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INTRODUÇÃO Nos dias 22 e 23 de outubro de 2016, o Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre realizou sua primeira visita ao Parque Estadual do Tainhas (PET), localizado na região dos Campos de Cima da Serra, no nordeste do Rio Grande do Sul. Um dos grandes objetivos da saída era observar a águia- cinzenta (Urubitinga coronata), visto que a espécie é encontrada com frequência no parque (Eduardo Chiarani obs. pess.). O PET corresponde a uma unidade de conservação (UC) de proteção integral, criada em 1975, que possui uma área de 6.654 ha, abrangendo porções dos municípios de Jaquirana, São Francisco de Paula e Cambará do Sul. É uma das poucas UCs de proteção integral do Rio Grande do Sul que incluem Relatório da saída do Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre ao Parque Estadual do Tainhas 22 a 23 de outubro de 2016 Cachoeira do Passo do “S”, Parque Estadual do Tainhas. Foto: Roberto Dall’Agnol

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INTRODUÇÃO Nos dias 22 e 23 de outubro de 2016, o Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre realizou sua primeira visita ao Parque Estadual do Tainhas (PET), localizado na região dos Campos de Cima da Serra, no nordeste do Rio Grande do Sul. Um dos grandes objetivos da saída era observar a águia-cinzenta (Urubitinga coronata), visto que a espécie é encontrada com frequência no parque (Eduardo Chiarani obs. pess.). O PET corresponde a uma unidade de conservação (UC) de proteção integral, criada em 1975, que possui uma área de 6.654 ha, abrangendo porções dos municípios de Jaquirana, São Francisco de Paula e Cambará do Sul. É uma das poucas UCs de proteção integral do Rio Grande do Sul que incluem

Relatório da saída do Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre

ao Parque Estadual do Tainhas 22 a 23 de outubro de 2016

Cachoeira do Passo do “S”, Parque Estadual do Tainhas. Foto: Roberto Dall’Agnol

extensões significativas de campos naturais (Duarte et al. 2008)1. O parque ainda é reconhecido como Área Importante para a Conservação das Aves (IBA), dada sua importância para a conservação de aves ameaçadas de extinção (Bencke et al. 2006)2. Os tipos de vegetação e ambientes encontrados no PE Tainhas são a floresta ombrófila mista (mata com araucária), os campos (estepe gramíneo-lenhosa e estepe parque), os banhados, as turfeiras e os afloramentos rochosos1. Estas fitofisionomias fazem parte do bioma Mata Atlântica e correspondem aos chamados Campos de Cima da Serra. O PET conta com uma riqueza de aproximadamente 200 espécies de aves, das quais cerca de 150 espécies podem ser regularmente encontradas no parque (Eduardo Chiarani, dados não publ.). Além de visitar essa bela área, que apresenta paisagens muito bonitas e espécies raras, o grupo tinha ainda outra motivação, a de participar do Big Day Brasil Primavera (http://bigdaybrasil.com.br/), um evento de divulgação que reuniu observadores de aves de todo o país em torno de um mesmo objetivo: registrar o maior número possível de espécies em um único dia (22 de outubro). Registramos ao todo 109 espécies de aves durante a presente excursão, todas dentro dos limites do PET. Nada mal, se considerarmos que em pouco mais de um dia de observação registramos mais de 70% das espécies regulares na área. Três espécies observadas nunca haviam sido registradas antes em saídas do COA-POA (lifers), são elas: caminheiro-grande (Anthus nattereri), tio-tio (Phacellodomus striaticollis) e primavera (Xolmis cinereus). No Big Day Brasil (dia 22), atingimos a marca de 78 espécies. Alguns encontros foram simplesmente fantásticos, com cenas raras de se ver, a exemplo da águia-cinzenta carregando um tatu-mulita nas garras. A seguir são listadas todas as espécies registradas, juntamente com breves comentários sobre as observações mais relevantes. As espécies ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul, segundo o Decreto Estadual 51.797, de 8 de setembro de 2014, são indicadas pela sigla “AM”. A sequência sistemática e os nomes científicos seguem a mais recente lista do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (Piacentini et al. 2015)3. Os nomes populares estão de acordo com Bencke et al. (2010)4. Nossos agradecimentos à equipe administrativa do PET, que apoiou e possibilitou nossas atividades no local.

