Relatório de Visita Técnica - Zoológico de Brasília

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01. Histórico da Fundação e Registro de Visita 1.1 - Histórico da Fundação: No dia 18 de Julho de 2014, uma visita técnica ao Zoológico de Brasília foi feita pela 76º Turma de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Uberlândia, com o objetivo de colocar em prática os conceitos vistos em sala e aprender mais sobre a importância da iniciativa, tanto para pesquisa quanto para carreira do futuro biólogo. A Fundação Jardim Zoológico de Brasília foi fundada 6 de dezembro de 1957 com o objetivo de desenvolver ações com foco na educação ambiental e na preservação da fauna e flora brasileira, ela é resultado da fusão de três outros parques. O parque possui uma área total de 690 hectares e possui diversos ambientes apropriados para os animais ali abrigados. 1.2 - Registro de Visita: Uma das grandes atrações do parque é a presença de grandes mamíferos, tais como o hipopótamo, a girafa, o rinoceronte e os elefantes. O Zoológico foi o primeiro a utilizar tratamento com células-tronco para curar uma lesão de um lobo-guará e atualmente possui exemplares da espécie Adax nasomaculatus, um bovideo africano ameaçado de extinção. Começamos a visita ao zoológico indo para o setor de Artrópodes. A diretora do setor, Carolina, e a profissional Uana, nos acompanharam. Entramos na sala onde são procriadas as borboletas e alguns outros animais. As borboletas não respiram direito na época seca, portanto o local conta com umidificadores que soltam jatos de água. As espécies foram escolhidas de acordo com a estação, então são espécies de Brasília, do Cerrado. Espécies como as borboletas azuis são mais trabalhosas e exigem estratégias do zoológico para que o público possa as conhecer. No local, encontramos caranguejeiras, bichos-pau e escorpiões. Também tem lagartas das borboletas olho de coruja, que são mais conhecidas como larvas Julia. Daí fomos para o borboletário. Logo na recepção, vimos uma coleção de peças artesanais feitas com as asas das borboletas azuis. Esses quadros foram apreendidos no Sul do país e agora servem para ensinar educação ambiental para crianças. No borboletário, encontramos borboletas Olhos-de-coruja, Julia e Sara. Quando fomos para o setor de Aves, fomos atendidos pela profissional Ana Carolina de Castro, ela começou nos dizendo que, para montar um recinto pra um animal, é necessário saber biologia do animal; no mínimo 4 metros de altura e cálculo para saber quantas aves o recinto comporta. Vimos inicialmente o Urubu-rei, que é muito territorialista, até mesmo com a mesma espécie. Sua posição de descanso é com as asas abertas, e sua alimentação é regrada para controlar a obesidade. Gaviões (Gavião-de-coleira, Gavião carijó e Chima-chima) compartilham o recinto com Seriemas, porque não são territorialistas; Seriemas são animais de chão, consorciais. A águia chilena e Águia cinzenta são aves solitárias; a águia-cinzenta está ameaçada de extinção e o zoológico está tentando fazer o pareamento dessas aves. Seguindo com o passeio, vimos também a Arpia, o Gavião-real, estão em perigo em certas regiões no Brasil. Leva-se 1 ano para parear um casal. Arara-canindé e uma gama de Papagaios também nos foram apresentados. Passamos pelos Guará e os Pernaltas (Flamingo), que são aves sensíveis na alimentação com corante para manter a coloração, seu bico vira para comer; o filhote do guará nasce preto. Vimos o Ibis-sagrado, que é uma ave exótica; a Curicaca, o Maçarico; a Gaivota; o João-grande, que brigou com os flamingos e

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Relatório sobre visita técnica ao Zoológico de Brasília como atividade requerida para a compleção da disciplina de Vertebrados 2 da Universidade Federal de Uberlândia

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  • 01. Histrico da Fundao e Registro de Visita

    1.1 - Histrico da Fundao:

    No dia 18 de Julho de 2014, uma visita tcnica ao Zoolgico de Braslia foi feita pela 76 Turma de Cincias Biolgicas da Universidade Federal de Uberlndia, com o objetivo de colocar em prtica os conceitos vistos em sala e aprender mais sobre a importncia da iniciativa, tanto para pesquisa quanto para carreira do futuro bilogo.

