QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade...

161
ALEXANDRE PERRI DE MORAES QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA CONCENTRAÇÃO DE AERODISPERSÓIDES NOS EDIFÍCIOS Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção de Título de Mestre em Engenharia. São Paulo 2006

Transcript of QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade...

Page 1: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

ALEXANDRE PERRI DE MORAES

QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA CONCENTRAÇÃO DE AERODISPERSÓIDES NOS EDIFÍCIOS

Dissertação apresentada à Escola

Politécnica da Universidade de

São Paulo para a obtenção de

Título de Mestre em Engenharia.

São Paulo 2006

Page 2: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

I

ALEXANDRE PERRI DE MORAES

QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA CONCENTRAÇÃO DE AERODISPERSÓIDES NOS EDIFÍCIOS

Dissertação apresentada à Escola

Politécnica da Universidade de

São Paulo para a obtenção de

Título de Mestre em Engenharia.

Área de Concentração:

Engenharia de Construção Civil

Orientador:

Prof. Livre-Docente

Racine Tadeu Araújo Prado

São Paulo 2006

Page 3: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

Este exemplar foi revisado e alterado em relação à versão original, sob responsabilidade única do autor e com a anuência de seu orientador. São Paulo, de julho de 2006. Assinatura do autor ____________________________ Assinatura do orientador ________________________

FICHA CATALOGRÁFICA

Moraes, Alexandre Perri de

Qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides nos edifícios / A.P. de Moraes. -- ed.rev. -- São Paulo, 2006. 159 p.

Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil.

1.Qualidade do ar interno 2.Aerodispersóides 3.Materiais particulados 4.Fontes de emissão 5.Poluição do ar 6.Síndrome dos edifícios doentes I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Construção Civil II.t.

Page 4: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

II

Aos meus pais

Maria Teresa e Marivaldo

Page 5: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

III

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pela

concessão da bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro para a realização desta

pesquisa.

Ao Programa de Uso Racional da Água, pela contribuição prestada aos estudos.

Ao meu orientador Prof° Dr. Racine Tadeu Araújo Prado, pela valiosa orientação e

direcionamento deste trabalho. Muito Obrigado!

Aos meus pais, pela oportunidade que me deram de até aqui poder chegar, bem como

a toda a minha família.

Às empresas, aos proprietários das residências e apartamentos, por terem permitido a

realização das amostras.

À geóloga Maria Cristina de Moraes, à química Maria Ângela de Moraes Cordeiro,

ao doutor César Magnus Pusch e à doutora Marly Cravo Pusch pelas correções dos

textos da qualificação e da dissertação.

À arquiteta Cibele Iervolino, pelo amor e pela dedicação para elaborar as figuras em

planta e em perspectiva.

Aos professores, pós-graduandos, funcionários e a secretaria da EPUSP/PCC. Aos

colegas do curso de Mestrado de Engenharia de Construção Civil e Urbana.

Ao Grupo do Laboratório de Sistemas Prediais, pela amizade e convívio.

A todos aqueles que de uma maneira ou de outra colaboraram para a realização deste

trabalho.

Page 6: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

IV

“Não se pode ensinar

alguma coisa a alguém,

pode-se apenas auxiliar

a descobrir por si mesmo.”

(Galileu Galilei)

Page 7: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

V

RESUMO

No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na

concentração de aerodispersóides presentes em edifícios comerciais e residenciais

com sistema de ventilação natural ou condicionamento de ar. De fato, algumas

doenças de origem ocupacional são causadas pela inalação de aerodispersóides

nocivos à saúde. O método utilizado para avaliar a qualidade do ar interno nos

edifícios comerciais e residenciais consistiu primeiramente em caracterizar os

medidores de aerodispersóides e em seguida passou-se para a análise das

concentrações e das características ambientais. A pesquisa mediu a concentração de

aerodispersóides em edifícios com sistemas de ventilação diferentes (1a fase), e

identificou as principais fontes de emissão de aerodispersóides em um apartamento

residencial (2a fase). Observou-se que as concentrações obtidas na pesquisa estão

acima dos valores recomendados na RE n° 9 (ANVISA, 2003) e por Morawska et al.

(1999) que atribuem valores de 80 µg/m³ e 7.400 part./cm³, para concentrações

médias em massa e em número, respectivamente. Com base nas observações acima,

chegou à conclusão que as concentrações médias em massa e em número de

aerodispersóides, durante as atividades domésticas (cozimento, reforma, limpeza,

entre outras), foram várias vezes maiores do que as concentrações obtidas em

ambientes com atividades profissionais ou com menor ocupação durante o dia.

Page 8: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

VI

ABSTRACT

This paper is the result of quality evaluation of indoor air quality with emphasis on

the concentration of aerodispersoid in commercial and residential buildings with

natural ventilation or air conditioning systems. In fact, some of the occupational

diseases are caused by the inhalation of aerodispersoids hazardous to health. The

method applied to evaluate the indoor air quality in commercial and residential

buildings consisted firstly of characterizing the aerodispersoid measuring devices and

subsequently analyzing the concentration levels and environmental characteristics.

This research measured the concentration of aerodispersoids in buildings equipped

with a variety of ventilation systems (phase1) and next it identified the main

emission sources in a residential apartment (phase 2). It was observed that the

concentration levels measured were above the specifications recommended by RE n°

9 (ANVISA, 2003) and by Morawska et al. (1999) which attribute values of 80

µg/m³ and 7.400 part./cm³, for average concentration in mass and number

respectively. Based on the above information it was concluded that the average

concentration levels of aerodispersoids in mass and number in home related activities

(cooking, restoration, cleaning, etc) were many times higher than the concentration

levels found in business environments or in environments with less occupation

during the day.

Page 9: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

VII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplar de um “edifício inteligente” do Século XXI. Fonte: Bartz, 2004. ............. 24

Figura 2 – Fontes internas e externas de poluente do ar em uma residência. ............................. 28

Figura 3 – Impurezas em suspensão no ar, partículas típicas, método de controle, tipo de radiação nesse comprimento de onda. Fonte: Mesquita et al., 1988. ...................... 44

Figura 4 –Sistema de ar-condicionado com equipamento do tipo self-contained, com condensador a ar acoplado. ........................................................................................ 49

Figura 5 – Configuração da máxima convergência à jusante do plano da vena-contracta, para um fluxo de ar entrando no duto. Fonte: Mesquita et al., 1988...................... 57

Figura 6 – Porcentagens de ocorrência dos sintomas em usuários de edifícios doentes, em função do ar-condicionado e da ventilação natural. Fonte: Wong e Huang., 2004............................................................................................................................... 58

Figura 7 – Concentração em massa para os 17 elementos inorgânicos presentes nos materiais particulados (MP2,5), em ambientes interno e externo. Fonte: Chao e Wong. (2002). ............................................................................................................... 61

Figura 8 – Concentração em massa para os 17 elementos inorgânicos presentes nos aerodispersóides (MP10), em ambientes interno e externo. Fonte: Chao e Wong. (2002). ............................................................................................................... 62

Figura 9 – Classificação dos aerodispersóides quanto ao tamanho e ao local de penetração no pulmão. Fonte: Santos, 2005.................................................................................. 63

Figura 10 – Detalhe do funcionamento do pulmão para partículas maiores que 1,0 µµµµm. Fonte: TSI, 2003. ......................................................................................................... 64

Figura 11 – Detalhe do funcionamento do pulmão para partículas menores que 1,0 µµµµm. Fonte: TSI, 2003. ......................................................................................................... 64

Figura 12 – Comparação entre o método de espalhamento de luz (Dust-Trak) e de amostrador de grande volume (Hi-Vol Sampler). Fonte: Guo et al. (2004) ........... 76

Figura 13 – Número de ultrapassagens do padrão e do nível de atenção para aerodispersóides menores que 10 µµµµm, por mês (1997 à 2004) na RMSP. Fonte: CETESB, 2004. ............................................................................................................ 79

Figura 14 – Croqui da cozinha, com o posicionamento das portas, das janelas, da mobília e dos equipamentos. ....................................................................................................... 84

Figura 15 – Croqui da sala de estar, sala de jantar, hall social e hall de entrada, com o posicionamento dos equipamentos, das janelas, das portas e da mobília. .............. 86

Figura 16 – Croqui da área de serviço, com o posicionamento dos equipamentos, das janelas, das portas e da mobília.................................................................................. 87

Figura 17 – Croqui do dormitório, com o posicionamento dos equipamentos, das janelas, das portas e da mobília. .............................................................................................. 89

Page 10: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

VIII

Figura 18 – Croqui do banheiro, com o posicionamento dos equipamentos, das janelas, das portas e da mobília. ..................................................................................................... 89

Figura 19 – Concentração em massa de aerodispersóides para os ambientes internos localizados na RMSP................................................................................................... 92

Figura 20 – Porcentagens do tempo de medição da concentração em massa de aerodispersóides acima de 80 µµµµg/m³, para os ambientes internos localizados na RMSP. .......................................................................................................................... 96

Figura 21 – Porcentagens do tempo médio de permanência das pessoas nos ambientes internos e externos, durante vinte e quatro horas. Fonte: Adgate et al., 2002. ...... 97

Figura 22 – Porcentagens acumuladas do tempo que a concentração média em massa de aerodispersóides ficou entre 0 e 80 µµµµg/m³, 81 e 100 µµµµg/m³, 101 e 120 µµµµg/m³, e maior que 121 µµµµg/m³.................................................................................................... 98

Figura 23 – Concentração em número de aerodispersóides para os ambientes internos localizados na RMSP................................................................................................... 99

Figura 24 – Porcentagens do tempo de medição da concentração em número de aerodispersóides acima de 7.400 part./cm³, para os ambientes internos localizados na RMSP................................................................................................. 102

Figura 25 – Porcentagens acumuladas do tempo que a concentração em número de aerodispersóides ficou entre 0 e 7,4x10³ part./cm³, entre 7,5 e 10x10³ part./cm³, entre 10,1 e 12x10³ part./cm³, e maior que 12,1x10³ part./cm. ............................... 103

Figura 26 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da umidade relativa em vinte e quatro horas para a cozinha do apartamento (12/01/06). ................................................................................................................... 104

Figura 27 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da umidade relativa em vinte e quatro horas para a sala de estar do apartamento (13/01/06). ................................................................................................................... 105

Figura 28 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da umidade relativa em vinte e quatro horas para a área de serviço do apartamento (14/01/06). ............................................................................................ 106

Figura 29 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da umidade relativa em vinte e quatro horas para o dormitório do apartamento (15/01/06). ................................................................................................................... 107

Figura 30 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da umidade relativa em vinte e quatro horas para o banheiro do apartamento (16/01/06). ................................................................................................................... 108

Figura 31 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da umidade relativa em vinte e quatro horas para a sala de estar do apartamento (18/01/06). ................................................................................................................... 109

Figura 32 – Porcentagens do tempo de medição em que a concentração média em massa de aerodispersóides ficou acima de 80 µµµµg/m³, para as atividades realizadas no apartamento. .............................................................................................................. 110

Figura 33 – Tempo de permanência das pessoas nos ambientes do apartamento. ................... 111

Page 11: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

IX

Figura 34 – Porcentagens acumuladas do tempo que a concentração média em massa de aerodispersóides ficou entre 0 e 80 µµµµg/m³, 81 e 600 µµµµg/m³, 601 e 1.120 µµµµg/m³, e maior que 1.121 µµµµg/m³............................................................................................... 112

Figura 35 – Porcentagens acumuladas do tempo que a concentração média em número de aerodispersóides ficou entre 0 e 7,4x10³ part./cm³, entre 7,5 e 60x10³ part./cm³, entre 60,1 e 112x10³ part./cm³, e maior que 112,1x10³ part./cm³........................... 113

Figura 36 – Correlação entre a concentração interna e externa em massa de aerodispersóides no apartamento. ........................................................................... 114

Figura 37 – Correlação entre a concentração interna em número de aerodispersóides e a umidade relativa interna no apartamento............................................................... 114

Figura 38 – Correlação entre a concentração interna em número de aerodispersóides e a temperatura interna no apartamento. ..................................................................... 115

Figura 39 – Distribuições da concentração em massa (PM2,5) e em número (SMPS e APS) de aerodispersóides para uma residência com ventilação mínima; antes, durante e após teste de cozimento. Fonte: He et al. (2004). ................................... 121

Figura 40 – Distribuições da concentração em massa (PM2,5) e em número (SMPS e APS) de aerodispersóides para uma residência com ventilação normal; antes, durante e após teste de cozimento. Fonte: He et al. (2004). ................................... 122

Figura 41 – Diagramas da velocidade do ar em um ambiente com ventilação cruzada, à esquerda, e com ventilação não cruzada, à direita. Fonte: Zhao et al. (2004)...... 123

Figura 42 – Deposição de partículas (1), remoção de partículas (2) e ressuspensão de partículas (3), para ventilação cruzada ou não cruzada. Fonte: Zhao et al. (2004). ......................................................................................................................... 123

Figura 43 – Correlação entre a concentração em massa e as condições do tráfego. Fonte: Chao e Wong. (2002). ................................................................................................ 125

Figura 44 – Correlação entre a concentração em massa e a presença de fumaça de cigarro com relação aos elementos químicos em residências. Fonte: Na el at. (2004)....... 126

Page 12: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

X

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Poluentes do ar de interiores e as respectivas fontes de emissão interna e externa. Fonte: EPA, 2002. ......................................................................................... 31

Tabela 2 – Meios de infiltração de ar e respectivas causas para esse fato em ambientes internos e externos. Fonte: EPA, 2002. ...................................................................... 32

Tabela 3 – Tamanho ou diâmetro aerodinâmico dos principais aerodispersóides. Fonte: Mesquita et al., 1988.................................................................................................... 46

Tabela 4 – Coeficientes de dose-resposta para os efeitos devido à concentração de material particulado (MP10 e MP2,5). Fonte: Tse et al, 2004. .................................................. 60

Tabela 5 – Valores de referência para concentração em massa de PM10. Fontes: Tse et al (2004) e CETESB (2004). ............................................................................................ 69

Tabela 6 – Características e localização dos edifícios analisados. ................................................ 80

Tabela 7 – Valores médios de temperatura, umidade relativa, concentração em massa, referência de concentração e condições do tempo (ensolarado e nublado), durante as medições de concentração em massa de aerodispersóides, para os ambientes internos localizados na RMSP.................................................................. 94

Tabela 8 – Principais características dos ambientes internos....................................................... 95

Tabela 9 – Valores médios de temperatura, umidade relativa, concentração em número, referência de concentração e condições do tempo (ensolarado e nublado), durante as medições de concentração em número de aerodispersóides, para os ambientes internos localizados na RMSP................................................................ 101

Tabela 10 – Valores médios das concentrações em massa para alguns pavimentos nos edifícios. Fonte: Chao e Wong (2002). ..................................................................... 124

Page 13: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

XI

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APS - Aerodynamic Particle Sizer

Ar - Argônio

ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating and Air

Conditioning Engineers

BTU - British Thermal Unit

CPV - Calibrador Padrão de Vazão

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CH4 - Metano

CIB - International Council for Research and Innovation in Building

and Construction

CO - Monóxido de Carbono

CO2 - Dióxido de Carbono

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

COV - Compostos Orgânicos Voláteis

DRE - Doenças Relacionadas aos Edifícios

EPA - Environmental Protection Agency

FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

H2 - Hidrogênio

He - Hélio

HVAC - Heating, Ventilating and Air-Conditioning

HVS - High Volume Sampler

INMET - Instituto Nacional de Meteorologia

ISAIQ - International Society of Indoor Air Quality and Climate

Kr - Criptônio

LVS - Low Volume Sampler

MP - Material Particulado

MP10 - Material Particulado Menor que 10 µm

MP2,5 - Material Particulado Menor que 2,5 µm

MP1,0 - Material Particulado Menor que 1,0 µm

MVS - Médium Volume Sampler

Page 14: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

XII

MS - Ministério da Saúde

NBR - Norma Brasileira

N2O - Óxido Nitroso

NOx - Óxidos de Nitrogênio

Ne - Neônio

NT - Norma Técnica

O3 - Ozônio

OMS - Organização Mundial da Saúde

OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde

PART - Partículas

Pb - Chumbo

PbO - Óxido de Chumbo

PMOC - Plano de Manutenção, Operação e Controle

PRORAD - Proteção Radiológica

PVC - Polyvinyl Chloride or Vinyl

QAI - Qualidade do Ar Interno

RMSP - Região Metropolitana de São Paulo

Rn - Radônio

RSP - Respirable Suspended Particulates

SED - Síndrome dos Edifícios Doentes

SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente

SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente

SMPS - Scanning Mobility Particle Sizer

SO2 - Dióxido de Enxofre

SOx - Óxido de Enxofre

TSI - Thermo-Systems Incorporated

UFCs - Unidade de Formação de Colônias

VAC - Ventilação e Ar-Condicionado

Xe - Xenônio

Page 15: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

XIII

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ..........................................................................................VII

LISTA DE TABELAS .............................................................................................X

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS............................................................. XI

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................17

2.1. Poluição Atmosférica ..................................................................................25

2.2. Poluição do Ar Interno ................................................................................26

2.3. Fontes de Poluente do Ar Interno ................................................................29

2.3.1. Fontes e agentes biológicos..................................................................32

2.3.1.1. Ácaros .................................................................................................32

2.3.1.2. Animais domésticos.............................................................................33

2.3.1.3. Insetos .................................................................................................33

2.3.1.4. Fungos, bactérias e vírus......................................................................34

2.3.2. Fontes e agentes químicos ...................................................................35

2.3.2.1. Gases e vapores ...................................................................................35

2.3.3. Fontes e agentes físicos........................................................................37

2.3.3.1. Material particulado.............................................................................37

2.3.3.1.1. Amianto...........................................................................................38

2.3.3.1.2. Metais pesados ................................................................................39

2.3.3.2. Campos eletromagnéticos ....................................................................39

2.4. Aerodispersóides .........................................................................................40

2.4.1. Definição e formação...........................................................................40

2.4.2. Classificação .......................................................................................40

2.4.2.1. Poeiras.................................................................................................41

2.4.2.2. Fumos .................................................................................................41

2.4.2.3. Névoa ..................................................................................................42

2.4.2.4. Fumaça................................................................................................42

2.4.3. Características .....................................................................................43

Page 16: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

XIV

2.4.4. Propriedades dos aerodispersóides .......................................................45

2.5. Ambientes Internos .....................................................................................48

2.5.1. Sistemas de ar-condicionado................................................................49

2.5.2. Sistemas de ventilação natural .............................................................53

2.5.3. Sistemas de ventilação diluidora ..........................................................54

2.5.4. Sistemas de ventilação local exaustora.................................................56

2.6. Efeitos à Saúde............................................................................................58

2.6.1. Toxicidade...........................................................................................59

2.7. Legislação ...................................................................................................65

2.7.1. Ambiente externo ................................................................................65

2.7.2. Ambiente interno.................................................................................66

2.7.3. Padrões de concentração em massa......................................................69

3. MATERIAIS E MÉTODOS ...........................................................................71

3.1. Revisão dos Métodos de Amostragem para Aerodispersóides......................71

3.1.1. Métodos de amostragem da concentração em massa ............................71

3.1.1.1. Método do amostrador de grande volume por gravimetria....................71

3.1.1.2. Método do amostrador por radiometria / Atenuação β..........................72

3.1.1.3. Método do amostrador por refletância / Black Smoke ..........................72

3.1.1.4. Método do amostrador por nefelometria / espalhamento de luz ...........73

3.1.2. Métodos de amostragem da concentração em número de partículas .....74

3.1.2.1. Método de amostragem para contador ótico .........................................74

3.1.2.2. Método de amostragem para contador de núcleo de condensação.........74

3.2. Equipamentos utilizados na pesquisa...........................................................75

3.2.1. Monitor Dust-Trak para aerossóis (modelo 8520) ................................75

3.2.2. Contador de partículas ultrafinas P-Trak (modelo 8525) ......................77

3.3. Metodologia da Pesquisa .............................................................................77

3.3.1. Região de estudo .................................................................................78

3.3.2. Procedimentos de medição...................................................................80

3.3.2.1. Programa experimental de campo (1ª fase) ..........................................81

3.3.2.2. Programa experimental de campo (2ª fase) ..........................................82

3.3.2.2.1. Cozinha ...........................................................................................83

Page 17: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

XV

3.3.2.2.2. Sala .................................................................................................85

3.3.2.2.3. Área de serviço ................................................................................87

3.3.2.2.4. Dormitório.......................................................................................88

3.3.2.2.5. Banheiro ..........................................................................................89

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................92

4.1. Resultados...................................................................................................92

4.1.1. Programa experimental de campo (1ª fase) ..........................................92

4.1.2. Programa experimental de campo (2ª fase) ........................................103

4.2. Análise dos Resultados..............................................................................115

4.3. Discussão dos Resultados Quantitativos ....................................................120

5. CONCLUSÕES.............................................................................................128

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................130

ANEXO A - Resolução nº 9 ................................................................................139

ANEXO B - Portaria nº 3.523.............................................................................151

ANEXO C - Equipamentos.................................................................................153

Page 18: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

16

CAPÍTULO

INTRODUÇÃO

Page 19: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

17

1. INTRODUÇÃO

A preocupação com a Qualidade do Ar Interno (QAI) tem levado ao

desenvolvimento de pesquisas científicas em diversos países, inclusive o Brasil.

Estas pesquisas envolvem diferentes áreas da ciência e tecnologia, as quais

apresentaram várias publicações neste campo de pesquisas a partir de 1970, tendo

como marco de referência para este tema a posição da American Society of Heating,

Refrigerating and Air Conditioning Engineers (ASHRAE) que reconhece a

existência do problema de Qualidade do Ar em Ambientes Internos e publica a

norma ASHRAE Standard 62 de 1973, identificada originalmente por “Standard for

Natural and Mechanical Ventilation”. Apesar das várias publicações neste campo de

pesquisa, seu desenvolvimento está numa fase incipiente, considerando-se o

potencial de pesquisa e as necessidades crescentes de respostas aos problemas

relativos aos efeitos negativos do meio ambiente interno sobre seus ocupantes.

O ar constitui um elemento essencial à vida, devendo proporcionar bem estar e saúde

aos seres humanos. Além do oxigênio, de acordo com Braga et al. (2005), a

atmosfera terrestre contém outros gases, sendo principalmente o nitrogênio, o

argônio e o gás carbônico. Em suspensão no ar, encontram-se substâncias sólidas,

líquidas e gasosas, formadas por agentes físicos, químicos e biológicos, segundo

Wolkoff et al. (1998). As fontes e os agentes de poluição do ar podem ser: ácaros,

animais domésticos, insetos, fungos, bactérias, vírus, gases, materiais particulados,

amianto, metais pesados e ondas eletromagnéticas (PRADO, 2003).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição de interiores é

hoje reconhecida como uma das maiores ameaças à saúde pública. As doenças

relacionadas com a qualidade do ar de interiores são classificadas pela OMS como

Síndrome dos Edifícios Doentes (SED), tal sua importância e prevalência,

decorrentes da urbanização e verticalização dos edifícios. O termo SED é usado para

descrever situações nas quais 20% dos usuários de um determinado edifício

experimentam efeitos adversos à saúde e ao conforto, que normalmente desaparecem

quando as pessoas afetadas deixam o mesmo, como por exemplo: irritação das

Page 20: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

18

mucosas, efeitos neurotóxicos, sintomas respiratórios e cutâneos, e alteração dos

sentidos (OMS, 1999). No entanto, a SED é uma questão multidisciplinar, exigindo

estudos em diversas áreas da ciência e tecnologia, segundo José-Alonso et al. (1999).

Atualmente, sintomas relativos a SED não se restringem apenas a ambientes de

trabalho. Segundo Junker et al. (2000), as pessoas permanecem 90% de seu tempo

em locais fechados, incluindo residências, escolas, hospitais, shoppings centers,

supermercados, bancos, entre outros, os quais são ambientes não industriais. Nesses

ambientes, ao contrário do que se imagina, também há uma elevada concentração de

poluente, típicas desses espaços, podendo afetar a saúde dos usuários.

Os estudos da OMS, no início da década de 80, descreveram a relação entre os

sintomas característicos da SED e a ventilação mecânica, porém um estudo britânico

foi mais longe e estabeleceu uma relação entre a existência dos sintomas e o sistema

de ar condicionado. Mas, foi a partir dos anos 90 que a SED tornou-se um conceito

comum na literatura científica, por meio de publicações em âmbito internacional, que

somando às prospecções anteriores, contribuíram para aperfeiçoar ainda mais essa

questão.

Nesse sentido, a International Society of Indoor Air Quality and Climate e a

International Council for Research and Innovation in Building and Construction

(ISIAQ-CIB), em 2003, publicaram os critérios de desempenho para ambientes

internos às edificações, correlacionando valores normativos às metas de projeto,

execução e manutenção dos mesmos. Segundo estas instituições, a qualidade do ar

interno pode diminuir os problemas de saúde e o desconforto dos usuários, por meio

dos métodos construtivos, da escolha dos materiais de construção e da gestão de

manutenção preventiva dos ambientes internos aos edifícios.

Este panorama tem levado a uma gradual mudança de paradigma: o modelo baseado

nas causas e efeitos do ponto de vista das ciências da saúde tem sido substituído pelo

modelo de organismos representativos, ou seja, modelo por amostragem ou por

Page 21: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

19

estudos de caso, mais coerente com as idéias de desempenho da edificação,

garantindo maior qualidade de vida aos usuários.

Neste cenário desenvolve-se a qualidade do ar interno, com toda uma cultura

multidisciplinar acerca da questão preservação da composição do ar e diversos

envolvidos - a sociedade, as entidades do meio técnico, profissionais, etc. – visando à

diminuição dos problemas de saúde por meio de avaliações da poluição do ar. Para

tanto, essa qualidade do ar interno prevê ações estruturadas de natureza técnica,

administrativa, econômica e social/educacional, preocupando-se com o bem estar e a

saúde dos usuários desde o nível macro (gerenciamento de poluição externa do ar

gerada por indústrias e veículos) até o nível micro (sistemas prediais).

Dentre os benefícios da boa qualidade do ar interno, destacam-se:

• Proteção da saúde do usuário – reduzindo a concentração de poluente nocivo

abaixo de um certo limite de tolerância.

• Segurança do usuário – reduzindo a concentração de poluente explosivo ou

inflamável abaixo dos limites de explosividade e inflamabilidade.

• Conforto e eficiência do usuário – pela manutenção de temperatura e da

umidade do ar do ambiente.

• Proteção de materiais ou equipamentos – mantendo condições atmosféricas

adequadas (impostas por motivos tecnológicos).

Um exemplo de projeto estruturado ambientalmente é o edifício de escritórios da

Swiss Re, localizado no centro financeiro de Londres. Os estudos para o

desenvolvimento do projeto consideraram a sustentabilidade do empreendimento,

tanto com relação aos custos dos sistemas prediais, quanto ao bem estar e saúde dos

usuários (PAIVA, 2004). As principais condicionantes do projeto são:

• Sistema de fachada dupla ventilada, com pontos de entrada de ar na fachada

externa, espaço para troca de ar dentro de câmaras e persianas motorizadas na

fachada interna.

Page 22: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

20

• Fachada externa composta por aproximadamente 5.500 painéis de vidros

planos, que se assemelha a uma lente prismática com micro-perfurações,

permitindo que o edifício “respire”. O ar entra através de orifícios na

envoltória externa, circula pelos ambientes internos por insuflamento pelo

piso e sai, em movimento ascendente, pelo poço de luz.

• Sistema de ventilação natural, semelhante ao do edifício do Commerzbank,

em Frankfurt, através de poços de luz distribuídos do topo à base do edifício,

permitindo a troca de ar nos ambientes internos.

• Sistema de automação nas janelas da fachada, que controla a abertura por

computadores conectados as estações de controle de temperatura,

precipitações pluviométricas, intensidade do sol e velocidade do vento.

Quando as condições atmosféricas externas não são hostis, o sistema abre

gradualmente as janelas dos poços de luz, permitindo que o ar externo

(ventilação natural) percorra os ambientes internos. As persianas podem ser

controladas diretamente pelos usuários, a partir de seus postos de trabalho,

quando o sistema está desativado.

Dentre os níveis de atuação da qualidade do ar interno percebe-se a importância da

abordagem no nível mais próximo aos usuários finais, aos sistemas prediais, uma vez

que neste nível são grandes as possibilidades de intervenção e o potencial de

resultados. Os programas contra a poluição do ar interno, ou mesmo ações isoladas,

considerando sob o enfoque dos sistemas prediais, têm sido intensamente noticiada

nos últimos anos, devido aos crescentes problemas de doenças ocasionadas aos

usuários.

A qualidade do ar interno é a interação de inúmeros fatores, entre eles, os poluentes

químicos, físicas e biológicas, assim como as características dos sistemas prediais e

as atividades dos usuários nos ambientes, de acordo com Jones (1998). Para o autor,

a principal fonte de aerodispersóides nos ambientes internos é a fumaça de cigarro.

Contudo, estas fontes podem ser minimizadas quando os sistemas prediais forem

utilizados corretamente.

Page 23: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

21

O domínio das fontes de poluição do ar nesta conjuntura adquire importância

fundamental, pois através de sua análise são verificadas as concentrações, em um

primeiro instante, e o benefício à saúde dos usuários nas etapas subseqüentes. A

importância de medir a concentração de poluente, como elemento que permite a

avaliação da qualidade do ar em ambientes internos reside no fato de que a cada

intervenção realizada é possível verificar os resultados alcançados em termos

absolutos (concentração) e relativos (porcentagem) e criar indicadores de conforto

apropriados como, por exemplo, taxa de renovação de ar, índices de eficiência de

filtragem e classes de materiais poluentes. Com estes dados pode-se inferir o sucesso

das ações adotadas.

Mesmo após as ações realizadas, faz-se necessário o acompanhamento permanente

da poluição do ar interno, constituindo o domínio deste dado em um instrumento

para gestão de operação e de manutenção dos sistemas envolvidos.

A concentração total de poluente em um ambiente interno depende do volume de ar

contido nesse espaço, da taxa de produção de poluente, da taxa de remoção de

poluente, da taxa de troca de ar externo e da concentração de poluente externo,

(MARONI et al.,1995 apud JONES, 1999).

Por estas razões percebe-se a necessidade de uma abordagem sistêmica para a

questão, indicando as condições ideais para que se estabeleça esta correspondência

(entre o ambiente e o usuário) e seja possível a utilização dos dados de concentração

de poluente como instrumento de gestão.

No presente trabalho tem-se por objetivo avaliar a qualidade do ar interno, com

ênfase na concentração de aerodispersóides em massa e em número, em diversos

edifícios localizados na Região Metropolitana de São Paulo. Propõe-se, também, que

o trabalho constitua uma base de informações e sirva de subsídio para decisões em

casos semelhantes de controle de aerodispersóides em ambientes internos,

maximizando seus benefícios.

Page 24: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

22

Os aspectos dos sistemas de ventilação e de climatização e suas relações com a

proposta de medição foram considerados sob uma visão sistêmica, tendo a avaliação

de aerodispersóides importância fundamental por suas propriedades intrínsecas entre

as fontes de poluição do ar e as doenças ocasionadas aos usuários.

