RELATÓRIO TÉCNICO DE PARTICIPAÇÃO DA DELEGAÇÃO ... · para monitoramento e testes elétricos...

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RELATÓRIO TÉCNICO DE PARTICIPAÇÃO DA DELEGAÇÃO BRASILEIRA À SESSÃO BIENAL DO CIGRE DE 2018 RIO DE JANEIRO 16 DE NOVEMBRO DE 2018

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RELATÓRIO TÉCNICO DE PARTICIPAÇÃODA DELEGAÇÃO BRASILEIRA

À SESSÃO BIENAL DO CIGRE DE 2018

RIO DE JANEIRO 16 DE NOVEMBRO DE 2018

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ÓRGÃO/CE MEMBROS ÓRGÃO/CE MEMBROS

DIR+SEX 5 C2 6 A1 8 C3 7 A2 8 C4 9 A3 3 C5 6 B1 5 C6 3 B2 9,5 D1 6 B3 2 D2 2 B4 8,5 EVENTOS 5 B5 12 YMember 3 C1 4 TOTAL 112

z 1.0 INTRODUÇÃO

O objetivo deste relatório é apresentar as principais atividades técnicas desenvolvidas pelos membros da delegação do CIGRÉ-Brasil à Sessão Bienal 2018 do CIGRE, realizada de 25/08 a 31/08/2018.

z 2.0 DELEGAÇÃO DO CIGRÉ-BRASIL

A delegação do CIGRÉ-Brasil à Sessão Bienal 2018 do CIGRÉ foi composta por 112 membros assim discriminados por Órgão / Comitê de Estudo:

Comitê de Estudo Título Autor Principal

A1 Variability of PD readings and failure location in high voltage bars T. Hildinger A1 A Study of the failure and repair rate indicators of the Itaipu generator R. Silva units A3 Application of metal oxide surge arresters in parallel with circuit J. Amon breaker’s chambers as a possible solution to reduce TRV B1 Conversion of a portion of a 220 kV Overhead Line to Underground J. Lopes in Cartagena - Colombia B1 New High Voltage Underground Cables to Supply the Energy C. Peixoto for the 2016 Olympic Games B1 Comparative Between Underground Lines Magnetic Field Shielding R. Moreira Techniques on the Field Reduction Factor, Line Ampacity and Implementation Costs B2 Copel’s experience on uprating a 69 kV Compact Overhead Urban M. Souza Transmission Line into 138 kV (Supercompact urban transmission line) B2 Optical system for broadband data transmission concomitant J. Rosolem to monitoring the physical integrity of conductors in overhead transmission lines B3 Integrated Compact Substation – SECI: A Strategic Pattern P. Costa for Expansion of the Electrical Distribution System in Brazil B4 An 800 kV HVDC bipole to reinforce a regional interconnection D. Carvalho and integrate a large amount of variable renewable generation B4 HVDC Ground Electrodes and Tectonic Setting P. Freire B5 Power Swing Blocking and Tripping - Brazilian Study Case R. Fernandes B5 Implementation of Digital Substation Automation Systems in Brazil - M. Paulino Challenges and Findings C1 Multiple criteria data envelopment analysis for ranking H. Reis of investments in transmission systems C2 Brazilian Interconnected Power System – Criteria and Actions A. Guarini to Improve the Restoration Process C2 Transmission and Distribution System Voltage Control H. Valgas Impact due Large-Scale Solar Photovoltaic Generation C3 Measuring Effectiveness of Environmental Measures R. Furtado C3 Fish kill risk assessment and mitigation at Brazilian hydropower plants R. Loures

z 3.0 PAPERS APRESENTADOS

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4.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-A1 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-A1:

MEMBRO QUESTÃO

Rui Jovita PS3-Q3.7Thomas Hildinger PS2-Q2.1, PS2-Q2.3 e PS3-Q3.2

• Johnny Echeverria Rocha fez palestra no Tutorial do SC-A1 sobre o tema “Revisiting the fundamentals of magnetic saturation in salient pole synchronous generators”.

4.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• A sessão técnica plenária bem como as

reuniões do SC-A1 e dos Working Groups foram muito participativas, com intensa troca de experiências, conhecimentos e diversos pontos de vista, contribuindo para o avanço e progresso da tecnologia de máquinas rotativas.

• Na exposição de produtos e serviços sentiu-se falta das máquinas rotativas, entretanto, foram apresentados muitos produtos para monitoramento e testes elétricos em equipamentos rotativos.

Os Autores Principais ou Co-Autores apresentaram os 27 Papers nas Sessões Posters e também apresentaram as respostas às questões formuladas no Special Report nas Sessões Técnicas Plenárias dos respectivos Study Committees.

z 4. 0 COMITÊ DE ESTUDO A1 – MÁQUINAS ROTATIVAS

4.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

MEMBRO FUNÇÃO

Márcio Rezende Coordenador do CE-A1SiniscalchiMauro Uemori Secretário do CE-A1Rui Jovita Autor do Paper A1-201Thomas Hildinger Autor do Paper A1-301Erli Ferreira Figueiredo Convener Internacional do Grupo de Motores e Convener do WG A1.64Johnny E. Rocha Special Reporter e Convener do WG- A1.49André Tomáz de Carvalho Convener do WG A1.61Fredemar Runcos Convener do WG A1.58Helio Amorim Convener de WG em aprovação do ToR

C4 Comparison between measured and simulated VFTO in 525 kV GIS P. Miguel C4 Full-frequency models for variable time step simulations F. Câmara C4 The Difficulties Faced in the Filters Design versus the M. Carli Low Harmonic Voltages Generated by Wind Farms C5 Challenges and Measures to Integrate Renewable Energy S. Cisneiros Sources and Storage Means in the Brazilian Power System and Electricity Market C5 The New Market Paradigm of the Brazilian Power System J. Mello considering Thermal Base Generation for Supporting the Renewable Source Expansion C5 Regulatory model to accommodate distributed and renewable S. Cupertino resources in a challenging economic situation: Brazilian experience C6 Design and Implementation of a Grid-connected Microgrid in L. Leite Medium Voltage Brazilian Distribution Network – Architecture, Control and Regulatory Challenges D1 Evaluation of three different thermally upgraded Papers used H. Wilhelm in liquid-immersed transformer as reference insulation systems to determine thermal class D2 Building a Secure Network Policies, Architecture and Incident R. Leal Response Case: Chesf

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5.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-A2 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-A2:

MEMBRO QUESTÃOGilson Bastos PS2-Q2.3Santhiago Montenegro PS1-Q2

• Angélica Rocha foi Special Reporter do Preferential Subject PS2 na Sessão Técnica Plenária do SC-A2.

5.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• Atualmente os transformadores estão sendo

projetados cada vez mais compactos (taxas progressivas mais baixas de quilos de cobre / MVA e quilos de óleo / MVA).

• O aumento da densidade de corrente e a diminuição de distâncias certamente representam desafios que precisam ser resolvidos. Diminuição da bobina e com uso de cabos compactados.

• Foram apresentadas novos concepções de modelagem dos elementos que influencia o desempenho térmico (a parte ativa, os tubos, os radiadores e a bomba) com ganhos significativos.

• Foi discutida a precisão do Wdg Temp Indicator tradicional comparada com medições diretas do ponto quente obtidas com fibras ópticas. Apresentadas análises em relação ao superaquecimento e temperaturas no núcleo dos transformadores.

• Discussões sobre métodos da medição da Descarga Parcial (PD), que é um importante método de detecção de falhas incipientes. Diferentes abordagens de mensuração foram discutidas. Alguns destacaram as vantagens da descarga parcial UHF em comparação com os métodos convencionais de detecção de PD. Também foi abordada a avaliação dos sinais elétricos no domínio do tempo e da frequência.

• Foi tema a monitoração de vibração e acústica dos equipamentos.

• Observou-se nos trabalhos apresentados e discutidos grande ênfase na adaptação das máquinas que estão operando de acordo com as novas exigências dos sistemas de potência face à contribuição da geração distribuída.

• Foi mencionada uma forma de se introduzir massa girante no sistema utilizando grandes turbogeradores operando como compensadores síncronos.

• Diversos trabalhos apresentaram ferramentas computacionais de última geração capazes de fazer simulações extraordinárias contribuindo para a fabricação e modificações nas máquinas rotativas de geração e consumo.

• Observa-se grande ênfase na geração distribuída e suas interferências no sistema de potência e as formas de contornar situações de instabilidade.

• Quanto às contribuições e participações da delegação Brasileira podemos dizer que foram acima da média em relação aos anos anteriores porque temos um número maior de Coordenadores de Grupos de Estudos, um coordenador do Grupo de Motores Internacional além de termos um Special Reporter que também fez uma apresentação Tutorial do SC-A1.

z 5.0 COMITÊ DE ESTUDO A2 – TRANSFORMADORES

5.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

MEMBRO FUNÇÃOGilson M. Bastos Coordenador do CE-A2 e Membro do WG A2.58 Jaime Suñé Secretário do CE-A2Angélica da Costa Special Reporter e Secretária O. Rocha do JWG A2/C4.52Juliano Montanha Membro do JWG A2/C4.52Willerson Calil Membro do WG A2.55Lilian Ferreira Membro do JWG A2/C4.51QueirozSanthiago Guedes Coordenador de GT nacional Montenegro e membro de destaque do CE-A2Roberto Asano Membro do WG A2.55Helvio Martins Membro do WG A2.53

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6.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• As manobras impostas às chaves de aterramento

podem ser ainda maiores, o que justifica a necessidade de uma pesquisa internacional com relação às manobras de correntes induzidas, a fim de ampliar a cobertura das Normas atuais.

