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Relatório de estágio

C.E.T. - Técnico de Gerontologia

Leonor Pinto I

Maria Leonor Dias Pinto dos Santos

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C.E.T. - Técnico de Gerontologia

Leonor Pinto II

Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

C.E.T

Técnico de Gerontologia

Relatório de estágio Associação de Beneficência Cultural e recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Instituição Particular de Solidariedade Social

Fundada em 27/12/1993

E-mail: [email protected]

Maria Leonor Dias Pinto dos Santos

5006971

08 de Março 2011

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C.E.T. - Técnico de Gerontologia

Leonor Pinto III

Relatório de estágio

C.E.T.

Técnico de Gerontologia

Nome: Maria Leonor Dias Pinto dos Santos

Número de aluno: 6971

Estabelecimento de ensino: Instituto Politécnico da Guarda – Escola Superior de

Tecnologia e Gestão – Escola Secundária de Gouveia

Instituição de estágio: Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da

Freguesia de Lagarinhos

Localidade: Lagarinhos – Gouveia - Guarda

Duração do estágio: Aproximadamente 7 meses

Data de início e fim do estágio: 06 de Setembro de 2010 a 08 de Março de 2011

Docente orientador: Dr.ª Maria do Rosário de Jesus Martins

Tutor da Instituição: Rui Jorge Bernardino Borges

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C.E.T. - Técnico de Gerontologia

Leonor Pinto IV

Agradecimentos

Para a realização deste relatório, foi imprescindível o apoio das pessoas que

comigo trabalharam e dos locais que me acolheram ao longo do período de estágio,

merecendo assim uma palavra de agradecimento e apreço.

Em primeiro lugar, agradeço a todos os docentes da Escola Superior de

Educação, Comunicação e Desporto da Guarda, realçando a minha orientadora Dr.ª

Maria do Rosário Martins pelo seu interesse e exigência em todo este processo de

trabalho, bem como aos docentes da Escola Secundária de Gouveia que contribuíram

para a minha formação académica.

Seguidamente, com grande carinho, à Instituição “Associação de B. C. e R. da F.

de Lagarinhos”, por ter aceitado o meu pedido de estágio e me receber bem desde o

início. Um agradecimento especial ao meu Tutor, o Sr. Presidente, Rui Jorge, e todos os

elementos da direcção, que se preocuparam com todo o meu trabalho, proporcionando

as melhores condições para a sua realização.

Este agradecimento é sem dúvida muito importante. Agradeço á minha família,

que me apoiou e motivou contribuindo assim para a realização deste projecto.

Finalmente agradeço aos meus colegas de curso que das mais variadas formas

me ajudaram a ultrapassar momentos difíceis e inesquecíveis da minha vida.

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Leonor Pinto V

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................... VII

LISTAGEM DE SIGLAS .............................................................................................. XI

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

CAPÍTULO I CONTEXTUALIZAÇÃO DO MEIO ................................................... 3

1.1 Localização Histórico – geográfica .............................................................................. 4

1.2 Caracterização da Instituição ...................................................................................... 7

CAPÍTULO II FUNDAMENTOS TEÓRICOS........................................................ 13

2.1-Gerontologia- O que é? .................................................................................................. 14

2.2 Competências de um Técnico de Gerontologia .............................................................. 15

2.3-Papel do Técnico de Gerontologia na Q. V. do idoso ...................................................... 16

2.4-Animação Vs Qualidade de vida .................................................................................... 17

2.5-Animação na Terceira idade .......................................................................................... 18

2.6-Encontros Inter-geracionais ........................................................................................... 20

2.7-Problemáticas na Terceira Idade (Patologias) ................................................................ 21

CAPITULO III ESTÁGIO ......................................................................................... 26

3.ESTÁGIO .................................................................................................................. 27

3.1 Objetivos ....................................................................................................................... 27

3.2.Caraterização do público-alvo ........................................................................................ 28

3.3.Atividades desenvolvidas............................................................................................... 28 3.3.1. Atividades Cognitivas ou Mentais ............................................................................... 32 3.3.2- Atividades Físicas ou Motoras .................................................................................... 33 3.3.3.Atividades através da Expressão Plástica .................................................................... 35 3.3.4. Actividades do Quotidiano ......................................................................................... 36 3.3.5. Atividades através da Expressão e da Comunicação Oral e Corporal ......................... 37 3.3.6.Actividades Lúdicas ...................................................................................................... 39 3.3.7.Atividades de rotina no funcionamento da Instituição ............................................... 50

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Leonor Pinto VI

AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO SOBRE ROUBOS E FURTOS POR PARTE DA G.N.R. ........................................................................................................................... 58

ORGANIZAR E FREQUENTAR AÇÕES DE FORMAÇÃO PARA OS FUNCIONÁRIOS ........................................................................................................ 59

AVALIAÇÃO DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS UTENTES, ATRAVÉS DE INQUÉRITO DE SATISFAÇÃO ............................................................................... 60

ELABORAR UM PORTEFÓLIO .............................................................................. 60

CONCLUSÃO: ............................................................................................................. 61

ANEXOS ....................................................................................................................... 65

Plano de estágio .................................................................................................................... 0

Plano Anual de Actividades 2011 ........................................................................................... 0

Planificação da 1ª Semana ..................................................................................................... 0

Planificação Mensal das atividades ........................................................................................ 0

Adenda ao Contrato .................................................................................................................... 0

Ementas ................................................................................................................................. 0

Inquérito de Satisfação .......................................................................................................... 0

Cartaz de Natal ...................................................................................................................... 0

Cartaz Dia da Mãe ................................................................................................................. 0

Poema à Mãe ......................................................................................................................... 0

Diabetes e Tensão Arterial ..................................................................................................... 0

Portefolio .............................................................................................................................. 0

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Leonor Pinto VII

Índice de figuras

Fig. 1: Mapa do distrito da Guarda 4

Fig. 2: Mapa do concelho de Gouveia 4 4

Fig. 3: Brasão 5 5

Fig. 4: Vista exterior da A.B.C.R.F.Lagarinhos 9 9

Fig. 5- Cerimónia lançamento da 1ª Pedra 9

Fig.6- Benemérita descerra a placa de homenagem 10

Fig.7 – Contar Histórias 21

Fig. 8- Apresentação com canção 30

Fig.9 – Jogos de apresentação 30

Fig.10 - Atendimento individual aos utentes 31

Fig.11-Jogos de memória e encaixe 33

Fig.12- D. Cândida faz contas 33

Fig.13- Jogo do pelão 34

Fig.14- Exercícios de aquecimento 34

Fig. 15-Jogo do pelão 35

Fig.16-Jogo do Cântaro 35

Fig.17-Rendas e bordados 35

Fig.18- Modelagem e pintura em tela 35

Fig.19- Fazer flores em feltro 36

Fig.20- Técnica do guardanapo 36

Fig.21 - Idosas a descascar batatas 36

Fig.22 e 33- Leitura e análise do jornal “Noticias de Gouveia” 37

Fig.24- Peça da Primavera 38

Fig.25- Teatro de fantoches 38

Fig.26-Explorar a história 38

Fig.27-Partilha de histórias 38

Fig.28- Idosos dançam em festa convívio 39

Fig.29- Idosos assistem a filme 40

Fig.30- Visita á capela Sr.ª dos Verdes 40

Fig.31-Convívio com outros Idosos 40

Fig.32- Idosos em viagem 40

Fig.33- Jogo da memória 41

Fig.34-Jogo das cartas 41

Fig.35-Crianças cantam aos idosos 42

Fig.36-Dia do Idoso recebem flor 42

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Leonor Pinto VIII

Fig.37- Preparar a abóbora 42

Fig.38- Jogo da “aboborinha escondida” 42

Fig.39- Magusto no “Abrigo” 43

Fig.40-Crianças cantam para idosos 43

Fig.41- Missa de Natal 43

Fig.42- Festa convívio 43

Fig.43-Preparar as Janeiras 44

Fig.44-Cantar as Janeiras 44

Fig.45-Dia dos namorados 44

Fig.46-Peça “Romeu e Julieta” 44

Fig.47 e 48- Os idosos receberam visitas surpresa de bruxas e palhaços 45

Fig.49-Almoço Dia da Mulher 45

Fig.50-homenagem á Mulher mais idosa 45

Fig.51- Prenda para o pai 46

Fig.52- Pais recebem prenda 46

Fig.53 e 54-Convívio com outras Instituições -Peça “ A Semeadora” 46

Fig.55- Festa das madrinhas 47

Fig.56- Assistimos àVia-Sacra 47

Fig.57- Preparar dia da Mãe 48

Fig.58- Exposição dos trabalhos 49

Fig.59-crianças em homenagem às Mães 49

Fig.60-Homenagem à mãe mais idosa 49

Fig.61- Festa de aniversário 49

Fig.62- Crianças cantam parabéns 49

Fig.63- Lavar louça 51

Fig.64- Triturar a sopa 51

Fig.65- Preparar as mesas 51

Fig.66- Servir refeição 51

Fig.67-Dar apoio na alimentação 51

Fig.68-Administrar medicação 51

Fig.69- Apoio no arranjo pessoal 52

Fig.70- Apoio na higiene pessoal 52

Fig.71-Tratamento de roupas 53

Fig.72- Visitas ao Domicílio 54

Fig.73- Trazer o utente do Domicilio 56

Fig.74- e 75- Higiene habitacional domiciliária 57

Fig.76- Administrar Aerossóis 57

Fig.77- Medir tensão arterial 57

Fig.78- Medir Diabetes 57

Fig. 79- Sessão sobre Diabetes e T. Arterial 58

Fig.80- Rastreio de Diabetes e T.A 58

Fig. 81- Organizar caixas dos medicamentos 58

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Leonor Pinto IX

Fig.82- Abertura da sessão 59

Fig.83- Sessão sobre Roubos e furtos 59

Fig.84-Formação prática funcionários 59

Fig.85- Formação de funcionários 59

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Leonor Pinto X

Índice de quadros

Quadro 1: Serviços prestados pela Instituição em C.D. e S.A.D. 12

Quadro 2: Plano de atividades para 1ª semana 29

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Leonor Pinto XI

Listagem de siglas

A.B.C.R.F.L – Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia

de Lagarinhos

C.D. – Centro de Dia

S.A.D. – Serviço de Apoio Domicilario

Q.V. – Qualidade de vida

I.S.S. – Instituto da Segurança Social

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Leonor Pinto 1

Introdução

Ao finalizar o C.E.T., Técnico de Gerontologia, a unidade curricular que

provavelmente mais importância apresenta, é o estágio curricular. Este só se torna

possível de realizar de uma forma benéfica, sádia e gratificante, aplicando os conceitos

que assimilámos ao longo do curso.

No presente relatório, todos os saberes que adquiri ao longo das unidades

curriculares, foram possiveis de aplicar, foram muito úteis facilitando-me assim o

enriquecimento do trabalho de estágio que teve início a 06 de setembro de 2010 e

culminou a 08 de Março de 2011. Devo realçar que, embora oficialmente o periodo de

estágio termine a 08 de março, na realidade não se verificou pelo facto de os idosos

desejarem que a exposição dos trabalhos realizados fosse feita no dia da mãe. Este facto

verificou-se e com imensa satisfação prolonguei assim o meu periodo de estágio. Este

realizou-se na Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de

Lagarinhos, Instituição Particular de Solidariedade Social, situada em Lagarinhos,

concelho de Gouveia, distrito da Guarda.

Neste relatório está presente o trabalho realizado durante o periodo de estágio em

que exerci funções nas diferentes secções das valências em Centro de Dia e Serviço de

Apoio Domiciliário, da instituição que me acolheu. Foi um trabalho muito gratificante e

enriquecedor, pois abriu-me largos horizontes do conhecimento nesta área, tornando-se

assim uma mais-valia para uma futura profissão.

Este relatório encontra-se dividido em três capitulos: o capitulo I onde apresento a

localização geográfica do local e a caracterização da instituição, para dar melhor

conhecimento de todo o espaço de trabalho. No capitulo II, desenvolvo a

fundamentação teórica referente aos âmbitos da Gerontologia e o seu enquadramento no

trabalho desenvolvido de acordo com o plano de estágio (Anexo I), nos diferentes

espaços. Finalmente no capitulo III, ficam os registos mais concretos do trabalho

desenvolvido na instituição, dando conhecimento aprofundado das actividades

realizadas nas valências da mesma.

Terminarei com uma breve reflexão final onde vou abordar os pontos positivos e as

dificuldades vividas ao longo do estágio. Farei um balanço do meu percurso como

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Leonor Pinto 2

estagiária em “Técnico de Gerontologia”, deixando desde já a ideia de que foi uma

unidade curricular de extrema relevância, pois permitiu-me ter uma visão mais humana

desta faixa etária, e permitiu-me uma preparação para actuar de forma mais correta e

ativa na sociedade.

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Capítulo I

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Contextualização do Meio

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1.1 Localização Histórico – geográfica

A cidade de Gouveia, sede concelhia, encontra-se situada a cerca de setecentos

metros de altitude. Edificada na encosta ocidental da Serra da Estrela, o panorama que

dali se desfruta é um dos mais belos do país. O concelho, com a área de 300,6 Km2, é

composto por vinte e duas Freguesias: S. Paio, Ribamondego, Vila Franca da Serra,

Vila Cortês da Serra, Nabais, Arcozelo da Serra, Aldeias, São Julião, Melo, Folgosinho,

Freixo da Serra, Figueiró da Serra, Paços da Serra, Rio Torto, Vila Nova de Tazém,

Moimenta da Serra, São Pedro, Nespereira, Vinhó, Cativelos, Mangualde da Serra, e

Lagarinhos.

Esta região teve como primeiros habitantes os Túrdulos, que deixaram marcas

inapagáveis, designadamente na localização e distribuição do primeiro espaço.

Um pouco por todo o Concelho, encontram-se vestígios das diferentes ocupações

anteriores: antas, sepulturas antropomórficas, castros. As calçadas e pontes romanas ou

a toponímia assim como as lendas atestam também a presença contínua de romanos,

tribos germânicas e muçulmanos. Devemos, no entanto destacar o património

monumental que Gouveia detém, pela sua majestade e imponência e pelo valor

significativo revelando e esclarecendo o seu protagonismo histórico dos últimos

séculos.

Fig. 1: Mapa do distrito da Guarda Fig. 2: Mapa do concelho de Gouveia

Fonte própria Fonte própria

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A aldeia de Lagarinhos, é uma das mais recentes freguesias do concelho de

Gouveia, distrito da Guarda, e dista da sede concelhia aproximadamente 8 quilómetros.

Com 10,32 km² de área e 795 habitantes (2010) com Densidade: 48,7 hab/km².

Encontra-se situada no sopé da Serra da Estrela, a 0,5 km da Estrada Nacional 17

Guarda-Coimbra.

Esteve até 1836 integrada em terras de Seia, data em que devido a uma

reorganização administrativa, passou para o concelho em que se encontra atualmente. É

de referir que é uma das freguesias mais jovens do concelho de Gouveia. Esta freguesia

é composta por duas anexas, Passarela e Novelães.

Dados gerais:

Padroeira: Santa Eufémia;

População: 795 habitantes;

Eleitores: 483; Fig. 3: Brasão

Área: 60 ha.

Actividades Económicas: Agricultura, pastorícia, indústria de cofres e adegas com

linhas de engarrafamento próprio;

Gastronomia: Migas de borrego;

Artesanato: Queijo da Serra e requeijão;

Movimento Associativo: Centro de Instrução e Recreio de Lagarinhos, Clube Cultural

e Recreativo de Passarela e Associação de Beneficência Cultural e Recreativa de

Lagarinhos;

Festas e Romarias: Festa de Santa Eufémia (16 de Setembro), Festa de Santo Amaro

(15 de Janeiro – anexa), Festa de Nossa Senhora de Fátima (13 de Maio) e Festa de

Santo António (13 de Junho);

Paisagem de Relevo: Miradouro do Barrocal, Serra da Estrela, Ribeira da Ponte

Pedrinha e Lagoa Comprida;

Anexas: Passarela e Novelães

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PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO:

Igreja Matriz - na sua fachada encontra-se uma placa que data de 1574 - 1899.

Capelas:

- Capela de Santo António;

- Capela de São Caetano - Monumento de estilo românico. Na sua fachada principal foi

trabalhado um brasão com as insígnias bispais;

- Capela de Nossa Senhora da Alagoa;

- Capela de Santo Amaro (Passarela);

- Capela de Nossa Senhora dos Remédios (Novelães) - Em tempos esta ermida estava

construída mais atrás, a população para lhe dar mais realce, edificou-a mais junto à

estrada mantendo a originalidade da sua frontaria.

Nichos - de Nossa Senhora de Fátima.

Fontes:

- Fonte de São Caetano;

- Fonte de Santo Amaro;

- Fonte de Nossa Senhora dos Remédios.

Casas Senhoriais:

- Casa da Senhora da Alagoa;

- Casa da Passarela (Galvão) - Com instalações de destaque e dignos de visita onde se

pode saborear um bom vinho;

- Casa da Quinta da Ponte Pedrinha - casa alpendrada, hoje funciona como adega onde

se produzem vinhos de renome.

Cruzeiro

EQUIPAMENTOS EMPRESAS

Educação:

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-Escola Primária

- Abrigo da Sagrada Família de Lagarinhos.

Sociais/Saúde:

- Posto Médico;

- Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Lazer:

- Ringue, situado na estrada de Lagarinhos (Passarela);

- Parque Infantil.

TECIDO EMPRESARIAL:

- Adega da Casa Passarela;

- Adega da Quinta da Ponte Pedrinha - Propriedade entre Seia e Gouveia. Encontra-se

na posse da mesma família desde o séc. XVIII;

- Adega do Pai Pinheiro;

- Restaurante “Senhora dos Remédios”;

- Café Mini-Mercado “Central”;

- Café Mini-Mercado “Marques”.

1.2 Caracterização da Instituição

Há já algum tempo que crescia nesta freguesia a necessidade de se formar uma

Instituição, tendo como objectivo principal responder aos problemas sociais existentes.

Assim sendo, um grupo de pessoas da freguesia, idóneas e com o verdadeiro sentido da

responsabilidade para o acto, associaram-se discutiram a ideia e assim formaram a

Associação. Tinha por objectivo desenvolver acções de carácter social diversificadas,

nomeadamente, centro de Dia, Creche, Jardim de Infância e outras Actividades

Recreativas com fins de segurança Social. E nasceu a Associação.

A Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos,

é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, que se encontra Instalada na

Freguesia de Lagarinhos, Rua das escolas, concelho de Gouveia.

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Foi celebrada escritura no dia 27de Dezembro de 1993, no Cartório Notarial de

Gouveia, ficando registada no “Livro de Notas número 8” de “Escrituras diversas”

folhas 139/148.

A Associação situa-se num terreno com área total de 3.000m2 gentilmente doado

pela Exma. Sra. Dra. Maria de Lurdes Mendes Osório de Oliva Nunes, natural da

freguesia e residente em Lisboa.

O edifício tem uma área coberta de 450m2 distribuída por rés-do-chão e 1º andar

1 Salão de refeições

1 Sala de convívio

2 Quartos de descanso

1 Arrumos

2 Despensas

2 WC (homens/mulheres) para utentes

1 Salão de banho p/duche

1 Escritório

1 Lavandaria

1 Cozinha

1 Despensa de arcas frigoríficas

1 Gabinete médico

2 Vestiários com base de duche H/M para funcionários

2 WC H/M para funcionários

Salão polivalente

Cozinha de apoio

Bar

WC Homens

WC Mulheres

Garagem

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Fig. 4: Vista exterior da A.B.C.R.F.Lagarinhos

Foi lançada a 1ª Pedra no dia 15 de Agosto de 1994, tendo sido as obras concluídas

em Julho de 1999, iniciando as suas atividades a 01de Novembro desse mesmo ano.

Fig. 5- Cerimónia lançamento da 1ª Pedra

Foi feita uma cerimónia inaugural, para a qual foi convidada a Exma. Sra. Dra.

Maria de Lurdes M. O. Nunes, Benemérita do terreno, onde lhe foi feita uma

homenagem surpresa como forma de gratidão pela atitude, pelo que foi declarada sócia

Honorária

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Fig.6- Benemérita descerra a placa de homenagem

A criação desta Associação, veio promover e dinamizar actividades do interesse

da população, e ainda a criação de serviços que dessem resposta às carências existentes

na freguesia, nomeadamente apoio aos mais idosos.

Como respostas sociais a instituição contém:

-Centro de Dia

-Serviço de Apoio Domiciliário

A título individual, o Centro de Dia (C.D.) é um espaço de acolhimento onde se

desenvolve um conjunto de programas ocupacionais e de lazer adequado aos utentes nas

mais variadas condições e etapas da suas vidas. Visam promover a qualidade de vida da

pessoa idosa, assim como atividades que premeiam a prevenção, estimulação e

manutenção das capacidades físicas, mentais, cognitivas e relacionais da mesma, tendo

em vista a revalorização da individualidade e da sua contínua autonomia. Atualmente é

frequentada por 12 idosos, no entanto a Instituição tem capacidades para 35.

A valência de Serviço de Apoio Domiciliário (S.A.D.) é uma resposta social

que consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio a

todos aqueles que, dependentes ou semi-dependentes, por motivo de doença,

deficiência, ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou

permanentemente a satisfação das suas necessidades básicas e/ou atividades da vida

diária.

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De acordo com o Regulamento Interno da Instituição:

São objectivos da valência Centro de Dia e do Serviço de Apoio Domiciliário:

a) Contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e famílias.

b) Prevenir situações de dependência e promover a autonomia.

c) Prestar cuidados individualizados e personalizados, ao nível da satisfação

das necessidades básicas e apoio psicossocial aos Utentes, de modo a

contribuir para o seu equilíbrio e bem-estar.

d) Apoiar os Utentes e famílias na satisfação das necessidades básicas e

actividades da vida diária.

e) Fomentar as relações interpessoais ao nível dos Idosos ou dependentes e

destes com outros grupos etários, a fim de evitar o isolamento.

f) Colaborar e/ou assegurar o acesso à prestação de cuidados de saúde.

g) Cooperar com as famílias na vivência dos Idosos ou dependentes.

Fonte: Regulamento Interno da A.B. C. R. F. Lagarinhos, Artigo 4º.

Esta Instituição oferece um leque de Serviços aos clientes que quer em situações

de dependência ou autónomos, podem ter acesso para a satisfação das suas necessidades

básicas e específicas, tais como, actividades instrumentais da vida quotidiana e

actividades sócio-recreativas e culturais. Estes serviços funcionam com vista a melhorar

as suas qualidades de vida, minimizando os riscos devido á sua vulnerabilidade física e

psíquica, contribuindo para a sua autonomia e prevenção de situações de dependência

ou seu agravamento.

Presta

Diariamente

Centro de

Dia

Serviço de

Apoio

Domiciliário

Higiene Pessoal

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades de higiene pessoal

- Promover a capacidade motora do

Utente

Higiene Habitacional

- Garantir a manutenção de arrumo e

limpeza da habitação

- Garantir o conforto e bem-estar do

utente

Alimentação

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades alimentares

- Garantir a variedade de pratos

confeccionados, indo ao encontro do

gosto do utente

- Assegurar semanalmente pratos

confeccionados de acordo com a saúde

do utente

Toma de - Garantir diariamente toda a

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medicamentos/

Levantamento de

receitas médicas

assistência medicamentosa prescrita

pelo médico

Lavandaria - Lavagem e tratamento das roupas

pessoais e habitacionais

Apoio Psicossocial - Garantir apoio psicossocial ao idoso

Outros serviços

- Acompanhamento ao médico de

família/especialistas

- Medição de tensão arterial/diabetes

- Comemorar o aniversário dos idosos

- Animação

Quadro 1: Serviços prestados pela Instituição em C.D. e S.A.D.

A nível de recursos humanos, comuns às duas valências, esta instituição tem:

1 Assistente Social

1 Enfermeiro

1 Cozinheira

1 Ajudante de cozinha

1 Escriturária

2 Agentes de Ação direta

2 Trabalhadores auxiliares

2 Trabalhadores auxiliares ( colocados através de R.S.I.)

É importante referir que qualquer colaborador referido está disponível para dar

apoio nas atividades sempre que solicitado.

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Capítulo II

Fundamentos teóricos

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2.1-Gerontologia- O que é?

Pouco se entende sobre a Gerontologia. Normalmente as pessoas relacionam a

palavra Gerontologia com o envelhecimento ou idosos, mas dificilmente de forma

correta. É comum ouvir que é psicologia para o idoso, odontologia para o idoso, e até

mesmo confundi-la com geriatria, e assim pensar que é a medicina para o idoso. Mas

afinal, o que realmente é?

A Gerontologia é uma ciência que estuda os idosos, a velhice e o

envelhecimento, tendo como principais objectivos de estudo as modificações

morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais decorrentes do processo de

envelhecimento, independentemente de qualquer fenómeno patológico.

Segundo alguns autores: Proposta por Metchnicoff em 1903 (Neri, 2008), a

Gerontologia (do grego gero = envelhecimento + logia = estudo) é a ciência que estuda

o processo de envelhecimento nas suas dimensões biológica, psicológica e social. De

acordo com Neri (2008), a Gerontologia trata-se de um “campo multi e interdisciplinar

que visa à descrição e à explicação das mudanças típicas do processo de envelhecimento

e de seus determinantes genético-biológicos, psicológicos e socioculturais” e estuda

também as características dos idosos e as várias experiências da velhice e do

envelhecimento ocorridas nos diversos contextos sociais, culturais e históricos.

Para Alkema e Alley (2006) a Gerontologia estuda os processos associados à

idade, ao envelhecimento e à velhice, sendo uma área de convergência entre a biologia,

sociologia e a psicologia do envelhecimento. O envelhecimento, nesse sentido,

representa a dinâmica de passagem do tempo e a velhice inclui como a sociedade define

as pessoas idosas. A biologia do envelhecimento estuda o impacto da passagem do

tempo nos processos fisiológicos ao longo do curso de vida e na velhice. A psicologia

do envelhecimento, por sua vez, se concentra nos aspectos cognitivos, afetivos e

emocionais relacionados à idade e ao envelhecimento, com ênfase no processo de

desenvolvimento humano. A sociologia baseia-se em períodos específicos do ciclo de

vida e concentra-se nas circunstâncias sócio-culturais que afetam o envelhecimento e as

pessoas idosas.

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2.2 Competências de um Técnico de Gerontologia

"Assim como gosto do jovem que tem dentro de si algo do velho, gosto do velho que tem dentro de si algo do jovem: quem segue essa norma poderá ser velho no corpo, mas na alma não o será jamais." Marcus Cícero

Pretende-se que os Técnicos de Gerontologia, à semelhança dos Gerontólogos,

sejam profissionais competentes a intervir junto da população idosa numa perspectiva

bio-psico-social. Responsáveis pela avaliação e intervenção do fenômeno do

envelhecimento humano e a prevenção dos problemas pessoais e sociais a ele

relacionados, também são responsáveis pela promoção de um envelhecimento saudável

bem como pela organização e administração dos serviços de prevenção de cuidados a

idosos, podendo atuar direta ou indiretamente com a população idosa.

Para tal deverá:

Conhecer os processos normais de envelhecimento detectando

atempadamente desvios de carácter patológico;

Gerir, administrar e organizar serviços de preservação do bem-estar das

comunidades em envelhecimento.

Implementar programas de prevenção e promoção dos processos de

desenvolvimento no idoso;

Avaliar problemas de envelhecimento, qualidade de vida e bem-estar nas

populações idosas;

Participar de forma ativa na avaliação multidisciplinar dos idosos,

supervisionando o cumprimento e a vigilância das prescrições clínica e

ou terapêutica, com a finalidade de promover o suporte e a segurança

para o bem-estar dos indivíduos;

Intervir na comunidade, junto dos idosos e prestadores de cuidados

(formais e informais);

Acompanhar e/ou encaminhar os idosos em situações agudas,

reabilitação e morte;

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Participar em trabalhos de investigação clínica e de saúde pública com

vista ao estabelecimento dos padrões de qualidade de vida das

populações em envelhecimento;

Intervir ao nível da prevenção e promoção da saúde;

Intervir nas áreas da investigação científica, de gestão e de ensino, seja

em iniciativas institucionais, seja em Projectos interinstitucionais.

2.3-Papel do Técnico de Gerontologia na Q. V. do idoso

Com o aumento da esperança média de vida, vive-se um crescimento da

população idosa, o que leva a preocupar diversos profissionais da área da saúde. São

cada vez necessários mais profissionais para atender essa população que está a

envelhecer. Como o Técnico de Gerontologia deve ser um profissional multi e

interdisciplinar que ajuda a integrar uma equipe de saúde, possibilita um melhor

atendimento para o idoso. Esse profissional tem como um dos focos principais buscar

sempre melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. Sendo qualidade de vida um

termo que tem sido constantemente usado desde os meios académicos, até mesmo em

nosso quotidiano, pode ser caracterizado como o estado de bem-estar e satisfação que

uma pessoa apresenta. É um termo muito subjetivo, pois o seu conceito varia de acordo

com o interesse, e grau de consideração individual.

Esse aumento populacional da terceira idade trouxe alguns problemas estruturais

de recepção, como: falta de profissionais, grande número de reformados, que gera um

desequilíbrio na Segurança social; preconceito da sociedade; e falta de estrutura física

preparada para atender as necessidades e amenizar as dificuldades por eles apresentadas.

Como já referi, sou de opinião que o Técnico de Gerontologia é de grande

importância para tentar garantir a qualidade de vida do idoso, por apresentar, através de

uma análise, uma visão geral sobre os problemas que essa população mais apresenta,

podendo integrar diversos profissionais, assim criando uma equipe, com uma sintonia

importante e capacitada para articular uma resolução. Lidando sempre com as mudanças

sociais, políticas, físicas e emocionais, que essa população enfrenta, garante-lhes maior

qualidade de vida.

Apesar dessa atenção voltada para a situação atual dos idosos, os Técnicos de

Gerontologia também têm o dever e a preocupação de alertar a população, que é

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importante procurar saúde e bem-estar, através da prática de atividades físicas, por

exemplo, e não somente deixar para quando houver a presença de uma doença, atuando

na prevenção e buscando envelhecer de uma maneira saudável.

Contudo, alguns fatores podem dificultar ou prejudicar a QV, tais como

dificuldades financeiras, problemas sociais, de saúde e outras limitações, porém, é

importante procurar alternativas possíveis para contornar tais situações, sempre

respeitando as potencialidades e limitações de cada um (Miranda, 2008). Por tanto, a

preocupação desse profissional é com o bem-estar físico, psicológico e social da

população idosa, assim como a da que está envelhecendo. E é esse estado de bem-estar

que vai influenciar e caracterizar a Q.V que o indivíduo vai apresentar.

2.4-Animação Vs Qualidade de vida

Partindo da ideia que animação significa animar, motivar, dar vida e movimento,

concluo que dará um casamento perfeito com qualidade de vida.

Tendo em conta o verdadeiro sentido da palavra, esta tem por objetivo dar vida e

movimento a um objecto, pessoa ou grupo. Dá significado á vida em comunidade

visando assim uma melhoria da qualidade de vida da população. A animação não está

unicamente vocacionada para a realização de festas e passeios como alguns ainda a

encaram, mas centra-se na construção de objetivos para uma melhor qualidade de vida,

incentivando a comunicação, o convívio, a interação e a participação de toda a

população na resolução dos seus problemas. Ela envolve tudo e todos, de forma a

criarem empatia, autonomia, satisfação pessoal, e razão de viver. Ajuda a adquirir

capacidades para que as comunidades sejam elas próprias agentes de mudança, de

criatividade cultural enaltecendo todos os valores que lhe são inerentes.

O Técnico de Gerontologia deve também assumir o papel de animador. Criou-se

uma ideia de animador, como” aquele que entretém”, no entanto essa ideia vai dando

lugar a que este seja considerado e reconhecido como aquele que intervém no processo

de desenvolvimento do indivíduo, grupo, ou comunidade, valorizando e promovendo as

suas capacidades individuais, culturais e sociais.

O T.G. como animador, deve ter por objetivo estimular a participação dos que o

rodeiam para a realização de uma determinada acção e atividades. É fundamental que

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este possua capacidades, métodos, conhecimentos técnicas e procedimentos de acção de

forma a conseguir uma melhor compreensão da realidade social, permitindo assim

responder aos seus problemas e necessidades existentes.

Estas atividades propostas devem despertar, influenciar e cativar o indivíduo,

sem exercitar qualquer tipo de obrigação. Um animador deve ser activo, comunicador,

optimista, mediador, dinâmico, bom observador, compreensivo, organizado, confiante,

paciente e acima de tudo, participativo na sociedade envolvente (JACOB, 2007).

Foram dadas diversas definições relativamente ao papel do animador, no entanto

faço referência à descrição realizada segundo LOPES (2008), citando Garcia (1987) que

refere que “um animador deve ser aquela pessoa que pela sua acção cria as condições

mais favoráveis para conseguir a realização humana. O papel do animador deve ser

encaminhado para conseguir que os membros do grupo conheçam, se sintam e se

esforcem para chegarem a ser pessoas comunitárias.

Sendo o T.G. um animador capaz de actuar em diferentes grupos

comunidades ou instituições, deve comportar diferentes métodos de trabalho para

distintos públicos. Neste caso farei referência à terceira idade, pois foi sobre este

público-alvo que me debrucei.

2.5-Animação na Terceira idade

Nos últimos anos, tem sido possível observar que é cada vez maior o número de

pessoas que integram os valores mundiais respeitantes à terceira idade. Infelizmente,

este acréscimo é também de certa forma possível de comprovar em Portugal, dada a

afluência crescente aos lares e Centros de Dia públicos e privados.

Porém, sendo o envelhecimento um processo contínuo, seguramente poderemos

afirmar que chegar a velho é um privilégio que nem todos conseguimos atingir. Por isso

mesmo, todas estas pessoas merecem acima de tudo imenso respeito, pois a par da

velhice está sempre algo que muitas vezes se esquece: a experiência de vida e

consequente crescimento de sabedoria. Para além de que o passado de muitos, se prende

em especial com a história da sociedade em que hoje vivemos, tornando-se de extrema

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importância continuarem a divulgar todos esses conhecimentos, atitudes e valores

(SANTOS, 2002).

Contrariamente ao que seria de esperar, a nossa sociedade, criou uma imagem de

tal forma, que este tipo de público é tratado como “os velhos”, associando-os ao

passado, retrógrado e ultrapassado.

Devido a este crescimento de população, existe a necessidade de responder a

este tipo de problemas com a implementação da animação na terceira idade, passando

assim a existir a preocupação da procura de um animador para intervir nesta faixa etária.

Este tipo de público, a frequentar a A.B.C.R.F. Lagarinhos, depois de se

reformar acarreta excesso de tempo livre, que não era habitual, devido ao trabalho

constante no campo, durante maior parte das suas vidas.

Chegando a estas idades, torna-se óbvio que não se encontram preparados para

viver sem a rotina diária habitual, ou pelo menos, não para viverem sem tarefas em que

se possam sentir úteis.

Neste tipo de animação o animador deve valorizar as capacidades do idoso, bem

como, os seus valores, competências, saberes, promovendo novos interesses, novas

descobertas, realização de projectos e actividades, desenvolvendo desta forma a

personalidade do indivíduo e a sua autonomia. Este âmbito visa desenvolver a

participação dos utentes na vida da comunidade da instituição de que faz parte,

tornando-os mais activos, fazendo com que estes se sintam úteis e motivados, dando-

lhes o sentimento de pertença a uma sociedade.

Na execução de animação com este tipo de faixa etária, há que ter em atenção a

maneira como devemos actuar e agir, isto é, não devemos “infantilizar” os idosos,

levando-os a ter atitudes, gestos, acções de crianças, mas sim torná-los activos e

interventivos na tarefa que se estiver a efectuar. Com a finalidade de melhor

desenvolver acções junto destes, inicialmente deverá ser realizado um plano de

actividades, onde primeiramente se deverá fazer os possíveis por tentar conhecer-se o

utente, fazendo uma avaliação psicológica, social e física, com o objectivo de

compreender as suas capacidades e motivações perante as actividades propostas pelo

Animador.

O Animador tem por objectivo primordial promover o bem-estar do idoso,

respondendo a todas as suas necessidades, ao que lhes cativa e interessa. Normalmente

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comenta-se que o trabalho com este tipo de população é desgastante a nível psíquico,

mais do que físico, mas o resultado de todo esse trabalho é muito compensador e em

cada dia temos uma aprendizagem diferente.

Além de promover o seu bem-estar deve promover a inovação e novas

descobertas, valorizar a formação ao longo da vida, proporcionar uma vida mais

harmoniosa, atractiva e dinâmica com a participação e envolvimento do idoso. Em todo

este longo trabalho, devemos contribuir para que estes possam tirar o maior e melhor

proveito da vida no seu envelhecimento activo bem como também aumentar a esperança

de vida saudável, dando assim significado ao percurso fundamental do idoso.

2.6-Encontros Inter-geracionais

"O velho que eu serei amanhã, terei de começar a pensá-lo hoje."

Stella António

Ao longo do meu período de estágio, procurei incluir atividades que

envolvessem relações inter-geracionais. Uma vez que na freguesia existe uma

instituição vocacionada para a infância, na qual eu sou funcionária, entendi por bem

estabelecer contactos entre as crianças e os idosos abrindo assim espaço ao

relacionamento e ao diálogo. As relações inter-geracionais têm muita importância no

intercâmbio entre grupos etários distintos e na troca que se pode estabelecer entre eles.

A aproximação das diferentes gerações deve levar em conta não só a cronologia, mas

deve considerar os estilos de vida, o saber, valores, memória, com o intuito de viabilizar

uma relação entre as diferentes gerações.

No convívio entre idosos e crianças, as transformações que se operam são

múltiplas e recíprocas. As crianças pouco a pouco vão, mesmo sem saber, forçando os

idosos a mudarem as suas atitudes, ideias e forma de ver as coisas. Os idosos são

levados a revirar o fundo da alma, avivando práticas esquecidas, memórias apagadas,

conhecimentos relegados para trás... são levados pela mão das crianças a conhecer

novos brinquedos, outros hábitos, maneiras diferentes, programas nunca

experimentados (OLIVEIRA, 2003, p. 6).

Nesse convívio a troca de saberes possibilita vivenciar diversos modos de

pensar, de agir e de sentir, e assim, poder renovar as opiniões e visões acerca do mundo

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e das pessoas. Essa renovação e transformação ocorrem reciprocamente, num

movimento constante de construção e desconstrução. Dessa forma, as atividades inter-

geracionais proporcionam um espaço em que as diferentes gerações, respeitando as suas

diferenças, criam uma história comum, a partir das sabedorias de cada integrante do

grupo, respeitando as diversidades e o conhecimento de cada um.

O relacionamento inter-geracional abrange questões como: solidariedade,

amizade, união, esperança e rebeldia, o que leva os intervenientes a criarem um forte

sentimento de apreço entre eles.

Esse sentimento geracional é o que determina a passagem dos saberes de uma

geração para outra e reforça a possibilidade da existência da troca mútua dos saberes, entre

as crianças e os idosos, tornando assim a relação inter-geracional uma via de mão dupla, e

não uma relação em que o mais velho repassa os seus saberes para os mais novos.

