA SOCIAL I – A PSI01216 E PSI01227 E

HUM04002 4 4

PSI03241 TECNICAS PSICOMÉTRICAS I MAT02280 E PSI01216 PSI01227 4 4

ETAPA 04

PSI02224 PSICOLOGIA SOCIAL II – A PSI02223 4 4 PSI02234 PSIC ESC E PROB APREND I PSI01217 E PSI01228 E PSI01231

E PSI02223 4 4

PSI03243 PSICOLOGIA DO EXCEPCIONAL I PSI01217 E PSI01228 4 4 PSI03268 PSICONEUROLOGIA I PSI01228 E PSI01217 E CBS03343 4 4

ETAPA 05

EDU03329 ESTR FUNC ENS DE I E II GRAU CRE00045 O EDU02237 O ENF01003

4 4

PSI02235 PSIC ESC E PROB APREND II PSI02234 E PSI03243 E PSI03268 4 4 PSI02262 ETICA PROFISSIONAL HUM01178 E PSI02224 4 4 PSI02271 PSICOLOGIA DO TRABALHO I PSI02224 4 4 PSI03610 PSICOPATOLOGIA I PSI03268 4 4

ETAPA 06

EDU02005 DIDATICA GERAL A ART03111 O EDU02237 O EDU01156 O EDU01136 O PSI02235

6 6

PSI01252 TÉCNICAS PROJETIVAS I PSI03610 4 4 PSI02272 PSICOLOGIA DO TRABALHO II PSI02271 4 4 PSI03248 PSICOLOGIA CLÍNICA I PSI03610 4 4 PSI03611 PSICOPATOLOGIA II PSI03610 4 4 PSI03612 ESTÁGIO EM PSICOPATOLOGIA PSI03610 E PSI02262 20 10

ETAPA 07

EDU02285 INTROD A PRAT ENS PSICOLOGIA EDU02005 3 3 PSI02297 PEDAGOGIA TERAPEUTICA PSI03610 4 4 PSI03249 PSICOLOGIA CLÍNICA II PSI03248 4 4

ETAPA 08

EDU02286 PRAT ENSINO EM PSICOLOGIA EDU02285 10 10 NUMERO TOTAL DE CREDITOS :195 NUMERO DE CREDITOS OBRIGATORIOS :165 NUMERO DE CREDITOS ELETIVOS :030

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Psicologia na UFRGS 138

Anexo VII Corpo Docente do Instituto de Psicologia da UFRGS em 2003

Trata-se de um conjunto básico de informações sobre o Corpo Docente com dados obtidos

na Plataforma Lattes e nos registros da Coordenação do Curso de Psicologia. Indica-se apenas a

formação de graduação e o último título obtido, no caso, mestre ou doutor. A exceção fica para os

professores egressos de programas de mestrado do Instituto de Psicologia cujo doutorado foi

obtido em outra instituição. A listagem reflete a situação de outubro de 2003, incluindo também

professores visitantes ou em programas de recém doutor.

Departamento de Psicologia Social e Institucional Clary Milnisky Sapiro (n1950)

Formada em Pedagogia pela UFRGS em 1974. Doutora em Psicologia pela Universidade de Illinois em Chicago, em 1991. Professora do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 1992. Cleci Maraschin (n1959)

Formada em Psicologia pela UFRGS em 1982. Doutora em Educação pela UFRGS em 1995. Professora do PPG Educação e do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 1991. Gislei Domingas Romanzini Lazzarotto (n1964) Formada em Psicologia pela PUCRS em 1986. Mestre em Psicologia Social pela PUCRS em 1992. Membro do Corpo Docente desde 1998. Henrique Caetano Nardi (n1965) Formado em Medicina pela UFRGS em 1990. Doutor em Sociologia pela UFRGS. Professor do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 2002. Jaqueline Tittoni (n1964)

Formada em Psicologia pela PUCRS em 1986. Doutora em Sociologia pela UFRGS em 2000. Professora do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 1995. Lia Beatriz de Lucca Freitas (n1961)

Formada em Psicologia pela UFRGS em 1982. Doutora em Psicologia Social pela USP em 1997. Professora do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 1997.

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Psicologia na UFRGS 139

Maria da Graça Corrêa Jacques (n1949)

Formada em Psicologia pela PUCRS em 1973. Doutora em Educação pela PUCRS em 1993. Professora do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 1989. Aposentou-se em 2001, continuando suas atividades docentes como professora colaboradora. Regina Orgler Sordi (n1953)

Formada em Psicologia pela UFRGS em 1978. Doutora em Educação pela UFRGS em 1999. Professora do PPG Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo do Docente desde 1990. Rosane Azevedo Neves da Silva (n1956)

Formada em Psicologia pela PUCRS em 1980. Doutora em Educação pela UFRGS em 2001. Professora do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 2002. Sérgio Antônio Carlos (n1946)

Formado em Filosofia pela UCPEL em 1970 e em Serviço Social pela PUCRS em 1972. Doutor em Serviço Social pela PUCSP em 1993. Professor do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 1982. Tânia Mara Galli Fonseca (n1948)

Formada em Psicologia pela PUCRS em 1970. Doutora em Educação pela UFRGS em 1996. Professora e primeira coordenadora do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 1983. Aposentou-se em 2003, continuando suas atividades docentes como professora colaboradora. Departamento de Psicanálise e Psicopatologia Analice de Lima Palombini (n1960)

Formada em Psicologia pela UFRGS em 1983. Mestre em Filosofia pela UFRGS em 1996. Membro do Corpo Docente desde 1996. (No fechamento desta edição estava em afastamento para realização de Doutorado no Rio de Janeiro) Carlos Henrique Kessler (n1961) Formado em Psicologia pela UFRGS em 1987. Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS em 1991. Membro do Corpo Docente desde 2002. Edson Luiz André de Sousa (n1959)

Formado em Psicologia pela PUCRS em 1985. Doutor em Psicanálise pela Universidade de Paris – VII em 1994. Professor do PPG em Psicologia Social e Institucional. Membro do Corpo Docente desde 1995. Foi bolsista Recém Doutor pelo CNPq.

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Psicologia na UFRGS 140

José Luiz Caon (n1940)

Formado em Letras PUCRS em 1969, em Filosofia pela FFNSIC em 1972 e em Psicologia pela PUCRS em 1974. Doutor em Psicanálise pela Universidade de Paris – VII em 1993. Professor do PPG em Psicologia do Desenvolvimento. Membro do Corpo Docente desde 1975. Aposentou-se em 2003, continuando suas atividades docentes como professor colaborador. Liliane Seide Froemming (n1952)

Formada em Psicologia pela primeira turma da UFRGS em 1977. Doutora em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS em 2001. Membro do Corpo Docente desde 1986. Marta Regina de Leão D´Agord (n1962)

Formada em Psicologia pela UFRGS em 1985. Doutora em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS em 2000. Membro do Corpo Docente desde 1997. Martha Dominga Brizio de Ferrari (n1939)

Formada em Psicologia pela Universidad Nacional de Rosario, Rosario - Argentina em 1967. Membro do Corpo Docente desde 1977. Coordenadora da Clínica de Atendimento Psicológico (CAP) da UFRGS. Paulo Kroeff (n1949)

Formado em Psicologia pela PUCRS em 1974. Doutor em Psicologia pela Universidade de Madri em 1998. Membro do Corpo Docente desde 1977. Atual Diretor do Instituto de Psicologia da UFRGS. Aposentou-se em 2003, continuando no cargo de diretor até o final do mandato em 2006. Sérgio Spritzer (n1951) Formado em Medicina pela UFRGS em 1974. Mestre em Fonoaudiologia pela PUCSP em 1989. Membro do Corpo Docente desde 1979. Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade Alcyr Alves de Oliveira Junior (n1963) Formado em Psicologia pela UFRGS em 1991. Doutor em Psicologia Experimental pela

Universidade de Londres em 2003. Professor visitante no PPG em Psicologia do

Desenvolvimento desde 2003, com bolsa do PRODOC/CAPES.

César Augusto Piccinini (n1956)

Formado em Psicologia pela UFRGS em 1979. Doutor em Psicologia pela Universidade de Londres em 1988. Professor do PPG em Psicologia do Desenvolvimento. Membro do Corpo Docente desde 1981.

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Psicologia na UFRGS 141

Cláudio Simon Hutz (n1948)

Formado em Psicologia pela Universidade de Haifa, Israel, em 1973. Doutor em Psicologia pela Universidade de Iowa em 1981. Professor e primeiro coordenador do PPG Psicologia do Desenvolvimento da UFRGS. Membro do Corpo Docente desde 1977. Cleonice Alves Bosa (n1960)

Formada em Psicologia pela Universidade de Passo Fundo em 1983. Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS em 1993. Doutora em Psicologia pela Universidade de Londres, em 1998. Professora do PPG em Psicologia do Desenvolvimento. Membro do Corpo Docente desde 2000. Foi bolsista Recém Doutor pelo CNPq. Débora Dalbosco Dell´Aglio (n1961)

Formada em Psicologia pela PUCRS em 1983. Doutora em Psicologia pela UFRGS em 2000. Professora do PPG em Psicologia do Desenvolvimento. Membro do Corpo Docente desde 2002. Denise Ruschel Bandeira (n1965)

Formada em Psicologia pela PUCRS em 1988. Doutora em Psicologia pela UFRGS em 2000. Professora do PPG em Psicologia do Desenvolvimento. Membro do Corpo Docente desde 1991. Léa da Cruz Fagundes (n1930)

Formada em Pedagogia pela UFRGS em 1971 e em Psicologia pela UFRGS em 1988. Doutora em Psicologia Escolar pela USP em 1986. Membro do Corpo Docente desde 1978. Fundadora do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC). Aposentou-se em 1998, continuando suas atividades docentes como professora colaboradora dos PPGs Psicologia do Desenvolvimento, Informática Educativa e Psicologia Social da UFRGS. Lisiane Bizarro Araújo (n1969)

Formada em Psicologia pela UFRGS em 1991. Mestre em Psicologia pela UFRGS em 1996. Doutora em Psicologia Experimental pela Universidade de Londres em 2000. Professora do Instituto de Psicologia a partir de 2003. Professora do PPG Psicologia do Desenvolvimento. Maria Alice de Mattos Pimenta Parente (n1949))

Formada em Fonoaudiologia pela UFRJ em 1971. Doutora em Neuropsicologia pela USP em 1990. Professora e atual Coordenadora do PPG Psicologia Desenvolvimento. Membro do Corpo Docente desde 1997. Maria Célia Pacheco Lassance (n1956)

Formada em Psicologia pela PUCSP em 1979. Mestre em Educação pela PUCRS em 1987. Fundadora e Diretora atual do Serviço de Orientação Profissional (SOP). Membro do Corpo Docente desde 1980.

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Psicologia na UFRGS 142

Rita de Cássia Sobreira Lopes (n1960)

Formada em Psicologia pela UnB em 1982. Doutora em Psicologia pela Universidade de Londres em 1993. Professora do PPG em Psicologia do Desenvolvimento. Membro do Corpo Docente desde 1990. Sílvia Helena Koller (n1959)

Formada em Psicologia pela PUCRS em 1982. Primeira a obter o título de Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS, 1990. Doutora em Educação pela PUCRS em 1994. Professora do PPG em Psicologia do Desenvolvimento. Membro do Corpo Docente desde 1990. Tânia Mara Sperb (n1943)

Formada em Psicologia pela PUCRS em 1968. Doutora em Psicologia pela Universidade de Londres em 1989. Membro do Corpo Docente desde 1989. Aposentou-se em 2003, continuando suas atividades docentes como professora colaboradora do PPG em Psicologia do Desenvolvimento. William Barbosa Gomes (n1946)

Formado em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco e em Música pela UFPE em 1971. Doutor em Higher Education pela Southern Illinois University at Carbondale em 1983. Professor do PPG em Psicologia do Desenvolvimento. Membro do Corpo Docente desde 1985.

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Psicologia na UFRGS 143

Anexo VIII Funcionários do Instituto do Instituto de Psicologia em 2003

A listagem foi obtida junto à Secretaria do Instituto de Psicologia em outubro de 2003.

Nome Setor Categoria Funcional.

Alziro Pereira dos Santos Instituto/PPGDes Técnico em Eletricidade Arlete Terezinha Silva Secretaria Integrada Telefonista Carla Salvador Clínica Assistente Administrativo Carmem Backes Deptº Psicanálise/SAE Psicóloga Claudinei Alonso da Silva Biblioteca Contínuo Deborah Silva Minuzzi Clínica Assistente Administrativo Delva Medeiros de Ávila Clínica Porteira Eliane Couto Instituto/PPGDes Jornalista Erica Zarbock Secretaria Integrada Assistente Administrativo Geraldo Ramos Secretaria Integrada Secretário Executivo Luis Fernando L. de Oliveira Deptº Psicanálise/SAE Psicólogo Mara Lucia Rossato Clínica Psicóloga Margareth Bianchesi Comissão de Graduação Assistente Administrativo Maria Teresa Correa Borba Clínica Psicóloga Sandra Vieira Larratéa Deptº Social Assistente Social Selda Engelman Deptº Social Assistente Administrativo Valderesa Francelino Biblioteca Assistente Administrativo Valéria Machado Rilho Cedida para Creche/SAE Psicóloga Vera Regina da Graça Ruschel

Clínica Psicóloga

Viviane Castanho Biblioteca Bibliotecária Zilda Brasil Clínica Assistente Administrativo Maria Noeci Vasconcellos Secretaria Integrada Técnica em Secretariado Maria Beatriz Cunha Bertoja SOP/SAE Pedagoga Rosane Giacomelli COMGRAD Secretária Executiva Sandra Laura Frischenbruder SOP Psicóloga Ubirajara Cardoso de Cardoso Em afastamento Assistente Administrativo Valéria Soares Gularte SOP/DACOM Psicóloga

Total 27 funcionários.

