Ano I N° 1 - Março-Maio/2001 • 1

Reconhecimentoe emoção naformaturapág. 3

Cursistasdiscutemética na fasepresencialpág. 4

Capacitaçãode tutorespág. 6

Professoresno rádiopág. 8

Quem somos

Desde 1999, ano em quefoi implantado nos Estadosdo Mato Grosso e Mato Gros-so do Sul, o Programa de For-mação de Professores emExercício, o Proformação,vem desempenhando umaação efetiva na melhoria daqualidade do ensino no País.Hoje, com a incorporação doAcre, Ceará, Goiás, Paraíba,Pernambuco, Piauí, Rondônia,Sergipe, Alagoas, Amazonas,Bahia, Maranhão e Tocantins,já são 15 os Estados envolvidosno Programa. Em parceria comos governos estadual e muni-cipal, promove a titulação dosprofessores do ensino funda-mental e de classes de alfabeti-zação que lecionam sem adevida habilitação. Sua princi-pal contribuição é o resgate da

identidade do educador e a con-seqüente valorização do seupapel.

Atualmente, o Proforma-ção envolve 27.372 professorescursistas em 1.107 municípiosnas Regiões Norte, Nordestee Centro-Oeste, onde se en-contram as maiores taxas deprofessores sem a qualificaçãomínima exigida para o exercí-cio do magistério.

Para assegurar a elevaçãodo nível de conhecimento e decompetência dos professorescursistas, o Proformação con-ta com o trabalho e a deter-minação de uma equipe deprofissionais comprometidoscom a transformação do en-sino na escola. Participam di-retamente do Programa maisde 4.000 colaboradores, sen-

Total de cursistas: 27.372

do 1.338 coordenadores e pro-fessores formadores estabele-cidos em 209 Agências For-madoras (AGF), 2.660 tuto-res, 22 assessores técnicos,além das Equipes Estaduaisde Gerenciamento do Profor-mação (EEG).

Em 2000, a CoordenaçãoNacional do Proformação(CNP) distribuiu 574.800Guias de Estudo e Cadernosde Verificação da Aprendiza-gem, além de 180 mil provaspara as AGF. Os participan-tes receberam 30 mil kits detreinamento, o que equivale aaproximadamente 320 tonela-das de material.

A CNP, por meio de suasGerências, vem acompanhan-do e dando suporte ao traba-lho realizado pelas EEG,monitorando e capacitandoprofessores formadores e tuto-res. Além disso, avalia e traçaestratégias para garantir umamelhor atuação do Programa.

Ao conseguir a titulação,os professores cursistas estãosuperando preconceitos, rea-firmando sua cidadania, valo-rizando a sua cultura, usufru-indo a liberdade e construin-do uma prática de sala de aulamais interessante e eficaz paratodos os nossos alunos. Nãohá uma fórmula pronta,tampouco soluções mágicas.O ato de ensinar implica numpermanente processo de apren-dizagem.

Números doProformação

27.372

Professores

Cursistas

2.660

Tutores

1.338

Professores

Formadores

209

AGF

15

EEG

22

Assessores

Técnicos Estaduais

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Editorial

O Proformação está fazendosua história. Muitas mãos, mentese corações unidos por um único ob-jetivo: oferecer aos professorescursistas um ensino de qualidade.Somos uma grande família. Umafamília unida na diversidade de so-taques, rostos e histórias. Todos,cada um em sua função, empe-nhando-se com dedicação e profis-sionalismo. Investimos nossas espe-ranças na construção de uma edu-cação melhor, com mais dignidadee oportunidades de crescimento pes-soal e profissional para os nossosprofessores.

O Proinformação vai unir ain-da mais essa família, possibilitan-do o compartilhar de nossas expe-riências. Por meio do nosso bole-tim informativo, vamos acompa-nhar todos os passos do Programa,divulgar notícias, comemorar gran-des momentos, compartilhar difi-culdades, soluções e avanços, re-gistrar as nossas conquistas e, o queé mais importante, aprender jun-tos com a experiência de quem estátrilhando o mesmo caminho.

