RAFAEL DE OLIVEIRA SALVARANI -...

59
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA RAFAEL DE OLIVEIRA SALVARANI Análise da estabilidade do controle proporcional de um processo químico Lorena 2015

Transcript of RAFAEL DE OLIVEIRA SALVARANI -...

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

RAFAEL DE OLIVEIRA SALVARANI

Análise da estabilidade do controle proporcional de um processo químico

Lorena

2015

RAFAEL DE OLIVEIRA SALVARANI

Análise da estabilidade do controle proporcional de um processo químico

Monografia apresentada à Escola de

Engenharia de Lorena – Universidade de

São Paulo como requisito parcial para

obtenção de título de Engenheiro Químico.

Área de Concentração: Engenharia Química

Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos de Queiroz

Lorena

2015

Dedico esta conquista aos meus

pais, Roberto e Rosângela, que

com muita dedicação, amor e

apoio fizeram o possível para que

eu pudesse alcançar esta conquista.

AGRADECIMENTOS

À minha família, que tornou tudo isso possível.

À minha namorada, Carla, que me apoia em todos os momentos, me conforta e

me motiva a continuar e melhorar sempre.

Ao meu orientador, Luiz Carlos, pela paciência, pontualidade, disponibilidade,

ensinamentos e pelos conselhos em relação à vida profissional e pessoal.

Aos meus amigos, em especial Vinicius, Edson e Alexandre, pelo

companheirismo, momentos de descontração, e pela amizade que se estendeu desde o

início da graduação.

Aos docentes que contribuíram para minha formação acadêmica e que nos

aconselham e nos apoiam durante cada fase dessa jornada.

Aos meus mentores que, nos bastidores, dão apoio e garra para vencer os

obstáculos independente da dificuldade.

“Procure ser um home de valor,

em vez de ser um home de

sucesso.”

Albert Einsten.

RESUMO

SALVARANI, R. O. Análise da estabilidade do controle proporcional de um processo

químico. 2015. 59 f. Monografia (Trabalho de conclusão de curso) – Escola de

Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2015.

Muitos processos químicos trabalham em condições severas de temperatura, de

pressão, vazão, além de utilizarem substâncias químicas muitas vezes tóxicas tanto para o

homem quanto para o meio ambiente. Por este motivo, o monitoramento, ou mais

especificamente, o controle desses processos deve garantir a segurança e as rígidas

especificações de qualidade dos produtos que vão para o mercado. Para tanto, é necessário

trabalhar considerando os parâmetros dimensionados no projeto do processo, os quais irão

torná-lo estável, portanto robusto e confiável, além de lucrativo. Esta monografia tem

como objetivo analisar a estabilidade do controle proporcional de um processo químico,

que ocorre num reator CSTR isotérmico, cuja reação química se comporta como de

pseudo-primeira ordem. As perturbações causadas são devido às variações na composição

do reagente em excesso e o controle é feito pela manipulação da vazão mássica do reagente

limitante, tendo como objetivo principal, o controle da concentração do produto desejado o

mais próximo possível do valor de referência projetado. Deste modo, o valor crítico para o

ganho proporcional foi calculado de duas formas: utilizando o critério de estabilidade de

Routh-Hurwitz e o método da Bissecção. Além disso, para determinar as raízes da

equação característica que descreve o sistema, foram utilizados dois métodos, o analítico,

método de Newton-Raphson com divisões sintéticas e o gráfico, método do Lugar das

Raízes. O valor encontrado para o ganho proporcional crítico foi de 75,1495. A partir deste

resultado, realizou-se a simulação do comportamento dinâmico do processo controlado no

software matemático MATLAB, gerando gráficos como resposta. Dependendo do valor do

ganho proporcional adotado, o sistema se mostra estável, todavia, mesmo dentro das

condições de estabilidade, é inerente ao controle proporcional um erro residual e por

consequência, o processo pode tornar-se inadequado considerando os limites de

especificação requisitados pelo cliente.

Palavras-chave: Análise da Estabilidade. Controle proporcional. Simulação.

ABSTRACT

SALVARANI, R. O. Analysis of the stability of the proportional control of a chemical

process. 2015. 59 s. Monograph (Work of conclusion course) – Escola de Engenharia de

Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2015.

Many chemical processes works under severe conditions of temperature, pressure,

flow, besides using toxic chemicals both to man and to the environment. For this reason,

the monitoration, or more specifically, the control of these processes must ensure the safety

and the strict quality specifications of the products that go to market. Therefore, it is

necessary to work considering the parameters scaled in the project of the process, which

will make it stable, hence robust and reliable, besides profitable. This paper aims to

analyze the stability of the proporcional gain of a chemical process, which takes place in a

reactor isothermal CSTR, whose chemical reaction behaves as a pseudo-first order. The

disorders are caused due to variations in the excess reagent composition and the control is

done by manipulating the mass flow rate of the limiting reagent, with the primary goal, the

control of the concentration of the desired product as close to the reference value designed.

Thus, the critical value for the proportional gain was calculated in two ways: using the

criterion Routh-Hurwitz stability and Bisection method. Furthermore, to determine the

roots of the characteristic equation describing the system, two methods were used, the

analytic, Newton-Raphson method with synthetic divisions method and the graphic, Place

of the roots method. The critic value founded for the proportional gain was 75.1495. From

this result, it carried out the simulation of the dynamic behavior of the controlled process in

the mathematical software MATLAB, creating graphics as answers. Depending on the value

of proportional gain adopted, the system shows itself stable, however, even under the

conditions of stability is inherent to the proportional control a residual error and therefore,

the process can become inappropriate considering the specification limits required by the

cliente.

Keywords: Analysis of Stability. Proportional control. Simulation.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - ESTABILIDADE DAS VARIÁVEIS DE TEMPERATURA E FRAÇÃO MOLAR DE UM

SISTEMA AO LONGO DO TEMPO, PARA UM DETERMINADO VALOR DE GANHO

PROPORCIONAL. ................................................................................................. 18

FIGURA 2 - RESULTADOS DAS RAÍZES QUANDO SE VARIA O VALOR DE K ............................. 21

FIGURA 3 - DIAGRAMA DO LUGAR DAS RAÍZES .................................................................... 22

FIGURA 4 - CURVA DO NÍVEL DE UM LÍQUIDO EM UM TANQUE EM RELAÇÃO AO TEMPO.

UTILIZA DIFERENTES GANHOS

POPORCIONAIS....................................................................................................24

FIGURA 5 - CURVA DO NÍVEL DE UM TANQUE EM RELAÇÃO AO TEMPO, UTILIZANDO

CONTROLADORES P E PI ..................................................................................... 25

FIGURA 6 - REATOR CSTR, COM VAZÕES DE ENTRADA (Q-Q) E Q, PARA OS REAGENTES “R”

E “A”, RESPECTIVAMENTE, E VAZÃO DE SAÍDA “Q” ............................................ 32

FIGURA 7 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS TRÊS PRIMEIRAS ITERAÇÕES PARA A PESQUISA

DAS RAÍZES PELO MÉTODO DA BISSECÇÃO. ........................................................ 36

FIGURA 8 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON ....................... 37

FIGURA 9 - RESULTADOS DOS CÁLCULOS PARA PESQUISA DE UM VALOR CRÍTICO PARA 𝐾𝑐. 44

FIGURA 10 - MÉTODO DO LOCAL DAS RAÍZES DA EQUAÇÃO CARACTERÍSTICA PARA

𝐾𝑐 = 50. ......................................................................................................... 45

FIGURA 11 - MÉTODO DO LOCAL DAS RAÍZES DA EQUAÇÃO CARACTERÍSTICA PARA

𝐾𝑐 = 75,1495. ............................................................................................... 46

FIGURA 12 – MÉTODO DO LOCAL DAS RAÍZES DA EQUAÇÃO CARACTERÍSTICA PARA

𝐾𝑐 = 100. ..................................................................................................... 46

FIGURA 14– COMPORTAMENTO DINÂMICO DO PROCESSO CONTROLADO, ADOTANDO

𝐾𝑐 = 75,1495 ................................................................................................ 49

FIGURA 16 – ERRO RESIDUAL PRESENTE APÓS A ESTABILIZAÇÃO DO SISTEMA REALIZADA

PELO CONTROLE PROPORCIONAL ................................................................... 50

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - ARRANJO DE ROUTH .......................................................................................... 19

TABELA 2 - ARRANJO DE ROUTH PARA O PROBLEMA PROPOSTO ........................................... 39

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1- SIMULAÇÕES USANDO RESIDUE PARA CADA VALOR DE K_C, DADOS OS

COEFICIENTES POLINOMIAIS DA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO NUMERADOR E

DENOMINADOR ................................................................................................... 40

QUADRO 2 - SIMULAÇÕES USANDO RLOCUS PARA CADA VALOR DE K_C, DADOS OS

COEFICIENTES POLINOMIAIS DA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO NUMERADOR E

DENOMINADOR. .................................................................................................. 42

LISTA DE SIGLAS

A Ação

D Decisão

CSTR Continuous Stirred Tank-Reactor

M Medição

MATLAB Matrix Laboratory

P Proporcional

PBR Packed Bed Reactor

PFR Plug Flow Reactor

PI Proporcional-Integral

PID Proporcional-Integral-Derivativo

USP Universidade de São Paulo

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 16

2.1 CONTROLE DE PROCESSOS .................................................................... 16

2.2 VARIÁVEL DESVIO ................................................................................... 17

2.3 ESTABILIDADE .......................................................................................... 18

2.4 CRITÉRIO DE ESTABILIDADE DE ROUTH-HURWITZ ....................... 19

2.5 MÉTODO DO LUGAR DAS RAÍZES ........................................................ 20

2.6 CONTROLADORES .................................................................................... 22

2.6.1 Controlador Proporcional (P) ............................................................... 23

2.6.2 Controlador Proporcional-Integral (PI) ................................................ 24

2.6.3 Controlador Proporcional-Integral-Derivativo (PID) ........................... 25

2.7 CINÉTICA QUÍMICA .................................................................................. 26

2.7.1 Lei de Velocidade ................................................................................. 26

2.7.2 Constante de Velocidade ...................................................................... 27

2.7.3 Ordem de Reação .................................................................................. 28

2.8 REATORES .................................................................................................. 28

2.8.1 Reator Contínuo de Tanque Agitado (CSTR) ...................................... 29

3 METODOLOGIA ............................................................................................ 31

3.1 PROBLEMA PROPOSTO ............................................................................ 31

3.2 SOFTWARE ................................................................................................. 33

3.3 DESENVOLVIMENTO DA PROGRAMAÇÃO ....................................... 34

3.3.1 Método da Bissecção ............................................................................ 34

3.3.2 Método de Newton Raphson com Divisões Sintéticas ......................... 36

3.3.3 Determinação da Estabilidade do Sistema ............................................ 38

3.4 SIMULAÇÃO PARA DIFERENTES VALORES DO GANHO

PROPORCIONAL .................................................................................. 40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 43