Ao longo do período de estágio foram imensas as cantigas, histórias e momentos

que juntos partilhámos. Os jogos e as brincadeiras criaram pontes para aproximar as

gerações. Tudo isto levou a recordações e saudades por parte dos idosos levando-os a viver

o seu passado.

A este respeito, Brandão (2006, p. 99) destaca que “a interação entre crianças

e idosos através da narrativa muitas vezes é prazerosa e enriquecedora para ambos”.

Fig.7 – Contar Histórias

2.7-Problemáticas na Terceira Idade (Patologias)

Este é um ponto importante que se deve abordar, devido aos problemas que esta

população abarca nesta fase da vida. A Esquizofrenia, o Alzheimer, a Diabetes e os

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A.V.C. são as patologias mais graves e mais frequentes que afectam a maioria das

pessoas do Centro de Dia em que decorreu o meu estágio. Todas as patologias devem

ser vistas com o devido respeito, no entanto as que descrevo são tidas como as que mais

se realçam no grupo e que de qualquer modo o afectam directa ou indirectamente.

A Esquizofrenia é uma doença em que os seus sintomas se começam a fazer

notar no final da adolescência ou início da idade adulta (antes dos 40 anos). Esta é uma

doença mental que se caracteriza por uma desorganização dos processos mentais, isto é,

fica incapaz de distinguir a experiência real da imaginária, que pode causar danos

ocupacionais, nas relações interpessoais e familiares. São apresentados como sintomas:

delírios, alucinações, discurso e pensamento desorganizado, expressão de emoções e

alterações de comportamento. Os utentes da instituição portadores desta doença, por

vezes criam mau ambiente, pois tudo o que se lhe diz, interpretam como sendo uma

perseguição e espia á sua pessoa. É necessária muita calma e paciência para lhes fazer

crer o contrário.

A doença de Alzheimer, é hoje em dia uma doença que afecta alguma parte da

população e em sua maioria mulheres. Esta pode ser dividida em duas formas de

doença, a mais frequente, que surge entre os 60 e os 65 anos e a mais rara, a familiar

aparecendo com sintomas de perda de memória e raciocínio entre os 30 e os 60 anos. É

caracterizada por uma doença que afecta o cérebro, ao qual os seus sintomas são a perda

de memória e raciocínio, e ao longo dos anos se dá a deterioração progressiva das

células cerebrais, que acabam por morrer.

Na A.B.C.R.F. Lagarinhos podemos encontrar utentes com Esquizofrenia, com

doença de Alzheimer, uns casos mais avançados que outros, uma vez que nunca se

lembram dos nomes das pessoas que os rodeiam, e são incapazes de realizar as tarefas

propostas. Apesar de todos estes obstáculos, foram sempre inseridas em todas as

actividades planeadas, estimulando a sua participação e comunicação com todo o grupo.

Tornou-se imprescindível realizar jogos de memória com este tipo de população, para

que se fossem lembrando das pequenas coisas que as circundavam, como por exemplo:

o jogo do objecto escondido, que consistia em dizer o objecto que faltava no grupo de

materiais espalhados; uma mini avaliação do estado mental, ou seja, implicava que a

pessoa respondesse a perguntas como: “que dia é hoje?”, “em que mês estamos?”, e

outro tipo de perguntas que se dirijam ao seu passado.

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A Diabetes é uma doença caracterizada pela incapacidade do organismo

produzir insulina, ou de utilizá-la adequadamente, e pela presença de concentrações

elevadas de glicose no sangue, uma vez que a insulina é a "chave" que abre a "porta"

por onde a glicose entra nas células. Se houver falta de insulina, a glicose permanece no

sangue em vez de fornecer energia às células.

Diabetes tipo 1 - que é causada pela destruição das células do pâncreas que

produzem a insulina. Manifesta-se habitualmente antes dos 30 anos de idade mas pode

ocorrer em qualquer idade.

Diabetes tipo 2 - é muito mais frequente e representa cerca de 90-95% de todos

os casos de diabetes a nível mundial. Esta forma de diabetes ocorre quase inteiramente

em adultos e resulta da incapacidade do organismo em responder à acção da insulina.

A diabetes tipo 2 pode conduzir a diversas complicações que podem resultar em

incapacidade permanente ou morte, entre as quais:

- Doenças cardiovasculares;

- Lesões renais;

- Lesões neurológicas;

- Doenças oculares e cegueira;

- Doenças digestivas;

- Síndrome do pé diabético, que pode obrigar à amputação.

Por este motivo temos especial cuidado na observação dos pés dos idosos no momento

de se lhe prestar a higiene. Após a detecção de qualquer anomalia na pele (feridas,

equimoses, ou outras lesões) são encaminhadas para o serviço de médico e de

enfermagem.

O AVC é, antes de mais, um Acidente Vascular Cerebral, ou seja, é uma

patologia associada a alterações nos vasos do cérebro. Estas alterações podem ser

isquémicas ou hemorrágicas. As primeiras implicam uma redução no fluxo sanguíneo

cerebral. Esse fluxo é importante porque permite transportar para o cérebro oxigénio e

nutrientes essenciais ao funcionamento das células que o constituem. Se esse fluxo é

reduzido ou interrompido, as células cerebrais deixam de receber esses elementos

essenciais e acabam por morrer.

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As alterações hemorrágicas correspondem a alterações da permeabilidade dos

vasos sanguíneos cerebrais ou mesmo a ruptura dos mesmos. Assim, há saída de sangue

desses vasos provocando a formação de um aglomerado de sangue que comprime as

estruturas cerebrais, alterando o seu funcionamento.

No caso do AVC isquémico existem 2 causas principais: a trombose e a embolia.

A trombose acontece quando uma artéria por qualquer razão vai ficando cada vez mais

estreita e acaba por se obstruir (a razão mais frequente é a aterosclerose). A embolia

acontece quando algo que circula na corrente sanguínea chega a uma artéria com menor

calibre e a obstrui (mais frequentemente trata-se de coágulos de sangue que se formam

nas artérias fora do cérebro ou no coração).

No caso do AVC hemorrágico as 2 causas mais importantes são: traumatismo

craniano e a existência de alteração das artérias, nomeadamente aneurismas,

malformações arterio-venosas, mas mais frequentemente alterações causadas pela

existência de hipertensão arterial.

Quando isto acontece as funções desempenhadas pelo grupo de células que

morreu perdem-se e o indivíduo tem aquilo que se chamam sinais neurológicos, ou seja,

manifestações da falta dessas mesmas funções. Daí que os nossos utentes estejam

limitados a cadeiras de rodas, andarilhos e até mesmo confinados ao leito.

Quais são os factores de risco de AVC?

Idade (acima dos 50-60 anos)

Sexo masculino (embora seja mais frequente nos homens, nas

mulheres há mais mortalidade)

História de AVC na família mais próxima

Hipertensão arterial

Diabetes

Hiperlipidémia (“gorduras no sangue”)

Tabagismo

Alcoolismo (especialmente no caso do AVC hemorrágico)

Anticonceptivos orais (“pílula”)

Tendo em conta os problemas que a estas doenças estão intrínsecos, deve-se ter

como objectivo para este tipo de público, uma melhoria da sua qualidade de vida,

garantindo assim o seu bem-estar ao longo de todas as etapas pelas quais ainda podem

passar.

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A fim de alertar-mos para estes problemas, providenciei uma acção de

sensibilização sobre as patologias relacionadas com a Diabetes e Tensão Arterial.

Passámos a mensagem á população em geral, sendo bem aceite e havendo muita

aderência. (Anexo 10)

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Capitulo III

Estágio

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3.Estágio

A A.B.C.R.F. de Lagarinhos aceitou sem contornos o meu pedido de estágio,

num total de 600 horas.

Dada a minha situação de Funcionária por conta de Outrem, a trabalhar no

“Abrigo da Sagrada Família”, situado na Quinta do Fidalgo em Lagarinhos,

vocacionado para a 1ª Infância, muito próximo da Instituição acolhedora, facilitou o

acerto de horários.

Juntamente com o meu Tutor de Estágio e na presença dos restantes elementos

da Direção, acordámos que o meu estágio se realizaria durante a semana no período das

13.30h às 16.00h, e durante o sábado entre as 8.00h e as 18.30h. A minha entidade

patronal foi compreensiva nesse sentido chegando mesmo a alargar-me o horário de

almoço por mais tempo sempre que fosse necessário.

3.1 Objetivos

Para a concretização do meu plano de estágio, procurei numa primeira estância

planificar as atividades a desenvolver e os seus objectivos a atingir. Estes foram

conseguidos, apesar de alguns obstáculos que foram aparecendo nas duas valências

diferentes. Optei por dividi-los em objectivos gerais e objectivos específicos para cada

campo de trabalho.

Objetivos gerais:

Promover o bem-estar e auto-estima do público-alvo;

Aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso de forma a contribuir

para o meu enriquecimento pessoal e profissional.

Criar métodos de trabalho para as diferentes populações de trabalho.

Conhecer e contribuir para o bom funcionamento da Instituição, exercendo as

actividades necessárias para este fim.

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Objetivos específicos:

Dinamizar actividades de interesse do público-alvo;

Promover o convívio e interacção no local em que estão presentes;

Desenvolver a sua personalidade e autonomia;

Proporcionar aos utentes momentos felizes e de lazer elevando assim a sua auto

estima, partilhando momentos e saberes com crianças.

Revalorizar os seus valores e conhecimentos do passado, fazendo recolha para

portefólio.

3.2.Caraterização do público-alvo

Atualmente o Centro de Dia é frequentado no local por 27 utentes,

compreendidos entre os 50 e os 99 anos, dos quais 22 senhoras e 5 homens. É uma

população-alvo maioritariamente feminina e estão muito limitados por patologias já

referidas. É um tipo de população que possui certas limitações, daí ser uma

desvantagem e apresentarem auto-desmotivação no seu dia-a-dia. Estes obstáculos

foram sendo ultrapassados com a cumplicidade e dedicação nas tarefas que se foram

executando. É bom referir que parte destes utentes têm regime de S.A.D., no entanto

sentem-se melhor a frequentar a Instituição. Na valência de S.A.D. temos 10 utentes

que, embora não frequentem a Instituição, visitam-na regularmente.

3.3.Atividades desenvolvidas

Para a concretização deste período de estágio, foi indispensável inicialmente a

elaboração do Plano de estágio e seguidamente de uma planificação mensal das

actividades a desenvolver e os seus objectivos. Os primeiros dias de estágio foram

dedicados ao conhecimento lento e progressivo do público-alvo.

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SEMANA DE 06 A 10 DE SETEMBRO

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado

Horário: 13.30/16.00h 8.00/18.30h

Tipo de

atividade

Apresentação

em grupo

Conversar

individualmente

com utentes

Conversar

individualment

e com utentes

Lúdica,

recreativa e

desportiva

Lúdica,

recreativa

Tema livre

Cozinha

Descrição

da

atividade

Processo de

acolhimento e

descontração

(canções e

jogos de

apresentação)

Conhecer

melhor cada um

deles

Conhecer

melhor cada

um deles

Dança das

crianças

Avaliar a

semana.

Interagir em

conversas

iniciadas

pelos idosos

Apoiar a

cozinheira na

confeção das

refeições

Objetivos

da

atividade

Tomar

conhecimento

geral do

Público-alvo

Aprofundar conhecimento de cada

idoso, diagnosticar problemas

familiares e de saúde.

Criar empatia, bom humor e

integração no grupo.

Criar

momentos

lúdicos de

interação com

as crianças

Conversar

temas livres

para criar

empatia e

descontraçã

o

Aprofundar

conhecimento

da atividade e

do

funcionament

o do serviço

Quadro 2- : Plano atividades para 1ª semana

A implementação das actividades do projecto de estágio tem como público-alvo

a população da terceira idade, autónomos e semi-autónomos das valências de Centro de

Dia e Serviço de Apoio Domiciliário, pelo que deve ser bem ponderada.

Na construção dos restantes planos de atividades semanais, procurei dar

continuidade ao Plano anual de atividades já existente na instituição, procurando em

cada atividade deixar o meu cunho pessoal, e foi crucial ter já um feedback e um

conhecimento mínimo do público-alvo, de modo a que as actividades se adaptassem e

colmatassem as suas necessidades, fossem adaptadas a eles, para que houvesse uma

evolução. No decorrer de todo o período de estágio, e no final de cada dia ou tarde de

atividades era feito um balanço com o público-alvo, saindo sempre por parte dos idosos

a expressão, “Volte sempre”, ou, “Amanhã volta?”

Neste momento posso dizer que sentia um feedback muito positivo e que a

motivação do público-alvo ajudou bastante no relacionamento.

Após ter explorado as necessidades, hábitos, interesses e espetativas dos clientes,

elaborei o Plano anual de atividades para 2011 (Anexo 2), para funcionamento da

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Instituição o qual foi aprovado em reunião de Assembleia Geral ordinária em 14 de

Novembro de 2010. Posteriormente, calendarizei essas atividades intercalando-as com o

meu plano de estágio (Anexo 1) a fim de o concretizar.

Na elaboração dos Planos de atividades tive em atenção alguns princípios,

nomeadamente:

Respeitar as diferenças religiosas, étnicas e culturais, dos clientes;

Promover a autonomia e qualidade de vida;

Respeitar o cliente quanto à sua individualidade, capacidades,

potencialidades, hábitos, interesses e expectativas;

Promover a participação activa dos clientes e/ou pessoa (s) próxima (s)

nas diversas fases de planificação das actividades;

Promover a comunicação, convivência e ocupação do tempo dos clientes;

Considerar que a ocupação quotidiana do tempo dos clientes depende do

seu projecto de vida, hábitos de lazer ou outros, bem como dos estímulos oferecidos

pelo CD.

Será importante dizer que eu pensava que tinha um certo conhecimento dos utentes

(público-alvo), pelo que, à partida, a fase da apresentação estaria ultrapassada. Errado…pois

ao longo da primeira semana, concluí que estava longe da realidade. Uma coisa é ver e a

outra é viver! Foi muito emocionante! Afinal não os conhecia assim tão bem!

Estavam presentes 27 utentes, e a cada apresentação sua emoção. Os utentes ficaram

maravilhados com a canção de apresentação e nos dias seguintes já a cantarolavam.

Fig. 8- Apresentação com canção Fig.9 – Jogos de apresentação

O objetivo foi proporcionar um auto e hetero-conhecimento do grupo,

inicialmente com uma apresentação minha e depois individual de cada utente (nome,

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idade, os seus gostos), utilizando como exercício a passagem de uma bola de um

elemento para o outro, cujo jogo tinha como vantagem desenvolver a sua capacidade

físico-motoras, desinibição, descontração e criar empatia.

Fig.10 - Atendimento individual aos utentes

No decorrer da primeira semana de estágio o principal objetivo foi direcionado

para um conhecimento aprofundado de cada idoso presente no centro de dia. Este

conhecimento foi efetuado através de uma abordagem, primeiro coletiva e depois

individual, onde fiz a recolha do nome de cada um, idade, data de nascimento e

atividades do seu interesse. Aproveitei para ir tomando conhecimento das suas

patologias. Os utentes apesar das limitações, como alzheimer, esquizofrenia, surdez,

diabetes, bronquite, dificuldades físico-motoras (devido a A.V.C., doenças reumáticas)

problemas familiares, pretendem ultrapassar esses problemas, procurando as suas mais-

valias e grandes motivações.

Na valência de Centro de Dia, além de actividades esporádicas, realizámos

atividades prolongadas como, trabalhos manuais que exigiam mais tempo (crochet,

bordados, técnica do guardanapo, costura, pintura em tecido e em tela, entre outros),

dinâmicas de grupo, exercícios de alfabetização, passeios e ainda na preparação das

atividades comemorativas, em conjunto com as crianças do Abrigo da Sagrada Família,

como o “Dia do Idoso”, “Halloween”, “Dia de São Martinho” ,“Festa de Natal”,

“Carnaval, Dia da Mulher” e “Dia da Mãe”, mesmo não estando referênciadas no Plano

Anual de Atividades da Instituição. Propus aos idosos a ideia de se fazer uma exposição

e venda dos trabalhos realizados, a qual foi muito bem aceite pelos utentes. Ganharam

muito entusiasmo e vontade de ver a exposição dos seus trabalhos. Agendámos para o

“Dia da Mãe”, e esse objectivo foi totalmente conseguido. Como os idosos não se

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devem restringir todos os dias ao mesmo local, fizemos intercâmbios entre o Abrigo da

Sagrada Família e a Associação, realizaram-se passeios por lugares do seu interesse

assim como a concretização da exposição dos seus trabalhos realizados ao longo do

período de estágio, o que comprova o empenho e dedicação nas tarefas propostas.

3.3.1. Atividades Cognitivas ou Mentais

Uma das queixas mais comuns destes idosos é a perda de memória, o que apesar

de bastante comum, não é normal. Trata-se de um problema, muitas vezes, passivel de

tratamento. Geralmente esta dificuldade é devida a algum fator que, se corrigido,

devolve ao idoso a memória que está prejudicada

Um das causas pode ser o uso de medicamentos antidepressivos e remédios para

dormir; o uso indiscriminado dessas drogas levam a pessoa a apresentar um

rebaixamento intelectual, agitação, ansiedade e confusão mental. Outra causa pode ser a

depressão que se configura como dificuldades para dormir, perda de interesse e perda de

memória. A fim de minorar estas situações, procurei atividades que incentivem as

funções cognitivas do cérebro, que ajudem na manutenção e no restabelecimento da

memória; com jogos diversificados e apropriados, a função é estimulada e com isso há

um aumento do circuito entre os neurônios. Estes jogos têm o objetivo de trabalhar as

funções cerebrais visando a uma melhoria na saúde mental e qualidade de vida; o que

contribuiu imenso para ativar os neurónios foi a recolha de canções, poemas,orações e

provérbios, ajudando-os a “ir ao fundo do baú”, buscar tudo isso que lá estava

adormecido. Foi uma atividade de decorreu ao longo do estágio e que contribuiu para a

elaboração do portefólio Além disso, houve também a oportunidade de se discutir

algumas situações comuns nesta faixa de idade conforme foram surgindo,

nomeadamente a ansiedade, a dificuldade de dizer não, direitos dos idosos,

relacionamento familiar, frustrações, auto-estima e outros temas do interesse dos idosos.

Com o decorrer do estágio fui ganhando conhecimento e verifiquei que alguns

idosos há já muito tempo que não tinham o hábito da leitura. Constatei que aprenderam

a ler, no entanto deixaram de fazê-lo única e simplesmente por comodismo. Iniciámos

umas atividades de re-alfabetização, as quais foram bem aceites e bem sucedidas, pois

ajudam-nos a manter as capacidades.

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Fig.11-Jogos de memória e encaixe Fig.12- D. Cândida faz contas

3.3.2-Atividades Física ou Motoras

Sendo o envelhecimento um processo inevitável, inerente a todos os indivíduos,

importa atenuar muitos dos seus efeitos adversos. Um dos factores que mais contribui

para este processo e que pode levar mesmo à doença crónica, é o sedentarismo. A

degeneração que se verifica, ao nível das capacidades dos vários sistemas fisiológicos,

diminui a capacidade de desempenho das atividades comuns do dia-a-dia.

A actividade, seja ela de que tipo for, parece-me o melhor remédio para a

velhice, surgindo assim a necessidade de oferecer aos nossos idosos estímulos de

natureza física, emocional, social e intelectual.

A atividade física é citada como sendo um componente importante para uma boa

qualidade de vida. A busca pelo prazer, pela satisfação e bem-estar pessoal vem

crescendo cada vez mais, e estes benefícios podem ser encontrados na prática da

atividade física.

O envelhecimento combinado com a prática de atividade física é um grande

triunfo nesta fase da vida, a qual chamamos de terceira idade. Hoje em dia a população

tem uma expetativa de vida maior, daí que seja, importantíssimo determinar os

mecanismos pelos quais o exercício pode melhorar a saúde, a capacidade funcional e a

qualidade de vida.

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Nesse sentido, tentei que a atividade física para os utentes seja:

Motivante: Promovendo um interesse e uma necessidade nos praticantes;

Adaptada: Às possibilidades de movimento do grupo e de cada um;

Gratificante: Trazendo bem-estar físico e mental;

Utilitária: Mantendo e melhorando as capacidades físicas e intelectuais;

Socializadora: Que cumpra uma função de relação e comunicação.

Fig.13- Jogo do pelão Fig.14- Exercícios de aquecimento

As sessões de ginástica (exercício físico) acompanhadas de música e canções

têm como objectivo assegurar as condições de bem-estar e de felicidade dos utentes,

promovendo a sua saúde, tentando combater o sedentarismo e desenvolvendo as suas

capacidades físicas e intelectuais através de tarefas simples de movimentação articular e

muscular possibilitando-lhe uma maior qualidade de vida. Com estas atividades,

algumas vezes em conjunto com as crianças do Abrigo da Sagrada Família, procurei

proporcionar aos dois grupos o aumento do auto-domínio, melhorar a ocupação dos

tempos livres, desenvolvimento das capacidades físicas, combater o sedentarismo e o

stress, prevenção das depressões e aumentar a auto-estima. Por vezes bastava uma

cantiga acompanhada com gestos e já trazia muito boa disposição aos utentes.

Além destas atividades de interior, procurei desenvolver outras no exterior a fim

de se proporcionar o convívio entre todos, com a realização de jogos populares, com a

participação da comunidade em geral.

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Fig. 15-Jogo do pelão Fig.16-Jogo do Cântaro

3.3.3.Atividades através da Expressão Plástica

Partindo do princípio que as atividades através da expressão plástica

proporcionam ao idoso a possibilidade de se exprimir através das artes plásticas e dos

trabalhos manuais, procurei com este tipo de actividades que o idoso pudesse dar largas

à sua imaginação e criatividade através das várias formas de expressão, como sejam a

pintura, o desenho, etc. As actividades de expressão têm ainda a vantagem de

desenvolverem a motricidade fina, a precisão manual e a coordenação psicomotora.

Assim sendo, realizámos algumas atividades tais como: Pintura em tecidos e em tela;

Desenho; Modelagem; Renda; Bordados; os quais serviram para a nossa exposição e

venda do Dia da Mãe.

Fig.17-Rendas e bordados Fig.18- Modelagem e pintura em tela

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Fig.19- Fazer flores em feltro Fig.20- Técnica do guardanapo

3.3.4. Actividades do Quotidiano

A União Europeia optou pelo termo “sénior” quando se refere à população com

mais de 50 anos.

Há autores, que defendem que não se pode medir ou quantificar todas as pessoas

que atingem a “terceira idade” como pertencentes a este grupo, porque o

envelhecimento é um fenómeno pessoal que varia bastante de indivíduo para indivíduo

não se acomodando a limites cronológicos precisos. No entanto, certos idosos quando

lhes é solicitada ajuda para as atividades do dia-a-dia, acabem por dizer que já estão

velhos, já trabalharam muito, já não sabem fazer nada e que agora já não podem. “Se

pudesse trabalhar eu não estava aqui”, dizem alguns. Com o decorrer do estágio, fui

tentando mentalizá-los que as pequenas atividades servem de terapia para pequenos

males, pois estão distraídos e esquecem-se das dores e dos problemas. Como diz o

ditado “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, e assim foi, acabei por ver

algumas idosas a prontificarem-se para pequenas atividades que até aqui não faziam.

Procurei dar bastante animação á atividade, contando anedotas, histórias e

incentivei os idosos a fazê-lo e resultou muito bem.

Fig.21 - Idosas a descascar batatas

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As actividades do quotidiano têm como objetivo permitir ao utente desenvolver

práticas habituais como pequenas tarefas domésticas (como por exemplo pôr a mesa,

dobrar roupas), ver TV (as noticias, os jogos de entretenimento, novelas), cuidar da sua

imagem (vinda do cabeleireiro à Instituição, quando necessário), de forma a tentar

manter as rotinas do seu antigo dia-a-dia, e evitar situações de acomodação que levam a

situações de depressão e demência.

3.3.5. Atividades através da Expressão e da Comunicação Oral e Corporal

Esta atividade tem como objetivo incentivar os utentes para se relacionarem uns

com os outros de forma a proporcionar trocas de experiências e vivências. Permite

também a troca de ideias, opiniões, sugestões mas também transmissão de sentimentos

de valores e emoções através da voz, do comportamento, da postura e do movimento.

Realizámos algumas peças de teatro, no natal “auto de Natal”, no dia dos namorados

“Romeu e Julieta”, e também com a chegada da primavera. Estas atividades permitiram

libertar-se de preconceitos, de respeitos humanos, e dar largas á sua imaginação.

Para incentivar os utentes á leitura, procurei semanalmente fazer a leitura do

jornal “Notícias de Gouveia”. Notei que na instituição havia poucos livros, pelo que

falei pessoalmente com a responsável da biblioteca”Vergílio Ferreira”, de Gouveia, a

fim de nos encaminhar alguns livros, os quais não fossem de utilidade para a mesma

biblioteca. Assim aconteceu e logo no dia seguinte recebemos duas embalagens de

livros. Os idosos entusiasmaram-se bastante com esta ideia e aderiram á leitura.

Fig.22 e 33- Leitura e análise do jornal “Noticias de Gouveia”

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Fig.24- Peça da Primavera

Proporcionei a oportunidade de os idosos assistirem a um teatro de fantoches,

apresentado pelas crianças do ”Abrigo”. Contaram a história do Capuchinho

Vermelho”, e no final os idosos tiveram oportunidade de manipularem os fantoches e de

inventar histórias com eles. Foram umas tardes muito felizes para todos.

Fig.25- Teatro de fantoches Fig.26-Explorar a história

Fig.27-Partilha de histórias

Dança: A dança é uma forma de animação que pode e deve ser desenvolvida

com os mais velhos, uma vez que para estes a dança está associada a memórias e

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experiências importantes na sua vida. Esta atividade foi desenvolvida através de

organização de festas, de bailes e de tardes de dança onde os utentes puderam praticar

danças tradicionais e danças de roda.

Fig.28- Idosos dançam em festa convívio

Música: A música popular portuguesa permite alegrar a vida de qualquer pessoa,

incentivando os utentes para a interacção em grupo, o convívio e o enriquecimento da

cultura de cada um. Através da música e do canto, fomenta-se a participação ativa dos

utentes na Instituição, divulgando assim parte da realidade cultural de cada um. Esta

atividade foi realizada através da recolha de músicas do conhecimento dos utentes,

ouvir música e organizar portefólio. Durante várias tardes em que o vento e a chuva se

ouviam lá fora, mantivemo-nos quentinhos junto à lareira, contando histórias e cantando

cantigas tradicionais, o que nos alegrou muito o coração. Pareciam os serões da aldeia á

moda Portuguesa. Foi óptimo! Que saudades!

3.3.6.Actividades Lúdicas

A animação lúdica tem por objectivo divertir as pessoas e o grupo, ocupar o

tempo, promover o convívio e divulgar os conhecimentos, artes e saberes.

Actividades Culturais: Visionamento de Filmes Portugueses, fomos ao Teatro-

cine de Gouveia, ao Museu do pão, às Exposições, às Feiras, Parques Naturais, Visitas

com fins religiosos, a Fátima, à Stª Eufémia dos Matos em Paranhos. Assistimos á Via-

Sacra ao vivo no Seminário de Gouveia.

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Fig.29- Idosos assistem a filme Fig.30- Visita á capela Sr.ª dos Verdes

Fig.31-Convívio com outros Idosos Fig.32- Idosos em viagem

Jogos de Mesa: Estes jogos têm como objetivo promover o convívio e a

interação entre os utentes. Esta atividade será desenvolvida através de vários jogos

como por exemplo as Cartas, o Dominó, Jogo do Galo, as Damas.

Procurei que as crianças participassem nestas atividades por diversas vezes com o

objetivo de criar boa disposição, auto-estima, com o sentido de os idosos ensinarem

técnicas e truques dos jogos realizados.

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Fig.33- Jogo da memória Fig.34-Jogo das cartas

Comemoração de datas Festivas

Ao longo do período de estágio, tive sempre presente, a ideia de realizar as

atividades previstas no Plano de atividades já existente e no que elaborei. Sendo o dia

do idoso, o Halloween, o S. Martinho, o Natal, as Janeiras, Carnaval e dia da Mulher, o

dia de S. Valentim, a Páscoa, o dia da Primavera e o Dia da Mãe umas datas

importantes e memoráveis, procurei dar a cada uma delas um brilho especial. Para isso

juntei as Instituições para em comum comemorarmos e partilharmos o que de melhor

cada um de nós tem. Estas atividades de calendário, têm como objetivo reviver

tradições, proporcionar interação, alegria, dinamismo entre os utentes das Instituições

mas também os respetivos familiares e toda a comunidade. Organizaram-se festas para

comemorar os aniversários de cada utente. Terminámos com o Dia da Mãe, no qual

fizemos a exposição dos nossos trabalhos, e que preencheu todo o nosso Ego, e nos

deixou completamente realizados e com o sentimento do dever cumprido.

Dia do Idoso

Pela manhã, quando os idosos nem sonhavam com a surpresa, tiveram a visita

das crianças do Abrigo e da Escola primária. Levavam na voz uma cantiga e um poema.

Na algibeira levavam uma flor para no final oferecerem a cada um dos idosos presentes,

e deixaram um exemplar para aqueles que por qualquer motivo não estavam. Afinal a

festa era de todos e para todos. Foi emocionante!

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Fig.35-Crianças cantam aos idosos Fig.36-Dia do Idoso recebem flor

Halloween

No dia do Halloween, as crianças compareceram ao convite para se realizar a

atividade proposta. Cheios de alegria, e entusiasmo enfeitámos a nossa abóbora.

Jogámos o jogo “A aboborinha escondida”, que consistia em cada um ter que encontrar

o maior número de abóboras escondidas no parque, a fim de ser premiado. Os idosos

como não podiam ir á procura foram os júris. Sentiram e viveram bem essa

responsabilidade.

Fig.37- Preparar a abóbora Fig.38- Jogo da “aboborinha escondida”

S. Martinho

Dia de S. Martinho optei por levar os idosos até á Instituição onde eu trabalho.

Chegados ao Abrigo da Sagrada Família, fizemos uma fogueira com caruma para fazer

um magusto. Foi um momento divertido ouvir as castanhas a estalar. Cantámos cantigas

e contámos anedotas. A seguir começou a ficar frio e entrámos para a Instituição onde

nos esperavam algumas surpresas. As crianças prepararam, para os idosos, a

representação da “Lenda do S. Martinho”, danças e um delicioso lanche.

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Fig.39- Magusto no “Abrigo” Fig.40-Crianças cantam para idosos

Natal

A época do Natal foi vivida com o verdadeiro espírito Natalício. Preparámos a

festa de Natal, em conjunto com as instituições da freguesia. Cantámos cânticos

natalícios, preparámos a missa, na qual participaram crianças e idosos. Foi uma

atividade muito sentida e vivida pelos utentes e colaboradores. Tivemos uma missa na

capela particular do “Abrigo”, seguida de almoço convívio e tarde recreativa no salão da

Associação, na qual todos participámos. Repleta de bons momentos a festa contou com

a presença de 300 pessoas.

Fig.41- Missa de Natal Fig.42- Festa convívio

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Ano Novo

A recepção ao Ano novo foi feita com o cantar das Janeiras e dos Reis. Como

esta imenso frio, optei por levar as crianças a cantar as Janeiras aos idosos do Centro de

Dia e ao Domicílio. Tive a preocupação de fazer a recolha da cantiga das Janeiras com

os idosos, para ensinarmos ás crianças. Equipados a rigor, levámos até junto destes a

tradicional cantiga das janeiras da nossa região, juntamente com um baú cheio de

guloseimas, imitando a oferta dos Reis Magos.

Fig.43-Preparar as Janeiras Fig.44-Cantar as Janeiras

Dia de S. Valentim

Este dia não ficou esquecido nas nossas comemorações. Após um estudo da

história do Romeu e Julieta, passámos á prática. Ensaiou-se a peça a fim de se ir

representar para outros idosos em Moimenta da Serra, num convívio preparado pela

Empresa Terra Preservada. Esta empresa dedica-se à venda de produtos agrícolas

biológicos tendo também a vertente da animação. Foi um dia de algum nervosismo, no

entanto correu tudo muito bem e os objetivos foram conseguidos. Temos verdadeiros

atores entre nós! Terminámos o dia em cheio. Tivemos lanche partilhado e bailarico.

Fig.45-Dia dos namorados Fig.46-Peça “Romeu e Julieta”

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Carnaval e dia da Mulher

Como pude constatar no decorrer do estágio, os idosos não valorizam o carnaval.

No entanto, o tema do carnaval foi inspirado na história que nós fomos lendo em

conjunto com as crianças todas as semanas. O livro “Espanta-Pardais” da Autora Maria

Rosa Colaço, faz parte do Plano Nacional de leitura, pelo que achei por bem valorizá-lo

a ponto de o explorar com as duas faixas etárias. A cada passo ficava no ar a dúvida e a

vontade de saber a continuidade da história. Assim as crianças, disfarçaram-se de

espanta-pardais e primaveras, divertindo e deliciando os olhares dos idosos.

Fig.47 e 48- Os idosos receberam visitas surpresa de bruxas e palhaços

No dia 8 de Março, dia da mulher, organizámos um almoço convívio, no salão

polivalente da associação, em homenagem a todas as mulheres.

Fig.49-Almoço Dia da Mulher Fig.50-homenagem á Mulher mais idosa

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Dia do Pai

O dia do Pai na Instituição foi vivido com alguma antecedência. Os idosos

prepararam a prenda para esse dia.

Fig.51- Prenda para o pai Fig.52- Pais recebem prenda

Falámos sobre a imagem masculina, e sobre o papel de S.José, contámos a sua

história, rezámos orações alusivas ao Santo. Assistimos ao filme “O Pai Tirano”, e

embora os idosos já o conhecessem, gostaram de o rever.

Festa da Primavera

Com o apoio da Terra preservada, promovemos um encontro intergeracional

entre instituições, convívio esse a decorrer em Gouveia. Muitas instituições aderiram, e

o resultado foi muito bom. Mais uma vez o nosso lema era juntar crianças e idosos e

assim aconteceu. Juntos encenámos uma peça de teatro, “A Semeadora”, onde não

faltou o nosso Espanta-Pardais, tão familiar e conhecido dos utentes.

Fig.53 e 54-Convívio com outras Instituições -Peça “ A Semeadora”

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Páscoa

Embora a Páscoa seja uma época menos alegre e festiva, não deixámos de

reviver as tradições. Entre os idosos e as crianças, fizemos a festa das madrinhas, em

que cada criança escolhia um padrinho ou madrinha, assumindo o compromisso de lhe

fazer uma visita regular. Procedemos á troca de prendas, neste caso das amêndoas, e

assim ficou selado o nosso contrato. Correu como o previsto, pois sempre que os

padrinhos e afilhados se encontram, tratam-se como tal.

Fig.55- Festa das madrinhas

Ainda em época de Páscoa, fomos convidados a assistir todos juntos á Via-Sacra

no Seminário de Gouveia, encenado pelo Instituto de Gouveia, pela turma do curso

Animação Sociocultural. Foi realmente muito comovente e todos ficaram maravilhados.

Fig.56- Assistimos àVia-Sacra

Festa do dia da Mãe

MÃE...

do amor sem dimensão, de cada momento, dos atos de cada capítulo de

minha vida não ensaiados, mas vividos em cada emoção...

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MÃE...

a presença de cada passo que o tempo não apaga: por mais longo e escuro

que seja o caminho, haverá sempre um horizonte...

MÃE...

Mulher a quem devemos a vida, que merece o nosso respeito, nossa

gratidão e nosso afeto. Autor Desconhecido

Chegou o tão desejado dia da mãe. Os utentes andavam entusiasmados com este

dia, pois trabalharam com muito entusiasmo para que se concretiza-se a exposição e

venda dos trabalhos por eles realizados.

Mais uma vez as crianças foram parte integrante desta festa pois os idosos já

nem se sentiam bem sem as mesmas.

Antecipadamente, preparámos a decoração do salão. No dia anterior, expusemos

os trabalhos e como eram também para venda, os próprios idosos quiseram ser eles a

dar um valor aquilo que fizeram. Posso dizer que os idosos ficaram muito orgulhosos e

felizes em ver os seus trabalhos expostos.

Fig.57- Preparar dia da Mãe

No dia da mãe fomos todos á missa na igreja matriz de Lagarinhos, na qual

participamos ativamente, a fim de envolvermos toda a comunidade e de

homenagearmos todas as mães. Durante a Eucaristia, recitámos um poema dedicado a

todas as mães e no final distribuímos uma rosa a cada uma. Seguiu-se o almoço, servido

por um restaurante, aberto á comunidade em geral, com tarde recreativa e convívio entre

os presentes. A exposição e venda dos trabalhos superou largamente a nossa

expectativa, pelo que os nossos objectivos foram alcançados.

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Fig.58- Exposição dos trabalhos

Fig.59-crianças em homenagem às Mães Fig.60-Homenagem à mãe mais idosa

Festas de aniversário

Para os idosos, o seu aniversário já não lhes diz nada. No entanto, é sempre bom

saberem que alguém se lembra deles. Irradiam felicidade no momento de se cantarem os

parabéns, pois a sua auto-estima eleva e sentem-se o centro das atenções. Sempre que

cada utente faz anos é festejado o momento, cantando-lhe os parabéns e oferecendo um

bolo. Ajudamos a viver esses momentos, tornando-os mais alegres e felizes.

Fig.61- Festa de aniversário Fig.62- Crianças cantam parabéns

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3.3.7.Atividades de rotina no funcionamento da Instituição

Além das actividades anteriormente referidas, propus ainda ajudar nas várias

secções da instituição com o objectivo de tomar conhecimento do seu funcionamento

geral e prestar apoio a estes serviços.

Pude constatar que é uma Instituição que se preocupa com a higiene e saúde dos

seus utentes e colaboradores pois mantém as condições exigíveis para o bom

funcionamento da mesma. Os seus colaboradores fazem exames regulares tendo como

Medicina do Trabalho a empresa INTERPREV. Actualmente e em paralelo tem

instalado o HACCP, com todos os seus requisitos. As suas instalações no geral, estão

equipadas com o exigido, mantendo-se perfeitamente limpas e desinfectadas. Existe um

gabinete médico no qual constam desinfectantes, cicatrizantes, pomada para

queimaduras, tesouras, pensos, gaze, antipiréticos, devidamente acondicionados e

acessível a todos os colaboradores para actuarem em caso de primeiros socorros. Em

todas as instalações, (sanitárias, vestiários, armazenamento, local de preparação e

confecção dos alimentos) são tidas em conta as condições de higiene e segurança

indicadas na legislação em vigor. A instituição neste momento não possui alvará nem

licença de utilização, estando a direcção (tomou posse em 2010) a fazer todos os

esforços para que isso se concretize.

Cozinha

O meu papel na cozinha foi diversificado, sendo-me dada a possibilidade de

fazer de tudo um pouco o que me permitiu ficar com o conhecimento geral do

funcionamento desta secção.

É uma divisão muito importante da Instituição pois por aí passa a higiene,

preparação e confecção dos alimentos e de todo o equipamento que entra em contacto

com eles. Todos os utensílios são em material adequado, plástico resistente a altas

temperaturas e inox, mantidos em bom estado de conservação, limpeza e desinfecção.

Aí procedi a limpeza higiene e desinfecção de todo o equipamento, e dei apoio

em todas as actividades inerentes a este serviço.

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Fig.63- Lavar louça Fig.64- Triturar a sopa

Refeitório:

Nesta secção propus-me servir e dar apoio aos idosos no momento da refeição.

