QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

77
FRANCISCO ELVIS RAMOS VIEIRA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE CCP-76, EM FUNÇÃO DA FORMA DE COLHEITA E DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO MOSSORÓ-RN 2011

Transcript of QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

Page 1: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

FRANCISCO ELVIS RAMOS VIEIRA

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE

CAJUEIRO, CLONE CCP-76, EM FUNÇÃO DA FORMA DE

COLHEITA E DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO

MOSSORÓ-RN

2011

Page 2: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

FRANCISCO ELVIS RAMOS VIEIRA

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE

CCP-76, EM FUNÇÃO DA FORMA DE COLHEITA E DO TEMPO DE

ARMAZENAMENTO

Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Agronomia: Fitotecnia.

ORIENTADORA

Profa. D.Sc. MARIA CLARETE CARDOSO RIBEIRO

MOSSORÓ-RN

2011

Page 3: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da

UFERSA

V693q Vieira, Francisco Elvis Ramos.

Qualidade fisiológica de sementes de cajueiro, clone CCP-76, em função da forma de colheita e do tempo de armazenamento. / Francisco Elvis Ramos Vieira. -- Mossoró, 2011.

75f.: il.

Dissertação (Mestrado em Fitotecnia: Área de concentração em Tecnologia de sementes) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Pós-Graduação. Orientadora: Profª Dra. Maria Clarete C. Ribeiro Co-orientadora: Profª Jailma Suerda Silva de Lima

1. Anacardium occidentale L. 2. Sementes 3.Vigor. 4. Germinação. I. Título.

CDD: 634.44 Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza

CRB-15/452

Page 4: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...
Page 5: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

Aos meus pais, pessoas fundamentais na minha vida,

pela educação e ensinamentos; meus irmãos pelo

carinho e apoio que sempre me deram; aos meus filhos

por fazerem parte da minha vida e a minha noiva pelo

companheirismo, compreensão e apoio em todos os

momentos.

Dedico

Page 6: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por me dar força em cada passo dessa caminhada,

principalmente nos momentos mais difíceis, permitindo que alcançasse essa vitória.

Aos meus pais, Iolita Pinheiro Ramos Vieira e Raimundo Nonato Vieira

Ramos, pela educação, ensinamentos e, principalmente, pela preocupação em me

proporcionar um futuro digno. Apesar das grandes dificuldades encontradas no dia a

dia, nunca desistiram e sempre me ensinaram o caminho do bem, muita gratidão.

Aos meus irmãos, Dorielson Ramos Vieira e Ana Paula Ramos Vieira, por

sempre estarem ao meu lado, pela confiança e pelas palavras de esperança e otimismo.

A minha noiva, Maria Aparecida Sousa de Araújo, pela compreensão,

companheirismo, ajuda e incentivo durante todo o mestrado e por acreditar na

realização desse sonho.

A minha cunhada, Edileusa Isabel de Sá e a minha sobrinha Gabriela de Sá

Vieira, pela torcida, carinho e respeito.

Aos meus avôs, Helvídio Ferreira Ramos, Joana Pinheiro Ramos, José da

Costa Ramos e Francisca Eliza Ramos, pelo carinho e apoio recebidos durante toda

minha caminhada estudantil, sou muito grato a vocês.

Ao meu tio, Graziano Vieira Ramos (in memorian), pela sua simplicidade,

amizade e, principalmente por sua luta e preocupação em proporcionar um futuro

digno a todos seus familiares.

Aos meus tios, tias, primos e primas, pelas palavras de apoio, incentivo e por

estarem sempre ao meu lado em todos os momentos.

A professora Iolanda dos Santos Vieira Rêgo, prefeita municipal de Ipiranga

do Piauí, minha querida terra natal, pelo apoio incondicional durante toda essa

caminha, por seu empenho e dedicação junto ao Governo do Estado do Piauí,

Page 7: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

possibilitando a minha liberação para o mestrado e pela confiança em mim depositada

em todos os momentos, meus sinceros agradecimentos.

Aos meus amigos do Piauí, pela ajuda, incentivo, torcida e acima de tudo pela

confiança e respeito que tenho com cada um de vocês.

Ao Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural

do Semi-Árido – UFERSA, pela oportunidade de fazer o mestrado e pela confiança em

mim depositada.

A coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),

pelo apoio financeiro.

A minha orientadora, Professora e Pesquisadora Dra. Maria Clarete Cardoso

Ribeiro, pelos ensinamentos, carinho, amizade e por sempre estar disponível a

qualquer momento, contribuindo com sugestões e revisões valiosas para o bom

andamento desta pesquisa. Obrigado pela confiança e pela maneira carinhosa como me

trata, enfim, a senhora foi minha mãe científica, ensinando-me os primeiros passos da

pesquisa, contribuindo significativamente para o aprimoramento de minha vida

profissional, a você meus sinceros agradecimentos e gratidão.

A minha co-orientadora, Professora e Pesquisadora Dra. Jailma Suerda Silva

de Lima, pelas contribuições valiosas durante a realização dessa pesquisa, estando

sempre à disposição quando precisei, acrescentando-me importantes conhecimentos na

minha formação profissional, muito obrigado.

Ao Dr. Antônio Teixeira Cavalcante Júnior, pesquisador da Embrapa

Agroindústria Tropical - CNPAT, Fortaleza – CE, pela amizade construída durante

meu estágio curricular em 2007, onde tive a oportunidade de iniciar meus primeiros

passos na pesquisa científica, pelos ensinamentos e contribuições efetivas, as quais

contribuíram positivamente na minha caminhada até o mestrado, pelas contribuições

valiosas na realização dessa pesquisa e pela honra de tê-lo como membro de minha

banca examinadora.

Page 8: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

Ao Professor e Pesquisador Dr. Salvador Barros Torres, Coordenador do

Laboratório de Análise de Sementes, pelo apoio, orientações e conhecimentos

importantes acrescentados durante a realização do experimento, obrigado por tudo e

especialmente pela disponibilidade em participar da minha banca examinadora.

A todos os docentes e funcionários do Programa de Pós-Graduação em

Fitotecnia, pelas contribuições e suporte necessário na minha formação acadêmica.

Aos colegas do Mestrado e Doutorado, que me ajudaram na condução do

experimento, em especial, Fabrícia Nascimento de Oliveira, José Dijalma Batista de

Freitas, Clarisse Pereira Benedito, Django Jesus Dantas e Silvia Regina Silva de

Oliveira Bento, pelo companheirismo, amizade e conhecimentos compartilhados.

Aos funcionários do Laboratório de Análise de Sementes da UFERSA, César e

Nonato, pela amizade, orientações e disponibilidade sempre que precisei.

Ao senhor Antônio José de Sousa Santos (Piauí), um exemplo de agricultor

familiar, proprietário do lote onde fiz a coleta das castanhas, pelo apoio, amizade,

confiança e pela excelente receptividade em sua propriedade.

Ao seu João, funcionário da casa de vegetação da UFERSA, por sua

simplicidade e apoio efetivo durante todo o período de condução do experimento.

A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a realização dessa

pesquisa, muito obrigado a todos.

Page 9: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

RESUMO

VIEIRA, Francisco Elvis Ramos. Qualidade fisiológica de sementes de cajueiro, clone CCP-76, em função da forma de colheita e do tempo de armazenamento. 2011. 74 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011.

Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade fisiológica de sementes de cajueiro. Utilizando-se sementes fisiologicamente maduras coletadas na copa das plantas e sementes caídas sobre o solo durante os 30 dias seguintes à coleta na copa. As sementes provenientes dessas duas coletas foram armazenadas em ambiente natural de laboratório. As sementes foram obtidas durante a safra 2009 de 140 plantas adultas do Clone CCP-76, de um pomar em plena produção, localizado no Assentamento Maracaí, Zona Rural do município de Ipiranga do Piauí. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial (7x2) com quatro repetições de 25 sementes por tratamento. O primeiro fator foi constituído pelo tempo de armazenamento das sementes (0; 30; 60; 90; 120; 150 e 180 dias) e o segundo fator pelo tipo de coletas das sementes (planta e solo). Os ensaios foram conduzidos no Laboratório de Análise de Sementes e em Casa de Vegetação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), em Mossoró-RN, no período de setembro de 2009 a julho de 2010. Em laboratório foram avaliados a porcentagem de germinação e o índice de velocidade de germinação. Em casa de vegetação foram avaliadas a porcentagem de emergência, o índice de velocidade de emergência, a altura de plantas, o diâmetro do caule, o número de folhas, a área foliar e a massa seca da parte aérea. O armazenamento afetou negativamente o vigor das sementes, sendo que as sementes coletadas na planta apresentaram melhores características fisiológicas, proporcionando maiores valores para índice de velocidade de emergência, diâmetro do caule, número de folhas, altura de planta, área foliar e massa seca da parte aérea.

Palavras-chave: Anacardium occidentale L. Vigor. Sementes. Germinação.

Page 10: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

ABSTRACT

VIEIRA, Francisco Elvis Ramos. Physiological quality of cashew seeds, CCP-76 clone, in function of the harvest form and storage time. 2011. 74 f. Dissertation (Master degree in Agronomy: Plant Sciences) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011.

This work has as objective to evaluate the physiological quality of cashew seeds. Utilizing seeds physiologically ripe picked off from the crown of the plants and the seeds fallen under their crowns during a period of 30 days after the harvest from the crowns. The seeds from those two harvests were stored in room temperature in laboratory. The seeds were obtained during the harvest time of 2009 from 140 grown cashew plants from the CCP-76 clone, from an orchard in full production at the Maracaí Settlement, located in the Rural Area in the city of Ipiranga do Piauí. The experimental delineating was entirely randomized in a factorial scheme (7x2) with four repetitions with 25 seeds per treatment. The first scheme was constituted of the seed storage time (Zero, 30, 60, 90, 120, 150, and 180 days) and the second one of seed collection kind (plant and soil). The analyses were carried out in the Seed Analysis Laboratory and in the Green House of the Vegetable Science Department – at Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), in Mossoró-RN, from September, 2009 to July, 2010. The germination percentage and the germination velocity index were evaluated in laboratory. At the green house, the emergency percentage, emergence velocity index, plant height, stalk diameter, leaf number, leaf area, and upper part dry mass. The storage affected negatively the seed vigor, but the seeds collected from the plants showed better physiological features, providing a greater emergence velocity index, stalk diameter, leaf number, plant height, leaf area, and upper part dry mass. Keywords: Anacardium occidentale L. Vigor. Seeds. Germination.

Page 11: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Grau de umidade de sementes de (Anacardium occidentale L.) armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010....................................................................................................................... 43 Tabela 02. Resumo da análise de variância para germinação (G), índice de velocidade de germinação (IVG), emergência (E), índice de velocidade de emergência (IVE), altura de planta (AP), diâmetro do caule (DC), número de folhas (NF), área foliar (AF), massa seca da parte aérea (MSPA), obtidas de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.), coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010................................................................................................ 44 Tabela 03. Porcentagem de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010..................................... 45 Tabela 04. Índice de velocidade de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010....................... 47 Tabela 05. Emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.......................................................................... 50 Tabela 06. Índice de velocidade de emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010...................... 52 Tabela 07. Altura de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010..................................... 54 Tabela 08. Diâmetro do caule de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010................ 57

Page 12: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

Tabela 09. Número de folhas de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010...................... 59 Tabela 10. Área foliar de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010...................... 61 Tabela 11. Massa seca da parte aérea de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010....................................................................................................................... 63

Page 13: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Ensaio instalado no laboratório de sementes (A) e ensaio instalado em casa de vegetação (B) com sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.), coletadas na copa das plantas e caídas no solo, Mossoró – RN, 2010...................................................................................................................... 35 Figura 02. Sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta (A) e caídas no solo (B) durante um período de 30 dias, Mossoró – RN, 2010...................................................................................................................... 36 Figura 03. Porcentagem de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010..................................... 46 Figura 04. Índice de velocidade de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010...................... 49 Figura 05. Emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.......................................................................... 51 Figura 06. Índice de velocidade de emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010...................... 53 Figura 07. Altura de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010..................................... 55 Figura 08. Diâmetro do caule de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010..................... 58 Figura 09. Número de folhas de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010..................... 60

Page 14: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

Figura 10. Área foliar de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010..................................... 62 Figura 11. Massa seca da parte aérea de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010...................................................................................................................... 64

Page 15: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 15 2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 18 2.1 ASPECTOS GERAIS DO CAJUEIRO......................................................... 18 2.2 ASPECTOS SÓCIOECONOMICOS............................................................. 19 2.3 O CULTIVO DO CAJUEIRO....................................................................... 20 2.4 PROPAGAÇÃO DO CAJUEIRO.................................................................. 22 2.5 GERMINAÇÃO............................................................................................. 24 2.6 COLHEITA E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES............................... 26 2.7 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE ARMAZENAMENTO........................... 29 2.8 DETERIORAÇÃO DE SEMENTES............................................................. 31 2.9 VIGOR DE SEMENTES............................................................................... 33 3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 35 3.1 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO............................................................. 35 3.2 MATERIAL GENÉTICO UTILIZADO........................................................ 36 3.3 DETERMINAÇÃO DO GRAU DE UMIDADE........................................... 37 3.4 ARMAZENAMENTO DAS SEMENTES.................................................... 37 3.5 TESTE DE DENSIDADE.............................................................................. 37 3.6 PRÉ-EMBEBIÇÃO........................................................................................ 38 3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL......................................................... 38 3.8 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS........................................................... 38 3.8.1 Germinação................................................................................................. 38 3.8.2 Índice de velocidade de germinação............................................................ 39 3.8.3 Emergência de plântulas.............................................................................. 40 3.8.4 Índice de velocidade de emergência............................................................ 40 3.8.5 Altura de Plântula........................................................................................ 41 3.8.6 Diâmetro do caule....................................................................................... 41 3.8.7 Numero de folhas........................................................................................ 41 3.8.8 Área foliar.................................................................................................... 42 3.8.9 Massa seca da parte aérea............................................................................ 42 3.9 PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO.............................................................. 42 4 RESULTADO E DISCUSSÃO....................................................................... 43 4.1 GRAU DE UMIDADE.................................................................................. 43 4.2 ANÁLISE DE VARIÂNCIA......................................................................... 44 4.3 GERMINAÇÃO............................................................................................. 45 4.4 ÍNDICE DE VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO....................................... 47

Page 16: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

4.5 EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS............................................................... 49 4.6 ÍNDICE DE VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA........................................ 52 4.7 ALTURA DE PLANTA................................................................................. 54 4.8 DIÂMETRO DO CAULE.............................................................................. 56 4.9 NÚMERO DE FOLHAS..............................................................................................................

