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ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO PARA A ÁREA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ CONTRATANTE METODOLOGIA PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS, DEFINIÇÃO DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO, DIAGNÓSTICO SÓCIO ECONÔMICO E AMBIENTAL, DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS, DEFINIÇÃO DO PERÍODO DE PLANEJAMENTO, ELABORAÇÃO DOS CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO E DOS MECANISMOS PARA AVALIAÇÃO DAS AÇÕES PROGRAMADAS RELATÓRIO CONSOLIDADO FINAL CONSULTORA MARÇO DE 2013 CÓD DO PROJETO / DEPTO Pj_014-2012/ PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

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ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO PARA A ÁREA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS

PLUVIAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ

CONTRATANTE

METODOLOGIA PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS, DEFINIÇÃO DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO, DIAGNÓSTICO SÓCIO ECONÔMICO E AMBIENTAL,

DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS, DEFINIÇÃO DO PERÍODO DE PLANEJAMENTO, ELABORAÇÃO DOS CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO E DOS MECANISMOS PARA AVALIAÇÃO DAS AÇÕES PROGRAMADAS

RELATÓRIO CONSOLIDADO FINAL

CONSULTORA MARÇO DE 2013 CÓD DO PROJETO / DEPTO Pj_014-2012/ PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

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ÍNDICE

1 GENERALIDADES _______________________________________________12

1.1 PROJETO_____________________________________________________ 12

1.2 LOCALIZAÇÃO ________________________________________________ 12

1.3 ESTUDOS E PROJETOS DESENVOLVIDOS ________________________ 12

1.4 METODOLOGIA UTILIZADA ____________________________________ 13

1.5 CÓDIGO PROJETO_____________________________________________ 13

2 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTURA E CONTRATANTE _ ___14

2.1 CONSULTORA ________________________________________________ 14

2.2 CONTRATANTE _______________________________________________ 15

3 APRESENTAÇÃO ________________________________________________16

4 ETAPA 1 - IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS E DE FINIÇÃO DO GRUPO EXECUTIVO DE SANEAMENTO – GTE ______________________18

5 ETAPA 2 – DEFINIÇÃO DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO___ ______19

5.1 DELIMITAÇÃO DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO ______________ 22

6 ETAPA 3 – DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL __ _____27

6.1 HISTÓRICO ___________________________________________________ 27

6.2 ASPECTOS AMBIENTAIS DO MEIO FÍSICO _______________________ 28 6.2.1 LOCALIZAÇÃO ______________________________________________ 28 6.2.2 CLIMA _____________________________________________________ 28 6.2.3 HIDROGRAFIA ______________________________________________ 29 6.2.4 VEGETAÇÃO________________________________________________ 30 6.2.5 GEOLOGIA _________________________________________________ 31 6.2.6 RELEVO E GEOMORFOLOGIA _________________________________ 31 6.2.7 PEDOLOGIA ________________________________________________ 34 6.2.8 USO DO SOLO _______________________________________________ 34

6.3 INSTRUMENTOS LEGAIS DE SANEAMENTO BÁSICO ______________ 36 6.3.1 PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO __________________________ 36 6.3.2 POLÍTICA ESTADUAL DE SANEAMENTO _______________________ 36 6.3.3 FUNDO ESTADUAL DE SANEAMENTO _________________________ 36 6.3.4 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO _________________ 36 6.3.5 COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA ___________________________ 37

6.4 INFRAESTRUTURA DO MUNICÍPIO ______________________________ 37 6.4.1 ACESSOS ___________________________________________________ 37 6.4.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO __________________________________ 37 6.4.3 ABASTECIMENTO DE ÁGUA __________________________________ 38 6.4.4 RESÍDUOS SÓLIDOS _________________________________________ 39 6.4.5 DRENAGEM URBANA ________________________________________ 39

6.5 ASPECTOS SOCIAIS ___________________________________________ 40

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6.5.1 EDUCAÇÃO _________________________________________________ 40 6.5.1.1 TAXA DE ANALFABETISMO ______________________________ 40

6.5.2 CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO _________________________ 41 6.5.2.1 Indicador de Desenvolvimento Humano _________________________ 41 6.5.2.2 Caracterização das Áreas de Interesse Social – AIS ________________ 42

6.6 ASPECTOS ECONÔMICOS ______________________________________ 42

7 ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO ______________________________________44

7.1 SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE _______________________________ 44

7.2 INFORMAÇÕES SOBRE MORBIDADE ____________________________ 44 7.2.1 MORBIDADE POR CAUSAS ___________________________________ 44 7.2.2 DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA __________________________ 45 7.2.3 TAXA BRUTA DE NATALIDADE _______________________________ 47 7.2.4 ZOONOSES _________________________________________________ 47

