reflexao 12 e 14 outubro

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Departamento de Ciências da Educação Licenciatura em Ensino Básico 1º Ciclo Disciplina: Estágio 4º Ano/ 1º Semestre Docente: Mestre Helena Paula 2009/2010 Reflexão 3ª semana de estágio 12/10/09 Nesta aula, e na sequência do que tem vindo a ser abordado nas aulas anteriores, discutimos quais as vantagens e desvantagens da utilização do MEM, nas escolas. Pelo que pude entender, posso ver como vantagens do MEM, a cooperação; a livre expressão das crianças; a criação de circuitos de comunicação; a aceitação das diferenças, outra vantagem é a formação autocooperada dos professores e ainda, o facto de as crianças poderem expor aos colegas os seus trabalhos. No que diz respeito às desvantagens, anotei que o professor tinha muito mais trabalho e que os professores que utilizam este modelo, são até certo ponto estigmatizados pelos colegas de profissão. Não conhecendo muito bem o MEM, gostaria de deixar aqui o meu desagrado, por ver que existem colegas que não respeitam as opções profissionais dos outros professores. Até porque este é um modelo que já tem provas dadas, e não um modelo que surgiu do nada. Penso que o progresso deste modelo poderá esbater na vontade política deste país, numa tradição existente, relativa ao modelo tradicional e também na pouca vontade de alguns professores e pais, em abraçar um novo projecto, com medo de não conseguirem atingir determinados objectivos. Pois bem, num tom crítico, devo dizer que “ quem não arrisca não petisca”, e se não

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Departamento de Ciências da Educação Licenciatura em Ensino Básico – 1º Ciclo

Disciplina: Estágio 4º Ano/ 1º Semestre

Docente: Mestre Helena Paula 2009/2010

Reflexão 3ª semana de estágio 12/10/09

Nesta aula, e na sequência do que tem vindo a ser abordado nas aulas

anteriores, discutimos quais as vantagens e desvantagens da utilização do

MEM, nas escolas. Pelo que pude entender, posso ver como vantagens do

MEM, a cooperação; a livre expressão das crianças; a criação de circuitos

de comunicação; a aceitação das diferenças, outra vantagem é a formação

autocooperada dos professores e ainda, o facto de as crianças poderem

expor aos colegas os seus trabalhos. No que diz respeito às desvantagens,

anotei que o professor tinha muito mais trabalho e que os professores que

utilizam este modelo, são até certo ponto estigmatizados pelos colegas de

profissão.

Não conhecendo muito bem o MEM, gostaria de deixar aqui o meu

desagrado, por ver que existem colegas que não respeitam as opções

profissionais dos outros professores. Até porque este é um modelo que já

tem provas dadas, e não um modelo que surgiu do nada. Penso que o

progresso deste modelo poderá esbater na vontade política deste país,

numa tradição existente, relativa ao modelo tradicional e também na pouca

vontade de alguns professores e pais, em abraçar um novo projecto, com

medo de não conseguirem atingir determinados objectivos. Pois bem, num

tom crítico, devo dizer que “ quem não arrisca não petisca”, e se não

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arriscam por temerem o muito trabalho que este modelo acarreta, então

estão na profissão errada, até porque sem trabalho não temos nada.

Trabalho elaborado por:

José João Pereira Fernandes

Aluno nº 2074906

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Departamento de Ciências da Educação

Licenciatura em Ensino Básico – 1º Ciclo

Disciplina: Estágio

4º Ano/ 1º Semestre

Docente: Mestre Helena Paula

2009/2010

Diário de estágio do dia 14/10/09

Este foi um dia muito ansiosamente esperado, devido ao facto de ser

o nosso primeiro dia de estágio prático numa sala utilizando o MEM. Desde

logo a professora cooperante teve a preocupação de nos fazer sentir bem-

vindos à escola, e de nos apresentar aos outros professores. Começamos o

dia fazendo uma visita guiada às instalações da escola a fim de ficarmos a

conhecer o espaço físico da mesma. Por fim entramos na sala C, que é onde a

Profª cooperante educa as 16 crianças lá existentes. Chegados à sala, fomos

apresentados à turma e cada aluno fez uma apresentação individual dizendo

quais as coisas que mais gostavam de fazer. Logo depois os alunos foram

sentar-se nas suas mesas, que estavam dispostas em quatro grupos de 4

mesas cada. Entretanto a Profª, foi-nos explicando o que estava exposto

nas paredes da pequena sala de aula (plano semanal, listas de verificação,

estratégias de resolver problemas feitos pelos alunos, diário de turma…),

minha primeira impressão foi a de que estávamos perante um modelo muito

bem organizado isto porque cada coisa tinha o seu canto e tinha um porquê

de estar lá.

