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UniFIAMFAAM Centro Universitário das Faculdades Integradas Alcântara Machado REDAÇÃO e EXPRESSÃO ORAL II JO 3 SEMESTRE Prof a Ana Tereza Pinto de Oliveira São Paulo Fevereiro/2012

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UniFIAMFAAM Centro Universitário das Faculdades Integradas Alcântara Machado

REDAÇÃO e EXPRESSÃO ORAL II

JO 3 SEMESTRE

Profa Ana Tereza Pinto de Oliveira

São Paulo Fevereiro/2012

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PLANO DE ENSINO: Redação e Expressão Oral II (JO)

Curso: Comunicação Social

Habilitação: Jornalismo

Disciplina: Redação e Expressão Oral II

Carga horária: 80 horas/aula

Período letivo: 1º. semestre de 2012

Ementa: A disciplina visa à produção oral e escrita de textos voltados para o jornalismo.

Enfatizam-se a reportagem, o release, a infografia, a coesão e a coerência, a legibilidade

(clareza, concisão, propriedade e precisão vocabulares) e a correção, a partir da revisão

sistemática dos níveis ortográfico, morfossintático, semântico e estilístico da língua

portuguesa e da leitura de textos jornalísticos, teóricos e da literatura brasileira.

Objetivos:

Gerais: o aluno deverá ser capaz de:

• entender e valorizar a linguagem verbal, tanto na instância da produção

quanto na da recepção, como meio de organização do pensamento e

instrumento indispensável da comunicação humana;

• valorizar a leitura não apenas como atividade lúdica, mas sobretudo como

recurso de ampliação de vocabulário e de aquisição de conhecimento.

Específicos: desenvolver no aluno as habilidades de:

• produzir textos orais e escritos de forma clara, concisa, precisa, objetiva,

criativa e correta, sabendo utilizar as possibilidades que a língua oferece e

adequando-as ao contexto sociocomunicativo;

• utilizar-se, com segurança, do instrumental normativo para comunicar-se, de

acordo com a situação, segundo o padrão culto.

Conteúdo:

1) Apresentação do professor e do plano de ensino

2) Qualidades do texto: concisão. Exercícios e produção de texto

3) Qualidades do texto: legibilidade. Exercícios e produção de texto

4) Qualidades do texto: legibilidade1. Exercícios e produção de texto

5) Precisão e propriedade vocabulares: sinonímia e antonímia. Exercícios e produção de

texto.

6) Precisão e propriedade vocabulares: paronímia e homonímia. Exercícios e produção

de texto jornalístico a partir de pauta

7) Precisão e propriedade vocabulares: hiponímia e hiperonímia. Exercícios e produção

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de texto jornalístico a partir de pautas

8) Coerência e coesão. Os gêneros jornalísticos

9) Concordância nominal: exercícios. As mídias

10) Concordância verbal. Escola norte-americana X Escola europeia

11) Concordância verbal. O release

12) Colocação pronominal. Produção de texto: release

13) Colocação pronominal. Produção de texto: pauta a partir de release

14) Verbo: uso dos tempos e modos. Leitura de texto: a infografia

15) Verbo: uso das formas nominais. Exercícios e produção de texto (infografia)

16) Avaliação continuada

17) Exercícios e produção de texto (infografia). Fechamento das médias de avaliação

continuada

18) Avaliação regimental

19) Segunda chamada e revisão para avaliação final

20) Avaliação final

Nota: A ordem dos itens poderá ser alterada devido a intercorrências inerentes à atividade pedagógica.

Metodologia: Aulas teóricas e práticas, envolvendo:

- leitura e discussão de textos selecionados;

- exercícios orais e escritos;

- oficina de criação de textos;

- exercícios gramaticais.

Avaliação:

Avaliação continuada: obtida pela aplicação de diversos instrumentos de

avaliação, visando identificar o estágio de desenvolvimento do aluno e motivá-lo

a avançar no processo de aprendizagem: exercícios orais e escritos, participação

em sala de aula, resenhas, apresentação de trabalhos (3 pontos).

Avaliação regimental (7 pontos).

Bibliografia básica

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário ortográfico da língua portuguesa.

São Paulo: ABL, 2004. Disponível em: <http://academia.org.br/vocabularioortografico)>.

CALDAS AULETE. Dicionário digital. Globo.com (download gratuito).

CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 5. ed.

Rio de Janeiro: Lexicon, 2009.

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OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de. A infografia: um novo gênero jornalístico. 2003.

Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa) -- Pontifícia Universidade de São Paulo, São

Paulo.

OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de; BARROS, Edgard Oliveira. Quem? Quando? Como?

Onde? O quê? Por quê? São Paulo: Plêiade, 2010.

SQUARISI, Dad; SALVADOR, Arlete. A arte de escrever bem. São Paulo: Contexto, 2005.

Bibliografia complementar: ASSUMPÇÃO, Maria Elena; BOCCHINI, Maria Otilia. Para escrever bem. 2. ed. São

Paulo: Manole, 2006.

FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto. 17. ed. Petrópolis, RJ:

Vozes, 2008.

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 1985.

LUFT, Celso Pedro. Dicionário eletrônico: dicionário da língua portuguesa, dicionário de

regência verbal, dicionário de regência nominal. São Paulo: Ática, 1998. 1 CDrom.

MARTINS, Eduardo. Manual de redação e Estilo OESP. São Paulo: O Estado de S. Paulo,

1997.

RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação. Rio de

Janeiro: Campus, 2001.

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O TEXTO JORNALÍSTICO

A notícia é um formato de divulgação de um acontecimento por meios jornalísticos. É a

matéria-prima do Jornalismo, normalmente reconhecida como algum dado ou evento

socialmente relevante que merece publicação numa mídia. Fatos políticos, sociais,

econômicos, culturais, naturais e outros podem ser notícia se afetarem indivíduos ou grupos

significativos para um determinado veículo de imprensa. Geralmente, a notícia tem

conotação negativa, justamente por ser excepcional, anormal ou de grande impacto social,

como acidentes, tragédias, guerras e golpes de estado. Notícias têm valor jornalístico apenas

quando acabaram de acontecer, ou quando não foram noticiadas previamente por nenhum

veículo. A "arte" do Jornalismo é escolher os assuntos que mais interessam ao público e

apresentá-los de modo atraente. Nem todo texto jornalístico é noticioso, mas toda notícia é

potencialmente objeto de apuração jornalística.

Quatro citérios de noticiabilidade influenciam na qualidade da notícia:

1. novidade: a notícia deve conter informações novas, e não repetir as já conhecidas;

2. proximidade: quanto mais próximo do leitor for o local do evento, mais interesse a

notícia gera, porque implica mais diretamente na vida do leitor;

3. tamanho: tanto o que for muito grande quanto o que for muito pequeno atrai a

atenção do público;

4. relevância: notícia deve ser importante, ou, pelo menos, significativa.

Acontecimentos banais, corriqueiros, geralmente não interessam ao público.

Notícias chegam aos veículos de imprensa por meio de repórteres, correspondentes,

agências de notícias e assessorias de imprensa. Eventualmente, amigos e conhecidos de

jornalistas fornecem denúncias, sugestões de pauta, dicas e pistas, às vezes no anonimato,

pelo telefone ou por "e-mail".

Trabalho do jornalista

A atividade primária do Jornalismo é a observação e descrição de eventos, conhecida como

reportagem

"O quê?" – O fato ocorrido.

"Quem?" – O personagem envolvido.

"Quando?" – O momento do fato.

"Onde?" – O local do fato.

"Como?" – O modo como o fato ocorreu.

"Por quê?" – A causa do fato.

A essência do Jornalismo, entretanto, é a seleção e organização das informações no produto

final (jornal, revista, programa de TV etc.), chamada de edição.

O trabalho jornalístico consiste em captação e tratamento escrito, oral, visual ou gráfico, da

informação em qualquer uma de suas formas e variedades. O trabalho é normalmente

dividido em quatro etapas distintas, cada qual com suas funções e particularidades: pauta,

apuração, redação e edição.

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A pauta é a seleção dos assuntos que serão abordados. É a etapa de escolha sobre

quais indícios ou sugestões devem ser considerados para a publicação final.

A apuração é o processo de averiguar informação em estado bruto (dados, nomes,

números etc.). A apuração é feita com documentos e pessoas que fornecem

informações, chamadas de fontes. A interação de jornalistas com suas fontes envolve

frequentemente questões de confidencialidade.

A redação é o tratamento das informações apuradas em forma de texto verbal. Pode

resultar num texto para ser impresso (em jornais, revistas e sites) ou lido em voz alta

(no rádio, na TV e no cinema).

A edição é a finalização do material redigido em produto de comunicação,

hierarquizando e coordenando o conteúdo de informações na forma final em que será

apresentado. Muitas vezes, é a edição que confere sentido geral às informações

coletadas nas etapas anteriores. No jornalismo impresso (jornais e revistas), a edição

consiste em revisar e cortar textos de acordo com o espaço de impressão pré-

definido. A diagramação é a disposição gráfica do conteúdo e faz parte da edição de

impressos. No radiojornalismo, editar significa cortar e justapor trechos sonoros

junto a textos de locução, o que no telejornalismo ganha o adicional da edição de

imagens em movimento.

Estas três mídias citadas têm limites de espaço e tempo predefinidos para o conteúdo, o que

impõe restrições à edição. No chamado webjornalismo, ciberjornalismo ou "jornalismo

online", estes limites teoricamente não existem.

A inexistência destes limites começa pela potencialidade da interação no jornalismo online,

o que provoca um apagamento entre as fronteiras que separam os papéis do emissor e do

receptor, anunciando a figura do interagente. Esta prática tem se difundido como jornalismo

open source, ou o jornalismo de código aberto, em que informações são apuradas, redigidas

e publicadas pela comunidade sem a obrigação de serem submetidas às rígidas rotinas de

produção e às estruturas organizacionais das empresas de comunicação.

De acordo com a pesquisadora Catarina Moura, da Universidade da Beira Interior

(Portugal), jornalismo open source "implica, desde logo, permitir que várias pessoas (que

não apenas os jornalistas) escrevam e, sem a castração da imparcialidade, dê em a sua

opinião, impedindo assim a proliferação de um pensamento único, como o pode ser aquele

difundido pela maioria dos jornais, cuja objectividade e imparcialidade são muitas vezes

máscaras de um qualquer ponto de vista que serve interesses mais particulares que apenas o

de informar com honestidade e isenção o público que os lê".

Mídias e veículos de imprensa

O Jornalismo é realizado em uma grande variedade de mídias: jornais, televisão, rádio e

revistas, além do mais recente jornalismo online na Internet. Cada tipo de mídia define um

determinado suporte, ou seja: papel, som, celuloide ou vídeo, por radiodifusão ou

teledifusão eletrônicas.

O texto

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O produto da atividade jornalística é geralmente materializado em textos, que recebem

diferentes nomenclaturas de acordo com sua natureza e objetivos. Uma matéria é o nome

genérico de textos informativos resultantes de apuração, incluindo notícias, reportagens e

entrevistas. Um artigo é um texto dissertativo ou opinativo, não necessariamente sobre

notícias nem necessariamente escrito por um jornalista.

Redatores geralmente seguem uma técnica para hierarquizar as informações, apresentando-

as no texto em ordem decrescente de importância. Esta técnica tem o nome de pirâmide

invertida, pois a "base" (lado mais largo, mais importante) fica para cima (início do texto) e

o "vértice" (lado mais fino, menos relevante) fica para baixo (fim do texto). O primeiro

parágrafo, que deve conter as principais informações da matéria, chama-se "lead" (do inglês,

principal).

As matérias apresentam, quase sempre, relatos de pessoas envolvidas no fato, que servem

para tanto validar (por terceiros) as afirmativas do jornal (técnica chamada de

documentação) quanto para provocar no leitor a identificação com um personagem

(empatia). No jargão jornalístico, os depoimentos destes personagens chamam-se aspas.

Apesar de as matérias serem geralmente escritas em estilo sucinto e objetivo, devem ser

revisadas antes de serem publicadas. O profissional que exerce a função de revisão, hoje

figura rara nas redações, é chamado de revisor ou copy-desk.

Tipos de texto jornalístico

1 Factuais

Notícia – de caráter objetivo, compõe-se do lead e do corpo:

o no lead tenta-se responder a seis perguntas: quem, o quê, onde, quando,

por quê, como. A ausência de resposta a essas perguntas pode dever-se a

dados não apurados;

o no corpo da notícia desenvolve-se gradualmente a informação em cada

parágrafo, por isso a informação é cada vez mais detalhada.

Matéria – todo texto jornalístico de descrição ou narrativa factual. Dividem-se

em matérias "quentes" (sobre um fato do dia, ou em andamento) e matérias

"frias" (temas relevantes, mas não necessariamente novos ou urgentes). Existem

ainda os seguintes subtipos de matérias:

o matéria leve ou feature – texto com informações pitorescas ou

inusitadas, que não prejudicam ou colocam ninguém em risco; muitas

vezes este tipo de matéria beira o entretenimento;

o suíte – é uma matéria que dá sequência ou continuidade a uma notícia,

seja por desdobramento do fato, por conter novos detalhes ou por

acompanhar um personagem;

o perfil – texto descritivo de um personagem, que pode ser uma pessoa ou

uma entidade, um grupo; muitas vezes é apresentado em formato

testemunhal;

o entrevista – é o texto baseado fundamentalmente nas declarações de um

indivíduo a um repórter; quando a edição do texto explicita as perguntas

e as respostas, sequenciadas, chama-se de pingue-pongue;

o nota – texto curto sobre algum fato que seja de relevância noticiosa,

mas que apenas o lead basta para descrever; muito comum em colunas;

o chamada – texto muito curto na primeira página ou capa que remete à

íntegra da matéria nas páginas interiores.

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2 Opinativos

Opinião ou Editorial – reflete a opinião do veículo de imprensa (não deve ser

assinado por nenhum profissional individualmente)

Artigo – texto eminentemente opinativo, e geralmente escrito por

colaboradores ou personalidades convidadas (não jornalistas)

Crônica – texto que registra uma observação ou impressão sobre fatos

cotidianos; pode narrar fatos em formato de ficção

3.

Editorias e Cadernos

O trabalho em redações jornalísticas é geralmente dividido entre editorias temáticas,

agrupando os assuntos mais comuns do noticiário. Assim como a classificação dos assuntos

adequados a cada editoria pode variar.

Em jornais diários, as editorias podem ser organizadas em Cadernos e Suplementos, que

são fascículos de encadernação separada incluídos no conjunto publicado e de periodicidade

predeterminada.

Jornais diários de grande circulação e revistas de informação geral normalmente têm as

seguintes editorias, que podem também ser tratadas em publicações especializadas:

Geral – não exatamente uma editoria, mas o departamento e a equipe de reportagem

e redação que tratam de assuntos diversos, como acidentes, cataclismos, intempéries,

tragédias e até crimes (estes normalmente reservados para a página Policial);

Local ou Cidade – assuntos de interesse local ou regional;

Nacional ou País – assuntos de outras localidades do país;

Política – às vezes, agrupada com a anterior;

Polícia – crimes e assuntos de segurança, às vezes incluindo também ações de

Defesa Civil e Bombeiros;

Internacional – assuntos diversos de política internacional, relações externas,

diplomacia, economia internacional, cultura estrangeira e ainda assuntos diversos

(como os da Geral) desde que ocorridos no exterior;

Economia – notícias relacionadas às atividades produtivas do país, região ou cidade

onde se localiza o jornal, subdivididas em subeditorias:

o Macroeconomia – políticas de Estado para economia, comércio

internacional, diretrizes nacional e internacionais; câmbio e divisas, políticas

de integração regional;

o Mercado Financeiro – indicadores financeiros, mercado de ações, bancos;

o Empresas – negociações entre empresas, balanços, expectativas de

faturamento;

Cultura – todas as manifestações culturais da sociedade, Cinema, Teatro, Literatura,

Artes Plásticas, Televisão, Música, Quadrinhos, etc.;

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Ciência & Tecnologia – temas de interesse acadêmico-científico e de tecnologia

industrial; pesquisas e descobertas científicas, inovações tecnológicas, economia e

empresas de setor de alta tecnologia;

o Informática – às vezes editoria autônoma, outras incluída sob a anterior;

o Astronomia ou Espaço – idem;

o Meio Ambiente e Ecologia – idem;

Esporte – todas as modalidades esportivas, competições, contratações, treinamentos

e variedades sobre atletas e personalidades do Esporte;

Turismo – roteiros de viagem, serviços sobre destinos turísticos;

Automobilismo – automóveis e outros veículos motorizados, incluindo aquáticos,

como lanchas e jet-skis; às vezes, inclui-se até aviação;

Comportamento, Saúde, Família e Moda – assuntos diversos sobre

comportamento social, consumo, relacionamentos, saúde e medicina;

Educação e Vestibular – temas educacionais, pedagógicos e educativos, auxílio a

material didático e pesquisa escolar, calendários de provas de acesso universitário e

concursos públicos;

Infantil e Feminino – cadernos especializados em assuntos estereotipadamente

associados a gênero e faixa etária;

Coluna Social – notas e comentários sobre vida em sociedade, geralmente sobre

indivíduos de alto poder aquisitivo e "celebridades";

Classificados, Imóveis e Empregos – anúncios pequenos, geralmente pagos por

indivíduos.

Jornais de grande porte também costumam ter editores específicos para a Arte e a

Fotografia.

TEXTOS-EXEMPLO:

1) Notícia: Caracteriza-se pela linguagem direta e formal. Tem caráter informativo e é

escrita de forma impessoal, frequentemente fazendo uso da terceira pessoa. Inicia-se com o

lide e se segue com o corpo da notícia. Enquanto na primeira parte estão registradas as

principais informações do fato, no corpo do texto estão presentes os detalhes (relevantes ou

não), as causas e as consequências dos fatos, como, onde e com quem aconteceu, e a sua

possível repercussão na vida das pessoas que estão lendo. Pode ter ou não um público-alvo

(jovens, políticos, idosos, famílias), caso tenha a linguagem poderá ser adaptada para o

melhor entendimento.

Candidaturas são impugnadas depois de teste de alfabetização da Agência Folha, em Bauru

O juiz eleitoral de Itapetininga, Jairo Sampaio Incane Filho, 38, impugnou 20 dos 80

candidatos a prefeito e vereador das cidades de Itapetininga, Sarapuí e Alambari, na região

de Sorocaba (87 km a oeste de São Paulo).

A impugnação foi motivada pelo fato de os candidatos terem sido reprovados em um

teste de alfabetização realizado pelo juiz, no Fórum de Itapetininga.

Incane Filho disse que fez o texto com base na exigência contida na Lei Complementar nº

64/90, de 1992, do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), que proíbe analfabetos de serem

candidatos a cargos eletivos.

O juiz afirmou que convocou os 80 candidatos que disseram ter 1º grau incompleto e

mostraram dificuldades no preenchimento dos documentos para o registro de suas

candidaturas.

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Os testes com os candidatos foram feitos individualmente. Seus nomes são mantidos em

sigilo. ''Pedi a todos que lessem e interpretassem um texto de um jornal infantil. Em seguida,

pedi que cada um redigisse um texto, expondo sua lógica'', disse.

Segundo Incane Filho, erros gramaticais não foram levados em conta. ''Apenas observei

se o candidato tem condições de entender um texto, pois uma vez eleito, ele vai ter de

trabalhar com leis e documentos.''

A assessoria de imprensa do TRE informou que o tribunal transmitiu uma recomendação

aos juízes para que ''em caso de dúvida'', façam ''um teste de alfabetização'' nos candidatos.

(Folha de S.Paulo, 19/07/96)

2) Editorial: é um texto jornalístico cujo conteúdo expressa a opinião da empresa, da

direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou

objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço predeterminado para os

editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras páginas internas. Os editoriais nunca

são assinados por ninguém em particular.

Analfabetos O juiz eleitoral de Itapetininga impugnou 20 de 80 candidatos a prefeito ou vereador das

cidades de Itapetininga, Sarapuí e Alambari (interior de São Paulo e relativamente próximas

à capital) pela simples razão de que não conseguiram ler e entender corretamente um texto

publicado em jornal infantil. E isso no Estado mais rico da União, o que leva a imaginar o

que deve ocorrer nas imensas regiões menos desenvolvidas do país.

Isso significa que 25% dos candidatos testados foram considerados analfabetos. Erros

gramaticais não foram levados em conta, apenas a capacidade de compreensão de um texto

simples escrito.

Parece mais do que óbvio que, sem negar a conquista democrática que representou o

direito de voto para o analfabeto, para exercer funções executivas ou legislativas é

necessário pelo menos poder ler e compreender um texto. De outra forma, quem exercerá o

poder de fato será um assessor sem nenhum mandato eletivo, ou seja, ferindo o princípio da

delegação popular do poder.

Infelizmente, o Brasil está ainda muito longe de atingir os níveis minimamente desejáveis

de erradicação do analfabetismo. Em que pese o sucesso de alguns poucos projetos isolados,

o número de brasileiros que não sabem ler – e isso segundo os pouco rígidos critérios do

IBGE – é pouco inferior a 25%, ou seja, quase um quarto da população do país.

Como indicam diversos estudos dos mais variados organismos multilaterais, o

investimento em educação é acima de tudo um investimento na melhoria das condições de

vida do país, seja em termos de produtividade como em termos de desenvolvimento

humano.

O fato de até as pessoas que almejam cargos eletivos como prefeito ou vereador serem

incapazes de compreender o que está escrito num jornal infantil mostra o quanto o Brasil

ainda tem a fazer no campo da educação básica. Revela também o quão imatura ainda é a

jovem democracia brasileira. (Folha de S.Paulo, 22/07/96)

3) Artigo: é um texto em que o autor expõe seu posicionamento diante de algum tema atual

e de interesse de muitos. É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto

abordado, portanto o escritor, além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de

informações coerentes e admissíveis. Assim, as ideias defendidas no artigo de opinião são

de total responsabilidade do autor, que, por esse motivo, deve ter cuidado com a veracidade

dos elementos apresentados, além de assinar o texto.

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Pobre argumento – Clóvis Rossi

O argumento mais repetido em defesa do tal CFJ (Conselho Federal de Jornalismo)

diz que existem conselhos similares para advogados, médicos e outros profissionais e,

portanto, deve haver também para jornalistas. Pena que nenhum dos que usam o argumento

parou para examinar se os conselhos similares ao CFJ produziram bons efeitos.

Não é preciso muita esperteza para perceber que os resultados não são bons, para

dizer o menos. No caso dos advogados, basta lembrar que a grande maioria dos formados

não passa no Exame da Ordem, o que significa que as escolas estão despejando no mercado

profissionais com imenso déficit de formação.

Pior ainda: alguém aí é capaz de dizer que a administração de justiça no Brasil é

minimamente eficiente, elogiável, louvável? Ou, posto de outra forma, a existência de um

conselho semelhante ao proposto CFJ nem chegou perto de defender a sociedade no seu

direito à justiça.

No caso dos médicos, já está entrando em debate a criação de um exame similar ao

feito pela Ordem dos Advogados do Brasil, o que evidencia que há desconfianças também

em relação à qualidade da formação desses profissionais.

E, de novo, é escandalosamente óbvio que o direito à saúde não é exatamente uma

característica do Brasil. Ou, posto de outra forma, a sociedade não está sendo defendida pelo

fato de existir um conselho que supervisiona os médicos.

Seria preciso um grau de presunção fenomenal para supor que, no caso do

jornalismo, o CFJ faria o que os conselhos das outras profissões não fizeram ou, no mínimo,

não puderam evitar.

Tanto quanto o direito à saúde ou à justiça, o direito a uma informação veraz só será

alcançado se e quando a própria sociedade for vigorosamente atrás de cada um deles.

Estruturas burocrático-corporativas podem até ter a melhor das intenções, mas os

fatos provam que não defendem nem os profissionais nem a sociedade.

(Folha de S. Paulo, 11/08/ 2004)

4) Reportagem: Tem por essência a descrição e a caracterização de eventos. Para isso a

reportagem conta com algumas perguntas que, ao serem respondidas, formarão a estrutura

da reportagem. Elas servem para melhor estruturar a reportagem: O quê?, Como?, Quando?,

Onde?, Por quê?, Quem?. Diferentemente da notícia, a reportagem contextualiza, aprofunda

o fato, buscando fontes que o expliquem.

CRIANÇAS TAMBÉM LIDAM COM DROGAS

Menino de 5 anos disse que Polícia procurava ‘bagulho’ em sua residência

Belém Um menino de cinco anos de idade surpreendeu a professora no mês passado ao

dizer que tinha um segredo para contar. Ela imaginou que fosse uma brincadeira e pediu que

o menino falasse.

“Sabe tia, o meu pai foi preso. A polícia chegou lá em casa e quebrou tudo, até o

meu brinquedo. Fiquei com muita raiva e queria dar um soco na polícia. Eles procuravam o

‘bagulho’, mas não acharam. O ‘bagulho’ estava embaixo da TV, mas eles não viram”, disse

a criança.

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A professora achou que pudesse ser imaginação do aluno e perguntou se ele havia

sonhado com aquela história. O garoto, então, respondeu que não e garantiu ser tudo

verdade.

Quem toma conhecimento dessa história, até duvida da veracidade da narração. Mas

a professora garante que tem fundamento, já que conhece o histórico de vida dos pais e

também devido à riqueza de detalhes relatada pela criança. Por exemplo, quando o menino

falou que a polícia estava atrás do ‘bagulho’, a professora perguntou do que se tratava. Para

explicar, ela lembra que o menino pegou uma folha do seu caderno, desenhou um

quadradinho e disse que o ‘bagulho era um pozinho branco colocado no meio do quadrado e

depois amarrado com um fio’. Logo, a professora deduziu que o pó ao qual o menino se

referia, provavelmente, fosse cocaína.

Surpresa A professora afirma ter ficado tão surpreendida com essa situação que não respondeu

nada ao aluno. Ela procurou a direção da escola para relatar o problema.

“Pensei em falar com a mãe dele, mas ela é muito difícil e poderia bater nele. Então,

decidi conversar com a supervisora da escola, porque temos trabalhos de prevenção às

drogas na escola, mas não para uma turma da educação infantil”, explica.

A professora lamenta que essa situação tenha ocorrido com uma criança: “Uma questão é a

família estar nesse meio (das drogas), a outra é uma criança com cinco anos vivenciar isso.

Eu fico triste, mas me acho impotente para agir e ajudá-lo”.

O caso relatado é um dos retratos da relação entre drogas e o ambiente escolar. No entanto,

o mais comum é o envolvimento direto de adolescentes com uso de entorpecentes. Uma

pesquisa feita em 2004 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas

(Cebrid) ouviu 1.558 estudantes do ensino fundamental e médio das redes municipal e

estadual de Belém. De acordo com os dados levantados, 19,5% dos estudantes de 13 a 15

anos consumiram drogas naquele ano. Não foi considerado o uso de álcool ou tabaco.

Segundo o professor Raul Navegantes, cientista político e especialista em violência,

a escola corresponde ao contexto no qual ela se encontra. “Normalmente, imaginamos que a

escola seja um mundo isolado, onde tudo é diferente dos muros que a separam da rua. Não é

assim. A escola reproduz lá dentro o que se passa fora, na sociedade”, ressalta. Para ele,

seria muito artificial se fosse o contrário. “Estudantes levam para dentro da escola a mesma

coisa que professores levam, a mesma coisa que os demais servidores da escola levam, ou

seja, tudo aquilo que trazem da sociedade”, explica o professor.

Preparo Na opinião de Navegantes, as instituições de ensino devem preparar-se para receber

esse mundo de fora. Ele deixa claro que as escolas, e sobretudo o Estado, precisam perceber

que a sociedade mudou e que o ambiente escolar hoje não pode ser igual ao de 25 anos atrás.

Ao longo desse tempo, segundo o cientista político, a mudança maior foi da família,

que era o ambiente de convívio, de acompanhamento do jovem e que fazia a intermediação

entre a infância, a adolescência e a maturidade. Com isso, ressalta Navegantes, a família

deixou de ser a maior aliada da escola e transferiu à instituição o papel que lhe cabia. “Como

os pais trabalham e não têm mais tanta dedicação à família, a convivência familiar com o

jovem desapareceu, repassando para a escola o seu papel de orientá-lo”, destaca.

Prevenção Em geral, os especialistas apontam que as primeiras experiências com drogas

ocorrem no ambiente escolar, por causa da relação de amizade e companheirismo que

crianças e adolescentes mantêm entre si. Por esse motivo, ressaltam que a prevenção é a

melhor alternativa para lutar contra o uso de entorpecentes nas unidades escolares.

O Liberal 20/10/2008

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5) Nota: Texto curto composto apenas pelo lide. Normalmente trata de algum assunto de

fácil compreensão e assimilação e que seja do interesse do leitor. Algo que já tenha sido

noticiado ou que não possui detalhes relevantes para serem descritos.

MULHERES NUAS

FORA DA CAPA

BILD, o jornal mais vendido da Alemanha (4 milhões de exemplares por dia) decidiu

retirar as imagens de mulheres seminuas da primeira página. A mudança atendeu a pedidoa

das leitoras. As fotos passarão a ser estampadas na página 3 do jornal.

6) Perfil: Perfil ou reportagem-perfil faz parte do gênero jornalístico informativo. Dentro

dessa classificação, pode-se inseri-lo na categoria dos textos noticiosos chamados de

feature, ou seja, uma notícia apresentada em dimensões que vão além do seu caráter factual

e imediato, em estilo mais criativo e menos formal. Nessa categoria estão incluídos os perfis

e as histórias de interesse humano. Ambas com enfoque na pessoa – seja uma celebridade,

seja um tipo popular, mas sempre o focalizado é protagonista da história: sua própria vida. O

perfil pode ser leitura saborosa quando consegue contar passagens relevantes da vida e

carreira do entrevistado, colher suas opiniões em assuntos importantes, ouvir o que dizem

dele os amigos e os inimigos, mostrar como faz o que faz.

FILME EXIBE AS RAÍZES DE SÉRGIO BUARQUE Cassiano Elek Machado

Enviado especial da Folha ao Rio

Quase todas as acepções da palavra raiz ajudam a ilustrar o que é o filme Raízes do

Brasil, cinebiografia sobre Sergio Buarque de Holanda (1902-1982) realizada por Nelson

Pereira dos Santos.

Um dos intelectuais mais robustos da terra, o historiador e sociólogo paulistano

poderia render centenas de rolos de 35 milímetros de debates sobre os desdobramentos de

sua bibliografia. Mas não é para essas folhagens que o principal cineasta em atividade no

país apontou sua câmera.

O filme, que tem pré-estreia hoje em São Paulo, na Sala Cinemateca, toma outra

“árvore” como base, a “árvore genealógica”. É por meio de depoimentos da vasta

descendência de Buarque de Holanda que Raízes do Brasil busca retratar seu personagem.

Pereira dos Santos, 75, conta que queria mostrar aspectos pouco conhecidos (e não

desimportantes) do intelectual, considerado unanimemente um dos principais “intérpretes do

Brasil”, ao lado de Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e outro punhado mais.

Os depoimentos dos sete filhos (Miúcha, Sérgio, Álvaro, Chico, Maria do Carmo,

Ana Maria, Maria Cristina) e da maior parte dos netos ajuda a mostrar “a parte oculta de

qualquer coisa enterrada, cravada, embutida ou fixada em outra”, como (o dicionário)

"Aurélio" (primo distante de Sérgio) define raiz.