Aqui, procurei que o momento da refeição fosse um momento de prazer e de

convívio. Sempre que possível tentei promover a autonomia de cada idoso estimulando-

o a decidir o que quer comer e a tomar a refeição sozinho. No caso de o utente estar

incapacitado, exerci essa função com uma atitude calma e pausada, procurando

conversar com o cliente. Administrei a medicação em cada refeição, garantindo assim

saúde e bem-estar aos utentes. No final de cada dia, procurei que as instalações ficassem

minimamente limpas e asseadas.

Fig.65- Preparar as mesas Fig.66- Servir refeição

Fig.67-Dar apoio na alimentação Fig.68-Administrar medicação

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Cuidados de Higiene e de imagem:

Pretende-se promover a saúde e bem-estar do idoso, aumentar a sua auto estima

e conforto pessoal.

Na prestação dos cuidados de higiéne e imagem, cada cliente tem de ser tratado

com respeito, pela sua identidade, hábitos, e modo de vida, assegurando-lhe a sua

privacidade autonomia e dignidade, caso contrário violamos os seus direitos. Neste

momento devemos ter uma atitude positiva, de respeito, compreensaõ e empatia.

Fig.69- Apoio no arranjo pessoal Fig.70- Apoio na higiene pessoal

A higiene pessoal é decisiva no que respeita a factores pessoais e ambientais que

incidem na saude física e mental dos utentes. Pelo facto, os cuidados de higiene exigem

de nós uma atitude integral e globalizadora que valorize as condições fisicas,

psicológicas, sociais e funcionais de cada idoso.

Nestes cuidados de higiéne, é essencial o cuidado dos pés principalmente em

pessoas diabéticas. Aproveitamos o momento da limpeza para inspecionar a pele, a fim

de detetar pequenos cortes, equimoses ou alteração da cor, e aplicamos creme.

Neste serviço, procurei ser calma, discreta, compreensiva, manter uma atitude

positiva e criar empatia para garantir a confiança e o à-vontade do idoso. Procurei

alertar os idosos para o problema das quedas, tão propícias e frequentes nesta faixa

etária. Para melhor os elucidar, passei o Power Point sobre “quedas”, o que os ajudou e

lertou bastante para estes perigos.

No final de cada dia, procurei que as instalações ficassem minimamente limpas e

asseadas.

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Lavandaria:

Nesta secção procede-se à lavagem e tratamento de roupas dos idosos de forma a

satisfazer as suas necessidades.

Este serviço de lavagem e tratamento de roupa foi criado com o intuito de

promover a satisfação das necessidades dos utentes e promover a sua qualidade de vida.

Aqui, o serviço é feito por várias etapas, começando pela recolha no domicílio

do utente, passando pela selecção, lavagem, secagem, armazenamento, reparação,

engomagem e encaminhamento para o utente.

Quando entra na lavandaria a roupa é devidamente identificada com o número

do utente, de forma muito discreta, a fim de não ser danificada.

Após a passagem por todas as etapas, fica registada no sistema de registo, pesada

e devolvida ao cliente com a maior brevidade possível. No final de cada dia, procurei

que as instalações ficassem minimamente limpas e asseadas.

Fig.71-Tratamento de roupas

Escritório:

Elaboração do Plano Anual de Atividades 2011;(ver anexo 2)

Elaborar e atualizar Registos e Processos individuais dos

utentes, segundo indicações do ISS

Fotografia

Idade

Preferências alimentares

Proveniência

Patologias

Grau de autonomia /independência

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Medicação / cuidados de saúde

Condições Habitacionais.

Estes aspectos foram todos tomados em atenção (e devidamente registados) na

elaboração dos processos individuais dos utentes, em regime de C.D. e S.A.D.

Durante o período de estágio, em 27/10/2010, a instituição foi alvo de vistoria

por parte dos técnicos do Centro Regional da Segurança Social da Guarda, em que um

dos aspectos exigidos (além de outros) era a organização dos processos individuais dos

utentes. Estes processos foram todos devidamente organizados por mim, segundo as

exigências do I.S.S. (Instituto de Segurança Social), pelo que na próxima vistoria essa

falha já não vem registada por esses serviços.

Faz parte obrigatório e integrante de cada processo, o Contrato de Prestação de

Serviços, devidamente preenchido e assinado por ambos os Outorgantes. A grande

maioria dos processos não tinha este documento pelo que elaborei uma Adenda (Anexo

5) a todos os Contratos de utentes que já frequentavam a Instituição e que não tinham

contrato.

Foi um trabalho que apesar de muito trabalho, deu-me imenso prazer fazê-lo,

pois pude contactar individualmente com cada utente, tomar conhecimento da realidade

que cada um abraça. Passei horas sem fim, de noite e de dia, em visitas ao Domicilio a

fim de recolher o máximo de informação para a concretização deste trabalho.

Fig.72- Visitas ao Domicílio

Os processos individuais são constituídos por um conjunto de documentos, que

fazem referência a todos os aspectos familiares, físicos, psicológicos, financeiros e

sociais do utente. Estes processos contêm informações particulares e por isso estão

arquivados no estabelecimento A.B.C.R.F.Lagarinhos, em vitrina fechada á qual só tem

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acesso a Direcção Técnica e os Serviços Administrativos, garantindo assim a sua

privacidade e confidencialidade. (Segundo normas do I.S.S.).

“O Processo Individual do Cliente é arquivado no estabelecimento em local próprio e de fácil acesso à direcção técnica e serviços administrativos, em condições que garantem a sua privacidade e a confidencialidade. Cada processo individual deverá ser actualizado pelo menos semestralmente.

O cliente e/ou pessoa(s) próxima(s) (sujeito a autorização do cliente) têm conhecimento da informação constante no processo individual.”

Fonte: Manual dos processos do I.S.S.

Elaboração e afixação de Ementas

"Diz-me o que comes, e dir-te-ei a saúde que tens."

Dr. Emídio Peres

Uma alimentação saudável e equilibrada é uma das condições necessárias para

que se viva uma vida longa e com qualidade.

Na elaboração das ementas procurei que fossem equilibradas, variadas e ricas

nutricionalmente, respeitando o contexto sociocultural dos idosos (Anexo 6)

Preocupei-me em promover o consumo de alimentos do grupo dos legumes e

frutos, pelo facto de serem ricos em fibras e vitaminas. Evitei o consumo de fritos e

refogados, dando lugar a cozinhados mais saudáveis como cozidos, assados, grelhados

e estufados, de acordo com os gostos da generalidade dos idosos.

Durante o estágio, houve na Instituição a vistoria higieno-sanitária, por parte do

Centro de Saúde de Gouveia, em que foram avaliadas as condições de higiene de todos

os utensílios usados na confecção dos alimentos e dos manipuladores dos mesmos. Em

paralelo com essa ação, foi levada uma amostra da sopa para avaliar o teor do sal a

usar, pois tínhamos sido alertados para a redução do mesmo. Aconteceu que os idosos

reclamaram esse facto. Com o objetivo de ficarmos elucidados dos malefícios de

excesso de sal, e consequentemente reduzirmos o seu consumo, explorámos um Power

Point sobre o sal, cujo objetivo foi atingido. Os idosos aceitaram muito bem

começando a não reclamar e a compreender melhor o facto de a comida ter pouco sal.

O que também ajudou, foi o rastreio referente á Diabetes e Tensão Arterial. Ao

longo da minha estadia pela instituição, constato que os idosos não estão dispostos a

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prescindir de uma boa alimentação, bem apaladada em prol da saúde. É necessário

muita insistência da nossa parte para os fazer crer que certos alimentos são menos ou

mais saudáveis do que outros.

Visitas Domiciliárias e em Centro de Dia:

Estas visitas englobam a prestação de cuidados de Higiene, Saúde e

Conforto. Banhos semanais, higiene diária, administrar a Medicação, Avaliar Tensão

Arterial, diabetes, preparar as caixas dos medicamentos semanalmente.

O objetivo é proporcionar cuidados básicos de saúde e higiene pessoal e

habitacional, permitindo dar maior conforto ao idoso e ainda acompanha-los de forma

muito próxima para que não sintam a solidão e o abandono.

Aos sábados fiz Serviço Domiciliário a fim de levantar os idosos, arranjá-los e

traze-los para a Instituição.

Fig.73- Trazer o utente do Domicilio

Grande parte das terças-feiras, integrei-me na equipa de Serviço ao Domicílio

com a finalidade de se proceder á higiene habitacional dos utentes.

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Fig.74- e 75- Higiene habitacional domiciliária

Ao longo do período de estágio, foram várias as vezes em que participei na

prestação de cuidados de higiene semanal e diária. Durante as refeições administrei a

medicação garantindo saúde e bem-estar aos idosos. Por norma, aos sábados logo pela

manhã aquando da chegada dos utentes á Instituição, visto que ainda estavam em jejum,

procedia à avaliação da tensão arterial e diabetes.

Fig.76- Administrar Aerossóis

Fig.77- Medir tensão arterial Fig.78- Medir Diabetes

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Rastreio de Tensão Arterial e Diabetes

Dando cumprimento ao Plano Anual de Atividades e a fim de alertar para as

consequências destas patologias, promovi um rastreio das mesmas. Para tal, convidei a

Enf.ª Filipa nossa colaboradora e a Dr.ª Maria João da Farmácia Avenida de Mangualde.

Atenderam prontamente o meu pedido, o que agradeço imenso. Convidou-se a

população em geral, divulgámos na página do Facebook, e a aderência foi excelente.

Fig. 79- Sessão sobre Diabetes e T. Arterial Fig.80- Rastreio de Diabetes e T.A.

Preparar caixas de medicação

Para garantir a administração da medicação de uma forma segura e eficaz, a

Instituição tem várias caixas de medicamentos semanais devidamente identificadas com

o nome de cada utente. As caixas são preparadas com antecedência através da grelha de

medicação prescrita pelo médico dos utentes.

Fig. 81- Organizar caixas dos medicamentos

Ação de sensibilização sobre roubos e furtos por parte da G.N.R.

Ainda no cumprimento do exposto no Plano de actividades, levei a efeito uma

ação de sensibilização em jeito de sessão de esclarecimento sobre burlas e furtos, com o

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objetivo de alertar os idosos para esta problemática. Para levar a efeito esta ação de

sensibilização, contactei o Comando Territorial de Gouveia,( contacto pessoal e direto)

que através do programa APOIO 65, disponibilizou dois agentes para o cumprimento da

atividade.

Mais uma vez as crianças participaram nesta sessão com o objetivo de transmitir

aos pais e avós, aquilo que conseguissem captar. Os objetivos foram alcançados pois a

explicação do Agente Almeida foi muito clara e esclarecedora.

Fig.82- Abertura da sessão Fig.83- Sessão sobre Roubos e furtos

Organizar e frequentar ações de Formação para os funcionários

Este item tem como objetivo organizar e receber formação a fim de melhorar os

conhecimentos gerais dos recursos humanos para um melhor desempenho pessoal e

profissional.

Decorreram algumas ações de formação de 25 horas cada para os funcionários

da Instituição em causa, do “Abrigo” e comunidade em geral. Relações interpessoais,

Técnicas de atendimento, legislação laboral e Comunicação no Atendimento.

Fig.84-Formação prática funcionários Fig.85- Formação de funcionários

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Após a formação, os formandos são de opinião que ficaram mais elucidados de

como agir em certas situações. O seu relacionamento, tanto com os outros colaboradores

como com os utentes melhorou visivelmente, pois estão mais sensíveis aos problemas

dos mesmos e motivados para lhes dar apoio.

Para estas formações contactei diretamente formadores conhecidos do IEFP de

Seia, da Associação Empresarial de Seia e da Empresa Lopes Garcia Consultores.

Foi uma iniciativa que superou as expectativas e atingiu os meus objectivos.

Avaliação do Grau de satisfação dos utentes, através de Inquérito de Satisfação

Com o objetivo de auscultar a opinião dos utentes e Familiares sobre o seu grau

de satisfação face aos serviços que lhe são prestados, pedi a 30 utentes o favor de

responderem ao inquérito incluído no plano de estágio. Inicialmente não aceitaram de

muito bom agrado, mas ao fim de uma breve explicação acabaram por aceitar. Os

resultados foram positivos e satisfatórios (Ver anexo7)

Elaborar um portefólio

A fim de proceder à recolha das tradições e saberes dos idosos, nomeadamente,

histórias, orações, contos, adivinhas, trava-línguas e provérbios, elaborei um

portefólio, no qual constam os saberes dos idosos. É natural que algumas orações já

não estejam no seu original, no entanto respeitei o que o idoso transmitiu. (Anexo 8)

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Conclusão:

Após a conclusão do estágio, é tempo de reflexão. Fazendo uma retrospectiva de

todos os momentos vividos, concluo que afinal todos foram importantes. Os bons

momentos serviram para nos valorizarmos, e os menos bons, para rever a nossa posição

face a várias situações de modo a melhorá-las e a corrigi-las. As bases adquiridas não

estão devidamente consolidadas mas no entanto, tive oportunidade de as pôr em prática.

Os ensinamentos que aprendi, foram muito compensatórios e enriquecedores. Foram

uma mais-valia para o desempenho do meu papel enquanto estagiária, pois foram o meu

pilar essencial. Ocupei o lugar de aprendiz pois perante tanta sabedoria, os idosos

revelaram-se uns verdadeiros discípulos, o que me ajudou a crescer humana e

profissionalmente.

A minha maior dificuldade foi sem dúvida, as limpezas dos domicílios, pelo

facto de me deparar com determinadas condições habitacionais que condicionam a

mobilidade dos utentes, impedindo-os de ter uma melhor qualidade de vida.

Procurei dar o meu máximo, o meu melhor e acima de tudo, respeitar a

individualidade de cada pessoa que esteve no meu caminho. A minha função foi fazer

com que nenhum utente se auto-exclui-se, mas que se integra-se no grupo, aumenta-se a

sua auto-estima e participa-se ativamente, a fim de dar sentido à vida e de melhorar a

sua qualidade.

Tenho uma grande caminhada pela frente, na qual dei apenas um primeiro passo.

Não pararei por aqui, pois vou procurar desenvolver mais as minhas

competências nas várias áreas, através de formação e procurarei ajuda junto de outros

acima de mim, sempre que necessário.

Talvez não tenha conseguido passar a mensagem naquilo que escrevi mas, fui

muito feliz durante o estágio e acredito que fiz os outros felizes! Senti que quanto mais

de mim dava, mais rica ficava!

Obrigada a todos os que se cruzaram no meu caminho e que contribuíram para

eu aqui chegar…

“ O melhor meio para alcançar a felicidade

é contribuir para a felicidade dos outros”

(Baden-powell, in Última mensagem)

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Leonor Pinto 62

Bibliografia:

MIRANDA, L.C. Qualidade de vida em idosos: breves reflexões. Cuidar de

Idosos, 2008. Disponível em: <http://www.cuidardeidosos.com.br/qualidade-de-vida-em-idosos-

breves-reflexoes/>. Acesso em: 11/06/2011.

Guia interpretativo para a aplicação de norma ISSO DIS:9001:2000 a lares de

idosos

Apontamentos das disciplinas do curso Técnico em Gerontologia,

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Webgrafia:

Www.abcdasaude.com.br/ - Acedido a 24/02/2011

www.portaldoenvelhecimento.net –Acedido a 28/03/2011

www.wikipédia.org./wiki/lagarinhos -Acedido a 21/08/2011

www.educare.pt – Acedido a 29/09/2011

www.hoops.pt/saude/saude - Acedido a 02/09/2011

www.roche.pt/portugal/index.cfm/saude/diabetes/- Acedido 24/09/2011

Nota: Nas pesquisas efectuadas tanto na bibliografia como na webgrafia, não pretendi

plagiar a informação, procurei antes ajuda para as minhas dúvidas.

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Anexos

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Anexo I

Plano de estágio

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Plano de Estágio

Instituto Politécnico da Guarda

Aluno: Maria Leonor Dias Pinto dos Santos

Nº de aluno: 5006971

Local de Estágio: Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Rua das Escolas Primárias

Lagarinhos

Gouveia

Telef: 238487953

E-mail: [email protected]

Tutor de estágio na Instituição

Nome: Rui Jorge Bernardino Borges

Cargo que ocupa: Presidente da Direcção

Contacto: 963014693

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Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3

ACTIVIDADES E OBJECTIVOS DO ESTÁGIO ............................................................................. 4

PRINCIPAIS ACTIVIDADES PLANEADAS ................................................................................... 4

INQUÉRITO DE SATISFAÇÃO PARA CLIENTES E FAMILIARES ......................................... 10

NOTAS FINAIS ................................................................................................................................ 14

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Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

INTRODUÇÃO

No âmbito do Curso de Especialização Tecnológica (CET), Técnicas em Gerontologia, do

Instituto Politécnico da Guarda, que decorreu de 9 de Novembro de 2009 a 24 de Julho de 2010, foi

sugerido que fosse realizado um estágio em Lares ou Centros de Dia, com a duração total de 600

Horas.

Assim sendo, proponho-me realizar o referido estágio na Associação de Beneficência

Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos, com as valências de Centro de Dia e Apoio

Domiciliário.

Para a execução do mesmo torna-se pertinente a realização de um Plano de Estágio, que para

além de me permitir melhor orientação e planeamento das actividades a realizar, servirá de bússola

orientadora e crítica para os meus orientadores.

Como tal, este Plano apresenta os objectivos que me proponho atingir, assim como as

actividades planeadas de forma a pôr em prática esses mesmos objectivos.

Este Plano foi elaborado com base nas normas orientadoras do Instituto Politécnico da

Guarda, do Professor Orientador, da Direcção e Tutor da Instituição de Acolhimento e também da

aprendizagem e formação recebidas ao longo do ano lectivo.

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Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

ACTIVIDADES E OBJECTIVOS DO ESTÁGIO

O Centro de Dia é um espaço de acolhimento onde se pode desenvolver uma variedade de

programas e actividades ocupacionais e de lazer, adequados aos utentes nas mais variadas condições

e etapas das suas vidas. Estes programas podem ser permanentes, variados, lúdicos e construtores

de um envelhecimento saudável.

O Apoio Domiciliário integra um conjunto de serviços e técnicas profissionais de

intervenção, prestados no domicílio de cada Pessoa, que necessita de apoio para complementar o

seu nível de autonomia e qualidade de vida, permitindo-lhe continuar a viver no contexto natural da

vida.

Partindo deste princípio, e para levar a efeito a realização deste Estágio, proponho-me

realizar as tarefas necessárias que me permitam atingir os objectivos propostos.

Pretendo contudo, criar intercâmbios entre os idosos e as crianças do A.T.L. e pré-escolar,

com o objectivo de juntar gerações a fim de conviverem de forma saudável, trocando saberes e

experiencias.

PRINCIPAIS ACTIVIDADES PLANEADAS

«A educação para o lazer entre os idosos tem por objectivo facilitar o desenvolvimento de

um estilo de vida que aumenta a sua qualidade de vida» (Tabourne, 1992, 47 in Pinto e Osório,

2007,283).

A planificação de actividades pressupõe a ocupação do utente e o seu envolvimento nas

actividades, para que possa sentir prazer na sua realização, entusiasmando-se pela participação e

consciencializando-se que pode dar o seu contributo no desenvolvimento das actividades propostas,

desfazendo a imagem pré-concebida de que os idosos são inúteis e inactivos.

As actividades planeadas proporcionam e facilitam o acesso a uma vida mais activa e mais

criativa, à melhoria nas relações e na comunicação com os outros, para uma melhor participação na

vida da comunidade desenvolvendo a autonomia pessoal.

As Actividades que proponho tem como objectivo geral promover a inovação e as novas

descobertas; valorizar a formação ao longo da vida; proporcionar aos idosos uma vida mais feliz e

dinâmica e valorizar as capacidades, competências, saberes e cultura aumentando a sua auto-estima

e auto-confiança.

I. Actividades cognitivas ou mentais;

II. Actividades físicas ou motoras;

III. Actividades através da expressão plástica;

IV. Actividades do quotidiano;

V. Actividades através da expressão e da comunicação oral e corporal;

VI. Actividades lúdicas;

VII. Actividades de rotina no funcionamento da Instituição;

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I - Actividades Cognitivas ou Mentais

Treino da Escrita, pintura de desenhos e grafismos: Esta actividade consiste em

alfabetização para os analfabetos e treino com o objectivo de manter as capacidades dos

utentes letrados.

■ Material a utilizar: Papel, Caneta, Quadro, Livros de leitura, jornais, revistas.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia, crianças de A.T.L.e funcionária

da Instituição

■ Destinatários: Todos os utentes do Centro de Dia que queiram participar.

■ Dias/Duração: 1 vez por semana, durante 60 minutos.

II - Actividades Físicas ou Motoras

Ginástica geriátrica: As aulas de ginástica geriátrica têm como objectivo assegurar as

condições de bem-estar dos utentes, promovendo a sua saúde, tentando combater o

sedentarismo e desenvolvendo as suas capacidades físicas e intelectuais através de tarefas

simples de movimentação articular e muscular possibilitando-lhe uma maior qualidade de

vida. Esta actividade permite ao utente o aumento do auto-domínio, melhorar a ocupação

dos tempos livres, desenvolvimento das capacidades físicas, combater o sedentarismo e o

stress, prevenção das depressões e aumentar a auto-estima.

Esta actividade será desenvolvida através de exercícios de aquecimento, feitos até na

própria cadeira; jogos populares e desportivos como por exemplo a Petanca, o Passar a Bola,

o Derrubar Garrafas, o Jogo do Anel, Pista de Obstáculos; a Marcha/Passeios ( no mínimo

de 30 minutos por dia); a Dança (dança popular através de festas e de organização de

bailes).

■ Material a utilizar: Balões, Bolas, Cordas, Garrafas de plástico, Bolas específicas para o

jogo da petanca, Cadeiras.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia, um funcionário com algum

conhecimento em desporto.

■ Destinatários: Todos os utentes do Lar e Centro de Dia que queiram participar.

■ Dias/Duração: 2 vezes por semana, durante 60 minutos cada sessão (a ajustar de acordo

com as necessidades/limitações dos utentes).

III - Actividades através da Expressão Plástica

Pintura em tecidos e em tela; Desenho; Modelagem; Renda; Bordados; As actividades através da expressão plástica têm como objectivo proporcionar ao idoso a

possibilidade de se exprimir através das artes plásticas e dos trabalhos manuais. Com este tipo

de actividades pretende-se que o idoso possa dar largas à sua imaginação e criatividade através

das várias formas de expressão, como sejam a pintura, o desenho, etc. As actividades de

expressão têm ainda a vantagem de desenvolverem a motricidade fina, a precisão manual e a

coordenação psicomotora.

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■ Material a utilizar: Linhas, Lã, Algodão, tecido, Agulha, Papel, Canetas, lápis, pincéis, tela,

tinta.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia, e Funcionário(a) da Instituição.

■ Destinatários: Todos os utentes do Centro de Dia que queiram participar.

■ Dias/Duração: 3 vezes por semana, durante 90 minutos cada sessão.

IV - Actividades do Quotidiano

Plantar árvore, cuidar do jardim: As actividades do quotidiano têm como objectivo permitir

ao utente desenvolver práticas habituais como a jardinagem, cuidar de plantas, pequenas tarefas

domesticas (como por exemplo pôr a mesa, dobrar roupas), ver TV (as noticias, os jogos de

entretenimento, novelas), cuidar da sua imagem (vinda do cabeleireiro à Instituição, quando

necessário), de forma a tentar manter as rotinas do seu antigo dia-a-dia.

■ Material a utilizar: Sacho, ancinho, regador.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia, e Funcionário(a) da Instituição.

■ Destinatários: Todos os utentes do Centro de Dia que queiram participar.

■ Dias/Duração: 1 vez por mês para actividades de rua, (conforme condições meteorológicas) e

1 a 2 vezes por semana para as restantes.

V - Actividades através da Expressão e da Comunicação Oral e Corporal

Conversas /Comentários de Jornais e Revistas: Esta actividade tem como objectivo

incentivar os utentes para se relacionarem uns com os outros de forma a proporcionar trocas de

experiências e vivências. Permite também a troca de ideias, opiniões, sugestões mas também

transmissão de sentimentos de valores e emoções através da voz, do comportamento, da postura

e do movimento.

■ Material a utilizar: Revistas e jornais de qualquer tipo.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia e Funcionário(a) da Instituição.

■ Destinatários: Todos os utentes do Centro de Dia que queiram participar.

■ Dias/Duração: Sempre que seja oportuno e sem qualquer limite de horário.

Dança: A dança é uma forma de animação que pode e deve ser desenvolvida com os mais

velhos, uma vez que para estes a dança está associada a memórias e experiências importantes na

sua vida. Esta actividade será desenvolvida através de organização de festas, de bailes e de

tardes de dança onde os utentes poderão praticar danças de salão, dança tradicional, dança de

roda.

■ Material: CD's de música popular, Leitor de CD.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia e Funcionário(a) da Instituição.

■ Destinatários: Todos os utentes que queiram participar.

■ Dias/Duração: Dias de festas de aniversário, festas populares, com a duração que os utentes

desejarem.

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Música: A música popular portuguesa permite alegrar a vida de qualquer pessoa, incentivando

os utentes para a interacção em grupo, o convívio e o enriquecimento da cultura de cada um.

Através da música e do canto, fomenta-se a participação activa dos utentes na Instituição,

divulgando assim parte da realidade cultural de cada um. Esta actividade será realizada através

da recolha de músicas do conhecimento dos utentes, ouvir música e organizar portefólio.

■ Material: Rádio, Cd's e leitor de Cd's.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia e Funcionário(a) da Instituição com

gosto pela música.

■ Destinatários: Todos os utentes do Centro de Dia que queiram participar e que tenham gosto

pela música e o cântico.

■ Dias/Duração: 1 a 2 vezes por semana, durante 30 minutos.

VI - Actividades Lúdicas

A animação lúdica tem por objectivo divertir as pessoas e o grupo, ocupar o tempo, promover o

convívio e divulgar os conhecimentos, artes e saberes.

Esta actividade visa respeitar e dar seguimento ao plano de actividades, visto que incide

bastante sobre este tipo de animação.

Actividades Culturais: Visionamento de Filmes Portugueses, Ir ao Teatro, aos Museus, às

Exposições, às Feiras, Parques Naturais, Visitas com fins religiosos a locais sagrados.

■ Material a utilizar: DVD's, Leitor de DVD, Meio de transporte.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia e Funcionários da Instituição.

■ Destinatários: Todos os utentes que queiram participar.

■ Dias/Duração: Sempre que seja oportuno e sem limite de duração.

Jogos de Mesa: Estes jogos têm como objectivo promover o convívio e a interacção entre os

utentes. Esta actividade será desenvolvida através de vários jogos como por exemplo as Cartas,

o Dominó, Jogo do Galo, as Damas.

■ Material a utilizar: Cartas, Damas, Papel, Caneta, Dominó.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia e um(a) auxiliar para acompanhar

essas actividades.

■ Destinatários: Todos os utentes do Centro de Dia que queiram participar.

■ Dias/Duração: Sempre que seja oportuno e sem limite de duração.

Comemoração de datas Festivas: Têm como objectivo proporcionar interacção, alegria,

dinamismo entre os utentes da Instituição mas também os respectivos familiares e toda a

comunidade. É importante organizar festas para comemorar os aniversários de cada utente,

festas religiosas, festas populares onde os utentes possam preparar exposições dos trabalhos

manuais e espectáculos.

■ Recursos Humanos: Estagiária do CET de Gerontologia e Funcionários da Instituição

■ Destinatários: Todos os utentes que queiram participar

■ Dias: Halloween, S. Martinho, Natal, Ano Novo, Dia dos Namorados, Festa da Primavera,

Dia do avo, Pascoa, festas de anos.

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VI - Actividades de rotina no funcionamento da Instituição

Além das actividades anteriormente referidas, proponho ainda ajudar nas várias secções da

instituição com o objectivo de tomar conhecimento do seu funcionamento geral e prestar apoio a

estes serviços.

Cozinha:

Cozinhar e organizar as refeições para serem servidas na própria Instituição e ao

domicílio.

Refeitório:

Servir e dar apoio aos idosos no momento da refeição.

Lavandaria:

Lavagem e tratamento de roupas dos idosos.

Escritório:

Caracterização orgânica - funcional da Instituição

Elaboração do Plano de Actividades 2011;

Elaborar e actualizar Registos e Processos individuais dos utentes, segundo

indicações do ISS

Fotografia

Idade

Preferências alimentares

Proveniência

Patologias

Grau de autonomia /independência

Medicação / cuidados de saúde

Condições Habitacionais.

Elaboração e afixação de Ementas com o objectivo de atender ao gosto e

preferência dos idosos, respeitando as suas patologias;

Visitas Domiciliárias e em Centro de Dia: Prestação de cuidados de Higiene, Saúde e Conforto. Banhos semanais, higiene

diária, administrar a Medicação, Avaliar Tensão Arterial, diabetes, preparar as caixas

dos medicamentos semanalmente, cujo objectivo é proporcionar cuidados básicos de

saúde e higiene, permitindo dar maior conforto ao idoso e ainda acompanha-los de

forma muito próxima para que não sintam a solidão e o abandono.

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Elaborar um portefólio com a recolha das tradições e saberes dos idosos,

nomeadamente, histórias, orações, contos, adivinhas, trava-línguas e provérbios.

Organizar e frequentar acções de Formação para os funcionários, cujo objectivo

será dar e receber formação a fim de melhorar os conhecimentos gerais dos

recursos humanos para um melhor desempenho pessoal e profissional.

Avaliação do Grau de satisfação dos utentes, através de Inquérito de Satisfação

com o objectivo de auscultar a opinião dos Clientes (utentes) e Familiares sobre o

seu grau de satisfação mediante os serviços que lhe são prestados.

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Inquérito de satisfação para Clientes e Familiares

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

VALÊNCIAS: Centro de Dia e Apoio Domiciliário

Data: Dezembro de 2010

Instruções de resposta ao questionário:

A procura da melhoria contínua, com vista a uma cada vez melhor prestação dos Nossos

serviços, é o principal compromisso estabelecido na nossa Instituição.

Por conseguinte, a sua opinião é fundamental para que possamos criar novas alternativas e

oferecer um serviço cada vez mais eficaz.

Não há respostas certas ou erradas relativamente a qualquer dos itens, pretendendo-se apenas

a sua opinião pessoal e sincera.

Este questionário é de natureza confidencial e anónima.

AA ssuuaa ccoollaabboorraaççããoo éé ffuunnddaammeennttaall ppaarraa pprreessttaarrmmooss uumm sseerrvviiççoo ddee QQuuaalliiddaaddee

NNOOTTAA:: OO iinnqquuéérriittoo NNÃÃOO ddeevvee sseerr aassssiinnaaddoo..

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Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

1 = Muito Insatisfeito, 2 = Insatisfeito, 3 = Pouco Satisfeito, 4 = Satisfeito e 5 = Muito Satisfeito

1 = Muito Insatisfeito, 2 = Insatisfeito, 3 = Pouco Satisfeito, 4 = Satisfeito e 5 = Muito Satisfeito.

2. Instalações, equipamentos e sinaléticas de segurança

Satisfação com…

Grau de Satisfação Registe aqui as suas

sugestões de melhoria (opcional) 1 2 3 4 5

Instalações no seu aspecto geral

(atractivas ou repulsivas)

Circulação entre as Várias áreas de

utilização e seu respectivo acesso

Espaço interior, salas (espaço seguro,

não representa qualquer perigo)

Instalações sanitárias (limpas, arejadas,

espaçosas)

Área destinada à alimentação (cozinha

refeitório e copa)

Condições de transporte

Materiais utilizados no chão, paredes e

mobiliário

Existência de extintores e material de

socorro e emergência

Identificação e sinalização das diferentes

áreas da instituição

Plano de emergência

Vestuário do pessoal colaborador

Uso de identificação pessoal dos

colaboradores

1. Imagem global da Instituição

Satisfação com… Grau de Satisfação Registe aqui as suas sugestões

de melhoria

(opcional) 1 2 3 4 5

Funcionamento geral da Instituição

Cortesia dos funcionários que lidam com

os clientes/colaboradores no local

Cortesia dos funcionários que atendem

por telefone os clientes/colaboradores

Igualdade de tratamento dos

clientes/colaboradores praticado na

Instituição

Flexibilidade e autonomia que os

funcionários têm para resolver as

situações individuais de cada

cliente/colaborador

Melhorias implementadas recentemente

na Instituição

Impacto da Instituição na qualidade de

vida dos clientes/colaboradores

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Satisfação com o espaço de atendimento

para esclarecimento de dúvidas ou outros

assuntos

1 = Muito Insatisfeito, 2 = Insatisfeito, 3 = Pouco Satisfeito, 4 = Satisfeito e 5 = Muito Satisfeito.

3. Acessibilidade da Instituição

Satisfação com…

Grau de Satisfação O que falta para que o seu grau

de satisfação seja 5?

(opcional) 1 2 3 4 5

Os acessos à Instituição

A localização da Instituição

Nível de acessibilidade para deficientes e

cadeiras de rodas (rampas de acesso,

elevadores)

Facilidade de estacionamento junto da

Instituição

Horário praticado

Encerramento da Instituição

Informação disponível no local de

atendimento

Possibilidade de efectuar o pagamento

dos serviços presencialmente através de

Multibanco

Existência de uma linha telefónica para

esclarecimento de dúvidas

Esclarecimento de dúvidas através de

correio electrónico

Informações disponíveis on-line

Existência de serviços disponíveis on-line

1 = Muito Insatisfeito, 2 = Insatisfeito, 3 = Pouco Satisfeito, 4 = Satisfeito e 5 = Muito Satisfeito.

4. Fiabilidade

Indicador Grau de Satisfação O que falta para que o seu grau

de satisfação seja 5? 1 2 3 4 5

Programação e execução das actividades

Quando uma actividade programada não

é realizada sou informado do motivo

Clareza da informação

Os horários da Instituição de entrada e

saída são do meu conhecimento e são

cumpridos à regra

O transporte está no local e hora

combinados

A instituição cumpre o estabelecido no

acordo

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Maria Leonor Dias Pinto dos Santos

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Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

1 = Muito Insatisfeito, 2 = Insatisfeito, 3 = Pouco Satisfeito, 4 = Satisfeito e 5 = Muito Satisfeito.

5. Competência técnica/ atendimento e capacidade de resposta

Indicador Grau de Satisfação O que falta para que o seu grau

de satisfação seja 5? 1 2 3 4 5

Disponibilidade no atendimento e na

prestação de serviços

O pessoal tem formação técnica

necessária ás funções desempenhadas

O pessoal gosta daquilo que faz

O pessoal é competente e acessível

Quando me atraso no cumprimento do

horário tive compreensão e aceitação por

parte da Instituição

Se necessário, há sempre alguém a

quem solicitar informações (responsável

da instituição ou outra)

Quando contacto a instituição sou bem

atendido e com rapidez

Os meus problemas são resolvidos no

menor espaço de tempo

As minhas reclamações são tomadas em

atenção

6. Credibilidade e recomendação da Instituição

Indicador

Sugestões Sim Não

Já fui convidado a visitar as instalações

Quando existem eventos importantes sou

directamente e oficialmente convidado

em primeira-mão

Se mo solicitarem, recomendo esta

instituição

Se tivesse possibilidade mudava de

instituição

Inscrevi-me aqui porque me foi

recomendado

Inscrevi-me aqui porque dá resposta ao

meu problema

Inscrevi-me aqui porque não tinha outra

opção

Inscrevi-me aqui porque é próximo do

local onde moro

Refira outro motivo se assim o entender

Muito obrigado pela sua colaboração.

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Plano de Estágio

Maria Leonor Dias Pinto dos Santos

14

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

NOTAS FINAIS

Para a realização deste estágio, tenho a plena consciência que é fundamental criar a máxima

empatia, com os idosos a fim de os cativar e motivar para as actividades planeadas. Farei todo o

esforço para alcançar os objectivos que me proponho atingir.

Ao longo deste estágio, vou procurar pôr em prática os conhecimentos adquiridos durante o

ano lectivo, e decerto irei adquirir outros muito compensatórios e enriquecedores. Sei que as bases

adquiridas não estão consolidadas, pelo que tenho muito a aprender, no que diz respeito a este

papel. Procurarei desenvolver mais as minhas competências nas várias áreas, procurando ajuda

sempre que necessite.

Importante será referir que este é apenas um plano de estágio, o qual poderá estar sujeito a

alterações no decorrer do mesmo, devido a imprevistos que eventualmente possam surgir.

A Coordenadora

_____________________________________

(Dr.ª Maria do Rosário de Jesus Martins)

O Tutor

_____________________________________

(Rui Jorge Bernardino Borges)

A aluna

______________________________________

(Maria Leonor Dias Pinto dos Santos)

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Plano de Estágio

Maria Leonor Dias Pinto dos Santos

15

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

P

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Anexo II

Plano Anual de Actividades 2011

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Plano Anual de Actividades

2011 Associação de Beneficência

Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

PLANO ANUAL DE ACTIVIDADES

Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário

2011

Centro de Dia

Missão: A Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos, com a

valência de Centro de Dia, é um espaço de acolhimento onde se desenvolve um conjunto de

programas ocupacionais e de lazer adequados aos utentes nas mais variadas condições e etapas

das suas vidas que visam promover a qualidade de vida da pessoa idosa, assim como actividades

que premeiam a prevenção, estimulação e manutenção das capacidades físicas, mentais,

cognitivas e relacionais da mesma tendo em vista a revalorização da individualidade e da sua

contínua autonomia.

Objectivos Gerais: Manter a auto-estima.

Estimular a participação comunitária do idoso.

Conservar as competências sociais, psíquicas e físicas do idoso.

Promover a autonomia do idoso.

Transmitir aos Idosos um ambiente de segurança.

Melhorar a qualidade de vida do idoso e da sua família.

Incentivar o Idoso a desenvolver trabalhos e passatempos de Lazer.

Promover um elo de ligação entre o Centro de Dia, a família e o idoso.

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Mês Dia Actividade Objectivos Dinamizadores Recursos

Materiais

JA

NE

IRO

Dia 6

Dia dos Reis Magos

-Cantar os Reis

- Promover momentos de

descontracção e convívio.

- Reforçar as capacidades

sociais e afectivas

- Pessoal auxiliar

-“Terra preservada”

- Pandeiretas, bombos

e outros instrumentos musicais.

Dia a

designar

- Acção de sensibilização

- Alertar os idosos para a

possibilidade de burlas e furtos.

Elementos da G.N.R.

FE

VE

RE

IRO

Dia a

designar

Uma vez por semana, virá um

professor dar uma aula de

ginástica,

- Praticar exercício físico para

melhorar as suas capacidades físicas, cognitivas e emocionais.

- Professor da

D.L.C.G.

- Material de ginástica

Dia 11

Dia Mundial do Doente

- Acção de sensibilização - Visita aos utentes acamados

.-Aumentar a auto-estima e

valorização do idoso.

- Promover a socialização,

evitando o isolamento, tristeza e solidão.

- Directora Técnica

- Auxiliar

MA

O

Dia 8

Carnaval

Dia Internacional da

Mulher

- Assistir ao desfile de máscaras das crianças da escola e do

Abrigo.

-Almoço convívio aberto a todas

as mulheres.

- Proporcionar momentos de

alegria e descontracção.

- Vivenciar tradições.