1 Duarte et al. (2008). Projeto conservação da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul: plano de

manejo do Parque Estadual do Tainhas. Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. 2

Bencke et al. (2006). Áreas importantes para a conservação das aves no Brasil. Parte I: estados do domínio Mata Atlântica. SAVE Brasil, São Paulo, Brasil. 3 Piacentini et al. (2015). Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de

Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, 23(2):91-298. 4 Bencke et al. (2010). Revisão e atualização da lista das aves do Rio Grande do Sul, Brasil.

Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 100(4):519-556.

ITINERÁRIO Sábado, 22 de outubro Os participantes chegaram ao PET por volta das 10h. Logo em seguida saímos para conhecer um pouco do parque, em direção ao Passo do “S”, para tentar registrar algumas aves e apreciar a bela cachoeira que existe no local. O dia estava bastante ensolarado e com temperatura bem agradável. Ao meio-dia retornamos ao alojamento para almoçar e às 15h iniciamos as observações, com muito sol e um pouco de vento. Percorremos áreas de campo às margens de um grande banhado que existe próximo ao alojamento, até o limite oeste do parque. Depois contornamos o mesmo banhado e percorremos um pequeno trecho próximo à mata ciliar do rio Tainhas. Domingo, 23 de outubro Iniciamos as observações às 6h30min, em uma manhã sem neblina e temperatura amena. O objetivo inicial foi percorrer uma mata ripária ao longo de um pequeno afluente do rio Tainhas, logo depois da cachoeira do Passo do “S”. O grupo de deslocou cerca de 1,5 km por esta mata até o limite oeste do parque e depois acessou os campos e banhados adjacentes, retornando pela estrada principal que leva até a entrada do parque. Por volta do meio-dia começou a chover, no exato momento em que os últimos participantes chegaram ao alojamento. Em seguida os excursionistas começaram a retornar para suas casas e a saída foi encerrada.

ESPÉCIES REGISTRADAS

TINAMÍDEOS (macucos, inambus e perdizes) PERDIGÃO (Rhynchotus rufescens) Espécie bastante ouvida durante toda a saída, porém pouco visualizada. A maioria dos indivíduos se concentrou em uma área de capim alto com cerca de 10 ha que escapou da queimada que atingiu o parque há três meses. Alguns indivíduos usam também áreas próximas de campo baixo. PERDIZ (Nothura maculosa) Apenas ouvida durante a saída. Essa espécie é bem menos comum que o perdigão no parque. ANATÍDEOS (marrecas e cisnes) PÉ-VERMELHO (Amazonetta brasiliensis) Um casal visto em voo sobre o rio Tainhas. MARRECA-PARDINHA (Anas flavirostris) Apenas dois indivíduos vistos em um pequeno açude próximo ao alojamento. CRACÍDEOS (jacus e jacutinga)

JACUAÇU (Penelope obscura) Espécie observada por alguns excursionistas, nas proximidades do alojamento. CICONÍDEOS (cegonhas) JOÃO-GRANDE (Ciconia maguari) Apenas um indivíduo observado apenas em voo. FALACROCORACÍDEOS (biguá) BIGUÁ (Nannopterum brasilianus) Dezenas de indivíduos em pequenos bandos observados no final da tarde do dia 22, voando sobre o rio Tainhas, em direção a uma área dormitório ( araucárias na beira do rio). ARDEÍDEOS (garças e socós) SAVACU (Nycticorax nycticorax) Espécie apenas ouvida ao anoitecer do dia 22, sobrevoando a área do alojamento. SOCOZINHO (Butorides striata) Somente um indivíduo observado em um pequeno lago na beira da estrada, próximo ao limite oeste do parque. MARIA-FACEIRA (Syrigma sibilatrix) TRESKIORNITÍDEOS (maçaricos e colhereiro) CORÓ-CORÓ (Mesembrinibis cayennensis) Bando com cerca de três indivíduos observados em uma baixada na margem do rio Tainhas. Espécie muito arisca, não permitiu muito a aproximação dos observadores. Também ouvida diversas vezes quando se desloca sobrevoando o rio. CURICACA (Theristicus caudatus) Espécie bem comum no local. Alguns indivíduos puderam ser observados em cima das construções existentes ao redor do aojamento. CATARTÍDEOS (urubus) URUBU-DE-CABEÇA-VERMELHA (Cathartes aura) Poucos indivíduos observados em voo. URUBU-DE-CABEÇA-PRETA (Coragyps atratus) Espécie de urubu mais comum durante a excursão. Vista tanto em voo como pousada. ACIPITRÍDEOS (gaviões e águias)

