RECICLAGEM COMO FORMA DE...

Anais do III Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão

Tubarão, de 28 a 31 de março de 2011

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PRÁTICAS EDUCACIONAIS NA COLETA SELETIVA DE LIXO:

RECICLAGEM COMO FORMA DE APRENDIZAGEM

Camila Borges dos Anjos1 Cleusa Maria Vieira Cruz de Souza2

Cristina Felisbino Cipriano3 Gabriela Dobeis4

Helena Nascimento Gonçalves5 José João Rebelo Laguna6

Letícia Garcia Fragnani7 Maria Luzia Santina Correa Ricardo8

Mariani Ricardo Luiz9

Rosiane Prudêncio10 RESUMO: Aproveitando o tema meio-ambiente, apresentado como proposta de projeto integrador pela 20ª GERED para as escolas, durante o 4º bimestre do ano letivo de 2010, a Escola de E. F. Prefeito “Osny Pereira”, com o apoio dos bolsistas PIBID, direcionou os trabalhos sobre o destino do lixo no município de Jaguaruna/SC. O objetivo foi conscientizar os alunos quanto à coleta seletiva do lixo e o seu reaproveitamento. Como resultado temos: melhor conscientização dos alunos sobre a coleta seletiva e melhor reutilização de materiais recicláveis, venda do lixo reciclável e, ainda, maior relação do tema com os conteúdos realizados em sala de aula. Os meios envolvidos elogiaram a iniciativa e solicitaram à escola que continuasse com o projeto e expandindo para as famílias. E a escola assim o fez, desenvolvendo, um grandioso projeto no primeiro bimestre letivo de 2011. PALAVRAS-CHAVE: Lixo; Coleta Seletiva; Reciclagem. 1. Introdução

Este projeto teve início na Escola de Ensino Fundamental Prefeito Osny Pereira no 4º

bimestre do ano letivo de dois mil e dez a partir do tema meio ambiente proposto pela GERED (20ª Gerência Regional de Educação de Tubarão) e se expandiu ao primeiro bimestre do ano letivo de dois mil e onze. A partir daí foi observado que os alunos não conheciam algumas técnicas de tratamento do lixo, tais como: aterro sanitário, incineração, compostagem e coleta seletiva, incluindo o lixo eletrônico. Por necessidade da escola e a pedido do poder público e entidades envolvidas, foi dado continuidade ao projeto envolvendo toda escola. Desta forma, o projeto desenvolvido, tendo como título “As práticas educacionais na coleta seletiva do lixo” teve importância no que diz respeito à aprendizagem adquirida pelos alunos sobre a coleta, separação e reutilização do lixo, objetivando: conscientizar os alunos quanto à coleta seletiva do lixo e o seu aproveitamento; expandir essa conscientização para as comunidades; desenvolver habilidades artísticas através de material reciclável; desenvolver a integração dos alunos nas oficinas; proporcionar habilidades como pensar, compreender, emitir juízos e valores sobre a coleta seletiva; produzir material didático a partir do material reciclável; produzir frases, textos e gráficos sobre o lixo no município; oportunizar melhor conhecimento por meio de saída de campo e entrevista com entidades. Para que tais objetivos fossem alcançados foram realizadas algumas saídas de campo, entrevistas a órgãos públicos, oficinas de reaproveitamento de materiais coleta seletiva e atividades em sala de aula relacionando o tema do projeto ao conteúdo que o professor desenvolve em sala de aula.



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2. Estratégias de ensino: educação e lixo Como estratégias de ensino foram desenvolvidas algumas ações a partir de análise

feita em sala de aula: a) Visita ao aterro sanitário Somos sabedores que o lixão de Jaguaruna/SC foi desativado no ano de 2004 por uma

ação exigida pela Promotoria Estadual obrigando todos os municípios do estado a oferecerem um destino adequado aos lixões. No referido ano o prefeito assinou ajuste e conduta se responsabilizando com o destino do lixão de Jaguaruna, fechando o mesmo.