    A Fundao Jardim Zoolgico de Braslia foi fundada 6 de dezembro de 1957 com o objetivo de desenvolver aes com foco na educao ambiental e na preservao da fauna e flora brasileira, ela resultado da fuso de trs outros parques. O parque possui uma rea total de 690 hectares e possui diversos ambientes apropriados para os animais ali abrigados.

    1.2 - Registro de Visita:

    Uma das grandes atraes do parque a presena de grandes mamferos, tais como o hipoptamo, a girafa, o rinoceronte e os elefantes. O Zoolgico foi o primeiro a utilizar tratamento com clulas-tronco para curar uma leso de um lobo-guar e atualmente possui exemplares da espcie Adax nasomaculatus, um bovideo africano ameaado de extino.

    Comeamos a visita ao zoolgico indo para o setor de Artrpodes. A diretora do setor, Carolina, e a profissional Uana, nos acompanharam. Entramos na sala onde so procriadas as borboletas e alguns outros animais. As borboletas no respiram direito na poca seca, portanto o local conta com umidificadores que soltam jatos de gua. As espcies foram escolhidas de acordo com a estao, ento so espcies de Braslia, do Cerrado. Espcies como as borboletas azuis so mais trabalhosas e exigem estratgias do zoolgico para que o pblico possa as conhecer. No local, encontramos caranguejeiras, bichos-pau e escorpies. Tambm tem lagartas das borboletas olho de coruja, que so mais conhecidas como larvas Julia.

    Da fomos para o borboletrio. Logo na recepo, vimos uma coleo de peas artesanais feitas com as asas das borboletas azuis. Esses quadros foram apreendidos no Sul do pas e agora servem para ensinar educao ambiental para crianas. No borboletrio, encontramos borboletas Olhos-de-coruja, Julia e Sara.

    Quando fomos para o setor de Aves, fomos atendidos pela profissional Ana Carolina de Castro, ela comeou nos dizendo que, para montar um recinto pra um animal, necessrio saber biologia do animal; no mnimo 4 metros de altura e clculo para saber quantas aves o recinto comporta. Vimos inicialmente o Urubu-rei, que muito territorialista, at mesmo com a mesma espcie. Sua posio de descanso com as asas abertas, e sua alimentao regrada para controlar a obesidade. Gavies (Gavio-de-coleira, Gavio carij e Chima-chima) compartilham o recinto com Seriemas, porque no so territorialistas; Seriemas so animais de cho, consorciais. A guia chilena e guia cinzenta so aves solitrias; a guia-cinzenta est ameaada de extino e o zoolgico est tentando fazer o pareamento dessas aves. Seguindo com o passeio, vimos tambm a Arpia, o Gavio-real, esto em perigo em certas regies no Brasil. Leva-se 1 ano para parear um casal. Arara-canind e uma gama de Papagaios tambm nos foram apresentados. Passamos pelos Guar e os Pernaltas (Flamingo), que so aves sensveis na alimentao com corante para manter a colorao, seu bico vira para comer; o filhote do guar nasce preto. Vimos o Ibis-sagrado, que uma ave extica; a Curicaca, o Maarico; a Gaivota; o Joo-grande, que brigou com os flamingos e

  • agora mora em um recinto sozinho; e o Arapap. No final, passamos pela Jacutinga, o Mutum-cavalo e o Meu.

    Quando passamos para o setor de Mamferos, o profissional Felipe Reis foi quem nos auxiliou, ele comeou nos introduzindo a importncia e o por qu ter um zoolgico, explicou que alguns animais no conseguem viver no hbitat natural por isso so levados para l, tambm disse que essa iniciativa tem um papel importante no incentivo e ensino sobre educao ambiental, conservao, reproduo em cativeiro e pesquisa. Comeamos a visita pela Suuarana, um pequeno felino, que no ruge; visitamos a ona-pintada logo depois. Fizemos um tour pelos recintos dos Hipoptamos, que so grandes herbvoros, o Waterbuck, o Adax, a Llama e as Girafas. Depois vimos o Rinoceronte, que est parcialmente cego de um olho, porque ele veio de um circo onde era maltratado. Vimos um Lobo- guar, Tamandu, o Bugio, que emite uma vocalizao alta e imponete para marcar territrio. Vimos tambm diversos macacos, como o Macaco-parauacu, Sagui-imperador, Sagui-branco, Zogue-zogue e o Macaco da noite.