58

4.10 ÁREA FOLIAR............................................................................................ 60 4.11 MASSA SECA DA PARTE AÉREA.......................................................... 62 5 CONCLUSÕES............................................................................................... 65 REFERÊNCIAS................................................................................................. 66

Page 17: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

15

1 INTRODUÇÃO

O cajueiro é uma espécie tropical nativa do Brasil, que se encontra dispersa em

quase todo seu território (CAVALCANTI et al.; 2008). É considerada uma das

frutíferas tropicais de maior importância, constituindo-se como alternativa econômica

para grande número de países inseridos nas zonas equatoriais do globo (MELO FILHO

et al.; 2006; CRISÓSTOMO et al., 2001). Para a região Nordeste do Brasil, essa

cultura representa uma atividade de grande importância econômica e social, traduzidos

pela grande absorção de mão-de-obra e pela expressiva geração de divisas (WEBER et

al.; 2004; BEZERRA et al.; 2002; CARNEIRO et al.; 2002).

No Brasil, o cajueiro, adapta-se melhor às regiões costeiras do Nordeste, onde

faz parte da vegetação de praias e dunas, além das formações de restingas, o que

permite supor-se que a origem filogenética da espécie reside em regiões limítrofes da

mata amazônica ou cerrados com ecossistemas da região Nordeste, onde se verifica

maior diversidade e adaptação da planta. Além disso, é provável que a origem do

cultivo seja no Nordeste, onde os primeiros colonizadores encontraram tradição da

exploração da castanha e do pedúnculo por parte das comunidades indígenas da região

(MAZZETTO et al.; 2009).

O Brasil possui uma área plantada superior a 740 mil hectares, deste total, mais

de 98% encontra-se na região Nordeste, sendo que, os estados do Ceará com uma área

plantada de 410.433ha, o Piauí com 184.615ha e o Rio Grande do Norte com

125.842ha, respondem por 93% da área cultivada no Brasil. A expansão da cultura

nesses três estados, a partir da segunda metade da década de 1960, deveu-se,

principalmente, às condições climáticas favoráveis, ao baixo preço das terras, à maior

concentração de indústrias de beneficiamento de castanhas e pedúnculos e aos grandes

incentivos proporcionados pelo Governo Federal e Estadual nesses estados

(CRISÓSTOMO et al., 2001).

Page 18: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

16

A partir da década de 1980, de acordo com Cavalcanti júnior; Chaves (2001), o

melhoramento da base genética natural possibilitou a clonagem de indivíduos que

apresentavam características desejáveis tais como porte da planta, precocidade,

produtividade e qualidade do pedúnculo e, a partir daí, a propagação vegetativa através

da enxertia, possibilitando a produção de mudas, utilizando-se material genético

proveniente de um mesmo clone.

Nesse sentido, a cajucultura vem se destacando dentre as frutíferas cultivadas

no Nordeste brasileiro, pois a maioria dos plantios é explorada por pequenos

agricultores, gerando emprego e divisas, absorvendo grande parte da mão-de-obra

disponível no campo, principalmente durante a estação seca. Estima-se que o

agronegócio do caju gera, só no campo, um emprego permanente para cada 6 ha e mais

dois temporários durante os 3 a 4 meses de safra (OLIVEIRA, 2002).

No processo de produção de mudas, podem ser empregados diversos métodos

de propagação vegetativa, no entanto, por apresentarem maior viabilidade técnica e

econômica, segundo Cavalcanti júnior; Chaves (2001), as enxertias por borbulhia em

placa e garfagem em fenda lateral ou cheia são mais utilizadas. No entanto, para se

obter sucesso nesse procedimento é indispensável à utilização de portas enxertos

vigorosos provenientes de sementes que apresentem boas características fisiológicas.

A preservação da qualidade das sementes durante o armazenamento requer a

integração das condições ambientais de temperatura, umidade relativa, tipo de

embalagem e grau de umidade das sementes (SILVA et al.; 2007), além das

características genéticas da espécie ou cultivar, vigor da planta mãe e condições

climáticas predominantes durante a maturação das sementes (AZEVEDO et al.; 2003).

Segundo o Comitê de Vigor Internacional de Analista de Sementes (ISTA), o

vigor da semente é a soma de todas as propriedades da semente que determinam o

nível de atividade e o desempenho da mesma, durante a germinação e a emergência de

plântulas. Sementes que tenham um bom desempenho são classificadas como

Page 19: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

17

vigorosas e as de baixo desempenho são chamadas de sementes de baixo vigor (ISTA,

1981).

A Association of Official Seed Analystis (AOSA, 1983) definiu o vigor de

sementes como aquelas propriedades que determinam o potencial para uma emergência

rápida e uniforme e para o desenvolvimento de plântulas normais, sob uma ampla faixa

de condições ambientais.

Diante o exposto, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a

influência da forma de colheita e o tempo de armazenamento sobre a qualidade

fisiológica de sementes de cajueiro, utilizando-se sementes fisiologicamente maduras

coletadas na copa das plantas e sementes caídas sobre o solo, armazenadas em

temperatura ambiente de laboratório por um período de 180 dias.

Page 20: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

18

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ASPECTOS GERAIS DO CAJUEIRO

Originário da América Tropical, o cajueiro encontra-se disperso numa extensa

faixa compreendida entre os paralelos 27ºN, no Sudeste da Flórida e, 28ºS, na África

do Sul (CRISSÓSTOMO et al.; 2001; FROTA; PARENTE, 1995). No Brasil, a maior

diversidade de cajueiro, única espécie cultivada e a de maior dispersão do gênero,

encontram-se na região Nordeste, em diversos ecossistemas, especialmente nas zonas

costeiras, compondo a vegetação de praias, dunas e restingas (SANTOS, 2011;

BARROS, 1995).

O cajueiro é uma planta perene, de ramificação baixa e porte médio, cuja copa

atinge, no tipo comum, altura média de 5 a 8 metros e diâmetro médio (envergadura)

entre 12 e 14 metros. Excepcionalmente, atinge até 15 m de altura e diâmetro da copa

superior a 20 m, dependendo do genótipo e das condições de clima e solo. No caso do

cajueiro anão precoce, a altura média não ultrapassa 4 metros e a envergadura varia

entre 6 e 8 metros. As folhas são simples, inteiras, alternas, de aspecto subcoriáceo,

glabras e curto-pecioladas, medindo de 10 a 20 cm de comprimento por 6 a 12 cm de

largura (BARROS, 2002).

O cajueiro é uma planta andromonóica, ou seja, o seu sistema reprodutivo

constitui-se de flores masculinas (estaminadas) e hermafroditas na mesma planta. A

inflorescência é uma panícula onde se encontram os dois tipos de flores, em

quantidades e proporções que variam muito, tanto entre plantas como entre panículas

de uma mesma planta (CRISÓSTOMO et al., 2001; TODA FRUTA, 2010).

Com relação ao porte, Barros (2002), descreve a existência de dois tipos bem

definidos, o tipo comum e anão precoce. O cajueiro comum apresenta porte elevado,

Page 21: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

19

grande variação na distribuição dos ramos e formatos da copa, apresenta grande

variabilidade para os principais caracteres de interesse econômico, com relação à

castanha e pedúnculo. A maioria das plantas produz menos de 5 kg de castanha por

safra, no entanto, encontram-se plantas com produção próxima a 200 kg e sua

produção não estabiliza antes dos 8 anos (BARROS, 2002).

O tipo anão precoce caracteriza-se pelo porte baixo, copa homogênea,

diâmetro do caule e envergadura da copa bem inferior ao tipo comum. A maioria da

plantas é propagada por sementes ou por enxertia, as quais iniciam a floração já no

primeiro ano e apresentam características com menor variabilidade em relação ao tipo

comum (BARROS, 2002).

2.2 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

A cajucultura ocupa no mundo, uma área estimada de 3,39 milhões de

hectares, com uma produção mundial estimada em 3,1 milhões de toneladas. Os

principais países produtores são o Vietnã, a Índia, o Brasil e a Nigéria (OLIVEIRA,

2008). Portanto, o Brasil é considerado o terceiro produtor mundial de castanha de

caju, possuindo uma área cultivada superior a 740.000 ha, com uma produção de 250

mil toneladas da castanha e dois milhões de toneladas de pedúnculo, gerando em média

divisas da ordem de U$ 225 milhões anuais (OLIVEIRA, 2008).

Alem da amêndoa da castanha do caju (ACC), produto de maior interesse pela

aceitação em diferentes mercados e expressão econômica (ODUWOLE et al., 2001),

outros dois subprodutos são extraídos do caju: o líquido da castanha de caju (LCC),

que demonstra seu potencial na indústria química (SANTOS; MAGALHÃES, 1999) e

o pseudofruto, que pode ser consumido in natura ou utilizado na fabricação de doces,

sucos e bebidas.

Page 22: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

20

A cultura do cajueiro representa para o Nordeste brasileiro uma alternativa

viável na geração de emprego e renda (CRISÓSTOMO et al.,2001). Impulsionado pela

crescente demanda de seus produtos principais tanto no mercado interno, como externo

e, por ser uma planta adaptada às condições climáticas adversas com enorme potencial

de desenvolvimento em regiões semiáridas (BARROS, 2002), o cultivo do cajueiro é

uma das atividades agrícolas com maior potencial de crescimento sustentável

(FERNANDES et al., 2009).

A cultura é de grande importância econômica e social, traduzindo-se pelos

recursos financeiros que movimenta e o número de empregos diretos e indiretos que

gera em toda sua cadeia produtiva, destacando-se principalmente os gerados no campo,

que coincidem com a entressafra das culturas de subsistência (OLIVEIRA, 2002).

Atualmente, a cadeia produtiva da cajucultura vem se consolidando como uma

atividade de grande significado socioeconômico para o Nordeste brasileiro,

principalmente para a agricultura familiar, pela relevante ocupação de mão-de-obra no

campo e nas cidades, pela arrecadação de impostos, pela geração de divisas cambiais,

através da exportação, bem como pela diversidade de produtos e subprodutos

(BARROS, 2002).

2.3 O CULTIVO DO CAJUEIRO

Na região Nordeste, concentra-se a maior produção nacional de castanha de

caju onde se destacam os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte como maiores

produtores (IBGE, 2010). Embora o Estado do Ceará detenha a liderança na produção

de castanha de caju, estudo pedoclimático demonstra que os estados do Piauí e do

Maranhão possuem maior volume de áreas aptas para o cultivo dessa cultura na região,

Page 23: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

21

com amplas perspectivas de tornarem-se os maiores produtores nacionais (AGUIAR et

al., 2000).

Inicialmente, a expansão da cajucultura na região nordeste foi caracterizada pela

presença de material genético de baixa qualidade (ROSSETI; AQUINO, 2002),

plantados por sementes sem nenhum processo de seleção, contribuindo para a

formação de pomares heterogêneos (NADGARIDA et al., 2005) e desuniformes,

afetando a produtividade da cultura e as características relacionadas a castanha

(CAVALCANTI et al., 2009).

Destaca-se neste gênero o cajueiro comum e o cajueiro anão-precoce. Cada

ecótipo apresenta adaptações agronômicas próprias. O cajueiro anão-precoce apresenta

diferenciações das do cajueiro comum e tem como principais vantagens o porte

reduzido, a precocidade e a maior duração do período de floração, sendo o cajueiro

anão precoce a espécie de maior importância econômica (MITCHELL; MORI, 1987).

Com a introdução do cajueiro-anão precoce, o sistema de produção baseado no

emprego de clones melhorados e cultivo adensado, a cajucultura tem evoluído

significativamente. Vários produtores estão utilizando, inclusive, a irrigação.

