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Quinhentismo (1500-1601)

Quinhentismo(1500-1601)CEI Centro Educacional ImperialProf. Stefania SansoneA Chegada dos PortuguesesEm 21 de abril de 1500, o comandante Pedro lvares Cabral e sua esquadra de 13 embarcaes visualizaram o litoral sul do atual estado da Bahia e desembarcaram no local que foi denominado Porto Seguro.

A misso era expandir o territrio de Portugal, alm de descobrir riquezas, como ouro e especiarias.

O primeiro nome dado nova terra foi VERA CRUZ, logo alterado para PROVNCIA SANTA CRUZ.

Quadro Esquemtico1500Primeiros documentos sobre o BrasilCarta de Pero Vazde Caminha 1601Incio daEra BarrocaProsopopeia deBento TeixeiraDENOMINAESLiteratura deInformaoLiteratura dosViajantesLiteratura sobre o BrasilEramViajantesCronistasde OfcioMissionriosAutores: No eram propriamente literatos. Tinham uma proposta meramente utilitria. Pero Vaz de Caminha Carta a D. Manuel I Pero Lopes de Sousa Dirio de Navegao Gabriel Soares de Sousa Tratado Descritivo do Brasil Hans Staden As Duas Viagens ao Brasil Jean de Lery Viagem Terra do BrasilEramCartasDiriosRelatosAs Obras: No eram literrias. Faltava-lhes o carter inventivo.TratadosPropostaPoltico-Econmica: Evidenciar o potencial de riqueza.

Contra-Reformista: Converso dos indgenas

Estas obras limitam-se informao, coleta e dados sobre a nova terra:* o clima;* o solo;* a vegetao;* o relevo;* os ndios.ContedoEstiloObjetividadeO Estilo: Era clssico, vigente em Portugal.ClarezaComedimentoNo Romantismo: Revisitao do Brasil primordial, atravs da viso mtica do ndio e da paisagem.Reflexo em Perodos PosterioresNo Modernismo: Movimentos de razes, de buscas dos arqutipos culturais.MovimentosPau BrasilVerde AmareloAntropofgicoTropicalismoA produo literria no Brasil-Colnia Ainda no havia condies essenciais slidas para o florescimento da literatura (pblico leitor ativo e influente, grupos de escritores atuantes, vida cultural rica e abundante, sentimento de nacionalidade, liberdade de expresso, imprensa e grficas).

No se pode falar numa literatura propriamente brasileira. uma literatura sobre o Brasil, de carter meramente informativo.

Duas manifestaes literrias: Literatura informativa (material) e Literatura dos jesutas (catequese)Carta de Pero Vaz de Caminha[...] Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro.Ento lanamos fora os batis e esquifes, e vieram logo todos os capites das naus a esta nau do Capito - mor, onde falaram entre si.E o Capito - mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele comeou de ir para l, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos trs, de maneira que, ao chegar o batel boca do rio, j ali havia dezoito ou vinte homens.Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.Esprito de fidelidade e submisso ao rei

Posto que o Capito-mor desta Vossa frota, e assim os outros capites escrevam a Vossa Alteza a notcia do achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegao achou, no deixarei de tambm dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos fazer! NativismoA feio deles serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso so de grande inocncia.

Imagem: Hrcules Florence / ndios apiak no rio Arinos,Mato Grosso , 1827/ Domnio Pblico. Preocupao com a catequisao indgenaParece-me gente de tal inocncia que, se ns entendssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristos, visto que no tm nem entendem crena alguma, segundo as aparncias.

Imagem: Victor Meirelles / Primeira missa no Brasil,1860 / Domnio Pblico.Ufanismo e preocupao mercantilistaAt agora, no pudemos saber se h ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achvamos como os de l. guas so muitas; infinitas. Em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo; por causa das guas que tem!

ndios (Renato Russo)Quem me dera, ao menos uma vez,Ter de volta todo o ouro que entregueiA quem conseguiu me convencerQue era prova de amizadeSe algum levasse embora at o que eu no tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez,Esquecer que acreditei que era por brincadeiraQue se cortava sempre um pano-de-choDe linho nobre e pura seda.

Quem me dera, ao menos uma vez,Explicar o que ningum consegue entender:Que o que aconteceu ainda est por virE o futuro no mais como era antigamente.

Quem me dera, ao menos uma vez,Provar que quem tem mais do que precisa terQuase sempre se convence que no tem o bastanteE fala demais por no ter nada a dizer

Quem me dera, ao menos uma vez,Que o mais simples fosse visto como o mais importanteMas nos deram espelhosE vimos um mundo doente.

Quem me dera, ao menos uma vez,Entender como um s Deus ao mesmo tempo trsE esse mesmo Deus foi morto por vocs - s maldade ento, deixar um Deus to triste.

Eu quis o perigo e at sangrei sozinho.Entenda - assim pude trazer voc de volta pr mim,Quando descobri que sempre s vocQue me entende do incio ao fimE s voc que tem a cura para o meu vcioDe insistir nessa saudade que eu sintoDe tudo que eu ainda no vi.

Quem me dera, ao menos uma vez,Acreditar por um instante em tudo que existeE acreditar que o mundo perfeitoE que todas as pessoas so felizes.

Quem me dera, ao menos uma vez,Fazer com que o mundo saiba que seu nomeEst em tudo e mesmo assimNingum lhe diz ao menos obrigado.