Poucos sabem que o autor dos clássicos Visão do Paraíso (1958) e do hit Raízes do

Brasil (1936) gostava de ler o gibi Luluzinha, que ocasionalmente “puxava fumo”, que não

usava roupas marrons, que cantava tango em alemão e que “adorava fofocas”, como afirma

o filho Chico, é, Chico Buarque de Holanda (que conta história do pai sobre uma remessa

por correio do “pentelho de Duque de Caxias”).

Esses e outros tantos “temperos” do documentário não chegam a ser acessórios.

Ajudam a retratar um “germe, princípio, origem” (mais uma vez o velho “Aurélio”) do

intelectual.

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Quem o explica, no filme, é o crítico Antonio Candido, que deve falar hoje na pré-

estreia. “Era um erudito inclinado à molecagem”, opina Candido, ressaltando a consciência

de Sérgio Buarque do “dever intelectual”, mas com a “qualidade da molecagem de 22”.

Mostrava que “seriedade está ligada à alegria”.

O outro lado da moeda, o aspecto “trombudo”, também sai do solo. Filhos e netos

contam como o patriarca ficava plantado ad infinitum no seu escritório, com a cara enfiada

nos fartos livros.

Com a palavra Chico, mais uma vez. “Eu me lembro de vê-lo andando e me

surpreender que ele andasse”, recorda, com o olhar do garoto, que “passava e via aquela

pessoa com óculos na testa”.

O cantor e compositor, que diz só ter tido acesso ao escritório do pai depois dos 20

anos (acesso que era vetado a todos os outros filhos, com exceção da “queridinha” Ana,

apelidada de Baía), lembra dos livros “cobrindo tudo, fechando a janela para sempre”.

Chico afirma que o pai “não gostava muito de criança”. O que não transparece nos

depoimentos emocionados dos netos do intelectual, cada um deles dono de um exemplar de

"Raízes do Brasil" autografado pelo “Papyotto”, como todos eles chamam o avô.

Uma das netas, a atriz Silvia Buarque, filha de Chico, é quem dá voz ao livro

clássico do vovô.

Se a primeira parte toda do filme de Nelson Pereira dos Santos é centrada na

conversa com a família, a metade subsequente se nutre de uma cronologia alentada da vida

do biografado, toda ela entremeada por trechos de Raízes do Brasil declamados pela atriz.

Esses 72 minutos finais (que levam o filme aos seus fartos 146 minutos) trazem à

tona outro dos sentidos cravados no fundo da terra do substantivo “raiz”.

“Essa parte do filme mostra como Sérgio foi radical, no sentido de ter sido um

intelectual que nunca fez concessões”, opina a crítica literária Beatriz Resende, que assistiu

à primeira exibição do filme, na sede da Petrobras (patrocinadora do documentário), com o

diretor do filme e familiares presentes.

Ausência mais sentida nessa “première” do filme foi sua estrela maior. Maria

Amélia, hoje com 94 anos, viúva de Sérgio, dá os depoimentos mais bonitos do

documentário. Nem a primogênita, a cantora Miúcha (corroteirista do filme), segura a

emoção. Enquanto a mãe fala na tela, na “plateia” ela chora e balbucia “Ah, mamãe”. Como

testemunha Candido, Maria Amélia esteve na raiz da força intelectual de Buarque de

Holanda, o “homem cordial”, que agora todos conhecem melhor.

O jornalista Cassiano Elek Machado viajou a convite da Petrobras (Folha de S.Paulo,

13/08/2004)

Para saber mais: http://sergiovilasboas.com.br/ensaios/arte_do_perfil.pdf

7) Crônica: Publicada em jornal ou revista, a crônica destina-se à leitura diária ou semanal

e trata de acontecimentos cotidianos. Ela diferencia-se no jornal por não buscar exatidão da

informação. Diferentemente da notícia, que procura relatar os fatos que acontecem, a crônica

os analisa, dá-lhes um colorido emocional, mostrando aos olhos do leitor uma situação

comum, vista por outro ângulo, singular. A crônica é uma mistura de jornalismo e literatura.

De um recebe a observação atenta da realidade cotidiana e da outra, a construção da

linguagem, o jogo verbal. Trata-se de um gênero perecível, em geral, curto, cuja fórmula,

segundo o professor Antonio Candido é: fato miúdo + humor + um quantum satis de poesia.

Como ser feliz

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Matthew Shirts

Todo sábado, logo cedo, empresto o carro da minha mulher e levo o nosso filho,

Sammy, de 8 anos, para jogar futebol na escolinha, na Lapa. Descemos a Avenida Sumaré,

atravessamos a ponte e entramos na Marginal Tietê em direção ao Rio Pinheiros. Passamos

em frente ao Estadão, por baixo da Ponte Júlio de Mesquita Neto, e, ao avistar a gráfica da

Editora Abril, indico sempre o prédio onde é impressa a revista que edito, a NATIONAL

GEOGRAPHIC BRASIL. Por vezes, antes mesmo de eu formular a frase, Sammy diz: “Já

sei, papai”, meio entediado.

Sábado passado não foi diferente. Mas, ao deixar para trás a Ponte Júlio de Mesquita,

o moleque me avisou que a Avenida Pompeia estava fechada para obras naquele dia. Saiu-

se, ainda, com a seguinte recomendação:

— Você precisa se lembrar de não pegar a Pompeia na volta, papai.

— Sammy, você pode me ajudar a lembrar? — respondi.

— Não, papai.

— Não!? Como assim!? Por que, não, filho?

— Porque estarei pensando nos melhores momentos do meu jogo de futebol.

Tive de dar risada. Era a única reação possível da minha parte. Achei curioso

alguém, ainda mais uma criança, planejar o que pretendia pensar dali a duas horas. Como se

não bastasse, o planejamento previa um devaneio a respeito de um jogo de futebol. Contei a

história para minha mulher, Luli, ao chegar em casa. Mas ninguém deu mais do que outra

risada. Ficou nisso a história.

Até uns dias depois, quando fui ler a primeira Harvard Business Review de 2012.

Para quem não sabe, é uma revista de negócios, como a EXAME. Essa edição é dedicada à

“felicidade”. Pode parecer um tema estranho ao mundo empresarial, mas há pesquisas

fascinantes na área. A chamada da capa é: “O valor da felicidade:como o bem-estar dos

empregados gera lucro”.

A pesquisa mais original relatada na HBR, como é conhecida a revista, vem sendo

feita com 15.000 pessoas em 83 países através de smartphones. O pesquisador, Matthew

Killingsworth, meu xará, pergunta em intervalos aleatórios sobre o humor dos participantes.

Cada um responde na hora em uma escala que vai de “péssimo” a “ótimo” e diz o que está

fazendo (de uma lista de 22 atividades).

O melhor humor acontece durante o sexo. Não chega a espantar, mas me perguntei se

o povo para no meio para responder à pesquisa.

O achado mais inesperado talvez seja o impacto dos devaneios no humor das

pessoas. Descobriu-se que a mente humana desvia do foco durante quase 50% do tempo.

Esses desvios, segundo o xará, tem uma influência forte sobre a felicidade. A sugestão do

pesquisador é um planejamento mental mais elaborado. “Ao acordar sábado de manhã”,

escreve, “deveria se perguntar não só ‘o que vou fazer hoje’, mas ‘o que vou fazer com

minha mente’.” Controlar seus devaneios é uma das maneiras mais eficientes de aumentar a

felicidade, afirma. Outras sugestões incluem fazer exercício regularmente, ganhar dinheiro

(até certo ponto) e, ao que parece, casar. Mas há controvérsias a respeito deste último (não

adianta trocar de marido ou mulher toda hora, por exemplo).

O artigo me fez pensar no Sammy. Aos 8 anos, ele já faz esse planejamento mental.

Onde será que aprendeu isso? Não foi comigo, garanto.

Talvez seja um exemplo da evolução darwiniana da espécie. Sabemos que o homem

é cada vez menos violento. Talvez tenha aprendido a ser cada vez mais feliz também.

(Vejinha São Paulo, 01/02/2012)

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VÍRGULAS COM NOMES DE PESSOAS (Maria Tereza de Queiroz Piacentini)

Os nomes próprios de pessoas podem ou não ser separados por vírgulas – e disso

entendem os jornais e revistas, que falam não só de chiques e famosos, mas de políticos e de

outros simples mortais. Também o advogado, em seu trabalho, cita muitos nomes próprios.

E aí a vírgula pode contribuir para aclarar uma situação, ou pelo menos dar uma informação

correta. É o caso, por exemplo, de filhos ou funcionários envolvidos numa questão. Se

determinada empresa tem vários funcionários e foi um deles que, digamos, abalroou o

veículo X, a frase será assim:

- Afirma o réu que seu funcionário Mário Tadeu dirigia o veículo na ocasião.

Se tal réu tivesse apenas um empregado, o nome deste iria entre vírgulas:

► Afirma o réu que seu funcionário, Mário Tadeu, dirigia o veículo na ocasião.

Neste último caso, o nome se torna um aposto explicativo (o qual equivale a uma

oração adjetiva explicativa sem o ‘que é’), o que justifica sua separação por vírgulas.

Sendo assim, sempre que se referir a pessoa que tiver um cargo único e especificado

na frase, como presidente da República, do Senado, da Câmara Federal, de um partido

político, de uma empresa etc., ou governador de um Estado, faça a separação do nome por

vírgulas – uma ou duas, conforme sua posição na frase. Também é o caso de pai e mãe, que

temos um só, e de marido e mulher (podemos ter tido mais de um, mas aí já é “ex”):

► Quem tem incentivado a edição de bons livros é o atual reitor da UFSCar, José Rubens

Rebelatto.

► O governador de Santa Catarina, Esperidião Amin, e o ministro da Ciência e Tecnologia,

Ronaldo C. Sardenberg, oficializaram um projeto pioneiro no país – a Rede Catarinense de

Ciência e Tecnologia (Internet 2).

► A ação contra a empresa TAL foi proposta por João Silva e sua mulher, Amália J. Silva.

► O fundador de Jaraguá do Sul, Emílio Carlos Jourdan, morreu em 8 de agosto de 1900,

no Rio de Janeiro.

► A mãe de Caetano e Bethânia, dona Canô, é quase tão famosa quanto os filhos.

Mas quando se referir a um entre vários da mesma categoria – como ex-governador,

ex-esposa, diretor de empresa (normalmente há mais de um diretor), professor de escola,

habitante, ator, candidato etc. – não faça o destaque do nome entre vírgulas:

► Um dos palestrantes foi o economista e especialista em gestão condominial César Thomé

Júnior.

► O ex-governador do Paraná Álvaro Dias concedeu entrevista a uma rádio de Maringá.

► O brusquense Eleutério Graf abriu sua banca num dos principais pontos da cidade.

► Para a professora da USP Roseli Baunel, especializada em Educação Especial, a escola

deve perceber o que pode oferecer ao aluno com deficiência visual.

► Os candidatos a vereador Tobias Sailor e Tadeu Pilli devem comparecer ao debate.

No caso de irmãos e filhos, depende. Filho único vai entre vírgulas. Havendo mais de um

filho ou filha, as vírgulas não devem ser usadas:

► O jornal publicou pequena entrevista com o filho de Celso Pitta, Victor.

► Vera Fischer e sua filha, Rafaela, aparecem juntas na foto.

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► Os seus irmãos Samuel e Sandra estarão competindo em tênis de mesa. [deduz-se que

haja outros irmãos]

No caso de nomes estrangeiros ou desconhecidos, ou quando ocorrer uma repetição

de nomes (Paulo Paulo), inverta a ordem dos termos. Em vez de: O líder da Frente

Revolucionária Unida Foday Sankoh recebeu treinamento militar na Líbia / - O ex-

governador de São Paulo Paulo Maluf é candidato a prefeito, escreva:

► Foday Sankoh, líder da Frente Revolucionária Unida, recebeu treinamento militar na

Líbia.

► Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo, é novamente candidato a prefeito.

*Maria Tereza de Queiroz Piacentini, autora dos livros “Só Vírgula” e “Só Palavras

Compostas”, é diretora do Instituto Euclides da Cunha, www.linguabrasil.com.br

ASPAS EM DECLARAÇÕES

TEXTO I:

“O verbo dicendi é tão importante que, ao trocá-lo, você pode virar uma declaração

pelo avesso. Por exemplo:

“Sou inocente”, disse.

“Sou inocente”, esclareceu.

“Sou inocente”, insistiu.

“Sou inocente”, alegou.

“Sou inocente”, mentiu.

Neutro, simples e direto, o verbo dizer costuma ser o melhor na maioria dos casos.

Seu emprego constante, entretanto, deixa certos textos frios e monótonos. Para fugir da

mesmice, socorra-se na riqueza vocabular da língua portuguesa. Mas consulte o dicionário

quando tiver dúvidas sobre o sentido preciso do termo.

Escolhido o verbo, veja se ficou claro quem disse o quê. Esse cuidado elementar é muitas

vezes negligenciado.

Numa declaração mais longa, facilite a vida do leitor. Identifique o autor antes de

abrir aspas ou logo depois da primeira frase — não ao final da última.

Escreveu o jornalista Lago Burnett: “Bom jornalista é aquele que, além da

informação, possui condições de transmitir essa informação em linguagem acessível ao

mercado comprador. Para isso, ele deve ter tido no passado e precisa manter no presente um

contato íntimo com os bons autores”.

ou

“Bom jornalista é aquele que, além da informação, possui condições de transmitir essa

informação em linguagem acessível ao mercado comprador”, escreveu o jornalista Lago

Burnett. “Para isso, ele deve ter tido no passado e precisa manter no presente um contato

íntimo com os chamados bons autores.”

Nas declarações com duas ou três frases, dispense o segundo verbo dicendi. O último é

quase sempre redundante.

(Manual de estilo Editora Abril, p. 32 e 33)

TEXTO II:

Ao reproduzir uma declaração textual, o jornalista não deve alterar a literalidade do

que foi dito, a não ser para eliminar repetições ou palavras próprias da linguagem oral, desde

que jornalisticamente irrelevantes, ou para ordenar ideias com o objetivo de facilitar a

leitura.

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Em textos noticiosos, o objetivo de reproduzir declarações é garantir o acesso do

leitor ao discurso concreto de quem declarou. Devem ser reproduzidas apenas as frases mais

importantes, expressivas e espontâneas do personagem da notícia. Não devem ser

reproduzidas ideias que possam ser melhor expostas através do discurso indireto do

jornalista*.

As declarações textuais devem ser valorizadas pela sua raridade. Quanto menos

forem usadas, mais valor terão perante o leitor. Sua importância é medida pelo inusitado que

determinada opinião possa ter na boca de uma personalidade ou pelo impacto que possa

causar junto ao público. Recomenda-se não abrir textos com declarações textuais. Deve-se

evitar reproduzir declarações textuais com mais de três linhas. (...) Quando houver

necessidade de chamar a atenção do leitor para algo errado ou estranho no texto original,

admite-se o uso da palavra latina sic1 entre parênteses.

(Manual Geral da Redação – Folha de S.Paulo)

TEXTO III:

Em princípio, os verbos mais recomendáveis para textos que envolvam declarações são os

insubstituíveis dizer, afirmar, declarar, garantir, prometer e poucos mais.

No seu lugar, podem ser usados outros, desde que com muito critério, entre os quais

acreditar, achar, julgar, admitir, esclarecer, explicar, concluir, prosseguir, etc.*

(Manual de redação e estilo – OESP)

Obs.: Veja relação dos possíveis substitutos no verbete dizer desse manual.

PONTUAÇÃO NAS DECLARAÇÕES 1) O sindicalista disse: “A gasolina está muito cara. Desse jeito o taxista só tem prejuízo”.

● Observe que há duas vozes no texto: a do jornalista (O sindicalista disse) e a do

sindicalista (A gasolina está muito cara. Desse jeito o taxista só tem prejuízo). O

ponto fica fora das aspas.

Segundo o sindicalista, “a gasolina está muito cara. Desse jeito o taxista só tem prejuízo”.

● Idem. Observe que, depois da vírgula vem letra minúscula.

2) “A gasolina está muito cara. Desse jeito o taxista só tem prejuízo”, disse o sindicalista.

● Observe que não há ponto final dentro da declaração, depois dela vem uma vírgula

e, em seguida, o verbo dicendi. (Dentro das aspas quando em seguida vem um verbo

dicendi, só podem aparecer pontos de interrogação, exclamação e reticências: “A

gasolina está muito cara. Desse jeito o taxista só tem prejuízo!”, queixou-se o

sindicalista.)

3) Em declarações mais longas, quebre-as em duas partes:

“Sou adepto da não violência, por isso sou contra a pena de morte, pois, além de haver a

possibilidade de ocorrer erro num julgamento, a pena de morte é um ato de violência contra

o cidadão”, disse o sociólogo.

Dividindo:

“Sou adepto da não violência, por isso sou contra a pena de morte”, disse o sociólogo.

“Além de haver a possibilidade de ocorrer erro num julgamento, a pena de morte é um ato

de violência contra o cidadão.”

● Observe que, como na segunda parte da declaração há só uma voz: a do

entrevistado, o ponto fica dentro das aspas.

1 Sic: palavra latina que significa assim, desta maneira. Palavra que se pospõe a uma citação, ou que nesta se

intercala, entre parênteses ou entre colchetes, para indicar que o texto original é bem assim, por errado ou

estranho que pareça.

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● Não há necessidade do segundo verbo dicendi, porém há a possibilidade de não

omiti-lo: “Além de haver a possibilidade de ocorrer erro num julgamento, a pena de

morte é um ato de violência contra o cidadão”, completou.

MÍDIAS

RÁDIO

Capítulo 13 (BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de

radiojornalismo. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.)

O texto – Recomendações para redatores, repórteres e editores O texto jornalístico segue normas universais. Em qualquer veículo, impresso ou

eletrônico o redator deve ser claro, conciso, direto, preciso, simples e objetivo. O que

diferencia o texto do rádio em relação aos veículos da imprensa escrita é a instantaneidade.

O ouvinte só tem uma chance para entender o que está sendo dito.

Lembre-se de que a mensagem no rádio se “dissolve” no momento em que é levada

ao ar. Para que a missão de conquistar o ouvinte seja alcançada, o texto deve ser coloquial.

O jornalista precisa ter em mente que está contando uma história para alguém, mas sem

apelos á linguagem vulgar e, acima de tudo, respeitar as regras do idioma.

Veja algumas recomendações para a redação do texto no rádio. O aprimoramento

vem com a prática, a consulta dos livros de gramática e muita leitura para enriquecer o

vocabulário.

1) O texto no rádio pode ser corrido, quando lido por um único locutor, ou manchetado,

quando lido por dois locutores. No texto corrido, um período segue-se ao outro na página do

computador; no estilo manchetado, os períodos são divididos geralmente em duas linhas

cada. A decisão pelo uso do texto corrido ou manchetado cabe à direção da emissora e ao

departamento de jornalismo.

2) O texto começa com o lead (o que, quem, quando onde, como e porquê). Procure a

novidade, o fato que atualiza a notícia e a torna mais atraente possível. A missão do redator

é conquistar o ouvinte na primeira frase. Se a primeira frase não levar á segunda, a

comunicação está morta.

3) O texto deve ter uma sequência lógica, na ordem direta. A regra é simples: sujeito +

verbo + predicado.

4) A pontuação merece atenção especial. O uso dos sinais ortográficos facilita a entonação

da voz e a respiração do apresentador/locutor. Por exemplo, em frases interrogativas faça

uso da técnica espanhola de pontuação. Colocando um sinal de interrogação no início da

frase o apresentador/locutor não será pego de surpresa.

(?) Quem será o campeão brasileiro?

(!) Atenção para esta informação!

5) A adjetivação excessiva ou inadequada enfraquece a qualidade e o impacto na

informação. Substantivos fortes e verbos na voz ativa reforçam a densidade indispensável ao

texto jornalístico.

6) Evite frases longas: elas dificultam a respiração do apresentador/locutor e são mãos

difíceis de ser entendidas pelo ouvinte. Cada frase deve expressar uma ideia.

7) O texto precisa ter ritmo. Use frase curtas, mas que não sejam telegráficas. Evite frases

intercaladas entre vírgulas.

8) Evite o uso no não no lead. Se a notícia começar com uma negativa, dificilmente o

ouvinte terá interesse em acompanha-la até o final. Redija o que aconteceu, ninguém liga o

rádio para saber o que não aconteceu.

9) O uso do ontem no lead “envelhece” a notícia no rádio. Explique ao ouvinte quando o

fato aconteceu em outro período do texto.

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10) Evite começar o texto com as palavras continua ou permanece. Procure um enfoque

novo para não dar conotação de que o assunto está superado. Outra palavra que deve ser

evitada no início do texto é parece. O ouvinte pode ter a sensação de que o jornalista está

inseguro ou não domina o assunto tratado.

11) As gírias têm poder de tornar as conversas mais informais, contudo, vulgarizam o texto

e não devem ser usadas, a não ser em situações essenciais ou se estiverem consolidadas no

vocabulário do dia a dia.

12) A repetição de palavras empobrece o texto, mas é preciso cuidado com o uso dos

sinônimos. O redator de bom senso não substituirá o hospício por nosocômio. Repita a

palavra quando for importante para a clareza da notícia.

13) Fique atento ao efeito sonoro das rimas e palavras com a mesma terminação. Não é

agradável ouvir “o temporal na capital alagou a marginal”, ou “a organização da

programação da televisão”.

14) Cuidado com os cacófatos. O encontro de sílabas de palavras diferentes pode formar

som desagradável ou palavras obscenas: Boca dela, confisca gado, de então, ela tinha, marca

gol, nunca gostou, nunca ganhou, por cada, por colocar, por razões, por rádio, toma linha,

etc. Existem cacófatos que podem ser evitados substituindo-se a palavra por um sinônimo ou

mudando-se a estrutura da frase:

O prêmio por cada vitória

O prêmio para cada vitória

Nunca ganhou uma eleição

Jamais gamou uma eleição

15) O uso de aspas deve ser evitado. Além de dificultar a entonação por parte do locutor,

pode dar ao ouvinte uma impressão de que é o texto opinativo.

16) Em texto de rádio não se usa parêntese.O locutor terá dificuldade se você redigir “o

senador José da silva (PMDB-RO) disse...”. No rádio é assim: “O senador José da Silva do

PMDB de Rondônia disse...”.

17) Os artigos não devem ser suprimidos, especialmente nas manchetes. O rádio não precisa,

como o jornal, economizar o espaço necessário para impressão de uma ou mais letras.

18) O uso dos pronomes possessivos seu, sua, seus e suas pode confundir quem acompanha

o noticiário. O ouvinte pode entender que está se falando dele ou alguma pessoa ou objeto

de suas relações pessoais. Por isso, é melhor redigir “o deputado sai com a mulher dele” em

vez de “o deputado saiu com sua mulher”. Contudo, para essa regra, como, aliás, para a

maioria delas, há exceções.

19) Não se usam artigos de nomes próprios o que pressupõe intimidade incompatível com a

linguagem jornalística. Assim, não uso “o José Dirceu” ou “o Ciro Gomes”.

20) Verifique se o artigo um tem função na frase. “O jogador sentiu medo” é melhor do que

“O jogador sentiu um medo”.

21) O uso indiscriminado dos pronomes pessoais também pode causar confusão. Só redija

ele, ela, eles, elas quando o ouvinte puder ter certeza de quem se trata. Nem sempre quem

ouve o noticiário no momento lembra-se de quem se está falando.

22) Não confunda os pronomes demonstrativos este e esse. Este indica o que está mais

próximo de quem fala ou escreve, esse indica o que está mais distante de quem fala ou

escreve.

23) Evite os gerúndios. Eles deixam as frases longas e enfraquecem o texto.

24) Fuja do “queísmo”. Repetir o “que” em uma frase prejudica o ritmo e empobrece o

texto.

25) Cuidado com o uso coloquial de pronomes pessoais como objetivo direto. É horroroso

ouvir “o promotor convocou ele para prestar depoimento”.

26) Os pronomes cujo, cuja não têm som agradável no rádio.

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27) Escreva na lauda (alto da página do computador) a forma correta de se pronunciar o

nome de uma pessoa ou de determinado lugar. Não se esqueça de anotar as observações

referentes às checagens das informações e a validade do texto.

28) Cada assunto deve ocupar uma página do computador.

29) As palavras que precisam ser ditas com mais ênfase devem ser sublinhadas ou escritas

em negrito. O mesmo vale para palavras estrangeiras ou nomes próprios.

30) Endereços, CEPs, telefones, e-mails, etc. devem ser repetidos para que o ouvinte tenha a

chance de anota-los.

31) A leitura de frase no singular é mais fácil do que no plural. Erra-se menos. Plural só

quando for inevitável.

32) Prefira o uso presente do indicativo e do futuro composto quando se referir ao que vai

acontecer. No rádio soa melhor “o presidente viaja amanhã” ou “o presidente vai viajar

amanhã” do que “o presidente viajará amanhã”. Use o verbo no passado quando for

importante para a clareza da informação.

33) Avalie os verbos usados na declaração. Os mais usados são dizer e afirmar, cuidado com

o verbo falar, no rádio ele pode parecer óbvio se não for utilizado com bom senso. Informar

significa relatar um fato. Garantir é assegurar, dar certeza absoluta. Declarar significa dizer.

Admitir tem sentido de confessar. O verbo advertir é ambíguo, tem sentido de censurar,

chamar atenção, etc.

34) Seja criterioso no uso dos verbos no futuro do pretérito, pois expressam dúvida ou

incerteza. Devem ser usados quando se tem consciência de um fato social, mas não há

provas.

35) Cuidado com os verbos dever e poder. Eles são ambíguos, indicam capacidade e

possibilidade. O verbo querer indica intenção, não decisão.

36) Use o cargo, profissão ou título para identificar autoridades e personalidades. Lembre-se

de que a forma de tratamento deve vir antes do nome. No caso de pessoas que morreram no

exercício do cargo não se usa “ex”. Pessoas já consagradas dispensam qualificação. Por

exemplo: Pelé, Maradona, etc. Respeite os casos em que a pessoa é conhecida pelo nome

completo. Não use senhor e senhora no texto.

37) Traduzir ou não traduzir nomes estrangeiros? Essa é uma polêmica que ocorre em todas

as redações. As orientações oficiais mandam traduzir. Pouca gente obedece,. Veja o caso da

cidade de New York, que normalmente é traduzida pela metade: Nova York. Como fazer

com Buenos Aires: Seria Bons Ares? Como grafar os nomes dos filósofos iluministas

franceses Rousseau e Voltaire? E as palavras usadas na informática, como megabyte ou

mouse? O melhor é usar o bom senso, ou seja, a forma como as pessoas falam

coloquialmente, tomando cuidado para não abusar dos estrangeirismos e sem impor regras

que podem agradar à gramática e agredir o ouvinte ou vice-versa.

38) Nomes estrangeiros que não acrescentam nada à informação podem ser omitidos. Avalie

a notícia. Será que o ouvinte tem interesse em saber o nome do policial que informou o

número de mortos no atentado no metrô de Moscou? Basta atribuir a informação à polícia

russa.

39) As siglas conhecidas precisam ser desdobradas. Podemos usar INSS, FMI, ONU, etc.

Separe a sigla por hífen para facilitar a leitura do texto, por exemplo: I-P-C-A. Não separe

letras de siglas pronunciadas como palavras, por exemplo: Fiesp (ou ONU).

40) As siglas estrangeiras pouco conhecidas devem ser adaptadas. FED é banco Central dos

Estados Unidos; FASO é Órgão das Nações Unidas de Incentivo à Agricultura.

41) A redação de números exige algumas regras para facilitar a leitura e o entendimento do

ouvinte. Escreva por extenso:

Certo: Trinta e duas mil pessoas

Errado: 32 mil pessoas

Certo: Quinhentas caixas

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Errado: 500 caixas

Certo: O papa João Paulo Segundo

Errado: O Papa João Paulo II

Certo: Quinze vírgula oito por cento ou 15 vírgula 8 por cento

Errado: 15,8%

Certo: Zero Vírgula quatro por centro

Errado: 0,4%

Certo: Meio por cento

Errado: 0,5%

Certo: Um milhão e 800 mil reais

Errado: R$ 1.800.000,00

Certo: 16 de outubro de mil 975

Errado: 16/10/1985

Certo: Dois terços da população

Errado: 2/3 da população

Certo: 120 quilômetros por hora

Errado: 120 km/h

Certo: três quilos e quatrocentos gramas

Errado: 3kg e 400g

Certo: Dez da manhã

Errado: 10h00

Prefira a forma coloquial:

Meio-dia em vez de 23 horas e 30 minutos

Meia-noite, em vez zero hora ou 24 horas

42) Em algumas situações os números podem ser simplificados para que o ouvinte capte

melhor a informação.

*Não é preciso dizer que o apostador premiado da mega sena receberá seis milhões, 419 mil,

623 reais e 57 centavos. A informação chegará de forma mais clara ao ouvinte se redigirmos

seis milhões e 400 mil reais.

*Não diga que o adversário de Gustavo Kuerten é o quadragésimo sétimo da lista da

associação dos Tenistas Profissionais. Basta dizer que é o número 47 da lista. Veja outros

dois exemplos de simplificações que podem ser usados desde que não haja prejuízo á

notícia:

*Localize os distritos policiais pelos bairros e regiões da cidade. É uma tortura ouvir

septuagésimo oitavo distrito Policial.

*Em vez de “o juiz da primeira vara Criminal de Uberlândia...” podemos simplificar o texto

ao redigirmos “a Justiça de Uberlândia...”. Verifique cada caso: se não houver prejuízo à

informação, sempre é possível “enxugar” o texto.

43) Nunca arredonde um número quando ele for a notícia principal. Exemplo: O aumento no

preço da gasolina vai ser de 9 vírgula 57 por cento.

44) O uso de reportagens ajuda o ouvinte a ter melhor dimensão do fato. Há diferença entre

“a geada causou a perda de dois milhões de sacas de café” e “a geada causou perda de dois

por cento da produção anual de café”. Se ficarmos nos “dois milhões” o ouvinte pode pensar

que o prejuízo é maior do que representa no contexto da informação.

45) Nos textos em que forem criados valores em moedas estrangeiras é recomendável a

conversão em REAL. Mesmo com a globalização popularizando o dólar no noticiário, a

conversão ajuda o ouvinte a ter a dimensão da quantia envolvida.

46) Muitas vezes é necessária uma consulta para traduzir medidas estrangeiras à redação de

uma notícia. Quanto vale uma milha terrestre? E uma milha náutica? E um nó? E um pé?

São termos que indicam extensão, altura e velocidade usados tanto na aviação quanto na

marinha. Em vez de dizer que a posição do avião ocorreu a 20 mil pés de altitude, é melhor

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dizer que 6 mil metros de altitude. Não confunda altitude com altura: altitude é a partir do

nível do mar, altura é a partir do solo. Acidentes geográficos e rotas aéreas são expressos em

altitude. No caso de velocidades (milhas, nós, etc.) diga sempre o equivalente a quilômetros

por hora.

47) Não se deixe envolver pela linguagem de documentos oficiais, redigindo detalhes como

número, parágrafo, inciso da lei, etc.

48) Os termos técnicos devem ser explicados há expressões que são conhecidas apenas pelos

profissionais da área. Isso acontece muito com economistas, médicos e advogados.

49) Identifique os lugares. O ouvinte nem sempre sabe ou se recorda onde fica cada cidade,

país, etc. Exemplo: Afeganistão, na Ásia Central; Ubatuba no litoral norte de São Paulo.