5 CONCLUSÃO... .............................................................................................. 52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 53

APÊNDICE A – Programação para o método do lugar das raízes. .................... 54

APÊNDICE B – Programação para resultado gráfico do comportamento

dinâmico do processo controlado. ........................................... 55

APÊNDICE C – Programação para calcular o valor crítico do ganho

proporcional. ........................................................................... 56

APÊNDICE D – Programação para função NRsdivision criada para executar o

método de Newton-Raphson com divisões sintéticas. ............ 58

14

1 INTRODUÇÃO

Numa planta química, o controle de processos químicos é uma ferramenta

fundamental e indispensável para o funcionamento e segurança de todos os elementos que

a constituem. Além disso, esta ferramenta não faz distinção de tipos de processos ou

condições de trabalho, ou seja, pode-se dizer que é intrínseco à planta química que deseja

obter bons resultados e com segurança, utilizar os conceitos e ferramentas do controle de

processos químicos.

As vantagens de se aplicar o controle são inúmeras, dentre elas tornar o sistema

mais confiável, robusto, aumentar a vida útil dos equipamentos, aumentar a capacidade dos

processos, enfim, de modo geral, o controle de processos químicos auxilia a planta química

a aumentar sua produtividade e diminuir seus gastos. Ou seja, é indispensável para a

lucratividade da indústria química (KWONG, 2002, p. 9).

Além disso, o primeiro fator a se considerar quando se fala em configurar um

processo químico é a segurança. Desta maneira, elementos que possam causar distúrbios ao

sistema e possíveis catástrofes, devem ser controlados por um sistema rigoroso e confiável,

portanto, o controle de processos químicos se torna indispensável.

O meio ambiente é o segundo fator em escala de importância, já que é de

conhecimento geral o impacto que a indústria causou ao meio ambiente ao longo dos anos

e o reflexo deste descuido para a população mundial. Assim, um controlador bem

dimensionado pode evitar vazamentos de líquidos e gases, explosões e inúmeros acidentes,

cujo impacto ao meio ambiente podem causar repercussões severas. Além do mais, evitar

impactos ao meio ambiente contribui para o benchmarking da empresa, já que, atualmente,

um dos requisitos solicitados pelos clientes é que a empresa seja ecologicamente correta.

Existem dois modos para a ação de um controlador: manual e automática. O modo

manual, em que o operador analisa uma informação de medição enviada por um

transmissor e toma a ação necessária para atuar no elemento final de controle a fim de

manter o sistema estável, não é constante e deveras simplória. Cada operador possui uma

bagagem de conhecimento, além disso, o controle manual está sujeito ao erro humano e

por estas razões pode afetar na eficiência do processo e consequentemente a qualidade do

produto e até mesmo a segurança.

15

Já o controle automático, a ação tomada para atuar no elemento final de controle é

feita por um controlador previamente dimensionado para avaliar a diferença entre um valor

de referência e o valor da medição. Este tipo de controle atua de maneira constante e

elimina os erros humanos, o que torna o sistema mais robusto e uniforme. Todavia, por se

tratar de um equipamento dimensionado para realizar determinados cálculos, a tarefa de

encontrar um tipo de controle que atenda ao processo em questão e considere todos os

parâmetros necessários, os quais evolvem diversas áreas da engenharia química, é

complexa.

Um dos fatores essenciais para o controle de um processo químico é a estabilidade

do sistema. Esta, para ser alcançada, deve considerar não somente os parâmetros que

envolvem o controle do sistema, mas também a necessidade que o processo possui de ser

eficiente e produtivo, ou seja, de gerar lucro. Portanto, para manter a estabilidade do

sistema em determinado valor de referência, deve-se considerar a segurança, a

lucratividade e a qualidade, seja do processo em si ou do produto final desejado.

Deste modo, o objetivo desta monografia é realizar uma análise da estabilidade do

processo de um reator químico contínuo e agitado, em que ocorre uma reação química de

pseudo-primeira ordem e cuja necessidade é manter a concentração do produto gerado em

determinado valor de referência. Para tanto, foram feitas simulações com um software

matemático, utilizando métodos numéricos e gráficos para encontrar o valor crítico do

ganho proporcional, que torna o sistema estável.

16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CONTROLE DE PROCESSOS

O processo de uma planta química, seja ele qual for, é um conjunto de operações

unitárias nas quais, ocorrem reações químicas. Dessa forma, a maneira como se faz a

distribuição dessas operações e reações, segue uma lógica de raciocínio cujo objetivo é

transformar matéria-prima em um produto desejado. A partir do momento em que a planta

química se estabelece como projeto, o planejamento do controle da unidade é de suma

importância para que o resultado esperado, ou produto almejado, seja obtido de maneira

segura, barata, dentro da margem de especificação requerida, que atenda aos regulamentos

e normas ambientais e que opere dentro das restrições de cada operação antes da

implementação física do processo (KWONG, 2002, p. 9).

Para tanto, é preciso estabelecer alguns parâmetros de controle às operações, os

quais são base para o controle de processos (SMITH; CORRIPIO, 2008, p. 3):

1. Sensor-Transmissor: responsáveis por captar a informação pontual,

num determinado instante, e transmiti-la, respectivamente. Podem ser chamados de

elementos primário e secundário.

2. Controlador: responsável por captar a informação transmitida pelo

transmissor e compará-la a uma base de dados estabelecida no projeto, chamada de

ponto fixo (set point). Dependendo do resultado o controlador decide o que será

feito para manter a variável que se quer controlar no valor desejado.

3. Elemento final de controle: responsável por executar uma ação

estabelecida pelo controlador, a qual irá manter a variável que se quer controlar no

valor do set point. Exemplo: válvula (elemento final de controle) abre para

liberação de um líquido refrigerante, no intuito de diminuir a temperatura (variável

que se quer controlar) para atingir o set point.

Estes componentes são responsáveis por três operações básicas e fundamentais do

controle de processos:

17

1. Medição (M): realizada, normalmente, pela combinação entre os

elementos primário e secundário de controle. Há casos de equipamentos em que a

função do transmissor é dispensada, pois o controlador possui o sensor, então a

medição e controle são feitas num mesmo elemento.

2. Decisão (D): realizada pelo controlador.

3. Ação (A): realizada pelo elemento final de controle.

Este tipo de controle, em que as decisões tomadas são baseadas num desvio que já

ocorreu no sistema e que deve ser corrigido, é chamado de controle de realimentação.

2.2 VARIÁVEL DESVIO

A variável de saída sofre alterações não somente pelas entradas como também

pelas condições iniciais do sistema. Para eliminar o efeito das condições inicias do sistema

considera-se que no início o sistema está no estado estacionário. Isso torna sua derivada

igual a zero, sem eliminar o valor inicial da saída, todavia o valor inicial da variável desvio

será sempre zero. Para eliminar o valor inicial da saída, passamos a usar o desvio do valor

inicial, que é chamado de variável desvio, dada pela equação 2.1 (SMITH; CORRIPIO,

2008, p. 24):

Y(t) = y(t) – y(0) (2.1)

Onde:

Y(t) – variável desvio;

y(t) – variável de saída;

y(0)- variável no estado estacionário.

A equação 2.2, é um exemplo do porquê pode-se substituir as variáveis absolutas

pelas variáveis desvio, já que suas derivadas possuem a mesma inclinação.

𝑑(𝑌(𝑡))

𝑑𝑡=

𝑑(𝑦(𝑡)−𝑦(0))

𝑑𝑡=

𝑑(𝑦(𝑡))

𝑑𝑡−

𝑑(𝑦(0))

𝑑𝑡=

𝑑(𝑦(𝑡))

𝑑𝑡 (2.2)

Sendo:

𝑑𝑦(0)

𝑑𝑡= 0 (2.3)

18

2.3 ESTABILIDADE

Segundo Smith e Corripio (2008, p. 30), “Estabilidade é a habilidade da resposta

de permanecer limitada (permanecer dentro de limites) quando sujeita a entradas

limitadas”.

Já para Stephanopoulos (1984, p. 282), “Um sistema dinâmico é considerado

estável quando para toda entrada limitada se produz uma resposta limitada, independente

do seu estado inicial”.

A Figura 1 apresenta o comportamento oscilatório, obtida de Igarashi (2013, p.

51). Nota-se que o sistema atinge a estabilidade quando a variável saída atinge um valor

constante ao longo do tempo, ou seja, quando não há mais oscilações.

Fonte: IGARASHI, 2013, p.51

Figura 1 - Estabilidade das variáveis de temperatura e fração molar de um

sistema ao longo do tempo, para um determinado valor de ganho proporcional.