• A utilização do elemento MOSA em paralelo com o disjuntor provou ser uma solução alternativa eficaz na redução dos picos de TRV.

• A experiência operativa de chaveamento controlado foi discutida. As dificuldades para a aplicação na energização de transformadores de potência foram abordadas, particularmente a questão de predição do fluxo magnético residual para o cálculo pelo controlador do instante da onda de tensão da rede para o fechamento dos contatos do disjuntor.

• A experiência recente com incidentes em transformadores de instrumentos foi abordada, assim como a adoção de sistemas de monitoramento que possam predizer a possibilidade de faltas internas nestes equipamentos, com vistas a evitar-se a explosão dos mesmos.

z 7.0 COMITÊ DE ESTUDO B1 – CABOS ISOLADOS

7.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

MEMBRO FUNÇÃONádia Helena Gama Coordenador do CE-B1 e Ribeiro de Louredo Membro do WG B1.50 Eduardo Karabolad Filho Secretário do CE-B1Rodrigo Otávio Moreira Autor do PaperCarneiro B1-104Carla Damasceno Autor do Paper B1-107 e Peixoto suporte à sessão pôster do SC-B1 Júlio Cesar Ramos Autor do Paper B1-112 e Lopes Membro do AG SC-B1

7.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-B1 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-B1:

• Está em desenvolvimento um marcador para indicar a vida útil do transformador em operação.

• Foi apresentada uma metodologia desenvolvida para análise de falha “post-mortem” em transformadores de potência.

• O tema de modelagem térmica dos transformadores de potência não está esgotado. Como maneira de contribuir para o uso racional de recursos naturais, a adequada modelagem térmica de transformadores permite fazer mais com menos.

z 6.0 COMITÊ DE ESTUDO A3 – EQUIPAMENTOS DE ALTA TENSÃO

6.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

MEMBRO FUNÇÃOAntonio Carlos Carvalho Coordenador do CE- A3, Convener do WG A3.30 e Membro do AG SC-A3 Jorge Amon Filho Autor do Paper A3-301, Secretário do WG-A3.30 e Membro dos WGs AG-3.03 (Green Book), A3.33 e A3.35Helvio Martins Novo Coordenador do CE-A3 e Convener do novo WG A3.42

6.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕES• Jorge Amon Filho apresentou contribuições

para as questões PS1-Q1.4 e PS2-Q2.2 na sessão técnica plenária do SC-A3.

• Antonio Carlos Carvalho apresentou resumo das atividades do WG A3.30 - Substation Equipment Overstress na Sessão Poster do SC-A3.

• Antonio Carlos Carvalho e Marta Lacorte participaram da Cerimônia Oficial de Lançamento do Greenbook do SC-A3 - “Switching Equipment”, que teve quatro co-autores brasileiros: Paulo Cesar Fenandez, Jorge Amon Filho, Antonio Carlos Carvalho e Marta Lacorte.

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fatores de menor agressão ao meio ambiente e redução de emissão de campo magnético.

- Outrossim, é evidente o crescimento de linhas de transmissão subterrâneas em corrente continua com grandes extensões em classes de tensão diversas.

z 8. COMITÊ DE ESTUDO B2 – LINHAS AÉREAS

8.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

MEMBRO FUNÇÃOCarlos Alexandre Meireles Coordenador do CE-B2do NascimentoMarcos César Araújo Secretário do CE-B2Muryllo Amalio de Souza Autor do Paper B2-301Thadeu Antonio Furtado Membro da TAG-06, TF 007, WG B2.68 e WG-B2.66Aureo Pinheiro Ruffier Membro dos WGs B2.61, B2.65 e B2.67Ruy Carlos Ramos Membro dosde Menezes WGs B2.24 e B2.60Oswaldo Regis Junior Membro da TAG-04 e WG B2.63 João Felix Nolasco Membro dos WGs B2.40, B2.63 e B2.68José Antonio Jardini Membro dos WGs B2.59 e B2.62Sidnei Ueda Membro da TAG-04 e TAG-06 e WGs B2.55, B2.59 e B2.68João Batista G. F. da Silva Convener da TAG-05José Henrique M. Fernandes Membro do CE-B2

8.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-B2 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-B2:

MEMBRO QUESTÃOCarlos Alexandre Meireles PS1-Q1.4, PS2.2-Q2.3 do Nascimento e PS3.2-Q3.6José Henrique M. PS2.1-Q2.1 e Fernandes PS3.2-Q3.3João Batista G. F. da Silva PS1-Q1.4, PS3.1-Q3.1, PS3.2-Q3.3 e PS3.2-Q3.11João Felix Nolasco PS1-Q1.1 e PS1-Q3.1

MEMBRO QUESTÃONadia Helena Gama R. de Louredo PS1-Q1Julio Cesar Ramos Lopes PS1-Q2

• O Eng. Julio Cesar Ramos Lopes foi escolhido para Convener do novo WG B1.71, que é a nomeação de um membro brasileiro para coordenar um WG do B1 nos últimos 25 anos.

7.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• Verificou-se a existência de instalações de

sistemas de cabos submarinos com grandes extensões em classes de tensão da ordem de 420 kV. Assim, considerando que no Brasil cabos submarinos de potência em consideráveis extensões em extra alta tensão (classe 230 kV) está se tornando uma realidade nos sistemas de transmissão, constatamos as seguintes experiências:- Procedimentos para manutenção de sistemas

de cabos submarinos com grandes extensões – cabos submarinos entre Marrocos e Espanha.

- Planejamento para remoção e reciclagem de cabos submarinos isolados a óleo fluido.

- Metodologia para avaliação de danos por terceiros em cabos submarinos, levando em conta três fontes danosas: ancoragem de emergência, dragagem e equipamentos de pesca.

• Especial atenção para temas que envolvem o dimensionamento e avaliação de sistemas são de extrema utilidade para os responsáveis pelo planejamento:

- Método para cálculo de ampacidade da carga flutuante de plantas eólicas considerando os cabos de potência a grandes profundidades.

- Ensaios no comissionamento tais como simulações no domínio do tempo (POW controllers) para análise de transitórios de manobras, e falhas em diversos cenários da rede em interligações de grandes sistemas de cabos de potência – interligação entre Itália e Sicília.

- Na área de tecnologia dos cabos de potência as conquistas de programas de pesquisa e desenvolvimento para cabos supercondutores os quais incidem em maior capacidade de transmissão e reduzidas perdas, além dos

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e distribuição, aumento das restrições ambientais e novas soluções de tecnologias para controle de fluxo de potência ativa e reativa.

- Novas ferramentas para previsão da performance técnica do sistema tendo em vista as características dos novos consumidores, geradores e redes.

- Aumento da capacidade das faixas de servidão e uso de infraestrutura aérea, subterrânea ou submarina, e sua consequência na performance técnica e na confiabilidade da rede.

z 9. COMITÊ DE ESTUDO B3 – SUBESTAÇÕES

9.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

MEMBRO FUNÇÃOFabio Nepomuceno Fraga Coordenador do CE-B3Marta Lacorte Nova Coordenadora do CE-B3

9.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕES• Fabio Nepomuceno Fraga apresentou

contribuição para a questão PS1-Q1.1 na sessão técnica plenária do SC-B3.

• Publicação do Green Book Substations, que contou com a participação de membros do CE-B3 do Brasil nos tópicos Substation Layout e Bus and Conductor do capítulo 11.

9.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• Atitude crescente em relação ao uso do

risco como um fator decisivo na definição de prioridades de manutenção e substituição de ativos, afastando-se das metodologias tradicionais baseadas no tempo de vida útil. Embora isso possa ser ainda usado somente no estágio de planejamento inicial, ele é relegado para mais perto do momento, onde a intervenção está mais sujeita a “confrontos de prioridades” entre departamentos e um orçamento limitado que precisa ser estrategicamente investido.

• Há também uma tendência para melhorar a resiliência da rede por meio do projeto de subestações e de inovação na construção,

Ruy Carlos R. de Menezes PS2.2-Q2.3 e PS2.2-Q2.5Thadeu Antonio Furtado PS2.2-Q2.3Muryllo Amalio de Souza PS3.2-Q3.6Ricardo Wesley Salles Garcia PS2.2-Q2.6Luiza L. N. Martins PS3.2-Q3.3

8.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• Desenvolvimento de trabalho de estado da arte

de ferramentas para diagnóstico de cabos e ferragens associadas, levando a conhecer o que existe de mais atual nas tecnologias de medição, testes e robótica aplicados a linhas aéreas.

• Importância do monitoramento em tempo real de LTs como recurso de segurança para a operação e como forma de aumentar a sua capacidade.

• Importante contribuição brasileira para o desenvolvimento de projetos de LTs com confiabilidade e economicamente otimizadas em países em desenvolvimento na África, exercendo o verdadeiro espírito de compartilhamento do conhecimento, que é um destaque e prioridade do CIGRE.