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Anexo IX Diplomados pelo Curso de Graduação em Psicologia da UFRGS

A listagem que segue foi fornecida pelo Departamento de Controle e Registro Acadêmico (DECORDI) em junho de 2003 e acrescida de algumas informações obtidas em convites de formatura, em particular, a data de colação de grau e o nome do paraninfo. As ausências devem-se às turmas que colaram grau em gabinete, ou seja em cerimônia realizada no Gabinete do Diretor, sem as festividades das colações em geral realizadas no Salão de Atos da Universidade. Note-se que a lista está sendo transcrita literalmente como consta nos registros do DECORDI, sem acentuar as palavras e respeitando o nome do aluno segundo o registro da Universidade.

1977-2 PSICÓLOGOS ANGELA MARIA DIOGO BERENICE WALFRID LEVY DENISE ESPERON EVANGELISTA JOYCE MUNARSKI PERNIGOTTI MARIA ADRIANA VERISSIMO VERONESE NARA PEREIRA DRUCK VERA BLONDINA ZIMMERMANN

Colação de grau: 29 de dezembro de 1977.

Paraninfo: José Luiz Caon.

1978-1 PSICÓLOGOS CARLOS KARST LILIANE SEIDE FROEMMING MARTHA IRENE BARUDI MIRANDA REGINA ORGLER SORDI

Colação de grau: 17 de julho de 1978.

1978-2 PSICÓLOGOS ANA BEATRIZ FLOR SANTAGADA ANA MARIA NETTO MACHADO ANGELA MARIA MARQUES GIRARDI BEATRIZ VILAS BOAS SCHMITT CESAR AUGUSTO PICCININI CESAR EMILIO ANCHANTE NEGREIROS CIBELE FAGUNDES MILAGRE ELZIRA MARIA MILAN GRASIELA MARIA KRAEMER

MARIA FATIMA OLIVIER MARIA LUISA KUTSCHAR BOSSE MARY GEORGINA BOEIRA DA SILVA MONA LIZA FUHRMANN NARA SILVEIRA BERLIM PAULO VALERIO RIBEIRO MAYA

Colação de grau: 15 de dezembro de 1978.

Paraninfo: Doralício Siqueira Filho.

1979-1 PSICÓLOGOS CLEIDE MARIA DA SILVA

1979-2 PSICÓLOGOS ADRIANO JOSE TEIGA ANA ROSA FISCHER ANGELA MARIA PENA CYNARA LORENA CEZAR DENISE FRANCO DUQUE DORIS SOARES BLESSMANN LIGIA BRAUN SCHERMANN LIGIA GOMES VICTORA HECHT MARCIA FELICIO RUBLESCKI MARIA HELENA CRUZ DE MORAES MARIA IZABEL DE MAGALHAES ROSA MARILENA DEL C RUIZ CISNEROS NAIR DIAS GOMES ROSAURA NEMOTO PICCOLI SANDRA MARIA MALLMANN DA ROSA VALESCA CZAMANSKI NORA VERA MARIA HORNE DA CRUZ

Colação de grau: 17 de dezembro de 1979.

Paraninfa: Martha Brizio.

1980-1 PSICÓLOGOS BETINA KROENKE DILSE TETOUR DE OLIVEIRA VAZ LEA PERES DAY LEORA HELLER TRACHTENBERG

Colação de grau: 10 de julho de 1980.

1980-2 PSICÓLOGOS ANA MARIA MEDEIROS DA COSTA CARLOS EDUARDO NEVADO DIAZ ELIANE ROSA BICA IANE ALVARES BITTENCOURT JAIME ALBERTO BETTS LUCIA SERRANO PEREIRA LUIS FERNANDO LOFRANO DE OLIVEIRA MARIA HELENA RUSCHEL NORMANDIA C GILES CASTILLO SILVIA DE MELLO PEREIRA DA CRUZ SILVIA MARINA VERDI SONIA RECHDEN CIARLO SUSANE MARIA CURRA SUZANA RODRIGUES TANIA MARIA BAIBICH VERA REGINA ROHNELT RAMIRES]

Colação de grau: 15 de dezembro de 1980.

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1981-1 PSICÓLOGOS ANA VIRGINIA CANANI DULCE HELENA PENNA SOARES MARILCE TERESINHA DA F PALMA SELMA ROCHA MENDES

Colação de grau: 10 de julho de 1981.

1981-2 PSICÓLOGOS AUREA MARIA CHAVES DE FREITAS DENISE BEATRIZ M DA ROCHA SANTOS JOSE DIONICIO CASTILLO GAONA MARGOT FETZNER MARIA AMELIA E DE MESQUITA MARIA CHALFIN COUTINHO NELMA CAMPOS ARAGON SIMONE GARCIA ACCETTA SONIA MARIA DE ROSSI VERA MARIA POTI HOMRICH YEDA SWIRSKI ZULMA NUNES CABRAL

Colação de grau: 19 de dezembro de 1981.

Paraninfo: Martha Brizio.

1982-1 PSICÓLOGOS ANATOLIA NAVEDO MOSQUEIRA LUCY LINHARES DA FONTOURA ROBSON DE FREITAS PEREIRA SILOE TERESINHA REY SILVIA HELENA SIEBER MULLER SONIA PIVA DA SILVA

Colação de grau: 09 de julho de 1982.

1982-2 PSICÓLOGOS ALICE MAGGI ANGELA LANGARO BERNARDINA M DE ALBUQUERQUE CECILIA BEATRIZ CANDAL POLI

CLECI MARASCHIN DIANA CARVALHO DE CARVALHO ELIANA DABLE DE MELLO GILBERTO SANT ANNA DA SILVA IEDA PRATES DA SILVA JORGE A MOREIRA DE OLIVEIRA LIA BEATRIZ DE LUCCA FREITAS MARIA LUISA CARVALHO CESTARI MARIA VANDA OLCZWSKI GARCIA NEILA TERESINHA K DE BUZIN ROSANE FRAGOSO PANATO VERA LUCIA ESCOBAR ALVES Colação de grau: 16 de dezembro de 1982.

1983-1 PSICÓLOGOS ALCEU EDIR FILLMANN LUCIA MARIA CANANI LUCIANO FIALKOWSKI MARIA DE FATIMA GONCALVES LOMPA ROSANE ARAGON DE NEVADO WALKIRIA LOURENCO PAULI VIEIRA

Colação de grau: 16 de dezembro de 1983.

1983-2 PSICÓLOGOS ADEMAR JOSE BECKER ANALICE DE LIMA PALOMBINI CARMEN FLORINDA A RUSSOWSKY CICERO GUELLA FERNANDES HELENA BEATRIZ BIER BARCELOS JANINE AMORIM CRUZ VIEIRA KATIA WAGNER LILIAN MILNITSKY STEIN LISIANE MILMAN MARIA APARECIDA ROTTA MIRIAM GERMANY GAIGER SINVAL PEREIRA TEIXEIRA TANIA BEATRIZ IWASZKO MARQUES VANIA SILVEIRA ZENIA DORIS CAMARGO

Colação de grau: 17 de julho de 1978.

1984-1 PSICÓLOGO LUIS C VON BOECK CALERO

Colação de grau: 4 de outubro de 1984.

1984-2 PSICÓLOGOS ALICE MILMAN ANA LEOPOLDINA BRUM JACQUES ANETE WAJNBERG DENIS DA SILVA FRAGA DIANA MYRIAM LICHTENSTEIN EDA ESTEVANELL TAVARES GERSON PAULO JUNG JENNY MILNER DRUCK LANA MARLISE BESS FERRAZ MARIA CRISTINA PETRUCCI SOLE MARTA PEDO MICHELE MORAES CABRAL SANDRA DORFMAN ROSSI SISSI NAPOLI VIGIL SONIA MARIA ROSADO BUCHAIM VALERIA MACHADO RILHO VALERIA SOARES GULARTE

Colação de grau: 8 de março de 1985.

1985-1 PSICÓLOGOS CARMEN BACKES FRANCISCO FRANKE SETTINERI MARTA REGINA DE LEAO D AGORD MONICA BEATRIZ ESPATH MALLADA TAMARA MARIA FRANKE

1985-2 PSICÓLOGOS CHRISTIANE R GANZO DE CASTRO DENIS DA SILVA FRAGA DENISE DA SILVA MAIA ESTHER SULZBACHER WONDRACEK BEYER

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Psicologia na UFRGS 146

GEIVA GLOCK GERSON PAULO JUNG INES HENNIGEN IZABEL RODRIGUES STEIGLEDER JENNY MILNER DRUCK JOAO B DE OLIVEIRA FERREIRA JOAO CARLOS NIQUE DE AZEVEDO KATIA REGINA FRIZZO MARCIA EBLING MARIA CRISTINA C DE MOURA MARIA DA GLORIA DE M SANT ANNA MARIA INES LEMPEK MARIA MONICA CANDAL POLI MICHELE MORAES CABRAL MIRNA MOREM REGINATO PAULO FRANCISCO SLOMP RAMIRO CHAVES DE OLIVEIRA JUNIOR SANDRA BROD PACHECO SERGIO ROBERTO KIELING FRANCO VALERIA MACHADO RILHO VALERIA SOARES GULARTE ZULMA LENTINO MESSERSCHMIDT

1986-1 PSICÓLOGOS CINARA HELENA A DE CASTRO CASAS LUIS FERNANDO BARNETCHE BARTH MARIA HELENA DE MEDEIROS GARCIA MARIA HELENA ZANELLA

1986-2 PSICÓLOGOS ANA MARIA MATOS RODRIGUES CARMEN LUCIA TAVARES CLAUDIA FALCAO DA MOTTA DENISE SILVEIRA ISSLER EDSON SA BORGES MARCIA ROCCO MARIA INES STUMPF SOUTO MIRIAM FISCHER PATRICIA BLESSMANN MILANO REGINA MARIA MUNIZ REGINA PORTO LIMA SANDRA LAURA

FRISCHENBRUDER SONIA AZAMBUJA FONSECA

1986-2 LICENCIADO CLOTILDES MORAIS DA COSTA

1986-2 PSICOLOGOS ADRIANA PINTO DE MELLO BERNARDETE PRETTO LIANA VIUNISKI MARCELO SPALDING VERDI MARIA ANGELA BULHOES

Colação de grau: 09 de janeiro de 1987.

1987-1 BARBARA T SANTOS ALFAYA DAISI DE OLIVEIRA DALMAS INEZITA NEVES SEMMELMANN LUCIA MARIA ENDLER MARIO CORSO NETO

1987-1 LICENCIADOS ELAINE FAGUNDES PEIXOTO PAULO FRANCISCO SLOMP PETER RIANG D R DE OLIVEIRA

1987-1 PSICÓLOGO CARLOS HENRIQUE KESSLER

1987-2 PSICÓLOGOS ADRIANA FELICIO RUBLESCKI DEBORAH JACQUES DE LA VEGA DENISE AZEVEDO DE LIMA DENISE KIRCHER FRAGOMENT JOSE MARIO DAVILA NEVES RICARDO STURMER RICHARD THEISEN SIMANKE ROSARIO BERTHA CALLAU SITIC

1987-2 LICENCIADOS ESTHER SULZBACHER WONDRACEK BEYER

FABIANE SILVA NUNES IEDA MARIA MEDEIROS FABRICIO REGINA MARIA MEDEIROS FABRICIO SIMONE LAPA PEREIRA

1987-2 PSICÓLOGOS BRENDALI BYSTRONSKI CATIA OLIVIER MELLO CRISTINA DE OLIVEIRA PACHECO ELAINE FAGUNDES PEIXOTO IRMA REGINA CAMPOS LARANJA LISIANE FALLEIRO VARGAS LUCIA RAQUEL MULLER DE BASTOS LUCIANE MAGALHAES CORTE REAL MARIA DE L A CARIAS CHAVERRI MARINA LUCIA TAMBELLI BANGEL MAX DE ARAUJO GOTZE NICOLE CONTRAIN

1988-1 PSICÓLOGOS

DENISE CABRAL BOTELHO JOSE RICARDO GALLINA LUCIA BINS ELY WILSON ANTONIO TRUCOLO FILHO

1988-1 LICENCIADOS CINARA HELENA A DE CASTRO CASAS DENISE SILVEIRA ISSLER DIANA CARVALHO DE CARVALHO EDSON SA BORGES LIANA VIUNISKI MARCELO SPALDING VERDI MIRNA MOREM REGINATO