Com o intuito de mostrar ao aluno o que é um aterro sanitário, como é feita a coleta seletiva do lixo e também conhecer o destino do lixo de Jaguaruna, uma palestra foi realizada com um engenheiro ambiental objetivando explicar o processo da coleta, da composição de um aterro e do descarte de lixo. A participação dos alunos foi essencial com perguntas diversificadas e curiosas.

Figura 2.1: Visita ao aterro sanitário em Laguna – Fazenda Preto Velho

b) Entrevista aos Órgãos Públicos Entrevistas com autoridades e órgãos públicos foram realizadas pelos alunos,

utilizando um questionário com perguntas estruturadas elaboradas em sala de aula. O objetivo da entrevista foi saber se as entidades municipais e autoridades desenvolvem algum tipo de projeto referente à coleta seletiva do lixo no município.

Com o prefeito foram feitos tais questionamentos: 1- Para onde está indo o lixo de Jaguaruna? Resposta: O lixo de Jaguaruna está indo para Laguna em uma fazenda chamada Preto

Velho. 2- Qual o custo para o município? Resposta: 170 reais por tonelada, o que custa, em média, 800 mil a 900 mil reais por

ano. 3- Atualmente o Senhor Prefeito tem algum projeto quanto a coleta seletiva do lixo no

nosso município? Reposta: Não, mas seria importante começar pelas escolas. 4- Quanto à coleta seletiva do lixo, será que muitas famílias carentes se beneficiam no

nosso município? Resposta: Sim, muitas famílias vivem desse lixo.



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Figura 2.2: Entrevista com o Prefeito Entrevista com o vereador Geraldo Garcia:

1- O Senhor como responsável em aprovar as Leis que beneficiam a população de

Jaguaruna já fez algum projeto em relação a coleta seletiva do lixo? Resposta: Sim, foi o primeiro projeto que eu fiz na Câmara Municipal. Esse projeto foi

deixar os lixos reaproveitados em nosso município. 2- Qual a sua opinião quanto ao destino do lixo de Jaguaruna? Será que a coleta

seletiva do lixo já deveria estar acontecendo? Reposta: Sim, já deveria estar, começando pelas escolas. 3- Quanto a coleta do lixo você não acha que muitas famílias carentes poderiam ser

beneficiadas com esse projeto? Reposta: Sim, o projeto poderia ajudar muitas pessoas carentes e também poderia

cooperar com o município.

Entrevista com o vereador Alexandre Rodrigues: 1- O Senhor como responsáveis em aprovar as Leis que beneficiam a população de

Jaguaruna já fez algum projeto em relação a coleta seletiva do lixo? Reposta: Não, só a indicação de lixeiras para o município de Jaguaruna. Sei que não

pode ter um galpão e um aterro sanitário por causa do aeroporto, talvez poderia até ter no município de Treze de Maio/SC, que faz limite com o nosso município.

2- Qual a sua opinião quanto ao destino do lixo de Jaguaruna? Será que a coleta seletiva do lixo já deveria estar acontecendo?

Resposta: Com certeza deveria ter iniciado nas escolas a coleta seletiva do lixo. 3- Quanto a coleta do lixo você não acha que muitas famílias carentes poderiam ser

beneficiadas com esse projeto? Reposta: Sim, ajudaria muitas pessoas. Além de ajudar o município estaria ajudando,

também, muitas famílias carentes.

Entrevista com o presidente da CDL - Ênio Rocha Reynaldo: 1- Fomos informados que os lojistas de Santa Catarina desenvolvem o programa de

reciclagem dos lixos, como RECICLA DCL, como exemplo, CDL de Jaraguá do Sul, Joaçaba, Videira, Braço do Norte e outros. Aqui em Jaguaruna o CDL já desenvolveu ou



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planeja desenvolver algum tipo de projeto em relação a diminuição ou reciclagem dos lixos gerados em Jaguaruna?

Reposta: A CDL tentou junto com a prefeitura viabilizar um projeto de reciclagem, mas não teve resultado. Hoje, o CDL de Jaguaruna recolhe apenas os lixos eletrônicos que é feito em particular por uma empresa da cidade de Tubarão/SC.