• Destacam-se as seguintes metas dos próximos 20 ou mais anos do CIGRE, que são em linhas gerais:

- Redes de distribuição ativa resultando em fluxos de potência e dados bidirecionais dentro dos níveis de distribuição e para sistemas de maior tensão;

- Aplicação de medição e monitoramento avançados e a maciça necessidade resultante de troca de informações.

- Crescimento na aplicação de Corrente Contínua (CC) e Eletrônica de Potência (EP) em todos os níveis de tensão e seu impacto na qualidade da potência, controle do sistema, segurança do sistema e padronização do sistema.

- Novos conceitos de operação, controle e projeto de mercado e regulatório de sistema, a fim de levar em conta interações ativas de clientes e diferentes tipos de geração.

- Novos conceitos de planejamento para levar em conta as novas interfaces de transmissão

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z 10. COMITÊ DE ESTUDO B4 - ELOS DE CORRENTE CONTÍNUA E ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

10.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

MEMBRO FUNÇÃOAntonio Ricardo Coordenador do CE-B4de Mattos TenórioRogério Magalhães Secretário do CE B4 e de Azevedo Membro do WG-B4.70Dourival de Carvalho Jr. Autor do Paper B4-101Paulo Edmundo Freire Autor do Paper B4-102Fernando Cattan Jusan Convener do WG B4-66 e Membro do WG B4-68Sérgio do Espírito Santo Membro do AG B4-04, JWG B4/B5.59, WG B4.74 e WG B4.72John Francis Graham Membro do WG B4.64Manfredo Veloso Membro dos WGs Borges Correia Lima B4.66 e B4.68 e Green Book of FACTSJosé Antonio Jardini Membro dos WGs B4.72 e B4.74

10.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-B4 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-B4:

MEMBRO QUESTÃODourival de Souza Carvalho Jr PS1-Q1.1Paulo Fisher de Toledo PS1-Q1.1Fernando Cattan Jusan PS1-Q1.1Paulo Edmundo Freire PS1-Q1.1 e PS1-Q1.12Antonio Ricardo de PS1-Q1.4John Graham PS1-Q1.12 e PS1-Q1.20José Antonio Jardini PS1-Q1.12Paulo Max, José Rafael PS1-Q1.16e Edson WatanabeSergio do Espirito Santo PS1-Q1.20Manfredo Correia Lima PS3-Q3.1

10.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• O tema preferencial “DC and other Power

Electronic (PE) systems for distribution systems” deixa claro que, no que tange aos equipamentos tanto a transmissão em DC, como os dispositivos

geralmente associada à capacidade de responder mais rapidamente a oportunidades ou ameaças, usando soluções mais compactas e ágeis, mas também melhorando a vigilância cibernética.

• A “digitalização” da subestação prossegue, à medida que mais funcionalidades para process bus, juntamente com a aplicação mais ampla de unidades integradas nos setores de transmissão e distribuição, para possibilitar reformas mais rápidas e menores footprints.

• Facilitar a agenda de baixo carbono e os riscos associados às principais emissões de CO2 do setor está impulsionando mais desenvolvimento e aplicação de alternativas ao SF6 para isolamento dielétrico, mas também observando como as perdas podem ser reduzidas.

• Existe uma atividade crescente para análises em torno de otimização de subestações e tomada de decisões operacionais.

• Os desafios enfrentados pelos proprietários de subestações, engenheiros e operadores são extensos, reforçando o fato de que instituições como o CIGRE são um elemento essencial para minimizar o número de vezes que um problema prolifera e agrega valor através de redes para desenvolver rapidamente soluções e compartilhar as melhores práticas do setor.

• Uma questão discutida foi sobre como gerenciar os riscos associados ao projeto, construção ou atividades operacionais relacionadas à subestação, seja escolha de tecnologia, configuração de barramentos ou análise de dados para determinar uma estratégia. No entanto, a compreensão dos riscos requer informações e processos confiáveis para apoiar a tomada de decisões e fornecer evidências das suposições sobre os quais as decisões são tomadas.

• Não existe uma solução única, cada usuário deve balancear os problemas específicos de sua própria operação e ambiente de negócios, mas, tomada a decisão, a concessionária precisa ser capaz de determinar o nível apropriado de resiliência que será demandado.

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superiores, parece indicar estas tensões e potências como limites da tecnologia DC atual.

• A integração de renováveis com tecnologia de conversores DC é uma realidade. Hoje já existe o termo “converter based generation” para estas aplicações. A forma como isto afetará a dinâmica dos sistemas de potência é um desafio aos SC C1/C2/C4.

• A proliferação de projetos HVDC localizados eletricamente próximos envolvendo múltiplos fabricantes e transmissoras requer considerações especiais nas etapas de especificação, projeto e operação destes sistemas. Muito foi discutido sobre este tema indo de multi-infeed até eletrodos próximos ou na mesma subestação. Neste sentido o Brasil tem tido uma grande experiência com o projeto Madeira e Belo Monte. Várias contribuições brasileiras discorreram a respeito deste tema.

• A experiência internacional com uso de HVDC VSC em black start parece ter aumentado bastante. Os processos de recomposição já passam a incluir o black start dos HVDC VSC.

• O tópico manobra de transformadores conversores em sistemas HVDC teve 5 contribuições de diferentes países. Obviamente, os sistemas HVDC LCC são os mais afetados e principalmente aqueles instaladas em mais baixos valores de SCR. Um fabricante chegou a afirmar que os resistores de pré-inserção (RPI) são uma solução mais robusta, mas se nada estiver declarado na especificação, a solução será a de sincronizadores (POW) por ser àquela que tornará a proposta mais competitiva, ou seja, solução mais barata. O Brasil e a China chamaram a atenção para os erros de sincronização e retardos associados que podem ter um grande impacto nas correntes de inrush. Há projeto no Canadá que faz uso híbrido de RPI e POW no retificador e inversor respectivamente. O sistema HVDC NEA 800 na Índia usa RPI no inversor e POW no retificador. Portanto, como conclusão, dependendo da experiência do país e do requisito de baixa corrente de inrush a tecnologia de mitigação deve ser escolhida e

de eletrônica de potência, na distribuição são atribuições do SC B4. Está claro que não é devido ao tema ser distribuição que necessariamente se refere ao SC B6.

• A proliferação de projetos de concessionárias envolvendo VSC e transmissão a cabo na Europa vem crescendo de forma exponencial e isto faz com a tecnologia MMC (Conversor Modular Multi-nível) se torne um padrão em termos de sistemas HVDC VSC.

• O surgimento de sistemas híbridos LCC + VSC na China e Europa vem crescendo de forma consistente. Devido a isto, o SC B4 criou o WG B4.79 intitulado “Hybrid LCC/VSC HVDC Systems”, tendo como convener Hong Rao da CSG chinesa.

• Dentro deste tema de sistemas HVDC híbridos, o Brasil apresentou uma contribuição abordando a eliminação de curto-circuito na linha DC por atuação no controle da conversora full-bridge do VSC. É uma nova alternativa à abertura dos disjuntores AC ou à instalação de disjuntores DC.

• Os tapes de linhas de HVDC não parecem ter limitações tecnológicas. No entanto, o grande óbice ao seu aparecimento deve ser o elevado custo, ou seja, esses tapes não seriam solução de custo-efetivo. A solução via um VSC é tecnicamente melhor que via LCC, devido à dificuldade de recuperação de uma falha de comutação. Uma alternativa apresentada para tornar esses tapes menos custosos seria fazer o conversor VSC com três ramos derivando de uma mesma fase (“conversor monofásico”). Mas isso demandaria um projeto de demonstração de tecnologia. Esta ideia foi apresentada na sessão técnica do SC B4. Vale a pena salientar que este é um tópico controverso e há quem afirme que VSC é uma tecnologia não madura para se fazer tapes em linhas DC.

• Os sistemas HVDC LCC de grande porte estão limitados a tensões de 800 e 1100 kV. A dificuldade de o sistema elétrico resistir à perda de um bipolo entre 4 e 12 GW, aliada ao limite dos projetos de linhas e conversores a tensões

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• Verifica-se o uso de retorno metálico dedicado (DMR) em muitos bipolos de HVDC por impossibilidade de se construir eletrodos de terra (retorno). Japão e Índia têm reportado o uso de DMR. O dimensionamento de sistemas HVDC com DMR pode se tornar extremamente mais caros e complexos.

• Foram reportadas intenções de upgrade/retrofit de SVC e STATCOM. Muitos desses equipamentos foram instalados no final da década de 1980 e, portanto, estão em fim de vida útil. O Brasil apresentou uma contribuição relativa ao SVC de Fortaleza. Nesta Sessão Bienal, o número de papers e contribuições de FACTS foi muito reduzido.

• As concepções de multiterminais, a exemplo da última Bienal, e a utilização de medidas mitigadoras para reduzir o impacto da energização de transformadores conversores e as técnicas para interrupção de corrente foram temas com potencial interesse para o setor elétrico brasileiro.