19

2.4 CRITÉRIO DE ESTABILIDADE DE ROUTH-HURWITZ

Este critério citado e posteriormente utilizado por (COUGHANOWR; KOPPEL

1991, p. 169), visa determinar se o sistema é estável ou instável de acordo com as raízes da

equação característica desse sistema. Para tanto, é preciso organizar o polinômio do

denominador da equação característica, representado pela equação 2.4, na forma canônica:

𝑎0𝑠𝑛 + 𝑎1𝑠𝑛−1 + 𝑎2𝑠𝑛−2 … + 𝑎𝑛 = 0 (2.4)

Caso o termo de mais alto grau não seja positivo, é necessário multiplicar os dois

lados da equação 2.4 por (-1).

Assim, analisa-se somente os coeficientes polinomiais 𝑎0, 𝑎1, 𝑎2 … 𝑎𝑛.

Se qualquer um deles possuir parte real negativa, caracterizará que o sistema é

instável. Caso todos os coeficientes possuam partes reais positivas, então o sistema poderá

ser tanto estável como instável, por isso precisa-se fazer o arranjo de Routh para poder

caracterizar o sistema.

O arranjo se dá como ilustrado pela Tabela 1, em que o número de linhas é o

número de elementos da equação característica mais um (n+1) e os demais elementos são

determinados pelas equações 2.5, 2.6, 2.7 e 2.8.

Tabela 1 - Arranjo de Routh

Fonte: COUGHANOWR; KOPPEL 1991, p. 169

Linha

1 a0 a2 a4

2 a1 a3 a5

3 b1 b2 b3

4 c1 c2

5 d1

n + 1 e1

20

𝑏1 = 𝑎1 𝑎2 − 𝑎0 𝑎3

𝑎1 (2.5)

𝑏2 = 𝑎1 𝑎4 − 𝑎0 𝑎5

𝑎1 (2.6)

𝑐1 = 𝑏1 𝑎3 − 𝑎1 𝑏2

𝑏1 (2.7)

𝑐2 = 𝑏1 𝑎5 − 𝑎1 𝑏3

𝑏1 (2.8)

Os elementos "𝑑1" 𝑒 "𝑒1 " são calculados analogamente às equações 2.5, 2.6, 2.7 e

2.8.

Então, se todos os elementos da primeira coluna (𝑎0, 𝑎1,𝑏1, 𝑐1, 𝑑1, 𝑒1) forem

positivos, o sistema é estável. Se um desses elementos for negativo, o sistema será instável

e o número de trocas de sinais na primeira coluna será igual ao número de raízes da

equação característica localizadas no semiplano direito do plano “s”.

2.5 MÉTODO DO LUGAR DAS RAÍZES

O método do Lugar das Raízes é um procedimento para obter graficamente as

raízes da equação característica do sistema, quando se varia o parâmetro ganho do

controlador, 𝐾𝑐 (COUGHANOWR; KOPPEL; 1991, p.157).

Para exemplificar o método do Lugar das Raízes, Coughanowr e Koppel (1991.

p.157) propuseram a malha fechada a seguir, cuja equação característica é dada em 2.9.

1 + 𝐾

(𝑠+1)(𝑠+2)(𝑠+3)= 0 (2.9)

Sendo:

𝐾 = 6𝐾𝑐

𝐾𝑐 = 4,41

Deste modo, pode-se tratar algebricamente a equação e escrevê-la como na

equação 2.10, considerando 𝐾𝑐 = 4,41.

𝑠3 + 6𝑠2 + 11𝑠1 + 32,5 = 0 (2.10)

21

Para equação 2.10, obtem-se as raízes (-5,1), (-0,4 – 2,5i) e (-0,4 + 2,5i).

Da mesma forma a Figura 2 demonstra as raízes para equação 2.9, adotando-se

diferentes valores para 𝐾.

Fonte: COUGHANOWR; KOPPEL; 1978, p.157

A Figura 3 representa o diagrama do lugar das raízes, em que é possível

representa-las no plano complexo. Neste diagrama os “ramos” são gerados a partir dos três

polos iniciais, onde 𝐾 = 0, e a partir destes pontos são plotadas todas as raízes obtidas pelo

aumento do valor de 𝐾 e o sentido deste fluxo é indicado pelas setas nos “ramos”.

A grande vantagem deste diagrama é a visualização da característica da resposta,

ou seja, se as raízes forem reais a resposta não será oscilatória, não obstante, se as raízes

forem complexas, irão gerar uma resposta oscilatória. Além disso, para raízes complexas

com partes reais negativas, as oscilações serão amortecidas, ao passo que, para raízes

complexas com partes reais positivas, as oscilações serão crescentes.

Figura 2 - Resultados das raízes quando se varia o valor de 𝐾. Figura 2 - Resultados das raízes quando se varia o valor de K

22

Fonte: COUGHANOWR; KOPPEL; 1978, p.158

2.6 CONTROLADORES

Os controladores são o “cérebro” do sistema de controle de processos e podem ser

automáticos ou manuais (SMITH; CORRIPIO, 2008, p. 3).

Os controladores manuais recebem a informação do primeiro e segundo elementos

de controle e ficam responsáveis por apresentar a informação recebida para o operador

responsável pelo sistema. Assim, o operador irá tomar a decisão de quanto será necessário

alterar a variável manipulada para diminuir ao máximo o erro entre a variável que se quer

controlar e o set point e então enviar a informação para o elemento final de controle.

Contudo, este tipo de controle depende muito de cada operador, pois está atrelado à

experiência, conhecimento e atenção da pessoa que opera o sistema, o que torna as

decisões suscetíveis a erros.

Já os controladores automáticos recebem a informação da mesma maneira que os

manuais, contudo operam de acordo com uma lógica pré-estabelecida que irá comparar a

informação recebida com o set point, tomar a decisão e enviar a resposta para o elemento

final de controle, para este, tomar a ação necessária para o controle do processo. Este tipo

de controle possibilita maior uniformidade nas respostas e evita erros humanos.

Existem três tipos de controladores: controlador proporcional (P), controlador

proporcional-integral (PI) e o proporcional-integral-derivativo (PID); em que a maneira

como é solucionada a equação de lógica de controle baseada na diferença entre a variável

Figura 3 - Diagrama do Lugar das Raízes

Figura 3 - Diagrama do Lugar das Raízes

23

controlada e o set point, é diferente para cada um deles (SMITH; CORRIPIO, 2008, p.

158).

2.6.1 Controlador Proporcional (P)

É o tipo mais simples de controlador. Segundo Smith e Corripio (2008, p. 159),

pode ser descrito pela equação 2.11.

𝑚(𝑡) = �̅� + 𝐾𝑐𝑒(𝑡) (2.11)

Onde:

𝑚(𝑡) – saída ou resposta do sistema;

�̅� – saída do controlador quando o erro é zero, ou seja, no estado

estacionário;

𝐾𝑐 – ganho proporcional;

𝑒(𝑡) – erro.

A função de transferência do controlador proporcional pode ser obtida escrevendo

a equação 2.9, na forma de variável desvio, conforme a equação 2.12

𝑀(𝑡) = 𝐾𝑐𝐸(𝑡) (2.12)

Onde:

M(t) = m(t) - �̅�;

E(t) = R(t) – C(t), sendo R(t) e C(t) variáveis desvio do ponto fixo e

da variável controlada, respectivamente.

Assim, aplicando a transformada de Laplace para a equação 2.12, tem-se a

equação 2.13:

𝐺(𝑠) = 𝑀(𝑠)

𝐸(𝑠)= 𝐾𝑐 (2.13)

A vantagem de trabalhar com este controlador é que ele possui somente um

parâmetro de sintonização (Kc), quando se trata de uma resposta ao degrau unitário,

todavia a desvantagem é que sua operação se dá com um erro residual (SMITH;

CORRIPIO, 2008, p. 163).

24

O erro residual é a distância entre a reta que representa o ponto fixo ao longo do

tempo e o patamar de estabilização da resposta do sistema quando se utiliza o controlador

proporcional, como mostra a Figura 4.

Fonte: SMITH; CORRIPIO, 2008, p. 160

Portanto, a correção feita por este controle é proporcional à diferença entre, por

exemplo, a temperatura num reator e a temperatura média de um líquido de resfriamento

(ARIS; AMUNDSON, 1958, p. 132), sendo um conceito aplicável a qualquer tipo de

processo em que se utiliza o controle proporcional.

2.6.2 Controlador Proporcional-Integral (PI)

Este tipo de controlador remove o erro residual causado pelo controlador

proporcional. A equação 2.14 descreve o sistema (SMITH; CORRIPIO, 2008, p. 163).

𝑚(𝑡) = �̅� + 𝐾𝑐𝑒(𝑡) + 𝐾𝑐

𝜏1∫ 𝑒(𝑡)

𝑡

0 (2.14)

Onde:

𝜏1 – tempo integral ou tempo de restauração.

O termo da integral remove o erro residual, pois, sempre que o erro estiver

presente, o controlador PI varia sua saída, o que vai diminuindo o erro até zerar. Quando o

erro zera o termo do erro residual é anulado, contudo o termo da integral não se anula.

Pensando ainda no mesmo exemplo do tanque que se quer controlar o nível, o termo da

integral adquire o valor necessário para aumentar a vazão de saída, ou seja, o controlador

PI irá anular o erro residual e aumentar a vazão de modo a manter o nível do tanque no set

point, como pode ser visto na Figura 5.

Figura 4 - Curva do nível de um líquido em um tanque em relação ao

tempo. Utiliza diferentes ganhos proporcionais.

25

.