Mas para que o Proinformaçãocumpra a sua missão é preciso aparticipação de todos. Assim, es-taremos aguardando suas notícias,experiências, relatos. Queremossaber o que as AGF, tutores, pro-fessores cursistas, escolas e co-munidades têm vivenciado, apren-dido, conquistado no Proformação.É compartilhando nossas experi-ências que fortalecemos nosso pro-pósito, aprendemos juntos e cons-truímos um Programa com a qua-lidade que os nossos professorescursistas merecem.

Um grande abraço,

Coordenação Nacional doProformação

O ministro da Educação Paulo Re-nato Souza fez um pronunciamento naVoz do Brasil, no dia 2 de fevereiro, como propósito de conscientizar prefeitos,secretários de educação e diretores deescolas para a importância da continui-dade do Proformação e do cumprimen-to das regras estabelecidas no Acordode Participação, documento que fir-ma a parceria entrePrefeituras, Estado eo Programa.

O Ministério daEducação tem recebi-do denúncias de que al-guns municípios nãoestão cumprindo oAcordo. Em seu pro-nunciamento, o mi-nistro ressaltou que oProformação é umadas estratégias maisimportantes para me-lhorar a qualidade doensino fundamental.“Todos nós sabemos das dificuldadespara se contratar um professor com for-mação adequada nas pequenas cidadesdo interior e, principalmente, na zonarural e regiões muito isoladas. Nessaslocalidades, quase sempre, as escolastêm sobrevivido graças ao trabalho e àdedicação dos professores leigos. Pes-soas que, antes, nunca tiveram a chancede concluir seus estudos e, mesmo as-sim, se dedicam à tarefa de transmitir oque sabem a seus alunos”.

O ministro Paulo Renato explicouaos ouvintes da Voz do Brasil que oProformação dá aos professores leigosa oportunidade de estudar e concluir onível médio, se habilitando para o ma-gistério, o que repercutirá na qualidade

“É do interesse detodas as pessoas

que se preocupam

com a educaçãoque esse

programa

continue e possacrescer...”

MEC quercontinuidade doProformação

do ensino. “É do interesse de todas aspessoas que se preocupam com a edu-cação que esse programa continue epossa crescer, pois, segundo a lei quecriou o Fundef, num prazo de cinco anosa partir da implantação dos novos Planosde Carreira do Magistério, os professoresleigos não poderão lecionar”.

Sobre as denúncias de que algunsmunicípios estão afas-tando os tutores, o mi-nistro comentou queesses profissionais fo-ram selecionados porcritérios técnicos esta-belecidos pela Coor-denação Nacional doProformação e que re-ceberam treinamentoespecífico para o Pro-grama. “Eles são pe-ças-chave para agarantia da qualidadedo curso. Não podemser dispensados e subs-

tituídos, a não ser por desempenho insa-tisfatório comprovado”.

Paulo Renato explicou também queo Ministério da Educação já investiumais de R$ 18 milhões no Proformação.Os recursos são oriundos de emprésti-mo do Banco Mundial para a monta-gem do sistema de informações espe-cífico, treinamento das equipes, dis-tribuição de kits da TV Escola e ma-terial didático aos tutores eprofessores cursistas. “Seria um ab-surdo interromper o Proformação, umprejuízo enorme para a sociedadebrasileira. E eu não falo só pelo di-nheiro, mas principalmente pelas per-das que isso acarretaria à qualidadedo ensino”, completou.

Paulo Renato SouzaMinistro da Educação

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Em dezembro do ano passado, 987professores cursistas do Mato Grosso eMato Grosso do Sul receberam o di-ploma de formatura. Foram dois anosde muita dedicação e luta, recompensa-dos com o reconhecimento da sua capa-citação para o magistério. As cerimôni-as, como não podiam deixar de ser, ti-veram os tons da emoção e da con-quista. Organizadas em cada AGF,acabaram muitas vezes se repetindo,por iniciativa dos prefeitos, tambémnos municípios dos formandos, numaclara demonstração de prestígio e va-lorização aos novos professores comhabilitação em magistério.