8 ETAPA 4 - DIAGNÓSTICO DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS _________________________________________________49

8.1 DEFINIÇÕES DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS __________________________________________________________ 49

8.2 ASPECTOS LEGAIS ____________________________________________ 50 8.2.1 LEGISLAÇÃO FEDERAL ______________________________________ 51 8.2.2 LEGISLAÇÃO ESTADUAL _____________________________________ 53 8.2.3 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ____________________________________ 54

8.3 PANORAMA ESTADUAL ________________________________________ 55

8.4 ESTUDO HIDROLÓGICO _______________________________________ 56 8.4.1 INTRODUÇÃO _______________________________________________ 56 8.4.2 COLETA DE DADOS__________________________________________ 57 8.4.3 PROCESSAMENTO DOS DADOS PLUVIOMÉTRICOS ______________ 57

8.4.3.1 Precipitações Mensais ______________________________________ 57 8.4.3.2 Chuvas Intensas ___________________________________________ 58 8.4.3.3 Curvas de Intensidade-Duração-Frequência ______________________ 61 8.4.3.4 Tempo de Retorno _________________________________________ 65

8.5 BACIAS HIDROGRÁFICAS ______________________________________ 66 8.5.1 ÁREA DA BACIA ____________________________________________ 68 8.5.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO __________________________________ 73 8.5.3 TIPOS DE SOLO _____________________________________________ 77 8.5.4 ESCOAMENTO SUPERFICIAL _________________________________ 79 8.5.5 MÉTODOS HIDROLÓGICOS ___________________________________ 80

8.5.5.1 Método Racional __________________________________________ 80 8.5.5.2 Método de Ven Te Chow ____________________________________ 81 8.5.5.3 Métodos Estatísticos Diretos _________________________________ 82 8.5.5.4 Modelagem Computacional __________________________________ 82

8.5.6 VAZÕES DE PROJETO ________________________________________ 83

8.6 RECONHECIMENTO DE CAMPO ________________________________ 85 8.6.1 UNIDADE DE PLANEJAMENTO UP1 ____________________________ 86 8.6.2 UNIDADE DE PLANEJAMENTO UP2 ____________________________ 91

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8.6.3 UNIDADE DE PLANEJAMENTO UP3 ___________________________ 100

8.7 ÁREAS SUJEITAS À ALAGAMENTOS E INUNDAÇÕES _____________ 109

8.8 ÁREAS SUJEITAS A DESLIZAMENTOS __________________________ 112

8.9 VISÃO SOCIAL _______________________________________________ 117 8.9.1 METODOLOGIA DA PESQUISA _______________________________ 117

8.9.1.1 OBJETIVO _____________________________________________ 117 8.9.1.2 PLANO AMOSTRAL _____________________________________ 118 8.9.1.3 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA _______________________________ 118 8.9.1.4 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS DE ESTUDO __________________ 118 8.9.1.5 INSTRUMENTOS DA COLETA ____________________________ 119 8.9.1.6 OPERAÇÃO DA COLETA _________________________________ 119 8.9.1.7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS _________________ 119

8.9.2 VISÃO DA POPULAÇÃO NA UP 1______________________________ 123 8.9.3 VISÃO DA POPULAÇÃO NA UP 2______________________________ 124 8.9.4 VISÃO DA POPULAÇÃO NA UP 3______________________________ 124 8.9.5 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS _____________________________________ 125

8.10 LANÇAMENTOS ILÍCITOS DE ESGOTO E RESÍDUOS SÓLIDOS _____ 126 8.10.1 ESGOTO SANITÁRIO ______________________________________ 127 8.10.2 RESÍDUOS SÓLIDOS ______________________________________ 129

8.11 LEVANTAMENTO DE EXPERIÊNCIAS COM SISTEMAS DE DRENAGEM EM OUTROS MUNICÍPIOS ___________________________________________ 130

8.11.1 PORTO ALEGRE __________________________________________ 130 8.11.2 SANTO ANDRÉ ___________________________________________ 131 8.11.3 SOROCABA ______________________________________________ 131 8.11.4 CAMPO GRANDE _________________________________________ 132 8.11.5 CURITIBA _______________________________________________ 132

9 ETAPA 5 – DEFINIÇÃO DO PERÍODO DE PLANEJAMENTO E PR OJEÇÃO POPULACIONAL ___________________________________________________133