- Valorização e aumento da auto-

estima das mulheres;

- Referir o valor do papel da

mulher .

- Direcção e todo o

pessoal de serviço

- Idosos - Crianças

- População em geral

- Transporte

Dia 19

Dia do Pai - Visionamento de um filme,

alusivo ao dia.

“O Pai Tirano”

- Valorização e aumento da auto-estima dos idosos da Instituição.

- Referir o valor do papel do pai

- Direcção e todo o pessoal de serviço

- Idosos - C.Ds

Dia 21

Dia mundial da árvore

- Plantar uma árvore

- Fomentar o gosto pela natureza, e reviver tempos passados das

suas actividades.

- Idosos - Auxiliar - Uma árvore

Dia 27

Dia mundial do Teatro - Assistir a uma peça de teatro

- Consolidar o gosto pelo teatro

- Promover o contacto com a cultura.

- Idosos

- Auxiliares

- Directora Técnica

- Transporte

AB

RIL

Dia 7

Dia Mundial da Saúde

- Acção sensibilização sobre a saúde.

- Sensibilizar os idosos para os

cuidados que devem ter com a

saúde, a vários níveis. Diabetes,

colesterol, etc

- Idosos

- Enfermeiro

- Material de

enfermagem

Dia 23

Dia Mundial do Livro

- Leitura de um livro

- Proporcionar momentos de

lazer;

- Fomentar o gosto pela leitura.

- Idosos

- Estagiária

- Livros

PÀSCOA

Domingo de Páscoa

Almoço com os

familiares dos idosos

-Fomentar o convívio entre

idosos/família.

- Idosos

- Familiares

- Pessoal

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

MA

IO

AIO

Dia da Mãe

Dia da Mãe

-Almoço convívio aberto á população.

- Entrega às idosas mães um presente surpresa.

- Convidar os familiares a

conviver com as mães.

- Criar ou desenvolver laços

afectivos entre família e utente.

-Realçar o papel das mães na sociedade.

-Combater o isolamento e solidão

-Idosos

-Comunidade em geral

-Salão polivalente

Da Instituição

Dia internacional dos

Museus

- Visita a um museu.

(A definir)

-Fomentar o interesse pelo

Património Cultural.

-Vivenciar épocas e tradições;

-Promover a cultura

-Idosos

-Auxiliares

-Directora Técnica

-Transporte

JU

NH

O

Dia 5

Dia Mundial do

ambiente

-Saída para a Srª dos Verdes

-Sensibilizar os idosos para o

meio ambiente.

-Fomentar o convívio e proporcionar momentos de lazer.

-Idosos

-Auxiliares

-Directora Técnica

-Transporte

-Lanche

Data a

definir

Santos Populares

-Fomentar o convívio.

-Relembrar tradições.

-Proporcionar momentos de lazer.

-Idosos

-Auxiliares -Directora Técnica

-Material de apoio

JU

LH

O

Dia das Bibliotecas

- Visita á biblioteca Virgílio

Ferreira

-Fomentar o gosto pela leitura

- Conhecer novos espaços

-Proporcionar convívio

-Idosos

-Auxiliares

-Directora técnica

-Transporte

Dia 20

Dia internacional da

amizade

-Incentivar os idosos a

formularem poemas sobre a

amizade

-Incentivar os idosos a

aprofundar laços de amizade

-Aproximar os idosos

-Promover o desenvolvimento

pessoal e social.

-Idosos

-Auxiliares

-Directora técnica

-Material de apoio

Para a escrita de

poemas

Dia 26

Dia Mundial dos avós

-Convívio com idosos de outras

instituições.

-Fomentar o convívio

-Realçar o papel dos avós na

sociedade

-Idosos

-Auxiliares -Directora técnica

-Transporte

- Almoço

AG

OS

TO

1ª semana

-Atelier de actividades para o

stand das festas do Sr. do Calvário

-Desenvolver a criatividade

-Estimular o trabalho em equipa

-Desenvolver a motricidade fina.

-Idosos

-Auxiliares -Directora técnica

-Todo o tipo de

material para trabalhos manuais

Dia a

definir

-Visita a uma estância Termal

(local a definir)

- Promover uma sensação de

saúde e bem-estar físico e

psíquico.

-Idosos

-Auxiliares

-Directora técnica

-Transporte

- Almoço

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Nota: Este plano pode sofrer alterações durante o ano de 2011

S

ET

EM

BR

O

Dia 8

-Visita á capela da N. Srª da

Alagoa

Ponte Pedrinha - Lagarinhos

-Fomentar o convívio.

- Dar oportunidade ao idoso de

relembrar memórias do passado.

-Idosos

-Auxiliares

-Directora Técnica

-Transporte

Dia 27

Dia Mundial do Turismo

-Ida á Stª Eufémia em Paranhos

da Beira

-Proporcionar momentos de

oração e reflexão.

- Idosos -Auxiliares

- Directora Técnica

- Transporte

OU

TU

BR

O

Dia 1

- Dia Internacional do

Idoso

- Desenvolver laços afectivos entre os clientes e sua família.

- desenvolver relacionamentos

com idosos de outras Instituições. - Reconhecer a família como

essencial á vida humana.

- Idosos

- Família - Auxiliares

Dia 16

- Dia Mundial da

alimentação. - Acção de sensibilização sobre a

importância de uma alimentação

saudável.

- Promover hábitos de

alimentação saudáveis.

- Explorar a Roda dos alimentos

NO

VE

MB

RO

Dia 11

- Dia de S. Martinho - Convívio com as crianças da

escola e jardim de infância.

- Favorecer as relações com a

comunidade.

- Fomentar o convívio.

- Vivenciar tradições populares.

- Idosos

- Crianças

- Auxiliares

- Castanhas

Dia 14

- Dia Mundial da

Diabetes

- Promover a saúde.

- Prevenir a Diabetes.

- Controlar valores.

- Directora Técnica

15 a 30

- Preparação da

decoração para o Natal

- Promover a Criatividade.

- Estimular o trabalho em equipa.

- Promover o espírito natalício.

- Auxiliares - “Terra preservada”.

- Material de papelaria

D

EZ

EM

BR

O

1 a 15

- Decoração do Centro de

Dia.

- Ensaios para a Festa de

Natal.

- Promover a Criatividade.

- Promover o espírito natalício.

- Auxiliares. - “Terra preservada"

- Material de decoração alusivo ao

Natal

18

- Festa de Natal. - com a participação dos Utentes

e respectiva família.

- Promover o espírito natalício,

com o sentimento de amor e

união.

- Promover o elo de ligação entre

a família e a Instituição.

- Idosos. - Direcção.

- Comunidade.

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Plano semanal de Actividades

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Manhã

-Ginástica

-Motricidade

- Atelier de

bordados e

costura

-Actividades

de treino da

memória

- Atelier de

bordados e

costura

- Trabalhos

manuais

Tarde - Desenho -Leitura - Filme -Dança -Livre

Serviços Prestados Diariamente

Diariamente

Higiene Pessoal

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades de higiene pessoal

- Promover a capacidade motora do Utente

Higiene Habitacional

- Garantir a manutenção de arrumo e limpeza

da habitação

- Garantir o conforto e bem-estar do utente

Alimentação

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades alimentares

- Garantir a variedade de pratos

confeccionados, indo ao encontro do gosto

do utente

- Assegurar semanalmente pratos

confeccionados de acordo com a saúde do

utente

Toma de medicamentos/

Levantamento de

receitas médicas

- Garantir diariamente toda a assistência

medicamentosa prescrita pelo médico

Lavandaria - Lavagem e tratamento das roupas pessoais

e habitacionais

Apoio Psicossocial - Garantir apoio psicossocial ao idoso

Outros serviços

- Acompanhamento ao médico de

família/especialistas

- Medição de tensão arterial/diabetes

- Comemorar o aniversário dos idosos

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Actividades Lúdicas em conjunto com outras Instituições

Participar nas actividades promovidas pela câmara Municipal de Gouveia

Participar em actividades orientadas por outras Entidades

Participar nos torneios inter-Instituições de Dominó e Bisca

Nota: Estas actividades aguardam confirmação com as Instituições participantes

Actividades de Formação para o Quadro do Pessoal

Datas a

Definir

- Formação contínua em HACCP

-Higiene e Segurança no Trabalho

-Técnicas de atendimento

-Legislação laboral

- Relações interpessoais

-Comunicação no Atendimento

Nota: Estes planos poderão sofrer alterações ao longo do ano de 2011

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Apoio Domiciliário

Missão:

O Serviço de Apoio Domiciliário é uma resposta social que consiste na prestação de

cuidados individualizados e personalizados no domicílio a todos aqueles que, dependentes ou

semi-dependentes, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam

assegurar temporária ou permanentemente a satisfação das suas necessidades básicas e /ou as

actividades da vida diária. Este conjunto de serviços é prestado no domicílio habitual de vida do

cliente, contribuindo para a promoção e a prevenção de situações de dependência ou do seu

agravamento, bem como impedir o isolamento social.

Objectivos gerais:

Prestar cuidados personalizados e individualizados no domicilio, a indivíduos e famílias

quando, por motivo de ordem diversa, não possam assegurar a satisfação das necessidades

básicas e/ou do quotidiano.

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos Idosos e das famílias,

Prestar cuidados de ordem física e apoio psico-social aos Utentes e famílias, de modo a

contribuir para o seu equilíbrio e bem-estar.

Colaborar na prestação de cuidados de higiene e no acesso à prestação de cuidados de saúde,

sempre que a situação o justifique.

Promover e melhorar a autonomia e auto-estima dos Utentes.

Evitar o isolamento do utente, procurando promover a relação inter-familiar e o convívio

social.

Contribuir para retardar ou evitar a institucionalização.

Apoiar Idosos e famílias na satisfação das suas necessidades básicas.

Dar oportunidade aos Utentes de continuarem inseridos no seu meio habitual de vida,

rodeados dos seus afectos e pertences, com possibilidades de novos relacionamentos

facultados pelos colaboradores.

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Serviços Prestados Diariamente

Diariamente

Higiene Pessoal

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades de higiene pessoal

- Promover a capacidade motora do Utente

Higiene Habitacional

- Garantir a manutenção de arrumo e limpeza

da habitação

- Garantir o conforto e bem-estar do utente

Alimentação

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades alimentares

- Garantir a variedade de pratos

confeccionados, indo ao encontro do gosto do

utente

- Assegurar semanalmente pratos

confeccionados de acordo com a saúde do

utente

Toma de medicamentos - Garantir diariamente toda a assistência

medicamentosa prescrita pelo médico

Lavandaria - Lavagem e tratamento das roupas pessoais e

habitacionais

Apoio Psicossocial - Garantir apoio psicossocial ao idoso

Visitas da equipa do

SAD

- Minimizar a solidão e o isolamento do

Utente

Lagarinhos, 14 de Novembro de 2010

O Presidente da Mesa da Assembleia

______________________________

(Maria Leonor Dias Pinto dos Santos)

O Presidente da Direcção

_____________________________ (Rui Jorge Bernardino Borges)

O Presidente do Concelho Fiscal

_____________________________ (Hugo André de Sousa Carvalho)

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Relatório de estágio

C.E.T. - Técnico de Gerontologia

Leonor Pinto 1

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Anexo III

Planificação da 1ª Semana

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Planificação para a 1ª Semana

SEMANA DE 06 A 10 DE SETEMBRO

Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado

Horário: 13.30/16.00h 8.00/18.30h

Tipo de

atividade

Apresentação

em grupo

Conversar

individualmente

com utentes

Conversar

individualment

e com utentes

Lúdica,

recreativa e

desportiva

Lúdica,

recreativa

Tema livre

Cozinha

Descrição

da

atividade

Processo de

acolhimento e

descontração

(canções e

jogos de

apresentação)

Conhecer

melhor cada um

deles

Conhecer

melhor cada

um deles

Dança das

crianças

Avaliar a

semana.

Interagir em

conversas

iniciadas

pelos idosos

Apoiar a

cozinheira na

confeção das

refeições

Objetivos

da

atividade

Tomar

conhecimento

geral do

Público-alvo

Aprofundar conhecimento de cada

idoso, diagnosticar problemas

familiares e de saúde.

Criar empatia, bom humor e

integração no grupo.

Criar

momentos

lúdicos de

interação com

as crianças

Conversar

temas livres

para criar

empatia e

descontraçã

o

Aprofundar

conhecimento

da atividade e

do

funcionament

o do serviço

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Anexo IV

Planificação Mensal das atividades

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Plano Anual de Actividades

2011 Associação de Beneficência

Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

PLANO ANUAL DE ACTIVIDADES

Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário

2011

Centro de Dia

Missão: A Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos, com a

valência de Centro de Dia, é um espaço de acolhimento onde se desenvolve um conjunto de

programas ocupacionais e de lazer adequados aos utentes nas mais variadas condições e etapas

das suas vidas que visam promover a qualidade de vida da pessoa idosa, assim como actividades

que premeiam a prevenção, estimulação e manutenção das capacidades físicas, mentais,

cognitivas e relacionais da mesma tendo em vista a revalorização da individualidade e da sua

contínua autonomia.

Objectivos Gerais: Manter a auto-estima.

Estimular a participação comunitária do idoso.

Conservar as competências sociais, psíquicas e físicas do idoso.

Promover a autonomia do idoso.

Transmitir aos Idosos um ambiente de segurança.

Melhorar a qualidade de vida do idoso e da sua família.

Incentivar o Idoso a desenvolver trabalhos e passatempos de Lazer.

Promover um elo de ligação entre o Centro de Dia, a família e o idoso.

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Mês Dia Actividade Objectivos Dinamizadores Recursos

Materiais

JA

NE

IRO

Dia 6

Dia dos Reis Magos

-Cantar os Reis

- Promover momentos de

descontracção e convívio.

- Reforçar as capacidades

sociais e afectivas

- Pessoal auxiliar

-“Terra preservada”

- Pandeiretas, bombos

e outros instrumentos musicais.

Dia a

designar

- Acção de sensibilização

- Alertar os idosos para a

possibilidade de burlas e furtos.

Elementos da G.N.R.

FE

VE

RE

IRO

Dia a

designar

Uma vez por semana, virá um

professor dar uma aula de

ginástica,

- Praticar exercício físico para

melhorar as suas capacidades físicas, cognitivas e emocionais.

- Professor da

D.L.C.G.

- Material de ginástica

Dia 11

Dia Mundial do Doente

- Acção de sensibilização - Visita aos utentes acamados

.-Aumentar a auto-estima e

valorização do idoso.

- Promover a socialização,

evitando o isolamento, tristeza e solidão.

- Directora Técnica

- Auxiliar

MA

O

Dia 8

Carnaval

Dia Internacional da

Mulher

- Assistir ao desfile de máscaras das crianças da escola e do

Abrigo.

-Almoço convívio aberto a todas

as mulheres.

- Proporcionar momentos de

alegria e descontracção.

- Vivenciar tradições.

- Valorização e aumento da auto-

estima das mulheres;

- Referir o valor do papel da

mulher .

- Direcção e todo o

pessoal de serviço

- Idosos - Crianças

- População em geral

- Transporte

Dia 19

Dia do Pai - Visionamento de um filme,

alusivo ao dia.

“O Pai Tirano”

- Valorização e aumento da auto-estima dos idosos da Instituição.

- Referir o valor do papel do pai

- Direcção e todo o pessoal de serviço

- Idosos - C.Ds

Dia 21

Dia mundial da árvore

- Plantar uma árvore

- Fomentar o gosto pela natureza, e reviver tempos passados das

suas actividades.

- Idosos - Auxiliar - Uma árvore

Dia 27

Dia mundial do Teatro - Assistir a uma peça de teatro

- Consolidar o gosto pelo teatro

- Promover o contacto com a cultura.

- Idosos

- Auxiliares

- Directora Técnica

- Transporte

AB

RIL

Dia 7

Dia Mundial da Saúde

- Acção sensibilização sobre a saúde.

- Sensibilizar os idosos para os

cuidados que devem ter com a

saúde, a vários níveis. Diabetes,

colesterol, etc

- Idosos

- Enfermeiro

- Material de

enfermagem

Dia 23

Dia Mundial do Livro

- Leitura de um livro

- Proporcionar momentos de

lazer;

- Fomentar o gosto pela leitura.

- Idosos

- Estagiária

- Livros

PÀSCOA

Domingo de Páscoa

Almoço com os

familiares dos idosos

-Fomentar o convívio entre

idosos/família.

- Idosos

- Familiares

- Pessoal

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

MA

IO

AIO

Dia da Mãe

Dia da Mãe

-Almoço convívio aberto á população.

- Entrega às idosas mães um presente surpresa.

- Convidar os familiares a

conviver com as mães.

- Criar ou desenvolver laços

afectivos entre família e utente.

-Realçar o papel das mães na sociedade.

-Combater o isolamento e solidão

-Idosos

-Comunidade em geral

-Salão polivalente

Da Instituição

Dia internacional dos

Museus

- Visita a um museu.

(A definir)

-Fomentar o interesse pelo

Património Cultural.

-Vivenciar épocas e tradições;

-Promover a cultura

-Idosos

-Auxiliares

-Directora Técnica

-Transporte

JU

NH

O

Dia 5

Dia Mundial do

ambiente

-Saída para a Srª dos Verdes

-Sensibilizar os idosos para o

meio ambiente.

-Fomentar o convívio e proporcionar momentos de lazer.

-Idosos

-Auxiliares

-Directora Técnica

-Transporte

-Lanche

Data a

definir

Santos Populares

-Fomentar o convívio.

-Relembrar tradições.

-Proporcionar momentos de lazer.

-Idosos

-Auxiliares -Directora Técnica

-Material de apoio

JU

LH

O

Dia das Bibliotecas

- Visita á biblioteca Virgílio

Ferreira

-Fomentar o gosto pela leitura

- Conhecer novos espaços

-Proporcionar convívio

-Idosos

-Auxiliares

-Directora técnica

-Transporte

Dia 20

Dia internacional da

amizade

-Incentivar os idosos a

formularem poemas sobre a

amizade

-Incentivar os idosos a

aprofundar laços de amizade

-Aproximar os idosos

-Promover o desenvolvimento

pessoal e social.

-Idosos

-Auxiliares

-Directora técnica

-Material de apoio

Para a escrita de

poemas

Dia 26

Dia Mundial dos avós

-Convívio com idosos de outras

instituições.

-Fomentar o convívio

-Realçar o papel dos avós na

sociedade

-Idosos

-Auxiliares -Directora técnica

-Transporte

- Almoço

AG

OS

TO

1ª semana

-Atelier de actividades para o

stand das festas do Sr. do Calvário

-Desenvolver a criatividade

-Estimular o trabalho em equipa

-Desenvolver a motricidade fina.

-Idosos

-Auxiliares -Directora técnica

-Todo o tipo de

material para trabalhos manuais

Dia a

definir

-Visita a uma estância Termal

(local a definir)

- Promover uma sensação de

saúde e bem-estar físico e

psíquico.

-Idosos

-Auxiliares

-Directora técnica

-Transporte

- Almoço

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Nota: Este plano pode sofrer alterações durante o ano de 2011

S

ET

EM

BR

O

Dia 8

-Visita á capela da N. Srª da

Alagoa

Ponte Pedrinha - Lagarinhos

-Fomentar o convívio.

- Dar oportunidade ao idoso de

relembrar memórias do passado.

-Idosos

-Auxiliares

-Directora Técnica

-Transporte

Dia 27

Dia Mundial do Turismo

-Ida á Stª Eufémia em Paranhos

da Beira

-Proporcionar momentos de

oração e reflexão.

- Idosos -Auxiliares

- Directora Técnica

- Transporte

OU

TU

BR

O

Dia 1

- Dia Internacional do

Idoso

- Desenvolver laços afectivos entre os clientes e sua família.

- desenvolver relacionamentos

com idosos de outras Instituições. - Reconhecer a família como

essencial á vida humana.

- Idosos

- Família - Auxiliares

Dia 16

- Dia Mundial da

alimentação. - Acção de sensibilização sobre a

importância de uma alimentação

saudável.

- Promover hábitos de

alimentação saudáveis.

- Explorar a Roda dos alimentos

NO

VE

MB

RO

Dia 11

- Dia de S. Martinho - Convívio com as crianças da

escola e jardim de infância.

- Favorecer as relações com a

comunidade.

- Fomentar o convívio.

- Vivenciar tradições populares.

- Idosos

- Crianças

- Auxiliares

- Castanhas

Dia 14

- Dia Mundial da

Diabetes

- Promover a saúde.

- Prevenir a Diabetes.

- Controlar valores.

- Directora Técnica

15 a 30

- Preparação da

decoração para o Natal

- Promover a Criatividade.

- Estimular o trabalho em equipa.

- Promover o espírito natalício.

- Auxiliares - “Terra preservada”.

- Material de papelaria

D

EZ

EM

BR

O

1 a 15

- Decoração do Centro de

Dia.

- Ensaios para a Festa de

Natal.

- Promover a Criatividade.

- Promover o espírito natalício.

- Auxiliares. - “Terra preservada"

- Material de decoração alusivo ao

Natal

18

- Festa de Natal. - com a participação dos Utentes

e respectiva família.

- Promover o espírito natalício,

com o sentimento de amor e

união.

- Promover o elo de ligação entre

a família e a Instituição.

- Idosos. - Direcção.

- Comunidade.

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Plano semanal de Actividades

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Manhã

-Ginástica

-Motricidade

- Atelier de

bordados e

costura

-Actividades

de treino da

memória

- Atelier de

bordados e

costura

- Trabalhos

manuais

Tarde - Desenho -Leitura - Filme -Dança -Livre

Serviços Prestados Diariamente

Diariamente

Higiene Pessoal

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades de higiene pessoal

- Promover a capacidade motora do Utente

Higiene Habitacional

- Garantir a manutenção de arrumo e limpeza

da habitação

- Garantir o conforto e bem-estar do utente

Alimentação

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades alimentares

- Garantir a variedade de pratos

confeccionados, indo ao encontro do gosto

do utente

- Assegurar semanalmente pratos

confeccionados de acordo com a saúde do

utente

Toma de medicamentos/

Levantamento de

receitas médicas

- Garantir diariamente toda a assistência

medicamentosa prescrita pelo médico

Lavandaria - Lavagem e tratamento das roupas pessoais

e habitacionais

Apoio Psicossocial - Garantir apoio psicossocial ao idoso

Outros serviços

- Acompanhamento ao médico de

família/especialistas

- Medição de tensão arterial/diabetes

- Comemorar o aniversário dos idosos

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Actividades Lúdicas em conjunto com outras Instituições

Participar nas actividades promovidas pela câmara Municipal de Gouveia

Participar em actividades orientadas por outras Entidades

Participar nos torneios inter-Instituições de Dominó e Bisca

Nota: Estas actividades aguardam confirmação com as Instituições participantes

Actividades de Formação para o Quadro do Pessoal

Datas a

Definir

- Formação contínua em HACCP

-Higiene e Segurança no Trabalho

-Técnicas de atendimento

-Legislação laboral

- Relações interpessoais

-Comunicação no Atendimento

Nota: Estes planos poderão sofrer alterações ao longo do ano de 2011

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Apoio Domiciliário

Missão:

O Serviço de Apoio Domiciliário é uma resposta social que consiste na prestação de

cuidados individualizados e personalizados no domicílio a todos aqueles que, dependentes ou

semi-dependentes, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam

assegurar temporária ou permanentemente a satisfação das suas necessidades básicas e /ou as

actividades da vida diária. Este conjunto de serviços é prestado no domicílio habitual de vida do

cliente, contribuindo para a promoção e a prevenção de situações de dependência ou do seu

agravamento, bem como impedir o isolamento social.

Objectivos gerais:

Prestar cuidados personalizados e individualizados no domicilio, a indivíduos e famílias

quando, por motivo de ordem diversa, não possam assegurar a satisfação das necessidades

básicas e/ou do quotidiano.

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos Idosos e das famílias,

Prestar cuidados de ordem física e apoio psico-social aos Utentes e famílias, de modo a

contribuir para o seu equilíbrio e bem-estar.

Colaborar na prestação de cuidados de higiene e no acesso à prestação de cuidados de saúde,

sempre que a situação o justifique.

Promover e melhorar a autonomia e auto-estima dos Utentes.

Evitar o isolamento do utente, procurando promover a relação inter-familiar e o convívio

social.

Contribuir para retardar ou evitar a institucionalização.

Apoiar Idosos e famílias na satisfação das suas necessidades básicas.

Dar oportunidade aos Utentes de continuarem inseridos no seu meio habitual de vida,

rodeados dos seus afectos e pertences, com possibilidades de novos relacionamentos

facultados pelos colaboradores.

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Plano de Actividades 2011

Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos

Serviços Prestados Diariamente

Diariamente

Higiene Pessoal

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades de higiene pessoal

- Promover a capacidade motora do Utente

Higiene Habitacional

- Garantir a manutenção de arrumo e limpeza

da habitação

- Garantir o conforto e bem-estar do utente

Alimentação

- Garantir diariamente a cobertura das

necessidades alimentares

- Garantir a variedade de pratos

confeccionados, indo ao encontro do gosto do

utente

- Assegurar semanalmente pratos

confeccionados de acordo com a saúde do

utente

Toma de medicamentos - Garantir diariamente toda a assistência

medicamentosa prescrita pelo médico

Lavandaria - Lavagem e tratamento das roupas pessoais e

habitacionais

Apoio Psicossocial - Garantir apoio psicossocial ao idoso

Visitas da equipa do

SAD

- Minimizar a solidão e o isolamento do

Utente

Lagarinhos, 14 de Novembro de 2010

O Presidente da Mesa da Assembleia

______________________________

(Maria Leonor Dias Pinto dos Santos)

O Presidente da Direcção

_____________________________ (Rui Jorge Bernardino Borges)

O Presidente do Concelho Fiscal

_____________________________ (Hugo André de Sousa Carvalho)

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Anexo v

Adenda ao Contrato

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______________________ Contrato de Prestação de serviços______________________

_________________________________________________________________

1

ASSOCIAÇÃO DE BENEFICIÊNCIA CULTURAL E RECREATIVA DA FREGUESIA

DE LAGARINHOS

1ª ADENDA AO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

ENTRE

Primeiro Outorgante, Associação de Beneficência Cultural e Recreativa da

Freguesia de Lagarinhos, representada por Rui Jorge Bernardino Borges.

E

Segundo Outorgante (utente) __________________________________________

___________________, Com o BI Nº____________________; Arquivo de

________________, Nº de contribuinte _____________________ e morador

em________________________________________________________

E

Terceiro Outorgante (familiar) _______________________________

___________________, com o BI Nº__________________, Arquivo de

___________________, Nº de contribuinte _____________ e morador em

__________________________________________________.

Contactos telefónicos: ____________________/________________________/

_____________________/_____________________/____________________/

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______________________ Contrato de Prestação de serviços______________________

_________________________________________________________________

2

Celebra-se a presente Adenda ao contrato assinado em ___________________,

com o valor mensal de _________________, que se regerá pelas cláusulas

seguintes:

CLÁUSULA I

FINS

A presente Adenda ao contrato, visa regular a prestação de apoio social efectuada

pelo 1º Outorgante ao 2º Outorgante.

CLÁUSULA II

OBJECTO DA ADENDA AO CONTRATO

1 – Constitui objecto da presente Adenda ao contrato a prestação pelo 1º

Outorgante ao 2º Outorgante dos serviços de:

Alimentação

Tratamento de roupa

Cuidados de saúde primários

Higiene e conforto pessoal

Higiene habitacional

Apoio social

2 – As despesas com medicamentos, vestuário, calçado, transportes (para resolução

de assuntos de interesse do 2º Outorgante fora da localidade), bem como as

inerentes ao falecimento dos utentes e/ou despesas adicionais com actividades

ocupacionais, são da responsabilidade do 2º Outorgante e/ou 3º Outorgante.

CLÁUSULA III

LOCAL E HORÁRIO DA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS

1 – Os serviços constantes do presente acordo serão prestados nas instalações da

Instituição ou na habitação do 2º Outorgante.

2 – A duração da prestação dos serviços é durante o período normal de

funcionamento a instituição.

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______________________ Contrato de Prestação de serviços______________________

_________________________________________________________________

3

CLÁUSULA IV

OBRIGAÇÕES DO 1º OUTORGANTE

Constituem direitos e obrigações do 1º Outorgante, os constantes no Regulamento

Interno que faz parte integrante do presente contrato.

CLÁUSULA V

OBRIGAÇÕES DOS 2º E 3º OUTORGANTES

No âmbito do presente contrato constituem direitos e obrigações do 2º e 3º

Outorgante os definidos no regulamento interno e previstos neste contrato.

CLÁUSULA VI

COMPARTICIPAÇÕES/MENSALIDADES

1 – Para retribuição do serviço prestado pelo 1º Outorgante, o 2º Outorgante obriga-

se a comparticipar pela quantia mensal de __________ €, paga até ao dia 10 de

cada mês e actualizada no início de cada ano civil;

2 – No acto de admissão o 2º Outorgante obriga-se a comparticipar ao 1º

Outorgante o valor da mensalidade do mês em curso, no valor de ____________€;

3 - As despesas com medicamentos, vestuário, calçado e transportes (para

resolução de assuntos de interesse do 2º Outorgante fora da localidade), são da

responsabilidade do 2º Outorgante e/ou 3º Outorgante sendo pagas até dia 25 de

cada mês.

4 – Em caso de ausência do 2º Outorgante por motivo de férias com familiares,

internamento hospitalar ou outro, a mensalidade terá um desconto quando a

ausência for superior a 15 dias.

CLÁUSULA VII

DEPÓSITO DE BENS DO 2º OUTORGANTE À GUARDA DO 1º OUTORGANTE

O 2º Outorgante poderá entregar à guarda do 1º Outorgante bens pessoais que

constarão de uma lista discriminativa a elaborar e a assinar entre as partes.

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______________________ Contrato de Prestação de serviços______________________

_________________________________________________________________

4

CLÁUSULA VIII

FORMAS DE CONTRATO

O presente contrato deve ser celebrado por escrito, em triplicado, devidamente

assinados e rubricados, sendo um exemplar para o 1º Outorgante, outro para o 2º

Outorgante, outro para o 3º.

CLÁUSULA IX

A presente Adenda tem início em ____ / ____ / ________ vigorando por tempo

indeterminado, até que qualquer das partes o denunciar à outra, por comunicação

escrita com o mínimo de trinta dias de antecedência, caducando ainda por morte do

2º outorgante.

Elaborada em: _______________________________________________________

Local: _______________________________________________________

Data: _______________________________________________________

O 1º Outorgante:

_______________________________________________

O 2º Outorgante:

_______________________________________________

O 3º Outorgante:

________________________________________________

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Anexo VI

Ementas

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De 24 a 30 de Janeiro de 2011

P.ALMOÇO

M/ Manhã

ALMOÇO JANTAR

SE

GU

ND

A

Leite, Chá, Café

Pão c/

fiambre/manteiga

cereais

bolachas água

Sopa: Creme de legumes

Prato: Panados de porco c/

arroz de feijão

Dieta: Febra grelhada c/

arroz

Sobremesa: Laranja

Sopa: Creme de legumes

Prato: Red-fish c/ macedónia

Dieta:

Sobremesa: Maçã assada

TE

A

Leite, Chá, Café

Pão c/ manteiga

cereais

fruta água

Sopa: Feijão verde

Prato: Abrótea assada c/

batata corada e salada

Dieta: Abrótea assada c/

batata cozida e salada

Sobremesa: Arroz doce

Sopa: Feijão verde

Prato: Macarrão com frango

estufado

Dieta:

Sobremesa. Pêra

QU

AR

TA

Leite, Chá, Café

Pão c/ queijo/

manteiga

cereais

yogurte água

Sopa: Canja

Prato: Salada de atum c/

feijão-frade

Dieta: Salada russa de

pescada

Sobremesa: Ananás em

calda

Sopa: Canja

Prato: Almôndegas com arroz de

cenoura e ervilhas

Dieta:

Sobremesa: Maçã

QU

INT

A

Leite, Chá, Café

Pão c/ manteiga/

compota

cereais

bolachas água

Sopa: Feijão c/ hortaliça

Prato: Rojões á moda da

feira

Dieta: Fêvera de porco

grelhada c/ batata cozida

Sobremesa: Leite creme

Sopa: Feijão c/ hortaliça

Prato: Maruca cozida c/ batata e

brócolos

Dieta:

Sobremesa: Pêra cozida inteira

SE

XT

A

Leite, Chá, Café

Pão c/ chouriço/

manteiga

cereais

fruta água

Sopa: Creme de abóbora c/

massinhas

Prato: Solha no forno com

batata corada e legumes

Dieta:

Sobremesa: Tangerina

Sopa: Creme de abóbora c/

massinhas

Prato: Esparguete com vitela

Dieta:

Sobremesa: Maçã

BA

DO

Leite, Chá, Café

Pão c/marmelada/

manteiga

cereais

bolachas água

Sopa: Lombardo

Prato: Peru estufado com

puré e legumes

Dieta:

Sobremesa: Banana

Sopa: Lombardo

Prato: Caldeirada de chocos

Dieta:

Sobremesa: Pêra

DO

MIN

GO

Leite, Chá, Café

Pão c/ queijo/

manteiga

cereais

yogurte água

Sopa: Agrião

Prato: Entrecosto assado c/ batata loura, arroz e salada mista

Dieta:

Sobremesa: Gelatina

Obs. Esta ementa pode sofrer alterações

O Responsável

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De 31 de Janeiro a 06 de Fevereiro de 2011

Obs. Esta ementa pode sofrer alterações

O Responsável

PEQ. ALMOÇO ALMOÇO JANTAR

SE

GU

ND

A

Leite, Chá, Café

Pão c/

fiambre/manteiga

cereais

Sopa: Creme de cenoura

Prato: Frango c/ arroz de ervilhas e

cenouras

Dieta:

Sobremesa: Pêssego em calda

Sopa: Creme de cenoura

Prato: Pescada no forno c/ batata

Dieta:

Sobremesa: Maçã cozida

TE

A

Leite, Chá, Café

Pão c/ manteiga

cereais

Sopa: Legumes

Prato: Joaq. Petinga frito c/ arroz de

tomate e salada

Dieta: Peixe grelhado c/ arroz de

tomate

Sobremesa: Tangerina

Sopa: Legumes

Prato: Hambúrguer estufado c/

esparguete

Dieta:

Sobremesa: Pêra

QU

AR

TA

Leite, Chá, Café

Pão c/ queijo/

manteiga

cereais

Sopa: Feijão verde

Prato: Rancho à Portuguesa

Dieta:

Sobremesa: Leite creme

Sopa: Feijão verde

Prato: Pastéis de bacalhau c/

arroz de legumes

Dieta: Fêvera grelhada c/ arroz de

cenoura

Sobremesa: Quiwi

QU

INT

A

Leite, Chá, Café

Pão c/ manteiga/

compota

cereais

Sopa: Grão c/ Lombardo

Prato: Pá de porco assada c/ batata

assada e salada

Dieta:

Sobremesa: Salada de fruta

Sopa: Grão c/ Lombardo

Prato: Açorda de peixe

Dieta:

Sobremesa: Pêra cozida

SE

XT

A

Leite, Chá, Café

Pão c/ chouriço/

manteiga

cereais

Sopa: Agrião

Prato: Esparguete à bolonhesa e

salada

Dieta:

Sobremesa: Arroz doce

Sopa: Agrião

Prato: Peixe cozido c/ todos

Dieta:

Sobremesa: Maçã

BA

DO

Leite, Chá, Café

Pão

c/marmelada/

manteiga

cereais

Sopa: Abóbora

Prato: Costeletas c/ arroz de feijão

Dieta:

Sobremesa: Banana

Sopa: Abóbora

Prato: Red-fish no forno c/ puré

e hortaliça cozida

Dieta:

Sobremesa: Gelatina

DO

MIN

GO

Leite, Chá, Café

Pão c/ queijo/

manteiga

cereais

Sopa: Juliana

Prato: Dianteiros de borrego c/ batata loura e salada

Dieta:

Sobremesa: Pudim

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De 7 a 13 de Fevereiro de 2011

Obs. Esta ementa pode sofrer alterações

O Responsável

PEQ. ALMOÇO ALMOÇO JANTAR

SE

GU

ND

A

Leite, Chá, Café

Pão c/

fiambre/manteig

a

cereais

Sopa: Creme espinafre c/

massinhas

Prato: Carne de vaca à primavera

c/ arroz e salada

Dieta:

Sobremesa: Laranja

Sopa: Creme espinafre c/ massinhas

Prato: Maruca cozida c/ batata e

legumes

Dieta:

Sobremesa: Pêras assadas

TE

A

Leite, Chá, Café

Pão c/ manteiga

cereais

Sopa: Feijão verde

Prato: Massada de peixe

Dieta:

Sobremesa: Banana

Sopa: Feijão verde

Prato: Arroz de entrecosto e salada

Dieta:

Sobremesa: Papas

QU

AR

TA

Leite, Chá, Café

Pão c/ queijo/

manteiga

cereais

Sopa: Nabiças

Prato: Pernas de frango no forno

C/ arroz e salada de tomate

Dieta:

Sobremesa: Quiwi

Sopa: Nabiças

Prato: Caldeirada de lulas

Dieta:

Sobremesa: Leite creme

QU

INT

A

Leite, Chá, Café

Pão c/

manteiga/

compota

cereais

Sopa: Lombardo

Prato: Filetes c/ arroz primavera

Dieta: Arroz de pescada

Sobremesa: Gelatina

Sopa: Lombardo

Prato: Almôndegas c/ massa

cotovelo grande e salada alface

Dieta:

Sobremesa: Maçã cozida

SE

XT

A

Leite, Chá, Café

Pão c/ chouriço/

manteiga

cereais

Sopa: Caldo verde

Prato: Arroz de pato e salada de

tomate

Dieta:

Sobremesa: Salada de fruta

Sopa: Caldo verde

Prato: Solha no forno c/ batata e

legumes

Dieta:

Sobremesa: Maçã

BA

DO

Leite, Chá, Café

Pão

c/marmelada/

manteiga

cereais

Sopa: Couve Portuguesa e massa

Prato: Jardineira de frango e

salada

Dieta:

Sobremesa: Pudim

Sopa: Couve Portuguesa e massa

Prato: Red-fish no forno c/ puré

Dieta:

Sobremesa: Pêssego em calda

DO

MIN

GO

Leite, Chá, Café

Pão c/ queijo/

manteiga

cereais

Sopa: Canja

Prato: Bifes de peru c/ cogumelos, batata frita, arroz branco e salada

Dieta: Bife grelhado c/ arroz e salada

Sobremesa: Arroz doce

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Anexo VII

Inquérito de Satisfação

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Leonor Pinto

1

Relatório do inquérito de satisfação para clientes e familiares

A fim de avaliar o grau de satisfação dos clientes e seus familiares, no que

respeita à instituição no seu todo, procedi ao inquérito apresentado.

Foram trinta o número de inquiridos, e seguem-se os resultados obtidos.