2- A CDL já procurou o poder público para buscar soluções quanto ao destino dos lixos gerados no município de Jaguaruna?

Reposta: Sim, mas não obteve êxito. 3- Qual sua opinião quanto ao volume de lixo gerado em Jaguaruna e os custos ao

município ao transportá-lo para outro lugar? Resposta: O lixo está normal e o preço vale o transporte, mas deveria diminuir o lixo

para diminuir o custo com transporte. 4- Qual sua opinião quanto a implantação da coleta seletiva do lixo no nosso

município? Será que teria beneficio a famílias carentes? Reposta: Deveria ser feita a coleta seletiva em Jaguaruna e acho que beneficiaria

várias pessoas. Precisamos fazer uma sociedade e Jaguaruna melhor com a reciclagem.

Entrevista com a diretora da escola Kátia Maria Gentil Duarte: 1- Qual a sua opinião quanto a situação do lixo gerado na nossa Escola? Resposta: Nós precisamos mudar nossa atitude e ter a consciência de que o lixo gerado

na nossa escola deve ter um cuidado maior e melhor. 2- Você considera importante implantar uma seleção do lixo na nossa escola? Reposta: Sim, na escola, na comunidade e no município. Não só acho importante mais

necessário e urgente. 3- Quanto a situação do lixo gerado em Jaguaruna,como você poderia contribuir para a

diminuição e seleção dos mesmo,juntamente com a equipe escolar? Primeiramente fazer um trabalho com a equipe escolar e cada um dentro de suas casas

e sua vizinhança, dessa forma estaremos contribuindo. 4- Você considera importante o desenvolvimento do Projeto relacionado ao Meio

Ambiente? Com certeza, mas, que cada aluno participe desse projeto e tenha compromisso de

aplicar no dia-a-dia e não apenas no momento da apresentação.

Entrevista com Rotary Club - Alexandre Rodrigues: 1- O Rotary já procurou o poder público para buscar soluções quanto ao destino do

lixo no município de Jaguaruna? Resposta: No ano passado foi levado para o poder público. 2- Qual sua opinião quanto ao volume de lixo gerado em Jaguaruna e os custos ao

município ao transportá-lo para outro lugar? Resposta: R$ 17,00 é retirado dos nossos impostos, a gente pode montar uma empresa

de coleta seletiva de lixo e para separação de lixos recicláveis e o lixo não aproveitados serão enviados para outro galpão.

3- Qual sua opinião quanto a implantação da coleta seletiva do lixo no nosso município? Que benefícios traria as famílias carentes?

Resposta: Com certeza a coleta seletiva teria benefícios a famílias carentes, quanto ao município teria lucro, pois pagaria menos para outros municípios.



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Através das entrevistas os alunos observaram que algumas entidades já haviam se mobilizado com relação à coleta seletiva do lixo no município de Jaguaruna. Entre elas a Câmara de Dirigentes e Lojistas - CDL - que realiza a coleta do lixo eletrônico entre o comércio. E, a câmara de vereadores já havia encaminhado um projeto referente à coleta seletiva. Segundo o vereador Geraldo Garcia [...] foi o primeiro projeto que eu fiz na câmara municipal, esse projeto foi deixar os lixos reaproveitados em nosso município.

3. Explanação sobre a Compostagem e coleta seletiva do lixo

A explanação sobre compostagem e coleta seletiva do lixo, primeiramente, foi

direcionada aos alunos em sala de aula. Em um segundo momento, os alunos repassaram a explanação para a comunidade em geral destacando a importância da separação do lixo seco do lixo molhado, bem como, da importância da compostagem. Como amostra foram utilizados lixos orgânicos: restos de frutas, verduras, cascas, folhas secas e terra. Assim, os alunos explicaram para a comunidade como fazer a compostagem. O texto utilizado para auxiliar os alunos na explicação foi:

Compostagem é a atividade que transforma o lixo em adubo orgânico! Você já parou para pensar aonde vão os restos de comida que jogamos fora? Muitos de nós colocamos nas lixeiras domésticas. Mas, existe outro destino que ajuda a nutrir o solo: a compostagem. A maioria do lixo doméstico é composto de restos de alimentos (cascas de ovo, cascas de frutas, restos de comidas que sobram das nossas refeições) e varreduras ( folhas, galhos, flores ), ou seja, lixo orgânico. Este lixo pode servir como adubo pra o solo através de um processo chamado compostagem, que deixa o solo mais fértil e rico em nutrientes. A compostagem favorece o solo, pois fornece nutrientes que deixam o solo mais rico e fértil para plantar e manter a vida dos seres ali presentes. Por isso, fazer uma composteira é uma grande ideia! A compostagem melhora a estrutura do solo, e atua como adubo: ajuda a eliminar organismos causadores de doenças no solo e nas plantas: retém água nos solos; reduz o uso de herbicidas e pesticidas; reduz a contaminação e poluição atmosférica. (PAULO, 2009, p.28).

Figura 3.1: Explanação sobre a Compostagem e coleta seletiva do lixo



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4. Montagem de panfletos Tendo em vista a importância do reaproveitamento do lixo orgânico e a separação dos

lixos recicláveis foram elaborados panfletos com o seguinte título: “10 dicas para consumir usando a consciência”. Todos os alunos receberam os panfletos e distribuíram para a comunidade.

4.1: Dicas para consumir usando a consciência

5. Visita à Cidade e ao Depósito em que o Lixo é Armazenado

Os alunos do PIBID visitaram alguns pontos de Jaguaruna, onde se pôde encontrar

lixos jogados em locais inadequados, como por exemplo: na beira do mar, nas ruas, em terrenos baldios, etc. Para mostrar esta realidade do lixo na cidade, o ambientes que continham lixo foram fotografados e, então, apresentados aos alunos, tendo como objetivo conscientizá-los a jogar o lixo nos locais adequados.

A visita ao depósito em que o lixo é armazenado procurou observar quais os tipos de lixo que poderiam ser coletados na escola. Assim, buscou-se incentivar os alunos a fazer a coleta seletiva e trazer os lixos reutilizáveis para a escola. Turmas do sexto ao oitavo ano participaram da coleta seletiva do lixo realizada na escola e os lixos trazidos pelos alunos eram armazenados para que mais tarde fossem encaminhados ao depósito de lixo e assim, finalmente, vendidos.



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Figura 5.1 Depósito em que o lixo é armazenado

6. Repasse do projeto aos professores

Para reiniciar o projeto em 2011 foram feitos alguns encontros entre os bolsistas e supervisoras para traçar metas e ações. Uma das ações seria informar aos professores e pedir sugestões aos mesmos para colocar o projeto em prática.

Aos dezessete dias do mês de março de dois mil e onze, reuniram-se na escola, professores, assistentes técnicos, bolsistas do PIBID e Direção para uma reunião na qual foram tratados vários assuntos, entre eles, o projeto sobre o lixo. A Diretora deu as boas vindas e explicou o objetivo da reunião. Em seguida, passou a palavra para as supervisoras do projeto PIBID que explicaram como seriam desenvolvidos os trabalhos neste ano de 2011. Ficou claro que as bolsistas do PIBID estão na escola para aprender a serem professores. No ano de 2010, os bolsistas atuaram na parte do reforço escolar. Este ano, a equipe apresentou um projeto no Seminário de Formação de Professores realizado pela UNISUL – III SIMFOP, o qual procurou contemplar a interdisciplinaridade, o que fez com que não acontecesse mais o reforço escolar. O bolsista também não é apenas um espectador em sala de aula, mas sim, um membro ativo, interagindo com professores e alunos. As supervisoras Cleusa Maria Vieira Cruz de Souza e Maria Luzia Santina Correa Ricardo explanaram muito claramente o que é, o que quer e para que veio este projeto PIBID para a nossa unidade escolar. De acordo com a coordenação da Unisul, o trabalho em projeto contempla mais e melhor as ações pedagógicas, dentro de uma linha que abrange todas as disciplinas e seus conteúdos. As supervisoras deixaram bem claro que o bolsista da Unisul jamais pode ficar em sala de aula sem a presença do professor ao qual está acompanhando. O projeto desenvolvido teve como tema: “Práticas educacionais na coleta seletiva do lixo” e a seguir se tem todas as ações que foram realizadas dentro deste projeto.