No Mato Grosso, 784 cursistas queparticiparam da primeira turma doProformação receberam seus diplomase, de certa maneira, abriram caminhopara outros 376 cursistas que se formamem julho de 2001, na segunda turma doPrograma no Estado. Cada uma das 11Agências Formadoras do Mato Grossoorganizou sua própria festa de formatu-ra com direito a solenidade de entregade diploma, jantar e baile a rigor. “Aspessoas estavam vestidas de longo, desmoking. Os familiares e as autoridadesprestigiaram a cerimônia. Havia muitaemoção”, comenta Simone Albuquer-que, assessora técnica do Proformaçãono Mato Grosso. “A importância do cur-so foi revelada na mudança de posturado professor em relação às aulas e aosalunos. O Proformação solidificou essanova prática pedagógica em que o alu-no é o ponto principal. A preocupação eo compromisso do professor são com osucesso do aluno”, completa.

No Mato Grosso do Sul, o númerode formandos foi menor – 79 da AGFde Aquidauana, que abrange 10 municí-pios, e 124 da AGF de Dourados, que

Reconhecimentoe emoçãona formatura

envolve outros 18 municípios do Esta-do –, mas não diminuiu o tamanho dacomemoração. Conforme Emídio dosSantos Barbosa, coordenador da AGFde Aquidauana, durante o curso, as fa-ses presenciais foram as mais significa-tivas para o trabalho por terem sido aoportunidade de encontro entre todosos técnicos, tutores e cursistas. “Eles ti-veram de, ao longo desses dois anos, de-senvolver as habilidades de leitura, delinguagem, de escrita, a oratória etc. Per-cebemos que houve uma evolução mui-to grande”, relata. Shirley José do Nas-cimento, professora formadora da áreade Vida e Natureza da AGF de Doura-dos, concorda com o colega: a fase pre-sencial e os encontros quinzenais foramcruciais para o desempenho dos alunos.“Antes do Proformação eles não tinhamoportunidade de estudo. Isso era um so-nho e se tornou realidade”.

Mas a conquista do diploma não foiapenas dos cursistas que agora estão li-vres do preconceito da expressão “pro-fessor leigo”. Os tutores também seemocionaram nas solenidades. Afinal,foram eles que enfrentaram todo tipode dificuldade para visitar os cursistasem suas escolas, assistiram às aulas, de-ram orientação e estímulo. CastorinaMárcia de Campos Ito, 38 anos, tutoraem Santo Antonio, área rural de Cuiabá,atendeu a oito cursistas. Formada emPedagogia e com especialização emPsicopedagogia, Castorina Márcia ava-lia que o trabalho exige muito do tutor,mas é apaixonante. “Foi muito bonito,pois vi que existiam pessoas que pre-cisavam de mais ajuda do que eu, queestava passando por um momentomuito difícil na minha vida particu-lar. Dividi com eles a conquista e aemoção”, conta.

Para a professora cursistaformada Zélia Oliveira Alves,41 anos, moradora do municí-pio de Maracaju/MS, fazer oProformação foi muito difícilno começo. “Eu tinha perdidoa prática de estudar. Com opassar do primeiro semestre,fui entendendo melhor comofuncionava o Proformação ecomecei a me aprimorar. Ocurso exige muito, mas oslivros são muito bons e temostodo o apoio. Ser professoraleiga era muito ruim. A gentesentia a discriminação mesmoque não fosse às claras. Eracomo se as pessoas não tivessemconfiança. Agora, minha famíliaestá me incentivando a fazer ovestibular”.

