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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS QUALIDADE DE VIDA COMO FATOR DE MOTIVAÇÃO Denise Nascimento Ramella

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS

QUALIDADE DE VIDA COMO FATOR DE MOTIVAÇÃO

Denise Nascimento Ramella

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DENISE NASCIMENTO RAMELLA

QUALIDADE DE VIDA COMO FATOR DE MOTIVAÇÃO

Monografia apresentada a Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção de pós graduação em Gestão de Recursos Humanos.

Orientadora: Profa. Ana Paula A. Ribeiro

Rio de Janeiro – RJ 2009

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Agradeço a Claudio e Matheus Ramella pelo apoio e incentivo sempre presente.

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Dedico esta vitória a minha família de modo geral que sempre estiveram ao meu lado nos momentos difíceis.

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“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela.”

Albert Einstein

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RESUMO

A QVT – Qualidade de Vida no Trabalho – é um tema da área de recursos humanos que ainda não está totalmente explorado e desenvolvido como deveria. Todavia, não temos como fazer uma abordagem do mesmo sem mencionar a motivação e a satisfação das necessidades dos funcionários de uma organização, como aspectos primordiais para a qualidade de vida dos profissionais no ambiente de trabalho. Diante de tantas turbulências, mudanças e incertezas que caracterizam as empresas no contexto atual, o que nos e resta é o desafio da sobrevivência das empresas que estiverem conscientes de que a competitividade requer produtividade com qualidade, o que não significa apenas investir em tecnologias, mas também nas pessoas que trabalham na empresa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPITULO I A QUALIDADE DE VIDA 10 1.1 QVT – CONCEITO 13 1.2 ABORDAGEM HISTÓRICA 16 1.3 MOTIVAÇÕES PARA O TRABALHO 17 1.4 INFLUÊNCIAS DO AMBIENTE 19 CAPITULO II QVT - FATORES DETERMINANTES 20 2.1 PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 28 CAPITULO III A PERSPECTIVA DA QVT NA ERA DO CONHECIMENTO 30 3.1 QVT E OS MODELOS TRADICIONAIS DE GESTÃO 31 3.2 CONTRIBUIÇÃO DAS CIÊNCIAS HUMANAS PARA A QVT 32 3.3 A QVT E OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO 34 3.4 A QVT E OS MODELOS EMERGENTES 36 CONCLUSÃO 39 REFERENCIAS 41

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INTRODUÇÃO

No atual mundo globalizado, o tema motivação está em total evidencia, e

se justifica, visto que, cada vez mais fica comprovado que as organizações

apresentam carências nessa questão, creditando-se o fato a esse mundo

conturbado, conseqüência de um capitalismo cada vez mais selvagem. A cada dia

decorrido, a economia global vai se torna mais competitiva. Essa concorrência

está deixando as pessoas ainda mais assustadas, pois o mercado de trabalho

vem oferecendo menos ofertas. Esta situação se complica quando o candidato

não apresenta uma qualificação compatível a uma função ambicionada.

Todavia, o tema qualidade de vida como fator de motivação ainda não

está explorado como deveria na gestão de recursos humanos. No entanto, ainda

não há como desenvolver o tema em abordagem sem citar a motivação e a

satisfação das necessidades dos funcionários de uma organização, como

aspectos preponderantes para a qualidade de vida dos profissionais no ambiente

organizacional.

Nesta época de globalização, de mudanças intensas, com os clientes

cada vez mais exigentes, a busca intensa pela qualidade e produtividade, elevado

volume de informações, inovações tecnológicas e competitividade acirrada terão

mais chances de sobreviver àquelas organizações que forem capazes de

vislumbrar os seus recursos humanos como seres únicos, ímpares, dotados de

diferenças e com necessidades variadas. Na era do conhecimento que passou a

constituir a principal vantagem estratégica competitiva, as organizações de

vanguarda focam suas atenções nas pessoas, aquelas que realmente fazem a

diferença e que detêm o conhecimento.

O sistema tradicional de gestão de pessoas deixou de responder com

maior afinco às necessidades impostas às organizações do século XXI e nem aos

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anseios e expectativas do profissional do terceiro milênio, por isso a utilização de

tecnologias, métodos e ferramentas de trabalho que atendam a nova demanda se

constitui de primordial importância para que o sucesso das organizações na

atualidade sejam alcançados. O setor de RH - Recursos Humanos - é portador de

papel preponderante neste processo, visto se ele, o responsável pela criação de

programas que mantenham os colaboradores energizados em tempo integral. As

organizações que estivem dispostas a atenderam aos anseios, expectativas e

objetivos dos funcionários, compatibilizando-os com o alcance de resultados

favoráveis para estas, terão mais chances de sobrevivência.

Quando se implementa emoção e a motivação no cotidiano de vida

profissional, consegue-se realizar algo sempre o que, a princípio não se era capaz

de fazer. Essa questão está atrelada a força de acreditar e de motivar o fazer.

Devemos acreditar nas aspirações, fazer sempre o melhor que se pode e deixar

fluir, isso porque se luta pela vitória, e não pelo fracasso. É sabido, que nos dias

atuais, é dado um grande destaque à motivação profissional, promovendo assim

uma qualidade de vida, além de que a motivação também pode influenciar

diretamente na qualidade dos serviços prestados pela equipe profissional.

Partindo da premissa que o programa QVT resulta no bem está do

funcionário, até que ponto a qualidade de vida no trabalho se constitui em fator

preponderante para a motivação funcional?

O presente trabalho tem como objetivo enfocar a importância da

tecnologia da qualidade de vida no trabalho como fundamental no processo de

motivação das pessoas no seio das organizações, e para a abordagem do tema

em desenvolvimento, optamos pela metodologia das pesquisas bibliográficas em

livros, com apoio de artigos e publicações em bibliotecas on-line.

A qualidade de vida como fator de motivação, tema em abordagem no

presente trabalho monográfico, será desenvolvido em três capítulos seqüenciais,

cujo desenvolvimento será feito pela metodologia de pesquisas bibliográficas,

recorrendo-se ao apoio de bibliotecas on-line em busca de artigos e publicações

inerentes ao tema.

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CAPITULO I

A QUALIDADE DE VIDA

O termo qualidade de vida (QV) no atual mundo globalizado, não só é

usado com freqüência nos meios acadêmicos como também em nosso cotidiano.

É uma área de interesse da Administração, Medicina, Psicologia, Enfermagem,

Fisioterapia, Terapia Ocupacional, assim como do Marketing, da Economia e de

outras áreas direta ou indiretamente relacionadas ao ser humano e ao seu bem-

estar. Todos querem gozar de qualidade de vida (QV), independente de sua

idade, raça, religião e meio sócio-cultural.

Embora não exista uma única definição para QV, algumas merecem

destaque, como a da OMS (2005) que define qualidade de vida como a

percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua

cultura e do sistema de valores de onde vive, e em relação a seus objetivos,

expectativas, padrões e preocupações. É um conceito muito amplo que incorpora

de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico,

seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com

características proeminentes no ambiente.

No tocante a motivação, esta se revela como um fator imprescindível

para a qualidade de vida em diversos contextos de realização. Segundo Zélia

Miranda Kilininik, professora do FACE/UFMG, nos dias de hoje, passamos a

maior parte de nossas horas produtivas trabalhando; precisamos trabalhar por

dinheiro, mas também para dar algum sentido em nossas vidas: desafio,

responsabilidade, possibilidade de colocar os sonhos em ação.

