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Rede Social Corporativa e seus impactos nos Processos e Modelos de Negócios Rosana de Almeida 1 Alberto Luiz Albertin 2 Resumo Objetivo: Verificar o impacto do uso da Rede Social Corporativa nos processos e nos modelos de negócios de uma organização. Originalidade/lacuna/relevância/implicações: Apresentar nova abordagem sobre Rede Social Corporativa (RSC), em relação aos processos e os modelos de negócio (MN). Oferecer subsídios para os projetos de implantação e uso de RSC de organizações, avançar nos conceitos da sua utilização como software social e obtenção de resultados para os gestores. Principais aspectos metodológicos: Pesquisa alicerçada pela abordagem qualitativa. Trata-se de estudo de caso único de grupo empresarial brasileiro, sediado no estado de Minas Gerais. Os dados foram construídos mediante entrevista semiestruturada. Utilizou-se técnica da análise de conteúdo para examinar os dados, com apoio de software de análise de dados qualitativos. Síntese dos principais resultados: Constatou-se em 27 referências que a RSC pode ser usada como software social nos processos de negócio. Não se evidenciou surgimento de novos MN a partir da sua utilização nestes. A criação de valor pela RSC está evidenciada nos processos internos da área comercial, gerando valor a organização. Principiais considerações: Resultados evidenciaram que a implantação e o uso da RSC nos processos de negócios impactam o Grupo empresarial estudado. A agilidade, a co-criação nos processos, criam valor e resultados positivos para a organização. Palavras-chave: Rede social corporativa; Processos de negócio; Modelos de negócio; Criação de valor; Uso de TI. 1 Doutoranda em do Programa de pós-graduação em Administração de Empresas EAESP-FGV-SP 2 Professor doutor do Programa de pós-graduação em Administração de Empresas - EAESP-FGV-SP

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Rede Social Corporativa e seus impactos nos Processos e Modelos de Negócios

Rosana de Almeida1

Alberto Luiz Albertin2

Resumo

Objetivo: Verificar o impacto do uso da Rede Social Corporativa nos processos e nos

modelos de negócios de uma organização.

Originalidade/lacuna/relevância/implicações: Apresentar nova abordagem sobre Rede

Social Corporativa (RSC), em relação aos processos e os modelos de negócio (MN). Oferecer

subsídios para os projetos de implantação e uso de RSC de organizações, avançar nos

conceitos da sua utilização como software social e obtenção de resultados para os gestores.

Principais aspectos metodológicos: Pesquisa alicerçada pela abordagem qualitativa. Trata-se

de estudo de caso único de grupo empresarial brasileiro, sediado no estado de Minas Gerais.

Os dados foram construídos mediante entrevista semiestruturada. Utilizou-se técnica da

análise de conteúdo para examinar os dados, com apoio de software de análise de dados

qualitativos.

Síntese dos principais resultados: Constatou-se em 27 referências que a RSC pode ser

usada como software social nos processos de negócio. Não se evidenciou surgimento de

novos MN a partir da sua utilização nestes. A criação de valor pela RSC está evidenciada nos

processos internos da área comercial, gerando valor a organização.

Principiais considerações: Resultados evidenciaram que a implantação e o uso da RSC nos

processos de negócios impactam o Grupo empresarial estudado. A agilidade, a co-criação nos

processos, criam valor e resultados positivos para a organização.

Palavras-chave: Rede social corporativa; Processos de negócio; Modelos de negócio; Criação

de valor; Uso de TI.

1 Doutoranda em do Programa de pós-graduação em Administração de Empresas – EAESP-FGV-SP

2 Professor doutor do Programa de pós-graduação em Administração de Empresas - EAESP-FGV-SP

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1 INTRODUÇÃO

O ambiente empresarial tem presenciado a adoção de novas tecnologias, como as

sociais. Elas têm transformado a Web: de uma plataforma de consumo de conteúdo passiva

para uma ativa, com contribuições na sua produção e disseminação. As redes sociais são

exemplo disso, suportando comunicação, compartilhamento e colaboração interpessoal

usando plataformas baseadas na Internet e, devido ao baixo custo, trazem implicações para

empresas, governo e sociedade.

Essas redes podem ser abertas, voluntárias ou corporativas e estas podem ser

voluntárias, formadas espontaneamente pelos membros da organização ou mandatórias,

criadas por ela (Bobsin & Hoppen, 2011). Por suas características, as Redes Sociais

Corporativas (RSC) podem favorecer os processos de negócios e a criação de modelos de

negócios que atendam às estratégias organizacionais (Albertin, 2010, p. 164; Cruz & Mattos,

2013; Trkman, 2010), além da criação de valor vinculada a esses processos.

Na gestão dos processos de negócio a RSC pode funcionar como software social

propiciando agilidade e socialização dos processos (Brambilla et al., 2012; Erol et al., 2010;

Kane, 2012; Benkler, 2006), que influencia o modelo de negócio (MN) de uma organização,

que, por sua vez, interage com a estratégia e com os processos empresariais apoiados pela

Tecnologia da Informação (TI) (Al-Debei & Avison, 2010).

Este artigo busca verificar o impacto da implantação e uso da RSC nos processos e

nos modelos de negócios da organização. Por se tratar de tema pouco investigado, a natureza

do estudo é exploratória. Adotou-se a abordagem qualitativa, por meio de estudo de caso

único em profundidade, com a RSC de um grande grupo empresarial nacional como unidade

de análise.

Segue-se a revisão da literatura, o desenvolvimento teórico e metodológico, a análise

dos resultados, as conclusões e referências.

2 REVISÃO DE LITERATURA

A base teórica do trabalho está organizada na seguinte ordem: tecnologia da

informação; redes sociais corporativas; processos de negócios; modelo de negócios e criação

de valor.