Quem me dera, ao menos uma vez,Como a mais bela tribo, dos mais belos ndios,No ser atacado por ser inocente.Eu quis o perigo e at sangrei sozinho.Entenda - assim pude trazer voc de volta pr mim,Quando descobri que sempre s vocQue me entende do incio ao fimE s voc que tem a cura para o meu vcioDe insistir nessa saudade que eu sintoDe tudo que eu ainda no vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doenteTentei chorar e no consegui.Literatura de CatequeseAos jesutas, orientados pela ideologia da Igreja Catlica, cabia a converso dos gentios de qualquer maneira, mesmo que os padres tivessem que aprender a lngua tupi, o que acabou acontecendo, por exemplo, com o padre Jos de Anchieta.

Na literatura de catequese, a Bblia a fonte de todo o conhecimento.

A literatura dos Jesutas bem mais realista que a dos cronistas e viajantes, pois os padres no se iludiam com o novo mundo e tratavam o indgena como pecador.

Os jesutas ensinavam aos nativos os hbitos europeus (como usar roupas) para moraliz-los segundo os padres da Igreja Catlica.Deram especial ateno s crianas, por assimilarem os ensinamentos mais facilmente.

Os princpios cristos catlicos foram transmitidos pelos jesutas por meio de encenaes:

Teatralizao de cenas bblicas. Lances dramticos da vida de Jesus. Vida dos santos. Passagens do Velho Testamento e do Novo Testamento, etc.A Santa InsJos de Anchieta

Cordeirinha linda, como folga o povoporque vossa vindalhe d lume novo!

Cordeirinha santa,de Iesu queridavossa santa vindao diabo espanta.

Por isso vos canta, com prazer, o povo, porque vossa vinda lhe d lume novo. Nossa culpa escura fugir depressa,pois vossa cabeavem com luz to pura.

Vossa formosurahonra do povo,porque vossa vindalhe d lume novo!

Imagem: Luclio de Albuquerque / Anchieta escrevendo o poema Virgem,1906 / Domnio Pblico.Exerccios01.As primeiras manifestaes literrias que se registram na Literatura Brasileira referem-se a:a) Literatura informativa sobre o Brasil (crnica) e literatura didtica, catequtica (obra dos jesutas).b) Romances e contos dos primeiros colonizadores.c) Poesia pica e prosa de fico.d) Obras de estilo clssico, renascentista.e) Poemas romnticos indianistas.02. A literatura de informao corresponde s obras:a) Barrocas.b) Arcdicas.c) De jesutas, cronistas e viajantes.d) Do Perodo Colonial em geral.e) N.d.a.03. Qual das afirmaes no corresponde Carta de Caminha?a) Observao do ndio como um ser disposto catequizao.b) Deslumbramento diante da exuberncia da natureza tropical.c) Mistura de ingenuidade e malcia na descrio dos ndios e seus costumes.d) Composio sob forma de dirio de bordo.e) Aproximaes barrocas no tratamento literrio e no lirismo das descries.

04. (UNISA) A literatura jesuta, nos primrdios de nossa histria:a) tem grande valor informativo;b) marca nossa maturao clssica;c) visa catequese do ndio, instruo do colono e sua assistncia religiosa e moral;d) est a servio do poder real;e) tem fortes doses nacionalistas.05. A importncia das obras realizadas pelos cronistas portugueses do sculo XVI e XVII :a) Determinada exclusivamente pelo seu carter literrio;b) Sobretudo documental;c) Caracterizar a influncia dos autores renascentistas europeus;d) A deterem sido escritas no Brasil e para brasileiros;e) N.d.a.

06. Anchieta s no escreveu:a) Um dicionrio ou gramtica da lngua tupi;b) Sonetos clssicos, maneira de Cames, seu contemporneo;c) Poesias em latim, portugueses, espanhol e tupi;d) Autos religiosos, maneira do teatro medieval;e) Cartas, sermes, fragmentos histricos e informaes.07. So caractersticas da poesia do Padre Jos de Anchieta:a) A temtica, visando a ensinar os jovens jesutas chegados ao Brasil;b) Linguagem cmica, visando a divertir os ndios; expresso em versos decasslabos, como a dos poetas clssicos do sculo XVI;c) Temas vrios, desenvolvidos sem qualquer preocupao pedaggica ou catequtica;d) Funo pedaggica; temtica religiosa; expresso em redondilhas, o que permitia que fossem cantadas ou recitadas facilmente.e) N.d.a.

08. (UNIV. FED. DE SANTA MARIA) Sobre a literatura produzida no primeiro sculo da vida colonial brasileira, correto afirmar que:a) formada principalmente de poemas narrativos e textos dramticos que visavam catequese.b) Inicia com Prosopopia, de Bento Teixeira.c) constituda por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesutica.d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupao artstica e pedaggica.e) Descreve com fidelidade e sem idealizaes a terra e o homem, ao relatar as condies encontradas no Novo Mundo.09. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faa o que se pede:Dos vcios j desligadosnos pajs no crendo mais,nem suas danas rituais,nem seus mgicos cuidados.

(ANCHIETA, Jos de. O auto de So Loureno [traduo e adaptao de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)

Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos ndios em procisso:a) Os meninos ndios representam o processo de aculturao em sua concretude mais visvel, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus.b) A presena dos meninos ndios representa uma sntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa.

c) Os meninos ndios esto afirmando os valores de sua prpria cultura, ao mencionar as danas rituais e as magias praticadas pelos pajs.

d) Os meninos ndios so figura alegricas cuja construo como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista.

e) Os meninos ndios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesutas, de quem querem libertar-se to logo seja possvel.