Segundo Powers & Russel (1993), o fato de uma pessoa realizar um

trabalho - do qual ela realmente goste - faz com que ela cresça e em muito

contribui para sua qualidade de vida geral. Por outro lado, um trabalho

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inadequado reduz de algum modo a sua qualidade de vida. Um emprego que a

pessoa odeie - podendo variar de presidente de uma companhia a coletor de lixo,

de balconista de lanchonete a pesquisadora - a faz sentir-se má humorada,

deprimida, e até mesmo revoltada. Realizar um trabalho desinteressante ou

desagradável esgota a energia, diminui a motivação e geralmente reduz a auto-

estima. Num círculo vicioso, a pessoa passa a se descuidar pessoal e

profissionalmente e a distanciar-se do círculo de pessoas que realmente faz a

diferença em sua organização ou profissão. E essa pessoa gostará menos ainda

seu trabalho e se sentirá menos comprometida com ele.

“Para alcançar níveis elevados de qualidade e produtividade, as organizações precisam de pessoas motivadas, que participem ativamente nos trabalhos que executam e que sejam adequadamente recompensadas pelas suas contribuições. A competitividade organizacional – e obviamente, a qualidade e produtividade – passam obrigatoriamente pela qualidade de vida no trabalho”. (Chiavenato, 2000)

Ocorrem casos de profissionais que exerciam funções de nível

elevado, com todas ou quase todas as dimensões de qualidade de vida presentes

e que, mesmo assim, partiram para outras profissões em busca de sua verdadeira

vocação e, muitos têm sido exitosos nessa mudança. Para efeito do desempenho

e da qualidade de vida no trabalho, é cruciais repensar as prioridades pessoais,

os métodos de autogerenciamento do próprio tempo, e as emoções negativas

decorrentes das perdas ilusórias. A Qualidade de Vida no Trabalho se constitui

como a grande esperança das empresas para atingirem elevados níveis de

produtividade, sem desprezar a motivação e satisfação do funcionário.

Da necessidade do bem-estar geral e a saúde dos trabalhadores no

desempenho de suas tarefas, surgiu o termo qualidade de vida no trabalho, que

envolve uma constelação de fatores:

• Satisfação com o trabalho executado;

• As possibilidades de futuro na organização;

• O reconhecimento pelos resultados alcançados;

• O salário recebido;

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• Os benefícios auferidos;

• O relacionamento humano dentro do grupo e da organização;

• O ambiente psicológico e físico de trabalho;

• A liberdade e responsabilidade de decidir;

• As possibilidades de participar.

Existem países onde a política de QVT tem acentuado

desenvolvimento: França, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega, Holanda e

Itália. No Brasil, estamos vivendo o início de uma nova consciência em relação ao

trabalhador. As relações humanas, bem como os aspectos que a permeiam,

tornaram centro de discussões e análises nas empresas na última década. Neste

terceiro milênio, a qualidade de vida do trabalhador brasileiro vem sendo objeto

de estudo e fator de mudança nas organizações.

A qualidade de vida no trabalho (QVT), de acordo com Chiavenato

(1999), representa em que graus os membros da organização são capazes de

satisfazer suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização.

Chiavenato destaca ainda os fatores envolvidos na QVT, que são:

"... a satisfação com o trabalho executado; as possibilidades de futuro na organização; o reconhecimento pelos resultados alcançados; o salário recebido; os benefícios auferidos; o relacionamento humano dentro do grupo e da organização; o ambiente psicológico e físico do trabalho; a liberdade e responsabilidade de decidir e as possibilidades de participar." (CHIAVENATO 1999 p.391)

Isso é qualidade de vida no trabalho, que, conseqüentemente, resulta

em maior probabilidade de se obter qualidade de vida pessoal, social e familiar,

embora sejam esferas diferentes e nelas se desempenhem papéis diferentes.

Podemos entendê-la como um programa que visa facilitar e satisfazer as

necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização,

tendo como idéia básica o fato de que as pessoas são mais produtivas quanto

mais estiverem satisfeitas e envolvidas com o próprio trabalho. A QVT deve ser

considerada como uma gestão dinâmica porque as organizações e as pessoas

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mudam constantemente; e é contingencial porque depende da realidade de cada

empresa no contexto em que está inserida.

A participação dos funcionários nas decisões da gestão verificada em

algumas pesquisas já realizadas, como a de Vieira (1996), de Fernandes &

Gutierrez (1988), ainda limita-se a pequenas decisões operacionais no seu local

de trabalho. A melhoria do ambiente físico no local de trabalho pode ser

constatada na maioria das empresas que implantaram a qualidade total,

representando um ganho para o trabalhador. O que pode ser constatado é que o

poder aquisitivo dos trabalhadores vem caindo constantemente nos últimos anos.

A massa de desempregados contribui para o capital poder desarticular alguma

resistência por parte dos empregados e impor suas condições de trabalho, por

salários cada vez menores. A falta de visão em longo prazo e a busca de

investimentos que tragam retorno em curto prazo, características da cultura do

empresariado brasileiro, fazem com que ainda sejam poucos os que estão

realmente comprometidos com a valorização e a qualidade de vida no trabalho de

seus funcionários.

A qualidade de vida dos funcionários influi diretamente na execução

das metas de uma organização. Este fator é despertado por programas

participativos que atentem para a qualidade de vida. A empresa que não atenta

para a QVT pode se considerar decadente, uma vez que se seus clientes internos

não estão satisfeitos refletirão essa insatisfação na sua produtividade, em outras

palavras, o produto final da empresa é o reflexo da satisfação e da qualidade de

vida dos funcionários, se este tem uma alta qualidade de vida, o produto da

empresa será de alta qualidade e seus clientes externos estarão satisfeitos.

1.1 QVT – CONCEITO

O conceito de QVT é muito abrangente, e precisa ser definido com

clareza, uma vez que as posições profissionais dos trabalhadores dentro de uma

organização são meios de satisfazerem suas necessidades de toda ordem, com

reflexos evidentes em sua qualidade de vida. A qualidade de vida baseia-se em

uma visão integral das pessoas, que é o chamado enfoque biopsicossocial. O

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enfoque biopsicossocial das pessoas origina-se da medicina psicossocial, que

propõe a vida integrada ao ser humano. Conforme desenho abaixo fica claro que

o conceito de QVT è mais amplo do que as teorias tradicionais de motivação.

A expressão qualidade de vida de acordo com Milioni (2003) tem livre

interpretação, sem uma regra geral, porquanto dependente da tônica que a ela se

queira dar, conforme os valores, filosofia e propósitos das pessoas e entidades

que a queiram usar como referência para o trabalho que desenvolvem na busca

da felicidade do ser humano. Qualidade de vida é uma questão intersetorial, isto

é, para que alguém tenha qualidade de vida, necessita satisfazer muitos aspectos

ligados a diversas áreas da vida cotidiana.

No conceito de França-Limongi (2004), qualidade de vida é a sensação

bem-estar, proporcionada pelo atendimento das necessidades individuais, do

ambiente social e econômico e das expectativas de vida. A qualidade de vida

refere-se, portanto, a uma condição de vida favorável ou desfavorável,

considerando aspectos como: alimentação, habitação, transporte, educação,

saúde, trabalho, lazer, saneamento. A qualidade de vida tem um cunho holístico

por enfocar o ser humano em todas as suas dimensões, quais sejam, mental,

social, física, emocional e espiritual. Nas empresas, a qualidade de vida tem sido

um dos maiores objetivos da gestão estratégica de pessoas, por via de ações de

melhoria do ambiente e condições de trabalho, emprego de técnicas de ginástica

laboral, sessões de relaxamento, atividades lúdicas e muitos outros recursos

ortodoxos e criativos.

Qualidade de vida significa, portanto, entender e procurar atender a

pessoa em suas necessidades integrais relacionadas às dimensões mental, física,

social, emocional e espiritual. Sendo assim a definição de qualidade de vida é tão

ampla quanto à dimensão do ser humano, uma vez que perseguir qualidade de

vida significa entender e procura atender a pessoa em suas necessidades

integrais. E, nas organizações, a preocupação constante com a competitividade,

que requer produtividade com qualidade, tem levado-as a aumentar o nível de

satisfação dos empregados no desenvolver de suas atividades profissionais,

buscando neles permanentes aliados na corrida pela sobrevivência, pois

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profissionais desmotivados e insatisfeitos com certeza não produzirão produtos e

serviços de qualidade e, conseqüentemente, comprometerão as chances de

sobrevivência da organização.