Introduzida neste contexto, a avaliação de aerodispersóides em ambientes internos

localizados na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é apresentada com suas

diversas implicações.

Surge, então, a proposta de implantação de uma medição de aerodispersóides como

instrumento de controle da qualidade do ar interno nos sistemas prediais. Para efeito

de organização do texto, o trabalho foi estruturado segundo os seguintes capítulos:

• Capítulo 1 – Apresentam-se as justificativas e os objetivos da pesquisa.

• Capítulo 2 – Apresenta-se a revisão bibliográfica com os principais aspectos

sobre os aerodispersóides e seu potencial de risco a saúde humana.

• Capítulo 3 – Apresentam-se os principais métodos de medição dos

aerodispersóides e a metodologia da pesquisa.

• Capítulo 4 – Apresentam-se os resultados quantitativos, as discussões dos

resultados e das análises.

• Capítulo 5 – Apresentam-se as considerações finais quanto aos objetivos

propostos e ao desenvolvimento de trabalhos futuros.

Page 25: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

23

CAPÍTULO

CONTEXTUALIZAÇÃO

Page 26: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

24

2. CONTEXTUALIZAÇÃO

O modo como a habitação foi se transformando ao longo dos tempos deve-se pela

busca em torno da qualidade de vida. No século XIX, era comum ver habitações

horizontais amplas e arejadas com poucos andares e pé direito de cinco a seis metros,

espaços aberto para o exterior, janelas grandes que iluminavam e arejavam

naturalmente os ambientes.

No século XX, as construções foram executadas em módulos menores e

verticalizadas em múltiplos andares. A verticalização foi determinada pela

concentração humana em áreas centrais das cidades, mais desenvolvidas e

urbanizadas, porém mais perigosas. O desenvolvimento de materiais resistentes e

leves, a aprimoramento do elevador e o aparecimento do fecho hídrico propiciaram a

construção de modernos edifícios.

Com o tempo, houve a necessidade de incorporar tecnologias capazes de melhorar as

condições ambientais internas. Os procedimentos incorporados foram planejamento,

gerenciamento e manutenção, que atribuíram aos edifícios mais conforto, segurança

e menores custos. Na Figura 1, apresenta-se um edifício com estas tecnologias

incorporadas, sendo chamado de “edifício inteligente”.

Figura 1 – Exemplar de um “edifício inteligente” do Século XXI. Fonte: Bartz, 2004.

Atualmente, a tendência em buscar novos mecanismos, para melhorar a qualidade de

vida nos ambientes internos, traz à tona a questão da qualidade do ar. A preocupação

com a poluição do ar interno tem aumentado nos últimos anos devido aos problemas

Page 27: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

25

de saúde, sendo atribuído esse fato às condições internas favoráveis a concentração

de poluente no ar. As principais fontes de emissão são as atividades dos usuários,

contaminação externa, degradação dos materiais, produtos químicos e reações

fotoquímicas, de acordo com Allard (1989).

A preocupação com a poluição do ar interna ganhou repercussão em abril de 1998,

após o falecimento do então Ministro das Comunicações, Sergio Motta, que ensejou

o surgimento da Portaria 3523/GM, aos 28 de agosto de 1998. Esta Portaria é de

grande importância para a conceituação da qualidade do ar interno, além de

regulamentar parâmetros e disponibilizar um plano de manutenção, operação e

controle para o sistema de climatização.

2.1. Poluição Atmosférica

A poluição atmosférica envolve algumas atividades e/ou fenômenos, que geram

substâncias sólidas, líquidas ou gasosas, em níveis elevados o suficiente para

prejudicar a saúde. Conforme a Resolução CONAMA n°3, de 28/06/1990, considera-

se “poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em

quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis

estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à

saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou

prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da

comunidade”.

A variedade de substâncias que podem estar presentes na atmosfera é muito grande.

No entanto, segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

(CETESB), os poluentes podem ser classificados com relação a sua origem em:

poluentes primários, sendo aqueles emitidos diretamente pelas fontes; e poluentes

secundários, sendo aqueles formados na atmosfera por meio da reação química entre

poluentes primários e/ou constituintes naturais na atmosfera.

Page 28: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

26

A poluição atmosférica é atribuída principalmente à atividade humana em vários

aspectos, dentre os quais destacam-se o rápido crescimento populacional, industrial e

econômico, os hábitos da população e o grau de controle em gerar poluentes.

A atmosfera é constituída principalmente de gases como o nitrogênio (78,10%), o

oxigênio (20,94%), o argônio (0,93%) e o dióxido de carbono (0,03%). Apresentam-

se outros gases na composição da mesma, porém em pequenas concentrações, tais

como: néon, hélio, metano, hidrogênio, xenônio e ozônio, entre outros (0,003%) e

vapor d’água (0,02%, nas regiões áridas e 4%, nas regiões úmidas), além de várias

substâncias naturais e artificiais, como os clorofluorcarbonos (CFCs), partículas

sólidas e líquidas em suspensão (aerodispersóides).

2.2. Poluição do Ar Interno

A poluição do ar interno, assim como os poluentes externos, vem contribuindo para

agravar a saúde dos usuários nos ambientes internos. Segundo Prado (2003), os

poluentes do ar interno são gerados principalmente por:

1. Fontes biológicas: ácaros, animais domésticos, insetos, fungos, bactérias e

vírus.

2. Fontes químicas: gases e vapores.

3. Fontes físicas: material particulado (amianto e metais pesados) e campos

eletromagnéticos.

As estimativas mais recentes da OMS mostram que a poluição em ambientes internos

ocasiona aproximadamente 2,8 milhões de mortes anuais, o que a torna um dos

maiores fatores de mortalidade do mundo, causando 5,5% de todas as mortes. Trata-

se de um percentual extremamente alto, que sustenta a decisão do Banco Mundial de

considerar a poluição em ambientes internos um dos quatro problemas ambientais

mais cruciais do mundo.

Page 29: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

27

Os riscos da poluição do ar à saúde humana têm sido mais intensamente estudados

desde longa data. Em 1987, o Escritório Regional da OMS para a Europa elaborou e

publicou os "Critérios de Qualidade do Ar para a Europa". Em 1997, um Comitê de

Especialistas da OMS reunido em Genebra, Suíça, ampliou o documento e estendeu

a cobertura desses critérios a todo o mundo. O relatório resultou na publicação do

"Critérios de Qualidade do Ar", editada em 1999.

O documento apresenta os níveis de poluição do ar que não implicam riscos

significativos à saúde de um indivíduo exposto por um longo período ou por toda a

vida. Os padrões de qualidade do ar são promulgados pelos governos e levam em

consideração alguns fatores adicionais, como contaminação natural, níveis de

exposição e condições ambientais (temperatura, umidade e altitude). A OMS tem

como meta eliminar ou reduzir a exposição aos agentes poluidores, protegendo a

saúde pública. Para isso, têm auxiliado os governos na formulação de seus próprios

padrões, programas e políticas sobre qualidade do ar.

As atividades dos homens concentram-se 90% do tempo em ambientes internos,

conforme a Agência Nacional de Proteção Americana (EPA1). Porém, o consumo de

energia tem diminuído por meio de projetos sem ventilação natural ou com pouca

troca de ar externo, os quais diminuem a perda de carga térmica. Em contrapartida,

os poluentes internos, gerados nestes ambientes, têm aumentado, agravando o

desconforto dos usuários.

Uma das formas de melhorar a qualidade do ar interno é utilizar a ventilação para

auxiliar a remoção dos poluentes do ar. A ventilação em um edifício potencializa-se

por meio de renovação e de filtragem do ar, melhorado a produtividade e diminuindo

o nível de doenças. Em ambientes condicionados as taxas mínimas de ventilação

necessárias para garantir a qualidade do ar interno são fixadas através de Normas

Técnicas, a exemplo da Norma ASHRAE Standard 62. No Brasil pode-se considerar

que a preocupação com a qualidade do ar em ambientes com ar condicionado

1 U.S. Environmental Protection Agency

Page 30: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

28

iniciou-se em 28 de agosto de 1998 com a aprovação da Portaria nº 3.523 pelo

Ministério da Saúde (MS).

O nível de poluição do ar ambiente pode ser melhorado por meio de valores

máximos de emissão de poluente, a fim de não causar ou agravar doenças aos

usuários e assegurar o melhor desempenho às atividades ocupacionais (KOSONEN E

TAN, 2004). A emissão do poluente não depende somente dos materiais de

construção civil, da poluição atmosférica, das atividades internas, do volume de ar

contaminado e da taxa de ressuspensão dos poluentes, mas principalmente das

condições de temperatura e de umidade relativa, segundo Virta et al. (2005).

A seguir, na Figura 2, apresentam-se as principais fontes internas e externas de

poluente do ar em uma residência.

Figura 2 – Fontes internas e externas de poluente do ar em uma residência.

Page 31: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

29

2.3. Fontes de Poluente do Ar Interno

Os poluentes do ar são gerados por processos naturais ou antropogênicos, em forma

de matéria ou energia contaminante. As fontes naturais do ar interno podem ser a

ressuspensão de poeira do piso pelo vento, a formação de gás em tubulação de

esgoto, a liberação de excrementos de pássaros, baratas ou roedores, os pólens de

plantas, deterioração dos materiais constituintes, entre outros. As fontes

antropogênicas do ar interno podem ser as diversas atividades de cozimento, limpeza,

reforma e combustão do cigarro, a formação de gases dos produtos voláteis, as

reações biológicas do metabolismo humano, entre outros.

Os problemas de saúde associados com os ambientes internos, de acordo com Wong

(2004), são devidos às fontes de poluição, podendo ser estas classificadas em

químicas, físicas e biológicas. As fontes de poluição podem apresentar em alguns

casos baixos níveis de emissão, porém podendo ser nocivas e perigosas.

Em suas pesquisas, Niu e Burnett (2001) afirmam que há poucos materiais de

construção que estão livres de emissão de poluente, como os vidros e os metais. As

emissões dos materiais de construção civil variam em função do tempo, sendo esta

variação chamada de taxa de declínio. As tintas e os adesivos têm uma alta taxa de

declínio, enquanto a emissão de madeiras (aldeído) e de concreto (radônio) podem

permanecer durante alguns anos.

O controle de uma fonte de poluição é garantido observando a concentração máxima

admissível e calculando a quantidade de ar externo necessário para sua diluição. Esta

diluição exige grandes taxas de ar externo e, posteriormente, maiores gastos com

energia. É correto e, em geral, mais econômico evitar a dispersão dos poluentes

químicos, físicos e biológicos, do que adotar soluções corretivas.

Tanto as fontes internas, quanto as fontes externas contribuem para afetar a

concentração e composição dos poluentes nas edificações (HE et al., 2004). Segundo

os autores citados, há mais informações sobre as características das fontes externas

Page 32: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

30

do que das fontes internas, embora a quantificação da emissão das fontes internas

seja muito importante para avaliar a exposição total dos poluentes que realmente

afetam a saúde dos usuários.

Observa-se que as pessoas e as atividades ocupacionais geram ressuspensão de

partículas maiores que 2,5 µm. No entanto, a elevação de partículas menores que 2,5

µm ocorrem devido principalmente à presença de cozimento e de fumaça de cigarro

(JONES et al. ,2000).

As principais fontes de emissão dos ambientes externos em áreas urbanas são os

veículos e as indústrias, segundo Matson (2005) e Morawska et al. (1999). A maior

contribuição de partículas destas fontes são as partículas ultrafinas, ou seja, partículas

menores que 0,1 µm, pois neste caso há pouca partícula (menos de 10%) com

diâmetro aerodinâmico maior que 0,1 µm.

Segundo Assunção et al. (1979), o planejamento urbano pode ser um dos meios de

controle da poluição do ar atmosférico. Alguns dos fatores a serem considerados

neste planejamento são a direção de ventos, as características topográficas e

climáticas da região, a posição da área industrial em relação às áreas residenciais e de

uso institucional (especialmente hospitais e escolas), os recursos hídricos, o sistema

de transporte e comunicação, a disponibilidade de infra-estrutura de saneamento

básico, etc.

Page 33: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

31

Na tabela 1, apresenta-se a relação entre as principais fontes de emissão e os tipos de

poluente do ar, as quais podem ser internos e/ou externos.

Tabela 1 – Poluentes do ar de interiores e as respectivas fontes de emissão interna e externa. Fonte: EPA, 2002.

Poluentes do ar Fontes de Emissão Fuligem de fumaça de cigarro Acender ou fumar cigarros

Contaminação pela combustão Fornalhas, geradores, aquecedores a gás ou querosene, produtos derivados do tabaco, ar externo, veículos

Contaminação biológica

Materiais molhados ou úmidos, ar-condicionado, umidificadores, manta de isolação de dutos, respiros da tubulação de esgotos, excremento de pássaros, de baratas ou de roedores, odores do corpo

Compostos Orgânicos Voláteis (COV)

Pinturas, vernizes, solventes, pesticidas, adesivos, ceras, produtos de limpeza, lubrificantes, purificadores de ar, combustíveis, plásticos, copiadoras, impressoras, produtos derivados do tabaco, perfumes

Aldeídos Chapas e compensados de madeira, aglomerados, carpetes de madeira, móveis, forros

Gases

Solo e rochas (radônio), ventilação da tubulação de esgoto, ralos com fecho hídrico seco, reservatórios subterrâneos com vazamento

Pesticidas

Termiticidas, inseticidas, rodenticidas, fungicidas, desinfetantes, herbicidas

Partículas e fibras Impressoras, combustão em geral, ar externo, deterioração dos materiais, construção/reforma, limpeza, isolação

Observa-se, na Tabela 1, que as principais fontes de emissão sempre estão

relacionadas com algum produto ou alguma atividade ocupacional. No ambiente, as

interações entre os poluentes podem ocorrer, conforme as características físicas,

químicas e biológicas das fontes de emissão.

Na tabela 2, apresentam-se os principais meios de infiltração de ar e respectivas

causas para esse fato em ambientes internos e externos.

Page 34: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

32

Tabela 2 – Meios de infiltração de ar e respectivas causas para esse fato em ambientes internos e externos. Fonte: EPA, 2002.

Infiltração de ar Causas Interior Caixa de escada Duto do elevador Conduites Shaft

Diferença de pressão entre os ambientes

Duto de VAC* ou forro Mistura entre os poluentes e o ar através de VAC Perda do duto de VAC Vazamento nos dutos de VAC Portas e aberturas Interligação entre os ambientes através de portas e aberturas Exterior Ar de insuflamento Poluentes do ar externo ou do exaustor podem entrar pelo ar de

insuflamento Janelas e portas externas Rachaduras e fendas Diferença de pressão externa e interna

Infraestrutura Poluentes do ar podem entrar no edifício através do contato com o solo * Ventilação e Ar-Condicionado

O ar infiltrado pode transportar os poluentes externos aos ambientes internos e vice-

versa. Neste sentido, a infiltração de poluente do ar é controlada, principalmente,

pelas aberturas de portas e de janelas.

A seguir, descrevem-se as principais fontes de poluente do ar, que podem ser

biológicas, químicas e físicas:

2.3.1. Fontes e agentes biológicos

As principais fontes e agentes biológicos são os ácaros, os animais domésticos, os

insetos, os fungos, as bactérias e os vírus.

2.3.1.1. Ácaros

Os ácaros (Dermatophagoides) são artrópodes que pertencem à classe dos

aracnídeos, que sobrevivem a uma temperatura de 25°C e umidade relativa do ar

entre 70 e 80%, segundo Arlain et al. (1990) apud Jones (1999). Os principais locais

Page 35: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

33

onde os ácaros se desenvolvem são móveis, papeis de parede, carpetes, acolchoados,

travesseiros e colchões, alimentando-se basicamente de pele humana naturalmente

descamada e de seus componentes como pelos e caspas.

A propriedade alérgica dos ácaros provém de suas fezes, as quais possuem uma

proteína situada dentro de seus resíduos intestinais que contém proteína alergizante,

geralmente em flocos de 10 a 14 µm de diâmetro, as quais podem entrar em

suspensão no ar ambiente seja por varredura, aspiração ou processos de ventilação.

Estes ácaros e outros assemelhados (Blomya) não respondem por acaricidas

conhecidos. (PLATTS-MILLS et al., 1991 apud JONES, 1999).

Os sintomas alérgicos associados a elevadas concentrações de ácaros são falta de ar,

chiados do peito, coriza no nariz e nos olhos, entre outros; recomenda-se cobrir

colchões e travesseiros, como prevenção destes sintomas, de acordo com Jones

(1998).

2.3.1.2. Animais domésticos

Os cães e gatos são os principais animais domésticos que ocasionam doenças

alérgicas. Entre os cães e os gatos, os alérgenos encontrados na saliva e na pele, que

são transmitidos aos pelos, permanecem suspensos no ar do ambiente interno, por

várias horas devido às suas pequenas dimensões. Em uma concentração de 10 µg/g

na poeira doméstica, ou 0,002 e 0,02 µg/m³ no ar, encontram-se alérgenos

prejudiciais à saúde, sendo considerado o valor limite de 8 µg/g de poeira, segundo

D’Amato et al. (1994) apud Jones (1999).

2.3.1.3. Insetos

A concentração de alérgenos de baratas “francesinha” (Blatella germânica) ou de

barata de esgoto (Periplaneta americana) em residências é mencionada em vários

Page 36: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

34

estudos de Jones (1999). A principal doença causada por este alérgeno é a asma,

provenientes dos corpos e fezes das baratas. Nestes estudos, há correlações positivas

entre as concentrações e hospitalizações de crianças por ataque de asma. Além disso,

verificou-se que as residências pobres de baixa renda constituem ambientes de maior

sensibilização, uma vez que facilitam a proliferação das baratas.

2.3.1.4. Fungos, bactérias e vírus

Os fungos, as bactérias e os vírus são microorganismos vivos geralmente

encontrados no ar interno ou transmitidos entre pessoas, diretamente por gotículas

através do ar; os quais podem se proliferar nas estações mais quentes do ano com

umidade relativa do ar mais elevada. Nos edifícios, eles estão relacionados à

presença de matéria orgânica, tais como revestimento de parede e madeira.

A avaliação destes microorganismos é feita por meio de contagem da Unidades de

Formação de Colônias de fungos e bactérias (UFCs), segundo Hunter et al. (1996)

apud Jones (1999). Em estudos realizados no Reino Unido e na Filadélfia foram

encontrados elevados valores de UFCs, sendo os principais fungos: Penicillium,

Cladosporium e Aspergillus, e as principais bactérias: Bacillus, Staphylococus,

Micrococus e Legionella pneumophila. Os estudos mostraram que os números

elevados de UFC/m³ no ar estavam relacionados com “chiados” relatados pela

população, febre em crianças, dificuldade de respiração, dor de cabeça, dor no peito,

diarréia e entre outros.

A proliferação de fungos provém de mofo na edificação, sendo este diretamente

associado com a presença de umidade na habitação. Como medida de prevenção de

umidade, tem-se a elaboração de projetos arquitetônicos adequados, tais como

iluminação e ventilação eficientes.

Page 37: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

35

2.3.2. Fontes e agentes químicos

A seguir, apresentam-se as principais fontes e agentes químicos de emissão de

poluente do ar em ambientes internos:

2.3.2.1. Gases e vapores

O dióxido de enxofre (SO2) é o gás poluidor mais perigoso, incolor com odor acre

facilmente solúvel em água e pode ser oxidado em gotas de água formadas a partir da

umidade do ar. A fonte mais comum deste gás é a combustão do petróleo e do

carvão, devido a quantidade de enxofre existente nestes materiais; quanto mais

enxofre, mais dióxido de enxofre resultará desta combustão. A exposição intensa a

este gás pode causar redução aguda da função dos pulmões e exposições em longo

prazo podem ocasionar queixas respiratórias crônicas, pode também causar irritação

nos olhos e na pele, sendo capaz de destruir o esmalte dos dentes.

Na cidade de Nashville, os médicos constataram o aumento de ataques de asma

devido ao dióxido de enxofre no ar; o gás provoca também catarro crônico,

enfisemas, falta de ar e fadiga crônica (Aylesworth, 1971).

O monóxido de carbono (CO) é um gás inodoro e tóxico, resultante da reação de

carbono e oxigênio, produzido pela combustão incompleta de combustíveis fósseis.

Uma das fontes externas do gás é o escape do motor dos carros. Como fontes

internas do gás, pode-se citar os aquecedores de água e fogões a gás. Os sintomas

mais comuns da inalação crônica deste gás são o declínio no aprendizado e

habilidade de planejamento, além da queda dos níveis de atenção e concentração, de

acordo com Amitai et al. (1998) apud Jones (1999).

O dióxido de nitrogênio (NO2) é formado através da combinação de nitrogênio e

oxigênio durante combustões a temperaturas elevadas. A fonte principal deste gás

está associada à operação de equipamentos a gás, aquecedores e fogões a lenha e

Page 38: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

36

pode ter origem no ar externo. O NO2 pode causar irritação nas membranas mucosas

do pulmão e o aumento das infecções respiratórias. Em estudos realizados por Jones

(1999), as concentrações médias em dormitórios e cozinhas foram respectivamente

de 39 µg/m³ e 63 µg/m³, podendo atingir picos de 1880 µg/m³.

Os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) são compostos que contêm no mínimo,

um átomo de carbono e um átomo de hidrogênio em sua estrutura molecular. O

intervalo do ponto de ebulição destes compostos está entre 50 e 260 °C (MARONI et

al., 1995 apud JONES, 1999) ou entre 0 e 400 °C (WOLKOFF et al., 1998), por

conseguinte um maior desprendimento de gases no ar interno. As principais fontes de

COVs são solventes de tintas e adesivos, fragrâncias, plastificantes, produtos de

limpeza, carpetes, constituintes de produtos baseados em madeira, utensílios

domésticos e produtos para tratamento de pedras e alvenaria.

Entre os componentes dos produtos de limpeza e dos produtos baseados em madeira,

encontra-se o aldeído, um elemento volátil, incolor e com odor forte. A inalação e

contato direto deste componente podem causar espirros, tosse e irritação dos olhos,

sintomas que desaparecem rapidamente.

A exposição de COVs pode gerar sintomas agudos e crônicos principalmente em

asmáticos e portadores de doenças respiratórias, sendo os sintomas mais comuns:

irritações dos olhos, do trato respiratório e das mucosas de um modo geral. Em

elevadas concentrações, muitos COVs são narcóticos e podem deprimir o sistema

nervoso central, segundo Maroni et al. (1995) apud Jones (1999). Além disso, a

intensidade de odor percebido diminui à medida que se adapta, aumentando a

irritação das membranas mucosas com o tempo (WOLKOFF; NIELSEN, 1995).

Os compostos inorgânicos, tais como amônia e ozônio, também são considerados

perigosos, uma vez que sofrem reação química com os compostos orgânicos não-

saturados, segundo Weschler (2000) apud Wolkoff e Nielsen (2001).

Page 39: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

37

O radônio é um gás radiativo, inerte, originário da decomposição do rádio-226

presente em diversos minerais. O radônio apesar de exalado na respiração produz

alguns radioisótopos de vida curta, que são eletricamente carregados e podem ser

inalados diretamente ou aderidos a algum material particulado suspenso no ar.

Quando inalados tendem a permanecer nos pulmões, podendo causar câncer, de

acordo com Cohen (1998) apud Jones (1999).

Em solos e rochas, pode-se encontrar altas concentrações de radônio. Os materiais de

construção formados por estes elementos podem liberar o gás radônio no ar interno,

ou ainda desprender do solo local e penetrar no edifício através de frestas (JONES,

1999).

2.3.3. Fontes e agentes físicos

A seguir, mostram-se as principais fontes e agentes físicos de poluição do ar em

ambientes internos:

2.3.3.1. Material particulado

Os materiais particulados são substâncias simples ou compostas, formados por

elementos químicos no estado sólido ou líquido e quando suspensos no ar são

chamados de aerodispersóides. As fontes de emissão de aerodispersóides são

principalmente as indústrias, os automóveis, o solo aderido aos sapatos, a poeira

gerada internamente através do desgaste de móveis e utensílios, a fumaça gerada na

queima de combustíveis fósseis, a atividade de limpeza, entre outros.

A poeira nos pisos e outras superfícies do edifício contém minerais, metais, fibras

têxteis, papel, material de isolamento, partículas de fumaça de tabaco, compostos

orgânicos, materiais de fontes biológicas, alérgenos animais e pólen, segundo

Wolkoff (1998).

Page 40: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

38

O tamanho de uma partícula é um parâmetro chave do seu comportamento.

Dependendo do seu tamanho irá pousar com mais rapidez, seguirá os movimentos do

ar, se depositará em uma determinada parte do sistema respiratório humano e será

ressuspensa de uma superfície em que está depositada.

As partículas finas no ar podem absorver os gases venenosos mais comuns,

removendo-os, assim, do ar que passam a ser aspiradas para nossos pulmões quando

inaladas. Alguns pesquisadores observaram que pode haver uma relação entre o

aumento da concentração de aerodispersóide e o aumento do número de casos de

pneumonia (AYLESWORTH, 1971). Uma outra relação muito grave entre

aerodispersóide e a saúde humana, segundo este mesmo autor, foi apontada que

partículas de chumbo no ar podem afetar o sistema nervoso central. E que outra

partícula no ar, o cádmio, pode ter relação com as doenças cardíacas.

2.3.3.1.1. Amianto

Amianto é o nome designado a silicatos minerais fibrosos, incombustíveis, material

muito utilizado em reservatórios de água, telhas, isolantes térmicos, elétricos e

acústicos. Os sintomas causados pela exposição intensa ao amianto são irritação de

pele, bronquite, câncer de pulmão e asbestose, sendo este último o desenvolvimento

lento de fibrose do pulmão, de acordo com Jones (1999).

No Brasil, a comercialização e, em alguns casos, a produção do amianto já foram

proibidas permanentemente. Em 21 municípios do Estado de São Paulo, a

comercialização do amianto está controlada. Na Cidade de São Paulo, a produção do

amianto foi proibida.

Page 41: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

39

2.3.3.1.2. Metais pesados

Os metais pesados são poluentes formados pela combustão dos automóveis e

atividades diversas, tais como fundições, indústrias de baterias e petroquímica, além

da idade do edifício. Os principais metais pesados são cádmio (Cd), chumbo (Pb),

cobre (Cu), manganês (Mn) e zinco (Zn), podendo estar misturados com outros

materiais particulados, o que permite trabalhar com índices (µg de metal/g de

poeira).

A contaminação por estes metais está relacionada com o tempo de abertura de

janelas, a freqüência de limpeza da residência, o emprego de vassoura e ou aspirador

a vácuo e também às cores das tintas utilizadas nas paredes (TONG; LAM, 2000).

Os níveis elevados destes metais no corpo humano podem gerar efeitos neurotóxicos

e cancerígenos, inclusive em animais (NRIAGU, 1988 apud TONG; LAM, 2000).

Estes efeitos são causados pelo acúmulo dos metais pesados, afetando o sistema

nervoso central ou ainda serem depositados no sistema circulatório, perturbando o

funcionamento de órgãos internos. Podem também atuar como co-fatores em outras

doenças.

2.3.3.2. Campos eletromagnéticos

A poluição por campos eletromagnéticos apresenta-se como variável no tempo, que

induz em tecidos, densidades decorrentes acima de 1 A/m², provocando excitação

neural e produzindo efeitos biológicos irreversíveis, tais como, fibrilação cardíaca, de

acordo com trabalhos publicados em PRORAD (2002).

Existem divergências com relação à poluição eletromagnética. Porém, segundo o

mesmo trabalho, há correlação entre o risco de câncer e a exposição a campos

eletromagnéticos, mesmo na freqüência extremamente baixa da rede de distribuição

de energia (50/60 Hz), com pequeno aumento de risco de leucemia entre crianças;

Page 42: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

40

além dos efeitos de aparelhos eletro-eletrônicos específicos (monitor de vídeo), na

reprodução humana.

2.4. Aerodispersóides

A seguir, apresentam-se os conceitos, as características, a classificação, as

propriedades e os aspectos do movimento dos aerodispersóides:

2.4.1. Definição e formação

Pode-se definir os aerodispersóides como sendo um sistema constituído por meios de

dispersão gasosa onde se encontram materiais particulados sólidos e líquidos. Os

aerodispersóides podem ser formados por condensação e por dispersão, distinguindo-

se os sistemas de acordo com a fase dispersa, sólida ou líquida.

Os aerodispersóides formados por condensação são resultantes da condensação de

vapores supersaturados, ou da reação entre gases, que leva a um produto não-volátil.

Os aerodispersóides formados por dispersão são aqueles resultantes da desintegração

mecânica da matéria (pulverização ou atomização de sólidos ou líquidos, ou

transferência de poeiras, pólen e bactérias, para o estado de suspensão em virtude da

ação de correntes de ar ou vibração).

2.4.2. Classificação

A seguir, apresenta-se uma classificação dos materiais particulados citada por

Assunção (1998), onde se aplicam os mesmos conceitos para os aerodispersóides,

que podem ser divididos em quatro classes:

Page 43: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

41

• Poeiras.

• Fumos.

• Fumaça.

• Névoas.

2.4.2.1. Poeiras

As poeiras são formadas por partículas sólidas, predominantemente maiores que as

coloidais, com diâmetros equivalentes em geral na faixa acima de 1µm. Resultam da

desintegração mecânica de substâncias inorgânicas ou orgânicas, seja pelo simples

manuseio (embalagem), seja em conseqüência de operações de britagem, moagem,

trituração, esmerilhamento, peneiramento, usinagem mecânica, fundição, demolição

etc.

As poeiras de dimensões maiores são às vezes designadas por particulados ou areias

finas, ou ainda, material fragmentado. As poeiras não tendem a flocular, exceto se

submetidas a forças eletrostáticas. Precipitam pela ação da gravidade e não se

difundem. Como exemplo, a poeira pode ser de: carvão, sílica, amianto, algodão,

papel, fibras e entre outras.

2.4.2.2. Fumos

São partículas sólidas, em geral com diâmetros inferiores a 10 µm, chegando mesmo

a 1,0 µm. Resultam da condensação de partículas em estado gasoso, geralmente após

volatilização de metais fundidos, e quase sempre acompanhada de oxidação. Os

fumos tendem a flocular no ar. É o caso dos fumos metálicos, como por exemplo, o

cloreto de amônio.

Ao derreter o chumbo, o seu vapor, sublimado em contato com o ar se transforma em

óxido de chumbo (PbO), constituindo partículas sólidas extremamente pequenas em

Page 44: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

42

suspensão no ar. Esses fumos de PbO são tóxicos, venenos acumulativos, razão por

que, nos linotipos, onde são fundidas ligas de chumbo e antimônio, deve-se executar

uma instalação de ventilação adequada.

Os fumos de óxidos metálicos produzem a chamada "febre dos fundidores" ou "febre

dos latoeiros" que se manifesta acompanhada de tremores, algumas horas após a

exposição ao "fumo".

