Recordacao Das Existencias Anteriores

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 1 de 111 INDICE OBJETIVO DA AULA............................................................................................................................................ 3 BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL................................................................................................................................. 3 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR...................................................................................................................... 3 ENTENDENDO O ESPIRITISMO......................................................................................................................... 4 O LIVRO DOS ESPÍRITOS................................................................................................................................... 5 CAPÍTULO IV - DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS........................................................................................ 5 (QUESTÕES 166 A 170) - A REENCARNAÇÃO.......................................................................................... 5 (QUESTÃO 171) - JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO...................................................................................... 5 (QUESTÕES 172 A 188) - ENCARNAÇÃO NOS DIFERENTES MUNDOS................................................... 5 (QUESTÕES 189 A 196) - TRANSMIGRAÇÕES PROGRESSIVAS................................................................ 7 (QUESTÕES 197 A 199) - SORTE DAS CRIANÇAS DEPOIS DA MORTE.................................................... 8 (QUESTÕES 200 A 202) - SEXO NOS ESPÍRITOS...................................................................................... 8 (QUESTÕES 203 A 206) - PARENTESCO, FILIAÇÃO.................................................................................. 8 (QUESTÕES 207 A 217) - PARECENÇAS FÍSICAS E MORAIS.................................................................... 9 (QUESTÕES 218 A 221) - IDÉIAS INATAS................................................................................................. 9 CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS................................................ 10 (QUESTÃO 222) - O DOGMA DA REENCARNAÇÃO................................................................................ 10 CAPÍTULO VI - DA VIDA ESPÍRITA................................................................................................................... 10 (QUESTÕES 223 A 233) - ESPÍRITOS ERRANTES.................................................................................... 10 (QUESTÕES 234 A 236) - MUNDOS TRANSITÓRIOS............................................................................. 11 (QUESTÕES 237 A 256) - PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS DOS ESPÍRITOS....................12 (QUESTÃO 257) - ENSAIO TEÓRICO DA SENSAÇÃO NOS ESPÍRITOS................................................... 13 (QUESTÕES 258 A 273) - ESCOLHA DAS PROVAS................................................................................. 13 (QUESTÕES 274 A 290) - AS RELAÇÕES NO ALÉM TÚMULO................................................................ 15 (QUESTÕES 291 A 303) - RELAÇÕES DE SIMPATIA E DE ANTIPATIA ENTRE OS ESPÍRITOS. METADES ETERNAS................................................................................................................................................. 16 (QUESTÕES 304 A 319) - RECORDAÇÃO DA EXISTÊNCIA CORPÓREA.................................................. 17 O OLVIDO TEMPORÁRIO................................................................................................................................. 19 LEI DE AÇÃO E REAÇÃO OU LEI DO CARMA................................................................................................... 20 LEI DE CAUSA E EFEITO................................................................................................................................... 24 A LEI DE CAUSA E EFEITO................................................................................................................................ 25 SERMÃO DA MONTANHA................................................................................................................................ 27

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 1 de 90

INDICE

OBJETIVO DA AULA............................................................................................................................. 3

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL................................................................................................................... 3

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR.......................................................................................................3

ENTENDENDO O ESPIRITISMO...........................................................................................................4

O LIVRO DOS ESPÍRITOS.................................................................................................................... 5

CAPÍTULO IV - DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS......................................................................5

(QUESTÕES 166 A 170) - A REENCARNAÇÃO...........................................................................5

(QUESTÃO 171) - JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO.....................................................................5

(QUESTÕES 172 A 188) - ENCARNAÇÃO NOS DIFERENTES MUNDOS..................................5

(QUESTÕES 189 A 196) - TRANSMIGRAÇÕES PROGRESSIVAS.............................................7

(QUESTÕES 197 A 199) - SORTE DAS CRIANÇAS DEPOIS DA MORTE..................................8

(QUESTÕES 200 A 202) - SEXO NOS ESPÍRITOS.....................................................................8

(QUESTÕES 203 A 206) - PARENTESCO, FILIAÇÃO.................................................................8

(QUESTÕES 207 A 217) - PARECENÇAS FÍSICAS E MORAIS..................................................9

(QUESTÕES 218 A 221) - IDÉIAS INATAS...................................................................................9

CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS..........................10

(QUESTÃO 222) - O DOGMA DA REENCARNAÇÃO................................................................10

CAPÍTULO VI - DA VIDA ESPÍRITA....................................................................................................10

(QUESTÕES 223 A 233) - ESPÍRITOS ERRANTES...................................................................10

(QUESTÕES 234 A 236) - MUNDOS TRANSITÓRIOS..............................................................11

(QUESTÕES 237 A 256) - PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS DOS ESPÍRITOS

..................................................................................................................................................... 12

(QUESTÃO 257) - ENSAIO TEÓRICO DA SENSAÇÃO NOS ESPÍRITOS.................................13

(QUESTÕES 258 A 273) - ESCOLHA DAS PROVAS.................................................................13

(QUESTÕES 274 A 290) - AS RELAÇÕES NO ALÉM TÚMULO................................................15

(QUESTÕES 291 A 303) - RELAÇÕES DE SIMPATIA E DE ANTIPATIA ENTRE OS

ESPÍRITOS. METADES ETERNAS.............................................................................................16

(QUESTÕES 304 A 319) - RECORDAÇÃO DA EXISTÊNCIA CORPÓREA...............................17

O OLVIDO TEMPORÁRIO...................................................................................................................19

LEI DE AÇÃO E REAÇÃO OU LEI DO CARMA...................................................................................20

LEI DE CAUSA E EFEITO...................................................................................................................24

A LEI DE CAUSA E EFEITO................................................................................................................25

SERMÃO DA MONTANHA..................................................................................................................27

JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES SEGUNDO ALLAN KARDEC....................................................................28

CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES......................................................................................................29

AFLIÇÕES ATUAIS – CONTO.............................................................................................................31

CAUSAS ANTERIORES DAS AFLIÇÕES...........................................................................................34

ESQUECIMENTO DO PASSADO........................................................................................................36

INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS - BEM SOFRER E MAL SOFRER - O MAL E O REMÉDIO..............37

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 2 de 90

CAUSAS ANTERIORES DAS AFLIÇÕES...........................................................................................38

A FELICIDADE NÃO É DESTE MUNDO.............................................................................................43

PERDA DE PESSOAS AMADAS - MORTES PREMATURAS.............................................................44

UM HOMEM DE BEM TERIA MORRIDO.............................................................................................45

DESAVENÇA FAMILIAR - OSVALDO SHIMODA................................................................................49

CASO CLÍNICO.................................................................................................................................... 51

PECADO POR PENSAMENTO- ADULTÉRIO.....................................................................................56

COMENTÁRIOS DE ALLAN KARDEC:................................................................................................56

VERDADEIRA PUREZA - MÃOS NÃO LAVADAS...............................................................................56

ESCANDÁLO- SE VOSSA MÃO É MOTIVO, CORTAI- A....................................................................58

INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS............................................................................................................59

HISTÓRIA INFÂNTIL - AS TRÊS CRIANÇAS......................................................................................59

EVANGELHO NO LAR......................................................................................................................... 74

Como é realizado?............................................................................................................................... 74

Importante............................................................................................................................................ 75

ESQUECIMENTO DO PASSADO - ANDRÉA AZEVEDO....................................................................77

PERGUNTAS/RESPOSTAS:...............................................................................................................79

PLANO DE IDÉIAS Nº 01..................................................................................................................... 90

DAR É MELHOR QUE RECEBER – ("NÃO TENHO OURO NEM PRATA, ...... EU TE DOU")...90

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 3 de 90

OBJETIVO DA AULA

Falar sobre o Evangelho no Lar;

Ilustrar os mecanismos divinos de reajuste dentro das familias;

Imortalidade da alma, as ações do passado refletindo no presente;

Indagar sobre que forças nos impulsionam à pratica do bem;

Mostrar a matéria como palco de grandes experiências e a reencarnação como

grande oportunidade;

Mostrar que o esquecimento do passado espiritual nos ajuda a retomar o caminho da

evolução

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL

O Evangelho Segundo o Espiritismo – (Allan Kardec) Capitulo

O Livro dos Espiritos – (Allan Kardec)Questões de 166 a

319

Iniciação Espírita - (Diversos) – 5ª Edição Editora Aliança

O Consolador - (Emmanuel / F C Xavier)

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Na Semeadura I - (Edgard Armond) 64 – 84 – 140 - 233

Na Semeadura II - (Edgard Armond) 69

Respondendo e Esclarecendo - (Edgard Armond)

35 – 53 – 83 – 99 –

185 – 189 – 245 –

280 – 285 - 289

Entendendo o Espiritismo – (Autores Diversos) 14

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 4 de 90

ENTENDENDO O ESPIRITISMO

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O LIVRO DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO IV - DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

(QUESTÕES 166 A 170) - A REENCARNAÇÃO

166Não alcançando a perfeição durante a vida corpórea o espírito precisa sofrer a

prova de uma nova existência.

A Essa existência de transformação é necessária que seja na vida corporal.

B A alma passa por muitas existências corporais.

C A alma que deixou um corpo reencarna em outro corpo.

167O objetivo da reencarnação é o melhoramento progressivo da Humanidade.

Sem isto, onde a justiça?

168Quando o espírito estiver depurado não tem mais necessidade das provas da

vida corporal.

169O número necessário de encarnações varia para cada espírito, todavia são

muito numerosas.

170 Depois da última encarnação o espírito é considerado puro.

(QUESTÃO 171) - JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO

171A reencarnação se fundamenta na justiça de Deus. Não seria justo a

infelicidade eterna sem o erro eterno.

(QUESTÕES 172 A 188) - ENCARNAÇÃO NOS DIFERENTES MUNDOS

172A encarnação se nos dá diferentes mundos. Na Terra não foram as primeiras

nem as últimas.

173Vive-se bastante num mesmo globo, se não se adiantou suficiente para passar

a um mundo superior.

A Podemos reaparecer muitas vezes na Terra.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 6 de 90

B Podemos voltar a viver na Terra, depois de termos vivido em outros mundos.

174Voltar a viver na Terra não é obrigatório, mas em não havendo progresso

podemos ir para outro mundo igual ou até pior.

175 Não há nenhuma vantagem voltar a viver na Terra, a não que seja em missão.

APermanecer na condição de espírito (enquanto não se atingir a perfeição) não

seria bom porque isto significaria estacionar.

176Depois de encarnar noutros mundos, os espíritos podem encarnar na Terra,

sem jamais terem aqui estado.

AExistem muitos seres encarnados pela primeira vez na Terra, e em diversos

graus de adiantamento.

B Não há utilidade em saber quem está encarnado pela primeira vez na Terra.

177Não é necessário que o espírito para chegar à perfeição tenha que passar por

todos os mundos existentes no Universo.

AA pluralidade das existências num mesmo planeta se deve às necessidades de

vivermos em diversas posições.

178Os espíritos em missão podem encarnar em um planeta inferior a outro onde já

viveu.

AEm caso de estacionamento do progresso os espíritos recomeçam outra

existência no meio conveniente à sua natureza.

BOs espíritos que faliram em suas missões ou suas provas recomeçam

existência semelhante.

179Em outros mundos, os seres não estão todos no mesmo nível de perfeição, uns

estão mais adiantados que outros.

180Passando de um planeta para outro, o espírito conserva a inteligência que já

possuía.

181Os seres que habitam outros mundos têm corpos mais ou menos materiais,

compatíveis com o grau de aperfeiçoamento.

182Os Espíritos só podem informar o estado físico e moral dos diferentes mundos

conforme o nosso entendimento.

183Existe a transição da infância nos diferentes mundos, mas nem todas são tão

obtusas quanto Terra.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 7 de 90

184Os espíritos não sempre podem escolher o mundo onde desejam habitar,

depende do mérito de cada um.

ACaso o espírito nada solicite, ele reencarnará em um mundo compatível com o

seu grau de evolução.

185O estado físico e moral dos seres em cada mundo evoluem conforme a lei do

progresso.

186 Existem mundos em que a envoltória do espírito é o próprio perispírito.

A Não existe estado demarcatório entre as últimas encarnações e o espírito puro.

187Ao passar de um mundo para outro, o espírito se reveste da matéria própria

desse outro.

188Os espíritos puros habitam “determinados” mundos, sem que a eles fiquem

ligados permanentemente.

(QUESTÕES 189 A 196) - TRANSMIGRAÇÕES PROGRESSIVAS

189Em sua origem, a vida do espírito é apenas intuitiva. Mal tem consciência de si

e dos seus atos.

190 O estado da alma na sua primeira encarnação é a da infância da vida corporal.

191A alma dos selvagens é de infância relativa, a inteligência desabrocha e ensaia

para a vida.

ANo selvagem as paixões são um sinal de desenvolvimento, mas não de

perfeição.

192Mesmo que alguém proceda impecavelmente, não conseguirá ser perfeito,

existem qualidades ainda desconhecidas.

AMas o homem pode reduzir a extensão e as dificuldades do caminho numa

existência futura.

193 Um homem pode retroceder na escala social, como espírito não.

194Um homem de bem não pode animar o corpo de um celerado, pois não existe

degeneração.

A Um homem perverso pode tornar-se bom, se arrepender-se.

195Deixar para se melhorar noutra existência significa retardar o progresso, mais

tarde o espírito verificará o próprio erro.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 8 de 90

196Os espíritos aperfeiçoam-se pelas tribulações da vida material, uma espécie de

depurador para atingir a perfeição.

A É o espírito que influencia o corpo para que o conjunto melhore.

(QUESTÕES 197 A 199) - SORTE DAS CRIANÇAS DEPOIS DA MORTE

197 O espírito de uma criança pode ser mais adiantado do que o de um adulto.

A Freqüentemente a criança é mais evoluída que o seu pai.

198Uma criança que morreu cedo, não tendo podido fazer mal nem bem,

permanece na mesma categoria espiritual.

199A curta duração de uma vida pode representar o complemento de outra vida

interrompida antes da hora.

A O espírito de uma criança que morre pequenina recomeçará outra existência.

(QUESTÕES 200 A 202) - SEXO NOS ESPÍRITOS

200Os espíritos não têm sexo como nos entendemos, há entre eles amor, simpatia

e concordância de sentimentos.

201O espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher e

vice-versa.

202O espírito nasce homem ou mulher em função das provas por que tem de

passar.

(QUESTÕES 203 A 206) - PARENTESCO, FILIAÇÃO

203Os pais transmitem aos filhos somente a vida material, a alma adiciona a vida

moral.

204A sucessão de existências corporais estabelece entre os espíritos ligações que

ultrapassam a parentela comum.

205A reencarnação não enfraquece os laços de família, ampliam-os, muitos estão

ligados por laços de sangue de vida anterior.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 9 de 90

AA reencarnação diminui a importância da genealogia, os espíritos transitam

entre povos e raças diversas.

206Devemos ter afeição pelos antepassados mesmo que os espíritos não

procedam uns dos outros.

(QUESTÕES 207 A 217) - PARECENÇAS FÍSICAS E MORAIS

207Os pais transmitem aos filhos a aparência física, a aparência moral fica por

conta das diferença entre os espíritos.

AAs semelhanças morais têm causa na atração recíproca entre espíritos

simpáticos e pela analogia de pendores.

208Os pais exercem grande influência sobre os filhos tendo como tarefa e

responsabilidade desenvolve-os pela educação.

209Pais virtuosos podem ter filhos perversos a pedido destes na esperança de

serem mais bem encaminhados.

210As preces do pais não têm a força de atrair um bom espírito para o corpo em

formação, mas ajuda o reencarnante.

211A semelhança de caráter que muitas vezes existe entre irmãos, está na

semelhança de tendências.

212Em crianças cujos corpos nascem ligados há dois espíritos cuja semelhança,

às vezes, nos pareça um só.

213Não é regra o fato de irmãos gêmeos serem simpáticos entre si, espíritos

antagônicos podem estar juntos na vida.

214A estória de que crianças “lutam no seio materno”, figuram o sentimento de

ódio recíproco que há entre mãe e filho.

215O caráter distinto de cada povo significa uma grande família formada pela

reunião de espíritos simpáticos.

216Em nova existência os espíritos podem conservar o caráter da anterior, mas

pode melhorar também. E bastante.