Conforme palavras de Fernandes (apud DESCHAMPS, 1997), homens

mobilizados e satisfeitos fazem a diferença, portanto somente sobreviverão às

empresas que souberem utilizar seus recursos humanos tão bem como sua

tecnologia e seu capital. Para que a organização tenha profissionais trabalhando

com níveis elevados de satisfação e motivação, é preciso haver real oportunidade

de participação destes, pois a efetiva participação constitui meio importante para

que as pessoas apresentem o comprometimento necessário com as propostas da

empresa, viabilizando o alcance dos resultados a serem atingidos por ela e,

conseqüentemente, tornando-a mais competitiva no mercado. É salutar que a

organização possa ser um espaço onde o indivíduo concretize seus objetivos

pessoais em consonância com os objetivos organizacionais.

Segundo Fernandes (1996, p. 37),

“... somente atendendo às necessidades das pessoas e as desenvolvendo, maximizando as suas potencialidades, é que a empresa também se desenvolverá atingindo suas metas”.

Assim, surge importante tecnologia dentro deste contexto, voltada à

satisfação das necessidades das pessoas, trata-se da qualidade de vida no

trabalho. Qualidade de Vida do Trabalho conforme Rodrigues (1994) tem

diferentes conotações, sendo a mais objetiva e clara, facilitar e satisfazer as

necessidades dos trabalhadores no desenvolver de suas atividades. A expressão

qualidade de vida no trabalho relaciona-se ao alcance dos objetivos individuais,

participação, oportunidades educacionais, oportunidades econômicas,

oportunidades sociais, boas condições físicas e de instalações, redução da

jornada de trabalho e etc.

A qualidade de vida no trabalho diz respeito à satisfação das

necessidades do individuo, conforme Hackman e Suttle (apud BÚRIGO, 1997),

a QVT afeta atitudes pessoais e comportamentais, tais como criatividade, vontade

de inovar ou aceitar mudanças, capacidade de adaptar-se a mudanças no

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ambiente de trabalho e o grau de motivação interna para o trabalho, que são

fatores importantes para a produtividade e motivação do indivíduo.

“Os programas de QVT devem ser encarados como alternativa para combinar ambientes participativos com um estilo de vida mais humano, integrando de forma harmônica o homem ao meio ambiente. O estilo de vida mais humano enquadra não somente aspectos físicos, mas também aspectos emocionais e espirituais.” (BÚRIGO, 1997 p. 19).

1.2 ABORDAGEM HISTÓRICA

Conforme conceitualização de Santos & Fialho (apud

MERINO, 2000), o trabalho é uma forma de atividade própria do homem,

enquanto ser social. O trabalho se relaciona diretamente com algum tipo de

retorno, preferencialmente de ordem material ou monetária. O trabalho constitui a

aplicação de forças e faculdades para atingir um objetivo. O trabalho sempre

ocupou um lugar muito importante na vida de todas as pessoas, pois grande parte

dela se passa dentro das organizações, assim ele possui um grande valor em

nossa sociedade, pois desperta o homem a busca de conduções para melhorar

sua qualidade de vida, como disse Amador Aguiar – (Bradesco) Só o trabalho

produz riqueza.

Desde o inicio de sua existência, o homem tem uma constante

preocupação com o trabalho e a qualidade de vida. Inicialmente com os

economistas liberais como Adam Smith, que foi um dos grandes incentivadores

da racionalização da produção, através da especialização das etapas da

produção, como meio para a maior destreza do trabalhador e a minimização do

tempo de produção, passando pela administração científica com destaque para o

nome de Frederick Taylor (1990), que surgiu em parte pela necessidade de

aumentar a produtividade principalmente nos Estados Unidos onde a oferta de

mão-de-obra qualificada era insuficiente no início do século XX, sendo necessário

descobrir maneiras de aumentar a eficiência dos operários, e a Escola de

Relações Humanas que teve na figura de Elton Mayo e seus companheiros da

Universidade de Harvard os pioneiros da aplicação do método científico em seus

estudos das pessoas no ambiente de trabalho.

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Lançando a idéia do homem social motivado pela vontade de

estabelecer relações com os outros, fez Elton Mayo conduzir uma pesquisa que

ficou mundialmente conhecida como Experiência de Hawthorne, cujos resultados

geraram as seguintes conclusões:

a) O nível de produção é resultante da interação social do trabalhador;

b) O comportamento do empregado se apóia totalmente no grupo;

c) O comportamento dos trabalhadores está condicionado a normas e

padrões sociais.

De acordo com Stoner (1982), pesquisadores posteriores foram

treinados com mais rigor nas ciências sociais - psicologia, sociologia e

antropologia - e empregaram métodos de pesquisa mais sofisticados, quando

passaram a ser considerados cientistas do comportamento como Argyris, Maslow

e Mc Gregor.

No entender destes autores, o conceito de homem que se auto-realiza

explicaria com maior exatidão as motivações humanas. A década de 70 assistiu a

uma mudança no enfoque do gerenciamento organizacional, incentivada

principalmente pelo sucesso industrial japonês, quando surgiram os primeiros

movimentos e aplicações estruturadas, sistematizado no interior da organização,

utilizando a Qualidade de Vida no Trabalho.

A partir dos anos 80, o crescente avanço tecnológico e a conseqüente

modernização do parque industrial, o aumento das interconexões, a rapidez no

fluxo de informações e um ambiente altamente turbulento e instável, em

conseqüência das constantes mudanças, trazem à tona a tecnologia da qualidade

de vida no trabalho (QVT) como uma alternativa, ainda não devidamente

explorada na gestão de Recursos Humanos, mas preponderante para o sucesso

organizacional.

1.3 MOTIVAÇÕES PARA O TRABALHO

A gestão do desempenho para o trabalho vem sendo discutida desde a

década de 70, e posteriormente foi substituída por modismos da qualidade e da

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reengenharia no final da década de 80 e início da década de 90 (BOYETT &

BOYETT, 1999). A gerência do desempenho é comportamento, sendo este

comportamento manifestado pelas pessoas, onde todas as coisas e/ou atividades

são realizadas. Desta forma, gerenciar o comportamento implica na contribuição e

na aceleração do sucesso das organizações, e conseqüentemente surge a gestão

de desempenho, a qual auxilia os gerentes nas diversas formas de gerenciar o

comportamento e fazer uso dos incentivos ao desempenho.

Para Daniels, citado por Boyett & Boyett (1999), a maioria das pessoas

tenta gerenciar o desempenho, ditando normas, regras, e dizendo aos

funcionários o que devem e o que não devem fazer. Para este autor, esta atitude

não apresenta muito êxito, pois não funciona muito bem ou dura pouco. A

mudança de comportamento é temporária, e quando as pessoas que ditam as

normas não estão por perto, as atitudes voltam a serem como anteriormente. Da

mesma forma, também existe outra maneira de influenciar o comportamento

depois que ele ocorreu, com o intuito de aumentar ou diminuir a probabilidade que

ele se repita. Isso pode se exemplificado na ocasião em que é oferecida

recompensa, reconhecimento ou elogios, quando um trabalho é executado

corretamente, ou exercer atitude de punição quando não há sucesso no trabalho.

Esta atitude é considerada uma conseqüência depois de um comportamento.

Boyett & Boyett (1999), descrevem ainda o poder do reforço positivo,

sendo considerada uma ferramenta favorita, pois ao contrário da extensão e da

punição, este reforço ensina aos funcionários como devem fazer, e não o que não

devem fazer. O reforço positivo estimula todo o potencial humano, instigando as

pessoas a atingir muito além do mínimo.

