Relatorio Final

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COMISSÃO DE PERITOS DE CARAGUATATUBA-SP PORTARIA CONJUNTA 02/2013 Uniformização de critérios de avaliação e valores unitários básicos para pericias judiciais em ações de desapropriações dos Contornos Norte e Sul da Rodovia dos Tamoios. 1 EXMOS. SRS. DRS. JUÍZES DE DIREITO DAS 1ª, 2ª E 3ª VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE CARAGUATATUBA-SP Ref: PORTARIA CONJUNTA 02/13 A COMISSÃO DE PERITOS JUDICIAIS DE CARAGUATATUBA, nomeada pela portaria Conjunta 02/13 pelos Meritíssimos Senhores Juízes de Direito, Dra. Fernanda Ambrogi - Primeira Vara Cível, Dr. João Mário Estevam da Silva - Segunda Vara Cível e Diretor do Fórum da Comarca de Caraguatatuba, e, o Dr. Daniel Toscano - Terceira Vara Cível, com objetivo de uniformizar os critérios de avaliações, metodologias e laudos para DESAPROPRIAÇÕES DOS CONTORNOS NORTE E SUL DA RODOVIA DOS TAMOIOS no Município de Caraguatatuba-SP, vem mui respeitosamente, apresentar as conclusões que chegaram ao trabalho que segue em anexo:

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  • COMISSO DE PERITOS DE CARAGUATATUBA-SP PORTARIA CONJUNTA 02/2013

    Uniformizao de critrios de avaliao e valores unitrios bsicos para pericias judiciais em aes de desapropriaes dos Contornos Norte e Sul da Rodovia dos Tamoios.

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    EXMOS. SRS. DRS. JUZES DE DIREITO DAS 1, 2 E 3 VARAS CVEIS DA COMARCA DE CARAGUATATUBA-SP

    Ref: PORTARIA CONJUNTA 02/13

    A COMISSO DE PERITOS JUDICIAIS DE CARAGUATATUBA, nomeada pela portaria Conjunta 02/13 pelos

    Meritssimos Senhores Juzes de Direito, Dra. Fernanda Ambrogi -

    Primeira Vara Cvel, Dr. Joo Mrio Estevam da Silva - Segunda Vara

    Cvel e Diretor do Frum da Comarca de Caraguatatuba, e, o Dr. Daniel

    Toscano - Terceira Vara Cvel, com objetivo de uniformizar os critrios de

    avaliaes, metodologias e laudos para DESAPROPRIAES DOS

    CONTORNOS NORTE E SUL DA RODOVIA DOS TAMOIOS no

    Municpio de Caraguatatuba-SP, vem mui respeitosamente, apresentar as

    concluses que chegaram ao trabalho que segue em anexo:

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    Uniformizao de critrios de avaliao e valores unitrios bsicos para pericias judiciais em aes de desapropriaes dos Contornos Norte e Sul da Rodovia dos Tamoios.

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    Nestes termos,

    Pede o recebimento para as providncias cabveis.

    Caraguatatuba, 20 de Dezembro de 2013

    Comisso de Peritos Judiciais CPJC

    Antnio Sergio Ferri da Silva

    Cesar Augusto de Oliveira Piraj

    Fbio Costa Fernandes

    Jos Eduardo Narciso

    Jos Tarcisio Doubek Lopes

    Nilo Shirozono

    Thales Guilherme Carlini Thales do Valle Dutra

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    Uniformizao de critrios de avaliao e valores unitrios bsicos para pericias judiciais em aes de desapropriaes dos Contornos Norte e Sul da Rodovia dos Tamoios.

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    RELATRIO FINAL DA COMISSO DE PERITOS JUDICIAIS NOMEADA PELA PORTARIA CONJUNTA N 02/2013

    DIRETRIZES, CRITRIOS, PARMETROS, VALORES UNITRIOS DE TERRENOS E METODOLOGIA PARA AS AVALIAES DOS IMVEIS DESAPROPRIADOS

    PELA DERSA/DER PARA CONSTRUO DO CONTORNO NORTE E SUL DA RODOVIA DOS

    TAMOIOS, NO MUNICPIO DE CARAGUATATUBA - SP

    DEZEMBRO DE 2013

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    Uniformizao de critrios de avaliao e valores unitrios bsicos para pericias judiciais em aes de desapropriaes dos Contornos Norte e Sul da Rodovia dos Tamoios.