Retratos deformatura

Formandos da AGF deBarra do Garças, Mato

Grosso (foto 1), e da AGFde Aquidauana, Mato

Grosso do Sul (foto 2)

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Em janeiro e fevereiro, o Proformaçãoreuniu cerca de 31 mil professores – en-tre cursistas, tutores, formadores, coor-denadores e técnicos – nos Estados dasRegiões Norte, Nordeste e Centro-Oes-te para realizar mais uma fase presencialdo Programa. Durante 10 dias, em cli-ma de colaboração e parceria, os parti-cipantes socializaram conhecimentos,compartilharam dificuldades e tiraramdúvidas.

Entre dinâmicas de sensibilização,oficinas temáticas, troca de experiênci-as e conversas informais nos locais es-colhidos pelas AGF, os cursistas reafir-maram o compromisso de contribuir paraa melhoria da qualidade da educaçãono País, buscando o crescimento inte-lectual e o aprimoramento da práticaem sala de aula.

Nesta fase presencial, os temas“Ética” e “Relações Interpessoais”foram propostos como novos elemen-tos para reflexão e estudo. O papel doprofessor na sociedade requer o exer-cício de uma postura ética bem-defi-nida, daí a necessidade de discussãodo tema.

A convivência, o trabalho conjuntoe a parceria também trazem situações

que favorecem o debate sobre o com-promisso com a formação intelectual doprofessor, o planejamento das ativida-des, a solidariedade e a responsabilida-de com o outro. “Criar o hábito de estu-dar sozinho e de enfrentar as própriasdificuldades é difícil. Por isso, o papelincentivador, mobilizador e interme-diador dos tutores é tão importante paraos cursistas”, comenta HarineideMacedo, gerente de Treinamento e Su-porte da CNP.

Foi também sugerida pela CNP aoscoordenadores das AGF a realização deoficinas de leitura e redação, habilidadesessenciais para o desenvolvimento e de-sempenho do professor no decorrer docurso. Foi o primeiro contato dos profes-sores com os Guias de Estudo daquelemódulo. A fase presencial foi o momentode se familiarizar com os conteúdos e sepreparar para o estudo.

Trazer a realidade para dentro da salade aula é fundamental. “Os cursistasestão percebendo a importância do aper-feiçoamento permanente da sua práticapedagógica”, afirma a CoordenadoraNacional de Implementação do Profor-mação, Alvana Maria Bof. Durante vi-sitas às AGF de Ouricuri, de Salgueiro

Cursistasdiscutem éticana fase presencial

“Com o Proformaçãoaprendi que os conteú-dos são flexíveis, dando

oportunidade deexpressão, aproveitando

os conhecimentos queos alunos trazem decasa, valorizando a

pesquisa, o estudo domeio ambiente, os

elementos da realidadedo aluno e tornando

o ensino maissignificativo para ele”.

ProfessoraMaria Helena

BabinschAmambai/MS

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Um pequeno grupo, constituído pordois professores, uma estudante univer-sitária e um digitador, está atraindo aatenção de muita gente em Gandu/BA.Eles se reúnem nas férias escolares paraapoiar o trabalho realizado pela equipeda AGF. Conhecido na comunidadecomo Amigos do Proformação, o gru-po, criado em julho de 2000, vem apoi-ando as atividades desenvolvidas duran-te a fase presencial. “Todos são profes-sores voluntários que nos ajudam napreparação das aulas, no manejo dosequipamentos audiovisuais e na

Gandu. “Sinto-me realizada em poderestar participando desta experiência.Estou ajudando estas pessoas a desper-tarem sua criatividade a partir de traba-lhos simples, como o de reciclagem delixo, que desenvolvemos em sala deaula”, revela.

Serviço 0800. A AGF oferece tambémum serviço de atendimento aos profes-sores cursistas. Ao surgirem dúvidas oudificuldades na realização das tarefas,basta ligar para 0800731002. O plantãofunciona de segunda a sexta-feira, das8h às 21h.

Além disso, aos sábados, são reali-zados na AGF os encontros quinzenaiscom os tutores, que monitoram e avali-am o desempenho dos seus cursistas.

que passamos juntos tentando supe-rar os problemas”, completa.