Figura 6.1: Repasse para os professores



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7. Apresentação e palestra aos alunos

Após o repasse do projeto para os professores, os bolsistas do PIBID deram início a uma apresentação em forma de palestra sobre a situação do lixo, primeiramente, de modo geral (no mundo) e, logo, dando ênfase, ao município de Jaguaruna. As palestras continham imagens, dados relevantes como curiosidades, documentários e outras informações que despertassem o interesse dos alunos, bem como os fizessem compreender a importância do manejo adequado do lixo e a coleta seletiva. Assim, foi iniciada uma “gincana” com os alunos do ensino fundamental II a fim de ensiná-los a reduzirem a produção de lixo, além de mostrar que em nosso município há pessoas que trabalham com este tipo de material. Desta forma, os alunos ficaram encarregados de trazer o lixo seco produzido nas suas casas e na comunidade escolar. Com isso, tendo a finalidade de vender o lixo recolhido, ao término da palestra, foi distribuído um panfleto contendo os materiais e as suas devidas pontuações. Neste sentido, uma data foi estipulada para o término da competição e um dia da semana foi estabelecido para que os bolsistas recolhessem e separassem os materiais a seguir:

Figura 7.1: Palestra para os alunos

Figura 7.2: Faça sua escolha



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Materiais recicláveis: Pontuação por quilograma. Papelão (25 pontos) Plástico (50 pontos) Caixas; Caixinha de leite; Livros; Revistas; Caixas de ovo.

Garrafas PET; Pote de yogurte; Baldes; Sacolas plásticas; Garrafas plásticas; Embalagens produtos; de limpeza.

Alumínio (100 pontos) Ferro (75 pontos) Latinhas; Panela; Aro de bicicleta; Antena.

Enlatados; Recipiente de SBP; Latas de tinta, spray

Quadro 7.2: Materiais recicláveis: Pontuação por quilograma.

8. Apresentação no SIMFOP No dia 30 de março de 2011, durante o período vespertino, ocorreram as apresentações

dos resultados alcançados com o projeto sobre o lixo. O objetivo da apresentação foi o repasse para todos os bolsistas, supervisores, coordenadores de área e participantes do SIMFOP, o que foi desenvolvido na Escola de Ensino Fundamental “Osny Pereira” durante o primeiro bimestre de 2011. Foi abordada a problematização, as ações desenvolvidas e as ações que seriam postas em prática.

Figura 8.1: Apresentação no Simfop-2011/Unisul

9. Coleta do lixo eletrônico

A coleta do lixo eletrônico aconteceu com todas as séries. Os alunos trouxeram para a

escola alguns materiais eletrônicos como: pilhas, baterias, celulares, etc. O lixo eletrônico foi recolhido pelos bolsistas. O objetivo da coleta do lixo eletrônico foi conscientizar os alunos que existem locais adequados para o depósito desse tipo de material. Afinal, o lixo eletrônico torna-se prejudicial quando depositado no meio-ambiente. E, conscientes disto, algumas frases referentes ao lixo eletrônico foram espalhadas pelo pátio da escola a fim de mostrar os malefícios que ele pode provocar:

“O Brasil produz cerca de 850 milhões de pilhas por ano. Cada habitante consome em média 5 pilhas por ano” (WEISS, 2009, p. 20).

“O revestimento da pilha leva de 100 a 500 anos para se decompor. É altamente tóxica, sendo que os metais pesados como chumbo, mercúrio, zinco e manganês causam diversos males ao meio ambiente e ao corpo humano” (WEISS, 2009, p. 20).