50) O rádio é um veículo que exige agilidade dos jornalistas, mas a pressa não é desculpa

para textos mal redigidos. A atenção é fundamental para se redigir um texto em tempo hábil

e sem erros. Detalhes que parecem insignificantes comprometem a informação. Um

exemplo: o ator fulano de tal, considerado o homem mais belo do Brasil, disse...

(considerado o mais belo homem por quem?).

51) A revisão do texto em voz alta é a melhor maneira de evitar erros que “derrubam” o

apresentador/locutor. Com a leitura em voz alta é possível descobrir problemas com

sonoridade de palavras, concordância, cacófatos, frases sem sentido, enfim uma série de

“defeitos” que podem comprometer a qualidade da informação.

INTERNET

A concorrência na web é muito grande. É preciso ter em mente que o leitor do

veículo virtual é apressado e, se não houver um bom lide e uma boa amarração de ideias

para dar continuidade até finalizar a reportagem, perdemos-se o freguês, que clica em outro

link e vai embora.

Frases curtas e pontuação são essenciais na rede. Leia o texto em voz alta após a

finalização. Se o ar faltou durante alguma frase, o texto não está claro para o internauta.

As frases devem estar na ordem direta: sujeito (Quem?) + verbo e complemento

verbal (O quê?) + adjunto adverbial (Quando?, Onde?, Como? Por quê?)

A concisão no texto de internet deve ser uma obsessão. Deve-se restringir o uso de

adjetivos. Em favor da clareza, devem-se evitar clichês ou metáforas e facilitar sempre o

vocabulário. Pronomes indefinidos não devem ser usados. Caso não seja possível determinar

quantidades com precisão, é preferível deixá-las de lado.

Palavras repetidas podem contribuir para a clareza do texto assim como na

linguagem oral. Evite, porém, o exagero. Use sempre a voz ativa.

PF liga vazamento atual da Chevron ao de 2011 e vê risco de novo

acidente

Delegado de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico dá como certo o vínculo envolvendo

perfurações da Chevron; não está descartada a hipótese de que causas naturais estejam

ligadas ao vazamento no dia 4, em fenda de 800 m de comprimento

Sabrina Valle e Clarissa Thomé

O último incidente no bloco operado pela Chevron no Campo do Frade pode estar

relacionado ao vazamento de 2,4 mil barris de óleo em novembro de 2011 e representar

riscos de um novo e grande vazamento, de acordo com especialistas e técnicos

envolvidos nas investigações.

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O delegado de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal, Fábio

Scliar, dá como certo o vínculo. A petroleira alega não ter encontrado relação entre os dois

incidentes. Porém, a hipótese de que o reservatório apresente problemas de pressão e haja

risco é uma das mais fortes possibilidades na investigação.

"Essa perfuração deve ter causado uma hecatombe em volta do poço, com uma série

de microfissuras. E o óleo está pressionando para sair", disse Scliar. Técnicos da Agência

Nacional do Petróleo (ANP), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (Ibama) e da Petrobrás também investigam a origem do óleo que

escapou, mas os relatórios não foram concluídos.

Não está descartada a possibilidade de que as borbulhas de petróleo que surgiram no

dia 4 em uma fenda de 800 metros de comprimento, a três quilômetros de onde ocorreu o

vazamento de novembro, tenham causas naturais. A Chevron diz ter coletado apenas cinco

litros de óleo.

No entanto, ganha força a hipótese de que um erro da empresa americana tenha

provocado problemas de pressão no reservatório, com o petróleo procurando agora novos

caminhos sob a terra para aflorar. Avaliações preliminares do Ibama também apontaram

para um efeito de causa e consequência. Se comprovada essa tese, há possibilidade de

condenação criminal pela Justiça, e não apenas autuações e multas por parte do Ibama e da

ANP.

"Mas seria necessário provar que houve negligência, imperícia ou imprudência, que

são os elementos formadores da culpa ou dolo", disse o advogado especialista em Direito

Ambiental Carlos Maurício Ribeiro, sócio do escritório Vieira Rezende. Segundo Scliar, a

empresa pode ter falhado ao escolher o local da perfuração. "Não me surpreende (o

vazamento). Robustece a tese de que o poço não poderia ter sido perfurado ali, numa

formação rochosa mais recente e, portanto, mais frágil", diz Scliar.

Como considera que os vazamentos estejam interligados, a PF manterá o inquérito

aberto em novembro, que está no Ministério Público para avaliação. O MP pode

posteriormente oferecer uma denúncia, que seguiria para a Justiça. A Chevron também

poderá ser autuada por não ter comunicado imediatamente a ANP sobre o incidente,

registrado inicialmente no dia 4, mas notificado quase dez dias depois.

As falhas de divulgação podem chegar a detalhes geológicos, como um afundamento

do terreno próximo ao poço, que teria sido informado ao Ibama e à ANP depois de ter sido

divulgado pela imprensa internacional.

Nova medida. O procurador da República em Campos, Eduardo Santos, responsável pelo

inquérito que apura o acidente de novembro, disse que "estuda uma nova medida" de

eventual punição à empresa, que seria pedida à Justiça. "A fenda pode ter sido causada ou

precipitada pelo excesso de pressão. Não se sabe que quantidade de óleo há nessa rocha." A

Chevron não está autorizada a perfurar novos poços nem a injetar água no campo de Frade

desde o último acidente./COLABOROU FELIPE WERNECK

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(O Estado de S.Paulo, 17/03/2012)

17/03/2012 - 11h49 (UOL Notícias)

Detectada mancha de óleo de 1km do vazamento da Chevron

Comente

Rio de Janeiro, 17 mar (EFE) – A Marinha detectou neste sábado uma tênue mancha de óleo

com cerca de um quilômetro de extensão no Oceano Atlântico, após o vazamento anunciado

na quinta-feira pela companhia petrolífera americana Chevron.

A mancha está a 130 quilômetros do litoral do estado do Rio de Janeiro, na região do Campo

de Frade, onde aconteceu o vazamento, causado por uma rachadura no fundo do mar,

atestou comunicado conjunto da Marinha, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).

O vazamento foi identificado a três quilômetros de distância do poço da Chevron que teve

de ser selado em novembro após o vazamento de 2,4 mil barris de petróleo.

As autoridades anunciaram que no começo da próxima semana haverá uma reunião para

avaliar os danos ambientais e coordenar as ações de resposta.

O Ministério Público Federal se pronunciou na sexta-feira que pretende apresentar denúncia

penal contra os responsáveis da companhia americana pelo derramamento desta semana e

pelo de novembro.

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A empresa já é alvo de diversas multas e enfrenta processos que pedem a cassação da

licença de operação no Brasil, além do pagamento de inúmeras indenizações.

Ao divulgar o recente derramamento, a Chevron comunicou que vai suspender

temporariamente a produção de petróleo no Campo de Frade, que fica na Bacia de Campos,

região de onde é extraído cerca de 90% do petróleo do Brasil.

Por dia, a Chevron retirava 61,5 mil barris de petróleo do Campo de Frade, que tem reservas

estimadas entre 200 e 300 milhões de barris de petróleo recuperáveis.

A companhia americana é a operadora do projeto, com 51,74% das ações. O restante é

dividido entre a Petrobras, com 30%, e o consórcio japonês Frade, com os 18,26% restantes.

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Exercício Desenvolva a seguinte pauta

Pauteiro: Rosana Valdez

Retranca: Inauguração de ambulatório

Data: 21/05/2010

TEMA: Prefeitura inaugura primeiro ambulatório para atendimento especializado de

crianças.

SINOPSE: Depois de muitas reivindicações de toda a comunidade de Pirituba, a Prefeitura

finalmente vai inaugurar no próximo dia 20, às 10 horas, o primeiro ambulatório para

atendimento infantil. Ele terá o nome de Ambulatório Miguel da Silva Rossi, em

homenagem ao garoto de 7 anos que morreu no mês passado, na recepção do Pronto-

socorro Geral enquanto esperava atendimento médico. A obra custou 890 mil reais, e parte

foi financiada pelo Governo Federal.

ENCAMINHAMENTO: Verificar junto à direção do ambulatório (ou com o secretário de

Saúde) qual a capacidade de atendimento; quais as especialidades que serão atendidas; se

isso soluciona ou minimiza os problemas de saúde relacionados à criança na cidade; qual

será o horário de funcionamento; se há médicos para atender à população e qual a opinião

da comunidade sobre essa obra.

FONTES:

Dr. Waldemar de Souza (diretor-geral do ambulatório)

Rua Ambrósio Couto, 86

Tel. 875-2233 (falar com Vera – secretária da diretoria)

Emerson Vasconcelos (secretário de Saúde do município)

Av. Primeiro de Maio, 445

Tel. 864-1000 (falar com Sandra – secretária)

SUGESTÕES DE PERGUNTAS

(para o médico ou o secretário)

- Qual a capacidade de atendimento do novo ambulatório?

- Que especialidades médicas estão sendo oferecidas para a população?

- Essa obra pode solucionar os problemas de saúde infantil da cidade?

- Por que a Prefeitura demorou tanto tempo para inaugurar esse ambulatório?

(para a população)

- O Sr. acha que essa nova obra da Prefeitura é importante para a cidade?

- Como tem sido o serviço de saúde prestado pela Prefeitura?

- O Sr. acha que essa obra vai melhorar o atendimento para as crianças?

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Jornalismo: estilo europeu X estilo norte-americano O jornalista que ler um jornal europeu certamente vai notar uma diferença clara de

estilo dos periódicos brasileiros ou norte-americanos. Acostumado à pirâmide invertida, o

profissional percebe facilmente o estilo narrativo empregado no velho continente.

“O jornalismo americano é mais objetivo, menos analítico e opinativo, baseado no

lide e na pirâmide invertida, enquanto o europeu é mais narrativo, analítico e opinativo”,

explica a jornalista Mariana Duccini, mestre e doutoranda em Ciências da Comunicação

pela USP e professora do curso de pós-graduação em Estudos da Linguagem da

Universidade de Mogi das Cruzes, SP (UMC).

Mariana, que também ministra o curso de Redação e Estilo para Jornais e Revistas,

pela Escola de Comunicação do Comunique-se, explica a diferença de estilo. “O que

diferencia as duas escolas não é o fator geográfico, é uma questão de estilo. Como exemplo

nós temos o jornal El Pais, que é espanhol, mas segue o estilo norte-americano de

jornalismo”, conta.

Mariana Duccini acredita que o profissional brasileiro tem certa dificuldade para

escrever no estilo europeu, mais narrativo, porque os jornalistas são treinados para seguir o

lide, a pirâmide invertida, o máximo de objetividade.

“O jornalista brasileiro tem uma dificuldade que é intrínseca, mas uma mescla dos

dois estilos é possível. É claro que existe uma limitação de acordo com a empresa, a linha

editorial, isso restringe um pouco, mas é possível”, conclui.

As diferenças básicas entre os dois estilos:

Escola norte-americana

• Conceito de “objetividade”;

• O lead ou as seis questões fundamentais: o

quê?, quem?, quando?, como?, onde? e por

quê? (rigidamente hierarquizadas);

• Gradação das informações: o modelo da

pirâmide invertida.

Escola europeia

• Conceitos de “honestidade” e “lealdade”, em

vez de “objetividade”;

• Caráter mais opinativo e analítico;

• Hierarquização menos rígida das

informações.

Zé do Caixão dá aula para futuros detetives no centro Cineasta utiliza seu personagem clássico de filmes de terror durante reuniões de uma

agência de espionagem

Quem anda na rua 24 de maio, centro de São Paulo, encontra galerias antigas e salas

que abrigam comércios incomuns. Mas nada se compara à FBI (Federação Brasileira de

Investigação), uma agência de espionagem que tem o cineasta José Mojica Marins, o Zé do

Caixão, como um de seus professores.

Logo na entrada, chama a atenção um DVD com uma aula para detetives dada por

Mojica. No vídeo, o personagem de filmes de terror ensina técnicas de interpretação,

espionagem e investigação a futuros detetives. Além disso, faz os alunos espirrarem, se

coçarem e se encararem por alguns minutos sem uma única palavra. “O que diferencia um

bom detetive de outro é a arte de interpretar. O investigador nunca deve se expor e revelar

sua identidade”, diz Mojica.

Suas aulas presenciais podem ser conferidas na filial da FBI, na rua Sete de Abril,

também no centro. O cineasta fez o curso há 20 anos e, por hobby, dá aulas a novos

detetives a cada dois meses.

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A FBI diz formar, em média, 60 alunos por mês em 25 cursos. O responsável pelo

local é o paulistano Evódio Eloísio de Souza, 68, que se apresenta como professor em

perícia criminal e diz ter dedicado mais de 30 anos de sua vida à espionagem.

Com outros quatro detetives fixos, Souza presta serviços de espionagem em geral.

Sua especialidade é a contraespionagem industrial, que não sai por menos de R$ 500 a

diária.

O exercício da profissão de detetive não tem uma regulamentação específica, mas é

garantido, de forma indireta, pela Constituição Federal e consta no CBO (Classificação

Brasileira de Ocupações) do Ministério do Trabalho. (Folha de S.Paulo, 23/01/11)

Na França um baby-boom sob clima de pessimismo

Há algo de estranho, ou pelo menos paradoxal, no reino da França. Os franceses são

campeões mundiais em pessimismo – segundo pesquisa do BVA Gallup International, 61%

deles veem em 2011 um novo ano de dificuldades, contra 28% em média no resto do mundo

–, mas eles detêm o recorde de fecundidade da União Europeia, com uma taxa de 2,01, logo

atrás da Irlanda (2,07). Eles são pessimistas, mas estão fazendo filhos.

Em 2010, Jean-Paul Delevoye, Ouvidor da República, soou o alarme. Em seu

relatório anual, entregue em fevereiro, ele descreveu uma sociedade “em grande tensão

nervosa”, com uma degradação das relações humanas e “aumento de agressividade dentro

das famílias, das empresas, dos espaços públicos”. Nesse mesmo ano, 828 mil bebês foram

colocados no mundo, um recorde desde que a primeira crise do petróleo, em 1973, pôs um

fim ao baby-boom, ainda que a diferença permaneça elevada em relação ao auge de 1964

(com 878 mil nascimentos). Em clima de pessimismo, há um cheiro de novo baby-boom no

ar.

A França está envelhecendo, pois a expectativa de vida vem aumentando, mas se sua

população está crescendo – com 65 milhões de habitantes registrados no dia 1º de janeiro,

houve um aumento de 358 mil pessoas –, ela o deve não ao saldo migratório, como na Itália

ou na Espanha, mas sim à sua riqueza vital, o número de nascimentos. Um trunfo2 em

relação à Alemanha, onde a população continua a declinar.

Outra singularidade francesa: o limiar3 simbólico de dois filhos por mulher foi

ultrapassado em 2010, graças às mulheres com mais de 30 anos. A idade média em que se

engravida hoje é de 30 anos, o que leva a uma constatação paradoxal: são os países em que

as mulheres mais trabalham – sua participação no mercado de trabalho na França passa dos

80% – que têm as taxas de fecundidade mais elevadas. (Le Monde, 20/01/11)

Exercício: Transforme o texto de uma escola no de outra.

2 Trunfo: Recurso que propicia a obtenção de vantagem.

3 Limiar: Ponto que constitui um limite.

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“Escreve claro quem concebe ou imagina claro.” Miguel de Unamuno (1864-1936)

Se você deseja ser compreendido, suas frases deverão atender a um requisito

essencial: a clareza. É uma exigência para a qual não existe meio termo. Se a frase for clara,

você dirá o que quis dizer. Se a frase for obscura, você provocará confusão.

O escritor norte-americano E.B.White observou que a confusão não é apenas um

distúrbio da prosa. Trata-se também de uma destruidora de vidas e de esperanças: há

viajantes que não encontram quem os aguarde no desembarque por culpa de um telegrama

mal-endereçado; há casais que se separam depois de uma frase infeliz colocada numa carta

cheia de boas intenções; e há gente que morre nas rodovias vitimada por palavras obscuras

de uma placa de sinalização.

Para conseguir clareza, pense com clareza. “Quem quiser escrever num estilo claro”,

recomendava Goethe, “deverá ter primeiro clareza na alma”.

Em seguida, coloque suas informações e ideias na ordem direta. Exatamente, a velha

lição que aprendemos na escola:sujeito + verbo + complemento. E dê preferência às frases

afirmativas.

Enfim, toda vez que você sentar-se à máquina, postar-se diante do terminal ou pegar

a caneta com o propósito de escrever, lembre-se de que sentenças de breve extensão, amiúde

logradas por intermédio da busca incessante da simplicidade no ato de redigir, da utilização

frequente do ponto, do corte de palavras inúteis, que não servem mesmo para nada, e da

eliminação sem dó nem piedade dos clichês, dos jargões tão presentes nas laudas das

matérias dos setoristas, da retórica discursiva e da redundância repetitiva – sem aquelas

intermináveis orações intercaladas e sem o abuso das partículas de subordinação, como, por

exemplo, “que”, “embora”, “onde”, “quando”, capazes de encompridá-las

desnecessariamente, tirando em consequência o fôlego do pobre leitor –, isso para não falar

que não custa refazê-las, providência que pode aproximar o verbo e o complemento do

sujeito, tais sentenças de breve extensão, insistimos antes que comecemos a chateá-lo, são

melhores e mais claras.

Ou seja, use frases curtas.

Clareza, ordem direta, frases curtas. (Manual de Estilo Editora Abril, p. 28)

1) Após a leitura, você percebeu que o quinto parágrafo foi assim redigido

propositadamente. Qual era a intenção do autor?

2) Reescreva esse parágrafo.

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LEGIBILIDADE

(In ASSUMPÇÃO, Maria Elena; BOCCHINI, Maria Otilia. Para escrever bem. São Paulo:

Manole, 2002.)

O que ajuda a leitura rápida

> períodos curtos

> muitos verbos e pontos finais

> ordem direta (o mais importante no começo)

> pouca ou nenhuma intercalação

> palavras curtas

> palavras conhecidas

As pedras no caminho do leitor

> períodos longos

>fileirinha de de e que

>ordem inversa (o mais importante no fim)

> muita intercalação de palavras, frases...

> palavras longas

> palavras desconhecidas

I. Períodos longos Reduza ao essencial estes períodos. Atenção à modalização

4 e aos lugares-comuns

5

No que se refere às questões das boas condições

de limpeza pública desta cidade, posso afirmar

com toda a sinceridade que, na medida do

possível, conseguimos, com nossos melhores

esforços, resultados que podem ser considerados

positivos.

No campo santo, onde repousavam aqueles que

vieram do pó e ao pó retornaram, despendi6 a

módica quantia equivalente a 189 contos de réis,

como justo e necessário estipêndio7 ao

sepultador dos restos mortais de nossos entes

queridos e para intervenções técnicas e

científicas que visam a conter a deterioração do

sagrado e venerável local.

II. Traduza estas frases

1) Na eventualidade da ocorrência de um processo energético de brotamento vegetativo,

caracteriza-se por movimentos aleatórios de expansão horizontal de suas ramificações, sobre

o solo, nas mais diversas direções, a espécie Solanum tuberosum8.

2) Aquele que se constituir em agente, no período presente, de um processo de produção, em

outrem, de ferimentos ou lesões inequivocamente decorrentes de instrumento constituído de

material produzido com a concorrência de minério ferrífero, com idêntico tipo de substância

virá a ser vítima, em algum momento do futuro, de machucaduras em tudo e por tudo

semelhantes àquelas proporcionadas por sua própria ação anteriormente descrita.

III Corte advérbios desnecessários: a) Podemos definir basicamente três fatores que influenciaram a escrita e posteriormente a

tipografia: o estilo, diretamente modificado pela cultura e arte; a tecnologia ou, mais

4 Modalização: Uso de elementos do discurso que indicam a atitude do sujeito em relação ao conteúdo de seu

enunciado, como, p. ex., expressões como na minha opinião, eu acho, talvez, é possível. 5 Lugar-comum: Fórmula, argumento ou ideia já muito conhecida e repisada; coisa trivial; trivialidade; clichê,

frase feita. 6 Despender: Ter despesa ou dispêndio; gastar.

7 Estipêndio: Salário ou pagamento por serviços prestados; honorários, ordenado, remuneração, vencimento.

8 Solanum tuberosum: é um vegetal perene da família das solanáceas (família de plantas dicotiledôneas

gamopétadas, a que pertencem as batatas, o fumo, o tomate etc.).

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precisamente, a ferramenta de escrita e, finalmente, o suporte ou meio no qual se escreve ou

se imprime.

b) Para produzir um projeto gráfico atraente, o artista deverá selecionar criteriosamente a

fonte mais adequada. Essa decisão será inevitavelmente delicada, pois a fonte finalmente

escolhida deve ter características estruturais compatíveis com a filosofia mercadológica do

cliente, evidentemente sem prejuízo da necessária legibilidade visual.

IV Maneiras de explicar termos técnicos:

1. A hermenêutica (estudo interpretativo) da Educação Física sempre demonstrou que

atletismo de alto rendimento não é modelo para a população. (parênteses)

2. A coordenação motora grossa refere-se a movimentos proximais (que se localizam perto

do ponto de origem) e a coordenação motora fina, a movimentos distais (localizados longe

do ponto de origem). (parênteses)

3. Este medicamento não é indicado par pessoas que apresentam hipervitaminose A e D, isto

é, excesso dessas substâncias no organismo. (expressão explicativa)

4. O uso terapêutico do gelo, também chamado crioterapia, é indicado para lesões no

sistema músculo-esquelético, por reduzir a formação de edemas. (aposto)

5. O esfigmomanômetro, aparelho para medir a pressão arterial, só deve ser usado por

profissionais ou pessoas treinadas. (aposto)

V Palavras raras – Qual a “tradução” correta das frases da coluna da esquerda (todas

constituídas por palavras raras):

(1) O agravo interceptou a questão e a

parte foi absoluta.

(2) Os elementos dêiticos são seminais

para a coesão textual.

(3) O daguerreótipo esmaeceu e findou

subtraído de seu brilho argênteo.

(4) Não devemos postergar a solução dos

problemas.

(5) Nós, os nefelibatas, adoramos a

maneira alambicada de o ínclito

presidente usar a língua.

( ) A antiga imagem fotográfica sobre

película de metal desbotou e foi

perdendo seu brilho prateado.

( ) Não devemos adiar a solução dos

problemas.

( ) O recurso contra a decisão judicial foi

aceito e o réu, absolvido.

( ) Nós, os literatos que desprezamos as

coisas simples, gostamos da maneira

pretensiosa com que o presidente usa

a língua portuguesa.

( ) Os pronomes demonstrativos e os

advérbios de tempo e lugar são

importantes para a unidade de um

texto.

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Retórica do texto jornalístico (http://www.radames.manosso.nom.br/retorica/influencia.htm)

“Arbitremos9 a existência de alguns princípios legítimos que norteiam o jornalismo sóbrio.

Se são princípios utópicos ou mesmo de fachada, é questão para discussão filosófica. O fato

é que esses princípios norteiam toda a Retórica do discurso jornalístico. Vejamos alguns

deles:

Objetividade: discurso objetivo é aquele que dá ao leitor a ciência dos fatos tais quais

são, deixando a critério do leitor a valoração sobre eles.

Atratividade: dada a forma como o discurso jornalístico é lido, uma leitura seletiva,

descontraída, raramente com objetivos precisos estabelecidos, a atratividade é

considerada uma qualidade capital para o jornalismo.

Concisão: a concisão é uma exigência do leitor que não tem tempo a perder.

Simplicidade: a simplicidade deriva da pretensão do jornalismo de ampliar ao máximo

seu espectro de público potencial. Para isso, tem de ser acessível à faixa menos

qualificada desse espectro.

Comunicabilidade: a boa comunicabilidade propicia ao leitor a rápida assimilação do

texto.

Adequação ao perfil do leitor: o discurso jornalístico procura colocar-se no nível de

seu leitor típico, isso inclui ajustar o repertório, a competência linguística, a

sociabilidade.

Respeito ao padrão culto da língua: essa regra é uma função da busca de

sociabilidade.

Rigor no estilo gráfico: o visual gráfico é alvo de grande atenção do jornalismo.

Regras práticas do discurso jornalístico

Para textos em geral

Dê preferência aos substantivos e verbos.

Evite adjetivos e advérbios.

Palavras curtas, frases curtas, parágrafos curtos, textos curtos.

Evite neologismos, arcaísmos, regionalismos, palavras chulas, gírias, jargões,

raridades e modismos.

Evite, sempre que possível, frases subordinadas e coordenadas. Prefira o ponto a

conjunções, sobretudo no texto para rádio e televisão.

Não use superlativos absolutos. Belíssima, paupérrimo, profundíssimo

Use ordem sintática direta.

Use uma frase para cada ideia.

Não repita ideias, palavras, estruturas sintáticas.

Busque o equilíbrio entre o discurso formal e o coloquial.

Não use clichês.

Use frases afirmativas, em vez de negativas.

Use voz ativa. Evite a passiva.

Seja impessoal.

Suprima anomalias linguísticas.

Controle a conotação dos termos usados, preferindo sempre os de conotação mais

neutra.

Organize o texto do mais para o menos prioritário.

9 Arbitrar: Julgar como árbitro. [Sin. (no futebol): apitar.]; determinar, fixar (quantia) por arbítrio; decidir,

resolver, segundo a própria consciência: Arbitrou afastar-se do convívio dos amigos.

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Os parágrafos devem ser independentes, facilitando a supressão do que se julga

desnecessário.

Regras para títulos

Devem ser curtos e atraentes.

Os noticiosos devem conter apenas o foco da notícia.

Use verbos no presente do indicativo.

A tipografia do título deve ser em corpo maior que a do texto.

Evite artigos.

Os segmentos de linha devem ter tamanhos harmonizados entre si.

Imparcialidade

Discurso imparcial é aquele que aborda um tema sem agregar sensações, impressões e

opiniões do emissor ou de qualquer outra pessoa.

A possibilidade de o discurso ser realmente imparcial é uma questão filosófica. O que nos

motiva aqui são os meios retóricos para aumentar a imparcialidade de um discurso. Isso

envolve a manipulação de fatores relativos à:

conotação: para ganhar em imparcialidade, é preciso evitar as formas conotadas que

agregam valoração ao significado;

atenuação/agravamento: para obter imparcialidade, é preciso evitar todos os artifícios

que atenuam ou agravam a valoração da mensagem;

ênfase: deve ser evitada, pois altera o status da mensagem;

transferência icônica: altera a valoração do significado, por isso deve ser evitada.

Imparcialidade absoluta

A impossibilidade de uma imparcialidade absoluta evidencia-se pelo fato de que qualquer

notícia tem sempre existência, edição, extensão e ordem.

Se a notícia existe é porque se fez a escolha de publicá-la, o que em si é atribuição de valor

jornalístico ao fato de que ela veicula.

Tendo uma edição, a notícia apresentará uma série de soluções como corpo tipográfico,

família de tipos, etc. Todas essas escolhas têm valor e influenciam o leitor.

Tendo uma extensão, o leitor associará à extensão um valor.

A notícia entra em uma ordem de edição e em uma ordem temática, ambas com potencial

para influir na valoração.”

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EXERCÍCIOS

Transforme estas entrevistas em textos corridos. Não se esqueça do lead, que você

deverá extrair da própria entrevista.

“Fui governador por 30 segundos”

Irritado com o atraso de seu adversário e sucessor, Siqueira Campos, o ex-governador do

Tocantins Carlos Gaguim passou a faixa do estado para o cinegrafista Chico Ferreira, de

37 anos, da TV Anhanguera

O que aconteceu? Siqueira Campos, o novo governador, discursava e Gaguim, o ex,

esperava. Como Siqueirão falou muito, o Gaguim ficou bravo e arrancou a faixa do peito.

Parecia que ia jogar no chão. Desistiu e, reclamando, pôs no meu pescoço.

O que você fez? Fui profissional: continuei filmando. Outros câmeras registraram a cena.

Quando percebi, minha cara estava estampada em um telão na frente de 8 000 pessoas.

Você ficou com vergonha? Não estava entendendo nada. O Gaguim foi embora e apareceu

um monte de gente para me fotografar. Estou na profissão há vinte anos. Nunca tinha visto

nem passado por nada assim.

Teve vontade de ingressar na política? Pelo amor de Deus! Senti um peso. Não sei o que

era, mas senti uma responsabilidade. Por respeito, nem toquei na faixa.

E você foi “destituído” por quem? Um empresário. Ele apareceu, tirou a faixa e a entregou

à polícia. É uma história para contar. Cara, fui governador do Tocantins por uns 30

segundos! Não foi fácil. Na TV, ainda me chamam de governador cometa e meus filhos

ficam dizendo que virei autoridade.

(Veja, 12/01/2011)

“Namorada é para a vida toda”

Aos 18 anos, o carioca Duam Socci se divide entre as gravações de Malhação e a carreira

de cantor

Um site de compras coletivas vendeu um jantar com você. Por quê? Eu queria usar o

evento para apresentar minhas músicas. Elas têm uma singularidade.

Pode explicar melhor? Faço um estilo que não consigo definir. Não é reggae, não é rock,

não é pop... Por isso tinha de me apresentar em uma coisa mais reservada, como um jantar.

Entendeu a singularidade?

E quando será? Cancelei, porque disseram que eu estava me vendendo. Fui mal

interpretado. Mas ainda vou fazer. Trinta e nove meninas compraram ingresso.

Será um jantar romântico? Cara, eu disse que queria uma namorada e acharam que o

jantar era para isso. Quero uma princesa, o amor da minha vida. Não inventei o jantar para

encontrá-la, só não posso garantir que ela não estará lá. Sou romântico, namorador e existem

meninas que fariam tudo para ficar comigo.

Então por que você não tem namorada? Pô, namorada é para a vida toda, mas as pessoas

acham normal ficar com várias meninas.

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Você não pensa assim? Não, está maluco?

Qual a origem do seu nome? Fiquei seis meses sem nome porque meu pai queria um nome

que dissesse alguma coisa. Uma amiga dele sonhou que meu nome seria Duam. Descobri

que ele tem um significado indígena: grande poder ou grande serpente.

(Veja, 29/06/2011)

A partir destas informações, elabore um texto sobre o assunto. Não se esqueça do

título.

DIET X LIGHT

Alimento diet

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite que o termo diet seja

usado em dois tipos de alimentos:

1. naqueles para dietas com restrição de nutrientes (carboidratos, gorduras, proteínas,

sódio);

2. naqueles para dietas com ingestão controlada de alimentos (para controle de peso,

para pessoas que apresentem algum tipo de doença – diabetes, colesterol elevado,

celíacos10, fenilcetonúricos11).

Os alimentos para dietas controladas não podem ter a adição de determinado

nutriente. Por exemplo, em alimentos para ingestão controlada de açúcar, não pode haver

inclusão desse nutriente, sendo permitida somente a existência do açúcar natural do

alimento, como a geleia diet, que tem como açúcar natural a frutose.

Os alimentos restritos em carboidratos (pão, chocolate, bala diet) ou gorduras

(iogurte desnatado 0% de gordura) podem conter, no máximo, a adição de 0,5 gramas do

nutriente por 100 gramas ou 100 ml do produto. Já os alimentos restritos em proteínas

devem ser isentos desse nutriente. Como a quantidade permitida nos alimentos com restrição

de carboidratos e gorduras é muito pequena, é comum a definição de alimento diet como

aquele isento de um nutriente específico.

