QG 100 2 S 2015
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE QUÍMICA
QG 100 - LABORATÓRIO DE QUÍMICA GERAL
Aulas Práticas Professores: Joâo Carlos de Andrade Pedro Luiz O.Volpe (coordenador) Monitores (PAD): Giovana C. da Silva (Turmas A e D) Pedro de Souza S. Trecco (Turma C) Técnicos do Laboratório: Ana Paula Justo Luiz Renato Steola Michelle Cândida dos Santos
2° SEMESTRE DE 2015
CONSIDERAÇÕES GERAIS DA DISCIPLINA QG-100 E CRITÉRIOS DE
AVALIAÇÃO
A disciplina QG-100 - Laboratório de Química Geral é oferecida aos alunos de
diversos cursos de Engenharia. O seu programa foi montado de modo a ensinar alguns
princípios fundamentais de química e a fornecer algumas técnicas básicas de trabalho
em laboratório.
Essa disciplina foi ministrada durante vários anos tendo 2 horas de teoria e 2
horas de aulas práticas. Foi reestruturada a partir de 2013 para ser ministrada alternando
as semanas com 4 horas de aula teórica e 4 horas semanais de aulas de laboratório.
Assim sendo, na semana de aula teórica não haverá aula de laboratório. No decorrer do
semestre serão realizados 6 experimentos.
Prepare-se para o experimento que irá realizar. Leia atentamente a apostila,
consulte a bibliografia indicada em cada experimento e revise os conceitos envolvidos
consultando os livros de química geral na Biblioteca do Instituto de Química.
Os experimentos serão realizados em grupos de 2 alunos. Leia atentamente as
recomendações de “segurança no laboratório” e sempre que estiver trabalhando em
um laboratório, siga todas as instruções apresentadas na palestra proferida pela
Comissão de Segurança do Instituto de Química. Anote todos os dados e observações
no seu caderno de laboratório.
A freqüência às aulas é muito importante. Não será permitida a entrada após o
horário. Se não houver presença o aluno não poderá realizar o experimento e será
atribuída nota zero no relatório do aluno ausente. Não haverá reposição de
experimentos, nem oferecimento de provas substitutivas. Falta necessita ser
justificada com atestado timbrado.
Grupos de Trabalho: na primeira aula, os alunos devem se organizar em duplas. Este
grupo receberá um número que será mantido até o final do semestre. Os experimentos e
os relatórios serão realizados em grupo.
Relatórios: após a realização dos experimentos, cada grupo deverá elaborar um
relatório (de acordo com as instruções indicadas nesta apostila). O relatório dever ser
entregue no início da aula seguinte. Os relatórios serão corrigidos e avaliados (com nota
de 0 a 10,0).
Provas: Haverá 2 provas escritas individuais sobre os experimentos e assuntos
relacionados. Cada prova receberá uma nota (de 0 a 10,0).
Critério de Avaliação: para avaliar o aproveitamento na disciplina serão consideradas
as notas das duas provas (P1 e P2), e a média em “laboratório”, que inclui as notas dos 6
relatórios (R).
Média das provas: 2
21 PPPm
Média em “laboratório”: 6
RLm
A média final será calculada por: Média = 0,70xPm + 0,3xLm
Se Pm 5,0 e Lm 5,0 e Média 5,0: aluno aprovado e Nota final = Média.
Se Pm < 5,0ouLm < 5,0: o aluno deve fazer o exame (mesmo se Média 5,0).
No caso de Exame (E) Média Final = (Pm + E)/2
Se Nota final 5,0 aluno aprovado
Se Nota final < 5,0 aluno reprovado
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA TRABALHOS EM LABORATÓRIO
A) SEGURANÇA
Para freqüentar as aulas de laboratório os alunos devem cumprir as normas de segurança
estabelecidas pela Comissão de Segurança do Instituto de Química. Observe os itens
abaixo:
1. Localize chuveiros, lava-olhos, extintores e portas de segurança.
2. Não é permitido comer ou fumar no laboratório.
3. É obrigatório o uso de avental (tecido algodão), calça comprida, sapato fechado e
óculos de proteção. Sem estes requisitos o aluno não pode freqüentar a aula.
ATENÇÃO: a roupa a ser utilizada no laboratório deve ser de algodão. Não serão
permitidas roupas de tecido sintético como tactel, nylon, poliamidas etc. Traga sempre
roupas extras em sua mochila.
4. A capela de exaustão deve ser usada sempre que for recomendado.
5. Muito cuidado no transporte e manipulação de solventes e reagentes concentrados.
6. Para descartar resíduos, siga as instruções dos professores, observando atentamente
os frascos de DESCARTE que estão identificados e disponíveis no laboratório NO
INTERIOR DAS CAPELAS. Raramente o descarte é feito na pia. Em casos de
dúvida, consulte os professores, os auxiliares didáticos ou os técnicos do laboratório.
Não hesite em buscar orientação.1
7. Durante e após o experimento, todo o material e equipamentos devem lavados
com água e deixados no local encontrado. Limpe a sua bancada. O Professor pode
descontar pontos do relatório caso isso não seja observado.
8. Não é permitida a presença de estranhos no laboratório.
9. Não são permitidas brincadeiras nem aglomerações durante as aulas.
Procure agir sempre com bom senso, para sua própria segurança e para a segurança de
todos os outros. Porém, acidentes podem ocorrer. Tenha sempre em mente os
procedimentos de emergência apresentados na palestra da Comissão de Segurança. Em
caso de acidente, mantenha a calma e procure ajuda.
Recomenda-se a leitura dos textos abaixo:
Coscione, A.R.; Almeida, A.M.; de Andrade, J.C.; Custódio, R.; Segurança no
Laboratório Químico, 2000, 03 p.p. - Disponível em
http://chemkeys.com/br/2000/03/24/seguranca-no-laboratorio-quimico/
de Andrade, J.C.; Procedimentos Básicos em Laboratórios de Análise, 2011, 20 p.p. -
Disponível em:
http://chemkeys.com/br/2011/07/07/quimica-analitica-basica-procedimentos-basicos-
em-laboratorios-de-analise/
e das normas contidas em:
http://www.iqm.unicamp.br/csea
NA DÚVIDA, PERGUNTE
ACIDENTES NÃO ACONTECEM. ACIDENTES SÃO CAUSADOS
B) ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NO LABORATÓRIO
Para que todos os experimentos sejam realizados de forma adequada há regras de
organização das aulas que devem ser seguidas por todos:
1. Cada aluno deve manter um caderno de laboratório, para uso exclusivo desta
disciplina. Neste caderno devem ser registrados todos os detalhes da realização dos
experimentos, dados e resultados obtidos. O caderno poderá ser verificado pelos
professores durante as aulas.
2. Materiais como mochilas e outros objetos pessoais não devem ser trazidos para o
laboratório. Devem ser mantidos nos armários pessoais disponíveis do lado de fora do
laboratório.
PROVIDENCIE UM CADEADO PARA PROTEGER OS SEUS PERTENCES.
3. Materiais necessários para os experimentos estarão nas bancadas no início das
aulas. Confira antes do início e após o término do trabalho. Comunique qualquer
irregularidade aos técnicos do laboratório ou ao professor.
4. Todos os reagentes e equipamentos devem ser utilizados com muito cuidado e
devolvidos ao local apropriado, imediatamente após o uso. Qualquer equipamento extra
só pode ser utilizado com a aprovação do professor.
5. Caso necessite de material ou equipamento extra, o mesmo deve ser solicitado aos
técnicos, mediante assinatura em um caderno. Este material deve ser devolvido limpo,
logo após a sua utilização.
6. Tenha muito cuidado no uso das balanças e limpe imediatamente qualquer
derramamento de reagentes. Em caso de dúvida sobre algum reagente ou equipamento,
consulte com antecedência um dos professores responsáveis.
7. Caso ocorra quebra de material ou danos em equipamentos durante a realização do
experimento este fato deverá ser comunicado imediatamente a um dos professores.
