Recursos Hídricos

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AS BACIAS HIDROGRÁFICAS ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS Em Portugal a rede hidrográfica é dominada pelos rios luso- espanhóis, uma vez que cerca de 56 930 km 2 (64% do total) são ocupados pelas respectivas bacias hidrográficas, nomeadamente: Minho Lima Douro Tejo Guadiana

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AS BACIAS HIDROGRÁFICAS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Em Portugal a rede hidrográfica é dominada pelos rios luso-espanhóis, uma vez que cerca de 56 930 km2

(64% do total) são ocupados pelas respectivas bacias hidrográficas, nomeadamente:

• Minho• Lima• Douro• Tejo• Guadiana

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AS BACIAS HIDROGRÁFICAS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Portugal partilha com Espanha cinco bacias hidrográficas que ocupam cerca de 45% da Península Ibérica. Dos 264 560 Km2 ocupados por estas, face ao território ibérico continental, 22% localizam-se no espaço nacional e 78% em Espanha.

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AS BACIAS HIDROGRÁFICAS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

• Minho• Lima• Cávado• Ave• Douro• Vouga• Mondego• Lis• Ribeiras do Oeste• Tejo• Sado• Guadiana• Mira• Ribeiras do Algarve

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AS BACIAS HIDROGRÁFICAS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

RIO NASCENTE FOZEXTENSÃO (Km)

BACIA HIDROGRÁFICA (Km2)

Portugal Total

MinhoSerra de Meira nos Montes Cantábricos

(Espanha)Caminha 75 120 8 144

LimaLagoa de Antela

(Espanha)Viana do Castelo

65 105 1 127

Cavado Serra do Larouco Esposende 124 124 1 593Ave Serra da Cabreira Vila do Conde 87 87 11 335

DouroSerra de Urbion

(Espanha)Porto 322 522 18 570

Vouga Serra da Lapa Aveiro 186 186 2 344Mondego Serra da Estrela Figueira da Foz 305 305 6 658

TejoSerra de Albarracim

(Espanha)Lisboa 275 487 24 460

Sado Serra do Caldeirão Setúbal 245 245 6 271

Mira Serra do CaldeirãoVila Nova de

Milfontes160 160 1 025

GuadianaSerra de Alcaraz

(Espanha)Vila Real de

Santo António260 332 11 300

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O BALANÇO HÍDRICO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Balanço hídricoConsiste na distribuição da precipitação pela evapotranspiração e pelo escoamento superficial e subterrâneo.

Evapotranspiração real (ETR)Corresponde à quantidade que se perde efectivamente para a atmosfera.

Evapotranspiração potencial (ETP)Representa a perda máxima possível de água para a atmosfera em condições ideais de o solo estar completamente abastecido em água.

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O BALANÇO HÍDRICO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

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O BALANÇO HÍDRICO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

PRECIPITAÇÃO - representa os ganhos de água que alimentam os recursos hídricos.

EVAPOTRANSPIRAÇÃO - representa as perdas de água para a atmosfera, a partir da evaporação dos rios, lagos, das albufeiras e do solo e da transpiração das plantas.

ESCOAMENTO - parte da água da precipitação que escorre à superfície ou em canais subterrâneos.

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O BALANÇO HÍDRICO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

ESCOAMENTO MÉDIO ANUAL- corresponde à parte da precipitação que em média escorre à superfície e em canais subterrâneos.ESCOAMENTO CONCENTRADO- é o escoamento localizado num leito bem definido.ESCOAMENTO DIFUSO- é o que ocorre numa rede hidrográfica instável formada por pequenos canais anastomosados (canais que se juntam e afastam frequentemente) pouco profundos que contornam todos os obstáculos (vegetação, calhaus, etc.).

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O BALANÇO HÍDRICO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

O balanço hídrico pode ser:

• positivo P>ETP: reconstituem-se as reservas de água no solo e a água em excesso alimenta o escoamento;

• negativo P<ETP: situação de défice hídrico, a evapotranspiração faz-se a partir das reservas de água no solo.