1988-1 PSICÓLOGOS ADRIANA CARDOZO RECK MARIA APARECIDA LOSS

1988-2 PSICÓLOGOS CARLA MARIA FRANCO SILVEIRA CLAUDIA DUTRA

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Psicologia na UFRGS 147

CLAUDIA SPIEKER AZEVEDO EDILENE DANIELSKI GISELE RITA YAROCHEWSKY GISELE SILVA SANCHES JOAO PEDRO MEYER KATIA REGINA DE SOUZA PAIM LEA DA CRUZ FAGUNDES LUCIANA BORGES PACHECO LUIZ MAURICI O ARAUJO MARIA DE LOURDES D E SCARPARO MARIA RONEIDE MACHADO CARDOSO MIRIAM RAMPON PAULO EVAERTE RICALDE DE FREITAS SANDRA DJAMBOLAKDJIAN TOROSSIAN

1988-2 LICENCIADOS BETINA SCHWINGEL LUCIA MARIA ENDLER ROSANGELA DE FATIMA R SOARES

1988-2 PSICÓLOGOS KARLA VIZEU ARAUJO LUCIANA ZACCOLO MAGALHÃES SERGIO VASCONCELLOS HORN

1989-1 PSICÓLOGOS ANA LUCIA SILVA ROSA THAIS SADA RIBEIRO

1989-1 LICENCIADOS CRISTINA DE OLIVEIRA PACHECO MARIA ELISABETH BANDEIRA CAPPRA MARIA HELENA ZANELLA REGINA MARIA MUNIZ ROSANE FRAGOSO PANATO ZULMA LENTINO MESSERSCHMIDT

1989-2 PSICÓLOGOS ANNE MICHELE MULLER

CARLA REGINA NEDEL RECH CLAUDIA TATIANA GRACA TONDO DANIELA DA CUNHA CALSA GUILHERME FERREIRA LAMB HECTOR MOTA JAQUELINE WENDLAND JORGE ALBERTO RODRIGUES MARCELO MIRANDA DIAZ MARCELO ROSA CAVALHEIRO MARIA DA GRACA ORSATTO PRESTES MARIA ISABEL GERALDI PIZZATO PAULO PADILLA PETRY ROSA MARIA MARTINS DE ALMEIDA SANDRA CORREA DA SILVA SERGIO LUIZ SILVA BRATKOWSKI TEREZINHA M P P DE ALBUQUERQUE

1989-2 LICENCIADOS ADRIANA CARDOZO RECK PAULO EVAERTE RICALDE DE FREITAS TANIA BEATRIZ IWASZKO MARQUES

1989-2 PSICÓLOGO MARCELO MIRANDA DIAZ

Colação de grau: 18 de janeiro de 1990.

Paraninfa: Tânia Mara Galli Fonseca.

1990-1 PSICÓLOGOS

CARLOS ALBERTO S NETTO SOARES

CLAUDIA MORAES BARTZSCH ELAINE ROSNER SILVEIRA REJANE JOST RAUTER ROSELY DA CUNHA PADILHA SANDRO NOVELLI

1990-1 LICENCIADOS MARGOT FETZNER MARIA APARECIDA LOSS ODOLIR JOSE CHIAPARINI

1990-1 PSICÓLOGOS JOSE VICENTE NUNES DE ALCANTARA SANDRA MARA MONTEIRO APARICIO

Colação de grau: 05 de agosto de 1990.

Paraninfa: Liliane Seide Froemming.

1990-2 PSICÓLOGOS ADRIANA CARLA ZIBETTI ANA CRISTINA DAZEVEDO FEIJO ANDRE GUIRLAND VIEIRA CLAUDIA CRUZ LANZARIN DEBORAH NAGEL FERNANDO ALBERSHEIM DIAS GERSON SMIECH PINHO JOSE RAFAEL LISBOA CABEDA KARLA GONCALVES BENDER LETICIA MARIA KULCZYNSKI FORSTER MARCIO JOSE DE QUADROS MARCOS RATINECAS MARIA FERNANDA SCHNEIDER MARIANNE MONTENEGRO STOLZMANN MARIETA LUCE MADEIRA OTAVIO AUGUSTO WINCK NUNES PATRICIA MELLO ALVES PATRICIA ROSA BALESTRIN SANDRA REGINA KAPPER DAMASIO SIMONE MOSCHEN RICKES VIVIANE SILVA DOS SANTOS

1990-2 LICENCIADOS LIA BEATRIZ DE LUCCA FREITAS MARIA HELENA RUSCHEL NEREIDA DA SILVEIRA ROCHA ROSNEILA SOARES BERON SANDRA REGINA WILHELMS

1990-2 PSICÓLOGO DECIO TATIZANA

Colação de grau: 11 de janeiro de 1991.

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Psicologia na UFRGS 148

1991-1 PSICÓLOGO OMAR ATHAIDE GIANLUPPI

1991-1 LICENCIADOS ANA LUIZA MELLO DA SILVA DENISE BEATRIZ ROSITO LAITANO JUSSARA REGINA DA SILVA WOLF LEIA VIVIANE FONTOURA ODILA DE LOURDES FAGGIONATTO SUZANA BEATRIZ OTTEN DIEMER

1991-2 PSICÓLOGOS ADRIANA CHIES ADRIANA SILVEIRA DA SILVA FOLADOR ALCYR ALVES DE OLIVEIRA JUNIOR ALESSANDRA SANT ANNA BIANCHI CIANE POMPERMAYER CLAUDIA BEATRIZ JOTZ CLAUDIA DE ARAUJO PRZYBYLSKI DINARA REGINA SCHUBERT SEVERO ELIANA FERNANDES CATTOI ELUS DE OLIVEIRA DANIEL GRAZIELA CORSETTI TORRESINI JANETE NUNES SOARES JANINE MESQUITA MALLMANN JANINE MONTEIRO ALVES DA COSTA LETICIA MICHEL TORRES LISIANE BIZARRO ARAUJO MARCIA GABRIELA ALVES BORGES MARCIA ROCHA DA SILVA MARCOS DE OLIVEIRA MULLER MARIA ALICE VARGAS VIEGAS MARIA MARTA SO V DE OLIVEIRA MAURO HAUSER RODRIGO PAIVA DE CASTRO ROGERIO BONDAR SILVIA VARGAS DE ANDRADE SIMONE CHANDLER FRICHEMBRUDER THAIS FERREIRA CORNELY

1991-2 LICENCIADOS JANE MARIA ROSA DA SILVA KATIA REGINA DE SOUZA PAIM ROSANGELA COELHO NUNES ROSELI APARECIDA RABELO

1991-2 PSICÓLOGOS BETINA SCHWINGEL CLAUDIA REGINA DE LIMA TEIXEIRA

Colação de grau: 24 de janeiro de 1992.

Paraninfa: Vera B. Zimmermann.

1992-1 PSICÓLOGOS EDUARDO DE FREITAS XAVIER GUILHERME ORTIZ DE PARIS KATIA MAYRHOFER MARIA ANGELICA ZAMORA RAMIREZ MARIANA HOFMEISTER WOLF MILTON TEUNER

1992-1 LICENCIADOS ANA LUCIA TERGOLINA CARLA REGINA NEDEL RECH CLAUDIA MORAES BARTZSCH CLECI MARASCHIN GUILENE SALERNO LUCIANE DA COSTA PEGORARIO MARGARETH UARTH CHRISTOFF MARIA HELENA RIQUINHO DOS SANTOS ROSANE ARAGON DE NEVADO ROSANE TEREZINHA XAVIER

1992-2 PSICÓLOGOS ANA CRISTINA FRANCISCO ANAJARA DE PAULA TERRA CARLA ROSANA WIETZKE CARMEN REGINA TORQUATO FERNANDEZ CLAUDIA SEDANO FAIT CLAUDIO ANTONIO FERNANDES

DENISE REGINA STORTZ DE OLIVEIRA FRANCINE AMINA HORTENSE ROCHE GISELA CRISTINA BORGES GUISELA GEHM IEDA ALESHINSKY JERTO CARDOSO DA SILVA JUSSARA MARIA KIRCHER LIMA LARISSA LIMA COSTA BEBER LUCIANE DE CONTI MARJORIE LOH NEUSA BEATRIZ SOSKA BALDISSERA PAULO SERGIO FERNANDES COGO ROSELENE RICACHENEVSKY GURSKI SIMONE VAN DER HALEN UBIRAJARA CARDOSO DE CARDOSO

1992-2 LICENCIADOS CARLOS HENRIQUE KESSLER CIANE POMPERMAYER INGRID KONRATH GRESSLER ROSELENE POMATTI ROSELI MARGARETE RATHE RUEDELL SANDRA MARA MONTEIRO APARICIO

1992-2 PSICÓLOGO SILVIA VARGAS DE ANDRADE

Colação de grau: 10 de janeiro de 1993.

Paraninfa: Liliane Seide Froemming.

1993-1 PSICÓLOGO LUCIANE TERESINHA LEMOS

1993-1 LICENCIADOS ADRIANA CHIES ADRIANA SCHMITT ALCANTARA ANA MARIA MATOS RODRIGUES MARIA ELAENE BALREIRA TUBINO MARIANNE MONTENEGRO STOLZMANN MILTON TEUNER

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Psicologia na UFRGS 149

1993-2 PSICÓLOGOS ADRIANE SCOMAZZON ANTONIAZZI ALESSANDRA SCHNEIDER ALFREDO CHAVES GIL JUNIOR ALINE MARIE DABDAB ABICHEQUER ANA LAURA GIONGO ANDREA GUBERT ANGELA CECCONI VINAS ANGELA TAMALIUNAS CRISTIANE SZYNWELSKI DANIEL MARCOS DOS SANTOS DEBORAH DA SILVA MINUZZI DEISE JULIANA FRANCISCO EDLA SCHREITER PERLA ELAINE EDINA TOLDO NOGUEIRA ELISABETE MIRTA BANDEIRA DUARTE FERNANDA PEREIRA BREDA JANE IANDORA HERINGER JULIET A JERUSALINSKY KATHY HELENA ESPOSITO LOCIMARA RAMOS KROEFF MANOEL MAYER JUNIOR MARIA LUCIA PUPERI MULLER MARITZA FAGUNDES MEDINA MIRIAN SOLKA NILZA DA ROSA SILVA SAIONARA CAETANO DOS SANTOS SALETE PEREIRA MARTINEWSKI SIMONE GOULART KASPER SUSANA BEATRIZ ALVAREZ FABRA VOLMIR MIELCZARSKI DOS SANTOS

1993-2 LICENCIADOS CARMEM LUCIA CAIAFFO WINCK CLARISSA LIMA DA FONTOURA CLAUDIA J ROLIM DO NASCIMENTO DENISE ACHUTTI JAQUELINE WENDLAND MARCIA ROCHA DA SILVA MARIA CLAIR PIRES MARIA GUIOMAR HAACK PRESTA SARAI MARIA QUADRADO SALVA

WALKIRIA FERNANDES

Colação de grau: 22 de janeiro de 1994.

Paraninfo: Walter Luis Bastos Doege.

1994-1 PSICÓLOGOS

ANDREA SIMONE LANZA CORREA CLAUDIA FIANCO AMANTINO CRISTIANE CORREA S C DOS SANTOS DANIELE THIMMIG SCHARLAU DORIS BEATRIZ CRESCENTE HOMERO DIAZ DE ALMEIDA ROSANI MARGARETE LEAO MILLER TARSILA RORATO CRUSIUS

1994-1 LICENCIADOS JERTO CARDOSO DA SILVA LEILA MARLI DE VARGAS ALVES LUCIANE DE CONTI MARJANE BERNARDY SOUZA

1994-2 PSICÓLOGOS ALBA LILA RECALDE AGUIRRE ANA CRISTINA GARCIA DIAS BEATRIZ MARIA AZAMBUJA GUIMARAES CARLA DALBOSCO CAROLINE LORENA SCHULTE CLAUDIA MARIA TEIXEIRA GOULART DANIEL DE QUEIROZ LOPES GERTRUDES ANGELICA DE O VARGAS GLAUCIA HELENA MOTTA GROHS MARCIA DA ROCHA LACERDA ZECHIN RENATA GONCALVES PROSDOCIMI TATIANA GUIMARAES JACQUES TERESINHA LUCIA VIANNA VERA LUCIA GRIECO DE SOUZA

1994-2 LICENCIADOS AGNES FRANCOISE S SILVA ANA CRISTINA FRANCISCO

ANGELA DA SILVA ELIAS ISABELLA GREEN RIVALDO LUCIANA CASTOLDI

LUCIANA CRAMER PAULO SERGIO FERNANDES COGO

Colação de grau: 7 de janeiro de 1995.

Paraninfa: Tânia Mara Sperb.