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2.1 TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

A Tecnologia da Informação (TI) surgiu na década de 60 como ferramenta que

propiciou a utilização de informações de forma fácil e ágil, permitindo integração das áreas e

dos processos organizacionais (Reinhard, 1996) e desafiou os gestores a desenvolver

competência e habilidade para lidar com a quantidade de dados e informações de todos os

níveis organizacionais.

Segundo Albertin e Albertin (2016), “O uso de TI deve ser entendido de acordo com a

perspectiva, visão e valor que a organização tem desta tecnologia, que definem o nível de

utilização e inovação oferecido por este uso” (p.16).

Algumas empresas têm dificuldades em aproveitar todas as suas funcionalidades,

recursos e oportunidades. A TI pode melhorar a eficiência da organização, contribuir nos

processos de negócio e de gestão que vão culminar na satisfação dos seus clientes (Meirelles,

1994).

Como componentes de TI temos as redes, os softwares e os hardwares, os

procedimentos, os bancos de dados e a presença dos indivíduos, que com a internet passaram

a ter melhor integração. O ser humano não é considerado um componente, mas sim a sua

presença, pois ela é que cria a utilidade da TI no ambiente organizacional.

Isso exige das empresas desenvolver novos modelos de negócios e requer que façam

escolhas críticas que podem permitir ou impedir o sucesso dos negócios (Weill, Subramani, &

Broadbent, 2002).

Quanto aos benefícios do uso de TI pelas organizações relacionamos: redução de

custos, produtividade, flexibilidade, qualidade, inovação e aspectos de gestão, contribuindo

para o desempenho organizacional (Albertin & Albertin, 2008; Laudon & Laudon, 2007),

com a melhoria e automação de processos e planejamento (Davenport, 1994), comunicação

interna e externa, seguidas de agilidade e competitividade (Klering, 1997).

Esses aspectos contributivos da TI podem estar associados a um indivíduo, a uma

organização ou a um grupo empresarial (Gibson, Ivancevich & Donnelly, 1988).

Alguns autores acrescentam outros elementos como o monitoramento e

relacionamento com fornecedores (Sacool et al., 2004) e a TI como elemento essencial e

facilitador da aprendizagem (Almeida & Mello, 2004). Albertin e Albertin (2008) alerta que

esse cenário positivo que está sendo aproveitado pelas empresas brasileiras, com ampla

utilização da TI, além de benefícios importantes, apresenta desafios para a gestão das

organizações, aumentando também, a sua dependência.

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A gestão das organizações passou a ter estrutura mais horizontal e descentralizada,

com equipes mais flexíveis, em que o processo decisório é tido com base em informações

atualizadas, adequando seus produtos e serviços às exigências de mercado e às necessidades

dos clientes, ao contrário do que se tinha anteriormente, com estruturas mais verticais,

processos rígidos e restritos acessos às informações (Laudon & Laudon, 2007, p.134). Essa

transformação, por conta da presença e uso da TI, possibilita novo modelo de estrutura

organizacional e gestão, pois há arranjos flexíveis e coordenados de grupos de trabalho em

rede e orientados para o cliente, com um nível de profissionalismo e conhecimento,

aumentando a sua eficácia.

Kalakota & Robinson (2002) argumentam que essa influência direta da TI na gestão

das organizações deve alertar os gestores sobre níveis de tomada de decisão e sua interligação

com o projeto de negócios relacionando-os ao valor para o cliente, os segmentos e a

capacidade e infraestrutura organizacional. Os autores reafirmam que nesse ambiente

mutável e de múltiplas variáveis, armas de diferenciação como baixo custo, qualidade e

melhoria no processo sustentam muito menos o crescimento. Alertam ser “projeto de

negócios” a principal parte da estratégia empresarial (p.112).

Aspectos culturais, nível de investimento em TI, ações gerenciais que mostram o

comprometimento dos diversos níveis organizacionais são aspectos que ratificam a

importância da TI para a empresa e seu grau de dependência (Fernandes & Alves, 1992).

2.2 REDES SOCIAIS CORPORATIVAS

Uma rede social é um conjunto de atores (ou pontos) e nós (ou agentes) que podem ter

conexões uns com os outros, podendo ser composta por poucos ou muitos atores, e contendo

um ou mais tipos de relações.

Quanto maior o grau de conexão de um indivíduo, maior a capacidade de mobilizar

recursos (capital social) e de trazer perspectivas múltiplas e diversas para solucionar

problemas.

Em 1985, Granovetter reflete sobre as relações e seus vínculos sociais na sociologia

econômica, com o conceito de embeddedness, ou imersão. Granovetter sustenta que “as

transações econômicas de todo tipo estão repletas de conexões sociais” (p. 63) e que são

dependentes.

A partir de Granovetter, Halinen e Törnroos (1998) abordaram embeddedness nas

dimensões: social, cultural, tecnológico, mercadológico, político, temporal e espacial.

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Dimensões cognitiva, cultural e política observadas em Zuquim e DiMaggio (1994) e Borgatti

e Foster (2003) inseriram o embeddedness na questão do domínio das redes.

Para Burt (2000) as redes sociais são como um conjunto de atores que se ligam através

de relações sociais. Assim, elas podem ser consideradas como uma estrutura social formada

tanto por indivíduos quanto por organizações que se relacionam e interagem num ambiente

virtual através de Tecnologia de Informação e Comunicação - TIC (Sangwan, Guan &

Siguaw, 2009).

As tecnologias agem como suporte às redes sociais, mas elas por si só não as

promovem, isso está relacionado às questões culturais em que a rede se efetiva, e a adoção

dessa tecnologia pelos seus participantes.