No entendimento de Cobra (2001), uma das maiores carências de

nossa sociedade é o exercício de elogio, que transbordaria o lado da positividade.

Mas, quem elogia? Poucas pessoas possuem este hábito. Portanto, quase não se

recebe elogio, concomitante a essa ausência de hábito, também não se elogia.

Somente a crítica tem lugar de destaque em nossa sociedade. Defende-se a idéia

de que se deve, na medida do possível, inverter esse processo de derrota, pois

cada elogio que é ejetado ao ser humano, é um estimulo para viver, e um

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incentivo para repetir o ato que lhe trouxe conforto e gratidão. Todavia, é preciso

conceber que, a motivação profissional vai além do elogio ou das palavras de

conforto ministrado pelos superiores. É importante destacar como estas são de

extrema valia, mas não são tudo, ou seja, a motivação profissional ou reforço

positivo ou gestão de desempenho atinge uma dimensão bem mais abrangente,

as quais envolvem os recursos materiais, as interferências físicas e químicas no

ambiente para a realização do trabalho.

Todos estes aspectos complementam o sucesso na realização de um

trabalho. Os fatores extrínsecos que rodeiam os funcionários numa organização

são tão importantes quanto os fatores intrínsecos destes funcionários. O reforço

positivo ocorre naturalmente, e está interligado ao comportamento.

1.4 INFLUÊNCIAS DO AMBIENTE

Não se pode exigir resultados de uma equipe se esta não tiver um

mínimo de comodidade e de condições para realizar suas necessidades básicas.

Mas se acredita que quanto melhor e mais bem atendidas estas necessidades

tanto melhor será o desempenho de uma equipe. O ambiente de trabalho é

constituído de duas partes distintas: a física (instalações, móveis, decoração etc)

e a social (as pessoas que o habitam).

Segundo Magalhães (1990 p. 51)

“... influem no conforto social. Evidentemente, se tais elementos forem precários, ninguém trabalhará com moral elevado. Conforme a natureza do trabalho exigir-se-á uma luminosidade, uma temperatura, um grau de umidade diferente, o que também deverá estar de acordo com a região onde se trabalha e a época do ano.”

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CAPITULO II

QVT - FATORES DETERMINANTES

Uma das dificuldades para se atingir qualidade de vida nas

organizações reside na diversidade das preferências humanas e diferenças

individuais e o grau de importância que cada trabalhador dá as suas

necessidades, implicando provavelmente em denotado custo operacional

(QUIRINO e XAVIER,1986).

O estudo da QVT pode se começar com autores clássicos, como

Maslow (1954) e Herzberg (1968), que se ocuparam com fatores motivacionais

ligados às necessidades humanas, com reflexos no desempenho e na auto-

realização do individuo como se ilustra abaixo:

Necessidades Humanas

MOTIVADORES (maximização das Habilidades e do AUTO Potencial) REALIZAÇÃO ESTIMA

FATORES SOCIAL

DE SEGURANÇA

MANUTENÇÃO

FISIOLÓGICAS

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Segundo Walton (1973) estudioso de QVT há oito fatores conceituais de

qualidade de vida no trabalho:

A) Compensação justa e adequada - Caracteriza pela remuneração recebida

pelo trabalho realizado, dividindo-se em dois critérios:

1º- Remuneração adequada: Remuneração necessária para o empregado viver

dignamente dentro das necessidades pessoais e dos padrões culturais, sociais e

econômicos da sociedade em que vive.

2º- Equidade interna: Equidade na remuneração entre outros membros de uma

mesma organização.

3º- Equidade externa: Equidade na remuneração em relação a outros

profissionais no mercado de trabalho.

B) Condições de trabalho - Caracteriza pelas condições existentes no local de

trabalho, apresentando os seguintes parâmetros:

1º- Jornada de trabalho: Número de horas trabalhadas, previstas ou não pela

legislação, e sua relação com as tarefas desempenhadas

2º- Carga de trabalho: Quantidade de trabalho executados em um turno de

trabalho.

3º- Ambiente físico: Local de trabalho em relações as condições de bem estar

(conforto) e organização para o desempenho do trabalho

4º- Material e equipamento: Quantidade e qualidade de material disponível para

execução do trabalho.

5º- Ambiente saudável: Local de trabalho e suas condições de segurança e de

saúde em relação aos riscos de injúria ou doenças.

6º- Estresse: Quantidade percebida de estresse a que o profissional é submetido

na sua jornada de trabalho.

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C) Uso e desenvolvimento de capacidade - É a mensuração da qualidade de

vida no trabalho em relação às oportunidades que o empregado tem de aplicar,

no seu dia a dia, seu saber e suas aptidões profissionais. Entre os critérios se

destaca:

1º- Autonomia: Medida permitida, ao indivíduo, de liberdade substancial,

independência e descrição na programação e execução do trabalho.

2º- Significado da tarefa: Relevância da tarefa desempenhada na vida e no

trabalho de outras pessoas, dentro ou fora das instituições.

3º- Identidade da tarefa: Medida de tarefa na sua integridade e na avaliação do

resultado.

4º- Variedade de habilidade: Possibilidade de utilização de uma larga escala de

capacidades e de habilidades do individuo.

5º) Retro informação: Informação ao indivíduo acerca de avaliação do seu

trabalho com um todo, e de suas ações.

D) Oportunidade de crescimento e segurança - Caracteriza pelas

oportunidades que à instituição estabelece e o crescimento pessoal de seus

empregados e para segurança do emprego. Os critérios que expressam a

importância do desenvolvimento e a perspectiva de aplicação são os seguintes:

1º- Possibilidade de carreira: Viabilidade de oportunizar avanços na instituição e

na carreira, reconhecidos por colegas, membros da família, comunidade.

2º- Crescimento pessoal: processo de educação continuada para o

desenvolvimento das potencialidades da pessoa e aplicação das mesmas.

3º- Segurança de seu emprego: Grau de segurança dos empregados quanto á

manutenção de seus empregos.

E) Integração social na organização - É o grau de integração social existente na

instituição:

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1º- Igualdade de oportunidades: Grau de ausência de estratificação na

organização de trabalho, em termos de símbolos status ou estruturas hierárquicas

íngremes; e de discriminação quanto á raça, sexo, credo, origens, estilos de vida

e aparência;

2º) Relacionamento: Grau de relacionamento marcado por auxílio recíproco, apoio

sócio-emocional, abertura interpessoal e respeito às individualidades.

3º- Senso comunitário: Grau de senso de comunidade existente na instituição

F) Constitucionalismo - Caracteriza pelos direitos dos empregados cumpridos

na instituição:

1º- Direitos trabalhistas: Observância ao cumprimento dos direitos do trabalhador,

inclusive o acesso à apelação

2º-Privacidade social: Grau de privacidade que o empregado possui dentro da

instituição

3º-Liberdade de expressão: Forma como o empregado pode expressar seus

pontos de vista aos superiores, sem medo de represálias;

4º-Normas e rotinas: Maneira como normas e rotinas influenciam o

desenvolvimento do trabalho.

G) Trabalho e espaço total de vida - é o equilíbrio entre a vida social do

empregado e a vida no trabalho:

1º-Papel balanceado no trabalho: Equilíbrio entre jornada de trabalho, exigências

de carreira, viagens, e convívio familiar.

2º- Horário de entrada e saída do trabalho: Equilíbrio entre horários de entrada e

saída do trabalho e convívio familiar.

H) Relevância social da vida no trabalho - Percepção do empregado em

relação à responsabilidade social da instituição na comunidade, à qualidade de

prestação dos serviços e ao atendimento de seus empregados:

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1º- Imagem da instituição: Visão do empregado em relação à sua instituição de

trabalho: importância para comunidade, orgulho e satisfação pessoais de fazer

parte da instituição.