GAVIÃOZINHO (Accipiter striatus) Um indivíduo visto na tarde do dia 22, que passou voando próximo ao grupo de observadores e entrou em um capão de mata. GAVIÃO-CABOCLO (Heterospizias meridionalis) Embora tenha essa espécie tenha sido observada em apenas duas ocasiões, trata-se de um dos rapinantes mais comuns no local. ÁGUIA-CINZENTA (Urubitinga coronata) – AM O primeiro encontro com essa magnífica ave foi ainda na manhã do dia 22, logo depois que os participantes chegaram ao parque. Uma das primeiras aves observadas na saída. O indivíduo foi avistado em voo, quando os participantes estavam quase chegando de volta ao alojamento, por volta do meio-dia. A ave inicialmente não estava muito alto, mas foi subindo cada vez mais em uma termal, quando de repente começou a descer em alta velocidade com as asas semi fechadas e as patas estendidas, até sumir de vista. É bem possível que a águia estivesse caçando. O grupo já estava bastante satisfeito com esta observação, mas o melhor ainda estava reservado para a tarde. Por volta das 15h estávamos percorrendo as margens de um grande banhado quando alguns participantes viram uma ave grande voando muito longe (cerca de 600m), que se escondeu atrás de um capão de mata. Logo a ave ressurgiu, pousando em meio a um aglomerado de afloramentos. Ouvimos sua vocalização e estava confirmado: era a águia-cinzenta novamente. Mesmo a uma grande distância, algumas fotos foram tiradas e constatou-se que a ave estava segurando uma presa entre as garras. A silhueta dessa presa apontava para um tatu, embora muitos tenham duvidado. Quando a ave se deslocou alguns metros carregando a presa, pudemos ver que realmente parecia se tratar de um tatu. Nisso, um segundo indivíduo apareceu sobrevoando próximo ao nosso grupo e então aquela primeira ave veio ao seu encontro, assando a uma média distância dos observadores. Aí então não houve mais dúvidas, a águia-cinzenta estava carregando mesmo um tatu-mulita (dos grandes). Ao se juntarem, as duas águias desapareceram por trás de um morro. Sem dúvidas uma cena inesquecível! Pelas características da plumagem pareciam ser dois indivíduos adultos. GAVIÃO-CARIJÓ (Rupornis magnirostris) Um indivíduo passou voando sobre o alojamento do parque. RALÍDEOS (saracuras e frangos-d´água) SARACURA-DO-MATO (Aramides saracura) Ouvida no final de tarde do dia 22 e observada na manhã do dia 23, na borda da mata ciliar que percorremos. PINTO-D’ÁGUA-AVERMELHADO (Laterallus leucopyrrhus) Apenas ouvido em um banhado. SARACURA-DO-BANHADO (Pardirallus sanguinolentus) Ouvida e rapidamente vista em um banhado.