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    Sumrio 1 CONSIDERAES PRELIMINARES .......................................................................................... 6

    2 OBJETIVO ...................................................................................................................................... 7

    3 - DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................................. 7

    3.1 - TRECHO NORTE............................................................................................................ 7

    3.1.1 - SUB TRECHO NORTE N1 ........................................................................................... 8

    3.1.2 - SUB TRECHO NORTE N2 ........................................................................................... 8

    3.1.3 - SUB TRECHO NORTE N3 ........................................................................................... 9

    3.1.4 - SUB TRECHO NORTE N4 ........................................................................................... 9

    3.2 - TRECHO SUL ................................................................................................................. 9

    3.2.1 SUB TRECHO SUL S1 ........................................................................................... 10

    3.2.2 SUB TRECHO SUL S2 ........................................................................................... 11

    3.2.3 SUB TRECHO SUL S3 ........................................................................................... 11

    3.2.4 SUB TRECHO SUL S4 ........................................................................................... 11

    3.2.5 SUB TRECHO SUL S5 ........................................................................................... 11

    3.2.6 SUB TRECHO SUL S6 ........................................................................................... 11

    4 DADOS TCNICOS DAS REAS DESAPROPRIADAS ......................................................... 12

    4.1 CARACTERSTICAS DOS IMVEIS DESAPROPRIADOS ......................................... 12

    5 METODOLOGIA .......................................................................................................................... 12

    5.1 Desenvolvimento dos Trabalhos ................................................................................... 12

    6 TERMINOLOGIA E CONCEITOS ADOTADOS ....................................................................... 15

    6.1 - VISTORIA ..................................................................................................................... 16

    6.2 FATOR LOCALIZAO ............................................................................................... 17

    6.3 GLEBAS URBANIZVEIS ............................................................................................ 18

    6.4 CASOS ESPECIAIS ..................................................................................................... 19

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    6.5 - TERRENO EM REGIO SUJEITA INUNDAES/ENCHENTES.............................. 19

    6.6 - FAIXA LINDEIRA A CRREGO .................................................................................... 20

    6.7 - Servides ...................................................................................................................... 20

    6.8 - TERRENOS ENCRAVADOS ........................................................................................ 20

    6.9 - DESVALORIZAO DE REMANESCENTE ................................................................. 21

    6.10 ANLISE DOCUMENTAL .......................................................................................... 22

    7 - AVALIAO .................................................................................................................................. 23

    8 - VALORES BSICOS UNITRIOS .............................................................................................. 23

    8.1 TRECHO NORTE SENTIDO UBATUBA.................................................................... 24

    8.2 - TRECHO SUL SENTIDO SO SEBASTIO .............................................................. 25

    9 - ENCERRAMENTO ....................................................................................................................... 26

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    1 CONSIDERAES PRELIMINARES

    O Municpio de Caraguatatuba, localizado no litoral Norte do

    Estado de So Paulo, possui uma populao de aproximadamente

    110.000 habitantes, que praticamente dobra no perodo de vero.

    Seu acesso principal realizado pela Rodovia dos Tamoios SP

    99, e pela Rodovia litornea Rio-Santos BR 101, ambas atualmente com

    rodagem simples em alguns trechos.

    Verifica-se que a malha viria no comporta o trfego existente,

    motivo pelo qual o Governo do Estado de So Paulo, atravs de suas

    polticas pblicas, decidiu realizar a duplicao da principal rodovia de

    acesso e a realizao do Contorno Norte e Sul da Rodovia dos Tamoios,

    estabelecendo nova rota de trfego de veculos automotores afim de aliviar

    o trnsito no centro urbano de Caraguatatuba, e, assim contribuir para

    agilizar o acesso ao Porto de So Sebastio.

    Foi necessrio o poder pblico realizar desapropriaes para

    execuo da obra, motivo pelo qual, diante das vrias aes judiciais que

    sero impetradas e, diante da necessidade de uniformizao de critrios

    de avaliaes, valores e procedimentos para elaborao dos Laudos

    Periciais, os Juzes de Direito, Dra. Fernanda Ambrogi - Primeira Vara

    Cvel, Dr. Joo Mrio Estevam da Silva - Segunda Vara Cvel e Diretor do

    Frum da Comarca de Caraguatatuba, e o Dr. Daniel Toscano - Terceira

    Vara Cvel, da Comarca de Caraguatatuba elaboraram a portaria conjunta

    n 02/2013, designando equipe de Peritos Judiciais habilitados na rea de

    engenharia de avaliaes para realizao do presente trabalho.