É importante que fique claro que nem todos os alimentos diet apresentam diminuição

significativa na quantidade de calorias e, portanto, devem ser evitados pelas pessoas que

querem emagrecer. Um exemplo clássico é o chocolate diet que apresenta teor calórico

próximo do chocolate normal. Ele é indicado para as pessoas diabéticas, pois é isento

(restrito) em açúcar (carboidrato), mas não para as que desejam reduzir o peso, já que no

chocolate diet há maior adição de gordura, o que faz com que seu valor calórico se aproxime

daquele do chocolate normal. Por outro lado, com a retirada de um nutriente, o alimento

pode vir a apresentar uma diminuição de calorias, mas, nesse caso, é preciso verificar se a

redução justifica a substituição do alimento convencional pelo diet.

Alimento light

A definição de alimento light deve ser empregada nos produtos que apresentem

redução mínima de 25% em determinado nutriente ou calorias, se comparados com o

alimento convencional. Para que ocorra a redução de calorias, é necessário que haja a

diminuição no teor de algum nutriente energético (carboidrato, gordura e proteína). Assim, a

redução de um nutriente não energético, por exemplo, sódio (sal light) não interfere na

quantidade de calorias do alimento.

Dessa maneira, a primeira diferença entre o alimento diet e light está na quantidade

permitida de nutriente. Enquanto que o diet precisa ser isento, o light deve apresentar uma

diminuição mínima de 25% de nutrientes ou calorias em relação ao alimento convencional.

A segunda diferença é consequência da primeira: o alimento light não é, necessariamente,

10

Celíaco: Relativo ao ventre, ao abdômen. 11

Fenilcetonúrico: Que diz respeito a fenilcetonúria, doença hereditária grave causada pela ausência ou

deficiência de uma enzima que impede a metabolização do aminoácido fenilalanina.

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indicado para pessoas que apresentem algum tipo de doença (diabetes, colesterol elevado,

celíacos, fenilcetonúricos). Se, o alimento light apresentar eliminação do nutriente – por

exemplo, açúcar (refrigerante light) –, poderá ser consumido pelos diabéticos.

Nota: A Coca zero tem esse nome, porque, segundo o fabricante, tem zero de açúcar (diet,

portanto) e zero de calorias (light, portanto).

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ASSESSORIA DE IMPRENSA

A função da assessoria de imprensa é produzir conteúdo e tratar da gestão do relacionamento

entre uma pessoa física, entidade, empresa ou órgão público e a imprensa.

Release

Trata-se de um gênero produzido para órgãos de comunicação para informar,

anunciar, contestar, esclarecer ou responder à mídia sobre algum fato que envolva o

assessorado, positivamente ou não. Funciona, essencialmente, como mero instrutor de

pautas Geralmente, o release é usado para anúncio e lançamento de novidades que a

assessoria quer que se transformem em notícia.

O release não deve ser confundido com um folheto de vendas nem com uma mala

direta, pois sua função é produzir conteúdo. Assim, deve primar pela informação concisa e

precisa sobre os fatos pertinentes à empresa ou repartição, segundo critérios essencialmente

jornalísticos. Deve ter um bom título, um lead que funcione como um gancho jornalístico e

informações relevantes.

Linha Preserv distribui preservativos em casas noturnas

Objetivo é conscientizar principalmente os jovens sobre a importância de se cuidar.

A Linha Preserv está promovendo ações promocionais de seus produtos em bares e

baladas de São Paulo, visando atingir principalmente a população mais jovem, que, por falta

de informação adequada e campanhas educativas, está deixando de utilizar preservativos.

“O objetivo é conscientizar esta parcela da população sobre a importância do uso de

preservativos, como forma de prevenção de DSTs e principalmente da AIDS”, explica

Moacir Sánchez Filho, gerente de marketing da linha farmacêutica e Preserv. “A Preserv

promove constantemente ações de sampling, o que facilita o contato dos jovens com o

produto, além de ser uma fonte de informação para que eles possam ver que existe um tipo

de preservativo específico para cada pessoa e necessidade.”

Com a distribuição de milhares de amostras por noite, a ação da Preserv acontece

todas as semanas de quinta a domingo, sempre das 23 horas às 3 horas e passa pelos

principais locais de concentração de jovens da cidade.

Linha Preserv

Hoje, o mercado de preservativos apresenta diversas opções e tamanhos. Só a linha

Preserv, por exemplo, possui o Teen® com menor diâmetro (49mm), o Extra® e o Extra

Sensitivity® ambos com maior diâmetro (54 e 55mm respectivamente), além do Alta

Proteção® e Lite® (52mm), e Plus® e Prolong® (53mm).

www.preserv.com.br

Informações e imagens para a imprensa: Danielle Flöter

Dicas para escrever seu release

Estrita observância ao padrão culto da língua portuguesa numa linguagem simples, clara e objetiva

1) indicação da cidade, mês e ano

2) lead com a notícia

3) usar duas fontes

4) facilitar informações ao jornalista

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PRESS RELEASE (Texto 1)

Os press releases, como o próprio nome diz, são peças jornalísticas produzidas para

órgãos de comunicação, que podem aproveitá-los da maneira que julgarem conveniente.

Funcionam, essencialmente, como mero instrutor de pautas. Dependendo do conteúdo, o

material produzido resulta em boas reportagens. Os releases devem primar pela informação

concisa e precisa sobre os fatos pertinentes à empresa ou repartição. Quanto mais detalhado

for, mais facilitará o trabalho dos jornalistas.

Precisam conter dados sobre valores, datas, previsões, mas não se deve esquecer que

as informações geralmente são checadas e que, portanto, não podem conter equívocos ou

exageros. É essencial que, já no lead (primeiro parágrafo), o release responda as tradicionais

perguntas: Quê? Quem? Quando? Onde? Por quê? Como? (3Q+O+P+C).

Para elaborar um release padrão, algumas dicas devem ser seguidas:

Os títulos devem ter, no máximo, seis palavras, com um verbo indicando ação. Não

adianta encher o release de adjetivos porque geralmente serão desprezados. Caso

prevaleçam os adjetivos, quando publicado, o release terá formato cansativo,

tornando desinteressante sua leitura;

Para que o material se torne mais atrativo, o ideal é que o assessor o elabore como se

fosse um jornalista de fora da assessoria. Apresenta-se, dessa forma, uma visão

exterior dos fatos, para que possam ser compreendidos de maneira mais ampla e

confiável externamente;

Siglas devem ser identificadas; fora do espaço original do texto, pode-se indicar o

nome, cargo e telefone de quem está autorizado e orientado a dar mais informações

sobre o assunto enfocado;

Sugestões de legendas para fotos podem ser escritas no próprio release, com o

crédito ao fotógrafo;

Nomes de autoridades e seus cargos devem ser mencionados por completo;

E vez de usar os termos “ontem”, “hoje”, “amanhã” usa-se “nesta quarta ou sexta-

feira” e, entre parênteses, o dia a que se refere, a fim de evitar confusões na

interpretação.

Habitualmente, as assessorias de comunicações adotam convenções características das

próprias redações. Compilando orientações constantes de alguns desses manuais, sugerem-

se algumas normas:

Títulos – Os verbos deve estar sempre no presente e na voz ativa, em “caixa baixa”

(maiúscula somente no início e em nomes próprios), sem artigos no início nem separações

silábicas;

Texto – Emprega-se a ordem direta (sujeito, verbo, complemento) e evitam-se formas

negativas, piadas e trocadilhos, jogos de palavras e repetições, abreviaturas, “chavões”,

rimas, palavras ambíguas (de duplo sentido);

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Ocupações – Pessoas mencionadas nos textos devem ser informadas antes dos nomes. São

grafadas com a inicial em minúscula (exemplos: presidente, governador, prefeito, secretário,

diretor, papa, cardeal);

Verbos – Afirmar, alertar, anunciar, apontar, citar, concordar, considerar, declarar, destacar,

dizer, esclarecer, explicar, expor, lembrar, mencionar, propor, ressaltar, salientar e

expressões de linguagem (conforme, para, de acordo com, segundo, na opinião de...) devem

ser utilizados para introduzir declarações, textuais ou não, na matéria.

Intertítulos ou entretítulos – Servem para dar uma pausa no texto, reforçando algum

aspecto que será tratado a seguir. O ideal é que sejam usados a cada 25 ou 30 linhas.

Portanto, sua utilização não é frequente em assessorias de comunicação, restringindo-se aos

textos com mais de uma lauda. Nestes casos, a forma adotada deverá ser a mais comum na

imprensa a que o material se destina.

Datas – Usa-se dia em algarismos arábicos, mês por extenso e caixa baixa e ano em

algarismos (exemplo: 17 de setembro de 1998);

Moedas – Com símbolos em reais, escreve-se o valor como ele se apresenta (exemplo: R$

20,00; R$ 31,15; R$ 289,20). Quando se tratar apenas de centavos, utiliza-se o número em

algarismo ou os centavos por extenso (R$ 0,20 ou 20 centavos). Em cifras redondas, os

zeros são substituídos por mil ou milhão ou milhões (R$100 mil, R$ 1 milhão, R$ 10

milhões). Em cifras quebradas, os algarismos podem ser arábicos (R$102.473,22) ou

arredondados (R$ 102 mil ou “quase R$ 103 mil” ou “mais de R$ 100 mil”). Pode-se, ainda,

fazer abreviações (R$ 1.500,00 - R$ 1,5 mil ou R$ 4.800.000,00 - R$ 4,8 milhões ou R$

1.400.000,00 - R$ 1,4 milhão). Para moedas estrangeiras, a prática normal é escrever na

forma mista: US$ 40,000 ou 40 mil dólares;

Horários – Quando mencionadas a primeira vez no texto, horas exatas devem ser escritas

normalmente (ex. 10 horas). Na segunda vez em que aparecerem no texto, convém abreviar

o horário (10h). Quando se tratar de horário não exato, usa-se, por exempo, 10h15. No

entanto, para o registro de uma marca de uma competição, deve-se agir como no exemplo:

“Completou a maratona em 2h55min12s.”;

Números – 0 a 10 são grafados por extenso (zero, três etc.). Os demais algarismos são

escritos na forma arábica (17, 18, 345). A exceção é para os números 100, 1.000,

1.000.000,00 , que são grafados por extenso (cem, um mil ou mil, um milhão etc.). Para

números redondos, pode-se usar a forma mista (5 mil pessoas). Para números quebrados,

utilizam-se algarismos arábicos. Exemplo: “11.302 pagantes”. Os números romanos são

usados para títulos, como reis, papas (exemplo: João Paulo II). Já para séculos, aplica-se a

grafia por extenso (século XX ou século 20). As frações são escritas por extenso (meio, dois

terços). Pesos e medidas têm seus números em algarismos e os símbolos por extenso (30km

ou 30 quilômetros). Para escrever uma porcentagem, escreve-se o número em algarismo e o

sinal como ele se apresenta (40%). Há algumas situações, como em início de período em

que a grafia das porcentagens deve vir por extenso. Exemplo: “Vinte por cento da população

está inadimplente”;

Siglas – Quando aparecer pela primeira vez no texto, siglas devem ser escritas por extenso e

com a sigla entre parênteses. Exemplo: “A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

(Fiesp)”; com até três letras: todas em “caixa alta”, sem ponto (CUT, CIA, PUC, USP,

ONU); com mais de três letras, lidas uma a uma, escrevem-se todas em “caixa alta”, sem

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ponto (FGTS, RFFSA); com mais de três letras, pronunciada como uma palavra, escreve-se

apenas a inicial em “caixa alta”, sem ponto (Unicamp, Petrobras).

OUTRAS DICAS

Nunca devem ser utilizadas formas como “senhor”, “dona” ou “seu” para anunciar alguém

no texto, exceto se forem personagens que ficaram conhecidos por essa forma de tratamento.

Da mesma forma, médicos, engenheiros, advogados e outros não devem ser chamados de

“doutores”. Quando mencionados pela primeira vez no texto, os nomes devem aparecer por

extenso e precedidos das respectivas ocupações. Após ser citado pela primeira vez, pode-se

fazer referência à pessoa usando sua qualificação principal, ou prenome ou somente o

sobrenome (dependendo de qual for o mais conhecido pelo público).

Disponível em: http://antoniocassimiro.blogspot.com/2009/10/o-press-release.html.

PRESS RELEASE (Texto 2) Estar presente na imprensa é importante para qualquer entidade que queira divulgar seu

trabalho, aumentar o número de seus participantes e mostrar sua imagem à sociedade. A

visibilidade que os meios de comunicação oferecem é grande. Nas sociedades democráticas,

a imprensa é livre e com credibilidade. Portanto, divulgar um trabalho pelos meios de

comunicação ajuda a consolidar sua imagem diante da sociedade. O press release é uma das

principais maneiras pelas quais se pode comunicar notícias sobre a empresa assessorada à

mídia. Repórteres, editores e produtores são ávidos por notícias e geralmente dependem de

releases para receber dicas sobre produtos novos e incomuns, tendências de empresas, dicas

e outros desenvolvimentos. Na verdade, a maioria do que se lê nos jornais, revistas ou

publicações de negócios, ouve-se na rádio ou vê-se na televisão originou-se de press

releases. Infelizmente, o editor habitual recebe centenas de press releases por semana, a

maioria dos quais acaba no lixo. O desafio do assessor é criar um release que faça o

jornalista querer saber mais e descobrir que sua história vale a pena ser contada.

O que é notícia?

Notícia é tudo aquilo que interessa ao maior número de pessoas. Ela é a matéria-prima do

jornalismo.

Quando e como procurar a redação?

Para chamar a imprensa, é importante que a organização esteja fazendo algo. Campanhas

comunitárias, por exemplo, são a melhor forma de atrair a atenção de jornalistas. Não

adianta marcar uma campanha de doação de sangue para o mesmo horário da final do

campeonato de futebol porque ninguém vai dar muita atenção. Avise a imprensa com

antecedência. Não de véspera, mas pelo menos com dois dias de antecedência. Nas redações

existe um profissional chamado chefe de reportagem. Ele é o encarregado de distribuir as

pautas (assuntos) que serão cobertos pela imprensa naquele dia. Os chefes de reportagem

também são conhecidos em alguns veículos como pauteiros. Na ausência deles, procure o

editor de Cidades ou Geral ou Cotidiano, onde normalmente poderão ser publicadas as

notícias sobre o movimento escoteiro, por exemplo. Os nomes valem para redações de

jornais, revistas, televisões, rádios e Internet.

Relações com repórteres:

O jornalista é o elo entre a organização assessorada e a sociedade. Não podemos esquecer

que ele trabalha em função dos fatos e, que para ele não existe boa ou má notícia – sua

missão é esclarecer, explicar, informar o que está acontecendo, de forma neutra, imparcial,

deixando ao receptor da informação o julgamento final.

Obs.: Não cobrar a publicação de matérias. Cada publicação tem critérios próprios de

escolha, que variam desde o espaço disponível até o interesse pelo assunto enviado.

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O que é, qual o objetivo e como se faz um release?

O release é o elo entre o assunto e o jornalista. Seu objetivo é sugerir pautas (temas a serem

desenvolvidos)12

.

Para quem distribuir a informação?

Os releases devem ser enviados por e-mails, fax ou telefonemas. São encaminhados, em

geral, para produtores e editores dos cadernos ou programas que têm relação com a notícia.

Informações para acompanhar o release

O release deve, sempre que possível, vir acompanhado de fotos. Também pode vir

acompanhado de outras informações. Nesse caso, é chamado de press-kit13

, e o ideal é que

contenha:

1. um histórico atualizado do produto, serviço, personagem;

2. fotos do entrevistado ou do tema da entrevista;

3. Informações sobre outras atividades e eventos;

4. folhetos institucionais.

Obs.: Estar atento ao prazo de fechamento das matérias, quando a reportagem

ainda está sendo escrita.

Como fazer um press release: 1) CONTEÚDO – Necessariamente, ele deve conter uma boa informação, escrita de forma

correta, clara e direta.

2) LEAD – Para facilitar a vida dos jornalistas, é conveniente que o press release seja

elaborado de forma direta, contendo, de preferência, já no primeiro parágrafo, o lead (o quê,

quando, como, onde, por quê e como).

3) OBJETIVIDADE – As demais informações devem seguir o mesmo ritmo de clareza e

objetividade. Isso é aceito como uma colaboração ao trabalho dos jornalistas.

4) TERMOS TÉCNICOS – Devem-se evitar os termos técnicos e os chavões. Quando

forem absolutamente indispensáveis, devem ser seguidos de uma tradução, para que o

jornalista compreenda perfeitamente e possa traduzir para os leitores.

5) DISTRIBUIÇÃO – É fundamental fazer uma seleção dos veículos que poderão se

interessar pelas informações.

6) ATUALIZAÇÃO DE CADASTRO – Antes de distribuir o material, certifique-se de

que o cadastro está em ordem. A rotatividade é grande nos veículos. Certifique-se também

quanto às editorias, para não correr o risco de enviar um assunto de Economia para a editora

de Moda, por exemplo.

7) GRANDE IMPRENSA x JORNAIS PEQUENOS – Deve haver uma distinção também

no tratamento das notícias que vão para a grande imprensa e para os jornais de cidades

menores, quanto ao espaço e concisão do assunto. Os grandes jornais geralmente têm seus

espaços bastante concorridos; os demais, ao contrário, devido à própria estrutura de pessoal,

necessitam, às vezes, de textos já prontos.

8) MEIOS DE DIVULGAÇÃO – O mais aconselhável é usar o e-mail. Telefone ou fax

ficam como segunda opção. Caso seja um convite, um press-kit14

ou outra informação que

exige o uso do papel, é melhor utilizar os serviços do correio ou um mensageiro.

12

Nunca se esqueça de quem é o destinatário das notas de imprensa: os jornalistas. Nunca escreva como se

estivesse tentando vender-lhes alguma coisa. Comunicados de imprensa escritos de forma “publicitária” são

encarados como spam e irão fechar-lhe as portas da comunicação social, ou seja, o oposto do que quer

conseguir… Seu objetivo é fornecer informação às publicações, não é vender. Por isso, evite frases do gênero

“Compre já!” ou “Visite o nosso site agora”. Esse tipo de linguagem comercial é absolutamente proibida num

comunicado de imprensa. 13

Press-kit é um material mais completo que o release e traz diversas informações ligadas à pauta e ao

assunto.

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Sugestão de press-kit: pasta contendo a história do que se quer divulgar, algum tipo de livro

ou folder, jornal interno, etc., além do release e fotos. Pode conter ainda algum brinde ao

jornalista (caneta, bloco, botton...)

9) APRESENTAÇÃO – Todo material enviado aos veículos de comunicação deve primar

por uma apresentação mais limpa, legível e agradável possível. O jornalista certamente vai

optar pelo que menos transtorno trouxer para seu dia a dia. Portanto:

a. O release deve ser enviado em papel timbrado da assessoria de imprensa que o emitiu.

b. O texto deve ser exposto de forma legível, de preferência usando um corpo de letra

agradável com destaque para o título, com um tamanho maior e em negrito. Outras

palavras ou nomes importantes também devem receber algum tipo de destaque

(negrito ou sublinhado). Apenas expressões devem seguir em itálico.

c. A notícia deve ser apresentada de forma direta, clara sem rodeios desnecessários,

contendo ainda local e data.

d. Endereço e telefone para contato – caso o jornalista precise obter mais dados sobre o

material enviado, ou queria confirmar uma informação.

10) FOTOGRAFIA – As fotografias enviadas para os jornais e/ou revistas devem seguir

por e-mail, com o nome e o cargo que as pessoas fotografadas ocupam. Caso isso não seja

possível, as fotografias deverão conter no verso, além dos dados acima, o nome do

fotógrafo. No caso de um fotógrafo amador, coloca-se “Divulgação”. Outro cuidado é com a

definição da imagem a ser enviada. É importante saber com que resolução os veículos

trabalham.

11) BRINDES – Finalmente, deve-se tomar cuidado especial quanto à distribuição de

brindes aos jornalistas. A oferta nunca deve ser ofensiva, a ponto de sugerir, nem que seja de

leve, que o jornalista está sendo comprado. Canetas e blocos para escrever são sempre uma

boa opção de brindes.

Dez dicas para redigir um press release que será notícia

1) Use uma manchete para chamar a atenção do repórter

A manchete faz o release destacar-se. Faça uma chamada curta, atraente e descritiva; em

outras palavras, use algo como "Fulano nomeado o homem do ano" em vez de "Fulano

recebe um prêmio".

2) Coloque a informação mais importante no começo

Esta é uma regra consagrada do jornalismo. O repórter deve ser capaz de dizer do que trata o

release já nos dois primeiros parágrafos. Na verdade, provavelmente só eles serão lidos.

Portanto, não esconda a boa informação. Lembre-se do 3Q+O+P+C, faça com que o seu

release responda às seis perguntas do lead

3) Evite alegações exageradas e não comprovadas

Um escritor pode perceber uma conversa fiada a distância. Em vez de fazer declarações

exageradas, forneça informações reais, úteis. Encontre maneiras legítimas para definir sua

empresa e destaque esses pontos. Para promover seu negócio, redija um release que

responda a perguntas sobre seu negócio, em vez de um texto que oferece apenas afirmações

gerais de como sua empresa é grande ou interessante sem dizer por quê.

4) Seja rápido e vá direto ao ponto

Use uma linguagem que animará o leitor sobre suas novidades tanto quanto você. Se seu

release for sem graça ou vago, o jornalista pode supor que você não valerá uma boa

entrevista.

5) Faça um release de, no máximo, duas páginas.

14

Press-kit é um material mais completo que o release e traz diversas informações ligadas à pauta e ao

assunto.

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Em ocasiões raras, você pode optar por uma terceira página se for necessário oferecer

informações importantes. De qualquer forma, se não puder passar sua mensagem em duas

páginas, não estará sendo objetivo.

6) Inclua um contato

Não se esqueça de colocar no release o nome de uma pessoa que o jornalista poderá contatar

para mais informações. Essa pessoa deverá estar informada sobre todas as notícias do

release, e deverá estar pronta para responder perguntas. Emita o release em papel carta de

sua empresa, pois parecerá profissional e dará ao redator uma outra forma de abordar sua

empresa.

7) Use pouquíssimos jargões

Se você estiver numa área técnica, tente não usar termos técnicos. Muitos repórteres não são

íntimos de sua empresa ou atividade como você é. O idioma simples, não o jargão,

comunica melhor sua história.

8) Realce os benefícios

Isso cai na categoria de "não diga, mostre". Evite dizer que algo é "exclusivo" ou "o

melhor". Em vez disso, mostre como as pessoas irão se beneficiar, ou seja, economizar

tempo,dinheiro, tornar a vida mais fácil etc.

9) Seja específico e detalhista

Essa é chamada a síndrome de "Sim, mas o que é isso?". O leitor tem de ser capaz de

visualizar um novo produto, ou saber como um novo serviço funciona. Se tiver dúvidas, faça

com que alguém que não está familiarizado com seu produto ou serviço leia o release e peça

para que ele descreva o que você está tentando anunciar. É melhor usar bem mais detalhes

do que bem menos. Em vez de “o novo livro do Jackson contém informações destinadas a

beneficiar qualquer investidor do mercado de ações”, escreva “o novo livro do Jackson

contém sete princípios de análise de mercado que permitem que mesmo os investidores

ocasionais escolham ações rentáveis”. Até melhor, descreva dois dos sete princípios

diretamente no release.

10) Revisão

Quando terminar seu press release lembre-se de revisá-lo para corrigir erros de digitação. Se

você não é bom em ortografia ou gramática, dê o release a um amigo ou colega que é bom

nisso. Se o seu release parecer desleixado e sem cuidado, pensarão o mesmo de você.

Disponível em: <http://brasil.smetoolkit.org/brasil/pt/content/pt/356/Redija-um-press-

release-bem-sucedido>.

Transforme estes press releases em notícias

1)

Mercur lança plástico com estampas da Copa do Mundo

Para celebrar o evento mais esperado de 2010, a Mercur, empresa brasileira

reconhecida há 85 anos por seus materiais escolares, apresenta ao mercado novas versões do

Plastifolha®, plástico estampado, transparente ou colorido, que pode ser usado para encapar

cadernos e livros, elaborar bandeiras e decorar ambientes. Além de contar com cinco opções

comemorativas (Copa, Bandeira do Brasil, Listrado, Verde e Amarelo), parte da composição

dos itens usa material reciclado, o que demonstra a preocupação da companhia com o meio

ambiente.

“Buscamos sempre alternativas para atuar de forma mais consciente, considerando a

questão sustentabilidade. A Copa do Mundo, assim como outros eventos, é uma

oportunidade para a empresa incentivar ações que impactem cada vez menos o meio

ambiente”, explica a gerente de comunicação, Karin Kulpa. As novidades com estampas do

evento já podem ser encontradas em papelarias e mercados de todo o Brasil.

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Sobre a Mercur

Fundada em 1924, em Santa Cruz do Sul (RS), a Mercur, que começou sua trajetória

com produtos derivados da borracha, é hoje uma das marcas mais tradicionais do Brasil

principalmente no segmento de material escolar e de escritório – no qual consagrou a

imagem de sua borracha estampada com o deus Mercúrio no inconsciente coletivo de várias

gerações de alunos. Empregadora direta de cerca de 550 colaboradores, a Mercur detém um

portfólio de mais de 1,5 mil itens de papelaria, body care (produtos para prática esportiva e

saúde, como bolas de exercício, luvas, bolsas térmicas, muletas, colares cervicais,

imobilizadores etc.) e também na área industrial (soluções customizadas, disponibilizando

lençóis de borracha, correias atóxicas e peças técnicas, bem como pisos especiais e

revestimentos). No ano de 2009, registrou faturamento de R$ 130 milhões, um crescimento

de 8% em relação ao exercício anterior. Visite o site: www.mercur.com.br

Fonte: Sing Comunicação de Resultados

Jornalista Responsável: Tatiane

Tel: ( 11 ) 5091-7838

Fax: ( )

Email: [email protected]

2) INBRAVISA INFORMA: BOTOX EM CREME CHEGA AO BRASIL NO

SEGUNDO SEMESTRE DESTE ANO O Inbravisa (Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária) informa que

um novo tratamento promete agitar as clínicas de estética nos próximos meses: a toxina

botulínica em creme.

A novidade deve chegar ao Brasil no segundo semestre de 2010, após aprovação da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A toxina botulínica em creme tem a mesma finalidade do produto injetável, com a vantagem

de o paciente não sentir a dor da picada. Reduz marcas de expressão, pés de galinha e as

pequenas linhas ao redor dos lábios. O produto propicia a aplicação tópica e penetra

facilmente na pele.

O Revance, como o tratamento é conhecido, paralisa a musculatura superficial da

pele, e em apenas seis horas é possível notar algum efeito.

O produto pode ser usado também para controlar o suor em axilas, mãos e pés, e está

em fase final de aprovação pela Food and Drugs Admnistration (FDA).

Gerência de Comunicações INBRAVISA

[email protected]

3) CAPEMISA inaugura loja no Complexo do Alemão

A CAPEMISA Seguradora de Vida e Previdência (www.capemisa.com.br)

inaugurou sua primeira loja no Complexo do Alemão no dia 26 de abril. É a primeira

Seguradora a se instalar na comunidade e vai comercializar inicialmente quatro dos seus

principais produtos: VIP Previdente, VIP Mais, Bilhete Premiável e VIP Resgatável.

Estiveram presente na inauguração o Gerente Regional do Rio de Janeiro, Thiago

Rosina, e o Diretor Comercial, Laerte Lacerda, que ressaltou a importância de estar próximo

da comunidade oferecendo produtos com preços acessíveis e possibilitando a entrada deste

público no mercado de seguros. Esta iniciativa mostra que a empresa está linhada com as

ações dos Governos Estadual e Municipal na recuperação social e econômica da área,

recentemente pacificada.

Com a loja instalada, a CAPEMISA espera, em breve, selecionar e treinar moradores

para que possam trabalhar como corretores. Esta é mais uma etapa do projeto de

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aproximação entre a Seguradora e as comunidades do Rio de Janeiro, que começou em 2008

com a inauguração da primeira loja, na Rocinha.

Sobre a CAPEMISA

A CAPEMISA Seguradora de Vida e Previdência está presente em todos os Estados

brasileiros e sua principal rede de distribuição é o corretor de seguros. Atualmente, a

Empresa conta com mais de quatro mil corretores que oferecem os produtos CAPEMISA.

Seu capital social ultrapassa R$ 650 milhões, e seu ativo supera R$ 1,520 bilhão.

Constituída genuinamente por capital nacional, a CAPEMISA é uma das principais

seguradoras do País.

Outras informações: Print Comunicação Empresarial

Mariana Pupo/ [email protected] (21) 3212-1004]

Mariane Thamsten / [email protected] (21) 3212-1006

Em época de internet e redes sociais, no entanto, o release ganha novo formato. Continua a

ser curto e objetivo, com no máximo quatro parágrafos, mas incorpora links, usa tags15

ao

final, direciona para redes sociais e para fotos e vídeos. Tudo isso gera maior poder de

viralização16

, maior exposição da empresa e possibilidade de estender a divulgação para

outras mídias.

Para saber mais:

http://www.slideshare.net/ALevy/assessoria-de-imprensa-na-era-das-redes-sociais-3811710

Vídeo release

Nova ferramenta multimídia de comunicação, o vídeo release traz uma reportagem de até

dois minutos, com imagens, texto e entrevistas na íntegra, oferecendo, assim, mais

informações e recursos ao jornalista.

O e-mail, que era usado para transmitir o release na íntegra, tem agora a função de

uma carta direcionada a um jornalista específico para apresentar o vídeo release. Valem para

ele os conselhos dispensados a qualquer tipo de texto:

preencha o campo “Assunto” com no máximo cinco palavras;

seja cortês: use sempre “por favor” e não escreva no imperativo;

seja impessoal (cuidado com a emoção);

não use abreviações;

evite negrito e maiúsculas;

despeça-se com um “atenciosamente”;

revise criteriosamente seu texto antes de enviá-lo.

Para saber mais:

http://www.youtube.com/watch?v=KiwVc1Zd564 (vídeo release do Toddynho light)

http://gecorp.blogspot.com/2010/03/forca-do-video-release.html

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/ferramenta-requer-criatividade-e-

ousadia

15

Tag: é uma palavra-chave (relevante) ou termo associado com uma informação (ex.: uma imagem, um

artigo, um vídeo) que o descreve e permite uma classificação da informação baseada em palavras-chave. 16

Viralização: palavra derivada de vírus no sentido de a notícia na internet expandir-se e contagiar a todos.

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http://www.difundir.com.br/site/c_mostra_release.php?emp=1842&num_release=45730&or

i=E

Podcast

Podcast é o nome dado ao arquivo de áudio digital. É usado para lançamento de

produtos, prestação de serviço, informações relevantes, tendências, inovações, ampliação de

informações do release, contar histórias, descrever cases.

Para saber mais:

http://www.podtersaude.com.br/

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Infografia: a notícia verbo-visual

Com certeza você já se deparou com alguma matéria jornalística em que precisou ler

duas, três vezes. Isso porque, por mais experiente e competente que o jornalista seja, é

impossível fazer com que todos os leitores compreendam determinados assuntos. Para

resolver esse problema, o jornalismo utiliza-se dos infográficos. Vedetes nas principais

editorias dos mais destacados periódicos do mundo como The New York Times, The Times,

El País, Clarín, Folha de S.Paulo, O Globo, Valor, entre outros, os infográficos são quadros

informativos que misturam texto e ilustração para transmitir a informação visualmente.

Em vez de contar, os infográficos mostram a notícia com detalhes mais relevantes e

forte apelo visual. São, por isso, grande atrativo para a leitura das matérias, pois facilitam a

compreensão do texto e oferecem uma noção mais rápida e clara dos sujeitos, do tempo e do

espaço da notícia.