As características das redes sociais são propiciar interação dos membros

independentemente de sua localização geográfica. A relação espaço-temporal também

possibilita que a comunicação entre os atores se confirme de forma síncrona e assíncrona,

acarretando interação instantânea e, ainda, a capacidade de expansão do número de

participantes, que aumenta a cada minuto (Castells, 1999).

Segundo Wasserman e Faust (1999) a importância das redes sociais se origina do tipo

de recursos que circulam dentro delas. Consideradas canais privilegiados de troca de recursos,

materiais ou não e podem dar condições diferenciadas àqueles que os detém. Quanto mais

ampla e diversificada for a rede, maior será a variedade de recursos que ali circularão (Vale &

Guimarães, 2010).

As características presentes nas RSC a estabelecem em um contexto de suporte ao

trabalho em que podem ser para o compartilhamento de conhecimento (Lin, 2006);

comunidades de prática (Schröeder, 2006) e de gerenciamento de conhecimento (Costa et al.,

2009). Em geral, seu funcionamento é determinado pela estrutura formal organizacional e,

ainda, o objetivo da tarefa a ser realizada por seus membros.

Além da integração dos participantes mediada pela infraestrutura de TI e orientação e

apoio da organização, Santaliestra (2007) cita outras características como a existência de

objetivos comuns aos participantes: convivência com os diferentes tempos, culturas e

processos heterogêneos; circulação de informações; produção de conhecimentos; articulação;

colaboração; cooperação; horizontalidade nas relações e não-hierarquização; socialização do

poder e negociação.

As TICs que suportam as redes sociais nas organizações têm mecanismos que

permitem a comunicação e também a colaboração e a coordenação dos atores, sempre

buscando favorecer a realização do trabalho do grupo (Zancan, 2008).

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Podemos entender que o ambiente de uma RSC se constitua em ambiente propício

para troca de informações, conhecimento, relações etc, pois segundo Tsai e Bagozzi (2014) os

membros de comunidades virtuais muitas vezes atuam em conjunto com outras e revelam

intenções que são compartilhadas explicitamente.

2.3. PROCESSOS DE NEGÓCIOS

Um processo é um grupo de atividades realizadas em sequência lógica (input, valor,

output) com objetivo de produzir bem ou serviço de valor para um grupo específico de

clientes e com tempo determinado (Gonçalves, 2000, pg.7). A ideia é de um fluxo de trabalho

que utiliza recursos organizacionais (tangíveis e intangíveis) e que cumpre um objetivo.

Segundo Malhotra (1998) atividades coordenadas, pessoas, procedimentos e

tecnologia são o que definem os processos empresariais e os processos de negócios são os que

representam uma nova abordagem à coordenação de atividades na organização.

Categorizados por Garvin (1998) os processos empresariais são: processos de negócio

caracterizando a missão da empresa, sua atuação, que suportados por outros internos, resultam

no produto ou serviço entregue ao cliente; processos organizacionais, são os que integram e

viabilizam o funcionamento dos vários subsistemas, garantindo o bom desempenho e o

suporte adequado aos processos de negócio; processos gerenciais com foco nos gerentes e nas

ações de controle, medição e ajustes do desempenho organizacional.

Os dois últimos apoiam e dão suporte ao funcionamento dos processos de negócio,

são processos de informação e decisão e podem ser verticais e horizontais (Gonçalves, 2000).

Os verticais estão atrelados ao planejamento e orçamento e se relacionam com a alocação de

recursos essenciais e, muitas vezes, escassos como fundos e talentos. Já os horizontais,

também chamados de laterais por Galbraith (1995), são estruturados no fluxo de trabalho, são

eles: voluntário - o trabalho ocorre pela iniciativa do grupo e contato voluntário entre seus

membros; formais - o fluxo de trabalho está definido em documentos formais da empresa, e

coordenado - o fluxo de trabalho exige times de organização complexa e formal (Gonçalves,

2000, p.12).

Uma das características é a interfuncionalidade, pois os processos de negócio,

atravessam todas as áreas funcionais e são chamados de transversais, transorganizacionais

(cross-organizational), interfuncionais e horizontais.

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Clientes, internos ou externos constitui outra característica essencial dos processos,

pois esses são realizados em um fluxo de valor dentro da organização com o objetivo de

entregar um resultado para eles.

Atualmente a gestão por processos, Business Process Management – BPM é baseada

em objetivos externos (voltados para o cliente), os recursos empregados são agrupados para

realizar um trabalho completo e a informação é direcionada para onde é necessária, sem ruído

e sem o filtro da hierarquia e uma liderança, que deve seguir modelos diferentes dos que na

gestão funcional. Há ainda a TI que influencia na realização do trabalho e seu gerenciamento,

potencializando o relacionamento pela troca de informação com ambientes colaborativos e

criando diversas oportunidades de negócios.

Estudos recentes têm apontado para uma nova concepção de BPM, que é a Social

BPM ou a gestão social de processos de negócios, pois com a difusão da Web, muitas

organizações têm migrado suas aplicações B2C, B2B e B2E3 para essa arquitetura,

principalmente a Web Social que está afetando as práticas das empresas, como as plataformas

de redes profissionais que são usadas por áreas como Recursos Humanos e Marketing.

O Social BPM prevê o desenho, desenvolvimento e execução de soluções de BPM que

têm como abrangência a comunicação como ferramenta social, as comunidades abertas de

executantes (envolvidos) e alocação e execução de tarefas para os atores, através de interações

com plataformas de redes sociais (Brambilla et al., 2012).

A agilidade nos modelos de BPM é um dos seus principais desafios. BPM é chamado

de ágil quando é capaz de reagir rapidamente e de forma adequada aos eventos internos e

externos” (Bruno et al., 2011, p. 297). O estudo dos autores defende que o software social

(SWsocial) permite a realização de um BPM ágil, aplicando as quatro características do

software social, que são: laços fracos, produção social, igualitarismo e prestação mútua de

serviço.