217O espírito se reflete no corpo, imprimindo certo cunho, sobretudo ao rosto, daí

se diz que os olhos são o espelho da alma.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 10 de 90

(QUESTÕES 218 A 221) - IDÉIAS INATAS

218O espírito encarnado conserva algum vestígio das existências anteriores

através de vaga lembrança ou “idéias inatas”.

AOs conhecimentos adquiridos por um espírito não se perdem, encarnando

esquece-os em parte, a intuição os conserva.

BNem sempre há grande conexão entre duas vidas consecutivas, às vezes há

mudanças em função do progresso auferido.

219A origem das faculdades extraordinárias de um indivíduo está no progresso

anterior da alma, o corpo muda o espírito não.

220Um espírito pode “perder” (ficam em estado latente) certas faculdades se as

utilizou mal ou se precisa exercitar outras.

221A intuição da existência de Deus se deve ao fato do espírito saber antes de

encarnar. O orgulho abafa este sentimento.

APela mesma razão, certas crenças da Doutrina Espírita são intuitivas, mas

preconceitos e ignorância atrapalham.

CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS

EXISTÊNCIAS

(QUESTÃO 222) - O DOGMA DA REENCARNAÇÃO

222O dogma da reencarnação não é invenção do Espiritismo, é conhecido desde a

mais remota antigüidade.

CAPÍTULO VI - DA VIDA ESPÍRITA

(QUESTÕES 223 A 233) - ESPÍRITOS ERRANTES

223Na Terra, a reencarnação pode ser imediata, mas em geral ocorre a intervalos

mais ou menos longos.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 11 de 90

224No intervalo da encarnações a alma é um espírito errante aspirando um novo

destino.

AOs intervalos duram desde algumas horas a milhares de séculos, mas não

perpétuo, é preciso continuar o progresso.

B Essa duração depende do espírito, para alguns imposta como expiação.

225A erraticidade não é um sinal de inferioridade, existem espíritos de todos os

graus; a encarnação é um estado transitório.

226 Errantes são todos os espíritos desencarnados que precisam reencarnar.

227Os espíritos errantes se instruem observando lugares, conselhos e cursos com

espíritos mais elevados.

228Na matéria os espíritos inferiores conservam suas más paixões, os mais

elevados conservam as boas paixões.

229Para os espíritos é difícil deixar as paixões na Terra, sobretudo para os que as

tem bastante acentuadas.

230Na erraticidade o espírito pode melhorar-se muito, mas é na vida corporal que

ele pratica as idéias que adquiriu.

231 Os espíritos errantes são felizes ou desgraçados conforme seus méritos.

232Os espíritos errantes não podem ir a todos os mundos, podem entrevê-los,

donde nasce o desejo de melhoria.

233Os espíritos purificados descem aos mundos inferiores para auxiliar o

progresso.

(QUESTÕES 234 A 236) - MUNDOS TRANSITÓRIOS

234Existem mundos conforme a natureza dos espíritos a que eles têm acesso,

onde gozam de maior ou menor bem-estar.

AOs espíritos que se encontram nesses mundos são livres para deixá-los, a fim

de irem para onde devam ir.

235Os espíritos progridem nos mundos transitórios ao se instruírem com vistas à

perfeição.

236 Os mundos transitórios são destinos temporários aos espíritos errantes.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 12 de 90

AEsses mundos não são habitados por seres corpóreos, sua superfície é estéril,

pois os habitantes de nada necessitam.

B Estes mundos são estéreis temporariamente.

C Mesmo não tendo belezas naturais, reflete as belezas da imensidade.

D A Terra já pertenceu à categoria de mundo transitório.

E Este fato ocorreu durante sua formação.

(QUESTÕES 237 A 256) - PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS DOS

ESPÍRITOS

237De volta ao mundo dos espíritos, a alma conserva as percepções que tinha,

além de outras de que não dispunha.

238Os espíritos mais próximos da perfeição sabem mais, os inferiores são mais ou

menos ignorantes acerca de tudo.

239Conforme a elevação e a pureza alcançada os espíritos conhecem o princípio

das coisas.

240A noção do tempo varia na compreensão dos espíritos, daí a dificuldade de

determinar datas ou épocas.

241Dependendo da elevação os espíritos fazem do presente uma idéia mais

precisa do que nós.

242Os espíritos lembram o passado com mais facilidade, mas nem tudo sabem, a

começar da própria criação.

243Quanto ao futuro depende da elevação alcançada. Muitas vezes entrevêem,

mas nem sempre podem revelá-lo.

AMesmo os espíritos perfeitos não têm completo conhecimento do futuro, por

isso só Deus é soberano.

244Os espíritos superiores vêem e compreendem a Deus, os inferiores sentem e

adivinham.

AQuando um espírito inferior diz que Deus lhe proíbe ou permite uma coisa, ele

não vê a Deus, mas sente sua soberania.

BDeus transmite suas ordens por intermédio dos espíritos imediatamente

superiores em perfeição e instrução.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 13 de 90

245A visão dos espíritos superiores não está circunscrita aos olhos como nos seres

corpóreos.

246Para os espíritos superiores não há necessidade de luz para enxergar, com os

inferiores ocorre o inverso.

247Os espíritos superiores, pela rapidez do pensamento, conseguem ver em todas

as partes do globo terrestre.

248 Aos espíritos superiores nada obscurece a visão.

249 Os espíritos superiores ouvem os sons mais imperceptíveis.

ADa mesma forma que a visão, os espíritos superiores, tem a percepção dos

sons não localizada.

250Os espíritos superiores vêem e ouvem apenas o que querem, os inferiores

vêem e ouvem o que lhes possa ser útil.

251Os espíritos superiores são sensíveis à música celeste que está distante como

nossa música do canto do selvagem.

252 Os espíritos são sensíveis às belezas da natureza conforme sua elevação.

253Os espíritos superiores conhecem nossos sofrimentos porque o sofreram, mas

não os experimentam mais.

254Os espíritos superiores não sentem fadiga como nos, repousam diminuindo a

atividade do pensamento.

255Quando um espírito superior sofre não se refere ao sofrimento físico, mas às

angústias morais.

256Espíritos que sentem frio/calor guardam as sensações na razão direta de suas

imperfeições como um reflexo da matéria.

(QUESTÃO 257) - ENSAIO TEÓRICO DA SENSAÇÃO NOS ESPÍRITOS

257O sofrimento dos espíritos guarda relação com o procedimento que tiveram e

cujas conseqüências experimentam.

(QUESTÕES 258 A 273) - ESCOLHA DAS PROVAS

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 14 de 90

258Na erraticidade, um espírito (mediano) escolhe o gênero de provas que há de

passar e nisso consiste o livre-arbítrio.

ADando ao espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira

responsabilidade de seus atos e conseqüências.

259O espírito escolhe o gênero de provas e os fatos principais, detalhes e

particularidades obedecem às circunstâncias.

260 Nascer entre gente de má vida é um meio de passar pela prova escolhida.

ASe não houvesse gente de maus costumes na terra, o espírito não encontraria

meio apropriado a certas provas.

261Os espíritos não precisam passar por todos os tipos de prova para atingir a

perfeição.

262Os espíritos ainda primitivos têm a escolha supervisionada, com o seu

desenvolvimento passam eles mesmos a escolher.

AMesmo com o livre-arbítrio, quando o espírito não se mostra apto a escolher o

que lhe será útil, recebe supervisão.

263 A escolha das provas não se dá logo após morte.

264Escolhem-se as provas de acordo com a natureza das faltas, para expiar os

erros e progredir mais depressa.

265Existem espíritos que procuram o vício, por simpatia ou por gosto, mais tarde

compreenderão o próprio erro.

266Escolher provas menos dolorosas não é necessariamente natural, pois o

espírito com certas conquistas pensa d’outra forma.

267Existe a possibilidade de escolha das provas mesmo estando encarnado. A

escolha ocorre durante o sono.

AEspíritos escolhem as riquezas para gozá-la outros para conhecer-lhe as

vicissitudes.

268O espírito sempre passa por provas, que não só as tribulações materiais. Em

certo grau, tem deveres nada penosos.

269O espírito pode escolher uma prova acima de suas forças, como também uma

que não tenha proveito.

Page 15: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 15 de 90

270As vocações, a vontade de seguir uma carreira que não outra, é conseqüência

do progresso efetuado em outra existência.

271Estudando as condições em que deverá progredir, o espírito escolhe o meio

adequado para nascer.

272É possível que espíritos de mundos inferiores ou povos atrasados nasçam na

Terra, mas terão problemas de adaptação.

273É possível que um espírito civilizado nasça entre selvagens, podendo ser

inferior ou bom espírito, dependendo da tarefa.

(QUESTÕES 274 A 290) - AS RELAÇÕES NO ALÉM TÚMULO

274Entre as diferentes ordens de espíritos existe uma hierarquia conforme o grau

de superioridade.

A A ascendência dos espíritos superiores sobre os inferiores é irresistível.

275O poder e a consideração de um homem na Terra na lhe dá supremacia no

mundo espiritual. Exaltados serão rebaixados.

AO “maior” na Terra, pode pertencer à última categoria dos espíritos, enquanto

um servo pode estar na primeira.

276Aquele que foi “grande” na Terra pode perceber a inferioridade, e se orgulhoso

e invejoso, pode sofrer humilhação.

277 O título que se tenha obtido na Terra, de nada vale na vida espiritual.

278Os espíritos das diferentes ordens se reúnem por afinidade formando grupos ou

famílias.

279Os bons espíritos vão a toda parte, mas as regiões superiores são interditadas

ao espíritos imperfeitos.

280A natureza das relações entre bons e maus espíritos é que os primeiros se

ocupam em ajudar os outros a se elevar.

281Os espíritos inferiores se comprazerem em nos induzir ao mal pelo despeito de

não estarem entre os bons.

282Os espíritos se comunicam pelo pensamento através do fluido universal que

envolve todos os mundos.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 16 de 90

283Os espíritos inferiores não conseguem dissimular seus pensamentos aos

espíritos superiores.

284Os espíritos comprovam suas individualidades pelo perispírito, tal como faz o

corpo entre nós.

285 Os espíritos se reconhecem perfeitamente após a morte.

A Os espíritos se reconhecem também, pela lembrança de vidas pretéritas.

286Os espíritos desencarnados não vêem de imediato parentes e amigos que o

antecederam, é necessário algum tempo.

287A alma é acolhida como bem-amado irmão se justo, a do mal como um ser

desprezível.

288 Espíritos maus ficam satisfeitos quando vêem seres que se lhes assemelham.

289Parentes e amigos vão ao encontro da alma a quem são afeiçoados e ajudam-

na a desprender-se dos liames corporais.

290 A reunião com parentes e amigos após a morte, depende da elevação deles.

(QUESTÕES 291 A 303) - RELAÇÕES DE SIMPATIA E DE ANTIPATIA ENTRE OS

ESPÍRITOS. METADES ETERNAS

291Além da simpatia oriunda da semelhança entre os espíritos existem afeições

particulares não expostas às paixões.

292Os espíritos impuros alimentam o ódio entre si. E são eles que insuflam nos

homens as inimizades e as dissensões.

293Apenas os espíritos imperfeitos conservam o ressentimento que tiveram entre

si na Terra.

294A lembrança de atos maus praticados por dois homens é um obstáculo à sua

união.

295Após a morte, aqueles a quem fizemos mal, nos perdoam se forem bons, se

maus ficam ressentidos e nos perseguem.

296Os espíritos aperfeiçoados não estão sujeitos a enganar-se nas afeições a que

se dedicam.

297As afeições da Terra continuam no mundo dos espíritos, sendo mais sólidas do

que eram, por não terem interesses.

Page 17: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 17 de 90

298Não existe a predestinação de duas almas na sua origem, e que fatalmente se

unirão.

299Não é correta a palavra “metade” para designar espíritos simpáticos. Um

espírito sendo metade de outro seria incompleto.

300Para os espíritos perfeitos a união é com todos. Para os inferiores, quando um

se eleva já não simpatiza com os demais.

301A simpatia que atrai um espírito para outro resulta da perfeita concordância de

seus pendores e instintos.

302A identidade necessária à existência da simpatia perfeita é baseada na

igualdade dos graus de elevação.

303 Todos os espíritos que hoje não são simpáticos entre si, no futuro serão.

A Um espírito pode deixar de ser simpática a outro se um deles se aperfeiçoar.

(QUESTÕES 304 A 319) - RECORDAÇÃO DA EXISTÊNCIA CORPÓREA

304 Um espírito pode lembrar-se das muitas existências que teve na Terra.

305A lembrança de existências anteriores não ocorre logo após a morte, vem-lhe

pouco a pouco e à medida que nela se fixa.

306A lembrança não é pormenorizada, mas de conformidade com as

conseqüências que delas resultaram na situação atual.

AUm espírito pode se lembrar dos mais minuciosos pormenores, não o faz,

porém se não tiver utilidade.

BUm espírito mediano já vê e compreende melhor do que em vida a necessidade

do progresso espiritual.

307Um espírito pode rever o passado pelo esforço da imaginação ou através de

um quadro que se lhe apresente à vista.

308Um espírito pode recordar-se de todas as existências passadas, mas não se

recorda de modo absoluto de tudo.

309Um espírito mediano vê o seu corpo como uma veste imprestável da qual se

desembaraça, feliz por estar livre dela.

AUm espírito mediano quase sempre se conserva indiferente ao espetáculo do

seu corpo em decomposição.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 18 de 90

310Alguns espíritos reconhecem depois de algum tempo, coisas que lhe tenham

pertencido, dependendo da sua elevação.

311Um espírito mediano pode ser atraído pelos objetos materiais que deixou, para

outros a atração são as pessoas.

312Freqüentemente os espíritos se lembram dos sofrimentos por que passaram na

última existência.

313Os espíritos inferiores deploram os prazeres materiais perdidos na Terra, os

elevados preferem a felicidade eterna

314Os espíritos que interromperam trabalhos relevantes costumam influenciar

outros encarnados para ultimá-los.

315Os espíritos que deixaram trabalhos de arte ou literatura apreciam suas obras,

de outro ponto de vista.

316Os espíritos se interessam pelos trabalhos executados na Terra apenas no que

promova o progresso dos encarnados.

317Para espíritos elevados, a pátria é o Universo, na Terra, a pátria é onde está o

maior número das pessoas simpáticas.

318As idéias dos espíritos sofrem grandes modificações à medida que eles perdem

a influência da matéria.

319Mesmo tendo vivido a vida espírita antes da reencarnação, o espírito não se

lembra do fato, a lembrança vem aos poucos.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 19 de 90

O OLVIDO TEMPORÁRIO

O esquecimento, nessas existências fragmentárias, obedecendo às leis superiores

que presidem ao destino, representa a diminuição do estado vibratório do Espírito,

em contacto com a matéria. Esse olvido é necessário, e, afastando-se os benefícios

espirituais que essa questão implica, à luz das concepções científicas, pode esse

problema ser estudado atenciosamente.

Tomando um novo corpo, a alma tem necessidade de adaptar-se a esse

instrumento. Precisa abandonar a bagagem dos seus vícios, dos seus defeitos, das

suas lembranças nocivas, das suas vicissitudes nos pretéritos tenebrosos. Necessita

de nova virgindade; um instrumento virgem lhe é então fornecido. Os neurônios

desse novo cérebro fazem a função de aparelhos quebradores da luz; o sensório

limita as percepções do Espírito, e, somente assim, pode o ser reconstruir o seu

destino. Para que o homem colha benefícios da sua vida temporária, faz-se mister

que assim seja.

Sua consciência é apenas a parte emergente da sua consciência espiritual; seus

sentidos constituem apenas o necessário à sua evolução no plano terrestre. Daí, a

exigüidade das suas percepções visuais e auditivas, em relação ao número

inconcebível de vibrações que o cercam.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 20 de 90

LEI DE AÇÃO E REAÇÃO OU LEI DO CARMA

O carma, expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito quer dizer

«ação», a rigor, designa «causa e efeito», de vez que toda ação ou movimento

deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada um,

englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito. O

carma, expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito quer dizer «ação»,

a rigor, designa «causa e efeito».

Por isso mesmo, há conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo

individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições. (Ver:

Provações coletivas)

Para melhor entender o «carma» ou «conta do destino criada por nós mesmos»,

convém lembrar que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de

contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável.