2º-Responsabilidade social da instituição: Percepção do empregado quanto à

responsabilidade social da instituição para a comunidade, refletida na

preocupação de resolver os problemas da comunidade e também não causar

danos.

3º- Responsabilidade social pelos serviços: Percepção do empregado quanto à

responsabilidade da instituição com a qualidade dos serviços postos a disposição

da comunidade.

4º- Responsabilidade social pelos empregados: Percepção do empregado quanto

à sua valorização e participação na instituição, a partir da política de recursos

humanos.

O tema qualidade de vida tem sido objeto de reflexão devido à busca de melhores

condições de vida, devendo ser enfatizada a promoção da saúde, englobando

diversos fatores que determinam a qualidade de vida da população. Pode-se

afirmar que a saúde é um dos principais parâmetros, porém há mais indicadores

que visam quantificá-la, e serão abordados posteriormente.

Na I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde realizada em 1986, em

Otawa, foi elaborada a Carta de Ottawa, que propõe, dentre outras atuações,

cinco campos centrais para a promoção da saúde:

1º - Elaboração e implementação de políticas saudáveis, devendo ser

prioridade no setor saúde, incluindo legislações, medidas fiscais, mudanças

organizacionais, além de ações intersetoriais que visem à eqüidade em saúde,

distribuição de renda e políticas sociais.

2º- Criação de ambientes favoráveis à saúde, incluindo tanto a conservação do

meio ambiente e recursos naturais quanto o ambiente de trabalho, lazer, lar,

escola, cidade, devendo estes serem valorizados pelo setor saúde.

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3º- Reforço da ação comunitária, enfatizando o seu poder técnico e político para

fixar prioridades, propor intervenções e estratégias que assegurem melhor nível

de saúde, através de informação e educação em saúde.

4º- Desenvolvimento de habilidades pessoais, sendo imprescindível

informações e educação em saúde para que os indivíduos tenham consciência da

importância do coletivo em saúde e da sua responsabilidade para a promoção da

saúde.

5º- Vida da população. Segundo Minayo, Hartz & Buss (2000) deve-se respeitar

a satisfação das necessidades mais elementares da vida humana: alimentação,

acesso a água potável, habitação, trabalho, educação, saúde, lazer, conforto,

bem-estar e realização individual e coletiva.

De acordo com os mesmos autores, para a obtenção da medida da qualidade de

vida, foram desenvolvidos instrumentos para quantificá-la, sendo o mais difundido

o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elaborado pelo Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Este indicador avalia a

capacidade do indivíduo, ou seja, o que está apto a realizar, através da análise

das condições de renda, educação e saúde da população como elementos

fundamentais para a qualidade de vida:

• Renda: avaliada pelo Produto Interno Bruto (PIB) real per capita;

• Saúde: avaliada pela esperança de vida ao nascer;

• Educação: avaliada pela taxa de alfabetização de adultos e taxas de

matriculados nos níveis primário, secundário e terciário combinados.

Para Minayo, Hartz & Buss (2000) o IDH tem boa aceitação, podendo

ser aplicado em realidades distintas, mas apresenta limitações para comparar a

qualidade de vida entre territórios ou mesmo ao longo do tempo, bem como tem

dificuldade para delimitar se houve crescimento ou desenvolvimento no território.

Este indicador foi importante para o surgimento de outros que também visam

quantificar a qualidade de vida, porém têm menor divulgação.

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Pode-se citar o Índice de Condições de Vida (ICV), desenvolvido pela

Fundação João Pinheiro, em Belo Horizonte, em 1998 e foi posteriormente

adequado e utilizado pelos demais municípios brasileiros. Este índice é composto

por cinco dimensões: renda; educação; infância; habitação e longevidade,

abordando vinte aspectos distintos. O Índice de Qualidade de Vida (IQV) é um

outro indicador, elaborado pela Folha de São Paulo, em 1999 que inclui nove

itens, sendo eles: trabalho; segurança; moradia; serviços de saúde; dinheiro;

estudo; qualidade do ar; lazer e serviços de transporte. Com relação à qualidade

de vida no trabalho houve grandes progressos devido ao modo de organização do

trabalho, estando parte das empresas valorizando seus integrantes, possibilitando

maior atuação no processo de produção, aumento da motivação no trabalho e

garantindo uma maior qualidade do produto, bem como o favorecimento da saúde

mental e física do trabalhador.

Para Lacaz (2000) é inadmissível falar em qualidade do produto sem

tocar na qualidade dos ambientes e condições de trabalho, o que seria

sobremaneira auxiliado pela democratização das relações sociais nos locais de

trabalho.

Para proporcionar condições para que haja melhora na qualidade de

vida no trabalho e do trabalhador algumas empresas preocupadas com este

enfoque e em manter também a qualidade de seus produtos e a produtividade

têm utilizado estratégias para favorecer estas condições, como por exemplo, a

ginástica laboral, períodos de descanso dentro da rotina do trabalho (pausas),

maior participação do trabalhador na organização e tomada de decisões no

processo de produção, dentre outras.

Segundo Cocco (2001) as empresas devem pensar a saúde do

trabalhador numa nova perspectiva, a da promoção à saúde no trabalho, que tem

reflexos na competitividade das empresas e do próprio país, além de investir na

qualidade de vida no trabalho e do trabalhador. Isso ocorre devido a determinados

aspectos serem importantes tanto para a empresa quanto para o país, como é o

caso do custo com os dias de afastamento, a retirada precoce do trabalho por

invalidez e os acidentes de trabalho. Deve ainda ser considerada a relação saúde

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mental e trabalho, uma vez que se tem elevado o número de pessoas

acometidas, principalmente por distúrbios leves, como ansiedade, tristeza,

depressão e stress.

A qualidade de vida no trabalho (QVT), de acordo com Chiavenato

(1999) representa em que graus os membros da organização são capazes de

satisfazer suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização.

O mesmo autor destaca os fatores envolvidos na QVT, que são:

"... a satisfação com o trabalho executado; as possibilidades de futuro na organização; o reconhecimento pelos resultados alcançados; o salário recebido; os benefícios auferidos; o relacionamento humano dentro do grupo e da organização; o ambiente psicológico e físico do trabalho; a liberdade e responsabilidade de decidir e as possibilidades de participar." (CHIAVENATO 1999 p. 391)

Deste modo, tanto as características individuais quanto as

organizacionais são determinantes para a qualidade de vida no trabalho. Alguns

autores propõem modelos de QVT, que serão abordados na sequência.

De acordo com Nadler & Lawer apud Chiavenato (1999) a QVT está

fundamentada em quatro aspectos:

1- Participação dos funcionários nas decisões.

2- Reestruturação do trabalho através do enriquecimento de tarefas e de grupos

autônomos de trabalho.

3- Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima organizacional.

4- Melhoria no ambiente de trabalho tanto físico quanto psicológico.

Segundo Hackman & Oldhan apud Chiavenato (1999, 392) as

dimensões dos cargos refletem em aspectos psicológicos que afetam os

resultados pessoais e de trabalho, que interferem na QVT. Estas dimensões do

cargo são:

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1- Variedade de habilidades.

2- Identidade da tarefa.

3- Significado da tarefa.

4- Autonomia.

5- Retroação do próprio trabalho.

6- Retroação extrínseca.

7- Inter-relacionamento.