O SWsocial aqui é entendido como aquele que suporta a interação social e a produção

social, e eleva o nível e o âmbito de aplicação da interação facilitada por computadores e

redes informáticas. Vários são os exemplos desse tipo de software, como a Wikipedia,

Linkedin, Linux, Facebook etc (Erol et al., 2010; Bruno et al., 2011). Encontramos também

outras denominações para essa concepção como Mídia Social e Tecnologia Social em estudos

de Brambila et al., 2012; Kane, 2014; Kiron, 2012).

Segundo Benkler (2006); Tapscott & Williams (2006) o SW apoia a produção social, pois cria

artefatos, combinando as entradas a partir de contribuintes independente e sem determinar o caminho

3 B2C – business to consumer; B2B – business to business, B2E – business to employee.

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de realização. Através da fusão das funções de contribuintes (aqueles que são responsáveis) e

consumidores (usuários finais) introduzindo uma cultura de confiança, ao invés de procedimentos

formais de acesso ao processo, abolindo estruturas hierárquicas, promovendo o igualitarismo de

participação. E a combinação de serviços mutuamente prestados, mudando o modelo de cooperação a

partir de um modelo de cliente-servidor para um modelo baseado na troca de serviços, cria-se um novo

serviço onde o valor é a de co-criação (Erol et al., 2010; Bruno et al., 2011).

Com a análise, os autores apresentaram abordagens-chave para perceber as vantagens

teóricas da utilização do software social, como a integração organizacional, pois se sentem

parte do mesmo grupo e juntos têm desenvolvido uma identidade comum, e isso promove a

colaboração, preservando suas perspectivas e linguagens no processo de negócio.

Neste estudo, a questão principal é a utilização da RSC como SWsocial, mesmo sem

se ter a condição de uma abordagem de BPM, ou BPMS.

2.4 MODELO DE NEGÓCIOS

O termo “Modelo de negócios” (MN) é relativamente novo e até hoje há

controvérsias sobre sua definição. Alguns autores conceituam modelo de negócios como

sinônimo de estratégia e outros como resultante de modelo de processos de negócios (Al-

Debei & Avison, 2010; Shafer et al, 2005).

Burkhart et. al.(2011) em sua revisão de literatura sobre o conceito diz que “pode ser

utilizado como um método de gestão para ajudar a compreender e analisar a atividade atual da

empresa, bem como para planejar as decisões estratégicas através da concepção e simulação

de conceitos de novos negócios” (p.2), igualmente como fizeram Kijl e Boersma (2010);

Seppänen (2008); Osterwalder et al. (2005).

Os termos “modelo de negócio” e modelo de processo de negócio” se misturam. Os

primeiros descrevem o que a empresa está fazendo para criar valor, enquanto que os modelos

de processos de negócios, descrevem como isso pode ser realizado, em nível operacional

(Gordijn et al. 2000, p.40).

Para Chesbroug e Rosebloom (2002) o MN considera uma interação entre os recursos

da organização, informações, canais e marca, trazendo valor tanto para os parceiros, como

para a própria empresa (p.533).

O MN, segundo Al-Debei e Avison (2010) “tem sido descrito como um meio pelo

qual as organizações criam valor” (p.365). Os autores apresentam duas abordagens diferentes

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para a proposição de valor, baseando-se em autores como Amit e Zott (2001); Kallio et al

(2006):

1. as formas em que uma organização, juntamente com a seus fornecedores e parceiros

criam valor para seus clientes (Magretta, 2002; Osterwalder et al., 2005; Rajala &

Westerlund, 2007) e

2. as formas em que uma organização, juntamente com os seus stakeholders criam

valor para cada parte envolvida (Kohler, 2002; Andersson et al., 2006).

No modelo de Al-Debei e Avison (2010) observa-se que o MN é tido como um elo

entre a estratégia e o processo de negócio, este sustentado pela TIC, conforme a figura 1:

Figura 1. Modelo de Negócios x Processos de Negócios x Sistemas de Informação

Fonte: Al-Debei e Avison (2010, p. 370)

No semelhante estudo de Al-Debei e Avison (2010), Zott, Amit e Massa (2011)

mostraram que o conceito de MN tem sido usado para fazer face às diferentes questões de

pesquisa em diferentes áreas de gestão. Tem sido usado o mesmo termo para explicar e tratar

fenômenos diferentes, como: e-business, criação de valor, captura de valor por parte das

empresas e como a inovação tecnológica trabalha.

2.5 CRIAÇÃO DE VALOR

Na classificação dos nos processos organizacionais e gerenciais que dão apoio ao

funcionamento dos processos de negócios, Gonçalves (2000) e Garvin (1998) trazem o termo

geração de valor para o cliente cujo objetivo é o de entregar um resultado ao cliente para

cumprir os objetivos organizacionais melhorando seu desempenho (Trkman, 2010; Bruno et

al., 2011).

EstratégiadeNegócio

1 ModelodeNegócio

2 ProcessodeNegócio

PontosdeIntersecção

TIC

Pessoas(usuários)

SistemasdeInformação

NegócioDigital

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A TI é considerada fator relevante e apoiador no valor que atribui aos processos. No

caso do Social BPM, permite a produção social, criando artefatos e combinações a partir de

entradas tanto dos contribuintes e dos consumidores. Essa combinação de cooperação a partir

de um modelo baseado na troca de serviços cria-se um novo serviço, onde o valor é a de co-

criação (Erol et al., 2010; Bruno et al., 2011).