“O mercúrio, quando digerido pode prejudicar o cérebro, fígado e o desenvolvimento dos pêlos, causando também irritabilidade, tremores, distorção de visão e audição, e problemas de memória” (WEISS, 2009, p. 20).



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“[...] as pilhas não podem ser jogadas no lixo, mas devem ser devolvidas em pontos nas lojas onde foram adquiridas” (WEISS, 2009, p. 20).

Figura 9.1: Coleta do lixo eletrônico

10. Confecção de lembranças para páscoa

No início do projeto foi pedido aos alunos de séries iniciais do ensino fundamental que

trouxessem garrafas PET, com o objetivo de diminuir o lixo doméstico e reaproveitar esse lixo confeccionando jogos e lembranças de Páscoa para todos os alunos de séries iniciais. Após a coleta, os estagiários confeccionaram as cestinhas de Páscoa, que foram distribuídas entre os alunos do terceiro ao quinto ano.

Os alunos do primeiro ano receberam lembranças com um modelo diferente, também confeccionado utilizando as garrafas PET e tecidos.



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Figura 10.1: Lembranças de Páscoa

Figura 10.2: Lembranças de Páscoa

11. Confecção de bolsas retornáveis

O acúmulo de lixo vem aumentando e somos os grandes responsáveis por isso, pois levamos todos os dias para casa uma quantidade de embalagens de produtos que consumimos, e a cada vez que vamos ao supermercado acabamos levando sacolas plásticas para casa, as quais mais tarde acabam indo para o lixo. Com este pensamento, acatamos a ideia de confeccionar bolsas retornáveis para presentearmos as mães na festa em sua homenagem realizada pela escola. Os alunos do sexto ao oitavo ano participaram das oficinas em contra turno, sobre a supervisão e acompanhamento dos estagiários PIBID e as supervisoras. Os retalhos utilizados para a decoração das bolsas foram doados por uma confecção de uma comunidade do município de Jaguaruna/SC.

No dia da homenagem, as mães foram presenteadas com as bolsas retornáveis em uma embalagem também confeccionada pelos alunos utilizando garrafas PET. O objetivo foi incentivar o uso das bolsas retornáveis ao invés de sacolas plásticas.



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Figura 11.1: Confecção de bolsas retornáveis

12. Oficina de reciclagem de papel e reutilização de papel em sala de aula

Como proposta das ações a serem postas em prática foi realizada com os alunos, em

dois períodos, os quais eles não teriam aula, visto que seria o conselho de classe, a reutilização do papel em forma de oficina. Os alunos, neste caso, foram os responsáveis, juntamente com o auxílio de um bolsista, pela preparação do papel reciclado. Os procedimentos voltou-se para a reciclagem do papel utilizado na escola e coletado pelos alunos. Assim, eles rasgaram os papéis, colocaram-nos no liquidificador com água e puseram a mistura homogênea em uma bacia com uma grande quantidade de água para, então, mergulhar a tela, também feita com material reaproveitado (ferro e meia-calça), no conteúdo depositado na bacia e, logo, com o auxílio de um colega, foi retirado o excesso de água e, em seguida, foi passada a folha de papel produzida para um pano, que ficou secando. Desta forma, os alunos puderam aprender que o papel que muitas vezes é jogado fora, pode ser reutilizado. E, além da reciclagem, a sexta série também esteve reutilizando o papel de outra forma, através da confecção de cartazes na disciplina de Ciências.

Figura 12.1: Reciclagem de papel



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13. Oficina de sabão caseiro

Muitas frituras que utilizamos provêm do óleo de cozinha: soja, girassol ou canola, por exemplo. Sendo que seu excesso pode causar ao organismo vários malefícios. Também faz um enorme mal ao meio ambiente quando jogado pelo ralo da pia, pois causa o entupimento das tubulações nas redes de esgoto, acrescenta em até 45% os custos de tratamento. (biodiselbr, 2007).