O infográfico é uma representação visual da informação. Bastante utilizado nos

portais de notícias, na TV, em revistas e nos jornais impressos, ele facilita a compreensão do

leitor sobre como determinado caso ocorreu ou simplesmente faz a pessoa envolver-se na

matéria.

A função fundamental da linguagem visual é orientar a leitura de forma rápida e

agradável. Para o autor, embora seja imprescindível o aprimoramento do texto, não se deve

desprezar o valor da parte gráfica como instrumento de persuasão. As ilustrações aquecem o

texto, dão visualidade pronta, antes da leitura.

Na leitura de uma página de jornal, por exemplo, estamos treinados para uma rígida

sucessão: título, abertura, texto. O discurso gráfico é fundalmentalmente subliminar e tem

como objetivo orientar a percepção, dar o fio da leitura.

Dentro do discurso gráfico, destacamos a importância do infográfico. A infografia

nasceu das mensagens primitivas que junto a um texto inscreviam ou desenhavam um

desenho complementar e alusivo ao corpo da informação que se comunicava. Assim, a

infografia tem dois poderosos instrumentos informativos: um é gráfico e o outro, o

linguístico, um texto que ilustra com poucas palavras a imagem. A infografia é, então, a

apresentação impressa do binômio imagem+texto, usada sempre que haja necessidade de

explicar com maior simplicidade algum aspecto informativo tratado na notícia o qual

exigiria um texto mais longo e complexo.

Se como princípios para a formação e diferenciação dos gêneros dentro das esferas

sociais estão a finalidade da interação social e a relação entre os participantes e o objeto da

interação, a infografia surgiu da necessidade de tornar a informação mais acessível ao leitor,

portanto, foi, como todo gênero, dada sócio-historicamente e é um tipo relativamente estável

de enunciado (em que o verbal ancora o visual), com características temáticas, estilísticas e

composicionais próprias. Como ferramenta, a infografia permite a produção e a

compreensão de textos: ela baliza o enunciador no processo discursivo e, ao relacionar-se

com esse discurso, o leitor infere, desde o início, qual o gênero em que o enunciado está

moldado e suas propriedades genéricas – índices indispensáveis à compreensão do

enunciado.

Veja dois exemplos de infográficos: Direto ao ponto e Roteiro do bife pinel, ambos da

revista Superinteressante e que acompanham, respectivamente, as notícias Remédio em

spray revigora os pulmões e Tá louca, mimosa?17

.

17

Como se trata de dois infográficos anteriores à implantação do Acordo Ortográfico, foi mantida a ortografia

da época.

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Exercício: Crie infográficos para as seguintes notícias:

A Maconha é muito mais cancerígena do que o cigarro, aponta estudo

Há uma epidemia de câncer de pulmão associada a maconha, dizem pesquisadores.

Fumar um "baseado" de maconha, em termos de risco de câncer pulmonar, equivale a fumar

um maço inteiro de cigarros, afirmaram cientistas neozelandeses.

Estudos anteriores já haviam correlacionado o câncer à maconha, mas este é o

primeiro que estabelece evidências fortes e numera a incidência do mal nos usuários.

No artigo publicado na revista científica European Respiratory Journal, desenvolvido

no Instituto de Pesquisa Médica da Nova Zelândia, os pesquisadores alertam que a maconha

contém o dobro de substâncias cancerígenas (hidrocarbonetos e poliaromáticos), portanto

lesam mais as vias aéreas.

O risco aumenta ainda mais por causa da maneira como a droga é consumida, já que

os cigarros de maconha são fumados sem filtro. O fumante do entorpecente traga mais lenta

e profundamente e segura a fumaça por mais tempo, isso colabora com o depósito de

substâncias perigosas no sistema respiratório.

"Os fumantes de maconha terminam com cinco vezes mais monóxido de carbono na

corrente sanguínea do que os tabagistas", disse o pesquisador coordenador do estudo,

Richard Beasley, à agência Reuters.

Informações para infográfico

1)

Embora do ponto de vista científico não esteja claro que a maconha possa provocar

dependência química, não existe consenso popular da existência ou não dessa dependência.

Muitos defendem tratar-se de uma droga que não vicia e que a dependência é meramente

psicológica. Outros asseguram que vicia sim e, por isso, deve ser mantida na ilegalidade. Há

os que acreditam não ter cabimento prender um adolescente por estar portando um cigarro

de maconha o que no Brasil, assim como em muitos outros países, é considerado crime.

Desse modo, certas correntes advogam que a maconha deve ser descriminalizada, mas não

legalizada, enquanto outras defendem sua legalização, baseando-se no fato de que drogas

como o álcool e a nicotina são utilizadas e vendidas com total liberdade, apesar de ninguém

ignorar que causam mal à saúde.

É importante, então, esclarecer como a maconha age no organismo. Assim que a fumaça é

aspirada, cai nos pulmões que a absorvem rapidamente. De seis a dez segundos depois,

levados pela circulação, seus componentes chegam ao cérebro e agem sobre os mecanismos

de transmissão do estímulo entre os neurônios, células básicas do sistema nervoso central.

Os neurônios não se comunicam como os fios elétricos, encostados uns nos outros. Há um

espaço livre entre eles, a sinapse, onde ocorre a liberação e a captação de mediadores

químicos. Essa transmissão de sinais regula a intensidade do estímulo nervoso: dor, prazer,

angústia, tranquilidade.

As drogas chamadas de psicoativas interferem na liberação desses mediadores químicos,

modulam a quantidade liberada ou fazem com que eles permaneçam mais tempo na conexão

entre os neurônios. Isso gera uma série de mecanismos que modificam a forma de enxergar

o mundo. (Elisaldo Carlini, médico psicofarmacologista)

2)

Uma região do cérebro afetada pela maconha é o sistema límbico. Aqui o THC18 tem um

efeito estimulante sobre os neurônios que produzem dopamina (substância relacionada ao

prazer), com isso a pessoa tem a sensação de bem-estar e ataque de risos. Outra parte afetada

é o cerebelo (responsável pelo equilíbrio e pela coordenação). Quando o THC atinge essa

18

O THC (tetrahidrocanabinol), substância química fabricada pela própria maconha, é o principal responsável

pelos efeitos da planta.

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área do cérebro, os resultados imediatos podem ser de inofensivos tropeções à perigosa

perda de agilidade ao dirigir um carro. Além dessas áreas, a maconha também afeta o

hipocampo (responsável pelo aprendizado e pela memória). Cheios de THC, os neurônios

perdem eficiência e a pessoa fica com a memória confusa.

Outros efeitos:

Nos olhos: a conjuntiva é uma membrana que reveste a parte interna das pálpebras e a parte

branca dos olhos, onde há vasos sanguíneos quase imperceptíveis. O THC relaxa a

musculatura em volta desses vasos o que os dilata, deixando avermelhados os olhos de quem

fumou.

Na garganta: as paredes da traqueia e dos brônquios são irritadas por partículas sólidas,

substâncias tóxicas e o calor da fumaça, o que provoca tosse.

Na boca: levado pela corrente sanguínea, o THC age direto nas glândulas salivares, que

reduzem a produção de acetilcolina (responsável pela produção da saliva). A maconha inibe

a produção de saliva, deixando a boca seca.

No duodeno19: O THC inibe a comunicação do cérebro com o hipotálamo. Sem essa

informação, a pessoa continua sendo estimulada a comer. É o que é chamado de “larica”

(fome sem fim).

3)

A maconha se enquadra no último grupo, caracterizado por drogas que não aumentam nem

diminuem a atividade cerebral, mas modificam seu funcionamento. Pertencem a este grupo a

mescalina, o tetraidrocanabinol (THC) (substância encontrada na maconha), a psilocibina

(encontrada em alguns cogumelos alucinógenos), o LSD (do alemão Lisergic Säure

Diethilamide), e o ecstasy.

Sua forma de consumo é, geralmente, na forma de cigarros, mas pode ser fumada de outras

formas ou mesmo ingerida. De qualquer forma, suas substâncias ativas agem sobre o

cérebro do usuário. O THC se liga aos receptores do cérebro, afetando neurônios que

liberam neurotransmissores como a dopamina (ligada às sensações de prazer) e a serotonina

(ligada ao humor, à atividade sexual e ao sono). Essa alteração causa sensações de prazer e

letargia.

Os efeitos de seu consumo se classificam como físicos e psíquicos. Os efeitos físicos mais

comuns são: olhos vermelhos, boca seca e taquicardia. Os usuários costumam relatar

aumento exacerbado do apetite algum tempo depois do consumo da droga. O uso

prolongado pode causar problemas como bronquites e, no caso dos homens, redução da

produção de espermatozoides. Apesar de não estar provado que o consumo constante da

maconha possa causar câncer, os cientistas sabem que a fumaça produzida pela droga tem

alto teor de alcatrão, no qual existe uma substância chamada benzopireno, conhecido agente

cancerígeno.

Já os efeitos psíquicos não são completamente conhecidos. Os cientistas ainda não sabem se

a maconha provoca danos irreversíveis ao cérebro, mas pesquisas da Organização Mundial

da Saúde (OMS) apontam sérios prejuízos na capacidade cognitiva - consumidores

frequentes da droga apresentam dificuldade para compreender informações complicadas. No

momento em que é fumada, a maconha pode causar efeitos variados, que vão desde calma e

relaxamento até angústia ou tremores. Também podem ocorrer perturbações na capacidade

de calcular o tempo e medir o espaço, além da perda de atenção e alucinações auditivas e

visuais.

19

Duodeno: A primeira porção do intestino delgado, que vai do piloro ao jejuno.

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B CET vai adaptar 17 mil semáforos de SP para daltônicos

São Paulo – A maior parte dos motoristas pode não notar uma faixa branca no meio de

alguns semáforos de São Paulo. Mas essa medida, implantada pela Companhia de

Engenharia de Tráfego (CET), faz a diferença quando os condutores dos veículos são

daltônicos, pessoas com problemas para diferenciar as cores, e uma confusão entre o

vermelho e o verde tem grandes chances de terminar em acidentes no trânsito.

As mudanças nos semáforos paulistanos começaram no fim do ano passado e, de acordo

com o programa elaborado pela CET, serão adaptados todos os 17 mil semáforos "com

braços" – aqueles que ficam suspensos no meio da rua e não colocados em postes nas

laterais. São ajustes simples e de baixo custo, mas que deixam os equipamentos mais

visíveis para os daltônicos à noite.

Estão sendo trocados apenas os anteparos pretos que ficam atrás das lâmpadas por outros

mais novos e que possuem uma faixa reflexiva branca na altura da luz amarela. Essa

adaptação permite aos daltônicos saber qual lâmpada está acesa no período noturno. Apesar

de não reconhecerem as cores, esses motoristas conseguem identificar em um semáforo qual

está mais brilhante por causa do contraste. A dificuldade é que, no período noturno, o

daltônico não enxerga todo o equipamento, mas apenas a luz, sem um referencial se é a que

está em cima (vermelha) ou embaixo (verde).

Atualmente cerca de 300 equipamentos já estão com a faixa reflexiva branca, em bairros

como Vila Mariana, Ibirapuera, Itaim-Bibi e Jardim América, todos na zona sul da capital.

As trocas são feitas quando um equipamento necessita manutenção ou quando é substituído

por um novo. Por isso, é difícil estimar o custo total da medida.

São Paulo é o segundo município brasileiro a adotar essa faixa reflexiva e elaborar um

programa para manter semáforos adaptados em toda a cidade. A primeira cidade foi

Campinas, que começou a experiência em 2003 e foi ampliando aos poucos a quantidade de

equipamentos adaptados. Atualmente, 70% dos 445 cruzamentos com semáforos na cidade

têm o recurso. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

C Defesa Civil registra chuva de granizo em Santa Catarina Pedras de gelo caíram por 5 minutos na noite de quarta-feira em Blumenau. Previsão é de

chuva para SC, SP, RJ e leste do Paraná nesta quinta-feira.

Do G1, em São Paulo, 15/03/2012

Choveu granizo durante a noite de quarta-feira (15) e ainda pode chover forte

durante esta quinta-feira (16) no estado, em especial no nordeste do estado, nas cidades de

Blumenau.

Foi em Blumenau onde a chuva de granizo foi mais intensa. As pedras de gelo

caíram por cinco minutos.

Hoje há mais previsão de temporais no leste do Paraná e em São Paulo. Na capital

paulista, o calor, associado à alta umidade do ar, deve provocar tempestade. E esta também é

a previsão para o Rio de Janeiro, onde o tempo deve virar e há previsão de chuva para o

estado.

Só na Bahia e no Rio Grande do Sul deve haver sol durante o dia todo, apontam os

meteorologistas. Isso porque a frente fria que cobria o Sul do país se afasta da região e segue

para o Sudeste, em especial para São Paulo.

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Deve chover também em toda a área que vai do leste do Paraná até o sul de

Amazonas e Acre, cobrindo parte do Centro-Oeste do país e o leste de Pernambuco.

Informações para o infográfico:

COMO SE FORMA A CHUVA DE GRANIZO?

A "chuva de pedras", ou granizo, pode causar sérios danos a lavouras, telhados de casas e

até quebrar para-brisas. O granizo é a precipitação de pedras de gelo – essas pedras

podem, em algumas ocasiões, chegar a ter o tamanho de uma bola de tênis

Segundo o meteorologista Flávio Varone, do 8º distrito de Meteorologia do Instituto

Nacional de Meteorologia (Inmet), o granizo forma-se quando pequenas partículas de gelo

caem dentro das nuvens, recolhendo assim a umidade. Essa umidade se congela e as

partículas são levadas para cima novamente pelas correntes de ar, aumentando de tamanho.

"Isso acontece várias vezes, até que a partícula se transforma em granizo, que tem o

peso suficiente para cair em direção à terra", diz Varone. Normalmente, são quatro as etapas

para formar-se uma tempestade de granizo:

- nuvens pesadas se formam com a união de temperaturas elevadas e um alto índice de

umidade relativa do ar.

- no interior dessas nuvens, ocorrem intensas correntes de ar, ascendentes e descendentes,

onde a temperatura fica abaixo de -80°C;

- o vapor d'água da atmosfera é empurrado para as regiões mais altas das nuvens, onde a

temperatura é bem menor, e se congela;

- congelado, o vapor adquire um peso maior que a gravidade, que a nuvem não consegue

suportar, precipitando em forma de gelo. É a chuva de granizo.

COMO SE FORMA A CHUVA DE GRANIZO?

As gotas de água que se evaporam dos rios, mares e da superfície terrestre, quando

chegam às nuvens e encontram temperaturas abaixo de -80°C, viram gelo. Congelado, o

vapor de água fica com mais peso do que a nuvem pode aguentar e cai, em forma de pedra

de gelo, que chamamos de granizo.

A chuva de granizo, no entanto, não acontece nas regiões polares. O motivo? É que o

granizo só se forma em um único tipo de nuvem, a cumulonimbus, também responsável por

trovões e relâmpagos. Essa nuvem atinge até 25 km de altitude a partir da linha do Equador.

"E ela só aparece nas regiões mais quentes", explica Mario Festa, professor de Meteorologia

do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de

São Paulo. Isso acontece porque ela se forma graças a temperaturas elevadas e alto índice de

umidade relativa do ar, mais raro nos países frios.

A ocorrência do granizo, portanto, é mais frequente nas regiões equatoriais, e vai

diminuindo gradativamente ao longo das regiões tropicais, extratropicais e temperadas. "Por

isso, em algumas épocas do ano é até possível ter chuva de granizo na Escandinávia, mas é

raro. Já nos polos, realmente, nunca foi registrada", diz o professor.

A pedra de gelo tem, em média, 0,5 a 5 centímetros de diâmetro, mas isso pode

variar. Nos Estados Unidos, na década de 1970, foi registrado um granizo com 14

centímetros de diâmetro, com 750 gramas.

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APOIO

FUNCIONAL

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COESÃO LEXICAL

A riqueza vocabular permite a expressão do pensamento de maneira mais clara, fiel,

flexível e precisa. Quanto mais variado o vocabulário de um indivíduo, maior a

possibilidade de escolha da palavra adequada a um determinado contexto. Veja a diferença

sutil de significado entre bonita, bela, linda e formosa.

A leitura é, sem dúvida, a principal (e mais agradável) atividade para ampliação do

vocabulário, por isso a necessidade de cultivar esse hábito desde cedo. Entretanto à leitura

deve associar-se a prática constante da redação, pois só se domina o sentido das palavras

quando estas passam a fazer parte do vocabulário ativo, quando você passa, efetivamente, a

empregá-las. O uso constante do dicionário, sobretudo de sinônimos e antônimos, também

deve incorporar-se ao seu cotidiano.

Para evitar a repetição de palavras (e assegurar a coesão dos textos), existem

sinônimos (ou quase-sinônimos, uma vez que não existe o sinônimo perfeito), antônimos,

hiperônimos e hipônimos.

Hiperônimo é o termo cujo significado é mais genérico. Por exemplo, móvel está

numa relação de hiperonímia com mesa, ou seja, é mais genérico. O mesmo se pode

dizer de talher em relação a faca.

Hipônimo é o termo cujo significado é menos genérico. Por exemplo, mesa está numa

relação de hiponímia com móvel, ou seja, é menos genérico. O mesmo se pode dizer de

faca em relação a talher.

Exercícios

1) Redistribua as seguintes palavras, partindo do mais geral (hiperônimo) para o mais

específico (hipônimo)20

:

a) mecânico, operário, trabalhador, torneiro

b) gado, animal, vaca, Mimosa, quadrúpede, mamífero

c) casa, cidade, continente, bairro, rua, estado, país

d) Chevrolet, veículo, carro, Impala

e) raça, povo, humanidade, multidão, indivíduo

f) poesia, literatura, lirismo, poema, soneto

g) árvore, planta, pinho-de-riga, madeira para construção

h) geografia, potamografia, geografia física, afluentes do Amazonas, rio Negro

i) homem, ser vivo, mamífero, jovem, adolescente, Joaquim

2) Troque as palavras repetidas por um hiperônimo:

a) Acabamos de receber vinte termômetros clínicos. Os termômetros clínicos deverão ser

encaminhados ao departamento de pediatria.

b) Comprei um novo computador. O computador, no entanto, já começou a apresentar

defeitos.

c) Araras, tucanos e galos-da-serra estão sendo contrabandeados para a Europa. Como as

araras, tucanos e galos-da-serra são frágeis, muitos deles morrem durante o transporte.

3) Forme pares de oposição, fazendo corresponder os nomes da primeira coluna

coincidirem com os da segunda:

20

In: GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas,

1974.

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Foz

Sincero

Franzino

Semelhante

Recusar

Avançar

Além

Indigência

Frívolo

Essencial

Inflação

Imbecil

Prólogo

Amainar

Letargia

Bastardo

Efeito

Paulatino

Supérfluo

Modéstia

1- Hipócrita

2- Diferente

3- Nascente

4- Forte

5- Aceitar

6- Recuar

7- Aquém

8- Sagaz

9- Epílogo

10- Acessório

11- Deflação

12- Opulência

13- Útil

14- Agitar

15- Necessário

16- Rápido

27- Vaidade

18- Rapidez

19- Legítimo

20- Causa

4) Relacione os adjetivos com as particularidades humanas:

(1) ímpeto vandálico ( ) que se deixa subornar

(2) homem fleumático (ou fleugmático)_ ( ) que é inflexível

(3) pessoa ignóbil ( ) que tem competência

(4) pessoa cortês ( ) que tem agilidade

(5) solteirão taciturno ( ) que destrói tudo

(6) governo arbitrário (...) que não tem nobreza

(7) nadador destro (...) que tem frieza de ânimo

(8) sujeito venal (...) que tem delicadeza

(9) trabalhador idôneo ( ) que não aceita restrições

(10) indivíduo obstinado ( ) que fala pouco

5) Assinale o sinônimo exato de cada palavra;

a) 1) ceticismo ou cepticismo 2) elasticidade 3) aspiração

( ) indiferentismo ( ) animosidade ( ) expiração

( ) negativismo ( ) eficiência ( ) transpiração

( ) descrença ( ) flexibilidade ( ) inalação

b) 1) nebuloso 5) rígido 6) rijo

( ) descolorido ( ) frígido ( ) idôneo

( ) turvo ( ) rápido ( ) vigoroso

( ) perturbado ( ) duro ( ) fleugmático

6) Relacione as colunas:

(1) controvérsia ( ) ato que designa o curso de um processo, segundo as regras

(2) erário ( ) ajuste, pacto, convênio

(3) monopólio ( ) anulação, extinção, invalidação

(4) plenário ( ) fiscalização de tributos; fazenda pública

(5) tramitação ( ) contribuição pecuniária dada a uma instituição; auxílio, ajuda

(6) impugnação ( ) conjunto de atos e diligências com que se pretende apurar alguma

coisa

(7) sanção ( ) crime contra os costumes, favorecendo a prostituição

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(8) revogação ( ) assembleia ou tribunal em que tomam parte todos os

membros

(9) subsídio ( ) aprovação por alguma autoridade; aprovação dada a uma lei pelo

chefe de Estado

(10) convenção ( ) contestação, refutação

(11) sindicância ( ) debate, contestação; polêmica

(12) lenocínio ( ) privilégio exclusivo, açambarcamento

7) Quais são os antônimos?

(1) real, verdadeiro ( ) hígido

(2) intemperante, descomedido, imoderado ( ) ufano

(3) congruente, apropriado, conveniente ( ) óbvio

(4) atraente, alegre, festivo ( ) espúrio

(5) fácil, leve, suave ( ) lacônico

(6) longo, extenso, prolixo ( ) árduo

(7) legítimo, legal, genuíno ( ) tétrico

(8) incerto, obscuro, inevidente ( ) incongruente

(9) modesto, despretensioso ( ) abstêmio

(10) doentio, mórbido, débil ( ) quimérico

8) Agora preencha os espaços com os antônimos encontrados:

1) Aquela noite tempestuosa tinha um aspecto.

2) O mundo de Júlio Verne não tardou em tornar-se realidade.

3) Sinto-me de ver minha pátria engrandecida.

4) Agrada-nos ver um animal de aspecto , bem de saúde.

5) O comércio teme as fiscalizações rigorosas.

6) Disse-me num bilhete o que outros me diriam com muitas

palavras.

7) Ele é um homem ; não fuma nem bebe.

8) É um disparate; sua vida está com o que ele ensina.

9) Por motivos , deixou de manifestar-se.

10) Os missionários vão cumprir junto aos desabrigados uma tarefa.

9) Preencha o espaço com um dos verbos propostos. Depois construa a frase nominal

correspondente:

Exemplo: Expor um assunto.

A exposição do assunto (frase nominal).

abordar – expor – suprimir – incrementar – conceder – promulgar21

– redigir – promover –

exercer – rescindir – prescrever-se22

– apurar – expor – emitir – infringir – depredar –

persuadir – propor – deflagrar23

– fornecer

1) os atos de exceção.

2) uma lei rigorosa.

3) a pele ao sol.

4) subsídios para a defesa do réu.

5) uma entrevista.

6) reformas constitucionais.

7) uma ideia genial.

8) as mercadorias numa vitrina.

21

Promulgar: Ordenar a publicação de (lei). 22

Prescrever: Ordenar de maneira explícita previamente; indicar como remédio; receitar; cair em desuso;

perder a validade, ou a vigência. 23

Deflagrar: Inflamar-se com chama intensa, centelhas ou explosões; arder. Fig. Irromper repentinamente.

Fazer inflamar-se com chama cintilante. Fig. Atear, provocar, excitar.

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9) uma violenta revolução civil.

10) pareceres.

11) um assunto importante.

12) uma resposta à nota do governador.

13) os depósitos em cadernetas de poupança.

14) (uma ação penal).

15) atividades ilícitas.

16) os votos.

17) monumentos públicos.

18) todas as leis do país.

19) contratos

20) os jurados.

10) Complete os espaços com as seguintes palavras:

cabal – arrefecer – abjeto – chafurdar – arauto – adunco – cercear – altruísmo –

canhestra – apanágio – acervo –assédio – acuidade – acirrar

1) O crime o tornou um ser , monstruoso. (vil, desprezível)

2) O do museu é valiosíssimo. (grande quantidade de)

3) O episódio nosso ódio contra todos. (incitar, estimular)

4) Era dono de uma auditiva incrível. (agudeza de percepção)

5) Tinha o nariz e as barbas ralas. (curvo, revirado)

6) Tudo fazia por puro , sem visar ao lucro. (amor ao próximo)

7) A clareza é do espírito francês. (propriedade característica,

atributo)

8) As cigarras eram os da liberdade e da alegria. (mensageiro,

pregoeiro)

9) Sua resposta nossos ânimos. (esfriar)

10) Fugiu ao dos jornalistas. (insistência)

11) Deu desempenho à sua tarefa. (completo, pleno,

perfeito)

12) Seu estilo é uma imitação de Jorge Amado. (desajeitado)

13) Suas atitudes -lhe a liberdade. (limitar, restringir)

14) Alguns políticos novatos num ambiente de calúnias e

devassidão. (atolar-se, perverter-se)

11) Escolha o advérbio mais adequado às seguintes maneiras de falar ou expressar-se:

1) Afirmar algo de maneira sentenciosa e autoritária:

2) Afirmar de maneira terminante e decisiva:

3) Falar sem refletir:

4) Falar sem sofrer castigo ou punição:

5) Expor ideias de maneira superficial e apressada:

6) Dizer com palavras absolutamente necessárias:

7) Dizer com o mínimo de palavras necessárias:

8) Dizer com excesso de palavras:

9) Dizer com palavras que admitem duplo sentido:

10) Dizer com palavras que não expressam as ideias de maneira clara:

11) Expressar-se com ardor e entusiasmo:

12) Falar com o mesmo respeito que se deve às coisas sagradas, às pessoas idosas:

13) Concordar sem dizer palavra:

14) Falar sem cuidado, sem interesse:

15) Falar com humildade ou submissão:

16) Falar com orgulho ou insolência:

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tacitamente – insensatamente – displicentemente – submissamente – dogmaticamente –

impunemente – peremptoriamente – perfunctoriamente – reverentemente –

concisamente – veementemente – laconicamente – ambiguamente – prolixamente –

arrogantemente – obscuramente

12) Relacione a primeira coluna à segunda:

(1) rio ( ) viril

(2) chuva ( ) bélico

(3) gato ( ) pluvial

(4) marfim ( ) ebúrneo

(5) prata ( ) cutâneo

(6) ouro ( ) felino

(7) pele ( ) áureo

(8) homem ( ) argênteo

(9) guerra ( ) fluvial

13) Preencha as lacunas com a palavra mais adequada na seguinte relação:

observar – contemplar – avistar – enxergar – distinguir – ver – olhar – fitar –

espionar

1) Tentava _______________________ na escuridão alguma forma, mas nada conseguia

________________.

2) Cabral chegou a ____________________ alguns montes de terra.

3) O artista quis _____________________ por mais alguns minutos a bela estátua.

4) Nada conseguia ___________________________ na escuridão.

5) Pretendia seguir o criminoso, tentaria ___________________ a distância os seus passos.

6) O namorado queria ____________________ os olhos da amada, mergulhar naquele azul.

7) O oculista mandou-o ________________________ para o quadro de letras na parede.

8) Apesar das dificuldades, procurava ____________________ as fotos do acidente.

9) Do avião, tentou _____________________ sua casa na praia.

10) No microscópio, pôde _____________________ as asas do inseto.

11) O céu escuro mal deixava ___________________________ a pista de pouso.

14) Substitua o verbo fazer por outros de significado mais específico:

Ex.: A árvore faz sombra na parede. – A árvore projeta sombra na parede.

1) Ontem meu irmão fez dez anos.

2)O governo vai fazer as escolas prometidas.

3) O ministro fez a carta em pedacinhos.

4)Ele se fez de bobo.

5) Maria fez o jantar.

6) A empregada fez a cama bem cedo.

7) Não devemos fazer mal a ninguém.

8) Fizemos seis pontos na loteca.

9) Fez a barba de manhã.

10) O policial fez o assaltante recuar.

15) É muito comum o uso de certas palavras que, pelo caráter genérico do seu significado,

poderiam dar lugar a outras, bem mais apropriadas. Nas frases a seguir, procure substituir as

palavras destacadas por outras de sentido mais preciso:

a) Para essa doença tenho um remédio muito bom.

b) Ele estava doente, mas já ficou bom.

c) Eu acho a manga uma fruta boa, mas prefiro o pêssego.

d) Respeito é bom e eu gosto.

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e) Ele acabou fazendo um bom acordo.

16) Leia o seguinte trecho:

Quatro décadas atrás, a Coreia do Sul desfrutava uma situação bem menos favorável que a

do Brasil. Com a economia em frangalhos e uma população iletrada, era um país

paupérrimo, desprovido de recursos naturais e, aparentemente, sem futuro. (Exame,

17/7/96, p. 43)

a) Procure, no dicionário, os diferentes significados do verbo desfrutar.

b) Algum desses sentidos cabe no contexto em que o verbo foi usado no trecho da revista

Exame?

c) Que verbo seria mais apropriado no lugar de desfrutava nesse trecho?

17) Muitas vezes a polissemia (possibilidade de uma palavra adquirir vários significados) é

explorada para produzir efeitos de sentido. É o que vem ilustrado nas frases a seguir.

a) campanha publicitária no Dia Internacional da AIDS: “Aproveite o dia da AIDS e dê um

cheque ao portador

Quais os dois sentidos básicos da palavra portador no texto?

Qual dos dois sentidos é predominante no contexto?

b) campanha publicitária dos condomínios fechados de Alphaville: “Viva em Alpha” (texto

ao lado de fotos que denotavam despreocupação).

Explique os dois significados possíveis para em Alpha.

18) Preencha as lacunas com uma das seguintes palavras:

comunicar – informar – declarar – avisar – participar

1) O diretor decidiu a resolução a todos.

2) A enfermeira achou melhor sobre os riscos da operação.

3) Queremos a todos o nosso casamento.

4) A testemunha resolveu o que havia ouvido.

5) Desejamos aos empregados que o salário deste mês será

pago com atraso.

19) Preencha as lacunas com uma das seguintes palavras:

Abaixar – rebaixar – baixar

1) O governo não conseguiu a inflação.

2) Decidiu o teto da sala.

3) O general devia os militares acusados.

4) Tinha de a cabeça para passar pela porta.

20) Escolha na relação abaixo o adjetivo que melhor caracterize as ações, movimentos,

gestos ou atitudes de24

:

Dançarino ( ) (1)

ginasta ( )

roda-gigante ( )

lebre ( )

investida de um touro ( )

prestidigitador ( )

bêbado ( )

criança levada ( )

cavalo novo ( )

cavalo respirando de cansaço ( )

queda de árvore frondosa ( )

serpente ( )

respiração de pessoas idosas ( )

(1) lépido

(2) cadenciado, compassado, ritmado

(3) impetuoso

(4) ágil

(5) giratório

(6) cambaleante

(7) irrequieto

(8) fogoso

(9) violento

(10) resfolegante

(11) tremulante

(12) ofegante, arquejante

(13) entufado

24

In: GARCIA, Othon M. Op. cit.