Valor também é termo que está presente na literatura nas várias definições de MN:

criação de valor, agregação de valor, proposição de valor, adição de valor e troca de valor;

todos com o mesmo significado que é o que é oferecido ao cliente e que é valorizado por ele

através dos MN que criam juntamente com seus stakeholders (Magretta, 2002; Osterwalder et

al., 2005; Rajala & Westerlund, 2007; Kohler, 2002; Anderson et al., 2006).

3 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

A perspectiva interpretativista conduziu este estudo qualitativo que, segundo Merriam

(2002) importa compreender – e descrever – como as pessoas criam o sentido do seu mundo e

as experiências que têm nele.

Para atender aos objetivos cujo foco é verificar o impacto da RSC nos processos e nos

MN na organização adotou-se o método estudo de caso único em profundidade e tem a RSC

de um Grupo empresarial de atuação nacional como unidade de análise (Godoy, 2006).

Segundo Yin (2010), o estabelecimento de proposições é um fator importante no estudo de

caso qualitativo. Elas têm a função de apontar o que deve ser estudado, orientando a busca por

evidências.

Portanto, não se objetiva adotar uma teoria ou um modelo, mas identificar os

elementos advindos dos dados para a análise dos aspectos levantados na organização

escolhida a partir do uso da RSC.

A contribuição da revisão da literatura bem como a elaboração das proposições que

nortearam a investigação, estruturam-se no modelo da pesquisa, conforme Quadro 1:

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Quadro 1 – Proposições do Estudo x Temas

Número Proposição Tema/Categoria

P1 A implantação e uso da RSC traz impactos à

organização

TI/RSC

Processos de Negócio

MN

Criação de Valor

P2 A RSC usada como software social impacta nos

processos de negócio.

Processos de Negócio

P3 A RSC por intermédio da mudança de

processos propicia novos modelos de negócio.

Processos de Negócio

MN

P4 A RSC cria valor para a organização. Criação de Valor

Fonte: elaborada pelos autores.

As quatro proposições são sintetizadas no modelo geral deste estudo, conforme figura

2:

Figura 2. Modelo geral do estudo

Fonte: elaboração dos autores

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A primeira proposição é baseada nos objetivos, nas funcionalidades e no conteúdo da

RSC que podem impactar a organização.

A segunda se baseia na utilização da RSC como SW social nos processos de negócio.

Ela pode fornecer elementos através de seus participantes em todas as etapas impactando os

processos de negócio.

A terceira tem como base a mudança nos processos de negócio intermediada pela RSC

propiciando o surgimento de novos MN.

E, a quarta tem a criação de valor como base. A RSC cria valor para a organização,

através dos processos e dos modelos de negócio.

3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A coleta de dados concentrou-se nas fontes de evidência através de entrevistas

semiestruturadas que objetivaram compreender os significados que os entrevistados dão às

questões e situações relativos ao fenômeno estudado e ainda, documentos estatísticos

fornecidos pela área responsável pela RSC (Godoy, 2006, p.134).

3.1 ANÁLISE DOS DADOS

Os entrevistados da pesquisa são usuários da RSC do Grupo, indicados pela área que a

gerencia por sua forte utilização. Foram indicados dez participantes entre consultores de

vendas e gestores comerciais, sendo que para este artigo conseguiu-se entrevistar e analisar os

dados de três deles. O quadro 3 apresenta a sua qualificação:

Quadro 3 – Qualificação dos entrevistados

Entrevistado Idade Sexo Segmento Cargo Tempo de

casa

E1 25 fem Serviços Consultor de

Vendas

1,4 anos

E2 43 masc Tecnologia Diretor Comercial 7 anos

E3 45 masc Telecomunicações Coordenador

Regional

6 anos

Fonte: elaborado pelos autores

As entrevistas foram realizadas nas instalações das empresas do Grupo entre março e

abril de 2016, com duração de aproximadamente 40 a 45 minutos.

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Realizou-se o exame de documentos considerados primários, pois foram produzidos

por pessoas que vivenciaram diretamente o evento estudado (GODOY, 2006, p. 135). Esses

documentos são dados estatísticos e financeiros dos resultados de utilização da RSC para o

Grupo Empresarial.

Adotou-se análise de dados qualitativos baseada em King(2004), a priori, definindo

metacategorias ou ainda Sistema de códigos, nomenclatura dada pelo CAQDAS - (Computer

Aided Qualitative Data Analysis Software) utilizando as quatro proposições obtidas a partir da

revisão de literatura e de Flores (1994) buscando-se criar um sistema de categorias, a

posteriori, a partir dos dados das entrevistas.

Na análise da sequência textual das entrevistas, separando cada sequência textual em

unidades de conteúdo, respeitaram-se os objetivos e pertinência do estudo. Foram atribuídos

códigos claros, com palavras ou partes de frases que remetessem ao seu significado, conforme

orienta Flores (1994). Para auxiliar adotou-se a ferramenta de suporte na análise de dados

qualitativos o software MAXQDA 124, um CAQDAS do mercado. A ferramenta auxiliou na

organização dos dados das entrevistas e documentos, na categorização e nas análises, mas sua

utilização não sobrepôs à metodologia adotada. Do sistema de código criado a partir das

metacategorias, as proposições obtiveram-se 126 referências, sendo que a metacategoria A

implantação e uso da RSC trazem impactos à organização obteve 78 referências, seguida da

RSC usada como sw social impacta nos processos de negócios com 28 referências; A RSC

cria valor para organização com 17 referências e 3 para a RSC propiciar novos MN.

Os resultados obtidos empiricamente foram confrontados com o modelo de pesquisa

buscando-se a generalização pela comparação e não pela saturação (Guerra, 2006), embora se

saiba que o estudo de caso não é generalizável, mas permite uma generalização científica em

relação às proposições.

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A seleção do Grupo empresarial deste estudo se deu em razão de sua atuação nacional

e inovação em vários aspectos e pela iniciativa da criação e implantação da RSC, com

autorização formal para o desenvolvimento da pesquisa.