Se no círculo das atividades terrenas qualquer organização precisa estabelecer um

regime de contas para basear as tarefas que lhe falem à responsabilidade,

a Casa de Deus, que é todo o Universo, não viveria igualmente sem ordem.

A Administração Divina por isso mesmo, dispõe de sábios departamentos para

relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida Cósmica, tudo pautando sob

a magnanimidade do mais amplo amor e

Nas sublimadas regiões celestes de cada orbe entregue à inteligência e à razão, ao

trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos,

encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra

Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias,

créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou

desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem

Eterno;

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 21 de 90

e, nas regiões atormentadas, varridas por ciclones de dor regenerativa, temos os

poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e

a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça,

poderes que têm a função de purificar os caminhos evolutivos e circunscrever as

manifestações do mal.

As religiões na Terra, por esse motivo, procederam acertadamente, localizando o

Céu nas esferas superiores e situando o Inferno nas zonas inferiores, porquanto,...

nas primeiras, encontramos a crescente glorificação do Universo e, nas segundas, a

purgação e a regeneração indispensáveis à vida, para que a vida se acrisole e se

eleve ao fulgor dos cimos.

Em assuntos da lei de causa e efeito, é imperioso não olvidar que todos os valores

da vida, desde as mais remotas constelações à mais mínima partícula subatômica,

pertencem a Deus, cujos inabordáveis desígnios podem alterar e renovar, anular ou

reconstruir tudo o que está feito.

Assim, pois, somos simples usufrutuários da Natureza que consubstancia os

tesouros do Senhor, com responsabilidade em todos os nossos atos, desde que já

possuamos algum discernimento.

O Espírito, seja onde for, encarnado ou desencarnado, na Terra ou noutros

mundos, gasta, em verdade, o que lhe não pertence, recebendo por empréstimos do

Eterno Pai os recursos de que se vale para efetuar a própria sublimação no

conhecimento e na virtude.

Patrimônios materiais e riquezas da inteligência, processos e veículos de

manifestação, tempo e forma, afeições e rótulos honoríficos de qualquer

procedência são de propriedade do Todo-Misericordioso, que no-los concede a título

precário, a fim de que venhamos a utilizá-los no aprimoramento de nós mesmos,

marchando nas largas linhas da experiência, de modo a entrarmos na posse

definitiva dos valores eternos, sintetizados no Amor e na Sabedoria com que, em

futuro remoto, Lhe retrataremos a Glória Soberana.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 22 de 90

Desde o elétron aos gigantes astronômicos da Tela Cósmica, tudo constitui

reservas das energias de Deus, que usamos, em nosso proveito, por permissão

dEle, de sorte a promovermos, com firmeza, nossa própria elevação a Sua

Majestade Sublime.

Dessa maneira, é fácil perceber que, após conquistarmos a coroa da razão, de tudo

se nos pedirá contas no momento oportuno, mesmo porque não há progresso sem

justiça na aferição de valores.

Fazemos errada conceituação de vida na Terra, quando nos achamos sempre

dispostos a senhorear indebitamente os recursos do estágio humano, em terras e

casas, títulos e favores, prerrogativas e afetos, arrastando, por toda a parte, as

algemas do mais gritante egoísmo...

No mundo o homem inteligente deve estar farto de saber que todo conceito de

propriedade exclusiva não passa de simples suposição. Por empréstimo, sim, todos

os valores da existência lhe são adjudicados pela Providência Divina, por

determinado tempo, de vez que a morte funciona como juiz inexorável, transferindo

os bens de certas mãos para outras e marcando com inequívoca exatidão o proveito

que cada Espírito extrai das vantagens e concessões que lhe foram entregues pelos

Agentes da Infinita Bondade. Aí, vemos os princípios de causa e efeito, em toda a

força de sua manifestação, porque, no uso ou no abuso das reservas da vida que

representam a eterna Propriedade de Deus, cada alma cria na própria consciência

os créditos e os débitos que lhe atrairão inelutavelmente as alegrias e as dores, as

facilidades e os obstáculos do caminho. Quanto mais amplitude em nossos

conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações. Através de nossos

pensamentos, palavras e atos, que nos fluem, invariáveis, do coração, gastamos e

transformamos constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem evolutiva,

nos setores da experiência, e, do quilate de nossas intenções e aplicações, nos

sentimentos e práticas da marcha, a vida organiza, em nós mesmos, a nossa conta

agradável ou desagradável ante as Leis do Destino.

Informações do Espírito André Luiz, conforme instruções do Espírito Sânzio.

Page 23: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 23 de 90

Tudo de bom ou ruim que você fizer hoje, algo de força equivalente amanhã irá lhe

beneficiar ou prejudicar, seja nesta ou em outra vida. "A cada um será dado de

acordo com suas obras." Não existe escapatória ou subterfúgios perante as Leis de

Deus. Existe, sim, uma possível abreviação do carma. Através da prática do bem e

da caridade, um espírito pode alterar ou diminuir sua dívida cármica.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 24 de 90

LEI DE CAUSA E EFEITO

Encetando, pois, a sua iniciação no plano espiritual, de consciência desperta e

responsável, o homem começa a penetrar na essência da lei de causa e efeito,

encontrando em si mesmo os resultados enobrecedores ou deprimentes das

próprias ações.

Quando dilacerado e desditoso, grita a própria aflição, ao longo dos largos

continentes do Espaço Cósmico, reunindo-se a outros culpados do mesmo jaez,

com os quais permuta os quadros inquietantes da imaginação em desvario, tecendo,

com o plasma sutil do pensamento contínuo e atormentado, as telas infernais em

que as conseqüências de suas faltas se desenvolvem, mediante as profundas e

estranhas fecundações de loucura e sofrimento que antecedem as reencarnações

reparadoras; (Ver: Sofrimento espiritual)

contudo, é também aí que começa, sobrepairando o inferno e o purgatório do

remorso e da crueldade, da rebelião e da delinqüência, o sublime apostolado dos

seres que se colocam em harmonia com as Leis Divinas, almas elevadas e heróicas

que, em se agrupando intimamente, tocadas de compaixão pelos laços que

deixaram no mundo físico, iniciam, com a inspiração das Potências Angélicas, o

serviço de abnegação e renúncia, com que a glória e a divindade do amor edificam o

império do Sumo Bem, no chamado Céu, de onde vertem mais ampla luz sobre a

noite dos homens. - André Luiz - Pedro Leopoldo-MG, 19 de Março de 1958

Page 25: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 25 de 90

A LEI DE CAUSA E EFEITO

  Tudo o que fizermos ao próximo, de bem ou mal, retornará para nós. É a chamada

Lei de Ação e Reação, plantio e colheita. Tem um exemplo na Lei da Física,

explicada por Newton, onde toda ação tem uma reação contrária, de mesma

intensidade e sentido oposto.

    Nosso mundo é de segunda categoria, classificado como de Provas e Expiações.

    As expiações são a colheita nesta ou nas próximas existências do erro que

tenhamos praticado em outras vidas. Não é um castigo, pois Deus não castiga. É

sim a oportunidade de compreendermos nossos atos indevidos, sofrendo em nós

mesmos o que fizemos outro sofrer. Com isso, nosso espírito absorve a experiência,

a terá a tendência de não mais  praticá-lo.

    Jesus fala da Expiação na passagem onde ocorre sua prisão, que está em

Mateus, XXVI; 52.

 “Então, disse Jesus a Pedro: Mete no seu lugar a tua espada: porque todos os

que lançarem mão da espada, à espada morrerão”.

     Nesta passagem, o apóstolo Pedro tentava defender Jesus, ameaçando um

guarda com uma espada. E até neste difícil momento, Jesus aproveitou para nos

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 26 de 90

ensinar o quanto devemos pensar antes de agir. Caso contrário, não poderemos

reclamar do que nos espera no futuro.

    As provas são as situações que ocorrem em nossa vida para ajudar-nos a

desenvolvermos a paciência, a inteligência, a humildade e a perseverança. Não têm

nada a ver com atos cometidos em outras vidas. Deus as coloca em nosso caminho

com o intuito de nos incentivar no desenvolvimento de nossos sentimentos e

habilidades, fazendo-nos ter “jogo de cintura” e sensatez frente aos percalços da

vida.

Com esta compreensão, no próximo tópico vamos entender sobre "O Perispírito e o

Fluido Universal"

Page 27: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 27 de 90

SERMÃO DA MONTANHA

No sermão da Montanha, disse Jesus:

"Bem- Aventurados os que choram; porque serão consolados.

Bem- Aventurados os que tem fome e sede de justiça; porque eles serão fartos.

Bem- Aventurados os que padecem perseguição por amor de justiça; porque deles é

o reino dos Céus." (Mateus, V:5, 6 e 10)

E, levantando ele os olhos para seus discípulos, dizia:

"Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.

Bem-aventurados os que agoira tendes fome, porque vós sereis fartos." (Lucas, VI:

20 e 21)

"Mas ai de vós os que sois ricos, porque tendes a vossa consolação.

Ai de vós os que estais fartos, porque vireis a ter fome.

Ai de vós que agoira rides, porque gemereis e chorareis." (Lucas VI, 24 e 25)

Page 28: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 28 de 90

JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES SEGUNDO ALLAN KARDEC

A compensação prometida por Jesus aos aflitos, não poderá ter lugar, senão na vida

futura. ((Espiritualidade) Sem a certeza do porvir, tais máximas não teriam sentido.

Então porque sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e

outros na opulência? Por que uns nada sai bem enquanto que para outros tudo lhes

parece sorrir?

É muito incompreensível ver os bens e os males desigualmente distribuídos. Ver que

homens virtuosos sofrem ao lado de maus que prosperam? Entretanto, desde que

se admite Deus como bondade, justiça e amor, não pode agir caprichoso, nem

parcialmente. As vicissitudes da vida tem, pois, uma causa; e desde que deus é

justo, a causa também deverá sê-lo. Disto, todos devem se compenetrar.

Page 29: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 29 de 90

CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES.

As vicissitudes da vida são de duas ordens ou, se quiser, tem duas origens bem

diferentes e que convém distinguir: umas tem a causa na vida presente; outras, fora

desta vida. Muitos males são conseqüência natural do caráter e da conduta

daqueles que os sofrem.

Quantas pessoas são vitimas de sua imprevisão de seu orgulho e de sua ambição.

Quantos arruinados por falta de ordem, de perseverança, por mau proceder , ou por

não terem sabido limitar seus desejos. Quantas uniões infelizes, porque baseadas

apenas no cálculo frio, no interesse ou na vaidade, nas quais não entrou o coração.

Quantas divergências seriam evitadas, com mais moderação e menos

susceptibilidade. Quantas enfermidades de toda sorte, quantos pais desgraçados

pêlos filhos porque não combateram as más tendências do espírito na sua infância.

Pôr debilidade ou por indiferença deixaram que neles se desenvolvessem os germes

do orgulho, do egoísmo e da torpe vaidade que secam o coração e, mais tarde,

colhendo o que semearam admiram-se e afligem-se de sua falta de deferência e de

sua ingratidão.

Interroguem friamente a consciência e verão que quase sempre é possível dizer: Se

eu tivesse feito tal coisa não me encontraria em tal posição. A quem devem culpar

senão a si mesmos? Assim é que na maioria dos casos, o homem é o autor de seus

próprios infortúnios.

O homem os evitará quando trabalhar para o seu melhoramento moral, tanto quanto

para o intelectual.

Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração a lei Divina, que

não tenha conseqüência forçosas e inevitáveis. Mais ou menos desagradáveis. Daí

se segue que tanto nas pequenas com nas grandes coisas, é sempre o homem

castigado onde pecou. Os sofrimentos que são a conseqüência, o advertem de que

agiu mal, serve-lhe de experiência, fazendo-o sentir a diferença entre o bem e o mal

e a necessidade de se melhorar , a fim de evitar para o futuro aquilo que foi a causa

de pesares.

Algumas vezes, entretanto, a experiência vem um pouco tarde, quando a vida está

gasta e perturbada, as forças debilitadas e o mal sem remédio. Então o homem

exclama: se no começo da vida eu tivesse sabido o que agoira sei, quantos passos

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 30 de 90

falsos, teria evitado! Assim como o operário preguiçoso que diz: " Perdi o meu dia"

também diz: " Perdi minha vida"

Mas assim como para o operário nasce o Sol no dia seguinte e recomeça uma nova

jornada, que lhe permite a recuperação do tempo perdido, Também para ele, depois

da noite da sepultura, resplandecerá o Sol de uma nova vida na qual poderá

aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 31 de 90

AFLIÇÕES ATUAIS – CONTO

Os três amigos (pequena história)

CARLOS ORLANDO E PAULINHO, eram colegas no grupo escolar. Cada qual com

sua índole. Cada qual com seu caráter.

Carlos era muito esquentado (pavio curto). Brigava por qualquer coisa.

Não que as pessoas devam ser totalmente passivas (indiferentes, inertes) Isto é,

aceitarem tudo o que lhes acontece.

Page 32: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 32 de 90

Exemplos:

Se caiu, levante-se

Se perdeu algo, procure encontra-lo.

Se deseja conquistar um bem, lute, trabalhe e se esforce por conquista-lo.

São alternativas válidas, dizia sempre a mamãe. Mas brigar por tudo, não. Nem vale

a pena.

Brigar pelo primeiro lugar na fila

Porque o colega sem querer pisou-lhe o pé, e outras brigas sem justo motivo etc.

Fica ciumento porque a mamãe agradou o irmão caçula.

Mamãe explica que os primeiros lugares na fila, são determinados pela professora

Os primeiros da fila, devem ser os menores ou os maiores.

O colega deve ser desculpado, pois foi sem querer.

Não deveria ser ciumento, com o agrado ao irmão menor, pois ele é pequeno e

precisa de carinho.

Carlos, demostrava com isso que era um menino prepotente e de caráter difícil.

O que é ser prepotente?

É ser egoísta e vaidoso. É achar-se o centro das atenções, o dono da verdade. Tudo

deve girar a sua volta, achando-se a mais importante das criaturas.

E o que é Caráter?

São traços essenciais que servem para determinar ou classificar uma pessoa.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 33 de 90

A pessoa ciumenta, egoísta, e vaidosa, demostra fraqueza de caráter (que são

traços imperfeitos de uma pessoa)

Assim era o nosso Carlos.

Como era briguento, as pessoas evitavam-no. Ele sofria com isso, porque era

vaidoso e queria ser o centro das atenções. Sofria também com o ciúmes do irmão

menor. O ciúme, dá um sintoma dolorido, um estado de inquietude dentro de nós.

Então alguém poderá perguntar: O que tem tudo isto a ver com as AFLIÇÕES

ATUAIS DA VIDA?

É que todo efeito, tem uma causa e toda causa, produz um efeito.

Carlos, sofre porque é vaidoso, ciumento e egoísta. O sofrimento é o efeito, a causa

é a sua imperfeição. E ai estão explicadas as aflições atuais da vida de nosso

Carlos.

Se ele combater as suas imperfeições, não sofrerá essas aflições. Não seria evitado

pelas pessoas e sim, amado pêlos colegas e outras pessoas.

Moral da história.

Devemos ser bons para não sofrer-mos e muito melhores ainda, para não fazer-mos

os outros sofrerem.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 34 de 90

CAUSAS ANTERIORES DAS AFLIÇÕES

Posto haja males cuja causa é o próprio homem, outros há aos quais ele é estranho,

ao menos na aparência e que, parece o ferem como uma fatalidade. Tal é por

exemplo, a perda dos entes queridos e dos que sustentam a família. Tais são ainda

os acidentes, que nenhuma previsão pode evitar. Os reveses da fortuna, que

zombam de todas as medidas de previdências. As pragas da natureza, as

enfermidades de nascença e, principalmente aquelas que tiram ao infeliz os meios

de ganhar a vida pelo trabalho. As deformidades físicas, a idiotia, a imbecilidade etc.

Certo é que aqueles que nascem em tais condições, nada fizeram nesta vida para

merecer uma sorte tão triste. Pôr que tantos seres desgraçados, enquanto ao seu

lado, sob o mesmo teto, na mesma família, enquanto há outros favorecidos em

todos os sentidos. E que diremos então dessas crianças que morrem

prematuramente e da vida só conheceram os sofrimentos?