CHARADRIÍDEOS (quero-quero e batuíras) QUERO-QUERO (Vanellus chilensis) Alguns poucos indivíduos observados. ESCOLOPACÍDEOS (narcejas e maçaricos) NARCEJA (Gallinago paraguaiae) Observada em, pelo menos, três banhados diferentes. COLUMBÍDEOS (pombos) ASA-BRANCA ou POMBÃO (Patagioensa picazuro) Espécie frequentemente observada sobrevoando o parque. POMBA-DE-BANDO (Zenaida auriculata) Registrada apenas em araucárias na margem do rio Tainhas. CAPRIMULGÍDEOS (bacuraus e curiangos) TUJU (Lurocalis semitorquatus) Apenas ouvido no início da noite do dia 22, um pouco distante da área do alojamento. APODÍDEOS (andorinhões) ANDORINHÃO-VELHO-DA-CASCATA (Cypseloides senex) Indivíduos voando junto com andorinhões-de-coleira, próximo à cachoeira do Passo do “S”. Identificados pela vocalização e tamanho. ANDORINHÃO-DE-COLEIRA (Streptoprocne zonaris) Indivíduos voando junto com a espécie anterior, próximo à cachoeira do Passo do “S”. ANDORINHÃO-DO-TEMPORAL (Chaetura meridionalis) Alguns poucos indivíduos observados. Em número bem menor que as duas espécies anteriores. TROQUILÍDEOS (beija-flores) BESOURINHO-DE-BICO-VERMELHO (Chlorostilbon lucidus) Um macho observado em uma árvore à beira de um banhado. BEIJA-FLOR-DE-PAPO-BRANCO (Leucochloris albicollis) Registrado na mata ciliar percorrida na manhã do dia 23. ALCEDINÍDEOS (Martins-pescadores) MARTIM-PESCADOR-GRANDE (Megaceryle torquata)

Espécie facilmente observada no local, geralmente junto ao rio Tainhas. Registrada em três ocasiões. PICÍDEOS (pica-paus) PICAPAUZINHO-VERDE-CARIJÓ (Veniliornis spilogaster) Apenas ouvimos sua vocalização na manhã do dia 23. PICA-PAU-DOURADO (Piculus aurulentus) Um indivíduo pode ser bem observado na mata ciliar no dia 23. PICA-PAU-VERDE-BARRADO (Colaptes melanochloros) PICA-PAU-DO-CAMPO (Colaptes campestris) Pica-pau mais comum no parque. CARIAMÍDEOS (seriema) SERIEMA (Cariama cristata) Espécie típica do local. Sua vocalização forte pôde ser ouvida de muito longe. FALCONÍDEOS (falcões e caracaras) CARACARÁ (Caracara plancus) Espécie muito comum no PET, onservada em diversos locais. CARRAPATEIRO (Milvago chimachima) CHIMANGO (Milvago chimango) QUIRI-QUIRI (Falco sparverius) Um casal observado ao lado do alojamento. PSITACÍDEOS (araras, papagaios e periquitos) TIRIBA-DE-TESTA-VERMELHA (Pyrrhura frontalis) Apenas quatro indivíduos que passaram voando e adentraram uma mata. CUIÚ-CUIÚ (Pionopsitta pileata) Espécie comum no local, mas sempre voando bem alto. CHARÃO (Amazona pretrei) – AM Espécie de papagaio bem comum no local, geralmente vista em casais (Eduardo Chiarani, obs, pess.), mas durante a saída foi observado apenas um indivíduo solitário em voo. TAMNOFILÍDEOS (chocas) CHOCA-DA-MATA (Thamnophilus caerulescens) Apenas ouvida em uma capão de mata.

