Recapitulando - PED - Alfabetizacao e Letramento - Cap3.pdf

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DISCIPLINA: Alfabezação e Letramento Neste terceiro capítulo apresentamos os principais métodos de alfabetização utilizados no Brasil. Uma das estratégias foi apresentá- los do ponto de vista histórico para termos sempre presente o contexto social, político e educacional em que foram criados e utilizados. Assim sendo, podemos dizer que a Revolução Francesa trouxe grandes novidades para a escola. E uma delas foi à responsabilidade com a educação das crianças, introduzindo a alfabetização como matéria escolar. Diante dessa nova realidade, as antigas cartilhas sofreram uma grande modificação. Com a escolarização o processo educativo da alfabetização precisava acompanhar o calendário escolar. O estudo foi dividido em lições, cada uma enfatizando um fato. O ensino silábico passou a dominar o alfabético. O método do bá, bé, bi, bó, bu começava a aparecer. Com poucas modificações superficiais esse tipo de cartilha iria ser o modelo dos livros de alfabetização. A moda das escolas que ensinavam as crianças a ler e a escrever espalhou-se pelo mundo. Apesar da escola se encarregar pela alfabetização, os alunos que frequentavam essas escolas pertenciam a famílias com certo status na sociedade. O povo simples e pobre continuava fora da escola. No Brasil até as primeiras décadas do século XX, a escolarização dos que frequentavam a escola pública não passava do segundo ou do terceiro ano. As primeiras cartilhas escolares até cerca de 1950 ainda davam

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  • DISCIPLINA: Alfabetizao e Letramento

    Neste terceiro captulo apresentamos os principais mtodos de alfabetizao utilizados no Brasil. Uma das estratgias foi apresent-los do ponto de vista histrico para termos sempre presente o contexto social, poltico e educacional em que foram criados e utilizados.

    Assim sendo, podemos dizer que a Revoluo Francesa trouxe grandes novidades para a escola. E uma delas foi responsabilidade com a educao das crianas, introduzindo a alfabetizao como matria escolar.

    Diante dessa nova realidade, as antigas cartilhas sofreram uma grande modificao. Com a escolarizao o processo educativo da alfabetizao precisava acompanhar o calendrio escolar. O estudo foi dividido em lies, cada uma enfatizando um fato. O ensino silbico passou a dominar o alfabtico. O mtodo do b, b, bi, b, bu comeava a aparecer. Com poucas modificaes superficiais esse tipo de cartilha iria ser o modelo dos livros de alfabetizao.

    A moda das escolas que ensinavam as crianas a ler e a escrever espalhou-se pelo mundo. Apesar da escola se encarregar pela alfabetizao, os alunos que frequentavam essas escolas pertenciam a famlias com certo status na sociedade. O povo simples e pobre continuava fora da escola.

    No Brasil at as primeiras dcadas do sculo XX, a escolarizao dos que frequentavam a escola pblica no passava do segundo ou do terceiro ano.

    As primeiras cartilhas escolares at cerca de 1950 ainda davam

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    nfase a leitura. Achavam importante ensinar o abecedrio. A leitura era feita atravs de exerccios de decifrao e de identificao de palavras, por meio das quais os alunos aprendiam as relaes entre letras e sons, seguindo a ortografia da poca. Havia um cuidado com a fala (e sobretudo com a pronuncia), voltado para o padro social, trazido para a escola atravs de textos de autores famosos. Copiava-se muito, e os modelos eram sempre os bons autores.

    Na dcada de 50 quando a escola comeou a se dedicar alfabetizao dos alunos pobres, carentes de recursos materiais e culturais na vida familiar, que empregavam dialetos diferentes da fala culta. A nfase passou a ser dada a produo escrita pelo aluno e no mais a leitura. O importante agora era aprender a escrever palavras. Em lugar do alfabeto, apareceram as palavras-chave, as slabas geradoras e os textos elaborados apenas com as palavras j estudadas numa ordem crescente de dificuldade. Completadas todas as letras o aluno comeava o seu livro de leitura. Agora tambm programado de maneira a ter dificuldades crescentes, libertando aos poucos o aluno da cartilha e levando-o a ler autores de textos infantis. Essa cartilha j trazia em si o esquema de todas as outras cartilhas que apareceram depois, at recentemente, caracterizando a alfabetizao pelo estudo da escrita e usando como tcnica o monta desmonta do mtodo do ba, b, bi, b, bu.

    A partir da utilizao de todos estes mtodos tinha-se a iluso que estava dando certo, mas no foi bem assim. O caminho suave proposto pelo mtodo misto no era to suave. Muitos alunos tinham dificuldade em seguir o processo escolar de alfabetizao, E as reprovaes na

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    primeira srie tornaram-se frequentes.

    At o advento do ciclo bsico na dcada de 80, a mdia de reprovao na primeira srie era cerca de 50%. Diante dessa realidade, muitos alunos abandonavam a escola, no conseguindo superar essa barreira inicial: outros desistiam logo depois, e apenas, uns poucos, cerca de 10% conseguiam concluir a ltima srie do ginsio (o que corresponderia ao nono ano do ensino fundamental hoje).

    Ao concluirmos este captulo queremos reafirmar que educao um direito, e que todas as pessoas tm o direito de aprenderem a ler e a escrever. Por isso to importante conhecermos as principais iniciativas que j existiram no sentido de alfabetizarmos a populao brasileira. No captulo quatro iremos estudar sobre o Letramento que apresenta um novo olhar sobre a alfabetizao. E no captulo cinco estudaremos sobre a Psicognese da Alfabetizao que um dos principais estudos nesta rea e que de certa maneira revolucionou a alfabetizao.