Os referidos autores utilizam um modelo de pesquisa sobre o

diagnóstico do trabalho baseado em um inventário de diagnóstico das

características do cargo para medir o grau de satisfação geral e o grau de

motivação interna como diagnóstico da QVT. (CHIAVENATO 1999)

2.1 PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Nem todos os problemas de produtividade, insatisfação de funcionários

em qualquer nível estão relacionados com QVT. Entretanto sua existência conduz

sem duvida a melhores desempenhos, ao mesmo tempo em que evita maiores

desperdícios, reduzindo custos operacionais. As empresas que já tem implantado

um programa de qualidade de vida conseguem maior eficácia e produtividade , ao

mesmo tempo atende as necessidades básicas de seus trabalhadores. O objetivo

da implantação de um programa de qualidade no trabalho é gerar uma

organização mais humanizada, na qual o trabalho envolve simultaneamente,

relativo grau de responsabilidade e de autonomia a nível de cargo, recebimento

de recursos feedback sobre o desempenho, com tarefas adequadas, variedade,

enriquecimento do trabalho e com ênfase no desenvolvimento pessoal do

individuo. (WALTON, 1973). Portanto a melhor qualidade de vida dos

trabalhadores é o alicerce para implantação da gestão de qualidade total, porque

a participação é fundamental para o sucesso de tais programas.

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Ainda existem empresas com exagero relativo aos aspectos técnicos

orientados para a qualidade do processo produtivo, esquecendo de investir nas

pessoas sendo que a qualidade total se faz somente através de pessoas, são elas

que conseguem atualizar os projetos da empresa. E somente atendendo as

necessidades das pessoas e as desenvolvendo, maximizando as suas

potencialidades é que as empresas também vão se desenvolver, atingindo suas

metas. Verifica-se que, quando ocorre um desequilibro entre os investimentos

tecnológicos em detrimento aos cuidados com fator humano, o desempenho com

cliente interno, que é o empregado, fica comprometido pelos baixos níveis de

satisfação, afetando o atendimento às exigências do cliente externo,

inviabilizando as estratégias voltadas para a melhoria de produtos e serviços.

Vale à pena destacar que esses problemas não são apenas verificados

em empresas brasileiras onde 70% dos programas de qualidade de empresas

americanas fracassam, apesar de substanciais investimentos em treinamento e

desenvolvimento pessoal, como também na área de treinamento gerencial. Esta

havendo muita preocupação com em relação ao cliente externo, através de

pesquisas de mercado. O ponto fraco reside na escuta do cliente interno. Em

pesquisa realizada pela FIERG (1995) revelou que de 120 empresas que adotam

programas de qualidade, 55% não adotam nenhum sistema para ouvir sugestões

dos funcionários, e 65% delas não pesquisam o nível de satisfação dos

funcionários.

Como se sabe, em termos de qualidade, o cliente, o consumidor é o

rei. Então, assumindo-se tal enfoque igualmente em termos de funcionário, do

cliente interno, precisa-se saber quais são suas expectativas, necessidades e

exigências, ou seja, quais são os fatores intervenientes na sua Qualidade de vida,

o que, com certeza, irá afetar seu nível de satisfação, refletido em sua

produtividade.

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CAPITULO III

A PERSPECTIVA DA QVT NA ERA DO CONHECIMENTO

Analisando as várias etapas de evolução das abordagens

administrativas percebe-se que a forma de organização do trabalho intensifica o

seu olhar nas perspectivas de valores gerados a partir das pessoas. Retornando

no tempo, analisando o fator humano desde a época em que a preocupação era

apenas melhorar os processos e assim obter ganhos de produtividade - no caso

da abordagem clássica - percebe-se que os resultados almejados pelas

organizações dependiam tanto de outras vertentes como principalmente do

esforço das pessoas, que de fato eram pouco valorizadas, e quase nunca

reconhecidas.

Á proporção que as pessoas foram reagindo de acordo com as suas

insatisfações no trabalho, devido a um grau elevado de exploração da força física

e outros fatores não declarados, foram surgindo estudos que se mostraram

preocupados com o ser humano no seu âmbito de trabalho. Atualmente, em

decorrência da globalização da economia e da abertura de mercados, exige-se

um novo comportamento organizacional. Através do tempo foi visto o grande

impacto que as inovações causaram. Reações ao velho e grande resistência ao

novo caracterizaram os trabalhos desde o artesanato, seguido do surgimento das

máquinas e o domínio delas sobre o homem, até a introdução de novas

tecnologias que levou á necessidade de aprendizagem contínua e a descoberta

do valor agregado, hoje em ascensão o conhecimento.

No entendimento de Marras (2000), enquanto as organizações

preocupam-se em serem mais competitivas, produzindo mais e melhor a custos

menores, os empregados buscam no interior das empresas onde trabalham a

compensação do estresse causado pela frenética de resultados. A Qualidade de

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Vida no Trabalho, termo bastante almejado pelos colaboradores, na busca pela

melhoria da relação trabalhador-empresa dialoga com noções como motivação,

satisfação, saúde-segurança no trabalho, envolvendo discussões mais recentes

sobre novas formas de organizações do trabalho e novas tecnologias.

Para Heloani (1999), os modos de trabalhar e os modos de adoecer no

trabalho estão associados aos seus modelos organizativos. Se aqueles inspirados

no taylorismo-fordismo às seqüelas na saúde eram principalmente expressas no

corpo físico dos trabalhadores, com a introdução da chamada reestruturação

produtiva, as implicações são predominantemente mentais até porque o objetivo é

o controle mental e a captação subjetiva do trabalhador.

3.1 QVT E OS MODELOS TRADICIONAIS DE GESTÃO

O primeiro momento da evolução das gestões trata dos modelos

tradicionais, ao mesmo tempo em que surgem os precursores da preocupação

com a QVT, a exemplo das relações Humanas. Alguns autores consideram Taylor

como um precursor da QVT, pelo fato de ter se preocupado com fatores como a

forma de remuneração, treinamento e o estudo da fadiga no trabalho. Em

princípio, isso pode ter acontecido, na verdade, o seu objetivo era aumentar a

produtividade, seu “olhar” não estava focado nas pessoas, nos trabalhadores, e

sim, na perfeição da execução da tarefa e nos resultados.

O fordismo, caracterizado pela integração do sistema de produção, ao

usar a linha de montagem desencadeou um ritmo de trabalho muito intenso, o

tempo passou a ser imposto pela cadeia de produção. Os trabalhadores eram

obrigados a se adequarem ao ritmo da máquina, essa monotonia acelerada

causou uma série de danos, como por exemplo, a fadiga. Nesta fase, com a

especialização do trabalho, o trabalhador não poderia contar com uma ascensão

na carreira; com a intercambialidade de operadores, poderia ser substituído a

qualquer momento; estes fatores ocasionaram a desqualificação do trabalhador.

Pode-se considerar que, diante desta busca pela melhoria das

operações individuais pelas organizações, os trabalhadores iniciaram uma luta

histórica contra a intensificação do trabalho e a degradação das condições de

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trabalho, contra a falta de liberdade no ambiente de trabalho, contra o trabalho

repetitivo e monótono, contra a perda do emprego, entre outras razões (GOMES,

2005). A partir destas manifestações, tendo como conseqüências o absenteísmo,

greve, etc., é que surgiram correntes preocupadas com as pessoas no ambiente

de trabalho.

Autores como Clutterbuck e Crainer (1993), atestam que a origem dos

problemas com os modelos racionais, aplicados a administração das

organizações, deve-se muito mais as reações dos indivíduos frente aos padrões

estabelecidos do que aos sistemas propriamente dito. Tendo visto as

características da organização do trabalho até o momento, se pode constatar que

existe uma lacuna em relação à Qualidade de Vida no Trabalho. Adiante será

visto um avanço neste quadro decorrente das lutas dos trabalhadores e do apoio

de alguns estudiosos do comportamento humano no trabalho.

3.2 CONTRIBUIÇÃO DAS CIÊNCIAS HUMANAS PARA A QVT

A necessidade de enfatizar os aspectos sociológicos e psicológicos do

trabalho se caracteriza por estudar o comportamento, individual, grupal ou formal

do ser humano. Um dos objetivos das ciências humanas era fazer com que as

pessoas pudessem alcançar melhor, os seus objetivos individuais, dirigindo seus

esforços grupais para os objetivos da organização.