1995-1 PSICÓLOGOS

CLAUDIA FRAGA TEIXEIRA FRANCISCO HEITOR DA ROSA RAQUEL FRANCA NOGUEIRA

1995-1 LICENCIADOS ADRIANA CLAUDIA JACOBY ADRIANE MORETTO PRETZ ALINE MARIE DABDAB ABICHEQUER ANA PAULA CORREA LUCCHESI ANGELA FERRARI DUTRA CARLA ROSANA WIETZKE ELENICE FAGUNDES CHAVES MARIA DO CARMO J DOS SANTOS MARINEZ BORTOLOTTO MARLI WENDEL FERREIRA

1995-2 PSICÓLOGOS FERNANDA BARBOSA BARRETTO PATRICIA BEATRIZ A GOMES

1995-2 LICENCIADOS ANGELA BLUME CYNTHIA CASTIEL MENDA GISELE SANTOS DORNELLES IARA STEIN LACHINI LOCIMARA RAMOS KROEFF MARCIA CRISTINA ANDRADE DA ROSA NADIA DORVALINA DA C JENISCH

1995-2 PSICÓLOGOS ANA CRISTINA ROMERA CARLSON ANA LUCIA RIBEIRO ANA PAULA SCHMIDT LOURENCO

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Psicologia na UFRGS 150

ANDREA RISPOLI ANDREA SANTOS DO COUTO CARMEN LISBOA WEINGARTNER CESAR CARRION CASTANHO CIBELE DENISE WEIDE ACOSTA CLAUDIA MARTINS MARQUESAN CLAUDIA MORAES MELLO CLAUDIA OLIVEIRA DORNELLES CRISTINA LHULLIER DANIELA LIMA DICK DANIELE JOHN FELIPE BRANDALISE MATTOS GRAZIELA DE SOUZA GRAETER LARISSA BRASIL ULLRICH LUCIANE DE REZENDE BONAMIGO LUCIANO DE VASCONCELLOS VARGAS MARCELO V ROEHE MARCIA GOIDANICH MARCO ANTONIO PEREIRA TEIXEIRA MARIA APARECIDA PABST NILCIA PERES MAZZOCHI RAQUEL PROCKNOW TAVARES REGIS MARTELLET MARCANT SIMONE JANNER GROHS

Colação de grau: 19 de janeiro de 1996.

Paraninfa: Cleci Maraschin.

1996-1 PSICÓLOGO SERGIO LUIS TESCHE

1996-1 LICENCIADOS ALESSANDRA SCHNEIDER ANA LUCIA RIBEIRO ANGELA MARIA VITT CARMINATTI CIRALICE RAMPANELLI TEIXEIRA MENDES CLAUDIA CRUZ LANZARIN CLAUDIA DENISE BIRGIMANN RUBIM DEBORAH NAGEL DEISE JULIANA FRANCISCO MARIA GECI GOMES CORREA MARIA LUISA PEREIRA DE OLIVEIRA NARA LUCIA GIROTTO

TANIA MARIA BAUM GARCEZ VERA BEATRIS WALBER

1996-1 PSICÓLOGOS ANNA MARIA DRAEGER DE ANDRADE FERNANDO ADRIANO PIRES

1996-2 LICENCIADOS BEATRIZ PRANGE MARTINI CAROLINE LORENA SCHULTE CLAUDIA MORAES MELLO LUCIANO HOFFLING DUTRA MARCIA DA ROCHA LACERDA ZECHIN MARIA ERNESTINA GOULART FERREIRA ROSA MARIA RIMOLO VILARINO THAIS FERNANDES MONTEIRO

1996-2 PSICÓLOGOS ADRIANA DE MEDEIROS FARIAS ADRIANA SARAIVA PAIM ALBERTO JUAN GONZALEZ VILLAMARIN ALTAIR JOSE PLATONOW

PEDROSO

ANA LUCIA FACCIN PIVETTA ANGELA CARINA PARADISO CATIA NUNES CORREA CRISTIANE MONTEIRO PEDRUZZI GLADES HELENA RIBEIRO DO NASCIMENTO GUSTAVO PUSCH JANAINA THAIS BARBOSA PACHECO KARINE DE AZEVEDO DE ASSIS LEILA DE FATIMA ESMERIO LISIANE NUNES PEREIRA LUCIANE MARIA COLOMBO MARCIA REGINA CERETTA FERREIRA MARCIA REGINA RIBEIRO MARIA LUISA BOLL DAMIANI MARIA MARISE TATIM MARTINS MARLON XAVIER MARUCIA PATTA BARDAGI MAURO FERNANDO SCHMIDT RAQUEL DE ANDRADE SOUZA EW

ROBERTO HENRIQUE AMORIM DE MEDEIROS SIDINEA CABELLEIRA MAZZUCCO SILVIO CESAR ESCOVAR PAIVA SUZANA REIS COELHO

Colação de grau: 31 de janeiro de 1997.

Paraninfa: Maria da Graça Jacques.

1997-1 LICENCIADOS ADRIANE SCOMAZZON ANTONIAZZI ALBA LILA RECALDE AGUIRRE ANA CRISTINA GARCIA DIAS ANA MARIA PORTELA ANELISE GOCKS CLAUDIA MARIA TEIXEIRA GOULART GUISELA GEHM LARISSA BRASIL ULLRICH MANOEL MAYER JUNIOR MARA CRISTINA KOZOROSKY ALMEIDA NILCIA PERES MAZZOCHI REGINALDO RULIAN NUNES FILHO RENATA GONCALVES PROSDOCIMI ROSA MARIA TRINDADE ZAFFARI SARA WAINBERG SILVANA BIONDI MELON

1997-2 PSICÓLOGOS VLADINEI ROBERTO WESCHENFELDER

1997-2 LICENCIADOS ASTRID KARIN GLOBIG CELIA DA SILVA PEREIRA DIAS CLAUDIA VELOSO MARSIAJ DE OLIVEIRA JUSSARA MARIA KIRCHER LIMA KAREN EIDELWEIN LILIANE VEIGA DA SILVA LUIZ HENRIQUE ALVES DA SILVEIRA MARGARET RODRIGUES MARISA KOSTELNAKI RAMOS MARITZA FAGUNDES MEDINA

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Psicologia na UFRGS 151

ZOE MACHADO GIACOMELLI

1997-2 PSICÓLOGOS ADRIANA CANTO LOGUERCIO ALBERTO MACHADO MEDEIROS ALESSANDRA GHINATO MAINIERI ANA CAROLINA CHAGAS NASCIMENTO SVIRSKI ANA MARIA MOREIRA ANGELA ESTER RUSCHEL CAROLINA BLOM SPERB CLAUDIA BECHARA FROHLICH CLAUDIA GIOVANI ARAUJO FREITAS CRISTINA FERREIRA DA SILVA ELENA IONE PANZENHAGEN ELIZABETH SCHMITT FREIRE FERNANDA KERBES GIOVANA DE CASTRO CAVALCANTE HELENICE CHARCHAT JOSE NICOLAU BARBOZA NETO LAISSA ESCHILETTI PRATI LARA RIBEIRO FURLIN LETICIA FONTANA CESTARI LIRENE FINKLER LUCIANO HOFFLING DUTRA MARCIA CANTERGI FRIDMAN MARIA HELENA GUARAGNI MIRELA DE CINTRA PATRICIA ALVARENGA PATRICIA COSTA DA SILVA PEDRO JOSE PACHECO ROSANE TERESINHA PALACCI DOS SANTOS VERA LUCIA EHLERS VILLELA

Colação de grau: 23 de janeiro de 1998.

Paraninfo: Edson Luiz André de Sousa.

1998-1 LICENCIADOS ANA CRISTINA ROMERA CARLSON CRISTINA VALE SCOTT LAISSA ESCHILETTI PRATI RICARDO HOLMER HODARA RITA REJANE LUEDKE ROSANE PENNA RODRIGUES ROSANGELA DA LUZ MATOS

ROSANGELA DA SILVA SIMONE ROSENBERGER SONIA CRISTINA VALIENTE DE SOUZA TERESINHA LUCIA VIANNA

1998-1PSICÓLOGOS FRANCISCO FRANCO NETTO DA COSTA TIAGO PETRY TUPAN LEAL PAZ

Colação de grau: 3 de outubro de 1998.

Paraninfo: Carlos Thadeu Schmidt Cerski

1998-2 LICENCIADOS ADRIANA RUSCHEL STEFANI CINTIA KLEIN FERREIRA FLAVIA KOECHE JAQUELINE LIKOSKI RAMOS LUCIANA ASCONAVIETA FERRAZ MARCIA MARIA G BORGES DOS SANTOS MARIA DA GLORIA SILVA E SILVA

1998-2 PSICÓLOGOS ADRIANA OLIVEIRA DA SILVA ADRIANO RUSCHEL MARINHO ALEXANDRA MAROSOL DA CUNHA DIAS ALICE DIESEL SILVEIRA AMADEU DE OLIVEIRA WEINMANN ANDREIA PROENCA MACHADO ANGELA OSORIO SEVERO CARLOS HENRIQUE S DA SILVA NUNES CARLOS JOSE SIMOES RIBEIRO CRISTIANE SALETE LOPES MERTINS FABIO BORN VIEIRA FABIO DAL MOLIN GUSTAVO GAUER HELOISA HELENA MARCON JOSEMAR DO NASCIMENTO SALLES JOVANA GIACOBO SERRA LISIANE FERREIRA DUTRA

LUCIA HELENA REUS LUCIANA KARINE DE SOUZA LUCIANO CANTO LOGUERCIO MAGDA CARLA OURIQUES MARTINS MARCIA CAMARATTA ANTON MARCIA SILVA LUCIANO CARVALHO MARCUS VINICIUS CASTRO WITCZAK MARGARET RODRIGUES MARIANE LIMA DE SOUZA

MICHELLE LEAO COELHO PATRICIA JACOBSEN GUERRA PRISCILA ZAZYKI MARQUES THOYA LINDNER MOSENA TIRZA MARQUES MARTINEZ

Colação de grau: 19 de março de 1999.

Paraninfos: Edson Luiz André de Sousa e Tânia Mara Galli Fonseca.

1999-1 LICENCIADO ALESSANDRO BORGES UHLRICH

1999-1 PSICÓLOGOS LUCENIRA LUCIANE KESSLER SANDRA REGINA CORREA GOMES

1999-2 LICENCIADO GABRIELA ALEXANDRA ARQUEROS MARTINEZ

1999-2 PSICÓLOGOS ALINE SANTOS E SILVA ANA LUCIA MANDELLI DE MARSILLAC ANA PAULA SILVEIRA ALVES CAROLINE TOZZI REPPOLD CHRISTIANE ZAMBENEDETTI BECKER CLARISSA CORREA MENEZES CLARISSE LONGO DOS SANTOS CLAUDIA SIRANGELO ECCEL CRISTIANE EULALIA O DE MENEZES DANIELA SANTOS TURCK

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Psicologia na UFRGS 152

DENISE LOPES BARBARIOLI EDEN SARA BJOSKI NAKATSUKASA ELIANE DE ALMEIDA BROCKER ELIZABETH CRISTINA A Z OLIVEIRA FABIANA TOMAZZONI DA COSTA FERNANDA BORGES DE MEDEIROS JACQUELINE VOLINO SANTOS JULIANA LEAL DORNELES LAUDECI SALDIVIA FERNANDES LILIAN WEBER LUCIANE MARQUES RAUPP LUCIANO LORENZATTO LUIZ HENRIQUE ALVES DA SILVEIRA MARIA ILDA DOS SANTOS CEZAR MILENA DA ROSA SILVA MILTON CESAR DA COSTA MIRIAM CARVALHO DE GUIROTANE MIRLENE MARIA SILVA DOS SANTOS RICARDO HOLMER HODARA SANDRO PAVAN SYLVIA GRACIELA SOSA MEROLA

TATIANA LOPES DE ALBUQUERQUE

TATIANA MARQUES PORTO PACHECO

Colação de grau: 28 de janeiro de 2000.

Paraninfo: Edson Luiz André de Sousa.

2000-1 LICENCIADOS MARCIA CANTERGI FRIDMAN MIRIAM CARVALHO DE GUIROTANE

2000-1 PSICÓLOGOS DEISE MARIA DANI MARIA ELISABETE PIMENTEL SPERB NARA BARBOSA DOS SANTOS

2000-2 PSICÓLOGOS ANA PAULA FERREIRA DOS S SOUZA

CARLA FABIANA STRECK CAROLINE BENEVENUTI PASSUELLO CIBELE MONIQUE SANCHES CLODIO TRINDADE DANIEL DE OLIVEIRA COUTINHO DEISE CARDOSO NUNES ELIANE RIVERO JOVER ERNESTO PACHECO RICHTER FERNANDA MENNA BARRETO KRUM GIOVANI SOUZA ANDREOLI JOAO BAPTISTA LAUDA NETO LAURA LAMAS MARTINS GONCALVES LILIANE CRISTINA TERHORST LUCIANE CARRARO MARCIA LEIA MEIRELES DA SILVA MARIANA BOCCUZZI RAYMUNDO MAYTE RAYA AMAZARRAY MONICA MATTOS SPARTA DE SOUZA MYLENE MAGRINELLI ORSI NICOLAU KUCKARTZ PERGHER PAULA SANDRINE MACHADO SHARON PENTEADO SIMION SIMONE REGINA SILVA DE OLIVEIRA TATIANA WEISS RIBEIRO THIRZA BAPTISTA FRISON VIVIAN KARIN VOLKMANN

Colação de grau: 13 de janeiro de 2001.

Paraninfa: Analice de Lima Palombini.