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torneira pingando ( )

bandeira hasteada exposta ao vento ( )

vela de embarcação ( )

sangue nas veias ( )

(14) coleante

(15) latejante

(16) gotejante

(17) hábil, destro

21) (FGV)

As questões de analogia aferirão sua habilidade em descobrir a relação entre palavras e em

aplicar essa relação a outras palavras. Embora o teste de analogia verbal seja, em certa

medida, um indicador de seu vocabulário, ele afere essencialmente sua habilidade em

raciocinar. Em Matemática, esse tipo de situação é expresso como um problema de

proporção, por exemplo: 2: 4 :: x : y. A seguir, tendo por base a relação existente entre as

duas primeiras palavras, assinale a letra que corresponde à alternativa correta:

I - Semente : princípio ::

a) luz : noite c) bactéria : embrião

b) germe : infecção d) origem : causa

II – Plástico : sensível ::

a) suave : brando c) branco : preto

b) quente : frio d) nulo : ótimo

III – Eminente : obscuro ::

a) razoável : sensato c) notável : famigerado25

b) brilhante : insignificante d) tolo : estulto

IV – Aliciar : persuadir ::

a) arriscar : perder c)subir : cair

b)chegar : ficar d) atrair : induzir

V – Adiar : postergar ::

a) andar : parar c) ficar : permanecer

b) pernoitar : acordar d) sorrir : chorar

VI – Selo : filatelia ::

a) ermo : povoado c) falaz : carola

b)beato : carola d) moeda : numismática

VII – Constelação : estrela ::

a) esteira : trilha c) livro : folha

b) continente : ilha d) afluente : arquipélago

VIII – Empreitada : tarefa ::

a) espreita : vigia c) constituinte : assembleia

b) emboscada: atalaia26

d) construção : discurso

22) (Mapofei) Escolha na lista abaixo o advérbio mais adequado a cada uma das ações

enunciadas, de acordo com o modelo:

Falar com orgulho e insolência

Falar arrogantemente

Bisonhamente27

– ironicamente – quixotescamente28

– desassombradamente29

laconicamente – radicalmente – estoicamente30

– perfunctoriamente31

– sibilinamente32

25

Famigerado: Que tem fama; muito notável; célebre, famoso [Como se vê, a palavra não se aplica só a

malfeitores, embora no uso comum se observe tendência para isso.]. 26

Atalaia: Vigia, guarda, sentinela. 27

Bisonho: Pouco adestrado em qualquer mister (profissão, incumbência); inexperiente, inexperto; inábil. 28

Quixotesco: Ingênuo, romântico, sonhador. 29

Desassombrado: Corajoso, bravo. 30

Estoico: Impassível ante a dor e a adversidade. Estoicismo: 1. Filos. Designação comum às doutrinas dos

filósofos gregos Zenão de Cício (340-264) e seus seguidores Cleanto (séc. III a.C.), Crisipo (280-208) e os

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– frugalmente33

– prolixamente – sofregamente34

– inexoravelmente35

– puerilmente –

sutilmente – tacitamente36

Dizer com palavras enigmáticas e difíceis de compreender:

Falar de maneira franca e corajosa:

Exprimir-se com palavras excessivas:

Concordar sem dizer palavra:

Agir com a inexperiência de um principiante:

Agir com impaciência e ambição:

Agir como criança:

Insinuar com perspicácia e delicadeza:

Eliminar pela base:

Eliminar sem se render a rogos37

:

romanos Epicteto (c.55-c.135) e Marco Aurélio (121-180), caracterizadas sobretudo pela consideração do

problema moral, constituindo a ataraxia [ Nos vocabulários céptico e estoico, estado em que a alma, pelo

equilíbrio e moderação na escolha dos prazeres sensíveis e espirituais, atinge o ideal supremo da felicidade: a

imperturbabilidade. Tranquilidade, serenidade], o ideal do sábio. 2. Austeridade de caráter; rigidez moral. 3.

Impassibilidade em face da dor ou do infortúnio. 31

Perfunctório: Superficial, ligeiro. 32

Sibilino: De compreensão difícil; enigmático. 33

Frugal: 1. Relativo a frutos; que se sustenta de frutos, que se contenta com pouco para a sua alimentação;

sóbrio. 34

Sôfrego: Apressado no comer e/ou no beber. Ávido, sequioso, ambicioso. Impaciente, malsofrido. 35

Inexorável: implacável, inabalável. Austero, reto, rígido. 36

Tácito: Que não se exprime por palavras; subentendido, implícito. 37

Rogo: Pedido, súplica.

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COESÃO GRAMATICAL

As relações entre as diferentes partes do texto são estabelecidas por diversos mecanismos

linguísticos, dentre os quais destacam-se: a elipse, os pronomes e as conjunções.

Elipse

Omissão deliberada de palavra(s) que se subentende(m), com o intuito de assegurar a economia

da expressão.

Ex.: O presidente foi o primeiro a criticar o adversário. (O presidente) Fez um discurso

inflamado em que (o presidente) analisou o mandato do rival e (o presidente) estabeleceu metas

para o final de sua administração.

Pronomes

Vocábulos que podem substituir um substantivo ou um sintagma nominal.

Ex.: A moça saiu furiosa, ela (a moça) surpreendera o namorado com outra. (ela = pronome

pessoal) ou

A moça, que (a moça) surpreendera o namorado com outra, saiu furiosa. (que = pronome

relativo)

China e Japão tem-se destacado no Oriente. Este (Japão) pelo alto desenvolvimento

tecnológico e aquela (China) pela superpopulação. (este, aquela = pronomes

demonstrativos)

Conjunções

Palavras invariáveis que ligam duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração e

tornam a leitura mais fácil e fluente. Veja a diferença entre as duas frases em que a primeira não

apresenta a conjunção:

É consolador para os telespectadores, as más notícias são trazidas por uma bela repórter.

É consolador para os telespectadores, quando as más notícias são trazidas por uma bela repórter.

Exercícios

Promova a coesão destes textos:

a) O urso branco é um animal. O urso branco vive no Polo Norte. O urso branco mede

até dois metros de altura. O urso branco chega a pesar 500 quilos. O urso branco está

ameaçado de extinção. O aquecimento global está provocando o degelo das calotas polares.

O homem ainda pode parar esse processo.

b) O urso panda é um animal. O urso panda vive na China. O urso panda está ameaçado de

extinção. A crescente urbanização da China está provocando o desaparecimento de

florestas. O urso panda vive nessas florestas.

c) A arara azul é um animal. A arara azul vive no norte e no nordeste do Brasil. A arara azul

está ameaçada de extinção. A caça, o comércio clandestino e a degradação do habitat natural

da arara azul vêm provocando o desaparecimento da arara azul. As características principais

da arara azul são plumagem azul com um anel amarelo em torno dos olhos e fita da mesma

cor na base da mandíbula.

EMPREGO DOS PRONOMES E CONECTORES

Os conectores, elementos usados para fazer a ligação entre as partes do enunciado,

estabelecem um determinado tipo de relação entre as orações e dão pistas para a leitura e

compreensão dos enunciados. Eles podem ser:

conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas: ligam orações independentes,

autônomas, que não funcionam como termos de outra oração, isto é, não desempenham

uma função sintática na outra oração.

Ex.: Discutimos as várias propostas e analisamos possíveis soluções, mas não chegamos

a nenhum acordo.

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conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas: os enunciados que apresentam

esses conectores caracterizam-se pela presença de uma oração principal (aquela que

contém a declaração principal do período) e de outra oração (ou outras), que é (são)

dependente(s) da principal. Dependente porque exerce uma função sintática dentro da

oração principal (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal,

agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto adverbial ou aposto).

Ex.: Os eleitores esperam que os candidatos cumpram suas promessas quando forem

eleitos.

1ª oração: os eleitores esperam – oração principal.

2ª oração: que os candidatos cumpram suas promessas – oração subordinada porque

funciona como objeto direto da principal .

3ª oração: quando forem eleitos – oração subordinada porque funciona como adjunto

adverbial de tempo da oração anterior .

pronomes relativos: são os que projetam, a uma segunda oração, um termo referido em

oração anterior: que (= o/a qual os/as quais ), quem, onde, cujo/cuja/cujos/cujas .

Ex.: As flores que comprei já estão murchas.

Assim, além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a

propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na

gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode

ocasionar a deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos

conectivos, agrupados pelo sentido por Othon Moacyr Garcia em seu livro Comunicação em

Prosa Moderna:

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio,

primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente,

sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).

Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então, enfim,

logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco

antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim,

finalmente agora atualmente, hoje, frequentemente, constantemente às vezes,

eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo

tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto,

quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as

vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.

Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do

mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira

idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto

de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.

Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.

Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por

outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas

... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente).

Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se

é que.

Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente,

sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.

Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de

repente, imprevistamente, surpreendentemente.

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Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer

dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.

Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a

finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.

Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais

adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo,

ante, a.

Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo,

portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas),

dessarte, destarte, assim sendo.

Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguinte, como resultado,

por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ...

que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto,

logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.

Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto,

menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que,

mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só

que, ao passo que.

Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.

Exercícios 1) Reescreva os grupos de frases abaixo, empregando elementos de coesão e eliminando

repetições.

a) O Brasil tem problemas. Os problemas do Brasil não acabam mais. Os problemas do

Brasil se arrastam. Os problemas do Brasil parecem insolúveis. Existem soluções para os

problemas do Brasil. É preciso que haja vontade política de resolver os problemas do Brasil.

b) É necessário tomar precauções na área dos combustíveis. As precauções tomadas na área

dos combustíveis não podem ser precipitadas. As precauções tomadas na área dos

combustíveis não podem ser excessivas. Com decisões atabalhoadas, o que se consegue é

provocar altas artificiais dos preços. Com previsões exageradamente otimistas o que se

consegue é provocar altas artificiais dos preços.

c) A guerra no Oriente Médio pode durar meses. No Oriente Médio se concentram as

maiores reservas de petróleo do mundo. Os países ocidentais dependem das maiores

reservas de petróleo do mundo.

2) A partir das três frases que seguem, elabore um só período, articulando-as da

maneira que julgar mais adequada. Faça isso três vezes, dando relevância, cada vez, a

uma das ideias

A)

)

a) Muitos brasileiros vivem em favelas.

b) Muitos brasileiros não gostam de viver em favelas

c) Muitos brasileiros não têm poder aquisitivo para morar em bairros urbanizados.

B)

a) Alguns atletas consomem anabolizantes.

b) Alguns atletas conhecem a consequência do uso de anabolizantes.

c) Alguns atletas obedecem às exigências de seus treinadores e patrocinadores.

3) Forme períodos compostos com os seguintes enunciados, servindo-se de conectivos

adequados às relações exigidas:

A

a) O trabalhador chegou à fábrica. (ideia principal);

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b) O apito já havia soado. (ideia de tempo em relação a a));

c) O trabalhador não ficou preocupado. (ideia de oposição em relação a b));

d) O trabalhador ainda tinha dez minutos para se apresentar na seção. (ideia de causa em

relação a c)).

B

a) Não é fácil conseguir uma alimentação saudável no dia a dia. (ideia de concessão em

relação à ideia principal);

b) Uma alimentação saudável é essencial para uma vida melhor. (ideia principal);

c) Uma alimentação saudável fortalece o organismo e o protege de doenças. (ideia de

explicação em relação à ideia principal).

4) Preencha as lacunas do texto com os elementos de ligação do quadro abaixo:

No entanto; porque; por exemplo; já; se; finalmente; em primeiro lugar; quanto, por

outro lado; por isso; apesar de; pois.

Alguns problemas brasileiros

________________estarmos passando por um processo de desenvolvimento, notamos ainda

inúmeras falhas em vários setores da vida nacional. Podemos citar, _____________, a educação, a

saúde, a agricultura e a dívida externa como pontos cruciantes. Povo e governo já estão conscientes

desses problemas.

________________, há uma deterioração do plano educacional. Tanto a falta de verbas

________________________a insuficiente qualificação dos professores motivam um ensino

cada vez mais ineficaz e insustentável.

___________________ no plano da saúde, mesmo com os progressos obtidos, regiões

imensas não dispõem de atendimento médico-hospitalar. Nossa medicina é centralizada,

_________________ os profissionais dessa área procuram instalar-se nos grandes centros, visando a

uma remuneração maior e mais fácil. É preciso, ___________________, atingir as regiões

interioranas sem saneamento básico algum, onde populações inteiras, desnutridas, são vítimas de

doenças facilmente curáveis.

Na agricultura, vemos um descompasso entre os incentivos governamentais recentes e os

resultados concretos. __________________, de um lado, o governo abre crédito e fornece subsídios

ao lavrador; __________________, percebe-se claramente a ineficácia dessas medidas por falta de

infra-estrutura, como: melhor distribuição de terras, conhecimento tecnológico por parte do lavrador

e outros.

___________________, outro fator negativo, no Brasil, é, indubitavelmente, nossa dívida

externa. O déficit da balança comercial, por exemplo, é um mal que nos acompanha de longa data. A

promoção do desenvolvimento suscita constantes empréstimos do exterior. Este é,

_________________, um problema grave, na medida em que a independência política não

corresponde à independência econômica.

__________________, parece-nos que o Brasil caminha, lentamente, para a superação de

todos eles. E, se ainda demora em atingir muitos desses objetivos, é porque, entre outros fatores, este

país é grande demais e grandes são seus problemas Nosso desenvolvimento só será conquistado por

nós mesmos, por nosso trabalho, por nossa

dedicação, por nossa força, por nossa vontade de promover, o quanto antes, o progresso e o bem-

estar de nosso povo.

(Jorge Armando Macedo, A redação no vestibular)

5) Nas questões I e II, numere os períodos de modo a constituírem um texto coeso e

coerente e, depois, indique a sequência numérica correta.

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I)

( ) Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da era do capitalismo

desalmado.

( ) Durante décadas, Friedman – que hoje tem 85 anos e há muito aposentou-se da

Universidade de Chicago – foi visto como uma espécie de pária brilhante.

( ) Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se aproxima do status

de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista mais importante do século.

( ) Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a ser visto como

realmente é: o mais influente economista vivo desde a Segunda Guerra Mundial.

( ) Ele exaltava a ‘liberdade’, louvava os ‘livres mercados’ e criticava o 'excesso de

intervenção governamental.'

(Baseado em Robert J. Samuelson, Exame, 1/7/1998)

Sequência correta:

II) ( ) Na verdade, significa aquilo que um liberal americano descreveria (sem estar totalmente

correto, porém) como conservadorismo.

( ) Nos Estados Unidos, liberalismo significa a atuação de um governo ativista e

intervencionista, que expande seu envolvimento e as responsabilidades que assume,

estendendo-os à economia e à tomada centralizada de decisões.

( ) A guerra global entre estado e mercado contrapõe ‘liberalismo’ a ‘liberalismo’.

( ) No resto do mundo, liberalismo significa quase o oposto.

( ) Esta última definição contém o sentido tradicional dado ao liberalismo.

( ) Esse tipo de liberalismo defende a redução do papel do Estado, a maximização da

liberdade individual, da liberdade econômica e do papel do mercado.

(Exame, 1/7/1998)

Sequência correta:

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CONCORDÂNCIA

A ausência de concordância – grande marca da linguagem popular – é considerada o

pecado mortal linguístico. Mas, de acordo com a sociolinguística, esse traço gramatical da

fala popular e coloquial brasileira, expresso, por exemplo, nas seguintes frases Minhas

amiga já chegou // Aqui nós trabalha muito em lugar de Minhas amigas já chegaram // Aqui

nós trabalhamos muito, são formas diferentes de dizer a mesma coisa (variações

linguísticas), que se diferenciam mais pelo seu valor social do que linguístico. Assim o

primeiro grupo é avaliado de forma negativa nos setores mais escolarizados, mas é

perfeitamente adequado nos contextos de seu uso. Lembre-se, porém, de que o discurso

jornalístico deve pautar-se pelo nível culto da linguagem, padronizado pela gramática.

Essa marca da linguagem coloquial apareceu, em 2008, em uma propaganda de um

carro francês e quase ninguém percebeu o desvio do padrão culto. Vai chover elogios, dizia

o texto, quando o correto seria Vão chover elogios...

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Adjetivo depois do substantivo: duas concordâncias possíveis:

masculino plural: Casaco e bolsa vermelhos

com o mais próximo: Casaco e bolsa vermelha (neste caso, corre-se o

risco de entender que só a bolsa é vermelha).

Adjetivo antes dos substantivos: concorda com o mais próximo:

Má hora e lugar

Substantivo modificado por mais de um adjetivo:

substantivo no plural: Os setores público e privado atenderam à

solicitação do governo.

substantivo no singular, é necessária a repetição do artigo: O setor

público e o privado atenderam à solicitação do governo.

É necessário/ é permitido/ é proibido/ é bom:

sem artigo, não há flexão: Maça é bom para as gengivas.//

É proibido entrada de menores.

com artigo, há concordância com o substantivo:

A maça é boa para as gengivas.//

É proibida a entrada de menores.

Meio:

numeral (=1/2): variável (meio/meia/meios/meias). Comeu meia

melancia e bebeu meio litro de água.// É meio-dia e meia (e meia hora).

advérbio (=um pouco): invariável (só há a forma meio). Elaine estava

meio bêbada. / Estavam meio bravos.

Bastante:

pronome adjetivo (quantidade): variável (bastante/bastantes). Temos

bastantes agasalhos. (embora seja forma correta, evite)

advérbio (intensidade): invariável (só há a forma bastante).

Estávamos bastante tristes.

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Variáveis: anexo, incluso, mesmo, próprio, quite, leso, obrigado

As fotos anexas comprovam o delito. / Vão inclusos os recibos de compra de material.

/ Elas mesmas (próprias) denunciaram o colega. / Estamos quites com o serviço

militar./ Estou quite contigo. / Foi um crime de lesa-pátria. / “Muito obrigada”, disse

a garota.

Invariáveis: menos, pseudo, alerta (só têm essa forma)

Use menos força. / A deputada é uma pseudodemocrata. / Eu estou alerta. / Nós

estamos alerta.

Adjetivos compostos fazem o plural com variação apenas do último elemento:

acordos sino-japoneses; cabelos castanho-escuros; políticos democrata-cristãos.

nos compostos indicadores de cor, nenhum elemento vai para o plural se

houver substantivo como um de seus elementos: camisas vermelho-vinho; vestidos

cor-de-rosa; carros azul-bebê;

não há variação quando, na indicação de cor, aparece apenas o substantivo:

camisas vinho; vestidos rosa; sapatos gelo;

surdo-mudo tem o plural surdos-mudos;

azul-marinho e azul-celeste não variam;

infravermelho tem plural infravermelhos, mas ultravioleta não tem plural

(raios ultravioleta)

Exercícios:

I) Preencha os espaços com a palavra indicada:

1) Comi maçã. (meio)

2) Estava narcotizada. (meio)

3) Acolheu-o com palavras tortas. (meio)

4) Suas opiniões são discutíveis. (bastante)

5) Havia razões para confiarmos. (bastante)

6) Seguem as listas de preço. (anexo)

7) Vão os prontuários. (anexo)

8) As provas seguem no processo. (incluso)

9) Tratava-se de orgulho e vaidade .(excessivo)

10) Ventos e nuvens afugentaram a torcida. (ameaçador)

11) É venda de bebidas a menores. / É a venda de

bebidas a menores. (proibido)

12) A água é para a saúde. /Água é para a saúde (bom)

13) É coesão partidária para vencer a oposição. / É a

coesão dos partidos aliados para vencer a oposição. (necessário)

14) Chuva é nesta época do ano./ Aquela chuva da semana passada

foi para despoluir o ar. (bom)

15) Pera é para quê?/ A pera é para a pele. (bom)

16) Elas costuram suas roupas. (mesmo)

17) Ela procurou o professor. (mesmo)

18) Ele estava com o patrão. (quite)

19) – Muito , disse ela. (obrigado)

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20) Há provas do que o previsto. (menos)

21) Era uma representação. (pseudo)

22) O aluno destacava-se pelo raciocínio e objetividade . (aguçado)

II) Corrija as frases cuja concordância esteja errada:

1) Temos motivos bastantes para não aceitar o trabalho.

2) A funcionária estava meia preocupada com a situação do escritório.

3) Não acredito que seja permitido sua permanência na seção.

4) É necessário dedicação para chegarmos ao cargo desejado.

5) Fiquem alertas e não deixem qualquer informação passar.

6) A moça mesmo me disse que andava meia aborrecida com a vida.

7)A declaração de bens foi mandada anexo ao processo.

8) Sabemos que é necessário a paciência para suportar a manha dessa criança.

9) Não temos razões bastantes para impugnar sua candidatura.

10) Todos os policiais estavam alertas: as torcidas estavam bastantes revoltadas com o juiz.

11) A velhinha sorriu e disse: “Muito obrigada a todos”.

12) Os viajantes estavam meios cansados.

III) Assinale as alternativas corretas:

(Unimes)

a) Eles se moviam meios cautelosos.

b) O relógio da igreja bateu meio-dia e meio.

c) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.

d) Os resultados falam por si só.

e) Chegada a sua hora e a sua vez, intimidou-se.

(Inatel)

Fazia elogios, embora as saudações fossem agora enfáticas para uns

e talvez evasivas para outros.

a) bastante/ menos/ meio

b) bastantes/ menas/ meia

c) bastante/ menos/ meia

d) bastantes/ menas/ meio

e) bastantes/ menos/ meio

(Acafe)

Vocês estão com a tesouraria.

As janelas abertas deixavam entrar uma leve brisa.

Vai à presente a relação dos livros solicitados.

As matas foram danificadas pelo fogo.

É a entrada de animais.

a) quite/meia/ anexa/ bastantes/ proibida b)quites/ meia/ anexa/ bastantes/ proibida

c) quite/ meio/ anexo/ bastante/ proibido d) quites/ meio/ anexa/ bastante/ proibida

e) quites/ meio/ anexo/ bastante/ proibido

(Vunesp)

a) Nos treinos, os jogadores usam calções e camisetas coloridos.

b) Os juízes estão alertas durante toda a partida de futebol.

c) Os regulamentos da Fifa estão anexo no contrato dos jogadores.

d) A cor do uniforme da seleção brasileira é verde e amarelos.

e) As chuteiras e o apito dos juízes são importadas.

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IV) Assinale a alternativa errada

a) O escritor e o mestre alemães admiravam o belo quadro.

b) Estudaram o idioma francês e o espanhol.

c) O ministro e os deputados alagoanos votaram contra o projeto.

d) As opiniões e os argumentos expostos não agradaram à plateia.

e) Considero fácil as questões e testes propostos

V) (CBMERJ-NCE) “Mulheres e homens bonitos”. A única forma errada entre as que estão abaixo, mantendo-se

o sentido original é:

a) bonitas mulheres e homens;

b) bonitos homens e mulheres;

c) homens e mulheres bonitas;

d) homens e mulheres bonitos;

e) bonitos mulheres e homens.

VI) Passe para o plural:

1) acordo ítalo-brasileiro =

2) nação hispano-americana =

3) sapato marrom-claro =

4) tinta verde-escura =

5) fita cereja=

6) bolsa verde-abacate=

7) radiação ultravioleta=

8) casaco amarelo-ouro=

9) time rubro-negro=

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CONCORDÂNCIA VERBAL

1) Regra geral: o verbo concorda com o sujeito (mesmo que este venha depois do

verbo.

Índices da inflação assustam consumidor.

Sobraram poucos lugares nas arquibancadas.

Aceitam-se sugestões.

Obs.: Se o sujeito é composto e vier resumido pelos pronomes indefinidos tudo, nada,

ninguém, cada um, o verbo fica no singular:

Fome, cansaço, doença, nada os deteria.

Pai, filho e avô, cada um saudou a seu modo o visitante.

2) Verbos impessoais HAVER e FAZER: sempre na 3ª pessoa do singular

Haver38

: no sentido de existir, é impessoal (a impessoalidade é transmitida ao verbo

auxiliar):

Haverá festas na Bahia neste mês.

Talvez haja reclamações sobre nosso trabalho.

Poderá|

Deverá| haver festas na Bahia neste mês.

Vai|

Fazer: na indicação de tempo transcorrido ou a transcorrer ou na indicação de

fenômenos da natureza (a impessoalidade também é transmitida ao verbo

auxiliar)

Já faz 20 anos que me formei.

Em agosto vai fazer três anos que ele se casou.

Em setembro faz dias claros e frios.

3) Pronome pessoal SE3940

partícula apassivadora: verbo concorda com o sujeito

(o verbo é sempre transitivo direto (sem preposição))

Vende-se casa. / Vendem-se casas. (Casa é vendida. / Casas são vendidas.)

Aceita-se encomenda. / Aceitam-se encomendas. (Encomenda é aceita./

Encomendas são aceitas.)

Expediu-se o documento requerido./ Expediram-se os documentos requeridos. (O

documento foi expedido./ Os documentos foram expedidos.)

Obs.: para que não haja dúvida quanto ao uso do singular ou do plural, passe a frase para a

voz passiva analítica: Alugam-se apartamentos. = Apartamentos são alugados. 38

É comum, na linguagem coloquial, usar-se o verbo ter com o sentido de haver. Dizia um outdoor: Onde tem

festa, tem Antarctica. 39

Esse ponto da concordância não é pacífico. Inúmeros linguistas contestam essa dupla classificação do

pronome se e consideram ambos como índice de indeterminação do sujeito e, portanto, não haveria verbos no

plural. 40

Esteja atento ao uso indiscriminado da partícula se:

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índice de indeterminação do sujeito: verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular

Trata-se de problema urgente.

Trata-se de problemas urgentes.

Obs.: é impossível a transformação para a voz passiva porque os verbos são ou intransitivos

ou transitivos indiretos (estes sempre acompanhados de preposição):

Bebe-se bem aqui. / Pensa-se em reformas. / Cuida-se de idosos.

4) A maior parte, grande número de, a maioria

O verbo normal e preferentemente vai para o singular; há, no entanto, gramáticos que

aceitam o plural caso se queira destacar a ideia de conjunto.

A maior parte dos eleitores estava abismada com o resultado das urnas.

A maioria das mulheres mantém-se submissa aos maridos.

Grande número de foliões amanheceu dançando.

5) Porcentagem

O verbo concorda com o que for expresso pela porcentagem

Um por cento dos candidatos sofriam de cirrose.

Noventa por cento da população perdeu seus bens.

Se só números representarem a porcentagem, o verbo concordará com o numeral

Naquele ano, 30% da colheita perdeu-se e 70% foram exportados.

Se a porcentagem estiver particularizada, o verbo concorda com o numeral

Os últimos 30% do empréstimo chegarão em maio.

Esse 1% dos gastos fará diferença no final.

Se o verbo vier antes da porcentagem, concordará com o numeral

Está perdido 1% da colheita.

Estão perdidos 30% da colheita.

6) Sujeito formado por nomes próprios que só têm plural

se não houver artigo, o verbo fica no singular: Batatais fica no interior do estado.

com artigo, o verbo vai para o plural: Os Estados Unidos pretendem invadir o

Iraque.

Obs.: Com nomes de títulos de obras, usa-se, indiferentemente, o singular ou o plural:

Os Lusíadas é/ são a maior epopeia dos portugueses.

7) Sujeito formado por palavras no plural, mas com ideia de singular: verbo no

singular

Pêlos ainda tem acento.

Nós é um pronome pessoal.

8) Fração: verbo concorda com o numerador da fração

Um terço dos trabalhadores não recebeu o salário de janeiro.

Dois terços da herança couberam à viúva.

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9) Pronomes relativos que e quem

Que: verbo concorda com o antecedente: Fui eu que descobri a fórmula.

São eles que fazem a coleta do lixo.

Seremos nós que o escolheremos.

Quem: verbo concorda na 3ª pessoa do singular (alguns gramáticos aceitam a

concordância com o antecedente): Fui eu quem descobriu a fórmula. (Fui eu quem descobri a fórmula.)

Somos nós quem faz a nação. (Somos nós quem fazemos a nação.)

10) Pronome de tratamento: verbo sempre na 3ª pessoa do singular ou plural (assim

como o pronome possessivo)

Vossa Majestade tem o apoio do seu povo.

Vossas Majestades têm o apoio do seu povo.

Vossa Senhoria cometeu um grave erro.

Vossas Senhorias cometeram um grave erro.

11) Mais de ... / menos de ... / perto de ...: verbo concorda com o numeral

Perto de 25 famílias receberam auxílio do governo.

Mais de um homem morreu.

12) Um (uma) dos (das) que...: verbo sempre no plural

Ele é um dos que mais reclamam da inflação.

13) Núcleos do sujeito composto ligados por ou

se o ou indica exclusão, o verbo fica no singular:

Pedro ou Paulo se casará com Marta.

se a ideia expressa pelo verbo referir-se aos dois núcleos, o verbo vai para o

plural (na realidade o ou equivale a um e):

O ônibus ou o trem passam por lá.

14) Núcleos do sujeito composto ligados por nem

se o nem indica exclusão, o verbo fica no singular:

Nem Pedro nem Paulo se casará com Marta.

se a ideia expressa pelo verbo referir-se aos dois núcleos, o verbo vai para o

plural:

Nem Pedro nem Paulo conformaram-se com os resultados.

15) Um ou outro, nem um nem outro

Um ou outro: verbo no singular:

Um ou outro transeunte notava a presença do cão sarnento.

Nem um nem outro: verbo no singular ou plural:

Nem um nem outro diz / dizem a verdade.

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16) Haja vista: sempre invariável e sem a preposição a

Haja vista o decreto de 13 de outubro.// Haja vista os fatos.

17) Sujeito constituído de orações ou infinitivos: verbo no singular

Andar e nadar faz bem à saúde.

Que ela despreze e ridicularize essas virtudes já não me causa espanto.

Obs.: verbo no plural só se houver contraste entre os sujeitos ou se os sujeitos estiverem

substantivados:

Nascer e morrer fazem parte da vida. (antônimos)

O comer e o dormir em demasia alienam uma pessoa. (verbos substantivados o

comer/ o dormir)

CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER

1) Sujeito ou predicativo são nomes de coisas: verbo concorda com o que está no plural.

Tua vida são mentiras.

2) Sujeito ou predicativo são nomes de pessoa: verbo concorda com a pessoa.

O homem é cinzas.

Seu orgulho eram os filhos.

3) Sujeito ou predicativo é pronome pessoal: verbo concorda com pronome.

O professor sou eu.

Nós somos os culpados.

4) Indicações de hora, dia e distância: verbo concorda com predicativo.

É uma hora.

São duas horas.

É uma légua.

Até a estação de tratamento de água são 15 quilômetros.

Obs.: Hoje é 15 de novembro. ou Hoje são 15 de novembro.

5) Verbo SER fica invariável nas expressões indicativas de quantidade (é muito, é

bastante, é pouco, é suficiente, é demais):

Quinze quilos é pouco.

Três metros é suficiente.

Dois reais é bastante.

Um é pouco, dois é bom, três é demais.