Conjuntamente, esses fatores podem promover aumento da produtividade, menor risco

de perda de produção, ampliação do período de colheita e melhoria da qualidade da

castanha e do pedúnculo (OLIVEIRA, 2008).

Segundo Souza et al. (2005), o cajueiro tem capacidade adaptativa a diferentes

ecossistemas, este fato tem despertando interesse em outras regiões, ampliando as

possibilidades de crescimento de sua cadeia produtiva, tornando-a mais lucrativa.

Atualmente, essa cultura vem se destacando como uma das principais atividades

agrícolas sustentável, com amplas possibilidades de crescimento (FERNANDES et al.,

2009).

Essa cultura ocupa lugar de destaque entre as plantas frutíferas tropicais do

Nordeste. Porém, para áreas novas, existem alguns entraves no tocante à obtenção de

mudas para o plantio que precisam ser superados, passando pela disponibilidade de

Page 24: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

22

sementes de boa qualidade fisiológica, obtenção de porta enxerto e mudas mais

vigorosas e precoces no âmbito de viveiristas (ARAÚJO et al., 2009).

Mesmo com tanto destaque, observa-se que a produtividade ainda é

extremamente baixa, em média de 245 kg.ha-1, uma vez que o campeão em

produtividade mundial, o Vietnã produz 2.761 kg.ha-1 (FAO, 2010). Tal fato verifica-

se, além de outros fatores, por serem a maioria dos pomares nordestinos, provenientes

de mudas de “pé franco” e cultivados em regime de sequeiro (RAMOS et al., 1996).

Segundo Cavalcanti Júnior; Chaves, (2001), a produtividade e a qualidade dos frutos

produzidos em pomares de pé-franco variam de planta para planta. Entretanto, as novas

áreas cultivadas com cajueiro anão precoce são mais uniformes e alcança

produtividades maiores, em torno de 1.000 kg.ha-1 (IBGE, 2007).

Considerando a disponibilidade de áreas para a expansão da cultura, a

possibilidade de recuperação dos pomares existentes e o elenco de tecnologias

disponíveis (ainda com pouca apropriação pelos agricultores familiares), esperam-se

que o cajueiro, em função desses fatores, possa ter um crescimento considerável com

ampliação dos benefícios econômicos e sociais distribuídos por todos os segmentos da

cadeia produtiva (FERNANDES et al., 2009).

2.4 PROPAGAÇÃO DO CAJUEIRO

A propagação do cajueiro pode ser feita pelo método sexuado ou assexuado. A

propagação sexuada é feita através do plantio de sementes, enquanto que a propagação

assexuada é feita utilizando-se as partes vegetativas da planta. A propagação assexuada

ou vegetativa é a mais recomendada porque assegura a obtenção de plantios mais

uniformes, com a manutenção das características produtivas (OLIVEIRA, 2008).

Page 25: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

23

O plantio de mudas através de sementes, tem alta variabilidade genética,

reduzindo o potencial de produção dos plantios comerciais. Por isso, recomenda-se que

os plantios de cajueiro sejam feitos através de mudas enxertadas, o que permite manter

a identidade genética do clone, uniformidade das plantas e alto potencial produtivo

(SANTOS; COELHO, 2001).

Dadas as características de reprodução do cajueiro e a elevada segregação

genética resultante do plantio de sementes, reduzindo o potencial de produção dos

pomares, tem sido recomendado o plantio de clones selecionados de cajueiro anão

precoce enxertado (BARROS et al., 1993). Para produção de porta enxerto, os mais

indicados são os originários de sementes dos clones CCP 06 (CAVALCANTI

JÚNIOR; CHAVES, 2001), CCP 1001, CCP 76 ou CCP 09 (SÁ et al., 2000).

Para os portas-enxerto, as sementes devem ser coletadas de plantas de cajueiro-

precoce produtivas, vigorosas e livres de doenças e pragas; além disso, no caso de

sementes armazenadas, recomenda-se fazer o processo de pré-embebição por 24 horas,

e a semeadura da mesma deve ser realizada diretamente no saco de plástico, na posição

vertical, com a ponta voltada para baixo e enterrada a uma profundidade máxima de 3

cm abaixo da superfície do substrato (BARROS et al., 1993).

Quando a semeadura é realizada superficial, a posição da semente não interfere

na emergência da plântula, mas à proporção que vai aprofundando, a semente deve ser

posicionada na vertical com o ponto de inserção do pedúnculo voltado para cima

(CAVALCANTI JÚNIOR; BARROS, 2002).

A propagação assexuada, através da enxertia, apresenta inúmeras vantagens,

sobretudo no que se refere à formação de pomares em que a produtividade e a

qualidade dos frutos são fundamentais na viabilização técnica e econômica do cultivo.

O cajueiro, sendo uma planta heterozigótica, quando propagado por sementes,

proporciona plantas com genótipos e fenótipos diferentes, mesmo originadas de uma

mesma planta matriz (CAVALCANTI JÚNIOR; CHAVES, 2001).

Page 26: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

24

Na cajucultura, para que sejam mantidas as características do clone, ou seja, da

planta que se deseja produzir, recomenda-se cultivar mudas oriundas de propagação

vegetativa, através da estaquia, alporquia ou enxertia por borbulhia em placa ou

garfagem. Dentre estes métodos de propagação, por apresentarem maior viabilidade

técnica, econômica e índice de pegamento, para o cajueiro, os métodos por garfagem

em fenda lateral e borbulhia em placa são os mais utilizados (CAVALCANTI

JÚNIOR; CHAVES, 2001).

2.5 GERMINAÇÃO

A germinação é definida como a capacidade da semente produzir uma plântula

que, pelas características das estruturas essenciais do embrião, demonstra aptidão para

produzir uma planta normal sob condições de campo (BRASIL, 2009). É a reativação

do crescimento do embrião resultando no rompimento do tegumento da semente e na

emergência da plântula (OLIVEIRA et al.; 2008; MALAVASI, 1988). Sob condições

apropriadas, quando começa a reembebição, o eixo embrionário dá prosseguimento ao

seu crescimento, que havia sido paralisado por ocasião da maturação (FOSSATI, 2007;

CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

A velocidade da absorção da água pela semente varia com a espécie,

permeabilidade do tegumento, disponibilidade de água, temperatura, pressão

hidrostática, área de contato semente e água, forças intermoleculares, composição

química e condição fisiológica (CABRAL et. al.; 2003; NASSIF et al.; 1998). Os

estudos de germinação de sementes são geralmente realizados, dentre outros objetivos,

para ampliar os conhecimentos sobre o comportamento fisiológico da espécie e suas

respostas aos fatores ambientais. Também são usados visando definir metodologias

Page 27: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

25

para avaliação da viabilidade de sementes sob condições favoráveis (CARVALHO;

NAKAGAWA, 2000).

De acordo com Kramer; Kozlowski (1972), germinação pode ser

definida como o processo que inicia com a retomada do crescimento pelo

embrião das sementes, desenvolvendo-se até o ponto em que forma uma nova

planta com plenas condições de nutrir-se por si só, tornando-se independente. Já

do ponto de vista fisiológico, segundo Nassif et al. (1998), germinar é

simplesmente sair do repouso e entrar em atividade metabólica.

O processo de germinação do cajueiro inicia-se com a absorção de água

terminando com a emergência da radícula, sendo que, as etapas posteriores até o

estabelecimento da plântula são denominadas como as de crescimento do eixo

embrionário. Para assegurar uma germinação satisfatória e um bom estabelecimento da

plântula, utiliza-se como critério prático a densidade da castanha. Aquelas que

apresentam maior densidade proporcionam uma maior taxa de germinação, melhor

crescimento da parte aérea, maior peso de massa seca e favorece também a formação

de mudas mais vigorosas, com rápido crescimento e florescimento, produzindo mais

nos três primeiros anos consecutivos (BARROS, 2002; CAVALCANTI JÚNIOR,

1994). Ferraz (1996) observou em pesquisa que desenvolveu com classes de castanhas,

que aquelas que apresentam maior densidade, apresentarem melhor velocidade de

emergência, porcentagem de germinação e vigor.

A temperatura também é um dos fatores que tem grande influência sobre o

processo de germinação, pois esta compromete tanto a germinação total, como a

velocidade de germinação, uma vez que ela influencia na absorção de água, como

também sobre as reações bioquímicas que determinam todo o processo. A germinação

só ocorrerá dentro de determinados limites de temperatura, no qual o processo ocorre

com a máxima eficiência, ou seja, obtém-se o máximo da germinação no menor

período possível (NAZÁRIO, 2006).

Page 28: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

26

Segundo Cavalcanti Júnior; Chaves (2001), sementes tratadas e selecionadas

em substratos desinfetados, iniciam a germinação a partir do 10º dia após a semeadura,

prolongando-se até o 25º dia, contudo, 80% da germinação ocorrem entre o 12º e 20º

dia após a semeadura. Fatores como temperatura e umidade podem alterar esses

limites, sendo que, a faixa de temperatura ideal para a germinação está entre 30ºC e

35ºC, temperatura acima de 40ºC as sementes não germinam ou germinam com

anomalias. Caso as sementes não germinem até 25 dias, deve-se desenterrá-las e

proceder a um novo plantio, pois, provavelmente, as que germinarem com atraso são

de baixo vigor.

Com relação ao substrato, Barros (2002), descreve que independentemente da

espécie da semente, para uma germinação satisfatória, a interferência do substrato nos

fatores que afetam a germinação do cajueiro deve ser o mínimo possível, sendo que em

sementeiras, os solos minerais são bons substratos por causa da alta capacidade de

infiltração, adequada aeração e por permitir um contato mais estreito entre as partículas

do solo e a semente. Substratos vegetais decompostos também podem formar

excelentes sementeiras por sua capacidade de retenção da umidade.

Embora exista uma preferência pelo emprego de areia como substrato na

germinação das sementes de cajueiro, ensaios visando testar diferentes materiais

mostram que o melhor ambiente para a germinação e o crescimento das plântulas do

cajueiro é uma composição entre solos minerais e matérias orgânicas (BARROS,

2002).

2.6 COLHEITA E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES

A colheita da semente, geralmente se inicia com sessenta a noventa dias após a

antese, onde, geralmente de forma manual, coletam-se as sementes maduras caídas

Page 29: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

27

sobre o solo. A periodicidade da colheita, que pode ser uma vez por semana, também,

pode ser realizada de acordo com a disponibilidade de mão-de-obra do produtor, no

entanto, quando se deseja aproveitar o pedúnculo para o consumo humano ou fazer seu

processamento, a colheita é feita diretamente na planta, por ocasião da maturação

fisiológica. Pode-se utilizar também o método da varredura, onde, coletam-se todas as

sementes de uma só vez no final da safra (CAVALCANTI JÚNIOR, 1994).

O estudo da maturação fisiológica tem por objetivo definir o momento ideal de

colheita e o estádio de máxima qualidade das sementes, que varia de espécie para

espécie e das condições ambientais, sendo necessário estabelecer parâmetros para a

correta definição da época de colheita. É teoricamente a época mais indicada para

colheita, pois representa o momento em que a semente atinge o máximo potencial de

germinação e vigor (BRAGA JÚNIOR, 2009; POPINIGIS, 1985).

As sementes, geralmente, apresentam, por ocasião da maturidade fisiológica, a

máxima qualidade, em termos de peso de matéria seca, germinação e vigor. A partir

deste período, tende a ocorrer uma queda progressiva da qualidade das mesmas,

através do processo de deterioração (FIGLIOGLIA, 1993).

Dentre as fases de um sistema de produção, o momento da colheita é muito

relevante; quando as sementes atingem o ponto de maturação fisiológica, já está

praticamente desligada da planta mãe e dependendo das condições climáticas

predominantes, o processo de deterioração é acelerado, com conseqüente perda da

qualidade, germinação e vigor (VIEIRA, 2004).

Para a produção de sementes de cajueiro, recomenda-se que elas sejam

colhidas de forma manual diretamente na planta mãe ou entre as caídas no solo, sob as

copas das árvores. Quando se pretende utilizar as sementes para a produção de porta

enxerto, geralmente, colhem-se as castanhas diretamente na planta ou aquelas caídas

sob o solo no mesmo dia da colheita. Em seguida, as castanhas são secadas a sombra

por 7 a 8 dias. Esse procedimento assegura uma melhor qualidade fisiológica das

sementes (BARROS, 2002).

Page 30: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

28

Segundo Barros (2002), as sementes ao se desprenderem das plantas, ainda

contem alto teor de umidade, entre 18% a 22% do peso do fruto médio, este teor de

umidade depende das condições climáticas da região, da umidade do solo sob as copas

das plantas, da densidade populacional das plantas invasoras e do tempo de

permanência das mesmas no solo, antes da colheita.

O comportamento das sementes durante o armazenamento é função dos fatores

que afetam sua conservação, tais como a temperatura, umidade relativa do ar, grau de

umidade das sementes e tipo de embalagem utilizada (CARNEIRO; AGUIAR, 1993).

O armazenamento tem por objetivo conservar as sementes, preservando suas

qualidades físicas, fisiológicas e sanitárias, para posterior semeadura e obtenção de

plantas sadias após a germinação. Dependendo do objetivo, pode ser necessária a sua

conservação por períodos curtos ou longos (BENEDITO, 2010).