Em Guarabira, na Paraíba, a AGFtambém optou por aulas dinâmicas e di-ferenciadas. “O Proformação trouxeuma nova perspectiva. Tudo acontece naprática. Na fase presencial, levamos oscursistas para um determinado pontoda escola e calculamos a área do lo-cal, vamos até a cisterna e contamosquantos litros de água cabem nela.Assim trazemos a matemática para arealidade”, exemplifica EveraldoFrancisco da Silva, professor forma-dor na área de Matemática e Lógica.“É muito gratificante vivenciar a des-coberta de conhecimentos peloscursistas”, conclui.

Os debates, a exibição de vídeos e aleitura de textos também ajudam o apren-dizado. “O que aprendemos levamos paracasa, para a escola. Repassamos as infor-mações para outros colegas que não fa-zem o curso. O mais importante é quedesenvolvemos o hábito de multiplicarinformação”, declara Denise Felipe Pon-tes, de 20 anos, a mais nova cursista daAGF de Guarabira/PB. Denise é profes-sora leiga há dois anos e dá aulas para aturma da 4a série em escola do municípiode Duas Estradas.

AGF baiana cria grupoAmigos do Proformação

digitação de textos apresentados duran-te o curso”, explica o coordenador daAGF, professor Aílton Veiga de Araújo.

Para Daniela de Fátima dos SantosQueiroz, 29 anos, uma das integrantesdo grupo Amigos do Proformação, oPrograma está transformando a vida demuita gente. São grandes as dificulda-des enfrentadas pelos professores leigosda área rural, muitos deles nunca tive-ram acesso a recursos audiovisuais e aatividades recreativas. Estudante do úl-timo semestre de Ciências Biológicas,Daniela já ensina na escola estadual de

presencial com oficinas de Produção deTexto, de Leitura, de Projeto de Traba-lho e de Geometria. A AGF está situadana região cacaueira da Bahia e, além deGandu, congrega os municípios deItamari, Nova Ibiá, Teolândia e Piraí doNorte. O professor Aílton Veiga de Ara-

újo, coordenador da AGF,decidiu realizar oficinastemáticas, pois considera queesse sistema traz resultadosimediatos e eficientes. “Osalunos e os tutores partici-pam efetivamente, mostramo que aprenderam e os tra-balhos evoluem com maisprofundidade”, afirma.

Em Goiás, após umano de trabalho, o Profor-mação iniciou o seu terceiroencontro refletindo a experi-ência conquistada durante o

período. “Os professores estão mais bem-preparados, mais organizados, mais di-nâmicos e envolvidos. Até pegam as in-formações mais rápido. Isso é resultadodos exercícios, da prática”, afirma VilmaBarbosa, professora formadora da áreade Identidade, Sociedade e Cultura,da AGF de Anápolis. “Há um cresci-mento individual e coletivo nos dias

Da esquerdapara a direita:

Fase presencial emAnapólis/GO

(foto 1), em Araguaína/TO (foto 2)e em Gandu/BA (foto 3)

e de Araripina, no sertão pernambucano,Alvana Bof pôde acompanhar de pertoas oficinas realizadas pelos professorescursistas na fase presencial. “É impor-tante que os cursistas possam fundir ele-mentos da sua realidade, do seu cotidi-ano com os conteúdos dos Guias deEstudo”, diz.

A AGF de Gandu organizou a fase

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Capacitaçãode Tutores

Em janeiro, tutores, professores for-madores, assessores e coordenadoresdas AGF se reuniram, durante três dias,para vivenciar mais um desafio: a capa-citação. Com o propósito de transfor-mar a atividade em um momento dereflexão crítica sobre o traba-lho realizado no último mó-dulo, os participantes sistema-tizaram conhecimentos e ex-periências, buscando, de for-ma interativa e solidária, traçarestratégias para aperfeiçoar aqualidade de atuação dos tu-tores no processo de aprendi-zado dos cursistas.