2001-1 LICENCIADOS ALEXANDRA MAROSOL DA CUNHA DIAS ALICE DIESEL SILVEIRA CARLA ALMEIDA PFEIFER CRISTIANE UNGARETTI ZAGO

SYLVIA GRACIELA SOSA MEROLA TIRZA MARQUES MARTINEZ

2001-1 PSICÓLOGOS HERMINDO BRUM NETO MARIZA FREIRE

2001-2 LICENCIADO ANDREA SANTOS DO COUTO

2001-2 PSICÓLOGOS ALEX MARQUES COROMBERQUE ALFREDO CARRION BRUECKNER ANA PAULA KROEFF VIEIRA ANA PAULA SABOCINSKI ANDREA STELTER ANGELICA ELISA GIACOMEL BIANCA GUARANHA KREISNER CAMILE CAMPOS DA ROCHA CAROLA ANDREA MORAGA SANTIBANEZ CAROLINE DAL RI KIPPER CLAUDIA ARSEVENCO XAVIER DANIELA ROCKETT ROSA DINARA BERTAZO PAZ DA SILVA ELIANA TERESINHA QUARTIERO EMANUELE LUIZ PROENCA FERNANDA MARTINS MARQUES GABRIELA SCHUMANN BICHINHO ANTON GISELE ELISABETH GARCIA PAZ JANE FISCHER BARROS KAREN BOTELHO DICKEL LAURA SUZANA SACCHET LIZIA PACHECO PORCIUNCULA LUCIENE GEIGER LUIS FERNANDO CRUZ DA SILVA MARCIA BRAGA KNAK MARIA CAROLINA VECCHIO RAFAEL SPINELLI RICARDO VIGOLO DE OLIVEIRA SILVANA DE OLIVEIRA SUZANA FELDENS SCHWERTNER TANIA RENATA LISBOA ILHA VANESSA GARCIA DE OLIVEIRA TABOSA

Colação de grau: 13 de abril de 2002.

Paraninfa: Maria da Graça Jacques.

2002-1 LICENCIADO CAROLINE STUMPF BUAES

2002-1 PSICÓLOGOS

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Psicologia na UFRGS 153

ANA CLAIR FIORENZA MUNARETTO

CIBELE PETRY CESCA CRISTIANE KNIJNIK PAULA COSTALUNGA LIMA THAIS PINTO MARTINS

Colação de grau: 19 de outubro de 2002.

Paraninfa: Tânia Mara Galli Fonseca.

2002-2 LICENCIADO

MARCIA PRESTES RAMOS

2002-2 PSICÓLOGOS ADRIANA SPILKI ALEXANDRE BALDASSO SCHOSSLER ALINE MARIA REINBOLD SIMÕES ANA CAROLINA RIOS SIMONI ANA PAULA FORNARI VIDAL ANDREA CASTRO PACHALSKI CARLA MICHELE MARTINS CAROLINA GASPERIN CHRISTIANE SERPA DA COSTA CHRISTIANE SILVEIRA KAMMSETZER DANIEL VAZ SMITH DANIELA FORGIARINI PEREIRA DENÉIA CEMIN EDUARDO AMARO DE OLIVEIRA ELISÂNGELA ZANIOL FERNANDA BOCCO FLAVIO CESAR DE SOUZA KURKOWSKI JULIANA BREDEMEIER LILIAN DE AVILA ZAUPA LISANDRA ESPINDULA MOREIRA LUCAS TEDESCO FABBRIN LUIZ HENRIQUE DA ROSA RIOS MARA ELISA MATOS PEREIRA MARCIO ADRIANO CARDOSO MARCUS VINÍCIUS CASTILHOS FEIL MARIA ADÉLIA MINGHELLI PIETA MARIA ELISA BOLOGNESI FERRONATTO MATEUS BERGER KUSCHICK MIRIAM BAUMGARTEN RAUBER MONICA ALICE HINRICHS

PATRÍCIA VIEGAS MENEGOTTO PAULA XAVIER MACHADO RAFAELA DE QUADROS RIGONI SINARA RODRIGUES PUREZA VANESSA SOARES MAURENTE VANISE GRASSI

Colação de grau: 23 de abril de 2003.

Paraninfa: Gislei Domingas Lazzarotto

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Psicologia na UFRGS

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Anexo X Dissertações de Mestrado defendidas no Programa de Pós -Graduação em Psicologia do

Desenvolvimento (1990-2002)

Ano Autor Orientador Título 1990 Silvia Helena Koller Ângela Biaggio Diferenças de Gênero no Julgamento Moral 1990 Joseneide Lira Alves César Augusto Piccinini A ida da criança a creche e seu comportamento

exploratório em situação experimental: implicações para o estudo do apego mãe-criança

1991 Ângela Mynarski Plass Ângela Biaggio Adaptação para o português da escala de memória de Weschler – Revisada: Fidedignidade e validade.

1991 Carlos Kessler Lea da Cruz Fagundes Problemas de Aprendizagem: cognição ou afeto

1991 Simone Machado Ângela Biaggio A participação em grupo e a ansiedade em adultos jovens

1991 Cristina Fagherazz Lea da Cruz Fagundes Desenvolvimento gráfico plástico da criança em interação com o computador

1992 Brendali Bystronski Cláudio Simon Hutz A liberação dos costumes e suas conseqüências sobre os relacionamentos amorosos

1992 Denise Ruschel Bandeira Cláudio Hutz A contribuição dos testes DFH, Benoler e Raven na predição do rendimento escolar na primeira série

1992 Débora Dalbosco Dell’Aglio Cláudio Hutz A utilização dos princípios de igualdade e eqüidade em crianças e adolescentes: Um estudo evolutivo de justiça distributiva

1992 Adriana Cardozo Reck William B. Gomes Variações no Sistema de Comunicação Relacional em Diferentes Formas de Relação Familial

1992 Débora Yael Paiuk Ângela Biaggio A Atitude Frente à Pena de Morte no Brasil: Julgamento Moral, Escolha Profissional e Traços de Personalidade

1992 Marta Pedó Lea da Cruz Fagundes A Legalidade no Ambiente LOGO 1992 Íris Elizabeth Tempel Costa Lea da Cruz Fagundes A Ampliação de “Possíveis” no

Desenvolvimento Cognitivo de Adolescentes com Lesão no Sistema Nervoso Central, em Ambiente Informatizado

1992 Luciane Corte Real Lea da Cruz Fagundes O Processo de Desenvolvimento do Raciocínio de Crianças Portadoras de Deficiência Mental Leve em Interação com o Computador

1993 Dóris Lieth Peçanha Rockenbach

César Augusto Piccinini Padrões de interação mãe-criança em díades com crianças asmáticas

1993 José Augusto Evangelho Hernandez

Ângela Biaggio Diferenças sexuais na alocação de recursos: sujeitos, experimentadores, personagens e tarefas

1993 Cleonice Alves Bosa César Augusto Piccinini Implicações do temperamento infantil para os comportamentos interativos mãe-criança e criança-estranha

1993 Josiane Weiss Barbisan César Augusto Piccinini Qualidade do brinquedo simbólico na infância: contribuição do apego mãe-criança

1993 José Carlos de Carvalho Leite

William Barbosa Gomes Ser alcoolista em tratamento com meta institucional de abstinência: Um estudo empírico-fenomenológico sobre a meta de ingestão alcoólica

1994 Lilian Rodrigues da Cruz Ângela Biaggio Identificação, catarse e insight: Possibilidades de mudança em função da relação espectador/filme

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Psicologia na UFRGS

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Ano Autor Orientador Título 1994 Tânia Maria Cemin Wagner Ângela Biaggio Relações entre comportamento agressivo dos

pré-escolares e a expressão da raiva de seus pais

1994 Marta Conte Lea da Cruz Fagundes Toxicomania e Ambiente LOGO: Uma perspectiva Psicanalítica

1994 Loraine Maria de Medeiros Schuch

César Augusto Piccinini O pensamento formal em professores e sua relação com as concepções epistemológicas subjacentes ao discurso sobre aprendizagem

1994 Ciomara Ribeiro Silva Bernincá

William Barbosa Gomes Permutas intergeracionais na família: Convergências e divergências no comportamento e nos valores

1994 Jaquelin e Wendland Carro Cesar Augusto Piccinini Qualidade de Interação Mãe-Bebê: Os Efeitos de uma Intervenção Precoce

1994 Sandra Djambolakdjian Torossian

Léa da Cruz Fagundes Toxicomania: Subjetividade e Cognição em Ambiente LOGO

1994 Maria Isabel Geraldi Pizzato Cláudio Simon Hutz Papéis Sexuais, Autoconceito e Personalidade em Adolescentes e seus Pais

1994 Inês Hennigen William Barbosa Gomes Dimensões Psicossociais da Adolescência: Identidade, Relação Familiar e Relação com Amigos

1994 Alice Maggi César Augusto Piccinini Implicações dos Padrões de Interação Mãe-Criança em crianças que Apresentam Problemas de Comportamento

1994 Cátia Oliver de Mello Tânia Mara Sperb A Interação Social na Brincadeira de Faz-de-Conta: Uma Análise da Dimensão Metacomunicativa

1995 Patrícia Ruschel Daudt Tânia Mara Sperb As Implicações do tipo de relação na interação e nos conflitos entre crianças

1995 Lisiane Bizarro Araújo William Barbosa Gomes Experiências e expectativas de adolescentes em relação aos efeitos do álcool

1995 Cláudia Valle Sigaran César Augusto Piccinini Implicações do temperamento infantil na reação da criança à separação materna

1995 Viviane Ziebell de Oliveira William B. Gomes O adolescer em jovens portadores de doenças orgânicas crônicas: Um estudo fenomenológico

1995 Ana Rita Firmino Costa Lea da Cruz Fagundes Estudo das interações interindividuais em ambiente de rede telemática

1995 Carla Beatris Valentini Lea da Cruz Fagundes A apropriação da leitura e escrita dos mecanismos cognitivos de sujeitos surdos na interação em rede telemática

1995 Simone Regina Sandri Ângela Biaggio Julgamento moral, etnia e personalidade: um estudo introdutório em busca de possíveis relações

1995 Mauro de Oliveira Magalhães

William Barbosa Gomes Perspectiva Experencial da Indecisão Vocacional

1995 Roberto Bisotto Lea da Cruz Fagundes A não-linearidade do pensamento em hipertexto – A consciência da complexidade

1995 Alessandra Sant’Anna Bianchi

Cláudio Simon Hutz Comportamentos de saúde – O uso de drogas: Locus de controle e preocupações de adolescentes

1995 Paulo César Nascimento César Augusto Piccinini Representação social de tipologias corporais em crianças pré-escolares

1996 Graciela Inchausti Cortinas de Jou

Tânia Mara Sperb O contexto experimental e o desenvolvimento da teoria da mente

1996 Luciane de Conti Tânia Mara Sperb O brinquedo em casa e na escola: a bidirecionalidade da transmissão cultural

1996 Christian Haag Kirstensen William Barbosa Gomes Abuso sexual em meninos

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Psicologia na UFRGS

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Ano Doutorando Orientador Título

1996 Blanca Nair de Souza Vieira Morales

Rita de Cássia Sobreira Lopes

O processo de individuação do adolescente borderline em relação a família de origem: uma proposta metodológica

1996 Jerto Cardoso da Silva Rita de Cássia Sobreira Lopes

Sintomas psicossomáticos na adolescência: uma análise a partir da história familiar

1996 Fábio Sager Tânia Mara Sperb O brincar e os conflitos entre crianças 1996 Marcus Vinícius de Azevedo

Basso Léa da Cruz Fagundes Um estudo sobre processos cognitivos

tridimensionais através da teoria psicogenética e eletroencefalografia

1996 Paulo Padilla Petry Léa da Cruz Fagundes Processos cognitivos de professores num ambiente construtivista de robótica educacional

1996 Maria Isabel Perez Mattos Tânia Mara Sperb e Cláudio Simon Hutz

O autismo sob a perspectiva da teoria da mente na intersecção entre o afeto e a cognição

1996 Adriana Einsfeld Cláudio Simon Hutz Identidade de papéis sexuais e representação sexual no desenho da figura humana

1996 Clarissa Cazzulo Dirani César Augusto Piccinini Expectativas e sonhos da gestante na primeira gravidez

1996 Rosalina C. Prendas Léa da Cruz Fagundes Avaliação do trabalho realizado por crianças em ambiente Logo tendo como referência à teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget

1997 Gláucia H. M. Grohs Tânia Mara Sperb A construção socio-cognitiva da leitura de textos

1997 André Guirland Vieira Tânia Mara Sperb O brinquedo simbólico como uma narrativa 1997 Cecília Urbina Leon Ângela Biaggio Relações entre julgamento moral pós-

convencional, grau de fé, afiliação e participação religiosas

1997 Roselene Kasprzak Gurski Clary Milnitsky -Sapiro Desenhos animados em tempo de violência: uma contribuição para pensar a construção de valores sócio-morais em crianças pré-escolares

1997 Rochele Bezerra Barbosa Cláudio Simon Hutz Estudo comparativo das características de personalidade entre mulheres com abortamento provocado, mulheres com abortamento espontâneo e mulheres parturientes através do psicodiagnóstico de Rorschach

1997 Márcia Tabajara Moura Cláudio Simon Hutz Diferença das cores, sentimentos associados e suas relações com as características da personalidade na criança, avaliadas com a técnica de Rorschach

1997 Luciana Castoldi Rita de Cássia Sobreira Lopes

As configurações familiares e a historia de perdas e separações na família: implicações para a adaptação da criança a pré-escola

1997 Magda do Canto Zurba Lea da Cruz Fagundes A abordagem gestáltica e construtivista na compreensão do desenvolvimento da autonomia e da subjetividade de jovens em situação de risco durante o uso do sistema hipernet

1997 Mônica Baptista Pereira Estrázulas

Lea da Cruz Fagundes Interação e sócio-cognição na internet: a teoria de desenvolvimento sócio-cognitivo de Jean Piaget no estudo das trocas entre crianças na escola e fora da escola

1997 Fernando A. Dias Lea da Cruz Fagundes Relações entre a estrutura psicótica do sujeito e seu funcionamento cognitivo em ambiente informático.