O escoamento sofre uma forte influência da precipitação que, em termos médios, cerca de 40% alimenta o escoamento, perdendo-se os restantes 60% por evapotranspiração real.

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O BALANÇO HÍDRICO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

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O BALANÇO HÍDRICO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

O balanço hídrico das bacias hidrográficas nacionais demonstra um contraste Norte/Sul:

Norte - com um balanço hídrico positivo, o que traduz excesso de água. Os valores mais elevados registam-se nas bacias do Cávado e do Lima. A bacia do Douro apresenta, devido ao contraste climático entre o Norte litoral e o Norte interior, um balanço hídrico relativamente equilibrado, apesar de ligeiramente negativo, resultante das elevadas temperaturas registadas no Verão.

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O BALANÇO HÍDRICO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

O balanço hídrico das bacias hidrográficas nacionais demonstra um contraste Norte/Sul:

Sul - apresentam défice de água, um balanço hídrico negativo, com as do Guadiana e as do Sado a revelarem os valores mais baixos.

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O BALANÇO HÍDRICO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAISOs contrastes regionais

do balanço hídrico podem ser representados em 10 regiões hidrográficas, 8 no continente e 2 nas regiões autónomas.

Regiões Hidrográficas

Definem bacias hidrográficas com características climáticas semelhantes, podendo levar ao agrupamento de umas ou à separação de outras.

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O ESCOAMENTO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Apresenta desigualdades:

a nível temporala nível espacial / Geográfico

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O ESCOAMENTO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS1- A irregularidade temporal do escoamento:

Acompanha a variação média anual da precipitação, sendo caracterizado por grande variabilidade sazonal:• os meses que registam os valores de precipitação mais elevados são também os de maior escoamento;• os meses e ocorrência de períodos prolongados de seca levam a um decréscimo do escoamento, mais sentido em cursos de água relativamente pequenos.

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O ESCOAMENTO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

1- A irregularidade temporal do escoamento:

Também se verifica uma irregularidade interanual do escoamento, o que leva a grandes variações na disponibilidade dos recursos hídricos:• nos anos mais chuvosos, pode ultrapassar os 800 mm;• nos anos mais secos, chega a ser inferior a 100 mm.

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O ESCOAMENTO

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

2- A desigual repartição geográfica do escoamento:

A distribuição geográfica do escoamento segue a da precipitação.

REPARTIÇÃO GEOGRÁFICA DO ESCOAMENTORegiões com maior escoamento anual

(> 400 mm/ano)

Bacias hidrográficas com escoamento médio anual

superior à média do continenteCausas

- Noroeste (>1000 mm/ano);- cordilheira central

- rio Tejo- rio Lima (>1390 mm)

Elevada precipitação:- Por serem mais montanhosas;- Por serem mais afectadas pelos ventos húmidos de Oeste, pelas perturbações frontais e pelas baixas pressões subpolares.

Regiões com menor escoamento anual

(< 200 mm/ano)

Bacias hidrográficas com escoamento médio anual

inferior à média do continenteCausas

- Nordeste- Sul do Tejo

Rios a Sul da bacia hidrográfica do Tejo e sector interior da bacia hidrográfica do Douro, como:- no Sado (155 mm);- rio Mira;- ribeiras do Algarve.

Baixa precipitação:- a Nordeste está protegido pelas montanhas concordantes, que são responsáveis pela perda de humidade das massas de ar oceânicas;- o Sul sofre uma maior influência das altas pressões subtropicais, que originam tempo seco.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Existem 3 tipos de rios: Perene - quando a água escoa durante todo o ano; Intermitente - quando na generalidade escoa durante a estação húmida e seca durante a estação seca; Efémero - quando existe apenas durante ou