    Por fim, o Vincius, da Educao Ambiental, nos mostrou algumas tcnicas de enriquecimento e condicionamento que so estratgias de entretenimento e recompensas para que os animais no caiam no tdio. Ns mesmos fizemos alguns brinquedinhos" para as aves e os penduramos l. Aps a demonstrao das tcnicas de enriquecimento, finalizamos as atividades e retornamos para Uberlndia.

    !02. Descrio de Espcies e Histria de Vida

    2.1 - Adax (Addax):

    !!!!!!!!!!!! CLASSIFICAO TAXONMICA CLSSICA !Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Artiodactyla Famlia: Bovidae Subfamlia: Hippotraginae Gnero: Addax Espcie: Addax nasomaculatus (de Blainville, 1816)

    Fig.1 - Espcime de Adax nasomaculatus, Zoolgico de Braslia

  • !! Trata-se de um mamfero artiodctilo, isto , um mamfero com um nmero par de dedos nas patas que encontrado atualmente em pequenas manchas territoriais no deserto do Sahara (Fig.2), !!!!!!!!!!!atualmente o estado de conservao desse mamfero est classificado como Ameado de extino: em perigo crtico segundo a IUCN (International Union for Conservation of Nature). So originrios do norte da frica, mais especificamente de Chad, Mauritania e Nigria, na Algeria, Lbia, Egito, Sudo e o no Oeste do Sahara, essa espcie foi extinta, felizmente a registros de reintroduo da mesma no Marrocos e Tunsia, no Brasil, espcimes podem ser encontradas tambm no Zoolgico de So Paulo, registros fossilferos encontrados no egito indicam a existncia destes mamferos a 7000 D.C. !!!!!!!!!!! Este mamfero pertence ao gnero Addax, sendo o nico representante vivente do mesmo, acredita-se que o nome Adax seja de origem rabe e que signifique Animal selvagem de chifre torto, o epteto especfico nasomaculatus vem do latim nasus (nariz), macula (mancha) e o prefixo atus (que possui; no caso, manchado). Anlises genticas permitiram inclu-lo ja subfamlia Hippotraginae e estudos mostraram que o caritipo de Caprinos e Bovinos possuem bastante semelhana com o de Adax. ! Os Adax so bovideos de mdio porte, os machos da espcie atingem de 105 a 115cm (distncia do cho at a altura da cintura escapular), j as fmeas so levemente menores, variando de 95 a 110cm, possuem dimorfismo sexual e uma caracterstica marcante desta a presena de um par de chifres espiralados que nos machos pode atingir at 85cm de comprimento e nas fmeas, 80cm. A colorao de sua pelagem varia de acordo com a estao, no assumindo um tom marrom-acinzentado durante o inverno e um tom ocre durante o vero, eles podem atingir at 125kg (machos) e 90kg (fmeas), a expectativa de vida estimada para estes animais de 19 anos em habitat natural e de 25 anos em cativeiro. !

