Reboco Caído # 7
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# 7 - zine aperiódicoReboco Caído
Contatos com o zine Reboco Caído:www.rebococaido.blogspot.com - [email protected] - CX POSTAL: 100050, Niterói, RJ, Brasil,CEP 24020-971
Reboco Caído - # 7 Reboco Caído - # 7
Tenho um parafuso a menos,tenho a língua solta.
Não me acabo em silêncio,calada.
Minha proposta é o desabafo,a franqueza.Mas enfim,
há quem não goste de ouvir.Uso demais os adjetivos,e costumo ter o cuidado
de não ligarpara o que os outros pensam.
Descrevo exatamente,o que reflete em meu íntimo
o meu espelho.Meu coração
é a minha referência.Minha ligação com as palavras,
não é acusar,nem defender.São episódios,meus marcos,
meus pontos de vista.Se não acrescento,
pelo menos,não camuflo o que penso.
Por: Cecília Fidelli.Avaliação Crescendo
Por: Fabio da Silva Barbosa
Doce
Ser tão docequanto o açúcar
que empretece os dentese mata de diabetes.
Por: Kaio Bruno Dias
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Reboco Caído - # 7
Reboco Caído - # 7
unidade emancipadaimunidade antecipadahumanidade dissipadao sumo queimandoa seiva consumidaoxigênio no escuroda terra absorvidacores sem sentidonomenclaturas estranhasformas e padrõesportas e prisõesempregados e patrõessempre há soluçãomistura de ilusãoverdade e criaçãodestruição...tempo...espaço desocupado
.
.....cogniçãoignição.....
................
manifestação.....impulsão....
pulsão....coração.....pulmão......
sangue... dor ...solidão...alegria... nostalgia
imensidão....abismo iluminado
dia ensolaradodiversão....
um segundo...um minuto...aqui agora
daqui há uma hora...uma semana ...um ano...
quem sabe quando???quando......................
..........,,,,,..........Por: Murilo Pereira Dias
Subindo no telhado
Reboco Caído - # 7
Reboco Caído - # 7
VERMES NO SOVACO
Por: A Wild Garden
Lá do alto da sua pretensa superioridadeatira pedras, dita regrase dali manipula muitosque se afundam em insultosdissemina a segregaçãoe pensa que é ''mandão''mas acima de ti há fiosque são os que ditam teus atosvocê é uma marioneteque é util por tempo limitadoe de lá desta alturalogo está sendo jogado.
Por: Diego El Khouri
Enquanto ao cárcere do mundo me limitoem ser apenas um poeta cheio de víciosme transfiguro, me humilho vendosujar minha face as sete chagas de Cristo.
Uma agonia traiçoeira dessas que invadem a almabrotam no meu peito. Na bronha faleço.Sei que nada vejo a não ser as chagasque corroem minha alma, me xingam, me matam.
No mato solitário, no breu e sem cachorrochoro atrozmente como uma criança chora.Dinheiro, emprego, família, tudo tenho
só a paz que não vejo faz tempo.Numa necessidade filosófica passo horas a fiodormindo em ventres desnutridos.
AGORA MENOS DO QUE NUNCAPor: Ivan Silva
cricricricri...não se confunda com o meu silêncio.
BOM DE BRIGAPor: Wagner T.
Certa vez, comprei uma briga.
Depois a revendi baratinho, baratinho.
A fila dos interessados virava quarteirão.
EM OUTUBRO O REBOCO CAÍDONÚMERO 8 - COLETÂNEA ESPECIAL 1
ANO DE REBOCO - AGUARDEM
Reboco Caído - # 7
Reboco Caído - # 7
Reboco Caído - # 7
Reboco Caído - # 7
Eu Ser Humano, Eu Mulher,Eu Lésbica!
Sou o que aparento, mas também não sou apenasaparênciaSou uma mulher, mas também posso ser o que EU quiserSe eu quiser você e você me querer!
Hora sou triste, hora sou alegreHora careta,Hora LIBERTINA...Buscando o libidoBuscando para a vida um sentindoCom ou sem um Cristo.
Amores sem fim que trago em mim,Nomes, rostos e caprichos que aceiteiAlma, o que eu tanto doei!