RINOCRIPTÍDEOS (tapaculos e macuquinhos) TAPACULO-FERREIRINHO (Scytalopus pachecoi) Embora tenhamos apenas escutado este tapaculo de longe (estava do outro lado do arroio afluente do rio Tainhas), este registro é bastante interessante. A espécie se distribui em três áreas disjuntas do RS, sendo que o PET provavelmente seja o limite sul da população que reside na região do Planalto das Araucárias/Vale do Rio das Antas. Este indivíduo pode ser o mais austral dessa população. A diferença para o tapaculo-preto (que pode ser simpátrico em alguns locais) está na voz (menos acelerada) e na pli=umagem, principalmente nos flancos barrados. DENDROCOLAPTÍDEOS (arapaçus) ARAPAÇU-ESCAMOSO-DO-SUL (Lepidocolaptes falcinellus) Arapaçu mais comum no local. Observado e ouvido em diversas ocasiões. ARAPAÇU-GRANDE (Dendrocolaptes platyrostris) Apenas ouvido no início da manhã do dia 23, na mata ciliar percorrida. FURNARÍDEOS (joões-de-barro, limpa-folhas etc) PEDREIRO (Cinclodes pabsti) – AM Espécie endêmica dos Campos de Cima da Serra, no PET é facilmente observada. Registrado em três locais diferentes. Um casal, inclusive, havia feito um ninho em cima do banheiro externo do alojamento do parque, aproveitando as aberturas nas telhas. JOÃO-DE-BARRO (Furnarius rufus) Apenas um casal observado próximo ao alojamento. TREPADORZINHO (Heliobletus contaminatus) Pelo menos quatro indivíduos (dois casais?) na mata ciliar no dia 23. TREPADOR-QUIETE (Syndactyla rufosuperciliata) GRIMPEIRINHO (Leptasthenura striolata) Menos comum que o grimpeiro, pode ser observado em duas ocasiões, sobre pinheiro-bravo (Podocarpus sp.). GRIMPEIRO (Leptasthenura setaria) Espécie registrada em diversos locais. Bastante comum ouvir sua vocalização. Também alguns indivíduos observados em araucárias na borda da mata ciliar. TIO-TIO (Phacellodomus striaticollis) Esta espécie foi observada pela primeira vez em uma saída do COA-POA. Muito comum no PET. Em cada banhado grande havia um casal. Utilizam árvores/arvoretas na borda dos ninhos para construir seus ninhos de gravetos.

COCHICHO (Anumbius annumbi) ARREDIO-DO-GRAVATÁ (Limnoctites rectirostris) Essa espécie é exclusiva de banhados que contenham gravatá (Eryngium spp.). Apenas um exemplar foi observado durante a saída e, como o próprio nome diz, não permitiu observações muito boas, por estar sempre em meio à vegetação densa do banhado. ARREDIO-OLIVÁCEO (Cranioleuca obsoleta) RINCOCICLÍDEOS (papa-moscas, borboletinhas, tororós etc) BORBOLETINHA-DO-MATO (Phylloscartes ventralis) TIRANÍDEOS (guaracavas, piolhinhos, alegrinhos, suiriris, bem-te-vis etc) RISADINHA (Camptostoma obsoletum) GUARACAVA-DE-BICO-CURTO (Elaenia parvirostris) Registrada em diversos capões de mata. TUQUE (Elaenia mesoleuca) Apenas um indivíduo ouvido na mata ciliar na manhã do dia 23. PIOLHINHO-VERDOSO (Phyllomyias virescens) Espécie bem comum na mata ciliar que percorremos. Diversos indivíduos escutados ao longo da trilha e um observado. JOÃO-POBRE (Serpophaga nigricans) Um indivíduo observado às margens do rio Tainhas. IRRÉ (Myiarchus swainsoni) Espécie bastante comum nos capões de mata. Facilmente ouvida e alguns indivíduos observados. BEM-TE-VI (Pitangus sulphuratus) BEM-TE-VI-RAJADO (Myiodynastes maculatus) Apenas escutado na mata ciliar na manhã do dia 23. SUIRIRI (Tyrannus melancholicus) TESORINHA (Tyrannus savana) ENFERRUJADO (Lathrotriccus euleri) MARIA-PRETA-DE-PENACHO (Knipolegus lophotes) Dois exemplares registrados, em ocasiões diferentes. SUIRIRI-PEQUENO (Satrapa icterophrys)