Fonte SMITH; CORRIPIO, 2008, p. 164

A função de transferência deste controlador pode ser obtida da mesma maneira

que para o controlador proporcional, dada pela equação 2.15:

𝐺(𝑠) = 𝑀(𝑠)

𝐸(𝑠)= 𝐾𝑐 (1 +

1

𝜏1𝑠) (2.15)

2.6.3 Controlador Proporcional-Integral-Derivativo (PID)

Este controlador adiciona o modo de controle chamado de ação derivativa ou ação

prévia. A equação 2.16 descreve este controlador (SMITH; CORRIPIO, 2008, p. 165).

𝑚(𝑡) = �̅� + 𝐾𝑐𝑒(𝑡) + 𝐾𝑐

𝜏1∫ 𝑒(𝑡) + 𝐾𝑐

𝑡

0𝜏𝐷

𝑑𝑒(𝑡)

𝑑𝑡 (2.16)

Onde:

𝜏𝐷 – tempo derivativo ou tempo de proporção.

O termo da derivada é responsável por traçar uma reta tangente à curva do erro,

isto faz com que o controlador possa prever que o sistema está se afastando do ponto fixo.

Com isso, o peso dessa parcela em relação às outras duas é grande e tende a diminuir o

erro que foi gerado. Conforme o erro vai diminuindo e consequentemente a derivada

também, o peso das parcelas proporcional e integral aumenta, o que indica que a variável

controlada está se aproximando do ponto fixo. Ou seja, o modo derivativo tem a função de

diminuir a quantidade de oscilações até a estabilização do sistema.

Este tipo de controlador é utilizado para processos lentos, onde a constante de

tempo é grande. Em processos rápidos, onde a constante de tempo é pequena, há presença

Figura 5 - Curva do nível de um tanque em relação ao

tempo, utilizando controladores P e PI

26

de ruídos, o que torna o valor da derivada grande durante todo o processo. Isso fará com

que as oscilações tendam a aumentar e não a diminuir.

Assim como para os controladores P e PI, a função de transferência para este

controlador pode descrita pela equação 2.17.

𝐺(𝑠) = 𝑀(𝑠)

𝐸(𝑠)= 𝐾𝑐 (1 +

1

𝜏1𝑠+

𝜏𝐷𝑠

𝛼𝜏𝐷𝑠+1) (2.17)

Onde:

α – constante adimensional

2.7 CINÉTICA QUÍMICA

2.7.1 Lei de Velocidade

Normalmente, para o estudo cinético das reações químicas se relacionam as

concentrações dos reagentes (tendo como base o reagente limitante para a base de cálculos

dos outros reagentes e produtos) e a constante cinética de reação (será tratada no próximo

item), as quais são dispostas numa expressão, chamada de lei de velocidade, dada equação

2.18 (FOGLER, 2002, p.69).

A equação 2.18, demonstra a equação de velocidade para reação química dada em

2.19.

-rA= kA CACB (2.18)

Onde:

(−𝑟𝐴) – taxa de consumo da espécie A;

kA – constante de velocidade da espécie A;

CA – concentração da espécie A;

CB – concentração da espécie B.

Para:

aA + bB cC + dD (2.19)

Sendo A e B os reagentes e C e D os produtos, respectivamente, e “a”, ”b”, ”c” e

“d” os coeficientes estequiométricos de cada espécie química.

.

27

A expressão 2.20, representa a quantidade, seja em mols ou massa, em relação ao

tempo de formação (produtos) ou consumo (reagentes) de certa espécie da reação. Na

maioria dos casos utiliza-se a velocidade do reagente limitante para análise da cinética da

reação, contudo podemos relacionar as velocidades de consumo ou formação de qualquer

espécie da reação química tratada, 2.19, considerando os coeficientes estequiométricos.

Este tipo de raciocínio é usado, pois nem sempre o reagente limitante é a espécie que se

quer analisar. Assim, podemos relacionar as velocidades, dada a equação 2.20 (FOGLER,

2002, p.72).:

(−𝑟)𝐴

𝑎=

(−𝑟)𝐵

𝑏=

(−𝑟)𝐶

𝑐=

(−𝑟)𝐷

𝑑 (2.20)

2.7.2 Constante de Velocidade

É uma constante que depende principalmente da temperatura, pois está

relacionada aos choques efetivos entre as espécies reagentes para formação do produto,

além da vibração dessas espécies para romper as ligações e formar novas, também está

relacionada com a área dos choques e forças de repulsão estérica e eletrônica. Em sistemas

líquidos, depende de outros parâmetros como pressão total, força iônica e tipo de fluido. Já

em sistemas gasosos, o catalisador e a pressão total do sistema, também influenciam no

valor da constante de velocidade (FOGLER, 2002, p. 63).

Com intenção de simplificar os cálculos e devido à pequena influência dos outros

parâmetros na constante de velocidade, se comparados à temperatura, é utilizada somente

um fator principal para o cálculo da constante de velocidade, a temperatura. Esta, é o

parâmetro mais utilizado, inclusive por indústrias e laboratórios, para compor a equação de

Arrhenius, equação 2.21 (FOGLER, 2002, p. 63).

𝑘 = 𝐴 𝑒−𝐸

(𝑅𝑇)⁄ (2.21)

Onde:

A – fator pré-exponencial ou fator de frequência;

E – energia de ativação;

R – constante dos gases;

T – temperatura do sistema.

28

2.7.3 Ordem de Reação

A ordem de uma reação química desconhecida só pode ser obtida através de

experimentos. Um exemplo é variar a concentração de uma espécie reagente mantendo-se

todos os possíveis parâmetros do sistema constantes, inclusive a concentração de outras

espécies reagentes. A partir desses resultados, é possível descobrir a ordem da espécie em

questão e representá-la na equação de velocidade como um expoente da concentração

dessa espécie, assim como demonstra a equação 2.22.

-r = k CAαCB

β (2.22)

A partir da ordem de cada espécie encontra-se a ordem da reação pela soma dos

expoentes de cada reagente. Então, a ordem da reação dada pela equação 2.23 é n

(FOGLER, 2002, p. 65).

n = α + β (2.23)

Conforme a ordem da reação, temos unidades correspondentes para a constante de

velocidade em casa situação, como por exemplo:

Reação de ordem zero: {k} = mol / L .s ;

Reação de primeira ordem: {k} = s-1

;

Reação de segunda ordem: {k} = L / mol . s;

Reação de terceira ordem: {k} = ( L / mol )2

. s-1

.

2.8 REATORES

Existem vários tipos de reatores químicos, os quais são subdivididos de acordo

com seu modo básico de operação. Essas diferenças se dão devido à ênfase nas condições

de reação que esses equipamentos irão dar ou até mesmo de acordo com a demanda de

produtividade que a planta tem como objetivo. Ou seja, são criados mecanismos que

favorecem as condições de reação e produtividade para melhor atender a demanda de

mercado (LEVENSPIEL, 2000, p. 31).

Os tipos mais conhecidos de reatores são (LEVENSPIEL, 2000, p. 31):

29

Batelada ou Descontínuo – geralmente são usados para operações em

pequena escala, reações de condições de trabalho muito específicas de controle e teste de

novos produtos. Sua principal vantagem é que possibilita altas conversões, contudo possui

alto custo de operação, dificuldade com alta produtividade e diferença de produto de uma

batelada para outra.

Reatores com Escoamento Contínuo – os principais tipos são: reator

contínuo de tanque agitado (CSTR), reator com escoamento empistonado (PFR) e reator de

leito fixo (PBR). Esses reatores possuem a principal característica de um fluxo contínuo de

entrada e saída de fluidos, o que proporciona alta produtividade. Contudo estes não

resultam altas conversões e seu controle de operação é mais sensível.

2.8.1 Reator Contínuo de Tanque Agitado (CSTR)

O reator CSTR, sigla para Continuous Stirred-Tank Reactor, segundo Fogler

(2002, p. 10), opera em estado estacionário, ou seja, o reator atingiu um nível volumétrico

em que e as vazões de entrada e saída o mantêm constante. Além disso, considera-se que a

agitação é tal que torna a mistura homogênea (ideal) ao longo de todo o tanque,

influenciando as condições de temperatura, pressão, concentração de espécies, velocidade

de reação e outros aspectos. Como essas condições são as mesmas em qualquer ponto do

reator pode-se considerar que a corrente de saída do reator representa o que está

acontecendo dentro dele.

A partir dessas considerações, pode-se encontrar a equação de projeto para o

CSTR. Então, a equação geral de balanço molar é dada pela equação 2.24 (FOGLER,

2002, p. 10).

𝐹𝑗0 − 𝐹𝑗 + ∫ 𝑟𝑗𝑉

0𝑑𝑉 =

𝑑𝑁𝑗

𝑑𝑡 (2.24)

Onde:

𝐹𝑗0 – vazão de entrada da espécie “j”;

𝐹𝑗 – vazão de saída da espécie “j”;

𝑟𝑗 – velocidade de reação da espécie “j”;

V – volume do reator;

Nj – número de mols da espécie “j”;

30

t – tempo.

Como o CSTR trabalha no estado estacionário, tem-se que 𝑑𝑁𝑗

𝑑𝑡= 0, ou seja, não

há variação do número de mols com o tempo. Além disso, como a mistura é perfeita, tem-

se a equação 2.25.

∫ 𝑟𝑗𝑉

0𝑑𝑉 = 𝑉 𝑟𝑗 (2.25)

Então, a equação de projeto pode ser escrita como mostra a equação 2.26.

𝑉 = 𝐹𝑗𝑜− 𝐹𝑗

−𝑟𝑗 (2.26)

31

3 METODOLOGIA

3.1 PROBLEMA PROPOSTO

O sistema proposto por Douglas (1972) contempla um reator CSTR isotérmico,

em que são adicionados dois reagentes, “A” e “R”, sob constante agitação e cujas vazões

mássicas de entrada são Q e (q – Q), respectivamente. Estes geram o produto “C”, que sai a

uma vazão mássica “q”. Para posterior análise, considera-se que o sistema atingiu o estado

estacionário de trabalho, ou seja, as vazões de entrada (reagentes) e saída (produto) foram

dimensionadas para manter o volume do reator a um nível constante. Além disso, as

condições de agitação para homogeneização das substâncias e consequente reação química,

são ideais.