Problemas que nenhuma filosofia resolveu, anomalias que nenhuma religião

justificou e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providencia da Deus,

na hipótese de que a alma seja criada ao mesmo tempo que o corpo e cuja sorte

está irrevogavelmente fixada depois da passagem de alguns instantes pela terra .

Que fizeram estas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para tantas

misérias sofrerem aqui?

Entretanto, como sabemos que todo efeito tem uma causa. Essas misérias são

efeitos que devem tem uma causa. E desde que se admita um Deus Justo, a causa

deve ser justa. E se essa causa não está na vida presente, deve ser anterior a esta

vida, Pertencer à vidas passadas. A prosperidade do mau , é apenas momentânea;

e se não expia hoje, espiará amanhã, enquanto aqueles que sofrem, expiam o

passado.

É assim que pela pluralidade das existências e pelo destino da Terra, como Planeta

de expiação, que se explicam as anomalias apresentadas na partilha da felicidade e

da desdita entre os bons e os maus aqui na Terra.

As tribulações da vida podem ser impostas a espíritos endurecidos, ou muito

ignorantes, que não podem fazer uma escolha com conhecimento de causa; são

porem, escolhidas livremente e aceitas pêlos espíritos arrependidos, que desejam

reparar o mal que fizeram e acostumar-se a agi melhor. O mesmo se dá com o que,

tendo cumprido mal a sua tarefa, pede que se lhe deixe recomeçar, para não perder

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 35 de 90

o resultado de seu trabalho. Estas aflições, pois são, ao mesmo tempo, expiações

do passado, que castigam e provas para o futuro, que preparam. Entretanto nem

todo sofrimento na Terra, indica determinada falta: freqüentemente são simples

provas escolhidas pelo espírito para acabar sua purificação e acelerar seu

progresso.

Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma

expiação.

Provas e expiações são indícios de inferioridade, porque o que é perfeito não

necessita ser provado.

O que sofre com resignação, pode ser sem dúvida, um espírito de certa elevação.

Ao contrário, pode considerar-se como expiação , o espírito que sofre com

murmurações e rebeldia.

O sofrimento que não se rebela, também pode ser uma expiação; entretanto indica

que foi escolhido e não imposto.

Os espíritos não podem aspirar a felicidade perfeita senão quando puros; toda

mancha veda-lhes a entrada nos mundos ditosos.

Os espíritos despojam-se pouco a pouco de suas imperfeições nas diversas

existências físicas.

Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio.

O que muito sofre, deve dizer que muito tinha a espiar e alegra-se pela cura rápida.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 36 de 90

ESQUECIMENTO DO PASSADO

Se Deus julgou, lançar um véu sobre o passado, é que isto deve ser útil

Com freqüência, o Espírito renasce no mesmo meio onde viveu e se encontra em

relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito: Se

nelas reconhecesse as que antes odiara , talvez o ódio despertasse; de qualquer

modo ver-se-ia humilhado perante aqueles a quem houvesse ofendido. Deu-nos

Deus, para nos melhorar-mos, exatamente o que é necessário e suficiente: A VOZ

DA CONCIÊNCIA, e as tendências instintivas. Tira-nos aquilo que nos pode

prejudicar.

Ao nascer, trazemos o que adquirimos. Cada existência é um novo ponto de partida.

Se sofre punição, é porque praticou o mal Suas atuais tendências, indicam aquilo

que deve ser corrigido.

O esquecimento do passado, é apenas durante a vida corporal. Entretanto, na vida

espiritual, ele recobra a lembrança do passado.

Com as palavras "BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS, PORQUE SERÃO

CONSOLADOS" indica Jesus ao mesmo tempo, a compensação que espera os que

sofrem, e a resignação que bendiz o sofrimento como prelúdio da cura. Esses são

os Motivos de Resignação.

Resulta que de tudo o que se conhece, devemos dar menos importância às coisas

materiais, moderar nossos desejos, sem invejar os outros, suportar os reveses,

adquirindo assim uma calma e resignação tão úteis à saúde do corpo quanto à

saúde da alma, e é o maior preservativo contra a loucura e o suicídio.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 37 de 90

INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS - BEM SOFRER E MAL SOFRER - O MAL E O REMÉDIO

Quando Jesus disse: " BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORÃO, PORQUE ELES

SERÃO CONSOLADOS", não se referiu em geral, aos que sofrem, porque todos

aqui sofrem, quer vivam em um palácio, quer numa cabana. Mas, poucos sabem

sofrer, poucos compreendem que só as provas bem suportadas conduzem ao reino

de Deus. Não ter coragem é uma falta. A prece é um conforto, mas não é tudo.

Deve-se apoiar-se numa fé viva na bondade de DEUS

Temos ouvido que um fardo pesado, não é posto em ombros débeis, mas que a

carga é proporcionada às forças, assim como a recompensa é proporcional à

resignação e à coragem. (LACORDAIRE)

É porventura a Terra um lugar de delicias ou de alegria?

Não disse o Profeta. " haverá choro e ranger de dentes, para os que estiverem neste

vale de dores"

Vos que nele estiveres, esperai lágrimas ardentes, e penas amargas. Levantando os

olhos para o Céu, bendizei ao Senhor.

Diz Santo Agostinho: "Que remédios poderíamos ministrar aos atacados por

doenças graves e cruéis obsessões ? Um só é infalível: a fé, A fé, é o remédio

seguro do sofrimento."

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 38 de 90

CAUSAS ANTERIORES DAS AFLIÇÕES.

Ainda os três amigos-(pequena história)

Lembram-se de Carlos, Orlando e Paulinho?

Se Carlos sofria porque era imperfeito, veremos agoira a história de Orlando e

Paulinho.

Orlando possuía uma deformidade física. Um de seus pés tinha um defeito que o

fazia mancar. Sofria muito com isso e tornou-se cheio de complexo por causa disso.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 39 de 90

Achava que os colegas riam-se dele, que evitavam-no nas competições esportivas

pela sua lentidão, etc. Muito ingratos os colegas, pois Orlando os compensava com

um tratamento carinhoso e afetivo. Ignorantes das grandes verdades e

ensinamentos cristãos, não sabiam os colegas das desigualdades e diferenças de

cada um. Mas em casa os pais e irmãos são gratos companheiros de romagem

terrena. Mesmo generoso e amigo, é portador de uma deficiência que o faz sofrer.

Jesus nas bem-aventuranças, diz que os que sofrem serão consolados. Orlando

sabe que na presente vida, colhe o que no passado plantou, porque tudo se paga, e

Jesus disse: " não sairás daqui, até pagares o último sentil"

Antes quando voltou a espiritualidade o nosso Orlando, viu claro e sentiu a

necessidade de progredir espiritualmente. Mas para tanto, teria que voltar a

encarnar no plano físico, com uma deficiência orgânica, que o faria pagar uma grave

falta do passado.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 40 de 90

Teve bom animo, orou e pediu aos protetores ajuda necessária . foi atendido e

renasceu com o defeito no pé Embora resignado e paciente, verdadeiramente é um

bem- aventurado , porque pagando a sua divida do passado, será feliz no futuro.

E Paulinho, que história nos conta?

Ah! Paulinho é um espírito muito endurecido. Na espiritualidade, não há

esquecimento do passado. Então este espírito viu que seus débitos eram grandes e

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 41 de 90

não encontrava em si mesmo, coragem para encarnar entre meio a criaturas que ele

muito havia prejudicado no Passado.

Deu-se então que a assembléia de Deus, sob as orientações de Jesus , o Mestre,

movimentou-se a seu favor. Decidiram que Paulinho (nome que viria a ser o seu) na

nova vida na Terra, teria uma reencarnação imposta . Para o seu próprio

adiantamento espiritual é claro.

O livre- arbítrio é um Dom que Deus nos oferece. Porem, quando o espírito é muito

endurecido e abusa dessa liberdade, fica temporariamente sem esse Dom,

dependendo ai da assistência dos bons espíritos, até que se arrependa e de os

primeiros passos a sua regeneração própria. Porque Deus o nosso Pai, quer o

progresso de todos os filhos.

Paulinho que em existência passada havia sido belicoso militar, que dirigira muitas

campanhas de guerras, com arrogância e cheio de vícios e paixões, reencarnava-se

entre aqueles que prejudicou.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 42 de 90

Seu caráter é deficiente, seu organismo é fraco e por expiação sofre um

retardamento mental, que o impede de acompanhar o aprendizado escolar com a

desenvoltura necessária.

Mesmo assim, tem como amigos na Terra, Carlos e Orlando que são como irmãos

bem amados.

Alem disso, há vovó Julinha que reúne os netinhos e mais as crianças do prédio

para contar Parábolas e histórias de Jesus e falar sobre a felicidade de ser bom.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 43 de 90

A FELICIDADE NÃO É DESTE MUNDO

Diz alguém: Não sou feliz! A felicidade não se fez para mim! Exclama em geral o

homem de todas as condições sociais. A máxima de eclesiastes diz:

"A felicidade não é deste mundo"

Realmente: nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a florida juventude, são

condições essenciais para a felicidade, direi mais: nem mesmo a reunião dessas

três condições tão invejadas. Pôr mais que se faça, cada um tem o seu quinhão de

misérias, seus desenganos e trabalhos e sofrimentos. Daí deduzirmos que a Terra é

lugar de Provas e Expiações.

Mas a Terra, não está destinada a ser sempre uma penitenciaria.

Pelos progressos realizados, podeis deduzir os progressos futuros. Mas para tanto,

é preciso que cada um se despoje energicamente do "HOMEM VELHO" Que os

corações aspirem para o futuro um mundo em que a felicidade deixe de ser uma

palavra vã. (François N. Madeleine)

Sobre a felicidade, Rodrigues de Abreu diz no livro " Cânticos do Além"

Pisicografado por Dolores Bacelar

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 44 de 90

PERDA DE PESSOAS AMADAS - MORTES PREMATURAS

Quando a morte vem segar em vossas famílias, levando jovens em lugar de velhos,

dizeis:" Deus não é justo, pois sacrifica, cheios de vida para conservar os que já

viveram.

Homens! porque medis a justiça Divina pelo padrão da vossa? Muitas vezes o bem

está onde supondes ver o mal. Aquele jovem atendeu a lei de Justiça (causa e

efeito) e partiu na época prevista desde a espiritualidade e o velho, teria que cumprir

sua missão ou provação, também com a mesma justiça. É a mesma coisa com a

morte das crianças, Tudo tem seu motivo, e uma explicação justa.

Mães, sabeis que vossos filhos muito queridos estão juntos de vós, sim, muito

juntos; que seus corpos fluídicos vos rodeiam, seus pensamentos vos protegem,

Mas vossos pesares infundados os afligem. (SANSON)

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 45 de 90

UM HOMEM DE BEM TERIA MORRIDO

Muitas vezes, falando de um malvado que escapa de um perigo dizeis: " Se fosse

um homem de bem, teria morrido". Ignorando as leis Divinas, dizei uma blasfêmia.

Enganai-vos porque aquele que parte, já concluiu sua tarefa, e o que ficou, pode não

ter começado a sua. Devemos habituar-nos a não censurar aquilo que não

compreendemos. (FÉNELON)

TORMENTOS VOLUNTÁRIOS

Corre os homens em busca da felicidade. Esta lhe escapa. Porque a felicidade

perfeita, não existe na Terra. Busca-a entretanto nas coisas perecíveis, nos gozos

materiais, em vez de busca-la nos prazeres da alma.

A MELANCOLIA

Sabeis porque uma vaga tristeza, as vezes se apodera de vossos corações? E vos

leva a considerar tão amarga a vida?

É o vosso espírito que aspira a felicidade e a liberdade e ligado ao corpo que lhe

serve de prisão, em vão se esforça para dele sair.

Vendo inúteis seus esforços, cai no desalento e, com isso influi, apoderando-se de

vós a melancolia o abatimento e uma espécie de apatia.

Deveis resistir com bom animo, e com energia Esperai com paciência o anjo da

liberdade. Pensai que durante a vossa estadia na Terra , tendes a cumprir uma

missão que ignorais. (FRANÇOIS DE GENEVE)

PROVAS VOLUNTÁRIAS

Perguntais se é permitido aliviar vossas próprias provas. Esta pergunta, se relaciona

com esta outra," É permitido a quem se afoga, procurar salvar-se? A quem se

espeta um espinho, procurar extirpa-lo? Ao que está enfermo, se chamar um

médico?

O objetivo das provas, é exercitar a inteligência, bem como a paciência e a

resignação.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 46 de 90

Um homem pode nascer em situação penosa e embaraçosa, exatamente para ser

obrigado a buscar os meios de vencer as dificuldades. O mérito está em suportar o

inevitável. É necessário bem distinguir. Não debiliteis vosso corpo com inúteis

privações e macerações sem propósito, porque tendes necessidade de todas as

forças.

Martirizar voluntariamente vosso corpo, é infringir a lei de Deus, O cilício em

benefício do próximo é abençoado por Deus, Se quiserdes um cilício, aplicai-o à

vossa alma e não ao corpo. (UM ANJO DA GUARDA)

Em vez de buscar a paz do coração, única e real felicidade aqui na Terra, o homem

é ávido de tudo quanto agita-lo e perturba-lo e- coisa singular! Parece que a

prosperidade cria os próprios tormentos, quando está em suas mãos evita-los.

Há-os porventura, maiores que os causados pela inveja e pelo ciúme? Para o

invejoso e para o ciumento, não há repouso; é uma febre continua. A prosperidade

dos rivais dá-lhes vertigens.

A estes não se aplica as Bem-Aventuranças, ao contrário, quantos tormento a si

mesmo evita, aquele que sabe contentar-se com o que tem

Esses é que são os tormentos voluntários para os que buscam os prazeres

perecíveis. (FÉNELON)

VERDADEIRA DESGRAÇA

A verdadeira desgraça, não é a que os homens supõem. Essas são para aqueles

que só enxergam o presente. Dizei-me se um acontecimento momentaneamente

feliz, mas de funestas conseqüências, não é realmente mais desgraçado que um

outro que inicialmente causando uma viva contrariedade, acaba produzindo um

bem?

HÁ MALES QUE VEM PARA O BEM

Para julgar uma coisa, é mister saber as conseqüências, Para o homem, é

necessário transportar-se além da vida, porque é ali que se fazem sentir as

conseqüências.

Esperai, vós que chorais

Tremei vós que rides

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A verdadeira desgraça é a que surpreende a alma enfraquecida pela indiferença e

pelo egoismo. (DELFINA DE GERARDIN)

Por outro lado: desde que não haja intenção de buscar a morte, não há suicídio. Mas

sacrifício e abnegação na ajuda ao próximo , mesmo que se tenha certeza de

perecer. (SÃO LUIZ)

PROVEITO PARA ALGUÉM DOS NOSSOS SOFRIMENTOS

Tais sofrimentos podem proveitosos para os outros material e moralmente.

Materialmente, se, pelo trabalho, privações e os sacrifícios que se impõem

contribuem para o bem estar material do próximo; moralmente pelo exemplo que

dão a sua submissão à vontade de Deus.

Esse exemplo do poder da fé Espírita, pode estimular os infelizes a resignação,

salva-los do desespero e de funestas conseqüências para o futuro. (SÃO LUIZ)

Paris 1860.

DEVEMOS POR TERMO ÀS PROVAS ALHEIAS?

Se estas na Terra de expiação e provas, tudo o que vos acontece, é conseqüência

das vidas anteriores. A justiça de Deus deve seguir o seu curso. Mas vejamos que

meios nosso Pai do Céu pôs ao nosso alcance para aliviar os sofrimentos de meus

irmãos vejamos se nossos conforto moral, nosso apoio material e nossos conselhos

poderão ajuda-lo. Ajudai-os sempre, mas lembrando que só Deus é quem pode

fazer essa prova cessar ou continuar. (BERNARDIM)

É LÍCITO ABREVIAR A VIDA DE QUEM SOFRE MAL INCURÁVEL?