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    2 OBJETIVO

    Diante da quantidade expressiva de aes de desapropriaes a

    serem ingressadas na Comarca, foi formada a Comisso de Peritos com o

    objetivo de uniformizao dos critrios de avaliaes, valores unitrios

    bsicos e orientao dos laudos periciais que sero realizados sobre a

    rea de desapropriao da obra Contorno Norte e Sul da Rodovia dos

    Tamoios.

    3 - DO EMPREENDIMENTO

    Faixa linear com largura varivel e extenso aproximada de

    22 Km, que foi subdivido em sub-trechos com caractersticas semelhantes,

    para o procedimento de critrios para determinao dos valores unitrios

    bsicos aplicveis nos Laudos de Avaliaes Judiciais.

    Foram realizadas as seguintes subdivises:

    3.1 - TRECHO NORTE

    Inicia-se na Rodovia dos Tamoios, sentido Ubatuba, no trecho

    urbano denominado Av. Presidente Campos Salles, nas proximidades do

    Supermercado Shibata, bairro Caputera, Morro do Canta Galo e findando

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    no incio da Serra na Rodovia BR.101, no Bairro Olaria, proximidades da

    Av. Presidente Castelo Branco.

    A seguir segue ilustrao deste trecho:

    3.1.1 - SUB TRECHO NORTE N1

    Inicia-se na Rodovia dos Tamoios, sentido Ubatuba, no trecho

    urbano denominado Av. Presidente Campos Salles, nas proximidades do

    Supermercado Shibata, bairro Caputera, at a o incio do tnel.

    3.1.2 - SUB TRECHO NORTE N2

    Inicia-se na sada do tnel, passando nas proximidades da

    Estrada da Serraria, com ocupaes e caractersticas rurais, at as

    proximidades do Bairro Canta Galo.

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    3.1.3 - SUB TRECHO NORTE N3

    Compreende a regio do Bairro Canta Galo, e Bairro Casa

    Branca.

    3.1.4 - SUB TRECHO NORTE N4

    Compreende a regio do Bairro Olaria at o limite do Bairro Canta

    Galo.

    3.2 - TRECHO SUL

    Inicia-se na Rodovia dos Tamoios, sentido So Sebastio, no

    trecho urbano denominado Av. Presidente Campos Salles, proximidades

    do Supermercado Shibata, bairro Caputera, seguindo pelo leito antigo da

    BR 101 (Translitornea) passando pelos Bairros Jaqueira, Tinga, Jardim

    Itauna e Jardim das Gaivotas; transpassando a Fazenda Serramar e

    seguindo at a divisa do Municpio de So Sebastio, cujo trecho, devido a

    suas caractersticas de edificao, ocupao, valores e padro social,

    foram subdividas em sub-trechos a seguir:

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    3.2.1 SUB TRECHO SUL S1

    Inicia-se na Rodovia dos Tamoios, no trecho urbano denominado

    Av. Presidente Campos Salles, nas proximidades do Supermercado

    Shibata, bairro Caputera, seguindo pelo leito antigo da BR 101

    (Translitornea) passando pelos Bairros Jaqueira.

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    3.2.2 SUB TRECHO SUL S2

    Inicia-se no limite do Bairro Jaqueira, passando pelo Bairro Tinga

    e Jardim Itana.

    3.2.3 SUB TRECHO SUL S3

    Inicia-se no limite do Bairro Tinga, seguindo pela BR 101, entre

    os Bairros Poiares e Gaivotas at a divisa com a Fazenda Serra Mar.

    3.2.4 SUB TRECHO SUL S4

    Trecho que atravessa a Fazenda Serra Mar, entre a divisa do

    Bairro Gaivotas/Poiares at o limite do Bairro Golfinhos.

    3.2.5 SUB TRECHO SUL S5

    Trecho compreendido entre o Bairro Golfinhos e Morro do

    Algodo.

    3.2.6 SUB TRECHO SUL S6

    Trecho compreendido entre o Bairro do Algodo at a divisa com

    o Municpio de So Sebastio.