Observações: Observo que a grande maioria dos inquiridos está muito satisfeito com a

imagem global da instituição

1. Imagem global da Instituição

Satisfação com…

Grau de Satisfação

1-Muito Insatisfeito

2-Insatisfeito

3-Pouco Satisfeito

4-Satisfeito

5-Muito Satisfeito

Funcionamento geral da Instituição 30

Cortesia dos funcionários que lidam com os clientes/colaboradores no local

30

Cortesia dos funcionários que atendem por telefone os clientes/colaboradores

28 2

Igualdade de tratamento dos clientes/colaboradores praticado na Instituição

25 5

Flexibilidade e autonomia que os funcionários têm para resolver as situações individuais de cada cliente/colaborador

28 2

Melhorias implementadas recentemente na Instituição

30

Impacto da Instituição na qualidade de vida dos clientes/colaboradores

30

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2

2. Instalações, equipamentos e sinaléticas de segurança

Satisfação com…

Grau de Satisfação

1-Muito Insatisfeito

2-Insatisfeito

3-Pouco Satisfeito

4-Satisfeito

5-Muito Satisfeito

Instalações no seu aspecto geral (atractivas ou repulsivas) 30

Circulação entre as Várias áreas de utilização e seu respectivo acesso 30

Espaço interior, salas (espaço seguro, não representa qualquer perigo) 30

Instalações sanitárias (limpas, arejadas, espaçosas) 30

Área destinada à alimentação (cozinha refeitório e copa) 30

Condições de transporte 30

Materiais utilizados no chão, paredes e mobiliário 30

Existência de extintores e material de socorro e emergência 30

Identificação e sinalização das diferentes áreas da instituição 30

Plano de emergência 30

Vestuário do pessoal colaborador 30

Uso de identificação pessoal dos colaboradores 30

Satisfação com o espaço de atendimento para esclarecimento de dúvidas ou outros assuntos 30

Observação: Após esta análise, observo que o grau de satisfação dos inquiridos no que

respeita às instalações e equipamentos de segurança, é muito satisfeito. Realço o grau de

insatisfação acerca do indicador do Plano de emergência, visto que a instituição, devido

à inexistência deste, está a tomar todas as medidas para a conclusão do mesmo.

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3

3. Acessibilidade da Instituição

Satisfação com…

Grau de Satisfação

1-Muito Insatisfeito

2-Insatisfeito

3-Pouco Satisfeito

4-Satisfeito

5-Muito Satisfeito

Os acessos à Instituição 30

A localização da Instituição 30

Nível de acessibilidade para deficientes e cadeiras de rodas (rampas de acesso, elevadores) 30

Facilidade de estacionamento junto da Instituição 30

Horário praticado 30

Encerramento da Instituição 30

Informação disponível no local de atendimento 30

Possibilidade de efectuar o pagamento dos serviços presencialmente através de Multibanco 30

Existência de uma linha telefónica para esclarecimento de dúvidas 30

Esclarecimento de dúvidas através de correio electrónico

Informações disponíveis on-line

Existência de serviços disponíveis on-line

Observação: No que respeita à acessibilidade da instituição, observo que os inquiridos

estão muito satisfeitos, á excepção da possibilidade de efectuarem o pagamento dos

serviços, via Multibanco, porque de facto essa possibilidade não existe na instituição.

Outro aspecto de realçar, é o facto de haver 100% de abstenções nos últimos

indicadores, o que me leva a concluir que os idosos e familiares próximos não lidam

com internet.

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4

4. Fiabilidade

Satisfação com…

Grau de Satisfação

1-Muito Insatisfeito

2-Insatisfeito

3-Pouco Satisfeito

4-Satisfeito

5-Muito Satisfeito

Programação e execução das actividades 30

Quando uma actividade programada não é realizada sou informado do motivo 28 2

Clareza da informação 30

Os horários da Instituição de entrada e saída são do meu conhecimento e são cumpridos à regra 2 28

O transporte está no local e hora combinados 2 28

A instituição cumpre o estabelecido no acordo 30

Observação: Pela análise do gráfico, concluo que os inquiridos continuam no grau de

satisfação máximo, quanto à fiabilidade da instituição.

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5

5. Competência técnica/ atendimento e capacidade de resposta

Satisfação com…

Grau de Satisfação

1-Muito Insatisfeito

2-Insatisfeit

o

3-Pouco Satisfeit

o

4-Satisfeit

o 5-Muito

Satisfeito

Disponibilidade no atendimento e na prestação de serviços 30

O pessoal tem formação técnica necessária ás funções desempenhadas 30

O pessoal gosta daquilo que faz 1 29

O pessoal é competente e acessível 30

Quando me atraso no cumprimento do horário tive compreensão e aceitação por parte da Instituição 1 29

Se necessário, há sempre alguém a quem solicitar informações (responsável da instituição ou outra) 30

Quando contacto a instituição sou bem atendido e com rapidez 30

Os meus problemas são resolvidos no menor espaço de tempo 2 28

As minhas reclamações são tomadas em atenção 30

Observação: Feita a observação verifico que há uma mínima percentagem de

insatisfação relativamente aos indicadores 3,5 e 8. Sabendo que estes resultados são do

mesmo inquérito, concluo que apenas um inquiridor está pouco satisfeito nestes

indicadores.

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6

6. Credibilidade e recomendação da Instituição

Indicador

Sim Não

Já fui convidado a visitar as instalações 30

Quando existem eventos importantes sou directamente e oficialmente convidado em primeira-mão 30

Se mo solicitarem, recomendo esta instituição 30

Se tivesse possibilidade mudava de instituição 30

Inscrevi-me aqui porque me foi recomendado 30

Inscrevi-me aqui porque dá resposta ao meu problema 30

Inscrevi-me aqui porque não tinha outra opção 30

Inscrevi-me aqui porque é próximo do local onde moro 30

Refira outro motivo se assim o entender

Observação: Ao observar este resultado, concluo que a credibilidade e recomendação

da Instituição por parte dos inquiridos, é totalmente satisfatória.

Conclusão geral:

Após a análise geral dos gráficos, concluo que perante todos os indicadores os

inquiridos estão muito satisfeitos de modo geral com a instituição e tudo o que lhe diz

respeito. Não carece de alterações nem de averiguações visto o grau de satisfação

apresentado.

Foi uma atividade que atingiu os objetivos.

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Anexo VIII

Cartaz de Natal

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Anexo IX

Cartaz Dia da Mãe

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Anexo X

Poema à Mãe

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MÃE

Mãe, figura serena, laços de afeto, fonte de vida...

Mãe, traz-nos á memória Doces lembranças, é colo que embala, é

mão que orienta...

Não existe nada melhor na vida

Do que a presença da mãe nos momentos de aflição!

Principalmente nas horas de grande carência,

quando a angústia insiste em visitar nossos sonhos.

Presença de mãe alivia a alma cansada e

Faz vibrar a longa estrada, dando mais emoção aos sonhos,

Embelezando o coração.

Presença de mãe é como anjos tocando harpas no céu

numa bela canção que fala de amor, suavizando as

incertezas e trazendo um eterno bem estar!

Presença de mãe é paz! Momento de felicidade

Compartilhada com respeito e carinho.

Presença de mãe eterniza os bons momentos da vida

Ajudando a escolher o caminho do bem e livra-nos de todo o mal.

Presença de mãe ajuda-nos a levar a cruz, alivia-nos desse peso

E acompanha-nos até ao calvário.

Presença de mãe é mesmo presente, quando erramos, quando os

outros nos apontam o dedo, quando nos condenam, nos insultam, ou

de qualquer maneira violam a nossa dignidade. Também Maria

acreditou na inocência do seu Filho, o acompanhou, o acolheu e ao

seu lado permaneceu firme, sem medo, sem hesitar e sem vacilar.

Presença de mãe vem sempre no momento certo, na hora exata.

Só as mães têm a presença que acolhe, entende,

abriga e abraça!

É na presença da mãe que nós carregamos as baterias para enfrentar

e encarar a vida com mais coragem. É no colo da mãe que recebemos

as directrizes, para uma vida de Amor.

Mãe envolve-nos em seus braços, enche-nos de AMOR e assim

sendo, o caminho que trilhamos terá sempre a sua marca!

Presença de mãe é constante, por vezes parece distante, mas não

falha.

Presença de Mãe é AMOR….Sim…porque amar é a arte que as Mães

melhor dominam…..

Leonor Pinto ( Homenagem ás Mães)

1 de Maio 2011

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Anexo XI

Diabetes e Tensão Arterial

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Anexo XI

Portefólio

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“Nem tudo o tempo levou…”

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 2

E assim, lição por lição,

o que aos poucos aprendemos

de outros a outros daremos

que outros a outros darão.

António Aleixo

A tradição é o vento que a tua passagem levantar.

António José Saraiva,

"Uma carta" in Para a História da Cultura em Portugal

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 3

Prefácio

Elaborado com base em recolhas efectuadas entre Setembro de 2010 a Maio de 2011

Recolhas efectuadas ao longo do período de estágio na Associação de

Beneficência Cultural e Recreativa da Freguesia de Lagarinhos.

Foi feita uma tentativa de manter a tradição da oralidade, sendo por isso natural que

surjam situações de leitura diferentes da língua corrente.

Os utentes que participaram fazem parte da Instituição referida, sendo oriundos das

freguesias de Lagarinhos, Passarela, Vila Nova de Tazém, Moimenta da Serra, Paços da

Serra, Gouveia e Seia. São populações de grande proximidade, pelo que a recolha não

difere muito entre elas. Haverá algumas gafes, mas procurei manter a originalidade da

pessoa que transmitiu a mensagem.

Importante será dizer que também se encontram aqui sugestões das crianças do

Abrigo da Sagrada Família, pois por vezes estavam presentes no momento da recolha e

colaboraram nessa ação, ou por conhecimento próprio, ou trazendo do seio familiar,

nomeadamente histórias, fábulas, trava-línguas, adivinhas e mais…descrevem-se

histórias que contámos e outras que lemos e relemos pela sua riqueza.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 4

Índice

Prefácio ........................................................................................................................... 3

Introdução ....................................................................................................................... 5

CONTOS & LENDAS .................................................................................................... 7

CANTIGAS .................................................................................................................... 36 ORAÇOES .................................................................................................................... 59

LENDAS ........................................................................................................................ 59 LENGAS-LENGAS ...................................................................................................... 81

PROVÉRBIOS .............................................................................................................. 91

ADIVINHAS ................................................................................................................... 97 Bibliografia .................................................................................................................. 102

Conclusão: .................................................................................................................. 103

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 5

Introdução

O que registo nestas páginas não é mais do que um importante testemunho da

nossa identidade como Povo, como gentes de longas e presentes memórias, com uma

dimensão de identidade e crenças próprias.

Encontrei nestes testemunhos força suficiente para que possa transmitir aos

nossos jovens a convicção de que saberemos e poderemos «encontrar o nosso pote de

ouro no final do Arco-íris».

É bonito como os nossos ascendentes assimilaram, e vou transmiti-lo aos outros,

conseguindo elaborar o meu próprio relato original.

E esta transmissão acaba por ser uma forma de garantir uma herança milenar que

nos passa de pais para filhos, ficando os que a recebem com a missão de continuar a

prolongá-la. Além disso, se reflectir, cedo me apercebo de que nós mesmos

participamos activamente num processo de conservação desta sabedoria popular e

ajudamos à sua passagem de geração em geração, seja através da reprodução das

cantigas, contos populares, adivinhas ou lendas que vamos ouvindo de pessoas mais

velhas e murmurando por aí. A isto se chama perpetuar a tradição e acho, por isso,

bastante pertinente a inclusão da epígrafe que encabeça o presente trabalho, já que me

parece que o vento é a nossa participação activa na reanimação da tradição sempre que

isso for possível.

Para além disso, a recolha é composta pelos utentes, a várias mãos, portanto, é

um trabalho colectivo e que tem como principal missão ser levado mais longe, sim,

porque a sabedoria é para voar. Os provérbios, por exemplo, têm grande impacto

quando memorizados e aplicados no momento certo e mantêm-se vivos justamente

porque passam de boca em boca e são aplicados por muitas pessoas a muitas pessoas, o

que permite a mesma comunicação entre nós e a circulação de valores e consequente

afirmação de uma identidade. Esta é uma das razões pelas quais a sabedoria popular é

sinónimo de acção, de intervenção, de vida. Nesta medida, este portefólio assume os

contornos de uma vasta operação de resgate dos meios de transmissão intergeracional da

tradição popular,

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 6

Como todas as coisas sujeitas às peripécias e necessidades do tempo e do lugar,

também os conteúdos dinâmicos da memória social e dos saberes colectivos – sobretudo

quando se transmitem por via oral – se alteram ou acabam por se ver relegados ao

desuso e esquecimento. Contudo, é sabido que nas aldeias , a transmissão tradicional do

saber passa pela oralidade, que assim se constitui não apenas como veículo privilegiado

de identidade, comunicação e reprodução sociais mas também como meio de

desenvolvimento humano e de construção de uma dada imagem do mundo. Pelo facto,

acredito que muita informação aparecerá deturpada, pela falta de memória do utente que

a transmitiu. Posso dizer que neste período de estágio, tive o bom fado de escutar junto

da lareira algumas das narrativas que aqui deixo. Foi para mim um imenso prazer e,

espero que cada um que as leia, sinta o calor da maravilhosa sabedoria popular e não

deixe de nelas reencontrar ecos desse deslumbramento e prazer, pois de puro prazer se

trata.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 7

Conto - s. m. 1. LITERATURA narrativa breve e fictícia em que a acção geralmente se

concentra sobre um único tema ou episódio; 2. historieta; fábula.

Dicionário da Língua Portuguesa 2004, Porto Editora

Lenda – s.f. 1. narrativa escrita ou tradição de sucessos duvidosos, fantásticos ou

inverosímeis … (do latim legenda, «coisas que devem ser lidas» gerúndio neutro plural de

legere «ler»).

Dicionário da Língua Portuguesa 2004, Porto Editora

O conto popular é outra das mais importantes manifestações da literatura tradicional, sendo

geralmente contos anónimos e especialmente vocacionados para fins construtivos.

Os próprios contos de fadas são extremamente benéficos para as crianças que convivem

com as personagens fantásticas, revelam-se em toda a sua utilidade quando oferecem

directrizes para diferenciar o justo do injusto, o bem do mal. Ou seja, os contos e lendas são

não só uma forma de entretenimento, mas também uma forma de educar civicamente e,

portanto, uma forma de identidade.

- As lendas são igualmente uma importante referência no panorama tradicional e podem ser

encaradas como histórias de cuja total veracidade se pode duvidar, embora quase sempre

tenham um pano de fundo que assenta na verdade, e que se referem a um determinado sítio

ou época. Isto faz com que se distancie um pouco do conto popular, já que há sempre um

facto real entrelaçado na lenda, ao passo que o conto faz uso da ficção.

―Estando à lareira,

A contar história de embalar,

Os novos ficam contentes

E os velhos a chorar‖.

CONTOS & LENDAS

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 8

LENDA DA SERRA DA ESTRELA E DO RIO MONDEGO

Um pastor de origem Italiana com o nome de Mon Diego, vinha pastorear com o

seu rebanho para a Serra da Estrela. Era um rapaz bem-parecido, alto e forte, pelo qual

uma rapariga chamada Estrela, depressa se apaixonou. Tiveram um encontro amoroso,

pois foi amor á primeira vista.

Era um amor proibido pelos pais da rapariga e assim cada um foi para seu lado e

nunca mais se encontraram. A Estrela foi voltou várias vezes àquele sítio mas nunca

mais voltou a ver o seu amor. Cheia de saudades, chorou, chorou, chamando Mon

Diego, Mon Diego. Das suas lágrimas se formou o Rio Mondego, e da formosura da

rapariga nasceu o nome da Serra da Estrela.

Colaborador Pedro

LENDA DA SERRA DA ESTRELA

''Era uma vez um jovem pastor que vivia numa longínqua aldeia. Por único

amigo tinha um cachorrinho, que nas longas noites de solidão se deitava a seus pés sem

esperar nenhum gesto, nenhuma palavra. Sofria este pastor de uma estranha inquietação:

cismava alcançar uma Serra enorme que via muito ao longe, as terras que existiam para

lá da muralha rochosa que constituía o seu horizonte desde que nascera. E muitas noites

passava em claro, meditando nesse seu desejo infindável.

Certa noite em que se julgava acordado, sonhou que uma estrela descia até a si e lhe

segredava que o guiaria até ao objecto dos seus desejos.

Acordou o pastor mais inquieto e angustiado que nunca, e procurou no céu a verdade do

que sonhara. Lá estavam todas as estrelas iguais a si mesmas, imutáveis e eternas

aparentemente. Mas estava também uma que lhe pareceu diferente, a mais sua.

Passavam-se os dias e o desejo do pastor aumentava, fazia doer-lhe o corpo, ardia-lhe

febril na cabeça. De noite, todas as noites, procurava no céu a sua estrela diferente. E

em sonhos ela aparecia-lhe muitas vezes desafiando-o, desafiando-lhe sempre a

vontade. Mas a vontade por vezes é tão difícil!!

Uma noite, num ímpeto, decidiu-se. Arrumou tudo o que tinha e era nada, chamou o cão

e partiu. Ao passar pela aldeia o cão ladrou e os velhos souberam que ele ia partir.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 9

Abanaram a cabeça ante a loucura do que assim partia à procura da fome, do frio, da

morte. Mas o pastor levava consigo toda a riqueza que tinha: a fé, a vida e uma estrela.

E o pastor caminhou tantos anos que o cão envelheceu e não aguentou a caminhada.

Morreu uma noite, nos caminhos, e foi enterrado à beira da estrada que fora de ambos.

Só com a sua estrela, agora, o pastor continuou a caminhar, sempre com a serra adiante,

e à medida que caminhava a serra ia sempre ali, no mesmo sítio e à mesma distância.

Passou todas as fomes e frios que os velhos lhe tinham vaticinado.

Atravessou rios, galgou campos verdes e campos ressequidos, caminhou sobre rochedos

escarpados, passou dentro de cidades cheias de muros e gente, mas a montanha dos seus

desejos nunca a baniu do coração. Por fim, já velho alcançou a muralha escarpada que

desde a infância o chamava. Subiu até ao mais alto da serra e ali pôde então largar o

desejo do seu coração, agora em paz e sem desejo.

O horizonte era vasto, tão vasto e maravilhoso, a impressão de liberdade tão

avassaladora que o pastor, sem falar, gritava dentro de si um hino de louvor que mais

parecia o vento uivando por entre os penhascos rochosos de silêncio.

Instalou-se o velho pastor e a sua estrela com ele, no céu.

O rei do mundo, porém, ouviu falar naquele velho pastor e na sua estrela fantástica.

Mandou emissários à serra: todas as riquezas do mundo daria ao pastor em troca da sua

pequena estrela. O pastor ouviu com atenção o que lhe mandava dizer o rei. Depois,

olhou em volta. Tudo eram pedras e rochedos. Uma côdea de pão negro e uma gamela

de leite as suas refeições. A sua distracção a paisagem "infindamente" igual e diferente

do mundo lá em cima. A sua única amiga, a estrela.

Suavemente, como quem sabe o segredo das palavras e o valor de todos os bens

possíveis, virou-se para os emissários do rei do mundo e rejeitou todos os tesouros da

terra, escolhendo a pequenez da sua estrela. Passaram os anos e o velho morreu.

Enterraram-no debaixo de uma fraga e nessa noite, estranhamente, a estrela brilhou com

uma luz mais intensa. Os pastores da serra notaram essa diferença porque a reconheciam

também entre as outras, pelo que o velho lhes contava em certas noites.

E desde então a serra passou a chamar-se, para sempre Serra da Estrela".

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 10

LENDA DE SÃO MARTINHO

O porquê do "Verão" de S. Martinho

O dia de S. Martinho comemora-se no dia 11 de Novembro.

Diz a lenda que quando um cavaleiro romano andava a fazer a ronda, viu um velho

mendigo cheio de fome e frio, porque estava quase nu.O dia estava chuvoso e frio, e o

velhinho estava encharcado.O cavaleiro, chamado Martinho, era bondoso e gostava de

ajudar as pessoas mais pobres. Então, ao ver aquele mendigo, ficou cheio de pena e

cortou a sua grossa capa ao meio, com a espada.Depois deu a metade da capa ao

mendigo e partiu.

Passado algum tempo a chuva parou e apareceu no céu um lindo Sol.

" Crianças do Abrigo

LENDA DA SENHORA DA LAPA

Diz a lenda que a imagem de Nossa Senhora da Lapa apareceu num penedo de difícil

acesso, na Beira Alta, em Aguiar da Beira.

Os devotos construíram-lhe um templo num local mais acessível, mas a imagem da

Senhora fugia para o seu penedo sempre que a punham na nova capela. Este facto

insólito ocorreu tantas vezes que os devotos fizeram a vontade à Virgem e construíram-

lhe uma capela no penedo.

E a Senhora da Lapa lá está hoje, num sítio em que para a ver o crente tem de entrar de

lado, por mais magro que seja. Curiosamente, o crente mais gordo de lado entra sempre.

Um dos milagres atribuídos a esta Senhora é o que ocorreu com um caminhante que,

adormecendo junto à capela, entrou-lhe na boca entreaberta uma cobra. Aflito, o homem

acordou e imediatamente invocou no seu pensamento a Senhora da Lapa.

Conta a lenda que a cobra imediatamente virou a cabeça para fora da boca, sendo depois

apanhada e morta.

AS DOZE PALAVRAS DITAS E RETORNADAS

Era uma vez um homem muito trabalhador e honrado, mas infeliz em todo

negócio em que se metia. Tinha ele devoção ao Anjo da Guarda, rezando todos os dias

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Leonor Pinto 11

em sua intenção. Cada vez mais pobre, o homem perdeu a paciência, e um dia gritou,

desesperado com sua triste sina:

— Acuda-me o diabo, que o Anjo da Guarda não me quer ajudar!

Apareceu um sujeito alto, todo vestido de preto, barbudo e feio, com uma voz roufenha

e desagradável:

— Aqui estou! Aqui estou! Que é que queres de mim?

— Quero ficar rico.

O diabo indicou uma gruta onde havia um tesouro enterrado, e disse:

— Daqui a vinte anos voltarei para buscar-te. Se não disseres as doze palavras ditas e

retornadas, serás meu para toda a eternidade.

O homem começou a viver folgadamente, em festas e alegrias, cercado de amigos e de

mulheres.

O tempo foi passando, e uma noite ele lembrou-se de que estava condenado às penas do

inferno. Só se soubesse as doze palavras ditas e retornadas...

— Isso deve ser fácil — disse ele consigo. — Todo mundo deve saber.

No dia seguinte perguntou aos amigos, aos vizinhos e a todos os moradores da cidade, e

não havia quem soubesse o que vinha a ser o que ele lhes perguntava.

O homem afligiu-se muito. Cada vez mais o tempo passava, e ninguém sabia o segredo

das doze palavras ditas e retornadas. Largou ele a vida má que levava, fez penitência e

saiu pelo mundo, perguntando. Todos diziam:

— Não sei, nunca ouvi falar...

O homem só faltava morrer, com o pavor da ideia de ter de encontrar-se com o diabo e

ser carregado para o fogo eterno.

Já correra muito tempo desde que deixara o folguedo dos ricos, vestindo com modéstia

e dando esmolas.

Uma tarde, ia por um bosque na hora da "Ave-Maria". Ajoelhou-se para rezar, e ao

terminar viu um velho que se aproximava dele.

Cumprimentou-o, e foram andando juntos para a vila. Perguntou ao velho como ele se

chamava.

— Chamo-me Cristóvão — respondeu.

Para não deixar de perguntar, falou nas doze palavras ditas e retornadas. E o velho

Custódio lhe disse:

— Eu sei as doze palavras ditas e retornadas.

O homem ficou tão satisfeito que abraçou o velho, dando graças a Deus e dizendo que

aquilo era um milagre do Anjo da Guarda, sua devoção antiga.

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Leonor Pinto 12

Cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

-eu as doze palavras não tas digo,

Mas uma te direi.

Uma é a casa santa em Jerusalém,

-cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

-eu as doze palavras não tas digo,

Mas duas te direi.

As duas são as duas tabuinhas de Moisés,

Onde nosso senhor pôs os seus divinos pés.

- Cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

- Eu as doze palavras não tas digo,

Mas três te direi.

As três pessoas da santíssima trindade.

- Cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

- Eu as doze palavras não tas digo,

Mas quatro te diremos.

As quatro são os quatro evangelistas.

- cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

- eu as doze palavras não tas digo,

Mas cinco te direi.

As cinco são as cinco chagas.

- cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

- eu as doze palavras não tas digo,

Mas seis te direi.

As seis são os seis círios brancos.

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Leonor Pinto 13

- cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

- eu as doze palavras não tas digo,

Mas sete te direi.

As sete são os sete sacramentos.

- cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu,não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

- eu as doze palavras não tas digo,

Mas oito te direi.

As oito são as oito bem-aventuranças.

- cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

- eu as doze palavras não tas digo,

Mas nove te direi.

As nove são as nove cores do anjo.

- cristovãozinho, amigo meu

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

- eu as doze palavras não tas digo,

Mas dez te direi.

As dez são os dez mandamentos.

- cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

- eu as doze palavras não tas digo,

Mas onze te direi.

As onze são onze mil virgens.

- cristovãozinho, amigo meu,

Cristovãozinho amigo teu, não.

Dizei-me as doze palavras

Ditas e retornadas.

As doze palavras, ditas e retornadas,

São os doze apóstolos:

´´ Três raios tem o sol,

Três raios tem a lua,

Arrebenta tu diabo,

Que esta alma não é tua‖. Ir. Ascensão

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Leonor Pinto 14

O CALDO DE PEDRA

Um frade andava no peditório. Chegou à porta de um lavrador, mas não lhe

quiseram aí dar nada.

O frade estava a cair de fome e disse:

-Vou ver se faço um caldinho de pedra.

E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela, como

para ver se era boa para um caldo.

A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade:

-Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa muito boa.

Responderam-lhe:

-Sempre queremos ver isso.

Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu:

-Se me emprestassem aí um pucarinho...

Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra

dentro.

-Agora, se me deixassem estar a panelinha aí, ao pé das brasas...

Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele:

-Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava a primor!

Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada

com o que via.

O frade, provando o caldo:

-Está um nadinha insosso. Bem precisa duma pedrinha de sal.

Também lhe deram o sal. Temperou, provou e disse:

-Agora é que, com uns olhinhos de couve, ficava que até os anjos o comeriam.

A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves. O frade limpou-as, ripou-as

com os dedos e deitou as folhas na panela. Quando os olhos já estavam aferventados,

arriscou:

-Ai! Um naquinho de chouriça é que lhe dava uma graça!...

Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço. Ele pô-lo na panela e, enquanto se cozia,

tirou do alforge pão e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era um

regalo. Comeu e lambeu o beiço.

Depois de despejada a panela, ficou a pedra no fundo.

A gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe:

-Ó senhor frade, então a pedra?

-A pedra... Lavo-a e levo-a comigo para outra vez.

E assim comeu onde não lhe queriam dar nada.

O SAL E A ÁGUA

Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas por sua vez, qual era a mais

sua amiga. A mais velha respondeu:

– Quero mais a meu pai, do que à luz do Sol.

Respondeu a do meio:

– Gosto mais de meu pai do que de mim mesma.

A mais moça respondeu:

– Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal.

O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto como as outras, e

pô-la fora do palácio. Ela foi muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio de um

rei, e aí se ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito,

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Leonor Pinto 15

e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno, e de grande preço. Perguntou a

todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes

servia: foi passando, até que foi chamada a cozinheira, e só a ela é que o anel servia. O

príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família de

nobreza.

Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas, e viu-a vestida

com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O rei deu licença

ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela

sua mão o jantar do dia da boda. Para as festas de noivado convidou-se o rei que tinha

três filhas, e que pusera fora de casa a mais nova. A princesa cozinhou o jantar, mas nos

manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não botou sal de propósito. Todos

comiam com vontade, mas só o rei convidado é que não comia. Por fim perguntou-lhe o

dono da casa, porque é que o rei não comia? Respondeu ele, não sabendo que assistia ao

casamento da filha:

– É porque a comida não tem sal.

O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a cozinheira viesse ali dizer porque

é que não tinha botado sal na comida. Veio então a menina vestida de princesa, mas

assim que o pai a viu, conheceu-a logo, e confessou ali a sua culpa, por não ter

percebido quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito, que lhe queria tanto como

a comida quer o sal, e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu

pai.

OS DEZ ANÕEZINHOS DA TIA VERDE-ÁGUA

Era uma mulher casada, mas que se dava muito mal com o marido, porque não

trabalhava nem tinha ordem no governo da casa; começava uma coisa e logo passava

para outra, tudo ficava em meio, de sorte que quando o marido vinha para casa nem

tinha o jantar feito, e à noite nem água para os pés nem a cama arranjada. As coisas

foram assim, até que o homem lhe pôs as mãos e ia-a tosando, e ela a passar muito má

vida. A mulher andava triste por o homem lhe bater, e tinha uma vizinha a quem se foi

queixar, a qual era velha e se dizia que as fados a ajudavam. Chamavam-lhe a Tia

Verde-Água:

– Ai, Tia! vocemecê é que me podia valer nesta aflição.

– Pois sim, filha; eu tenho dez anõezinhos muito arranjadores, e mando-tos para tua

casa para te ajudarem.

E a velha começou a explicar-lhe o que devia fazer para que os dez anõezinhos a

ajudassem; que quando pela manha se levantasse fizesse logo a cama, em seguida

acendesse o lume, depois enchesse o cântaro de água, varresse a casa, ponteasse a

roupa, e no intervalo em que cozinhasse o jantar fosse dobando as suas meadas, até o

marido chegar. Foi-lhe assim indicando o que havia de fazer, que em tudo isto seria

ajudada sem ela o sentir pelos dez anõezinhos. A mulher assim o fez, e se bem o fez

melhor lhe saiu. logo à boca da noite foi a casa da Tia Verde-Água agradecer-lhe o ter-

lhe mandado os dez anõezinhos, que ela não viu nem sentiu, mas porque o trabalho

correu-lhe como por encanto. Foram-se assim passando as coisas, e o marido estava

pasmado por ver a mulher tornar-se tão arranjadora e limpa; ao fim de oito dias ele não

se teve que não lhe dissesse como ela estava outra mulher, e que assim viveriam como

Deus com os anjos. A mulher contente por se ver agora feliz, e mesmo porque a féria

chegava para mais, vai a casa da Tia Verde-Água agradecer-lhe o favor que lhe fez:

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– Ai, minha Tia, os seus dez anõezinhos fizeram-me um servição; trago agora tudo

arranjado, e o meu homem anda muito meu amigo. O que lhe eu pedia agora é que mos

deixasse lá ficar.

A velha respondeu-lhe:

– Deixo, deixo. Pois tu ainda não viste os dez anõezinhos?

– Ainda não; o que eu queria era vê-los.

– Não sejas tola; se tu queres vê-los olha para as tuas mãos, e os teus dedos é que soo os

dez anõezinhos.

A mulher compreendeu a causa, e foi para casa satisfeita consigo por saber como é que

se faz luzir o trabalho.

O APRENDIZ DE MAGO

Um homem de grandes artes tinha na sua companhia um sobrinho, que lhe guardava a

casa quando precisava sair. De uma vez deu-lhe duas chaves, e disse:

– Estas chaves são daquelas duas portas; não mas abras por cousa nenhuma do mundo,

senão morres.

O rapaz, assim que se viu só, não se lembrou mais da ameaça e abriu uma das portas.

Apenas viu um campo escuro e um lobo que vinha correndo para arremeter contra ele.

Fechou a porta a toda a pressa passado de medo. Daí a pouco chegou o Mago:

– Desgraçado! para que me abriste aquela porta, tendo-te avisado que perderias a vida?

O rapaz tais choros fez que o Mago lhe perdoou. De outra vez saiu o tio e fez-lhe a

mesma recomendação. Não ia muito longe, quando o sobrinho deu volta à chave da

outra porta, e apenas viu uma campina com um cavalo branco a pastar. Nisto lembrou-

se da ameaça do tio e já o sentindo subir pela escada, começou a gritar:

– Ai que agora é que estou perdido!

O cavalo branco falou-lhe:

– Apanha desse chão um ramo, uma pedra e um punhado de areia, e monta já quanto

antes em mim.

Palavras não eram ditas, o Mago abriu a porta da casa: o rapaz salta para cima do cavalo

branco e grita:

– Foge! que aí chega o meu tio para me matar.

O cavalo branco correu pelos ares fora; mas indo lá muito longe, o rapaz torna a gritar:

– Corre! que meu tio já me apanha para me matar.

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Leonor Pinto 17

O cavalo branco correu mais, e quando o Mago estava quase a apanhá-los, disse para o

rapaz:

– Deita fora o ramo.

Fez-se logo ali uma floresta muito fechada, e, enquanto o Mago abria caminho por ela,

puseram-se muito longe. Ainda o rapaz tornou outra vez a gritar:

– Corre! que já aí está meu tio, que me vai matar.

Disse o cavalo branco:

– Bota fora a pedra.

Logo ali se levantou uma grande serra cheia de penedias, que o Mago teve de subir,

enquanto eles avançavam caminho. Mais adiante, grita o rapaz:

– Corre, que meu tio agarra-nos.

– Pois atira ao vento o punhado de areia, disse-lhe o cavalo branco.

Apareceu logo ali um mar sem fim, que o Mago não pôde atravessar. Foram dar a uma

terra onde se estavam fazendo muitos prantos. O cavalo branco ali largou o rapaz e

disse-lhe que quando se visse em grandes trabalhos por ele chamasse mas que nunca

dissesse como viera ter ali. O rapaz foi andando e perguntou por quem eram aqueles

grandes prantos.

– É porque a filha do rei foi roubada por um gigante que vive em uma ilha aonde

ninguém pode chegar.

– Pois eu sou capaz de ir lá.

Foram dizê-lo ao rei; o rei obrigou-o com pena de morte a cumprir o que dissera. O

rapaz valeu-se do cavalo branco, e conseguiu ir à ilha trazendo de lá a princesa, porque

apanhara o gigante dormindo.

A princesa assim que chegou ao palácio não parava de chorar. Perguntou-lhe o rei:

– Porque choras tanto, minha filha?

– Choro porque perdi o meu anel que me tinha dado a fada minha madrinha e, enquanto

o não tornar a achar, estou sujeita a ser roubada outra vez ou ficar para sempre

encantada.

O rei mandou lançar o pregão em como dava a mão da princesa a quem achasse o anel

que ela tinha perdido. O rapaz chamou o cavalo branco, que lhe trouxe do fundo do mar

o anel, mas o rei não lhe queria já dar a mão da princesa; porém ela é que declarou que

casaria com o jovem para que dissessem sempre: Palavra de rei não torna atrás.

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O CAPUCHINHO VERMELHO

Era uma vez uma linda menina que vivia numa aldeia do bosque e de quem

todos gostavam muito por ser muito boa e simpática.

Um dia a mãe fez-lhe um capucho vermelho para ela levar para a escola. No trajecto e

como era hábito, a menina cumprimentava os animaizinhos, pois conhecia-os e era

amiga de todos. Ao vê-la tão bonita com o seu novo capucho eles começaram a tratá-la

por Capuchinho Vermelho.

Um dia a mãe chamou-a e disse-lhe:

- Tens aqui uma cesta com bolos e um pote de mel para levares à avozinha que não anda

muito bem de saúde. Toma cuidado: não te detenhas no caminho e não fales com

desconhecidos.

- Podes ficar descansada, mãezinha, farei como dizes - prometeu Capuchinho Vermelho.

Ia ela muito contente quando, a certa altura, encontrou um lobo. Este, com uma voz

muito melada, disse-lhe:

- Olá, bela Capuchinho! Nem imaginas como desejava conhecer-te.

A menina ao ouvir isto ficou muito surpreendida, pois achou que o lobo não era tão

feroz como toda a gente dizia. Apesar disso respondeu-lhe:

- O senhor lobo desculpe-me mas a minha mãe proibiu-me de falar com desconhecidos.

- Desconhecido, eu? Sou a mais popular de todas as criaturas do bosque, não deves

fazer caso do que dizem. Isso é treta das más línguas. Onde vais com essa cesta?

- Vou ver a minha avózinha que está doente e levar-lhe bolos e um pote de mel.

- E onde vive a tua avozinha?

- Vive para lá do moinho, numa casa à beira do lago, junto a uma grande árvore.

O lobo já com água na boca pensou:

- Que maravilha de petiscos, devem ser tão bons, tenho que me apoderar de ambas.

Acompanhou Capuchinho e a certa altura disse-lhe:

- Penso que também eu deveria visitar a tua avozinha, uma vez que ela está tão

adoentada, não te parece?

- Sim, sim, acho que ela ficaria muito contente.

- Olha, tu vais por este caminho e eu vou por aquele. Veremos quem chega primeiro, -

disse-lhe o lobo.

- Como eu sou esperto e como foi fácil convencê-la, pensou o lobo, ela vai pelo

caminho mais distante e assim eu terei tempo de chegar antes.

O lobo correu então em direcção à casa da avó de Capuchinho Vermelho. Uma vez lá

chegado bateu à porta e a avózinha perguntou:

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- Quem é?

- É o Capuchinho Vermelho, respondeu-lhe o lobo, trago-lhe bolos e um pote de mel;

abra a porta por favor.

- Entra, minha netinha, a porta está só no trinco.

O lobo abriu a porta e sem dizer nada foi ao quarto da avózinha e comeu-a. A seguir

vestiu as suas roupas, enfiou a touca, colocou no nariz os óculos da avózinha e meteu-se

dentro da cama, cobrindo-se com uma manta.

Capuchinho, depois de muito caminhar, pois viera pelo caminho mais longo, chegou

finalmente a casa da avó; ficou muito surpreendida por encontrar a porta aberta.

- Bom dia. Está alguém em casa? - perguntou ao entrar.

Como ninguém lhe respondeu, dirigiu-se ao quarto e aproximando-se da cama, não

reconheceu o lobo, pois ele estava disfarçado com as roupas da avózinha. Notou

contudo que havia algo diferente e disse:

- Avózinha estás com umas orelhas tão grandes!

- São para te ouvir melhor.

- E tens uns olhos tão grandes!

- São para te ver melhor.

- E os teus braços são tão grandes!

- São para te abraçar melhor.

- E tens uma boca tão grande!

- É para te comer.

E nisto o lobo saltou da cama e engoliu a pobre Capuchinho Vermelho, que nem teve

tempo de ter medo. Voltou depois a deitar-se e adormeceu profundamente, ressonando

muito alto.

Um caçador que por ali passava, ao ouvir todo aquele barulho, pensou:

- Esta velhinha não ressonava desta maneira! Vou mas é ver o que se passa.

Entrou no quarto e deparou com o lobo a dormir profundamente.

- Até que enfim que te encontrei. Procuro-te há tanto tempo!

E quando ia a pegar na arma lembrou-se que o malvado podia ter comido a avó e que

talvez ainda a pudesse salvar. Pegou na faca e... zás, abriu-lhe a barriga e de lá saiu

Capuchinho Vermelho. Logo a seguir saiu a avózinha, ainda com vida mas respirando

com muita dificuldade.

Depois de contarem ao caçador o que se tinha passado, Capuchinho saiu a correr e foi

apanhar pedras, encheu com elas a barriga do lobo e a avó coseu a pele.

O lobo, quando acordou e viu o caçador, que disparou para o chão, fugiu a correr em

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direcção ao lago, e quando se atirou à água para fugir a nado, com o peso das pedras foi

parar ao fundo e afogou-se, com o que até nada se perdeu, pois ele era um lobo mau a

valer.

Então a avózinha disse para a Capuchinho:

- Vai à dispensa e arranja alguma coisa para o lanche do nosso salvador.