Quem vos dá o direito de prejulgar o designo de Deus? Qualquer que seja o estado

de um moribundo, ninguém pode assegurar que haja soado a sua última hora. O

materialista que só vê o corpo e nada se importa com a alma, não pode

compreender tais coisas Mas o Espírita que sabe o que se passa além do túmulo,

conhece o valor dos últimos instantes.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 48 de 90

Mitiguei os últimos sofrimentos quanto puderes, mas não cuideis de abreviar a vida,

por um minuto que seja, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro

(SÃO LUIZ)

SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA

Quer o homem se mate, quer se faça matar, o objetivo é sempre o mesmo de

abreviar a vida e, por conseguinte, há suicídio de intenção embora não de fato.

Intenção premeditada, anula o mérito da ação. (SÃO LUIZ)

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DESAVENÇA FAMILIAR - OSVALDO SHIMODA

[email protected]

É nas famílias onde costumam se reunir os inimigos do passado.

Chico Xavier

O líder de movimentos da década de 60 e Prêmio

Nobel da Paz que buscava o respeito aos direitos dos

negros e o fim da discriminação e segregação racial

nos EUA, Martin Luther King, dizia: Nós aprendemos a

voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas

não aprendemos ainda a conviver como irmãos; o

amor é a única força capaz de transformar um inimigo

num amigo.

Suas palavras servem de reflexão para todos nós,

pois tivemos grandes avanços tecnológicos, científicos e materiais; porém, isso não

ocorreu na mesma proporção no convívio pacífico entre os seres humanos,

principalmente, no lar, dentro das famílias.

No meu entender, dentre todos os relacionamentos, a relação familiar é o mais

importante. Mas por quê?

Porque na vida tudo passa: emprego, poder, prestígio, status, dinheiro, mas o que

permanece com você é a sua família, principalmente, nos momentos difíceis da vida

ou mesmo na velhice. Onde você renova as suas energias antes de ir para o

trabalho ou nos momentos de lazer? Onde fica o seu Porto seguro? A quem você

recorre quando fica doente ou em crise? É fundamental, portanto, assegurar um

ambiente familiar agradável e saudável.

Mas, lamentavelmente, o que observo com os meus pacientes e nos noticiários, são

fartas reportagens envolvendo desavenças familiares que, muitas vezes, acabam

em tragédias, em assassinatos.

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Por que há famílias que se dão muito bem, enquanto que em outras estão sempre

em pé-de-guerra, um verdadeiro barril de pólvora, prestes a estourar a qualquer

momento?

Muitos acreditam que família é o resultado de um mero encontro fortuito, onde seus

membros estão juntos por acaso. Acreditam, portanto, que uma família que se dá

bem e o ambiente em geral é harmonioso, é porque os seus membros são pessoas

sensatas, equilibradas e civilizadas; agora, se o ambiente familiar é carregado de

conflitos, brigas constantes, pautadas na maior parte do tempo em agressões,

desrespeito e desentendimentos, é porque essa família é imatura e desequilibrada.

Tais explicações em parte fazem sentido, mas, ainda assim, é um pensamento

reducionista e simplista. Por isso, é preciso ampliar a visão de família dentro de uma

ótica reencarnacionista.

Não foi por acaso que o grande médium Chico Xavier afirmou: É nas famílias onde

costumam se reunir os inimigos do passado. Ao usar a expressão inimigos do

passado, ele estava se referindo aos desafetos de outras encarnações os quais

prejudicamos.

Neste aspecto, a família não é o resultado de um mero encontro fortuito, onde todos

estão juntos por acaso. E não é por acaso também que ocorrem conflitos, discórdia

no lar.

Na verdade, todos estão juntos por afinidades cármicas, ou seja, por terem se

prejudicado numa existência passada. Desta forma, a família atende a uma

finalidade clara que é proporcionar a todos um aprendizado, uma grande

oportunidade - através da convivência - de transformar laços de ódio em amor. É o

que constatei em meu consultório, após ter conduzido mais de 8000 sessões de

regressão com a TER (Terapia Regressiva Evolutiva) - A Terapia do Mentor

Espiritual, abordagem psicológica e espiritual breve, canalizada por mim pelos

Espíritos Superiores do Astral.

Nesta terapia, é comum o mentor espiritual do paciente (ser desencarnado de

elevada evolução espiritual, responsável diretamente pelo nosso aprimoramento

espiritual) lhe revelar que ele e sua família estão presos, amarrados por um laço

antigo de brigas, discórdias, ódio, desamor e desunião, que se repete em várias

encarnações; portanto, esse laço tem que ser desfeito, caso contrário, a vida de

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 51 de 90

todos não irá deslanchar. E para ser desfeito, a chave da libertação é a

reconciliação, o perdão de todos os envolvidos.

Mas de todas as relações familiares, há uma que é a mais forte, mais visceral, que é

a relação mãe e filho. Explica o motivo do porquê a providência divina levar dois

inimigos de uma vida passada reencarnarem justamente como mãe e filho.

Na maternidade, a mulher gera de seu ventre, de suas entranhas, um pequeno ser

e, nessa relação, as condições tendem a ser mais propícia para que ambos - outrora

desafetos do passado - se amem e se reconciliem.

Já presenciei uma paciente regredir ao útero materno e identificar a sua mãe como

uma inimiga que tirou sua vida numa existência passada e, por conta disso, se

recusar, dificultar ao máximo o seu nascimento. Mas, após ser orientada pelo seu

mentor espiritual de que ela veio na vida atual para se reconciliar com o seu

desafeto (mãe), a relação com sua mãe melhorou consideravelmente. Através do

amor, da reconciliação, o laço de ódio que as unia foi rompido.

CASO CLÍNICO

DESAVENÇA FAMILIAR

Mulher de 42 anos, casada, três filhos.

Veio ao meu consultório, uma mulher desesperada, queixando-se que não

agüentava mais sua vida, e que havia procurado todo o tipo de ajuda.

Assim me relatou na entrevista de avaliação: Conheci o meu marido na Faculdade

de Medicina, ele era professor e eu residente, foi paixão à primeira vista; em 3

meses, estávamos morando juntos, e aos 6 meses, casamos. Não queríamos filhos

naquele momento, pois pensávamos apenas em nossas profissões.

Um ano depois, veio o primeiro filho, mas foi muito bem-vindo. Compramos uma

casa nova, a gravidez foi maravilhosa. Nasceu um menino, lindo, saudável. E dois

anos após, veio uma menina; estava indo tudo bem, tinha até medo de ser um

sonho. Daí veio a terceira filha. Estava tudo completo: um casamento maravilhoso,

ainda estávamos apaixonados, 3 filhos lindos, perfeitos, inteligentes. Tínhamos uma

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 52 de 90

clínica, dávamos aulas em uma Universidade, e fazíamos de tudo para os nossos

filhos terem do bom e do melhor.

Mas não percebia que havia algo de errado: minha empregada me alertou dizendo

que o meu filho era muito quieto, demonstrava muita raiva com o pai, principalmente

quando eu não estava. Meu marido nunca tinha percebido nada, achava que era

coisa da idade.

Meu filho trouxe sua primeira namorada em casa para jantar. Ficamos muito felizes,

era uma moça muito bonita, de uma boa família, mas, nesse dia, meu filho disse

uma coisa que nos chocou muito. Ele disse ao meu marido: - Não olhe para a minha

mulher, seu velho!

Eu e meu marido ficamos horrorizados, não era o nosso filho. Ele fazia questão de

trazê-la em casa e ficavam na piscina. Meu marido não podia nem passar no jardim

que o meu filho partia pra cima dele. Daí começaram as agressões físicas, foram

vários boletins de ocorrência na delegacia; ele estava irreconhecível. Nossa vida

virou um inferno, saí da Universidade para ficar mais em casa, pois ele estava

agressivo com todos, era cínico, inventava mentiras, fazia muita confusão. Bebia

muito, trazia mulheres para dentro de casa, até que o meu marido não agüentou

mais, e acabou espancando o meu filho até ele desfalecer. Em seguida, chamou o

caseiro e o expulsou para fora de casa. Já nesse ponto, não tínhamos mais vida,

minhas filhas estavam estressadas, brigávamos, gritávamos por nada, enfim, tudo

era motivo para as acusações.

A minha filha mais nova, também começou a beber e a fumar maconha com o

namorado; a do meio está grávida, não sabemos quem é o pai. Para piorar a nossa

situação, eu e o meu marido não nos olhamos mais nos olhos, pois não o vejo mais

como o meu esposo. Por favor, Dr. Osvaldo, me ajude! (paciente pede chorando

copiosamente).

Esperei que ela se acalmasse, e lhe disse que toda sua família teria que passar pelo

tratamento, mas só o marido e a esposa vieram.

As sessões de regressão da esposa foram tranqüilas, sem muito o que desvendar,

porém, as sessões do marido tiveram muitas revelações.

Logo na primeira sessão, ele viu, numa vida passada, uma vila com vária cabanas,

casas feitas de palha, e assim me relatou:

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Dr. Osvaldo, vejo essa vila, parece que sou o chefe desse lugar, minha casa fica no

centro da vila, é grande, há várias mulheres em volta. Vejo um rapaz que me olha

com raiva.

- Veja o porquê dessa raiva - Peço ao paciente.

Eu violentei a mãe dele e, desse estupro, ele nasceu. Ele tem raiva de mim porque a

mulher que violentei não fazia parte das minhas mulheres e, com isso, ela ficou

desamparada, não conseguia casar. Ela não podia dizer às pessoas que tinha sido

eu, mas acabou contando ao filho que eu tinha feito essa monstruosidade, que eu a

estuprei.

Vejo nos olhos dele muito ódio, ele quer me matar. Ele se mostra ser muito forte, um

excelente caçador, e eu mesmo ordeno para que ele vá atrás das caças, sempre

pensando que ele não voltaria mais; no entanto, passaram-se 20 dias, ele voltou

com a caça, e o pior aconteceu: novamente violentei uma moça, que era sua

pretendente, e estavam prestes a se casarem. Fiz de propósito para ele ver quem

mandava naquela vila. Fui muito covarde e acabei também tirando a vida dele, o

matei pelas costas, atirando nele.

Depois dessa existência passada, nos encontramos no Astral e pactuamos vir como

família. Ele dizia que tinha muita mágoa de mim, mas aceitou vir novamente como

meu filho na encarnação atual.

Dr. Osvaldo, como pude fazer isso?! Nesse momento, sua esposa que estava

acompanhando a sessão de regressão, chora copiosamente, me revela que tem um

pesadelo recorrente de ser estuprada, e que a persegue desde criança.

Começamos, então, a montar o quebra-cabeça, entendendo o porquê de tudo

aquilo. A vida é realmente um grande jogo de quebra-cabeça, pois temos muitas

indagações e poucas respostas, por conta do véu de esquecimento do passado. Ele,

o marido, tinha feito uma coisa horrível, prejudicando várias pessoas nessa vida

passada; ela, a esposa, foi a primeira moça que foi violentada por ele; o rapaz, o

filho bastardo, foi fruto daquela violência, e que também sentiu na pele o fato de sua

noiva ter sido estuprada pelo próprio pai; depois, acabou sendo morto por ele pelas

costas. (pausa).

Dr. Osvaldo, estou vendo algumas luzes aqui no consultório, afirmou o paciente.

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- Pede para que se identifiquem - Peço ao paciente.

Estão dizendo que são os nossos mentores espirituais: o meu, da minha esposa e

dos meus filhos. Estão todos aqui para nos ajudar. Pedem para que eu peça perdão

ao meu filho, à minha esposa e filhas, mas que faça isso de coração, com todo o

arrependimento.

Quatro meses após o tratamento, seu filho veio ao meu consultório para também

fazer a terapia, pois disse que precisava perdoar o seu pai.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 55 de 90

CORAÇÃO SIMPLES E PURO

"Bem - Aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus"! (Mateus V: 8)

Então lhe apresentaram uns meninos, para que os tocasse ; mas os discípulos

ameaçavam os que lhes apresentavam. - O que, vendo Jesus levou-os muito a mal,

e disse-lhes: Deixai vir a min os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é

o Reino d e Deus.- Em verdade vos digo: Que todo aquele que não receber o Reino

de Deus como pequenino, não entrará nele. - E abraçando-os e pondo neles as

mãos, abençoou-os. (MARCOS 13 e 16)

Comentários de Allan Kardec:

A pureza de coração é inseparável simplicidade e da humildade e exclui todo

pensamento de egoísmo e de orgulho.

Por isso Jesus toma a infância, como emblema de pureza, como também a tomou

de humildade.

Esta comparação é exata do ponto de vista da vida presente, porque não tendo

ainda podido o espírito manifestar nenhuma tendência perversa, oferece-nos a

criança a imagem da inocência e da candura. Assim Jesus não diz de modo

absoluto que o Reino de Deus, seja para elas, mas para aqueles que se lhe

assemelham.

Tudo é sábio na obra de Deus.

A criança necessita de cuidados, que só a ternura materna lhe pode prodigalizar.

Por outro lado, é necessário que a atividade do princípio inteligente, seja

proporcional à debilidade do corpo, incapaz de resistir a uma atividade demasiada

intensa do espírito, como se observa nas crianças precoces.

Por isso desde que se aproxima a encarnação, o espírito entra em perturbação e

perde pouco a pouco a consciência de si mesmo e, durante algum tempo, fica numa

espécie de sono, durante o qual, todas as suas faculdades se acham em estado

latente. Este estado transitório É necessário, para dar ao espírito novo ponto de

partida, e faze-lo olvidar em sua nova existência terrena aquilo que poderá servir-lhe

de estorvo.

Desde o nascimento e à medida que os órgãos se desenvolvem, suas idéias voltam

a tomar vôo, vagarosamente, podendo dizer-se que durante os primeiros o Espírito é

verdadeiramente criança, porque as idéias que formam o fundo de seu caráter,

ainda estão embotadas.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 56 de 90

Enquanto os instintos dormitam, ele é mais flexível, mais acessível às impressões

que podem modificar a sua natureza, e faze-lo progredir. Reveste pois, durante certo

tempo, a roupagem da inocência.

 

PECADO POR PENSAMENTO- ADULTÉRIO

"Ouviste o que foi dito aos antigos; Não adulteraras".

_Eu porém digo- vos: Que todo o que olhar para uma mulher cobiçando-a, já no seu

coração adulterou com ela" (MateusV27 e 28)

COMENTÁRIOS DE ALLAN KARDEC:

O vocábulo" ADULTÉRIO" é aqui tomado num sentido geral. A verdadeira pureza

não esta apenas nos atos, mas também no pensamento, Embora aquele que tem o

coração puro jamais pensa no mal.

Então na pessoa que nem sequer concebe um pensamento mau, o progresso está

realizado.

Na que tem um mau pensamento, mas o repele o progresso está em vias de

realização.

Infelizmente naquela que tem um mau pensamento e nele se compraz, o mal está a

todo vapor.

Numa o trabalho, está feito.

Na outra o progresso está em vias de se realizar.

E na terceira, tudo está ainda por fazer.

E Deus que é justo e paciente, leva em conta todos esses matizes na

responsabilidade dos atos e pensamentos dos homens.

 

VERDADEIRA PUREZA - MÃOS NÃO LAVADAS

Então chegaram a eles uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo:

_Por que violam os teus discípulos a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos

quando comem o pão.

E ele respondeu-lhes dizendo:

_E vós também por que transgredis o mandamento de Deus para seguir vossa

tradição? Pois Deus fez este mandamento: honrai vosso pai e vossa mãe; e este

outro: que aquele que disser palavras injuriosas ao seu pai e a sua mãe, seja punido

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 57 de 90

de morte. Mas vos dizeis: todo aquele que tiver dito a seu pai, ou a sua mãe: Toda

oferenda que faço a Deus vos é útil, satisfaz a lei, ainda que depois disto, não honre

e nem assista seu pai e sua mãe; e, assim tornastes inútil o mandamento de Deus

por vossa tradição.

Hipócritas, bem profetizou de vós outros Isaías, quando diz: Este povo honra-me

com os lábios, mas seu coração está longe de min. Em vão pois me honram ,

ensinando doutrinas, que vem dos homens. E chamando para si a turba, lhes disse:

ouvi e entendei:- Não é o que entra pela boca que faz imundo o homem, mas o que

sai da boca, isto é que faz imundo o homem. Toda planta, que meu Pai não plantou,

será arrancada pela raiz. - deixai-os cegos são, e condutores de cegos, e se um

cego guia outro cego, ambos vem a cair no barranco.

Pedro disse:

_Explica-nos essa parábola.

