relacoes_humanas_semana03

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SEMANA 03

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Apostila de Relações Humanas

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  • SEMANA 03

  • 2SumrioConduta tica nas relaes ......................................................................3

    tica no contexto histrico e social ..........................................................3

    tica profissional ......................................................................................4

    tica na empresa .....................................................................................5

    Valores e princpios ..................................................................................5

    Tipos de comportamento - Parte 1 ...........................................................6

    Tipos de comportamento Parte 2 ..........................................................7

    Tipos de comportamento Parte 3 ..........................................................8

  • 3Conduta tica nas relaesAt aqui, analisamos a pessoa e a forma como ela est inserida no mundo, destacando a impor-tncia da qualidade das interaes que ela estabelece. Agora, vamos entender um pouco mais sobre as premissas que norteiam essas relaes para que elas possam realmente ser efetivas. O conceito que vai nortear nossa reflexo inicial a tica.

    tica um conceito, como outros tantos, que as pessoas sabem o que significa, mas que so complexos para se explicarem. Um dos atributos essenciais para que os relacionamentos interpessoais sejam efetivos que eles estejam pautados na tica. Mas, afinal, o que tica? A palavra tica tem origem grega (thos) e pode significar um costume, ou tambm uma pro-priedade do carter.

    A primeira a que serviu de base para a traduo de moral, enquanto que a segunda a que, de alguma forma, orienta a utilizao atual que damos palavra tica.

    tica a parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral. Detalhando mais, a tica estuda o conjunto de regras de conduta, ou seja, o que bom ou mal, correto ou incorreto, justo ou injus-to, adequado ou inadequado. J o conceito de moral est relacionado s regras que algum toma para si para garantir que a sua vida seja bem vivida, bem como para garantir que v identificar outras pessoas que utilizam um mesmo referencial mesmo que no se conheam.

    Assim, podemos dizer que a tica um conjunto de valores morais e de princpios que norteia a conduta humana na sociedade. Ela serve para que haja um equilbrio e um bom funcionamento nas relaes sociais. Ela no deve ser confundida com as leis; est relacionada com o sentimen-to de justia social.

    Quando voc escuta que Joo tico, o que voc imagina sobre ele? Provavel-mente que tem um carter correto, digno, confivel. Uma pessoa que no segue a tica da sociedade qual pertence acaba sendo classificado de antitico. Vamos entender mais sobre isso!

    tica no contexto histrico e socialA tica construda por uma sociedade com base nos valores histricos e culturais. Do ponto de vista da filosofia, a tica uma cincia que estuda os valores e princpios morais de uma sociedade e de seus grupos, pois cada sociedade e cada grupo possuem seus prprios cdi-gos de tica. O que para um pas ou cultura pode ser tico para outro pode no ser. Da mesma forma, as empresas possuem o seu cdigo de tica, ou seja, o que para uma empresa pode ser antitico para outra pode no ser.

  • 4Vamos entender um pouco da origem desse conceito.

    Na Grcia antiga, havia um determinado entendimento sobre o que seriam verdade e justia, as quais eram ditadas pela conscincia moral de cada pes-soa, e as decises eram tomadas de maneira racional e livre, geralmente em praa pblica. Na sociedade medieval, com o poder da Igreja, as normas de convivncia passaram a ser regidas pelos princpios e pelos valores defendi-dos pelo cristianismo. Com o surgimento das relaes sociais entre senhores feudais e servos, novos valores comearam a nortear as relaes entre as pessoas na sociedade.

    No perodo da modernidade, a burguesia passa a intensificar as relaes comerciais, e nova-mente h mudana nas ideias e nos valores da sociedade. Esta nova classe social introduzia aos poucos os valores do chamado capitalismo moderno, no qual se valoriza o trabalho livre como forma de produzir e prosperar nos negcios, o que deve ser feito com trabalho, honra e amor ptria e liberdade. O trabalho passa a ser o que realmente humaniza o homem, pois atravs dele que se torna possvel modificar a sociedade em que se vive. Segundo Gonalves (2010), a tica do trabalho consiste em entender a atividade do trabalho como fator fundamental cons-truo da identidade e da realizao pessoal e ao estabelecimento de uma ordem social, em que prevaleam relaes fundadas na dignidade, na liberdade e na igualdade entre os homens. Atualmente, o mundo se depara com uma crise nos valores cristos-capitalistas, o que acabou gerando uma ausncia de verdades e de modelos que orientem a viso de mundo, contextuali-za Gonalves (2010). A chamada ps-modernidade favoreceu o esprito de posse, o egosmo e o individualismo exagerado. Tais princpios se afastam da essncia da tica, a qual tem uma dimenso pblica, comum e social das normas e das regras que norteiam as relaes humanas na sociedade, segundo o autor.

    tica profissionalTalvez voc esteja se fazendo o seguinte questionamento: e o que isso tem a ver com relaes humanas no trabalho?