8. Danos e quebras de material por uso indevido, desleixo ou negligência devem ser
repostos pelo aluno. O julgamento sobre a origem de quebras e danos é de
responsabilidade dos professores.
9. Observe os horários de entrada e saída das aulas para evitar problemas de
frequência.
B) RELATÓRIOS
Um relatório é uma ferramenta de comunicação que possibilita que outras pessoas
conheçam e avaliem o seu trabalho. Relatórios científicos devem apresentar a
motivação para realizar o experimento, descrever a metodologia utilizada, apresentar e
interpretar os resultados obtidos, incluindo as referências bibliográficas utilizadas. De
preferência, use os verbos na voz passiva e no impessoal. Um bom relatório depende da
habilidade de apresentar e interpretar os fatos relevantes, de forma objetiva e racional,
independentemente dos obstáculos encontrados na execução do experimento.
O Relatório deve conter os seguintes itens na ordem:
Título do Experimento
Nomes, RA dos Alunos, Disciplina e Turma
Introdução
Objetivos
Parte Experimental (Materiais e Métodos)
Resultados e Discussão
Conclusão
Referências Consultadas
C)
D) INSTRUÇÕES GERAIS PARA ELABORAR OS RELATÓRIOS DE QG-
100
Cada grupo deverá elaborar um relatório sobre cada experimento, o qual será entregue
no início da aula seguinte. A não entrega no prazo acarretará em uma penalidade de dois
pontos na nota do relatório para cada dia de atraso. Os relatórios de QG-100 deverão ser
apresentados em, no máximo, 3(três)folhas (frente e verso) e deverão ser escritos á mão.
No topo da primeira página o Título do experimento, nomes e RA dos autores,
disciplina e turma, e data de realização do experimento.
Introdução (até 1/2 página). A “Introdução” deve apresentar a motivação para a
realização do experimento, incluindo os principais conceitos envolvidos (com indicação
da bibliografia utilizada). A introdução não pode ser uma cópia do texto da apostila ou
de qualquer outra referência, mas sim uma redação que oriente o leitor a respeito do
problema que será estudado e sua importância.
Objetivos. Deve descrever em, no máximo 3 linhas, os principais propósitos do
experimento.
Parte Experimental (até 1página). Deverá conter uma descrição simplificada do
procedimento (incluindo-se modificações que tenham sido feitas), seguido de uma lista
dos materiais, instrumentos e reagentes utilizados. Coloque apenas as informações que
você julga que sejam relevantes para o leitor. Este leitor não é o professor e, portanto,
você deve apresentar uma “Parte Experimental” que possibilite ao tal leitor repetir o
experimento. É importante reconhecer o que é irrelevante para a sua comunicação.
Esquemas simplificados de instrumentos podem ser usados.
Resultados e Discussão (até 2 páginas). Esta é uma parte muito importante do relatório.
Nela serão apresentados, da forma mais clara e completa possível, os resultados obtidos
no experimento, acompanhados de uma análise crítica dos mesmos, com base nos
conceitos químicos envolvidos. Esta parte deve incluir todo tipo de resultado obtido:
observações visuais, dados numéricos (como volumes medidos, massas pesadas, tempos
decorridos, temperaturas, rendimentos, etc.) e dados instrumentais. Inclua apenas um
exemplo de cada tipo de cálculo efetuado. Sempre que possível os dados devem ser
organizados na forma de tabelas e gráficos (leia as recomendações a este respeito nas
próximas páginas desta apostila).
Conclusão (até 1/2 página). Deve apresentar uma síntese dos resultados mais
importantes, numéricos e fenomenológicos, e a conclusão geral do experimento. Esta
seção não é um resumo do relatório. Devem ser destacados os resultados importantes,
p.ex., “obteve-se 80 % de rendimento na síntese do ácido acetilsalicílico, com pureza de
96 ± 2 %,e o produto final não apresentou a presença de fenol residual”. Para concluir
o relatório adequadamente, deve-se evitar a descrição de uma longa lista de erros,
reclamações ou lamentações. A maneira certa para convencer o leitor de que o trabalho
de laboratório foi produtivo é comentar de forma crítica (positiva ou negativamente)se o
objetivo do experimento foi alcançado. Este é o melhor desfecho a ser adotado na
redação do relatório.
Referências (até 1/2 página). A indicação das referências no texto e a forma como
devem aparecer em um documento dependem das instruções da Editora. Neste caso
(relatório), o mais importante é ser coerente no documento específico. O leitor, com
base na sua notação, deve estar habilitado para saber de qual livro ou revista você esta
se referindo. Numere e relacione (na seqüência que aparece no texto) todas as
referências bibliográficas que você consultou para elaborar o relatório. Estas referências
podem ser livros-texto ou periódicos (revistas e jornais científicos). Não serão aceitas
citações de documentos eletrônicos e de livros ou apostilas do ensino médio.
Em QG100, será usada a seguinte convenção: a indicação da citação no texto deve ser
feita logo ao final da sentença citada e numerada sucessivamente. (por exemplo, “a
Bayer é a maior produtora mundial de ácido acetilsalicílico1”) e as normas para citação
serão as da revista Química Nova. Basicamente, estas normas são as seguintes:
No caso de revistas: Número da referência - sobrenome do autor ou autores, abreviando-se os primeiros
nomes, separados por ponto e vírgula - nome da revista (em itálico), ano (em negrito),
volume, página inicial. Exemplo:
1- Russo, S.O.; Hamania, G.I.H.; J. Chem. Ed.1989, 66, 149.
No caso de livros: Número da referência - sobrenome do autor ou autores, abreviando-se os primeiros
nomes, separados por ponto e vírgula - nome do livro (em itálico), número da edição,
volume, editora, local da publicação, ano, página(s).Exemplo:
2- Skoog, D.A.; West, D.M. and Holler, F.J.; Analytical Chemistry - An Introduction, 6ª.
ed., vol. 1, Saunders College Publishing, Philadelphia, 1994, p. 403.
E) RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS IMPORTANTES PARA ELABORAR
RELATÓRIOS CIENTÍFICOS
Parte Experimental (Materiais e Métodos): Esta seção descreve como o experimento
foi feito, especificando os materiais e o procedimento usado para obter os resultados que
serão apresentados. Não se trata de uma cópia da apostila, já que isso pode ser citado
como referência. O importante é descrever se algo diferente do sugerido foi realizado.
Por exemplo, se a apostila recomenda utilizar uma solução de NaCl 0,5 mol L-1
e
durante o experimento houve orientação para usar uma solução de KCl 0,1 mol L-1
, isto
deve ser indicado no relatório. Outros exemplos:
1. Quais reagentes foram utilizados (nome, concentração, pureza e marca)?
2. Quais foram os aparelhos utilizados?
3. Quantas replicatas (número de repetições do procedimento) foram feitas?
4. Quais foram as condições experimentais (temperatura,tempo, solvente, entre
outros)?
5. Qual era a composição das misturas de reação?
6. Quais eram os controles (brancos) do experimento?
7. Como os dados foram obtidos?
8. Como os dados foram tratados para obtenção dos resultados?
Etapas óbvias não devem ser descritas, como p.ex., “os tubos de ensaio foram lavados”
ou “o frasco de reagente foi aberto e, então, foram retirados 5 mL de acetona”.
Se as instruções da apostila foram seguidas exatamente, não é necessário repeti-las no
relatório. Basta afirmar o que foi feito e citar a apostila. Exemplo:
“Os valores de pH das soluções tampão bicarbonato/carbonato 0,1 mol L-1
foram
determinados visualmente utilizando uma mistura de indicadores (fenolftaleina, azul de
bromotimol, vermelho de metila), como indicado no roteiro experimental 1”.