Amores que vem e vãoAmores com pimenta,Com café,Chocolates, cerejas e um pouco de canção
Mulheres que muito ameiQue muito difamei e odieiMas que sempre amarei
Por: Anna Alchuffi
O Sem CaráterPor: Fabio da Silva Barbosa
Baba ovo, lambe botas, puxa sacoSempre bajulando seu algoz- Terrível velhacoDizíamos a uma só voz
Logo foi promovidoTornou-se um desprezível fiscalNão tolerava atraso ou conflitoNão podíamos passar mal
Tinha orgulho de ser odiadoAchava que não fazia parte dos trabalhadoresTodos preferiam ver o diaboque esbarrar com este maldito pelos corredores
Um dia o patrão ficou enjoadoDespediu o dedo duroHavia achado um novo brinquedoNão precisava mais do cu de burro
O fiscal ficou sozinhoSem amigos para conversarAvaliou todo seu empenhoPercebeu que estivera a se enganar
Aquilo não era apenas fazer seu trabalhoIa além de uma mera tarefaEsqueceu quem era e de onde veioAcreditou na mentira cega
Porque o sonhovirou pesadelo
Por: Fabio da Silva Barbosa
Quem menos trabalhamais direitos tem
Quem mais trabalhaé tratado como refém
Quem inventa armaé agraciado
Quem faz culturaé ignorado
Quem aceitaé massacrado
Quem vai a lutaé criminalizado
Mas têm estóriasque contam pra dormirSe estiver despreparado
pode até cair
Por: Fabio da Silva Barbosa
Depois de trinta anos de convivência, a esposa entra nobanheiro para escovar os dentes enquanto o marido tomabanho e diz:- Você ainda é um gatinho.O marido abre a cortina do box e põe a cabeça parafora:- Verdade? Você ainda me acha bonito?A mulher, com ar desanimado:- Não. Mas você ainda faz o cocô mais fedido que já vi.
O GATINHO
Mensagem do Coletivo ZineO COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA
COM PROPOSTA DE REUNIR ZINEIROS E PRODU-ZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICI-PANTE CONTRIBUI DA FORMA QUE PUDER. SEJANA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINIS-TRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO... O IM-PORTANTE É SOMAR ESFORÇOS E MULTIPLICARA DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR.
NA PIOR DAS HIPÓTESES, TEREMOS UMABOA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CON-FRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES.
ENTÃO, MÃOS À OBRA.MISTURE-SE.www.coletivozine.blogspot.com/
Reboco Caído - # 7 Reboco Caído - # 7
Reboco Caído - # 7 Reboco Caído - # 7
Não estava mais sentindo o chicote estalando emsuas costas. Já faziam dois dias que estava amarrado na-quela posição.
A dormência, provocada pelo cansaço, substituiu asua dor.
- Cinquenta e quatro, cinquenta e cinco, cinq... -Contava em voz alta, o seu senhor.
- Chiuaf! Chiuaf! - Silvava a vara nas costas docativo.
- Ocê num se meti a besta, nunca mais! - Dizia ocarrasco, enquanto transpirava de cansaço.
- Setenta e um, setenta e dois, set...Lembrou-se da Gâmbia, sua terra natal. Como deve-
riam estar seus pais? Como estariam todos em sua tribo?- Oitenta e três, oitenta e quatro, oit... - Seu senhor
contava, enquanto montava no cavalo.- Mama, mimi...nina... nyuma!
Mama,...mimi...nina...nyuma! - Arquejou o jovem escra-vo.
Abriu os olhos e viu novamente sua tribo, formadapor todos aqueles que se foram devido a ganância e a ig-norância do homem branco.
Foi, então, que o seu senhor bateu as esporas nocavalo e sumiu no horizonte, vivendo o resto de sua vidafeliz para sempre.
AcasoPor: Alexandre Mendes
Não estava mais sentindo o cassetete quebrandosuas costelas. O spray de pimenta o cegou e estava cadavez mais difícil respirar. A dormência, provocada pelocansaço, substituiu a sua dor.
- Esses baderneiros... Filhos da puta... - Comenta-va o capital
Os instrumentos eram utilizados sem o menor cons-trangimento. O som seco e surdo produzido era assusta-dor.
- BADERNEIRO... FILHO DA PUTA... - Berravao agressor enquanto descia o braço.
Lembrou-se de sua família, do porque resolveu seenvolver naquela manifestação. Será que conseguiriamimpedir a desocupação? Para onde iriam todos de sua co-munidade?