O elevado teor de umidade acelera a deterioração da castanha, através da ação

de enzimas endógenas, fungos e bactérias, provocando perdas da qualidade e do poder

germinativo da semente (BARROS, 2002). De acordo com Cavalcanti Júnior (1994), o

alto teor de umidade da castanha compromete o armazenamento, podendo gerar

consequências danosas durante a germinação e o estabelecimento da plântula do

cajueiro, portanto, recomendada a secagem das sementes sobre telas de arame ou de

polietileno, a sombra, por um período de cinco a dez dias, reduzindo a umidade para

próximo do equilíbrio higroscópico, em torno de 12,5%.

Para o armazenamento de sementes de cajueiro, recomendam-se locais

cobertos, secos e ventilados, acondicionadas em sacos de pano ou papel

(CAVALCANTI JÚNIOR, 1994). Para períodos mais longos, de seis a doze meses, é

aconselhável que as sementes sejam armazenadas em temperaturas amenas, em torno

de 20°C, se possível em recipientes herméticos, sendo possível obter uma germinação

próxima a 95% (BARROS, 2002). Segundo, Benedito (2010); Almeida; Morais

(1997), o armazenamento em condições impróprias contribui para a redução da

qualidade fisiológica das sementes.

Page 31: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

29

2.7 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE ARMAZENAMENTO

As sementes durante o armazenamento continuam respirando

continuamente, consumindo suas reservas e transformando-as em água, calor e

dióxido de carbono, contudo, a perda desses compostos químicos deve ser

reduzida ao mínimo durante o armazenamento, através de processos de

manuseio que assegurem a qualidade da semente armazenada, tendo em vista

que a qualidade das condições de armazenamento é necessária desde o

armazenamento em condições ambientais ou altamente controlado. O

armazenamento adequado evita perdas qualitativas e quantitativas das sementes

(FIGUEIREDO, 2006; BAUDET; VILLELA, 2006; PEDROSA et al.; 1999).

A umidade relativa do ar e a temperatura são os principais fatores que

influenciam a manutenção da qualidade fisiológica da semente, em particular, do vigor,

durante o armazenamento. A umidade relativa do ar tem relação com o grau de

umidade das sementes, além de controlar a ocorrência dos diferentes processos

metabólicos que ela pode sofrer, enquanto a temperatura influencia a velocidade dos

processos bioquímicos e interfere indiretamente no grau de umidade das sementes.

Dessa forma, as melhores condições para a manutenção da qualidade de sementes, são

baixa umidade relativa do ar e baixa temperatura, porque mantêm o embrião em sua

mais baixa atividade metabólica (CORLETT, 2004).

As consequências danosas do aumento do processo respiratório num lote de

sementes são o umedecimento e a elevação da temperatura, agravando-se ainda,

quando é considerada a respiração dos microrganismos, bem como dos insetos que

podem vir junto com as sementes. O resultado disso é um rápido declínio da

germinação e do vigor das sementes. O aumento do processo respiratório das sementes

Page 32: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

30

implica também no aumento do consumo de reservas, com a consequente perda de

peso e vigor das sementes (BAUDET; VILELLA, 2006).

Baseado na sensibilidade das sementes ao dessecamento, Roberts (1974),

classificou-as em ortodoxas e recalcitrantes. As ortodoxas suportam a desidratação a

níveis de 2% a 5% de umidade sem qualquer dano, podendo ser armazenadas sob

baixas temperaturas por períodos de 100 ou mais anos, sobrevivem de forma

previsível, apresentando uma relação logarítima negativa entre o grau de umidade e a

longevidade. As recalcitrantes são sementes que não suportam a desidratação abaixo de

uma umidade entre 12% a 30%, perdendo sua viabilidade rapidamente, variando entre

poucas semanas a alguns meses, mesmo armazenadas em condições úmidas. Segundo

Puzzi (2000), sementes com baixo teor de umidade podem ser armazenadas por longos

períodos sem grandes perdas, mesmo sob condições em que o armazenamento não seja

o ideal.

Comparando diversos ambientes de armazenamento, dentre eles o ambiente

natural, na conservação de sementes de pau-de-jangada (Apeiba tibourbou Aubl.),

Matos et al. (2008), concluíram que as sementes armazenadas em ambiente natural de

laboratório apresentaram maior germinação durante 225 dias de armazenamento.

Souza et al. (2005), avaliando o vigor de sementes armazenadas de ipê amarelo

(Tabebuia serratifolia), também em diversos ambientes controlado ou não, dentre eles

o ambiente natural de laboratório, observaram que as sementes provenientes do

ambiente de laboratório perderam mais rapidamente o vigor ao longo do

armazenamento durante 150 dias. Já Bulow et al. (1994) realizaram ensaios para testar

a longevidade de sementes de pitangueira (Eugenia calycina), em distintos ambientes

de armazenamento e concluíram que as sementes recém-colhidas apresentaram

aproximadamente 97% de germinação, no entanto, sua viabilidade reduziu rapidamente

quando as sementes eram armazenadas em laboratório.

Page 33: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

31

2.8 DETERIORAÇÃO DE SEMENTES

O processo de deterioração da semente é contínuo, iniciando logo após a

maturação fisiológica e continuando até a perda da viabilidade da mesma (SILVA,

2005). De acordo com Delouche; Baskin (1973) é uma sequência hipotética de

eventos, que se inicia com a desorganização de membranas e a perda da sua

seletividade, culminando com a redução do vigor e morte da semente.

O termo deterioração refere-se a toda e qualquer alteração degenerativa

que ocorre com a qualidade das sementes em função do tempo, é um processo

irreversível, contudo, o grau de prejuízo pode ser controlado, mantendo-se um

mínimo, através do armazenamento adequado das sementes (FLORIANO,

2004; TOLEDO; MARCOS FILHO, 1977).

O período que uma semente pode viver é determinado por suas características

genéticas, e recebe o nome de longevidade, enquanto que o período que a semente

realmente vive é determinado pela interação entre os fatores genéticos e ambientais.

Esse período recebe o nome de viabilidade. O verdadeiro período de longevidade das

sementes de uma espécie qualquer é praticamente impossível saber com exatidão, no

entanto, o tempo de vida que uma semente efetivamente vive dentro de seu período de

longevidade é em função dos seguintes fatores: características genéticas da planta mãe;

vigor das plantas progenitoras e das condições climáticas durante a maturação

(CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

Pesquisas comprovam que os próprios constituintes da semente podem

influenciar de maneira intensiva ou menos intensiva em sua longevidade. As

substâncias de reserva presentes nas sementes, como óleos, que são mais instáveis que

o amido, podem fazer com que a semente se auto-deteriore mais rapidamente, Muitas

espécies apresentam sementes que são envolvidas por frutos carnosos,

estrategicamente importantes para sua dispersão e germinação na natureza, contudo,

Page 34: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

32

podem atuar como meio de cultura para a propagação de microrganismos que as

deterioram quando as queremos conservar (KRAMER; KOZLOWSKI, 1972).

Teoricamente, do ponto de vista fisiológico, o processo de deterioração

das sementes tem início na maturidade fisiológica e pode ser acelerada em

qualquer uma das etapas pós-maturidade, podendo se estender até o período de

pós-semeadura, contudo, é detectada, com maior frequência, durante o

armazenamento (MARCOS FILHO, 2005). A perda do poder germinativo é a

consequência final da deterioração das sementes, ou seja, ocorre considerável

deterioração antes que haja diminuição na percentagem de germinação.

O processo de maturação fisiológica é atingido quando a semente

apresenta o máximo conteúdo de matéria seca e água, este processo é

acompanhado de alterações visíveis no aspecto externo das sementes

(POPINIGIS, 1985; CARVALHO; NAKAGAWA, 2000). Geralmente, as

sementes apresentam maior qualidade quando ainda contém elevados teores de

umidade e, a partir desse ponto, com a queda do teor de umidade, a qualidade

das mesmas tende a declinar por causa de sua deterioração e consequente perda

de vigor (POPINIGIS, 1985).

Após a maturação fisiológica da semente, não há qualquer procedimento que

possa melhorar seu potencial fisiológico, considera-se que, até atingir o ponto de

maturação fisiológica, a semente não tenha capacidade para iniciar o processo de

deterioração, devido, ainda não constituir uma unidade biológica independente da

planta mãe (MARCOS FILHO, 1998).

Durante o armazenamento, toda e qualquer semente sofre deterioração que

pode ser de pequena ou longa intensidade, dependendo das características ambientais e

da própria semente. Geralmente, a redução da luminosidade, da temperatura e da

umidade, faz com que seu metabolismo seja reduzido, aumentando assim, sua

viabilidade (VIEIRA et al., 2002).

Page 35: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

33

2.9 VIGOR DE SEMENTES

A primeira tentativa de classificar os métodos para avaliação do vigor foi

efetuada por Isely (1957), indicando que o vigor seria o resultado da ação conjunta de

todos os atributos da semente que permitem a obtenção de um estande ideal de

plântulas, sob condições favoráveis. Separou em testes diretos e indiretos. Com o

passar do tempo e a sedimentação da comunidade científica, concluíram que o vigor

compreende um conjunto de características que determinam o potencial para

emergência e o rápido desenvolvimento de plântulas normais, sob ampla diversidade

de condições ambientais.

Os testes de vigor são utilizados para diferenciar os níveis de qualidade entre

as sementes, distinguindo-as também entre seus lotes. Estes testes são classificados em

métodos diretos e métodos indiretos. Os diretos seriam os métodos que procuram

simular as condições adversas que ocorrem no campo e os indiretos procuram avaliar

atributos que indiretamente se relacionam com vigor, como atributos físicos,

biológicos e fisiológicos (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

O vigor da semente detecta as modificações deletérias mais sutis resultantes do

avanço da deterioração, não revelados pelo teste de germinação. Observa-se que muito

antes que a germinação seja afetada, o vigor da semente sofre reduções significativas.

A queda do vigor precede à germinação, de modo que lotes com germinação

semelhante podem diferir quanto ao nível de deterioração e, portanto, ao vigor e ao

potencial de desempenho em campo e armazenamento (HILHORST et al., 2001).

O vigor de uma semente, durante a maturação, é uma característica que

acompanha, de maneira geral na mesma proporção, o acumulo de matéria seca.

Assim, uma semente atingiria seu máximo vigor quando se apresentasse com

sua máxima massa de matéria seca, podendo, é claro, haver defasagens entre as

curvas, em função da espécie e condições ambientais que prejudiquem o correto

Page 36: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

34

desenvolvimento da semente, tais como temperatura, água, luminosidade, solo,

etc. Desse ponto em diante, contudo, a evolução dessa característica se faria de

maneira semelhante a característica da germinação, isto é, tenderia se manter no

mesmo nível, ou decresceria, na dependência de fatores ambientais e do modo e

momento da colheita (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

A ocorrência da deterioração das sementes pode ser considerada como o

principal causa da redução do vigor. A deterioração das sementes durante a colheita,

beneficiamento e armazenamento ocorre numa taxa fortemente influenciada pela

genética, fatores produtivos e ambientais. Esse tempo pode levar poucos dias a muitos

anos, sendo geralmente progressivo e sequencial, embora seja muito difícil a distinção

das causas primárias e efeitos secundários (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

O elevado vigor de sementes é um fator importante para que se tenha uma

germinação uniforme, garantindo um estande ideal de plantas. Por isso, se faz

necessário cada vez mais o aprimoramento dos testes de vigor (OLIVEIRA et al,

2009).

Avaliar a qualidade de um lote de semente em termos de predizer com que

sucesso ele estabelecerá uma população vigorosa de plântulas sob uma variável

condição ambiental, a nível de campo, é de grande importância para atingir eficiência

numa agricultura moderna (ARTHUR; TONKIN, 1991).

Page 37: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

35

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO

Dois ensaios foram conduzidos, um no Laboratório de Análise de Sementes e

outro na Casa de Vegetação na Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,

Mossoró-RN, no período de setembro de 2009 a julho de 2010.

Os ensaios foram instalados simultaneamente a cada 30 dias, tanto em

laboratório, como em casa de vegetação. Em laboratório, foram avaliados a

porcentagem de germinação e o índice de velocidade de germinação. Em casa de

vegetação, foram avaliadas a porcentagem de emergência, o índice de velocidade de

emergência, a altura de plantas, o diâmetro do caule, o número de folhas, a área foliar e

a massa seca da parte aérea (FIGURA 01).

A B

Figura 01. Ensaio instalado no laboratório de sementes (A) e ensaio instalado em casa

de vegetação (B) com sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.), coletadas na

copa das plantas e caídas no solo. Mossoró – RN, 2010.

Page 38: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

36

3.2 MATERIAL GENÉTICO UTILIZADO

Foram utilizadas sementes fisiologicamente maduras, coletadas manualmente

na copa das plantas e sementes caídas sobre o solo durante os 30 dias seguintes à coleta

na copa. As sementes foram obtidas durante a safra 2009 de 140 plantas adultas do

Clone CCP-76, de um pomar em plena produção, localizado no Assentamento

Maracaí, município de Ipiranga do Piauí – PI, (FIGURA 02).