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    4 DADOS TCNICOS DAS REAS DESAPROPRIADAS

    Abrange lotes de diversas dimenses, vazios ou ocupados com

    construes populares e outras, glebas susceptveis de urbanizao com

    vocao urbana/rural e destinao agropastoril.

    4.1 CARACTERSTICAS DOS IMVEIS DESAPROPRIADOS

    De acordo com o traado do Contorno Norte e Sul da Rodovia

    dos Tamoios lanado em imagem de satlite fornecido pela DERSA, (Nova

    Tamoios Contornos Estudo de Desapropriao e reassentamento

    Planta D10), a faixa desapropriada vai abranger: lotes de terrenos vagos;

    lotes com benfeitorias; ocupaes para reassentamentos e glebas

    urbanizveis.

    5 METODOLOGIA

    5.1 Desenvolvimento dos Trabalhos

    Para o presente trabalho, foi realizada pesquisa de campo dos

    elementos comparativos, dividindo-se a Comisso de Peritos em sub-

    grupos de trabalhos compostos por 2 (dois) profissionais responsveis

    para cada sub-trecho, a seguir descrito:

    Trecho Norte: Engs Antonio Sergio Ferri da Silva e Fbio Costa

    Fernandes

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    Trecho Sul: Sub-Trecho 1: Da Rodovia dos Tamoios at a Fazenda Serramar

    - Engs Thales Guilherme Carlini e Jos Tarcisio Doubek Lopes

    Sub-Trecho 2: Da Fazenda Serramar at o limite de Municpio

    com So Sebastio: Engs Thales do Valle Dutra e Cesar Augusto de

    Oliveira Piraj.

    Glebas: Engs Jos Eduardo Narciso e Nilo Shirozono

    Os elementos comparativos figuram-se basicamente em duas

    caractersticas: Terrenos e Glebas.

    Nos imveis urbanos, foram coletados elementos comparativos

    entre terrenos preferencialmente vagos e/ou edificados.

    Foram coletados dados de glebas suscetveis de urbanizao.

    Para homogeneizao dos elementos comparativos, foram

    adotados os critrios previstos na Norma de Avaliao de Imveis Urbanos

    do IBAPE/SP-2011, bem como para as benfeitorias existentes nos

    elementos comparativos coletados, estas tiveram seus valores e

    depreciaes valorados pelo Estudo Valores de Eificaes de Imveis

    Urbanos IBAPE -SP.

    Para as Glebas, foram adotados os procedimentos para

    homogeneizao estabelecidos pela Comisso de Peritos das aes

    expropriatrias Estao Ecolgica Juria-Itatins, nos municpios de

    Peruibe, Iguape, Itariri e Miracatu.

    A pesquisa elaborada pela Comisso de Peritos desta Comarca,

    com enfoque para o estudo de Glebas, resultou apurar unitrio bruto acima

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    dos valores praticados no mercado, por conseguinte, indicativo da

    ocorrncia de especulao imobiliria, quer em razo da massa amostral,

    como em face do fato dos elementos coligidos estarem concentrados a

    poucos proprietrios, constante do Anexo VI.

    Pelos motivos acima expostos, esta Comisso, de forma

    unnime, aps simulaes, resolveu adotar para avaliao de Glebas

    susceptveis de urbanizao, o consagrado Mtodo Involutivo constante da

    Norma da ABNT, partindo-se da pesquisa dos elementos comparativos de

    imveis urbanos (lotes vagos e/ou edificados), localizados prximos do

    traado do projeto, devidamente homogeneizados atravs de critrios

    normativos especficos.

    Tal procedimento se justifica em face da constatao de que os

    comparativos constitudos de lotes de terreno (com ou sem construo)

    ainda no foram contaminados pela especulao imobiliria, haja vista

    constituir uma massa amostral pulverizada onde no foi detectado haver

    indcios de especulao imobiliria.

    O modelo proposto na aplicao do Mtodo Involutivo consiste

    de um modelo dinmico com equaes pr-definidas, que uma

    adaptao da formula desenvolvida pelos engenheiros Hlio de Caires e

    Hlio Roberto de Caires. Existem diversas variaes a aplicabilidade deste

    conceito, que podero ser utilizadas pelo Engenheiro Perito Avaliador

    conforme a situao de cada imvel desapropriado.