PRIMAVERA (Xolmis cinereus) Outra espécie que até então não havia sido registrada em saídas do COA-POA. Bastante comum na região. Vimos cerca de quatro indivíduos. NOIVINHA-DE-RABO-PRETO (Xolmis dominicanus) – AM Espécie típica da região, geralmente acompanhada de bandos de veste-amarela. Observamos apenas um casal em um banhado, na tarde do dia 22. VIREONÍDEOS (juruviaras e pitiguari) GENTE-DE-FORA-VEM OU PITIGUARI (Cyclarhis gujanensis) JURUVIARA (Vireo chivi) Espécie pouco comum durante a saída, talvez pela época, ainda um pouco cedo. CORVÍDEOS (gralhas) GRALHA-AZUL (Cyanocorax caeruleus) Três bandos (de 3 a 5 indivíduos) registrados. HIRUNDINÍDEOS (andorinhas) ANDORINHA-PEQUENA-DE-CASA (Pygochelido cyanoleuca) ANDORINHA-DO-CAMPO (Progne tapera) ANDORINHA-DE-TESTA-BRANCA (Tachycineta leucorrhoa) TROGLODITÍDEOS (corruíras) CORRUÍRA (Troglodytes musculus) TURDÍDEOS (sabiás) SABIÁ-LARANJEIRA (Turdus rufiventris) Sabiá mais comum durante a saída. SABIÁ-POCA (Turdus amaurochalinus) SABIÁ-COLEIRA (Turdus albicollis) Apenas ouvido na mata ciliar no dia 23. MIMÍDEOS (sabiás-do-campo) SABIÁ-DO-CAMPO (Mimus saturninus) MOTACIL[IDEOS (caminheiros)

CAMINHEIRO-GRANDE (Anthus nattereri) – AM Espécie relativamente comum na região, mas que ainda não havia sido registrada pelo COA-POA. Fizemos algumas tentativas sem sucesso de encontrá-la, até que quase no final da excursão um indivíduo vocalizou bem de longe, no alto de uma coxilha. Alguns participantes já cansados não quiseram caminhar mais algumas centenas de metros morro acima para ver esta espécie (que podia não aparecer), mas aqueles que acreditaram foram recompensados. Após playback, a ave parou a cerca de quatro metros dos observadores, em cima de um cupinzeiro. Um dos momentos mais legais da saída. CAMINHEIRO-DE-BARRIGA-ACANELADA (Anthus hellmayri) Espécie de caminheiro mais abundante durante a saída. Geralmente identificada pela voz, porém alguns indivíduos permitiram aproximação boa para identificação através da plumagem, que está nova nesta época. PASSERELÍDEOS (tico-ticos e afins) TICO-TICO (Zonotrichia capensis) Certamente a espécie mais abundante durante a saída. Estava em todos os banhados, campos e bordas de capões. Quando os participantes achavam ter visto algo diferente, era mais um tico-tico. TICO-TICO-DO-CAMPO (Ammodramus humeralis) Espécie discreta. Apenas um indivíduo vagamente visualizado. PARULÍDEOS (pula-pulas e mariquitas) MARIQUITA (Setophaga pitiayumi) PIA-COBRA (Geothlypis aequinoctialis) PULA-PULA-ASSOBIADOR (Myiothlypis leucoblephara) ICTERÍDEOS (pássaros-pretos, soldados e guaxe) TECELÃO (Cacicus chrysopterus) Apenas ouvido na mata ciliar. VESTE-AMARELA (Xanthopsar flavus) – AM Espécie típica da região, geralmente acompanhando a noivinha-de-rabo-preto. Vimos um bando com seis indivíduos em um banhado na tarde do dia 22, junto com um casal de noivinhas, e dois indivíduos sozinhos na manhã do dia 23, em outro banhado distante. CHOPIM-DO-BREJO (Pseudoleistes guirahuro) Espécie comum no local e bastante cosnpícua. Alguns bandos, de até nove indivíduos, puderam ser observados durante a saída. VIRA-BOSTA (Molothrus bonariensis)