9.1 DEFINIÇÃO DO PERÍODO DE PLANEJAMENTO __________________ 133

9.2 DETERMINAÇÃO DA PROJEÇÃO POPULACIONAL ________________ 133 9.2.1 EVOLUÇÃO POPULACIONAL ________________________________ 134 9.2.2 PROJEÇÕES POPULACIONAIS ________________________________ 134 9.2.3 ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL PARA O HORIZONTE DE PROJETO – 2029____________________________________ 135

9.3 INTERFERÊNCIA DA PROJEÇÃO POPULACIONAL NO SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUA PLUVIAL URBANA ___________________ 138

10 ETAPA 6 – CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO ____________________________139

10.1 PROGNÓSTICO E ALTERNATIVAS ______________________________ 139 10.1.1 METODOLOGIA DOS ESTUDOS _____________________________ 139 10.1.2 DEMANDA E PROJEÇÕES PARA OS SETORES ________________ 143

10.1.2.1 DEMANDA ESTIMADA PARA O SETOR DE DRENAGEM URBANA 143

10.1.3 IDENTIFICAÇÃO DE AMEAÇAS E OPORTUNIDADES __________ 145

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10.1.3.1 AVALIAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DA IMPORTÂNCIA E INCERTEZA DAS AMEAÇAS _____________________________________ 147 10.1.3.2 AGRUPAMENTO DAS PRIORIDADES ____________________ 149

10.2 ELABORAÇÃO DOS CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO ___________________ 151 10.2.1 O CENÁRIO TENDENCIAL _________________________________ 152 10.2.2 O CENÁRIO REALISTA ____________________________________ 153 10.2.3 O CENÁRIO IDEAL ________________________________________ 153 10.2.4 SELEÇÃO DO CENÁRIO NORMATIVO _______________________ 154

11 ETAPA 7 – PROGRAMAÇÃO DAS AÇÕES DO PLANO _______________155

11.1 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DE SALUBRIDADE AMBIENTAL _______ 155 11.1.1 INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA) ____________ 155

11.1.1.1 Indicador de Drenagem Urbana (IDU) ________________________ 156

11.1.2 HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO ___________ 157

11.2 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES NECESSÁRIAS PARA ATINGIR OS OBJETIVOS E AS METAS ____________________________________________ 158

11.2.1 PROGRAMAÇÃO DE AÇÕES IMEDIATAS E DAS AÇÕES DO PLANO 158

11.2.1.1 Fontes de Financiamento dos Serviços Públicos de Saneamento Básico 159

11.2.1.2 Planejamento para o Setor de Drenagem Urbana _______________ 162 11.2.1.3 Quadro de informações de Contratação de serviços _____________ 169 11.2.1.4 Planejamento e Gerenciamento do Setor Institucional ___________ 170

11.3 AÇÕES DE EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS __________________ 170

11.4 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – E.A. __________________ 172 11.4.1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM SANEAMENTO (PEAMSS) ______________________________________ 175

11.4.1.1 OBJETIVO ___________________________________________ 175 11.4.1.2 PRODUTO: CADERNO METODOLÓGICO PARA AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM SANEAMENTO 175

12 ETAPA 8 - INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO __177

12.1 PLANEJAMENTO _____________________________________________ 179

12.2 EXECUÇÃO DA AVALIAÇÃO ___________________________________ 179

12.3 ANÁLISE DE RESULTADOS ____________________________________ 179

12.4 DIVULGAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS ________________ 180

12.5 IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO E MONITORAMENTO _________________________________________________ 180

12.5.1 CONSELHO LOCAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL (CLSA) ____ 181

12.5.2 FUNDO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO ______________ 181 12.5.3 DIVULGAÇÃO DO PLANO E PERCEPÇÃO SOCIAL _____________ 182

12.5.3.1 INSTRUMENTOS DE DIVULGAÇÃO DO PLANO ___________ 183

12.5.3.2 FORMAS DE PARTiCIPAÇÃO ___________________________ 184

12.5.4 INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA) ____________ 184

13 ETAPA 9 – EXECUÇÃO COMPREENDENDO O INÍCIO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO ____ _____186

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14 ETAPA 10 – ATUALIZAÇÃO COMPREENDENDO A AVALIAÇÃO PERIÓDICA DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO ________ ________187