Resultados: A melhor forma de expressar resultados é através de tabelas e gráficos
com os dados obtidos e os cálculos realizados. A apresentação dos dados é, em conjunto
com a Discussão, a parte central de um relatório científico. Em geral, gráficos são mais
informativos que tabelas; portanto, qualquer conjunto de dados com uma tendência de
variação deve ser apresentado na forma de gráficos. Se os dados não apresentam
tendência ou se os valores exatos são importantes para a discussão, uma tabela deve ser
usada. Um esquema geral pode ser apresentado na forma de uma Figura.
Um bom gráfico deve utilizar uma escala adequada para mostrar a tendência desejada
(Fig. 1), os eixos devem conter legendas apropriadas, apresentando as unidades das
grandezas (quando houver) e com um tamanho de letra legível. No eixo (x) deve ser
colocada a variável independente e no eixo (y) a variável dependente. A legenda do
gráfico deve ser numerada e conter uma breve descrição ao que se refere o gráfico. A
legenda de gráficos e Figuras deve ser apresentada logo abaixo destes, e a legenda de
tabelas deve vir acima da tabela.
Incorreto Incorreto CORRETO
Figura 1. Efeito da adição de uma solução NaOH 0,1 mol L-1
em uma solução tampão
pH = 3,0.
O exemplo da “Figura 1”, por exemplo, deverá ser utilizada na discussão toda vez que
você se referir a este conjunto de dados. Como as três curvas (abaixo) referem-se ao
mesmo conjunto de dados, a utilização de uma escala correta é a forma de apresentar os
dados de maneira clara. As palavras acima dos gráficos não são legendas nem títulos e
devem ser usadas apenas para facilitar o seu entendimento e a discussão dos resultados.
A maioria dos experimentos em cursos práticos é uma proposta para ilustrar alguma
tendência, então é importante tentar mostrá-la no relatório. As tendências em geral não
são indicadas ligando-se os pontos de um gráfico. Por exemplo, uma curva analítica ou
“curva de calibração” é, em geral, uma reta num determinado limite. Portanto, deve-se
analisar se os desvios dos dados experimentais são significativos (Figura 2). A linha
desenhada no gráfico tem um significado que depende da teoria envolvida.
Figura 2. Alguns exemplos inadequados e adequados para apresentação de gráficos de
tendência de um conjunto de dados experimentais.
Qualquer conjunto de dados que seja inapropriado para ser representado deve ser
apresentado em uma tabela e não meramente mencionado no texto. Não se deve repetir
os dados apresentados nos gráficos em tabelas. O título das tabelas deve ser escrito
acima delas (fonte menor) e, como para os gráficos, deve ser numerado, por exemplo:
“Tabela 1. pH de diversas amostras de bebidas”.
Tabela 1. pH de diversas amostras de bebidas
Bebida pH
Bancada 1 Bancada 2 Bancada 3
Suco de Laranja 4,8 5,2 5,0
Leite 5,5 5,6 4,5 a
a Amostra fermentada
As tabelas devem ser escritas preferencialmente em espaçamento 1,5. Nas colunas os
valores numéricos devem ser alinhados de forma que se tenha “vírgula debaixo de
vírgula” mas o número de casas decimais deve obedecer à coerência de algarismos
significativos das medidas e dos resultados. Não é a estética nem o programa de
cálculos usado que define isso. Sugerimos a leitura de material sobre Erros e
Tratamento de Dados, encontrado no Capítulo 1 da 3a Edição, 7ª reimpressão, do livro
Química Analítica Quantitativa Elementar de N. Baccan, J. C. de Andrade, O. E. S.
Godinho e J. S. Barone; Editora Edgard Blücher, São Paulo, 2010.
Toda tabela deve ser corretamente planejada. Cada coluna deve ter um cabeçalho, o
mais breve possível, incluindo informações comuns a todos os valores, como ordem de
grandeza e unidades. Cada conjunto de dados deve estar em colunas separadas.
Explicações e comentários específicos devem ser devidamente identificados e
adicionados ao rodapé da tabela, como aparece na Tabela 1. Detalhes gerais devem ser
apresentados na seção “Materiais e Métodos”.
Discussão. Esta parte do relatório deve responder à questão: o que os resultados obtidos
significam? É essencial um argumento a respeito da hipótese baseada nos resultados. A
seguir é apresentada uma seqüência útil para organizar a discussão:
1. Qual a interpretação dos resultados à luz das hipóteses e da literatura?
2. Quais são as fontes significativas de erros?
3. Portanto, quão confiáveis são os resultados?
4. Os resultados suportam as hipóteses ou não?
5. Quais mudanças no procedimento levariam a melhores resultados?
6. Quais os experimentos adicionais seriam interessantes para ajudar a suportar ou não
as hipóteses?
F) SOBRE ERROS E INCERTEZAS
Precisão e Exatidão: a exatidão exprime até que ponto uma medida se aproxima do
valor verdadeiro (ou aceito). Uma medida pode ser extremamente reprodutível (fornece
o mesmo resultado todas as vezes que é obtida) mas não representar o valor esperado.
Neste caso, a exatidão do resultado é muito baixa. Para se descobrir a causa da baixa
exatidão, é necessário fazer a mesma determinação por outros métodos. Portanto, não é
fácil especificar a exatidão de uma medida.
A precisão ou reprodutibilidade exprime a variação encontrada quando se repete o
mesmo experimento usando sempre o mesmo método. Toda grandeza tem uma
incerteza resultante das limitações do aparelho de medida e da habilidade do
experimentador.
Valores Médios: quando é possível, faz-se uma série de medidas de uma grandeza para
se ter maior confiança nos resultados obtidos. Um dado importante de uma série de
medidas é o seu valor médio, ou simplesmente a média, que é definida por:
Média = (soma de todos os valores obtidos)
(número de medidas) Compare os valores de medida do comprimento de um objeto cujo valor correto é de 20
cm. Sejam as medidas obtidas em três séries de experimentos. A Figura abaixo ilustra a
distribuição dos valores em relação ao valor correto.
Erro Absoluto e Erro Relativo
ERRO ABSOLUTO= (valor medido) - (média ou valor aceito como verdadeiro)
O valor do erro absoluto de uma medida depende do valor da medida, portanto, sempre
deverá vir acompanhado do valor absoluto da grandeza.
O erro relativo é obtido por:
ERRO RELATIVO= (ERRO ABSOLUTO / VALOR MEDIDO) X 100
Como se vê, o erro relativo é uma expressão do erro absoluto, em termos percentuais, da
diferença entre o valor da medida e o valor aceito como verdadeiro. Assim, a magnitude
deste erro independe do valor absoluto da medida, fornecendo mais informações sobre a
sua exatidão.
Desvios: a precisão de uma medida, em uma série de determinações, pode ser
avaliada através do seu desvio, di, definido por:
XXd ii
onde
X é o valor médio da série de medidas:
n
1i in21 X
n
1
n
X...XXX e n é o
número de determinações.
A precisão de uma série de medidas pode ser avaliada de várias formas. Três
parâmetros são os mais utilizados: o desvio médio, o desvio padrão e a estimativa do
desvio padrão.
O desvio médio
)d( é calculado por:
n
d
id
i
A estimativa do desvio padrão (s) é calculada por: 2/1
1n
d
s )(2i
i
EXPERIMENTO 1
Parte I - Reações em Solução Aquosa
Parte II - Teste de Cor da Chama de Cátions Metálicos
Parte III - Identificação de uma Substância Química
Parte I - Reações em Solução Aquosa
Introdução
A geração de conhecimento em Química é dependente de diferentes tipos de
trabalho, tanto teórico como prático. Na atividade experimental prática, muitos fatores
são determinantes para a obtenção de bons resultados na resolução dos problemas de
interesse. É preciso, por exemplo, observar as mudanças que podem ocorrer quando
soluções diferentes são misturadas duas a duas (mudança de cor, formação de gás,
aquecimento, formação de precipitado, odor, etc.) fazendo uma descrição cuidadosa
das suas observações experimentais para facilitar a sua interpretação. Estes são, apenas,
alguns dos aspectos que você começa a vivenciar nesta disciplina.