Antes de iniciar os ensaios, as sementes foram beneficiadas manualmente,

onde se eliminou as sementes chochas, mal formadas e/ou com ataques de pragas ou

doenças.

A B

Figura 02. Sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta

(A) e caídas no solo (B) durante o período de 30 dias. Mossoró – RN, 2010.

Page 39: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

37

3.3 DETERMINAÇÃO DO GRAU DE UMIDADE

O grau de umidade foi determinado logo após a coleta das sementes e a cada

30 dias do armazenamento antes da instalação dos ensaios em laboratório e casa de

vegetação, tanto das sementes coletadas na planta como caídas no solo, pelo método

estufa a 105 ±3°C, durante 96 horas, conforme metodologia recomendada por

Cavalcanti Júnior (1994), utilizando-se seis repetições de seis sementes.

3.4 ARMAZENAMENTO DAS SEMENTES

Após a colheita, beneficiamento manual das sementes e determinação do grau

de umidade, as sementes foram acondicionadas em sacos de juta e armazenadas em

ambiente natural de laboratório a uma temperatura de ± 27°C, durante o período de

armazenamento estudado.

3.5 TESTE DE DENSIDADE

Antes da instalação de cada ensaio, as castanhas eram colocadas em baldes de

polipropileno com capacidade para 15 litros, contendo água até sua metade, onde,

descartavam-se aquelas menos densas, baseado em informações de Ferraz (1996).

Page 40: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

38

3.6 PRÉ-EMBEBIÇÃO

A pré-embebição foi realizada por um período de 24 horas, antes da instalação

de cada ensaio, utilizando-se balde de polietileno com capacidade para 15 litros

contendo água até 3/4 de sua capacidade, baseado em informações de Araújo et al.

(2009); Ferraz (1996).

3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado (DIC), em esquema

fatorial 7 x 2 com quatro repetições de 25 sementes. O primeiro fator foi constituído

pelo tempo de armazenamento das castanhas (0; 30; 60; 90; 120; 150 e 180 dias) e o

segundo fator pelo local de coletas das castanhas (P = coleta na planta e S = coleta no

solo), perfazendo 14 tratamentos assim denominados: P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7, S1,

S2, S3, S4, S5, S6 e S7.

3.8 CARACTERISTICAS AVALIADAS

3.8.1 Germinação (G)

Foram utilizados quatro repetições de 25 sementes, dispostas em bandejas de

polipropileno com as seguintes dimensões 25cm x 30cm x 20cm (largura x

Page 41: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

39

comprimento x altura), contendo substrato vermiculita de granulométrica média,

umedecida com água destilada na proporção 2:1 (v/v). Em seguida, as bandejas foram

colocadas em bancadas e mantidas em temperatura ambiente de aproximadamente

27°C. A avaliação foi feita no vigésimo quinto dia após a instalação do experimento,

quando foi observada estabilidade nos resultados obtidos, estes resultados foram

expressos em porcentagem de plântulas normais, de acordo com Brasil (2009).

3.8.2 Índice de velocidade de germinação (IVG)

Realizado simultaneamente com o teste de germinação, as plântulas foram

avaliadas diariamente, à mesma hora, a partir do dia em que surgiram as primeiras

plântulas normais. As avaliações foram feitas até o dia da última contagem e para o

cálculo foi utilizada a fórmula proposta por Maguire (1962).

Onde:

IVG= Índice de velocidade de germinação

G1, G2, Gn= número de plântulas normais computadas na primeira, na segunda e na

última contagem.

N1, N2, Nn= número de dias de semeadura à primeira, segunda e última contagem.

IVG= G1/N1+ G2/N2+...+ Gn/Nn

Page 42: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

40

3.8.3 Emergência de plântula (EP)

O teste de emergência, em casa de vegetação, as sementes foram dispostas em

sacos de polipropileno preto com as seguintes dimensões (15cm x 28cm x 0,15mm),

largura, altura e espessura, utilizando-se uma semente por saco, contendo solo areno-

argiloso (0,82% de areia total; 0,11% de argila; 0,07% de silte; pH 6,2; conforme

amostra de solo nº 224, realizada no Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de

Plantas da UFERSA, em 24 de maio de 2011, os quais foram irrigados duas vezes ao

dia com o auxílio de um regador até atingir a capacidade de campo. A avaliação foi

feita no vigésimo quinto dia após a instalação do experimento, os resultados foram

expressos em porcentagem de plântulas normais de acordo Labouriau; Valadares

(1976).

3.8.4 Índice de velocidade de emergência (IVE)

O (IVE) foi calculado pelo somatório das razões do número de plântulas

emergidas no período pelo número de dias da semeadura à emergência, usando-se a

fórmula proposta por Maguire (1962).

Onde:

IVE= Índice de velocidade de emergência

E1, E2, Gn= número de plântulas normais computadas na primeira, na segunda e na

última contagem.

N1, N2, Nn= número de dias de semeadura à primeira, segunda e última contagem.

IVE= E1/N1+ E2/N2+...+ Gn/Nn

Page 43: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

41

3.8.5 Altura de planta (AP)

Avaliadas aos 60 dias após a semeadura, usando uma régua graduada de 0 a 50

cm a partir do colo da planta até a base da folha mais jovem, baseado em informações

de Ferraz (1996). O valor do comprimento médio das plantas foi obtido pela média

aritmética do número de plântulas emergidas para cada repetição.

3.8.6 Diâmetro do caule (DC)

Mensurado aos 60 dias após a semeadura através de um paquímetro digital aos

sete centímetros a partir do colo do caule, no ponto da enxertia, com base nas

informações de Ferraz (1996).

3.8.7 Número de folhas (NF)

Determinado aos 60 dias após a semeadura, através da contagem manual,

considerando-se toda e qualquer folha com cinco ou mais centímetros de comprimento,

presa a planta.

Page 44: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

42

3.8.8 Área foliar (AF)

Calculada também aos 60 dias após a semeadura, através de um aparelho

integrador de área foliar, marca Licor, modelo LI-3100, o qual permitiu a obtenção da

área foliar real em cm2. A área foliar média foi obtida pela média aritmética do número

de plântulas avaliadas para cada repetição.

3.8.9 Massa seca da parte aérea (MSPA)

Feitas as mensurações, a parte aérea de todas as plantas foram colocadas em

sacos de papel e postas para secar em estufa regulada a 65°C (±1ºC), até obter a massa

constante, o que aconteceu no oitavo dia. A massa seca total foi obtida através da

média aritmética do número de repetições e os resultados expressos em grama.

3.9 PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO

A análise estatística foi feita utilizando o programa SISVAR versão 4.2

(FERREIRA, 2003). A comparação entre as médias foi feita utilizando o teste de

Tukey a 5% de probabilidade. Foram utilizados os ajustamentos de curva para os dados

quantitativos, utilizando-se o programa Table curve 2D (JANDEL SCIENTIFIC,

1991).

Page 45: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

43

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 GRAU DE UMIDADE

Observou-se que as sementes quando recém colhidas apresentava alto grau de

umidade, 15,5% para as coletadas na planta e 13,9% para as coletadas no solo

(TABELA 01). O grau de umidade foi sendo modificado no decorrer do período de

armazenamento de 180 dias para ambos os locais de coletas das sementes, através das

determinações realizadas a cada 30 dias antes da instalação dos ensaios em laboratório

e em casa de vegetação (TABELA 01).

Tabela 01. Grau de umidade de sementes de (Anacardium occidentale L.)

armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010

Durante o período de 180 dias de armazenamento, tanto para as sementes

coletadas na planta, como para as coletadas caídas no solo durante o período de 30 dias

após a coleta na planta, foi observada uma diminuição do grau de umidade, chegando

ao final do experimento com 10,40% e 10,6% de umidade, respectivamente. Esse

comportamento observado durante o armazenamento ocorreu devido o alto grau de

umidade das sementes por ocasião da colheita, sendo que posteriormente, as mesmas,

Grau de umidade (%)

Locais de

coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 15,5 11,3 10,9 11,6 11,4 10,6 10,4

Solo 13,9 10,7 10,6 10,4 10,2 10,3 10,6

Page 46: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

44

foram armazenadas em sacos de juta, em ambiente natural de laboratório com uma

temperatura média de 27ºC, portanto, submetida a oscilações diárias de temperatura e

umidade relativa do ar, provocando assim uma perda diária de umidade para o

ambiente. De acordo com Carvalho; Nakagawa (2000), mudanças na temperatura e

umidade relativa provocam constantes ajustes no grau de umidade das sementes

armazenadas em embalagem permeável ao vapor de água.

4.2 ANÁLISE DE VARIÂNCIA

Os resultados da análise de variância mostraram interação significativa entre o

tempo de armazenamento e os tipos de coleta das sementes para todas as variáveis

estudadas (TABELA 02).

Tabela 02. Resumo da análise de variância para germinação (G), índice de velocidade

de germinação (IVG), emergência (E), índice de velocidade de emergência (IVE),

altura de planta (AP), diâmetro do caule (DC), número de folhas (NF), área foliar (AF),

massa seca da parte aérea (MSPA), obtidas de sementes de cajueiro (Anacardium

occidentale L.), coletadas na planta e caídas no solo e armazenadas em ambiente

natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.

** e * significativo a 1% e 5% de probabilidade pelo teste F respectivamente n.s – Não significativo

Fonte Variação G (%) IVG E (%) IVE AP(cm) DC(mm) NF AF (cm2) MS (g)

Coleta 7,14n.s 0,003n.s 18,28n.s 0,05* 76,58* 0,77* 15,12* 10275431,14* 710,43*

Armaz. 222,95* 0,17* 376,95* 0,07* 75,39* 2,19* 4,85* 3091938,18* 147,99*

Col*Armaz. 0,47* 0,0001* 0,95* 0,008* 4,34* 0,05* 0,87* 405873,60* 12,25*

CV (%) 3,77 2,65 5,53 4,60 7,82 2,28 5,74 5,93 5,58 Média 95,07 1,81 1,81 1,59 37,96 4,73 11,94 5874,89 44,86

Page 47: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

45

4.3 GERMINAÇÃO

Observou-se interação significativa entre o tempo de armazenamento e os tipos

de coleta. No início do armazenamento, a germinação foi de 100% tanto para as

sementes coletadas na planta como para as coletadas no solo. A partir dos 30 até 180

dias de armazenamento, verificou-se uma redução da porcentagem de germinação das

sementes.

Verificando-se o desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de

armazenamento, observou-se que não houve diferença significativa entre os dois tipos

de coleta durante o tempo de armazenamento estudado, ou seja, de 180 dias (TABELA

03).

Tabela 03. Porcentagem de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium

occidentale L.) coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente natural

de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Germinação (%)

Locais de

coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 100 a 100 a 99 a 98 a 94 a 90 a 87 a

Solo 100 a 99 a 98 a 97 a 94 a 89a 86 a

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Borges et al. (2003), avaliando a influência do período de armazenamento das

sementes na germinação e crescimento de mudas de mangueira, observaram que o

Page 48: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

46

armazenamento afetou negativamente a germinação. Já Silva et al. (2007), estudando a

germinação e sensibilidade ao armazenamento de sementes de jaqueira, concluíram

que o armazenamento reduziu progressivamente a germinação, onde a mesma foi nula

aos 60 dias.

Através do desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de

coleta, observou-se que não houve redução significativa entre as médias até 90 dias de

armazenamento tanto para as sementes coletadas na planta como para as coletadas no

solo. A partir dos 120 dias, o armazenamento começou a influenciar negativamente a

germinação, portanto, sementes recém colhidas devem ser preferidas por apresentarem

menor deterioração e provavelmente maior vigor (FIGURA 07).

y = -0,0005x2 + 0,0095x + 100,14R2 = 0,9878 (Planta)

y = -0,0004x2 + 0,0024x + 99,762R2 = 0,9878 (Solo)

80828486889092949698

100102

0 30 60 90 120 150 180Tempo de Armazenamento (dias)

Ger

min

ação

(%)

PlantaSolo

Figura 03. Porcentagem de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium

occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de

laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Page 49: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

47

Embora não se tenha verificado grande variação da germinação, segundo

Carvalho; Nakagawa (2000), a redução da capacidade germinativa é uma das

consequências do avanço do processo de deterioração das sementes, sendo que

pequenas diferenças na porcentagem de germinação podem representar grandes

diferenças com relação ao processo de deterioração.

4.4 ÍNDICE DE VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO

Observou-se também interação significativa entre o tempo de armazenamento

e os tipos de coleta, havendo uma redução do índice de velocidade de germinação ao

longo dos 180 dias de armazenamento das sementes.

Através do desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de

armazenamento, observou-se também que não houve diferença significativa entre as

sementes coletadas na planta e as coletadas no solo (TABELA 04).

Tabela 04. Índice de velocidade de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium

occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de

laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.