15 BIBLIOGRAFIA _________________________________________________188

16 ANEXOS _______________________________________________________194

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 4.1 - Agentes do Grupo Técnico Executivo ...............................................................................................18 Tabela 5.1. Identificação dos bairros que compõem a divisão administrativa de São José. .............................25 Tabela 6.1. Relevo São José. ..................................................................................................................................32 Tabela 6.2. Panorama do sistema de esgotamento sanitário, por domicílios. ...................................................38 Tabela 6.3. Panorama do sistema de abastecimento de água, por domicílios. ..................................................39 Tabela 6.4. Destino do lixo no município de São José. ........................................................................................39 Tabela 6.5. Dados da Educação Regular do Município – São José. ...................................................................40 Tabela 6.6. Taxa de Analfabetismo de São José. ..................................................................................................40 Tabela 6.7. IDH do Município de São José e do Estado de Santa Catarina. .....................................................41 Tabela 6.8. Número de Famílias e Populações Estimadas por Área. .................................................................42 Tabela 7.1. Capítulos da CID-10 e classificação de doenças por grupo de causas. .........................................44 Tabela 7.2. Taxa Bruta de Natalidade por 1000 habitantes; Total de Nascidos Vivos e População, por ano,

segundo Município de São José. .....................................................................................................47 Tabela 8.1. Precipitações Máximas Diárias Mensais ..........................................................................................59 Tabela 8.2. Ajuste de Alturas de Chuva.................................................................................................................61 Tabela 8.3. Valores de Intensidade e Altura de Chuva ........................................................................................62 Tabela 8.4. Dados das Bacias Hidrográficas........................................................................................................70 Tabela 8.5. Uso do Solo em São José ....................................................................................................................75 Tabela 8.6. Área de Uso do Solo por Bacia (km²) ................................................................................................76 Tabela 8.7. Tipos de Solos em São José ................................................................................................................78 Tabela 8.8. Área de Tipos de Solos por Bacia (km²) ............................................................................................78 Tabela 8.9. Classificação de tipos de solos para cálculo de CN .........................................................................79 Tabela 8.10. Uso do solo e suas características de acordo com o tipo...............................................................79 Tabela 8.11. Identificação dos principais problemas de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas na

UP1. ..................................................................................................................................................91 Tabela 8.12 Identificação dos principais problemas de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas na UP2.

.........................................................................................................................................................100 Tabela 8.13 Identificação dos principais problemas de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas na UP3.

.........................................................................................................................................................108 Tabela 8.14. Pergunta sobre o conhecimento do assunto drenagem urbana ...................................................120 Tabela 8.15. Criticidade da manutenção e conservação periódica do sistema de drenagem urbana. ...........120 Tabela 8.16. Tipos de sugestões para o S.D.U. segundo a população Josefense. ............................................120 Tabela 8.17. Qualidade da manutenção e conservação periódica a do S.D.U., por Unidade de Planejamento.

.........................................................................................................................................................121 Tabela 8.18. Condição das UP’s a ocorrer assoreamento da rede de drenagem (acúmulo de lixo e areia), por

Unidade de Planejamento. ............................................................................................................121 Tabela 8.19. Fatores que causam alagamento/inundação, por Unidade de Planejamento. ...........................121 Tabela 8.20. Ocorrência de poças de água, por Unidade de Planejamento. ...................................................122 Tabela 8.21. Ocorrência de erosão, por Unidade de Planejamento. ................................................................122 Tabela 8.22. Incidência de desmoronamento, por Unidade de Planejamento. ................................................122 Tabela 8.23. Ocorrência de erosão em locais próximos a cursos d´água, por Unidade de Planejamento. ...122 Tabela 8.24. Solução empregada para o destino do esgoto doméstico. ............................................................123 Tabela 8.25. Composição do esgoto doméstico ..................................................................................................128 Tabela 8.26. Inconvenientes do lançamento in natura de esgoto em corpos d'agua........................................128 Tabela 9.1. Evolução Populacional do Município de São José .........................................................................134 Tabela 9.2. Taxas Geométricas de Crescimento Populacional .........................................................................134 Tabela 9.3. Estimativa Populacional Preliminar................................................................................................136 Tabela 9.4. Estimativa Populacional Adotada ....................................................................................................137 Tabela 9.5. Causas e efeitos da urbanização sobre as inundações urbanas ....................................................138 Tabela 10.1. Prazo para cumprimento dos objetivos e metas do plano e período de planejamento

correspondente...............................................................................................................................141 Tabela 10.2. Vias urbanas providas/desprovidas de cadastro de sistema de drenagem .................................144 Tabela 10.3. Cursos d’água providos/ desprovidos de cadastramento de macrodrenagem ...........................144 Tabela 10.4. Listagem das Ameaças e Oportunidades para o setor de drenagem urbana ..............................147 Tabela 10.5. Ponderação das ameaças para o setor de drenagem urbana ......................................................149 Tabela 10.6. Faixas de agrupamento das prioridades. Adaptado de (BUARQUE 2003)................................150 Tabela 10.7. Agrupamento de prioridades para o Setor de Drenagem Urbana...............................................150