Material
Tubos de ensaio Soluções para teste Pipetas Proveta de 10 mL
Procedimento
Sobre a bancada há uma série de materiais disponíveis para o seu grupo de
trabalho. Você deve lavá-los convenientemente utilizando detergente e escova e
enxaguando-os com água de torneira e depois com água destilada contida nos
reservatórios sobre as pias.
OBS IMPORTANTE: Use água destilada com moderação.
Guarde bem esta relação: para cada litro de água destilada gastam-se 70 litros de
água tratada, embora o IQ esteja recuperando esta água. Se gasta, também, uma
considerável quantidade de energia. Sempre pense nisto ao fazer sua limpeza.
Para um conjunto de 9 soluções, existentes em sua bancada, você deve combiná-
las, duas a duas, utilizando um volume aproximado de 1 mL (20 gotas) de cada
solução. Atenção: Sugerimos proceder da seguinte forma: colocar 3-5 gotas do primeiro
reagente, adicionar cerca de 1 mL de água, agitar e adicionar gota a gota, o segundo
reagente (agitando a cada adição). Anotar o que acontece a cada adição após a agitação).
Observe atentamente o que ocorre em cada caso (evidências de reações químicas;
formação e tipo de precipitado, absorção ou liberação de calor, turvação, formação de
gases, mudanças de cor, aparecimento de odores etc.), e anote adequadamente seus
resultados. Anotar adequadamente significa escolher uma forma que facilite a
visualização dos dados e a sua posterior utilização no questionário. Pense nisso e
discuta com seu colega de grupo a melhor forma de fazer isto
Recomendações para o questionário
Redija o questionário conforme especificações, não se esquecendo de apresentar
todos os seus dados e resultados de maneira adequada. Para os casos em que ocorrem reações químicas, escreva as respectivas equações
químicas. Observe que nem todas as reações correspondem às simples trocas entre
ânions e cátions dos reagentes. As referências citadas contêm as informações
necessárias para se escrever as equações químicas pertinentes.
Referências
1. Vogel, A.I. ; Química Analítica Qualitativa; Editora Mestre Jou, São Paulo,
1981.
2. Alexéev, V.; Análise Qualitativa; Edições Lopes da Silva, Porto, 1982.
3. Baccan, N.; Introdução à Semi-Microanálise Qualitativa; Editora da
UNICAMP, Campinas, 1990.
Parte II - Cor da Chama de Cátions Metálicos
Introdução
Os elétrons das camadas de valência dos átomos podem absorver energia,
passando para níveis de energia mais elevados do que os anteriores à absorção e
produzindo estados atômicos chamados excitados. Quando estes elétrons dos estados
excitados retornam ao estado anterior à absorção, chamado fundamental, podem emitir a
energia absorvida sob a forma de radiação eletromagnética, cujos comprimentos de
onda são característicos da transição eletrônica sofrida. Os comprimentos de onda, da
radiação emitida, que se situarem na faixa entre 700 nm (vermelho) e 400 nm (violeta)
formarão uma luz visível.
A cada elemento químico corresponde uma específica distribuição de níveis de
energia. Por isto, a radiação emitida nos retornos aos correspondentes estados
fundamentais, quando os elementos presentes em uma amostra cuja composição seja
desconhecida forem excitados pela absorção do calor de uma chama, apresenta
características que podem ser utilizadas para identificar tais elementos. Em
consequência, o teste de chama é usado para identificar alguns íons metálicos tais como
sódio, potássio, cálcio, bário e estrôncio. A temperatura da chama de um bico de
Bunsen, ou mesmo da queima do álcool em gel, é suficiente para excitar uma
quantidade de elétrons destes íons tal que, quando os elétrons retornarem aos
respectivos estados fundamentais, eles emitam radiação luminosa com cor e intensidade
detectáveis, com razoável certeza e sensibilidade, através da simples observação visual
da chama.
A análise quantitativa pode ser feita por fotometria de chama, que é uma técnica
de emissão atômica para determinar a concentração de íons metálicos. A determinação é
feita pela medida da emissão de radiação presente na chama de soluções contendo estes
íons. A solução é aspirada na chama, que evapora o solvente e excita elétrons da
camada de valência dos íons metálicos. A fotometria de chama é uma técnica simples,
relativamente barata, sendo muito utilizada para análises clínicas, biológicas e
ambientais.
Material
Cloreto de sódio: NaCl (s) Cloreto de cálcio: CaCl2 (s) Cloreto de estrôncio: SrCl2 (s) Cloreto de bário BaCl2 (s) Cloreto de potássio: KCl (s) Cloreto de cobre: CuCl2 (s) Solução de HCl 3,0 mol.L
-1
Amostra desconhecida Placa de porcelana para colocação de amostras sólidas (placa de toque) Béquer de 50 mL Espátula ou colher descartável Bico de Bunsen Fio de Níquel-Cromo em haste de vidro
Procedimento
Teste de chama
1. Coloque uma pequena porção (do tamanho de um grão de arroz) de um dos sais
numa das cavidades da placa de porcelana. Para isto, use a espátula ou colher
descartável.
2. Coloque em dois tubos de ensaio (Tubo 1 e Tubo 2), 3,0 ml da solução de HCl
3. Para a limpeza do fio de Níquel-Cromo, mergulhe-o na solução de HCl do Tubo
1 e leve-o à chama do Bico de Bunsen até ficar incandescente. Repita este
procedimento até que não se observe coloração na chama.
4. Com o fio de Níquel-Cromo limpo, mergulhe-o na solução de HCl do Tubo 2 e
coloque-o no sal. A seguir, e leve-o à chama, observe e anote a cor da chama.
5. Repita os itens 1, 2, 3 e 4 para os demais sais. Muita atenção para não
misturar os sais na placa de porcelana.
Parte III - Identificação de uma Substância Química
Nesta parte do experimento, você receberá uma “amostra não identificada”. Você terá
que identificá-las utilizando procedimentos parecidos aos utilizados anteriormente.
A comparação dos resultados da primeira parte do procedimento possibilitará a
identificação das suas amostras problemas. Utilizando procedimentos parecidos aos
utilizados na Parte I do experimento trabalhe na identificação da solução que você
recebeu.
Ao final da aula você receberá a relação das 9 soluções/reagentes, mas você não saberá
“quem é quem”. A partir de seus conhecimentos prévios, dos resultados obtidos no
laboratório e consulta da literatura você deverá identificar cada um dos números dos
rótulos dos frascos com o respectivo reagente.
Referências
1. Baccan, N.; Aleixo, L. M.; Stein, E.; Godinho, O. E. S.; “Introdução à
Semimicroanálise Quantitativa”, 6ª ed., Editora da Unicamp, Campinas, 1995.
2. Atkins, P.; Jones, L.; “Chemistry - Molecules, Matter and Change”; 3rd ed., W.
H. Freeman and Company, New York, 1997.
3. Smith, E. T.; J. Chem. Ed. 1995, 72, 828.
EXPERIMENTO 2
Parte I – Determinação do Raio Atômico de um Metal
Parte II - Identificação de um Metal a Partir da Determinação Experimental da
sua Massa Molar
Parte I – Determinação do Raio Atômico de um Metal
Introdução
Todo sólido cristalino tem um arranjo ordenado de empacotamento de seus
átomos. Esta estrutura tridimensional é chamada de retículo cristalino. Na natureza
existem 14 possíveis retículos cristalinos, os quais podem ser agrupados em 7 sistemas.
Será aqui tratado, apenas, o sistema cúbico, o qual possui 3 possíveis retículos, de
acordo com os quais se empacotam os átomos dos metais. No retículo chamado sistema
cúbico simples os átomos se tocam pela aresta do cubo, no de face centrada pela
diagonal da face e no de corpo centrado pela diagonal maior. Assim, para cada retículo
do sistema cúbico existe uma relação trigonométrica entre a aresta do cubo a e o raio
dos átomos que se encontram dentro do cubo, r (Figura 1).