    Fig.2 - Distribuio de Adax nasomaculatus

    Fig.5 - Filhote de Adax

  • So seres gregrios que atualmente so encontrados em bandos de 5 a 20 indivduos com propores semelhantes de machos e fmeas, estima-se que antigamente era possvel encontrar bandos com mais de 1000 espcimes, a estrutura social bem mantida, com a fmea mais velha na liderana, os machos so extremamente territorialistas e defendem as fmeas a todo custo. Geralmente o bando ir estabelecer-se em um local do qual eles no iro se afastar muito, apenas em casos extremos quando em busca de comida, so animais de hbito noturno, principalmente durante as estaes quentes. ! Estes seres so originrios de ambientes desrticos extremos, apresentando adaptaes que os permitiram e permitem viver at os dias atuais, eles so capazes de sobreviver a perodos quase indefinidos sem gua, uma vez que so capazes de absorver a umidade e gua dos alimentos que ele consome, acredita-se que essa animal possua um tecido especializado em seu sistema digestrio que sirva como um reservatrio de gua para suprir a demanda do metabolismo quando no h um fonte de alimento mido ou de gua por perto, alm de absorver e armazenar gua, esse animal elimina uma urina altamente concentrada, para que a perda hdrica seja mnima. Desertos so biomas com a maior amplitude trmica do planeta, ou seja, temperaturas escaldantes durante o dia e baixssimas durante a noite, para enfrentar essas condies o Adax tira vantagem da sua colorao esbranquiada que reflete uma grande parte dos raios solares que atingem seu corpo, fazendo com que ele no absorva tanto calor e no precise usar uma grande quota de energia para manter a homeotermia, alm disso, eles cavam buracos rasos na areia em locais sombreados e l se mantm em repouso at o comeo da noite, onde as temperaturas esto mais amenas e o Adax aumenta sua atividade. ! Essa espcie se alimenta de gramneas e folhas de qualquer planta disponvel no deserto, mas observaes mostram que ele se alimenta apenas de algumas partes destas, geralmente a preferncia gira em torno de peas mais novas e mais verdes, que consequentemente, oferecem mais umidade. Sementes tambm fazem parte da dieta dos Adax, sendo a sua principal fonte de protena, por se alimentarem de plantas que contm alta umidade, eles esto sujeitos a infeces por parasitas como os nematides das famlias Trichostronglyoidea (Fig.3) e Stronglyoidea (Fig.4) !!!!!!! Registros histricos indicam que quanto mais desses mamferos uma pessoa podia capturar, mais digno de um status social superior na sociedade ela era, esse costume foi passado de gerao em gerao e colaborou para a diminuio extrema do nmero de indivduos desde meados de 1800. So animais mais lentos e com baixa atividade durante o dia, isso faz com que eles sejam presas fceis para seus predadores naturais, mas tambm so facilmente capturados e mortos por caadores que ganharam dinheiro com a carne e o couro deste animal, alm de caa, as populaes de Adax esto diminuindo devido o avano da populao humana em reas de deserto, estima-se que haja menos de 500 espcimes na natureza atualmente. ! No Brasil, existe um rigoroso monitoramento reprodutivo e gentico desses animais em Zoolgicos, todos os espcimes tem seus caritipos registrados e estes dados devem estar disponveis para todos os outros centros de conservao no pas, no h um cruzamento que no

    Fig.3 - Trichostronglyoidea sp. Fig.4 - Stronglyoidea sp.

  • ocorra sem que o mesmo seja notificado e registrado. Todo esse esforo e burocracia existe para tentar evitar a extino desta espcie, seja por caa, ou por cruzamentos danosos. !!2.2 - Ona-pintada:

    !!!!!!!!!!!! CLASSIFICAO TAXONMICA CLSSICA: !Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Carnivora Famlia: Felidae Subfamlia: Pantherinae Gnero: Panthera Espcie: Panthera onca (Linnaeus, 1758) !! A onca-pintada o maior felino do continente americano, esu corpo grande e musculoso, podendo variar entre 35 e 130 kg, sua cauda responsvel por uma grande parte do seu comprimento, que pode ir de 1,7 a 2,4 metros. Onas que vivem nas florestas geralmente so menores que as que vivem em reas abertas.

    Caracterizada por manchas pretas em forma de rosetas, sua pelagem varia do amarelo-claro ao castanho-ocreaceo. As rosetas desses animais funcionam como uma identidade do mesmo, permitindo identific-lo, j que cada indivduo possui um padro nico de pelagem. Algumas onas possuem o fundo preto, conhecidas como onas-pretas, mas ainda apresentam as rosetas. Dessa forma, possvel identificar cada indivduo com auxilio de armadilhas fotogrficas.

    Outras espcies de felinos, que tambm possuem manchas, podem ser confundidas com a ona-pintada, por exemplo o leopardo (Panthera pardus) que ocorre na frica e sia e a jaguatirica (Leopardus pardalis) que ocorre no continente americano. No entanto, essas espcies possuem porte e padro de pelagem distintos.

    O Genero Panthera composto pelo leopardo das neves, o tigre, o leo e o leopardo. Essas espcies possuem uma ossificao incompleta do osso hiide, localizado na regio da garganta que

    Fig.6 - Ona-pintada, Zoolgico de Braslia

  • proporciona o esturro, que pe um som utilizado na comunicao utilizado pelas onas para se localizarem, principalmente na poca da reproduo. As outras espcies emitem somente um miado.

    As onas-pintadas concentram suas atividades no perodo crepuscular-noturno, porm este comportamento pode variar conforme a regio geogrfica. Em hbitats de mata densa, as onas-pintadas podem apresentar maior atividade durante o dia do que em hbitats abertos como o Cerrado, o Pantanal e a Caatinga.

    A ona territorialista e utiliza de as fezes, urina e arranhes em arvores para demarcar sua rea de vida. Elas interagem com outros indivduos no perodo reprodutivo, sendo solitrias na maior parte do tempo.