• A China novamente se destaca pela quantidade de projetos, pelo porte desses projetos e pela variedade de soluções tecnológicas, que envolve a aplicação das tecnologias LCC, VSC e híbrida (LCC e VSC no mesmo sistema), bem como projetos ponto-a-ponto e múltiplos terminais.

z 11. COMITÊ DE ESTUDO B5 – PROTEÇÃO E AUTOMAÇÃO

11.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

NOME FUNÇÃOIony Patriota de Siqueira Convener do SC-B5 e do WG B5.64Marco Antonio M. Coordenador do Rodrigues CE-B5 e membro dos WGs B5.42 e B5.52Júlio César Marques Secretário do CE-B5 de Lima e membro do WG B5.54Francisco Reis Filho Convener do WG B5.65Rafael Fernandes Autor do Paper B5-101 e membro do WG B5.62

especificada. Observa-se que na Bienal do CIGRE de 2016 foi apresentado um paper que usava os dois meios de mitigação (POW+RPI) em um mesmo disjuntor de transformador conversor.

• O uso de modelos computacionais genéricos (open access) de elos de corrente contínua também foi discutido. Não há consenso, mas modelos genéricos podem ser utilizados para regime e estabilidade se ajustados de forma apropriada. No entanto, quando se referem a transitórios e dimensionamento, modelos específicos devem ser usados.

• A apresentação do Young Member foi feita pelo Lewis Hunter (Escócia) sobre aplicações DC na média tensão e sua vocação de liberar capacidade da rede rapidamente e a um custo acessível.

• Foram abordados os desafios de se ter VSC de 800 kV o que significaria linhas aéreas. Isto traria uma dificuldade na eliminação de faltas, já que a abertura dos disjuntores do lado AC poderia não ser aceito como critério. Também foram apontados problemas de blindagem de corona e projeto mecânico da válvula de VSC. Foi informado que para conversores de 640 kV (polo-polo) já seria possível o projeto e construção.

• Foi abordado um tópico interessante: uso da energia interna dos conversores VSC para melhorar a estabilidade da rede. No entanto, isto é um tópico que parece ainda incipiente.

• Foram feitas algumas sugestões de melhoramento das estatísticas de sistemas HVDC, coletadas pelo AG.04. Até o uso de big data foi sugerido. Os finlandeses parecem muito preocupados com as estatísticas dos sistemas HVDC nórdicos.

• A utilização de simuladores em tempo real tem se tornado cada vez mais difundida e importante. Este recurso tem se mostrado como a melhor forma de se avaliar a interoperabilidade de sistemas HVDC de diferentes fabricantes, seja em sistemas HVDC ponto-a-ponto quanto multiterminais e redes DC.

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• Felipe Vigolvino Lopes apresentou o tema “Power Swing Detection and Out-of-Step Tripping in the Brazilian Power Grid: Challenges and Trends” no Global Young Member Presentation Showcase.

11.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• Foram destacados os assuntos mais importantes

do momento, dentro do escopo do SC-B5:- Ferramentas de software interoperáveis e

inteligentes.- Segurança cibernética.- Proteção de geração distribuída.- Projeto e teste de PACS para grandes sistemas

elétricos.- Requisitos funcionais e teste de PACS.- Especificação e implementação de modelagem

lógica de PACS.

• Dentro do tema preferencial 1 “Protection under System Emergency Conditions”, foram discutidos os esquemas de alívio de carga, os esquemas de ilhamento, os sistemas distribuídos e isolados, os esquemas de proteção de geradores, os SPSs, a proteção térmica e a localização de faltas. As principais constatações são resumidas abaixo:

- Aumento nas interconexões de geração não convencional utilizando inversores.

- Identificados efeitos em esquemas de alívio de carga por frequência devido à penetração de geração não convencional utilizando inversores.

- Começa-se a discutir os efeitos da utilização de sistemas de armazenamento de energia na definição de esquemas de ilhamento.

- Esquemas de proteção de geradores precisarão ser revistos à medida que o volume de geração com baixa inércia se torne significativo; foram relatados alguns eventos em sistemas onde a geração térmica é predominante.

- Discutida a viabilidade da utilização de dados sincrofasoriais para determinação de estabilidade em tempo real e para proteção sistêmica.

- Enfatizada a importância da coordenação da proteção entre os níveis de geração, transmissão e distribuição.

- Apresentadas tecnologias para localização de faltas em sistemas de distribuição.

Pablo Humeres Flores Autor do Paper B5-201e membro do WG B5.63Denys Lellys Representante no WG B5.59 e no JWG C4/B5.41Jeder Francisco de Oliveira Membro do WG B5.58Luiz Puppi Membro do WG B5/ C4.61 Luciano Antonio Membro do Calmon Lisboa WG B5.64Marcos Mendes Membro do WG B5.56Gustavo Arruda Membro do WG B5.55Dalmir Capetta Membro do WG B5.41Felipe Vigolvino Lopes Young Member Presentation Showcase

11.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-B5 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-B5:

MEMBRO QUESTÃOMarco Antonio M. Rodrigues PS1-Q1.11Júlio César Marques de Lima PS1-Q1.07Francisco Reis Filho PS1-Q1.01Rafael Fernandes PS1-Q1.01, PS1-Q1.02, PS1-Q1.08 e PS1-Q1.09Pablo Humeres Flores PS2-Q1.04 e PS2-Q1.05Denys Lellys PS2-Q1.10Jeder Francisco de Oliveira PS1-Q1.03Luiz Puppi PS1-Q1.10Luciano Antonio Calmon Lisboa PS2-Q1.06Marcos Mendes PS2-Q1.06Gustavo Arruda PS1-Q1.13Dalmir Capetta PS1-Q1.05Felipe Vigolvino Lopes PS1-Q1.05 e PS1-Q1.11

• Iony Patriota de Siqueira foi Chairman da Sessão Técnica Plenária do SC-B5 e recebeu o título de sócio honorário do CIGRE.

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também foram levantadas preocupações com a segurança da informação que circula na rede, em particular com o uso das mensagens GOOSE nas aplicações baseadas em barramento de processo. As funções de detecção e proteção contra intrusões estão sendo vistas como uma necessidade nesse caso.

- Verificou-se que os testes de instalação em campo assim como os testes para o comissionamento de um barramento de processos usando transformadores de corrente não convencionais representam um desafio em particular, de forma que métodos práticos e efetivos foram propostos e testados para uso em partes do sistema e ou no sistema completo.

- Ainda há espaço para melhorias nos processos de teste de barramentos de processos, tendo sido apresentados vários laboratórios de teste, assim como dispositivos especializados. Por exemplo, a monitoração do tráfego e do fluxo de dados da rede é uma ferramenta importante.

z 12. COMITÊ DE ESTUDO C1 – DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ECONOMIA

12.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

NOME FUNÇÃOValdson Simoes Coordenador do CE-C1Luiza Carijó Secretária do CE-C1Henrique Reis Jr Autor do Paper C1-101Carlos Eduardo Membro regular do WG C1.39Rodrigo Paraná Membro regular do WG C1.40

12.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-C1 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-C1:

MEMBRO QUESTÃOLuiza Carijó PS3-Q3.2Henrique Reis Jr PS1-Q3Rodrigo Paraná PS3-Q3.6

12.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• Ficou clara a preocupação do planejamento

frente a grande concentração de usinas eólicas e

• Dentro do tema preferencial 2, “User Experience and Current Practice with IEC 61850 Process Bus”, foram discutidas as experiências obtidas em instalações reais, o projeto e desenvolvimento de sistemas com barramento de processo, as metodologias de teste e comissionamento, as facilidades e ferramentas de teste e as relações de custo/benefício. As principais constatações são resumidas abaixo:

- Pode-se ver claramente que as funções de PAC utilizando o barramento de processos definido na norma IEC 61850 passaram da fase de desenvolvimento para a era de instalações reais. Quase metade dos artigos apresentados sob o tema preferencial 2 relatam projetos reais usando barramento de processos.

- As experiências com a utilização de transformadores de instrumentos não convencionais (Merging Unit) e convencionais (Stand-alone merging unit) na mesma aplicação não apresentaram maiores problemas.

- A interoperabilidade entre diferentes fornecedores depende de uma especificação clara e com detalhes técnicos suficientes. O entendimento geral é de que esta responsabilidade é dos usuários (das concessionárias).

- Por outro lado, a interoperabilidade entre as ferramentas de configuração de fabricantes diferentes tende a ser um problema comum em instalações com múltiplos fornecedores.

- A sincronização de tempo foi reconhecida como um dos aspectos importantes para o projeto de funções de PAC baseadas em IEC 61850, particularmente para gerenciar atrasos na cadeia de digitalização das aplicações usando dados provenientes de barramento de processo. Uma prática indicada é a utilização da tecnologia PTP (Precision Time Protocol) em conjunto com os sinais de GPS.

- Na questão de segurança cibernética deve-se também considerar a possibilidade de ataque aos sinais de GPS (GPS spoofing), de forma que se deve buscar evitar a dependência das funções de PAC do sinal de GPS.

- Nessa área de segurança cibernética

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13.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-C2 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-C2:

MEMBRO QUESTÃOSaulo Cisneiros PS1-Q1.3Antonio de Padua Guarini PS1-Q1.4Flávio Rodrigo de Miranda Alves PS1-Q1.4Jayme Darriba Macêdo PS1-Q1.5 e PS1-Q1.7Paulo Gomes PS1-Q1.12

• Jayme Darriba fez apresentação do Blackout Brasileiro de 21 de março de 2018 no Workshop Large Disturbances.