Relações matemáticas para determinação do raio atômico de metais
Vcubo = a3 → a = 3√Vcubo
a = 2r → r = a / 2
1. Cúbico simples
(4r)2 = a2 + a2 → r = (a√2) / 4
2. Cúbico de face centrada
4r = a√3 → r = (a√3) / 4
3. Cúbico de corpo centrado
QG 100 – EXPERIMENTO 9
Figura 1- Os três diferentes retículos pertencentes ao sistema cúbico e relações
matemáticas para a determinação do raio atômico de metais.
Material
Amostras de dois metais (cilindros de Cu e Al) Proveta de 10 mL Balança analítica
Procedimento
1. Determine a massa da amostra metálica.
2. Numa proveta de 10 mL adicione água da torneira até que o menisco atinja uma
marca por volta de 5,0 mL. Anote o volume medido na proveta.
3. Coloque o cilindro de metal, cuidadosamente, dentro da proveta. Anote o novo
volume atingido pelo menisco e obtenha o volume da amostra metálica.
4. Repita o procedimento mais duas vezes, respectivamente com as outras duas
barras metálicas do mesmo metal.
5. Calcule a densidade do metal para cada uma das amostras e a média desses
valores.
6. Utilizando a literatura, identifique o metal utilizado a partir da densidade média
obtida.
7. Identificado o metal, calcule a quantidade de substância, em mol e o número
total de átomos contidos em cada um dos três pedaços de metal.
8. Para cada um dos três retículos do sistema cúbico, verifique qual é o número de
átomos por cela unitária. A partir desta informação e do resultado do item 7,
para cada retículo calcule o número de celas unitárias presentes nos três pedaços
de metal.
9. O volume de cada pedaço de metal foi determinado (item 3). A partir destes
valores e do resultado do item 9, para cada retículo do sistema cúbico calcule o
volume de uma cela, para cada um dos três pedaços de metal.
10. A partir do resultado do item 9, para cada retículo do sistema cúbico calcule o
raio atômico do metal, por meio das relações, entre o raio e a aresta da cela,
contidas na Figura 1. Faça isto para cada um dos três pedaços de metal.
11. Para cada retículo do sistema cúbico, obtenha o valor médio do raio atômico e a
estimativa de desvio, considerando os três pedaços de metal.
12. Sabendo o valor médio do raio atômico correspondente a cada retículo do
sistema cúbico e a identidade do metal (item 6), por meio da literatura
identifique o retículo cristalino do metal.
Referências
1. L. Smart and E. Moore, Solid State Chemistry: An introduction, 2nd. ed., Nelson
Thornes, Cheltenham, UK, 2001.
2. Tubino, M. Determinação de parâmetros de uma cela unitária – Experiência de
química geral. Química Nova. v. 6, p.109-111, 1983.
3. M. Tubino e J. A. Simoni, Química Nova na Escola. v. 9, p. 41-43, 1999.
Resultados
Amostra Massa do Metal (g) Volume inicial (mL) Volume Final (mL)
1
2
3
4
5
6
Parte II - Identificação de um Metal a Partir da Determinação Experimental da
sua Massa Molar
Introdução
A reação de um metal com ácido em meio aquoso, produzindo o gás hidrogênio
(H2), pode ser genericamente expressa como:
M(s)+ nH+
(aq) = Mn+
(aq) + n/2 H2 (g) onde n é um número inteiro e representa o estado de oxidação do cátion
metálico.
Segundo esta equação, a quantidade de H2 liberado zH2 depende da massa de
metal consumida na reação, e é uma função de (n). A quantidade liberada de hidrogênio
(z) pode ser determinada pela medida de seu volume, a partir da equação dos gases
ideais:
pH2 V = zH2 R T
A pressão parcial do H2 (pH2) pode ser determinada pela lei de Dalton,
conhecendo-se a pressão atmosférica local, a pressão de vapor da água na temperatura
do experimento e admitindo mistura de gases ideais.
pH2 = ptotal - p vapor de água
A partir do conhecimento de z e atribuindo-se diferentes valores para o número
de oxidação do metal n diversos valores de massas molares poderão ser calculados.
Confrontando-se esses resultados de massas molares calculados com aqueles da tabela
periódica é possível identificar o metal utilizado. Estaremos admitindo também que o
hidrogênio é complemente insolúvel em água e que a amostra metálica é 100% pura.
Material
Bureta
Balança analítica
Solução de HCl
Amostra do metal desconhecido
Proveta de 2000 mL
Béquer
Termômetro
Suporte
Procedimento
Pese uma amostra do metal. A massa da amostra deve pesar entre 20 e 30
miligramas.
Será feita a determinação da massa molar do metal. Que tipo de balança você
acha necessário usar neste caso? Com um pedaço de fio de cobre, enrole bem a amostra pesada deixando cerca de
5 cm de cabo (Figura 1a), e prenda-o a uma rolha de borracha (Figura 1b).
(a) (b)
Figura 1: (a) Colocação da amostra de metal em um fio de cobre, (b) fixação da
amostra e do fio de cobre à rolha de borracha – Veja a referência 4.
Feche a torneira da bureta e coloque 10 mL de HCl 6 mol L-1
(CUIDADO
ÁCIDO FORTE). Com a bureta inclinada, com o auxílio de uma pisseta, adicione
lentamente água destilada, até enchê-la procurando evitar ao máximo a mistura da água
com a solução de HCl. Ajuste a rolha no topo da bureta, de tal forma que a água preencha
complemente a bureta e o orifício da rolha, sem formar bolhas de ar. Tape o orifício da
rolha com o dedo indicador. Inverta e introduza o topo da bureta em água contida em um
Béquer de 600 mL (ou de 400 mL), não permitindo a entrada do ar durante este processo.
Fixe a bureta invertida num suporte universal utilizando uma garra, como indicado na
Figura 2b. Como a densidade da solução de HCl é maior do que da água, ao se inverter a
bureta a solução de HCl desce em direção ao metal e dá início à reação.
Rolha
Metal
HCl 6M
Volume
morto
HCl 6 mol L-1
(a) (b)
N í v e l
d a
á g u a
(c)
Figura 2: Esquema da bureta com a rolha e o metal, antes e durante a reação. Arranjo
da bureta e proveta para medida do volume de gás.
Quando a reação cessar, dê leves toques na bureta para desprender o gás aderido
ao fio de cobre.
Se ao término desta etapa o Volume de Gás for inferior a 15 mL, repita o procedimento
utilizando uma massa de metal maior que a anterior.
Tampe novamente o orifício da rolha com o dedo indicador e transfira a bureta
invertida para uma proveta de 2000 mL cheia de água. (Não precisa ser destilada)
Faça coincidir o nível de água no interior da bureta com o nível de água da proveta
(Figura 2c). Anote a posição do nível de água no interior da bureta e posteriormente
determine o volume ocupado pelo gás.
ATENÇÃO:
Para determinar o volume ocupado pelo gás, encha a bureta com água destilada até
a posição anotada. Transfira a água neste volume para um Béquer previamente pesado.
Determine o volume usando a massa e a densidade da água.
Meça a pressão atmosférica local e a temperatura da água, e obtenha a pressão de
vapor da água (valor tabelado) para esta temperatura. Repita o procedimento com outras
duas amostras do mesmo metal.
Recomendações para o questionário
Para os cálculos, utilize os valores experimentais obtidos e os demais dados
necessários. Calcule a massa molar para cada conjunto de dados de massa e volume de
H2 de cada experimento, considerando números de oxidação iguais a 1, 2 e 3. Para cada
número de oxidação, será calculada uma massa molar. (no total serão obtidos 6 valores
de massa molar).
Encontre a massa molar média para cada número de oxidação e compare com
os valores aproximados em uma tabela periódica para tentar identificar o metal usado.
Considere também outras informações úteis, como cor do metal, características visuais e
disponibilidade. Por que é necessário saber a pressão de vapor da água para fazer
os cálculos? Explique como a solubilidade do H2 na solução de HCl pode afetar os
resultados.