IVG

Locais de

coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 2,09 a 1,90 a 1,86 a 1,80 a 1,74 a 1,70 a 1,67 a

Solo 2,09 a 1,88 a 1,85 a 1,77 a 1,72 a 1,68 a 1,65 a

Médias seguidas da mesma Letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Page 50: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

48

Borges et al. (2003), com o objetivo de avaliar o efeito do período de

armazenamento na germinação e crescimento de mudas de mangueira, observaram que

o comportamento mostrou-se quadrático, assim como para a porcentagem de

germinação. Os resultados mostraram que as sementes tiveram desempenho

semelhante até os 7,5 dias. A partir desse ponto, o armazenamento começou a afetar

negativamente o índice de velocidade de germinação, se acentuado a partir dos 14 dias

de armazenamento das sementes.

Desdobrando-se o tempo de armazenamento dentro de cada local de coleta,

observou-se que não houve redução significativa do IVG a partir dos 30 dias de

armazenamento, tanto para as sementes coletadas na planta quanto no solo. A partir

dos 60 dias, as sementes coletadas na planta apresentaram maiores médias com relação

às coletadas no solo até o final do armazenamento de 180 dias (FIGURA 08).

Desempenho contrário ao encontrado por Duarte et al. (2006), avaliando a influência

do tipo de coletas de frutos de cagaita (Eugenia dysenterica MART, ex DC) sobre a

sua germinação e vigor, onde observaram que o índice de velocidade de germinação

das sementes coletadas na superfície do solo, apresentaram médias superiores que as

sementes coletadas na copa das árvores.

Page 51: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

49

y = 1E-05x2 - 0,0044x + 2,0581R2 = 0,9644 (Solo)

y = 1E-05x2 - 0,004x + 2,0612R2 = 0,9698 (Planta)

1,501,551,601,651,701,751,801,851,901,952,002,052,10

0 30 60 90 120 150 180Tempo de Armazenamento (dias)

IVG

SoloPlanta

Figura 04. Índice de velocidade de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium

occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de

laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Segundo Vieira; Carvalho (1994), a deterioração da semente é um processo

que se evidencia primeiro, com a redução do índice de velocidade de germinação

(IVG).

4.5 EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS

O tempo de armazenamento influenciou negativamente a emergência das

plântulas a partir dos 60 dias, tanto para as sementes coletadas na planta quanto no

solo, permanecendo o decréscimo do (IVE) até os 180 dias de armazenamento.

Page 52: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

50

De acordo com o desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de

armazenamento, observou-se que não houve diferença estatística entre os dois tipos de

coleta para a emergência de plântulas, durante o tempo de armazenamento estudado,

ou seja, 180 dias (TABELA 05).

Tabela 05. Emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.)

coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180

dias. Mossoró-RN, 2010.

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Oliveira et al. (2006), avaliando o efeito das condições e tempo de

armazenamento das sementes, sobre a emergência de plantas de doviális (Dovyalis

caffra), observaram que a porcentagem média de emergência das plântulas foi

significativamente influenciada pelo tempo de armazenamento das sementes.

Pelo desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de

coleta, observou-se que a partir do 60 dias de armazenamento houve redução

significativa entre as médias de emergência, tanto para as sementes coletadas na planta

quanto no solo, permanecendo o decréscimo até os 180 dias de armazenamento,

evidenciando que sementes de cajueiro com tempo zero de armazenamento, propiciam

melhor emergência de plântula (FIGURA 09).

Emergência (%)

Locais de

coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 100 a 100 a 98 a 96 a 95 a 87 a 82 a

Solo 100 a 98 a 96a 95a 94 a 86 a 81 a

Page 53: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

51

y = -0,0007x2 + 0,0274x + 99,738R2 = 0,9772 (Planta)

y = -0,0006x2 + 0,0083x + 99,071R2 = 0,9619 (Solo)

7880828486889092949698

100102

0 30 60 90 120 150 180Tempo de Armazenamento (dias)

Emer

gênc

ia (%

)

PlantaSolo

Figura 05. Emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas

na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias.

Mossoró-RN, 2010.

Segundo Oliveira et al. (2009), a porcentagem de emergência parte do

princípio que as sementes que apresentarem um maior percentual de plantas emergidas

em condições de campo, são consideradas mais vigorosas pois, proporcionam uma

maior taxa de crescimento e acúmulo de matéria seca.

Page 54: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

52

4.6 ÍNDICE DE VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA

O armazenamento afetou negativamente o índice de velocidade de emergência

a partir dos 30 dias, permanecendo ao longo dos 180 dias de armazenamento das

sementes.

Através do desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de

armazenamento observou-se que houve diferença significativa entre as sementes

coletadas na planta e no solo a partir dos 150 dias de armazenamento, sendo que, as

sementes coletadas na planta apresentaram maiores médias (TABELA 06). Resultados

semelhantes foram observados por Oliveira et al. (2006), avaliando o efeito das

condições e tempo de armazenamento sobre a emergência de plantas de doviális

(Dovyalis caffra), onde, observaram que a evolução do tempo de armazenamento

resultou em efeito significativo sobre o índice de velocidade de emergência (IVE).

Tabela 06. Índice de velocidade de emergência de sementes de cajueiro (Anacardium

occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de

laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

IVE

Locais de

coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 1,74 a 1,67 a 1,65 a 1,63 a 1,58 a 1,56 a 1,53 a

Solo 1,72 a 1,65 a 1,63 a 1,61 a 1,54 a 1,45 b 1,34 b

Page 55: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

53

Desdobrando-se o tempo de armazenamento dentro de cada tipo de coleta,

observou-se que houve redução significativa do índice de velocidade de emergência

(IVE) a partir dos 30 dias de armazenamento tanto para as sementes coletadas na

planta como no solo. A partir dos 150 dias, embora continuasse decrescendo, as

sementes coletadas na planta apresentaram maiores médias em relação às coletadas no

solo até o final do armazenamento de 180 dias. (FIGURA 10). Também observado por

Oliveira et al. (2005), avaliando a germinação de sapota preta (Diospyros digyna),

registraram diferenças significativas, com a redução do índice de velocidade de

emergência (IVE) em função do tempo de armazenamento das sementes.

y = 2E-06x2 - 0,0014x + 1,7298R2 = 0,9781 (Planta)

y = -9E-06x2 - 0,0004x + 1,6988R2 = 0,9801 (Solo)

1,20

1,30

1,40

1,50

1,60

1,70

1,80

0 30 60 90 120 150 180Tempo de Armazenamento (dias)

IVE

Planta

Solo

Figura 06. Índice de velocidade de emergência de sementes de cajueiro (Anacardium

occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de

laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Page 56: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

54

4.7 ALTURA DE PLANTA

A partir de 30 dias até 150 dias houve um decrescimento acentuado na altura

das plantas, tanto para as sementes coletadas na copa das plantas como caídas no solo,

no entanto, somente após 150 dias de armazenamento verificou-se que as sementes

coletadas na copa das árvores, apresentam maiores médias de altura de planta

(TABELA 07). Resultados semelhantes foram encontrados por Borges et al. (2003),

trabalhando com mudas de manga espada, verificando que os valores de altura da

muda foram influenciados negativamente pelo tempo de armazenamento das sementes.

Tabela 07. Altura de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de

sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de

laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

No desdobramento do tempo de armazenamento dentro dos tipos de coletas,

foi observada uma diminuição da altura de planta à medida que aumentou o tempo de

armazenamento das sementes, sendo que as sementes coletadas na planta apresentaram

maiores médias e foram estatisticamente superiores as coletadas no solo a partir de 150

Altura de Plantas (cm)

Locais de

coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 44,65 a 40,40 a 40,10 a 37,58 a 38,28 a 37,87 a 35,38 a

Solo 41,66 a 38,55 a 37,64 a 37,26 a 36,45 a 34,75 a 30,94 b

Page 57: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

55

dias de armazenamento (FIGURA 11). Comportamento semelhante foi observado por

Silva (2010), trabalhando com propagação e armazenamento de sementes de

mangabeira, onde observou que o armazenamento das sementes em ambiente natural,

influenciou negativamente a altura das plantas.

y = 0,1749x2 - 2,2882x + 43,771R2 = 0,8796 (Planta)

y = -0,0632x2 - 1,1189x + 40,786R2 = 0,9333 (Solo)

2527293133353739414345

0 30 60 90 120 150 180

Tempo de armazenamento (dias)

Altu

ra d

e pl

anta

(cm

)

Solo

Planta

Figura 07. Altura de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de

sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de

laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Segundo Oliveira et al. (2009), sementes que produzem plantas com maior

altura, são considerados mais vigorosas, pois, originam plantas com maiores taxas de

crescimento, em razão de apresentarem maior capacidade de translocação de suas

reservas e maior assimilação destas pelo eixo embrionário.

Page 58: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

56

Nakagawa (1999) observou que o tempo de armazenamento e a exposição das

sementes a fatores adversos do meio ambiente aceleram o processo de deterioração,

diminuem o vigor e contribuem para a diminuição da altura das plantas.

4.8 DIÂMETRO DO CAULE

O diâmetro do caule em relação aos locais de coleta, já aos 30 dias de

armazenamento diferiram estatisticamente. As plantas originadas de sementes

coletadas na planta apresentaram maior diâmetro, porém aos 150 e 180 dias não mais

diferiram.

Verificando-se o desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de

armazenamento, observou-se que houve diferença significativa entre os dois tipos de

coleta das sementes durante o tempo de armazenamento, observado já a partir dos 30

dias, sendo que, as sementes coletadas na copa da planta apresentaram maiores médias

de diâmetro do caule. (TABELA 08). O mesmo comportamento foi observado por

Borges et al. (2003), estudando a influência do armazenamento de sementes de manga

espada na germinação e crescimento de mudas de mangueira, observaram que o

armazenamento influenciou negativamente o diâmetro do caule das mudas. Já Oliveira

et al. (2009), comenta que o diâmetro do caule é um parâmetro bastante utilizado para

indicar o vigor de plantas, portanto, sementes que originam plantas com maior

diâmetro do caule, são consideradas mais vigorosas.

Page 59: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

57

Tabela 08. Diâmetro do caule de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),

oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente

natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Através do desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de

coleta, observou-se que o diâmetro do caule para as sementes coletadas no solo foi

menor a partir a partir de 30 dias de armazenamento, apresentando valores

intermediários para sementes armazenadas entre 30 a 60 dias e as armazenadas por

mais de 60 dias apresentaram valores menores em relação aos demais tempos de

armazenamento. Já para as sementes coletadas na copa das árvores, o diâmetro do

caule só sofreu redução a partir de 90 dias de armazenamento, as sementes

armazenadas entre 90 e 120 dias apresentaram valores intermediários e as armazenadas

por mais de 120 dias apresentaram valores menores (FIGURA 12), evidenciando que

plantas originadas de sementes coletadas na copa da árvore são mais vigorosas.

Resultados diferentes foram encontrados por Duarte et al. (2006), estudando a

germinação e vigor de sementes de cagaita (Eugenia dysenterica MART, ex DC), onde

observaram que as sementes obtidas de frutos caídos sobre o solo, apresentam

melhores índices para o diâmetro do caule com relação as sementes obtidas de frutos

coletados na copa das plantas.

Diâmetro de caule (mm)

Locais de

coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 5,42 a 5,39 a 5,22 a 4,97 a 4,58 a 4,19 a 4,15 a

Solo 5,40 a 5,09 b 4,82 b 4,56 b 4,25 b 4,11 a 4,05 a

Page 60: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

58

y = -0,017x2 - 0,1425x + 5,4945R2 = 0,9626 (Planta)

y = 0,0214x2 - 0,3636x + 5,4236R2 = 0,9941 (Solo)

3,5

4

4,5

5

5,5

6

0 30 60 90 120 150 180

Tempo de armazenamento (dias)

Diâ

met

ro d

o ca

ule

(mm

)

Solo Planta

Figura 08. Diâmetro do caule de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),

oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural

de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

4.9 NÚMERO DE FOLHAS

O tempo de armazenamento influenciou negativamente o número de folhas das

plantas, tanto para as sementes coletadas na planta como no solo, permanecendo o

decréscimo até os 180 dias de armazenamento. No geral, concordando com Borges et

al. (2003), que observaram uma redução progressiva no número de folhas de mudas de

mangueira em função do tempo de armazenamento das sementes.

De acordo com o desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de

armazenamento, observou-se que houve diferença estatística entre os dois tipos de

coleta das sementes a partir de 180 dias de armazenamento, onde sementes originadas

Page 61: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

59

da coleta na planta apresentaram maior número de folhas em relação às sementes

coletadas no solo (TABELA 09). Oliveira et al. (2009), trabalhando com teste de vigor

em sementes, cita que quanto maior o número de folhas das plantas, implica-se em

dizer que mais vigoroso é o lote de sementes estudado.

Tabela 09. Número de folhas de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),

oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural

de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Pelo desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de

coleta, observou-se que não houve diferença estatística entre os locais de coleta até os

150 dias de armazenamento, porém, aos 180 dias, essa diferença se evidencia em favor

das plantas originárias de sementes coletadas na planta. (FIGURA 13). Resultados

contrastantes aos de Duarte et al. (2006), trabalhando com sementes de cagaita

(Eugenia dysenterica MART, ex DC), onde observaram que as sementes obtidas de

frutos caídos sobre o solo apresentam melhores índices de números de folhas com

relação as sementes obtidas de frutos coletados na copa das plantas.