2.4.2.3. Névoa

As névoas são partículas constituídas por gotículas líquidas com diâmetros entre 0,1

(ou mesmo 0,01 µm) e 100 µm, resultantes da condensação de vapores sobre certos

núcleos, ou da dispersão mecânica de líquidos em conseqüência de operações de

pulverização, nebulização, respingos, entre outros.

As neblinas estão compreendidas entre 1,0 µm e 50 µm e se classificam em mist e

em fog, sendo as partículas de um fog (cerração, orvalho, dispersões de água ou gelo)

menores que as de um mist (pulverizações, atomizações, espirro de uma pessoa, etc.).

No mist ocorre uma baixa concentração de partículas líquidas de tamanho "grande".

Em meteorologia, o mist indica uma leve concentração de partículas de água de

tamanho suficientemente grande para que caiam. O fog resulta de reações na

atmosfera entre certos hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e o ozônio, sob a ação

da luz solar. Provoca irritação nos olhos, dificuldade respiratória e reduz a

visibilidade. Como exemplos, a névoa pode ser de: ácido sulfúrico, ácido crômico,

tinta pulverizada, "sprays", entre outros.

2.4.2.4. Fumaça

A fumaça é formada por partículas principalmente sólidas, geradas pela queima de

combustíveis fósseis, materiais asfálticos ou madeira. A fuligem é um produto da

Page 45: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

43

fumaça, que contém partículas líquidas e no caso de madeira e carvão, uma fração

mineral (cinzas).

As cinzas são partículas divididas finamente de produtos de queima de carvão e óleo

combustível e que são carregadas nos gases de combustão em geral de fornalhas e

queimadores de caldeiras.

A fumaça do cigarro causa altíssima mortalidade entre os fumantes, mas os não-

fumantes também acabam sendo afetados, quando são fumantes passivos. Lee et al.

(2002) afirmam que a concentração de material particulado menor que 10 µm (PM10)

em restaurantes foi maior do que em residências, escritórios, escolas e shoppings,

devido à presença de fumaça de cigarro e uso intensivo de gás para cozimento.

Estima-se que o fumo passivo cause cerca de 3.000 mortes anuais nos Estados

Unidos e que entre 180.000 e 300.000 crianças por ano contraem pneumonia ou

bronquite pela exposição à fumaça do cigarro (EPA, 2003).

No Brasil, a Lei Federal Nº 9.294/96 busca a preservação do ar nos ambientes

internos e a proteção aos não fumantes, proibindo o fumo em recinto privado ou

público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e

com arejamento conveniente. O Decreto Nº 2.018 de 01/10/1996 regulamentou a Lei

Nº 9.294, definindo áreas exclusivamente para fumantes, que apresentam adequadas

condições de ventilação, natural ou artificial, e de renovação de ar, de forma a

impedir o acúmulo de fumaça no ambiente.

2.4.3. Características

Os aerodispersóides se apresentam de tamanho variado e de forma irregular. Nos

aerodispersóides formados por condensação, as partículas sólidas são freqüentemente

agregados provenientes da coagulação de um grande número de partículas primárias

de forma esférica ou cristalina regular. Por outro lado, nos aerodispersóides por

Page 46: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

44

dispersão, a fase dispersa sólida consiste em partículas individuais ou agregadas de

formas completamente irregulares (fragmentos).

Em suas pesquisas, Geller et al. (2002) assinalam que no ar interno, os

aerodispersóides apresentam aproximadamente 74,3% (± 11.0%) de partículas finas,

ou seja, partículas com diâmetro menor ou igual a 2,5 µm. E no ar externo,

apresentam aproximadamente 61,3% (±13,1%) de partículas finas.

Segundo Tse et al. (2004) assinalam que o material particulado menor que 2,5 µm

(MP2,5) pode estar em suspensão no ar em ambos os estados sólido e líquido, em

condições normais de temperatura e pressão. As partículas são emitidas diretamente

pelas fontes de emissão ou formadas por reações químicas no ar entre diferentes

substâncias.

A Figura 3 mostra graficamente as indicações quanto ao tamanho, à impureza, às

partículas típicas, aos métodos de eliminação e aos tipos de radiação nos

comprimentos de onda para os aerodispersóides, os vapores e os gases.

�������������

������ ���������������������

��� ��������

������������������ ��������������������� �����

������������������ ���� �����

�!"�"!#�$%&�

'�(�&!�)*' *+#++'*'+�(*+#+++++'(

��� ������ �

,

&�(-!�($)%��"��)�"

��-���$�!".��"/0��)$��$ ��� ������1�

��

��������������������� ��������� �����������2�� ��

�3%�����$

����1� 2�� �

%�-�&"�

�"!%�& �"�

(- !$4"

'5+++

'+5+++

$(�(�&!�)�%"(")6���&"�"��$

�����78�

������������ �

�������

9 ���� �

�:�;���9�� 2 ��

''+

'++

� ����<���� �����

���9��=���������� �

������� �

�������������2 ���

���9���8� � � ����

� �8������ ��

������� ����� �� ����

��� 7 ���� 9 ��

�(��3& �"��

+#+++'

+#++'

+#+'

+#'

����2�

+#++++>

&�)%!��$

Figura 3 – Impurezas em suspensão no ar, partículas típicas, método de controle, tipo de

radiação nesse comprimento de onda. Fonte: Mesquita et al., 1988.

Page 47: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

45

2.4.4. Propriedades dos aerodispersóides

As propriedades que controlam o comportamento físico e químico das partículas

individuais em um sistema de aerodispersóides incluem (1) o tamanho ou diâmetro

aerodinâmico, (2) a distribuição de tamanho, (3) a forma, (4) a massa específica, (5)

as características superficiais como pressão de vapor ou carga elétrica e (6) a

composição química.

Chao et al. (2003) afirmam que os principais parâmetros da qualidade do ar em

ambientes internos, além das propriedades dos aerodispersóides mencionadas acima,

são a taxa de deposição e o coeficiente de penetração. A difusão e o impacto são os

melhores mecanismos para diminuir a concentração dos aerodispersóides durante o

processo de filtragem, a fim de reduzir a taxa de deposição e o coeficiente de

penetração, segundo estes mesmos autores.

Segundo Allen (1997) apud Almeida (2005), a definição de diâmetro aerodinâmico é

o diâmetro de uma esfera de densidade unitária (ρp = 1 g/cm³), a qual possui a

mesma velocidade de sedimentação da partícula em questão.

Para Abadie et al. (2001), além das fontes de poluição interna, a concentração dos

aerodispersóides pode ser influenciada pela infiltração de ar, deposição ou

ressuspensão de partículas e também pela troca de ar. As partículas maiores que 5,0

µm podem sofrer ação de forças gravitacionais, enquanto, as partículas entre 0,7 e

1,0 µm podem ser influenciadas por forças eletrostáticas.

Na Tabela 3 apresentam-se os principais diâmetros médios aerodinâmicos de

partículas para vários tipos de aerodispersóides.

Page 48: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

46

Tabela 3 – Tamanho ou diâmetro aerodinâmico dos principais aerodispersóides. Fonte: Mesquita et al., 1988.

Aerodispersóides Diâmetro médio da partícula (µm) Cabelo humano 50-200 Limite de visibilidade pelo olho humano 10-40 Poeiras, Fumos e Fuligens Atmosférica 0,5 Alumínio 2,2 Ar de mineração 0,9 Fumo de álcalis 1-5 Fumo de cloreto de amônio 0,05-0,1-1,0 Cimento 0,5-10-50 Carvão 5-10 Ferro-manganês ou sílica 0,1-1 Ar em fundições 1,2 Fumaça de central térmica 0,1-3 Ferro (ferro gusa) 0,1-10 Óxido de ferro 0,5-2 Cal 1-50 Corte de mármore 1,5 Pigmentos 0,2-2 Jato de areia 1,4 Sílica 1-10 Talco 10 Fumaça de tabaco 0,2 Fumo de óxido de zinco 0,05 Zinco (jateado) 15 Zinco (condensado) 2 Névoas Fog atmosférico 2-15 Acido sulfúrico 0,5-15 Organismos vivos Pólen 5-10 Bactérias 0,2-20 Fungos 1-10

A taxa de deposição de partículas sobre superfícies internas é um importante

parâmetro para determinar o grau de exposição humana dos aerodispersóides em um

ambiente. Esta taxa é função de muitos fatores, incluindo o tamanho das partículas,

características das superfícies, volume do ambiente e velocidade do ar. A operação

do sistema de ar-condicionado pode influenciar a deposição de partículas sobre as

superfícies internas devido ao movimento de ar. Também, em lugares que usam

filtros, portáteis ou montados nos dutos de ventilação, aumentam ainda mais a taxa

de deposição, segundo Wallace (2004).

Segundo Mesquita et al. (1988), uma propriedade importante das partículas finas é o

rápido aumento na área superficial por unidade de massa com o decréscimo do

Page 49: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

47

tamanho. Essa característica leva a um aumento da taxa de reação química e um

aumento no risco de inalação.

Outra propriedade dos aerodispersóides é a carga eletrostática representada pelo

excesso (-) ou deficiência (+) de elétrons sobre a partícula. A maioria das partículas

finas tem carga adquirida naturalmente pela transferência de elétrons durante contato

ou separação, ou devido à difusão de íons. Pode-se assumir que essa carga reside

sobre a superfície da partícula em um filme de umidade ou gás adsorvido. O número

de cargas adquiridas pelas partículas é limitado, e depende do meio que envolve as

partículas. No caso de ar seco, é cerca de 1,6x1010 elétrons/cm² (MESQUITA et al.,

1988).

Outra propriedade importante das partículas finas, conforme Mesquita et al. (1988), é

a adsorção, isto é, o revestimento das partículas finas por um filme superior de gás

mantido por forças elétricas ou de valência química originada na superfície das

moléculas. A quantidade de gás ou vapor que pode ser adsorvido sobre a superfície

da partícula é diretamente proporcional à superfície exposta e esse fato pode ser

usado para medir tamanho de partículas sobre certas condições. Muitas

características superficiais de pequenas partículas incluindo carga elétrica, adesão e

evaporação são modificadas pela presença de gases adsorvidos.

A propriedade de adesão dá-se quando uma camada de líquido é espalhada entre

superfícies em contato, produzindo forças de adesão em proporção à tensão

superficial do líquido e ao raio de curvatura da superfície líquida molhante. A

umidade do ar favorece a adesão. O fenômeno de adesão está relacionado com as

forças de Van Der Waals ou forças intermoleculares dos elétrons, carga eletrostática,

campos externos – como na precipitação eletrostática, pontos de contato e rugosidade

da superfície de aderência.

A propriedade da dispersão da luz para um aerodispersóide provém da falta de

homogeneidade, como poeira ou gotículas d’água dispersadas, de um meio fluido. A

dispersão é freqüentemente acompanhada pela absorção e ambas removem energia

Page 50: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

48

do raio luminoso. A resposta quantitativa do raio atenuado pode servir para

caracterizar o tamanho das partículas.

Outra importante propriedade dos aerodispersóides é a densidade de uma partícula

formada por dispersão de um sólido, que será a mesma do material que a originou. Se

ela, subseqüentemente, sofrer oxidação superficial ou hidratação, ou se ela

aglomerar-se, sua massa específica variará. Quando duas ou mais partículas sólidas

não-porosas se juntam, a partícula resultante terá uma forma geométrica diferente

que inclui espaços ocos. Por isso, a massa específica da partícula resultante será

menor do que as das partículas originais (MESQUITA et al., 1988).

2.5. Ambientes Internos

Segundo Roulet (2001), os sistemas de ventilação e de condicionamento de ar são

concebidos para prover ar com níveis adequados de temperatura e umidade, livre de

concentrações perigosas de poluente, proporcionando sensações confortáveis aos

usuários. Porém, a falta de manutenção destes sistemas pode afetar a qualidade do ar

interno, quando não for dada a devida importância aos processos de ventilação

necessários aos ambientes. Estes processos tipicamente incluem a tomada de ar

externo, condicionamento e mistura do ar interno, boa distribuição do ar no ambiente

e renovação do ar.

A importância da ventilação no controle da SED, conforme Assunção (1997), além

de garantir a qualidade do ar em ambientes interiores, pois altera a presença de gases

e partículas, também diminui os sintomas de doenças apresentados pelos usuários nas

edificações.

Segundo Hansen (1991), diferentemente da SED, as Doenças Relacionadas aos

Edifícios (DRE) são aquelas relacionadas a uma infecção verdadeira, e não

temporária, dos usuários. As DRE são representadas por: asma, infecções

bacteriológicas, virais ou por fungos, broncoconstrição, bronquite crônica, câncer

Page 51: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

49

bronquial, pneumoconioses, efisema, alveolite, câncer pulmonar, entre outros. Estas

doenças estão diretamente relacionadas às condições do edifício.

2.5.1. Sistemas de ar-condicionado

Uma instalação de condicionamento de ar é um conjunto de máquinas, tubulações e

partes complementares capazes de realizar o controle, simultaneamente, da

temperatura, da umidade, da movimentação e da pureza em um ambiente interno.

Na Figura 4, apresenta-se o sistema de ar-condicionado com equipamento do tipo

self-contained, com condensador de ar acoplado.

Figura 4 –Sistema de ar-condicionado com equipamento do tipo self-contained, com

condensador a ar acoplado.

Os modelos de equipamentos para os sistemas de ar-condicionado são bastante

variáveis e o projeto é que definirá o tipo a ser usado. Os sistemas se dividem em

duas modalidades de expansão: direta ou indireta. Os de expansão direta são aqueles

em que o gás refrigerante é o responsável pelo resfriamento do ar injetado no

ambiente, como ocorre nos aparelhos de janela e nos equipamentos do tipo split, não

tendo normalmente renovação de ar. Os de expansão indireta são aqueles em que o

Page 52: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

50

gás refrigerante resfria a água que circula pelo sistema, sendo esta a responsável pelo

resfriamento do ar. Esse último é o funcionamento das centrais de água gelada.

O aparelho de janela é assim designado por serem adaptáveis às janelas ou às

aberturas nas paredes. O aparelho é construído de maneira a deixar o evaporador no

circuito do ar a ser refrigerado (o ambiente) e o condensador em contato com o

exterior a fim de ceder o calor contido no fluido. Um filtro de espuma de nylon ajuda

a retirar poeira e fumos do ar. Estes aparelhos estão disponíveis em versões de menor

potência, na faixa de 1,75 mil kcal/h, até os de grande capacidade, com 7,60 mil

kcal/h.

O aparelho do tipo split permite a instalação das partes ruidosas em áreas externas,

deixando apenas a unidade evaporadora no interior dos ambientes. Estas unidades

evaporadoras podem ser instaladas no forro ou em paredes. A ligação entre as partes

interna e externa é feita por meio de dutos e quanto maior à distância, maiores serão

as perdas do sistema. Muitos aparelhos não prevêem a troca de ar nos ambientes.

Assimakopoulos e Helmis (2004) afirmam que os edifícios comerciais construídos

nas últimas décadas possuem poucas aberturas (janelas), para diminuir o custo com a

energia elétrica proveniente do sistema de ar-condicionado. No entanto, estes

sistemas apresentam outro aspecto essencial que deve ser focado: a manutenção

como forma de melhorar a qualidade do ar interno proporcionado pelo sistema.

Como para qualquer sistema desta natureza, a manutenção tem por objetivo preservar

os equipamentos mecânicos e eletroeletrônicos em boas condições de operação e

preservar sua integridade física, prevenindo o desgaste prematuro dos componentes e

substituindo as partes gastas ou defeituosas, de forma a manter permanentemente o

sistema em condições normais de operação.

Um sistema de ar-condicionado movimenta um grande volume de ar, que transporta

considerável carga de poluente de toda natureza, tanto provenientes do exterior

Page 53: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

51

quanto gerada no próprio ambiente, pelos usuários, equipamentos, mobiliários, entre

outros.

A deposição de aerodispersóides diminui aproximadamente pela metade, quando o

aparelho de ar-condicionado está ligado. As possíveis razões são: aumento da

superfície de contato através dos dutos e outros componentes do sistema, aumento da

velocidade de ar no ambiente interno e aumento da energia cinética com a

turbulência, segundo Howard-Reed et al. (2003).

O sistema de ar-condicionado dispõe essencialmente de dois recursos para controlar

a concentração dos poluentes no ambiente:

• Filtros de ar para reter mecanicamente os aerodispersóides trazidos pelo ar de

renovação e pelo ar recirculado do ambiente.

• Renovação do ar ambiente para diminuir a carga sobre os filtros e reduzir a

concentração dos aerodispersóides que não podem ser retidos nos filtros

convencionais.

Os filtros devem ser operados até um certo limite de carregamento, além do qual há o

risco de arraste no fluxo de ar dos poluentes acumulados, ao mesmo de rompimento

do elemento filtrante.

Cabe à manutenção cuidar e manter os filtros corretamente instalados e proceder à

sua substituição ou regeneração em tempo hábil. O melhor indicador do grau de

carregamento de um filtro e a necessidade de sua substituição, principalmente em se

tratando de filtros de alta eficiência de custo relativamente elevado, é a perda de

carga do ar medida por manômetro diferencial. A aparência de "filtro sujo" não é

indicação confiável do grau de carregamento do filtro.

A existência de filtros não garante a limpeza do sistema e a boa qualidade do ar. A

não ser no caso dos filtros de alta eficiência (A1, A2 e A3), para partículas menores

que 1 µm, utilizados em salas com controle de teor de poeira, zonas assépticas de

Page 54: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

52

hospitais e salas limpas. Os filtros comumente utilizados (G0, G1 e G2), mesmo os

de melhor eficiência, deixam passar grande parte dos poluentes particulados menores

que 5 µm carregados pelo ar.

Estes poluentes se acumulam nas paredes do condicionador, na serpentina molhada e

na bandeja de recolhimento de condensados, onde a água mal drenada e acumulada

pode formar lodo e se tornar caldo de cultura de microorganismos, fungos e outros

poluentes, os quais arrastados pelo ar e reintroduzidos no ambiente, tornam-se fontes

tradicionais e perigosas de poluição. Estes poluentes depositam-se também nas

paredes internas dos dutos, tornando-se mais um agente permanente de contaminação

do ambiente. É, portanto, responsabilidade da manutenção proceder à limpeza

rigorosa e periódica das partes internas do condicionador, principalmente da bandeja

de condensados, utilizando se necessário, produtos químicos aprovados e disponíveis

no mercado que combatem a formação de lodo e a proliferação de microorganismos.

Deve-se também verificar as condições das partes do sistema e proceder a sua

limpeza completa, valendo-se dos sistemas robotizados de inspeção e limpeza

atualmente disponíveis no mercado, quando não há possibilidade de acesso pelo lado

externo. Este procedimento é particularmente importante em instalações antigas que

operam muitos anos com filtros precários e acumularam nos dutos grandes

quantidades de poluente.

A determinação da freqüência das limpezas e das verificações deve ser definida pela

manutenção. Esta freqüência será tanto maior quanto menor for a efetividade da

filtragem, cabendo analisar se menores custos de manutenção não compensariam o

custo da substituição dos filtros por outros de melhor eficiência.

A taxa de renovação prevista em projeto, admitida correta, pode não se efetivar na

prática, seja por deficiência no balanceamento inicial da instalação seja por outros

motivos tais como mudança de layout ou taxa (tipo) de ocupação, existência de

equipamentos poluidores não previstos no projeto, controles por volume variável que

Page 55: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

53

não compensem a redução da vazão de ar exterior quando se reduz a vazão total do

sistema, etc.

Embora as causas da eficiência de renovação sejam geralmente fora do controle da

manutenção, é desejável que esta tenha condições técnicas para medir a taxa de ar

exterior e confrontá-la com a prevista em projeto, detectando e apontando ao usuário,

possíveis falhas ou modificações de projeto. Ou ainda outras falhas que possam ter

impedido a obtenção da vazão prevista ou tornando esta insuficiente.

2.5.2. Sistemas de ventilação natural

A ventilação natural é o deslocamento controlado ou intencional de ar através de

aberturas específicas como portas, janelas, lanternins e dispositivos para ventilação.

Difere da infiltração que é o movimento de ar não-controlado, através de frestas de

janelas e portas, de paredes, pisos e forros, e por outras aberturas existentes. Segundo

Yang et al. (2005), a ventilação natural, além de reduzir o custo de construção e de

operação nos edifícios, pode manter baixo o nível de concentração dos poluentes, em

locais onde a taxa de ventilação é mantida constante.

O fluxo de ar que entra e sai de um edifício por infiltração ou ventilação natural

depende da diferença de pressão entre as partes interior e exterior da estrutura e da

resistência ao fluxo de ar oferecida pelas aberturas e frestas no edifício. A diferença

de pressão exercida sobre o edifício pelo ar pode ser causada pelo vento ou pela

diferença de densidade do ar de fora e dentro do edifício.

O efeito de diferença de densidade, conhecido como “efeito chaminé”, é

freqüentemente o principal fator. Quando a temperatura dentro do edifício é maior do

que a exterior, produz-se uma pressão interna negativa e um fluxo de ar entra pelas

partes inferiores, o que causa uma pressão interna positiva e um fluxo de ar que sai

nas partes superiores do edifício. O inverso ocorre quando a temperatura interior é

Page 56: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

54

menor que a do exterior. Numa determinada altura no interior do edifício, existe uma

zona neutra onde não há diferença de pressão dentro e fora.

Quando a diferença de pressão é o resultado da pressão do vento, o ar entra no

edifício através de aberturas localizadas na direção do vento, e sai através de

aberturas localizadas em direção oposta.

As forças naturais disponíveis para movimentação do ar são a força do vento e as

diferenças de temperatura entre o ar interior e o ar exterior do edifício. O movimento

de ar pode ser causado por essas forças agindo individual ou combinadamente,

dependendo das condições atmosféricas, do projeto e da localização do edifício. Os

resultados obtidos da ventilação natural variarão de tempos em tempos, devido à

variação na velocidade e na direção do vento, e na diferença de temperatura. O

arranjo, a localização, o controle das aberturas de ventilação podem ser tais que as

duas forças agem cooperativamente, e não em oposição.

2.5.3. Sistemas de ventilação diluidora

A ventilação diluidora é o método de insuflar ar em um ambiente ocupado, de exaurir

ar desse ambiente, ou ambos, a fim de promover uma redução na concentração de

poluente nocivo. Essa redução ocorre, uma vez que, ao ser introduzido ar limpo, ou

não poluído, em um ambiente contendo uma certa massa de um determinado

poluente, faz-se com que essa massa seja dispersa ou diluída em um volume maior de

ar, reduzindo, portanto, a concentração desses poluentes. A primeira observação a ser

feita é a de que esse método de ventilação não impede a emissão dos poluentes para

o ambiente de trabalho, mas simplesmente dilui esses poluentes.

Em suas pesquisas, Wargocki et al. (2002), Kosonen e Tan (2004) assinalam que

aumentando a ventilação, a troca de ar e reduzindo as fontes de emissão, a

quantidade de pessoas insatisfeitas tende a diminuir. Assim, o sistema de ventilação

geral diluidora, quando utilizado de forma correta, pode proporcionar:

Page 57: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

55

• Proteção à saúde do usuário – reduzindo a concentração de poluente nocivo

abaixo de um certo limite de tolerância.

• Segurança ao usuário – reduzindo a concentração de poluente explosivo ou

inflamável abaixo dos limites de explosividade e inflamabilidade.

• Conforto e eficiência ao usuário – pela manutenção de temperatura e da

umidade do ar do ambiente.

• Proteção aos materiais ou equipamentos – mantendo condições atmosféricas

adequadas (impostas por motivos tecnológicos).

A aplicação, com sucesso da ventilação geral diluidora, depende das seguintes

condições:

• O poluente gerado não deve estar presente em quantidade que exceda a que

pode ser diluída com um adequado volume de ar.

• A distância entre os ocupantes e o ponto de geração do poluente deve ser

suficiente para assegurar que os ocupantes não estarão expostos as

concentrações médias superiores aos limites de tolerâncias.

• A toxicidade do poluente deve ser baixa (deve ter um alto limite de

tolerância).

• O poluente deve ser gerado em uma quantidade razoavelmente uniforme.

A ventilação geral diluidora, além de não interferir com as operações e processos do

ambiente interno, é mais vantajosa que a ventilação local exaustora, nos locais onde

estão sujeitos a modificações constantes, e quando as fontes de emissão de poluente

se encontrarem distribuídas pelo local.

A ventilação geral diluidora pode não ser vantajosa, pelo custo de operação elevado,

contudo seu custo de instalação é relativamente baixo quando comparado com o da

ventilação exaustora. É conveniente a instalação de sistemas de ventilação geral

diluidora quando há interesse na movimentação de grandes volumes de ar.

Page 58: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

56

Diversas razões levam à não utilização freqüente da ventilação geral diluidora para

poeiras e fumos. A quantidade de material gerado é usualmente muito grande e são

difíceis de se obter dados seguros sobre taxa de geração de poeiras e fumos. Além

disso, o material pode ser muito tóxico, requerendo, portanto, uma excessiva

quantidade de ar de diluição.

2.5.4. Sistemas de ventilação local exaustora

A ventilação local exaustora tem como objetivo principal a proteção da saúde do

ocupante, uma vez que capta os poluentes de uma fonte (vapores, poeira tóxica, entre

outras) antes que os mesmos se dispersem no ar do ambiente, ou seja, antes que

atinjam a zona de respiração. De uma forma indireta, a ventilação local exaustora

também influi no bem-estar, na eficiência e na segurança do usuário. Também no que

se refere ao controle da poluição do ar, a ventilação local exaustora tem papel

importante. A fim de que os poluentes emitidos por uma fonte possam ser tratados

em um equipamento de controle de poluente (filtros, lavadores, etc), eles têm de ser

captados e conduzidos a esses equipamentos, e isso, em um grande número de casos,

é realizado por um sistema de ventilação local exaustora.

A qualidade do ar interno em regime permanente pode ser caracterizada pelo

coeficiente de remoção dos poluentes, o qual é definido como sendo a relação entre a

concentração das partículas em um determinado local e a concentração das partículas

na saída do exaustor, conforme Behne (1999). Quando os valores destes coeficientes

são menores que 1.0, indicam que o ar está com qualidade boa; quando os valores

são maiores que 1.0, indicam que algum poluente do ambiente não está sendo

removido.

Basicamente um sistema de ventilação local exaustora, consiste em pelo menos um

dos seguintes componentes:

• Captor: ponto de entrada dos gases a serem exauridos pelo sistema.

Page 59: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

57

• Sistema de dutos: responsáveis pelo transporte dos gases captados.

• Ventilador: responsável pelo fornecimento da energia necessária à

movimentação dos gases (fornece um diferencial de pressão entre o captor e a

saída do sistema).

• Equipamento de controle de poluição do ar: destina-se a reter os poluentes,

impedindo seu lançamento na atmosfera; é utilizado quando necessário.

O captor é o ponto de entrada dos gases no sistema de ventilação local exaustora. Um

captor estará completamente dimensionado quando tem determinado:

• Sua forma (enclausurado ou externo) e suas dimensões.

• Sua posição relativa à fonte de poluição.

• A vazão a ser exaurida para captura completa dos poluentes.

• A energia necessária para movimentar os gases exauridos para dentro dele.

Como é observado, o ar flui de um ponto de maior pressão para um ponto de menor

pressão. Para escoar o ar ou os gases que estão junto à fonte dentro do captor, tem

que estabelecer um diferencial de pressão entre o captor e o ar externo. Esse

diferencial de pressão é obtido por meio do uso de um ventilador e com um gasto de

energia. A seguir, apresenta-se, Na Figura 5, a configuração da máxima convergência

à jusante no plano da vena-contracta, cuja seção é inferior à seção do duto.

Figura 5 – Configuração da máxima convergência à jusante do plano da vena-contracta,

para um fluxo de ar entrando no duto. Fonte: Mesquita et al., 1988.

Page 60: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

58

2.6. Efeitos à Saúde

Em suas pesquisas, Wong e Huang (2004) observaram alguns sintomas em usuários

de ambientes internos que tem provavelmente como origem à ventilação natural,

antes atribuídas exclusivamente ao ar-condicionado, tais como: sensibilidade nos

olhos, obstrução nasal, coriza, infecção na pele, dor de cabeça, sonolência, chiado no

peito, gripe, entre outros, conforme a Figura 6.

Figura 6 – Porcentagens de ocorrência dos sintomas em usuários de edifícios doentes, em

função do ar-condicionado e da ventilação natural. Fonte: Wong e Huang., 2004.

Na Figura 6, observam-se as porcentagens de ocorrência dos sintomas em usuários

de edifícios doentes, em função do uso de ar-condicionado ou ventilação natural. Na

ventilação natural, os usuários reclamam principalmente dos seguintes sintomas:

lacrimejar excessivamente, chiado no peito, infecções na pele, dor de cabeça e

sonolência. No condicionamento do ar, os usuários reclamam principalmente dos

Page 61: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

59

sintomas: sensibilidade nos olhos, obstrução nasal, coriza, gripe, ressecamento da

pele e rouquidão.

Segundo os autores citados, as porcentagens em que os sintomas não aparecem foram

de 49% para a ventilação natural e 18% para o condicionamento de ar, atribuindo

esse fato ao aumento da concentração de poluente no ar, como os aerodispersóides,

os compostos orgânicos voláteis, o monóxido de carbono, entre outros.

2.6.1. Toxicidade

Toxicidade é a capacidade de uma substância química produzir um efeito nocivo

quando interage com um organismo vivo. A toxicidade de uma substância depende

da dose e/ou do sistema biológico de cada um. O dano é produzido em resposta a

toxicidade de uma substância.

O modelo de dose-resposta é um modelo logístico, ou seja, um conjunto de

atividades relacionadas com a conservação do potencial humano, através de medidas

preventivas e de recuperação. Em Toxicologia, este modelo é freqüentemente

utilizado no estudo do comportamento de determinadas substâncias químicas,

segundo a dose aplicada.

Em suas pesquisas, Tse et al. (2004) observaram que as concentrações de

aerodispersóides menores que 2,5 µm e 10 µm, para o ambiente interno e externo,

apresentaram relação com o número de casos de internação hospitalar, taxa de

mortalidade e restrição das atividade diárias. Os principais efeitos devido à

concentração de materiais particulados (MP10 e MP2,5), segundo esses autores, são as

pneumonias, a obstrução crônica dos pulmões e a isquemia do coração.

Na Tabela 4, identificam-se os coeficientes de dose-resposta para os casos de

internação hospitalar, taxa de mortalidade e restrição das atividades diárias devido à

concentração de material particulado (MP10 e MP2,5).

Page 62: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

60

Tabela 4 – Coeficientes de dose-resposta para os efeitos devido à concentração de material particulado (MP10 e MP2,5). Fonte: Tse et al, 2004.