_Também vós outros estais ainda sem inteligência? Tudo o entra pela boca, desce

ao ventre e se lança depois num lugar escuso. Mas as coisas que saem da boca

vem do coração, e são estas que fazem o homem imundo; - Porque do coração é

que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os

furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias, estas coisas é que fazem imundo o

homem (Mateus, XV 1-20)

"Vos outros fariseus, limpai o que está por fora do corpo e do prato, mas vosso

interior está cheio de rapina e de maldade.- Néscios, quem fez tudo o que está de

fora, não fez também o que está dentro?" (Lucas, XI, 37-40)

Comentários de Allan Kardec:

Haviam os Judeus descurado dos mandamentos de DEUS, para observar a pratica

observar praticas e regulamentos estabelecidas pêlos homens.

O fundo simples, desaparecia sob as complicações da forma.

Era mais fácil observar os atos exteriores do que reformar-se moralmente. Lavar as

mãos do que limpar o coração. Pôr essa razão disse o profeta.

Em vão me honram ensinando doutrinas e mandamentos de homens.

O mesmo aconteceu com a doutrina moral de CRISTO, que acabou relegada a

segundo plano. Pôr isso Jesus diz: " toda planta que meu Pai celestial não plantou,

será arrancada pela raiz"

Page 58: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 58 de 90

O objetivo da religião é conduzir o homem à Deus. Toda religião que não melhora o

homem, falha nos seus objetivos e é falsa pois a forma altera a e essência.

Não basta ter a aparência de pureza, é preciso ter pureza de coração .

 

ESCANDÁLO- SE VOSSA MÃO É MOTIVO, CORTAI- A.

O que escandalizar porém a um deste pequeninos que crêem em min, melhor lhe

fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma corda e o lançassem ao fundo do mar.-

ai do mundo por causa dos escândalos; mas ai daquele homem por quem vem os

escândalos. Ora se tua mão ou teu pé, te escandaliza, cortai-o e lançai-o para fora

de ti. Melhor te é entrar na vida manco ou aleijado, do que tendo duas mãos, ou dois

pés, ser lançado no fogo eterno.

E se teus olhos te escandaliza, tira, tira-o e lançai-o fora de ti, melhor te é entrar na

vida com um só olho, do que tendo dois, ser lançado no fogo do inferno.

Comentários de Allan Kardec:

Na acepção vulgar, escândalo é toda ação que choca a moral ou o decoro de modo

ostensivo.

O vocábulo da idéia de publicidade. Muita gente se contenta em evitar o escândalo,

que lhe feriria o orgulho e comprometeria suas considerações entre os homens.

Deste jeito suas torpeza ficam ignoradas e isto lhes basta para a tranqüilidade de

consciência.

Estes são, conforme as palavras de Jesus " Sepulcros caiados por fora, mas cheios

de podridão por dentro" " vasos limpos por fora, mas sujos por dentro". Não é

apenas o que abala a consciência alheia; ma tudo quanto resulta dos vícios e

imperfeições humanas, com ou sem publicidade.

"É necessário que o escândalo venha, porque estando os homens em expiação na

Terra, castigam-se a si próprios no contato dos vícios, dos quais são as primeiras

vitimas e cujos inconvenientes acabam por compreender."

Quando se cansarem de sofrer o mal, buscarão remédio no bem. A reação destes

vícios serve pois, simultaneamente, de castigo para uns e de prova para outros. É

assim que Deus faz sair o bem do mal. Quando não houver mais culpados, não

haverá necessidade de castigos.

Uma humanidade transformada em homens de bem, ninguém procurará prejudicar

ao próximo e todos serão felizes. É mister destruir toda causa de escândalo, isto é

do mal; arrancar do coração todo sentimento impuro e todo princípio vicioso.

Page 59: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 59 de 90

Repetimos, que mais valeria a um homem não ter tido a mão, do que a ter para

servir de instrumento a uma ação má; estar privado da visão do que ter olhos que

despertem maus pensamentos. Mas muitas coisas não podem ser compreendidas

sem a chave dada pelo Espiritismo.

 

INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS

Deixai vir a min os pequeninos.

Disse Jesus, " Deixai vir a min os pequeninos"

Estas palavras não se reduzem ao chamamento das crianças, mas ao das almas

que gravitam no mundo ou estados inferiores onde a infelicidade desconhecem a

esperança.

Jesus chamava a si a infância intelectual, aos débeis, aos cativos, aos viciosos.

Nada podia ensinar à infância física, prisioneira da matéria, submetida ao jugo do

instinto.

Queria que os homens fossem a ele com o coração e a confiança das crianças, com

o coação de todas as mulheres que são mães. (João Evangelista, Paris 1.863)

(Bem aventurados os que tem os olhos fechados).

Ah! Que sofrimento, bom Deus! Perdeu a visão e ficou na escuridão.

Levantai sempre os olhos ao Céu e direi do fundo do coração:- " Meu Pai, curai-me,

mas fazei que minha alma se cure antes que as enfermidades do corpo.

Os que estão privados da vista deveriam considerar-se como os bem aventurados

da expiação.

Ho! sim, bem aventurados o cego que quer vencer com Deus. O olho aberto, está

sempre disposto a descuidar-se da alma; o olho fechado, ao contrário, está sempre

disposto a faze-la elevar-se para Deus.

A cegueira dos olhos muitas vezes é a verdadeira luz do coração.

 

HISTÓRIA INFÂNTIL - AS TRÊS CRIANÇAS

Page 60: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 60 de 90

André é um bom menino.

Será que é realmente?

O Evangelho nos ensina que as crianças ao voltarem a nascer (Encarnação), são

pela misericórdia de Deus, nosso Pai e Criador, dotados de um novo corpo, para o

aperfeiçoamento do Espírito, que por sua vez, já viveu em encarnações diversas.

Nesse processo de reencarnação, ele perde pouco a pouco a consciência de si

mesmo, ficando numa espécie de sono durante algum tempo, no qual todas as suas

faculdades ficam em estado latente.

Esse estado é necessário para dar ao espírito novo ponto de partida.

O esquecimento do passado é também bondade de Deus para as novas atividades

terrenas.

Nesta fase, o Espírito é verdadeiramente criança, porque as idéias que formam o

fundo do seu caráter ainda estão embotadas. A medida que os órgãos se

desenvolvem suas idéias voltam a tomar vôo vagarosamente.

Enquanto os instintos dormitam, ele é mais flexível, mais acessível às impressões

que podem modificar sua natureza e faze-lo progredir.

Page 61: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 61 de 90

Então a criança não é um Espírito recém-criado e sim reencarnado. Reveste

entretanto, durante certo tempo, a roupagem da inocência.

André tem hoje nove anos. Já principiou desde os seis ou sete anos, a mostrar seu

verdadeiro caráter .

Podemos ver que é bom, pelas suas tendências, para o bem.

Sua cabeça não dá guarida a maus pensamentos.

É uma criança alegre, simples e inocente.

Amiga dos animais, e curioso, não gosta de ver pássaros presos em gaiolas, Prefere

vê-los a voar pêlos ares e jardins. Atenciosa para com os mais velhos. Quando a

mãe o chama para ajuda-la, está sempre pronto a toda sorte de ajuda.

Não direi que seja perfeita. Isso não. Também faz travessuras, é muito curioso, pois

gosta de mexer em tudo. É também muito teimoso.

Estuda, faz as tarefas escolares, mas não é o primeiro da classe. Tem como

colegas, crianças que se afinam com seu modo de ser. Gosta de ciências biológicas.

Page 62: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 62 de 90

Sempre que pode, vai ao aquário da Prefeitura , ver os peixinhos nadarem, e

procura aprender algo novo para o seu aprendizado escolar.

Se chegar a adolescência e maturidade com esse progresso Espiritual, será sem

duvida um Bem- Aventurado, porque possui limpo o coração.

 

A SEGUNDA CRIANÇA

Page 63: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 63 de 90

Vamos conhecer outra criança chamada Marianinha, que completou nove anos

também.

Esta é uma lutadora. Alguém poderá perguntar:- Luta judô ou boxe?

Nada disso. Marianinha luta com as más tendências.

Ao sair dos sete anos, começou a mostrar-se inquieta com tudo. Não obedece

horário de estudo, refeições, escola etc...

Não obedece aos pais com regularidade. Falta-lhe a matéria mais importante que é

a disciplina. Disciplina de si mesma.

Mas aqui é que Marianinha, mostra seu caráter de lutadora e reformista.

Page 64: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 64 de 90

Muitas vezes, se surpreende em grande arrependimento de sua vaidade excessiva.

É narcisista em exagero. Não se cansa do espelho.

Enquanto André, o menino da primeira história, nem sequer tem um mau

pensamento, Marianinha, possui uma variedade deles.

Isso não falando dos pensamentos que lhe são ofertados gratuitamente pêlos

Espíritos infelizes que se afinam com ela.

Então está ai a sua grande luta. Não é luta corporal, nem material, é luta Moral.

É uma necessidade urgente de ser melhor.

Page 65: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 65 de 90

As vezes chora muito e se confessa a Mamãe:

_Eu queria ser bem melhor do que sou. Sinto grande tristeza em ser egoísta,

vaidosa e tão imperfeita. Da mãe recebe conselhos para orar e pedir sempre a

proteção do bom Espírito Guia. Todos nós temos essa imperiosa necessidade. Está

dentro de nós, dentro de cada um em particular quando acordamos para a realidade

da vida. Pôr isso Reencarnamos, buscando sempre o que nos falta. As virtudes que

nos são indispensável para o aprimoramento espiritual. Quem nos ensina isto é o

Evangelho e a doutrina Espírita.

Kardec nos dá uma colher de chá, quando diz que verdadeiramente espíritas são os

que buscam através da luta incessante , modificar sua conduta para o bem.

Reformular o caráter, extirpando as más tendências, que cultivamos pala nossa

ignorância e imperfeição.

Marianinha, sem ser Espírita, está também procurando ser melhor.

Nessa criança, o progresso Espiritual, está em vias de realização.

 

A TERCEIRA CRIANÇA

Page 66: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 66 de 90

Vamos conhecer outra criatura de Deus, que é nosso irmão em humanidade. Porém

antes de mais nada, é bom que saibamos que o Pai criou os Espíritos simples e

ignorantes e dá-lhes a liberdade e serem melhores ou não pela sua própria vontade.

Este filho, não interessou-se pelo bem. pelo contrário, sentia prazer no mal. O mal

nele se encontra a todo vapor.

Então, enquanto em um dos meninos, o trabalho está quase pronto. (André) Na

outra está se processando (Marianinha) .

Neste o trabalho está todo por fazer.

Júlio se compraz no mal. Não só atende a sua índole de Espírito imperfeito também

ouve aos que lhe assemelham. Mau, perverso, e ignorante, tem impuro o coração.

Mau filho, mau irmão, perverso com as plantas e animais.

Page 67: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 67 de 90

Não se controla ao ver um ninho de passarinhos. A pobre mãe está fora em busca

de minhocas para a sua prole e quando volta, já não os encontra, pois Júlio os

retirou dali. Sente prazer em agir assim. Mas Deus tudo vê, e sabe o que pode

acontecer a um menino tão ruim se assim

Continuar." Quanto maior o mal, mais forte é o remédio".

Page 68: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 68 de 90

Na escola , só faz coisas erradas. Desobedece a professora, desmancha o laço do

cabelo da colega, joga papel no chão, briga com os companheiros, etc.

Será que um dia Júlio se tornará melhor? Parece impossível.

Parece, mas não é.

Sabemos que lá no intimo de seu coração, Jesus o nosso Mestre amigo, espera pela

planta do bem que irá nascer um dia. Sedo ou tarde vai brotar e vigorosa fortalecer-

se. A semente do bem está plantada em todos os corações, e no de Júlio também.

Um dia ele irá cansar-se de lutar contra a luz, contra o bem e desejará ser feliz como

os demais.

Nesse dia haverá tanta alegria no Céu pela volta do filho extraviado que sofria mas

que resolveu afinal ser feliz. Não é muito melhor assim?

Jesus não permitiu que as crianças fossem enxotadas, porque sabe que elas muito

podem aprender com ele. Conhecendo o estado simples e inocente dos pequeninos

e da facilidade que sentem as lições do Evangelho, tem certeza da aprendizagem.

Outorgou assim aos professores, pais e interessados do porvir, a incumbência de

educar para salvar.

Page 69: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 69 de 90

A educação dos pequenos é o melhor que podemos fazer por eles. Ainda aconselha

Jesus aos adultos que procurem ser como as crianças, simples e humildes e puras

de coração.

João Evangelista esclareceu mais sobre o assunto " Deixai vir a min os pequeninos,

quando que "pequeninos " não são unicamente as crianças, mas as almas que

gravitam no orbe terrestre e mundos espirituais em estados inferiores , onde a

infelicidade não conhece a esperança. Jesus chama por essa mensagem, a infância

intelectual, aos débeis, aos cativos e aos viciosos. Quer que os espíritos venham a

ele , com a confiança das crianças e com o coração da todas as mulheres que são

mães. Jesus nos ensina que todos os pensamentos no mal é adultério da Lei de

Deus.

E que a verdadeira pureza, não está só nos atos, mas principalmente no

pensamento. Para Ter-se um caráter integro é necessário, pureza no pensamento e

nos atos.

Lembremo-nos de que o Apostolo Paulo disse: Tudo nos é permitido pela liberdade

que o Pai nos concedeu, " mas nem tudo nos convém".

A pureza não esta também nas mãos lavadas e sim no cumprimento aos

mandamento de Deus, que os homens esqueceram. Qual o mais importante- Não

comer determinados alimentos, não comer sem lavar as mãos, ou " honrar Pai e

Mãe".

Os Judeus introduziram na Lei de Deus, conveniências humanas, tradições dos

homens, por isso Jesus disse: " Toda planta que meu Pai não plantou, será

arrancada pela raiz".

O que torna impuro o homem é o que ele pensa, fala e faz de mal, porque essas

coisas vem do coração e da mente. Limpai o interior, e o que está por fora

resplandecerá.

Hipócritas, disse Jesus. Bem profetizou de vós o profeta Isaias quando disse: Este

povo honra-me com os lábios, mas o coração está longe de mim".

Comentários de Allan Kardec:

Os homens descuram dos verdadeiros mandamentos, para observar práticas

estabelecidas por eles. O fundo simples, desaparece sob as complicações da forma.

É mais fácil observar os atos exteriores, do que reformar-se moralmente.

Lavar as mãos do que limpar o coração. O mesmo aconteceu com a doutrina moral

do Cristo, que acabou relegada a segundo plano.

Page 70: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 70 de 90

O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus. Toda religião que melhora o

homem , falha nos seus objetivos e é falsa, pois a forma altera a essência . O Mestre

adverte, que não sejam escandalizados os simples e os pequeninos, sob pena de

responder-se com grande responsabilidades na Lei de Justiça Divina. ((Causa e

Efeito) Os escândalos se verificam para que a sua reação sirva simultaneamente, de

castigo para uns e de provas para outros.

É assim que Deus faz sair o bem do Mal

Quando não houver mais culpados, não haverá infelicidade. Tal é o estado dos

mundos adiantados, onde o mal foi excluído. Os mundos primitivos servem de

habitação e de exílio para os Espíritos Imperfeitos.

É necessário arrancar do coração todo sentimento impuro e todo principio vicioso.

Repetimos com Jesus, que mais valeria a um homem não ter tido a mão, do que a

ter para servir de instrumento a uma má ação; estar privado da visão do que a visão

desperte um mau pensamento. Pôr isso disse:-(Bem - Aventurados os que tem os

olhos fechados) A cegueira dos olhos, muitas vezes é a verdadeira luz do coração.

Bem- Aventurados os cegos que vivem com Deus.

Coração simples e puro: Exclui o Egoísmo, o Orgulho e a Vaidade.

Para ilustrar essa passagem Evangélica, temos a seguinte história. Diz o filósofo:- "

A natureza escreveu no rosto do homem uma carta de credito que tem de aceitar-se

onde quer que se apresente".

Os dois semblantes.

Certa vez um grande artista foi escolhido para pintar um quadro a óleo, destinado a

uma igreja de Roma. A tela deveria ter por tema a vida de Jesus. O artista que a

muito tempo vinha esperando por aquela oportunidade, imensamente feliz, atirou-se

ao trabalho ardorosamente. Assim anos a fio e sem descanso, dedicou-se o pintor a

execução do quadro.