13.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• O SC-C2 é um dos SCs mais ativos do CIGRE e,

neste momento de mudança pelo qual passam os sistemas elétricos de potência em todo o mundo, discute em profundidade a mudança do modelo de geração concentrada, com fluxo dos blocos de energia sempre na direção geração para carga, para o modelo com ampla penetração de renováveis, tanto na rede de distribuição quanto nas redes de subtransmissão e transmissão, com inversões do sentido de fluxo ao longo da curva de carga e aumento de geração assíncrona com amplo uso de inversores e sistemas de armazenamento. Estas mudanças são acompanhadas de profundas alterações nas estratégias de controle do sistema elétrico de potência, resultado principalmente da perda de inércia em função do descomissionamento de geração convencional.

• É necessário avaliar com cautela as constatações da Bienal com relação à sua aplicabilidade ao Brasil. A perda de inércia verificada no sistema interligado europeu não será vivenciada com a mesma intensidade no SIN. Nossas gerações “antigas” são predominantemente hidrelétricas e sua inércia continuará disponível, muito embora a inércia do SIN como um todo diminua, como ocorrerá em todo o mundo devido à crescente penetração de geração assíncrona distribuída, principalmente eólica e solar.

• Do relato da Engenheira Audrey ZIBELMAN, CEO do Australian Energy Market Operator, intitulada

fotovoltaicas, dada a característica intermitente e as consequências nos sistemas, assim como o desenvolvimento de dispositivos de armazenamento de energia elétrica.

• Verifica-se interesse sobre aprimoramento de

ferramentas para um planejamento frente as incertezas.

• Verifica-se interesse crescente na viabilidade de redes em HVDC.

• Verifica-se preocupação e aumento de interesse no gerenciamento de ativos.

• Transmissão e Distribuição devem se planejados de forma integrada para definir a rede do futuro.

• Mais uma vez foi ratificada a importância da Sessão Bienal como um fórum importantíssimo para a troca de experiências entre diversos países, com sistemas de transmissão com características diferentes, permitindo o crescimento profissional de todos os participantes.

z 13. COMITÊ DE ESTUDO C2 – OPERAÇÃO E CONTROLE DE SISTEMAS

13.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

NOME FUNÇÃOJayme Darriba Macedo Novo Coordenador do CE-C2 e Convener do WG C2.39 Flávio Alves Secretário do CE-C2 e Membro do WG C2.23 Paulo Gomes Membro do WG C2.23 e palestrante do Workshop Large DisturbancesAntonio Guarini Autor do Paper C2-104Hélio Valgas Autor do Paper C2-116Nelson Martins Membro do JWG C2/C4.37

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energia com a participação crescente de recursos de energia renovável. Isso está impulsionando a inovação na solução de vários desafios técnicos que surgem para garantir a operação segura: inércia do sistema de potência, controle de frequência e tensão, estabilidade do sistema, todos devem ser cuidadosamente considerados em termos de requisitos técnicos e comerciais. Para isso, é necessário ter ferramentas adequadas para monitorar as condições atuais e futuras de operação do sistema, a Avaliação de Segurança Estática e Dinâmica (SDSA), as Unidades de Medição Fasorial (PMUs) e o Monitoramento / Controle de Área Ampla (WAM / WAC).

• No que se refere à necessidade de atualização dos currículos dos cursos de engenharia, ficou evidente durante a Bienal a necessidade de inclusão de disciplinas voltadas para inteligência artificial, em especial machine learning. Diversos palestrantes concluíram que a forma de controle do sistema elétrico do futuro não poderá prescindir desta tecnologia, em função do crescimento exponencial da complexidade do mesmo, da diversidade das fontes de energia e da dispersão de equipamentos de controle autônomo, tanto na rede de transmissão quanto na rede de distribuição.

• Numerosas mudanças surgiram nos sistemas de energia elétrica durante os últimos 20 anos, principalmente devido à: introdução rápida e massiva de RES (Renewable Energy Sources), aumento do número / volume de transações junto com a mudança de paradigma do papel do cliente como consequência da liberalização da indústria. Isso foi acompanhado da introdução de dispositivos eletrônicos de energia e soluções de TIC em todos os níveis, desde a geração e transmissão / distribuição até os locais dos clientes.

• A necessidade de monitorar e controlar sistemas complexos feitos pelo homem resultou no aumento dos volumes de dados e na ampliação de seus tipos e fontes. Progresso duradouro em inteligência artificial e aprendizado de máquina trouxe muitos novos métodos, modelos e algoritmos de big data (BD) e big data analytics (BDA) para diferentes domínios,

“Sending the World a Postcard from the Future: Managing Australia’s Energy Transition”, é crescente a incerteza no planejamento, operação e também no mercado de energia, em função do crescimento vertiginoso da geração renovável, não-despachável, baseada em conversores eletrônicos de potência. Este cenário, somado a um número crescente de instalações de armazenamento de energia, e potencializada pela farta disponibilidade de comunicação, tem permitido a evolução do perfil dos usuários, tal como os prosumers, além do estabelecimento de mercados de energia internos a áreas residenciais ou industriais, que prescindem da participação dos agentes tradicionais do mercado de energia.

• A entrada em operação de vários elos de HVDC, conectados a uma mesma área receptora trará a necessidade de se realizar estudos complexos no sentido de garantir uma atuação adequada e harmoniosa interação dos con-troladores destes elos e dos mesmos com os controladores do sistema HVAC.

• Um grande problema é na gestão para implantação dos projetos definidos, onde a questão ambiental tem tido grande impacto nos prazos de conclusão das obras e o valor da receita anual permitida (RAP) tem afastado players dos leilões de transmissão. A questão ambiental também tem levado a restrições na obtenção das licenças para a construção de novas linhas de transmissão em vários sistemas. Uma solução utilizada tem sido utilizar ao máximo as faixas de servidão já existentes.

• Outro aspecto que deve ser debatido com serenidade é o futuro papel da geração nuclear no Brasil. O país possui a quinta maior reserva de urânio do mundo, possui tecnologia própria de enriquecimento do combustível e as usinas nucleares não emitem carbono. Isso deve ser levado em consideração na construção de uma matriz energética a mais limpa possível, que permita o desenvolvimento do país a baixo custo e com independência tecnológica.

• O desafio é continuar a garantir a segurança, estabilidade e confiabilidade do sistema de

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• É importante o aprendizado a partir de experiências externas tais como as situações apresentadas no Workshop Large Disturbances, onde se destaca o aprendizado pós-ocorrência que permite atuações corretivas imediatas e outras de médio prazo, incluindo a possibilidade de adaptação na regulamentação vigente do setor elétrico. O caso do blackout brasileiro apresentado trouxe a curiosidade de três situações de aprendizado distintas, em três regiões diferentes, apesar de uma única causa inicial comum do evento.

z 14. COMITÊ DE ESTUDO C3 – DESEMPENHO AMBIENTAL DE SISTEMAS ELÉTRICOS

14.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

NOME FUNÇÃOSilvia Helena M. Pires Coordenadora do CE-C3 e Membro dos WGs C3.12, C3.14 e C3.18André Luiz Mustafá Secretário do CE-C3 e Membro do WG C3.18Flávia Serran Membro do AG SC-C3 e do WG C3.17Paula Nakayama Membro dos WGs C3.16 e C3.17Arilde Gabriel Membro do WG C3.12 Raquel C. L. Fontes Autora do Paper C3-102Ricardo Cavalcanti Furtado Autor do Paper C3-101Luiza Martins (*) Membro do WG C.15 e C3.09A

(*) O CE-C3 contou ainda com a participação de Luiza Martins, da consultoria Ambientare Soluções em Meio Ambiente, cuja participação foi custeada por recursos próprios. Luiza é integrante efetiva do CE-C3, foi indicada como a representante brasileira para os WGs C3.15 e C3.09A e apresentou contribuição para o Joint Preferential Subject B2/C3 durante a sessão técnica plenária do SC-C3.

14.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-C3 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-C3:

onde manufatura, serviços bancários, telecomunicações e saúde estão à frente, enquanto aplicativos utilitários e benefícios associados surgiu apenas na última década.

• Atualmente, as áreas de aplicação mais promissoras são: comportamento do cliente, previsão de geração e carga, detecção e reação a fenômenos dinâmicos, monitoramento de integridade de ativos baseado em sensores etc. Ainda assim, o número de implementações reais na indústria de serviços públicos tem sido modesto até agora. Os trabalhos selecionados nesta área foram poucos, em números totais, apenas 12, e quase todos cobrem todos os subtemas relacionados a dados. Cinco deles estão relacionados a plataformas de monitoramento, visualização e troca de dados, enquanto outros cinco (adicionados ao “equilíbrio” do PS2) lidam com a regulação primária de frequência e balanceamento. Infelizmente, apenas dois do total são documentos de big data “adequados”, focados em problemas de BDA (previsão, integridade de ativos).

• É o grande aumento do número de instalações e de unidades sincrofasoriais, que confirma se tratar de tecnologia já bem disseminada. As perspectivas de utilização de rede de sincrofasores para proteção de sistema e controle em malha fechada permanecem vivas. Como exemplo disto, o engenheiro Koji Yamashita,do CRIEPI, apresentou os desenvolvimentos recentes para utilização dos PMUs no futuro plano de defesa do sistema elétrico japonês.