Referência Localização Poluentes Coeficiente de dose-resposta (n°

de casos/µµµµg.m-³)

Internações

Burnett et al. (1999)

Wong et al. (1999)

Canadá

Hong Kong

MP10

MP2,5

MP10

MP2,5

0,019

0,033

Sistema Circulatório

0,004 (todas as idades)

Sistema Respiratório

0,006 (todas as idades)

Sistema Circulatório

0,002 (entre 15 e 64 anos)

0,004 (outros)

Sistema Respiratório

0,004 (entre 15 e 64 anos)

0,01 (outros)

Mortalidade

Ostro (1994)

Chock et al. (2000)

Schwartz et al. (1996)

Hoek et al. (2000)

Schwatz et al. (1996)

Cifuentees et al. (2000)

Borja-Aburto et al. (1998)

Indonésia

USA

USA

Holanda

USA

Chile

México

MP10

MP10

MP10

MP10

MP2,5

MP2,5

MP2,5

0,0000672

0,0056

0,0015 (média de dois dias)

0,0008 (todos os casos de doenças)

Sistema Circulatório

0,015

Pneumonia

0,0167

Obstrução crônica dos pulmões

0,0096

0,008

Isquemia do coração

0,021

Obstrução crônica dos pulmões

0,033

Pneumonia

0,04

0,000124

0,0013

Restrição de atividades diária

Ostro and Rothschild (1989)

Ostro (1994)

USA

Indonésia

MP10

MP2,5

0,0475

0,0303

0,0213

0,076

0,048

0,034

Page 63: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

61

Chao e Wong (2002), identificaram dezessete elementos inorgânicos na composição

dos MP2,5, sendo considerados tóxicos para os usuários de um ambiente externo e

interno, conforme Figura 7.

Figura 7 – Concentração em massa para os 17 elementos inorgânicos presentes nos

materiais particulados (MP2,5), em ambientes interno e externo. Fonte: Chao e Wong. (2002).

Na Figura 7, os autores citados, observaram que as concentrações em massa

presentes nos MP2,5 ficaram entre: 3,7x10-3 µg/m³ e 2,6x10-3 µg/m³ para o enxofre, o

potássio e o silício, 2,5x10-3 µg/m³ e 1,4x10-3 µg/m³ para o alumínio, o cálcio, o

cloro, o ferro, chumbo, o magnésio, o sódio e o zinco, 1,3x10-3 µg/m³ e 0,7x10-3

µg/m³ para o bromo, o cobre, o manganês, o titânio e o vanádio, e menor que 0,6x10-

3 µg/m³ para o níquel.

A seguir, na Figura 8, segundo os mesmos autores, apresentam-se as concentrações

em massa para os dezessete elementos inorgânicos presentes nos MP10 em ambientes

internos e externos.

Page 64: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

62

Figura 8 – Concentração em massa para os 17 elementos inorgânicos presentes nos

aerodispersóides (MP10), em ambientes interno e externo. Fonte: Chao e Wong. (2002).

Na Figura 8, os autores citados, observaram que as concentrações em massa

presentes nos MP2,5 ficaram entre: 3,7x10-3 µg/m³ e 2,8x10-3 µg/m³ para o alumínio,

o cálcio, o cloro, o ferro, o potássio, o silício, o sódio e o enxofre, 2,7x10-3 µg/m³ e

1,6x10-3 µg/m³ para o chumbo, o magnésio, o titânio e o zinco, 1,5x10-3 µg/m³ e

0,4x10-3 µg/m³ para o bromo, o cobre, o manganês e o vanádio, e menor que 0,3x10-3

µg/m³ para o níquel.

As doenças pulmonares de origem ocupacional são causadas pela inalação de

partículas, névoas, vapores ou gases nocivos nos ambientes internos. O local exato

das vias aéreas ou dos pulmões onde a substância inalada irá se depositar e o tipo de

doença pulmonar que irá ocorrer dependerão do tamanho e do tipo das partículas

inaladas. As partículas grossas (entre 2,5 µm e 10 µm) podem ficar retidas nas

narinas ou nas grandes vias aéreas, mas as finas (entre 0,1 µm e 2,5 µm) atingem os

pulmões, conforme Tse et al. (2004).

Page 65: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

63

A seguir, apresentam-se, na Figura 9, as frações das partículas que podem atingir as

vias aéreas superiores, a caixa torácica e a região de troca de gases (alvéolos).

Figura 9 – Classificação dos aerodispersóides quanto ao tamanho e ao local de penetração no pulmão. Fonte: Santos, 2005.

Quando atingem esses órgãos, algumas partículas se dissolvem e podem passar para

a corrente sangüínea. A maioria das partículas sólidas que não se dissolvem são

removidas pelas defesas do organismo. O corpo possui vários meios para eliminar as

partículas aspiradas. Nas vias aéreas, o muco recobre as partículas de modo que a sua

expulsão por meio da tosse seja mais fácil.

Nos pulmões, existem células removedoras (denominadas fagócitos) que “engolem”

a maioria das partículas, tornando-as inofensivas, conforme Figura 10. Tipos

diferentes de partícula produzem reações distintas no organismo. Algumas partículas

podem causar reações alérgicas, como a febre do feno ou um tipo de asma.

������ �������������������������

��� �����������

������������������������������������

���������

�� µ�

���������

��� µ�

���������

�� µ�

Page 66: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

64

Figura 10 – Detalhe do funcionamento do pulmão para partículas maiores que 1,0 µµµµm.

Fonte: TSI, 2003.

Os alvéolos funcionam como porta de entrada entre as partículas e o organismo,

podendo provocar doenças gravíssimas. As partículas menores que 1,0 µm tendem a

penetrar nos alvéolos e a chegar ao sangue mais rapidamente, como mostradas na

Figura 11.

Figura 11 – Detalhe do funcionamento do pulmão para partículas menores que 1,0 µµµµm.

Fonte: TSI, 2003.

Page 67: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

65

2.7. Legislação

2.7.1. Ambiente externo

A Lei Federal n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõe sobre a Política Nacional do

Meio Ambiente no Brasil. Esta lei foi regulamentada em 1° de junho de 1983 pelo

Decreto Federal n° 88.351, que conferiu ao Ministro de Estado do Interior a

coordenação geral da política nacional do meio ambiente. Em 15 de março de 1985

foi criado o Ministério de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.

O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) tem como órgão superior o

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), cujo Regimento inicial foi

alterado em 3 de junho de 1985. Cabe ao CONAMA, entre outras atribuições, a

seguinte:

• Estabelecer, com o apoio técnico da Secretaria Especial do Meio Ambiente

(SEMA2), normas e critérios gerais para o licenciamento das atividades

efetiva ou potencialmente poluidoras.

• Determinar, quando julgar necessário, antes ou após o respectivo

licenciamento, a realização de estudo das alternativas e das possíveis

conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados de grande porte.

• Estabelecer, com base em estudos da SEMA, normas, critérios e padrões

relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente.

Cabe aos Estados e Municípios a regionalização das medidas emanadas do

SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares.

O órgão estadual do meio ambiente no Estado de São Paulo é a Secretaria do Meio

Ambiente (SMA), tendo a CETESB como órgão controlador. A função destes órgãos

é determinar, quando necessário, a redução das atividades geradoras de poluição,

2 Atualmente Ministério do Meio Ambiente

Page 68: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

66

mantendo as emissões gasosas ou efluentes líquidos e resíduos sólidos nas condições

e limites no licenciamento concedido.

O Decreto citado prevê multas a “quem causar poluição atmosférica que provoque a

retirada, ainda que momentânea, dos habitantes de um quarteirão urbano ou

localidade equivalente".

A resolução CONAMA n° 3 de 28 de Junho de 1990 fixou padrões de qualidade do

ar externo para Partículas Totais em Suspensão, Fumaça, Partículas Inaláveis,

Dióxido de Enxofre, Monóxido de Carbono, Dióxido de Nitrogênio e Ozônio. Nesta

resolução, os padrões primários de qualidade do ar definidos como sendo as

concentrações de poluente que, se ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população

e o mínimo efeito ao meio ambiente. Estes padrões poderiam ser extrapolados para

interiores, pois se considera inclusive a exposição continuada de pessoas sensíveis,

como crianças e idosos, porém o escopo desta resolução é para poluentes da

atmosfera externa.

2.7.2. Ambiente interno

A Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990, art. 6°, do Código de Defesa do

Consumidor, estabelece que são direitos básicos do consumidor a proteção da vida,

da saúde e da segurança contra os riscos provocados pelo fornecimento de produtos e

serviços perigosos ou nocivos. No art. 12 do mesmo código, determina-se que o

construtor, nacional ou estrangeiro, responde, independentemente da existência de

culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes

de projeto, construção e montagem, bem como por informações insuficientes ou

inadequadas sobre sua utilização e riscos. Assim como, no art. 56 as infrações das

normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, à multa, à

inutilização do produto, à cassação do registro do produto junto ao órgão

competente, à detenção de seis meses a dois anos, entre outras.

Page 69: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

67

O MS, para sanar a falta de legislação referente à poluição do ar de interiores,

publicou a portaria n° 3523 de 28 de agosto de 1998, mostrada no Anexo B, referente

à qualidade do ar de interiores climatizados, definindo, no art. 2°, que seria

confeccionado um Regulamento Técnico, o qual estabeleceria padrões de qualidade

do ar interno para ambientes climatizados.

Esta portaria define o que é Síndrome dos Edifícios Doentes, como sendo o

surgimento de sintomas comuns à população em geral, mas que em uma situação

temporal, pode ser relacionado a um edifício em particular. A portaria aplica-se ainda

aos ambientes climatizados de uso coletivo já existentes e aqueles a serem

executados, de forma complementar, aos regidos por normas específicas. Para os

ambientes climatizados com exigência de filtros absolutos ou instalações especiais,

tais como aquelas que atendem a processos produtivos, instalações hospitalares e

outros, aplicam-se as normas e regulamento específicos, sem prejuízo do disposto

desta portaria, no que couber.

Os proprietários, locatários e prepostos, responsáveis por sistemas de climatização

com capacidade acima de 5 TR (15.000 kcal/h = 60.000 BTU/h), deverão manter um

responsável técnico habilitado, com as seguintes atribuições:

1. Implantar e manter disponível no imóvel um Plano de Manutenção,

Operação e Controle (PMOC), adotado para o sistema de climatização.

2. Garantir a aplicação do PMOC.

3. Manter disponível o registro da execução dos procedimentos estabelecidos

no PMOC.

4. Divulgar os procedimentos e resultados das atividades de manutenção,

operação e controle aos ocupantes.

O não cumprimento desta portaria configura infração sanitária, sujeitando o

proprietário ou o locatário do imóvel ou o preposto, bem como o responsável técnico,

quando exigido, às penalidades previstas na Lei n° 6.437, de 20 de agosto de 1977,

sem prejuízo de outras penalidades previstas em legislação específica.

Page 70: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

68

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), definida pela Lei n° 9782,

de 26 de janeiro de 1999, tem por finalidade regulamentar, controlar e fiscalizar os

produtos e serviços que envolvam riscos à saúde da população. Os produtos e

serviços são submetidos ao controle da vigilância sanitária (Vigilâncias Sanitárias

Estaduais e Municipais e ANVISA) inclusive dos ambientes, dos insumos e das

tecnologias a eles relacionadas.

Em 24 de outubro de 2000, conforme previsto na portaria n° 3523, o Ministério da

Saúde, por meio da ANVISA, publicou a resolução n° 176, a qual contou com a

colaboração de associações, institutos, faculdades, fundações, além do Ministério do

Meio Ambiente e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). A resolução n°

176 foi revisada e atualizada com dados adquiridos em dois anos de experiência e

publicou no Diário Oficial da União em 20 de Janeiro de 2003 a resolução n° 9 (RE

n°9), de 16 de Janeiro de 2003, mostrada no Anexo A.

Esta resolução compreende orientações técnicas sobre Padrões Referenciais de

Qualidade do Ar Interior em ambientes climatizados artificialmente, de uso público e

coletivo, valores máximos recomendáveis para contaminação biológica, química e

parâmetros físicos do ar interno, tendo o limite da concentração de aerodispersóides

totais de 80 µg/m³. A resolução prevê ainda métodos analíticos e recomendações

para controle e correção, caso os padrões de ar forem considerados regulares ou

ruins.

Quanto à identificação das fontes poluição, foram definidas quatro Normas Técnicas:

• NT 001 – Método de amostragem e análise de bioaerosol em ambientes

interiores.

• NT 002 – Método de amostragem e análise da concentração de dióxido de

carbono em ambientes interiores.

• NT 003 – Método de amostragem. Determinação de temperatura, umidade e

velocidade do ar em ambientes interiores.

Page 71: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

69

• NT 004 – Método de amostragem e análise de concentração de

aerodispersóides em ambientes interiores.

2.7.3. Padrões de concentração em massa

Na tabela 5, identificam-se valores de referência para a concentração em massa de

PM10 em diferentes países e organizações.

Tabela 5 – Valores de referência para concentração em massa de PM10. Fontes: Tse et al (2004) e CETESB (2004).

Países e organizações Valores de referência

Hong Kong

EPD HK (ambiente externo)

GN (ambiente interno, 8 horas)

Singapura

Ministério do Meio Ambiente (ambiente externo)

Tailândia

(ambiente externo)

Inglaterra

(ambiente externo)

USA

EPA (ambiente externo)

Brasil

CETESB (ambiente externo)

ANVISA (ambiente interno)

55 µg/m³ (anual)

180 µg/m³ (8 horas)

20 µg/m³ (nível 1)

180 µg/m³ (nível 2)

50 µg/m³ (anual)

150 µg/m³ (24 horas)

50 µg/m³ (anual)

120 µg/m³ (24 horas)

50 µg/m³ (24 horas), não exceder mais do que 35

vezes por ano

40 µg/m³ (anual)

50 µg/m³ (anual)

150 µg/m³ (24 horas)

50 µg/m³ (anual)

150 µg/m³ (24 horas)

80 µg/m³

Page 72: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

70

CAPÍTULO

MATERIAIS E MÉTODOS

Page 73: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

71

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Revisão dos Métodos de Amostragem para Aerodispersóides

Na seqüência, são descritos os principais métodos de amostragem para

aerodispersóides em ambientes internos, citados por Cohn (2003). Estes métodos

podem ser empregados para avaliar a concentração em massa ou em número de

partículas suspensas no ar. Em razão dos objetivos definidos para a amostragem,

podem ser utilizados desde métodos mais simples, por exemplo, medidas de massa

total em suspensão e fumaça preta, até métodos mais sofisticados, por exemplo, a

coleta de partículas por fração de tamanho para subseqüente caracterização física e

química.

3.1.1. Métodos de amostragem da concentração em massa

3.1.1.1. Método do amostrador de grande volume por gravimetria

O método do amostrador de grande volume funciona por meio de sucção do ar

através de um filtro, sendo o filtro, geralmente, composto por fibra de vidro ou outro

material relativamente inerte, não higroscópico e que apresente baixa resistência à

passagem de ar. As dimensões do orifício de entrada do amostrador (porta filtro)

medem cerca de 25 x 30 cm. As dimensões do filtro são de 20,3 x 25,4 cm. O cálculo

da massa de aerodispersóide coletado é determinado por gravimetria. A massa é

obtida em uma balança eletrônica analítica, com sensibilidade de 0,1 mg. A taxa de

fluxo de ar succionado é de 1,1 m³/ min a 1,7 m³/min (≈ 2000 m³/dia). O dispositivo

indicador de fluxo de ar é calibrado utilizando-se um calibrador padrão de vazão

(CPV).

O filtro é pesado antes e depois da amostragem em uma balança sob condições

especiais de temperatura e umidade, com intuito de determinar a massa líquida do

material particulado coletado. Antes de cada pesagem, o filtro é pré-condicionado

Page 74: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

72

por pelo menos 24 horas em dessecadores. A concentração em massa de

aerodispersóide é calculada pelo quociente entre a massa de particulado e o volume

total de ar amostrado. O sistema gravimétrico manual é muito trabalhoso.

O método se aplica para medições de concentração em massa de aerodispersóide

com tempo de coleta de 24 horas, com níveis acima de 1-5 µg/m³ e partículas com

tamanho entre 0,3 e 100 µm.

3.1.1.2. Método do amostrador por radiometria / Atenuação ββββ

Na medição de aerodispersóide com amostrador por atenuação da radiação β, um

fluxo de ar é succionado isocineticamente através de um conduto no interior do

equipamento de medição. O aerodispersóide contido nesse fluxo de ar é depositado

sobre um filtro de papel em forma de fita, sendo em seguida bombardeado por uma

fonte de radiação β. A atenuação dos raios-β devido à massa de particulado existente

no filtro é utilizada como uma medida indireta de concentração de massa. Após um

período pré-determinado, a fita é deslocada automaticamente e uma nova massa de

material particulado é coletada. A concentração de aerodispersóide é determinada

pelo valor máximo de armazenamento do equipamento.

Os equipamentos de medição baseados nesse princípio são controlados por

microprocessadores e denominados de monitores de atenuação de partículas-beta. A

absorção-β por unidade de massa depende da razão entre o número e a massa

atômica dos elementos presentes na amostra. Esta razão varia entre 0,44 e 0,53 para

todos os elementos (exceto H2 e Pb).

3.1.1.3. Método do amostrador por refletância / Black Smoke

A determinação da concentração de aerodispersóide pelo amostrador por refletância

é obtida pela análise do escurecimento (opacidade) de um filtro carregado de

Page 75: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

73

partículas, que é interpretada como uma medição do carbono grafítico total contido

nos sistemas de aerodispersóides do ambiente.

A análise do escurecimento é determinada pela comparação da refletância da luz de

um filtro não carregado (R0) e de um filtro carregado (R). A luz refletida passa duas

vezes pela camada de partículas depositadas no filtro, ou seja: Ln (R/ R0) = 2 Ln

(I/I0), onde I0 é a intensidade de luz incidente e I é a intensidade de luz transmitida

através da camada de partículas na ausência hipotética do filtro.

Na prática, as partículas penetram até certo ponto, dependendo do tipo de filtro e

velocidade do fluxo de ar. Isso produz um aumento da reflexão e um decrécimo da

transmissão.

3.1.1.4. Método do amostrador por nefelometria / espalhamento de luz

A determinação da concentração de aerodispersóide se dá por meio da análise do

feixe de luz espalhado, sendo a quantidade de luz espalhada uma função do número e

do tamanho das partículas no volume de ar medido. Quando um feixe de luz

atravessa um determinado volume de ar carregado de aerodispersóides, esse feixe de

luz incidente é simultaneamente atenuado e espalhado por essas partículas.

O fenômeno de espalhamento de luz é determinado pela não absorbância das

partículas do ambiente, especialmente dos aerodispersóides secundários (sulfatos +

amônia + nitratos). A conversão dos valores obtidos do espalhamento de luz para

valores de concentração em massa se realiza da mesma forma que na técnica de

refletância.

A técnica de espalhamento de luz é aplicada quando se deseja medir aerodispersóides

entre 0,1 e 10 µm.

Page 76: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

74

3.1.2. Métodos de amostragem da concentração em número de partículas

3.1.2.1. Método de amostragem para contador ótico

O método de amostragem para contador ótico se dá pela passagem do ar através de

uma membrana filtrante, utilizando-se vácuo. O fluxo é controlado por um orifício

limitante ou por um fluxômetro, assim, o volume total de ar amostrado é determinado

pelo tempo de amostragem. A membrana filtrante é em seguida examinada

microscopicamente para determinar o número de partículas coletadas na amostra de

ar.

A precisão e a exatidão deste método estão sujeitas aos erros humanos e mecânicos.

Para reduzir o erro humano, os técnicos devem ser treinados em microscopia e em

medição e contagem de partículas. Técnicos experientes têm mais chances de

detectar deficiência no equipamento, reduzindo assim a possibilidade de erro.

Amostras-padrão podem ser obtidas ou preparadas para uso em treinamento dos

técnicos na contagem e medição de aerodispersóide.

A técnica de amostragem para contador ótico é aplicada quando se deseja medir

aerodispersóides maiores que 5 µm.

3.1.2.2. Método de amostragem para contador de núcleo de condensação

Os elementos que constituem o sistema de contador de núcleo de condensação são:

uma sonda amostradora com bordas internas afiadas, um tubo de passagem de ar,

uma câmara de detecção e medição de aerodispersóide, um sistema de medição ou

controle do fluxo de ar e um sistema de exaustão do ar. O dispositivo de indução de

fluxo de ar pode ser uma bomba de vácuo. Para atingir a característica de corte

necessária à verificação do ar, pode-se colocar um dispositivo de corte de tamanho,

na entrada da sonda.

Page 77: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

75

O equipamento emprega a condensação das partículas, por meio do vapor de álcool.

Esta condensação tem a função de aumentar o tamanho dos aerodispersóides, para

serem contados pela câmara de detecção.

O método de amostragem para contador de núcleo de condensação mede a

concentração em número de aerodispersóide entre 1 e 0,02 µm.

3.2. Equipamentos utilizados na pesquisa

Para a seleção ou escolha dos equipamentos, foi considerado o menor diâmetro

detectável das partículas, pois as Partículas Suspensas Respiráveis (PSR) são 70-80%

formadas por partículas menores que 2 µm, de acordo com estudos de Zheng et al.

(2000). Desse modo, os equipamentos deveriam detectar principalmente partículas

finas e ultrafinas.

Os equipamentos além de medir a concentração de aerodispersóides nos vários

tamanhos, deveriam também atender as seguintes características:

• Dimensões reduzidas, facilitando o seu transporte.

• Fonte de energia própria, funcionando com autonomia.

• Medições contínuas, estabelecendo relações com o tempo.

• Data logging, armazenando os dados.

3.2.1. Monitor Dust-Trak para aerossóis (modelo 8520)

Um dos equipamentos adquiridos pela Universidade de São Paulo, em junho de

2005, para o LabESPUSP, foi o Dust Trak Aerosol Monitor (modelo 8520),

fabricado pela empresa Thermo-Systems Incorporated - TSI. Este equipamento mede

a concentração em massa de aerodispersóides finos e grossos, entre 0,1 e 10 µm,

além de atender todas as exigências desta pesquisa.

Page 78: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

76

O monitor de aerodispersóides mencionado utiliza o método de amostragem por

nefelometria ou espalhamento de luz. Para este método, o equipamento mede a

concentração em massa de aerodispersóide por amostras de ar e pela análise do feixe

de luz espalhado em função do número e do tamanho das partículas no volume de ar

medido. A conversão dos valores obtidos do espalhamento de luz para valores de

concentração em massa se realiza pela comparação da refletância da luz de uma

amostra de ar não carregada com aerodispersóide (R0) e de uma amostra carregada

(R). A luz refletida passa duas vezes pela camada das partículas, ou seja: Ln (R/ R0) =

2 Ln (I/I0), onde I0 é a intensidade de luz incidente e I é a intensidade de luz

transmitida através da camada de partículas, resultando em massa por volume de ar

medido (µg/m³).

A seguir, na Figura 12, apresenta-se uma comparação entre o método de

espalhamento de luz (Dust Trak) e o método de amostragem de grande volume por

gravimetria (Hi-Vol Sampler), segundo Guo et al. (2004).

Figura 12 – Comparação entre o método de espalhamento de luz (Dust-Trak) e de

amostrador de grande volume (Hi-Vol Sampler). Fonte: Guo et al. (2004)

Segundo os autores citados, o método de espalhamento de luz apresenta alta

correlação com o método de amostragem de grande volume por gravimetria. O

coeficiente R2 é maior que 0,97. A calibração indicou que a concentração em massa,

obtida pelo monitor Dust Trak, se aproxima daquela obtida pelo amostrador de

grande volume.

Page 79: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

77

Os principais componentes do equipamento Dust Track Aerosol Monitor, bem como

a validação do método de medição, a calibragem dos equipamentos, entre outras

informações, são apresentados no Anexo C.

3.2.2. Contador de partículas ultrafinas P-Trak (modelo 8525)

Um outro equipamento adquirido pela Universidade de São Paulo, para o

LabESPUSP, foi o P-Trak Ultrafine Particle Counter (modelo 8525), fabricado pela

mesma empresa TSI Inc. Este equipamento mede a concentração em número de

aerodispersóides finos e ultrafinos, entre 0,02 e 1 µm, além de atender todas as

exigências desta pesquisa.

O contador de partículas utilizado mede a concentração em número de

aerodispersóides pelo método de amostragem de contador por núcleo de

condensação. Para este método o equipamento emprega a condensação das

partículas, por meio do vapor de álcool. A condensação tem a função de aumentar o

tamanho das partículas, para serem contadas pela câmara de detecção. A conversão

para concentração em número de partículas por volume de ar medido

(partículas/cm³) é realizada da mesma forma que na técnica de espalhamento de luz,

conforme equipamento anterior.

Os principais componentes do equipamento P-Trak Ultrafine Particle Counter, bem

como a validação do método de medição, entre outras informações, são apresentados

no Anexo C.

3.3. Metodologia da Pesquisa

O plano de desenvolvimento desta pesquisa foi dividido em duas fases. Em primeiro

lugar foram avaliadas a concentração de aerodispersóides, temperatura, umidade

relativa e características dos ambientes internos em edifícios residenciais e

Page 80: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

78

comerciais localizados na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Em seguida

fizeram-se as mesmas medições para cinco ambientes internos em um apartamento

localizado no Município de São Caetano do Sul, com o detalhamento das fontes.

3.3.1. Região de estudo

As medições no âmbito da qualidade do ar interno foram realizadas na RMSP, que

ocupa a Região Sudeste do Brasil, a 23°S e 46°W. De acordo com a CETESB

(2004), a RMSP possui uma área de 8.051 km², com uma população superior a 17

milhões de habitantes, distribuída em uma área urbanizada e de maneira desordenada

em 1.747 km² dessa área. A RMSP corresponde cerca de 0,1% do território brasileiro

e é o terceiro maior conglomerado do mundo, responsável por 1/6 do PIB nacional.

Segundo a CETESB (2004), a região sofre com a deterioração da qualidade do ar,

devida às emissões atmosféricas de cerca de 2.000 indústrias de alto potencial

poluidor e por uma frota de aproximadamente 7,8 milhões de veículos. Ainda de

acordo com as estimativas de 2004, essas fontes são responsáveis pelas emissões dos

seguintes poluentes na atmosférica: 1,7 milhões de t/ano de monóxido de carbono

(CO), 404 mil t/ano de hidrocarbonetos (HC), 371 mil t/ano de óxidos de nitrogênios

(NOx), 63 mil t/ano de material particulado total (MP) e 36 mil t/ano de óxido de

enxofre (SOx). Desses totais, os veículos são responsáveis por 98% das emissões de

CO, 97% de HC, 96% de NOx, 50% de MP e 55% de SOx.

O clima da RMSP pode ser dividido em duas estações predominantes: uma estação

chuvosa, que compreende o período de outubro a abril, e outra estação seca que vai

de maio a setembro. Durante o período chuvoso, as condições de dispersão dos

poluentes emitidos na atmosférica são favoráveis. No período seco, as condições de

dispersão são desfavoráveis, devido à formação dos anticiclones (sistemas de altas

pressões) subtropical e polar, influenciados pela inversão térmica.

Page 81: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

79

Além das características gerais observadas nas duas estações, a RMSP apresenta

ainda o processo de formação de ilha de calor. Este processo pode provocar algumas

mudanças no clima da região, tais como a diminuição de nevoeiros no centro da

cidade e diminuição da garoa típica que ocorria na região.

As normais climatológicas de 30 anos (1961-1990) do município de São Paulo, de

acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), igualmente apresentadas

no relatório da CETESB (2004), foram de: 19,3°C para a temperatura média, 1.455

mm para a precipitação total, 78% para a umidade relativa media, 1.733 horas e

décimos para a insolação total, e 7,2 para a nebulosidade média.

Observa-se, na Figura 13, a distribuição mensal do número de ultrapassagens do

padrão e do nível de atenção para aerodispersóides menores que 10 µm na RMSP.

Conforme a CETESB (2004), o maior número de ultrapassagens ocorre

preferencialmente nos meses de inverno, com ocorrência de nível de atenção no mês

de agosto.

Figura 13 – Número de ultrapassagens do padrão e do nível de atenção para

aerodispersóides menores que 10 µµµµm, por mês (1997 à 2004) na RMSP. Fonte: CETESB, 2004.

Page 82: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

80

Quanto à localização, as medições ocorreram em edifícios residenciais e comerciais

nas cidades de Santo André, São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo e São

Paulo, entre julho de 2005 e janeiro de 2006. Os locais foram escolhidos de acordo

com os sistemas prediais existentes, a fim de diversificar as amostras.

Os ambientes selecionados foram agrupados em edifícios com sistema de ventilação

natural e com sistema de condicionamento de ar, exceto para a clínica médica que

apresentou sistema de ventilação natural, como mostrado na Tabela 6.

Tabela 6 – Características e localização dos edifícios analisados.

Municípios/ Categorias Residencial (Ventilação Natural) Comercial (Condicionamento de Ar)

Santo André - Loja de Supermercado (V. Homero Thon)

São Bernardo do Campo Residência 1 (J. M. Adelaide)

Residência 2 (J. M. Adelaide)

Clínica Médica 1* (V. Euclides)

Clínica Médica 2* (V. Euclides)

São Caetano do Sul Apartamento 1 (S. Paula)

Apartamento 2 (S. Paula)

-

São Paulo Residência 3 (Campo Belo)

Residência 4 (V. Bela)

Apartamento 3 (Butantã)

Apartamento 4 (Butantã)

Apartamento 5 (Butantã)

Apartamento 6 (V. Mariana)

Escritório 1 (Pinheiros)

Escritório 2 (Pinheiros)

Escritório 3 (Pinheiros)

Escritório 4 (Sumaré)

Escritório 5 (Sumaré)

Sala de Aula 1 (Butantã)

Sala de Aula 2 (V. Mariana)

Sala de Laboratório 1 (Butantã)

Sala de Laboratório 2 (Butantã) *Ventilação natural

3.3.2. Procedimentos de medição

Os pontos de medição, segundo NBR 13.700/1996, podem ser reduzidos

significativamente usando o plano de amostragem seqüencial. Na amostragem

seqüencial, a concentração em massa ou em número de aerodispersóides é

comparada a cada instante com o valor de referência normalizado para a

concentração limite, o qual será função da quantidade de amostragem realizada.

Page 83: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

81

Segundo a NT 004 – Método de Amostragem e Análise de Concentração de

Aerodispersóides em Ambientes Interiores (ANVISA, 2003), mostrada no Anexo A,

a quantidade de pontos de medição pode ser igual a um, para os primeiros mil metros

quadrados de área construída.

Nesta pesquisa e durante as duas fases, foram realizadas as medições em um ponto a

cada ambiente analisado, alterando o período de amostragem em horas, dependendo

do tipo de equipamento utilizado e da necessidade de pesquisar um ambiente com

mais detalhe, conforme será explicado adiante. Quanto ao intervalo seqüencial, os

equipamentos foram programados para coletar a concentração de aerodispersóides a

cada minuto.

3.3.2.1. Programa experimental de campo (1ª fase)

A metodologia foi medir a concentração em massa e em número para um ponto com

amostragem seqüencial em edifícios residenciais e comerciais localizados na RMSP,

bem como coletar a temperatura, a umidade relativa e as características destes

ambientes. As temperaturas e as umidades relativas internas foram medidas por meio

de leitura direta.

Para as temperaturas e umidades relativas internas, os dados foram obtidos no início

e no fim de cada medição. Os dados de concentração, apesar de serem coletados em

amostragens seqüenciais a cada minuto, foram obtidos durante vinte e quatro horas,

para o Dust Trak Aerosol Monitor e até oito horas, para o P-Trak Ultrafine Particle

Counter.