Mas faltava-lhe dois modelos importantes, justamente aqueles que deveriam

representar o menino Jesus e Judas Iscariote.

Pôs-se então a procura dos modelos. Começou a busca em sua própria cidade.

Procurou em todos os bairros em todas as ruas. Andou muito e viajou também.

Examinou linha por linha centenas de rostos de meninos e de homens sem contudo

achar quem representasse as características exigidas para os personagens de seu

quadro.

Page 71: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 71 de 90

Foi então que retornando a sua terra natal, percorrendo novamente seu velho bairro,

viu um pequeno, cujo semblante, de rara beleza e extraordinária meiguice, era

justamente o que procurava. O pintor exultou de alegria! Enfim poderia continuar o

seu trabalho. De imediato, falou aos pais do menino e pôs mãos a obra.

Durante dias e dias o garoto pousou pacientemente, até que seus lindos traços

fisionômicos, passaram um a um para a tela.

Quando o menino se foi, o artista comentou!

"A beleza e a candura de sua alma, estão refletidos em seu rosto"

O pintor então começou a fazer novas buscas, agora na esperança de encontrar

quem lhe servisse de modelo para a imagem de Judas. Novas caminhadas ....

Novas indagações... Novos semblantes em desfile... Mais nada! Ninguém satisfazia

a exigência do artista.

A bela obra paralisada, aguardava o seu último personagem, para ser exposto aos

olhares do público. O pintor já desanimava quando um dia, ao passar por um bar

pouco recomendável, viu aparecer a porta um pobre homem esfarrapado e magro.

Estava embriagado!

Por um instante, o homem cambaleou e agarrou-se a porta. Deu dois passos

incertos, tropeçou e caiu ao chão.

O pintor aproximou-se condoído e ao tentar levanta-lo estremeceu de horror e

emoção.

Aquela fisionomia ainda moça, marcada impiedosamente pelo vicio, ajustava-se com

precisão á sua tela inacabada!

Ajudou-o a erguer-se e propôs-lhe:

_Venha comigo, eu cuidarei de você.

Encontrara afinal o seu Judas Iscariote.

Pôs-se então o artista, dia e noite a completar a tela. Mas coisa estranha, à medida

que o trabalho avançava, o modelo pouco a pouco demonstrava desoladora tristeza.

O pintor percebia a transformação, mas nada comentava.

Um dia porém, notando que lágrimas silenciosas deslizavam daqueles olhos

encovados, interrompeu o trabalho e indagou interessado!

_Meu filho, porque se aflige tanto? Em que posso ajudar?

Desatando a chorar, o modelo cobriu o rosto com as mãos . depois passados uns

instantes, olhou para o pintor e disse:

_Não se lembra de min?

Page 72: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 72 de 90

_Há muitos anos, pousei para o seu MENINO JESUS...

O filósofo ORIZON MARDEM, fala sobre o valor da castidade.

_É honrosa para o homem, a pureza de pensamentos, e a honestidade de

linguagem.

Cada qual é conforme são os seus mais vivos sentimentos. Se de índole generosa,

todas as suas emoções tomarão aspectos dessa virtude.

As paixões brutas são como marinheiros amotinados que é preciso encerrar nos

porões.

Nosso fonógrafo mental reproduzirá uma conversação obscena, enquanto a vida

durar.

Afirmam os fisiológicos que todas as partículas de nosso organismo se renovarão

periodicamente, mas nenhum químico é capaz de fazer desaparecer da memória,

por completo, os vestígios de um pensamento sinistro.

O homem perde-se quando perde a sua pureza. Não existe na vida, mais

inestimável tesouro que a "castidade" que em rigor é a pureza aplicada aos

pensamentos, palavras , obras, leituras, atitudes, gestos, companhias, ocupações e

até alimentos.

É tão necessário manter puro o corpo físico alimentando-o e nutrindo-o, como

manter puro também os sentimentos generosos e nobres. Só assim é possível

conservar o harmônico equilíbrio Espiritual e Corporal .

A imaginação é o cinzel da alma e a chave do destino.

"Sede limpos de coração. Este é o grande mandamento. Não escuteis aqueles que

vos disserem que o vicio é uma necessidade.

Nada do que é mau e pernicioso, é necessário.

Toda malícia é fraqueza. O vicio e a força, não tem parentesco algum

A pureza é a força, a saúde é o poder.

Só há um remédio eficaz contra a impureza:- a constante ocupação em coisas úteis.

Milhares de homens , deixariam cortar a mão direita, se por tal preço se pudessem

ver livres das conseqüências da impureza.

As novelas e literaturas imoral, são como canos de esgoto, por onde corre, viscosa,

a vaza concentrada das mais horrendas paixões, dos mais degenerados costumes e

dos mais dissolutos tipos. É horrível que tão hediondas cloacas, despejem a sua

imundície sobre a cabeça de nossos filhos. Quem pode matar os répteis que surgem

da mente de um escritor licencioso?

Page 73: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 73 de 90

Mantende Ho! jovens ! bem puros os vossos corações.

Não percais a inocência, porque se tal vos acontecer, tereis perdido o mais precioso

Dom de Deus, e não mais volvereis a encontra-lo, ainda que com lágrimas de

arrependimento o busqueis.

Se uma harpa se quebra, há um artífice que a repara, se uma luz se apaga, outra luz

se reascende, mas quem há que restitua louçania e fragrância, a uma flor fanada?

Se um aroma se evola, quem há que o concentre de novo?

Valor da Castidade.

Quem subirá à montanha do Senhor?

Quem permanecerá nesse sacratíssimo lugar?

Quem for limpo de mãos e puro de coração. "DAVID"

Pois que ? Não sabeis que o vosso corpo é o Templo do Espírito Santo? (São

Paulo)

Um coração sem mancha, não se intimida facilmente. (Shakespeare)

Se a alma é limpa, o corpo resplandece. (Hunt)

FIM

Page 74: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 74 de 90

EVANGELHO NO LAR

Tão simples e tão importante - assim é o Evangelho no Lar!

O Culto do Evangelho no Lar é o estudo do Evangelho de Jesus em reunião

familiar.

Traz diversos benefícios às pessoas que o praticam, pois permite ampla

compreensão dos ensinamentos de Jesus. Quando o Culto do Evangelho no Lar é

praticado fielmente à data e ao horário semanal estabelecidos, atrai-se para o

convívio doméstico os Espíritos Superiores, que orientam e amparam, estimulam e

protegem a todos. A presença de Espíritos iluminados no lar afasta aqueles de

índole inferior, que desejam a desunião e a discórdia. O ambiente torna-se posto

avançado da Luz, onde almas dedicadas ao Bem estarão sempre presentes, quer

encarnadas, quer desencarnadas. As pessoas habituadas à oração, ao estudo e à

vivência cristã, tornam-se mais sensíveis e às inspirações dos Bons Espíritos.

COMO É REALIZADO?

Page 75: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 75 de 90

Escolher pelo menos um dia da semana e horário para reunião com a família

– a pontualidade e a assiduidade são importantes.

Escolher um aposento silencioso e agradável da casa, de preferência a sala

de jantar, e que esteja com os aparelhos eletro-eletrônicos desligados.

Colocar uma jarra ou qualquer outro recipiente com água sobre a mesa, para

fluidificação. Também podem ser utilizados copos em número correspondente aos

integrantes da reunião.

Realizar uma prece de abertura da reunião. Pode ser uma prece pronta ou

uma prece espontânea, o importante é o sentimento da fé e a confiança na Proteção

Divina.

Fazer a leitura de um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e/ou

de uma mensagem de outra obra básica ou complementar da Doutrina Espírita.

Podem ser feitos comentários sobre os temas lidos (sem críticas ou

julgamentos às outras pessoas da reunião)

Realizar uma prece de encerramento, agradecendo as lições recebidas e

rogando a Jesus paz, harmonia, saúde e proteção para os membros da reunião,

bem como os parentes, amigos etc. Desejando, rogar também pelos doentes,

desamparados e infelizes da Terra. Por último, pedir a bênção Divina para os

familiares desencarnados, sem temor. A lembrança da prece alegra e pacifica os

que partiram.

Servir a água fluidificada aos presentes.

IMPORTANTE

A duração do Culto do Evangelho no Lar deve ser de até 1 (uma) hora, mais ou

menos.

É desaconselhável qualquer manifestação mediúnica durante a reunião. A sua

finalidade básica é o estudo do Evangelho de Jesus, para o aprendizado Cristão. Os

casos de mediunidade indisciplinada devem ser encaminhados a uma sociedade

espírita idônea.

O Culto do Evangelho no Lar não deve ser suspenso em virtude de festas ou visitas.

Page 76: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 76 de 90

“O culto do Evangelho em casa - pelo menos uma vez por semana - ser-vos-á

uma fonte de alegrias e bênçãos.

Renovemos o contato com os ensinamentos de Jesus, tanto quanto nos seja

possível, e não somente o lar que nos acolhe se transformará em celeiro de

compreensão e solidariedade, mas também a própria vida se nos fará

luminoso caminho de ascensão à felicidade real.”

BATUÍRA

(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, do livro “Mais Luz”- Edição

GEEM)

Page 77: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 77 de 90

ESQUECIMENTO DO PASSADO - ANDRÉA AZEVEDO

As vezes nos questionamos o porquê de não podermos lembrar de nossas

existências anteriores. Ficamos imaginando e indagando o porquê de nossas

relações e vidas atuais e não nos damos conta da essência da condição atual.

Deus, na sua infinita bondade e sabedoria , nos poupa dessa condição de

lembrança de outras vidas, porque sabe que isso somente nos poderia causar

dificuldades. Ele nos poupa, para podermos nos manter firmes na condição atual e

vencer as imperfeições e erros cometidos nas existências anteriores.

Se por um lado , nos esquecemos do passado para justamente evoluir com mérito,

por outro, renascemos com nossa intuição, que será nosso termômetro para

avaliarmos as situações dentro do que estamos necessitando corrigir.

O nosso passado (outras existências) fica provisoriamente esquecido. Quando

voltamos ao nosso estado original ( a vida espírita ) , nossa existência (toda a vida)

se desenrola por diante de nós. E então, é nesse momento que podemos ver e

entender os motivos pelos quais sofremos e o que necessitaremos para correção de

erros cometidos. É quando começamos a pensar nas novas encarnações.

Nos diferentes mundos, ou nos mundos evoluídos, podemos encontrar situações em

que os espíritos ali se lembram de toda as suas existências e sentem-se felizes por

agora estarem vivendo sem o véu da escuridão valorizando assim , as provas

passadas, as quais foram vencidas.

Esses sabem apreciar a felicidade que Deus lhe permite viver hoje. Há outros

porem, que não apreciam essa felicidade por não conhecerem o passado de

existências mais penosas.

Porem, se não a conhecem e apreciam como homens, dessa forma, eles em

espíritos sabem da verdade. Tudo é sempre muito sábio na Providência Divina.

Deus, nosso amado Pai, sabe de nossas dificuldades e do que precisamos para

evoluir com toda plenitude. Não devemos evoluir na teoria e sim na pratica e

consciência da alma é de fato, podermos ter a capacidade do amor incondicional e

da prática do bem sem egoísmo e sem falsas situações que, como espíritos, ainda

em evolução egoisticamente agimos em nosso próprio benefício. A lembrança de

Page 78: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 78 de 90

nossas vidas passadas teria gravíssimos inconvenientes, como é dito no LE. Poderia

em certos casos, humilhar-nos extraordinariamente; em outros, exaltar o nosso

orgulho, o qual afetaria nosso livre-arbítrio.

Temos , dado por Deus, o que é suficiente : a voz da consciência e nossas

tendências instintivas, tirando-nos aquilo que nos poderia prejudicar. Apesar de nem

sempre poder ter algumas revelações do passado , muitos sabem entretanto o que

foram. Pode acontecer também em sonhos , de vir a lembrança de vidas passadas

por indícios desses sonhos. Porem, quase sempre, nos deparamos com imaginação

para esses casos.

Lembramos, nunca um espírito regride, ele evoluí ou permanece no estado

estacionário. As inclinações do espírito pode revelar seu passado. Das provas ,

lembranças e passados , vemos que a Providência Divina nos brinda com sua

sabedoria em nos poupar da vergonha de um passado que hoje (muito

possivelmente) já não temos mais as más inclinações.

Lutamos nessas existências por nosso melhoramento. Há que cumprirmos o que

nos propusemos. Sabemos, por inspiração, o que devemos fazer. Precisamos para

isso, sempre vigiar para entrar em sintonia com o plano maior, o qual nos ajudará

nessa nossa luta pela correção dos erros cometidos outrora. Como segue no LE:”

Chegando ao termo que a Providência lhe assinou à vida na erraticidade, o próprio

Espírito escolhe as provas a que deseja submeter-se para apressar o seu

adiantamento, isto é, escolhe meios de adiantar-se e tais provas estão sempre em

relação com as faltas que lhe cumpre expiar. Se delas triunfa, eleva-se; se sucumbe,

tem que recomeçar.

O Espírito goza sempre do livre-arbítrio. Em virtude dessa liberdade é que escolhe,

quando desencarnado, as provas da vida corporal e que, quando encarnado, decide

fazer ou não uma coisa procede à escolha entre o bem e o mal. Negar ao homem o

livre-arbítrio fora reduzi-lo à condição de máquina.

Mergulhando na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança

de suas existências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva

algumas vezes vaga consciência, lhe podem ser reveladas.

Page 79: Recordacao Das Existencias Anteriores

14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 79 de 90

Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores espontaneamente lhe fazem, com

um fim útil, nunca para satisfazer a vã curiosidade..

As existências futuras, essas em nenhum caso podem ser reveladas, pela razão de

que dependem do modo por que o Espírito se sairá da existência atual e da escolha

que ulteriormente faça. tendo a secundá-la os Espíritos superiores que o assistem,

se atende às boas inspirações que lhe dão.

O homem não conhece os atos que praticou em suas existências pretéritas, mas

pode sempre saber qual o gênero das faltas de que se tornou culpado e qual o

cunho predominante do seu caráter. Bastará então julgar do que foi, não pelo que é,

sim, pelas suas tendências. As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação

das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro.

Depuram-nos e elevam-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar.

A natureza dessas vicissitudes e das provas que sofremos também nos podem

esclarecer acerca do que fomos e do que fizemos, do mesmo modo que neste

mundo julgamos dos atos de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei.

Assim, o orgulhoso será castigado no seu orgulho, mediante a humilhação de uma

existência subalterna; mau-rico, o avarento, pela miséria; o que foi cruel para os

outros, pelas crueldades que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o mau filho, pela

ingratidão de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado, etc”.

PERGUNTAS/RESPOSTAS:

Existe a possibilidade(em casos especiais) de lembrarmos de outra reencarnação

por intermédio da terapia de vidas passadas?

Sim, existem casos especiais em que a TVP pode auxiliar a lembrança de vidas

passadas. E como você mesmo coloca, são casos especiais que o plano espiritual

auxilia nessa lembrança.

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 80 de 90

Não seria uma mera questão de exercício, onde através de dinâmicas adentramos

na memória maior ? Não me refiro a sua utilidade, mas a questão de se fazer a

ligação entre as duas memórias, a física e a espiritual ?

Na verdade, o próprio LE nos explica que podemos “saber” sobre nossas existências

passadas: “As pessoas que tanto se interessam por saber o que foram em vidas

anteriores, devem prestar atenção as suas tendências atuais”. Creio que esse é o

melhor caminho para identificarmos nossas atuações em outras vidas.

Nos 7 anos necessários para completar a reencarnação o espirito se identifica

mais com a existência anterior?

Creio que podemos dizer que sim. Pois a criança tem mais ligação com o plano

espiritual. Essa fase, é atenuada com a presença “dos amigos invisíveis”.

Alguém, uma certa vez, me disse que quase, ou praticamente todas as pessoas que

vivem ao nosso redor foram nossos obsessores em vidas passadas. Esquecemos, e

em outras vidas, através do amor, perdoamos. Isso justifica o fato de que se por

exemplo… Uma pessoa de quem eu gosto muito, que faz parte de mim, se eu vier a

descobrir que esta pessoa em outra vida me estuprou, ou me fez um outro mal

grave, esse ódio pode renascer. Isso é verdade?