A experiência de Hawthorne que teve início em 1927 serve como

alicerce para esta tendência, pois comprovou que as pessoas podem ampliar ou

limitar as forças e fraquezas de uma organização, dependendo da maneira como

elas são tratadas. A partir desta fase houve uma grande mudança na relação

entre empregados e empregadores, o que passou a importar foi o comportamento

do indivíduo no trabalho, e as suas necessidades, conseqüentemente surgindo à

preocupação com o homem social. Uma importante contribuição ainda no sentido

de valorizar a relação entre trabalhador - empresa foi à atenção dada ao fator

motivação.

Para Maslow (1954), a motivação dos indivíduos, objetiva satisfazer

certas necessidades que vão desde as primárias (fisiológicas) – as mais simples –

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até as mais complexas ou psicológicas (auto-realização). A QVT é enfatizada a

partir dos estudos de McGregor (psicólogo e estudioso da área social), que busca

explicar o controle praticado pela gerência sobre o trabalhador como inibidor da

forma natural do comportamento humano, gerando apenas resultados de acordo

com as expectativas da organização. Seu estudo se estruturou com a “Teoria X” e

a “Teoria Y”. A “Teoria X” ficou definida pela forma como o trabalhador era visto

pela gerência – como preguiçoso, irresponsável, não gostava de trabalhar, a qual

trazia muita negatividade para o ambiente de trabalho. Já a “Teoria Y” era o

princípio básico da integração organizacional, a partir dela se cria condição que

permitem tanto a realização dos objetivos da empresa como a dos trabalhadores.

De acordo com Guimarães (2001), os princípios da “Teoria Y”,

privilegiou aspectos como autonomia, satisfação de necessidades ligadas à

sociabilidade, à auto-estima, ao exercício de potencialidades, ao

autodesenvolvimento e de criatividade.

O estudioso Herzberg alicerçava a sua teoria no ambiente externo e no

trabalho do indivíduo (abordagem extra-orientada). Ele verificou e evidenciou

através de muitos estudos práticos a presença de que dois fatores distintos

devem ser considerados na satisfação do cargo: os Fatores Higiênicos e os

Motivacionais.

Os fatores higiênicos se referem às condições que rodeiam o

funcionário enquanto trabalha, englobando as condições físicas e ambientais de

trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas da empresa, o tipo de

supervisão recebido, o clima de relações entre a direção e os funcionários, os

regulamentos internos, as oportunidades existentes etc.

E, os motivacionais se referem ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos

deveres relacionados com o cargo em si. Conclui-se então, que quando os fatores

motivacionais são bons - eleva a satisfação, quando estes fatores são ruins -

provocam a ausência da satisfação. Já os fatores higiênicos de acordo com as

expectativas do ambiente provocam insatisfação.

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De acordo com Rodrigues (1994), estes estudiosos são a base para os

estudos de Qualidade de Vida no Trabalho: Mayo mostrou a importância do fator

psicológico como determinante do agir dos músculos. As necessidades humanas

apresentadas por Maslow interligam-se ou justificam a visão do trabalhador nos

diversos níveis de crescimento, que influencia o seu agir hoje. McGregor, com sua

Teoria X e Teoria Y, dá início à modificação das atribuições da tarefa do indivíduo

no trabalho. E finalmente Herzberg, introduzindo os “dois fatores”, propõe a

motivação do indivíduo com base no enriquecimento do cargo.

A Ergonomia, sendo indispensável neste contexto, objetiva modificar os

sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existentes às características,

habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente,

confortável e seguro. Preocupa-se primariamente com os aspectos fisiológicos do

projeto do trabalho, isto é, com o corpo humano e como ele ajusta-se ao ambiente

Esta preocupação pode ser considerada a base para a evolução do conhecimento

sobre o ser humano no seu ambiente de trabalho. (ABERGO, 2000).

Segundo Wisner (1995), a Ergonomia sustenta-se hoje em dois pilares.

Um de base comportamental, que permite apreender as variáveis que determinam

o trabalho pela via da análise do comportamento, e outro, subjetivo, que busca

qualificar e validar os resultados, ambos com o intuito de elaborar um diagnóstico

que vise transformar as condições de trabalho.

Com base nestes conhecimentos constata-se que este período foi

imprescindível para o deslanche da preocupação da Qualidade de Vida no

Trabalho nas organizações, além do reforço dado pela legislação vigente. Vale

salientar que as organizações a princípio, vislumbraram apenas atender as

necessidades de primeira instância, ou seja, as fisiológicas, ignorando ainda às

necessidades dos trabalhadores no que diz respeito à auto-realização.

Mediante as contribuições dadas no decorrer deste período para uma

nova concepção do ser humano no trabalho, foi possível vislumbrar novas

perspectivas de integração das pessoas nas organizações. Os novos modelos de

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gestão tratam destas expectativas como um diferencial no mundo competitivo dos

negócios.

3.3 A QVT E OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO

O segundo momento da evolução das gestões, trata dos Novos

Modelos de Gestão. A partir destes, o trabalhador passa a ser enxergado como

parte fundamental do processo produtivo e organizacional, introduzindo um

avanço no que diz respeito à QVT.

As preocupações com a Qualidade de Vida no Trabalho originam-se a

partir de fatos como: as conquistas sociais decorrentes dos movimentos sindicais,

o aprimoramento das teorias administrativas, a evolução das ciências humanas e

o desenvolvimento econômico e social alcançado pela sociedade em geral.

Observa-se até aqui, que a atenção dada a QVT evolui no tempo de acordo com

as novas exigências e evidências dos trabalhadores, como também, de acordo

com as aspirações e conscientização das novas gestões.

O surgimento do modelo japonês – tornou a mão-de-obra um ativo a

ser nutrido e valorizado enquanto elemento-chave da capacidade competitiva da

empresa. Uma prioridade deste modelo é o trabalho em equipe, a forma como ele

é implantado e organizado, proporciona a integração dos indivíduos na realização

de suas funções. O toytismo se diferencia dos modelos tradicionais,

principalmente por criar o trabalhador polivalente, este por sua vez, ganhou

espaço para usar o seu conhecimento e ter uma visão mais ampla do processo

produtivo.

Segundo Marochi (2002),

“... na análise do modelo de trabalho toyotista, considerando-se as técnicas e estratégias utilizadas no seu conjunto, apresenta-se uma abordagem mais humanizada das relações de trabalho, buscando-se uma visão mais sistêmica e integrada da organização, dentro de uma realidade mais complexa e flexível, valorizando-se a criatividade, a autonomia, autocontrole, a aprendizagem e a participação do trabalhador, diferentemente do sistema taylorista, mais mecanicista, centralizador e simplificador”.

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Com o modelo japonês o patamar dos trabalhadores mudou, se inicia

um processo em que é preciso ir mais além, em que é preciso reconhecer que os

trabalhadores necessitam não só de boas condições físicas para exercerem suas

funções, mas também, necessitam, além disso, boas condições mentais e

psicológicas, ou seja, ambiente favorável para a realização da auto-estima.

O trabalho em equipe, autonomia, flexibilidade, a polivalência, -

práticas deste sistema - mostrou-se como fatores contribuintes para um avanço à

Qualidade de Vida no Trabalho. Embora, o sistema Toyota tenha trazido grandes

avanços na relação com o trabalhador, trouxe também um grau de exigência

exaustivo, além de algumas tarefas rotineiras o trabalhador tem que dá conta de

muitas outras tarefas de forma comprometedora, envolvendo tanto a sua força

física como mental.

Alicerçado neste contexto, Fleury (1992), destaca que, apesar de todos

os questionamentos, pressões, conflitos e competitividade do sistema de

produção toyotista, foi à primeira vez no mundo do trabalho capitalista que os

operários puderam comunicar à empresa suas dificuldades e também puderam

atuar no sentido de melhorar suas condições de trabalho, exercendo, embora

limitadamente, sua capacidade de criação e realização.