As características observadas em cada ambiente foram: aberturas de portas e de

janelas, presença de fumaça e móveis de madeira ou compensado. Se por algum

motivo, estas características ocorressem durante as medições, então eram observadas

e anotadas no final de cada amostragem.

Page 84: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

82

A quantidade de pontos de medição foi reduzida a um em cada edifício residencial

ou comercial analisado, igualmente mencionado. O ponto de medição apresentou as

mesmas características em todas as medições, ou seja, os equipamentos foram

localizados no centro do ambiente e as atividades dos usuários ocorreram no período

diurno.

Em cada ponto medido, observou-se a existência ou não de ar-condicionado. Para

esta característica, todos os edifícios residenciais apresentaram ventilação natural e

todos os edifícios comerciais apresentaram condicionamento de ar, exceto as clínicas

médicas com ventilação natural.

3.3.2.2. Programa experimental de campo (2ª fase)

A metodologia foi medir a concentração, a temperatura e a umidade relativa,

associando-se aos eventos de pintura, reforma, limpeza, cozimento, entre outros,

através das variáveis medidas e do controle das aberturas, porta e janela. As

medições foram realizadas a cada minuto, durante vinte e quatro horas, e os valores

de temperatura e de umidade foram obtidos a cada hora. Os ambientes medidos

foram a cozinha, área de serviço, sala de estar, dormitório e banheiro. A rotina desse

ensaio foi repetida somente na cozinha, na sala de estar e no banheiro, a fim de

confirmar algumas suspeitas.

O ensaio foi realizado em um apartamento no Município de São Caetano do Sul, na

RMSP. Os ambientes medidos foram selecionados de acordo com as fontes internas

de poluição de aerodispersóides, dentre elas: o cozimento, a limpeza, a reforma, além

de outras atividades realizadas pelos usuários durante as medições. O objetivo desta

fase foi detalhar as fontes por meio das concentrações e das atividades domésticas

ocupacionais observadas. Cabe salientar, que não foi notada a presença de fumaça de

cigarro nos sete dias analisados.

Page 85: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

83

Quanto à caracterização do edifício, o mesmo foi construído em concreto armado,

contendo janelas de alumínio, portas de madeira, pisos e azulejos de cerâmica, exceto

no hall de entrada e social com piso de granito. As obras do edifício foram

finalizadas em 1988, tendo aspecto geral conservado. O apartamento analisado foi

pintado em julho de 2005. O edifício apresenta 15 andares, com dois apartamentos a

cada andares, sendo o apartamento no 12° andar.

Antes do evento, as portas e as janelas foram fechadas para o total controle das

características internas, porém durante as medições as mesmas foram abertas.

Durante os eventos, foram obtidas as concentrações de aerodispersóides,

temperatura, umidade relativa, aberturas de portas e janelas, além de um croqui do

ambiente interno, posicionando os equipamentos e os móveis.

Os equipamentos utilizados na pesquisa permaneceram ligados entre 0h00 e 23h30 e

desligados durante trinta minutos entre 23h30 e 0h00. Para o equipamento P-Trak

Ultrafine Particle Counter, durante este período de medição, a cápsula para o álcool,

que faz a condensação das partículas, foi abastecida a cada oito horas, durante um

intervalo de vinte minutos, com o equipamento desligado. O intervalo de trinta

minutos, que os equipamentos estavam desligados, ocorreram os seguintes

procedimentos: calibragem, obtenção dos dados, programação das novas medições e

abastecimento da cápsula para o álcool. Os valores obtidos pelos equipamentos

foram automaticamente gravados no próprio equipamento por meio de data logger.

Nos próximos itens, apresentam-se os procedimentos realizados nos ambientes do

apartamento:

3.3.2.2.1. Cozinha

A medição na cozinha foi realizada nos dias 12 e 17 de janeiro de 2006, tendo início

à 0h00 e término às 23h30. Antes da medição, as janelas e as portas foram fechadas,

Page 86: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

84

minimizando as trocas de ar externo. Para localizar as portas, as janelas, a mobília e

os equipamentos apresenta-se , na Figura 14, o croqui da cozinha.

CozinhaCopa

J1 (1

.00x

2.75

)

J2 (0

.50x

2.30

)

P1 (0.80x2.20) P2

(0.6

0x2.

20)

P3

(0.8

0x2.

20)

Desenho sem escala

Legenda:Equipamentos

7.552.

90

1.00

3.83

Figura 14 – Croqui da cozinha, com o posicionamento das portas, das janelas, da mobília e

dos equipamentos.

No dia 12 de janeiro de 2006, não houve atividade dos usuários entre 0h00 e 8h00.

Entre 8h01 e 9h00, eles estavam preparando e tomando café da manhã. Entre 9h01 e

9h30, a lava-louça foi ligada. Às 11h00, começou a fazer o almoço, ascendendo o

forno do fogão a gás para assar carne, e entre 13h00 e 14h00, acendeu um dos

queimadores do fogão a gás para fritar carne. O cozimento no forno terminou às

14h10. Entre 14h11 e 16h00, realizou-se a limpeza na cozinha. Entre 18h00 e 19h40,

os usuários ocuparam o ambiente para jantar.

Nos eventos descritos anteriormente, as janelas e as portas somente foram abertas

durante o cozimento. Entre 11h00 e 11h29, todas as portas e as janelas estavam

fechadas. Às 11h30, a janela 1 (J1) foi aberta. Às 11h40, abriu-se as janelas 1 e 2 (J1

e J2). Às 11h50, as janelas 1 e 2 (J1 e J2) permaneceram abertas e ligou-se o

exaustor. Entre 12h00 e 12h29, as janelas 1 e 2 (J1 e J2) permaneceram abertas, o

exaustor ligado e a porta 3 (P3) aberta. Entre 12h30 e 14h10, as janelas 1 e 2 (J1 e

J2), e também a porta 3 (P3) permaneceram na mesma posição das 12h00.

Page 87: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

85

No dia 17 de janeiro de 2006, não houve atividade do usuário entre 0h00 e 8h20.

Entre 8h21 e 8h40, eles estavam preparando e tomando café da manhã. Entre 8h41 e

8h55, a lava-louça foi ligada. Entre 11h00 e 12h40, começou a fazer o almoço,

acendendo o forno do fogão a gás para assar carne e o fogão para fritar carne, às

12h10, terminou-se a fritura. Entre 13h00 e 13h20, realizou-se a limpeza na cozinha.

Entre 16h00 e 16h20, os usuários ocuparam o ambiente para tomar café da tarde.

Entre 19h15 e 19h40, realizou-se o jantar.

Nos eventos descritos anteriormente, as janelas e as portas somente foram abertas

durante o cozimento. Entre 11h00 e 11h29, todas as portas e as janelas estavam

fechadas. Às 11h30, a janela 1 (J1) foi aberta. Às 11h40, abriram-se as janelas 1 e 2

(J1 e J2). Às 11h50, as janelas 1 e 2 (J1 e J2) permaneceram abertas e ligou-se o

exaustor. Entre 12h00 e 12h10, as janelas 1 e 2 (J1 e J2) permaneceram abertas, o

exaustor ligado e a porta 3 (P3) aberta. Entre 12h11 e 12h20, as janelas 1 e 2 (J1 e

J2) e a porta 3 (P3) permaneceram na mesma posição das 12h00. Entre 12h21 e

12h40, somente a janela 1 (J1) ficou aberta.

3.3.2.2.2. Sala

A medição de concentração, temperatura e umidade relativa na sala foram realizadas

nos dias 13 e 18 de janeiro de 2006, iniciando à 0h00 e finalizando às 23h30. Nos

minutos que antecedem a medição, as janelas e as portas foram fechadas,

minimizando as trocas de ar externo. Para localizar as portas, as janelas, a mobília e

os equipamentos, na Figura 15, apresenta-se o croqui da sala de estar, sala de jantar,

hall social e hall de entrada.

Page 88: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

86

P4

(0.9

0x2.

20)

P3

(0.9

0x2.

20)

P2

(0.8

0x2.

20)

J1 (1.00x3.00) J2 (1.00x2.30) P1 (0.70x2.20)

P5

(0.8

0x2.

20)

J3 (2.20x2.30)

Hall Social Hall deEntrada

Equipamentos

Legenda:Desenho sem escala

P6 (0.80x2.20)

3.10

4.90

8.40

1.50 2.551.75

1.90

4.90

Figura 15 – Croqui da sala de estar, sala de jantar, hall social e hall de entrada, com o

posicionamento dos equipamentos, das janelas, das portas e da mobília.

No dia 13 de janeiro de 2006, entre 0h00 e 1h00, os usuários ficaram assistindo

televisão na sala de estar. Entre 0h31 e 8h00, não houve atividade do usuário neste

ambiente. Entre 9h30 e 10h00, realizou-se a proteção do piso no hall social para

pintar as paredes do mesmo. Entre 10h01 e 11h20, as paredes foram lixadas. Entre

11h21 e 11h31, varreu-se o chão do hall social. Entre 13h31 e 14h00, os usuários

assistiram televisão na sala de estar. Entre 14h01 e 17h20, executou-se novamente a

pintura nas paredes do hall social. Entre 17h21 e 17h45, fez-se a limpeza do piso no

hall de entrada e no hall social. Entre 18h40 e 23h30, os usuários voltaram a assistir

televisão na sala de estar.

Nas atividades descritas anteriormente, as janelas e as porta somente foram abertas

durante a pintura, com exceção da porta 4 (P4), que permaneceu aberta durante toda

a amostragem. Entre 11h31 e 13h30, abriu-se a janela 3 (J3). Às 11h51, abriu-se a

janela 2 (J2). Às 12h31, abriu-se a janela 1 (J1). Entre 15h40 e 17h20, a janela 3 (J3)

ficou aberta. Às 16h01, abriu-se a janela 2 (J2). Às 16h31, a janela 1 (J1) foi aberta.

Page 89: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

87

No dia 18 de janeiro de 2006, entre 0h00 e 8h30, não houve atividade dos usuários

neste ambiente. Entre 8h31 e 10h30, eles estavam assistindo televisão. Entre 14h30 e

15h00, realizou-se a arrumação dos móveis para a limpeza na sala de estar, na sala de

jantar e no hall de entrada. Às 15h00, foi tirado pó dos móveis. Às 15h40, varreu-se

o chão das salas e do hall de entrada. Às 16h30, fez-se a limpeza do piso com pano

úmido. Entre 19h00 e 23h30, os usuários ficaram assistindo televisão na sala de

estar.

Nas atividades descritas anteriormente, todas as janelas e as portas permaneceram

fechadas durante a amostragem, com exceção da porta 4 (P4) que ficou aberta.

3.3.2.2.3. Área de serviço

Na área de serviço, a amostragem realizou-se no dia 14 de janeiro de 2006, iniciando

à 0h00 e finalizando às 23h30. Antes de começar as medições, as janelas e as portas

foram fechadas, minimizando as trocas de ar externo. Para localizar as portas, as

janelas, a mobília e os equipamentos, na Figura 16, apresenta-se o croqui da área de

serviço.

P3 (0.90x2.20) J2 (1.00x2.65)

P4 (0.70x2.20)

Desenho sem escala

Legenda:Equipamentos

J1 (0.50x2.30) P1 (0.90x2.20)P2 (0.80x2.20)

Aquecedor a gás

4.50

2.73

Figura 16 – Croqui da área de serviço, com o posicionamento dos equipamentos, das

janelas, das portas e da mobília.

Page 90: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

88

No dia 14 de janeiro de 2006, entre 0h00 e 8h00, não houve atividade dos usuários

neste ambiente. Entre 8h20 e 8h50, aqueceu-se água do banho com o aquecedor a

gás. Entre 9h30 e 10h15, lavou-se roupa na máquina. Entre 11h20 e 12h20, fez-se o

almoço na cozinha. Entre 13h00 e 13h10, recolheu-se roupas no varal. Entre 13h30 e

13h40, arrumou-se o ambiente para colocar uma prateleira na parede. Entre 13h41 e

14h10, fez-se os furos na parede. Entre 14h11 e 15h00, as tábuas da prateleira foram

serradas. Entre 15h01 e 16h00, varreu-se o chão da área de serviço. Entre 16h01 e

16h40, lavou-se o mesmo chão. Entre 21h20 e 22h30, aqueceu-se água do banho

com o aquecedor a gás.

Nas atividades descritas anteriormente, as portas e as janelas somente foram abertas

durante a colocação da prateleira e limpeza do chão. Entre 14h00 e 14h10, abriu-se a

janela 2 (J2). Entre 14h20 e 14h30, a janela 1 (J1) estava aberta. Entre 14h31 e

14h40, abriram-se a janela 1 (J1) e a janela 2 (J2). Entre 14h41 e 14h50, a janela 1

(J1) ficou aberta. Entre 14h51 e 15h00, abriram-se a janela 1 (J1) e a janela 2 (J2).

Entre 15h20 e 15h30, abriu-se a janela 2 (J2). Entre 15h31 e 15h40, a janela 1 (J1) e

a janela 2 (J2) ficaram abertas.

3.3.2.2.4. Dormitório

O dormitório foi amostrado no dia 15 de janeiro de 2006, começando à 0h00 e

terminando às 23h30. Para as medições, as janelas e as portas foram fechadas no

início do ensaio, para diminuir as trocas de ar externo. As portas, as janelas, a

mobília e os equipamentos são mostrados na Figura 17.

Entre 0h00 e 9h00, no dia 15 de janeiro de 2006, não houve atividade do usuário

neste ambiente, pois se encontravam dormindo. Entre 11h30 e 13h05, o computador

ficou ligado. Entre 13h06 e 15h30, realizou-se a limpeza no dormitório. Às 13h40,

tirou-se pó dos móveis e do colchão. Às 14h55, varreu-se o quarto. Às 15h00,

realizou-se a limpeza do piso com pano úmido.

Page 91: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

89

Nas atividades descritas anteriormente, a portas e a janelas somente foram abertas

durante a limpeza do dormitório. Entre 14h40 e 15h20, abriu-se a janela 1 (J1).

P4

(0.7

0x2.

20)

J2 (1.00x2.65)

Equipamentos

Legenda:Desenho sem escala

3.10

4.00

Figura 17 – Croqui do dormitório, com o posicionamento dos equipamentos, das janelas,

das portas e da mobília.

3.3.2.2.5. Banheiro

A medição no banheiro ocorreu nos dias 16 e 19 de janeiro de 2006, tendo início à

0h00 e término às 23h30. Alguns minutos antes das medições, as janelas e as portas

foram fechadas, para diminuir as trocas de ar externo. As portas, as janelas, a mobília

e os equipamentos são apresentados na Figura 18.

P1 (0.70x2.20)

J1 (0.50x1.70)

Equipamentos

Legenda:Desenho sem escala

1.75

3.50

Figura 18 – Croqui do banheiro, com o posicionamento dos equipamentos, das janelas, das

portas e da mobília.

Page 92: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

90

No dia 16 de janeiro de 2006, entre 0h00 e 7h00, não houve atividade dos usuários

neste ambiente. Entre 7h01 e 7h10, escovou-se os dentes. Entre 8h21 e 8h26, usou-se

a bacia sanitária. Entre 10h00 e 11h00, fez-se limpeza no banheiro. Entre 14h50 e

15h50, encheu a banheira de água quente. Entre 16h00 e 16h30, um usuário tomou

banho na banheira.

Nas atividades descritas anteriormente, as portas e as janelas não foram abertas

durante o banho. Entre 22h50 e 23h30, abriu-se a janela 1 (J1).

No dia 19 de janeiro de 2006, entre 0h00 e 8h00, não houve atividade dos usuários

neste ambiente. Entre 8h01 e 8h10, escovou-se os dentes. Entre 11h50 e 12h00,

usou-se a bacia sanitária. Entre 13h00 e 14h00, encheu a banheira com água quente.

Entre 16h30 e 17h00, um usuário tomou banho na banheira.

Nas atividades descritas anteriormente, a janelas 1 (J1) somente foi aberta entre

21h40 e 23h30.

Page 93: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

91

CAPÍTULO

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Page 94: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

92

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Resultados

A seguir apresentam-se os resultados quantitativos dos programas experimentais de

campo (1ª e 2ª fase), bem como as análises e discussões dos mesmos:

4.1.1. Programa experimental de campo (1ª fase)

As medições nos ambientes internos da RMSP apontaram os seguintes valores

mínimos e máximos, além dos valores médios, calculados pela equação da média

aritmética entre os valores da concentração em massa de aerodispersóides, conforme

apresentado na Figura 19.

Figura 19 – Concentração em massa de aerodispersóides para os ambientes internos

localizados na RMSP.

Page 95: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

93

Os valores, apresentados na Figura 19, indicam a concentração em massa de

aerodispersóides para os ambientes internos em quatro residências, seis

apartamentos, duas clínicas médicas, dois laboratórios, duas salas de aula, cinco

escritórios e uma loja de supermercado.

Em dois ambientes, residência 2 e escritório 2, a máxima concentração em massa de

aerodispersóides foi de 500 µg/m³ e 1.330 µg/m³, respectivamente, sendo atribuído

ao fato de cozinhar e reformar.

No supermercado a máxima concentração em massa de aerodispersóides foi de 391

µg/m³, em função da variedade de produtos existentes e do maior fluxo de pessoas,

porém era de se esperar um valor maior de aerodispersóides em relação a outros

ambientes. No entanto, como esses valores foram superados por outros dois

ambientes que não possuem as características do supermercado, isso parece indicar

que nestes ambientes os aerodispersóides pode estar sendo gerados, segundo Allard

(1989), pela emissão dos materiais constituintes, emissão de produtos químicos,

reação química dos materiais com o ar, com um outro material ou com a umidade,

degradação dos materiais, reação fotoquímica, reação biológica do metabolismo

humano e dos materiais, contaminação pelo ar externo e interação destes fenômenos.

A RE n° 9 (ANVISA, 2003) estabelece como referência de qualidade do ar interno

para aerodispersóides totais o valor de concentração máxima igual a 80 µg/m³.

Porém, na residência 2, o valor da concentração média em massa de aerodispersóides

foi de 125 µg/m³. No apartamento 6 e na sala de aula 1, as concentrações médias

foram iguais a 87 µg/m³. No escritório 2, este valor foi de 86 µg/m³.

Identificam-se, na Tabela 7, os valores médios de temperatura, umidade relativa,

concentração em massa, referência de concentração e condições do tempo

(ensolarado ou nublado), durante as medições de concentração em massa de

aerodispersóides, para os ambientes internos localizados na RMSP.

Page 96: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

94

Tabela 7 – Valores médios de temperatura, umidade relativa, concentração em massa, referência de concentração e condições do tempo (ensolarado e nublado), durante as medições de concentração em massa de aerodispersóides, para os ambientes internos localizados na RMSP.

Ambientes Internos Temp.

média

(°C)

Umidade

relativa

média (%)

Concentração

média em

massa (µµµµg/m³)

RE n°9

(ANVISA,

2003)

Condições

do tempo

Residência 01 22,6 55,4 51 80 Nublado

Residência 02 20,9 54,5 125 80 Ensolarado

Residência 03 20,8 57,5 36 80 Nublado

Residência 04 22,1 47,8 48 80 Ensolarado

Apartamento 01 21,7 50,6 29 80 Ensolarado

Apartamento 02 20,6 50,7 65 80 Nublado

Apartamento 03 22,8 54,7 54 80 Nublado

Apartamento 04 22,1 50,7 18 80 Ensolarado

Apartamento 05 21,3 43,1 43 80 Ensolarado

Apartamento 06 20,5 58,4 87 80 Nublado

Clínica Médica 1 21,0 56,8 23 80 Nublado

Clínica Médica 2 23,7 41,5 76 80 Ensolarado

Sala de Laboratório 1 23,0 49,4 35 80 Ensolarado

Sala de Laboratório 2 22,6 50,5 20 80 Nublado

Sala de Aula 1 21,7 48,3 87 80 Ensolarado

Sala de Aula 2 20,9 44,3 22 80 Ensolarado

Escritório 1 19,2 53,1 45 80 Nublado

Escritório 2 20,0 51,3 86 80 Ensolarado

Escritório 3 20,7 53,0 11 80 Nublado

Escritório 4 20,7 53,7 39 80 Nublado

Escritório 5 22,3 54,7 67 80 Ensolarado

Loja de Supermercado 22,4 53,8 38 80 Nublado

A seguir, na tabela 8, apresentam-se as principais características dos ambientes

internos, tanto para concentração em massa, quanto para concentração em número.

Page 97: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

95

Tabela 8 – Principais características dos ambientes internos.

Ambientes Internos Janelas e

portas

fechadas

à

noite

Janelas e

portas

fechadas

ao

dia

Presença

de queima

por

combus-

tão

Móveis de

madeira

ou

divisórias

Presença

de

fumaça

de

cigarro

Residência 01 sim não sim sim não

Residência 02 sim não sim sim sim

Residência 03 sim não sim sim não

Residência 04 sim não sim sim não

Apartamento 01 sim não sim sim não

Apartamento 02 sim não sim sim não

Apartamento 03 sim não sim sim não

Apartamento 04 sim não sim sim não

Apartamento 05 sim não sim sim não

Apartamento 06 sim não sim sim não

Clínica Médica 1 sim não não sim não

Clínica Médica 2 sim não não sim não

Sala de Laboratório 1 sim sim não sim não

Sala de Laboratório 2 sim sim não sim não

Sala de Aula 1 sim sim não sim não

Sala de Aula 2 sim sim não sim não

Escritório 1 sim sim não sim não

Escritório 2 sim sim não sim não

Escritório 3 sim sim não sim não

Escritório 4 sim sim não sim não

Escritório 5 sim sim não sim não

Loja de Supermercado sim não sim sim sim

As tabelas 7 e 8 mostram a dificuldade em relacionar a temperatura, umidade

relativa, radiação e as principais características aos ambientes internos de cada

edifícios. O problema foi estabelecer relação entre estes parâmetros e os edifícios,

devido à complexidade do assunto. Portanto, na segunda fase, estudou-se somente

Page 98: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

96

um edifício, detalhando as partes envolvidas, durante uma semana, em função das

principais fontes de emissão.

Adgate et al. (2002) observaram que a concentração interna de partículas finas,

menores que 2,5 µm, pode ser maior devido às atividades dos usuários. Em seus

estudos os pesquisadores observaram também que as pessoas permanecem 90% do

tempo em ambientes internos e os outros 10% do tempo em ambientes externos ou

no trânsito. Portanto, apresentam-se, na Figura 20, as porcentagens do tempo de

medição da concentração em massa de aerodispersóides acima de 80 µg/m³ nos

ambientes internos dos edifícios localizados na RMSP, a fim de analisar quanto

tempo as pessoas estão sujeitas à poluição por aerodispersóides.

Figura 20 – Porcentagens do tempo de medição da concentração em massa de

aerodispersóides acima de 80 µµµµg/m³, para os ambientes internos localizados na RMSP.

A Figura 20 apresenta as porcentagens do tempo de medição da concentração em

massa de aerodispersóides acima de 80 µg/m³ para os ambientes internos localizados

Page 99: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

97

na RMSP. Observa-se que a porcentagem do tempo foi de: 77% na residência 2, 50%

no apartamento 6, 47% na clínica médica 2, 37% na sala de aula 1, 32% no

apartamento 2, 29% no escritório 2 e para os demais ambientes, o tempo foi menor

que 20%. No entanto, se os valores acima de 80 µg/m³ trazem prejuízo à saúde, então

nos 90% do tempo permanecendo em mais de um destes lugares, as pessoas

aumentaram o risco de contrair doenças devido à exposição de aerodispersóides.

A seguir, na Figura 21, apresentam-se as porcentagens do tempo de permanência das

pessoas em cada edifícios, como nas residências ou apartamentos, escritórios ou salas

de aula e outros locais, segundo Adgate et al, 2002.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Por

cent

agem

do

tem

po d

e pe

rman

ênci

a (%

)

Residências ou apartamentos Escritórios ou salas de aula Outros locais

Ambientes InternosAmbientes Externos

Figura 21 – Porcentagens do tempo médio de permanência das pessoas nos ambientes

internos e externos, durante vinte e quatro horas. Fonte: Adgate et al., 2002.

Na Figura 21 para 90% do tempo de permanência das pessoas em ambientes

internos, 79,63% ficaram nas residências ou nos apartamentos, 14,35% ficaram nos

escritórios ou nas salas de aula e 6,02% ficaram em outros locais. Para 10% do

tempo de permanência das pessoas em ambientes externos, 25% ficaram nas

residências ou nos apartamentos, 57,14% ficaram nos escritórios ou nas salas de aula

e 17,86% ficaram em outros locais.

Page 100: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

98

As porcentagens do tempo de medição e de permanência das pessoas nas residências

ou nos apartamentos indicam valores elevados, contribuindo igualmente para agravar

a saúde dos usuários.

Em seguida, na Figura 22, apresentam-se as porcentagens acumuladas do tempo que

a concentração média em massa de aerodispersóides ficou entre 0 e 80 µg/m³, 81 e

100 µg/m³, 101 e 120 µg/m³, e maior que 121 µg/m³. Os valores da concentração

média em massa foram analisados estatisticamente pelas medidas de posição,

obtendo o desvio padrão de 33 µg/m³, a variância de 1.070 µg²/m, o valor médio de

95 µg/m³ e o coeficiente de variação de 34%.

-

20

40

60

80

100

Por

cent

agem

acu

mul

ada

do te

mpo

(%)

0 - 80 81 - 100 101 - 120 121 ou maisConcentração média em massa (µµµµg/m³)

Figura 22 – Porcentagens acumuladas do tempo que a concentração média em massa de aerodispersóides ficou entre 0 e 80 µµµµg/m³, 81 e 100 µµµµg/m³, 101 e 120 µµµµg/m³, e maior que 121 µµµµg/m³.

Na Figura 22 observam-se as porcentagens acumuladas do tempo da concentração

média em massa de 100% entre 0 e 80 µg/m³, 25% entre 81 e 100 µg/m³, 12% entre

101 e 120 µg/m³, e 5% maior que 121 µg/m³.

A seguir, na Figura 23, são apresentados os resultados para os mesmos ambientes

internos descritos anteriormente, porém utilizando o P-Trak Ultrafine Particle

Page 101: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

99

Counter. Estes resultados apontam os seguintes valores mínimos e máximos, além

dos valores médios, calculados pela equação da média aritmética, usando as

concentrações em número de aerodispersóides.

Figura 23 – Concentração em número de aerodispersóides para os ambientes internos

localizados na RMSP.

Os valores, apresentados na Figura 23, indicam a concentração em número de

aerodispersóides para os ambientes internos em quatro residências, seis

apartamentos, duas clínicas médicas, dois laboratórios, duas salas de aula, cinco

escritórios e uma loja de supermercado.

Em quatro ambientes, residência 3, apartamento 2 e 5, e clínica médica 2, as

concentrações máximas em número de aerodispersóides foram respectivamente de

88.300 part./cm³, 165.700 part./cm³, 190.400 part./cm³ e 206.600 part./cm³, sendo

atribuído essas concentrações ao fato de alguma atividade ocupacional gerar

aerodispersóides. Dessa forma, observa-se o mesmo comportamento para a

concentração em massa de aerodispersóides apresentado anteriormente.

Page 102: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

100

Na residência 2 o valor da concentração média em número de aerodispersóides foi de

30.100 part./cm³. No apartamento 5, a concentração média foi de 43.800 part./cm³.

No apartamento 2, este valor foi de 31.500 part./cm³. Na clínica médica 1 e 2, a

concentração foi respectivamente de 25.600 e 28.200 part./cm³. Na residência 3, o

valor foi de 22.200 part./cm³. Na sala de aula 1, foi de 22.300 part./cm³.

Identificam-se, na Tabela 9, os valores médios de temperatura, umidade relativa,

concentração em número e referência de concentração e as condições do tempo

(ensolarado ou nublado), durante as medições de concentração em número de

aerodispersóides, para os ambientes internos localizados na RMSP.

Nas Figuras 19 e 23 observam-se os valores máximos de concentração em massa e

em número de aerodispersóides para os ambientes internos em cada edifícios da

RMSP, significando algum evento ou atividade dos usuários. Na residência 2 e 3,

Apartamento 2, Escritório 2 e 5, e clínica médica 2, os valores máximos de

concentração não foram constantes durante as medições, atribuindo esse fato ao

cozimento, fumaça de cigarro, limpeza, entre outros.

A tabela 9 mostra também a dificuldade em relacionar a temperatura, umidade

relativa, concentração em número, referência de concentração e radiação nos

ambientes internos para cada edifícios. O problema foi estabelecer relação entre estes

parâmetros e os edifícios, também devido à complexidade do assunto. Igualmente

atribuído a concentração em massa, na segunda fase, estudou-se somente um

edifício, detalhando as partes envolvidas, em função das principais fontes de

emissão.

Page 103: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

101

Tabela 9 – Valores médios de temperatura, umidade relativa, concentração em número, referência de concentração e condições do tempo (ensolarado e nublado), durante as medições de concentração em número de aerodispersóides, para os ambientes internos localizados na RMSP.

Ambientes Internos Temp.

média

(°C)

Umidade

relativa

média (%)

Concentração

média em

número

(part./cm³)

Morawska

et al.

(1999)

Condições

do tempo

Residência 01 22,6 55,4 12.335 7.400 Nublado

Residência 02 20,9 54,5 30.107 7.400 Ensolarado

Residência 03 20,8 57,5 22.205 7.400 Nublado

Residência 04 22,1 47,8 12.142 7.400 Ensolarado

Apartamento 01 20,5 56,7 8.790 7.400 Nublado

Apartamento 02 20,0 54,9 31.511 7.400 Nublado

Apartamento 03 21,9 51,8 14.946 7.400 Ensolarado

Apartamento 04 21,6 48,4 15.455 7.400 Ensolarado

Apartamento 05 21,0 61,1 43.783 7.400 Nublado

Apartamento 06 20,6 51,2 6.889 7.400 Nublado

Clínica Médica 1 21,0 56,8 25.598 7.400 Nublado

Clínica Médica 2 24,0 42,9 28.182 7.400 Ensolarado

Sala de Laboratório 1 20,6 55,5 14.236 7.400 Nublado

Sala de Laboratório 2 22,2 54,5 16.478 7.400 Nublado

Sala de Aula 1 21,7 48,3 22.348 7.400 Ensolarado

Sala de Aula 2 20,9 44,3 10.437 7.400 Ensolarado

Escritório 1 19,2 53,1 4.060 7.400 Nublado

Escritório 2 20,0 51,3 4.966 7.400 Ensolarado

Escritório 3 20,7 53,0 5.366 7.400 Nublado

Escritório 4 20,7 53,7 6.161 7.400 Nublado

Escritório 5 22,3 54,7 11.906 7.400 Ensolarado

Loja de Supermercado 22,4 53,8 19.390 7.400 Nublado

Na Figura 24 apresentam-se as porcentagens do tempo de medição da concentração

em número de aerodispersóides acima de 7.400 part./cm³, para os ambientes internos

localizados na RMSP.

Page 104: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

102

Figura 24 – Porcentagens do tempo de medição da concentração em número de

aerodispersóides acima de 7.400 part./cm³, para os ambientes internos localizados na RMSP.