Referências
1. Mahan, B.; Química – Um Curso Universitário, Ed. Edgar Blucher, São Paulo,
1972, p. 26-37 e 207.
2. Kotz, J. C.; Purcell, K. F.; Chemistry and Chemical Reactivity, 2a ed., Saunders
College Publishing, Philadelphia, 1991, p. 455, 865 e 907.
3. Baccan, N.; Andrade, J.C.; Godinho, O.E.S.; Barone, J.S.; Química Analítica
Quantitativa Elementar, 2a ed. 7ª reimpressão, Editora Edgard Blucher, 2010.
4. César J.; de Andrade, J.C.; A Determinação da Massa Molar de um Metal, 2006, 28
p.p. – Disponível em http://chemkeys.com/br/2006/04/17/a-determinacao-da-
massa-molar-de-um-metal/
EXPERIMENTO 3
Oxidação e Redução
Introdução
Reações de oxidação e de redução envolvem a transferência de elétrons entre as
substâncias e ocorrem em conjunto, ou seja, se uma substância é oxidada em uma
reação, outra substância na mesma reação deve ser reduzida.
Há um número incontável de fenômenos naturais nos quais as reações de oxidação-
redução desempenham o papel principal. Por exemplo, a fotossíntese, o processo básico
que sustenta a vida na Terra, é a reação de redução do dióxido de carbono a glicose, um
açúcar essencial à planta, acompanhada da reação de oxidação da água a gás oxigênio.
Os processos metabólicos que ocorrem nos animais são análogos ao inverso da
fotossíntese. Neste caso, os carboidratos e outros alimentos são oxidados a dióxido de
carbono e água. Além de fazer parte dos fenômenos naturais, as reações de oxidação-
redução também estão presentes no processo de corrosão, nas baterias e em células de
combustível. Um exemplo importante dessas reações é a redução do óxido de ferro com
dióxido de carbono para a produção industrial de ferro metálico.
Neste experimento, serão estudadas algumas reações de oxidação e redução
envolvendo metais e também halogênios. Isso permitirá estabelecer uma série
eletroquímica simplificada para os metais e obter informações sobre o poder oxidante
relativo do cloro, do bromo e do iodo.
Experimental
1. Série eletroquímica para alguns metais e hidrogênio.
Use amostras dos metais: ferro, zinco, cobre e estanho e as soluções 0,1 mol L-1
de
seus íons em solução, além de soluções de HCl 0,2 mol L-1
. Observe as possíveis reações
de cada um desses metais com cada uma das soluções. Para cada combinação, use 2 mL da
solução e uma pequena porção limpa do metal. Algumas das reações de metais com ácido
são lentas. Nestes casos, aqueça o tubo num banho com água quente (~60 oC).
Faça uma tabela de todas as combinações e observe quais reações ocorreram.
Baseado nos resultados, você será capaz de ordená-los quanto aos potenciais de redução.
Compare com o esperado pela série eletroquímica. Discuta possíveis diferenças e comente
as possíveis fontes de erros.
2. Poder de oxidação dos halogênios
Coloque separadamente em tubos de ensaio, 2 mL de cada uma das três soluções dos
halogênios: no primeiro, água de cloro (cloro dissolvido em água); no segundo, água de
bromo (bromo dissolvido em água) e no terceiro, solução aquosa de iodo.
a) Adicione cerca de 1 mL do solvente orgânico em cada tubo, observe onde se localiza
a fase orgânica e a água. Agite vigorosamente. Anote a cor da fase orgânica que
contém o halogênio dissolvido.
b) Em dois tubos de ensaio coloque, separadamente, 2 ml de solução de brometo 0,1
mol L-1
e 2 mL de solução de iodeto 0,1 mol L-1
. Adicione a cada tubo 1mL do
solvente orgânico, agite o tubo e observe. Em seguida, adicione 1 mL de solução de
água de cloro, agite e observe. Anote a cor da fase orgânica final nos dois testes e
compare com o que foi observado no item (a).
c) Repita o procedimento anterior usando soluções de cloreto e iodeto em cada tubo.
Adicione 1 mL do solvente orgânico e cerca de 1 ml de água de bromo em cada
tubo. Agite vigorosamente e compare a coloração da fase orgânica com a que foi
observada no item (a).
d) Repita o procedimento usando as soluções de cloreto e de brometo em cada tubo.
Adicione 1 mL do solvente orgânico e 1 mL de solução de iodo. Agite
vigorosamente e compare a coloração da fase orgânica com a que foi observada no
item (a). De forma análoga ao que foi feito na parte experimental A, faça um quadro
com as reações e tire conclusões sobre qual o melhor oxidante e qual o melhor
redutor.
3. O par Fe3+
/ Fe2+
Determine se o íon Fe3+
é um oxidante mais forte ou mais fraco que o iodo e o
bromo em meio aquoso. Adicione 1 mL de solução de Fe3+
a 2 mL de soluções de iodeto e
brometo. A presença de Fe2+
poderá ser testada pela adição de um pouco de solução de
ferrocianeto de potássio, que originará uma cor azul profunda quando houver Fe2+
em
solução. Insira seu par Fe3+
/ Fe2+
na série eletroquímica já estabelecida para os halogênios.
A partir dos resultados obtidos tente fazer uma tabela completa contendo a ordem
de potenciais de redução observada. Escreva todas as equações químicas balanceadas para
todas as reações que ocorreram, tanto para as oxidações e reduções como para os testes de
identificação.
Procure em livros de química geral e de análise qualitativa como se faz para
balancear equações iônicas de oxidação e redução. São estas equações iônicas que devem
ser apresentadas no questionário.
Atenção:
- Traga uma tabela de potenciais de oxidação e redução dos elementos químicos para
o seu uso no questionário.
- NÃO JOGUE NENHUMA SOLUÇÃO NA PIA. Há frascos apropriados para
descarte das soluções dos íons metálicos, dos sólidos metálicos e das fases orgânicas.
Referências 1. Kotz, J.C.; Treichel Jr., P.; Química Geral e Reações Químicas, 5
a edição, Thomson,
São Paulo; 2005.
2. Vogel, A.I. ; Química Analítica Qualitativa; Editora Mestre Jou, São Paulo; 1981.
3. Atkins, P; Jones, L. Princípios de Química. 5ª ed. Ed. Bookman. Porto Alegre,
2012.
4. Alexéev, V.; Análise Qualitativa; Edições Lopes da Silva, Porto; 1982.
5. Baccan, N.; Godinho, O. E. S.; Aleixo, L. M.; Stein, E.; Introdução à Semi-
microanálise Qualitativa; Editora da UNICAMP, Campinas; 1990.
6. Mahan, B.M; Myers, R.J..; Química - Um Curso Universitário, 4a edição, Editora
Edgard Blucher Ltda., São Paulo; 2005.
EXPERIMENTO 4
Condutividade Elétrica de Soluções Iônicas
Introdução
A condução elétrica é um fenômeno de transporte no qual as carregas elétricas
(transportadas por elétrons ou íons) se movem através de um sistema. Assim, se
aplicamos uma diferencia de potencial elétrico entre dois pontos de um arame de Cu
observaremos uma corrente elétrica devido ao movimento de elétrons entre esses dois
pontos. Por outro lado, se aplicamos uma diferença de potencial elétrico entre dois
pontos em um copo com água do mar, observaremos uma corrente devido ao
movimento de íons (cátions é anions) entre esses dois pontos.
O estudo da condução elétrica em soluções iônicas apresenta grande utilidade para
a análise rápida e rotineira de soluções, já que se trata de uma medida simples, cujo
valor está relacionado com as propriedades da solução. A condutividade elétrica em
sólidos tem analogia com a condutividade em solução. Por exemplo, em ambos os casos
ela é dependente da natureza do condutor, do seu comprimento (l), e da sua área
transversal (A), embora os mecanismos de condução sejam explicados de maneira
diferente.