A convergência de esforçosdurante a capacitação vem es-timulando a criação de um es-paço de integração entre tutores e pro-fessores formadores, além de estarcontribuindo para o fortalecimento dotrabalho desenvolvido por esses pro-fissionais. Trata-se de um processodinâmico e f l ex íve l . Os tu toresaproveitaram o treinamento parase fami l ia r izar também com osc o n t e ú d o s e m e t o d o l o g i a s d o sGuias de Estudo.

Aulas-Passeio . Em João Pessoa(PB), a capacitação de tutores saiu dasala de aula e foi para as ruas da cidade.Os professores formadores programa-ram aulas-passeio em locais históricose turísticos da capital paraibana. Avivência, que integrou às atividades daoficina Dinamizando o Encontro Quin-zenal, teve como objetivo favorecer oexercício da cidadania e a integraçãocom a comunidade. Os participantes pu-deram trabalhar na prática conteúdos re-lacionados à ciência, geografia, história,arte e cultura, entre outros.

Após as aulas-passeio, os tutores

produziram folders, cartazes e cartõespostais sobre os pontos turísticos visi-tados e apresentaram seus trabalhos aogrupo. Uma forma de exercitar o resga-te da identidade e dos valores cultu-rais dos municípios onde vão atuar.

O tutor é um media-dor, ele acompanha, in-centiva e motiva o pro-fessor cursista a melho-rar o desempenho da suaprática pedagógica.“Precisamos estimularos cursistas a promove-rem debates, palestras epesquisas sobre temasatuais na escola, envol-vendo cada vez mais acomunidade . O tutor

tem papel fundamental nesse proces-so de sensibilização. É importantediscutir estratégias de mobilizaçãocom os professores formadores”, ex-plica Iara Menezes da Nóbrega, pro-fessora formadora da área de Funda-mentos da Educação da AGF de JoãoPessoa I.

Ser umbom tutor

é algo que seconstróicom otempo,com a

prática, comestudo e

dedicação.

O Proinformação dedica este es-paço para fomentar dúvidas equestionamentos dos colaboradoresdo Programa. Participe, enviandocartas à redação para que possamosesclarecer suas indagações.

1. Receberemos novas bolsasneste módulo?(PC Maria Lúcia Vilela Assis -AGF de Rio Verde/GO - municí-pio de Serranópolis)

Estamos preparando umabolsa reforçada e de material ain-da mais resistente para entregara todos os professores cursistas.As bolsas estão programadaspara chegar nas AGF na fasepresencial de julho. Assim queenviarmos o material, informa-remos formalmente às AGF eEEG. É importante que aCoordenadoria da AGF verifi-que a quantidade e qualidade domaterial no momento do rece-bimento e, em caso de divergên-cia, informe à CNP.

Gerência de Comunicação

2. Devo entregar na reuniãomensal a Ficha de AvaliaçãoMensal de um PC que está derecuperação no CVA(TR Vanderlei Pereira Leite - AGFTaguatinga/TO)Sim. O TR deve entregar a fichacom todas as notas do PC, me-nos as notas de recuperação, noencontro mensal respectivo, nadata marcada. Na próxima reu-nião ele fornecerá à AGF as no-tas de recuperação, evitando as-sim o atraso na entrega das fichasde acompanhamento mensal.

Gerência de Monitoramentoe Avaliação

Aulas-Passeio: capacitação detutores saiu da sala de aula

Ano I N° 1 - Março-Maio/2001 • 7

Maio de 1999:Representando a União Nacional

dos Dirigentes Municipais de Educa-ção (Undime/AC), participamos emGoiânia do encontro das RegiõesNorte, Nordeste e Centro-Oeste paradiscussão do Proformação. Ainda nãotínhamos aderido ao Programa, mas acada momento nos envolvíamos como entusiasmo dos professorescursistas, tutores, formadores, coorde-nadores e conferencistas. Tudo eranovo, mas o clima de compromisso eotimismo foi nos contagiando....púnhamo-nos de antemão a pensarcomo poderíamos implantar o Progra-ma na nossa Tarauacá, distante 420 kmde Rio Branco/AC, com uma popula-ção de 26.335 habitantes, isolada setemeses dos grandes centros no períododas chuvas, época em que o únicomeio de transporte possível é o avião.