    Aproximadamente com dois anos, as fmeas atingem sua maturidade sexual e podem ate ter a primeira cria com trs anos. Os machos so mais tardios, atingindo a maturidade sexual com aproximadamente trs anos; as fmeas os atraem com vocalizao e odor. O perodo reprodutivo dura o ano todo, e as onas se interagem por alguns dias, copulando varias vezes. O tempo de gestao da ona varia entre 93 e 105 dias, podendo nascer ate quatro filhotes, mas geralmente dois. Os filhotes que acabaram de nascer pesam entre 700 e 900 g, abrem os olhos na segunda semana de vida, mamam durante seis meses e acompanham a me durante mais ou menos um ano.

    A ona-pintada regula o tamanho das populaes de suas espcies presas (queixadas, capivaras e jacars), assumindo assim importante ecolgico no ambiente onde vivem. Esse animal necessita de um grande local para sobreviver e se reproduzir e suas exigncias ecolgicas englobam todas as exigncias das demais espcies que ocorrem no seu ambiente.

    No Brasil, a ona-pintada listada pelo IBAMA (2003) como ameaada de extino. Globalmente classificada como quase ameaada (IUCN, 2008). A converso de seu habitat natural para atividades agropecurias a principal causa da reduo de 50% de sua distribuio original (Sanderson et al. 2002), sendo que a espcie foi extinta em dois (Uruguai e El Salvador) dos 21 pases em que ocorria historicamente. A ona-pintada legalmente protegida na maioria dos pases que compreendem a sua distribuio somente na Bolvia a caa ainda permitida; e a espcie no tem nenhuma proteo legal no Equador e Guiana (Caso et al., 2008).

    Ao longo de toda a sua distribuio, a Amazonia o seu maior refugio. A manuteno e a restaurao de conexes entre populaes isoladas a principal estratgia de conservao para a ona-pintada.

    A fragmentao de hbitats tambm influencia diretamente na disponibilidade de presas naturais das onas-pintadas. Nesses casos, em regies de produo pecuria, o gado pode passar a ser uma importante presa para a espcie A incluso da espcie no Apndice I da CITES (Conveno do Comrcio em Espcies Ameaadas) praticamente eliminou o comrcio ilegal de pele de ona-pintada. No entanto, o abate de animais em retaliao a prejuzos que eles causam a pecuaristas continua sendo uma importante ameaa conservao da espcie. Isso demonstra que, para conservar a ona-pintada no basta manter hbitats e presas naturais, mas tambm minimizar conflitos entre esses predadores e os pecuaristas (veja por exemplo, Projeto Ona Social).

    A distribuio da ona-pintada se estendia dos Estados Unidos ate o sudeste da Argentina, mas atualmente sua distribuio se restringe aos pases da America Central e Sul. Aproximadamente metade da distribuio atual da ona-pintada encontra-se em territrio brasileiro, o que faz do Brasil um pas extremamente importante para garantir a conservao da espcie em longo prazo. No Brasil, a espcie possui uma distribuio relativamente ampla, ocorrendo da regio Norte at o leste

  • do Maranho, partes do Brasil Central e Caatinga, Pantanal e em algumas reas isoladas no Sudeste do pas.

    A ona-pintada um predador topo de cadeia alimentar, exclusivamente carnvoro. Estudos de sua dieta ao longo de toda sua distribuio j registraram mais de 85 espcies de presas naturais. Ela caa de forma oportunista, se alimentando das espcies mais abundantes no seu ambiente. Em algumas regies do Brasil, as onas-pintadas se alimentam principalmente de grandes mamferos, como o queixada, a capivara, o tamandu-bandeira e a anta, e em outras, se alimentam de rpteis, como a tartaruga e o jacar. Em reas onde vivem prximas ao gado, este pode constituir uma importante fonte de alimento na sua dieta.

    !2.3 - Araari-de-bico-branco (Tucano-de-cinta):

    !!!!!!!!

    ! CLASSIFICAO TAXONMICA: !Reino: Animalia Filo: Chordata Subfilo: Vertebrata Infrafilo: Gnathostomata Superclasse: Tetrapoda Classe: Aves Ordem: Piciformes Famlia: Ramphastidae Gnero: Pteroglossus Espcie: Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758) ! O Araari-de-bico-branco [do Tupi arassari, acarai = pequena ave brilhante] uma ave da famlia Ramphastidae, a mesma a qual pertencem os tucanos, so encontradas na Amrica do Sul, mais precisamente nas reas tropicais, existem registros desse Araari na Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela, no Brasil essa espcie pode ser encontrada - aproximadamente - na regio norte (entre o Par e Tocantins), na regio centro-oeste (no norte do Mato Grosso), no Nordeste (litoral de Pernambuco e estados adjacentes) e no Sudeste (leste de Minas, Rio de Janeiro e Esprito Santo) [Fig.8].