    O mtodo involutivo, se escolhido pelo perito avaliador, dever

    conter as seguintes etapas:

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    a) Vistoria da regio geo-econmica na qual se encontra inserido o terreno,

    visando a coleta de dados referentes aos loteamentos vizinhos e

    condies de mercado;

    b) Caracterizao do hipottico empreendimento imobilirio, considerando

    o aproveitamento eficiente do terreno, legalmente permitido pela

    legislao de uso e ocupao do solo e compatvel com a regio

    analisada;

    c) Clculo da receita lquida provvel, obtida atravs de pesquisas de

    preos de lotes, deduzidas as despesas de comercializao, as legais,

    as indiretas e as eventuais;

    d) Clculo do custo do empreendimento, consideradas as despesas

    inerentes transformao do terreno no empreendimento projetado;

    e) Estimativa do prazo previsto para a execuo e comercializao do

    empreendimento;

    f) Estimativa da margem de lucro do empreendedor, que deve ser

    proporcional ao risco do empreendimento;

    g) Aplicao dos dados coletados e admitidos em modelo dinmico

    simplificado com resultado expresso em tabela de correlao gleba-lote.

    6 TERMINOLOGIA E CONCEITOS ADOTADOS

    As terminologia e conceitos adotados so os constantes na

    Norma para Avaliao de Imveis Urbanos IBAPE/SP-2011.

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    Para o tratamento de Fatores, sero utilizadas as constantes no

    item 10 ao 10.5.3 da Norma para Avaliao de Imveis Urbanos

    IBAPE/SP-2011.

    Para o Fator Melhoramento Pblicos, ser utilizado o estudo do

    Eng. Joo Ruy Canteiro1 a seguir descrito:

    Melhoramento Porcentagem

    gua 15% = 0,15

    Esgoto 10% = 0,10

    Luz Pblica 5% = 0,05

    Luz Domiciliar 15% = 0,15

    Guias Sarjetas 10% = 0,10

    Pavimentao 30% = 0,30

    6.1 - VISTORIA

    Exame circunstanciado de um imvel e da regio onde se

    localiza, apresentado na forma de descrio minuciosa dos elementos que

    os constituem e documentao fotogrfica, visando objetivo especfico.

    Subdivide-se entre Prvia e Definitiva.

    A Vistoria Prvia objetiva de forma especfica caracterizar

    minuciosamente o imvel desapropriado, com todos os elementos que o

    1 Canteiro, Joo Ruy. Terrenos, subsdios a tcnica da avaliao, Ed. Pini, 2 Ed., 1971, pag. 54.

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    constituem, com farta documentao fotogrfica da situao antes da

    imisso de posse, objetivando instruir o Laudo Prvio.

    A Vistoria Definitiva por ocasio do Laudo Definitivo, objetiva da

    mesma forma especfica da vistoria prvia a caracterizar o imvel, e

    complementar eventuais fatos no abordados no laudo prvio, depois da

    imisso de posse,objetivando instruir o Laudo Definitivo.

    No caso de desapropriao parcial, dever apurar a situao do

    imvel, e eventuais prejuzos decorrentes, tais como: seccionamento do

    imvel e perda da unidade; interrupo de acesso e servides existentes;

    encravamentos de remanescente; perdas de aguada; alm de culturas e

    benfeitorias contidas dentro da faixa de domnio e fora delas quando

    prejudicadas.

    6.2 FATOR LOCALIZAO

    A Comisso de Peritos, aps estudo da PGV de Caraguatatuba,

    verificou que no poder ser utilizado os ndices de Localizao (IL),

    tendo em vista que a mesma est defasada e incompatvel com o mercado

    imobilirio. Como forma de suprir esta deficincia, foram coletadas

    amostras nas proximidades das reas avaliandas e homogeneizadas de

    acordo com a Norma para Avaliao de Imveis Urbanos IBAPE/SP: 2011.

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    6.3 GLEBAS URBANIZVEIS

    Denominam-se glebas urbanizveis aquelas que, inseridas dentro

    do permetro urbano ou da zona de expanso urbana, apresentem

    caractersticas de localizao, de dimenses e rea, de topografia e de

    acessibilidade, alm de outras, de modo tal que seu melhor e mais

    eficiente aproveitamento obtido atravs de um plano de loteamento, no

    qual seja previsto o seu retalhamento pela implantao de um arruamento

    e pela sua subdiviso em lotes.