• A colaboração com profissionais de outras empresas, através dos grupos de trabalho, como o WG C2.25 (Operating Strategies and Preparedness for System Operational Resilience) do SC-C2, fornece subsídios para aperfeiçoamento nos processos associados a ações preventivas para minimizar a probabilidade de ocorrência de grandes perturbações, ações corretivas para minimizar a propagação dos inevitáveis distúrbios para o desempenho do SIN, além de fornecer subsídios para aperfeiçoamento técnico na parte de resiliência operacional.

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• No âmbito do SC-C3 registra-se a iniciativa de trabalhar articuladamente com outros Comitês, visando destacar a importância da interação das equipes de meio ambiente das empresas com as equipes de engenharia no desenvolvimento de projetos na busca de soluções e inovações ambientalmente mais sustentáveis. Destaca-se a ênfase dada ao impacto visual das linhas e subestações de T&D, principalmente pelos países europeus (no PS2, com exceção de uma contribuição da Coreia do Sul, todas as apresentações foram de países europeus), refletindo uma grande preocupação com a aceitação pública.

• Por outro lado, os trabalhos que focam em mitigação de impactos no ambiente devido às estruturas do sistema elétrico são menos explorados. Por esse ser o único grupo do CIGRE a tratar questões ambientais do setor, é importante que a visão considere as duas vias, os impactos para a engenharia, mas também sobre o ambiente.

• É importante registrar a melhoria que foi feita nessa edição da Bienal com a apresentação do pôster no formato eletrônico, pois não somente facilita na elaboração e transporte do material, como aumenta as possibilidades de estruturar e apresentar as informações. Além disso, é uma opção mais sustentável, considerando a não geração de resíduos da plotagem de pôsteres.

• Com relação ao WiE, foi demonstrado que a representatividade de mulheres no CIGRE ainda é muito pequena, sendo necessário o estímulo de maior participação, tanto nas atividades do CIGRE, como em áreas de engenharia e desenvolvimento de lideranças.

• Também pode-se destacar o trabalho que está sendo desenvolvido na África, conjuntamente pelo CIGRE e o Banco Mundial, com vistas a buscar um mundo e um CIGRE mais sustentável e mais representativo.

MEMBRO QUESTÃORaquel Coelho L. Fontes PS1-Q1.5Ricardo Cavalcanti Furtado PS1-Q1.6Silvia Helena M. Pires PS1-Q1.6Paula Nakayama PS1-Q1.6Luiza L. Martins Joint B2&C3– PS3.2-Q3.3

14.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• Pôde ser observada a significativa preocupação

com o meio ambiente e com a sustentabilidade no desenvolvimento de materiais, equipamentos e tecnologias, bem como uma forte inserção das fontes renováveis e o aumento da participação da geração distribuída e do armazenamento de energia. Adicionalmente, verifica-se a ampliação da visão da sustentabilidade para a atuação do setor com a busca do atendimento aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU e aos requisitos do Acordo de Paris.

• Além do desenvolvimento de tecnologias, essa preocupação com o meio ambiente pode ser observada não somente dentro do SC-C3, como pelo setor elétrico como um todo, também pelo Painel de Abertura, que foi conduzido pelo CE-C3 e tratou sobre mudanças climáticas. A temática é suportada pelo Acordo de Paris dentro da United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) que lida com a mitigação das emissões de gases de efeito estufa. Apesar de mudanças climáticas ter muito apelo político e esse aspecto não ser do interesse do CIGRE, ele deve ser tratado tecnicamente, como bem pontuou o chairman Henk Sanders.

• Essa temática do painel de abertura estava bem alinhada à apresentação da cerimônia de abertura, que mostrou as mudanças necessárias e que já estão ocorrendo para uma 4ª revolução industrial. A Austrália já demonstra aumento nas temperaturas médias anuais, um indicativo das mudanças climáticas e para a transição nesse período de mudanças, o pensamento imperativo para a indústria 4.0 (4ª industrial thinking) é a fusão de sistemas físicos, digitais e biológicos.

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medições de longo prazo. O desenvolvimento e aplicação de novas técnicas de atribuição de responsabilidades sobre a distorção harmônica na rede também é tema de interesse mundial.

• Sobretensões transitórias muito rápidas (VFTO) são uma preocupação permanente no Brasil após falhas de vários grandes transformadores de potência.

• A pesquisa de novos modelos e métodos de cálculo de transitórios eletromagnéticos de alta frequência deve ser complementada por um esforço significativo no desenvolvimento e uso de sistemas de medição com elevado grau de exatidão.

• Há uma importante atividade de pesquisa sobre o uso de modelos meteorológicos que fornecem informações relevantes para os estudos das descargas atmosféricas e para previsão de “despacho” de complexos eólicos e solares de grande porte (“bulk”).

• Há um uso crescente de Unidades de Medida Fasorial (PMU) para aumentar o conhecimento situacional, bem como obter dados para a validação de modelos dinâmicos.

• Há um consenso entre os representantes dos diversos países de que a tão comentada “transição energética” está a caminho de forma inexorável, porém, não há consenso sobre os passos a serem seguidos, pois, depende fundamentalmente de características inerentes de cada país.

• Entre os temas preferenciais dois tópicos importantes foram menos explorados: Lightning protection of renewable and nuclear power plants including seasonal variations and risk management e EMC aspects of future power networks including ELF exposures

z 15. COMITÊ DE ESTUDOS C4 – DESEMPENHO DE SISTEMAS ELÉTRICOS

15.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

NOME FUNÇÃODalton O. C. Brasil Coordenador do CE-C4Ricardo P. D. Ross Secretário do CE-C4Felipe Câmara Neto Autor do Paper C4-302Miguel P. de Carli Autor do Paper C4-101Pablo M. Miguel Autor do Paper C4-301Patrício Munhoz-Rojas Convener do WG C4.28Herivelto Bronzeado Membro dos WG C4/C6.35 e C4.44Gustavo H. C. Oliveira Membro do JWG A2/C4.52

15.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-C4 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-C4:

MEMBRO QUESTÃODalton Brasil PS1-Q1.5Ricardo Penido PS1-Q1.8Miguel de Carli PS1-Q1.5Gustavo Henrique Costa Oliveira PS3-Q3.1Pablo Mourente Miguel PS3-Q3.1Patricio E. Munhoz-Rojas PS1-Q1.9Felipe Câmara Neto PS3-Q3.1Herivelto Bronzeado PS1-Q1.7

15.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• Sistemas de armazenamento de energia por

bateria (BESS) são considerados uma tecnologia tecnicamente e economicamente viável sendo aplicados complementarmente com a Geração Distribuída (GD).

• Comunicação não padronizada de sistemas de aquisição de dados com dispositivos de medição de Qualidade de Energia (PQ) é o principal fator limitante para maior expansão e desenvolvimento de novos métodos analíticos PQ.

• Do ponto de vista da avaliação das distorções harmônicas na rede em função das incertezas relativas às diferentes abordagens adotadas acredita-se que seja fundamental, no caso do Brasil, o gerenciamento e a análise de

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16.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• Necessidade de mudanças nos modelos

de negócios e regulamentos direcionados pelo aumento de recursos distribuídos, armazenamento e resposta da demanda.

- Há pouca dúvida de que os modelos de negócios existentes e a regulamentação exigem ajustes, embora houve pouca discussão sobre quais mudanças devem ser prioritárias.

- Também houve um reconhecimento geral de que análises robustas de custo-benefício requerem mais informação do que usualmente são consideradas. Houve contribuição no sentido de incluir os objetivos sociais e ambientais especificados (e financiados) pelo governo, além dos custos e benefícios da indústria como combustível e custos de capital.

- A abordagem baseada em cenários de longo prazo para o planejamento também foi vista como importante com um número relevante de contribuições.

- Vários contribuintes enfatizaram a necessidade de definir cuidadosamente produtos e determinar preços em mercados, com destaque para o papel do armazenamento nos mercados atacadistas, a valoração da inércia, e diferentes características de resposta de frequência.

- Foi avaliado o relevante papel do VOLL (valor da energia não suprida) na determinação do preço máxima do mercado (price cap), e como entrada para o planejamento, sendo também avaliadas diferentes configurações da VOLL em vários mercados.

• O impacto da política do clima sobre a eletricidade com destaque dos seguintes pontos:

- Novos desenhos de mercado para acomodar novas tendências na matriz futura é um grande problema para todos. É necessário entender que novas tendências e mudanças tecnológicas afetam os modelos de negócios em todos os segmentos, geração, transmissão, distribuição, comercialização e também na estrutura do consumidor.

- A implementação de energias renováveis é uma consequência importante da nova

z 16. COMITÊ DE ESTUDOS C5 – MERCADOS DE ELETRICIDADE E REGULAÇÃO

16.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

NOME FUNÇÃOJoão Carlos de Oliveira Coordenador do Mello CE-C5, Special Reporter do C5-PS2, Co-Autor do Paper C5-301 e Membro do WG C5.23Carlos Dornellas Secretário do CE-C5 e Membro dos WGs C5.25 e C5.27Evelina Neves Co-Autora do Paper C5-301 e Membro do WG C5.26Silvia Cupertino Co-Autora do Paper C5-101 e Membro do WG C5.24Flávia Maria Cavalcanti Co-Autora do Paper Ferreira C5-206 e Membro do WG C5.22Saulo J. N. Cisneiros Diretor do CIGRE-Brasil e Co-autor do Paper C5-206 e Membro do JWG C2/C5.5Xisto Vieira Filho Sócio Honorário do CIGRE e Co-autor do Paper C5-301Eduardo Henrique Ellery Membro do WG C5.24

16.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕES Os seguintes membros do CE-C5 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-C5:

MEMBRO QUESTÃOSaulo Cisneiros PS2-Q2.2 e PS2-Q2.3João Carlos Mello PS3-Q3.1Silvia Cupertino PS1-Q1.1Luiz Barroso PS2-Q2.1

• João Carlos Mello foi Special Reporter do Preferential Subject PS2 na Sessão Técnica Plenária do SC-C5.