    Falar de tica tem relao com qualquer relacionamento e com qualquer profisso, mesmo antes de as pessoas comearem a praticar a sua. Ao escolher a sua profisso, voc est fazendo uma opo pelos deveres que ela traz consigo. O juramento feito ao se concluir um curso nada mais do que a verbalizao daquilo a que a pessoa vai aderir e de que vai se comprometer com a categoria profissional em que est formalmente ingressando. Isso caracteriza o aspecto moral da chamada tica profissional, ou seja, a adeso voluntria a este conjunto de regras estabeleci-das como sendo as mais adequadas para o exerccio de determinada profisso.

    Da mesma forma, na vida profissional, fundamental exercitar os valores pessoais dentro dos

  • 5princpios ticos e morais, os quais precisam estar alinhados com os princpios da empresa na qual se vai desenvolver o trabalho.

    Como voc se sentiria se soubesse que a empresa em que trabalha no cumpre com o aspecto legal que toda empresa deve cumprir? Ou se solicitasse que voc fizesse algo que, para voc, no correto? Pensar nisso faz com que voc realmente busque se vincular a empresas que tenham um estilo de trabalho alinhado com a tica profissional.

    tica na empresaAtualmente, h uma reflexo sobre a dimenso tica no ambiente organizacional, o que faz com que os profissionais estejam cada vez mais qualificados, no s no aspecto tcnico, mas tambm nos aspectos organizacionais, fundamentais no que refere ao resgate da dimenso pblica da tica e tambm da cidadania (Gonalves, 2010).

    Cabe a cada profissional, dentro do seu trabalho, ter conscincia da sua responsabilidade e dos seus compromissos com os objetivos da organizao. Obviamente, o objetivo inicial da empresa o lucro, pois o que a mantm viva. Mas, alm do lucro, h outros objetivos sociais e de cida-dania, os quais cada vez so mais importantes para o desenvolvimento da sociedade como um todo. H tambm outros tipos de organizao, como as do terceiro setor, cujo objetivo especi-ficamente filantrpico.

    fundamental que a relao profissional estabelecida entre o empregado e a sua equipe e seu gestor esteja pautada na confiana mtua.

    Assim como a empresa precisa cumprir a sua parte, de dar condies mnimas de respeito dignidade do trabalhador, este, em contrapartida, precisa ter comportamentos alinhados com os princpios ticos. A tica na empresa deve sempre estar alinhada com os princpios ticos da pr-pria sociedade, como de no trapacear, no roubar, entre outros. No basta divulg-los em livros e em quadros na empresa; deve-se, sim, ver que o comportamento das pessoas so exemplos a serem seguidos.

    Valores e princpiosAt este momento, pensamos na tica em si. Agora, vamos relacionar esse assunto com os comportamentos de cada pessoa. De nada adianta algum pregar a tica se no tiver atitudes condizentes com o que est pregando.

    Em uma mesma sociedade, deparamo-nos com pessoas muito diferentes, as quais, mesmo com princpios ticos similares, apresentam comportamentos desiguais. Por que ser que isso acontece?

  • 6Vamos comear por voc. Quais so os seus valores? Quais so os princpios que norteiam o seu jeito de agir e de decidir? Registre as suas respostas.

    Agora pense nos seus amigos: todos possuem valores iguais aos seus? Provavelmente sim, pois esta uma semelhana que une as pessoas no vnculo de amizade: acreditar nas mesmas coi-sas, ter princpios morais similares. Seus amigos possuem uma educao familiar parecida com a sua? Talvez nem todos tenham recebido uma educao com princpios parecidos com os seus, apesar de ser tambm possvel isso tenha acontecido.

    E os comportamentos dos seus amigos, so iguais aos seus? Provavelmente seja neste ponto que haja mais diferenas, pois as pessoas so diferentes mesmo que os aspectos histricos, familiares e sociais sejam parecidos. A dose de subjetividade que existe em cada um o que o torna especial.