4 Disponível em http://www.maxqda.com/

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4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

O Grupo Empresarial fundado em 1930, com capital totalmente nacional, está sediado

em Minas Gerais, presente em todo o Brasil e países da América Latina, conta com 23 mil

associados (colaboradores) e mais de 2 milhões de clientes. O Grupo atua nos segmentos de

TIC; Agronegócios; Serviços (Aviação, Segurança e Administração de Terminais) e Turismo.

Segundo informações da vice-presidência de Marketing, responsável pela RSC, neste

primeiro semestre de 2016 registrou um lucro líquido R$ 95 milhões, crescendo 18% em

relação a 2015. A RSC foi criada em julho de 2011 com objetivo na unificação das equipes

comerciais dos diversos segmentos que, embora com focos bastante distintos, todas vivem

desafios comuns da área comercial.

4.2 A RSC COMO SOFTWARE SOCIAL NOS PROCESSOS DE NEGÓCIO

Relacionando a utilização da RSC como SW social nos processos de negócio,

identificou-se 27 referências associadas, que foram agrupadas em categorias de acordo com os

segmentos nos processos de negócio. A figura 3 sintetiza a análise, apresentando as categorias

e o total de fragmentos de texto referenciado em cada uma delas.

Figura 3 –Categorias associadas ao uso da RSC nos processos de negócio

Fonte: organizado pelos autores (gerado no MAXQDA12)

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A categoria indicações de negócios apresenta a principal utilização por parte dos

entrevistados. São indicações de novos clientes, novas oportunidades para os segmentos em

que o Grupo opera: ”(...) Outra coisa é a facilidade de gerar oportunidades. Eu tenho

oportunidades de negócios que eu posso publicar que eu posso interagir através da

Comunidade” – E2. A RSC é utilizada também para as indicações pelos gestores comerciais:

“Lá dentro, eu indico para a empresa e agendo uma visita a esse cliente que precisa desse

serviço” – E3. As indicações de negócios podem ser geradas entre empresas do Grupo de

todas as regiões do país: “E hoje tem um consultor de Minas que me falou: puxa fiz o que

você indicou e fechei o negócio. Ele todo feliz. Aí eu disse: tá vendo e ele disse: eu não

imaginava que tinha tudo isso de oportunidade” – E1.

A RSC faz parte do dia a dia daqueles que vivenciam os processos de negócio do

Grupo, como evidenciada na categoria descrição do processo de negócio: “Antigamente tinha

o foco de colocar oportunidade, passar por email etc e hoje centralizou e direcionou tudo

isso pelo Clube” – E2. “O consultor recebe essa indicação e aí ele faz a visita ao cliente e

apresenta nossos produtos e serviços e dá prosseguimento à venda” – E3.

Por vezes a RSC surge como Comunidade ou Clube são denominações adotadas pelos

consultores.

A agilidade na gestão de processos através do sw social (Bruno et al., 2011) é

evidenciada nas falas dos entrevistados:

Ela agiliza, né, muito. Então se de repente eu tô fora, tô numa visita e tô indo pra

outra e eu posso voltar e não encontrar alguém que eu quero indicar e hoje, pela

ferramenta, eu posso no taxi ou no próprio cliente, eu consigo indicar para aquele

consultor, né, então isso agiliza muito. – E1.

(...)você tá um final de semana com um amigo e ele fala de uma oportunidade, se

você tá antenado, se você tá com uma visão de negócio, tá com o aplicativo, eu já

registro alí mesmo e imediatamente vai cair para alguém (...). – E2

“A Comunidade de negócios permitiu que os associados tivessem um meio de

comunicação mais ágil, que as pessoas conseguissem se comunicar mais

rapidamente”. – E3

A visão geral do processo evidencia a socialização e a gestão dos processos e a RSC

como sw social possibilita o conhecimento por todos os envolvidos neles (Brambilla et al.,

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2012). Como nos trechos: “Hoje eu tenho uma visão muito maior da empresa, porque

visitamos os clientes juntos. Então esse conhecimento, essa proximidade é muito importante”.

– E1. “Ela conseguiu mostrar o que está acontecendo em geral aqui na empresa”. – E3.

A ferramenta por si só não promove a visão geral do processo, essa questão está

relacionada a aspectos culturais em que a Rede se efetiva e a sua adoção (Sangwan, Guan &

Sigaw, 2009). Essa questão aparece em uma entrevista: “Na verdade teve uma mudança de

facilitar a gestão mesmo, porque na minha visão o aplicativo é um complemento, ele por si

só, pois se eu não tiver uma disciplina de apresentar, unir pessoas (...). – E2

A assertividade emergiu de uma das entrevistas: “.(...) Ele já recebe um template:

´você recebeu uma indicação´, com o contato do cliente com tudo certinho, então a gente

consegue ter uma assertividade maior no processo”. – E1.

A RSC é um meio virtual de ampliar a troca de informações de toda a força de vendas.

Em 2015 registrou 326 indicações feitas pelos consultores, 27 convertidas em vendas, 8,2%

de conversão, ou seja conversão de suspects em clientes, que geraram R$8,035 milhões em

contratos novos para o Grupo.

4.3 RSC POR INTERMÉDIO DA MUDANÇA DOS PROCESSOS PROPCIA NOVOS

MODELOS DE NEGÓCIO

O surgimento de novos MN com uso da RSC como sw social, não foi evidenciado. Os

três entrevistados até a apresentação desse artigo, não reconhecem esse fato, pela dificuldade

em compreender o conceito, pois houve a necessidade de esclarecer citando um exemplo

ocorrido no Grupo, fornecido pela área responsável pela RSC, que ocorreu durante uma

reunião das áreas comerciais entre duas empresas do grupo e noticiado pela mídia.