• João Carlos Mello fez apresentação do tema “Large uncertainties in long term forward contracts for distribution utilities - required flexibilities” na Sessão Large Disturbances.

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entre os operadores (TSOs) e as distribuidoras (DSOs), com maior troca de dados, inclusão de restrições de DSOs no planejamento de TSOs e evolução das ferramentas de operações.

z 17. COMITÊ DE ESTUDOS C6 – SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO E GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

17.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

NOME FUNÇÃOPaulo Henrique R. P. Gama Coordenador do CE-C6Alexandre Rasi Aoki Secretário do CE-C6, novo Coordenador do CE-C6 e Membro do WG C6.38Leonardo Leite Autor do Paper e Membro do JWG C1/ C4.36 e do WG C6.35Fábio Sester Retorta Young Member Presentation Showcase e Membro do WG C6.39

17.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-C6 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-C6:

MEMBRO QUESTÃOLeonardo Leite PS3-Q3.4 e PS3-Q3.5Fábio Sester Retorta PS3-Q3.6

• Fábio Sester Retorta apresentou o tema “Multicriteria analysis for rural electrification with off-grid systems - a case study in Brazil” no Global Young Member Presentation Showcase.

17.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• O tema do painel de abertura foi “Future

Electricity Markets and Business Models”, no qual foram discutidos os seguintes assuntos relacionados ao CE-C6: desafios do planejamento e operação de redes de distribuição; novas perspectivas frente a expansão de novas fontes de energia renováveis; novos mercados e oportunidades de novos modelos de negócios; e novas habilidades e perfil dos colaboradores das empresas do Setor de Energia.

matriz e a regulação tem sido ajustada para enfrentar este problema real e diferentes soluções foram implementadas em todo o mundo.

- O mercado de “custo marginal zero” com novas energias renováveis é uma das grandes preocupações dos agentes de mercado. as discussões sobre como lidar com esse novo perfil de fluxo de caixa da receita foram profundamente discutidas e alguns pontos levantados a partir deste debate: (i) novas regulamentações para as receitas geradoras devem ser implementadas: mercado de capacidade, serviços ancilares e outros; (ii) a formação de preços baseada apenas em custos marginais deve ser rediscutida.

- A nova matriz com mais renováveis provoca algumas incertezas nos operadores do sistema em termos de segurança de fornecimento. as discussões neste contexto são para implementar um limite para esta expansão e se os sinais do mercado seriam suficientes para suportar os limites de segurança. alguns agentes de mercado acreditam que o empoderamento do mercado intradiário é suficiente, como na Alemanha e outros em limitações externas.

• Interação dos mercados localizados ou microrredes com os mercados atacadistas com destaque para os seguintes tópicos:

- Os consumidores irão se beneficiar das soluções dos mercados locais, obtendo mais liberdade para decidir sobre suas fontes de suprimento, isso significa que os planejadores centralizados tradicionais precisam adaptar sua maneira de trabalhar. várias apresentações ressaltaram preocupação com o risco de falta de liquidez nesses mercados.

- Até o momento atual, o sistema elétrico foi otimizado de forma centralizada, com o avanço dos sistemas distribuídos é muito importante ampliar a visibilidade nas redes das distribuidoras (DSOs) para garantir que essa eficiência possa ser garantida ao consumidor final. Uma “uberização” pode levar a uma falta de eficiência, o que significa mais custos para os consumidores finais.

- Será necessária uma maior coordenação

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Orsino Borges de Oliveira Membro do AG D1.02 Filho e WG D1.60Darcy Ramalho de Mello Membro dos WG D1.58, WG D1.59, WG D1.61 e WG D1.62André Tomaz de Carvalho Membro do CE-D1Arthur de Castro Ribeiro Young Member Presentation Showcase

18.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕESOs seguintes membros do CE-D1 apresentaram

contribuições para questões na sessão plenária do SC-D1:

MEMBRO QUESTÃOArthur de Castro Ribeiro PS2-Q5André T. Carvalho PS3-Q9Helena Maria Wilhelm PS2-Q6Ricardo Wesley PS3-Q15Orsino Borges de Oliveira Filho PS3-Q16

• Arthur de Castro Ribeiro apresentou o tema “Superhydrophobic Coatings for Electrical Insulator” no Global Young Member Presentation Showcase.

18.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• O CE-D1 irá publicar este ano uma brochura

sobre o tema “Análise Cromatográfica Aplicada a Ésteres Naturais”. Esta brochura está pronta e foi parcialmente apresentada, em Português, na reunião do AG D1.01. Como foram quatro anos de trabalho, surgiu o pedido de que esta brochura seja traduzida para o inglês para que seja disponibilizada para os membros do SC-D1.

• A contribuição sobre “High temperature insulation systems for transformers” apresentado por Helena Maria Wilhelm levantou uma questão que também foi tratada no AG D1.01. Apesar de ter sido publicada recentemente uma brochura sobre envelhecimento de papel isolante e outra similar no A2, várias questões sobre o tema ainda precisam ser melhor esclarecidas.

• A contribuição sobre “K-factor function and digital filter for impulse puncture waveforms” apresentada por Orsino Borges de Oliveira Filho apresentou um ineditismo que certamente

• O tema do tutorial do SC-C6 foi “Application of Battery Storage Systems in Distribution Systems” e foi baseado nos resultados do WG C6.30 intitulado “The Impact of Battery Energy Storage Systems on Distribution Networks”, com foco no planejamento, concepção e operação dos BESS (Battery Energy Storage Systems). Foram discutidos casos de uso, padronização e códigos de rede, bem como experiências internacionais práticas de instalação e operação de sistemas de armazenamento com baterias de diversos portes.

• Os BESS estão cada vez mais presentes nas redes de distribuição de energia, no entanto, os operadores das redes de distribuição, fornecedores de equipamentos e serviços e os órgãos reguladores necessitam de um framework comum, apoiado por recomendações práticas e guias de melhores práticas para disciplinar a integração do BESS aos sistemas de distribuição.

• Os eventos do SC-C6 envolveram diversas atividades técnicas muito importantes no âmbito dos temas mais relevantes em discussão no momento, os quais estão diretamente relacionados com a inserção de fontes de geração baseadas em energias renováveis intermitentes junto a rede de distribuição, integração de sistemas de armazenamento de energia com baterias, veículos elétricos, bem como seus impactos no comportamento elétrico da rede de distribuição.

z 18. COMITÊ DE ESTUDOS D1 – MATERIAIS E TECNOLOGIAS EMERGENTES DE ENSAIOS

18.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO

NOME FUNÇÃOAdriana de Castro Coordenadora do Passos Martins CE-D1 e Membro do AG D1.01 e do WG D1.70Roberto Asano Júnior Secretário do CE D1 e Membro do WG D1.65 Helena Wilhelm Autora do Paper D1-306 e Membro do WG D1.70Ricardo Wesley Salles Membro dos WG Garcia D1.58, WG D1.59, WG D1.61 e WG D1.62

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• Foi identificado por um membro do grupo que Itaipu implementou recentemente uma solução SDN. Marcelo Araujo fez contato com um colega de Itaipu que disponibilizou um paper sobre esse caso prático, que será apresentado no próximo STPC, para que possa ser incluído na brochura técnica do WG D2.43.

• O destaque no tutorial do SC-D2 foi a introdução do conceito de um ISOC (Integrated Security Operations Center - Centro de Operações de Segurança Integrada), que trata de ameaças cibernéticas que podem afetar sistemas de TIC (tecnologia da informação e comunicação) e TO (tecnologia da operação, i.e., proteção, automação e SCADA), fazendo uma avaliação de maneira integrada.

• Há a possibilidade de uso de IoT (Internet of Things - Internet das Coisas) para monitoramento da condição com requisitos de latência menos exigentes, usando links de comunicação sem fio e pilhas de protocolos de internet. Diversas tecnologias de comunicação (PLC, fibra óptica ou wireless) podem usadas para atender as microgrids do futuro, a depender da necessidade a ser atendida.

• Com a virtualização, funções de rede e aplicações podem ser consolidadas em um servidor compartilhado, reduzindo o espaço físico e o consumo de energia do processamento distribuído de informação, com a habilidade de formar interconexões flexíveis entre sites de forma segura com o uso de SDN/NFV. Embora ainda no início no setor elétrico mundial, aplicações deste tipo tendem a crescer.

• A Gestão de ativos inteligente está sendo explorada por empresas do setor ao redor do mundo. Inicialmente, equipes de TO desenvolveram soluções caseiras de sistemas de gestão de ativos. Posteriormente, buscaram apoio de equipes de TI para gerenciar os grandes volumes gerados de dados pela quantidade crescente de IEDs. O uso de sistemas ERPs é comum, e essa cooperação entre TI e TO permitiu integração gradativa entre as diferentes unidades de negócio das empresas.

está relacionada à importância da contribuição brasileira no WG D1.60.