Tudo pode acontecer. Na verdade , sabemos que o ódio não nos faz bem. E

devemos seguir a máxima que Jesus nos ensinou – Perdoar. Imagino o quanto deva

ser difícil sofrer tal violência , porem, e principalmente , acontecido em uma outra

“época” creio que podemos perdoar com maior facilidade. Lembremos, viver com

alegria no coração , deixando as amarguras e tristezas no passado , só nos fará

evoluir e caminhar para junto de nosso amado Pai.

E qual é a verdadeira razão de esquecermos de nós mesmos, lembrando apenas do

período desta encarnação?

Veja, Deus é sábio. E tudo faz pelo nosso próprio bem. Deus, na sua infinita

bondade e sabedoria , nos poupa dessa condição de lembrança de outras vidas,

porque sabe que isso somente nos poderia causar dificuldade. Ele nos poupa, para

podermos nos manter firmes na condição atual e vencer as imperfeições e erros

cometidos nas existências anteriores. Se por um lado , nos esquecemos do passado

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 81 de 90

para justamente evoluir com mérito, por outro, renascemos com nossa intuição, que

será nosso termômetro para avaliarmos as situações dentro do que estamos

necessitando corrigir. Ele , porem , nos concede as ferramentas necessárias para

nos corrigirmos com pleno mérito da nossa evolução.

Andréa Azevedo – Centro Espírita Léon Denis

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RETORNO À VIDA CORPORAL

DA INFÂNCIA

Frequentemente ocorre ser o Espírito que anima o corpo de uma criança, tão

desenvolvido, ou mais ainda, do que o de um adulto, conforme o seu progresso

anterior. Enquanto criança, os órgãos da inteligência estando ainda em

desenvolvimento, não lhe põe à disposição todas as faculdades de um adulto. a sua

inteligência permanecerá limitada, até que a idade amadureça e ele domine

totalmente o novo organismo.

A perturbação que acompanha a encarnação não cessa de súbito com o nascimento

e só se dissipa com o desenvolvimento dos órgãos.(LE, perg. 380). Segundo

Emmanuel no livro "O Consolador", o Espírito no período infantil, até os sete anos,

ainda se encontra em fase de adaptação à nova existência. Nessa idade, ainda não

existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do

plano espiritual são mais vivas, tornando-se mais susceptível de renovar o caráter e

estabelecer novo caminho na consolidação dos princípios de responsabilidade, se

encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.

Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem e por que tão

profunda é a missão dos pais perante as leis divinas, pois é aí que a criança deve

receber as bases do sentimento e do caráter. O estado infantil é uma necessidade

do Espírito e corresponde aos desígnios da Providência, pois é um tempo de

repouso para o Espírito (LE, perg. 382). O objetivo da encarnação é o

aperfeiçoamento do Espírito e o estado de infância torna-o acessível às impressões

que recebe; sua nova fase de vida vai fundamentar-se nos novos registros inseridos

a partir de então.

Daí os novos rumos limitados e dependentes deles e o aumento da probabilidade de

sucesso na nova vida. As sábias leis divinas colocam-no em um meio onde ele só

haure o que é útil, o que convém, junto daqueles que estão incumbidos de educá-lo

e talvez capacitados a lhe auxiliar o adiantamento. Aos pais e professores cumpre

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14 – RECORDAÇÕES DAS EXISTÊNCIAS ANTERIORES Página 83 de 90

ponderar seriamente sobre este aspecto, pois o Espiritismo abre um novo capítulo

na Psicologia Infantil e na Pedagogia, mostrando a importância da educação da

criança, não apenas para a vida em curso, mas também para a sua perene e

definitiva evolução espiritual.

Os estabelecimentos de ensino propiciam instruções, mas somente a família

consegue educar; a universidade forma o cidadão, mas somente o lar edifica o

Espírito. O primeiro sinal de vida da criança é expresso pelo choro para excitar o

interesse da mãe e provocar os cuidados necessários (LE, perg. 348). Se a sua

manifestação fosse em hosanas de alegria, as reações seriam tão diferentes que

poucos se inquietariam com as suas necessidades. Em tudo erige-se a sabedoria

divina.

A mudança que se opera no caráter das criaturas ao atingirem certa idade,

particularmente a partir da adolescência, deve-se ao fato de o Espírito retomar

paulatinamente a sua natureza e mostrar-se qual era em encarnação anterior. O que

o Espírito foi, é ou será, permanece oculto na inocência da criança. Isso permite

que, no caso de Espíritos antagônicos, receba todas as manifestações de carinho e

amor essenciais para que se lhe conceda a oportunidade adicional de redimir-se.

Assim não procederiam os pais, se ao invés da criança cheia de graça e

ingenuidade, se encontrassem sob os traços infantis um Espírito adulto, mostrando o

seu verdadeiro caráter e instinto.

A infância tem ainda outra utilidade: os Espíritos não ingressam na vida corpórea

senão para se aperfeiçoarem, para se melhorarem; a debilidade dos primeiros anos

os torna flexíveis, acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles que devem

fazê-los progredir. É então que se pode reformar o seu caráter e reprimir as suas

más tendências.

Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão que

responder. É assim que a infância não é somente útil, necessária, indispensável,

mas ainda a consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o

Universo (LE, perg. 385).

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SIMPATIAS E ANTIPATIAS TERRENAS - ESQUECIMENTO DO PASSADO

Frequentemente durante a romagem terrena, dois seres sentem-se naturalmente

atraídos um pelo outro, em circunstâncias aparentemente fortuitas; ou inversamente,

a sensação que surge é de antipatia e rejeição. Estes personagens não se

reconhecem, porém, esta primeira impressão é resultante de encarnações

anteriores, cujas experiências felizes ou desagradáveis emergem da memória

espiritual de cada um.

Nem sempre é recomendável que eles se reconheçam; a recordação das

existências passadas teria inconvenientes maiores do que pensais. Após a morte

eles se reconhecerão e saberão em que tempo estiveram juntos (LE, perg. 386a).

Afora estas circunstâncias, dois Espíritos que tenham afinidades se procuram sem

que necessariamente se hajam conhecido em épocas remotas; fazem-no por

identidade de objetivos e metas.

Além de os encontros que se dão entre certas pessoas não serem obra do acaso,

mas sim o efeito de relações simpáticas, há, entre os seres pensantes, ligações que

ainda não conheceis. O magnetismo é a bússola desta ciência, que mais tarde

compreendereis melhor (LE, perg. 388). Assim como a atração de um ser para outro

resulta da simpatia, Espíritos antipáticos se reconhecem sem se falarem.

Dois Espíritos não são necessariamente maus pela ausência de simpatia, mas

também pela falta de similitude do modo de pensar. Tal acontece por não serem

afins. À medida em que eles se elevam, as diferenças se anulam e a antipatia

desaparece. Um Espírito mau sente antipatia por aquele que possa julgá-lo e

desmascará-lo. Ao sentir sua aproximação, já pela primeira vez percebe iminente

desaprovação; reage então sob a forma de uma repulsa que se transforma

facilmente em rancor, inveja e uma inspiração de fazer o mal.

O bom Espírito, por sua vez, pode afastar-se do mau porque sabe que não será por

ele entendido; porém, consciente de sua superioridade não alimenta rancor nem

inveja; limita-se a evitá-lo.

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ESQUECIMENTO DO PASSADO

O Espírito quando reencarna, esquece totalmente o seu passado; porém, muitas

pessoas acreditam que a lembrança de vidas anteriores, no decorrer da vida

presente, seria de grande benefício. Mas, em cada reencarnação manifestam-se as

tendências decorrentes da natureza do Espírito, a orientar seu comportamento mais

correto; as boas inclinações, indicam o progresso já realizado e as más, as paixões

a serem superadas.

Inúmeras vezes, Espíritos que foram acerbos inimigos numa determinada vida,

renascem no seio de uma mesma família, a fim de removerem as arestas e

aprenderem a se amar; se relembrassem do passado, em muitos casos essa

reconciliação se tornaria extremamente difícil. O homem nem pode nem deve saber

tudo; Deus assim o quer, na sua sabedoria. Sem o véu que lhe encobre certas

coisas, o homem ficaria ofuscado, como aquele que passa sem transição da

obscuridade para a luz. Pelo esquecimento do passado, ele é mais ele mesmo (LE,

perg. 392).

Em cada nova existência, o Espírito usufrui do conhecimento conquistado nas vidas

passadas, estando em melhores condições de distinguir o bem do mal; ao retornar

ao plano espiritual, descortina-se diante dele sua vida pregressa. Vê as faltas que

cometeu e que deram origem aos seus sofrimentos, assim como o modo como as

teria evitado; isto lhe servirá de orientação, caso tenha o mérito de escolher por si

próprio uma nova encarnação, a fim de evitar e reparar os erros cometidos. Ele

então escolhe provas semelhantes às que não soube aproveitar, ou os embates que

melhor possam contribuir pra o seu adiantamento.

Mas, se não temos, durante a vida corpórea, uma lembrança precisa daquilo que

fomos e do que fizemos de bem ou de mal em nossas existências anteriores, temos,

entretanto, a sua intuição. E as nossas tendências instintivas são uma reminiscência

do nosso passado, às quais a nossa consciência, - que representa o desejo por nós

concebido de não mais cometer as mesmas faltas, - adverte que devemos resistir

(LE, perg. 393). Se o homem não tem, portanto, lembranças precisas do passado,

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tem sempre a voz da consciência e suas tendências instintivas, que lhe permite o

conhecimento de si mesmo.

Existem mundos mais evoluídos, onde seus habitantes guardam lembranças claras

de suas existências passadas; mas isto é resultado da condição superior por eles

conquistada, e que os leva a uma melhor compreensão e melhor aproveitamento da

liberdade que Deus lhes permite desfrutar. Nesses mundos, onde não reina senão o

bem, a lembrança do passado nada tem de penosa; é por isso que neles se recorda

com frequência a existência precedente, como nos lembramos do que fizemos na

véspera.

Quanto à passagem que se possa ter tido por mundo inferiores, a sua lembrança

nada mais é, como dissemos, do que um sonho mau (LE, perg. 394). Mesmo em

mundos como a Terra, e em casos muito especiais, existem pessoas que sabem o

que foram e o que faziam; contudo, abstêm-se de dizê-lo abertamente, pois, do

contrário, fariam extraordinárias revelações sobre o passado.

Assim, cabe ao homem suportar resignadamente as provas e expiações que lhe são

pertinentes, sem a preocupação desnecessária de desvendar suas vidas passadas,

a cada nova existência a justiça divina dar-lhe-á a oportunidade de retomar o curso

do aprendizado interrompido, propiciando-lhe os recursos necessários para os

devidos reajustes. Observando seu próprio caráter, ele sentirá, cada vez mais, a

necessidade de superar suas imperfeições, pois basta que estude a si mesmo, e

poderá julgar o que foi, não pelo que é, mas pelas suas tendências (LE, perg. 399).

DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS

Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse; mas os discípulos

ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e

disse-lhes: "Deixai vir a mim os pequeninos e não os embareceis, porque o Reino de

Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele

que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele." E

abraçando-os, e pondos as mãos sobre eles, os abençoava (Marcos, 10:13-16)

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Jesus tomou a infância como símbolo da pureza e da simplicidade; portanto, não

havia em suas palavras a intenção de dizer que o Reino de Deus é apenas para as

crianças, mas sim para todos aqueles que se lhes assemelham. Não poderia ser de

outro modo, pois que o Espírito ao reencarnar traz consigo não só as qualidades

conquistadas em vidas passadas, como também as imperfeições e as más

tendências. A criança, no entanto, é sempre um exemplo vivo de pureza, e não foi

outro o objetivo de Jesus ao tomá-la como paradigma para deixar à humanidade

mais um ensinamento: somente os simples e humildes terão aceso aos planos mais

sublimados da Espiritualidade, ou seja, o Reino de Deus.

A criança necessita de cuidados especiais, de carinho e desvelo maternos, cuja

ternura aumenta ainda mais diante da fragilidade na infância. A criança representa

para a mãe deixaria de ter essa atenção e abnegação, se nela se revelassem nítidas

manifestações do que foi em em vida anterior. Tal quadro se agravaria ainda mais,

se a mãe se conhecesse seus antecedentes, pois, em muitos casos, pais e filhos

são Espíritos antagônicos de vidas passadas.

O Espírito quando reencarna, entra num estado de perturbação e, paulatinamente,

perde a consciência de si mesmo, esquecendo suas vidas passadas. Durante algum

tempo ele permanece numa espécie de sono, conservando, no entanto, todas as

suas faculdades em estado latente. Esse estágio transitório é necessário para que o

Espírito tenha um novo ponto de partida, esquecendo tudo aquilo que possa

representar obstáculo na nova existência corporal. Mas não deixa de sofrer uma

reação do pretérito, conservando uma vaga intuição de toda a experiência adquirida.

Após o nascimento, suas idéias retomam gradativamente o seu desenvolvimento,

acompanhando o crescimento do corpo.

No período inicial da nova encarnação, o Espírito age realmente como criança, pois

as idéias que marcarão seu caráter estão adormecidas. Por isto a criança é mais

dócil nesta fase, tornando-se mais acessível às impressões que podem modificar

sua condição evolutiva. Jesus tomou como exemplo de pureza e simplicidade a

condição infantil, ao dizer venha a mim os pequeninos, não apenas nesta passagem

evangélica, mas em muitas outras, conforme o relato do Evangelho de Mateus:

-Graças te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, que ocultaste estas coisas aos

sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos (Mateus, 11:25).

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-Assim também não é da vontade do Pai que estás nos Céus, que um destes

pequeninos se perca (Mateus, 18:14).

-Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos não o fizestes, não o

fizestes a mim (Mateus, 25:45).

Jesus cercou-se sempre de criaturas simples e humildes, pois sabia que somente

estes estavam aptos a assimilar suas palavras e seguir seus ensinamentos. A sua

mensagem imorredoura era essencialmente endereçada aos brandos, aos pacíficos,

aos humildes, aos sofredores de todos os matizes, aos pequeninos entre os

homens; por isso ele exultou-se quando viu que os pequeninos e não os sábios e

entendidos assimilaram a revelação do Reino de Deus.

Desse modo, Jesus usou esta imagem da criança para ilustrar a bem-aventurança

dos puros de coração. A simplicidade e a humildade são inerentes à pureza de

espírito, excluindo qualquer laivo de egoísmo e de orgulho.

QUESTIONÁRIO:

A - DA INFÂNCIA

1 - O Espírito de uma criança pode ser mais evoluído que o de seus pais?

2 - Por que o período de 1 a 7 anos é decisivo na formação do caráter e da

personalidade do Espírito reencarnante?

3 - O estado infantil é um tempo de repouso para o Espírito. Explique.

B - SIMPATIAS E ANTIPATIAS TERRENAS - ESQUECIMENTO DO PASSADO

1 - Como se explica a simpatia e antipatia à luz da Doutrina Espírita?

2 - Porque o esquecimento do passado representa valioso benefício para a evolução

do Espírito?

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3 - Sob que aspecto a análise de nossas tendências instintivas é importante para a

reforma íntima?

C - DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS

1 - Qual a mensagem de Jesus ao referir-se aos "pequeninos"?

2 - Como age o Espírito, no período inicial de sua encarnação? Desenvolva

3 - Graças te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, que ocultastes estas coisas aos

sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos (Mateus, 11:25) comente esta

afirmação.

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PLANO DE IDÉIAS Nº 01

AULA ANTERIOR

MUNDO ESPIRITUAL VARIAS FILOSOFIAS VISÃO ESPIRITA

ESTA AULA

IMORTALIDADE DA ALMA – Existe em quase todas filosofias do Globo

LEI DE AÇÃO E REAÇÃO – (PROXIMA AULA)

REENCARNAÇÃO COMO OPORTUNIDADE (MISERICORDIA DIVINA)

ESQUECIMENTO DO PASSADO

FORÇAS DO BEM - A humildade é virtude muito esquecida entre vós

DAR É MELHOR QUE RECEBER – ("NÃO TENHO OURO NEM PRATA, ...... EU

TE DOU" )

REAJUSTE NA FAMILIA

EVANGELHO NO LAR