Número de folhas

Locais de

coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 13,5 a 13,1 a 13,1 a 11,9 a 11,9 a 11,8 a 11,7 a

Solo 12,2 a 12,1 a 11,7 a 11,6 a 11,4 a 11,3 a 9,5 b

Page 62: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

60

y = 0,0833x2 - 0,8214x + 13,952R2 = 0,9359 (Planta)

y = -0,1429x2 + 0,4286x + 11,857R2 = 0,9231 (Solo)

8

9

10

11

12

13

14

15

0 30 60 90 120 150 180

Tempo de armazenamento (dias)

Núm

ero

de fo

lhas

Solo Planta

Figura 09. Número de folhas de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),

oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural

de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

4.10 ÁREA FOLIAR

No tempo zero de armazenamento e até os 60 dias a área foliar não sofreu

redução. A partir dos 90 dias até os 180 dias de armazenamento, verificou-se uma

redução da área foliar média das plantas.

Pelo desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de armazenamento,

verificou-se que a área foliar das plantas provenientes de sementes coletadas no solo

diferiu estatisticamente das oriundas de sementes coletadas nas plantas. Estas

apresentaram uma área foliar média superior às coletadas no solo. (TABELA 10),

Page 63: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

61

comprovando a eficiência do tipo de coleta na planta, provavelmente devido à maior

deterioração das sementes coletadas no solo. Taiz; Zeiger (2004) descrevem que

quanto maior a área foliar das plantas, mais rápido ela se desenvolverá e assim ficará

pronta para ser levada ao campo, isso se deve à maior capacidade da planta em

transformar os nutrientes absorvidos em substâncias necessárias à sua manutenção e

para o acúmulo destas nos seus órgãos de reserva.

Tabela 10. Área foliar de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de

sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente natural de

laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Considerando o tempo de armazenamento, constatou-se que este influenciou

negativamente a área foliar nos dois locais de coleta (solo e planta), porém, no caso do

solo, essa influência foi mais evidente, sobretudo a partir dos 120 dias de

armazenamento (FIGURA 14). Nakagawa (1999) descreve que as diferenças entre

plântulas são, na maioria das vezes, bastante visíveis, todavia há necessidade de

valores numéricos para separar aquelas mais vigorosas. Para isso, a determinação da

área foliar média das plantas é realizada, tendo em vista que os lotes de sementes que

apresentam os maiores valores médios de área foliar são mais vigorosos.

Área foliar (cm2)

Locais de

coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 6714,7 a 6629,0 a 6579,7 a 6486,5 a 6271,5 a 5803,2 a 5638,0 a

Solo 6214,5 b 6126,0 b 5934,5 b 5581,2 b 5477,7 b 4966,5 b 3825,2 b

Page 64: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

62

y = -32,573x2 + 10,082x + 6696,4R2 = 0,9741 (Planta)

y = -75,749x2 + 99,361x + 6133,2R2 = 0,9629 (Solo)

3600385041004350460048505100535056005850610063506600

0 30 60 90 120 150 180

Tempo de armazenamento (dias)

Áre

a fo

liar

(cm

2)

Solo

Planta

Figura 10. Área foliar de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de

sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de

laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

4.11 MASSA SECA DA PARTE AÉREA

O armazenamento influenciou negativamente a massa seca para as sementes

coletadas no solo a partir de 30 dias. Para as sementes coletadas na copa das plantas só

foi observada diferença significativa após 150 dias de armazenamento, permanecendo

o decréscimo das médias para ambos os tipos de coleta até o fim do armazenamento de

180 dias.

Pelo desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de armazenamento,

observou-se que a massa seca da parte aérea das plantas provenientes de sementes

Page 65: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

63

coletadas no solo diferiu estatisticamente das oriundas de sementes coletadas nas

plantas, apresentando valores mais elevados de massa seca de plantas oriundas de

sementes coletadas na planta (TABELA 11), mais uma vez comprovando que sementes

de cajueiro coletadas no solo apresentam maior deterioração e consequentemente

menor vigor. Fato esse confirmado por Oliveira et al. (2009), onde afirmam que

sementes que apresentam maiores pesos médios da matéria seca são consideradas mais

vigorosas, pois proporcionam maior transferência de massa seca de seus tecidos de

reserva para o eixo embrionário na fase de germinação, originando plantas com maior

peso, em função do maior acúmulo de matéria seca.

Tabela 11. Massa seca da parte aérea de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale

L.), oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em

ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Através do desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de

coleta, verificou-se que o armazenamento afetou negativamente a massa seca da parte

aérea das plantas para ambos os locais de coletas das sementes. Sem armazenamento,

as sementes coletadas na copa das plantas já foram superiores às sementes coletadas

sobre o solo (FIGURA 15). Resultado semelhante foi observado por Silva (2010),

Massa Seca da parte aérea (g)

Locais

de coleta

Tempo de armazenamento (dias)

0 30 60 90 120 150 180

Planta 52,51 a 49,46 a 49,69 a 49,58 a 48,17 a 47,04 a 42,49 a

Solo 47,36 b 44,29 b 43,97 b 42,94 b 41,33 b 38,91 b 30,29 b

Page 66: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

64

trabalhando com sementes de mangaba, onde observou que o armazenamento das

sementes influenciou negativamente a massa seca da parte aérea das plantas.

y = -0,4692x2 + 0,5075x + 45,875R2 = 0,9187 (Solo)

y = -0,2012x2 - 0,0936x + 51,316R2 = 0,8769 9 (Planta)

25

30

35

40

45

50

55

0 30 60 90 120 150 180

Tempo de armazenamento (dias)

Mas

sa se

ca d

a pa

rte

aére

a (g

)

Solo Planta

Figura 11. Massa seca da parte aérea de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale

L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente

natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.

Page 67: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

65

5 CONCLUSÕES

O armazenamento influencia negativamente a qualidade fisiológica de

sementes de cajueiro, independentemente se coletadas na copa das plantas ou coletadas

caídas sobre o solo.

Sementes de cajueiro recém colhidas na copa das plantas apresentam melhores

características fisiológicas e maior vigor, proporcionando um maior índice de

velocidade de emergência, diâmetro do caule, número de folhas, altura de planta, área

foliar e massa seca da parte aérea.

Page 68: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

66

REFERÊNCIAS

AGUIAR, M. de J. N.; SOUSA NETO, N. C. de; BRAGA, C. C.; BRITO, J .I. B. de; SILVA, E. D. V.; SILVA, F. B. R.; BURGOS, N.; VAREJÃO-SILVA, M. A.; COSTA, C. A. R. da. Zoneamento pedoclimático para a cultura do cajueiro (Anacardium occidentale L.) no Nordeste do Brasil e Norte de Minas Gerais. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical / Recife: Embrapa-CNPS-ERP-NE, 2000. 30p. (Embrapa Agroindústria Tropical. Boletim de Pesquisa, 27).

ALMEIDA, F. A. C.; MORAIS, J. S. Efeito do beneficiamento, tipo de embalagem e ambiente de armazenamento na qualidade fisiológica de sementes de amendoim. Revista Brasileira de Armazenamento, Viçosa, v.22, n.2, p.27-33, 1997.

ARAUJO, J. R. G.; CERQUEIRA, M. C. M.; GUISCEM, J. M.; MARTINS, M. R.; SANTOS, F. N. dos.; MENDONÇA, M. C. S. Mendonça. Embebição e posição da semente na germinação de clones de porta-enxertos de cajueiro-anão-precoce. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 31, n. 2, p. 552-558, 2009.

ARTHUR, T. J.; TONKIN, J. H. B. Testando o vigor da semente. Informativo ABRATES, Londrina, v.1, n.3, p. 38-41, 1991.

ASSOCIATION OF OFFICIAL SEED ANALYSTS - AOSA. Seed vigor testing handbook. East Lasing: AOSA, 1983. 93p. (Contribution, n.32).

AZEVEDO, M. R. de Q. A.; GOUVEIA, J. P. G. de.; TROVÃO, D. M. de M. Influencia das embalagens e condições de armazenamento no vigor de sementes de gergelim. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande - PB, v.7, n.3, p.519-524, 2003.

BARROS, L. de M. Caju. Produção: aspectos técnicos/editor técnico: Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza – CE). Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 148 p.; (Frutas do Brasil; 30).

BARROS, L. de M. Botânica, origem e distribuição geográfica. In: ARAÚJO, J. P. P.; SILVA, V. V. (Org.). Cajucultura: modernas técnicas de produção. Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 1995. p.55-71.

Page 69: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

67

BARROS, L. de M.; PIMENTEL, C. R. M.; CORREA, M. P. F.; MESQUITA, A. L. M. Recomendações Técnicas para a cultura do cajueiro-anão-precoce. Fortaleza: EMBRAPA, 1993. 65p.

BAUDET, L.; VILLELA, F. A. Armazenamento de sementes. In: PESKE, S. LUCCA FILHO, O. A.; BARROS, A. C. S. A. Sementes: fundamentos científicos e tecnológicos. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 2006. p.428-472.

BENEDITO, C. P. Armazenamento e viabilidade de sementes de Catanduva (Piptadenia moniliformis Benth). 2010. 63 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia: Área de concentração em Agricultura Tropical) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró – RN, 2010.

BEZERRA, I. L.; GHEYI, H. R.; FERNANDES, P. D.; SANTOS, F. J. de S.; GURGEL, M. T.; NOBRE, R. G. Germinação, formação de porta-enxertos e enxertia de cajueiro anão precoce, sob estresse salino. Revista Brasileira e Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande - PB, v. 6, n. 3, p. 420-424, 2002.

BORGES, C. A. M.; SIQUEIRA, D. L. de.; DIAS, D. C. F. dos S.; CARDOSO, A. A. Influencia da massa e do período de armazenamento das sementes na germinação e crescimento de mudas da mangueira “Espada”. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.38, n.8, p.999-1004, 2003.

BRAGA JÚNIOR, J. M Maturação, qualidade fisiológica e testes de vigor em sementes de mamona. 2009. 118 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Área de concentração em Fitotecnia) – Universidade Federal do Paraíba, Areia – PB, 2009.

BULOW, J. F. W.; CARMONA, R.; PARENTE, T. V. Armazenamento e tratamento de sementes de pitanga-vermelha-do-cerrado (Eugenia calycina). Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 29, p. 961-970, 1994.

BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Brasília: Departamento Nacional de Produção Vegetal, 2009. 395p.

CABRAL, E. L.; BARBOSA, D. C. de A.; SIMABUKURO, E. A. Armazenamento e germinação de sementes de Tabebuia áurea (manso) Benth. & Hook. f. ex. S. Moore. Revista Acta Botânica Brasileira, São Paulo - SP, v.17, n.4, p.609-617, 2003.

Page 70: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

68

CARNEIRO, J. G. A.; AGUIAR, I. B. Armazenamento de sementes. In: AGUIAR, I. B.; PIÑA-RODRIGUES, F.C.M..; FIGLIOLIA, M. B. Sementes florestais tropicais. Brasília: ABRATES, 1993. p. 333-350.

CARNEIRO, P. T.; FERNANDES, P. D.; GHEYI, H. R.; SOARES, F. A. L. Germinação e crescimento inicial de genótipos de cajueiro anão-precoce em condições de salinidade. Revista Brasileira e Engenharia Agrícola e Ambiental., Campina Grande - PB, v. 6, n. 2, p. 199-206, 2002.

CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: Ciência, tecnologia e produção. 4. ed. Jaboticabal: FUNEP, 2000. 588p.

CAVALCANTI, M. L. F.; FERNANDES, P. D.; GHEYI, H. R.; BARROS JÚNIOR, G. Fisiologia do cajueiro anão precoce submetido à estresse hídrico em fases fenológicas. Revista de Biologia e Ciências da Terra., Paraíba - PB, v. 8, n. 1, p. 42-53, 2008.

CAVALCANTI JÚNIOR, A.T.; BARROS, L.M. Jardins clonais e jardins de semente. In: BARROS, L. M. Caju produção: aspectos técnicos. Fortaleza: EMBRAPACNPAT, 2002. p.95-131.

CAVALCANTI JÚNIOR, A.T.; CHAVES, J.C.M. Produção de mudas de cajueiro. Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 2001. 43p. (Documentos, 42).

CAVALCANTI JUNIOR, A. T. Morfo-fisiologia da germinação e estabelecimento da plântula do cajueiro-anão-precoce (Anacardium occidentale L.). 1994. 84 f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG, 1994.

CAVALCANTI, J. J. V; PAIVA, J. R. de; BARROS, L. M. de; CRISOSTOMO, J. R.Banco ativo de germoplasma de caju: variabilidade, caracterização e utilização. Disponível em:< httpwww.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivosartigo_2584.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2009.

CORLETT, F. M. F. Qualidade fisiológica de sementes de urucum (Bixa orellana L.) armazenadas em diferentes ambientes e embalagens. 2004. 94f. Tese (Doutorado Ciência e Tecnologia de Sementes). Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas - RS, 2004.