    Podem tambm ser consideradas glebas urbanizveis aquelas

    que, embora localizadas em zona rural, se apresentem com a

    possibilidade de virem a ser urbanizadas, seja porque se localizam em

    polos de valorizao excepcional, seja porque a sua estratgica

    localizao faz com que haja uma procura muito grande de pequenas

    reas para a explorao de atividades comerciais e ou industriais.

    A transformao de uma gleba bruta em loteamento de

    caractersticas urbanas envolve a execuo de vrios melhoramentos dos

    servios pblicos beneficiando as diversas quadras e os lotes que as

    integram, o que, geralmente, facilita a absoro do produto final pelo

    mercado, reas mais reduzidas, quer ainda em decorrncia da prpria

    urbanizao que passa a se constituir num atrativo para os futuros

    proprietrios dos lotes.

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    6.4 CASOS ESPECIAIS

    So enquadrados em casos especiais, aquelas situaes que no

    esto compreendidas no corpo deste trabalho, ficando a critrio do

    Engenheiro Perito nomeado, o estudo e justificativa da utilizao do melhor

    critrio tcnico a ser adotado.

    Nesta situao, tambm so enquadradas as faixas de transio

    entre os sub-trechos.

    6.5 - TERRENO EM REGIO SUJEITA INUNDAES/ENCHENTES

    As regies sujeitas a inundaes (solo alagadio) so aquelas em

    que por insuficincia do sistema de drenagem superficial, ocorrem

    alagamentos frequentes durante as estaes de chuvas, impedindo

    acesso direto aos imveis, podendo inclusive atingir o interior do terreno.

    Para terrenos localizados nestas regies, poder ser utilizado o

    ndice definido na tabela abaixo:

    Superfcie Fatores

    Terreno seco 1,00

    Brejoso ou Pantanoso 0,60

    Alagadio 0,70

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    6.6 - FAIXA LINDEIRA A CRREGO

    Nos terrenos contguos a crregos, desde que no aplicveis os

    fatores corretivos no item Consistncia do Solo, deve ser estabelecida

    uma depreciao de 20% ao longo de uma faixa paralela aos mesmos,

    conforme legislao vigente.

    Deve ser observado tambm o previsto na Legislao Federal,

    Estadual e Municipal.

    6.7 - SERVIDES

    Nos casos das faixas da rodovia em que houver transposies

    com servides de passagem, ser adotado o fator correspondente a 2/3

    (dois teros) do valor do terreno para imvel urbano.

    6.8 - TERRENOS ENCRAVADOS

    Nos casos de reas encravadas pela obra expropriatria, as

    mesmas sero avaliadas sobre sua condio, acessibilidade e

    valor,levando-se em conta os fatores estabelecidos no presente

    trabalho,por ocasio do laudo definitivo.

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    6.9 - DESVALORIZAO DE REMANESCENTE

    Nos casos em que houver prejuzo de remanescente pelo:-

    seccionamento da propriedade com perda da unidade, formato, topografia,

    aproveitamento, rea e acesso ao remanescente, etc., dever ser

    calculada a desvalorizao do remanescente,com base em critrio

    proposto no trabalho do Eng. Jos Eduardo Narciso e outro, apresentado

    no 1 Congresso Mundial de Avaliaes, em 1981, com o tema

    Desvalorizaes de Remanescentes em Decorrncia de

    Desapropriaes.

    Ser adotado os seguintes critrios:

    a) Direta: Classe de Dimenso (alqueires)

    Desvalorizao Fator

    < 3 5% 0,050 3 10 4% 0,040 10 - 30 3,5% 0,035

    30 100 3% 0,030 >100 2% 0,020

    b) Indireta: Classe de dimenso (alqueire)

    Desvalorizao Fator

    100 4,5% 0,045

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    c) Nula Classe de Dimenses (Alqueire)

    Desvalorizao Fator

    Qualquer dimenso 40% 0,40

    Para os casos de desvalorizao de lotes urbanos ser adotado

    para a desvalorizao do remanescente os seguintes itens:

    a) A perda de potencial construtivo em consequncia da rea

    desapropriada.

    b) A utilizao do critrio antes-depois.