Observa-se, na Figura 24, que a porcentagem do tempo de medição da concentração

em número de aerodispersóides acima de 7.400 part./cm³ foi de: 94% na residência 2,

78% no apartamento 1, 89% no apartamento 2, 40% no apartamento 6, 82% na sala

do laboratório 1 e 14% para o escritório 2. Para os demais ambientes internos, as

porcentagens foram iguais a 100%. Portanto, atribuem-se os mesmos comentários

realizados à concentração em massa.

Em seguida, na Figura 25, apresentam-se as porcentagens acumuladas do tempo que

a concentração média em número de aerodispersóides ficou entre 0 e 7,4x10³

part./cm³, entre 7,5 e 10x10³ part./cm³, entre 10,1 e 12x10³ part./cm³, e maior que

12,1x10³ part./cm³. Os valores da concentração média em número foram analisados

estatisticamente pelas medidas de posição, obtendo o desvio padrão de 2.923

part./cm³, a variância de 8.543 part.²/cm, o valor médio de 10.675 part./cm³ e o

coeficiente de variação de 27%.

Page 105: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

103

-

20

40

60

80

100

Por

cent

agem

acu

mul

ada

do te

mpo

(%)

0 - 7,4 7,5 - 10,0 10,1 - 12,0 12,1 ou maisConcentração média em número (10³xpart./cm³)

Figura 25 – Porcentagens acumuladas do tempo que a concentração em número de aerodispersóides ficou entre 0 e 7,4x10³ part./cm³, entre 7,5 e 10x10³ part./cm³, entre 10,1 e 12x10³ part./cm³, e maior que 12,1x10³ part./cm.

Na Figura 25 observam-se as porcentagens acumuladas do tempo da concentração

média em número de 100% entre 0 e 7,4x10³ part./cm³, 66% entre 7,5 e 10x10³

part./cm³, 40% entre 10,1 e 12x10³ part./cm³, e 18% maior que 12,1x10³ part./cm³.

4.1.2. Programa experimental de campo (2ª fase)

Entre as Figuras 26 e 31 apresentam-se os gráficos da concentração em massa e em

número de aerodispersóides, da temperatura, da umidade relativa e do valor de

referência, segundo RE n° 9 (ANVISA, 2003), nos ambientes internos do

apartamento, sendo eles: cozinha, sala de estar, área de serviço, dormitório e

banheiro. Além disso, identificam-se as fontes de aerodispersóides durante as vinte e

quatro horas de medição, como: cozimento, limpeza, pintura, televisão, computador,

entre outros.

Page 106: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

104

Assar carne

Assar e fritar carne

Assar carne

Aquecer água do café

Aquecer comida

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0:00

1:00

2:00

3:00

4:00

5:00

6:00

7:00

8:00

9:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

18:00

19:00

20:00

21:00

22:00

23:00

Horas

Con

cent

raçã

o em

mas

sa (

µµ µµg/m

³) e

Con

cent

raçã

o em

núm

ero

(10²

xpar

t./cm

³)

25

30

35

40

45

50

55

60

Tem

pera

tura

(°C

) e u

mid

ade

rela

tiva

(%) MP10

MP1.0TemperaturaUmidade

Figura 26 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da

umidade relativa em vinte e quatro horas para a cozinha do apartamento (12/01/06).

Os valores, na Figura 26, indicam a distribuição da concentração em massa e em

número de aerodispersóides, da temperatura e da umidade relativa na cozinha do

apartamento, em 12/01/2006. Às 13h48, a máxima concentração em número de

aerodispersóides foi de 331.066 part./cm³, sendo atribuído esse aumento ao fato de

assar e fritar carne (ver na legenda MP1.0). Às 11h32, a máxima concentração em

massa de aerodispersóides foi de 1.609 µg/m³, igualmente atribuído para assar carne

(ver na legenda MP10).

A temperatura e a umidade relativa tiveram comportamentos discordantes durante as

atividades envolvidas no período das 11 às 15 horas. Neste período, a temperatura

variou entre 26,9°C e 29°C e a umidade relativa variou entre 58% e 42%, fato que foi

atribuído ao acionamento do forno e de um dos queimadores do fogão.

Na Figura 27 apresentam-se as distribuições da concentração em massa e em número

de aerodispersóides, da temperatura e da umidade relativa, em vinte e quatro horas,

para a sala de estar do apartamento.

Page 107: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

105

Varrer

Lixar parede

Pintar parede

Limparpiso

Ver televisão

Ver televisão

0

50

100

150

200

250

300

0:00

1:00

2:00

3:00

4:00

5:00

6:00

7:00

8:00

9:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

18:00

19:00

20:00

21:00

22:00

23:00

Horas

Con

cent

raçã

o em

mas

sa (

µµ µµg/m

³) e

C

once

ntra

ção

em n

úmer

o (1

0²pa

rt./c

m³)

25

32

38

45

52

58

65

Tem

pera

tura

(°C

) e u

mid

ade

rela

tiva

(%)

MP10MP1.0TemperaturaUmidade

Figura 27 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da

umidade relativa em vinte e quatro horas para a sala de estar do apartamento (13/01/06).

Às 15h30, a máxima concentração em número de aerodispersóides foi de 28.828

part./cm³, sendo atribuído esse aumento ao fato de pintar parede (ver na legenda

MP1.0). Às 10h53, a máxima concentração em massa de aerodispersóides foi de 264

µg/m³, igualmente atribuído para lixar parede (ver na legenda MP10).

A temperatura teve comportamento homogêneo em torno de 27°C. A umidade

relativa teve comportamento homogêneo antes e depois de lixar, varrer e pintar o hall

social, ficando em torno de 58%. Durante estes eventos, a umidade relativa variou

entre 51 e 61%.

Na Figura 28 apresentam-se as distribuições da concentração em massa e em número

de aerodispersóides, da temperatura e da umidade relativa, em vinte e quatro horas,

para a área de serviço do apartamento.

Page 108: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

106

Lavar roupa

Furar parede

Serrarmadeira

Varrer

Aquecer água do banho

Cozinhar

Limpar pisoAquecer

água do banho

0

300

600

900

1200

1500

1800

0:00

1:00

2:00

3:00

4:00

5:00

6:00

7:00

8:00

9:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

18:00

19:00

20:00

21:00

22:00

23:00

Horas

Con

cent

raçã

o em

mas

sa (

µµ µµg/m

³) e

Con

cent

raçã

o em

núm

ero

(10²

xpar

t./cm

³)

25

33

42

50

58

67

75

Tem

pera

tura

(°C

) e u

mid

ade

rela

tiva

(%)

MP10MP1.0TemperaturaUmidade

Figura 28 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da

umidade relativa em vinte e quatro horas para a área de serviço do apartamento (14/01/06).

Às 11h55, a máxima concentração em número de aerodispersóides foi de 79.896

part./cm³, sendo atribuído esse aumento ao cozimento na cozinha (ver na legenda

MP1.0). Às 15h13, a máxima concentração em massa de aerodispersóides foi de 1.624

µg/m³, igualmente atribuído para varrer chão (ver na legenda MP10).

A temperatura variou entre 26,4°C e 28,1, das 9h00 às 15h00, após este horário

retornou para 26,1°C. A umidade relativa variou entre 48% e 70% durante a limpeza

do piso.

Na Figura 29 apresentam-se as distribuições da concentração em massa e em número

de aerodispersóides, da temperatura e da umidade relativa, em vinte e quatro horas,

para o dormitório do apartamento.

Page 109: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

107

Varrer

Tirar pó dos móveis

Limpar pisoTrabalhar com

computador

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

0:00

1:00

2:00

3:00

4:00

5:00

6:00

7:00

8:00

9:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

18:00

19:00

20:00

21:00

22:00

23:00

Horas

Con

cent

raçã

o em

mas

sa (

µµ µµg/m

³) e

Con

cent

raçã

o em

núm

ero

(10²

xpar

t./cm

³)

25

31

36

42

48

54

59

65

Tem

pera

tura

(°C

) e u

mid

ade

rela

tiva

(%)

MP10MP1.0TemperaturaUmidade

Figura 29 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da

umidade relativa em vinte e quatro horas para o dormitório do apartamento (15/01/06).

Às 12h14, a máxima concentração em número de aerodispersóides foi de 9.572

part./cm³, sendo atribuído à ação de trabalhar com computador (ver na legenda

MP1.0). Às 14h02, a máxima concentração em massa de aerodispersóides foi de 2.345

µg/m³, igualmente atribuído para tirar pó dos móveis (ver na legenda MP10).

A temperatura variou entre 28,4°C e 29,9 °C, das 12h00 às 15h00. A umidade

relativa variou entre 45% e 61%, durante a ação de tirar pó dos móveis.

Na Figura 30 apresentam-se as distribuições da concentração em massa e em número

de aerodispersóides, da temperatura e da umidade relativa, em vinte e quatro horas,

para o banheiro do apartamento.

Page 110: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

108

Tomar banho

Fazer necessidades fisiológicas

Limpar piso

Abrir janela

Preparar banho

0

50

100

150

200

250

300

0:00

1:00

2:00

3:00

4:00

5:00

6:00

7:00

8:00

9:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

18:00

19:00

20:00

21:00

22:00

23:00

Horas

Con

cent

raçã

o em

mas

sa (

µµ µµg/m

³) e

Con

cent

raçã

o em

núm

ero

(10²

xpar

t./cm

³)

20

34

48

62

77

91

105

Tem

pera

tura

(°C

) e u

mid

ade

rela

tiva

(%)

MP10MP1.0TemperaturaUmidade

Figura 30 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da

umidade relativa em vinte e quatro horas para o banheiro do apartamento (16/01/06).

Às 22h40, a máxima concentração em número de aerodispersóides foi de 18.540

part./cm³, sendo atribuído esse aumento ao fato de abrir a janela (ver na legenda

MP1.0). Às 16h55, a máxima concentração em massa de aerodispersóides foi de 233

µg/m³, igualmente atribuído para tomar banho, gerando vapor (ver na legenda MP10).

A temperatura teve comportamento homogêneo em torno de 27,2°C. A umidade

relativa chegou a picos de 100% às 17h00, 18h00 e 22h00, sendo atribuído esse

aumento ao fato de tomar banho.

Na Figura 31 apresentam-se as distribuições da concentração em massa e em número

de aerodispersóides, da temperatura e da umidade relativa, em vinte e quatro horas,

para a sala de estar do apartamento.

Page 111: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

109

Limpar piso

Varrer

Tirar pó dos móveis

Ver televisão Ver televisão

0

75

150

225

300

375

450

0:00

1:00

2:00

3:00

4:00

5:00

6:00

7:00

8:00

9:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

18:00

19:00

20:00

21:00

22:00

23:00

Horas

Con

cent

raçã

o em

mas

sa (

µµ µµg/m

³) e

C

once

ntra

ção

em n

úmer

o (1

0²pa

rt./c

m³)

25

32

38

45

52

58

65

Tem

pera

tura

(°C

) e u

mid

ade

rela

tiva

(%)

MP10MP1.0TemperaturaUmidade

Figura 31 – Distribuição da concentração de aerodispersóide, da temperatura e da

umidade relativa em vinte e quatro horas para a sala de estar do apartamento (18/01/06).

Às 21h51, a máxima concentração em número de aerodispersóides foi de 10.637

part./cm³, sendo atribuído esse aumento ao fato de ver televisão (ver na legenda

MP1.0). Às 15h17, a máxima concentração em massa de aerodispersóides foi de 434

µg/m³, igualmente atribuído para tirar pó dos móveis (ver na legenda MP10).

A temperatura teve comportamento homogêneo em torno de 27,4°C. A umidade

relativa variou entre 51% e 60%, sendo atribuído esse aumento à limpeza da sala.

Em seguida, na Figura 32, apresentam-se as porcentagens do tempo de medição em

que a concentração média em massa de aerodispersóides ficou acima de 80 µg/m³,

para as atividades realizadas no apartamento, sendo utilizada a equação da média

aritmética para calcular as concentrações em massa de aerodispersóides.

Page 112: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

110

Figura 32 – Porcentagens do tempo de medição em que a concentração média em massa de

aerodispersóides ficou acima de 80 µµµµg/m³, para as atividades realizadas no apartamento.

Observa-se, na Figura 32, que a porcentagem do tempo de medição da concentração

média em massa de aerodispersóides acima de 80 µg/m³ foi de: 100% atribuído ao

fato de tomar banho, 93% atribuído ao fato de varrer, 85% atribuído ao fato de abrir

janela, 79% atribuído ao fato de lixar parede e tirar pó dos móveis, 72% atribuído ao

fato de ver televisão, 62% atribuído ao fato de assar e fritar carne, 60% atribuído ao

fato de preparar banho, 57% atribuído ao fato de limpar piso, 55 % atribuído ao fato

de serrar madeira, 43% atribuído ao fato de furar parede. Para as demais atividades,

as porcentagens obtidas foram inferiores a 25%.

A seguir, na Figura 33, apresentam-se as porcentagens do tempo de permanência das

pessoas, entre 0 e 15 anos, 16 e 25 anos, e maior que 26 anos, para os ambientes

internos do apartamento, como: cozinha, sala, área de serviço, dormitório e banheiro.

Page 113: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

111

0

10

20

30

40

50

60

70

Por

cent

agem

do

tem

po d

e pe

rman

ênci

a (%

)

Cozinha Sala Área de serviço Dormitório Banheiro

0 - 18 anos19 - 36 anos37 anos ou mais

Figura 33 – Tempo de permanência das pessoas nos ambientes do apartamento.

Na Figura 33 observa-se que a médias aritmética do tempo de permanecia foi de:

62% no dormitório, 16% na sala, 11% no banheiro, 9% na cozinha e 3% na área de

serviço. Portanto, segundo Adgate et al., 2002, entre os 79,63% do tempo de

permanência das pessoas nas residências ou nos apartamentos, 62% deste tempo as

pessoas permanecem no dormitório.

As porcentagens do tempo de medição da concentração média em massa de

aerodispersóides acima de 80 µg/m³ e de permanência das pessoas no dormitório

indicam valores elevados, como apresentados nos gráficos anteriores. Portanto, os

valores da concentração e do tempo de permanência elevados estabelecem prejuízos

a saúde dos usuários.

Em seguida, na Figura 34, apresentam-se as porcentagens acumuladas do tempo que

a concentração média em massa de aerodispersóides ficou entre 0 e 80 µg/m³, 81 e

600 µg/m³, 601 e 1.120 µg/m³, e maior que 1.121 µg/m³. Os valores da concentração

média em massa foram analisados estatisticamente pelas medidas de posição,

Page 114: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

112

obtendo o desvio padrão de 460 µg/m³, a variância de 211.906 µg²/m, o valor médio

de 842 µg/m³ e o coeficiente de variação de 55%.

0

20

40

60

80

100

Por

cent

agem

acu

mul

ada

do te

mpo

(%)

0 - 80 81 - 600 601 - 1120 1121 ou maisConcentração média em massa (µµµµg/m³)

Figura 34 – Porcentagens acumuladas do tempo que a concentração média em massa de aerodispersóides ficou entre 0 e 80 µµµµg/m³, 81 e 600 µµµµg/m³, 601 e 1.120 µµµµg/m³, e maior que 1.121 µµµµg/m³.

Na Figura 34 observam-se as porcentagens acumuladas do tempo da concentração

média em massa de 100% entre 0 e 80 µg/m³, 91% entre 81 e 600 µg/m³, 64% entre

601 e 1.120 µg/m³, e 33% maior que 1.121 µg/m.

As porcentagens do tempo de medição da concentração média em número de

aerodispersóides acima de 7.400 part./cm³ foram de 100%, para todas as atividades

realizadas no apartamento.

A seguir, na Figura 35, apresentam-se as porcentagens acumuladas do tempo que a

concentração média em número de aerodispersóides ficou entre 0 e 7,4x10³ part./cm³,

entre 7,5 e 60x10³ part./cm³, entre 60,1 e 112x10³ part./cm³, e maior que 112,1x10³

part./cm³. Os valores da concentração média em número foram analisados

Page 115: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

113

estatisticamente pelas medidas de posição, obtendo o desvio padrão de 43.313

part./cm³, a variância de 1.876.041 part.²/cm, o valor médio de 88.213 part./cm³ e o

coeficiente de variação de 49%.

-

20

40

60

80

100

Por

cent

agem

acu

mul

ada

do te

mpo

(%)

0 - 7,4 7,5 - 60,0 60,1 - 112,0 112,1 ou maisConcentração média em número (10³xpart./cm³)

Figura 35 – Porcentagens acumuladas do tempo que a concentração média em número de aerodispersóides ficou entre 0 e 7,4x10³ part./cm³, entre 7,5 e 60x10³ part./cm³, entre 60,1 e 112x10³ part./cm³, e maior que 112,1x10³ part./cm³.

Na Figura 35 observam-se as porcentagens acumuladas do tempo da concentração

média em número de 100% entre 0 e 60x10³ part./cm³, 70% entre 60,1 e 112x10³

part./cm³, e 39% maior que 112,1x10³ part./cm³. Nas duas primeiras faixas, as

porcentagens acumuladas do tempo foram de 100%.

A seguir, na Figura 36, apresenta-se a correlação entre a concentração externa (dados

obtidos pela CETESB) e interna em massa de aerodispersóides no apartamento.

Observa-se que o valor de R2 é igual a 0,32, indicando que a correlação entre estas

concentrações é baixa.

Page 116: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

114

Na qualidade do ar interno a preocupação quanto à origem dos poluentes é

fundamental para minimizar as emissões, garantindo a saúde e bem estar dos

usuários nos edifícios.

y = 5E+22x-12,237

R2 = 0,3207

42,0

47,0

52,0

57,0

62,0

67,0

72,0

77,0

82,0

49,8 50,1 50,4 50,7 51,0 51,3 51,6 51,9 52,2

Concentração externa de aerodispersóides (µµµµg/m³)

Con

cent

raçã

o in

tern

a de

aer

odis

pers

óide

s ( µµ µµ

g/m

³)

Figura 36 – Correlação entre a concentração interna e externa em massa de aerodispersóides no apartamento.

Na Figura 37 apresenta-se a correlação entre a umidade relativa interna e a

concentração interna em número de aerodispersóides no apartamento.

y = 4E+14x-7,1078

R2 = 0,6949

0,0

150,0

300,0

450,0

600,0

750,0

900,0

1050,0

1200,0

40,0 42,0 44,0 46,0 48,0 50,0 52,0 54,0 56,0 58,0 60,0

Umidade relativa interna (%)

Con

cent

raçã

o in

tern

a de

aer

odis

pers

óide

s (p

art./

cm³)

Figura 37 – Correlação entre a concentração interna em número de aerodispersóides e a umidade relativa interna no apartamento.

Page 117: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

115

Observa-se que, na Figura 37, quanto maior a umidade relativa interna, menor é a

concentração interna em número de aerodispersóides. Porém, a umidade relativa

interna não pode ser confundida com outro tipo de material particulado.

Em seguida, na Figura 38, apresenta-se a correlação entre a temperatura interna e a

concentração interna em número de aerodispersóides no apartamento.

y = 4E-11x8,7145

R2 = 0,4893

90,0

100,0

110,0

120,0

130,0

140,0

150,0

160,0

170,0

26,2 26,4 26,6 26,8 27 27,2 27,4 27,6 27,8 28 28,2

Temperatura interna (°C)

Con

cent

raçã

o in

tern

a de

aer

odis

pers

óide

s (p

art./

cm³)

Figura 38 – Correlação entre a concentração interna em número de aerodispersóides e a temperatura interna no apartamento.

Observa-se que, na Figura 38, quanto maior a temperatura interna, maior é a

concentração interna em número de aerodispersóides. Portanto, quanto mais seco o ar

externo maior será a quantidade de material particulado na atmosfera.

4.2. Análise dos Resultados

A análise dos resultados das concentrações de aerodispersóides está fundamentada

sob alguns aspectos relativos à interface com o ambiente externo, o ambiente interno

e o projeto, bem como das condições requeridas pelos usuários. Estes aspectos são

apresentados a seguir:

Page 118: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

116

Interface com o ambiente externo:

• Principais fontes poluidoras do ar externo.

A identificação das principais fontes poluidoras do ar externo, como o tráfego de

automóveis a gasolina, álcool ou diesel, os locais de estacionamento ou de manobras

de veículos e a fumaça das fábricas, permitiu verificar a influência destas fontes na

qualidade do ar interno. Nos resultados da pesquisa observou-se que a concentração

de aerodispersóides foi maior em ambientes internos próximos às vias principais,

como Via Anchieta (Residência 2 e Clínica Médica 1 e 2) e Marginal Pinheiros

(Apartamento 3). Nas atividades humanas durante a 2ª fase, distantes das vias

expressas, a concentração interna (842 µg/m³) foi vinte vezes maior do que a externa

(42 µg/m³).

• Condições climáticas externas.

A análise desse aspecto permitiu dizer se a temperatura e umidade relativa externa

foram próximas às internas, verificando a sua influência sobre as condições de

temperatura e umidade relativa interna. A pesquisa indicou que a temperatura externa

média (19°C) foi próxima à interna (20,4°C), porém a umidade relativa externa

(78%) foi maior do que a interna (50%).

• Qualidade do ar atmosférico local.

O objetivo foi determinar a qualidade do ar atmosférico local, para comparar com a

qualidade do ar interno. Os dados mostraram que a concentração média de

aerodispersóides externa foi maior do que a interna, durante a estação seca,

principalmente no mês de agosto. Nas atividades domésticas ocupacionais a

concentração interna foi duas a três vezes maior do que a externa.

Page 119: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

117

• Velocidade de vento.

Este aspecto foi analisado, conforme relatório da CETESB (2004), se a ventilação

natural pode ser considerada eficientemente, de acordo com os padrões normativos.

Durante o período seco de amostragem, as condições de dispersão foram

desfavoráveis, devido à formação dos anticiclones, influenciados pela inversão

térmica, aumentando a concentração de poluente no ar.

• Infiltração de água ou de ar.

Pretendeu-se verificar a interferência da infiltração de água ou de ar na concentração

de aerodispersóides em ambientes internos à edificação. Não houve problema de

umidade nos ambientes. As aberturas e suas disposições influíram na concentração

em massa e em número de aerodispersóides, sendo atribuída essa relação ao fato de

haver ventilação natural ou condicionamento de ar.

• Localização do duto de entrada de ar.

Verificou nos locais de estudo quanto à localização do duto de entrada de ar,

identificando se estavam próximos de estacionamento, área de manobra, vegetação,

fontes de poluição, entre outros aspectos. Nos edifícios com condicionamento de ar

os dutos estavam localizados distantes das fontes de emissão de poluente.

Interface com o ambiente interno:

• Temperatura e umidade relativa interna.

O objetivo foi identificar a temperatura e a umidade relativa interna, de modo que

sejam comparadas com a concentração em massa e em número de aerodispersóides.

Observou-se que quanto menor a concentração de aerodispersóides, menor seria a

temperatura e maior seria a umidade relativa interna.

Page 120: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

118

• Concentração em massa e em número de aerodispersóides.

Este aspecto pretendeu identificar as concentrações em massa e em número de

aerodispersóides, por meio de medições usando equipamentos específicos para cada

caso. Na 1ª fase desta pesquisa, a concentração média em massa foi de 95 µg/m³,

sendo 25% do tempo entre 81 e 100 µg/m³, e a concentração média em número foi de

10.675 part./cm³, sendo 66% do tempo entre 7.500 e 10.000 part./cm³. Na 2ª fase

desta pesquisa, a concentração média em massa foi de 842 µg/m³, sendo 91% do

tempo entre 81 e 600 µg/m³, e a concentração média em número foi de 88.213

part./cm³, sendo 60% do tempo entre 60.100 e 112.000 part./cm³.

• Principais fontes poluidoras do ar interno.

A análise desse aspecto permitiu dizer se as concentrações em massa e em número de

aerodispersóides estavam relacionados com as fontes de emissão do ar interno. Da 1ª

fase da pesquisa (edifícios diversos), para a 2º fase (apartamento modelo), as

concentrações indicaram que as atividades humanas domésticas foram responsáveis

pela maior emissão e ressuspensão dos aerodispersóides do que o envelhecimento

natural dos materiais, reação fotoquímica, umidade, produtos químicos e interação

entre eles; pois as concentrações foram maiores na segunda fase da pesquisa.

Interface com o projeto:

• Área útil e posição do edifício.

A identificação da área útil e da posição do edifício no terreno para utilização nas

análises das concentrações em massa e em número de aerodispersóides internos. Nos

estudos os edifícios ocupavam em torno de 85% do terreno e localizavam próximo ao

centro dos mesmos.

Page 121: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

119

• Quantidade e dimensão das portas e das janelas.

Pretendeu verificar a quantidade de portas e de janelas e suas dimensões para análise

das concentrações em massa e em número de aerodispersóides. Nos estudos da 2ª

fase (apartamento) verificou-se que a quantidade e a dimensão de portas e de janelas

permitiram maior ou menor ventilação diluidora, diminuindo ou aumentando as

concentrações de aerodispersóides nos ambientes.

• Sistema de ventilação e de climatização.

Este aspecto pretendeu identificar os sistemas de ventilação natural ou de

condicionamento de ar nos edifícios. Observou-se também que nos ambientes com

sistema de ventilação natural, a concentração média de aerodispersóides foi em geral

maior do que nos ambientes com sistema de condicionamento de ar.

• Proteção externa contra os poluentes.

Identificou-se na área externa do edifício, se havia proteção contra os poluentes

externos, como muro, cerca viva ou outra barreira que impeça a contaminação do ar

interno. Em nenhum edifício houve barreiras contra os poluentes do ar, como por

exemplo, vegetação, brise-soleil e muro, entre outros.

Interface com o usuário:

• Características dos ocupantes (idade, doenças, etc.).

Verificou-se quanto as características da idade, doenças, sintomas, etc. Observou-se

que todos os usuários estavam na idade adulta, com exceção da clínica médica.

Quanto às doenças e aos sintomas, os principais problemas encontrados foram nos

aparelhos respiratório e circulatório (TSE et al., 2004).

Page 122: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

120

• Taxa de ocupação e tipos de atividades.

O objetivo foi identificar a taxa de ocupação e os tipos de atividades internas com

relação aos ambientes internos. Observou-se que as concentrações médias em massa

e em número de aerodispersóides, durante as atividades humanas domésticas

(cozimento, reforma, limpeza, entre outras), foram várias vezes maior do que as

concentrações com atividades humanas profissionais ou em ambientes com menor

ocupação durante o dia.

4.3. Discussão dos Resultados Quantitativos

A seguir apresentam-se os estudos de He et al. (2004), Chao e Wong (2002), Zhao et

al. (2004) e Na et al. (2004), para os aerodispersóides presentes nos ambientes

internos.

Segundo He et al. (2004), as condições de ventilação, normal ou mínima,

respectivamente janelas abertas e fechadas, podem influenciar a concentração em

massa e em número de aerodispersóides em um ambiente interno. Em seus estudos,

para medir a concentração em massa de aerodispersóides finos, o equipamento

utilizado foi: Dust Trak Aerosol Monitor, o mesmo equipamento desta pesquisa. Para

medir a concentração em número de aerodispersóides ultrafinos, finos e grossos, os

equipamentos foram: Scanning Mobility Particle Sizer-SMPS e Aerodynamic

Particle Sizer-APS, para contar, respectivamente, partículas entre 0,015 e 0,685 µm,

e entre 0,5 e 20 µm.

A seguir, na Figura 39, apresentam-se os resultados de He et al. (2004), com as

distribuições da concentração em massa de aerodispersóides finos (PM2,5) e em

número de aerodispersóides ultrafinos, finos e grossos (PM0,1, PM2,5 e PM10), para

uma residência com ventilação mínima.

Page 123: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

121

Figura 39 – Distribuições da concentração em massa (PM2,5) e em número (SMPS e APS)

de aerodispersóides para uma residência com ventilação mínima; antes, durante e após teste de cozimento. Fonte: He et al. (2004).

Segundo o gráfico da Figura 39, as concentrações de aerodispersóides não

retornaram às condições iniciais após 45 minutos do teste de cozimento, devido ao

ambiente estar com as janelas fechadas, caracterizada pela ventilação mínima.

Na Figura 40, apresentam-se as distribuições da concentração em massa de

aerodispersóides finos (PM2,5) e em número de aerodispersóides ultrafinos, finos e

grossos (PM0,1, PM2,5 e PM10), para uma residência com ventilação normal, segundo

He at al. (2004).

Page 124: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

122

Figura 40 – Distribuições da concentração em massa (PM2,5) e em número (SMPS e APS)

de aerodispersóides para uma residência com ventilação normal; antes, durante e após teste de cozimento. Fonte: He et al. (2004).

Observa-se, na Figura 40, que as concentrações de aerodispersóides retornaram às

condições iniciais após 15 minutos do teste de cozimento, devido ao ambiente estar

com as janelas abertas, caracterizada pela ventilação normal.

Em ambientes internos com atividades de cozimento, pintura, limpeza, entre outros,

as concentrações médias de aerodispersóides serão menores com ventilação normal

do que com ventilação mínima. Igualmente atribuído ao fato de ligar o exaustor,

como observado no Capítulo 3, assim como o uso de ar-condicionado e outros

mecanismos de ventilação diluidora.

Zhao et al. (2004) observaram que o tipo de ventilação, cruzada ou não, podem

influenciar ainda mais as concentrações de aerodispersóides em um ambiente interno.

Segundo os mesmos autores, na ventilação cruzada, o ar é deslocado de um lugar

para outro. Na ventilação não cruzada, o ar é primeiramente misturado em um

ambiente e depois deslocado deste lugar para outro, conforme os diagramas de

velocidade do ar apresentados na Figura 41.

Page 125: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

123

Figura 41 – Diagramas da velocidade do ar em um ambiente com ventilação cruzada, à

esquerda, e com ventilação não cruzada, à direita. Fonte: Zhao et al. (2004).

Observa-se, na Figura 41, que a ventilação cruzada tem velocidade do ar de 0,1 m/s e

a ventilação não cruzada tem velocidade do ar de 0,5 m/s. Portanto, a ventilação

cruzada permite o deslocamento do ar com velocidade menor do que a ventilação não

cruzada.

Na Figura 42, apresentam-se os gráficos de deposição, remoção e ressuspensão das

partículas para os ambientes internos, com ventilação cruzada e não cruzada, sendo

adotado o modelo de trajetória discreta para simular trajetórias das partículas, além

de calcular a velocidade do ar pelo método Euleriano, segundo Zhao et al. (2004).

(1) (2)

(3)

Figura 42 – Deposição de partículas (1), remoção de partículas (2) e ressuspensão de partículas (3), para ventilação cruzada ou não cruzada. Fonte: Zhao et al. (2004).

Page 126: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

124

No gráfico 1, da Figura 42, observa-se que a porcentagem de deposição para

ventilação não cruzada é maior do que para ventilação cruzada. No gráfico 2,

observa-se que a porcentagem de remoção para ventilação cruzada é maior do que

para ventilação não cruzada, com exceção das partículas maiores que 10 µm, tendo

comportamento inverso. No gráfico 3, observa-se que a porcentagem de

ressuspensão para ventilação cruzada é maior do que para ventilação não cruzada.