Também podemos destacar a contaminação do meio aquático diminuindo populações, o que, conseqüentemente, afeta o meio antrópico. Outra preocupação são os lençóis freáticos, pois são reservas naturais de água que futuramente serão utilizadas pela população. Por isso o armazenamento do óleo deve ser feito e levado a um posto de coleta onde é tratado e utilizado na produção de biodiesel, tintas, vernizes e sabão, gerando emprego e renda para a comunidade, preservando também as águas e ajudando a salvar o nosso planeta. O Brasil consome nove bilhões de litros de óleo de cozinha por ano. Apenas 2,5% deste óleo são reciclados, que são os utilizados nas cozinhas de restaurantes, bares e hotéis. A grande maioria do óleo vegetal consumido encontra-se pulverizado em pequenos volumes no ambiente (sosleovegetalrio, 2011). Segundo Alexander Weiss (2009), ao se decompor no meio ambiente, o óleo emite o gás metano na atmosfera, sendo esse um dos principais gases que provocam o efeito estufa. Devido a esses fatos houve grande preocupação com o manejo de resíduos orgânicos como o óleo de cozinha. A Escola de Ensino Fundamental Prefeito Osny Pereira, juntamente com os bolsistas do Projeto PIBID, se propuseram a organizar uma Oficina de sabão caseiro utilizado óleo de cozinha usado. Esta oficina foi planejada da seguinte maneira: A participação contou com a comunidade escolar envolvendo pais, alunos e professores, assim, uma moradora do município foi convidada para ensinar a produção de sabão caseiro.

A oficina aconteceu no âmbito escolar mais precisamente no pátio da escola, pois precisávamos de um ambiente fresco e arejado devido aos gases tóxicos provocados pela soda cáustica. Certas medidas de segurança foram tomadas como a utilização de máscaras e luvas. Todo o material utilizado foi doado pela escola e a preparação ficou a cargo do bolsista PIBID. O sabão foi produzido duas vezes utilizando materiais diferentes, um com folhas de mamão e outro com babosa. Toda oficina teve a participação da comunidade escolar. Durante a preparação, dicas foram dadas de como armazenar, produzir de maneira diferenciada e vender o sabão. Ao término da produção, o sabão em estado líquido foi colocado em um recipiente para solidificar. O sabão foi cortado e embalado para ser distribuído na festa do dia das mães, juntamente com a receita para que elas pudessem também fazê-lo em suas casas.

Figura 13.1: Oficina de sabão caseiro



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14. Oficina de embalagens Dentre as oficinas realizadas, a oficina de embalagens teve como objetivo a

reutilização de garrafas PET, visto que são materiais muito utilizados pela maioria das pessoas. A oficina contou com a participação de vários alunos que contribuíram com a confecção das embalagens que foram destinadas às suas mães.

Figura 14.1: Embalagens confecionadas com garrafas PET

15. Confecção de jogos didáticos Alguns materiais recolhidos na coleta seletiva do lixo, como por exemplo: caixinhas

de leite e garrafas PET foram reutilizados com o objetivo de confeccionar jogos didáticos para serem utilizados pelos professores em sala de aula.

16. Utilização de meios tecnológicos para a montagem de gráficos sobre a quantidade de lixo coletado no município

A escola enquanto principal local de construção de conhecimento é desafiada a uma

renovação constante para atender as exigências da sociedade, que espera um cidadão com autonomia para utilizar os conhecimentos adquiridos.

Os conhecimentos matemáticos são fundamentais na vida em sociedade. Saber contar, calcular, medir, estabelecer relações proporcionais, reconhecer formas, ler gráficos e tabelas, ou mesmo compreender os mecanismos financeiros é tão essencial quanto saber ler, escrever, localizar-se no tempo e no espaço, desenvolver noções de higiene que levem a preservação da saúde, entre outros. Além de facilitar a compreensão da realidade, a Matemática é, também, a base para o desenvolvimento e conhecimento de outros campos do saber como a Física, a Química, a Biologia, a Genética etc. (CENPEC, 2002, p.104).