TRAUPÍDEOS (trinca-ferros, sanhaços, saíras, tiês, cardeais, canários e papa-capins) SAÍRA-VIÚVA (Pipraeidea melanonota) Um indivíduo observado e outro ouvido na mata ciliar no dia 23. SANHAÇU-PAPA-LARANJA (Pipraeidea bonariensis) SANHAÇU-FRADE (Stephanophorus diadematus) SANHAÇU-CINZENTO (Tangara sayaca) SAÍRA-PRECIOSA (Tangara preciosa) Espécie observada em duas ocasiões. Em uma delas um indivíduo estava se alimentando e emitia uma vocalização bastante diferente. CANÁRIO-DA-TERRA-VERDADEIRO (Sicalis flaveola) Diversos indivíduos observados próximos ao alojamento. TIPIO (Sicalis luteola) Espécie comum no PET, observada em diversos locais, tanto em banhados como em campos secos. SABIÁ-DO-BANHADO (Embernagra platensis) Observada em alguns banhados. Mais conspícua que a espécie seguinte. CANÁRIO-DO-BREJO (Emberizoides ypiranganus) Espécie muito comum no PET (Eduardo Chiarani obs. pess.), mas que estava discreta durante a excursão. Apenas três indivíduos machos registrados. QUEM-TE-VESTIU (Poospiza nigrorufa) Ouvido em uma pequena ilha próxima à cachoeira do Passo do “S”. QUETE (Microspingus cabanisi) Um pequeno bando foi ouvido na mata ciliar na manhã do dia 23. TICO-TICO-DO-BANHADO (Donacospiza albifrons) Apenas ouvido em um dos banhados. FRINGILÍDEOS (pintassilgos e gaturamos) PINTASSILGO (Spinus magellanicus) Diversos indivíduos observados em voo ou pousados, geralmente em casais.

OUTRA FAUNA OBSERVADA TATU-MULITA (Dasypus hybridus) Um indivíduo observado forrageando na manhã do dia 22 permitiu uma boa aproximação. Outro foi observado “voando” (risos!), capturado por uma águia-cinzenta (Urubitinga coronata). CAPIVARA (Hydrochoerus hydrochaeris) Alguns participantes observaram um pequeno grupo familiar às margens do ril Tainhas, GRAXAIM-DO-CAMPO (Lycalopex gymnocercus) Um indivíduo foi observado por alguns participantes. LEBRE-EUROPÉIA (Lepus europaeus) MORCEGO Dois exemplares de quirópteros foram visualizados na casa que serviu de alojamento, na data de 22 de outubro de 2016, de noite. Um estava na sala, o outro em um dos quartos. Como não foram capturados, ficou impossível a determinação da espécie, mas eram sem dúvida, morcegos insetívoros vespertilionídeos. VEADO (Mazama sp.) Fezes de um cervídeo do gênero Mazama foram observadas na borda da mata ciliar. FURÃO (Galictis cuja) Um crânio dessa espécie foi encontrado próximo à cachoeira do Passo do “S”. LAGARTO-TEIÚ (Salvator merianae) Um indivíduo estava ao lado do alojamento. Lista dos participantes (em ordem alfabética):

Astor Gabriel BjØrn-Einar Nilsen Marcelo Medaglia Eduardo Chiarani Maria do Carmo Both Daniel Slomp Morci Schmidt Fernando de Miranda Ramos Renato Grimm Gilberto Muller Roberto Dall'Agnol Jurema Josefa Silva Rosane Vera Marques Kleber Pinto A. de Oliveira Veridiana Tamiozzo Luiz André da Silva Wilson Mallman (Compilado por Eduardo Chiarani)

ANEXO FOTOGRÁFICO

Grupo junto à cachoeira do Passo do “S”. Foto: Gilberto Muller

Grupo no alojamento do Parque Estadual do Tainhas. Foto: Gilberto Muller

Da esquerda para a direita e de cima para baixo: águia-cinzenta em voo e com um tatu-mulita nas garras (Fotos de Wilson Mallmann); coró-coró (Foto de Bjorn-Einar Nilsen); primavera e canário-do-brejo (Fotos de Roberto Dall Agnol); sabiá-do-banhado (Foto de Wilson Mallmann).

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Da esquerda para a direita e de cima para baixo: tio-tio, caminheiro-grande e grimpeirinho (Fotos de Bjorn-Einar Nilsen); grimpeiro (Foto de Marcelo Medaglia); pedreiro e bando de veste-amarela com noivinha-de-rabo-preto (Fotos de Roberto Dall Agnol).

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Tatu-mulita (Dasypus hybridus). Foto de Bjorn-Einar

Graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus). Foto de Marcelo Medaglia.