Em um ambiente interno, quanto maior a quantidade de portas e janelas abertas e a

disposição das mesmas de modo que permita ventilação cruzada, tanto menor será a

concentração de aerodispersóides.

A seguir, na Tabela 10, apresentam-se os valores médios das concentrações em

massa de aerodispersóides, menores que 2,5 µm e 10 µm, em função das quantidades

de pavimento nos edifícios, segundo Chao e Wong (2002).

Tabela 10 – Valores médios das concentrações em massa para alguns pavimentos nos edifícios. Fonte: Chao e Wong (2002).

Pavimentos Números de

apartamentos

Concentração em

massa de MP2,5

(µµµµg/m³)

Concentração em

massa de MP10

(µµµµg/m³)

G - 4 4 50,4 65,9

5 - 9 10 40,7 57,6

10 - 14 5 47,4 66,1

15 - 19 6 43,8 64,4

20 - 24 4 52,8 73,7

25 - 29 2 43,6 58,1

30 - 34 2 41,6 62,9

35 - 40 1 57,5 83,3

A Tabela 10 indica que a concentração em massa de aerodispersóides está

relacionada com a quantidade de pavimentos em um edifício. Nos edifícios, os

Page 127: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

125

apartamentos localizados entre os pavimentos 35 e 40, apresentaram concentrações

médias em massa de aerodispersóides de 57,5 µg/m³ e 83,3 µg/m³, respectivamente,

para partículas menores que 2,5 µm e 10 µm, atribuindo esse fato ao provável

fechamento das janelas nestes pavimentos. Portanto, as concentrações de

aerodispersóides em massa são maiores nos últimos pavimentos dos edifícios.

Na Figura 43 apresenta-se a correlação entre a concentração em massa de

aerodispersóides, menores que 2,5 e 10 µm, e as condições de tráfego distante,

próximo às vias secundárias e próximo às vias principais, de acordo com Chao e

Wong (2002).

Figura 43 – Correlação entre a concentração em massa e as condições do tráfego. Fonte:

Chao e Wong. (2002).

Na Figura 43 a concentração em massa de aerodispersóides, menores que 2,5 e 10

µm, é maior à medida que os ambientes internos localizam-se próximos das vias

principais. Para MP2,5, a concentração em massa de aerodispersóides foi em torno de

29 µg/m³, 45 µg/m³ e 50 µg/m³, respectivamente, para distante das vias públicas,

próximo às vias secundárias e próximo às vias principais. Para MP10, a concentração

em massa de aerodispersóides foi em torno de 41 µg/m³, 65 µg/m³ e 70 µg/m³,

respectivamente, para distante das vias públicas, próximo às vias secundárias e

próximo às vias principais.

Page 128: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

126

A seguir, na Figura 44, apresenta-se a correlação entre a concentração em massa e a

presença de fumantes em residências com relação aos elementos químicos, conforme

Na et al. (2004).

Figura 44 – Correlação entre a concentração em massa e a presença de fumaça de cigarro

com relação aos elementos químicos em residências. Fonte: Na el at. (2004).

Segundo os autores, os principais elementos químicos presentes na fumaça de cigarro

são o cloro (Cl) e o potássio (K). A concentração em massa foi maior na residência

com fumantes freqüentes, sendo a principal diferença, entre esta residência e as

residências sem fumantes, o elevado nível de cloro e potássio.

Page 129: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

127

CAPÍTULO

CONCLUSÕES

Page 130: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

128

5. CONCLUSÕES

Com o trabalho desenvolvido foi possível avaliar a qualidade do ar interno com

ênfase na concentração de aerodispersóides nos edifícios localizados na RMSP,

concluindo-se que:

• Nos ambientes com sistema de ventilação natural, a concentração média de

aerodispersóides foi em geral maior do que nos ambientes com sistema de

condicionamento de ar, além da influência da localização.

• As atividades humanas domésticas foram responsáveis pela maior emissão e

ressuspensão dos aerodispersóides do que a degradação dos materiais, as

reações fotoquímicas, a umidade, os produtos químicos e a interação entre

eles.

• As concentrações médias em massa e em número de aerodispersóides,

durante as atividades humanas domésticas (cozimento, reforma, limpeza,

entre outras), foram aproximadamente oito vezes maior do que as

concentrações com atividades humanas profissionais ou em ambientes com

menor ocupação durante o dia.

As informações também indicaram que quanto menor for a umidade relativa e maior

for a temperatura interna, maior será a concentração de aerodispersóides. Igualmente

atribuído esse aumento ao fato de haver ou não atividades ocupacionais nos

ambientes internos.

Neste sentido existe a necessidade de monitoramento dos aerodispersóides para

evitar ou amenizar os sintomas relacionados com a Síndrome dos Edifícios Doentes

(SED) e as Doenças Relacionadas aos Edifícios (DRE), pois como se verificou na

literatura internacional e em capítulos anteriores, existem problemas causados à

saúde dos usuários que podem ter correlação com várias substâncias encontradas no

ar de interiores, as quais estão acima dos valores referenciados.

Page 131: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

129

Se no início muitas dificuldades residiram na falta de informações quantitativas e na

avaliação dos sistemas, hoje os dados disponibilizados indicam necessidades de

intervenção, com relação aos projetos de arquitetura, aos sistemas de ventilação e/ou

condicionamento de ar, às fontes de poluição que dispõem. Assim, para prover uma

boa qualidade do ar interno, deve-se atentar para esta questão.

Espera-se que este trabalho seja um ponto de partida e motivação para novas

pesquisas de prazo mais longo em ambientes mais específicos. Pensa-se também que

as novas pesquisas possam qualificar os aerodispersóides nas atividades que

mostraram maiores concentrações, além de correlacionar com as incidências de

doenças ocupacionais, tanto da indústria da construção civil, quanto daquelas

decorrentes das atividades exercidas nos edifícios já ocupados.

Page 132: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

130

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABADIE, M.; LIMAM, K.; ALLARD, F. Indoor particle pollution: effect of wall

textures on particle deposition. Building and Environment, France, v. 36, f. 7,

ago. 2001, p. 821-827.

ADGATE, J. L., RAMACHANDRAN, G., PRATT, G. C., WALLER, L. A.,

SEXTON, K. Spatial and temporal variability in outdoor, indoor, and

personal PM2.5 exposure. Atmospheric Environment, USA, v. 36, f. 20, Jul.

2002, p. 3255-3265.

ALLARD, P. F. Project and Problem Definition in Building Air Quality

Investigations. Design Protocol for Monitoring Enduro Air Quality, ASTM STP

1002, N. L. Nagda and J. P. Harper, Eds., American Society for Testing and

Material, Philadelphia, 1989, p. 73-79.

ALMEIDA, I. T. Comparação de técnicas de análise de tamanho de partículas

coletadas em ambiente de mineração. Tese de Doutorado, Escola Politécnica

da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005, p. 12.

ASSIMAKOPOULOS, V. D.; HELMIS, C. G. On the study of a sick building: the

case of Athens Air Traffic Control Tower. Energy and Buildings, Greece, v.

36, f. 1, jan. 2004, p. 15-22.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Áreas limpas –

Classificação e controle de contaminação. Rio de Janeiro, 1996.

____. Material particulado em suspensão na atmosfera – Determinação da

concentração de partículas inaláveis pelo método do amostrador de grande

volume acoplado a um separador inercial de partículas. Rio de Janeiro, 1995.

Page 133: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

131

ASSUNÇÃO, J. V. Poluição atmosférica. In: CASTELLANO, E. G., ed.

Desenvolvimento sustentado: problemas e estratégias. São Paulo, Academia de

Ciências do Estado de São Paulo, 1998, p. 271-308.

____. Importância da ventilação no controle da Síndrome dos Edifícios Doentes.

Encontro Brasileiro de Higienistas Ocupacionais, 04, São Paulo, 19-22 de agosto

de 1997, p. 08.

ASSUNÇÃO, J. V.; ANDRADE, A.; MONOSOWSKI, E. O planejamento

territorial aplicado no controle da poluição ambiental no Estado de São

Paulo. 10° (décimo) Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental,

Manaus, 21-26 de janeiro de 1979.

AYLESWORTH, T. G. Poluição do Ar e da Água. Rio de Janeiro, Ed. “O

Cruzeiro” S. A., f. 133, 1971, p. 25-32.

BEHNE, M. Indoor air quality in rooms with cooled ceiling. Mixing ventilation

or rather displacement ventilation? Energy and Buildings, USA, v. 30, f. 2,

jun. 1999, p. 155-166.

BARTZ, C. Autodesk. Acesso em: 23 de julho de 2005. Disponível em:

http://usa.autodesk.com.

BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L.; MIERZWA, J. C.; BARROS, M.

T. L.; SPENCER, M.; PORTO, M.; NUCCI, N.; JULIANO, N.; EIGER, S.

Introdução à Engenharia Ambiental – O desafio do desenvolvimento

sustentável. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de

Engenharia Hidráulica e Sanitária, 2ª edição, São Paulo, 2005.

BRASIL. Portaria nº 3.523/GM de 28 de agosto de 1998. Dispõe sobre como

minimizar o risco potencial à saúde dos usuários, em face da permanência

prolongada em ambientes dotados de sistemas de ar condicionado, e dá outras

Page 134: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

132

providências. Ministério da Saúde – MS. Acesso em 26 de julho de 2005.

Disponível em: http://www.techcleaner.com.br.

____. Resolução – nº 9 de 16 de janeiro de 2003. Dispõe sobre os Padrões

Referenciais de Qualidade do Ar Interior em Ambientes Climatizados

Artificialmente de Uso Público e Coletivo, e dá outras providências. Agência

Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Acesso em 26 de julho de2005.

Disponível em: http://www.techcleaner.com.br.

____. Resolução – nº 3 de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre os Padrões Primários

e Secundários de Qualidade do Ar e ainda os Critérios para Episódio Agudos de

Poluição do Ar. Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.

CHAO, C. Y. H.; WAN, M. P.; CHENG, E. C. K. Penetration coefficient and

deposition rate as a function of particle size in non-smoking naturally

ventilated residences. Atmospheric Environment, China, v. 37, f. 30, set. 2003,

p. 4233-4241.

CHAO, C. Y.; WONG, K. K. Residential indoor PM10 and PM2.5 in Hong Kong

and the elemental composition. Atmospheric Environment, China, v. 36, f. 2,

Jan. 2002, p. 265-277.

COHN, P. E. Medição contínua de emissão de poluentes gasosos, particulados e

líquidos. The Instrumentation, Systems, and Automation Society, São Paulo, Set.

2003, p. 31-37.

COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Relatório

de qualidade do ar no Estado de São Paulo 2004. São Paulo, CETESB, 2004.

(Série Relatórios)

Page 135: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

133

EPA (Environmental Protection Agency). Indoor Air Quality Education and

Assessment Guidance (I-BEAM). Acesso em: 14 de maio de 2003. Disponível

em: http://www.epa.gov/iaq/largebldgs/i-beam_html/ibeami.htm.

GELLER, M. D.; CHANG, M.; SIOUTAS, C.; OSTRO, B. D.; LIPSETT, M. J.

Indoor/outdoor relationship and chemical composition of fine and coarse

particles in the southern California deserts. Atmospheric Environment, USA,

v. 36, f. 6, fev. 2002, p. 1099-1110.

GUO, H., LEE, S. C., CHAN, L. Y. Indoor air quality investigation at air-

conditioned and non-air-conditioned markets in Hong Kong. Science of the

Total Environment, China, v. 323, f. 1-3, Mai. 2004, p. 87-98.

HANSEN, S. J. Managing Indoor Air Quality. Lilburn, GA: The Fairmont Press,

Inc. 1991, p. 317.

HE, C.; MORAWSKA, L.; HITCHINS, J.; GILBERT, D. Contribution from

indoor sources to particle number and mass concentrations in residential

houses. Atmospheric Environment, Australia, v. 38, f. 21, jul. 2004, p. 3405-

3415.

HOWARD-REED, C.; WALLACE, L. A.; EMMERICH, S. J. Effect of ventilation

systems and air filters on decay rates of particles by indoor sources in an

occupied townhouse. Atmospheric Environment, USA, v. 37, f. 38, dez. 2003, p.

5295-5306.

ISAIQ-CIB (International Society of Indoor Air Quality and Climate and

International Council for Research and Innovation in Building and Construction).

Performance Criteria of Buildings for Health and Comfort. International

Council for Research and Innovation in Building and Construction.

International Society of Indoor Air Quality and Climate, TG 42, Helsinki,

Finland, 2003.

Page 136: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

134

JONES, A. P. Asthma and domestic air quality. Social Science & Medicine, China,

v. 47, f. 6, Set. 1998, p. 755-764.

____. Indoor air quality and health. Atmospheric Environment, England, v. 33, f.

28, dez. 1999, p. 4535-4564.

JONES, N. C.; THORNTON, C. A.; MARK, D.; HARRISON, R. M.

Indoor/outdoor relationships of particulate matter in domestic homes with

roadside, urban and rural locations. Atmospheric Environment, England, v. 34,

f. 16, 2000, p. 2603-2612.

JOSÉ-ALONSO, J. F. S.; VELASCO-GOMEZ, E.; REY-MARTÍNEZ, F. J.;

ALVAREZ-GUERRA, M.; PELÀEZ, C. G. Study on environmental quality of

a surgical block. Energy and Buildings, Spain, v. 29, f. 2, 1999, p. 179-187.

JUNKER, M.; KOLLER, T.; MONN, C. An assessment of indoor air

contaminants in buildings with recreational activity. The Science of the Total

Environment, Switzerland, v. 246, f. 2-3, fev. 2000, p. 139-152.

KOSONEN, R.; TAN, F. The effect of perceived indoor air quality on

productivity loss. Energy and Buildings, Finland, v. 36, f. 10, out. 2004, p. 981-

986.

LEE, S. C., GUO, H., LI, W. M., CHAN, L. Y. Inter-comparison of air pollutant

concentrations in different indoor environments in Hong Kong. Atmospheric

Environment, China, v. 36, f. 12, Abr. 2002, p. 1929-1940.

LOMBORG, B. O ambientalista cético: medindo o verdadeiro estado do mundo.

Rio de Janeiro, ed. Campus, 2002, p. 532.

MATSON, U. Comparison of the modelling and the experimental results on

concentrations of ultra-fine particles indoors. Building and Environment,

Sweden, v. 40, f. 7, jul. 2005, p. 996-1002.

Page 137: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

135

MESQUITA, A. L. S.; GUIMARÃES, F. A.; NEFUSSI, N. Engenharia de

ventilação natural. CETESB, São Paulo, 1988, p. 442.

MORAWSKA, L.; THOMAS, S.; GILBERT, D.; GREENAWAY, C.; RIJNDERS,

E. A study of the horizontal and vertical profile of submicrometer particles

in relation to a busy road. Atmospheric Environment, Australia, v. 33, f. 8, abr.

1999, p. 1261-1274.

NA, K.; SAWANT, A. A.; COCKER III, D. R. Trace elements in fine particulate

matter within a community in western Riverside County, CA: focus on

residential sites and a local high school. Atmospheric Environment, USA, v. 38, f.

18, jun. 2004, p. 2867-2877.

NIU, J. L.; BURNETT, J. Setting up the criteria and credit-awarding scheme for

building interior material selection to achieve better indoor air quality.

Environment International, China, v. 26, f. 7-8, jun. 2001, p. 573-580.

OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE). Critérios de Qualidade do Ar.

Genebra, Suíça, 1999.

PAIVA, C. Cilindro de vidro, alumínio e transparência. Finestra, São Paulo, v.

40, m a r . 2 0 0 4 . A c e s s o e m : 1 4 d e j u n h o d e 2 0 0 5 . D i s p o n í ve l

e m : http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura574.asp.

PRADO, R. T. A. Contribuição ao estudo do papel da engenharia nas interações

entre o homem, o edifício e o ambiente. Tese de Livre Docência, Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003, p. 197.

PRADO, R. T. A.; CARMO, A. T. Qualidade do Ar Interno. Texto Técnico,

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999, p. 35.

Page 138: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

136

PRORAD. Diretrizes para limitação da exposição a campos elétricos, magnéticos

e eletromagnéticos variáveis no tempo (até 300 Gz). A c e s s o e m : 0 4 d e

j a n e i r o d e 2 0 0 6 . D i s p o n í v e l e m :

http://www.prorad.com.br

ROULET, C. A. Indoor environment quality in buildings and its impact on

outdoor environment. Energy and Buildings, Switzerland, v. 33, f. 3, feb. 2001,

p. 183-191.

SANTOS, A. M. A. Exposição Ocupacional a Poeiras em Marmorarias:

Tamanhos de Partículas Característicos. Universidade Federal de Minas

Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, março de 2005.

TONG, S. T. Y.; LAM, K. C. Home sweet home? A case study of household dust

contamination in Hong Kong. The Science of the Total Environment, China, v.

256, 2000, p. 115-123.

TSE, M. S.; CHAU, C. K.; LEE W. L. Assessing the benefit and cost for a

voluntary indoor air quality certification scheme in Hong Kong. The Science

of the Total Environment, China, v. 320, f. 2-3, mar. 2004, p. 89-107.

TSI Inc. Ptrak and Dust Trak. Acesso em: 12 de julho de 2003. Disponível em:

http://www.tsi.com.

VIRTA, J.; KOIVULA, M.; HUSSEIN, T.; KOPONEN, S.; HAKKARAINEN, H.;

KYMÄLÄINEN, H. R.; HÄMERI, K.; KULMALA, M.; HAUTALA, M.

Emissions from thermal insulations – part 1: development and

characteristics of the test apparatus. Building and Environment, Finland, v. 40,

f. 6, jun. 2005, p. 797-802.

WALLACE, L. A.; EMMERICH, S. J.; HOWARD-REED, C. Effect of central fans

and in-duct filters on deposition rates of ultrafine and fine particles in an

Page 139: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

137

occupied townhouse. Atmospheric Environment, USA, v. 38, f. 3, jan. 2004, p.

405-413.

WARGOCKI, P.; BAKÓ-BIRÓ, Z.; CLAUSEN, G.; FANGER, P. O. Air quality in

a simulated office environment as a result of reducing pollution sources and

increasing ventilation. Energy and Buildings, Denmark, v. 34, f. 8, set. 2002, p.

775-783.

WOLKOFF, P.; SCHNEIDER, T.; KILDESØ, J.; DEGERTH, R.; JAROSZEWSKI,

M.; SCHUNK, H. Risk in cleaning: chemical and physical exposure. The

Science of the Total Environment, v. 215, f. 1-2, abr. 1998, p. 135-156.

WOLKOFF, P.; NIELSEN, P. A. A new approach for indoor climate labeling of

building materials – emission testing modeling, and comfort evaluation.

Atmospheric Environment, v. 30, 1995, p. 2679-2689.

WOLKOFF, P.; NIELSEN, G. D. Organic compounds in indoor air their

relevance for perceived enduro air quality? Atmospheric Environment, v. 35,

2001, p. 4407-4417.

WONG, N. H.; HUANG, B. Comparative study of the indoor air quality of

naturally ventilation and air-conditioned bedrooms of residential buildings

in Singapore. Building and Environment, Singapore, v. 39, f. 9, set. 2004, p.

1115-1123.

YANG, L.; ZHANG, G.; LI, Y.; CHEN, Y. Investigating potential of natural

driving forces for ventilation in four major cities in China. Building and

Environment, China, v. 40, f. 6, jun. 2005, p. 738-746.

ZHAO, B., ZHANG, Y., LI, X., YANG, X., HUANG, D. Comparison of indoor

aerosol particle concentration and deposition in different ventilated rooms

Page 140: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

138

by numerical method. Building and Environment, China, v. 39, f. 1, Jan. 2004,

p. 1-8.

ZHENG, M., FANG, M., WANG, F., TO, K. L. Characterization of the solvent

extractable organic compounds in PM2.5 aerosols in Hong Kong.

Atmospheric Environment, China, v. 34, f. 17, 2000, p. 2691-2702.

Page 141: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

139

ANEXO A - Resolução nº 9

���������������� ���

������������������������ ���� ���������������� ��������������������������������������������������������������� ��������������������������������������� � �

!������������"����������#��������$�%&�����'�������(�)����(�����������#���*�������������%��������� ���(������������+,������������-�&������� ��

!���������������������������)����������-����$./012'30�������������4��������������� ����������5���$������������6�����������0�'������&�0&�������!�&��-�����0�����&��������,����7�������!����)������������������&����������8(�9��������������(�:����������(&����������������)%9��� ��������������������������;������)��%��������������� �

!������������(����(�������&�����7��������%�����������&<������������������������(�����������&���������&��-���� �

!���������������������;%�����������&����������&�����������:�������������������;���������������������&����������������������������(��5�������������/���������5���(��������������� �

!��������������(����������#�������������=>/>3��#����#���������?�����%���������**? �

!����������������&��@��������&�����A��(����������������!���%�����������(�)����&����������-�����&����������������� ������������

0�#��������&�����(������������+��������B@��������������(��=�(��B@�����0����������������5���$������������6�����������0�'�������&��&���������&��-�����������&������������(7������������)����&����8�#�

0�#����.����$���������������&�)%�����������������(��������#�

!CD,�'+�>0'.$+2'B!E��.3301E0�E.1$'6,.3�

01.F+

+$'.1B0GH+�BI!1'!0�.C0J+$0�0��+$�=$,�+�BI!1'!0�033.33+$�3+J$.��0�$K.3�$.L.$.1!'0'3��.�6,0C'�0�.��+�0$�'1B.$'+�$�.>�0>J'.1B.3�!C'>0B'M0�+3�0$B'L'!'0C>.1B.��.�,3+��NJC'!+�.�

!+C.B'2+�

'�O�E'3BP$'!+�

+�=�(��B@�����0��������������������������5���$������������6�����������0�'������&��&���������&��-�����������&������������(7������������)�������������:���(����0%9����1����������2%�Q����3���;��O�012'30�����Q&�������=�9����=�������3�)����������������3�)������!���������������:���(��&�&����������%������������5��R�

3��������J���������>���0&�����������6�����������0����'������/J$03'1�++$��C�����S��1����1������'�����������6�:&������,L$T��>���@�����>���0&�������L������������>���������,3���+%��-���������&���������3�7��/+�03��L��������+�U�����!�-/L'+!$,M��L��������T�%����(���L%���������3�%��������>���������B�������O�L,1�0!.1B$+/>B���'��������1����������>�����%��1�&��-�������6��������'�������/'1>.B$+��0��������������������.���������!����������'��������E��(����/0�.!'E����3�)������2%�Q����3���;�����>���@�����3�7��/$T��'�����������!9�����J�&@�����O�'!J/,3����0%9����1����������2%�Q����3���;�#�

$����<���������������J��:��/�L�������������������***���(&�����&��������� ����������&��&����R�

�#��������������@����������&�&���(�(����������������������������������&��&���������&��-�����������&������������(7������������)���������������:���(���;��������%�)�������7���������������(����� �

�#�����&�����-��������(���(�����������)��)�����������������������������������������(������&�������������������;�������8����������(��������:�������������5��������(���������&���������&��-�����������&������������(7������������)�#�

$����<���������������J��:��/�L������������������� �����������&��&����R�

Page 142: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

140

�#���&�)��(�����������)�������$���������012'30�<$.����/ �

�#�0����-�<����������������������������&��������(�:�#�

�#���(����-�����&��5����������������&����������8(�9�������������������(&������������)%9�������$.����#�

''�O�0J$01=V1!'0�

+�=�(��B@�����0�������������������%�����+��������B@�������������5���$������������6�����������0�'������&��&���������&��-�����������&������������(7������������)�����������-���(�����������������)������&;8&������&���;)���(��������&���������S%������:&�����(�Q&������:����������������������������������������(�����������������-�����S%������:&������:�����&@����������:�����W1�&���B@������ ��� ��� ���� 4�X���������&�����5���(�����������W�6������'���''�X#�

$���&�������������(��5���������������������(�������+��������B@���������&��(������������&���������&��-������������(7������������)���;��8�����������������������&����������#���������&���������&��-���������������������&��8%9����������������������������������5�����(������������&���������������&���(��������(����)�����������5������(��������������������&��(������������&������%���&��������(��:����#�

'''�O��.L'1'GK.3�

��������������+��������B@�����������������������%�����������5������&(��&�������A��������������������=>/>3��#���#���/*?R�

�����������������R�����&����(������&��&�&���%���������&(��������(��:�������S������/����:�����#�+�&��&�����������������������#�

��������������������R��&��������)�����������&��������&����������5���(�������&�����(�%�����A���7����������(��������������(������&��&�&:�&�����? Y��������(��������������&���������&����8����������&�����%������������������

��������������������������������(���������&���������&��������������-�����(���&���5������������5���(S(�������&���������(������������&��-���������)@��������(�&�����#�

������������ ����!�����������������R���(��������&���������&������������������-��������&�����(������#�

���������������R�@���(��������������&����������������������&������������&���������6�����������0�'����������(���������������������������)�;)�����&������&(��������&������)����������&������(����������(��:���������S%��������������S8�������������W!+�X#�

"��#�$��%�"����������& ���������'���������&�������������)������������)��������������������&����������������-������&�����������(�������&������������������������������������(�������������������)���5����&������#�

��& ������������������'��������R�!�������������&�����������������������������(�������������(���������&��&����������������&������&���&��-�����������#�

(�������)�*����%�����������R�2�����&������&���;)���������(�����������5���������9���������(������������������%������A���7�����&���#

'2�O��0�$K.3�$.L.$.1!'0'3�

$���&����������%���������5���$������������6�����������0�'������&��&���������&��-������������(7������������)�#�

��<�+�2����>;8&��$���&���;)���<�2>$��(��������&������&�����S%�����)������� ����/&��������%����(������������'/.�&���������������������'�@�������������������%�������&�������������.�@�������������������%�������&�������8���#�

1+B0R�0��������'/.�@��8%�����&����&������)�����������������������������&���������(���������(����&����&�������8������������9�����(��&��S%�������&(������������(��������������&���������������#�

�#��<�6��������2>$��������(�������������������'/.����&���������������@�������;����-���&���%�S���������������(���������(����&�����)����������)�#�

�#��<�I������;)�����(�������������%���(���%9���������8%9����#�

Page 143: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

141

��O�+��2������>;8&���$���&���;)���(��������&��������:&������R�

�#��<�� �((&�����S8�������������O�W!+�X�����&���������������)�����������8���������&�������(���������������&<����#�

�#��<�? �Z%/&[���������(��S������������������&������������%������(��-����������&(�-������&��������&��-���#��1+B0R����������������������(��&��S%������������@�&�����������&����������&���������������)������������)����\�� �((&�����S8�������������O�!+��

��O�+��)���������&���;)���(������(�Q&������:����������&(��������&������)�������������8��������)���������������%������(��-����������)��������������������&���1J$��4 ��O�'�������5���!���������0�!����������(���!�������O���Q&�����J;������������������0J1B�O�0���������J���������1�&���B@�����#�

�#��<�����8�����&���;)�������(����������B�&(����������J�����3��������������5����������(���)�������)�;�)�������� !����� !����&��8����������&��������������������)�����(���������� !����� !#�0���8��&;8&������(��������)�;�)���������� !����� !����&��8����������;������������������(�������(�����@��? !#�0��������������8����(����������������������������������������#����������5����������(����)���������8�����&���;)�������(��������)�;�)������� !����� !#�

�#��<�����8�����&���;)�������(���������,&�����$����)������������5����������(���)�������)�;�)������4 Y�����Y����&��8����������&��������������������)�����(��������4 Y�����Y������������������#�+�)����&;8&������(��������)�;���������Y����&��8����������;������������������(�������(�����@�� Y#�0��������������8����(����������������������������������������#����������5����������(����)���������8�����&���;)�������(��������)�;�)��������Y�����Y#�

�#��O���2����>;8&��$���&���;)���<�2>$�����(���������2������������0������:)���������&����(��������%����������9���������������������@����&����� ����&/�#�

�#4�<���B�8�����$���)��������0��������������&���������&��-�������;�����&:�&���������&�/���/(��������8���������������(��:��������&���������&����������)��������(������#�1��������������B�8�����$���)��������0�&:�&����;�������&��/���/(�������������������&�����&�������������������������&�������(�����&��&�����������������!+���&������%�������������������&�'2<�#���������+��������B@����#�

�#��<������-������������������������=��@���%��S�������(������������8���#�+�=���������-�����0������&���������&��-�������;����������-����<�������&:�&�������������������=<��������������������������&�����������&�&-���������7&�����������������������������&���&�����-��������:)������&������(�����������������������#�

+��(��5�����������������������&(��&����&����&�������;����������������������=>/>3��#���#���/*?������?�����%���������**?��(�������������������&�������)��������������������6�����������0�'����������&���������&��-����#�������&����(��������������������5��������(���;)����@�����(����%�����&������������&�������&��-��������������������������(�������������(����&����������&(�-����&����������������&(���������������&�����������������%������������]9�����&:�&���(��������%��������&(����������������������&�����)��S�����&(���������������&����������(��������#�

����������� #���������

B�&����������8����� C&(�-��&����������������������;)�����@���������������W&;8&����&����X�

,���������������� C&(�-��&����������������������;)�����@���������������W&;8&����&����X�

J��������������������� >�����̂�

3�(��������������&����� ����������������&���������&(�-��

�&������

3�(�������������&����� ����������������&���������&(�-��

�&������

,&������� ����������������&���������&(�-��

Page 144: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

142

�&������

2�������� 3�&������

�����&����&����/��������

&;������

>������

^<�.8������������)%9�����������&�������:&�������:��������(���������(������(����������������(����������������(���������-���#�

2�O�L+1B.3��+C,.1B.3�

$���&�������������&����������(����������(�����������&���(�(S���������)�������������������������������������&���&��(����)�������������������������5������������������(���:)�������������(������������&���������6������'���''#�

6,0�$+�'�

����:)�������������(������������S%����

� ����������� �����

��

#���������"�����������������������������

#���������)�����������+$�������������������������

J���@��� $���)��S�����&�;%���.���%������������������&����������������������������������&����������&������������(��������������������������������(��:����7&�������������#�

$���-�����&(�-�����������)���������������������&���� ��%��-��������)��S�����������������!��<������������&���������&���������:����(�����&������������ ���&������������5�� ��%��-�����

��(��:���#�

L��%��� L��%���0&�������7&��������&�������������&���(��������7�%������&��&������(�������%Q�����7&�����������(������������&������7&��� ����8�����������������������������������

��&�&�����������)��������������&�(������#�

!�%����&������&������ �&�����������������:%���)�-�&�������

������5��������������������;%�� ��%��-������&�����������&(���������������&�������&��-�����

���&���������&���������:����(�����&������������ ���&���&������

(�����������&����� ���&����������%�)��������(���������&�����)���&�����������������(����

����)���&�;%���W���(���X ����-��������=<��������)�����������8����#�

L��%��� L��%���0&�������7&��������&�������������&���(��������7�%������&��&������(�������%Q�����7&�����������(������������&������7&��� ����8�����������������������������������

��&�&�����������)��������������&�(������#�

!�%����&������&������ �&�����������������:%���)�-�&�������

������5��������������������;%�� ��%��-������&�����������&(���������������&�������&��-�����

���&���������&���������:����(�����&������������ ���&���&������

(�����������&����� ���&����������%�)��������(���������&�����)���&�����������������(����

����)���&�;%���W���(���X ����-��������=<��������)�����������8����#�

Page 145: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

143

����-�;��� $���)��S������;%��������&������������������&���������������������������&�&���������#�

E%��-�������)��S�����&���������&���������:����(�����&������������#�

2:��� E��(�������&���#� 0���������7&���������(������(��&�����;�����&���&�����������)��������� ��)�����(����������(����������������������&���������&��-����#�

0�%��� B�����������&�����������������������������#�

E%��-��������)��S�������������������������������&���������&���������:����(�����&������

������#�

�S���� 0��8����#� >���������%�&������������&�1J$<�4 �����0J1B#�

0�S(����� ����������#� E%��-�������(��:�����8�����&���;�����(����&���������)���������&������������(���� �����%������&����������������

�)���&�����#�

0�&��� $��������&���%������)��#� $����%���������������������������������&���%��������������)���

����(���)����8��&�����#�

6,0�$+�''�

#���,�����"����������� ������- ,�����

��

� �������

- ,������

#���������"�����������������������������

#���������������������+$�������������������������

��� !�&�������W�%��������&�����������%5�����)�:����������&�����X#�

>���������(������������8������&���8�����������������(�������� �����%����������������&������ �&��������8��������&�;�����&������������&������ ���&�����������������!+�(�)�<�����������������8����� �����%�������%�&���&�;������������#�

!+�� �����������&�������&����&��������&������#�

0�&����������)�����������8��<�� �����%����������������&������������%�&���&�;������������ ���&�����������������������8�����#�

1+�� !�&������� $����%����������������&������ �&��������8��������&�;�����&�����

�������&������ �&(����������<�������1+��(�)������������������8����� �����%�������%�&���&�;������������#�

+�� >;��������(��������&(�������������#�

0�����&��������(��:�����(������-��������&�����������&���<��������������&��8�����������&������

Page 146: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

144

������������&������&��������8����)���(���������(�<&�����������(������&�%�������(����������(����������+�#�

L�&����:��� >��������������&������&���;���������(�����������&(�-����&�����;���

3�����������&�������������������������&�������&���;������(�����&�����&��&�&�������&����:�� �����(���������&�����;�������������������&���&����:��#�

>������(��������� �����������#� >���������%�&������������&�1J$<�4 �����0J1B ��)�������<&�������&���7���������(������&�������&�������%Q����������@�����(������&��������&��-��� ���-�����������������.8<����� ��%��-�������(��:�����8�����&���;�����&��������)�������������)��������(������� �������������&��������������������������<&�������&�&����(������� �������&��������(��:�����(������-��������&�����������&��������������W)������S%���X ����%�������%�&���&�;������������#�

L�&������������ 6��&������%����������������&�������#�

0�&�����������������������8�������&����(������)������/����8�����������(�������� �����%�������%�&���&�;������������#�

!+2� !����&���;���(���������������&��&(�-������&�����;�������)�������&����������)���&������

�����������������#�

3�����������&�������������������������&������&���;� �����(�����������&(�-������&�����;�������������������&�!+2�������������(������&��������8�����)�����-���������8�����#�

!+3<2� 6��&�������&����:)��������-��������(�������#�

.�&����������&������(���������(�������������������������&�������&����:)�� �&���������(������������8����������������(��������#�

!+2�O�!�&(������+%Q�����2��;���#�!+3<2�O�!�&(������+%Q�����3�&<�2��;���#�

������+.���<�+��(��������������������������������&������9���������&�����������������������������������������7�����&���������&����;������������(�����������������������8����������(�:�#�

+�����(�������������)����&�����������������&(����������������(�����������������������������������&������(��������(�;%���������#�

2'�O�020C'0GH+�.�!+1B$+C.�

$���&�������������&����������(�����������)�����������������������&�����������������&���������&��-�����������������)��������%������1�&���B@������ ��� ��� ���� 4#�

1�������������������S����@�������������������������������@����&���������1J$<� #��*����0J1B�<�0���������J���������1�&���B@�����#�

/�_����E������+%��-����#�'������������̀R�����%���������&����� �!�(����%��������&�a����*?��W�.��(����3���������X#�

�0�0&�����3����̀����E����%��$���%����%�����0�!�������%�.�%������'��#�03E0$0.�3����������<�2������������0���(������'�����0�6����̀��� ��

�1�b������1�����L�c�3������CL=#����5���$���������(���0�;�������$�������������6��������>�����S%������0��&�'�������2��������3�7����7��������J����O���������� ������ �#���W� XR�4<����***#�

Page 147: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

145

�2�!��������1����������>���0&������O�!+10>0�3�%���� +$���45�61�����?/ ��/��** #�

7�0J1B�O�0���������J���������1�&���B@��������8%�926/�:�'����+.��������������������������������"�����:�#���������8���������#��;�������*? #�

9�3������CL=�c���������.E>#��� ���+$����)<��������#��������������+$���& �����������'��������������������� ������ �����W�XR��*<�����***#�

=��- ��������3�>4%?�8���@ �3�A4�4%4����5���$���������(���0�;�������$�������������6��������L:���<��:&������0����'�����2��������3�7����7�����4���������������� ��3�1B0��2�C/73/DDD�

1+$>0�BI!1'!0� ��

6�����������0�0&�������'����#�>@��������0&����%�&���0�;�������J���������&�0&�������'������#

>IB+�+�010CdB'!+�

+JT.B'2+R����������&�����&����������������&����������(���:)��������-������&���(�������������&������������%����&����&�����������#�

�.L'1'GK.3R�

���� ������3��(���������&���%���&���W�%���&���);)��X���(���������#�

� ��� ����������������R�.��&������(��;)���A�(����������������&��������������������&������#�

0�C'!0J'C'�0�.R�0&�����������������&��-������������������)������������������(��5�����&����W������(����X#�

>0$!0�+$�.�'�.>'+CP='!+R�L��%���);)��#�

>IB+�+��.�0>+3B$0=.>R�0&������������(��&(����������&��������������#�

�.$'+�'!'�0�.R�3�&�����#�

L'!E0�BI!1'!0��+�0>+3B$0�+$R�

�����������'&(�����������������������;%��#�

)������� �������0%��.8��������>������0%��3����������8�������4Y��0%��J��������8�������������������������������&�����)������#�

E*�����$����8����������������/&������������&��������?����/&�#�

E������������� ��������������&���������(��������������(������5�������&������#�

��� ���),�������4 ������� ���)�*������ ���

F��� ����$���������&����%�&�(���(�����������&�������&��:)�����������%��������W��(���������������)��&�����������������&��:&���������������S%��X�

E����������$���������&����%�&�(���(�����������&�������&��:)�����������%��������W��(���������������)��&�����������������&��:&���������������S%��X�

1���R�.&�;��������&����������&�������(����������&���;)����&���&����%�&���&���&(����)���&��&�����#�

�����+$���3�&������ F*��$��� � ���/&�#�

#�����$���**�*��Y�

�.3B$0BI='0��.�0>+3B$0=.>R�

��������� ���&�����������8���������-�������������������(�������������������� �&�����:)��������#�

Page 148: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

146

��������7&�������&�������������������&�����(���������;���������:�����&��-��������������&��&��&��������������-������������%�����������������8�R�

G��������� ,�B��0��� �!������,��������������

0�@��# � ��

�# ����# � ��

�# ����# � ��

�# ����# � ?�

�# ���� # � ���

� # �����# � ���

��# ���� # � �?�

� # ���� # � ���

0�&������ # � ���

0��������������������������������&��������&�������:�������(��&��S%����������������������&����)���&@�����������������������������������)��������&��������������&����#����(�������&��������)������������:��������&�&�������������������&����&������������-��������������������&����(�����������������&����������&�-�������(���#�

�$+!.�'>.1B+�C0J+$0B+$'0CR�>@������������)������������������%�������&��-��5�����)����-����#�B�&(��&:�&��������������������������� !#��(�&�����������������&������������%��#�

J'JC'+=$0L'0R�e3�������>����������.8�&���������_��������_����U���e#��������#�0�E0��0__0��_�!#L �eB���,�����3���������&���(��e#�,3���FF'''���#��1L�F2'''���*?�#��1'+3E<�1�������'�����������+���(�������3����̀�����E�������1'+3E�>���������0���̀�����>�������W1>0>X��

J'+0.$+3+C�30>�C'1=�W'�����0X� ? ��L�����.����#�

'$33B�O�'�����������$�����������3���@�������3����@����B�)������6�������!��������**4#�

>�&�����������B���������0�)�� �̀!�&&��������'�����0�6����̀��!�&&��������������E������>��� �̀�������

.�)��&����O�=�����������=����'�����0�6����̀���+�������&�����3�%�(��#�

1+$>0�BI!1'!0� ���6�����������0�0&�������'����#�>@��������0&����%�&���0�;�������!���������������S8������!�������&�0&�������'������#

>IB+�+�010CdB'!+�

+JT.B'2+R����������&�����&������������������(�������������)�����������&��&���������&��-����#�

0�C'!0J'C'�0�.R�0&����������������&��-������������������)�#�

>0$!0�+$�.�'�.>'+CP='!+R��S8�������������W�!+��X#�

>IB+�+��.�0>+3B$0=.>R�.��(�&������������������#�

�.$'+�'!'�0�.R�3�&�����#�

L'!E0�BI!1'!0��+3�0>+3B$0�+$.3R�

����������C����������(��&���������������)�&���������

��(��)������@������������:&��#�

Page 149: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

147

�����+$���0�������������������&���(��������������������#�

>�*����� ����# �((&#�

F*��$���� �((&�f��Y����)����&�����

.3B$0BI='0��.�0>+3B$0=.>R�

��������7&�������&�������������������&�����(���������;���������:�����&��-��������������&��&��&��������������-������������%�����������������8�R

G��������� ,�B��0��� �!������,��������������

0�@��# � ��

�# ����# � ��

�# ����# � ��

�# ����# � ?�

�# ���� # � ���

� # �����# � ���

��# ���� # � �?�

� # ���� # � ���

0�&������ # � ���

�����������������������������������&��������&�������:�������(��&��S%����������������������&����)���&@�����������������������������������)��������&��������������&����#�

����(�������&��������)������������:��������&�&�������������������&����&������������-��������������������&����(�����������������&����������&�-�������(���#�

�$+!.�'>.1B+��.�0>+3B$0=.>R�0��&��������)����������-������&���;������(���������-���������&�����#�

1+$>0�BI!1'!0� ���6�����������0�0&�������'����#�>@��������0&����%�&#�����&���������B�&(�������,&�������2������������0��&�0&�������'������#�

>IB+�+�010CdB'!+�

+JT.B'2+R����������&�����&������������������(������������&��-�����������&��&���������&��-����#�

0�C'!0J'C'�0�.R�0&����������������&��-������������������)�#�

>0$!0�+$.3R�B�&(�����������W�g!�X�

,&����������W�Y�X�

2��������������W�&/��X�#�

>IB+�+��.�0>+3B$0=.>R�.��(�&�������������������#�B�&�<�%h&������0��&h&���#�

�.$'+�'!'�0�.R�3�&�����#�

L'!E0�BI!1'!0��+3�0>+3B$0�+$.3R

0&������R�C����������O�B�&�<�%h&���#�

���:(������(�����R�3����������&(����������(����&�<����9���#�

3���������&���������(����(���)�����(��������)�������@���#�

Page 150: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

148

!�������R�0����� L�8�R� ��!���� ��!������&(���������Y���*��Y�����&�����

.8�����R� �?���!������&(������gg�Y����)����&���������&�����

0&������R�C����������O�0��&h&���#�

���:(������(�����R����������&�����������������)������������������(��������������������@&��#�

!�������R�0����� L�8�R���� ���� �&/��

.8�����R�gg ���&/��gg4Y����)����&�����

.3B$0BI='0��.�0>+3B$0=.>R�

��������7&�������&�������������������&�����(���������;���������:�����&��-��������������&��&��&��������������-������������%�����������������8�R�

G��������� ,�B��0��� �!������,��������������

0�@��# � ��

�# ����# � ��

�# ����# � ��

�# ����# � ?�

�# ���� # � ���

� # �����# � ���

��# ���� # � �?�

� # ���� # � ���

0�&������ # � ���

����������������������������������&��������&�������:�������(��&��S%����������������������&����)���&@�����������������������������������)��������&��������������&����#�

����(�������&��������)������������:��������&�&�������������������&����&������������-��������������������&����(�����������������&����������&�-�������(�����(�����B�&�<�%h&�����������(����������������������(�����0��&h&���#�

�����E<�����662�

6�����������0�0&�������'����#�>@��������0&����%�&���0�;�������!��������������0����(��S�����&�0&�������'������#�

>IB+�+�010CdB'!+�

+JT.B'2+R����������&�����&�����������������������(��S�����������&��&����������������&��-����#�

0�C'!0J'C'�0�.R�0&�����������������&��-������������������)������������������(��5�����&����W������(����X#�

Page 151: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

149

>0$!0�+$�.�'�.>'+CP='!+R������B�����W&%/&��X#�

>IB+�+��.�0>+3B$0=.>R�!��������������(��S����(����������W>J�<�4������0J1BX#�

�.$'+�'!'�0�.R�3�&�����#�

L'!E0�BI!1'!0��+�0>+3B$0�+$R�

0&������R�,�����������(�������������:���(������������2!���Q&����������&&���(�������������g&�����Q&�������(�����(��:����(���(����������������������� �3�(�������������&����������������� �����������&�(�;���������(��������&��Q&����������&&#�0(�����%�&R�J�&�������&����%�&������&��������������%�����(�:�����������������)�-����������������������&�)����������Y#�

B�8�����2�-��R��� ����� ��/&������&��������� ��/&�#�

2���&��>:�&�R�� ���

2���&��>;8&�R�4 ���

B�&(�����0&����%�&R���������������)���&����(�����������8�����)�-������-����

.&����%�&R�$�����

!�������R�.&������(����&���������������

����(�������&���&��������%&;�����

.8�����R�gg�Y����)����

&�����

.3B$0BI='0��.�0>+3B$0=.>R�

��������7&�������&�������������������&�����(���������;���������:�����&��-��������������&��&��&��������������-������������%�����������������8�R�

G��������� ,�B��0��� �!������,��������������

0�@��# ��

�# ����# � ��

�# ����# � ��

�# ����# � ?�

�# ���� # � ���

� # �����# � ���

��# ���� # � �?�

� # ���� # � ���

0�&������ # � ���

����������������������������������&��������&�������:�������(��&��S%����������������������&����)���&@�����������������������������������)��������&��������������&����#�

����(�������&��������)������������:��������&�&�������������������&����&������������-��������������������&����(�����������������&����������&�-�������(���#�

�$+!.�'>.1B+��.�!+C.B0R�>J<�4������0J1B#�

�$+!.�'>.1B+��.�!0C'J$0GH+��03�J+>J03R�1J$<�� #�������0J1B�

�$+!.�'>.1B+�C0J+$0B+$'0CR�1E+�������L,1�0!.1B$+�

2''�O�'13�.GH+�

Page 152: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

150

$���&������������S%������&(�����������2%�Q����3���;����&����(������������S%����%�)���&��������%���&����(�������)��������&����������������(�����������&���������&��-���������-�&������+��������B@�������&������&������@���������������������-����������(��5����������������5���(��������������&���������&��-������������(7������������)�#�

2'''�O�$.3�+130J'C'�0�.�BI!1'!0�

$���&������������(�(��;���������;�����(�(������������������&��������&��&�����������������������&����������������������&��������&��-�������&���(�������%���������(�������B$�W��# �a���/��\�� # �JB,/�X����)�&�&������&���(���;)����@����������������������&��������

������=>/>3�����#���/*?����@&���������)��)�������%�����������5��R�

�X�(�)���������)����������S%������:&������:�������������5������������������&���������&��-���� �

�X�(�&�)��������������������5����������������������������;���(�������������������&�������������������

0�#�4��������$�������� �

�X�&�������(��:)������%���������)����5���������5������-���� �

�X��)��%���������(�����������&���������&��-��������(����&������������������������)����������)�����������������&�������������-����#�

.&������������(����&����������&����%�&��&���5�������;�����������������������<�����&����(���;)����@��������(���������������&���&(��9������%���(����8���������)���������������������(�������������:)�����(�����&��������������;��������:&���W.�%��������:&����6�:&�����L�&��9����X������;����������%��WJS��%���L�&��9�������J�&@���X��&������&�������&����%���&��������(���������)%��������(�:������&(�)��������$��(�����������B@�����<�$B���8(�����(����P%������!�����#� 0����;�����������������������(������������@�������)�&���%����&�������������)���������������)����������&(�-���&��������������&����-��������(������������������������&�������&��-����#

Page 153: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

151

ANEXO B - Portaria nº 3.523

�?���0%���������**?

��)����������F������!��������������������5����������������������%��?�����;%����7�������&�''����!����������L���������������&�)��������(�����������%�������'��i�j��i�j��2��2''��'F��3����'���2'�����C�����? ? ������*��������&�������** #�

!������������(����(�����&��������&���6����������������'��������&��&���������&��-����������&(�����������������-������������&����������������������(�:����&�����������������5�����&;���� �

!������������(����(�������&�����7��������&��������������������(����)����������������:�&���������������������(�����������&���������&��-����������������<���������&���)�;)���������������)�� �

!�������������������������������������&��&���������&��-����������������������&���3:���&������.��:����������������)�������9��������%�)��������7�� �

!����������������(�����������8������������������������������������(����������&����������(��;�����������&��������&��-��������)����&������9���������%�)�&��������(����&�������7��#�

!�����������������������������&��(�)�����(����&����������)��&�&�&-��������(��������A���7����������(��������&���������(�&��9����(����%�����&��&���������&��-��������������R�

0�#����0(�)��$�%���&�����B@��������������&�������;�����(�����&���������6�����������0����'�������(�)��������������A���7����������(����������&���������&��-����#�

0�#��������&����������&��������(��:��������������A���8%9��������(��5���������������������&��&���������&��-�����������&@������������������(@<�����������(��������������������������8��������������&��������&��-�����������������������������$�%���&�����B@�������������������(�������>���@�#�

0�#����0��&�������(�)�����(�������$�%���&�����B@������(���&<��������&���������&��-�����������������)���;��8�����������������������&��8����������������&����&(��&�����������%����(����&������%���&��������(��:����#�

��;%����N���#���������&���������&��-�������&��8%9����������������������������������5�����(������������&��������������������&���(��������(����)�����������5������(�����������������(���&<��������&������%���&��������(��:��������&�(���:-�������(�����������$�%���&�����B@������������������#�

0�#�4��0�����(�������������$�%���&�����B@����������%�����������5��R�

k���&���������&��-����R��&����������&���������(������������&��-����#��k����������)����R����8���������@������-�������&��������&��-���#�

k������������R������������������&��������&��-���#�

k��J����������������������R�������������(�(��������:�������:&���������S%������������������(������&��%�)���A���7�����&��� �

k����&��-����R�������������(���������&(�%�����(�����������(��&���������(�&�������&�����������������������5�����(��:����������������������������������������������������&�������������(�����#�

k���������������R����������������0����@�0��������&����(������5������0��8��''#�

k���&(�-�R�(����&��������&����������(�)���)������������������&�����������������������&(���������������&�������&��-������(����)���������(���������&�����������#�

k��&����������O���)�������@����������&�����)���������������(���)�����������:�������������&(������@�����������&(���������������&��������&��-������%����������������5���(�)�����������$�%���&�����B@����#�

k��3:���&������.��:�����������R��������������%&������������&�������������&����l(�(��������&�%�����&����������&������������&(�����(��������������������&����:����&�(������#�,&����&�������������������(�)��9���������:)�����������&����������������(�(�������������������������:�������������(�����#�

Page 154: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

152

0�#����B������������&��������&��-�������)�&�������&������5�����������������&(�-���&������������(���������������������)������������&���5�������8��������������)��������(�)��������������A���7����������(�����#�

k��&������&(��������&(���������������&�������&��-������������&�R�������������(���������&����������)�����������������������&�����)���������������&���(�����������%���������)���A���7�����&������&������������������������������#�

k�����-������&(�-��������&(���������������&�������&��-������(�����������%��;)�����)��&������%����������>���@�����3�7���(���������&#�

k��)�����(�����&�������������5����:�����������������&���9<�����&������5�������(�����#���&�)��������������������������������;�#�

k������%������-����������&(��&�������������;��������������8�����&�����������������������������)��������������8����)���������&�������&��-����#�I(��������������&��&����&(��&�����&�������(���������������:���#�

k��(���)������(������������8������)�����(���:)����������(����������8�����������(������&����������7�����&���������;<������&:�&�����������������=��W�&X������&�������(������5������0��8��''#�

k��%�������������������)�����������������������&���������&��-�����������������&:�&�������&���/�/(�����#�

k�����������������������S��������������������&�������&��-������(S�����&(�-�����������������&����������&�����������������(������������������(����)�������(����&��������(��:���������;)��#�

0�#����+��(�(��;���������;�����(�(���������(���;)���(������&��������&��-�������&���(���������&�������B$�W�� �a���/��\�� # �JB,/EX����)����&������&���(���;)����@�����������������&������%�����������5��R�

k��&(��������&�������(��:)������&S)����&����������>�����������+(��������!�������O��>+!����������(���������&�������&��-����#�.����(�������)���������������������������������&���������(������&���������&��-����������������������)�����������&������)��)�������(�������������&��&����������&�����5��������&�����������&������5������������������(�&�����������&�%9�����(���%�����������%�������������&�������&��-������������������������������&����(������5��������������0��8��'�������$�%���&�����B@�������1J$���*��/*�����0J1B#�

k��%��������(�����������>+!�(�����&@�������8�������������������������������������)��#�

k��&�������(��:)������%��������8�����������(����&�����������������������>+!#�

k���)��%�����(����&������������������������)���������&������������(�����������������������(�����#���;%����N���#�+��>+!���)�;����&(�����������(�-��&;8&������? ��������(������)%9����������$�%���&�����B@����#�

0�#����+��>+!��������&�������&��-�������)�����������������&�����%����������3�%��������>���������B������#�+��(����&���������&������������(������������������������&��������&��-��������&(�-�������&���������&��-������������)�&���-�����������7���������������������������8�����&����&��������(�����������&���������&��-����#�

0�#�?��+��P%������&(�����������2%�Q����3���;���������&(������$�%���&�����B@������&������������-����������(��5����������������5���(������������&����(������S%����%�)���&��������%���&����(�������)��������&������������(�����������&���������&��-����#�

0�#�*��+�������&(&�����������$�%���&�����B@���������%��������������;���������������(�(��;����������;�����&S)������(�(��������&���&������(���;)����@��������������8%����A��(����������(�)��������C������#4������� �����%���������*������&�(���:-�����������(����������(�)������&���%���������(��:���#�

0�#�� ��.����$�%���&�����B@�����������&�)%�����������������(�����������)�%����������(���5����&�����;�#

Page 155: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

153

ANEXO C - Equipamentos

Os principais componentes do equipamento Dust Trak Aerosol Monitor utilizado

nesta pesquisa são apresentados a seguir:

• 1 Monitor para aerodispersóides.

• 1 Gabinete para uso ao ar livre.

• 2 Baterias de Chumbo.

• 1 Carregador.

• 1 Entrada para amostragem.

• 1 Garrafa poly para reter água e mangueiras.

• 1 Filtro para zerar.

• 1 Kit de ferramentas para manutenção variada.

• 1 Cabo para comunicação entre o computador e o equipamento.

• 1 Adaptador e Fonte AC (130-115V).

• 1 Medidor de vazão de ar (0-2,5 L/min).

Na Figura 1, identificam-se as principais partes funcionais do monitor, anteriormente

mencionado.

Figura 1 – Vista frontal e vista posterior do equipamento Dust Trak Aerosol Monitor (modelo

8520).

1 Display digital 7 Fonte externa de energia

2 Teclado 8 Entrada da amostra

3 Tampa das pilhas 9 Controle de vazão de ar

4 Botão para abrir a tampa 10 Porta para impressora

das pilhas 11 Suporte para o ciclone

Page 156: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

154

5 Porta de entrada e saída de dados 12 Saída da amostra

6 Chave de segurança

As medições possuem alguns procedimentos experimentais de rotina, a fim de

manter o adequado funcionamento do equipamento, inclusive evitando erros nos

valores obtidos. Estes procedimentos são realizados antes e após cada medição para

todos os ambientes. Portanto, o monitor foi submetido aos seguintes procedimentos:

• Com o display em funcionamento, o equipamento foi calibrado, colocando o

filtro de zerar na entrada da amostra (8). Se a concentração em massa de

aerodispersóide não zerasse, pressionou-se a tecla calibrate por cinco

segundos, depois a tecla sample por 60 segundos, e por fim as teclas calibrate

e sample.

• Após a realização da calibragem, o procedimento foi programar o monitor

para ligar e desligar entre as medições. Utilizando-se, para tanto, o cabo de

comunicação com o computador, colocado entre a porta de entrada e saída de

cada equipamento (5). Com o computador e o monitor ligados, fizeram-se as

seguintes programações para cada medição: (a) minutos, horas e dias para o

início, (b) período do ensaio em minutos, horas e dias, (c) intervalo de leitura

da amostra em horas e minutos.

• Após a programação, fez-se a colocação do equipamento no centro do

ambiente a ser medido.

Na seqüência, são mostradas as fotos do equipamento na sala de computação da

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), medindo a concentração

em massa de aerodispersóides, sobre uma mesa no centro do ambiente, durante uma

aula.

Page 157: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

155

Figura 2 – À esquerda, vista do gabinete aberto com o monitor de aerodispersóides e à direita,

vista do gabinete fechado, com a haste de entrada do amostrador.

Figura 3 – Detalhe do monitor e da bateria de chumbo posicionada na parte superior do

gabinete.

Os principais componentes do equipamento P-Trak Ultrafine Particle Counter

utilizado nesta pesquisa são apresentados a seguir:

• 1 Contador de aerodispersóides.

• 1 Haste telescópica, adaptador e mangueira de PVC.

• 1 Frasco para abastecer a cápsula com álcool e tampa de estocagem.

• 1 Cápsula para o álcool.

• 16 Frascos com álcool isopropílico (30 ml).

• 2 Filtros para zerar.

• 1 Cabo para comunicação entre o computador e o equipamento.

• 1 Adaptador e Fonte AC (115V).

Page 158: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

156

Na Figura 4, identificam-se as principais partes funcionais do contador utilizado

nesta pesquisa.

Figura 4 – Vista posterior do equipamento P-Trak Ultrafine Particle Counter (modelo 8525).

1 Botão liga/desliga 4 Fonte externa de energia

2 Entrada da amostra 5 Porta do fone de ouvido

3 Porta de entrada e saída de dados 6 Cápsula para o álcool

As medições tiveram os procedimentos experimentais de rotina mostrados a seguir,

com intuito de manter um padrão de funcionamento nos ensaios, inclusive evitando

erros na obtenção dos valores. Estes procedimentos são realizados antes e depois de

cada medição para todos os ambientes analisados. Portanto, o contador de

aerodispersóides foi submetido aos seguintes procedimentos:

• Com o display ligado, o equipamento foi calibrado, colocando o filtro de

zerar na entrada da amostra (2). Se a concentração em número de

aerodispersóides não zerasse, aguardaram-se alguns minutos com o

equipamento funcionando até estabilizar a concentração e mostrar no display

o valor zero.

• Após a realização da calibragem, o contador foi programado para ligar e

desligar entre as medições. Utilizando-se, para tanto, os mesmos

procedimentos do monitor de aerodispersóide, igualmente mostrados.

• Após a programação, fez-se a colocação do equipamento no centro do

ambiente a ser medido.

Page 159: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

157

Nas Figuras 5 e 6, apresenta-se uma medição realizada na sala de computação da

EPUSP, utilizando o contador de aerodispersóides, sobre uma mesa no centro do

ambiente.

Figura 5 – Vista do contador de aerodispersóides na sala de computação-CAD, EPUSP.

Figura 6 – Detalhe do contador de aerodispersóides em uso com a haste e a mangueira de PVC

posicionada ao seu lado.

A validação dos métodos de medição, segundo a NBR 13.412/1995, deve atender aos

seguintes requisitos:

• A velocidade facial na entrada do equipamento deve ser uniforme.

• O equipamento deve ser instalado em posição horizontal e com fluxo de ar

em sentido descendente.

• O equipamento deve ser protegido contra precipitação, insetos e outros

materiais que possam interferir na amostragem.

Page 160: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

158

• O vazamento de ar que possa causar erros na medida do volume de ar que

passa pelo equipamento deve ser eliminado.

• A saída de ar de exaustão deve estar a uma distância suficiente da entrada de

amostragem, de forma a minimizar a coleta de ar da exaustão.

• A captação de poeira oriunda da superfície do piso onde o amostrador está

instalado deve ser minimizada.

• A calibragem do amostrador antes de usar os equipamentos, seguindo o

manual do fabricante.

• Deve ser efetuada periodicamente a limpeza completa nas peças do

equipamento, de acordo com as recomendações do fabricante. Esta limpeza

visa evitar erros na amostragem provocada por arraste de partículas retidas no

equipamento.

• Quando o equipamento não estiver operando, deve-se proteger a abertura de

entrada de ar, de modo a evitar a entrada de insetos ou outros elementos

estranhos à amostragem.

Para o Dust Trak Aerosol Monitor, os valores médios, mínimos e máximos de

concentração em massa, para estabilidade zero do equipamento, foram

respectivamente de 0,000 µg/m³, 0,000 µg/m³ e 0,001 µg/m³. Isto quer dizer que a

máxima variação esperada será de uma a cada mil partes medidas. A NBR

13.412/1995 determina, para este modelo, que a concentração máxima esperada,

calculada para um amostrador de aerodispersóides, com diâmetro aerodinâmico

maior ou igual a 10 µm, em amostragem de uma distribuição específica de tamanhos

de partículas, deve estar dentro de 10% da concentração calculada para um

amostrador ideal.

Para o P-Trak Ultrafine Particle Counter, o limite de tolerância da calibragem, entre

o teste padrão e o teste do equipamento, pode variar entre 95 e 105%, não tendo

valores maiores ou menores desta faixa, segundo certificado do fabricante. A NBR

13.700/1996 determina, para este modelo, uma eficiência de contagem de 50% em

0,02 µm e inclui uma faixa de tolerância de ±0,002 µm. As eficiências de contagem

mínima e máxima aceitável fora da faixa de tolerância de 0,018 µm a 0,022 µm são

Page 161: QUALIDADE DO AR INTERNO COM ÊNFASE NA ......V RESUMO No presente trabalho, é avaliada a qualidade do ar interno com ênfase na concentração de aerodispersóides presentes em edifícios

159

baseadas na penetração calculada de um elemento de difusão, tendo 40% de

eficiência a 0,02 µm (partículas com diâmetro maior que 0,022 µm) ou 60% de

eficiência a 0,02 µm (partículas com diâmetro menor do que 0,018µm).