Depois de ter comido, o caçador disse:

- Vamos, Capuchinho, vou acompanhar-te a casa, não vá andar por aí outro lobo

malvado.

Ao chegaram a casa, Capuchinho Vermelho contou à mãe todas as peripécias que lhe

tinham acontecido, pedindo-lhe desculpa por ter desobedecido às suas recomendações e

prometendo nunca mais o voltar a fazer.

―Colori, colorado, está o conto acabado!‖

OS TRÊS CONSELHOS

Um pobre rapaz tinha casado, e para arranjar a sua vida, logo ao fim do primeiro

ano teve de ir servir uns patrões muito longe. Ele era assim bom homem, e pediu ao

amo que lhe fosse guardando na mão o dinheiro das soldadas. Ao fim de uns quatro

anos já tinha um par de moedas, que lhe chegava para comprar um eidico, e quis voltar

para casa. O patrão disse-lhe:

– Qual queres, três bons conselhos que te hão-de servir para toda a vida, ou o teu

dinheiro?

– Ele, o dinheiro é sangue, como diz o outro.

– Mas podem roubar-to pelo caminho e matarem-te.

– Pois então venham de lá os conselhos.

Disse-lhe o patrão:

– O primeiro conselho que te dou é que nunca te metas por atalho, podendo

andar pela estrada real.

– Cá me fica para meu governo.

– O segundo, é que nunca pernoites em casa de homem velho casado com

mulher nova. Agora o terceiro vem a ser: nunca te decidas pelas primeiras aparências.

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Leonor Pinto 21

O rapaz guardou na memória os três conselhos, que representavam todas as suas

soldadas; e quando se ia embora, a dona da casa deu-lhe um bolo para o caminho, se

tivesse fome; mas que era melhor comê-lo em casa com a mulher, quando lá chegasse.

Partiu o homenzinho do Senhor, e encontrou-se na estrada com uns almocreves que

levavam uns machos com fazendas; foram-se acompanhando e contando a sua vida, e

chegando lá a um ponto da estrada, disse um almocreve que cortava ali por uns atalhos,

porque poupava meia hora de caminho. O rapaz foi batendo pela estrada real, e quando

ia chegando a um povoado, viu vir o almocreve todo esbaforido sem os machos;

tinham-no roubado e espancado na quelha. Disse o moço:

– Já me valeu o primeiro conselho.

Seguiu o seu caminho, e chegou já de noite a uma venda, onde foi beber uma

pinga, e onde tencionava pernoitar; mas quando viu o taverneiro já homem entrado, e a

mulher ainda frescalhuda, pagou e foi andando sempre, Quando chegou à vila, ia lá um

reboliço; era que a Justiça andava em busca de um assassino que tinha fugido com a

mulher do taverneiro que fora morto naquela noite. Disse o rapaz lá consigo:

– Bem empregado dinheiro o que me levou o patrão por este conselho.

E picou o passo, para ainda naquele dia chegar a casa. E lá chegou; quando se ia

aproximando da porta, viu dentro de casa um homem, sentado ao lume com a sua

mulher! A sua primeira ideia foi ir matar logo ali a ambos. Lembrou-se do conselho, e

curtiu consigo a sua dor, e entrou muito fresco pela poria dentro. A mulher veio abraçá-

lo, e disse:

– Aqui está meu irmão, que chegou hoje mesmo do Brasil. Que dia! E tu

também ao fim de quatro anos!

Abraçaram-se todos muito contentes, e quando foi a ceia para a mesa, o marido

vai a partir o bolo, e aparece-lhe dentro todo o dinheiro das suas soldadas. E por isso diz

o outro, ainda há quem faça bem.

HISTÓRIA DO GRÃO-DE-MILHO

Era uma vez uns casados e não tinham filhos. A mulher tanto pediu a Nossa

Senhora que lhe desse um filho, ainda que fosse do tamanho de um grão de milho, que

ao fim de nove meses ela pariu um filho, mas tão pequeno, tão pequeno, que era mesmo

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do tamanho de um grão de milho. Foi-se passando tempo e o pequeno não crescia nada,

de sorte que ficou sempre do mesmo tamanho.

O pai era lavrador e, quando andava a trabalhar no campo, era o Grão-de-Milho que lhe

ia levar o jantar numa cesta; mas, como era tão pequeno, ninguém o via o que fazia

correr aquela cesta pela rua abaixo. O pai recomendava-lhe que não se chegasse para o

pé dos bois, mas uma vez que ele tinha ido levar o jantar ao pai, a brincar trepou para

cima de uma folha de milho e um dos bois, pensando que era um grão de milho,

lambeu-o com a língua. O pai quando quis voltar para casa, por mais que o procurasse

não deu com ele, mas tanto chamou que por fim ouviu responder que o boi o tinha

comido e estava dentro da tripa. O pai ficou muito aflito e matou logo ali o boi e

começou a procurá-lo nas tripas, mas por mais que procurasse não o encontrou, até que

deixou ficar tripas e tudo. De noite um lobo, atraído pelo cheiro da carne, veio e comeu

as tripas do boi, e deitou a fugir. O lobo teve umas grandes dores de barriga e o Grão-

de-Milho começou a gritar-lhe: "C... aí, c... aí!" Mas o lobo, ouvindo isto teve tanto

medo que mais fugia e não podia obrar. O Grão-de-Milho continuava a gritar: "C... aí,

c... aí!", até que o lobo tão atrapalhado se viu que fez as suas necessidades.

O Grão-de-Milho logo que saiu para fora, lavou-se muito bem lavado numa pocinha que

ali estava e foi por ali fora. No meio caminho encontrou uns almocreves que levavam os

machos carregados de dinheiro e disse-lhes.

De repente, saltam uns ladrões, matam os almocreves e levam os machos com o

dinheiro para uma casa que havia nuns pinheirais. O Grão-de-Milho, como ia medito

numa alforges, foi também sem ser pescado. Os ladrões despejaram o dinheiro em cima

de uma grande mesa e começaram a contá-lo. O Grão-de-Milho pôs-se debaixo da mesa

e começou a gritar: "Quem dá déreis, quem dá déreis!" Os ladrões, assim que ouviram

isto, tiveram tanto medo que deitaram a fugir. Então o Grão-de-Milho ensacou o

dinheiro, pô-lo em cima dos machos e foi para casa.

Quando lá chegou, era ainda de noite e bateu à porta. O pai perguntou: "Quem está aí?"

e ele respondeu: "Sou eu, meu pai; abra depressa." O pai veio logo abrir a porta e o

Grão-de-Milho contou-lhe então tudo, entregou-lhe os machos e o dinheiro e o lavrador,

que era pobre, ficou muito rico

Colaborador: José Pedro

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 23

A cidade dos resmungos

Era uma vez um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde todos

resmungavam, resmungavam, resmungavam. No Verão, resmungavam porque estava

muito quente. No Inverno, porque estava muito frio. Quando chovia, as crianças

choramingavam porque não podiam sair. Quando fazia sol, reclamavam porque não

tinham o que fazer. Os vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se

dos filhos, os irmãos das irmãs.

Todos tinham um problema, e todos reclamavam pois achavam que alguém

deveria fazer alguma coisa.

Um dia chegou à cidade um mascate com um enorme cesto às costas. Ao

perceber toda aquela inquietação e choradeira, pôs o cesto no chão e gritou:

- Ó cidadãos deste belo lugar! Os campos estão abarrotados de trigo, os pomares

carregados de frutas. As cordilheiras estão cobertas de florestas espessas, e os vales

banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado por tantas conveniências e

tamanha abundância. Por que tanta insatisfação? Aproximem-se, e eu vos mostrarei o

caminho para a felicidade.

Ora, a camisa do mascate estava rasgada e puída. Havia remendos nas calças e

buracos nos sapatos. As pessoas riram porque não acreditavam que alguém como ele

lhes pudesse mostrar como poderiam ser felizes. Mas enquanto riam, ele puxou uma

corda comprida do cesto e esticou-a entre os dois postes na praça da cidade.

Então segurando o cesto diante de si, gritou:

- Povo desta cidade! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam os seus

problemas num pedaço de papel e ponham-nos dentro deste cesto. Trocarei os vossos

problemas por felicidade!

A multidão aglomerou-se à sua volta. Ninguém hesitou diante da possibilidade

de se livrar dos problemas. Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou a sua

queixa num pedaço de papel e jogou-o no cesto.

Eles observaram o mascate a pegar em cada um dos problema e a pendurá-lo na

corda. Quando ele terminou, havia problemas Pendurados em cada pedaço da corda, de

um extremo ao outro. Então ele disse:

- Agora cada um de vocês deve retirar desta linha mágica o menor problema que

puderem encontrar.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 24

Todos correram para examinar os problemas. Procuraram, manusearam os

pedaços de papel e ponderaram, cada qual tentando escolher o menor problema. Depois

de algum tempo a corda estava vazia.

Eis que cada um segurava o mesmíssimo problema que havia colocado no cesto.

Cada pessoa havia escolhido o seu próprio problema, julgando ser ele o menor da

corda.

Daí por diante, o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo. E

sempre que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar, pensava no mascate e na

sua corda mágica.

Fonte própria

A fonte das três comadres

Era uma vez um rei muito poderoso que teve uma enfermidade nos olhos e ficou

completamente cego. Consultou então os melhores médicos do mundo, tomou todos os

remédios aconselhados pela ciência, mas nada conseguiu. Sua cegueira parecia

incurável. Um belo dia, apareceu no palácio uma velhinha pedindo esmola e, sabendo

que o rei estava cego, pediu licença para dirigir-lhe a palavra, pois desejava ensinar-lhe

um remédio maravilhoso. Conduzida à presença do rei, ela lhe disse: — Saiba Vossa

Majestade que só existe uma coisa capaz de fazer voltar sua vista: é banhar seus olhos

com água tirada da Fonte das Três Comadres. E muito difícil, porém, ir a essa fonte que

fica num reino situado quase no fim do mundo. Quem for buscar a água deve entender-

se com uma velha que mora perto da fonte. Ela conhece o dragão que guarda a fonte e

sabe quando ele está acordado ou adormecido. O rei ficou muito satisfeito com a

informação da velhinha e recompensou-a com uma bolsa cheia de dinheiro.

Mandou, em seguida, preparar uma esquadra para conduzir seu filho mais velho

que deveria ir buscar a água da fonte milagrosa. Deu-lhe o prazo de um ano para

cumprir sua missão, aconselhando-o a não saltar em nenhum porto para não se distrair

do que devia fazer. O príncipe partiu, mas no meio da viagem, encontrou uma cidade

onde havia muitas festas e lindas moças. Atraído pelos divertimentos, aí ficou gastando

todo o dinheiro que levava e contraindo grandes dívidas. No fim do prazo que lhe fora

marcado, não seguiu viagem nem voltou ao reino do seu pai, o que causou a este

profundo desgosto.

Resolveu então o rei preparar outra esquadra a fim de que o seu segundo filho

fosse buscar a água maravilhosa. O moço partiu, mas encontrou em seu caminho a

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Leonor Pinto 25

mesma cidade onde se havia arruinado o seu irmão mais velho. Ficou também

encantado pelas festas e pelas moças bonitas, e gastou tudo o que trazia, esquecendo-se

da missão que seu pai lhe confiara. No fim de um ano, ainda se encontrava nessa cidade,

pobre e endividado.

O rei, ao saber da notícia do que acontecera ao seu segundo filho, ficou muito

triste e desanimado. E perdeu a esperança de curar sua cegueira. Mas seu filho mais

moço, que era ainda um menino, não se conformou com os acontecimentos e disse-lhe:

— Agora, meu pai, eu é que vou buscar a água. Garanto-lhe que hei de trazê-la! O rei

procurou dissuadi-lo: — Se seus irmãos, que eram homens nada conseguiram, que

poderá você fazer, meu filho ? Mas, o pequeno príncipe tanto insistiu e rogou que o pai

acabou cedendo. E mandou preparar uma esquadra para sua viagem. O jovem partiu

cheio de esperança. Depois de muito navegar, encontrou a famosa cidade onde seus

irmãos já se achavam presos pelas dívidas que haviam contraído. O príncipe pagou as

dívidas dos irmãos e conseguiu pô-los em liberdade. Estes tudo fizeram para dissuadir o

rapaz de seguir viagem.

Mas o príncipe nada quis ouvir e continuou, resolutamente sua jornada.

Chegando à região onde se encontrava a Fonte das Três Comadres, desembarcou

sozinho, levando apenas uma garrafa. Seguiu logo para a casa da velhinha, que residia

perto da fonte. Esta ao vê-lo ficou muito admirada, dizendo: — Por que veio aqui, meu

netinho? Está correndo um grande perigo! O monstro que vigia a fonte é uma princesa

encantada que tudo devora. Se quiser, realmente, apanhar água da fonte, aproveite a

ocasião em que o monstro estiver adormecido. Quando êle estiver com os olhos abertos,

pode aproximar-se sem receio. E sinal de que está dormindo. Mas se o encontrar com os

olhos fechados, fuja depressa, pois êle estará, na certa, acordado.

O príncipe prestou bastante atenção aos conselhos da velha e seguiu para a fonte.

Quando lá chegou, viu que a fera estava com os olhos abertos. Verificando que ela

estava dormindo, o príncipe aproveitou o momento para encher sua garrafa com a água

milagrosa. Mas, quando se ia retirando cuidadosamente, o monstro acordou e lançou-se,

com fúria, sobre o rapaz. Este puxou da espada e travou uma luta terrível com a fera.

Depois de muito lutar, conseguiu ferir o horrendo bicho e fazer seu sangue correr. Nesse

momento, o monstro se desencantou, transformando-se numa belíssima princesa. O

príncipe ficou extasiado, pois nunca tinha visto uma moça tão formosa. Ela então lhe

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Leonor Pinto 26

disse: — Prometi que havia de me casar com aquele que me desencantasse. Portanto,

dentro de um ano, virás buscar-me. Se não o fizeres, irei à tua procura. E para que o

jovem pudesse ser reconhecido quando fosse buscá-la, a princesa deu-lhe um pedaço do

seu vestido.Quando chegou à fonte, o príncipe verificou que o monstro estava com os

olhos abertos.

Contente e feliz, o príncipe partiu de volta à sua terra. Passando pela cidade onde

se encontravam seus irmãos, convidou-os para embarcar na sua esquadra, a fim de que

pudessem regressar ao seu país. Os irmãos aceitaram o convite. O rapaz havia guardado

a garrafa com a água milagrosa na sua mala. Seus irmãos armaram, então, um plano

para roubar-lhe a garrafa e se apresentarem ao pai como seus salvadores. Para isso

sugeriram, ao príncipe, dar um banquete na esquadra para comemorar o fato de ter ele

conseguido o maravilhoso remédio. A festa foi realizada e os irmãos, aproveitando-se

da boa fé do jovem príncipe, conseguiram que êle bebesse muito vinho e adormecesse

profundamente. Tiraram então do seu bolso a chave da mala, abriram-na, tiraram a

garrafa com o remédio e a substituíram por outra cheia de água do mar.

Quando a esquadra atracou no porto de sua terra, o príncipe foi recebido com grande

alegria e muitas festas. Mas, quando êle colocou nos olhos do pai a água que supunha

ser da fonte maravilhosa, o velho soltou um grito de dor, devido ao sal do mar, e

continuou cego. Os dois irmãos traidores acusaram então o príncipe de impostor e

declararam que eles é que haviam conseguido a água milagrosa. Dizendo isso,

banharam com a mesma os olhos do rei que recobrou a visão. Houve então grandes

festas e banquetes no palácio e o jovem príncipe foi condenado à morte. Mas os

soldados encarregados de degolar o príncipe, ficaram com pena do rapaz e o deixaram

na floresta. O príncipe ficou tão desgostoso que perdeu o amor à vida. Um lenhador

malvado o encontrou, caminhando como um louco, no meio da mata. Vendo que êle não

reagia, fêz dele seu escravo, obrigando-o a trabalhar, sem descanso.

Um ano depois, chegou a ocasião em que o rapaz devia ir casar com a princesa,

conforme havia combinado na Fonte das Três Comadres. Não tendo êle aparecido, a

princesa ficou preocupada. Mandou então aparelhar uma poderosa esquadra e partiu

para o reino do príncipe. Chegando lá, deu ordem ao comandante da esquadra para

avisar ao rei de que êle devia enviar-lhe o filho que fora ao seu reino buscar um remédio

e lhe prometera casamento. Caso o noivo não viesse ao seu encontro, ela ordenaria à

esquadra para fazer fogo sobre a cidade. O rei ficou apavorado e mandou seu filho mais

velho apresentar-se à princesa, supondo que êle fosse o noivo. Mas a princesa, ao vê-lo

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disse: — Grande mentiroso, onde está o sinal do nosso reconhecimento? Êle que nada

possuía, ficou calado e voltou para a terra envergonhado.

Nova intimação e foi ter com a princesa o segundo filho do rei. Repetiu-se a

pergunta anterior e o príncipe nada respondeu. A princesa mandou então que os canhões

da sua esquadra fossem preparados para o bombardeio da cidade O rei ficou aflitíssimo,

certo de que a capital do seu reino seria arrasada, pois havia mandado matar o filho mais

moço. Nesse momento, surgiram os dois soldados encarregados de executar o jovem

príncipe, que confessaram ao rei que não o tinham degolado. Saiu todo o mundo à

procura do príncipe e foi prometido um grande prêmio a quem o encontrasse.

O lenhador que o tinha escravizado ficou mais morto do que vivo quando soube

que êle era filho do rei. Mais do que depressa, colocou o rapaz nas costas e o levou ao

palácio. O príncipe foi então lavado e vestido com lindas roupas. O prazo que a princesa

tinha concedido já estava terminado e, quando os canhões iam começar a bombardear a

cidade, o rapaz correu ao encontro da noiva, sendo logo reconhecido devido ao pedaço

do vestido que levava na mão. A princesa abraçou-o chorando de alegria. Seguiram

então para o reino da princesa onde se casaram no meio de festas que duraram seis

meses. O rapaz tornou-se rei de um dos países mais belos e ricos do mundo. Seus

irmãos traidores foram expulsos do reino de seu pai e condenados a pedir esmola até o

fim de sua vida.

A Carochinha e o João Ratão

Reza a história, bem velhinha, que havia uma Carochinha, que por ser

engraçadinha, teimou que haveria de casar.

Certo dia, quando estava a varrer a cozinha, encontrou uma moeda de cinco

réis e correu para ir dizer à vizinha que já não tinha de esperar.

Vaidosa como era, escolheu o seu melhor vestido e foi pôr-se à janela para

ver se arranjava marido.

Pensou como deveria começar e decidiu cantar:

- Quem quer casar com a Carochinha, que é formosa e bonitinha?

- Muu…, Muu…Quero eu, quero eu! – mugiu o Boi mostrando-se muito

interessado – Se casares comigo, vais andar o dia inteiro no prado… - Que voz é

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essa? Com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Contigo é que não

quero casar! E, além disso, tenho pressa…

Como era o primeiro pretendente, não ficou desanimada e continuou a

perguntar, desta vez com uma voz mais alegre e um aperto no coração.

- Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?

Mal tinha acabado de dizer a última palavra, apareceu o Cão que ladrava e

gania de animação.

- Ão, ão! Quero eu, quero eu! Se casares comigo, tens uma casota toda

janota e comida saborosa que me dá a D. Rosa.

- Ai pobre de mim! Que alarido! – queixou-se dando um suspiro – Com

essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não, não me serves para

marido.

Ficou a ver o Cão a afastar-se com as orelhas baixas e o rabo entre as

pernas, e voltou a tentar a sua sorte.

- Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?

Muito gorducho e envergonhado, aproximou-se o Porco com um rabo que

mais parecia um saca-rolhas e o focinho molhado.

- Oinc! Oinc! Quero eu, quero eu! Sou muito comilão, mas também dizem

que sou bonacheirão.

- És muito simpático e pareces ser divertido. Mas com essa voz, acordavas-

me a mim e aos meninos de noite! Também mão me caso contigo.

Depois, encheu o peito de ar, sorriu e voltou a perguntar:

- Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha? Com peito

inchado, penas coloridas e luzidias, candidatou-se o Galo que resolveu cantar para

impressionar.

- Cocorocó! Cocorococó! Quero eu, quero eu! Se casares comigo, vais

madrugar.

- Galo garnisé, com tanto banzé acordavas-me a mim e aos meninos de

noite! E, sem dormir, íamos passar o tempo a refilar.

A nossa amiga queria mesmo casar, por isso tinha de continuar.

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- Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?

Com um miar meigo e a cauda bem levantada, aproximou-se o Gato janota a

ronronar.

- Miau, renhaunhau. Quero eu, quero eu! Se gostas de leite, peixe fresquinho

e de apanhar banhos de sol nos telhados, então podemos casar.

- Banhos de sol talvez… Mas leite? Peixe fresquinho? E, com essa voz,

acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não, não é contigo que vou subir ao

altar. Seria possível? Seria assim tão difícil encontrar alguém que não fosse

barulhento? Mas foi então que reparou em alguém que se aproximava a passo

lento.

- Oin, in, oin. Quero eu, quero eu! – zurrou o Burro – Olha, se casares

comigo, não vais dormir ao relento.

- Mas com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! A minha

vida ia ser um verdadeiro tormento!

Como já era tarde, a Carochinha pensou que seria melhor ir tratar do jantar,

mas foi então que ouviu chiar…

- Hi, hi! E a mim, não vais perguntar se quero casar?

Com um sorriso de felicidade por encontrar alguém tão simpático e com

uma voz tão fininha, a Carochinha correu para o pátio.

- Como te chamas?

- Sou o João Ratão. Queres casar comigo ou não?

A Carochinha convidou-o a entrar, pois tinham muito que conversar e uma

data de casamento para marcar. Enviaram os convites, compraram a roupa e prepararam

a boda a rigor com o senhor prior.

Domingo era o grande dia! A noiva foi a última a entrar na igreja e estava

linda, de causar inveja. O João Ratão estava orgulhoso mas também muito nervoso.

Trocaram juras de amor eterno e, no fim, choveu porque era Inverno. Foi então que o

João Ratão se lembrou da viagem ao Japão. Correu para casa, porque se tinha esquecido

das luvas, mas sentiu um cheirinho gostoso e, acabou por ir espreitar o caldeirão.

Pouco depois, a Carochinha achou melhor ir procurar o marido que estava a

demorar.

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- João Ratão, encontraste as luvas? – chamou ela ao entrar.

Procurou, procurou e quando chegou perto do caldeirão, quase desmaiou e

gritou:

- Ai o meu marido, o meu rico João Ratão, cozido e assado no caldeirão!

E assim acaba a história da linda Carochinha, que ficou sem o João Ratão,

pois era guloso e caiu no caldeirão.

A ROUPA NOVA DO IMPERADOR

Há imperadores que adoram declarar guerra aos três reinos mais próximos todos

os dias.

Outros há cuja predilecção é construir belos castelos e palácios, cada um deles

maior e melhor que o anterior. Mas o imperador desta história tinha uma paixão menos

comum: adorava roupas novas. Era sabido que o imperador passava a maior parte do dia

a experimentar um facto após outro, para assim descobrir qual era que favorecia mais a

sua real (e generosa...) figura.

Certo dia, chegou à corte um par de velhacos que mais não queria do que viver

uma vida boa e ganhar algum dinheiro.

Anunciaram-se como tecelões e trataram de fazer saber que não eram quaisquer

uns:

- Os tecidos que fabricamos – diziam eles – é tão fino e o seu desenho tão

raro e delicado que apenas as pessoas mais inteligentes e mais cultas são capazes

de vê-lo.

Não tardou que a notícia de vinda destes pretensos tecelões chegasse aos

ouvidos do imperador.

―Que útil‖, disse ele para os botões. ―Se eu vestisse um facto feito com aquele

tecido, poderia em três tempos saber quais dos meus ministros são demasiado estúpidos

e inadequados para desempenhar as suas funções.‖

Assim, ordenou que os tecelões comparecessem diante de si. Quando chegaram

à corte, os dois trapaceiros fizeram uma grande vénia.

- De que modo podemos servir Vossa Alteza Imperial? –

apressaram-se a perguntar.

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- Gostaria de ter um fato todo feito com o vosso famoso tecido –

declarou o imperador. – E quero que esteja pronto até ao final desta semana!

- Com certeza – retorquiram os tecelões tranquilamente. – Temos

apenas de tirar algumas medidas... Mas, meu Deus, Vossa Alteza tem o perfil de

um homem de...vinte anos!

Em seguida, os tecelões mandaram vir rolos de fios de seda e de ouro para,

segundo diziam, com eles fabricarem o seu famoso tecido. Foram instalados dois

enormes teares num quarto igualmente dotado de todos os confortos. Passavam o dia em

frente aos respectivos teares, a fingir que teciam, mas, claro está, não havia qualquer fio

para tecer.

O imperador estava ansioso por ver o andamento do trabalho no seu fato, mas,

apesar de saber que era o homem mais esperto daquelas redondezas, ficou um pouco

preocupado com o facto de talvez não conseguir ver o tecido.

O imperador pensou bastante e durante muito tempo (aliás, para o homem mais

esperto das redondezas, é surpreendente o quanto e durante quanto tempo ele pensou),

até que teve uma ideia.

- Chamem o meu primeiro- ministro! – berrou. – Ele irá inteirara-se

do andamento do trabalho que os tecelões estão a fazer para mim.

Pois bem, o primeiro-ministro também não conseguia ver nada, mas receou que

o imperador o dispensasse se demonstrasse ser um daqueles infelizes demasiado

estúpidos para apreciar o tecido.

- É absolutamente perfeito para Vossa Alteza – relatou. – Com toda a

honestidade afirmo que nunca vi nada igual.

A cada dia que passava, os tecelões iam pedindo mais seda e mais fio de ouro.

Estes iam sendo guardados nas suas malas de viagem, para poderem estar prontos para

uma fuga rápida!

Não tardou que o imperador ficasse novamente impaciente. Enviou o seu

chanceler para inspeccionar o trabalho, só que o pobre homem não conseguia ver fosse

o que fosse, e a verdade é que também ele não queria perder o seu emprego.

- É de uma beleza incomparável – declarou. – Vossa Alteza ficará

verdadeiramente encantada.

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Por fim, o imperador já não aguentou mais. Apressou-se a ir ao quarto onde

trabalhavam os tecelões e abriu as portas de par em par.

Os tecelões, que tinham ouvido o barulho das roupas do rei a arrastar pelo

corredor, estavam atarefados de volta dos seus teares. As suas mãos andavam para a

frente e para trás e seguravam... em absolutamente nada!

O imperador estancou. Parecia um pesadelo! Só ele, de toda a sua corte, era

demasiado estúpido para conseguir ver o maravilhoso tecido. Sentia a garganta seca e a

voz até tremeu quando anunciou:

- O primeiro-ministro e o chanceler foram pouco entusiásticos nos

seus elogios. Este tecido é efectivamente lindo de mais para poder ser descrito

por palavras!

No final da semana iria realizar-se uma grandiosa procissão. Naturalmente, era

de esperar que o imperador fosse usar roupas feitas com aquele novo tecido, de que já

todo o império ouvira falar. Os tecelões não pararam de dia e noite, ocupados a cortar o

ar com grandes pares de tesouras, a coser com fios invisíveis e a fingir ir pregando

botões. Quando se cansaram disso, sorriram um para o outro e disseram:

- Aí está! Um fato digno de um imperador!

Na manhã da procissão, o imperador estava de ceroulas enquanto os tecelões o

ajudavam a vestir a roupa nova. Concordou com tudo o que lhe disseram acerca do corte

e das características do tecido. Depois de andar umas quantas vezes para a frente e para

trás, de modo a, segundo os tecelões, poder ver como a cauda do manto assentava bem,

quase se convenceu que conseguis mesmo ver o fato e que estava efectivamente muito

bem feito.

Aí está! Um fato digno de um imperador!

Na manhã da procissão, o imperador estava de ceroulas enquanto os tecelões o

ajudavam a vestir a roupa nova. Concordou com tudo o que lhe disseram acerca do corte

e das características do tecido. Depois de andar umas quantas vezes para a frente e para

trás, de modo a, segundo os tecelões, poder ver como a cauda do manto assentava bem,

quase se convenceu que conseguis mesmo ver o fato e que estava efectivamente muito

bem feito.

E foi assim que o imperador saiu à rua, todo orgulhoso, a comandar o regimento

real, vestido apenas com as suas segundas melhores ceroulas.

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Começou por reinar um silêncio de espanto por entre a multidão que enchia as

ruas, mas como já todos tinham ouvido falar de que apenas as pessoas inteligentes

conseguiam ver aquelas roupas, primeiro um, depois outro dos súbditos exclamaram, à

medida que o imperador ia passando:

- Maravilhoso! Soberbo!

SANTO ANTÓNIO

Santo António estava um dia em Pádua a pregar e um amigo lhe veio dizer:

- António, teu pai vai preso, teu pai vai culpado por um homem que matou.

As três Ave Marias pediu e rua nova saiu.

- Para onde levam esta homem?

- Este homem vai preso,

este homem vai culpado

por um homem que matou,

juram as testemunhas

não sei qual enterrou.

- Vamos á sepultura do morto,

que ele há-de dizer quem o matou.

- Por parte omnipotente,

levanta-te homem morto

e desengana-me esta gente.

Este homem se levantou,

vestido e calçado

como neste mundo andou.

- Este homem não me matou

Nem de mim teve sinais,

O que mais mal me queria

Na vossa companhia o levais.

Pedinde á sagrada virgem

Que não o descobrindes mais.

- Ó Senhor Padre Reverendo

Dizende onde morais

Que vos quero visitare

Já que não presto para mais.

Muito me admiro pai meu

Somos nós tão conhecidos

Ser seu filho Fernando

Mudar de nome para António

Para me livrar do demónio.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 34

OS AMORES DE ANTÓNIO

António andava de amores

Com uma criada Emília

Sua mãe lhe responde

- tira-te da negra vida.

António de arrependido

Atrás de Emília a chorar

- Pega neste revólver António

Tua mãe irás matar.

- Confesse-se ó minha mãe

Diga o acto de contrição

Que mesmo este punhal

lhe atravessa o coração.

Que queres tu fazer ó filho

A uma mãe que te criou

Que te trouxe nove meses

E tanta dor por ti passou.

Andai cá se quereis ver

Dois corações aflitos

O dele e de sua mãe

Que choram em altos gritos.

Venha a faca

E corte corte

Que a ausência de amor firme

Custa mais que a própria morte.

Utente - D. Patrocínia M. D`Antónia

CLARA LINDA

Estando Clara Linda

No seu jardim sentada

Com seu pente de ouro na mão

Seu cabelo penteava.

Seus olhos deitou à barca

Capitão lá viu andar

-Diga-me ó meu capitão

Se na sua armada andava

O amor que Deus me deu

Se na sua companhia andava.

-Esse homem lá o vi

Com sete facadas dadas

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 35

E a mais pequena delas todas

Era a cabeça cortada.

-Ai de mim triste viúva

Ai de mim triste coitada

Que até agora era Senhora

E agora serei criada.

-Que davas tu Clara Linda

a quem to trouxesse aqui?

-Dava todo o dinheiro

Que ninguém pudesse contar.

- Não tenho o teu dinheiro

que te custou a ganhar

sou capitão vou p’rá guerra

não existe em Portugal.

-Que davas tu Clara Linda

a quem to trouxesse aqui?

-Dava três moinhos que eu tenho

Todos os três te dava a ti,

Um de moer o ouro

Outro de moer a prata

E outro de moer o marfim.

-Não quero os teus moinhos

Que te custaram a ganhar

Sou capitão vou p´rá guerra

Não existe em Portugal.

-Já não tenho mais que dar

Nem o Senhor que me pedir,

Peço três horas de sesta

Para contigo dormir.

-Cavalheiro que assim fala

Deve andar muito arrastado

Ao rabo do meu cavalo

Em volta do meu jardim

-Lembra-te tu Clara Linda

O dia em que te eu recebi

Um anel de nove pedras

Eu contigo reparti,

Mostra-me cá tua metade

Que a minha tu vê-la aqui.

-A minha já não ta mostro

Porque a perdi no jardim.

Utente - D. Patrocínia Marques D`Antónia

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 36

cantiga nome feminino

1 canto popular formado de redondilhas ou versos menores que estas e dividido em estrofes iguais, estrofe

para cantar, qualquer composição popular que se destina a ser cantada

2 figurado, popular mentira, léria

(Do latim cantĭca, plural de canticu-, «cântico; canção», com deslocação do acento)

(Do latim Dicionário da Língua Portuguesa 2004, Porto Editora

As cantigas são uma forma de manifestação dos sentimentos.

Os idosos ficam muito felizes quando se lhes pede para cantarem as cantigas que

outrora cantavam no seu dia a dia, quer em trabalhos do campo, quer em festas ou

romarias.

Os idosos quando lhe pedimos para cantarem, diziam sempre estas quadras, ao

desafio…

―A cantar ganhei dinheiro,

a cantar se me acabou,

o dinheiro mal ganhado,

água o deu água o levou.

A cantar ganhei dinheiro,

Ganhei uma saia nova,

Também lhe ganhei a fita

Para lhe deitar á roda!

Cantigas ao desafio

Comigo ninguém as cante

Eu tenho quem mas ensine

Meu amor era estudante.

Desafio desafio

Eu não te desafiei

Só te cantei uma cantiga

Mas logo me retirei.

CANTIGAS

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 37

Quando eu era pequenina

Já minha mãe me dizia,

Que eras pano de alto preço

Que para mim não servia.

CANTAR AS JANEIRAS

Inda agora aqui cheguei

Pus o pé nesta escada

Logo o meu coraçaõ disse

Que aqui mora gente honrada.

Refrão:

Alegre bom ano

Seja feliz vosso lar

A todos de casa

boas festas vimos dar - bis

Boas festa boas festas

Boas festas vimos dar

A casa destes senhores

Se as quiser aceitar.

Nós vimos dali de baixo

Da terra dos bons pastores

Vimos trazer boas festas

A casa destes senhores

Venha lá se tem de vir

Não se esteja a demorar

Nós somos de muito longe

temos muito que andar.

Levante-se lá senhora

Dessa cadeira de prata,

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 38

Venha-nos dar as janeiras

Que está um frio que rapa.

Levante-se lá senhora

Com raminho de salsa crua

Debaixo da sua cama

Nasce o sol e põe-se a lua.

Levante-se lá senhor

Com raminho de bem-querer

Traga o Pichorro e o copo

Venha-nos dar de beber

Levante-se lá senhora

Dessa cadeira de cortiça

Venha-nos dar as janeiras

Seja pão e chouriça.

Boas festas boas festa

Boas festas de alegria

Viva lá o rei dos reis

Filho da virgem Maria

Santos Reis santos coroados

Venham ver quem vos coroou

Foi o Rei da glória

Que ainda agora aqui chegou.

As Janeiras que nos destes

Temos que as repartir

Queira Deus que para o ano

Cá voltaremos a vir.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 39

VIRA

Meninas, vamos ao vira,

Que o vira que vira é coisa boa

Eu já vi dançar o vira,

às meninas de Lisboa,

Meninas, vamos ao vira,

Que lá vem a viração

Eu já vi dançar o vira,

às meninas do Pinhão.

Meninas, vamos ao vira,

Quem dança o vira sou eu.

Eu já vi dançar o vira,

às meninas de Viseu.

QUANDO VOU À HORTA

Quando vou à horta,

Quando vou e venho,

Eu passo à porta

De um amor que eu tenho

Dum amor que eu tenho

Dum amor que eu tinha.

Assento-me à porta

Bem assentadinha!

Quando eu não tinha

Desejava ter

Um amor bonito

Sem ninguém saber!

Refrão:

Eu p´ra mim já não tenho,

Já me não importa

Eu só me penteio

Quando vou à horta.

Com a saia nova

E avental de chita,

Lá na minha aldeia

Era a mais bonita!

Era a mais bonita

E a mim não me importa

Eu não vou sozinha

Quando vou à horta!

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 40

TODOS ME QUEREM

Digo adeus à serra de Arga

Digo adeus a S. Lourenço

Não te digo a ti adeus

Porque sabes o que eu penso

Todos me querem

e eu quero algum

Quero o meu amor,

não quero mais nenhum.

Todos me querem

e eu quero algum

Quero o meu amor,

não quero mais ninguém.

Já passei a roupa a ferro

Já passei o meu vestido

Amanhã vou-me casar

E o Manel é o meu marido.

O Manel é meu marido

O Manel é quem me adora

O Manel é quem me leva

da minha casa p’ra fora.

Da minha casa p’ra fora

Da minha casa p’ra dentro

O Manel é quem me leva

No dia do casamento.

Ó FERREIRO GUARDA A FILHA

Ó ferreiro guarda a filha

Não a ponhas à janela

Anda aí um fidalguinho

Que não tira os olhos dela.

REFRÃO

Vai tu, vai tu, vai ela

Vai tu p’rá casa dela

-É do meu gosto

é da minha opinião

Hei-de amar a moreninha

da raiz do coração(bis)

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 41

Janela sobre janela

Postigo rente ao chão

Quando o meu amor vier

Que eu possa dar a mão.

Ó ferreiro guarda a filha

Não a ponhas ao postigo

Anda aí um fidalguinho

Que a quer levar consigo.