As seguintes proposições foram sugeridas para análise do sistema:

O sistema pode ser descrito a partir de uma equação de pseudo-primeira ordem;

São adotados valores de set point para as concentrações de alimentação, taxa de

alimentação, constante cinética de reação e volume do reator;

Os distúrbios no sistema serão analisados somente em relação à variação da

composição do componente de entrada R.

O objetivo do controle é manter a concentração do produto “C” (variável resposta)

o mais próximo do estipulado (set point), apesar dos distúrbios causados pela variação na

composição do reagente “R” (variável de entrada). Este objetivo é alcançado medindo a

concentração atual de “C” e usando a diferença entre este valor e o set point para

manipular a vazão mássica de entrada do reagente “A” (variável manipulada), ou seja,

manipular a concentração de “A” no sistema.

Considerar o sistema de pseudo-primeira ordem significa que o reagente “R” está

consideravelmente em excesso, desta forma as variações em sua concentração não irão

alterar significativamente a taxa de conversão para o produto “C”. Por outro lado, sabe-se

que a indústria trabalha com um limite de especificação requerido pelo cliente, para tanto

seu processo deve apresentar resultados dentro de uma curva normal que atendam estes

limites. Isto quer dizer que, de acordo com os distúrbios na concentração do reagente “R”,

dever-se-á adicionar mais ou menos do reagente limitante “A”, para atingir o objetivo do

controle.

32

A Figura 6 apresenta o esquema de um reator CSTR que representa o sistema

proposto.

Fonte: CONSTANTINIDES; MOSTOUFI, 2000; p. 40

Segundo, Constantinides e Mostoufi, as reações químicas que ocorrem no reator

são:

A + R B

B + R C

Na prática, a formação da substância intermediária “B”, não causa efeito

significativo, devido à alta velocidade de formação do produto “C”.

Douglas (1972) propôs um modelo matemático por meio da função de

transferência global dada pela equação 3.1 e considerou um controlador proporcional na

modelagem.

𝐶𝑐(𝑠)

𝐶𝑅(𝑠) =

(𝑠+1,45)(𝑠+2,85)²(𝑠+4,35)

[2,98(𝑠+2,25)𝐾𝑐]+[(𝑠+1,45)(𝑠+2,85)²(𝑠+4,35)] (3.1)

Para:

𝐶𝑅(𝑡) = 𝛿(𝑡) → 𝐶𝑅(𝑠) = 1 (3.2)

proposta pela função de transferência global.

Sendo:

𝐾𝑐 – ganho proporcional

Figura 6 - Reator CSTR, com vazões de entrada (q-Q) e Q, para

os reagentes “R” e “A”, respectivamente, e vazão de saída “q”

33

𝐶𝑅(𝑡) – concentração do reagente “R” em função do tempo.

𝛿(𝑡) – impulso unitário.

𝐶𝑅(𝑠) – transformada de Laplace da concentração do reagente “R”.

𝐶𝐶(𝑠) – transformada de Laplace da concentração do produto “C”.

Além disso, para eliminar o efeito das condições iniciais do sistema no modelo

matemático, as variáveis foram descritas como variáveis desvio, dada pela equação 3.3.

𝐶𝑖(𝑡) = 𝑐𝑖(𝑡) − 𝑐𝑖(0) (3.3)

Onde:

𝐶𝑖(𝑡) – variável desvio da concentração de uma espécie.

𝑐𝑖(𝑡) – concentração de determinada espécie em função do tempo.

𝑐𝑖(0) – concentração de determinada espécie no estado estacionário.

Para analisar a dinâmica do processo controlado, será calculado o valor crítico de

𝐾𝑐, cujo valor ou intervalo representa o limite para estabilidade do sistema. Para tanto, foi

considerada uma entrada impulso unitário, conforme apresentado na equação 3.2.

3.2 SOFTWARE

O software utilizado para encontrar o valor crítico de 𝐾𝑐 foi o MATLAB 7.1. Para

tanto, foi necessário alguns conhecimentos de linguagem de programação do software,

além de conhecer algumas funções para, por exemplo, plotar gráficos, realizar a

transformada inversa de Laplace, criar uma nova função no MATLAB, dentre outros.

O principal ambiente trabalhado ao utilizar o software foi o “Editor”, onde é

possível criar uma série de comandos e posteriormente executá-los de uma só vez.

Contudo, este ambiente aceita somente os comandos, ou seja, todas as respostas para as

funções e blocos de programação criados, são geradas na janela “Command Window”. Esta

janela também aceita entrada de funções, todavia é inviável criar linhas de programação

neste ambiente já que ele serve para gerar respostas ou executar funções simples seguidas

de seus resultados.

34

Uma das grandes vantagens do software MATLAB, é a possibilidade que o usuário

possui de criar novas funções. A sintaxe utilizada para realizar este desenvolvimento é:

function x = nomedafunção(variáveis).

Graças a esta alternativa, foi criada a função NRsdivision, para calcular as raízes

de um polinômio de grau n com até um par de raízes complexas, baseada no método de

Newton-Raphson com divisões sintéticas (CONSTANTINIDES; MOSTOUFI, 2000; p.

41), o qual será tratado no item 3.3.3.

Além disso, foi de extrema importância o uso das funções “while” e “for”, pois a

partir delas foi possível gerar blocos loops de programação. Estes têm o objetivo de

realizar comandos até que determinada condição seja estabelecida (CAMPOS; 2013, p.

56).

As duas funções geram blocos loops, contudo devido à maneira como se

estruturam os comandos dentro do loop de cada função, pode ser mais fácil migrar o

raciocínio utilizado pelo programador para uma função do que para outra.

Por fim, utilizada na fase de resultados e discussão da monografia, é importante

ressaltar o uso da função “ilaplace”, a qual foi executada para realizar a transformada

inversa de Laplace e gerar a função que descreve o sistema proposto por Douglas (1972).

3.3 DESENVOLVIMENTO DA PROGRAMAÇÃO

3.3.1 Método da Bissecção

Segundo Chapra e Canale (2008, p. 101), o método da bissecção consiste em

procurar as raízes de uma função por inspeção de uma faixa de pesquisa, ou seja, adotam-

se dois valores de x de uma função, sendo que:

𝑓(𝑥𝑖) 𝑓(𝑥𝑠) < 0

Sendo:

𝑥𝑖 - limite inferior de pesquisa

𝑥𝑠 – limite superior de pesquisa

𝑓(𝑥𝑖) – resultado da função no ponto 𝑥𝑖

35

𝑓(𝑥𝑠) – resultado da função no ponto 𝑥𝑠

Assim que a faixa de pesquisa for estabelecida, o método da bissecção segue os

seguintes passos:

1. Cálculo de 𝑥𝑚 = 𝑥𝑖 + 𝑥𝑠

2 (3.4)

2. Cálculo de:

𝑓(𝑥𝑖) 𝑓(𝑥𝑚) (3.5)

Se 𝑓(𝑥𝑖) 𝑓(𝑥𝑚) < 0 → 𝑥′𝑖 = 𝑥𝑖 𝑒 𝑥′𝑠 = 𝑥𝑚 (segue para o passo 3) (3.6)

Se 𝑓(𝑥𝑖) 𝑓(𝑥𝑚) > 0 → 𝑥′𝑖 = 𝑥𝑚 𝑒 𝑥′𝑠 = 𝑥𝑠 (segue para o passo 3) (3.7)

Se 𝑓(𝑥𝑖) 𝑓(𝑥𝑚) = 0 → 𝑥𝑚 = 𝑟𝑎𝑖𝑧 𝑑𝑎 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 (fim das iterações) (3.8)

3. 𝑥𝑚 = 𝑥′𝑖 + 𝑥′𝑠

2 (3.9)

4. € = |𝑥𝑚

𝑛𝑜𝑣𝑜− 𝑥𝑚𝑣𝑒𝑙ℎ𝑜

2| 𝑥100 (3.10)

Se € ≤ Tolerância Encerra o processo

Se € ≥ Tolerância Volte para o passo 1

Sendo:

𝑥𝑚 – média entre os limites superior e inferior escolhidos para faixa

de pesquisa

𝑓(𝑥𝑚) – resultado da função no ponto 𝑥𝑚

€ - erro gerado pela diferença entre as médias dos valores de 𝑥𝑚𝑛𝑜𝑣𝑜e

𝑥𝑚𝑣𝑒𝑙ℎ𝑜. Este, quando comparado com a tolerância, estabelece se o método iterativo

da bissecção será finalizado ou se continua com a pesquisa.

A Figura 7 ilustra as três primeiras iterações do método da bissecção, em que é

possível observar a convergência dos valores até que se satisfaça uma condição de

tolerância pré-estabelecida.

36

Fonte: CHAPRA; CANALE, 2008; p. 102

Para o problema proposto, o programa feito no MATLAB (Apêndice C), solicita ao

usuário que entre com os coeficientes do numerador e denominador, além da faixa de

pesquisa utilizada no método da bissecção.

Com estes dados, o programa realiza os cálculos para encontrar o valor de 𝐾𝑐 que

torna o sistema instável, considerando uma tolerância de 0,001. Ou seja, o método da

bissecção se mantém em loop até encontrar um valor de 𝐾𝑐 cujas raízes possuam partes

reais positivas (sistema instável) e a diferença entre o 𝐾𝑐 novo e o velho deve ser menor

que 0,001. Satisfeitas estas condições, cessam as iterações e obtem-se o valor crítico do

ganho proporcional.