Exercícios I) Complete as frases com os verbos indicados:

1) muitas pessoas na rua quando saímos. (haver)

2) haver alguns lápis sobre a mesa. (dever)

3) haver problemas insolúveis. (poder)

4) dois anos que não nos vemos. (fazer)

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5) fazer semanas que ele não aparece. (poder)

6) dois meses que não chove. (fazer)

7) Ontem 38º à sombra. (fazer)

8) Talvez ainda ingressos à venda. (haver)

9) haver candidatos honestos. (dever)

10) fazer três anos que não o vejo. (dever)

II) Complete as frases com os verbos indicados:

1) -se as decisões. (comentar)

2) Não se respostas para tantos problemas. (encontrar)

3) -se vozes no corredor. (ouvir)

4) -se caixas de cerveja. (beber)

5) -se notícias falsas. (publicar)

6) -se das propostas iniciais. (desconfiar)

7) Às vezes -se de coisas estranhas. (gostar)

8) -se de animais abandonados. (cuidar)

9) -se em revoluções. (falar)

10) -se de comércio espúrio. (tratar)

III) Complete as frases com os verbos entre parênteses, efetuando a necessária

concordância:

1) Fugir foi o que Jair e eu . (fazer)

2) Nem um nem outro se a concluir o projeto. (dispor)

3) Jogos, viagens, mulheres, nada o . (satisfazer)

4) A maioria dos brasileiros a pena de morte. (rejeitar)

5) Mais de 100 grevistas a fábrica. (invadir)

6) Oitenta por cento da plateia o espetáculo. (vaiar)

7) Oitenta por cento dos espectadores o espetáculo. (vaiar)

8) Jairo é um dos que mais carne neste restaurante. (consumir)

9) Vossa Senhoria agir com moderação. (dever)

10) Fui eu quem o a desenhar. (ensinar)

11) Foi você quem e sou eu que ter de rezar. (pecar - ir)

12) Montes Claros sua salvação. (representar)

13) Os Alpes turistas de todo o mundo. (atrair)

14) Os Estados Unidos a mídia. (dominar)

15) A criançada uma algazarra na porta da escola. (fazer)

16) À nossa casa, frequentemente, pessoas amigas. (chegar)

17) alguns minutos para estancar suas lágrimas. (bastar)

18) Rui Reis ou Mário Pontes a cidade. (governar)

19) Este remédio ou aquele efeito. (fazer)

20) Setenta por cento da população pela democracia, 20% na

revolução armada e 1% a volta da ditadura. (lutar - insistir - querer)

21) Um quarto da produção de soja com a seca. (perder-se)

22) Amar e odiar o ser humano. (caracterizar)

23) Flores ainda acento circunflexo? (ter)

24) Você sabe onde os Bálcãs? (ficar)

25) Um terço do nosso planeta constituído por terra firme; dois terços

representados por água. (ser)

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IV) Se existir erro de concordância, corrija:

1) A letra das composições musicais contemporâneas refletem, com nitidez, os problemas

sociais que o Brasil está enfrentando.

2) Dentro de alguns instantes será divulgado novos resultados.

3) Falta aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos.

4) Persiste por muito tempo no ambiente os efeitos nocivos dos inseticidas.

5) Conserta-se aparelhos de som.

6) Precisam-se de pedreiros.

7) Obedeceram-se aos severos regulamentos.

8) Promove-se festas beneficentes na minha igreja.

9) Da cidade à praia é dois quilômetros.

10) Dois metros de tecido são pouco.

11) Eram previsíveis os percalços que enfrentariam qualquer programa de estabilização.

12) Calor intenso ou frio excessivo me fazem mal.

13) Fernando Henrique ou Lula seria eleito presidente.

14) Renato ou Fernanda preencherão a vaga existente.

15) Um grito ou um tiro assustariam o animal.

16) Podiam haver bois no curral.

17) Deveriam haver muitas assombrações na vila.

18) Fazem meses que não ocorre no país fatos como aquele que até hoje nos perturbam.

19) Garotinho foi um dos governadores que queria uma reunião com o presidente.

20) O netinho eram suas maiores alegrias.

21) Os projetos apresentados pela assessoria da presidência são excelentes, hajam vista os

elogios recebidos.

22) Um quarto dos bens couberam ao menor.

23) O leite PAULISTA é processado pelo sistema UHT, que aquece o leite a uma

temperatura entre 130°C e 150°C, durante 2 a 4 segundos. Em seguida é imediatamente

resfriado a uma temperatura inferior a 32°C e depois envasado sob condições assépticas em

embalagens estéreis e hermeticamente fechadas, que o protege do ar e da luz, garantindo

uma perfeita e longa conservação de suas qualidades nutritivas e naturais. (Texto constante

da embalagem do leite Paulista semidesnatado)

24) Na região de Ribeirão Preto (319 km de São Paulo), onde atua quatro das nove

concessionárias de rodovias, o número de praças de cobrança municipais vai chegar a 15 no

final do ano – são 18 os autorizados pelo Estado. (Folha de S.Paulo, 24/3/2000)

25) As denúncias não suficientemente esclarecidas quanto ao comportamento ético do

ministro da Fazenda nos deixou ainda mais constrangidos, não só a mim, mas a

companheiros do governo. (apud Vestibular FGV-SP)

V) Complete as frases com o verbo SER: 1) A surpresa as flores.

2) Isso as trevas da noite.

3) Duzentos gramas suficiente.

4) Dois anos pouco para nos prepararmos.

5) Cinco milhões suficiente para a campanha.

6) Esaú as delícias da velhice de Isaac, seu pai.

7) Isso aberrações da natureza.

8) Sua cama umas folhas de jornal.

9) Minha vida farrapos de pano que vou remendando dia a dia.

10) Ainda meio-dia e meia.

11) Sua vida só espinhos.

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12) Os interessados nós.

13) Isto intrigas da oposição.

14) Quando seis horas, partiremos.

VI) Assinale a alternativa correta:

1) (PUC) A crise no emprego da língua materna insere-se no contexto mais amplo das

circunstâncias culturais em que as civilizações modernas. Numa época

em que se todas as restrições e em que se a todas as normas

estabelecidas, não há, seguramente, maior zelo pela linguagem.

a) vivem - cancelaram – desobedece

b) vive - cancelaram – desobedece

c) vive - cancelou – desobedece

d) vive - cancelaram – desobedecem

e) vivem - cancelaram - desobedecem

2) (PUC) Convém que se levantem os problemas, que se reflita sobre os assuntos e não se

tomem medidas apressadas.

Substituindo-se os verbos sublinhados respectivamente por falar, avaliar e pensar, obtém-

se a construção correta

a) Convém que se fale dos problemas, que se avaliem os assuntos e não se pense em

medidas apressadas.

b) Convém que se falem dos problemas, que se avaliem os assuntos e não se pensem em

medidas apressadas.

c) Convém que se fale dos problemas, que se avalie os assuntos e não se pense em medidas

apressadas

d) Convém que se falem dos problemas, que se avalie os assuntos e não se pensem em

medidas apressadas.

e) Convém que se fale dos problemas, que se avalie os assuntos e não se pensem em

medidas apressadas.

3) (UFRGS) Não dúvidas de que de razão as

críticas que se ao projeto.

a) resta - carecem - fez

b) resta - carece – fizeram

c) resta - carece - fez

d) restam - carecem - fizeram

e) restam - carecem - fez

4) (PUC) Urge que se todas as recomendações, pois já meses que

se os mesmos erros.

a) façam - fazem - cometem

b) façam - faz - comete

c) faça - fazem - comete

d) façam - faz – cometem

e) faça - faz – comete

5) (Univ. Fed. BA) Toda a verdade dos fatos , ainda que as

revelações.

a) será apurado - doa.

b) serão apurados - doa.

c) será apurada - doam.

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d) será apurado - doa.

e) serão apurada - doam.

6) (Univ. Fed. BA) O meio passa a ter sentido graças às necessidades e aspirações do

homem. Que valor os bens materiais se não as necessidades do

homem e se não aspirações?

a) teria - fosse - existisse

b) teriam - fossem - existisse

c) teriam - fossem - existissem

d) teria - fossem - existissem

e) teriam - fosse - existissem

7) (UB-MG) Nas duas margens, relva abundante; contudo, lá onde

ervas perigosas, no matagal, é que os bois e os cavalos.

a) crescem - existem - pastavam

b) cresce - existem - pastavam

c) cresce - existe - pastava

d) cresce - existe - pastavam

e) crescem - existe – pastava

VI) Assinale a alternativa errada:

1) (Cesgranrio-RJ) Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a

forma verbal está errada:

a) Existem na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem.

b) Podem provocar sérias lesões hepáticas, os defensivos agrícolas à base de DDT.

c) Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos.

d) Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos dos inseticidas clorados.

e) Possuem elevado grau de toxidade os defensivos do tipo fosforado.

2) (UB-MG) - Assinale a alternativa em que a concordância do verbo está errada:

a) Acho que devem bastar duas colheres de açúcar.

b) Vão terminar acontecendo coisas desagradáveis.

c) Eles acham que pode ficar faltando uma dúzia de ingressos.

d) De fatos como esses decorre uma grande sensação de impunidade.

e) Deve ter sobrado uns cinco reais.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Pronomes pessoais átonos

SINGULAR PLURAL

1ª pessoa me nos

2ª pessoa te vos

3ª pessoa..................se, lhe, o, a se, lhes, os, as

Em relação ao verbo, esses pronomes podem ocupar três posições:

antes do verbo = próclise (pronome proclítico)

Nada me convence.

no meio de verbo = mesóclise (pronome mesoclítico). Só use se quiser provocar

um efeito de sentido ou em textos científicos e técnicos. Para evitá-la, comece a

frase com um pronome:

Far-lhe-ei a vontade.(Eu lhe farei a vontade.)

depois do verbo = ênclise (pronome enclítico)

Resta-me contar-lhe a história.

Dicas para colocar os pronomes: guie-se pela eufonia (deixe seu ouvido optar pela melhor forma);

contanto que o pronome não inicie o período, a próclise é sempre aceita no Brasil;

nas locuções, deixe o pronome solto entre um verbo e outro.

Substitua a expressão grifada pelo pronome pessoal adequado (o, a, os, as41

[quando se

tratar de objeto direto] ou lhe, lhes [quando se tratar de objeto indireto]):

1) O policial procurou as vítimas naquela mesma noite.

2) Embora a árvore fosse firme e frondosa, a tempestade derrubou a árvore.

3) Dei a Pedro o material de que precisava para terminar o trabalho.

4) O menino chorou muito lá dentro e ninguém foi buscar o menino.

5) Eu não pretendia ferir o pássaro.

6) Depois da leitura, queira pôr o livro na estante.

7) Policiais procuraram as vítimas naquela noite.

8) Os funcionários criticaram os chefes abertamente.

9) Fizeram várias propostas ao velhinho, mas ele recusou-se a vender o terreno.

10) O carteiro não pôde entregar a correspondência ao fazendeiro.

11) Enviou ao ministro o relatório da reunião.

12) Fizeram tudo para que o chefe não criticasse novamente o relatório.

13) Solicitamos à concessionária que consertasse o aparelho.

14) A declaração que fora atribuída ao bispo é improcedente.

41

Se o verbo vem seguido dos pronomes pessoais o, a, os, as, ocorrem as seguintes alterações:

se a forma verbal terminar por r, s, z, essas consoantes caem e os pronomes assumem as formas lo, la, los,

las: vender + o= vendê-lo // quisemos + a= quisemo-la // quis + o= qui-lo (haverá acento somente nas

formas terminadas por –a, -e, -o: levá-las, compreendê-lo, repô-la);

se a forma verbal terminar por m ou ditongo nasal (ão, õe), o verbo mantém-se inalterado e os pronomes

assumem as formas no, na, nos, nas: fizeram + o= fizeram-no // põe + a= põe-na // dão + o= dão-no.

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ATENÇÃO: Embora o português coloquial do Brasil apresente uma tendência

definitiva para a próclise, ao eleger o padrão culto para escrever o seu texto, não se esqueça

de que:

não se inicia período com pronome oblíquo

Dê-me o que peço.

não se usa, jamais, o pronome oblíquo depois de particípio ou de futuro

Haviam-me convidado. Eu lhe farei a vontade ou Far-lhe-ei a vontade.

o pronome oblíquo sempre estará correto depois de infinitivo impessoal

O governador vai visitá-lo amanhã.

O governador não vai visitá-lo amanhã.

desde que não inicie período, o pronome proclítico é aceito como correto no Brasil

O presidente lhes apresentou propostas irrecusáveis. (ou o que é mais aceitável,

gramaticalmente falando – O presidente apresentou-lhes propostas irrecusáveis –, uma

vez que não existe nenhuma partícula que atraia o pronome.)

1) ÊNCLISE

Gramatical e lusitanamente, este é o lugar correto do pronome sempre que não

houver partícula atrativa antes do verbo. É bom repetir que o português coloquial do Brasil é

proclítico. No entanto, quando você precisar exprimir-se respeitando o padrão culto, não se

esqueça de que:

não se inicia período com pronome oblíquo

Fale-me a seu respeito. (e não Me fale a seu respeito.);

com infinitivo impessoal, a ênclise é sempre correta

Começou a maldizê-la.

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2) PRÓCLISE

Sempre que antes do verbo houver uma palavra que tenha força de atração (partícula

atrativa), o pronome oblíquo assumirá a posição proclítica. São as seguintes as partículas

atrativas:

palavras negativas (não, nada, nunca, ninguém, jamais, nem ...):

Nem me fale desse homem. / Nunca nos esquecemos dele.

advérbios (aqui, já, sempre, agora, talvez ...):

Sempre me queixei dessa situação. / Talvez nos convençam do contrário.

em geral, pronome atrai pronome:

pronomes relativos (que, quem, cujo, onde):

Onde me espetam, fico. (M.Assis) / O livro a que me referi está esgotado.

pronomes demonstrativos ( isto, isso, aquilo...):

Isto nos enoja./ Aquelas estatísticas nos iludiram.

pronomes indefinidos (tudo, cada, alguém...):

Alguém me disse mentiras insuportáveis.

conjunções subordinativas (quando, que, se, embora, enquanto...):

Quando nos dispusermos a trabalhar, tudo será mais fácil.

Espero que nos digam a verdade. / Embora se escondam, serão descobertos mais

cedo ou mais tarde.

orações interrogativas, exclamativas e optativas:

Quem lhe fez esta maldade? / Como me enganei! / Deus te crie!

gerúndio regido da preposição EM (jornalisticamente evite este tipo de construção):

Em se tratando de saúde, seja prudente.

infinitivo pessoal precedido de preposição:

Não nos reprovaram por nos portarmos assim.

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3) MESÓCLISE

Embora a mesóclise seja gramaticalmente correta, você não deve usá-la em linguagem

jornalística ou publicitária por ser pouco compreensível pela média dos leitores. A mesóclise

ocorre somente com os futuros do presente e do pretérito quando não houver partícula

atrativa:

Sentar-me-ei aqui se puder./ Sentar-me-ia aqui se pudesse.

(com partícula atrativa, há próclise: Não me sentarei aqui. / Nunca me sentaria aqui.)

Obs.: Não coloque o pronome depois dos futuros. Nunca diga ou escreva: Sentarei-me aqui.

/ Sentaria-me aqui. Prefira iniciar a frase com um pronome (Eu me sentarei aqui. / Eu me

sentaria aqui) ou opte pelo futuro perifrástico (Vou sentar-me aqui. / Iria sentar-me aqui.).

4) LOCUÇÕES VERBAIS E TEMPOS COMPOSTOS

de infinitivo e de gerúndio:

sem atração: pronome depois do auxiliar ou do principal:

Quero lhe falar. ou Quero falar-lhe.

Os mantimentos foram-se acabando. ou Os mantimentos foram acabando-se.

com atração: pronome antes do auxiliar ou depois do principal:

Não lhe quero falar. (construção tipicamente lusitana. Em português do Brasil

prefere-se Não quero lhe falar.) ou Não quero falar-lhe.

de particípio: (não há ênclise com particípio!)

sem atração: pronome depois do auxiliar:

Haviam-me convidado. As crianças tinham se queixado de dor.

com atração: pronome antes do auxiliar:

Não me haviam convidado.

Exercícios

I) Coloque o pronome onde julgar conveniente:

1) Nada prometi. (lhe)

2) Quando chamei, fingiu não ouvir. (o, me)

3) Sempre afastamos de pessoas levianas. (nos)

4) Asseguro que ninguém seguirá. (lhe, nos)

5) Quem contou essa história? (lhe)

6) Como iludi com essas propostas! (me)

7) Deus ilumine o caminho! (lhe)

8) Há alguns políticos que enganam sistematicamente. (nos)

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9) Todos ouviram calados. (o)

10) Restará apenas o essencial para viver. (me)

11) Sentiria embaraçado. (se)

12) Prestarei contas amanhã. (lhe)

13) Aquilo intrigava. (me)

14) Tudo resolve com o tempo. (se)

15) Perseguia a obsessão de vingarem. (os, se)

16) Havia pessoas que estavam protegendo. (o)

17) Juçara foi desculpando pelo atraso. (se)

18) Aqui há arquitetos que estão especializando em segurança de prédios. (se)

19) Não estamos sentindo bem. (nos)

20) Os manifestantes iam retirando um a um. (se)

21) Não deveria arrepender do que fiz. (me)

22) Pretendia sentar a meu lado. (se)

23) Se tivessem perguntado, teria respondido. (me, lhes)

24) Membros do partido haviam anunciado a derrota. (lhe)

25) Ela teria queixado ao gerente. (se)

26) Todos têm tratado com indiferença. (o)

27) Tem dado muita pouca atenção à saúde. (se)

28) Não tem dado a devida atenção à saúde. (se)

29) Teríamos visto se estivesse por lá. (o)

30) Não teríamos visto mesmo que quiséssemos. (o)

II) Corrija as frases que apresentem, segundo o padrão culto, problemas de colocação:

1) Gratificarei-os pelo trabalho.

2) Ninguém entregou-me a notificação.

3) Existem pessoas que ferem-nos gratuitamente.

4) Que susto deste-me com essa mania!

5) Quem de vocês acusar-me-á de corrupto?

6) Trá-lo-ei para que vejam-no.

7) Respondeu a todos, se saindo a contento.

8) Me valha Deus contra tua língua!

9) Imploro-lhe que me deixe em paz.

10) Fi-lo porque qui-lo.

11) Aquilo tocava-me fundo.

12) Não inicia-se frase com pronome oblíquo.

13) Me impuseram pesada multa.

14) Os correligionários tinham feito-lhe uma homenagem.

15) Estou desejando-lhe boa sorte.

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VERBO42

Os verbos dividem-se em:

1. Regulares: aqueles cujo radical43

não se altera e cujas terminações seguem o modelo da

conjugação a que pertencem:

cantar – 1ª conjugação // vender –2

ª conjugação // partir – 3

ª conjugação.

2. Irregulares: aqueles cujo radical se altera ou cujas terminações não seguem o modelo da

conjugação à qual pertencem:

saber – saiba (alteração no radical)

dar – dou (desinência não é a do modelo da primeira conjugação.

3. Anômalos: aqueles cuja conjugação inclui mais de um radical:

ser – sou, era, fui.

4. Defectivos44

: aqueles em que falta alguma forma de conjugação:

reaver – no presente do indicativo só tem a 1ª e a 2

ª pessoas do plural: nós reavemos, vós

reaveis e, consequentemente, nem o presente do subjuntivo, nem o imperativo negativo e só

a segunda pessoa do plural do imperativo afirmativo.

explodir – no presente do indicativo não tem a primeira pessoa do singular e,

consequentemente, nem o presente do subjuntivo, nem o imperativo negativo e só as

segundas pessoas do singular e do plural do imperativo afirmativo.

5. Abundantes: os que apresentam mais de uma forma para o particípio:

acender: acendido e aceso // submergir: submergido e submerso.

6. Auxiliares: aqueles desprovidos total ou parcialmente de sentido próprio, juntam-se a

outro verbo e formam uma unidade de significado, constituindo, assim, uma locução verbal.

Alguns verbos auxiliares são: ser, estar, ficar, ter, haver, continuar, ir, vir, começar, acabar,

etc.

O turismo tem ajudado o desenvolvimento de países pobres. / Ele está cercado de

corruptos. / Continua chovendo.

42

Utilize sempre o recurso de conjugação de verbos de seu dicionário eletrônico. 43

Radical: Elemento que serve de base às palavras de uma mesma família etimológica e que é tomado como

ponto de partida para o estudo da estrutura dos vocábulos numa língua, como luc-, luz-, em elucidar,

translúcido, luzir. 44

Dedique uma atenção especial a esses verbos. Em todos os dicionários digitais, existe um recurso para

conjugação de verbos. Utilize-o, sempre.

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MODOS, TEMPOS VERBAIS E FORMAS NOMINAIS

MODOS E TEMPOS VERBAIS

Modo Indicativo: indica certeza do falante em relação àquilo que enuncia.

Tempos: √ presente: dou

√ pretérito perfeito [dei] / imperfeito [dava] / mais-que-perfeito

(simples [dera], composto [tinha/havia dado])

√ futuro do presente (simples[darei], composto [terei dado]) / do

pretérito (simples [daria], composto [teria dado]

Modo Subjuntivo: exprime atitude de incerteza ou condicionamento do falante perante

o processo que enuncia. É usado em orações que dependem de verbos cujo sentido está

ligado à ideia de ordem, proibição, desejo, vontade, súplica, como os verbos desejar,

duvidar, implorar, lamentar, negar, ordenar, pedir, proibir, querer, rogar, suplicar, por

exemplo.

Tempos: √ presente: que eu dê

√ pretérito perfeito [que eu tenha dado] / imperfeito [se eu desse]/

mais-que-√ perfeito [se eu tivesse dado]

√ futuro: (simples [der], composto [tiver dado])

Modo Imperativo: exprime atitude de ordem ou solicitação.

√ afirmativo: dá tu, dê ele, demos nós, daí vós, deem eles

√ negativo: não dês, não dê, não demos, não deis, não deem

FORMAS NOMINAIS

Infinitivo

Impessoal: simples [dar] / composto [ter dado])

Infinitivo Pessoal: simples [dar eu, dares tu, dar ele, darmos nós, dardes vós, darem

eles] / composto [ter dado, teres dado, ter dado, termos dado, terdes dado, terem

dado]

Gerúndio: simples [dando] / composto [tendo dado]

Particípio: dado

USO DOS TEMPOS E MODOS VERBAIS

A categoria tempo, exclusiva dos verbos, serve para situar o processo verbal em

relação ao momento em que se fala. Há basicamente três tempos:

Presente: indica que o processo verbal ocorre simultaneamente ao momento em que se fala.

Passado: indica que o processo verbal ocorreu antes do ato da fala.

Futuro: indica que o processo verbal vai ocorrer depois do ato da fala.

O pretérito (passado) subdivide-se em:

Pretérito perfeito: exprime um fato concluso > Ex.: O animal morreu.

Pretérito imperfeito: indica que a ação não foi terminada, apresentando, portanto,

aspecto durativo > Ex.: Fulano estudava matemática quando foi convidado para

lecionar no colégio. Esse é o tempo também das ações interrompidas ou repetidas no

passado. Ex.: Fulano lia (estava lendo) o livro quando ela lhe perguntou aquilo ou

Fulano, naquela época, corria todos os dias no parque.

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Pretérito mais-que-perfeito: indica um processo passado anterior a outro também

passado > Ex.: O moço entrou no armazém onde Getúlio estivera com os amigos

dias antes.

O futuro subdivide-se em:

Futuro do presente: indica um processo futuro, a partir de um referencial presente

> Ex.: Amanhã será outro dia.

Futuro do pretérito: indica um processo futuro, a partir de um referencial passado

> Ex.: Se não tivesse parado de beber, na certa se embriagaria.

Segundo o linguista alemão Harald Weinrich, os tempos verbais não sinalizam a

marcação temporal, mas diferenciam dois tipos de atitude comunicativa: uma mais

relaxada, passiva (de simples ouvinte) e outra mais tensa (indicando que o leitor deve reagir

ao discurso), que correspondem, respectivamente, ao mundo narrado e ao mundo

comentado.

● no mundo narrado: os tempos são usados em textos narrativos e indicam uma atitude

mais “relaxada” (no sentido de menos tensa), de quem não se compromete com aquilo

que diz/ lê/ ouve. Os tempos mais usados são os do pretérito perfeito/ imperfeito/ mais-

que-perfeito e futuro do pretérito. Ex.: Cabral chegou ao Brasil em 1500.

● no mundo comentado: os tempos são usados em textos argumentativos (opinativos) e

denotam uma atitude tensa, comprometida, engajada com o que diz, sinalizando ao

interlocutor a necessidade da mesma postura. Os tempos mais usados são o presente e o

futuro do presente. Ex.: O cupim da safadeza rói os intestinos da nação.

Quando se usam os tempos de um mundo no outro, surge o que Weinrich denomina

de metáfora temporal, que é empregada com a intenção de provocar um efeito de sentido.

Assim, o uso dos tempos do mundo comentado no texto narrativo, por exemplo, provoca

uma atitude de maior engajamento do autor, cujo efeito é aumentar a tensão narrativa. Ex.:

Cabral chega ao Brasil em 1500. Observe que esse recurso é amplamente utilizado no rádio

e no telejornal.

Quando a metáfora temporal é usada ao contrário, empregam-se tempos do mundo

narrado no mundo comentado e o efeito é oposto, ou seja, o comprometimento é reduzido,

materializando o recurso da modalização, uma atitude de polidez, que dá margem a um

possível diálogo, sem imposição de um ponto de vista. Ex.: O cupim da safadeza roeria os

intestinos da nação. // Você me daria um minuto de atenção?

Exercício

“De uns tempos para cá, no entanto, os naturebas começaram a divulgar que a clorofila é

capaz de operar verdadeiro milagre também nos corpinhos que não têm caule, folha e

frutos. Ela limparia a corrente sanguínea, fortaleceria o sistema imunológico, revitalizaria o

cérebro, diminuiria a depressão, retardaria o envelhecimento, evitaria a ressaca e – pasme –

até ajudaria no tratamento de doenças como o câncer e a AIDS” (Veja, 10⁄04/2002, p. 73).

1) Qual o papel dos verbos no futuro do pretérito no texto e que efeito de sentido esse

tempo verbal causa.

2) Substitua o futuro do pretérito pelo presente do indicativo e observe que efeito de sentido

isso causa.

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USO DOS TEMPOS E MODOS VERBAIS

1. MODO INDICATIVO: indica certeza do falante em relação àquilo que enuncia.

TEMPOS

I) Presente: indica uma ação que ocorre no momento em que se fala, um fato de caráter

permanente ou um atributo do sujeito. Ex.: Quero sair já. / A Terra gira. / A Terra é redonda.

Usos especiais

com valor de pretérito perfeito (o chamado presente histórico): Em 1500, Cabral

chega, arria as velas, finca as âncoras e desembarca. (é a metáfora temporal de

Weinrich);

com valor de futuro do presente: Amanhã viajo para Ilhéus. (idem)

indicando processo habitual ininterrupto: O homem nasce, cresce e morre.

II) Pretérito: há três pretéritos – perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito.

Pretérito Perfeito: indica uma ação concluída, completamente realizada.

O carteiro entregou a correspondência.

Pretérito Imperfeito: indica, no passado, um fato não concluído ou que ocorria

quando outro se verificou.

Seu gesto mostrava impaciência./ Passava pela rua quando ouviu a explosão.

exprime um fato habitual no passado.

Olhava com curiosidade o animal.

Uso especial

Pode ocorrer com valor de futuro do pretérito (uso típico da linguagem coloquial).

“Se eu fosse você, só usava Valisère.” No lugar de usaria.

Pretérito Mais-Que-Perfeito: indica o passado do passado.

Ele já beijara a vizinha, quando o marido chegou./ Ele já havia beijado...

Usos especiais

com valor de futuro do pretérito ou com valor de imperfeito do subjuntivo.

Mais fizera (= faria) se não fora (= fosse) tão pouco o tempo de que dispunha.

pode ocorrer em orações optativas (orações que exprimem desejos). Quisera

ser rico! / Quem me dera encontrá-lo de novo!

III) Futuro: há dois futuros – do presente e do pretérito.

Futuro do Presente: expressa uma ação que ainda vai realizar-se.

Usos especiais

com valor de presente, exprimindo dúvida, incerteza.

Ele terá hoje uns 20 anos. Ele ganhará, quando muito, o segundo prêmio.

com valor de imperativo. Não cobiçarás a mulher do próximo.

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Futuro do Pretérito:

indica um fato futuro dependente da concretização de outro.

Se ele pedisse, nós o faríamos.

exprime um fato futuro situado no passado e expressa dúvida, incerteza,

probabilidade, suposição, ideia aproximada.

O jogo decidiria quem era o melhor. Eu faria o convite de outra maneira.

Obs.:Este tempo é muito útil ao jornalista, pois o exime de responsabilidade em relação

àquilo que enuncia quando se trata de fatos possíveis, mas ainda não comprovados:

O contrabandista seria responsável por 75% das mercadorias que entram

ilegalmente no país. (não se afirma que ele seja responsável, mas que

possivelmente o seja)

Uso especial

com valor de presente, exprimindo polidez ou cerimônia (é a metáfora temporal de

Weinrich): Você me serviria um cafezinho?

2. MODO SUBJUNTIVO: exprime atitude de incerteza ou condicionamento do

falante perante o processo que enuncia. É usado em orações que dependem de verbos cujo

sentido está ligado à ideia de ordem, proibição, desejo, vontade, súplica, como os verbos

desejar, duvidar, implorar, lamentar, negar, ordenar, pedir, proibir, querer, rogar,

suplicar, por exemplo.

Presente: Ele quer que alguém o ensine a ser feliz.

Imperfeito: Ninguém lhe implorou que fizesse o serviço.

Futuro: Quando houver vaga, ele lhes dirá.

Perfeito: só existe na forma composta. Esperamos que ele tenha encontrado o que

procurava.

Mais-que-perfeito: só existe na forma composta. Se tivessem pensado nos amigos,

teriam sido recompensados.

Exercícios 1) Complete as frases com os verbos indicados, no tempo e modo que julgar

convenientes:

1) Receberei amanhã apenas o que me .(caber)

2) Não é de estranhar que você más notícias. (trazer)

3) Não queríamos que ele se com a carreira. (desiludir)

4) Espero que esta não sua última oferta. (ser)

5) Não é possível que eles se tanto. (odiar)

6)Não lhe dê tarefas que muito esforço. (requerer)

7)Talvez razões que o de falar. (haver/ impedir)

8) Todos ficarão felizes quando o por aqui. (ver)

9)Não queriam que você tais benefícios. (obter)

10) Quando a polícia os , acertaremos as contas. (deter)

11) Enquanto nossa palavra, seremos respeitados. (manter)

12) Se nossa palavra, seríamos mais respeitados. (manter)

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13) Se ela o em casa, estará a salvo. (reter)

14) Se a criança se com os brinquedos, deixará todos em paz.

(entreter)

15) Seria bom que ele a quantia desviada. (repor)

16) Quando o presidente sua autoridade, a sindicância tomará

novo rumo. (impor)

17)Se você meu marido, não o deixe entrar. (ver)

18) Quando a que se expõem, desistirão do projeto. (ver)

19) Se ele até aqui e não nos encontrar, ficará decepcionado. (vir)

20) Gostaria que você a calma. (manter)

2) Nas frases que seguem, o tempo verbal está empregado fora de seu uso habitual.

Indique o tempo que normalmente ocorreria em cada situação:

1) Se eu fosse você, deixava o tempo curar as feridas.

2) Amanhã a gente dá um jeito nisso.

3) “Três vezes submergiste

Três vezes voltaste à flor

E te afogaras não fossem

As redes do meu amor.” (Vinicius de Morais)

4) Você podia / poderia emprestar-lhe duzentos reais?

5) “Que fora a vida se nela não houvera lágrimas?” (Alexandre Herculano)

6) Não fora o calor intenso, teríamos uma bela florada.

7) Honrarás pai e mãe..

8) Não fora por mim, ela teria sido reprovada.

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USO DAS FORMAS NOMINAIS DO VERBO (PARTICÍPIO,

GERÚNDIO, INFINITIVO PESSOAL E IMPESSOAL)

PARTICÍPIO

Alguns verbos possuem dois particípios (um regular, aceitado, por exemplo; e outro

irregular, aceito) por isso são chamados abundantes. Em geral, o particípio regular é

empregado com os verbos TER e HAVER e o irregular com SER e ESTAR. Com os

particípios irregulares exprimimos sobretudo o estado (por isso eles também são adjetivos);

com os regulares, a ação.