MARIA FAIA

Eu não sei como te chamas

Ó Maria faia

Nem que nome te hei-de pôr

Ó Maria Faia ó Faia Maria (bis)

Cravo não que tu és rosa

Ó Maria Faia

Rosa não que tu és flor

Ó Maria Faia ó Faia Maria (bis)

Não te quero chamar cravo

Ó Maria Faia

Que t’ estou a engrandecer

Ó Maria Faia ó Faia Maria (bis)

Chamo-te antes espelho

Ó Maria Faia

Onde espero de me ver

Ó Maria Faia ó Faia Maria (bis)

O meu amor abalou

Ó Maria Faia

Deu-me uma linda despedida

Ó Maria Faia ó Faia Maria (bis)

Abarcou-me a mão direita

Ó Maria Faia

Adeus ó prenda querida

Ó Maria Faia ó Faia Maria (bis)

Ó OLIVEIRA DA SERRA

Ó oliveira da serra

O vento leva a flor

Ó i ó ai

Só a mim ninguém me leva

Ó i ó ai

Para o pé do meu amor

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 42

Ó oliveira da serra

Deita raminhos de prata

Os seus olhos me dão vida

A sua ausência me mata

A oliveira pequena

Também faz pequena sombra

A moça que é resoluta

De qualquer maroto zomba

A azeitona cordovil

Deita o azeite bento

Para alumiar todo o ano

O santíssimo sacramento

A oliveira da serra

Tem a folha retorcida

Retorcida tenha a língua

Quem fala da minha vida

A oliveira pequena

Que azeitona pode dar

Dará um cestinho dela

Quando muito carregar

MILHO VERDE

O milho da nossa terra

Ai o milho da nossa terra

Ai é tratado com carinho

Ai é a riqueza do povo

Ai é a riqueza do povo

Ai é o pão dos pobrezinhos

Sachadeiras do meu milho

Ai sachadeiras do meu milho

Ai sachai o meu milho bem

Ai não olhes para o caminho

Ai não olhes para o caminho

Ai que a merenda logo vem

Ai milho verde milho verde

Ai milho verde milho verde

Ai milho verde massarocas

Ai à sombra do milho verde

Ai à sombra do milho verde

Ai namorei uma cachopa

Ai namorei uma cachopa

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 43

Milho verde milho verde

Ai milho verde milho verde

Ai milho verde miudinho

À sombra do milho verde

Ai à sombra do milho verde

Namorei um cachopinho

Malhão

Ó malhão, malhão

Que vida é a tua

Ó malhão, malhão

Que vida é a tua

Comer e beber

Ó trim tim tim

Passear na rua

Ó malhão, malhão

Ó malhão vem ver

As ondas do mar

Ó trim tim tim

Aonde vão ter

Ó malhão, malhão

Ó malhão do norte

Quando o mar está bravo

Quando o mar esta bravo

Faz a onda forte

Ó malhão, malhão

Ó malhão do sul

Quando o mar está manso

Quando o mar está manso

Faz a onda azul

Ó malhão, malhão

Ó malhão do porto

Quem morreu morreu

Ó trim tim tim

Quem morreu está morto

Maneio

Não te encostes à parreira

Que a parreira deita pó

Encosta-te à minha beira

Sou solteiro e vivo só

Ai agora é que m`eu maneio

É que me eu maneio

É que me eu rebolo

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 44

Nos braços do meu amor

Ai agora é que m´eu consolo

Eu venho dali de baixo

De regar o laranjal

Inda aqui trago uma folha

No laço do avental

Esta roda está parada

Por falta de mandador

Siga a roda para diante

Quem manda é o meu amor

Moleirinha da serra

Oh moleirinha da serra

Dá-me da tua farinha

Ai, ai, ai, que a quero peneirar

Ai, ai, ai, com a nova peneirinha

Fui à fonte pr`a te ver

Ao rio para te falar

Ai, ai, ai, nem na fonte nem no rio

Ai, ai, ai, nunca te pude encontrar

Se julgas que por ti morro

Ou por ti tenho paixão

Ai,ai,ai, nunca fui apaixonado

Ai,ai,ai, p´la fruta que cai no chão

Ninguém se fie nos homens

Nem quando estão a dormir

Ai, ai, ai, eles fazem que ressonam

Ai, ai,ai, os malvados estão-se a rir

CANTIGAS DO MEU AMOR (música adaptada: Ai agora é que me eu maneio…)

Deitei um limão correndo

Á tua porta parou

Olha o mundo que tal anda

Que até nisso reparou.

Deitei um cravo no tanque

Fechado saiu aberto

Um regalo na vida

Engana quem é esperto.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 45

O meu amor é um torto

Nas costas um enchibado

No nariz é um ranhoso

Nos olhos um remelado.

Não olhes p´ra mim não olhes

Que eu não sou o teu Amor

Não sou como a figueira

Que dá fruto sem flor.

Não te encostes á parreira

Que a parreira deita pó

Encosta ao meu peitinho

Sou sozinho e vivo só.

O meu amor é moleiro

Tem a cara enfarinhada

Seus beijos sabem a pão

Não quero comer mais nada.

O meu amor vai além

Já pelo andar o conheço

Leva chapéu á vareiro

E casaco do avesso.

AO ROMPER DA BELA AURORA

Gosto de quem canta bem

Que é uma prenda bonita

Não empobrece ninguém

Assim como não enrica.

Ao romper da bela aurora

Vem o pastor da choupana

Vem gritando em altas vozes

Muito padece que ama.

Muito padece quem ama

Mais padece que namora

Vem um pastor da choupana

Ao romper da bela aurora.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 46

AS DESFOLHADAS

Ai desfolhadas lindas desfolhadas

Onde as raparigas vão todas lavadas

Saem de casa preparam-se bem

Porque os seus amores lá estarão também.

As desfolhadas d`aldeia

São cheias de vida e cor

Até á luz da candeia

Se inspiram versos d`amor.

Se fores ás desfolhadas

Leva o avental de chita

Não leves o riscado

Que não ficas tão bonita.

Se na desfolhada achares

Milho rei entre as espigas

Corre a roda e vai beijar

O rosto ás raparigas.

Depois de cascado o milho

P´ra eira vamos dançar

Rapazes e raparigas

Até o galo cantar.

CANTIGA DA RUA

A cantiga popular ao passar

Todos a julgam banal

E afinal

Vai sorrindo á própria dor

Dizendo em trovas d´amor

O seu destino fatal

Cantiga da rua

Das outras diferentes

Nem minha nem tua

É de toda a gente

Cantiga da rua

Que sobe flutua

Mas não se detém

Inconstante e louca

Vai de boca em boca

Não é de ninguém

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 47

A pobreza é mais feliz porque diz

Em voz alta o seu pensar

A cantar

E é á rua que ela vai

Como fora à própria mãe

As suas mágoas contar

Cantiga da rua

Veloz andorinha

Não pode ser tua

E não serás minha

Cantiga da rua

Jamais se habitua

Aos lábios dalguém

Vive independente

É de toda a gente

Não é de ninguém

A VIDA DO PASTOR

Toda vida fui pastor, oh ai

Toda vida guardei gado

Tenho uma nódoa no peito, oh ai

De m´encostar ao cajado

Toda vida fui pastora, oh ai

E deus me conserve assim

Guardando sempre o meu gado, oh ai

Com o cão bem junto de mim

Somos pastores com prazer, oh ai

Bem contentes afinal

Da linda serra da estrela, oh ai

Coração de Portugal

O VINHO DA CLARINHA

Ó clarinha

As pitas da tua blusa

São da cor tão vermelhinha

Do vinho dentro da cuba

Ó clarinha

Dá-me um pouco do teu vinho

Enche a minha canequinha

Que é dia de S. Martinho

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 48

Refrão:

Vamos beber

Depois cantar em voz alta

Que o vinho da clarinha

Faz animar toda malta

Ó clarinha

Eu sou levado da breca

Vais beber uma pinguinha

Aqui na minha caneca

Ó clarinha

Podes beber à vontade

Porque ninguem adivinha

Segredos da mocidade

Ó clarinha

Das lindas pintas tamanhas

Para seres mais bonitinha

Trás de lá umas castanhas

Ó clarinha

Com teu saboroso vinho

E com castanha assadinha

Todo o ano é S. Martinho.

CANTIGAS DO MEU AMOR

(música adaptada: Ai agora é que me eu maneio…)

Deitei um limão correndo

Á tua porta parou

Olha o mundo que tal anda

Que até nisso reparou.

Deitei um cravo no tanque

Fechado saiu aberto

Ai um regalo na vida

Engana quem é esperto.

O meu amor é um torto

Nas costas um enchibado

No nariz é um ranhoso

Nos olhos um remelado.

Não olhes p´ra mim não olhes

Que eu não sou o teu Amor

Não sou como a figueira

Que dá fruto sem flor.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 49

Não te encostes á parreira

Que a parreira deita pó

Encosta ao meu peitinho

Sou sozinho e vivo só.

O meu amor é moleiro

Tem a cara enfarinhada

Seus beijos sabem a pão

Não quero comer mais nada.

O meu amor vai além

Já pelo andar o conheço

Leva chapéu á vareiro

E casaco do avesso.

AS FOLHAS DA MACIEIRA

As folhas da macieira

São todas aos cavaquinhos

Acudam aos namorados

Que se matam com beijinhos.

E não era assim

E assim é que não é

E não era assim

que a menina bate o pé.

Esta cantiga foi feita, há mais de trinta anos, quando o Marchal Carmona veio visitar

Gouveia. Foi feita esta letra de propósito para o rancho lá ir dançar e cantar, a fim de

representar Lagarinhos.

HINO DE LAGARINHOS

Ó Lagarinhos, és minha terra

Onde nasceu o meu amor

Terra tão linda, não há igual

És um encanto uma flor.

Rapazes vamos e raparigas

À linda marcha sem igual

É Lagarinhos, está presente

Cantando viva Portugal.

Este Ranchinho é de Lagarinhos

Terra tão linda não há igual

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 50

Lagarinhos linda terra

Do concelho de Gouveia

É uma bela freguesia,

É uma terra hospitaleira

Eu posso dizer assim

E afirmarmos a verdade

Lagarinhos, Lagarinhos

Viva viva Portugal

O NOSSO RANCHO

O Nosso rancho lá vai marchando

Sempre cantando sem tristeza

Vamos de amor á nossa Terra

Ó Serra da Estrela

Nós saudamos a linda aldeia

Tão viva e cheia de prazer

Adeus povo bairrista

Não te posso esquecer.

As raparigas tão formosas

E tão airosas homens tão crentes

Cantam as lindas canções

Dos corações de toda a gente.

Adeus adeus Serra, Serra da Estrela

Onde a nossa terra fica á beira dela

Nós somos beirões não temos rival

Cantemos todos viva Portugal!

Passarela, anexa de Lagarinhos, eternas rivais, também foi a Gouveia apresentando a

seguinte cantiga:

PASSARELA

Passarela, Passarela

Lindo nome, nome dela

nesta terra sem rival.

Em toda a aba da serra

diz o povo que não erra

não há outro em Portugal.

A Passarela tem vinhos

Tão antigos e velhinhos

como a terra Portuguesa

os vinhos da Passarela,

quando passam p´la goela

matam a nossa tristeza.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 51

É linda a terra

a nossa terra é linda,

o nosso rancho é o mais formoso,

assim airoso outro já não há

cantai raparigas

rapazes cantai.

CRIAÇÃO DO MUNDO

A principio nada havia

Nem mar nem terra nem céu

Nada no mundo existia

mas já existia Deus

Só Deus não teve principio

nem tão pouco há-de ter fim

Criou o mundo em Seis dias

Eu vou contar como foi:

Para começar logo ao primeiro dia

Deus criou a luz que é toda a alegria.

Ao segundo dia fez o firmamento

Quando não está azul está cinzento

Ao terceiro fez a terra e separou-a do mar

Com plantas para a cobrir e flores para a enfeitar.

Deus ao quarto dia colocou na altura

um sol tão brilhante a lua tão pura.

Muitas estrelinhas de noite a espreitar

Que nunca ninguém pode contar.

Ao quinto criou no mar muitos peixes a nadar

e os pássaros no ar a sorrir e a cantar.

Deus ao sexto dia em puro sorriso,

fez criar Adão para o paraíso.

E a mulher Eva que foi p´ra seu lado

e viviam inocentes, inocentes sem pecado.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 52

RUA ABAIXO RUA ACIMA

Rua abaixo rua acima

Toda agente me quer bem

Só a mãe do meu amor

Não sei que raiva me tem

Olaré sou tua não o digas a ninguém

Olaré sou tua óh meu lindo bem.

Olaré sou tua não o andes a dizer

Olaré sou tua quero-te escrever.

Ai ai linda Margarida

Ai, ai Margarida amada

-Ai, ai Já te dei beijinhos

Já te fiz carinhos

Não te devo nada. Bis

Ai ai não te devo nada

Ai ai não te devo não

-Ai, ai Já te dei beijinhos

Já te fiz carinhos

Não te devo nada. Bis

Ai ai do meu coração

Ai ai do meu interior

-Ai, ai Já te dei beijinhos

Já te fiz carinhos

És o meu amor. Bis

CANTIGA DO CEGO

Era meia noite, quando o cego veio

A bater á porta á porta do meio.

-Levante-se minha mãe se já está a dormir

Venha ouvir o cego, cantar e pedir.

-Se ele canta e pede, dá-lhe pão e vinho

Da pipa do meio, do mais madurinho.

-Não quero o seu pão, menos o seu vinho

Quero que a menina me vá ensinar o caminho.

-Pega minha filha na roca e no linho,

Vai com o triste cego, ensinar-lhe o caminho.

-Já enfiei a roca e acabei o linho,

Adiante cego que lá vai o caminho.

-Não me chame cego, que eu vejo bem

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 53

Vejo aquelas tropas formadas além.

-Quem é aquela gente que anda na serra,

São os meus criados que estão á minha espera.

-Adeus minha casa com lindas janelas,

Adeus minha mãe, que tão falsa eras.

-Adeus minha casa com seus olivais,

Adeus minha mãe para nunca mais.

HISTÓRIA DO MILHO CANTADA

-Eu cá sou o lavrador

Minha terra ando a lavrar

Para dar ao semeador

P´ró meu milho semear.

-Eu cá sou o semeador

Meu milho ando a semear,

Para dar á raladeira

Par a o meu milho ralar.

-Eu cá sou a raladeira

Para meu milho ralar,

Para dar á sachadeira

Para o meu milho sachar.

-Eu cá sou o regador

O meu milho ando a regar

Para dar á escanadeira

Para o meu milho escanar.

-Eu cá sou a escanadeira

Meu milho ando a escanar

Para dar á esfolhadeira

Para o meu milho esfolhar.

-Eu cá sou a esfolhadeira

O meu milho vou esfolhar

Para dar ao malhador

Para o meu milho malhar.

-Eu cá sou o malhador

Para o meu milho malhar

Para dar á secadeira

Para o meu milho secar

-Eu cá sou a secadeira

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 54

Que o meu milho vou secar

Para dar ao moleirinho

Para a farinha arranjar.

-Eu cá sou o moleirinho

O meu milho vou moer

Para dar á padeirinha

Para o meu pão amassar.

-Eu cá sou a padeirinha

O meu pão vou cozer

Para vos matar a fome

Meu suor vejo correr. D. Isaura Tomás

MENSAGEM DA DESPEDIDA

Um rapaz namorava uma rapariga. Esta ficou grávida e o rapaz sabendo disto

deixou-a.

Entretanto, ele casou com outra e no dia em que eles partiram de núpcias, ela foi ao

comboio e cantou:

Quando o comboio da Lousã partiu,

Ele á janela ficou a chorar,

Um lenço branco lhe dizia adeus

Que lindos olhos tenho p’ra te amar.

Amar à noite é uma loucura,

Foi á noitinha que eu enlouqueci

Eu não me importo que tu ames outra,

Mas nunca, nunca te esqueças de mim.

Ai se algum dia eu te chegar a ver,

Andares de porta em porta a pedires

Darei-te esmola como a qualquer pobre,

Mas nunca, nunca te darei perdão.

Ai se algum dia te chegar a ver

Atrás das grades de uma prisão,

Irei-te ver como a qualquer preso,

mas nunca, nunca te darei perdão.

Ai se algum dia te chegar a ver,

Morto estendido naquele caixão,

Darei-te um beijo de eterna saudade,

Só nessa hora te darei perdão.

Há sete meses que tu me enganas-te

E me deixas-te nesta solidão

Eu não me importo que tu ames outra,

Mas nunca, nunca te darei perdão.

Vários

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 55

DOIS GAROTOS

Ela – Ainda sou pequenita,

Mas já me quero casar,

Não há por aí um rapaz

Que me queira falar?

Ele – Quero eu, menina!

Ela – E você é competente

De governar uma mulher?

Ele – Sou sim menina,

Já que mais não tenha,

Tenho lá uma casa,

Já que mais não seja,

Cheia de teias de aranha.

Todos:

Olha os garotitos

Cheiram a cueiros

Não têm vergonha

De ainda estar solteiros.

D. Isaura Tomás

E NÃO ERA ASSIM…

Nesta terra não se usa

Pedir a filha ao pai,

É chegar e agarrar nela

Sua filha já cá vai

Refrão:

E não era assim, assim é que não é

E não era assim, que a menina bate o pé. – Bis

Namorei um rapaz alto

Com 30 metros de altura,

Agora namoro outro

Que me chega p´la cintura.

Ó MINHA ROSINHA

Ó minha Rosinha, toma lá e leva

esta linda moda, lá p´rá tua terra.

Lá p´rá tua terra, lá p´rá tua terra,

Ó minha Rosinha toma lá e leva

Lai lai lá larai lá lái lá larai……

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 56

O minha Rosinha cartas são papeis,

Não quero que gastes comigo dez reis.

Comigo dez reis, comigo dez reis

Ó minha Rosinha cartas são papeis.

Lai lai lá larai lá lái lá larai……

Natal

O menino está dormindo

O menino está dormindo

Nas palhinhas, despidinho,

Os anjos lhe 'stão cantando

Os anjos lhe 'stão cantando

Por amor tão pobrezinho.

O menino está dormindo

O menino está dormindo

Nos braços da Virgem pura.

Os anjos lhe 'stão cantando:

Os anjos lhe 'stão cantando:

« Hosana lá nas alturas».

O menino está dormindo

O menino está dormindo

Nos braços de São José,

Os anjos lhe 'stão cantando:

Os anjos lhe 'stão cantando:

« Glória tibi domine».

O menino está dormindo bis

Um sono de amor profundo

Os anjos lhe 'stão cantando:

Os anjos lhe 'stão cantando:

«Viva o salvador do mundo»!

NOITE FELIZ!

Noite feliz!

O Senhor, Deus de amor,

Pobrezinho, nasceu em Belém;

Eis na lapa Jesus, nosso bem!

Dorme em paz, ó Jesus!

Dorme em paz, ó Jesus!

Eu hei-de dar ao Menino

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 57

EU HEI-DE DAR AO MENINO

Eu hei-de dar ao Menino

Uma fitinha pró chapéu;

E ele também me há-de dar

Um lugarzinho no céu.

Olhei para o céu,

Estava estrelado.

Vi o Deus Menino

Em palhas deitado.

Em palhas deitado,

Em palhas estendido,

Filho duma rosa,

Dum cravo nascido!

No seio da Virgem Maria

Encarnou a divina graça;

Entrou e saiu por ela

Como o sol pela vidraça.

Arre, burriquito,

Vamos a Belém,

Ver o Deus Menino

Que a Senhora tem;

Que a Senhora tem,

Que a Senhora adora.

Arre, burriquito

Vamos lá embora.

CONTO DE NATAL

Estando a Virgem

À borda do rio

Lavando os cueirinhos

Do seu Bento filho

A Virgem lavava

São José estendia

O Menino chorava

Com frio que fazia

A Virgem ao peito

O foi conhecer

E logo o Deus Menino

Deixou de chorar.

Pequenino está deitado

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 58

PEQUENINO ESTÁ DEITADO

Em palhinhas, Deus infante

Ai! Não há no céu estrelado

Astro de oiro mais brilhante

Correi pastorinhos

Depressa a Belém

Co’a alma em carinhos

Por Deus nosso bem

Oh! Levai-lhe cordeirinhos

Todos brancos de candura,

De lã branca, com arminhos,

De olhos meigos de ternura.

Mais que a estrela do Oriente,

Mais que o oiro dos Reis Magos,

Jesus preza o inocente

E dos pobres quer afagos.

UM PASTOR VINDO DE LONGE

Um pastor vindo de longe

À nossa porta bateu

Trouxe recados que dizem

O Deus menino nasceu.

Este recado tivemos

Já meia noite seria

Estrelas do céu lá vamos

Dar parabéns a Maria.

Vamos ter com os mais pastores

Não se percam no caminho

Vamos todos e depressa

Visitar o Deus Menino.

Ai, que formoso Menino!

Ai, que tanta graça tem!

Ai, que tanto se parece

Com sua Senhora

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 59

oração nome feminino

1. Invocação de Deus ou dos santos, prece, reza

2. RELIGIÃO meditação que inclui prece e contemplação

3. discurso

4. GRAMÁTICA palavra ou grupo de palavras dispostas segundo as regras gramaticais,

que formam sentido completo; proposição;

(liturgia católica) oração dominical o pai-nosso oratiōne-, «idem»)

(Do latim Dicionário da Língua Portuguesa 2004,

Porto Editora

As orações encontram-se extremamente ligadas às crenças populares de que

há que render homenagem (rezar) a um ser divino, razão pela qual se estabelece uma

comunicação com ele através da oração, que mais não é do que um suporte escrito de forma a

facilitar a sua memorização e posterior recitação "de cor", o que pode ser acompanhado de

gestos e se encontra recheado de números, actos e palavras simbólicas. Aliás, estas orações

usam-se para os mais variados fins, desde repelir o mau-olhado até benzer o pão para que a

cozedura do mesmo tenha sucesso. Dentro deste grupo, podemos acentuar a importância de

algumas rezas, tais como o "Padre Nosso Pequenino", a "Oração ao Levantar" ou a "Oração

ao Deitar".

ORAÇÃO A S. JUDAS TADEU

Glorioso Apóstolo, fiel servo e amigo de Jesus, o nome de traidor é a causa de

serdes esquecido por muitos mas a Stª Igreja honra-vos e invoca-vos universalmente

como padroeiro dos casos desesperados e dos negócios sem remédio. Intercedei por

mim que sou pecador ponde em prática, eu vo-lo rogo, o privilégio particular que vos é

concedido a fim de trazer ajuda pronta e visível onde isso é quase impossível. Vinde

valer-me nesta grande aflição para que eu possa receber as consolações e socorro do céu

em todas as minhas necessidades e sofrimentos e particularmente a graça de me dar

saúde e que eu possa bem-dizer a Deus convosco e todos os eleitos por toda a

eternidade. Eu vos prometo bem-aventurado S. Judas Tadeu ter sempre presente esta

grande graça e não cessar de honrar-vos como meu especial e poderoso padroeiro, e

farei quanto possa para espalhar a devoção para convosco, assim seja.

S. Judas Tadeu rogai por nós e por todos quantos vos amam e vos invocam

Rezar 3 Pai Nosso, 3 Avé Marias, 3 Glórias

ORAÇOES

LENDAS

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 60

ORAÇÃO A STA BÁRBARA PARA ESPALHAR AS TROVOADAS

Stª Bárbara se levantou

Seus pezinhos e suas mãos lavou

-Onde vais ó santa Bárbara

-Vou espalhar as trovoadas, que por cima de nós andam armadas

-Espalhai-as lá para bem longe, onde não haja eira nem beira,

Nem pé de figueira, nem raminho de hortelã, nem coisa cristã, nem coisa que Deus crie.

Reza-se 1 Pai-Nosso e 1 Avé-Maria

( Outra versão)

Stª Bárbara Bendita

No céu está escrita

Com raminho de água benta

Para que nos livre desta tormenta.

ORAÇÃO DA NOITE

Virgem Maria me disse

Que velasse e que dormisse

E que medo não tomasse

Nem de onda nem de sombra

Nem do preto parado

Nem do que tem a mão furada.

Quatro cantos tem a casa

Quatro velas estão a arder

Quatro anjos me acompanham

Se eu esta noite morrer.

ORAÇÃO DA NOITE

Quando minha alma deixar este corpo,

Talvez nesta mesma noite,

talvez que N. Sr. Jesus Cristo

venha nesta noite tirar-me contas…

Ai de mim

Como hei-de eu aparecer no seu tribunal

Se as ofensas que lhe tenho feito me fizerem tremer.

Eu não deixei só um instante de beneficiar

E esquecendo-me de Vós

Que tem sido assim, que há tantos anos Vos tenho correspondido

A tantos benefícios que me tendes feito.

Eu já devia estar a arder no inferno.

Perdão ó meu Deus, perdão

Em vossas mãos encomendo o meu espírito.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 61

Vós me remistes, Deus de verdade,

Dignai-Vos Senhor, guardai-me nesta noite,

Guardai-me dormindo

Acordando para coagir com Cristo e

Descanse em paz.

D. Guiomar

ORAÇÃO DA NOITE

Sete cantos tem a casa

Sete velas a arder

Tantos anjos me acompanhem

se eu nesta noite morrer.

Três aos pés,

Quatro á cabeceira,

Nossa Senhora na dianteira,

Se eu nesta noite morrer

Entrego-me à cruz

E ao Santo nome de Jesus.

D. Prazeres Nogueira

JACULATÓRIAS

-Ó Bom Jesus que na cruz morres-te,

Salva a minha alma que por mim padeces-te.

D. Prazeres Nogueira

-Virgem da Cova da Iria

Glória a Vós, Ave Maria

Glória a Vós, salve Rainha – 3 vezes

D. Prazeres Nogueira

ORAÇÃO DA NOITE

Com Deus me deito,

Com deus me levanto,

Com a graça de Deus

e do Espirito Santo.

Se eu dormir embalai-me

Se eu morrer acompanhai-me

Se a morte me vier buscar

E eu não vos puder falar

Abraço-me aos cravos,

Entrego-me á cruz,

E ao Santíssimo nome de Jesus.

D. Jacinta (Colaboradora)

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 62

ORAÇÃO DA MANHÃ

Da minha casa vou sair

Para a minha vida governar

Tantos anjos me acompanhem

Como de passos vou dar.

Deus comigo e eu com Deus

Ele à frente e eu atrás

E a Virgem Santíssima me livre

Das garras de Satanás.

D. Jacinta (Colaboradora)

ORAÇÃO DA MANHÃ

Na graça de Deus me levantei,

Desta cama em que me deitei,

Sete anjinhos encontrei,

Quando na casa de Deus entrei.

D. Patrocínia D´Antónia

ORAÇÃO AO ANJO DA GUARDA

Santo anjo do Senhor

Meu zeloso e guardador

Pois a ti me confiou

A piedade Divina,

Hoje e sempre me governa, rege, guarda e ilumina.

D. Patrocínia D´Antónia

Anjo da Guarda,

Minha companhia,

guardai a minha alma

de noite e de dia.

D. Assunsão (in Memória)

ACTO DE CONTRIÇÃO

Meu Deus porque sois tão bom,

Tenho muita pena de vos ter ofendido,

Ajudai-me a não voltar a pecar.

D. Patrocínia D´Antónia

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Leonor Pinto 63

ACTO DE CONTRIÇÃO

Meu Deus, porque sois infinitamente Bom, eu Voa amo de todo o meu coração,

Pesa-me de Vos ter ofendido, mas com o auxílio da Vossa divina graça, proponho

firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das

minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Amen

D. Assunsão (in Memória)

ORAÇÃO DE RENÚNCIA A SATANÁS

Em nome de Jesus, eu renuncio a Satanás, às suas seduções e às suas obras e ligo-me

para sempre a Jesus Cristo.

ORAÇÃO A S. JOSÉ

Como é consolador,

Estar na Vossa companhia

Aprendendo os Vossos dignificantes exemplos,

Aqui reduzido aos vossos pés dizendo obsequias.

Ó glorioso patriarca a Vós que sois o pai do filho de Deus,

Dignai-me, não desprezeis as minhas suplicas,

Sede vós o meu guia e modelo na escola de santidade

para que todas as minhas acções em união dos corações

de Jesus e Maria, para glória do vosso nome e de toda a vossa igreja.

Vós sois o pai adoptivo doo filho de Deus, na hora da minha morte

Assisti-me com Jesus e Maria na hora da nossa partida para a eternidade.

Senhor S. José seja nosso mestre e protector na hora da nossa morte para a eternidade.

D. Guiomar

CONSAGRAÇÃO A S. MIGUEL ARCANJO

Gloriosíssimo Príncipe das hierarquias angélicas, valente guerreiro do Deus

altíssimo, zeloso campeão da glória do Senhor, terror dos anjos rebeldes, amor e delícia

dos Anjos fieis, meu dilectíssimo Arcanjo S. Miguel, desejando pertencer ao número

dos vossos devotos e servos, hoje me ofereço a vós, dou-me e consagro-me a vós.

Coloco a minha pessoa, a minha família e os meus bens sob a Vossa potentíssima

protecção.

É muito pouca coisa a oferta que Vos faço, sendo eu um miserável pecador, mas não

duvido que vós querereis aumentar o fervor no meu coração e proteger aquele que a Vós

recorre. Recordai aquele que hoje se coloca sob o Vosso patrocínio e de hoje em diante

protegei-me, assisti-me em todas as dificuldades da minha existência terrena, alcançai-

me o perdão dos meus muitos e graves pecados, a graça de amar de todo o coração o

meu Deus, o meu doce salvador Jesus e a minha doce Mãe Maria, e alcançar-me os

auxílios necessários para obter a coroa da glória. Defendei a minha alma contra todos os

seus inimigos e quando chegar a hora de deixar este mundo, vinde então Príncipe

Gloriosíssimo, assistir-me na luta final e que a Vossa

arma poderosa afaste para longe, para os abismos da morte e do inferno, o anjo maldito

e desobediente que derrotas-te em combate no céu. Amen.

D. Assunsão (in Memória)

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 64

ORAÇÃO DA NOITE

Santa mãe,

mãezinha querida

Se não posso dar-te a lua,

Posso oferecer-te esta vida

Que tu me deste, é tua.

Minha Santa mãe

Ensina-nos a viver santamente

Protege-nos, abençoa-nos

E levai-nos a todos para o céu.

D. Zézita

ORAÇÃO DA NOITE

Com Deus me deito,

Com Deus me levanto

Com a graça de Deus

E do Espírito Santo.

Graças a Deus que já me deitei,

Com sete anjinhos me encontrei,

Três aos pés, quatro à cabeceira

E a Virgem Maria á cebeceira

Ela me disse para não me assustar,

Que eu era boa alma e ía para bom lugar

D. Isaura Tomás

ORAÇÃO DA NOITE

Eu nesta cama me deitei

Sete anjinhos encontrei,

Três aos pés

Quatro à cabeceira

Nosso Senhor na dianteira

Ele me disse dorme, dorme

Não tenhas medo nem temor

Contigo está Nosso Senhor.

ORAÇÃO DA MANHÃ

Senhor,

No início deste dia,

Venho pedir-te saúde,

Força, paz e sabedoria.

Quero olhar hoje o mundo com olhos cheios de amor,

Ser paciente, compreensivo, manso e prudente.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 65

Ver, além das aparências, Teus filhos, como Tu mesmo os vês

E assim não ver senão o bem em cada um .

Fecha os meus ouvidos a toda a calúnia.

Guarda a minha língua de toda a maldade.

Que o meu espírito se encha só de bênçãos.

Que eu seja bondoso e alegre e que quantos se aproximem de mim,

Sintam a Tua Divina presença.

Senhor,

reveste-me de tua bondade,

e que no decorrer deste dia,

eu possa seguir teus passos.

Ámen.

D. Lurdes de Jesus

OFÍCIO DA AGONIA

Ó meu cordiosíssimo Jesus

Que vos abrasais pela agonia do vosso sacrifício

Ó chaga mais lastimosa

Ó coração trespassado

Ó morte de Jesus Cristo Amado

Dignai-me Senhor

Guardardes-me nesta noite

Acordando e dormindo

Para que descance em paz

Para que todos os que estão em agonia

Nosso Senhor se compadeça deles

Na hora da morte.

D. Guiomar

ORAÇÃO A JESUS E MARIA

Alma de Maria santificai-nos

Coração de Maria inflamai-nos

Mãos de Maria amparai-nos

Olhos de Maria olhai-nos

Ó doce coração de Maria atendei-nos

No coração de Jesus escondei-nos

Não permitais que me separe de Vós

Na hora da nossa morte chamai-nos

E levai-nos para o meu querido Jesus

Para convosco o amarmos

e louvarmos para sempre.

Amen.

Tia Zézita

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Leonor Pinto 66

DESPEDIMENTO DA ALMA DO CORPO

Corpo,

Ensinei-te dois caminhos

Um melhor, outro pior.

Tu por mal indicado

Seguis-te o pior.

Corpo,

Tu aí ficas,

Reduzido a pó,

Eu vou para outro mundo

Lá me encontrarei só

. D. Patrocínia D´Antónia

PELOS CAMINHOS

Deus vá comigo, a flor onde nasceu

a hóstia consagrada a cruz onde ele morreu

Deus vivo paz na guia Cristo vá na minha companhia

De todos os olhos maus me proteja e me confortem bem

assim fez Nosso senhor aos seus discípulos

quando passou por Jérusalem.

Deus vivo esteja comigo,

Deus morto guarde o meu corpo

Deus crucificado vá sempre ao meu lado.

D.Isaura Tomás

ENTRAR NA IGREJA E PÔR ÁGUA BENTA

Na casa de Deus entrei,

Água benta tomei,

Para lavar os meus pecados.

Pecados ficai lá fora,

Não vos quero cá dentro

Que eu vou entregar a minha alma

Ao Santíssimo Sacramento. D. Patrocínia D´Antónia

PELOS CAMINHOS

Deus vivo vai comigo

A flor onde nasceu

A hóstia consagrada

a cruz onde Ele morreu.

Deus vivo vai comigo

E me livre de todo o perigo

Deus morto

Guarde o meu corpo.

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Leonor Pinto 67

Todos os olhos mais

Que me vejam me confortem bem

Assim fez Jesus a seus discípulos

Quando passou por Jerusalém.

D. Isaura Tomás

AO LEVANTAR

Eu me entrego a Deus

E á Virgem Maria

E a todos os Anjos

Que houver neste dia

Dou-lhe de penitência

1 Pai-Nosso e 3 Ave-Marias.

D. Isaura Tomás

ANTES DE ENTRAR NA IGREJA

Pecados do mundo ficai cá fora,

Que eu vou lá para dentro

Vou rezar ao Santíssimo

E Diviníssimo Sacramento.

D. Isaura Tomas

AO CONFESSAR

Nesta Vossa mesa me ajoelho

Nesta Vossa mesa divinal

Venho receber o Santíssimo Sacramento

Para não morrer em pecado mortal.

D. Isaura Tomás

DESPEDIDA DA ALMA DO CORPO

Para onde vais ó alma minha,

Ó minha fiel companheira

Que sempre me acompanhaste

E me deixas agora desta maneira.

Sim corpo ficas neste mundo

Reduzido a pó

Que eu vou dar contas a Deus

E lá me acharei só.

Todos os apetites que tiveste

De nenhum te estorvei

Vou dar contas a Deus

Que por ti o pagarei.

D. Isaura Tomás

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Leonor Pinto 68

FINAL DA CONFISSÃO

Os pecados que eu não disse

Aos pés do meu confessor

Confesso-me agora Senhor

Que sabeis quantos eles são

Dai-me penitência neles

E á minha alma perdão.

D. Isaura Tomás

A VIDA

A vida é a dor de hoje

A vida é ai que mal soa

A vida é sombra que foge

A vida é nuvem que voa

A vida é sonho tão leve

Que se desfaz como a neve

Como fumo se esvai

A vida durou um momento

Mais leve que o pensamento.

A vida leva-a o vento

A vida é folha que cai.

Sr. António Cantarinha

MINHA TERRA

Minha terra quem me dera

Ser humilde lavrador

Ter o pão de cada dia

Ter a graça do Senhor

Ter-te por minha mãe

Com caridade e amor.

Minha terra quem me dera

Ser em parte afamado

Ter a sina de Camões

Andar em naus embarcado

Mostrar às outras Nações

Portugal levantado.

VERSOS DO MEU LIVRO DA 4ª CLASSE

Triste de quem der um ai

Sem achar eco em ninguém

Felizes os que têm pai

Mimosos os que têm mãe.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 69

Que a todos chegue a Ventura

E toda a boca tenha pão

Toda a nudez cobertura

Toda a dor consolação.

Não te julgues mais do que eu

Que nem és menos nem és mais

Debaixo da terra fria

Somos todos iguais.

Se eu quando nasci morresse

É que era a minha sorte

Nem ofendia a Deus

Nem demais temera a morte.

Ó vila mal alegre

Província de Trás-os-Montes

No dia em que te não vejo

Meus olhos são duas fontes.

FESTA DA ALDEIA

Nas ruas da nossa aldeia

Vai passando a procissão

Tamborileiros à frente

Logo atrás vai o pendão.

Mordomos da confraria

Levam os anjos pela mão

Muito grave juizo de festa

Dá ordens ao sacristão.

O palio é todo de seda

Mete latim o sermão

Parabéns Sr. Vigário

A festa faz um vistão.

Sr. António Cantarinha

ORAÇÃO DE MANHÃ

Alvé manhã, Claro é o dia

Jesus confessou-me e eu queria

Mas não acho saúde, nem sacerdote

A quem me haja de acusar,

Acuso-me a vós Senhor se me quiserdes aceitar.

Os meus pecados bem sabeis quantos são

Dai ao meu corpo penitencia

á minha alma o perdão

para que eu leve a minha alma limpa

à mesa da comunhão.

Louvor da Sagrada morte

E paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo,

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 70

Pai Nosso.

Sr. António Cantarinha

ORAÇÃO DIÁRIA

Lá em cima o calvário,

Está Jesus Cristo á morte,

Está numa cama tão justa,

Quer-se voltar e não pode.

Chegou Sua Santíssima Mãe,

Á sua divina cabeceira.

-o´ meu filho, ó meu filho

Quem te pôs desta maneira?

-cale-se aí ó minha mãe

Por espaço de uma hora

Estão a fazer testamento,

Para o reino da glória.

Entreguei o deserto ao S.João

As chaves a S. Pedro,

O cálice a S. Gregório,

Foi quem pediu primeiro

Para aparar o meu sangue

Que saía do madeiro.

Quem esta oração disser

Um ano dia a dia

Salvará a sua alma

De seu pai e sua mãe

E a quem mais

a ele bem lhe queira.

Sr. António Cantarinha

AO LEVANTAR

Eu me entrego a Jesus

E à sua santíssima cruz

E ao santíssimo sacramento,

E às três relíquias que tem dentro,

E às três missas de natal.

Para que me não aconteça nenhum mal;

Ao anjo da nossa guarda,

Para que nos defenda dos perigos

E trabalhos

Da alma e do corpo.

Sr. António Cantarinha

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 71

AO DEITAR

1- Cruz de cristo

Que me assista aqui,

Inimigos maus fugi de mim,

Pelo trigo da judeia,

A leão vencedor,

Credo laudeo,

Credo laudeo, aleluia.

2- Com Deus me deito,

Com Deus me levanto,

Com a graça do divino espírito santo

Me cubra com o seu manto.

Se eu bem coberto for,

Não terei medo nem pavor,

Nem coisa que má for.

3- Com deus me deito,

Com deus me levanto,

Com a graça divina do espírito santo.

Se me dormir, embalai-me,

Se me perder, alumiai-me

Com as treze candeias

Da santíssima trindade.

Seis aos pés, sete à cabeça,

Que a minha alma não escureça,

Nem de noite, nem de dia.

Em louvor de nosso senhor

E de nossa senhora,

Padre-nosso e avé-maria.

4- Quatro cantos tem a casa

Quatro velas tem a arder,

Com as dozes candeias:

Seis aos pés, seis à cabeça,

Para que a minha alma não padeça.

Nem de noite, nem de dia,

Senhor meu, acompanhai-me,

Se esta noite morrer.

D. Lurdes

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 72

AO ANJO DA GUARDA

Santo anjo do senhor,

Meu zeloso guardador,

Pois se a ti me confiou a piedade divina,

Hoje e sempre, me rege,

Guarda, governa e ilumina.

Anjo da guarda,

Minha companhia,

Guardai a minh`alma

De noite e de dia.

À COMUNHÃO

Minha boca é porta,

Por onde o senhor entra;

Minha lingua é papel,

Por onde o senhor assenta;

Minha ´´gola`` é escada,

Por onde o senhor desce,

Meu coração é sacrário,

Onde o senhor assiste.

FERIDAS CHAGAS A NOSSA SENHORA

Andando eu hoje neste dia,

Considerando em Deus e na virgem Maria,

E no seu amado filho, que na cruz via,

Fui-o a ver com tão grande dó e demasia,

Ó meu deus, com tão grandes males concluístes.

Por tanto dinheiro, antes do galo primeiro,

Os galos foram clamar,

Que prenderam o cordeiro.

O rei Herodes mandou chamar,

Por um frade caminhante,

Que fosse a casa da presença,

Onde se lia a sentença.

Ó meu Deus, tirai-vos desse madeiro,

Que não nasça tal morteiro.

Ó bom ladrão, quem te deu tal aviso?

Hoje estás aqui e, amanhã no paraíso,

Com o sol e a lua e com toda a claridade.