Ao considerar que as mudanças acontecem constantemente, surge um

novo paradigma no que diz respeito à gestão – A Gestão do Conhecimento - esta

por sua vez volta-se intensamente ao fator conhecimento como valor agregado às

organizações.

3.4 A QVT E OS MODELOS EMERGENTES

O terceiro momento da evolução das gestões, conforme a figura 1 trata

dos Modelos Emergentes, o qual está inserido a Gestão do Conhecimento. Ao

abordar esta gestão, verificar-se-á as novas perspectivas dos trabalhadores, os

quais são definidos como trabalhadores do conhecimento (knowledge workers),

quanto às suas condições de trabalho, ou seja, quanto às perspectivas geradas

em torno da QVT.

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Acompanhou-se lado a lado a evolução das formas de Gestão e

conseqüentemente a forma como se deu à evolução da preocupação com a

Qualidade de Vida no Trabalho. Viu-se que o ser humano tem necessidades que

precisam ser atendidas no seu local de trabalho, e que uma vez atendidas estas

necessidades, proporciona bem estar, tornando mais aprazível, capaz de render

mais e melhor. Esta realidade legitima cada vez mais a importância do equilíbrio

homem-empresa, torna cada vez mais visível à interdependência entre ambos,

não cabendo mais ignorar a relevância do fator humano.

Segundo afirmativa de Stewart (1997), a Gestão do Conhecimento tem

sido como um dos mais importantes processos de mudanças ocorridas na

realidade econômica mundial, pontuando uma transição da Era Industrial para a

Era do Conhecimento, na qual o uso da informação é priorizado em detrimento do

uso da matéria-prima. Terra (2000) enfatiza que neste modelo o simbolismo é a

mente humana. Neste âmbito, o fator humano deixa de ser um fator importante

para ser o principal fator das organizações. Somente o homem através da sua

capacidade de aprender e de fazer uso do seu conhecimento consegue criar e

recriar o mundo.

Conforme explicam Nonaka e Takeuchi (1997), o conhecimento é

criado nas organizações da seguinte forma: os indivíduos adquirem conhecimento

movendo-se em ciclos entre o conhecimento explícito – facilmente codificado e

mensurável - e o conhecimento tácito – muito pessoal, que envolve crenças e

valores dos indivíduos, sua intuição, enfim dificilmente pode ser mensurado e se

revela como um diferencial na realidade organizacional de hoje.

A dinâmica destes conhecimentos é a riqueza desta gestão, a mistura

de experiência condensada, valores, informação contextual e insight

experimentado, proporciona uma estrutura para incorporação e avaliação de

novas experiências e informações. Os mais valiosos ativos de uma instituição do

século XXI seja empresa ou não, são os seus trabalhadores do conhecimento e

sua produtividade (DRUCKER, 1999).

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Os trabalhadores com a Gestão do Conhecimento de acordo com Terra

(2000) ampliam seus patamares de evolução e aspirações e o trabalho passa a

ter papel central em suas vidas. Os indivíduos organizacionais se realizam sendo

criativos e aprendendo constantemente, o que constitui a grande oportunidade de

criação de círculos virtuosos de geração de conhecimento. Estes ocorrem no

momento em que as empresas – cientes da necessidade de se reinventar, de

desenvolver suas competências, de testar idéias, de aprender com o ambiente e

de buscar desafios – adotam estilos, estruturas e processos gerenciais que

desencadeiam processos semelhante no nível individual.

Conforme Senge (1990), seguindo este raciocínio, trazendo a QVT

para a era do Conhecimento, subjuga-se que as novas aspirações dos

trabalhadores estão em torno da aprendizagem, do conhecimento e do

reconhecimento do poder aprender errando. A aprendizagem organizacional é,

portanto, o processo contínuo de detectar e corrigir erros. Errar significa aprender,

envolvendo a autocrítica, a avaliação de riscos, a tolerância ao fracasso e a

correção de rumo, até alcançar os objetivos. É a capacidade das organizações

em criar, adquirir e transferir conhecimentos e em modificar seus comportamentos

para refletir estes novos conhecimentos e insights, conforme.

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CONCLUSÃO

Frente ao modernismo da globalização, mudança intensa, clientes cada

vez mais exigentes, busca intensa pela qualidade e produtividade, grande volume

de informações, inovações tecnológicas e competitividade acirrada terão mais

chances de sobreviver aquelas organizações que forem capazes de vislumbrar os

seus recursos humanos como seres únicos, ímpares, dotados de diferenças e

com necessidades diversas. Na era do conhecimento que passou a constituir a

principal vantagem estratégica competitiva, as empresas de vanguarda focam

suas atenções nas pessoas, aquelas que realmente fazem a diferença e que

detêm o conhecimento.

Pensando nas abordagens contempladas num Programa de Qualidade

de Vida dentro de uma empresa, foca-se resumidamente em alguns aspectos:

qualidade e produtividade, segurança e saúde no trabalho e considerando os

conteúdos relacionados aos recursos humanos, capacitação, motivação e

desenvolvimento pessoal. A Qualidade de Vida no trabalho é resultante direta da

combinação de diversas dimensões básicas da tarefa e de outras dimensões não

dependentes diretamente da tarefa, capazes de produzir motivação e satisfação

em diferentes níveis, além de resultar em diferentes tipos de atividade e condutas

dos indivíduos pertencentes a uma organização.

Na década inicial deste século, o maior objetivo era a elevação da

produtividade e consequentemente maiores ganhos aos detentos do capital, nas

três décadas subsequentes, a preocupação básica foi o estudo do

comportamento do indivíduo e sua satisfação, na década de 50 surgem às

primeiras teorias que associavam estes dois elementos e finalmente na década

de 70 com a mudança do enfoque de gerenciamento organizacional surgem os

primeiros movimentos associados à qualidade de vida no trabalho.

A tecnologia da QVT refere-se a esforços no sentido de melhorar ou

humanizar a situação de trabalho, orientados por soluções mais adequadas em

pesquisas e estudos que visem à reformulação e condições negativas dos cargos,

tornando-os mais produtivos em termos de empresa e mais satisfatórios para os

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executores. Na realidade pelos imensos avanços no campo tecnológico, o

redesenho de um grande número de cargos impõem-se como condição de

sobrevivência das organizações. O sistema tradicional de gestão de pessoas não

responde mais adequadamente às necessidades impostas às organizações do

século XXI e nem aos anseios e expectativas do profissional do terceiro milênio,

por isso a utilização de tecnologias, métodos e ferramentas de trabalho que

atendam a nova demanda faz-se de vital importância para o sucesso das

organizações na atualidade.

A área de RH tem um papel vital nesse processo, pois ela é responsável

por criar programas que mantenham os colaboradores energizados o tempo todo.

O presente artigo tem como objetivo enfocar a importância da tecnologia da

qualidade de vida no trabalho como fundamental no processo de motivação das

pessoas dentro das organizações.

As chances de sobrevivência serão maiores para as empresas que se

propuserem a atender aos anseios, expectativas e objetivos dos funcionários,

compatibilizando-os com o alcance de resultados favoráveis para estas. Cada vez

mais as empresas se perguntam: como é possível manter pessoas motivadas. É

importante tratar outros seres humanos exatamente como você gostaria que eles

o tratassem. Desta forma, a Qualidade de Vida no Trabalho aliada aos aspectos

motivacionais, constitui importante ferramenta na busca da satisfação das

necessidades das pessoas.

Em circunstâncias nas quais as pessoas se sentem realmente motivadas,

a projeção da auto-estima elevada faz da situação do trabalho um caminho para

se chegar a níveis mais altos de satisfação e realização pessoal, assim a QVT

deve buscar entre outros aspectos a valorização profissional e consequentemente

a melhoria da auto-imagem de cada indivíduo.

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