    Fig.7 - Araari-de-bico-branco, Zoolgico de Braslia

  • !!!!!!!!!!!!!!! Atualmente o estado de conservao dessa ave est classificado como Pouco preocupante segundo a IUCN. Esta ave pertence ao gnero Pteroglossus, do latim ptron (asa) e glssa (lngua) = lngua emplumada, dentro desse gnero esto descritas 12 espcies. ! Os Araaris so aves de pequeno porte, atingem cerca de 34 a 45cm, so bem semelhantes tucanos, a maioria das espcies do gnero Pteroglossus no possui dimorfismo sexual, como o caso do Pteroglossus aracari, mas isso no um padro. Uma caracterstica marcante desta espcie a presena de uma faixa avermelhada delgada em seu abdmen amarelado, alm da presena de um grande bico com colorao escura na mandbula, e leitosa na maxila, eles podem atingir at 305g. ! Essa ave costuma viver em copas de florestas altas e de terra firme, vrzeas e igaps (tanto interior como nas bordassem bordas), na natureza, estes animais vivem em bandos de 10 ou mais indivduos, que voam de clareira em clareira. O araari incuba seus os ovos por aproximadamente 16 dias, os filhotes crescem vagarosamente, deixando o ninho apenas com mais de 40 dias, Para aliment-los, os filhos do ano anterior ajudam os pais, ou seja, caso um casal no tenha descendentes em um determinado ano, no ano seguinte ele enfrentar dificuldades para faz-lo, pois ele ter que suprir sozinho as necessidades alimentcias das proles, alm de lhes garantir proteo, em outras palavras, caso um casal de Araari no tenha proles, o investimento parental para a prxima prole ser maior. ! Assim como a maioria das espcies dentro da famlia Ramphastidae, os araari alimentam-se de frutos, que so artigos de fcil digesto, compensando assim o tamanho diminuto do seu sistema digestrio e de seu bico longo, mas sem fora, observaes mostram uma preferncia pelas espcies vegetais Palmeira-juara e as Canelas. Para completar sua demanda de protenas, alm da dieta frugvora, esse espcime alimenta-se de pequenos artrpodes e pequenos invertebrados. !!!!

    Fig.8 - Distribuio de Pteroglossus aracari no Brasil

  • !!2.3 - Urubu-rei:

    ! !!!!!!!!!!!!! CLASSIFICAO TAXONMICA: !Reino: Animalia Filo: Chordata Subfilo: Vertebrata Infrafilo: Gnathostomata Superclasse: Tetrapoda Classe: Aves Ordem: Cathartiformes Famlia: Catharidae Gnero: Sarcoramphus Espcie: Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) !! O urubu-rei uma ave pertencente famlia Catharidae, habitante de zonas tropicais a semi-tropicais, desde o Mxico Repblica da Argentina, e em todo o Brasil, onde ua caa proibida, pois considerada uma ave importante na limpeza do meio ambiente (o urubu ajuda a controlar a epidemia comendo os animais mortos, por exemplo). Na natureza, esta espcie possui poucos predadores naturais, mas, devido baixa reprodutividade desta e degradao do seu habitat, registros dessa ave esto cada vez menores. ! Esta ave possui uma envergadura que varia de 170 a 198 cm e peso que oscila de 3 a 5 kg, medindo cerca de 85 cm de comprimento. Tem cabea e pescoo nus, pintados de vermelho, amarelo e alaranjado, a parte superior do corpo amarelo-clara, esbranquiada, asas e cauda pretas, o lado inferior branco, com plumagem branca e negra. ! Sua dieta estritamente carnvora, mas no se alimenta animais vivos, a no ser que esteja faminto e a presa for fcil, como consumidores de carne em putrefao desempenham importante papel no saneamento, eliminando matrias orgnicas em decomposio. So imunes,

    Fig.9 - Urubu-rei, Zoolgico de Braslia

  • aparentemente, ao botulismo, seu suco gstrico dos bioquimicamente to ativo que neutraliza as toxinas cadavricas e bactrias, eliminando perigos posteriores de infeco.