Quem na morte e na sagrada paixão de Jesus considerar

E uma vez a disser no dia,

De má morte não morrer

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 73

E o inferno nunca verá.

D. Assunção (em memória)

No mês de março, as pessoas rezavam 31 avé maria, seguindo-se a oração:

Virgem nossa Senhora de Março,

Sagrada virgem Maria,

Convosco me assoldadei.

Que em todo o mês de Março,

Que em trinta e um dias,

Vos hei-de rezar,

Trinta e uma Ave-Maria.

D. Assunção (em memoria)

No dia 25 de Março, rezavam 100 Ave-maria, faziam o sinal da cruz e terminavam com

a palavra ´´amén``, concluindo:

No dia vinte e cinco de Março,

Cem Ave-Marias rezei,

Cem vezes me persignei,

Cem vezes disse amén.

No regaço da virgem maria as depositei,

Para salvar a minha alma,

Não sei se a salvarei!

D. Assunção ( em memoria)

PAI NOSSO PEQUENINO

1- Pai nosso pequenino,

Dai as chaves ao divino,

Quem as deu, quem as daria,

Foi S.Pedro e Santa Maria.

Meu padrinho, dai-me a mão,

Para fazer uma cruz bem feita.

Cruz do monte, cruz da fonte,

Nunca o diabo nos encontre,

Nem de noite, nem de dia,

Nem à hora do meio-dia.

Já os galos pretos cantaram,

Já os anjos se levantaram,

Já meu deus subiu à cruz,

Para sempre amén Jesus. Fonte própria

2- Quando Deus era menino,

Tinha as chaves do paraíso,

Quem lhas deu, quem lhas daria?

Foi a Santa Madalena.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 74

Cruz em monte, cruz em fonte,

Nunca o veneno comigo se encontre,

Nem de noite, nem de dia,

Nem às horas do meio-dia.

Já os galos cantam,

Já os anjos se levantam,

Já nosso senhor subiu à cruz,

Para sempre, amém Jesus D. Guiomar

AVE MARIA PEQUENINA

Sete anjinhos vão comigo,

Sete candeias me alumiam,

Nossa senhora é minha madrinha,

Nosso senhor é meu padrinho,

Deus me livre do demónio,

De noite e de dia

E ao pino do meio-dia. D. Lurdes

ORAÇÃO NO DIA DE SANTA CRUZ

Alma minha, confirma-te na fé,

Que Jesus Cristo contigo é,

No campo de jorafat,

O demónio encontrarás

E ele te dirá:

-que sinal levas de cristão?

E tu responderás:

-arreda, arreda satanás,

Parte da minha alma não terás,

Que no dia de santa cruz,

Cem vezes disse:

Jesus, salvai-me,

Salvai-me Jesus.

D. Mª do Carmo (em memória)

ORAÇÃO CONTRA AS TROVOADAS

Quando trovejava, punham ramos de trovisqueira nas portas das casas e palheiros e

rezavam:

1- Santa Bárbara bendita,

Que no céu está escrita

Em papel e água benta,

Espalhai esta tormenta

Lá para as terras dos mouros,

Onde não há pão, nem vinho,

Nem flor de rosmaninho.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 75

Já os galos cantam,

Já os anjos se levantam,

Já o senhor está na cruz,

Para sempre, amén jesus.

2- Santa Bárbara bendita,

Que no céu estais escrita,

Com papel e água benta,

Pedi a Deus, nosso senhor,

Que nos livre desta tormenta.

Colaboradora Lídia

3- Santa Bárbara se levantou,

Seus sapatinhos calçou,

Seu caminho encaminhou,

Lá pró meio do caminho,

Jesus cristo encontrou

E ele lhe perguntou:

-onde vais, bárbara?

-vou ´´arramar`` as trovoadas

Que no céu andam armadas.

-arrama-as, bem arramadas,

Lá prá serra do marão,

Onde não haja vinho, nem pão,

Nem folhinha de oliveira,

Nem bafinho de cristão.

Cristo vive, cristo reina,

Cristo jesus nos defenda.

Minha alma confirma-te na fé,

Que jesus cristo contigo é.

D. Olinda

4- S. Jerónimo se levantou,

Seus sapatinhos calçou

E seu cajado tomou.

Nossa senhora lhe perguntou:

-aonde vais, s. Jerónimo?

-a espalhar as trovoadas

Que sobre nós estão armadas.

Nossa senhora lhe respondeu:

-espalha-as bem espalhadas,

Onde não haja pão, nem vinho,

Nem a flor do rosmaninho,

Nem mulher com seu menino,

Nem vaca com bezerrinho,

Nem leira, nem beira,

Nem ramo de figueira,

Nem coisa que Deus queira. Sr. António

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 76

PARA A HORA DA MORTE

Quatro cantos tem a casa,

Quatro círios estão a arder,

Quatro mil anjos me levem

Quando estiver a morrer.

Fica-te com Deus, oh mundo,

Que eu contigo não quero nada.

Chama-me deus a contas,

Vou a subir a minha jornada-

Oh jornada tão dolorosa,

Que não sei para onde hei-de ir,

Nossa senhora me acompanhe,

Para quando, deste mundo, partir.

Ó alma avisada,

Quem te deu o aviso?

Eu te farei um campinho,

Comigo no paraíso.

Ó alma desfalecida,

Sempre foste escolhida,

Eu vos rogo para madrinha,

Rainha do céu, coroada.

Ó alma, acompanha o teu corpo,

Que o vão a sepultar;

Perdoa a quem te quer bem,

Perdoa a quem te quer mal,

E perdoa aos inimigos,

A quem deves perdoar.

D. Patrocinia

ALÉM VAI JESUS

Além vai Jesus,

Que lhe quereis vós?

Quero ir com ele,

Que ele leva a cruz.

Seus braços abertos,

Seus pés encravados,

Derramando sangue

Pelos nossos pecados.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 77

A terra tremia

Com o peso da cruz,

Digamos três vezes:

Salvai-nos Jesus.

Salvador do mundo,

Que tudo salvais,

Salvai a minh`alma,

Bendito sejais.

RESPONSO A SANTO ANTÓNIO

Quando perdiam alguma coisa, recorriam à ajuda de santo António, rezando-lhe o

´´responso``, para o objecto aparecer.

Ó beato Santo António,

Vosso hábito vestistes,

Vosso pai na forca vistes,

Não parastes, nem descansastes,

Enquanto o não livrastes.

Não pareis, nem descanseis,

Enquanto o perdido não apareça.

Se milagres desejais,

Recorrei a santo António.

Vereis fugir o demónio

E as tentações infernais.

Pela sua intercessão

Foge a peste, o erro e a morte,

O fraco torna-se forte,

Torna-se o enfermo são,

Recupera-se o perdido,

Rompe-se a dura prisão

E, no auge do furacão,

Cede o mar embravecido.

Velhos e moços o sabem,

Sabem-no os paduanos,

Pois se acaso lhe suplicam,

Lho deparam num instante,

Rogai por nós,

António bem-aventurado,

Para que sejamos dignos

Das promessas de Cristo, amen.

D. M. José

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 78

RESPONSO A S. TOMÁS DE VILA NOVA (Para encontrar coisas perdidas)

S. Tomás de Vila Nova

Que foste bispo e Arcebispo

Fazei que...(nomeia-se o que se perdeu) apareça,

Pelas cinco chagas de Cristo.

Reza-se 1 Pai Nosso, 1 Ave Maria e um Glória

Fonte própria

ORAÇÃO AO DEITAR

1- Nesta cama me vou deitar,

Seis anjinhos lá achei,

Três aos pés e três à cabeceira,

Nossa senhora na dianteira.

Ela me disse que dormiria

E descansaria de noite e de dia.

Pai nosso, Ave Maria.

2- Com deus me deito,

Com deus me levanto,

Com a graça do divino Espírito santo.

Se morrer, alumiai-me

Com as treze candeias da

Santíssima trindade:

Sete aos pés,

Seis à cabeça,

Para que a minha alma

Não escureça.

3- Virgem Santa Maria, na minha cama,

Virgem da oliveira, na minha cabeceira,

Senhora da guia, na minha companhia.

Quatro cantos tem a casa,

Quatro círios estão a arder,

Quatro anjos me acompanham,

Quando estiver a morrer .

4- Ó virgem esclarecida,

Sempre foste escolhida,

Para resgatar as almas perdidas,

Resgatai a minha alma,

Nesta hora atribulada,

Para que o demónio tentador,

Não tenha parte na minha alma.

Vários

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 79

PARA AFUGENTAR O DEMÓNIO

Valha-me o Santíssimo sacramento,

As três relíquias que lá tem dentro,

Nos livre de Satanás

Que nos queira fazer mal.

Credo reis, na hora credo,

Reis na hora, credo reis,

Abrenúncio, abrenúncio, abrenúncio,

Aleluia, aleluia, aleluia.

Deus padre me conforte

E o filho me deu do norte.

O espírito santo me guarde

E me queira guardar.

Comigo não entre,

Nem possa entrar

E no inferno vá rebentar.

TESTAMENTO DO SENHOR

Lá em cima, no monte calvário,

Está nosso senhor morto,

Em cama de ´´agoseira``

Que nem virar-se podia.

Ó meu Deus e meu Jesus,

Quem vos pôs dessa parte?

Por causa dos pecadores,

Estás condenado à morte.

Venha papel, venha tinta,

p’ra fazer um testamento,

Quero deixar por herdeiro,

O santíssimo sacramento.

S.Pedro pegou nas chaves

Para o céu governar,

E S. Miguel nas balanças,

Para nossa alma pesar.

S.Pedro foi-se aquecer,

Com grande frio que fazia,

Logo lhe perguntaram,

Pela virgem Maria.

Ficou rodeada de anjos,

Pelo seu amado filho,

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 80

Isso não era nada,

Para o que nossa senhora merecia.

Leito em que ela dormia,

Era da cor de ´´latão``,

A virgem Nossa Senhora,

Já vos disse a oração.

Sr. António C.

ORAÇÃO PARA FINTAR O PÃO

Reza-se ao mesmo tempo que se faz o sinal da cruz em cima da massa do pão.

S. Vicente te acrescente,

S. Mamede te levede

S. João te ponha a mão,

Para que te faças Bom Pão

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo

Reza-se 1 Pai-Nosso e 1 Ave-Maria.

REZA PARA TIRAR O MAU OLHADO

(Nome da pessoa)

Deus te deu, Deus te criou, Deus te livre de quem mal te olhou, que estas palavras são eternas e assim como elas querem e podem donde te veio o mal que para lá torne. As pessoas da santíssima trindade são três. Dois to deram e três to tirarão é o Nosso Senhor São Pedro São Paulo e São João.

Se te o deram pela cabeça tirato Santa Teresa, se to deram pelos olhos tirato Santo António, se te o deram pelos destes tirato São Tiago, se te o deram pela barriga tirato a Virgem Maria, se te o deram pelas pernas tirato Santa Madalena, se te o deram pelos pés tirato Sã José, se te o deram pelo corpo tirato Jesus Cristo que tem o poder todo.

Quando Deus passou pelo horto tira-te o mal do teu corpo, quando Deus passou pela rua da amargura tira-te o mal e a tristura, quando Deus passou pela rua de Belém tira todo o teu mal para todo o sempre amén.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 81

Lengalenga – s.f. narrativa extensa, monótona, fastidiosa

(de origem onomatopaica).

Dicionário da Língua Portuguesa 2004, Porto Editora

Trava-língua - s. m. [popular] expressão constituída por sequência de palavras cuja

pronúncia se torna difícil (como três tigres) e se usa muitas vezes como passatempo. (de

travar+língua)

Dicionário da Língua Portuguesa 2004, Porto Editora

As lengalengas são muito importantes, visto serem jogos de sons e rimas

destinados ou à aprendizagem de novos ritmos ou à desenvoltura da própria linguagem.

Os trava-línguas assumem-se como jogos linguísticos que têm por finalidade criar

dificuldades a quem as diz e consequentemente motivo para rir.

As lengalengas e os trava-línguas despertam grande interesse nas crianças por estarem

associadas a muitas das suas brincadeiras e também devido à sua musicalidade

Por trava-língua entendemos todas as expressões difíceis de pronunciar, como três

tristes tigres. O património oral português tem imensos trava-línguas.

-Os trava-línguas têm uma visível função pedagógica.

LENGALENGAS

Chica larica da perna alçada,

Comeu uma galinha a semana passada,

se mais me dessem mais comia,

adeus compadre até outro dia

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LENGAS-LENGAS

LENDAS

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 82

Um dois três quatro, a galinha e o pato

Fugiram da capoeira foi atrás a cozinheira

Que lhe deu com um sapato

Um dois três quatro

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Semana da preguiçosa

Na segunda me deito,

na terça me levanto,

na quarta é dia santo,

na quinta vou à feira,

na sexta venho da feira,

sábado vou-me confessar,

no domingo comungar.

Diga-me lá ó comadre:

quando hei-de trabalhar?

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Era uma vez um gato maltês tocava piano e falava francês

A dona da casa chamava-se Inês e o número da porta era o trinta e três

era muito bonito e não era mau também cantava miau, miau, miau.

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Sola, sapato, Rei, rainha Foi ao mar Buscar sardinha

Para a mulher do juiz Que está presa Pelo nariz;

Salta a pulga Na balança Que vai ter Até à França,

Os cavalos A correr As meninas A aprender,

Qual será A mais bonita Que se vai Esconder?

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Rei Capitão Soldado Ladrão

Menina Bonita Do meu Coração

Rei Capitão Soldado Ladrão Menina

Bonita E um Xi- -Coração

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 83

"Não coso vivo nem morto,

só coso o que está roto;

Não coso morto nem vivo,

coso o que está descosido"

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"Moço volta atrás vem ver,

o que tu és já eu fui,

o que eu sou hás de tu ser."

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A criada lá de cima

A criada lá de cima

É feita de papelão,

Quando vai fazer a cama

Diz assim ao patrão:

Sete e sete são catorze,

Com mais sete vinte e um,

Tenho sete namorados

E não gosto de nenhum.

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Lagarto pintado, quem te pintou?

Foi uma menina que por aqui passou

Lagarto verde, que te esverdeou?

Foi uma galinha que aqui passou

Lagarto azul, que te azulou?

Foi a onda do mar que me molhou

Lagarto amarelo, que te amarelou?

Foi o sol poente que em mim pisou

Lagarto encarnado, que te encarniçou?

Foi uma papoila que para mim olhou

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Lá vai o bicho

Por cima do osso

Comer o menino (ou o nome da criança)

Até ao pescoço

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Lá vem a cabra cabrês

Que te salta em cima

Ele faz em três

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 84

Luar, luar

Vem-me buscar

Que eu sou pequenino

E não posso andar

Mãe

Quando for homem

Quero trabalhar

Quando for velhinha

Quero-a amparar

Quando for velhinho

Quero-a recordar

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Mão

Esta é a mão direita

A esquerda é esta mão

Com esta digo sim

Com esta digo não

Levanto a direita ao céu

Apanho a esquerda ao chão

Agora já conheço

Já não faço confusão

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Mão morta, mão morta

Filhinhos à porta

Não tem que lhe dar

Dá-lhe com a tranca da porta

Mão morta, mão morta

Vai bater aquela porta

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Debaixo daquela pipa

Está uma pita

Pinga a pipa

Pia a pipa

Pia a pita

Pinga a pipa

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Dedo mindinho

Seu vizinho

Pai de todos

Fura bolos

Mata piolhos

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 85

Dedo mindinho quer pão

O vizinho diz que não

O pai diz que dará

Este o furtará

E o polegar: «Alto lá!»

Era uma vaca

Chamada Vitória

Morreu a vaquinha

Acabou-se a história

E depois… e depois

Morreram as vacas

Ficaram os bois

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Fernandinho foi ao vinho

Partiu o copo no caminho

Ai do copo, ai do vinho

Ai do rabo do Fernandinho

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Pelo muro acima vai uma formiga

Com uma mão na testa e outra na barriga

Pelo muro abaixo vai um escaravelho

Com uma mão na barriga e outra no joelhos

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Venham ver gatos janotas

Usam chapéus, gravatas e botas

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Nove vezes nove, oitenta e um

Sete macacos e tu és um

Fora eu que não sou nenhum

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Era uma vez

Um gato maltês

Tocava piano

E falava francês

Queres que te conte outra vez?

Era uma vez

Um gato maltês

Saltou-te às barbas

Não sei que te fez

Queres que te conte outra vez?

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 86

Era uma vez

Um gato maltês

Tocava piano

Falava françês

A dona da casa

Chamava-se Inês

O número da porta era o 33!

Queres que te conte outra vez?

Era uma vez

Uma galinha perchês

E um galo francês

Eram dois

Ficaram três…

Queres que te conte outra vez?

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Tio Manel ceguinho

em cima dum burrinho

o burrinho é fraco

em cima dum macaco

o macaco bate sola

em cima duma bola

a bola é redonda

em cima duma pomba

a pomba é branca

em cima duma tranca

a tranca é de pau

ORA VIRA BACALHAU.

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Lagarto pintado

Quem te pintou?

Foi uma velha que aqui passou

No tempo da eira

Fazia poeira

Puxa lagarto

Por aquela orelha!

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Era uma vez

Um macaquinho

Em cima duma nora

Deu um pulo

E foi-se embora

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 87

Malmequer, bem me quer,

muito, pouco, nada.

Eu gosto de ti do sol e do mar.

E de todos os meninos,

que vejo a brincar.

Malmequer, bem me quer,

muito, pouco, nada.

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30 dias tem Abril, Junho,

Setembro e Novembro

Com 28 só há um, Fevereiro

E mais nenhum, o resto tem 31.

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Meses

Janeiro, gear

Fevereiro, chover

Março, encanar

Abril, espigar

Maio, engradecer

Junho, ceifar

Julho, debulhar

Agosto, engravelar

Setembro, vindimar

Outubro, resolver

Novembro, semear

Dezembro, nascer

Nasceu um deus para nos salvar

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O preto, minha senhora

O preto, minha senhora

Não gasta de bacalhau

Só gosta de arroz doce

Mexido com colher de pau

Preto para aqui

Preto para acolá

Ri o preto

Ah, ah, ah!

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Vem lá o A

Menina gordinha

Redondinha

Ao pé

Que vem o E

Que vivo que é!

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 88

Depois o I

E ri

Com o seu chapelinho

No caminho

De pópó, vem o O

E gira na mó

Por fim vem o U

No seu comboio

A fazer U-u-u-u.

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Amanhã é Domingo

Cantará o pintassilgo

Pintassilgo é dourado

Não tem um burro nem cavalo

Tem uma burrinha cega

Que chega daqui a castela

Castelinha, castelão

Minha avó deu-me pão

P’ra mim e p’ró meu cão

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Amanhã é Domingo

Cantará o pintassilgo

Pintassilgo é dourado

Não tem um burro nem cavalo

Tem uma burrinha cega

Que chega daqui a castela

Castelinha, castelão

Minha avó deu-me pão

P’ra mim e p’ró meu cão

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Tão balalão

Cabeça de cão

Orelhas de gato

Não tem coração

Não tem coração

Nem a voz, nem o talento

Orelhas de gato

Cabeça de vento

Cabeça de vento

Orelhas de gato

Pescoço de bruxa

Rabo de macaco

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 89

Tenho um macaco

Dentro de um saco

Não sei que lhe diga

Não sei que lhe faça

Dou-lhe um pau

Diz que é mau

Dou-lhe um osso

Diz que é grosso

Dou-lhe um chouriço

Isso, isso, isso!

TRAVA-LINGUAS

Esta burra torta trota

Trota, trota, a burra torta.

Trinca a murta, a murta brota

Brota a murta ao pé da porta.

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Um ninho de mafagafas

Com sete mafagafinhos

Quando o mafagafa gafa

Gafam os setes mafagafinhos.

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A história é uma sucessão sucessiva

dos sucessos que se sucedem sucessivamente.

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Percebeste?

Se não percebeste, faz que percebeste

para que eu perceba que tu percebeste.

Percebeste?

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Tenho um colarinho

muito bem encolarinhado. Foi o colarinhador

que me encolarinhou este colarinho

Vê se és capaz de encolarinhar

tão bem encolarinahdo como o encolarinhador

que me encolarinhou este colarinho.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 90

--Mário Mora foi a Mora

com intenções de vir embora

mas, como em Mora demora;

diz um amigo de Mora:

- Está cá o Mora?

- Então agora o Mora mora em Mora?

- Mora, mora.

Esta burra torta trota

Trota, trota, a burra torta.

Trinca a murta, a murta brota

Brota a murta ao pé da porta.

--«««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««

O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Rainha raivosa rasgou o resto.

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Três tigres tristes para três pratos de trigo.

Três pratos de trigo para três tigres tristes.

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A vida é uma sucessiva sucessão de sucessões

que se sucedem sucessivamente, sem suceder o sucesso...

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O Tempo pergunta ao Tempo quanto tempo tem

e o Tempo responde ao Tempo que o Tempo tem tanto tempo quanto o Tempo tem.

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O peito do pé de Pedro é preto. Quem disser que o peito do pé de Pedro é preto, tem o

peito do pé mais preto do que o peito do pé de Pedro.

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Num ninho de mafagafos estavam sete mafagafinhos;

quem amafagafar mais mafagafinhos, bom amagafanhador será.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 91

Provérbio – s.m. 1. sentença moral ou conselho da sabedoria

popular; adágio; ditado; máxima; rifão; anexim. (do latim proverbiu-, proverbiu)

provérbio nome masculino

1. sentença moral ou conselho da sabedoria popular; adágio; ditado; máxima; rifão;

anexim

2. TEATRO pequena comédia que tem por entrecho o desenvolvimento de um

provérbio

(Do latim proverbĭu-, «idem»)

Dicionário da Língua Portuguesa 2004, Porto Editora

Os provérbios são frases que ás vezes parecem não ter sentido, mas que tem

qualquer coisa de profundo e belo.

PROVÉRBIOS ALUSIVOS AO AMOR

-Amor com amor se paga.

-Amor querido, amor batido.

-Amores arrufados, amores dobrados.

-As sopas e os amores, os primeiros são os melhores.

-Mais se tira com amor do que com dor.

-Mãos frias amores todos os dias.

-Mãos frias, coração quente, amor para sempre.

-Mãos quentes amores ausentes.

-Não há amor como o primeiro.

-Não há luar como o de Janeiro nem amor como o primeiro.

-No amor, quem foge é o vencedor.

-Quem namora pelo fato, leva o Diabo ao contrato.

-Quem tem amores, tem dores.

-Quem tem sorte ao jogo não tem sorte aos amores.

-O amor é cego e pensa que ninguém o vê.

PROVÉRBIOS

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 92

VÁRIOS PROVÉRBIOS

-Em terra de cegos, quem tem olho é rei.

-Quem cala, consente.

-Mais vale tarde do que nunca.

-Longe da vista, longe do coração.

-Deitar cedo e cedo erguer /dá saúde e faz crescer.

-Quem corre por gosto /não cansa.

-Quem meu filho beija /minha boca adoça.

-O saber /não ocupa lugar.

-Mais vale tarde/ do que nunca.

-Dá Deus nozes /a quem não tem dentes.

-Para bom entendedor /meia palavra basta.

-De pequenino/ se torce o pepino.

-A esperança/ é a última a morrer.

-Depressa e bem /há pouco quem.

-Quem diz o que quer/ ouve o que não gosta.

-Quem não trabuca /não manduca.

-Devagar /se vai ao longe.

-Deitar cedo e cedo erguer /dá saúde e faz crescer.

-Quem corre por gosto /não cansa.

-Quem meu filho beija /minha boca adoça.

-O saber /não ocupa lugar.

-Mais vale tarde/ do que nunca.

-Dá Deus nozes /a quem não tem dentes.

-Para bom entendedor /meia palavra basta.

-De pequenino/ se torce o pepino.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 93

-A esperança/ é a última a morrer.

-Depressa e bem /há pouco quem.

-Quem diz o que quer/ ouve o que não gosta.

-Quem não trabuca /não manduca.

-Devagar /se vai ao longe.

-Fala pouco e bem, ter-te-ão por alguém.

ABECEDARIO DOS PROVERBIOS

A cada boca uma sopa.

Barco parado, não faz viagem.

Cada cabeça sua sentença.

Da discussão nasce a luz.

Em Fevereiro, chega-te ao lameiro.

Filhos criados, trabalhos dobrados.

Gordura é formosura.

Há mar e mar, há ir e voltar.

Imita a formiga e viverás sem fadiga.

Janeiro fora, cresce uma hora.

Longe da vista, longe do coração.

Mais vale prevenir, que remediar.

Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.

O barato sai caro.

Para grandes males, grandes remédios.

Quando está fora o gato folga o rato.

Roma e Pavia não se fizeram num dia.

Se queres ver o teu corpo, abre o teu porco.

Tristezas não pagam dívidas.

Uma maçã por dia, dá uma vida sadia.

Vão os anéis mas fiquem os dedos.

Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 94

PROVÉRBIOS DOS MESES DO ANO

Em Janeiro sete casacos e um sombreiro.

Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado nem bom soleiro.

Em Março, chove cada dia um pedaço.

Em Abril águas mil, coadas por um funil.

Tantos dias de geada até Maio, quantas vezes de nevoeiro teve Janeiro.

Junho calmoso ano formoso

Deus ajudando vai em Julho mercando

O Agosto será gaiteiro, se for bom o Janeiro.

Em Setembro, planta, colhe e cava que é mês para tudo.

Outubro, Novembro e Dezembro, não busques o pão no mar, mas torna a teu celeiro e

abre o teu mealheiro.

No dia de S. Martinho mata o teu porco e bebe o teu vinho.

Depois que o menino nasceu tudo cresceu.

20 de Janeiro, uma hora por inteiro e quem bem contar hora e meia vai achar

A água de Janeiro vale dinheiro

Agosto que lhe dá pelo rosto

Ano de neve, paga o que deve

Ao luar de Janeiro, se conta dinheiro

Em Janeiro, um porco ao sol, outro no fumeiro

Janeiro quente, traz o diabo no ventre

Janeiro, tem uma hora por inteiro

Laranjas em Janeiro dão que fazer ao coveiro

Não há luar como o de Janeiro nem amor como o primeiro

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 95

Aveia de Fevereiro enche o celeiro

Fevereiro afoga a mãe no ribeiro

Fevereiro enganou a mãe ao soalheiro

Fevereiro, o mais curto mês e o menos cortês

Neve de Fevereiro, presságio de mau celeiro

Para parte de Fevereiro guarda lenha no quinteiro

Borboleta branca, Primavera franca

Cavas em Março e arrenda pelo S. João, todos sabem mas poucos o dão

Em dia de S. José, come-se, bebe-se e bate-se o pé

Em Março, tanto durmo como faço

Março marçagão, de manhã Inverno, de tarde Verão

Março ventoso, Abril chuvoso

Março virado de rabo é pior que o diabo

A aveia até Abril está a dormir

Abril frio e molhado enche o celeiro e farta o gado

Depois de Ramos, na Páscoa estamos

Em Abril, águas mil

Em Abril, águas mil coadas por um funil.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 96

PROVÉRBIOS DE S. MARTINHO

As geadas de São Martinho levam a carne e o vinho.

Dos Santos ao Natal perde a padeira o cabedal.

Dos Santos ao Natal, perde o marinheiro o cabedal.

De Outubro a Dezembro não busques o pão no mar.

De Santa Catarina ao Natal, bom chover e melhor nevar.

De Santos ao Natal é bom chover e melhor nevar.

De Santos ao Natal, ou bom chover ou bem nevar.

De Santos ao Natal perde a padeira o cabedal.

De Todos-os-Santos ao Natal, bom é chover e melhor nevar.

De Todos-os-Santos ao Natal, perde a padeira o natural.

De Todos-os-Santos até ao Natal, perde a padeira o cabedal.

Depois dos Santos, neve nos campos.

Dia de Santo André, porcos pelo pé.

Dia de Santo André, quem não tem porco, mata a mulher.

Dia de São Martinho, castanhas e vinho.

Dia de São Martinho, comem-se as castanhas e bebe-se o vinho.

Dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho.

Dia de São Martinho, mata o teu porco e bebe o teu vinho.

Dia de São Martinho, prova o teu vinho.

Dia de São Martinho, vai à tua adega e prova o teu vinho.

Dos Santos ao Natal é bom chover e melhor nevar.

Dos Santos ao Natal, ou bem chover, ou bem nevar.

Em dia de Santo André, o tremoço não está, nem na saca nem no pé.

Em dia de Santo André, quem não tem porco que mate, amarra a mulher pelo pé.

Em dia de São Martinho, semeia os teus alhos e prova o teu vinho.

Em dia de S.Martinho, vai à adega e prova o vinho.

Em dia de São Martinho, vai à adega, prova o teu vinho e faz um magustinho.

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 97

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Adivinhas – s. f. 1. coisa para adivinhar; enigma; adivinhação. (derivação regressiva de

adivinhar – do latim addiniare, adivinhar)

Dicionário da Língua Portuguesa 2004, Porto Editora

As anedotas são um exemplo vivo da literatura oral tradicional, já que circulam oralmente

com grande sucesso e apresentam significativas variações em virtude dessa mesma

circulação.

- A adivinha, um pequeno enunciado, pronunciado normalmente pelos mais velhos em tom

de desafio aos mais novos

Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela? O vento

Qual é o bicho, qual é, sem osso nem espinha? Minhoca

Que cidade é "olfacto de cão‖? Faro

Que é que é, tem um palmo de pescoço, tem barriga e não tem osso? Garrafa

Que é que é, uma caixinha redondinha bem feita, para rebolar, todos a podem abrir,

ninguém a pode fechar? Ovo

Que é, que é, que cai e fica em pé? Gato

Que é, que é, que quanto mais quente está, mais fresco é? Pão

Que é, que é, que se parece com a pessoa, mas ela não é? Fotografia

Que é, que é, que tem um dente e chama por toda a gente? Sino

Sai da sala e vai para a cozinha. Abanando o rabo como uma bailarina. Vassoura

Semente preta, em terra mimosa, onde poisa deixa uma rosa. Pulga

Sempre quietas, sempre agitadas, dormindo de dia, de noite acordadas. Estrelas

Só a faz quem já a tem, pois quem não a tem não a faz, se a tem pode não fazer, se a

fizer, já não a faz. Barba

Somos duas irmãs gémeas, despidas ou enfeitadas, nunca nos podemos ver e nunca

andamos zangados. Orelhas

Somos mais de mil irmãos, negrinhas como carvão, mas não viemos de África, nem lá

temos geração. Formigas

ADIVINHAS

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 98

Somos três irmãos diferentes, nenhum de nós bebe ou come, no entanto é nossa

missão dar de comer a quem tem fome. Colher, garfo e faca

Sou adorado por todos, porque a todos faço bem, sirvo também de relógio, aos que

relógios não têm. Sol

Sou branco como a neve, doce, como mel, se me puseres no leite, saberá muito

melhor. Açúcar

Sou gigante e gigantão, tenho doze filhos no meu coração, de cada filho trinta netos,

metade brancos, metade pretos. Ano, meses, dias, noites

Sou mais vasto do que o mar e ninguém me pode ver, todo o mundo é meu luar, sem

mim não podes viver. Ar

Alto está, alto mora, ninguém o vê, todos os adoram. Deus

Altos castelos, lindas janelas, abrem e fecham, ninguém mora nelas. Olhos

Ando para trás e para frente, quase sempre a passar, muitas vezes com o rabo quente,

mas nada quer queimar. Ferro de engomar

Aproveitam e desperdiçam tudo o que vão fazer, pois os dedos pêlos olhos, todos lhe

querem meter. Tesoura

Branca como a neve, preta como a paz, fala e não tem boca. Ainda não tem pés.

Carta

Dois irmãos do mesmo nome, vão marchando com afinco, mas um dá sessenta passos,

enquanto o outro dá cinco. Ponteiros do relógio

É bom para se comer, mas não se come assado nem cru, nem cozinhado, o que é?

Prato

É muito bom para o pequeno almoço e também para o lanche se queres crescer muito

também o beber ao deitar. Leite

É uma caixinha, de bem querer, não há carpinteiro, que a saiba fazer? Noz

É uma senhora muito esbelta, que com finos véus se aperta, quem tiver que

desapertar, muitas lágrimas há-de chorar. Cebola

É usado lá na China, mas que não fosse, não quebrava a sua sina, de aparecer em loiça

fina, com coreia e muito doce. Arroz

É varinha de condão, que ao tocar numa caixinha, faz luz na escuridão. Fósforo

Em si a lua se espelha e o sol reflecte também, quando a gente se aproxima olhando-a

nos vemos bem. Água

Eu tenho, princípio e fim, mas também é verdade, que muito embora completa, eu fico

sempre metade. Meia

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 99

Eu trabalho noite e dia, se me derem de comer, nos dentes quero água, e na boca de

comer. Moinho

Faça sol ou faça frio, ele tem sempre onde morar, veio do mundo senhorio, mas como

o pai e o tio não pode a casa alugar. Caracol

Faço os olhos bonitos e os coelhos são doidos por mim, cresço de pé e sirvo para

pratos sem fim. Cenoura

Foi feita para impedir, também para deixar passar, meu dono pode-me abrir que esse

nunca vai roubar. Porta

Ainda antes de a mãe nascer, já anda o filho a correr. A chama e o fumo

Não sou bonita, mas tenho cabeleira, a minha cabeça é de pau, e sou das limpas

estimada. Escova

Não sou bonito por trás, mas sou bonito pela frente, pois estou sempre a mudar,

porque imito muita gente. Espelho

Não tem pernas mesmo assim, não tem braços e onde mexe, deixa tudo num sarilho.

Vento

O pescador à pesca diz: mar; o carneiro no monte diz: me; o caçador à caça diz: lá; e o

pobre à porta diz: dá. Marmelada

O que é que é que vem do monte, dá voltas à casa, e arruma-se a um cantinho.

Vassoura

O que é que fazem todos ao mesmo tempo: velhos, novos e crianças? Envelhecer

O que é, que é que quanto mais rota está, menos buracos tem? Rede

O que é, que é, que nasce grande e morre pequeno? Lápis

Ó que lindos amores eu tenho, ó que lindos, ó que ingratos, andam por dentro das

botas e por fora dos sapatos. Tornozelos

O seu sabor é muito azedo e a casca amarela, se o quiseres saber tens de lhe juntar

açúcar. Limão

Pai alto, mãe redonda, filhos pretos, netos brancos. Pinheiro, pinha, pinhão

Pequeninas e verdinhas encontram-se escondidas dentro de uma casca muito

comprida. Ervilhas

Pode ser bom companheiro, e também um bom amigo, conta-me a lição que der e trás

guardado consigo. Livro

Qual é a coisa, qual é ela, comprida como uma estrada, mas cose em mão fechada?

Novelo de linhas

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 100

Qual é a coisa, qual é ela, que anda léguas e léguas com um pedaço de carne na boca?

Sapato

Qual é a coisa, qual é ela, que é vermelha, avermelhada e caminha bem no mato e não

caminha na estrada? Fogo

Qual é a coisa, qual é ela, que quanto mais alta está, melhor se lhe chega? Água do

poço

Qual é a coisa, qual é ela, que quanto mais cresce, menos se vê? Noite

Qual é a coisa, qual é ela, que quanto mais se olha, menos se vê? Sol

Qual é a coisa, qual é ela, que se faz para andar e não anda? Estrada

Qual é coisa, qual é ela, mal chega a casa está logo à janela? Botão

Sou pintada por for a, sou pintada por dentro, tenho olhos para ver e uma boca para

abrir, transparente é o meu sangue todo o ano uso chapéu, e de noite psso ficar

iluminada, adivinha quem sou? Casa

Sou redondo e sou de leite, sou de vaca, de cabra ou de ovelha, uns gostam muito de

mim, mas há outros nem do cheiro. Queijo

Sou um velho encolhido, que estando em formosa mão, me abra logo encantado,

como a cauda de um pavão. Leque

Sou vermelho, muito vermelho, quando ficas corado, dizem que estás um...? Tomate

Tanto o rico como o pobre me hão-de ter, tenho dentes e não como, mas ajudo a

comer. Garfo

Tem coroa e não é rei, tem escamas sem peixe ser, além de servir para doce, é fruta,

podes comer. Ananás

Tenho camisa e casaco, sem remendo, nem buraco, estoiro como um foguete, se

alguém no lume me mete. Castanha

Tenho dentes e não como e p’ra comer eu fui feito, lido sempre com comida, mas

comer…não vejo jeito. Garfo

Tenho nome de dança tropical, mas sirvo para dar saber à comida tradicional. Salsa

Tenho olhos e não vejo, tenho boca e não falo, ando e não tenho pernas. Rua

Tenho olhos mas não vejo, mesa debaixo da terra. Podes comer-me assada, frita ou

cozida. Batatas

Tenho uma casa com doze damas, cada uma tem três quartos, todas elas têm meias e

nenhuma tem sapatos. Horas

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 101

Trás esporas não é cavaleiro, tem serra não é carpinteiro, tem picão não é padeiro,

acorda não é despertador, canta sem cortar cova a terra não é cavador. Galo

Uma capelinha muito pequenina, com o sacristão de vermelho, e os santos todos de

branco. A boca, a língua, os dentes

Uma mãe com sete filhos: cinco justas, uma santa e outra com falta. Quaresma

Uma meia meia feita, outra meia por fazer, diga lá minha menina, quantas meias vem a

ser? 1/2 meia

Uma senhora muito delicada, dá seus passos todos iguais, namora-se de um mancebo,

todo cheio de sinais. Agulha e dedal

Uma senhorinha, muito assenhorada, nunca sai de casa, está sempre molhada. Língua

Verde como o mato e mato não é, fala como gente e gente não é. Papagaio

Verde foi o meu nascimento e de luto me vesti, para dar a luz ao mundo mil tormentas

padeci. Azeitona

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 102

Bibliografia

BRAGA, Teófilo, O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e

Tradições, vols. I /II. Lisboa: Dom Quixote, 1986

Dicionário da Língua Portuguesa 2004, Porto Editora

Conhecimentos dos utentes e outros colaboradores

Material de apoio meu

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Nem tudo o tempo levou…

Leonor Pinto 103

Conclusão:

O envelhecimento faz parte de um processo natural do organismo.

A infância, a adolescência, a fase adulta e a velhice são etapas que compõem o ciclo de

vida do ser humano, e todas elas têm limites e possibilidades. Cada etapa desta contribui

no crescimento de cada um e a terceira idade precisa ser encarada com essa

naturalidade.

A idade avançada é acompanhada por perdas, acentuando-se os problemas de saúde,

de depressão, e, muitas vezes, de rejeição, apesar de ser a fase da sabedoria e da maturidade.

As alterações psicológicas surgem através de diversos fatores que podem conduzir ao

engrandecimento ou ao esgotamento do idoso. Com o envelhecimento, as habilidades

verbais, a memória e a atenção diminuem com muita facilidade, mas concluo que não há

uma data ou um momento específico para isso acontecer. Se dermos uma ajudinha, o idoso

consegue trazer ao decima, memórias e recordações que já estavam no ―sótão‖ e que afinal

o fizeram muito feliz.

Esta recolha veio ajudar a reviver um passado que eles julgavam apagado.

Mas afinal, ainda ficou muita sabedoria na memória de cada um, pois como se

conclui, “ Nem tudo o tempo levou”…

A todos os que contribuíram para a realização deste portefólio, um grande bem-Haja.