Portanto, a RSC pode potencializar o surgimento de novos MN para o Grupo, pode ser

uma questão de tempo, por conta do próprio perfil inovador do Grupo.

4.4 A RSC CRIA VALOR PARA A ORGANIZAÇÃO

Nas análises 14 referências foram associadas à criação de valor através da RSC,

agrupadas em categorias, conforme figura 4, com o total de fragmentos de cada uma delas:

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Figura 4 – Categorias associadas à criação de valor da RSC para a organização

Fonte: organizado pelos autores (gerado no MAXQDA12)

Na categoria fomento da empresa, um valor criado a partir da RSC: “Hoje eu vejo

fomentar negócios. (...) Fomenta ainda mais negócios, fomenta a empresa, fala da empresa”.

– E3

Comprometimento é outra categoria que aparece como valor criado pela RSC: “Eu

prego muito ter uma empresa de vendedores, onde desde o atendente até o presidente tem

uma visão de mercado, uma visão de oportunidade de negócio. O Clube tem um potencial

para gerar isso”. – E2.

“Hoje eu abordo, procuro fazer um canal deles comigo e através da minha pessoa

eles conhecem o Clube. Então, se você não mostra seu trabalho, seu comprometimento,

acaba ficando uma coisa fria”. – E1.

Atrelado a valores econômicos que RSC propicia surge Novos Negócios. “As

indicações geraram novos negócios, novos clientes”. – E3. “Eu já cansei de falar para os

clientes que a gente tem uma RSC de indicações que a gente ajuda um ao outro, né”. – E1.

Fortalecimento é outro valor apontado pelos entrevistados.

Entende-se aqui fortalecimento do Grupo interna e externamente: “Sim, eu acho que ela, além

de fortalecer, ela une, porque nós somos uma única empresa dividida em segmentos, né. –

E1”. “O que é legal que após a conquista, o time vendo o empenho dele que foi grande, então

assim gera uma motivação muito maior para o ano seguinte. Então é algo que é um adicional

que é um diferencial, com certeza. – E2”.

E a Inovação como um valor: “(...) Eu venho do segmento e eu nunca vi isso. Pra mim

é uma ferramenta inovadora, é uma ferramenta que une as pessoas(...) – E1.

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4.5 A IMPLANTAÇÃO E USO DA RSC TRAZEM IMPACTOS À ORGANIZAÇÃO

Identificou-se 78 referências associadas ao impacto da implantação e uso da RSC, que

foram agrupadas em categorias contemplando a implantação e suas funcionalidades. A figura

5 sintetiza a análise, apresentando o total de fragmentos de texto em cada uma delas.

Figura 5 – Categorias associadas à implantação e uso da RSC e seus impactos

Fonte: organizado pelos autores (gerado no MAXQDA12)

As funcionalidades da RSC que emergiram dos dados foram: integração de

informações, controle de informações, agilidade, informação em tempo real, facilidade de

uso, que também apareceram na revisão da literatura.

A integração de informações em um ambiente comum: “Então, ele é um complemento

facilitador que serve para centralizar todo o processo”. – E2 e ainda “(...) conseguiu mostrar

o que está acontecendo no geral aqui na empresa”. – E3

O controle das informações proporcionado pela RSC é apontado pelos entrevistados e

pela área responsável pela Rede: “Virou oportunidade, cai no fluxo normal, dou o feedback

para a Holding. (...) Eu vou lá e fecho e posiciono a Holding. A responsabilidade de manter o

status na Rede é da Holding”.- E2

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Agilidade aparece como funcionalidade da RSC: “A Comunidade de Negócios

permitiu que os associados tivessem um meio de comunicação mais ágil, que as pessoas

conseguissem se comunicar mais rapidamente”. – E3. No entendimento dos entrevistados a

RSC traz agilidade nos contatos e nas oportunidades de negócios (E1 e E2).

A informação em tempo real é uma funcionalidade muito importante. E1 destaca que

mesmo não estando em sua região de trabalho de origem, pode realizar contatos e negócios

pois tem todas as informações necessárias através da RSC. Da mesma forma que E3 realça:

“você consegue ter aquela informação online e saber o que está acontecendo online”.

Na sua visão a ferramenta é fácil de usar, simples e já faz parte do dia a dia, pois pode-

se facilmente encontrar as pessoas que possam apoiar em uma oportunidade (E1, E2 e E3).

A RSC trouxe sinergia na visão de E1, E2 e E3; a potencialização de novos negócios e

do conhecimento dos produtos e serviços oferecidos por cada empresa do Grupo, consolida a

área comercial tão diversificada.

A motivação para o uso da RSC é um aspecto apontado por todos, eles sentem-se

motivados pelos colegas e procuram também motivar aqueles que ainda não a utilizam ou que

a utilizam pouco, como o contínuo processo de incentivo: “Eu é quem incentiva todo mundo.

Ela me elogia bastante em relação ao Clube, porque ela sabe que é uma coisa que já tá

correndo no meu sangue” – E1. A RSC não é mandatória, ela é aberta a participação. Todos

concordam que, embora muitas pessoas se motivassem pela premiação, outras são por

influência social.

A análise indica que o apoio da alta gestão é fator primordial e premiação ou incentivo

é um dos fatores do uso da RSC no Grupo. Todos reconhecem que ele contribui para o

aumento da sua utilização. Há um ranking de premiações, conforme informações fornecidas

pela área responsável. Todos os entrevistados informaram que já foram premiados.

A ambientação da RSC se dá como em outras redes sociais, com espaço para que as

pessoas se conheçam, trocam interesses, experiências. Cria um ambiente social, mas que

todos enfatizam que o principal ponto da RSC é a possibilidade das indicações de negócios.