Page 71: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

69

CRISÓSTOMO, L. A.; SANTOS, F. J. de S.; OLIVEIRA, V. H. de.; RAIJ, B. V.; BERNARDI, A. C. de C.; SILVA, C. A.; SOARES; I. Cultivo do Cajueiro Anão Precoce: aspectos fitotécnicos com ênfase na adubação e na irrigação. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2001. 20p. (Embrapa Agroindústria Tropical. Circular Técnica, 8).

DELOUCHE J. C.; BASKIN, C. C. Accelerated aging techniques for predicting the relative storability of seed lots. Seed Science and Technology, Zürich, v. 1, n. 2, p. 427-452, 1973.

DUARTE, E. F.; NAVES, R. V.; BORGES, J. D.; GUIMARÃES, N. N. R. Germinação e vigor de sementes de cagaita (Eugenia dysenterica MART. Ex. DC.) em função de seu tamanho e tipo de coleta . Pesquisa Agropecuária Tropical, v.36, n.3, p.173-179, 2006.

SÁ, F. T. de; PAIVA, F. F. de A.; MARINHO, F. de A. Plantando caju. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2000. 33p. (Projeto Lumiar).

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION – FAO. OF THE UNITED NATION. Disponível:<http://www.fao.org> Acesso em: 11 de jun. 2010.

FERNANDES, J. B.; HOLANDA, J. S. de.; CHAGAS, M. C. M. das.; LIMA, J. M. P. de.; OLIVEIRA, J. S. F. de.; Recomendações Técnicas para o Cultivo do Cajueiro. Natal: EMPARN, 2009. 21p.

FERRAZ, L. G. B. Caracterização de vigor em sementes e plântulas do cajueiro anão-precoce (Anacardium occidentale L.), clone cp 09, sob diferentes pré-embebições e pesos de castanha. 1996. 63f. Dissertação. (Mestrado em Fitotecnia)- Universidade Federal do Ceará, Fortaleza - CE, 1996.

FERREIRA, D. F. Sisvar versão 4.2. DEX/UFLA, 2003.

FIGLIOLIA, M. B.; OLIVEIRA, E. C.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M. Análise de sementes. In: AGUIAR, I. B.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M.; FIGLIOLIA, M. B. (Coord.). Sementes florestais tropicais. Brasília: ABRATES, 1993. p.137-174

Page 72: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

70

FIGUEIREDO, S. M. Qualidade fisiológica de sementes de mamona em função da embalagem, condições e períodos de armazenamento. 2006. 61f. Dissertação. (Mestrado em Engenharia Agrícola)- Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB, 2006.

FLORIANO, E. P. Armazenamento de sementes florestais. Santa Rosa: ANORGS, 2004. 10p. (Caderno didático).

FOSSATI, L. C. Ecofisiologia da germinação das sementes em populações de ocotea puberula (rich.) ness, prunus sellowii koehne e piptocarpha angustifolia dusén ex malme. 2007. 176 f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais: Área de concentração em Silvicultura) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba – PR, 2007.

FROTA, P. C. E.; PARENTE, J. I. G. Clima e fenologia. In: ARAÚJO, J.P.P.; SILVA, V.V. (Org.) Cajucultura: modernas técnicas de produção. Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 1995. p.43-54.

HILHORST, H. W. M.; BEWLEY, J. D.; CASTRO, R. D.; et al. Curso avançado em fisiologia e tecnologia de sementes: UFLA, 2001. p. 74.

INTERNATIONAL SEED TESTING ASSOCIATION - ISTA. Handbook of vigour test methods. Zurich, Switzerland, 1981. 72p.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Levantamento Sistemático da Produção Agrícola: LASP. Disponível em <http;//www.ibge.gov.br/estados>.Acesso em: 11 jun. 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Produção Agrícola Municipal. Disponível em <http;//www.sidra.ibge.gov.br>.Acesso em: 10 nov. 2007.

ISELY, D. Vigor teste. Proceedings of Association official seed Analysts, n.47, p.177-182, 1957.

JANDEL SCIENTIFIC. Table curve: curve fitting software. Corte Madera, CA: Jandel Scientific, 1991. 280p.

Page 73: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

71

KRAMER, PAUL J.; KOZLOWSKI, T. Fisiologia das árvores. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1972. 745 p.

LABORIAL, L. G.; VALADARES, M. B. On the germination of seeds of Calotropis procera (Ait.) Ait. f. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v.48, n.2, p.236-284, 1976.

MAGUIRE, J. D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, Madison, v.2, n.1, p.176-177,1962.

MALAVASI, M. de M. Germinação de sementes. In: PIÑA RODRIGUES, F. C. M. (coord). Manual de análise de sementes florestais. Campinas: Fundação Cargill, p.25-40, 1988.

MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq, 2005. 495 p.

MARCOS FILHO, J. Avaliação da qualidade de sementes de soja. In: CÂMARA, G.M.S. (Ed.). Soja: tecnologia da produção. Piracicaba: Publique, p. 206-243, 1998.

MATOS, V. P.; FERREIRA, E. G. B. de S.; FERREIRA, R. L. C.; SENA, L. H. de M.; SALES, A. G. de F. A. Efeito do tipo de embalagem e do ambiente de armazenamento sobre a germinação e o vigor das sementes de Apeiba tibourbou AUBL. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.32, n.4, p.617-625, 2008.

MAZZETTO, S. E.; LOMONACO, D.; MELE, G. Óleo da castanha de caju: oportunidades e desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial. Revista Química Nova., São Paulo - SP, v. 32, n. 3, p. 1-10, 2009.

MELO FILHO, O. M. de.; COSTA, J. T. A.; CAVALCANTE JÚNIOR, A. T.; BEZERRA, M. A.; MESQUITA, R. C. M. Caracterização biométrica, crescimento de plântulas e pega de enxertia de novos porta-enxertos de cajueiro anão precoce. Revista Ciência Agronômica., Fortaleza - CE, v. 37, n. 3, p. 332-338, 2006.

MITCHELL, J. D.; MORI, S. A. The cashew and its relaives (Anacardium: Anacardiaceae). Memories on the New York Botanical Garden, New York, v. 42, p. 1-76, 1987.

Page 74: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

72

NADGARIDA, R.; JAYSANKAR, S. LITZ, R. E. Biotecnology of fruit and nut crops. Cambridege, MA: R. E. Litz, CABI Publishing, 2005. p. 723. (Biotechonology in Agriculture, n. 29)

NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. (Ed.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. 21p.

NASSIF, S. M. L.; VIEIRA, I. G.; FERNADES, G. D. Germinação de semente – fatores externos (ambientais) que influenciam a germinação. Piracicaba – SP. IPEF, 1998. (Informativo Sementes)

NAZARIO, P. Tratamentos pré-germinativos visando minimizar a dormência em sementes de tucumã (Aculeatum G. Mey.). 2006. 89f. Dissertação. (Mestrado em Ciências Agraarias)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, Universidade Federal do Amazonas, Amazona -AM, 2006.

ODUWOLE, O. O.; AKINWALE, T. O.; OLUBAMIWA, O. Economic evaluation of a locally fabricated extraction machine for a cottage cashew juice factory. The journal of Food Technology in África, v. 6, n.1, p. 18-20, jan-mar, 2001.

OLIVEIRA, A. C. S., MARTINS, G. N., SILVA, R. F., VIEIRA, H. D. Testes de Vigor em Sementes Baseado no Desempenho de Plântulas. Inter Science Place, v.2, n.4, 2009.

OLIVEIRA, A. K. M. de.; SCHELEDER, E. J. D.; FAVERO, S. Caracterização morfológica, viabilidade e vigor de sementes de Tabebuia chysotricha (Mart. ex. DC.) Standl. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.32, n.6, p.1011-1018, 2008.

OLIVEIRA, V. H. Cashew Crop. Revista Brasileira de Fruticultura. Jaboticabal, v.30, n.1, p. 001-284, mar. 2008.

OLIVEIRA, I. V. de M.; CAVALCANTE, I. H. L.; MARTINS, A. B. G. Armazenamento de sementes de doviális (Dovyalis caffra). Revista Brasileira de Fruticultura, v.28, n.3, Jaboticabal, 2006.

Page 75: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

73

OLIVEIRA, I. V. de M.; CAVALCANTE, I. H. L.; BESKMANN, M. Z.; MARTINS, A. B. G. Temperatura na germinação de sapota preta. Revista de Biologia e Ciência da Terra, v.5, n.2, 2005.

OLIVEIRA, V. H.; Cultivo do Cajueiro: sistema de produção. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2002. 40p.

PEDROSA, J. P.; CIRNE, L. E. da M. R.; NETO, J. M. de M. Teores de bixina e proteína em sementes de urucum em função do tipo e do período de armazenagem. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola Ambiental, Campina Grande-PB, v.3, n.1,p.121-123, 1999.

POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. 2. ed. Brasília: AGIPLAN, 1985. 289p.

PUZZI, D. Abastecimento e armazenamento de grãos. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 2000.

RAMOS, A. D.; BLEICHER, E.; FREIRE, F. das C. de O.; CARDOSO, J.E.; PARENTE, J.I.G.; BARROS, L. de M.; CRISÓSTOMO, L.A.; FROTA, P.C.E.; CORRÊA, M.P.F.; PAULA PESSOA, P.F.A. de; MELO, Q.M.S.;OLIVEIRA, V.H. de. A cultura do caju. Brasília: SPI, 1996. 96p. (Coleção Plantar, 34).

ROBERTS, E. H. Dormancy: a fator affecting seed survival in the soil. In: Roberts, E. H. (Ed.) Viability of seeds. London: Chapman an Hal Ltd. p.21-59. 1974.

ROSSETI, A. G.; AQUINO A. R. L. de. Influencia do tipo de ramo sobre o crescimento e produção do cajueiro-anao-precoce de copa substituída. Revista Brasileira de Fruticultura. Jaboticabal, v. 24, n.3, p. 756-758, 2002.

SANTOS, F. O. Atividades biológicas de Anacardium occidentale (Linn). 2011. 56 f. Dissertação (Mestrado: Área de concentração Sistema Agrosilvo-pastoris) – Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande - PB, 2011.

SANTOS, A. M. dos; COELHO, L. C. Recomendações técnicas para a cultura do cajueiro anão precoce no estado do Mato Grosso, Mato Grosso – MT, 2001, 20p.

Page 76: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

74

SANTOS, M. L. dos; MAGALHAES, G. C. Utilisation of Cashew Nut Shell Liquid from Anacardium occidentale as Starting Material for Organic Synthesis: A Novel Route to Lasiodiplodin from Cardols. J. Braz. Chem. Soc., v. 10, n. 1, 13-20, 1999.

SILVA, E. de O. Propagação e armazenamento de sementes de mangabeira (Hancornia speciosa Gomes). 2010. 105 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Área de concentração em Sementes) – Universidade Federal do Paraíba, Areia – PB, 2010.

SILVA, M. C. C. da. Fenologia, maturação fisiológica e aspectos da germinação de sementes de Platymiscium floribundum Vog. No parque estadual Alberto Lofgren, instituto florestal, São Paulo - SP. 2005. 126 f. Tese (Doutorado em Ciências: Área de concentração em ecologia) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP, 2005.

SILVA, T. T. de A.; SOUZA, L. A. de.; OLIVEIRA, L. M. de. Temperatura de germinação, sensibilidade à dessecação e armazenamento de sementes de jaqueira. Revista Ciências Agronômicas, v.38, n.4, p.436-439, 2007.

SOUZA, R. P.; RIBEIRO, R. V.; MACHADO, E. C.; OLIVEIRA, R. F. de; SILVEIRA, J. A. G. de. Photosynthetic responses of Young cashew plants to varying environmental conditions. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 40, n. 8, Brasília, ago. 2005.

TODA FRUTA: O portal da fruticultura. Evolução da cultura do caju no Brasil. Disponível em:<http;//www.todafruta.com.br>.Acesso em: 11 jun. 2010.

TOLEDO, F. F.; MARCOS FILHO, J. Manual de sementes: tecnologia e produção. São Paulo: Agronômica Ceres, 1977. 224p.

VIEIRA, R. D. Influência do ambiente na qualidade de sementes. In: SEMINÁRIO PAN AMERICANO DE SEMILLAS, 19., 2004, Asunción-Paraguay. Conferencias y resumenes de trabajos presentados. Asunción-Paraguay: Federación Latinoamericana de Asociaciones de Semilistas. Asociación de Productores de Semillas del Paraguay, p. 93-99, 2004.

Page 77: QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE ...

75

VIEIRA, A. H.; MARTINS, E. P.; PEQUENO, P. L de L.; LOCATELLI, M.; SOUZA, M. G. de. Técnicas de produção de sementes florestais. Porto Velho: Embrapa, 2002. (CT 205).

VIEIRA, R. D.; CARVALHO, N. M. Testes de vigor em sementes. Jaboticabal: FUNEP, 1994. 164p.

WEBER, O. B.; SOUZA, C. C. M. de.; GONDIN, D. M. F.; OLIVEIRA, F. N. S.; CRISÓSTOMO, L. A.; SAGGIN JÚNIOR, O. Inoculação de fungos micorrízicos arbusculares e adubação fosfatada em mudas de cajueiro-anão-precoce. Pesquisa Agropecuária Brasileira., Brasília - DF, v. 39, n. 5, p. 477-483, maio 2004.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.449-484.