A matemática enquanto disciplina escolar tem múltiplas utilidades. Além de

desenvolver as habilidades intelectuais ela é facilmente encontrada e aplicada em nosso cotidiano. O que a faz ser um conhecimento tão importante e que precisa ser construído de forma expressiva. Mas, como tornar a matemática na sala de aula mais interessante e mais significativa?



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Projetos como estes são uma boa alternativa para a contextualização de conteúdos em sala de aula, para tanto utilizamos o tratamento da informação e o Excel. A atividade foi desenvolvida com alunos 7ª série com a mediação da professora.

A partir das pesquisas e entrevistas realizadas anteriormente pelos alunos foram levantados dados quanto à produção de lixo no município, surgiu então à necessidade de organizá-los de forma mais clara, para poderem interpretá-los. Para tanto foram instigados a construir tabelas e gráficos de vários tipos.

Para trabalhar com o conteúdo dividimos a sala em grupos e selecionamos algumas questões para cada grupo referentes ao tema. Então levamos a turma ao laboratório de informática. Para que pudessem construir os gráficos. Explicamos a utilidade de softwares na matemática e também como usá-los.

No final da atividade realizaram a leitura e análise dos dados nas tabelas e gráficos oralmente e de forma escrita. E a partir daí confeccionaram cartazes com os gráficos para que estes ficassem expostos na escola e a apresentação para as turmas.

Através deste trabalho comprovamos que o projeto focado nas práticas educacionais na coleta seletiva é uma alternativa viável para uso em conteúdos na sala de aula, pode fazer a ponte entre o cotidiano e outras áreas do conhecimento. Dando assim, suporte a Matemática para que possa desempenhar sua função no desenvolvimento de capacidades cognitivas, na estruturação do raciocínio lógico e conseqüentemente a sua aplicação.

Para que atividades como essas possam dar certo, precisamos lembrar que o aluno não é uma tábua rasa, ele possui uma bagagem de conhecimentos. É a partir deste conhecimento, que ele vai interagir com as novas situações, para se apropriar do conhecimento específico. É importante que a pesquisa parta da curiosidade, do aluno. Porque a motivação é própria do indivíduo, que é desafiado a questionar, pensar, formular questões que tenham significado, para desenvolver a competência de resolver os problemas diários.

16. Considerações Finais

Durante todo o desenvolvimento do projeto observou-se o empenho e dedicação de

todos os professores e dos Bolsistas PIBID. Os trabalhos foram desenvolvidos com êxito e, juntamente com as coordenadoras,

foram organizadas oficinas na escola utilizando o material coletado pelos alunos. Constatou-se o impacto educacional através da efetiva participação dos alunos na

coleta e seleção do lixo durante o projeto. A integração, valorização e conscientização ampliaram os conhecimentos dos educandos, que demonstraram suas competências e habilidades o decorrer do projeto.

A partir dos resultados,, sentiu-se, ainda, a necessidade de dar continuidade, não no projeto interdisciplinar, mas sim na prática da coleta seletiva, dentro e fora da escola, pois há vizinhos da escola que, por terem ouvido dos alunos ou da rádio local, estão nos trazendo lixo em sacolas separadas. Isto nos dá a certeza de que a semente plantada através deste projeto está começando a germinar. Porém a maior dificuldade está no fato de o município ainda não realizar a coleta seletiva.



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Referências Disponível em: < http://www.sosoleovegetalrio.com.br/page009.html> acessado em: 24 de maio de 2011. Disponível em:<http://www.biodieselbr.com/noticias/biodiesel/reciclagem-oleo-cozinha-10-07-07.htm> acessado em:24 maio de 2011. WEISS, Alexander. Agualito e o consumo responsável. São José: Alvart Editorial, 2009. PAULO, Kelly Bernardo de. Agualito e o uso e conservação do solo. São José, Alvart Editorial, 2009. CENPEC, Centro de pesquisas para educação e cultura. Oficinas de matemática e de leitura e escrita. São Paulo, Summus Editorial, 2002.

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