3.3.2 Método de Newton Raphson com Divisões Sintéticas

O método de Newton Raphson tem o objetivo de estimar as raízes de uma função

utilizando a derivada desta função (reta tangente à curva em um determinado ponto) e a

intersecção desta derivada com o eixo das abcissas até encontrar a melhor aproximação

para o valor desejado (raiz da função). A repetição deste processo gera um método

iterativo, o qual é descrito pela equação 3.11 (SPERANDIO; MENDES; SILVA; 2003; p.

26).

𝑥𝑛+1 = 𝑥𝑛 − 𝑓(𝑥𝑛)

𝑓′(𝑥𝑛) (3.11)

Figura 7 – Representação gráfica das três primeiras iterações para a pesquisa das raízes pelo método

da Bissecção.

Figura 7 - Representação gráfica das três primeiras iterações para a pesquisa das raízes

pelo método da Bissecção.

37

A Figura 8 demonstra como funciona cada iteração no método de Newton-

Raphson, em que 𝑥𝑖 é a estimativa inicial, 𝑓(𝑥𝑖) é o valor da função neste ponto, 𝑓′(𝑥𝑖) é a

derivada ou reta tangente à curva neste ponto e 𝑥𝑖+1 é a intersecção da derivada com o eixo

das abcissas, o que gera a estimativa para a iteração seguinte.

Fonte: CHAPRA; CANALE, 2008; p. 121

O diferencial do método de Newton Raphson com divisões sintéticas consiste em

utilizar a equação 3.13 para gerar a primeira aproximação, ou seja, o usuário não necessita

entrar com uma estimativa inicial para a raiz da função. Contudo, este tipo de tratamento

só é possível para polinômios que possuem não mais que um par de raízes complexas

(CONSTANTINIDES; MOSTOUFI; 2000; p. 38)

𝑓(𝑥) = 𝑎0𝑠𝑛 + 𝑎1𝑠𝑛−1 + 𝑎2𝑠𝑛−2 + (… ) + 𝑎4 (3.12)

𝑥0 = −𝑎2

𝑎1 (3.13)

Sendo:

𝑓(𝑥) – um polinômio de grau n

𝑎𝑛 – coeficientes do polinômio

𝑠𝑛 – variáveis da transformada de Laplace

Figura 8 - Representação gráfica do Método de Newton-Raphson

38

𝑥0 – estimativa inicial para raiz da função

Após o cálculo da primeira raiz, utilizando o valor inicial proveniente da equação

3.5, obtêm-se um novo polinômio de grau n-1. Este polinômio é gerado pelo bloco de

programação descrito abaixo, em que “a” é o vetor com os coeficientes do polinômio de

grau n, “b” é o vetor com os coeficientes do polinômio de grau n-1 e “r” é o vetor que

indica a posição dos coeficientes dentro dos vetores. Assim que são calculados todos os

coeficientes do polinômio n-1 utilizando a raiz, inicia-se uma nova pesquisa pelo método

de Newton-Rhapson e pela equação 3.5 (CONSTANTINIDES; MOSTOUFI; 2000; p. 38),

retornando a próxima raiz.

for r = 2:k b(r) = a(r) + b(r-1)*x1;

end

Sendo:

k – vetor que começa em 5 e decresce de uma unidade até 3

r – vetor que começa em 2 e vai até 5

b(r)- novo coeficiente do polinômio associado à variável de

grau estipulado por r

b(r-1) – coeficientes do polinômio de grau n-1 associado à

variável de grau estipulado por (r – 1)

a(r) – coeficiente do polinômio de grau n.

Este procedimento é repetido até que o polinômio atinja o grau 2, então as raízes

passam a ser calculadas pela equação 3.14, fórmula de Bhaskara.

𝑥 =−𝑏±√𝑏2−4𝑎𝑐

2𝑎 (3.14)

As linhas de programação para o método de Newton-Raphson com divisões

sintéticas estão descritas na íntegra no Apêndice D.

3.3.3 Determinação da Estabilidade do Sistema

O critério de estabilidade utilizado para análise da estabilidade do sistema é o

Critério de Routh-Hurwitz, cujo desenvolvimento teórico foi apresentado no item 2.4.

39

Assim, considerando o denominador da equação característica (equação 3.1) para

a análise da estabilidade, tem-se as equações 3.15, 3.16 e 3.17, as quais devem satisfazer a

primeira etapa do Critério de Routh-Hurwitz, em que todos os coeficientes do polinômio

do denominador devem ser positivos.

𝐾𝑐 > 0 (3.15)

83,0632 + 2,98𝐾𝑐 > 0 (3.16)

51,2327 + 6,705𝐾𝑐 > 0 (3.17)

A segunda etapa consiste no arranjo de Routh, descrito pela Tabela 2. A

disposição e o cálculo dos elementos foram feitos de maneira análoga as demonstrações

desenvolvidas no tópico 2.4.

A análise da primeira coluna do arranjo resulta que 𝐾𝑐 é estável dentro do

intervalo descrito pela equação 3.18.

0 < 𝐾𝑐 < 75,1584 (3.18)

Portanto, para o critério de Routh-Hurwitz, que é um método analítico, obtêm-se

como resposta para o valor crítico do ganho proporcional 75,1584. Para ratificar este

resultado por outro método de pesquisa, foi utilizado o software MATLAB para elaborar

uma programação que encontre o valor crítico do ganho proporcional, a qual foi proposta

por Constantinedes e Mostoufi (2000, p.39).

Linha

1

2

3

4

5

Tabela 2 - Arranjo de Routh para o problema proposto

40

3.4 SIMULAÇÃO PARA DIFERENTES VALORES DO GANHO PROPORCIONAL

Após encontrar o valor crítico para o ganho proporcional utilizando o método

numérico da bissecção, proposto pro Constantinedes e Mostoufi (2000, p.39), elegeram-se

três valores de Kc: 50 (região de estabilidade) , 75,1495 (ponto crítico) e 100 (região de

instabilidade); afim de realizar a análise da estabilidade do sistema.

Desta feita, obtiveram-se três equações características para o sistema, de acordo

com os valores do ganho proporcional (equações 3.19 a 3.21).

𝐺(𝑠) =𝑠4+ 11,5𝑠3+ 47,49𝑠2+ 232,0632𝑠+ 386,4826

𝑠4+ 11,5𝑠3+ 47,49𝑠2+ 83,0632𝑠+ 51,2326 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐾𝑐 = 50 (3.19)

𝐺(𝑠) =𝑠4+ 11,5𝑠3+ 47,49𝑠2+ 307,0087𝑠+ 555,1100

𝑠4+ 11,5𝑠3+ 47,49𝑠2+ 83,0632𝑠+ 51,2326 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐾𝑐 = 75,1495 (3.20)

𝐺(𝑠) =𝑠4+ 11,5𝑠3+ 47,49𝑠2+ 381,0632𝑠+721,5326

𝑠4+ 11,5𝑠3+ 47,49𝑠2+ 83,0632𝑠+ 51,2326 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐾𝑐 = 100 (3.21)

Assim, o Quadro 1 demonstra em detalhes a simulação de cada sistema proposto.

Kc = 50

Kc = 75,1495

Kc = 100

Quadro 1- Simulações usando residue para cada valor de K_c, dados os

coeficientes polinomiais da função de transferência do numerador e denominador

41

Para a simulação feita, foi utilizada a função “residue”, cuja sintaxe está descrita

abaixo. Esta função possibilita obter a expansão em frações parciais da equação

característica do sistema, com os resultados das raízes (p), coeficientes das variáveis (C) e

constantes (k). A partir disso, foi possível realizar a transformada inversa de Laplace para

análise do comportamento dinâmico do sistema proposto por Douglas (1972).

[C,p,k]= residue(vetor1,vetor2)

Sendo:

vetor1 – vetor com os coeficientes do numerador

vetor2 – vetor com os coeficientes do denominador

Um detalhe importante é que todos os cálculos feitos até então foram realizados

na transformada de Laplace da equação que descreve o sistema. Além disso, a resposta

para a função “residue” facilita a transformada inversa de Laplace, ou seja, ela retorna

respostas algebricamente tratadas para aplicar a transformada inversa de Laplace

diretamente, como poderá ser visto no tópico 4 Resultados e Discussão.

Outra alternativa para o cálculo das raízes da equação característica, é o Método

do Lugar das Raízes (GRUPO PET – ENG ELÉTRICA UFMS Junho – 2003, pág. 12)

Para aplicá-lo no software MATLAB, basta entrar com os coeficientes do polinômio do

numerador e do denominador, utilizando a função cuja sintaxe é:

rlocus(vetor1,vetor2)

O Quadro 2 demonstra as linhas de programação para simulação utilizando o

método do lugar das raízes (linhas de programação no Apêndice A).

42

Kc = 50

Kc = 75,1495

Kc = 100

Quadro 2 - Simulações usando rlocus para cada valor de K_c, dados os coeficientes

polinomiais da função de transferência do numerador e denominador.

43

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao executar o programa criado para procura do valor crítico para o ganho

proporcional, entrou-se com os coeficientes do numerador e denominador da equação

característica. Posteriormente, entrou-se com a faixa de pesquisa ou limites inferior e

superior, sendo que neste caso foi utilizada a faixa de 0 a 100. Finalmente, entrou-se com o

tipo de pesquisa, que foi o método de Newton-Raphson com divisões sintéticas e o

programa executa todos os cálculos.

Após a execução do programa e consequente obtenção do valor crítico para o

ganho proporcional, foi feita a simulação para os três casos citados no tópico 3.4. A figura

11, exemplificada no tópico anterior, demonstra com detalhes da simulação utilizada e o

Quadro 3, a seguir, demonstra os resultados para estas simulações.