... Lembramos de dados estatísti-cos de 1996 que apontaram Tarauacácomo uma das piores cidades emoferta de vagas e qualidade de ensino,ocupando o oitavo lugar em nívelnacional e o primeiro no Estado doAcre em analfabetismo....

De lá pra cá muita coisa mudou eo número de analfabetos diminuiuconsideravelmente. Diante de fatoscomo esses e considerando a situaçãogeográfica do município, que só nospermite chegar à população rural pordois grandes rios, continuávamosrememorando aqueles depoimentos daspessoas envolvidas no Proformação quenos indicavam uma saídapara a formação dos nossosprofessores do campo.

Chegando a Tarauacá, apresenta-mos a proposta ao prefeito que aaceitou imediatamente.

Julho de 1999:O governo do Estado, por intermé-

dio da Secretaria de Educação eprefeituras municipais, assinou otermo de adesão e a prefeitura deTarauacá assinou o termo de convêniocom a Associação da Agência Forma-dora do Proformação.

Foi feito um levantamento echegamos aos números: 165 profes-sores leigos – sendo 124 da redemunicipal e 41 da rede estadual.Selecionamos 12 tutores, o que daria,mais ou menos, 13 cursistas por tutor.

Fevereiro de 2000:O Programa foi finalmente implan-

tado em Tarauacá com a participação deformadores, tutores e professorescursistas do município de Jordão.Começamos a fase presencial. Depois, afase continuada, na qual, a cada 15 dias,os tutores estudam com os cursistas e,como eles mesmo dizem, “ensinam,mas também aprendem”.

O percurso até as escolas se dá porrios e igarapés, sem falar das escolaslocalizadas na BR 364 que no períodode chuvas são alcançadas apenas emburros. Foi necessária a aquisição deuma moto, duas canoas, dois cascos,três burros e dois carros para otransporte de tutores, além de contar-mos também com cinco barcos

fretados.Muitos tutores levam até oito dias

de barco até a localidade onde sereúnem com os professores. Nesses 10meses de funcionamento, entre chuvase períodos ensolarados, muitos são osdepoimentos dos que dizem o quãotem sido gratificante essa experiênciae corroboram o entusiasmo e ootimismo dos relatos que ouvimos hámais de um ano.

Sabemos que por vezes somosmuito exigentes, mas sabemos tam-bém que isso é fruto de nosso desejosincero de contribuirmos para umaeducação de qualidade. Podemosconstatar que a metodologia adotadatem contribuído significativamentecom o processo de aprendizagem detutores e cursistas. E é com grandealegria que informamos que o índicede evasão diminuiu na maioria dasescolas rurais de Tarauacá em 2000.

Tarauacá parece ter incorporadoem sua essência não só o significadoindígena de seu nome – Rio dosTroncos –, mas a força do índio,também do seringueiro, do ribeirinho,a força de sua gente.

Tarauacá, 20 dezembro de 2000.Professora Francisca de Aragão Leite

Secretária Municipal de Educaçãode Tarauacá/AC

(adaptação de carta enviada à Coordenação

Nacional do Proformação)

Tutorespercorremrios eigarapés atéas escolas

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Proinformação – Publicação trimestral doPrograma de Formação de Professores emExercício – Proformação/SEED/MEC

Conselho Editorial: Alvana Maria Bof,Cristina Tavares, Harineide Macedo,Omar Juarez Sallas e Maurício Pontalti

Gerente de Comunicação: Maurício PontaltiCoordenadora de Produçãoe Contato: Renata VasconcellosJornalistas Responsáveis: Andréa Aymar (2068DRT/PE) e Denise Oliveira (1554 DRT/DF)Diagramação: Rilson Raposo FilhoFotografia: Divulgação das AGFFoto da Capa: Aluno Rogério Pereira Nunes,Escola Municipal Comunitária Rural SantoAntônio/Matupá, professora cursista Maria doCarmo Alves de Souza, AGF de Matupá/MT

Os professores cursistas que moramna área rural do município de Feijó, noAcre, tem um aliado a mais: o rádio.Inventado há mais de um século, esseveículo continua sendo muito impor-tante para levar notícias e muita mú-sica a todos. Em Feijó, aos domingos,é pelo rádio que os professores ficamsabendo de tudo o que acontece noProformação.