    O comportamento humano algo complexo e j foi estudado por muitos psiclogos de diferentes linhas tericas. Agora vamos abordar algumas formas de entend-lo, sem o objetivo de criar um esteretipo, e, sim, no sentido de ajudar voc a ampliar o seu autoconhecimento e a entender melhor as pessoas com as quais interage.

    Tipos de comportamento - Parte 1

    O comportamento humano, considerado a partir da ao dos componentes e constituintes psquicos, tem relao com a conduta dos indivduos, o que se estende num imenso territrio de possibilidades e variaes.

    O termo ingls behavior significa comportamento.

    Logo:

    Behavior = comportamento

    Para entendermos melhor o que comportamento, estudaremos o Behaviorismo, que uma doutrina que entende a psicologia como cincia do comportamento e no da mente. Nessa pers-pectiva, o comportamento explicado sem referncia a eventos mentais, pois estes podem ser traduzidos em conceitos comportamentais.

    O Behaviorismo, na concepo de Watson, limita-se a formular leis sobre os fenmenos obser-vveis (os comportamentos).

    Os comportamentos so explicados em termos de estmulos e de respostas. O estmulo defini-do por ele como qualquer objeto no ambiente geral ou qualquer mudana no organismo devido a condies fisiolgicas (p. 6), como a fome, por exemplo. A resposta ao estmulo seria qualquer coisa que o indivduo faz (p. 6).

  • 7Na perspectiva behaviorista, a aprendizagem um comportamento observvel, adquirido de for-ma mecnica e automtica por meio de estmulos e de respostas.

    Tipos de comportamento Parte 2Os estudos atuais da neurocincia tm dado referncias a respeito da forma como o pensamento funciona e, consequentemente, dos comportamentos a ele relacionados. Moura (2009) destaca que as pessoas possuem maneiras diferentes de absorver as ideias, que podem ser:

    Racional (hemisfrio esquerdo); ou

    Intuitiva (hemisfrio direito).

    Recentemente, a neurocincia incluiu o conjunto central, o qual prtico e factual (pensar, sen-tir e agir). Ao longo da vida, um desses lados passa a ser predominante, funcionando de forma entrosada com os outros. Cabe a essa predominncia determinar as preferncias por certas atividades.

    Moura (2009), p. 71

  • 8Tipos de comportamento Parte 3Segundo Moura (2009), para se comunicar com pessoas mais racionais, o ideal usar uma abordagem mais lgica e generalista, desenhar diagramas para mostrar as ideias, bem como mostrar como os elementos se relacionam. Tambm preciso explicar os fatos de modo lgico e sistemtico e enfatizar o atrativo do raciocnio lgico, reforar o relato com argumentos coerentes e apresentar os fatos em uma sequncia bem pensada.

    J para se comunicar com as pessoas mais intuitivas, alm de usar uma abordagem mais generalista, importante valorizar o relato para torn-lo interessante e incluir uma justificativa filosfica ao discurso. Organizar as ideias de modo a mostrar como o conjunto funciona, ser hbil nas generalizaes, colocar emoo na conversa e enfatizar o aspecto prtico da argumentao: todos esses so aspectos que facilitam a comunicao com pessoas que possuem esse estilo de pensamento e comportamento.

    Para se comunicar com as pessoas de mais ao, nas quais predomina o conjunto central, preciso usar uma abordagem concreta, explicar primeiramente a essncia da questo, depois usar um discurso organizado, dar exemplos do ponto de vista e ater-se a fatos reais, sem fazer conjecturas.

    Talvez voc esteja se perguntando sobre qual seria o seu tipo de pensamento e comportamento. Para descobri-lo, necessrio observar a forma como as pessoas conversam. Muitas elas no possuem um nico estilo predominante e mesclam alguns deles. Tente fazer uma pergunta aber-ta e veja qual ser o tipo de resposta.

    Veja um exemplo. Sua equipe est vivendo um momento de conflito, e lanada uma pergunta para todos: O que est provocando a situao que estamos vivendo?.

    Resposta lgico-racional: dar um histrico dos eventos e trar os da-dos que embasam a sua concluso concreta.

    Resposta intuitivo-emocional: conter comentrios com afirmaes conceituais e referncias genricas, abordando questes sobre o aqui e agora, sobre as pessoas, sensaes e experincias, com o uso de referncias pessoais.

    Resposta factual-prtica: trar exemplos prticos que forneam subs-dios para a concluso.

    Em uma equipe, identificar esses estilos e saber aproveit-los atravs da complementaridade fundamental.