    Quando so alimentados em cativeiro - com carne fresca - no apresentam odor ftido. Seu mecanismo de ataque comea quando ele avista uma carcaa, nisso ele mergulha rapidamente em direo ao solo e pousa nas proximidades. Por mais fome que tenha, espera cautelosamente durante uma hora s quando convencido de que no h nenhum perigo que ele aproxima-se do cadver, onde farta-se at mal poder se mover. De estmago, exala um cheiro forte, repugnante e exatamente durante a alimentao que ele - que normalmente apresenta hbitos solitrios - visto com outras aves de rapina, principalmente urubu-de-cabea-preta.

    Quando as espcies menores esto pousando para alimentar-se, esse comportamento denuncia a presena de carnia e o urubu-rei aproveita-se disso para chegar fonte de alimentao. Em geral, um ou dois adultos, eventualmente algumas aves juvenis, esto em uma nica carnia, isso parece indicar a existncia de territrio, onde as aves adultas evitam a presena de outros urubus-rei. Em algumas carcaas grandes, possvel se observar mais adultos, mesmo com outros da sua espcie, s se encontra nestas ocasies ou, claro, em poca reprodutiva.

    Na estao de reprodutiva, que vai de julho a dezembro, o macho, tanto no poleiro ou no solo, corteja a fmea, abrindo e fechando suas asas e exibindo a vrtice vivamente colorida, abaixando a cabea. O casal escolhe um local sem muito capricho, no cho da mata ou no meio de pedras (ou em morros), em ltimo caso simplesmente aproveita um ninho j existente para fazer a postura dos ovos (geralmente de 1 a 2). A incubao longa durando de 53 a 58 dias, enquanto a fmea choca os ovos, o macho sai a procura de alimento para ambos, o casal pode revezar na incubao e quando o filhote est nascendo, a fmea ajuda a tirar a casca do ovo delicadamente, quando finalmente o animal sai do ovo, este possui uma fina penugem branca que mantida nas primeiras semanas de vida, com o passar dos dias seu aspecto lembra uma bola de algodo, o filhote alimentado pelos pais com regurgito e quando atinge a maturidade sexual - aos 3 anos - que apresentam sua colorao tpica.

    Trata-se de uma ave diurna, pousa nas rvores mais altas da mata onde costuma dormir. Passa a noite empoleirada em um galho sempre no mesmo lugar. O urubu-rei levanta voo quando o sol nasce e plana acima do topo das rvores, circulando bem alto e locomove-se no solo a custa de longos pulos elsticos (as pernas so relativamente longas). O urubu-rei abre as asas e defeca sobre as pernas para auxiliar a termorregulao. visto, normalmente, sozinho ou aos pares, raramente em grupos de vrios indivduos. exceto em perodos como durante a alimentao.

    !03. Referncias

    Carvalho Filho, E.P.M., G. Zorzin, and G.V. Specht. 2004. Breeding biology of King Vulture in southeastern Brazil. Ornitologia Neotropical 15: 219-224.S.O.S. Falconiformes !FUNDAO JARDIM ZOOLGICO DE BRASLIA. Nossa Histria: Fundao Jardim Zoolgico de Braslia. Disponvel em . Acesso em 07/08/2014.

    INSTITUTO ONA-PINTADA. Panthera onca. Disponvel em . Acesso em 07/08/2014. !

  • IUCN. IUCN Redlist. Adax nasomaculatos. Disponvel em . Acesso em 06/08/2014. !WIKIAVES. Araari-de-bico-branco. Disponvel em http://www.wikiaves.com.br/aracari-de-bico-branco. Acesso em 05/08/2014.

    WIKIPEDIA. Sarcoramphus papa. Disponvel em . Acesso em 07/08/2014. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !

  • !!!!!UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA!

    INSTITUTO DE BIOLOGIA!CINCIAS BIOLGICAS - INTEGRAL!

    VERTEBRADOS II!!!!!!!!!!!!!!!!!!!RELATRIO DE VISITA TCNICA!

    - ZOOLGICO DE BRASLIA - !!!!!!!!!!!!!!!DOCENTE: Profa. Dra. Vera Brites!!DISCENTE(S): !- Artur Paes Leme Werlang (11211BIO036)!- Bruna Soares Silva (11211BIO017)!!!!!

    Uberlndia, 08 de Agosto de 2014