A idéia de buscar o apoio das rádioslocais surgiu na EEG. Os professoresformadores de Feijó seguiram a suges-tão e solicitaram espaço à Rádio Difu-sora de Feijó. Atualmente, eles têm umahora semanal, sempre aos domingos,das 10h às 11h, para veicular um pro-grama produzido e dirigido por elesmesmos. O “Proformação em Revis-ta” está no ar há seis meses e, além deFeijó, cobre outros quatro municípi-os vizinhos.

A apresentação do programa é feitaem sistema de rodízio. A cada domin-go, dois professores formadores assu-mem o microfone e passam informa-ções, recados, tiram dúvidas, lêem asnotícias sobre educação e os memoraisescritos pelos cursistas. Conforme Fran-cisco Valdenir Tavares Silva, professorformador da área de Organização doTrabalho Pedagógico, os cursistas têmaproveitado o espaço enviando cartas outelefonando para colocar suas questões.

“O rádio é muito escutado e é fundamen-tal para os cursistas da área rural”, diz.

Em Sergipe, a expectativa é de queum programa de rádio com notícias doProformação esteja no ar no primeirosemestre. O projeto está sendo avalia-do. A intenção é produzir um programaeducativo e dirigido aos cursistas, emparceria com a Universidade Tiradentes,

Professores no rádioe veiculá-lo na Rádio Aperipê AM, emis-sora pública. Segundo Silvaneide MotaLima, coordenadora da EEG/SE, oscursistas já contam com uma linha 0800nas AGF. Na AGF da Grande Aracaju,o serviço está disponível pelo 0800790010. “O rádio viria para completar otrabalho de comunicação e mobili-zação”, afirma.

Radialistas em todo o Brasil estãosendo mobilizados para a cobertura dotema educação. O trabalho de sensi-bilização começou em 1997 com a pri-meira série de oficinas de radiojor-nalismo e educação promovidas peloFundescola. Até o momento, já foramcapacitados 1.365 radialistas das Regi-ões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O trabalho de capacitação dessesprofissionais vem garantindo um trata-mento diferenciado na cobertura dapauta de educação no rádio e tem esti-mulado a participação da comunidadena vida escolar. Os radialistas capacita-

Comunicadorespela Educação

dos passam também a integrar a Rede deComunicadores pela Educação e rece-bem material impresso e sonoro que podeser aproveitado nos programas locais.

Outra experiência que utiliza o rá-dio para divulgar os temas educacionais,inclusive o Proformação, é o programaEscola Brasil, veiculado nas manhãs desegunda a sexta-feira, para todo o Bra-sil, pelas rádios Nacional de Brasília(AM) e Nacional da Amazônia (OC).O Escola Brasil pode ser retransmitidogratuitamente por qualquer emissora.Para isso, basta captar o sinal pela ante-na parabólica.

E na sua cidade? Os meios de comunicação são parceiros da escola? Você jáconversou com o radialista de seu município para envolvê-lo na luta por umaeducação de qualidade? Há muitas experiências. A de Feijó é uma delas.

Endereço: Esplanada dos MinistériosBloco L Edifício Sede Sala 100Brasília/DF - CEP 70047-900Tel.: (61) 410 9605 Fax: (61) 410 9102Home Page: www.mec.gov.br/seed/proformE-mail: cnp@seed.mec.gov.brTiragem: 10 mil exemplaresDistribuição gratuita aos participantes doProformação.