1997 Maria Cristina Petrucci Sole José Luiz Caon A surdez enquanto marca constitutiva da subjetividade. Uma contribuição à pesquisa a partir da clínica psicanalítica com adolescentes surdos

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Psicologia na UFRGS

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Ano Doutorando Orientador Título 1998 Francisco Franke Settineri Rita de Cássia Sobreira

Lopes A adolescência como posição subjetiva: uma abordagem discursiva

1997 Ricardo Stürmer José Luis Caon Melancolia: um estudo comparativo à luz da pesquisa psicanalítica e neurobiológica

1998 Martha M. Wankler Hoppe Silvia Helena Koller Redes de apoio social e afetivo de crianças expostas a situações de risco

1998 Marco Antônio Pereira Teixeira

William Barbosa Gomes Mudança profissional: uma abordagem fenomenológica

1998 Lísia Ramos Mayer Silvia Helena Koller Controle percebido e desempenho acadêmico de crianças de nível socioeconômico baixo

1998 Paola Biasoli Alves Silvia Helena Koller O brinquedo e as atividades cotidianas de crianças em situação de rua

1998 Célia Regina Rangel Nascimento

Ângela Biaggio Relações entre a resposta de ansiedade de pais e a resposta de ansiedade de seus filhos

1998 Viv ian Hamann Smith Ângela Biaggio Enfrentamento na depressão: estilo explanatório e tipos de experiência depressiva

1998 Ana Cristina Dias William B. Gomes Conversas sobre sexualidade no ambiente familiar: a perspectiva de gestantes adolescentes e seus pais

1998 Ana Laura Giongo Clary Milnitsky -Sapiro O "ficar" e sua função na adolescência: um estudo em uma escola de classe média-alta de Porto Alegre

1998 Francisco H. da Rosa Cláudio Simon Hutz Características de Personalidade e Comportamentos Sexuais de Risco Em Adolescentes.

1998 Larissa Feijó César Augusto Piccinini O bebê pré -termo: intervenção precoce visando à melhoria da interação mãe-bebê

1998 Eliane S. Grings Léa da Cruz Fagundes A representação do espaço cibernético pela criança, na utilização de um ambiente virtual

1998 Andréa Pinto Chioqueta Ângela Biaggio Adaptação para o português do inventario de depressão estado-traço: Fidedignidade e validade

1998 Loide Trois Rita de Cássia Sobreira Lopes

Adolescência e discurso: analisando o funcionamento da heterogeneidade no discurso de adolescentes que participaram do movimento de impeachment presidencial

1999 Tatiana G. Jacques Lea da Cruz Fagundes O processo de construção de um novo objeto: apresentação hipermídia, a atividade representativa do sujeito e os processos interativos

1999 Claudia Maria Teixeira Goulart

Tânia Mara Sperb Asma e significação: as narrativas das crianças asmáticas na cultura hospitalar

1999 Patrícia Ligocki Silva Tânia Mara Sperb A pré-escola e a construção da autonomia 1999 Andréa Rapoport Averbuch César Augusto Piccinini Adaptação de bebes a creche: o ingresso no

primeiro ou segundo semestre de vida 1999 Cristina Lhullier William Barbosa Gomes As idéias psicológicas e o ensino de psicologia

nos cursos normais de Porto Alegre no período de 1920 a 1950

1999 Alessandra M. Cecconello Sílvia Helena Koller Competência social, empatia e representação mental da relação de apego em famílias em situação de risco

1999 Débora F. M. Silva Cláudio Simon Hutz Estilo atribucional em adolescentes infratores e não infratores

1999 Janaína T. B. Pacheco William B. Gomes Estilos Parentais e o desenvolvimento de habilidades sociais na adolescência.

1999 Ciane Pompermayer Rita de Cássia Sobreira Lopes

O processo de luto do adolescente em relação às imagos parentais relacionado com a escolha de uma profissão

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Psicologia na UFRGS

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Ano Doutorando Orientador Título 1999 Cláudia A. Bisol Rita de Cássia Sobreira

Lopes Diálogos sobre o bebê: análise do discurso em ultra -sonografias obstétricas

1999 Otávio A. W. Nunes José Luiz Caon

A representação da subjetividade na escrita de pacientes de toxicomania

1999 Raquel C. Brito Sílvia Helena Koller

Uso de drogas entre meninos e meninas em situação de rua: subsídios para uma intervenção comunitária

1999 Maria Elisa Carpena Sílvia Helena Koller

Famílias de meninos em situação de rua na cidade de Caxias do Sul: locus de controle, situação atual de vida e expectativas para o futuro

1999 Luis Alberto Presa Ângela Maria Brasil Biaggio

Diferenças nos índices de raiva entre motoristas de ônibus, caminhão e automóvel, não infratores e infratores

1999 Roberto M. Santos Clary Milnitsky

Educação moral e “física”: raciocínio crítico e educação sócio-moral como conteúdo programático da educação física

1999 Luciana A. D. Silva César Augusto Piccinini

Determinantes psicossociais dos problemas de comportamento de crianças pré -escolares

1999 Cristiane Muraro Ângela Biaggio O brincar na aprendizagem da língua inglesa 1999 Margareth F. Simionato Tânia Mara Sperb

Representações s ociais acerca da alfabetização de adultos

1999 Aurélio Marcantonio José Luiz Caon

Um estudo sobre a somatose infantil em pacientes portadores de leucemia

1999 Raquel C. Poletto Sílvia Helena Koller

Rede de apoio social e afetivo de crianças em situação de pobreza

1999 Adriane Krob César Augusto Piccinini

A transição para a paternidade e a interação pai-bebê

1999 Talu A. De Martini César Augusto Piccinini

A transição para a paternidade : expectativas, sentimentos e síndrome de couvade dos futuros pais ao longo da gestação

1999 Felipe A. Pezzi José Luiz Caon

Psicanálise das aprendizagens: sobre a psicopatologia e o psicopatológico do ensinante

1999 Simone Demore Rigotto William B. Gomes Contextos de abstinência e de recaída na recuperação da dependência química.

1999 Renata Sassi José Luiz Caon

O que dizem as mães daqueles que não escutam: implicações possíveis na constituição subjetiva da criança surda

2000 Flávia C. N. Santos Ângela Biaggio

Redução de comportamentos agressivos na escola atra vés de discussões de dilemas

1999 Nilva Dallegrave José Luiz Caon

Um estudo sobre a psoríase enquanto linguagem simbólica do sujeito

2000 Marcelo Eichler Lea da Cruz Fagundes

Um estudo sobre a microgênese da explicação de um problema ambiental

2000 Patrícia Alvarenga César Augusto Piccinini

Práticas educativas maternas e problemas de comportamento na infância

2000 Alessandra Mainieri Tânia Mara Sperb

A teoria da mente na vida diária de indivíduos autistas

2000 Isac Iribarry José Luiz Caon

Ética, sublimação e aprendizagem heróica: os três eixos fundamentais da experiência psicanalítica de tratamento

2000 Clarissa De Antoni Sílvia Helena Koller

Vulnerabilidade e resiliência familiar na visão de adolescentes maltratadas

2000 Beatriz Bonilla William Barbosa Gomes

Queixa psicológica de adolescentes na percepção de mães, filhas e filhos: um estudo fenomenológico

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Psicologia na UFRGS

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Ano Doutorando Orientador Título

2001 Carlos Henrique Nunes Cláudio Simon Hutz

A construção de um instrumento de medida para o fator neuroticismo/estabilidade emocional dentro do modelo de personalidade dos cinco grandes fatores

2001 Daniela Levandowski César Augusto Piccinini

Paternidade na adolescência: expectativas, sentimentos e a interação com o bebê

2001 Carla M. Kreutz César Augusto Piccinini

A experiência da maternidade e a interação mãe-bebê em mães adolescentes e adultas

2001 Jerusa F. Salles Maria Alice de Mattos Pimenta Parente

Crianças com dificuldades específicas de leitura: identificação e intervenção em uma abordagem cognitiva

2001 Carolina S. M. Lisboa Sílvia Helena Koller

Estratégias de coping e agressividade: um estudo comparativo entre crianças vítimas e não-vítimas de violência doméstica

2001 Mariane L. Souza William B. Gomes Relação reversiva entre quantid ade e qualidade nas pesquisas de autoconsciência

2001 Helenita Ferrari César Augusto Piccinini

Implicações da ausência paterna para a qualidade da interação mãe-bebê

2001 Gustavo Gauer William B. Gomes Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Ensino e pesquisa após a reforma universitária.

2001 Luciana K. Souza Tânia Mara Sperb

Paz, guerra e violência: as concepções de crianças e adolescentes de Porto Alegre

2001 Mirna Nicolai Branco Rita de Cássia Sobreira Lopes

Do casal recasado à fa mília recasada

2001 Cátia Nunes Correa Rita de Cássia Sobreira Lopes

A transição do casal para a parentalidade

2001 Carla Maria V. Tarasconi Tânia Mara Sperb

As narrativas das crianças com manifestações somáticas no contexto do Jogo do Rabisco de Winnicott.

2001 Carmen Lobato Sílvia Helena Koller

Maturidade vocacional em adolescentes e adultos jovens: utilização de um instrumento criado para população brasileira

2001 Talzamara O. Duarte Cláudio Simon Hutz

Validade preditiva dos testes atenção concentrada

2001 Cláudio Wagner Maria Alice de Mattos Pimenta Parente

Atenção visual em crianças e adolescentes: um estudo a partir do paradigma de tempo de reação

2001 Christiane A. Miranda José Luiz Caon

O sonho como instrumento terapêutico em psicopatologia somática

2001 Clarissa Corrêa Menezes Rita de Cássia Sobreira Lopes

Conjugalidade na transição para a parentalidade

2001 Caroline T. Reppold Cláudio Simon Hutz

Estilo parental percebido e adaptação psicológica de adolescentes adotados

2001 Lenis a Brandão Maria Alice Pimenta Parente

Estórias pessoais e fictícias: estudo comparativo sobre a verbosidade fora do tópico em jovens e idosos

2001 Dirce Terezinha Tatsch William B. Gomes

Estilos parentais na percepção dos adolescentes de comunidades ítalo e teuto-brasileiras

2001 Nelci Marlene Bühler Silva Cláudio Simon Hutz

A utilização de estratégias de coping em diferentes cargos hierárquicos na empresa

2001 Jocitacler Bolsoni Sílvia Helena Koller

Interação entre irmãos: empatia e fatores de risco e proteção

Ano Doutorando Orientador Título

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Psicologia na UFRGS

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2001 Lisiane M. de Oliveira Rita de Cássia Sobreira Lopes

A reordenação do desejo parental frente ao impacto do diagnóstico de síndrome de Down

2002 Elisa Kern de Castro César Augusto Piccinini

A experiência da maternidade e a interação mãe-criança em crianças com e sem doença crônica durante o segundo ano de vida

2002 Marúcia P. Bardagi Cláudio Simon Hutz

Os estilos parentais e sua relação com a indecisão profissional, ansiedade e depressão dos filh os adolescentes

2002 Aldo David Meneghetti William B. Gomes

Relação familiar, violência urbana e experiência escolar na vida cotidiana de jovens adolescentes

2002 Daniela Delias de Souza Schwengher

César Augusto Piccinini

A interação mãe-bebê e a experiência da maternidade de mães com e sem indicadores de depressão no final do primeiro ano de vida do bebê

2002 Viviane Costa de Leon Cleonice Bosa

Estudo das propriedades psicométricas do perfil psicoeducacional PEP-R: elaboração da versão brasileira

2002 Adriana Kipper Cláudio Simon Hutz

Amizade e satisfação de vida: um estudo sobre a influência das relações de amizade no espaço do trabalho

2002 Verônica Petersen Chaves Tânia Mara Sperb

A interação mãe-criança em famílias adotivas: um estudo comparativo

2002 Adriana de Oliveira Rita de Cássia Sobreira Lopes

Função materna e os fenômenos psicossomáticos: reflexões a partir da asma infantil

2002 Luciano Lorenzato Tânia Mara Sperb

Aspectos cognitivos da interação pais -criança aos dois anos de idade

2002 Karla Goldberg Cleonice Bosa

A percepção do professor acerca do seu trabalho com crianças portadoras de autismo e síndrome de Down

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Psicologia na UFRGS

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Anexo XI Teses de Doutorado defendidas no Programa de Pós-Graduação

em Psicologia do Desenvolvimento (1999-2002)