Figura 1. Representação simplificada de uma cela de condutividade
A condutância de uma amostra é o inverso de sua resistência. Esta é uma medida
da facilidade com a qual os íons ou elétrons podem ser transportados em uma dada
substância. A resistência é medida em ohm (), de forma que a condutância é medida
em -1
, unidade conhecida como Siemens (S), S = -1
. A resistência aumenta
proporcionalmente ao aumento de comprimento da amostra, l e diminui de forma
inversamente proporcional à sua área transversal, A (Figura 1). Logo, a resistência R
pode ser escrita:
R = (l/A),
onde é uma constante de proporcionalidade dependente do material que constitui a
amostra, chamada resistividade. A condutividade é definida como o inverso da
resistividade, ou seja,
= 1/.
Celas de condutividade reais não consistem de duas placas retangulares
absolutamente idênticas, dispostas de modo absolutamente frontal uma em relação à
outra, conforme esquematizado na Figura 1. Por isto, a razão entre o comprimento e a
área da amostra, l/A , é substituída por um parâmetro C, chamado constante da cela, cuja
dimensão é o inverso da unidade de comprimento. Cada célula de condutividade
apresenta uma específica constante de cela, cujo valor depende da sua morfologia,
podendo alterar-se com a temperatura e o uso. Como é impraticável determinar C com
precisão a partir da morfologia da cela, calibram-se essas celas antes dos experimentos,
o que corresponde à determinação de C. Isto é efetuado medindo-se a condutividade de
uma solução padrão.
Em soluções, faz-se ainda necessário corrigir a condutividade observada, obs ,
por meio da subtração da condutividade do solvente, solv . Assim, corr = obs solv,
onde solv é a condutividade da água destilada usada para preparar as soluções. Além
disto, deve-se considerar o efeito da concentração. A condutividade de uma solução
depende da quantidade de íons presentes na solução. Portanto, para considerar o efeito
da concentração utiliza-se a condutividade molar,
m = corr /c,
onde c é a concentração do soluto iônico.
Para eletrólitos fortes, se aumentamos a concentração para o dobro, a quantidade
de íons vai aumentar da mesma maneira. Portanto m deveria ser constante para uma
dada sustância. Porém, as interações entre os íons mudam com c, afetando a
condutância de diferente maneira em diferentes concentrações. Empiricamente
Kohlrausch determinou que para eletrólitos fortes as condutividades molares variam
com a concentração do soluto de acordo com,
m = mº Ƙ c1/2
.
Nesta equação, Ƙ é uma constante positiva, chamada constante de Kohlrausch,
que depende dos coeficientes estequiométricos do cátion, + , e do ânion, - , do soluto
(por exemplo, no MgCl2 tem-se +=1 e -=2). Podemos concluir da lei de Kohlrausch
que quando aumentamos a concentração do soluto, as interações iônicas aumentam
diminuindo a condutividade molar da solução.
Além disto, nesta equação mº representa a condutividade molar limite do
eletrólito. Esta é a condutividade molar de uma solução infinitamente diluída, formada
pelo mesmo soluto e pelo mesmo solvente, na mesma temperatura.
Note que nas soluções usuais, cujas condutividades são milhares de vezes
maiores do que a condutividade do solvente, corr ≈ obs . Mas, quando c tender para
zero, obs tenderá para solv , logo tanto o numerador como o denominador da fração
(corr / c) tenderão para zero. Portanto, o valor de m será indeterminado quando c tender
a zero, podendo ser removida tal indeterminação por meio de extrapolação
experimental, o que leva ao valor real positivo mº. Por outro lado, a fração (obs / c)
obrigatoriamente divergirá, quando c tender para zero, porque o seu numerador não
tenderá para zero.
Em uma solução infinitamente diluída, íons de cargas opostas não podem
interagir. Nesse caso, a condutividade molar limite é separável nas contribuições do
cátion e do ânion do soluto. Sendo + e - as condutividades iônicas limites do cátion e
do ânion respectivamente, a condutividade molar limite do eletrólito satisfaz à
igualdade:
mº = ++ + --
A condutividade molar limite de cada íon depende do íon em questão, do solvente em
que ele se encontra e da temperatura da solução.
Material
Cubeta ou cela para medida de condutividade Soluções de NaCl 0,1 mol.L
-1
Soluções de HCl 0,1 mol.L-1
Ácido acético 0,1 mol.L
-1
Solução de Sacarose 0,1 mol.L-1
Água da torneira Água destilada
(Se atingir o fundo de escala do equipamento as soluções devem ser diluídas na
proporção 1:1)
Procedimento
1. Faça todas as medidas com o mesmo condutivímetro, portanto com a mesma
cela de condutividade. Anote a escala em que cada medida for feita. Em caso de
dúvida, pergunte ao professor como selecionar corretamente a escala do
condutivímetro.
2. Antes da primeira medida lave bem, com água destilada a cela do
condutivímetro. 3. Preencha a cela do condutivímetro com a solução a ser medida. O nível da
solução na cela deve ser suficiente para ficar acima dos furos da capa protetora
do eletrodo do condutivímetro, permitindo assim a não existência de bolha de ar
em contato com o eletrodo.
4. Repita o procedimento de medida, mas agora para soluções de cloreto de
potássio (5,00 x 10-4
; 5,00 x 10-3
; 5,00 x 10-2
; 1,00 x 10 -1
), ácido clorídrico,
ácido acético e sacarose 0,1 mol.L-1
, lavando bem a cela entre uma medida e
outra. Se necessário, selecione a escala mais adequada do condutivímetro para
cada solução a ser medida.
Observação: O condutivímetro foi previamente calibrado utilizando uma
solução de KCl 0,1 mol/L, que na temperatura ambiente apresenta uma
condutividade de 12,90 mS cm-1
.
Tratamento de dados
1. A partir da condutividade medida para cada concentração (c) calcule a
condutância molar (m).
2. Trace gráficos de m x c1/2
e estime o valor de mo à diluição infinita, para os
eletrólitos fortes.
Referências
1. P. W. Atkins - Physical Chemistry, 5th
ed., Oxford, 1994 (capítulo 24).
EXPERIMENTO 5
Parte I - Pilha de Zinco/Cobre
Parte II - Pilha de Limão
Parte I – Pilha de Zinco/Cobre (Pilha de Daniell)
Introdução
Uma pilha é um dispositivo capaz de transformar energia química em energia
elétrica através de reações que se baseiam no processo de oxidação e redução (doação/
recebimento de elétrons entre as substâncias envolvidas). Quando colocamos uma pilha
em um equipamento eletrônico, obtemos o fluxo de elétrons gerado pelas reações
químicas.
Combinando várias substâncias é possível obter as mais diversas configurações
de pilhas. Uma delas é a pilha de Zinco/Cobre. Qual é o princípio de funcionamento
desta pilha?
Materiais e reagentes
Solução de CuSO4 mol.L-1
Solução de ZnSO4 mol.L-1
2 Béqueres de 50 mL
Lâmina de zinco
Lâmina de cobre
Ponte salina (gelatina contendo KCl)
Multímetro
Procedimento
Em um Béquer de 50 mL coloque 30 mL de solução aquosa de CuSO4 1,0 mol.L-
1 e em outro Béquer de 50 mL coloque 30 mL de solução aquosa de ZnSO4 1,0 mol.L
-1.
A seguir coloque a lámina de cobre dentro da solução CuSO4 e a lâmina de Zn na
solução ZnSO4. Coloque a ponte salina. Com o auxílio do multímetro (adequadamente
ajustado para a escala de tensão contínua, com fundo de escala de 2 Volts) meça a ddp
(tensão ou fem) desta pilha. Meça o valor da voltagem da pilha. Os terminais do
voltímetro devem ser colocados sobre as placas metálicas e não na solução! Esta
voltagem é dada pela equação:
ΔEo = E
ored maior – E
ored menor
ΔEo = diferença de potencial da pilha; E
ored maior = potencial de redução maior
entre os elementos utilizados; Eo
red menor = potencial de redução menor entre os
elementos utilizados.