- Esses baderneiros... Filhos da puta... - O capitalcantarolava, enquanto olhava o noticiário da tv.
- Por favor... Não... Por favor... Sou trabalhador... -Arquejou o jovem espancado. Abriu os olhos e viu nova-mente sua comunidade, formada por todos aqueles que seforam devido a ganância e a ignorância do capital. Foi,então, que o senhor capital desligou a tv e encheu um copode whisky, vivendo feliz para sempre.
Acaso (versão paralela) Por: Fabio da Silva Barbosa
Andando pela madrugada, sentia as sombras inundaremseu corpo. Caminhava com tranquilidade, sem se impor-tar com as esquinas que passavam. A tristeza não lhe tra-zia sofrimento, pois tinham uma amizade antiga, daquelasem que podemos confiar. Pelo meio da rua, caminhavacompletamente a vontade. A garoa fina massageava seucrânio. Nada mais importava. A bota pisava no asfaltomolhado, deixando a água entrar pelo furo da sola. Osolhos apreciavam os prédios escuros, as marquises abri-gando quem não tem outro lugar para ir, pontos de ônibuscom passageiros atentos para não perder o próximo trans-porte (será que o próximo existe?)... Mas o que ele maisgostava de ver era a rua deserta. Apenas a escuridão, ele eos pingos caindo do céu. Esses trechos de pura solidão oalimentava como se fossem vitaminas. Continuou, passo apasso, se aproximando do destino (será?). Não havia pre-ocupação, apenas um caminhar tranqüilo e soturno parasabe lá onde.
Pela madrugadaPor: Fabio da Silva Barbosa
Na Terra dos Pseudos.Por: Fabio da Silva BarbosaBem vindo a Pseudolândia – A Terra dos Pseudos. Hoje iremosacompanhar o desenvolvimento de um típico cidadão Pseudo.Pegaremos o caso de Formildo. Formildo é fruto de uma típicafamília da Pseudolândia. Seus pais não suportavam atitudes racis-tas ou classistas, mas sempre ensinaram a Formildo que deveriase misturar com quem tivesse mais dinheiro que ele e casar commoça direita, mais branca que ele, para ir clareando a família.Formildo chegou a adolescência e virou um verdadeiro militan-te por um mundo melhor. Dedicava horas do seu dia na constru-ção de blogs e na escrita de textos revolucionários. Tinha Twitter,Faceboock, E-mail e MSN. Depois de militar incansavelmentepelo mundo virtual, ele vai lanchar em alguma multinacional,comer comida que não alimenta, ganhar um brinde idiota e, paradesgastar, vai ao shopping comprar algo supérfluo, mas que es-teja na moda. Por se dedicar ao protesto no mundo virtual, nun-ca comparece a manifestações ou a eventos do mundo real.Aprendeu que a política partidária é a melhor forma de lutar porum mundo ideal e mergulhou de cabeça. Para financiar sua cam-panha, fez acordo com empresários, latifundiários e todos quetivessem boas intenções o suficiente para ajudá-lo em sua cami-nhada. Viveu com fartura, fez churrasco, favoreceu a uma meiadúzia que o ajudou com votos de várias pessoas que nunca vi-ram as promessas se realizarem. Chegou a presidência, se apo-sentou sem nunca ter produzido nada de concreto, ficou velho esatisfeito. Morreu, construíram uma estátua e fizeram discurso.Sem dúvida era um exemplo do que é ser um homem de bem.Nos próximos capítulos de “Na Terra dos Pseudos”: vegetaria-nos carnívoros, pacifistas da indústria bélica, socialistas autori-tários, capitalistas bem intencionados e artistas alienados (mili-tantes da cultura do emburrecimento)
Vazio consciente.Por: Cecília FidelliUma lágrimatoca o rostoe se desprende do coraçãosem dar a menor satisfação.Quando dou por mim...índices baixíssimos de inspirações.
Que falta de ar !Aliar poesia com emoção,não é um jogo.É um passar mal excessivo,que pode atingir níveiscríticos.Névoas secas na
Obscene Extreme Fest é o nome do maior festival do mundovoltado para o som de peso (República Tcheca) e vale a pena darum confere no www.youtube.com/user/ObsceneExtremeFest solidão.