Ano Doutorando Orientador Título 1999 Paulo Roberto Ferrari Mosca Léa da Cruz Fagundes Epistemologia genética e conhecimento

médico: o caminho das idéias médicas sobre o caminho do sangue (e da vida)

1999 Denise Ruschel Bandeira Cláudio S. Hutz Avaliação de um projeto social do ponto de vista do desenvolvimento psicológico de seus participantes

2000 Adriane Antoniazzi Cláudio S. Hutz Desenvolvimento de instrumentos para a avaliação de coping em adolescentes brasileiros

2000 Janine Kieling Monteiro Ângela M. B. Biaggio Julgamento moral, culpa e depressão 2000 Marta Regina Leão D´agord Lea da Cruz Fagundes Processos inconscientes em situações

construtivistas de "aprendizagem por projetos" enriquecidas com as novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs)

2000 Viviane Ziebell Oliveira William B. Gomes Comunicação médico-paciente e adesão ao tratamento em adolescentes portadores de doenças orgânicas crônicas

2000 Débora Dalbosco Dell´Aglio Cláudio S. Hutz O processo de coping, institucionalização e eventos de vida em crianças e adolescentes

2000 Tânia M. C. Wagner Ângela M. B. Biaggio Obesidade na adolescência: Alexitimia, imagem corporal e ansiedade

2001 Sandra Djambolakdjian Torossian

Rita de Cássia S. Lopes A construção das toxicomanias na adolescência: travessias e ancoragens

2001 Graciela Inchausti de Jou Tânia Mara Sperb As habilidades cognitivas na compreensão da leitura: um processo de intervenção no contexto escolar

2002 Liliane Seide Froemming Léa da Cruz Fagundes A montagem no cinema e a associação-livre na psicanálise

2002 Cláudia Hofheinz Giacomoni Cláudio S. Hutz Bem-estar subjetivo infantil: conceito de felicidade e construção de instrumentos para avaliação

2002 Ciomara Ribeiro Silva Benincá

William B. Gomes Apoio psicológico à enfermagem diante da morte: Estudo fenomenológico

2002 Paola Biasoli Alves Silvia Koller O modelo ecológico e o desenvolvimento de crianças em situação de rua: Infância, tempo e atividades cotidianas

2002 Martha Hoppe José Luiz Caon A psicopatologia na disputa da guarda por um filho

2002 Débora Frizzo Macagnan da Silva

Cláudio S. Hutz O desenvolvimento das trajetórias do comportamento delinquente: variáveis psicossociais

2002 Marco Antônio Pereira Teixeira

William B. Gomes A experiência de transição entre a universidade e o mercado de trabalho na adultez jovem

2002 Fabio Sager Tânia Mara Sperb Co-orientação: Antonio Roazzi

O significado do espaço físico da escola infantil: uma abordagem das representações sociais do lugar

2002 Luciana Castoldi Rita de Cássia S. Lopes A construção da paternidade desde a gestação até o primeiro ano do bebê

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Psicologia na UFRGS

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Anexo XII Dissertações de Mestrado defendidas no Programa de Pós -Graduação

em Psicologia Social e Institucional (1999-2002) Ano Autor Orientador Título

2000 Adriana de Souza Kuchembecker Clary Milnistsky Sapiro

Uso de drogas entre Meninos e Meninas de Rua no Centro de Porto Alegre

2000 Ângela Maria Pagot Álvaro Roberto Crespo Merlo

O Cotidiano da Loucura: palavras de inclusão e exclusão

2000 Arnaldo Toni Sousa das Chagas Sergio Antonio Carlos O Sujeito Imaginário no Discurso de Auto-ajuda

2000 Carmem Backes Edson Luis André de Sousa O que é ser brasileiro?

2000 Cleuza Maria de Oliveira Bueno Maria Assunta Capilongo Entre -vista: espaço de construção subjetiva

2000 Daniel de Queiroz Lopes Léa da Cruz Fagundes Civilização e Progresso: lógicas de permanência e acúmulo em jogo de simulação

2000 Daniela da Cunha Calsa Marisa Faermann Eizirik Amor, Sexo e Vulnerabilidade: um estudo com soropositivos para o HIV

2000 Denise Mairesse Tânia Mara Galli Fonseca Empresa Familiar / Família Empresarial: (des)dobramentos da herança

2000 Fábio Alexandre Moraes Marisa Faermann Eizirik Abrindo a Porta da Casa dos Loucos (ou: para ativar a potência dos fluxos)

2000 José Mario D´Avila Neves José Vicente Tavares dos Santos

A Produção da Governabilidade na Gestão do Trabalho no Serviço Público: uma contribuição para análise das relações de trabalho.

2000 Luis Roberto Benia Edson Luis André de Sousa Desemprego: luto ou melancolia

2000 Maria Lúcia Puperi Muller Clary Milnistsky Sapiro A Função das Entrevistas Iniciais para a Formação Profissional dos Terapeutas - marcas da processualidade de uma prática

2000 Rosane de Abreu Silva Clary Milnistsky -Sapiro Delinqüência Juvenil e Imagos Parentais: uma interlocução na contemporaneidade

2001 Claudia Spieker Azevedo Lia Beatriz de Lucca Um Caminho para a Formação de Professores 2001 Gerson Smiech Pinho Lia Beatriz de Lucca Freitas O Brincar na Infância Contemporânea

2001 Karen Eidelwein Cleci Maraschin Ciberidéias: construindo modos de conhecer-trabalhar

2001 Luciane Sayuri Sato Léa da Cruz Fagundes Inventado Mundos Encantados: uma história de enação da comunidade virtual Sitecria

2001 Luciano Canto Loguercio José Vicente Tavares dos Santos

A Prática do Futebol por Adolescentes de Classes Populares: um dispositivo "sócio-inclusivo-educativo" e "prazeroso" - estudo de caso em uma escolinha de futebol comunitária de Porto Alegre

2001 Márcia Cantergi Fridman Maria da Graça Jacques Errar é Humano?: um estudo de caso sobre as especificidades do trabalho hospitalar

2001 Marcus Vinícius Castro Witczak

Sergio Antonio Carlos Envelhecer ao Aposentar-se: discutindo a aposentadoria masculina, o envelhecer e o subjetivar

2001 Maria da Glória Silva e Silva Sergio Antonio Carlos Costurando toda a Vida: memória e trabalho de aposentadas por idade

2001 Neuzi Barbarini Álvaro Roberto Crespo Merlo

Trabalho Bancário e Reestruturação Produtiva: implicações no psiquismo dos trabalhadores

Ano Autor Orientador Título

2001 Nílcia Peres Mazzochi Cleci Maraschin Mapeando Autorias Coletivas no Acoplamento Cognição-Internet

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Psicologia na UFRGS

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2001 Patrícia Balestrin Edson Luis de Sousa Entre -Vistas: nós cegos no social

2001 Patrícia Gomes Kirst Tânia Mara Galli Fonseca Fotográfico e Subjetivação: hibridização, multiplicidade e diferença

2001 Rosângela da Luz Mattos Tânia Mara Galli Fonseca Capital, Trabalho e Subjetivação: a juventude nas malhas do setor de serviços.

2001 Rose Teresinha da Rocha Meyer

Álvaro Roberto Crespo Melo

Vivendo e Aprendendo a Jogar: valor e manifestações psíquicas no trabalho dos monitores da FEBEM/RS.

2001 Suelci Neusa Kern Hickel Marisa Eizirik Viragens da Diferença: escola especial e produção de verdade

2001 Suzinara Tonatto Clary Sapiro Adolescência "Corpo e Alma": abordando um tema transversal na educação formal

2002 Carlos José Simões Ribeiro Tânia Mara Galli Fonseca Plano Grupal Transdisciplinar: cartografando uma equipe de s aúde mental

2002 Fábio Dal Molin Tania Mara Galli Fonseca Autopoiese e Sociedade: a Rede Integrada de Serviços da Restinga na teoria dos sistemas vivos

2002 Paulo Fossatti Marisa Faermann Eizirik Formar e Educar: do governo e dos modos de ser Lassalista

2002 Sueli Souza Santos Sergio Antonio Carlos Sexualidade e Amor na Velhice

2001 Kathy Helena Espósito Tania Mara Galli Fonseca Relações de gênero e reestruturação bancária: outras pulsações

2001 Patrícia Beatriz Argôllo Gomes Kirst Tânia Mara Galli Fonseca Fotográfico e subjetivação: hibrudização,

multiplicidade e diferenças

2002 Almerindo Antonio Boff Clary Milnitsky Sapiro Recortes de interações intre cuidadoras e crianças institucionalizadas: uma avaliação das funções paretais à luz da psicanálise

2002 Ângela Lângaro Becker Cleci Maraschin Adolescência e instituições: a mímesis como transmissão possível

2002 Caroline Lorene Schulte Alvaro Roberto Crespo Merlo

O trabalho com o fumo: subjetivação e precarização na atividade das trabalhadoras safristas

2002 Flademir Williges Edson André Luis de Sousa Interação virtual: a função do gozo

2002 Márcia Werner Maria da Graça Corrêa Jacques

O processo de implantação da reestruturação produtiva

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Psicologia na UFRGS

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Anexo XIII Cronologia

Ano Registro Reitores da

UPA/URGS/UFRGS 1930 - Getúlio Vargas (1883-1954) assume a Presidência da República,

mantendo -se no poder até 1945.

1934 - Fundação da Universidade de Porto Alegre

1936 - Instalação da Universidade de Porto Alegre em 30/03/1936 1936 - Manoel André da Rocha

1937 - Aurélio de Lima Py

1939 – Ary de Abreu Lima

1942 – Edgar Luiz Schneider

1943 - Fundação da Faculdade de Filosofia da Universidade de Porto Alegre 1943 – Antonio Saint-Pastous de Freitas

- A disciplina Psicologia Geral e Experimental é lecionada pela primeira vez no Curso de Filosofia da Universidade de Porto Alegre, tendo Oscar Machado como professor.

1944 - Décio Soares de Souza assumiu a cátedra de Psicologia Geral no Curso de Filosofia

1944 – Egídio Hervé

1945 - A cátedra de Psicologia Geral passa para Victor de Britto Velho 1945 – Armando Pereira da Câmara

- Restabelecimento da Democracia no Brasil com a eleição para Presidência da República.

1946 - -

Nilo Maciel é convidado para ser o professor assistente de Victor de Britto Velho Graciema Pacheco é convidada para ser professor assistente de Oscar Machado.

1947 - A Universidade de Porto Alegre passa a ser chamada de Universidade do Rio Grande do Sul (URGS)

1949 - Graduação de Jurema Alcides Cunha no Curso de Filosofia 1949 – Alexandre Martins da Rosa

1952 – Elyseu Paglioli

1954 - Criação do Departamento de Psicologia Clínica por Nilo Maciel

1962 - Reconhecimento da profissão de psicólogo e regulamentação da formação em psicologia pela lei 4.119 de 27 de agosto.

1963 - Tramita na URGS o Processo Nº 1883/64 com a primeira proposta para a criação de um Curso de Graduação em Psicologia. O projeto não foi aprovado e a justificativa ainda não foi recuperada pelos historiadores.

1964 - Início do Regime Militar no Brasil 1964 – José Fonseca Milano

- A Universidade do Rio Grande do Sul passa a ser chamada de Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

1966 - Juracy Cunegatto Marques defende a primeira Tese de Liv re Docência na UFRGS, intitulada “O questionário de ansiedade normal de Lykken em adolescentes e adultos masculinos e femininos”.

1967 - Reforma Universitária 1 – Extinção das cátedras e criação dos departamentos universitários pelo Decreto-Lei 252, de 28 de fevereiro de 1967.

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Psicologia na UFRGS

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Ano Registro Reitores da

UPA/URGS/UFRGS 1968 - Reforma Universitária 2 – Institucionalização das atividades

acadêmicas com a criação das coordenações de cursos constituída por professores dos diversos departamentos que participassem do currículo pelo Decreto Lei 5.540 de 28 de novembro de 1968.

– Eduardo Zaccaro Faraco

1970 - Implantação da Reforma Universitária na UFRGS

- COESP – Com a implantação da Reforma Universitária o Departamento de Psicologia Clínica é transformado em Centro de Orientação e Seleção Psicotécnica.

1971 - Faculdade de Filosofia é extinta.

- Criação do Departamento de Psicologia, vinculado ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.

- É realizada a primeira reunião plenária do Departamento de Psicologia em 18 de março. O departamento contava, em sua inauguração com o seguinte corpo docente: Nilo Antunes Maciel, Amadeu Faviero, José Carlos Fenianos, Arthur de Mattos Saldanha, Fernando Ferreira Lopes, Fernanda Marques Fernandes Gottschall.

- A chefia do Departamento ficou a cargo de José Carlos Fenianos

- Professores Odair Perugini de Castro e Lúcio Hagemann passa a integrar o Corpo Docente.

1972 - Realização do primeiro concurso para professores do Departamento, sendo aprovados Dante de Barros Coutinho, Luiz Osvaldo Leite, e Hélio Di Nóia Martins.

– Ivo Wolff

- Criação do Curso de Psicologia, por iniciativa da Comissão de Carreira de Filosofia e Ciências Humanas, sob coordenação de Graciema Pacheco, com o Processo Nº 23.938, incentivada e apoiada pelo Reitor Eduardo Zaccaro Faraco.