    6.10 ANLISE DOCUMENTAL

    Tratando-se de desapropriao direta por rgo pblico, acostada

    inicial com toda documentao correspondente identificao do imvel

    e do proprietrio, planta e memorial descritivo especfico da rea

    necessria e laudo administrativo elaborados pela DERSA e empresa

    contratante, esta Comisso de Peritos adotar preliminarmente como

    corretas tais informaes na fase de elaborao do Laudo Prvio.

    Havendo constatao de distoro e/ou ausncia de informaes sobre:

    posses; benfeitorias e limites de divisas, devero estes, serem informados

    no Laudo Pericial.

    Eventuais anlises complementares sero realizadas por ocasio

    da elaborao do Laudo Definitivo quando questionadas.

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    7 - AVALIAO

    Para a avaliao das benfeitorias de caractersticas urbanas ser

    adotada a metodologia recomendada na Norma do IBAPE/SP Instituto

    Brasileiro de Avaliaes e Percias e/ou EVV Edificaes e Valores de

    Venda.

    Para a avaliao das benfeitorias reprodutivas e no reprodutivas

    de caractersticas rurais, ser adotado o trabalho realizado pela CTEEP-

    Companhia de Transmisso de Energia Eltrica Paulista e/ou o trabalho

    realizado pela Comisso de Peritos Judiciais da Ampliao do Aeroporto

    Internacional de Viracopos CPERCAMP com valores atualizados.

    8 - VALORES BSICOS UNITRIOS

    De acordo com a pesquisa imobiliria de elementos comparativos

    desenvolvidos pelos integrantes desta Comisso de Peritos, subdivididas

    em trechos e devidamente homogeneizadas atravs de critrios

    especficos descritos no presente trabalho, obteve-se os valores unitrios

    de terrenos a serem adotados nos Laudos de Avaliaes dos imveis

    desapropriados, para a seguinte situao paradigma:

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    Topografia plana e em nvel da rua.

    Consistncia do terreno seca

    2 Zona de homogeneizao

    Lote com acesso a via pblica dotado dos seguintes

    melhoramentos pblicos urbanos:

    Rede de gua;

    Rede de esgoto;

    Iluminao pblica;

    Luz domiciliar;

    Guias e sarjetas;

    Pavimentao.

    8.1 TRECHO NORTE SENTIDO UBATUBA

    O trecho Norte foi dividido em 04 (quatro) sub trechos: N1; N2; N3

    e N4.

    Quadro de Valores Comparativos

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    N1 R$ 277,31/m2

    N2 Caso especial

    N3 R$ 76,34/m2

    N4 R$328,30/m2

    8.2 - TRECHO SUL SENTIDO SO SEBASTIO

    O trecho Sul foi dividido em 06 (seis) sub-trechos: S1; S2; S3; S4;

    S5 e S6.

    Quadro de Valores Comparativos para a seguinte

    S1 R$ 325,05/m

    S2 R$ 255,95/m

    S3 R$ 245,18/m

    S4 R$ 304,62/m2

    S5 R$ 114,14/m2

    S6 R$ 154,12/m2

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    9 - ENCERRAMENTO

    Encerramos o presente relatrio da comisso de peritos com 26

    (Vinte e cinco) folhas digitadas, rubricadas e esta ltima datada e

    assinada.

    Antnio Sergio Ferri da Silva

    Cesar Augusto de Oliveira Piraj

    Fbio Costa Fernandes

    Jos Eduardo Narciso

    Jos Tarcisio Doubek Lopes

    Nilo Shirozono

    Thales Guilherme Carlini Thales do Valle Dutra

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    RELAO DE ANEXOS:

    ANEXO I PORTARIA CONJUNTA 02/13 ANEXO II NORMA DO IBAPE INSTITUTO BRASILEIRO DE

    AVALIAES E PERCIAS DE ENGENHARIA

    ANEXO III PESQUISA TRECHO NORTE

    ANEXO IV PESQUISA TRECHO SUL

    ANEXO V PESQUISA DE GLEBAS ANEXO VI TRABALHO DESVALORIZAO DE REMANESCENTES

    EM DECORRNCIA DE DESAPROPRIAES ACRDO

    ANEXO VII PLANTA DO PLANO DIRETOR DE CARAGUATATU

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