• Todas as contribuições apresentadas, apesar de tratarem das questões do atual Special Report, apontaram caminhos diferentes que certamente estão alinhados com os temas futuros do SCD1: nanomateriais, hidrofobicidade, testes não invasivos e repetíveis para determinação da condição de equipamentos.

z 19. COMITÊ DE ESTUDOS D2 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÃO PARA SISTEMAS ELÉTRICOS

19.1. MEMBROS DA DELEGAÇÃO NOME FUNÇÃOMarcelo Costa de Araújo Coordenador do CE-D2 e Membro do WG D2.43Rodrigo Leal de Siqueira Autor do Paper D2-301, Secretário do CE-D2 e Membro do JWG B5/D2.67

19.2. CONTRIBUIÇÕES E APRESENTAÇÕES• Rodrigo Leal de Siqueira apresentou contribuição

para a questão PS3-Q3.1 na sessão técnica plenária do SC-D2.

19.3. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS• O tema de SDN (Software Defined Networks -

Redes Definidas por Software) com aplicações no setor elétrico ainda é muito recente, carecendo de casos práticos. Isso foi reforçado pelo fato de que, embora esse fosse um dos temas preferenciais da sessão técnica do SC-D2 na Bienal, apenas dois papers foram enviados: um feito pelo Convener do WG D2.43, apresentando o que vem sendo discutido no grupo, e outro com uma aplicação teórica para distribuição.

• Há grande possibilidade de aplicação no ambiente de subestações, utilizando controladores SDN para definir rotas principais e backup para o tráfego de proteção e automação, atingindo os requisitos de tempo dessas aplicações.

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intermitentes e o papel da geração distribuída e da digitalização.

• Destacam-se as grandes transformações que estão e irão passar os sistemas elétricos de potência com a larga implementação das fontes renováveis, interconexão das redes, recursos de energy storage, micro grids, smart grid, digitalização das redes e instalações, etc.

• Neste contexto, merece destaque o papel dos recursos de energy storage nos vários níveis dos sistemas elétricos de potência: local e sistêmico em média e alta tensão. Do lado do sistema de potência, esses recursos propiciam os seguintes benefícios: reduzir a necessidade de reforços no sistema de transmissão, reduzir o nível da congestão na transmissão, reduzir o montante da reserva de geração adicional e reduzir as perdas nas redes de transmissão e de distribuição. Do lado dos produtores, esses recursos reduzem as perdas da geração que não possa ser acomodada no sistema elétrico interligado.

• Essa transição dos sistemas elétricos, da predominância das fontes convencionais de geração para a geração dispersa com fontes renováveis cuja maioria são de natureza intermitente, leva a necessidade de uma transição para os sistemas de transmissão de predominância AC para um híbrido AC/DC, a implantação de esquemas especiais de proteção, linhas de transmissão mistas com parte aérea e parte subterrânea e outros desenvolvimentos.

• Chama a atenção o fato de que o sistema elétrico brasileiro tem a forma mais eficiente e barata de armazenar a geração intermitente, de forma sistêmica, que são os reservatórios das usinas hidráulicas. Esta realidade tem de ser ressaltada, sobretudo neste momento em que se está tentando a retomada da implantação de grandes usinas no Brasil, para que não se perca este importante diferencial positivo do sistema elétrico brasileiro, que a natureza nos propiciou, ou seja, rios, ventos e sol em abundância. Outro ponto de destaque é que o sistema elétrico brasileiro tem larga experiência com esquemas especiais de proteção e tem desenvolvido

• O uso de Analytics, IoT e Big Data estão crescendo de forma exponencial e estes dispositivos e ferramentas podem melhorar a gestão das empresas de forma efetiva.

z 20. CONSTATAÇÕES TÉCNICAS GERAIS

• Na cerimônia de abertura, foi realizada uma palestra “Navegando na transição para a quarta revolução” ministrada pela Audrey Zibelman, presidente do mercado de energia da Austrália (AEMO), ressaltando as relevantes transformações econômicas, sociais, tecnológicas e ambientais que vem afetando toda a indústria de energia elétrica, com destaque para os seguintes pontos:

- Os principais drivers para as transformações disruptivas que vem ocorrendo no setor são: mudanças climáticas e a busca de desenvolvimento sustentável e economia de baixo carbono, envelhecimento da infraestrutura de geração/rede, necessidade de novos papéis (ex. agregadores, prosumers) e modelos de negócios direcionados à sustentabilidade (energias renováveis, armazenamento, resposta da demanda), com ampliação da relevância das preferências do consumidor.

- Do ponto de vista do sistema elétrico, destacou-se a diversificação da matriz, a relevância dos modelos de previsão, maior granularidade dos dados com a digitalização.

- Do ponto de vista do mercado é necessário modelos para valorar a disponibilidade e a flexibilidade, permitir novos entrantes e a otimização de todos os recursos disponíveis.

- Os modelos de negócio devem ser situacionais, se adaptando e criando valor às necessidades dos consumidores.

• No painel de abertura sobre o tema “The Future Sustainable Power System: Organic, Disruptive and Secure”, foi apresentada uma síntese das principais transformações da indústria de energia elétrica que tendem a ser pressionadas cada vez mais pela evolução das tecnologias disruptivas e dos acordos internacionais como o “acordo de Paris” ratificado por 195 nações na Convenção das Partes (COP21) em dezembro de 2016, incluindo temas como viabilização de investimentos, integração de fontes

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acessória às questões de mercado. Talvez seja o momento de rever estes paradigmas e ampliar o espaço para as questões regulatórias dentro da estrutura dos Comitês de Estudo do CIGRE.

• O Study Committee B4 alterou seu título para “DC Systems and Power Electronics”, abrangendo os sistemas DC não só de alta tensão, mas também de tensões mais baixas e mesmo distribuição.

• O Study Committee C6 alterou seu título para “Active Distribution Networks and Distributed Energy Resources” e o direcionamento das atividades será mais tecnológico e menos sistêmico, sendo que as questões relativas a planejamento e operação de sistemas de distribuição ativos foram transferidas para os Comitês de Estudo C1 e C2, respectivamente.

z 21. CONSTATAÇÕES GERAIS

• A Bienal em si é um fórum onde existem oportunidades de trocas de experiências entre países e empresas do mundo inteiro. Mais uma vez um fato marcante foi a presença significativa da delegação do Brasil, tanto em número de participantes quanto nas contribuições técnicas.

• Estes ganhos advindos da participação na Bienal podem ser multiplicados com a participação efetiva dos representantes brasileiros nos trabalhos desenvolvidos pelos SCs, WGs e TFs, mesmo que como membros correspondentes.

• A participação efetiva dos representantes brasileiros permite influenciar na definição dos temas que serão tratados nas Bienais seguintes, como também nos trabalhos desenvolvidos pelos órgãos de estudo do CIGRE.

• Todos os conhecimentos e experiências adquiridas têm aplicação direta e imediata nas atividades profissionais dos participantes, constituindo-se em elementos valiosos a serem usados nos projetos e atividades do dia-a-dia.

• Fatos que chamaram a atenção foram a melhoria significativa da organização da sessão e a grandiosidade da Technical Exhibition.

recentemente a implantação de sistemas híbridos AC/DC.

• A Regulação encontra-se no centro da maioria das discussões dos grupos do CIGRE. Em sistemas de potência já se foi o tempo no qual os maiores desafios eram exclusivamente de ordem técnica. Na atualidade, as questões regulatórias atingiram um patamar estratégico de grande relevância. A viabilização do uso de novas tecnologias, novas regras de mercado, assim como de novas ferramentas, é em grande medida dependente do estabelecimento de novos regulamentos ou adaptação dos existentes.

• A comprovação deste fato na prática pôde ser observada na Bienal 2018 do CIGRE, na qual se observou uma crescente presença de temas regulatórios, em relação a Bienais anteriores. Neste sentido, estacam-se as temáticas das apresentações na cerimônia de abertura, “Future electricity markets and business models”, e no painel “The future sustainable power system: organic, disruptive and secure”, ambas com forte viés regulatório.

• Em diferentes oportunidades, durante apresentações de papers, tutoriais e painéis ficou claro que as questões regulatórias e processos de licenciamento ambiental e para operação representam hoje os gargalos para a expansão da oferta de energia e de expansão da rede. O progresso das tecnologias em sistemas de potência, aliada à revolução digital, são vetores de dinamização da engenharia, fabricação, implantação e operação de novas instalações de geração, transmissão e distribuição. O descompasso entre a agilidade observada nas últimas décadas pelo setor produtivo dos sistemas de potência e a morosidade regulatória e de licenciamentos oferece um vasto e necessário campo de discussão. De forma global há que se pensar o desenvolvimento de métodos e processos mais ágeis para a regulação dos sistemas de potência.

• A despeito da atenção estratégica devotada pela diretoria do CIGRE internacional ao tema “Regulação”, este ainda é representando de forma muito tímida na estrutura dos Comitês de Estudo do CIGRE. Regulação é apenas tratado de forma explícita no Comitê de Estudo C5 e de forma

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