1973 - Primeiro vestibular e início de funcionamento do Curso de Psicologia da UFRGS

- -

Profa. Yeda Roesch da Silva é integrada ao Corpo Docente. Falecimento do professor Amadeu Faviero Aposentadoria do prof. Nilo Maciel

- Professora Odair Perugini de Castro assumi a chefia do Departamento

- Criação do Grupo de Estudos Cognitivos pela Professora Odair Perugini de Castro

- Criação da Revista do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

- Criação dos Cadernos de Psicologia Aplicada do COESP tendo como editor o Prof. Arthur de Mattos Saldanha.

1974 - Afastamento da profa. Fernanda Marques Fernandes Gottschall

1975 - Professores Annuncio João Caldana, José Luiz Caon e Manoel Pereira Couto Neto passam a fazer parte do Corpo Docente.

- Circulação do último volume dos Cadernos de Psicologia Aplicada

- José Carlos Fenianos é reconduzido a chefia do Departamento

1976 - Instalação do Laboratório de Psicologia Experimental pelo prof. Manoel Couto Neto. Professor Dante de Barros Coutinho pede demissão da Universidade.

– Homero Só Jobim

1977 - Implantação do segundo currículo do Curso de Psicologia.

- Professores Cláudio Simon Hutz, Eurema de Fátima Gallo de Moraes, Martha Dominga Brizio Ferrari, e Paulo Kroeff passam a fazer parte do Corpo Docente.

- É solicitado o reconhecimento do Curso de Psicologia

- Criação da Comissão de Carreira do Curso Psicologia

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Psicologia na UFRGS

283

Ano Registro Reitores da UPA/URGS/UFRGS

- Professor José Carlos Fenianos é eleito coordenador da Comissão de Carreira do Curso de Psicologia

- Instalação da Biblioteca Setorial de Psicologia, tendo como bibliotecária-chefe Maria Cristina Bürges.

- Criação do NAPE - Núcleo de Assistência Psicológica ao Estudante, a coordenação ficou a cargo da Profa. Odair Perugini de Castro.

- Formatura da Primeira Turma em 29 de dezembro com sete graduados.

1978 - Uma comissão composta pelos professores Egídio José Romanelli, da Universidade Federal do Pará; e Romeu de Morais Almeida, da Universidade de São Paulo, visitam o curso para fins de credenciamento

- Odair Perugini de Castro é reconduzida a chefia do Departamento

- Professora Lea da Cruz Fagundes passa a fazer parte do Corpo Docente.

1979 - Reconhecimento do Curso de Psicologia pelo Decreto Nº 83654 de 28/06/1979

- Em cumprimento a uma das exigências para o Reconhecimento do Curso, o NAPE - Núcleo de Assistência ao Estudante é transformado em Clínica de Atendimento Psicológico - CAP. A coordenação ficou a cargo da Profa. Odair Perugini de Castro.

- Prof. Sérgio Spritzer passa a fazer parte do Corpo Docente.

1980 - Greve, por um mês, dos estudantes do Curso de Psicologia, por melhores condições de ensino, com repercussão na impressa local, conforme notícia em Zero Hora de 30/08/1980.

– Earle Diniz Macarthy Moreira

- Profas. Vera Blondina Zimmermann e Maria Célia Pacheco Lassance passam a fazer parte do Corpo Docente.

1981 - Professor César Augusto Piccinini passa a fazer parte do Corpo Docente.

- Criação do Colegiado do Curso, que substituirá as Reuniões Plenárias

- Prof. Annuncio João Caldana é eleito para a chefia do Departamento

- Prof. Lúcio Hagemann é eleito para a coordenação da Comissão de Carreira.

- O Grupo de Estudos Cognitivos é transformado em Laboratório de Estudos Cognitivos. A coordenação ficou a cargo da Profa. Lea da Cruz Fagundes

1982 - Professor Sergio Antônio Carlos passa a fazer parte do Corpo Docente.

- Aposentadoria de Annuncio João Caldana

- Cláudio Simon Hut z é eleito chefe de Departamento

1983 - Professora Tânia Mara Galli Fonseca passa a fazer parte do Corpo Docente.

1984 - Falecimento do prof. Hélio Di Nóia Martins – Francisco Luís dos Santos Ferraz

1985 Redemocratização do Brasil com a eleição indireta de Tancredo Neves para a Presidência da República.

- Prof. Fernando Ferreira Lopes é eleito para a coordenação da Comissão de Carreira.

- Professor William Barbosa Gomes transfere-se da UFSM, onde ingressou por concurso, para a UFRGS passando a fazer parte do Corpo Docente.

1986 - Admissão, por concurso, da professora Liliane Seide Froemming

- Criação do Curso de Licenciatura em Psicologia

- Transferência da sede do Departamento de Psicologia do Antigo Prédio da Física no Campus Central para o Antigo Prédio do Ciclo Básico no Campus da Saúde.

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Psicologia na UFRGS

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Ano Registro Reitores da

UPA/URGS/UFRGS - Lançamento da Revista Psicologia: Reflexão e Crítica, tendo como

editor o Prof. William Barbosa Gomes.

- I Encontro de Pesquisadores em Psicologia no Rio Grande do Sul, organizado pelos professores William Barbosa Gomes e Cláudio Simon Hutz, com financiamento do CNPq. Neste evento estabeleceram-se as bases do futuro Programa de Pós-Graduação em Psicologia Stricto Sensu.

1987 - William Barbosa Gomes é eleito chefe do Departamento

- Profa. Ângela Maria Brasil Biaggio transfere-se da Faculdade de Educação para o Departamento de Psicologia

- Profa. Eurema de Fátima Gallo de Moraes pede demissão da Universidade.

- Implantação do Terceiro Currículo do Curso de Graduação em Psicologia

1988 - Início das atividades do Curso de Mestrado em Psicologia, com área de Concentração em Psicologia do Desenvolvimento. A coordenação ficou a cargo do Prof. Cláudio Simon Hutz.

– Gerhard Jacob

1989 - Admissão, por concurso, das Professoras Maria da Graça Corrêa Jacques e Tânia Mara Sperb.

- Prof. César Augusto Piccinini foi eleito chefe do Departamento

Jussára Terezinha Pellin Mielniczuk substitui Maria Cristina Bürges como bibliotecária-chefe.

1990 - O Departamento de Psicologia passa por uma reestruturação interna com o reagrupamento dos professores em três setores: Processos Básicos em Psicologia; Psicologia Social e Institucional; e Psicologia Clínica.

– Tuiskon Dick

- Defesa da primeira Dissertação de Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento por Silvia Helena Koller, tendo como orientadora a Profa. Ângela Maria Brasil Biaggio.

- Criação do Serviço de Orientação Profissional - SOP, por iniciativa da Profa. Maria Célia Pacheco Lassance.

- Criação da UNITI – Universidade para a Terceira Idade por iniciativa dos professores Odair Perugini de Castro e Sergio Antonio Carlos.

- Aposentadoria dos Professores Doralício Siqueira Filho, José Carlos Fenianos e Ruth Cabral.

- Admissão, por concurso, das Professoras Regina Orgler Sordi; Silvia Helena Koller, Rita de Cássia Sobreira Lopes,

1991 - Aposentadoria dos Professores Yeda Roesch da Silva, Lúcio Hagemann, e Manoel Couto Neto

- Admissão, por concurso, das professoras Cleci Maraschin e Denise Ruschel Bandeira.

- Prof. Paulo Kroeff é eleito chefe do Departamento

1992 - Aposentadoria da Profa. Odair Perugini de Castro – Hélgio Henrique Casses Trindade

- Admissão, por concurso, da Profa. Clary Milnisky Sapiro

- Prof. William B. Gomes é eleito coordenador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

1993 - Prof. Luiz Osvaldo Leite é eleito chefe do Departamento

- Aposentadoria do Prof. Fernando Ferreira Lopes

- Prof. Maria Célia Pacheco Lassance é eleita para a coordenação da Comissão de Carreira.

1994 - Viviane Castanho substitui Jussára T. P. Mileniczuk como bibliotecária-chefe

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Psicologia na UFRGS

285

Ano Registro Reitores da

UPA/URGS/UFRGS 1995 - O Departamento de Psicologia é transformado em Instituto de

Psicologia, Prof. Luiz Osvaldo Leit e é nomeado Coordenador Pro-Tempore. O Instituto é constituído por três Departamentos: Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade (antigo setor de Processos Básicos); Psicologia Social e Institucional; e Psicanálise e Psicopatologia (antigo Setor de Psicologia Clínica)

- Aprovação do novo Regimento Geral da Universidade (RGU)

- Admissão, por concurso, dos Professores Edson Luiz André de Sousa para o Departamento de Psicanálise e Psicopatologia, e Jaqueline Tittoni para o Departamento de Psicologia Social e Institucional.

- Desativação do LAEC - Laboratório de Análise Experimental do Departamento por falta de professor na área.

- Extinção do COESP pelo Novo Regimento da Universidade 1996 - Implantação do Quarto Currículo do Curso de Graduação em

Psicologia – Wrana Maria Panizzi

- Prof. Maria da Graça Corrêa Jacques é eleita para a coordenação da Comissão de Graduação.

- Prof. Luiz Osvaldo Leite é eleito Diretor do Instituto de Psicologia - Prof. César Augusto Piccinini é eleito Coordenador do Programa de

Pós-Graduação em Psicologia

- Admissão, por concurso, da Profa. Analice de Lima Palombini para o Departamento de Psicanálise e Psicopatologia.

- Profa. Vera Blondina Zimmermann pede afastamento e logo depois é cedida para a Universidade Federal de São Paulo.

1997 - Criação do Curso de Mestrado em Psicologia Social e Institucional. A coordenação ficou a cargo da Profa. Tânia Mara Galli Fonseca.

- Admissão, por concurso, das Profas. Marta Regina de Leão D´Agord para o Departamento de Psicanálise e Psicopatologia; Lia Beatriz de Lucca Freitas para o Departamento de Psicologia Social e Institucional; e Maria Alice de Mattos Pimenta Parente para o Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade.

1998 - Prof. Luiz Osvaldo Leite renuncia, por problemas de saúde, a Direção do Instituto de Psicologia

- Prof. Cláudio Simon Hutz é eleito Diretor do Instituto de Psicologia

- Prof. Sergio Antônio Carlos é eleito Vice-Diretor do Instituto

- Admissão, por concurso, da Profa. Gislei Domingas Romanzini Lazzarotto para o Departamento de Psicologia Social e Institucional.

- Aposentadoria das Profas. Ângela Maria Brasil Biaggio e Lea da Cruz Fagundes.

- Paulo Roberto Ferrari Mosca defende a primeira Tese de Do utorado no Programa de Psicologia do Desenvolvimento sob orientação de Léa da Cruz Fagundes.

2000 - Prof. William Barbosa Gomes é eleito coordenador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

- Admissão, por concurso, da Profa. Cleonice Alves Bosa

- São defendidas as primeiras Dissertações de Mestrado no Programa de Psicologia Social e Institucional.

- Prof. Sergio Antonio Carlos afasta-se da Vice-Direção do Instituto.

2001 - Prof. Sergio Antônio Carlos é eleito para a coordenação da Comissão de Carreira.

- Aposentadoria da Profa. Maria da Graça Corrêa Jacques.

- Falecimento do Prof. Fernando Ferreira Lopes

Page 169: Psicologia na UFRGS 1publica%E7%E3o).pdf · Psicologia na UFRGS 2 (texto da orelha) A história da psicologia na UFRGS inicia no ano de 1943 com a Cátedra de Psicologia Geral da

Psicologia na UFRGS

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Ano Registro Reitores da

UPA/URGS/UFRGS 2002 - Profa. Maria Alice de Mattos Parente é eleita coordenadora do

Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

- Profa. Cleci Maraschin é eleita coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional.

- Prof. Paulo Kroeff é eleito Diretor do Instituto de Psicologia

- Prof. Sergio Antônio Carlos é eleito Vice-Diretor do Instituto

- Admissão, por concurso, dos Professores Lisiane Bizarro Araújo e Débora Dalbosco Dell´Aglio para o Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade; e dos professores Rosane Neves da Silva e Henrique Nardi para o Departamento de Psicologia Social e Institucional.

- Professor Carlos Henrique Kessler transfere-se da Faculdade de Educação para o Departamento de Psicanálise e Psicopatologia.

- Aposentadoria do Prof. Luiz Osvaldo Leite

Prof. Liliane Seide Froemming é eleita para a coordenação da Comissão de Graduação.

Admissão, por concurso, da Profa. Lisiane Bizarro Araújo.

2003 - Falecimento do Professor Aposentado José Carlos Fenianos Celebração dos 30 anos do Curso de Psicologia Aposentadoria dos Professores Tânia Mara Sperb, José Luiz Caon,

Paulo Kroeff e Tânia Mara Galli Fonseca que continuam no Corpo Docente como professores colaboradores.

O Conselho de Professores do PPG em Psicologia do Desenvolvimento decidiu adotar o nome de PPG em Psicologia, na verdade o nome oficial do Programa desde a fundação, e reorganizar o Programa em três áreas de concentração: Desenvolvimento, Processos Básicos, e Avaliação Psicológica.