A Figura 9 mostra na tela “Command Window” os resultados que o programa

retorna durante a pesquisa para o valor de Kc, o qual torna o sistema instável e satisfaz a

condição de tolerância, dada pela equação 4.1:

|𝐾𝑐1 − 𝐾𝑐2 | < 0,001 (4.1)

Sendo:

𝐾𝑐1- Limite inferior de pesquisa

𝐾𝑐2- Limite superior de pesquisa

Coeficientes Raízes Constante

1,7320 -8,4951 1

-0,0041 -2,2452

0,8681 + 1,5679i -0,3798 - 4,485i

0,8681 - 1,5679i -0,3798 + 4,485i

Coeficientes Raízes Constante

-1,9932 -9,2527 1

-0,0027 -2,2466

0,9980 + 1,7853i -0,0000 + 5,1669i

0,9980 - 1,7853i -0,0000 - 5,1669i

Coeficientes Raízes Constante

-2,1981 -9,8512 1

-0,0021 -2,2473

1,1001 + 1,9573i 0,2992 + 5,701i

1,1001 - 1,9573i 0,2992 - 5,701i

Kc = 50

Kc = 75,1495

Kc = 100

Quadro 3 – Resultados dos cálculos para pesquisa de um valor crítico para o ganho

proporcional.

44

Figura 9– Resultados dos cálculos para pesquisa de um valor crítico para 𝐾𝑐. Figura 9 - Resultados dos cálculos para pesquisa de um valor crítico para 𝐾𝑐.

45

O segundo procedimento para calcular as raízes, foi o método do lugar das raízes.

Este retornou os mesmos resultados, contudo, para respostas gráficas.

As figuras 10, 11 e 12 demonstram os resultados das raízes da equação

característica para os valores do ganho proporcional de 50 (região de estabilidade),

75,1495 (região crítica) e 100 (região de instabilidade).

-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

50.160.30.460.60.720.84

0.92

0.98

0.160.30.460.60.720.84

0.92

0.98

123456789

Método do Lugar das Raízes para Kc = 50

Real Axis

Imagin

ary

Axis

Figura 100 - Método do Local das raízes da equação característica para 𝐾𝑐 = 50.

Figura 10 - Método do Local das raízes da equação característica para 𝐾𝑐 = 50.

46

-10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0-6

-4

-2

0

2

4

60.140.280.420.560.70.82

0.91

0.975

0.140.280.420.560.70.82

0.91

0.975

246810

Método do Lugar das Raízes para Kc = 75,1495

Real Axis

Imagin

ary

Axis

-10 -8 -6 -4 -2 0 2-6

-4

-2

0

2

4

60.160.340.50.640.76

0.86

0.94

0.985

0.160.340.50.640.760.86

0.94

0.985

246810

Método do Lugar das Raízes para Kc = 100

Real Axis

Imagin

ary

Axis

Figura 11 – Método do Local das raízes da equação característica para 𝐾𝑐 = 75,1495.

Figura 12 – Método do Local das raízes da equação característica para 𝐾𝑐 = 100.

\\\\\\\\\\\\

Figura 11 - Método do Local das raízes da equação característica para 𝐾𝑐 = 75,1495.

Figura 12 - Método do Local das raízes da equação característica para Kc = 100.

47

Sabendo que as raízes localizadas no semiplano esquerdo tornam o sistema

estável e raízes localizadas no semiplano direito tornam o sistema instável, fica clara a

visualização da estabilidade do sistema utilizando o método do Llugar das Raízes. Este

resultado será ratificado ao plotar o gráfico do comportamento dinâmico da variável saída

(concentração do produto “C”) em relação ao tempo (t).

A partir destes resultados estruturou-se as frações parciais, em seguida, a

transformada inversa de Laplace e posteriormente a análise do comportamento dinâmico

do sistema.

As equações 4.2 a 4.4 são os resultados da transformada inversa de Laplace para

cada valor do ganho proporcional adotado.

𝑐1(𝑡) = 𝛿(𝑡) + 1,732𝑒−8,4951𝑡 − 0,0041𝑒−2,2452𝑡 + 2𝑒−0,3798𝑡⌈0.8681𝑐𝑜𝑠(−4,485𝑡) + 1,5679𝑠𝑒𝑛(−4,485𝑡)⌉ (4.2)

𝑐2(𝑡) = 𝛿(𝑡) − 1,9932𝑒−9,2527𝑡 − 0,0027𝑒−2,2473𝑡 + 2⌈0,9980𝑐𝑜𝑠(5,1669𝑡) + 1,7853𝑠𝑒𝑛(5,1669𝑡)⌉ (4.3)

𝑐3(𝑡) = 𝛿(𝑡) − 2,1981𝑒−9,8512𝑡 − 0,0021𝑒−2,2473𝑡 + 2𝑒0,2992𝑡⌈1,001𝑐𝑜𝑠(−5,701𝑡) + 1,9573𝑠𝑒𝑛(−5,701𝑡)⌉ (4.4)

Sendo:

𝑐1(𝑡)- resposta da equação para um ganho proporcional de 50 (concentração

do produto, “C”).

𝑐2(𝑡)- resposta da equação para um ganho proporcional de 75,1495

(concentração do produto, “C”).

𝑐3(𝑡)- resposta da equação para um ganho proporcional de 100

(concentração do produto, “C”).

𝑡- tempo.

𝛿(𝑡) - transformada inversa de Laplace de 1 (resposta ao impulso).

𝑒- exponencial

A partir das equações 4.2, 4.3 e 4.4, pode-se plotar os gráficos e fazer a análise do

comportamento dinâmico do processo controlado.

As Figuras 13, 14 e 15 demonstram os resultados dos comportamentos dinâmicos

para os valores de 𝐾𝑐: 50 (região de estabilidade), 75,1495 (ponto crítico) e 100 (região de

instabilidade); respectivamente. As linhas de programação para plotar estas equações estão

descritas em detalhes no Apêndice B.

48

A Figura 13 representa o comportamento dinâmico do processo controlado para

𝐾𝑐 = 50, ou seja, as raízes da equação característica com partes reais no semiplano

esquerdo (região de estabilidade).

Neste caso, para um ganho proporcional na região de estabilidade (𝐾𝑐 = 50),

observa-se que há um amortecimento do desvio gerado até que o sistema estabilize, ou

seja, amplitude das oscilações diminui até tender ao valor em estado estacionário, dentro

do intervalo de tempo analisado (0 a 10 minutos).

Em sua maioria, as plantas químicas procuram este tipo de resposta para o

sistema, já que os controladores são utilizados para manter as variáveis resposta o mais

próximo possível do set point (estado estacionário).

Figura 13 – Comportamento dinâmico do processo controlado, adotando 𝐾𝑐 = 50

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

Tempo

C(t

)

Comportamento Dinâmico do Processo, para Kc = 50

Tempo (min)

49

Figura 13– Comportamento dinâmico do processo controlado, adotando 𝐾𝑐 = 75,1495

Figura 15 – Comportamento dinâmico do processo controlado, adotando 𝐾𝑐 = 100

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Tempo

C(t

)

Comportamento Dinâmico do Processo, para Kc = 75,1495

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

Tempo

C(t

)

Comportamento Dinâmico do Processo, para Kc = 100

Tempo (min)

Tempo (min)

50

O segundo caso (figura 14) é para o ganho proporcional em seu ponto crítico.

Observa-se que as oscilações neste ponto tendem a se manter dentro de uma mesma

amplitude, no limiar da região de instabilidade. Qualquer desequilíbrio no sistema levará o

processo para região de instabilidade, portanto, nas plantas químicas, o ponto crítico é

utilizado como parâmetro para o dimensionamento do controlador e associado a ele, um

coeficiente de segurança (SMITH; CORRIPIO, 2008, p. 192).

O terceiro caso, representado pela figura 15, ilustra o comportamento dinâmico do

processo controlado para um ganho proporcional que gera raízes com partes reais

positivas, ou seja, no semiplano direito. Desta maneira, é notável o aumento da amplitude

das oscilações, caracterizando a instabilidade do sistema e a ineficiência do controlador

para o ganho proporcional adotado.

É válido lembrar que o resultado do comportamento dinâmico do processo

controlado é dado em variável desvio, por isso as curvas possuem o zero como valor inicial

ou de referência. Além disso, ao ampliar a curva em que 𝐾𝑐 = 50 (figura 16), ou seja, em

que o comportamento é estável, nota-se a presença do off-set (erro residual), característico

do controle proporcional.

25.32 25.34 25.36 25.38 25.4 25.42 25.44 25.46 25.48

-2.5

-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

x 10-3

Tempo

C(t

)

Comportamento Dinâmico do Processo, para Kc = 50

Figura 14 – Erro residual presente após a estabilização do sistema realizada pelo controle

proporcional

Tempo (min)

51

Portanto, obteve-se 𝐾𝑐 = 75,1495 para o método numérico da bissecção. Deste

modo, para valores do ganho proporcional acima do ponto crítico, terão raízes com partes

reais positivas (sistema instável) e para valores inferiores ao ponto crítico, terão raízes com

partes reais negativas (sistema estável).

É importante destacar que a diferença entre o valor crítico do ganho proporcional

encontrado pelo critério de Routh-Hurwitz e pelo método da Bissecção se dá pois este é

um método numérico e portanto trabalha por aproximações, ao contrário do primeiro que é

um método analítico.

52

5 CONCLUSÃO

Através da análise da estabilidade, foi possível concluir que para um reator CSTR

isotérmico em condições de trabalho estacionárias, onde ocorre uma reação química de

pseudo-primeira ordem e com o objetivo de manter a concentração do produto em um

determinado set point, o controle proporcional apresenta uma resposta satisfatória

dependendo do valor adotado para o ganho proporcional e da aceitação deste tipo de

controle.