Passado o período das apresentações, o dia começa com o plano do

semanal, onde é esclarecido entre todos, o que irão fazer durante aquela

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semana (existe afixado no quadro, uma tabela com os registos das tarefas

semanais). Logo depois dois alunos foram à frente da turma, fazer um

teatrinho, o que lhes confere à partida desde cedo uma capacidade de

representação e de apresentação de trabalhos perante os colegas, que lhes

vai ser muito útil ao longo das suas vidas. Terminado a representação a

professora pediu à turma que emitisse a sua opinião acerca da peça e depois

emitiu ela própria a sua opinião, de modo a melhorar algum aspecto menos

bom da apresentação.

Posteriormente foi um aluno ao quadro, ler um texto criado por ele

próprio, e que depois de lido, a turma teve oportunidade de tecer

comentários. Neste exercício, pude verificar que os alunos da turma já

possuem um vocabulário elaborado, tendo em conta as tenras idades (7

anos), e já se exprimem perante a turma de um modo fluente, coisa que

alguns de nós se calhar ainda tem dificuldade. Este exercício é favorável à

criação de skills, como sejam a autonomia e a criatividade.

Após terminado este exercício, a Professora Cooperante, distribuiu

uma ficha de trabalho de Língua Portuguesa, tendo por base um texto

criado por uma aluna e aperfeiçoado por toda a turma que engloba a

expansão do texto. Este tipo de ficha é resolvida individualmente, mas com

permissão para se entreajudarem. Aqui encontra-se patente mais um valor,

o da solidariedade, que aliás neste método de trabalho, está sempre

presente, não havendo lugar a egoísmos.

Resolvida esta ficha foi tempo de carregar baterias. A 2ª parte da

aula, teve início com a distribuição de uma ficha de trabalho, abordando

desta vez a Matemática. Esta ficha foi criada pela Professora da sala, e foi

resolvida a pares. Quando terminassem a ficha, estes teriam de ir ao quadro

partilhar com a turma o método que utilizaram para a resolução de

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problemas, e se alguém de outro grupo tivesse outra fórmula para resolver a

questão, tinha pois a oportunidade de dizer.

A aula terminou com os alunos a irem trabalhar nos seus projectos.

Aqui foi uma grande surpresa para mim, pois sendo apologista das novas

tecnologias no ensino, pude constatar, ao contrário de algumas escolas, que

nesta sala alguns alunos iam utilizar o Magalhães, para consultarem a

Diciopédia, por forma a recolherem informação para a elaboração dos seus

trabalhos.

CONCLUSÃO

Não obstante o facto de estar apenas começando a lidar com o

Movimento Escola Moderna – MEM agora, já me sinto à vontade para tecer

alguns comentários acerca do Modelo. Vê-se claramente que dentro da sala

de aula, existe uma forte organização, desde a disposição da sala e seus

materiais, até ao facto de cada aluno saber qual o seu papel no dia-a-dia,

fruto da planificação semanal e do plano individual de trabalho (PIT). Notei

também que um dos objectivos é o de deixarmos a criança criar livremente,

dando asas à sua criatividade e imaginação.

No entanto, quando falo em deixar a criança criar livremente, não me

refiro a libertinagem, o educador tem um papel fundamental em todo o

processo educativo, deverá estar apto a proporcionar as melhores condições

para a melhor evolução do aluno. Para tal há que conhecer o aluno, apela-se a

um ensino individualizado, inserido no grupo. Ou seja, actualmente uma das

principais preocupações pedagógicas é conhecer o perfil do aluno e, a partir

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deste conhecimento, podemos ajudá-lo a inserir-se no grupo, na comunidade

de que todos fazemos parte. A criança é primacialmente egocêntrica e isso

é bem visível nas suas manifestações, e sair deste estado é um processo

algo moroso que se não for cuidadosamente trabalhado poderá nunca ser

ultrapassado.

Assim, a educação tem como missão aperfeiçoar o indivíduo em todos

os aspectos, na sua globalidade, como um campo de experiências e de

descobertas.

Cabe ao professor, oferecer-lhe os meios de se conquistar e de

organizar as suas acções, de se conhecer, de se explorar, de desenvolver e

descobrir o seu eu. Analogamente, tentar-se-á conduzir o aluno para uma

inserção natural no grupo e depois no mundo, desenvolvendo o seu espírito

de iniciativa e de empreendimento, a sua vitalidade, a sua eficácia,

tornando-o consciente da finalidade dos seus esforços e do seu trabalho,

alimentando-lhe a imaginação, permitindo-lhe existir por si mesmo.

Em síntese, partindo sempre do pressuposto que a criança é um ser

em constante evolução, incansável e sedenta de conhecimentos, cabe ao

professor auxiliá-la nessa longa caminhada de transformação, não

recriminando nem tendo ideias pré-concebidas daquilo que será a criança no

futuro, mas estando sempre atento a tudo o que se passa no presente. O

professor não tem legitimidade para corrigir a expressão criadora da

criança, então tudo o que possa fazer é evitar constranger a sua vontade e

estar em constante reciclagem de metodologias, técnicas, materiais que

possam contribuir para o melhor crescimento infantil.

José João Pereira Fernandes

Aluno nº 2074906