O verbo chegar tem somente o particípio regular: chegado. Portanto Eu tinha chego não

existe

Com o particípio não se usa nunca melhor. Deve-se usar mais bem: Ele é mais bem

remunerado que o primo. // Queremos brasileiros mais bem educados.

Exercício 1)Dê o particípio regular e irregular destes verbos:

aceitar

acender

benzer

confundir

corrigir

difundir

dispersar

distinguir

eleger

emergir

encher

entregar

envolver

enxugar

exaurir

expressar

expelir

expulsar

extinguir

findar

imprimir

incorrer

isentar

limpar

matar

misturar

morrer

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murchar

nascer

prender

salvar

secar

segurar

suspender

soltar

submergir

vagar

Com alguns desses verbos, todavia, já não se faz distinção, ou seja, na mesma situação

emprega-se tanto um quanto o outro particípio:

Os sábados e domingos ele tem gasto / gastado em comícios e reuniões políticas.

Foi assassinado a tiros mesmo depois de a família ter pago / pagado o resgate.

Vamos entrevistar aquelas pessoas que têm ganho / ganhado na Sena repetidamente.

Não temos elegido / eleito nosso candidato há vários anos. (Mas com os auxiliares ser e

estar só há uma opção: Ele foi eleito senador.)

Exercício 2) Complete as frases com o particípio adequado:

1) Entregar

a) O ladrão foi à polícia.

b) O carteiro tem a correspondência com atraso.

2) Envolver

a) O presente estava em fino papel.

b) Havíamos o presente num papel especial.

3) Imprimir

a) Foram muitos exemplares daquele livro.

b) O editor havia muitos exemplares do livro.

4) Limpar

a) O quarto foi pela faxineira.

b) A faxineira tem muito mal o quarto.

GERÚNDIO

Evite a repetição excessiva do gerúndio, pois a frase perde a força. Isso não quer

dizer, porém, que o gerúndio seja abominável. Pelo contrário: ele pode e deve ser usado

para expressar uma ação em curso ou uma ação simultânea a outra, ou para exprimir a ideia

de progressão indefinida. Combinado com os auxiliares estar, andar, ir, vir, o gerúndio

marca uma ação durativa, com aspectos diferenciados:

com estar, o momento é rigoroso:

Está havendo, hoje em dia, certo abuso de bebidas.

Os preços estão subindo todos os dias.

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O país está entrando numa crise sem precedentes.

com andar, predomina a ideia de intensidade ou movimento reiterado:

Andei buscando uma saída para a crise.

Andaram falando mal de vocês.

com ir, a ação durativa realiza-se progressivamente:

O tempo foi passando e nada de solução.

Aos poucos ela vai ganhando a confiança do patrão.

com vir, a ação desenvolve-se gradualmente em direção à época ou ao lugar em

que nos encontramos:

O livro não registra como tal expressão vem sendo usada pelos brasileiros.

A noite vai chegando de mansinho.

Há dois tipos de gerúndio:

simples: expressa uma ação em curso, uma ação simultânea a outra:

Mexendo em velhos papéis, encontrei sua carta.

Apresentou-se sapateando e cantando.

composto: expressa uma ação concluída: Tendo chegado à igreja, sentou-

se e orou.

USOS DO GERÚNDIO4546

Evite a repetição excessiva do gerúndio, pois a frase perde a força. Isso não quer

dizer, porém, que o gerúndio seja abominável. Pelo contrário: ele pode e deve ser usado

para expressar uma ação em curso ou uma ação simultânea a outra, ou para exprimir a ideia

de progressão indefinida. Há dois tipos de gerúndio:

simples: expressa uma ação em curso ou uma ação simultânea a outra:

Mexendo em velhos papéis, encontrei sua carta.

Apresentou-se sapateando e cantando.

composto: expressa uma ação concluída: Tendo chegado à igreja, sentou-

se e orou.

O gerúndio está correto quando:

modifica um verbo para juntar-lhe uma circunstância de:

causa: Não tendo dinheiro, contentava-se em olhar vitrines. (Como não

tinha...)

modo: Dizendo impropérios, fechou a porta. (de que modo?)

condição: Podendo, escreverei o texto ainda hoje. (Se puder...)

concessão: Mesmo sabendo que seria preso, saiu à rua. (Apesar de saber...)

tempo: Estando ele de bom humor, a noite era agradável. (Quando estava...)

45

Para saber mais sobre o gerúndio, acesse: http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=10887 46

No endereço http://revista-eletronica.blogspot.com/2009/03/para-voce-estar-passando-adiante.html, há um

texto de Ricardo Freire sobre gerundismo.

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modifica um substantivo ou palavra substantivada:

Vi crianças pedindo esmolas. (... que pediam...)

Eram pedras caindo sobre o ônibus. (... que caíam...)

dois ou mais gerúndios só devem aparecer num mesmo período quando ligados pelas

conjunções e, ou e nem.

Nunca se sabia se estavam chegando ou partindo.

Passaram a noite comendo, bebendo e jogando.

a forma vou estar + gerúndio está correta quando comunica a ideia de uma ação

(durativa) que ocorre no momento de outra. Ex.: Vou estar dormindo quando ele

chegar.

Gerúndio incorreto:

o “gerundismo”: a expressão vou estar + gerúndio é errada quando não indicar um

aspecto durativo, mas somente a ação: Ex.: Vou estar passando seu recado.

quando equivale a uma oração adjetiva. Ex.: Precisa-se de um empregado falando

inglês. (... que fale...)

sendo que:

Nunca use; péssimo recurso de expressão, evitável em todos os casos.

EXERCÍCIOS:

I - Indique a ideia que o gerúndio empresta à construção:

1 - modo 2 - causa 3 - concessão

4 - condição 5 - tempo

( ) Ela anda rebolando

( ) Não quis, sendo sábio, resolver as dúvidas por si mesmo.

( ) Defendia-se dizendo que era ingênuo.

( ) Sendo ainda novo, não quis ir só.

( ) Proferindo o orador essas palavras, a assembleia encerrou-se.

( ) Não estudando, você será reprovado.

( ) Não vendo o poste, colidiu com ele.

II - Corrija:

1) Precisamos de um auxiliar sabendo datilografia.

2) Lula assinou a medida provisória liberando o aumento.

3) Os nacionalistas estiveram cercando a cidade, conseguindo por fim tomá-la, sendo muito

aclamados.

4) Aguarde um momento que vou estar confirmando seus dados

5) A construção seguiu ritmo lento, sendo que só terminou em 1930.

6) O número de pessoas atingidas pela radiação subiu para 21, sendo que duas em estado

grave.

7) O profissional globalizado ajusta-se às novas demandas empresariais, sendo que suas

chances de atuação são ampliadas.

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INFINITIVO

Há dois tipos de infinitivo em português: o impessoal (falar, vender, partir, pôr) e o

pessoal (falar, falares, falar, falarmos, falardes, falarem). Esta é uma das matérias mais

controversas da gramática da língua portuguesa. Na dúvida:

não flexione o infinitivo;

o ritmo, a eufonia e a clareza da frase, em muitos casos, sobrepõem-se a

quaisquer regras.

Infinitivo flexionado ou pessoal (conjugado em todas as pessoas)

Regra básica: O infinitivo é flexionado quando o seu sujeito e o do verbo principal são

diferentes:

Os eleitores acreditam serem Maluf e Fernando Henrique candidatos honestos.

(sujeito da oração principal = os eleitores; sujeito da segunda oração = Maluf e

Fernando Henrique)

(eu) Peço-lhes o favor de (vocês) não chegarem atrasados.

O magistrado repreendeu os patronos, por não procederem com urbanidade na

audiência.

Com sujeitos iguais não há flexão: (nós) Temos o prazer de (nós) participar a vocês

nosso novo endereço.

O infinitivo é flexionado quando ocorre antes do verbo da oração principal, mesmo

que os sujeitos sejam idênticos (alguns autores aceitam o infinitivo impessoal nesse

caso): Cometermos tamanho absurdo, nos não o faríamos.

Obs.: Quando o infinitivo vem depois da oração principal, prefira a forma não

flexionada: Aceitaram o trabalho sem hesitar.

O infinitivo é flexionado na 3a. pessoa do plural para indeterminar o sujeito: Vi

executarem os criminosos.

Infinitivo não flexionado ou impessoal

Usa-se o infinitivo impessoal:

nas locuções verbais47

: Devemos fechar as janelas.

quando tem valor de imperativo: Honrar pai e mãe. / Não estacionar na pista.

47

Locução verbal: locução formada por um verbo auxiliar e um verbo principal no infinitivo, gerúndio ou

particípio.

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com verbos impessoais ou com outros pessoais, mas de forma impessoal: Navegar é preciso.// É possível haver dúvidas.// É proibido proibir.

com os verbos deixar, fazer, mandar, ver, ouvir e sentir quando o sujeito for um

pronome oblíquo:

Mandei-os sair.// Faça-os entrar.// Deixem-nos vir.// É preciso fazê-las falar.

Obs.: Quando o sujeito não é um pronome oblíquo, pode-se flexionar o infinitivo:

Mandei os soldados sair (ou saírem).

Infinitivo com preposição

Não se flexiona o infinitivo com preposição que funcione como complemento de

substantivo e adjetivo ou do verbo principal: As rádios conquistaram o direito de transmitir os jogos.

Convenceu os filhos a voltar cedo.

Eles não são capazes de voltar sozinhos.

Não se flexiona o infinitivo com preposição que apareça depois de um verbo na voz

passiva: Os alunos foram forçados a sair da sala.

Exercícios: I) Complete os espaços com o futuro do subjuntivo ou o infinitivo:

1) Ao os resultados, eles ficarão felizes. (ver)

Quando os resultados, eles ficarão felizes. (ver)

2) Para até aqui, atravessamos a cidade. (vir)

Quando até aqui, deveremos atravessar a cidade. (vir)

3) Depois de os fatos, aceitaremos as críticas. (expor)

Quando os fatos, aceitaremos as críticas. (expor)

4) Ao os estragos, os chefes se retirarão. (ver)

Quando os estragos, o chefes se retirarão. (ver)

5) Ao os livros nas estantes, sejam cuidadosos. (pôr)

Quando os livros nas estantes, sejam cuidadosos. (pôr)

II) Complete as frases com o verbo indicado:

1) Jandira esperou para juntos. (jantar)

2) Deu-nos o suficiente para não fome. (passar)

3) É tempo de de nossos direitos. (saber)

4) Disse falsas aquelas assinaturas. (ser)

5) Ao da escola, vocês poderão nos ver. (sair)

6) Ao os mais velhos, damos prova de civilidade. (respeitar)

7) Antes de o caixão à cova, houve tumulto. (descer)

8) Ouvi o professor. (xingar)

9) Esperamos estas dificuldades. (vencer)

10) Queremos com o novo projeto. (colaborar)

11) Fizeram-nas as faltas. (confessar)

12) Mande-os as janelas. (limpar)

13) Deixei-os , mas procurei orientá-los. (sair)

14) Ouvi-as socorro. (pedir)

15) Vi as ondas Marcelo. (engolir)

16) Havia casos difíceis de . (solucionar)

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17).Essas pessoas são capazes de ao choque das paixões. (resistir)

18) Para , ainda teremos de caminhar muito. (chegar)

19) Percebi muitos os inimigos. (ser)

20) Os alunos foram obrigados a quietos. (ficar)

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BIBLIOGRAFIA

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São Paulo: ABL, 2011.

ASSUMPÇÃO, Maria Elena; BOCCHINI, Maria Otilia. Para escrever bem. 2. ed. São

Paulo: Manole, 2006.

BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de radiojornalismo: produção,

ética e internet. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus,

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CARVALHO, Cláudia; REIS, Lea M. A. Manual prático de assessoria de imprensa. Rio de

Janeiro: Campus, 2008.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed.

Rio de Janeiro: Lexicon, 2009.

FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto. 17. ed. Petrópolis, RJ:

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GARCIA, Othon. Comunicação em prosa moderna. 26. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

KOTSCHO, Ricardo; DIMENSTEIN, Gilberto. A aventura da reportagem. São Paulo:

Summus, 1990.

LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de

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MAFEI, Maristela. Assessoria de imprensa. São Paulo: Contexto, 2004.

MARTINS, Eduardo. Manual de redação e Estilo OESP. São Paulo: O Estado de S.Paulo,

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OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de; BARROS, Edgard de Oliveira. Quem? Quando? Como?

Onde? O quê? Por quê?. São Paulo: Plêiade, 2010.

RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação. Rio de

Janeiro: Campus, 2001.

SQUARISI, Dad; SALVADOR, Arlete. A arte de escrever bem. São Paulo: Contexto, 2005.

VASCONCELOS, Frederico. Anatomia da reportagem. São Paulo: Publifolha, 2008.

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PEQUENO GLOSSÁRIO DE COMUNICAÇÃO JORNALÍSTICA A

Abrir Foto – Ampliar o tamanho da foto na página. Este artifício é usado para valorizar

uma foto de qualidade ou cobrir espaço quando o texto é pequeno

Análise – Texto que analisa determinado assunto. Pode ser em forma de artigo ou de

pequeno box inserido dentro do material

Apurar - Levantar dados para uma reportagem e/ou artigo.

Artigo – Texto assinado de responsabilidade do autor

Aspas – Declaração inserida em uma matéria. Atenção: a expressão Preciso de umas aspas

refere-se à necessidade de se inserir um personagem no texto

Assinatura – Crédito dado ao autor de uma matéria

B Baixar – Mandar uma página para as oficinas do jornal. Aí termina o trabalho editorial e

começa a parte industrial do processo

Barriga – Matéria falsa ou errada. O oposto de '”furo"

Barrigada – O mesmo que barriga

Bater um branco – Expressão usada por cinegrafistas e técnicos de luz que integram as

equipes de televisão, para testar a definição da cor na imagem, antes de começar a gravar

uma entrevista. Usa-se a expressão "bate um branco aí".

Bloco – Parte do telejornal em que a matéria será veiculada. Usa-se o termo "primeiro,

segundo, terceiro bloco".

Boneco (1) – Montagem de folhas representando as páginas do projeto de revista. Usado

para distribuir as matérias e elementos gráficos.

Boneco (2) – Fotografia de um entrevistado em plano americano. Usa-se muito a expressão

"fazer um boneco" ou "bonecar".

Box 1 – Material adicional usado em uma matéria. Serve para destacar uma parte do tema

ou para dar explicações adicionais ao leitor

Box 2 – Texto que aparece na página entre fios, sempre em associação com outro mais

longo. Pode ser um conjunto de informações técnicas relacionadas ao texto principal, a

história de um personagem citado na reportagem, ou até mesmo um minieditorial da

publicação relacionado ao tema da manchete.

Briefing – Conjunto de informações que uma empresa reúne para apresentar ao seu

profissional de comunicação (seja ele um funcionário ou uma agencia externa) sempre que

deseja tornar algum fato público, seja através de campanhas publicitárias, ou de ocupação de

espaço editorial.

C Cabeça – Marca no alto página usada para definir a Editoria responsável pelo trabalho. Em

alguns jornais, é usada para definir o tema da página.

Cabeçalho – Informações gerais e obrigatórias sobre a publicação. Inclui número da página,

título e data da publicação

Caderno – Conjunto impresso formado por no mínimo quatro páginas. Veja também

suplemento e macarrão.

Calhau – Pequeno anúncio do próprio jornal usado para cobrir espaço não utilizado na

página. Botar calhau significa acelerar o processo de fechamento colocando um anúncio em

lugar do espaço inicialmente previsto para a matéria.

Capitular – Letra em tamanho maior usada para marcar o início de um texto. Veja também

intertítulo.

Cartola – O mesmo que retranca ou chapéu. Uma ou mais palavras usadas para definir o

assunto da matéria. É usada sobre o título do texto.

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Case – Ver personagem.

Centímetros – Medida usada para mesurar o comprimento do texto.

Chamada – Resumo de uma reportagem para ganhar destaque na primeira página de um

jornal, na capa de uma revista, ou na introdução de um telejornal ou noticiário radiofônico.

Chapéu – Pequena retranca usada numa matéria curta ou não coordenada com a matéria

principal. Veja segundo assunto e curta.

Chupar – Plagiar, usa-se a expressão "chupar matéria".

Clipping – Seleção e recorte de notícias sobre a empresa, ou sua área de atuação, a partir da

leitura e acompanhamento dos jornais diários, revistas semanais e de publicações

especializadas.

Cobertura – Acompanhamento e apuração de um ou mais fatos, para transformá-lo(s) em

notícia. Pode ser realizado por um ou mais repórteres, dependendo da importância e

amplitude do fato para o veículo que pretende publicá-lo.

Coleguinha – Sinônimo de jornalista.

Coluna (1) – Espaço padronizado para se dispor o texto na página.

Coluna (2) – Espaço fixo usado por jornalista contratado especialmente. Pode ser analítica

ou de notas.

Coluna falsa – Coluna fora da medida padronizada pelo jornal.

Copydesk ou copidesque – Veja também redator. Termo importado dos Estados Unidos por

Pompeu de Souza durante a reforma do Diário Carioca. Na época poucos repórteres

escreviam a matéria. Eles chegavam e ditavam o texto para o editor. Pompeu obrigou-os a

escrever. Para transformar o texto incompreensível dos repórteres em algo legível existia

uma Mesa de Textos (Copy Desk em inglês) com os melhores redatores do Diário Carioca. O

termo incorporou-se à linguagem jornalística como sinônimo de redator.

Copidescagem – Tratamento que uma notícia recebe de um redator depois de ser entregue

pelo repórter à sua editoria. Vai desde a simples titulagem e uma ou outra adequação de

vírgulas, até a total reestruturação do texto, em função de uma redução no espaço para

publicação ou de decisão editoriaI de ressaltar aspectos não destacados pelo repórter.

Comentário – Pequeno artigo. É sempre assinado.

Contraplano – Gravar trechos da entrevista focando o repórter, para fazer cortes na edição

da matéria. Geralmente o contraplano é gravado após o término da entrevista.

Corpo – Tamanho do tipo usado na impressão.

Costurar – Juntar as informações em um texto. Usa-se a expressão "costurar o texto" e/ou

"alinhavar o texto".

Cozinha – Termo muito usado em jornal para definir as funções ligadas ao fechamento,

como copo, diagramação, secretaria. Usa-se a expressão "cozinha de jornal".

Cozinhar – Reescrever texto já publicado em outro veículo. Geralmente, quando utilizam

esse recurso, um jornal ou uma revista citam a publicação de origem.

Crédito – Assinatura usada em foto ou para marcar material produzido por agência ou outra

publicação.

Crônica – Coluna ou texto que aborda tema do cotidiano, geralmente utilizando forma

literária.

Curta – Matéria com, no máximo, 15 centímetros de texto.

D Deadline – Horário limite para se finalizar uma matéria ou página.

Declaração – Texto ou opinião oficial expressa verbalmente por entrevistado.

Dedo-duro – Referência colocada em uma matéria para remetê-la para outro assunto em

página diversa. Também conhecida como Leia mais.

Diagonal – Reduzir proporcionalmente a foto na página.

Diagrama – Folha retirada do caderninho para guiar o início do trabalho de diagramação

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Diagramação – Dispor o material na página.

Diagramação horizontal – Sistema onde as matérias estão dispostas horizontalmente na

página. Ver Projeto.

Diagramação vertical - Sistema onde as matérias estão dispostas verticalmente na página

Ver Projeto.

Deadline – Data e/ou horário em que um repórter precisa entregar sua matéria apurada e

escrita ao editor.

Derrubar – Argumentar contra uma pauta, para que ela não vire matéria. Usa-se a

expressão "derrubar a matéria".

E Editor – Chefe de uma .

Editoria – Conjunto de jornalistas responsável por determinado tema em uma redação.

Editorial – Texto com a opinião da publicação.

Enquete – Pequenas entrevistas para levantar a opinião da comunidade.

Espaço – Área prevista para a edição do material.

Expediente – Quadro com os dados gerais da publicação. Consta obrigatoriamente a relação

de diretores e editores-chefes e endereços.

Editoria – Maneira como as redações de jornais e revistas se estruturam. Cada uma delas

agrupa assuntos afins.

Editorial – Texto onde o jornal expressa sua opinião. Não é assinado para que caracterize

formalmente a posição do veículo.

Emplacar – Aprovar uma pauta, fazer a matéria e tê-la publicada. Usa-se a expressão

"emplacar matéria".

Estourar – (o prazo) Passar da hora. Usa-se muito "estourar o horário de fechamento" (veja

"fechamento").

Esvaziar – Tirar sentido ou conteúdo de uma matéria.

Esquentar – Publicar matéria velha com tratamento de grande novidade, justificado por

novas informações nem sempre verídicas. Usa-se pejorativamente: "esquentar matéria" ou

"requentar matéria".

F Fac-símile – Cópia de documento

Feature – Matéria com texto especial, fora do padrão do jornal, sobre assunto agradável ou

inusitado.

Fechamento – Horário estabelecido para as matérias baixarem para as oficinas.

Fio – Linha usada para dividir textos ou matérias. Também usada para realçar fotos

Fluxo – Cronograma previsto para cada página ou caderno baixar para a oficina. Destina-se

a impedir o engarrafamento de páginas no processo de pré-impressão (feitura do fotolito e

chapas).

Foca – Jornalista iniciante.

Fonte (1) – Origem de notícia.

Fonte (2) – Modelo de letra usado na impressão.

Foto-legenda – Pequena matéria, de no máximo 20 linhas, usada para explicar ou destacar

foto.

Fotolito – Filme gráfico negativo usado para queimar a chapa.

Frase – Box que destaca em corpo maior declaração de entrevistado.

Fundo – Cor usada para destacar matéria, título ou Box.

Fade áudio – Termo que na televisão define o fim de uma matéria e/ou cena com a

diminuição gradativa do som.

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Fade vídeo – Mesma utilização do termo acima para imagem.

Faro – Talento para descobrir notícia. Usa-se a expressão "faro para notícias" ou 'farejar

notícias".

Features – Reportagens construídas a partir de um fato, para abordar situações mais

abrangentes. Geralmente são matérias especiais, que requerem mais tempo para serem apu-

radas e integram as edições de fim de semana, quando os veículos dispõem de mais espaço

editorial.

Fechamento – Conclusão do trabalho de edição.

Flash – Síntese de cinco linhas de uma matéria. Geralmente é usada em chamadas de rádio.

Usa-se a expressão "passar um flash".

Foca – Jornalista novato.

Foco – O objetivo de uma matéria.

Fonte – Quem fornece informação à imprensa, seja por iniciativa própria, ou atendendo a

uma solicitação.

Free-lancer – Quem presta serviço jornalístico sem manter vínculo empregatício com o

veículo, agência de notícias, de publicidade e/ou de comunicação.

Fria – Adjetivo para classificar uma reportagem sem cor local. Usa-se a expressão "a

matéria está fria".

Frila – Corruptela de free-lancer.

Furo – Informação importante e verdadeira que apenas um veículo publica.

G Ganhar na foto – Diminuir a foto na altura ou largura de maneira a ganhar mais texto. O

corte não é proporcional

Gancho – Argumento de uma reportagem.

Garimpar – Sinônimo de "cavar". Usa-se "garimpar a informação ".

H

House organ – Publicação empresarial dirigida a um público específico, que pode ser

interno ou externo. Pode ser jornal, revista ou newsletter.

I Indicadores – Lista de dados do mercado financeiro em forma de tabela

Informação de cocheira – Informação de bastidor (geralmente dada em off ).

Infográfico – Artifício gráfico que envolve imagem e pequenas informações de texto que se

complementam

Insert – Tipo de box. Pequeno texto sobre material adicional ao assunto principal

Intertítulo – Título curto usado para destacar determinado tema dentro da matéria sem

retirá-lo do corpo principal do texto. Também é usado para dar movimento e leveza à

diagramação.

J

Jabá – Corruptela do termo jabaculê que define brindes dados a jornalistas com o objetivo

de "comprar" a sua imparcialidade.

L

Lauda – Denominação para cada folha de texto escrito, que serve de parâmetro para

calcular quantos centímetros a matéria ocupará na página impressa. Geralmente, uma lauda

tem 25 ou 30 linhas, com 72 ou 62 batidas cada.

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Lead ou Lide – Abertura de matéria tradicional. Precisa responder a seis perguntas básicas:

o que, quem, quando, onde, como e por quê.

Legenda: Texto que identifica personagens elou cena na foto jornalística. Geralmente, tem

uma linha.

Legenda – Linha de texto colocada sobre a foto. Artifício adicional para destacar o tema da

matéria

Lidão – Texto de até 60 linhas usado em reportagens para coordenar matérias diversas sobre

um mesmo tema

Linha fina – Pequena linha de texto usada sobre ou logo abaixo do título para destacar

informações da matéria.

Linha de tempo – Dados dispostos em ordem cronológica com fotos e ilustrações. Podem

ser colocados na página vertical ou horizontalmente

M Macarrão – Inserção de duas páginas usada para ampliar o caderno

Matéria – Texto preparado jornalisticamente

Matéria analítica - Texto preparado jornalisticamente procurando estabelecer futuros

desenvolvimentos dos fatos

Matéria fria – Matéria que independe de sua atualidade para ser publicada

Matéria interpretativa – Texto preparado jornalisticamente tentando explicar os fatos

Memória - Texto preparado jornalisticamente lembrando antecedentes do fato

Manchete – Título do principal assunto da edição de um jornal.

Mastigar – Destrinchar, trocar em miúdos, explicar didaticamente.

N Normas de redação – Conjunto de regras usadas para padronizar a produção de textos,

títulos e legendas

Nota oficial – Documento impresso com a opinião de uma determinada fonte

Nariz de cera –Parágrafo introdutório em um texto que retarda a abordagem do assunto

enfocado e tende à prolixidade. É o oposto do lead e totalmente desnecessário.

Nota – Pequena notícia ou comentário publicado por coluna.

Nota oficial – Comunicado por escrito que empresas ou Governo enviam às publicações,

quando só querem se pronunciar uma vez sobre algum assunto. Geralmente, é usada em

situações de crise.

Notícia – Informação que se reveste de interesse jornalístico. Puro registro de fatos sem

comentários, julgamentos e/ou interpretações.

O Off – Declaração dada sob compromisso de não revelar a fonte

Off the records – Declaração que o entrevistado dá com a condição de não tê-la atribuída a

si (sentido mais comum). Usa-se muito a expressão "informação em off'.

On the records – O contrário de off-the-records.

Olho – Box que destaca determinado assunto da matéria

On – Declaração sem impedimento de revelar a fonte

P Pauta furada – Informação falsa

Pé da matéria – Final do texto. Cortar pelo pé significa retirar os últimos parágrafos sem se

preocupar com a qualidade da informação contida no texto

Perguntas e respostas – Matéria disposta sob a forma de um questionário. Serve para

explicar aspectos do tema

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Personagem – Texto para mostrar quem é o ator principal da matéria

Pingue-pongue – Matéria em forma de perguntas e respostas

Ponto a ponto – Box onde os principais pontos da matéria estão descritos por itens

Povo fala – Enquete com populares sobre determinado assunto (veja enquete)

Projeto gráfico – Padronização usada pela publicação para dispor uniformemente matérias,

fotografias e adereços gráficos

Pauta – Conjunto mínimo de informações sobre temas variados que constitui o ponto de

partida para a produção de notícias de uma publicação.

Perfil – Reportagem biográfica que mistura declarações de uma pessoa, dados biográficos e

comentários sobre o personagem em foco.

Plantar – Denominação usada para definir a colocação por uma fonte de uma nota em uma

coluna, ou de uma matéria em uma seção. Diz-se plantar uma nota e/ou uma matéria.

Press kit: – Pasta contendo um conjunto de informações a ser distribuído à imprensa, com o

objetivo de informá-la previamente sobre algum assunto relevante, que será detalhado em

uma en trevista, por exemplo. Pode reunir textos, gráficos, tabelas, ilustrações e/ou fotos.

Press release – Informação escrita que as empresas, instituições e/ou Governo enviam às

redações ou entregam a jornalistas. Funciona como subsídio para o trabalho jornalístico; não

é a notícia.

Press-tour – Viagens nacionais e/ou internacionais programadas pelas empresas para que a

imprensa conheça melhor suas atividades.

Q Quadro – Box para explicar determinada informação da matéria

Queimar – Desgastar a imagem.

Quente – Qualificação para uma boa informação e/ou fonte. Usa-se a expressão

"informação quente" é/ou 'fonte quente".

R Redator – Jornalista especializado em rever o texto do repórter e em preparar títulos e

legendas. Na nova concepção de jornalismo, o profissional não se especializa mais em uma

determinada área da produção de texto e edição.

Release – Matéria preparada por assessoria de imprensa

Repercutir – Prosseguir num assunto do próprio jornal ou de outro. Veja suíte

Reportagem – Matéria com grande centimetragem, cobrindo integralmente determinado

assunto

Retícula – Malha gráfica aplicada sobre texto ou foto para aliviar tonalidade e facilitar

impressão

Retranca – Palavra ou pequena frase usada sobre o título para apresentar o tema da matéria

Resenha –Resumo e crítica de um ou vários livros sobre um mesmo assunto.

S Seção – Sinônimo de editoria ou coluna de opinião ou nota

Selo – Pequeno desenho para marcar matérias afins ou campanhas do jornal ou revista

Serviço – Pequeno texto usado no pé da matéria contendo endereço, página web ou telefone

de algo citado na matéria

Standard – Tamanho padrão de jornal

Sub – Matéria coordenada com a principal da página; título informal usado pelo subeditor

Sublead – Parágrafo colado ao lead da matéria

Suíte – Prosseguir num assunto do próprio jornal ou de outro. Veja suíte. Também se usa o

verbo suitar no sentido de repercutir

Suplemento – Caderno adicional ao material principal do jornal

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Side – Texto que complementa texto principal.

Sonora – Entrevista no jargão dos telejornais. Usa-se a expressão "gravar uma sonora".

Sub-retranca – Outra denominação para box. Texto que está associado ao texto principal.

Suíte –Desdobramentos de uma notícia.

T Tabela – Gráficos numéricos dispostos ordenadamente

Tabloide – Formato de jornal igual a metade da página do jornal standard

Template – Modelo de página, dentro do projeto gráfico, que serve para iniciar o processo

de diagramação

Tijolinho – Informação contida em roteiros

Título – Frase usada no alto da matéria para chamar a atenção do leitor (veja manchete)

Toques – Número limite de letras, espaços em branco e sinais ortográficos capazes de caber

numa linha de título, legenda, sutiã ou olho

Tripa – Coluna imprensada por anúncio ou anúncios de grande tamanho

Trocar figurinha – Trocar informações com colegas do próprio jornal ou de jornais

concorrentes

Teaser – Informação qúe funciona como "isca" para suscitar o interesse da imprensa.

Geralmente se traduz por uma nota publicada em coluna.

No noticiário de televisão, o termo é usado para definira imagem de maior impacto de uma

notícia e que é usada como chamada para o noticiário que irá ao ar mais tarde.

O termo também é usado em publicidade, para definir peças de anúncios colocados para

chamar a atenção do público para uma campanha veiculada logo depois.

Texto-legenda – Texto curto e sempre editado com uma foto.

V Vazar – Divulgar para a imprensa uma informação sigilosa. Usa-se a expressão "a

informação vazou"'.

Vazado – Texto claro colocado sobre fundo escuro

Vender – Sugerir um assunto para ser apurado como notícia. Usa-se muito "vender uma

pauta".

Vender a pauta – Sugerir determinado tema ao editor