Neste caso, obteve-se o valor de 75,1495 como o valor crítico para o ganho

proporcional. A análise do comportamento dinâmico do processo controlado através do

gráfico da variável desvio concentração do produto “C” em relação ao tempo comprova

que o sistema é estável, contudo qualquer aumento na grandeza da perturbação acarretará

na instabilidade do processo. Assim sendo, para o controle atuar na prática, o valor crítico

para o ganho proporcional deve ser associado a um coeficiente de segurança, definido no

projeto de elaboração do controle.

Para valores do ganho proporcional maiores do que 75,1495, o comportamento

dinâmico do processo controlado apresentou oscilações com amplitudes crescentes,

caracterizando a instabilidade do sistema. Deste modo, para valores a cima deste limite o

controle se torna insatisfatório.

Para valores do ganho proporcional menores do que 75,1495, o comportamento

dinâmico do processo controlado apresentou oscilações com amplitudes decrescentes,

caracterizando a estabilidade do sistema. Assim, o valor adotado para o ganho proporcional

dentro da faixa de estabilidade dependerá da necessidade do projeto, já que quanto maior a

velocidade de estabilização do sistema maior o custo do controle.

Além disso, o erro residual gerado impacta diretamente no limite de especificação

requisitado pelo cliente. Portanto, o controle proporcional deve ser usado com cautela, já

que em muitos casos a concentração de um produto deve obedecer a uma faixa de

especificação restrita.

53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARIS, R.; AMUNDSON, N. R. Na analysis of chemical reactor stability and

control. Minneapolis, Minnesota, 1958.

CAMPOS, F. F., Introdução ao MATLAB. Belo Horizonte: UFMG ; 2013.

CHAPRA, S. C.; CANALE, R. P. Métodos Numéricos para Engenharia. São

Paulo: McGraw-Hill, 2008.

CONSTANTINIDES, A.; MOSTOUFI, N. Numerical Methods for Chemical

Engineers with MATLAB Applications. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil,Ltda,

2000.

COUGHANOWR, D. R.; KOPPEL, L. B. Análise e controle de processos. Rio de

Janeiro: Guanabara Dois, 1991.

DOUGLAS, J. M., Process Dynamics and Control, vol. 2, Prentice Hall,

Englewood, Cliffs, NJ,1972.

FOGLER, H. S. Elementos da Engenharia das Reações Químicas. Rio de

Janeiro: LTC, 2002. 3ed.

GRUPO PET – ToolBox de Sistema de Controle de MATLAB, Campo Grande:

UFMS – 2003.

IGARASHI, E. M. S. Análise de estabilidade de um processo controlado.

Monografia (Trabalho de conclusão de curso) – Escola de Engenharia de Lorena,

Universidade de São Paulo, Lorena, 2013.

KWONG, W. H. Introdução ao controle de processos químicos com

MATLAB, vol. 1, São Carlos: EdUFSCar, 2002.

LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas. São Paulo: Edgard

Blücher, 2000, 3ed.

SMITH, C. S.; CORRIPIO, A. B. Princípios e prática do controle automático

de processos. Rio de Janeiro: LTC, 2008. 3 ed.

SPERANDIO, D.; MENDES, J. T.; SILVA, L. H. M. Cálculo Numérico

Características Matemáticas e Computacionais dos Métodos Numéricos. São Paulo:

Pearson Prentice Hall, 2003;

STEPHANOPOULOS, G. Chemical process control: An introduction to theory

and practice. New Jersey: Prentice Hall, 1984.

54

APÊNDICE A – Programação para o método do lugar das raízes.

% Método do Lugar das Raízes

%para Kc=75.1495 num = [1 11.5 47.49 83.0632 51.2326]; denom = [1.0000 11.5000 47.4900 307.0087 555.1100]; rlocus(num,denom); title('Método do Lugar das Raízes para Kc = 75,1495') grid

%para Kc=50 num = [1 11.5 47.49 83.0632 51.2326]; denom = [1.0000 11.5000 47.4900 232.0632 386.4826]; rlocus(num,denom); title('Método do Lugar das Raízes para Kc = 50') grid

%para Kc=100 num = [1 11.5 47.49 83.0632 51.2326]; denom = [1.0000 11.5000 47.4900 381.0632 721.7326]; rlocus(num,denom); title('Método do Lugar das Raízes para Kc = 100') grid

55

APÊNDICE B – Programação para resultado gráfico do comportamento dinâmico do

processo controlado.

%GRÁFICOS PLOTADOS ISOLADAMENTE %para Kc=75.1495 t=linspace(0,10); a=2*(exp(0*t)); b=1.9934*exp(-9.2527*t); c=0.0027*exp(-2.2473*t); y=-b-c+a.*((0.9980*cos(5.1669*t))+(1.7853*sin(5.1669*t))); plot(t,y) y=dirac(t)-b-c+a.*((0.9981*cos(5.1670*t))+(1.7855*sin(5.1670*t))); plot(t,y) grid on xlabel('Tempo') ylabel('C(t)') title('Comportamento Dinâmico do Processo, para Kc = 75,1495')

%para Kc=50 t=linspace(0,100); a=2*(exp(-0.3798*t)); b=1.7320*exp(-8.4951*t); c=0.0041*exp(-2.2452*t); y=dirac(t)-b-c+a.*((0.8681*cos(-4.485*t))+(1.5679*sin(-4.485*t))); plot(t,y) grid on xlabel('Tempo') ylabel('C(t)') title('Comportamento Dinâmico do Processo, para Kc = 50')

%para Kc=100 t=linspace(0,10); a=2*(exp(0.2992*t)); b=2.1981*exp(-9.8512*t); c=0.0021*exp(-2.2473*t); y=dirac(t)-b-c+a.*((1.001*cos(-5.701*t))+(1.9573*sin(-5.701*t))); plot(t,y) grid on xlabel('Tempo') ylabel('C(t)') title('Comportamento Dinâmico do Processo, para Kc = 100')

56

APÊNDICE C – Programação para calcular o valor crítico do ganho proporcional.

clear all clc %usuário entra com os coef. do num e denom num = input ('coef. numerador polinomio = '); denom = input('coef. denominador polinomio = ');

disp('') %usuário entra com os limites de pesquisa para Kc Kc1 = input('Limite inferior da faixa de pesquisa= '); Kc2 = input('Limite superior da faixa de pesquisa= '); % pula uma linha disp('') disp(' 1) Newton-Raphson com divisão sintética')

method = input('Entre com 1 para o Método para Encontrar Raízes de

NR = ')

iter = 0; n1= length(num); % comprimento do numerador n2= length(denom); % comprimento do denominador c(1:n2-n1)= denom(1:n2-n1); % c é um vetor que retorna os

coeficientes do denom

%Loop para encontrar Kc crítico

while abs(Kc1 - Kc2) > 0.001 % Condição Inicial de tolerância iter = iter +1; if iter ==1 Kc = Kc1; % Limite inferior elseif iter==2 Kc = Kc2; % Limite superior else Kc = (Kc1 + Kc2)/2; % Aproximação seguinte (NOVO Kc) end

%Cálculo dos coef. do polinômio da forma canônica

for m= n2-n1+1:n2; c(m)= denom(m) + Kc*num(m-n2+n1); end

% Encontrar Raízes

switch method % calcula de acordo com o número para o método

inserido no início case 1 %Newton Raphson com divisões sintéticas root = NRsdivision(c); case 2 %Método do Autovalor root = roots(c); end

realpart = real(root); imagpart = imag (root);

%mosta os resultados dos cálculos para cada valor de Kc

57

fprintf('\n Kc = %6.4f\n Roots = ',Kc) for k = 1:length(root) if isreal(root(k)) fprintf('%7.5g ',root(k)) else fprintf('%6.4g',realpart(k)) if imagpart(k)>=0 fprintf('+%5.4gi ',imagpart(k)) else fprintf('-%5.4gi ',abs(imagpart(k))) end end end % Condição de Estabilidade do Sistema que Determina Quando o

Programa Deve Cessar

stbl=1; for m= 1: length(root) if realpart(m)> 0 stbl = 0; %sistema é instável break; end end

if iter == 1 stbl1= stbl; elseif iter == 2 stbl2 = stbl; if stbl1 == stbl2 error('Valor crítico está fora da faixa de pesquisa') break end else if stbl == stbl1 Kc1 = Kc; else Kc2 = Kc; end end end

58

APÊNDICE D – Programação para função NRsdivision criada para executar o

método de Newton-Raphson com divisões sintéticas.

%FUNÇÃO DE NEWTON RAPHSON

function x = NRsdivision(c,tol)

if nargin < 2 | isempty(tol) % número de argumentos de entrada de

uma função tol = 1e-6; end if tol == 0 tol = 1e-6; end

n = length(c)-1; a = c;

%Loop for k = n:-1:3 x0= -a(2)/a(1); x1 = x0 + 0.1; iter = 0; maxiter = 100;

% Resolução pelo Método de Newton Raphson

while abs(x0 - x1) > tol & iter < maxiter iter = iter + 1; x0 = x1; fnk = polyval(a,x0); %function fnkp = polyval(polyder(a),x0); %derivada if fnkp ~= 0 x1 = x0 - fnk/fnkp; %Next approximation else x1 = x0 + 0.01; end end

x(n-k+1) = x1; % raíz

% Cálculo dos Novos Coef. após a divisão feita pela raíz

encontrada anteriormente % b(1)= a(1); for r = 2:k b(r) = a(r) + b(r-1)*x1;

end if iter == maxiter disp ('Aviso: Maior Iteração Atingida!') end

clear a

a = b; clear b end

59

% Raízes que restaram do polinômio quadrático delta = a(2)^2 - 4*a(1)*a(3); x(n-1)= (-a(2) - sqrt(delta))/2*(a(1)); x(n)= (-a(2) + sqrt(delta))/2*(a(1));

x=x';