imediatamente após os períodos de precipitação.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Existem 3 tipos de rios:A maioria dos rios são perenes, mas os 3 tipos de podem surgir no mesmo rio em função deum conjunto de factores:• o clima (temperatura e precipitação);• o relevo (forma, declive);• a natureza dos terrenos (permeável, impermeável);• o coberto vegetal;• a acção antrópica.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Os cursos de água têm um regime irregular (especialmente no Sul), e mesmo torrencial, pois os caudais são:• no Inverno, muito elevados, devido à precipitação mais elevada e às menores temperaturas, o que leva à diminuição da evaporação;• no Verão, muito baixos ou nulos, devido aos menores quantitativos pluviométricos e às temperaturas mais elevadas, o que favorece o aumento da evaporação.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Em termos espaciais Os caudais dos rios são inferiores no Sul, em consequência:• dos baixos quantitativos pluviométricos e das temperaturas mais elevadas, que conduzem a uma maior evaporação;• ao relevo menos acidentado;• à menor cobertura vegetal.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAISAssim: no Norte, os rios apresentam um caudal mais elevado e o seu regime caracteriza-se pela ocorrência de cheias frequentes no Inverno e início da Primavera e pela diminuição do caudal no Verão, apesar de haver sempre escoamento.

no Sul, os rios têm caudais mais baixos e um regime caracterizado pela ocorrência de cheias pouco frequentes no Inverno e na Primavera e pelo decréscimo acentuado dos caudais do período de Verão, havendo mesmo rios sem escoamento.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

A Acção do HomemDe forma positiva:Construção de barragens, que permitem regularizar os caudais durante o ano:Na época em que os quantitativos pluviométricos são muito elevados, há retenção de água nas albufeiras, visando atenuar a ocorrência de cheias;Na época em que a precipitação é escassa impedem que deixe de haver escoamento, ou seja, que os rios sequem totalmente, uma vez que a água armazenada permite manter um escoamento mínimo - caudal ecológico.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

A Acção do HomemDe forma positiva:Construção de barragens, que permitem regularizar os caudais durante o ano:Na época em que os quantitativos pluviométricos são muito elevados, há retenção de água nas albufeiras, visando atenuar a ocorrência de cheias;Na época em que a precipitação é escassa impedem que deixe de haver escoamento, ou seja, que os rios sequem totalmente, uma vez que a água armazenada permite manter um escoamento mínimo - caudal ecológico.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

CAUDAL ECOLÓGICO Caudal mínimo necessário a manter no curso de água a jusante de uma barragem que permita assegurar a conservação e a protecção dos ecossistemas aquáticos naturais, a protecção das espécies com interesse comercial e desportivo, a conservação e a manutenção dos ecossistemas ricícolas.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

A Acção do HomemDe forma negativa:Intensificando as consequências das cheias quando:• constrói edifícios sobre linhas de água, o que constitui uma obstrução ao escoamento;• impede a infiltração de água no solo, aumentando a escorrência superficial;• destrói o coberto vegetal, o que aumenta o escoamento superficial e a quantidade de matérias arrastadas pela água.

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OS CAUDAIS E O REGIME DOS RIOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

A variação anual do caudal de um rio acaba por se reflectir no seu LEITO, podendo levar a situações de cheias ou escoamento nulo.

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OS LAGOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

Em Portugal, não se verifica a existência de lagos (reservatórios de água doce ou salobra - doce mais salgada), mas apenas de algumas lagoas pouco profundas e mais pequenas do que os lagos.

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OS LAGOS

ÁGUA - AS ÁGUAS SUPERFICIAIS

As lagoas podem ter uma origem:• marinha e fluvial, em que algumas contactam permanentemente com o mar, mas outras apenas contactam com o mar em situações de cheias e tempestades ou pela intervenção do Homem.• glaciária, localizadas sobretudo nas áreas de maior altitude da Serra da Estrela;• tectónica, localizadas, por exemplo, no Maciço Calcário Estremenho, como as de Mira e Minde;• vulcânica, que surgem em depressões resultantes do abatimento das crateras, o que leva à formação das caldeiras;• acção antrópica, as que resultam da acção do Homem - albufeiras.