O próprio conceito de Rede aparece, pois todos os entrevistados apontam para as

facilidades e os desafios do trabalho em rede. Há uma horizontalidade nas relações, uma não

hierarquização e socialização do poder, como se observa Uitz (2012).

Quanto à frequência de uso da RSC não houve quantificação dessa frequência, todos

apontam que é constante, mas E3 e E1 dizem que alguns usam mais que outros e por razões

diferentes.

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5 CONCLUSÕES

O estudo evidenciou que a RSC é utilizada como um sw social nos processos de

negócio do Grupo, confirmando a segunda proposição, pois promove a socialização dos

processos, onde comunicação e execução das tarefas pelos consultores acontecem nas

interações na ferramenta. Além disso, as características agilidade, co-criação e a visão geral

do processo contribuem para fortalecer os processos de negócio, gerando mais indicações.

Pelas informações fornecidas pela área responsável pela RSC desde a sua implantação, o

número de indicações anuais só tem aumentado, gerando taxas de conversão em propostas e

fechamentos cada vez maiores, consequentemente melhores resultados financeiros.

Não se evidenciou o surgimento de novos MN para o Grupo, a partir da utilização da

RSC nos processos de negócios. Acredita-se que não é porque não emergiu dos dados essa

evidência que ela está descartada. A compreensão desse elo que é o MN entre a estratégia

organizacional e os processos de negócio, apoiados pela TIC, que nesse caso a RSC é que vai

ampliar o seu surgimento. Portanto, a terceira proposição não se confirmou até o momento da

elaboração deste artigo.

Quanto à criação de valor, os trazidos pelos entrevistados são atrelados aos valores

para o negócio, produtos e serviços que se relacionam com as competências da empresa, ou

seja valor para o cliente, que podem ser internos ou externos, melhorando o desempenho

organizacional. A RSC cria valor para a organização na medida em que ela está associada

aos processos de negócio. Têm-se aqui a confirmação da quarta proposição.

Por fim, a implantação e o uso da RSC trazem impactos ao Grupo empresarial

estudado, por suas funcionalidades, como a agilidade de comunicação, sua facilidade de uso,

sua ubiquidade, favorecendo a sinergia e tendo, principalmente, o apoio e incentivo da alta

gestão. Isso ficou claro nas entrevistas e também nos dados e informações fornecidas pela

área responsável pela RSC. A pesquisa empírica trouxe importantes achados, levando à

consecução do objetivo proposto e a confirmação da primeira proposição.

A contribuição acadêmica está relacionada com fundamentação teórica e comprovação

empírica da relação entre RSC e os impactos para a organização. A contribuição empresarial

é fornecer subsídio para a implantação e utilização de RSC nas organizações com impactos

positivos nos seus resultados.

Faz-se necessário reconhecer as limitações do estudo, pois apresenta os primeiros

resultados da pesquisa realizada no projeto de tese, bem como os seus vieses, o contexto

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estudado e a quantidade de entrevistas analisadas, além da subjetividade da perspectiva

interpretativista adotada.

ABSTRACT

Corporate Social network and their impact on Processes and Business Models

Purpose: To assess the impact of the use of Corporate Social Network in the processes and

business models of an organization.

Originality/gap/relevance/implications: It introduces new approach to Corporate Social

Network (CSR), especially in relation to processes and business models (BM). The main

contributions are offering grants for project implementation and use of CSR organizations, to

advance the concepts of use as social software and getting results to managers.

Key methodological aspects: Research founded by the qualitative approach. This is one case

study of Brazilian business group, headquartered in the state of Minas Gerais. Data built by

semi-structured interview. We used the technique of content analysis to examine the data,

supported by qualitative data analysis software.

Summary of key results: It was found in 27 references that CSR can be used as social

software in business processes. There was no evidence emergence of new BM from its use in

these. The creation of the CSR value is evidenced in the internal processes of the commercial

area, generating value for organization.

Key considerations/conclusions: Results showed that the implementation and use of CSR in

business processes influence the studied business group. Agility, the co-creation processes,

create value and positive results for the organization.

Keywords: Corporate social network; business processes; business models; Value creation: IT

use.

RESUMEN

Red Social Corporativa y sus impactos en los Procesos y Modelos de Negocios

Objetivo: Evaluar el impacto del uso de la red social corporativa en los procesos y modelos

de negocio de una organización.

Originalidad/laguna/relevancia/implicaciones: Presentar nuevo enfoque de la Red Social

Corporativa (RSC), especialmente en relación con los procesos y modelos de negocio(MN).

Ofrecer subsidios para la implementación y uso de las organizaciones de RSC del proyecto,

para avanzar en los conceptos de uso como software social y la obtención de resultados para

los administradores.

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Principales aspectos metodológicos: Investigación fundada por el enfoque cualitativo. Este

es un estudio de caso del grupo empresarial de Brasil, con sede en el estado de Minas Gerais.

Los datos fueron construidos por entrevista semi-estructurada. Se utilizó la técnica de análisis

de contenido para examinar los datos, apoyados por el software de análisis de datos

cualitativos.

Síntesis de los principales resultados: Se encontró en 27 referencias que la RSC puede ser

utilizado como software social en los procesos de negocio. No hubo evidencia de aparición de

nuevos MN de su uso en estos. La creación del valor de la RSC se evidencia en los procesos

internos de la zona comercial, la generación de valor para la organización.

Principales consideraciones/conclusiones: Los resultados mostraron que la aplicación y el

uso de la RSC en los procesos comerciales afectan al grupo empresarial estudiado. Agilidad,

los procesos de co-creación, la creación de valor y resultados positivos para la organización.

Palabras clave: Red social corporativa; los procesos de negocio; modelos de negocio; la

creación de valor; uso de TI.

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