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Anais da XXI Jornada de Iniciação Científica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro CD-ROM, 2011. ISSN 1809-1342. Rastreamento de tecido lignificado por microscopia no infravermelho da seção transversal em Cuscuta Racemosa Mart. Luizmar de Assis Barros 1 ; Vinícius Cadete Bernardes 1 ; Thuanny de Santa Barbara Menezes 2 & Heber dos Santos Abreu 3 1. Discente do curso de Engenharia Florestal; 2. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq/UFRRJ, Discente do Curso de Engenharia Florestal; 3. Professor do Instituto de Florestas/Departamento de Produtos Florestais Palavras-chave: Lignina, plantas parasitas, espectroscopia. Introdução Cuscuta racemosa Mart. é uma planta parasita perene, aclorofilada, sem tricoma, herbácea, filiforme e possui caule frágil, exclusivamente propagada através de sementes (LORENZI, 2000). Essa planta acessa o xilema da hospedeira e se nutrem de sua seiva elaborada, afetando assim a produtividade do hospedeiro. Seus haustórios facilitam a entrada de patógenos que podem levar a planta parasitada à morte. Esta espécie, é originária do Chile, é comum acima do sudeste e regiões do sul do país, do estado do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. No Brasil, é usualmente associada com parasitismo em plantas ornamentais, (LORENZI, 2000). Com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre essa espécie, iniciou-se um estudo preliminar sobre a lignificação visando contribuir para o entendimento de seu significado biológico. Materiais e Métodos As amostras de C. racemosa foram coletadas na cidade de Seropédica RJ do hospedeiro Duranta repens aurea (pingo-de-ouro). Foram realizados cortes anatômicos transversais do caule com espessura de 10 – 20 µm, utilizando o micrótomo de Ranvier. Em seguida, os cortes desidratados com acetona durante 30 minutos. Os cortes foram colocados sobre uma lâmina de KBr, e registrados os espectros n loco através de um microscópio no infravermelho com detector MCT, acoplado a um espectrômetro FTIR (VARIAN 640-IR FT-IR spectrometer), de modo a verifica presença de tecido lignificado. Foi utilizado condições experimentais de Reflectância Difusa, registrando os espectros com 2 cm -1 de resolução, 128 varreduras com amplitude espectral entre 4000-700cm-1 e atenuação 7. Resultado e Discussão Os resultados mostraram que apesar do tecido de C. racemosa apresentar propriedades que leva a inexistência de lignina, o espectro no infravermelho do tecido transversal apresentou sinais que evidenciam presença de fenóis provavelmente lignificados. Este rastreamento serviu para fazer um diagnóstico prévio para estudos futuros estudos com a espécie, visando o entendimento do seu comportamento junto ao hospedeiro e sua dependência química. A Figura 1 mostra a seção transversal do caule de C. racemosa colorido com safrablau, indicando as possíveis regiões do caule que possuem tecidos lignificados, provavelmente tecidos vasculares pouco evidentes. Os sinais em 1500, e 1600 cm-1, pode ser uma indicação da existência de fenóis no tecido. Há necessidade de outros tratamentos na preparação do tecido para melhor visualização dos sinais.

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Anais da XXI Jornada de Iniciação Científica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

CD-ROM, 2011. ISSN 1809-1342.

Rastreamento de tecido lignificado por microscopia no infravermelho da seção transversal em Cuscuta Racemosa Mart.

Luizmar de Assis Barros1; Vinícius Cadete Bernardes1; Thuanny de Santa Barbara Menezes2

& Heber dos Santos Abreu3

1. Discente do curso de Engenharia Florestal; 2. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq/UFRRJ, Discente do Curso de Engenharia Florestal; 3. Professor do Instituto de Florestas/Departamento de Produtos Florestais Palavras-chave: Lignina, plantas parasitas, espectroscopia.

Introdução

Cuscuta racemosa Mart. é uma planta parasita perene, aclorofilada, sem tricoma, herbácea, filiforme e possui caule frágil, exclusivamente propagada através de sementes (LORENZI, 2000). Essa planta acessa o xilema da hospedeira e se nutrem de sua seiva elaborada, afetando assim a produtividade do hospedeiro. Seus haustórios facilitam a entrada de patógenos que podem levar a planta parasitada à morte. Esta espécie, é originária do Chile, é comum acima do sudeste e regiões do sul do país, do estado do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. No Brasil, é usualmente associada com parasitismo em plantas ornamentais, (LORENZI, 2000). Com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre essa espécie, iniciou-se um estudo preliminar sobre a lignificação visando contribuir para o entendimento de seu significado biológico.

Materiais e Métodos

As amostras de C. racemosa foram coletadas na cidade de Seropédica RJ do hospedeiro Duranta repens aurea (pingo-de-ouro). Foram realizados cortes anatômicos transversais do caule com espessura de 10 – 20 µm, utilizando o micrótomo de Ranvier. Em seguida, os cortes desidratados com acetona durante 30 minutos. Os cortes foram colocados sobre uma lâmina de KBr, e registrados os espectros n loco através de um microscópio no infravermelho com detector MCT, acoplado a um espectrômetro FTIR (VARIAN 640-IR FT-IR spectrometer), de modo a verifica presença de tecido lignificado. Foi utilizado condições experimentais de Reflectância Difusa, registrando os espectros com 2 cm-1 de resolução, 128 varreduras com amplitude espectral entre 4000-700cm-1 e atenuação 7.

Resultado e Discussão Os resultados mostraram que apesar do tecido de C. racemosa apresentar propriedades que leva a inexistência de lignina, o espectro no infravermelho do tecido transversal apresentou sinais que evidenciam presença de fenóis provavelmente lignificados. Este rastreamento serviu para fazer um diagnóstico prévio para estudos futuros estudos com a espécie, visando o entendimento do seu comportamento junto ao hospedeiro e sua dependência química. A Figura 1 mostra a seção transversal do caule de C. racemosa colorido com safrablau, indicando as possíveis regiões do caule que possuem tecidos lignificados, provavelmente tecidos vasculares pouco evidentes. Os sinais em 1500, e 1600 cm-1, pode ser uma indicação da existência de fenóis no tecido. Há necessidade de outros tratamentos na preparação do tecido para melhor visualização dos sinais.

Anais da XXI Jornada de Iniciação Científica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

CD-ROM, 2011. ISSN 1809-1342.

cm-1

Figura 1. Corte transversal do caule de Cuscuta reacemosa e respectivo espetro registrado por microscopia no infravermelho.

Conclusão Os resultados levaram a propor a existências de substância fenólicas com grande evidência de formação de lignina nos tecidos do vasculates.

Agradecimentos CAPES, FAPERJ E CNPq e o professor Pedro Germano na identificação da espécie.

Referências Bibliográficas

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2000. v. 1, 368 p.

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