Descarte as soluções de Sulfato de Cobre e de Sulfato de Zinco nos frascos
adequados. Na dúvida pergunte ao professor ou monitor PAD.
Parte II - Pilha de Limão
Materiais e reagentes
1 limão;
Kit para o experimento (2 lâminas de cobre, 2 lâminas de zinco, pedaços
de fio condutor, uma calculadora digital adaptada)
Faca
Atenção:
Requisite ao técnico do laboratório o Kit para o experimento. No final da
aula você deve devolvê-lo completo ao técnico.
Após trabalhar com o limão lave bem as mãos antes de se expor ao sol,
de modo a evitar irritação e queimaduras e na pele.
Procedimentos
Prender os segmentos desencapados dos fios da calculadora em 1 placa de cobre
de um lado e uma de Zn do outro. Usando outro pedaço de fio prenda também 1 placa
de cobre de um lado e uma de Zn do outro. Em seguida, dividir o limão em dois, no
sentido dos gomos. Deitar as duas partes com o lado cortado para baixo e então fazer
dois cortes em cada parte, um próximo ao cabinho do fruto e outro do lado oposto.
Dentro destes cortes, inserir a placa de cobre e a placa de zinco já com os fios
amarrados.
Ligar na calculadora (seguindo a polaridade correta). Basta emendar o fio ligado
ao cobre de uma pilha no fio ligado ao zinco da outra pilha e conectar as pontas
restantes na calculadora (novamente obedecendo a polaridade). A pilha de limão pode
alimentar esse circuito por um longo tempo sem apresentar problemas de
funcionamento. Veja o esquema:
Figura 1: Esquema para montagem da pilha de limão.
EXPERIMENTO 6
Parte I – Determinação do Calor Específico de Materiais
Parte II - Determinação de Calor de Sublimação do Gelo Seco
Introdução
O calor é uma grandeza fundamental em termodinâmica. A termoquímica é um
ramo da termodinâmica, que lida com todos os tipos de efeitos e troca de energia em
todos os tipos de processos. A primeira lei da termodinâmica é a lei da conservação da
energia a qual estabelece que a energia não pode ser criada nem destruída –somente
pode ser transferida entre o sistema e a sua vizinhança.
Vamos considerar que um sistema é constituído de um recipiente fechado
contendo uma massa ma de água na temperatura de 25oC. As paredes deste recipiente
são feitas de poliestireno expandido (isopor) um material isolante térmico que não
permite a troca de energia (calor) do sistema → vizinhança e da vizinhança →sistema
(Parede Adiabática).
Consideremos agora que um corpo de massa mc e numa temperatura maior que
25oC seja adicionado na água contida no sistema.
A primeira Lei da Termodinâmica (lei da conservação da energia) pode então
ser escrita como:
Calor ganho pela água + Calor cedido pelo corpo = 0
Qágua + Qcorpo = 0 Intuitivamente percebemos que calor Q é proporcional a temperatura t e a
massa m:
Q α t
Q α m
Então Q α mxt
Quando um corpo recebe ou cede energia sofre uma mudança de temperatura e
uma das formas de se relacionar Calor e Temperatura é através do Calor Específico
(c) (uma propriedade intrínseca dos materiais envolvidos no processo de troca de calor).
Calor Específico é definido como a quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura de 1 grama de substância de 1oC.
Pode-se então dizer que o Calor Específico (c) é uma constante de
proporcionalidade entre as duas grandezas Calor e Temperatura e a unidade do Calor
Específico é J g-1
grau-1
.
Q = c x m x t
Essa propriedade se destaca pela importância que tem na explicação de alguns
fenômenos naturais, por exemplo, lagos e mares são menos afetados pelas variações de
temperatura durante as estações inverno e verão, pois o alto valor do calor específico da
água permite que ela absorva a energia térmica (radiação infravermelha emanada pelo
sol), armazenando e dissipando-a lentamente. Essa propriedade também torna a água
um potencial veículo de transporte energético, sendo largamente utilizada em sistemas
de aquecimento residenciais ou em processos industriais, e também como líquido
refrigerante.
Parte I - Contato entre dois corpos a temperaturas diferentes – Determinação do
Calor Específico de Materiais (Nylon, Cu°, Fe° e Al°)
Material Geral
Balança analítica
Amostra de metais e polímeros
Calorímetro
Biodiesel
Diesel de petróleo
Lamparina
Termômetro
Gelo seco
É importante entender como a termodinâmica trata a troca de energia entre
corpos. Para tentar descobrir alguns dados quantitativos dos fenômenos relacionados à
energia térmica e as leis que regem suas trocas, estudaremos o contato entre dois
materiais a diferentes temperaturas.
OBS: As massas e as temperaturas iniciais de cada combinação assim como as
temperaturas finais e variação de temperaturas devem ser anotadas.
1. Zere a balança e pese o copo plástico vazio. Coloque 50 gramas de água (que
está na temperatura ambiente do laboratório) em um copo plástico e pese. Insira
o conjunto dentro do recipiente de “Isopor” (calorímetro), adapte o termômetro
na tampa de isopor, de modo que o bulbo do termômetro fique bem no centro do
líquido e meça a sua temperatura.
2. Pese a amostra sólida. Amarre um barbante na amostra sólida e mergulhe-a em
um recipiente com água à ebulição e deixe por quinze minutos (Anote a
temperatura de ebulição da água). Retire a amostra sólida e, o mais rápido
possível, mergulhe-a rapidamente no calorímetro. Vá lendo a temperatura em
função do tempo e anote o seu valor máximo. Repita o experimento mais uma
vez trocando a água do copo. Faça um gráfico de Temperatura em função do
tempo. 3. Repita o procedimento anterior, utilizando as outras amostras de materiais.
Conclusões: Determine o calor específico de cada material utilizado. O calor
específico da água é 1,0 cal/g°C.
Parte II - Entalpia de sublimação do CO2
O objetivo desta parte é a determinação da variação de entalpia de
sublimação do gelo seco. Esquematize a equação de sublimação e a sua respectiva
grandeza que será medida.
Neste experimento, será determinada a variação de entalpia de sublimação
(subH) do CO2 (gelo seco), o que corresponde ao calor absorvido à pressão constante
no processo:
CO2(s) CO2(g) Como o processo é realizado a pressão constante, a variação pode ser obtida por:
n
qHsub
onde q = calor transferido no processo e n = número de moles de CO2
sublimado.
Com algumas simplificações, q pode ser encontrado pela seguinte relação:
)TT(cmTcmq inicialfinaláguaáguaáguaágua
onde: c = calor específico da água, que pode ser considerado como constante no
intervalo de temperatura (T) de estudo, sendo 4,184 J g-1
K-1
; m = massa de água.
1- Coloque em um copo plástico uma massa de água, de cerca de 100 g, com
precisão de 0,01 g. Insira o copo com água dentro do calorímetro, adapte o
termômetro à tampa do isopor, de modo que o seu bulbo fique bem no centro do
líquido. Leia a temperatura da água e anote.
2- Leve esse conjunto para próximo da balança. Pese com a mesma precisão
anterior uma massa de aproximadamente 5 gramas de gelo seco, utilizando um
copinho plástico para café. Imediatamente à pesagem, adicione o gelo seco
dentro no calorímetro. Anote a temperatura a cada 60 segundos, até que todo o
gelo seco tenha sublimado. Sem destapar o frasco, como se pode inferir que o
gelo seco já sublimou por completo? Continue anotando a temperatura por
cerca de 5 minutos além deste tempo. Faça um gráfico de temperatura em
função do tempo.
3- Repita o procedimento.
Referências 1. Simoni, J.A. , Quimica Nova 1989, 12(4), 376-378.
2. Burgstahler, A.W., Bricker, C.E., J. Chem. Educ.1991, 68, 332.