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Tabela 10.8. Cenário Tendencial: projeção dos índices de atendimento .........................................................152 Tabela 10.9. Cenário Realista: Projeção dos índices de atendimento ..............................................................153 Tabela 10.10. Cenário Ideal: projeção dos índices de atendimento .................................................................153 Tabela 10.11. Comparativo do Cenário Tendencial com o Cenário Ideal .......................................................154 Tabela 11.1. Definição do valor de IIN.................................................................................................................157 Tabela 11.2. Dados a serem obtidos pela Prefeitura Municipal de São José...................................................157 Tabela 11.3. Ações de emergência e contingência para o setor Drenagem Urbana .......................................171

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 5.1. Planejamento: Avaliação do momento presente vislumbrando o futuro. .......................................19 Figura 5.2. Regiões Hidrográficas de Santa Catarina. ........................................................................................21 Figura 5.3. Regiões Hidrográficas, delimitação das Bacias Hidrográficas e destaque em vermelho para a

Bacia Cubatão do Sul. .....................................................................................................................21 Figura 5.4. Delimitação da Bacia Hidrográfica do rio Maruim .........................................................................23 Figura 5.5. Delimitação das bacias hidrográficas elementares. .........................................................................24 Figura 5.6. Unidades de Planejamento e Divisão Administrativa por Bairros do Município de São José ......25 Figura 6.1. Distritos do município de São José. ...................................................................................................27 Figura 6.2. Localização do Município de São José. .............................................................................................28 Figura 6.3 Hidrografia de São José. .....................................................................................................................30 Figura 6.4. Mapa de Zoneamento do Município de São Jose segundo o Plano Diretor de 1985. ....................35 Figura 6.5. Sistema de Esgotamento Sanitário .....................................................................................................38 Figura 7.1. Proporção de internações hospitalares por grupo de causas em São José, 2008-2011. ...............45 Figura 7.2. Notificações, Segundo Oportunidades de Encerramento da Investigação de 2008 a 2010...........47 Figura 8.1. Regiões Hidrográficas do Estado de Santa Catarina . .....................................................................56 Figura 8.2. Altura de Chuva versus Tempo de Duração. .....................................................................................63 Figura 8.3. Curvas de Intensidade-Duração-Frequência ....................................................................................64 Figura 8.4. Bacias Hidrográficas do Estado de Santa Catarina. ........................................................................66 Figura 8.5. Bacias Hidrográficas que drenam o Município de São José. ..........................................................67 Figura 8.6. Limites Bacia Rio Maruim em São José ............................................................................................68 Figura 8.7. Mapa Altimétrico das Bacias Hidrográficas. ....................................................................................69 Figura 8.8. Mapa de Declividade do Terreno das Bacias Hidrográficas ...........................................................70 Figura 8.9. Áreas de APP conforme art. 160° da Lei Municipal 1.605/85.........................................................71 Figura 8.10. Mapa com áreas de APP por Hidrografia e por Declividade........................................................73 Figura 8.11. Uso do Solo ........................................................................................................................................74 Figura 8.12. Porcentagem de Uso do Solo em São José ......................................................................................76 Figura 8.13. Tipos de Solos ....................................................................................................................................77 Figura 8.14. Porcentagem de Tipos de Solos em São José ..................................................................................78 Figura 8.15. Pontos de GPS tirados em cada área de planejamento..................................................................85 Figura 8.16. Área da UP1. .....................................................................................................................................86 Figura 8.17. Loteamento em implantação no bairro Serraria (E). Sistema de drenagem à jusante do novo

loteamento que pode não atender a nova vazão caso o incremento de vazão não tenha sido previsto em projeto (D). ..................................................................................................................87

Figura 8.18. Loteamento novo no bairro Areias. Vista da rua Hamilton Ferreira (E). Boca de lobo de concreto (D). Fonte: Arquivo da empresa (01/17/2013). .............................................................................87

Figura 8.19. Ponte com galerias sobre o rio Três Henriques (E). Ponte com galerias sobre o rio Carolina, próximo à Biguaçu (D). ...................................................................................................................88

Figura 8.20. Vias com calçadas danificadas. Rua Afrísio de Souza Vaz, bairro Serraria (E). Rua Leo Augusto da Silva, em Serraria (D). Fonte: Arquivo da empresa (17/01/2013). ........................................88

Figura 8.21. Moradias em área de risco em Serraria (E). Loteamento próximo à área de risco no bairro Pedregal (D). ...................................................................................................................................89

Figura 8.22. Lixo e esgoto no rio Carolina (E). Esgoto no rio Três Henriques (D). .........................................89 Figura 8.23. Estrangulamento do rio Três Henriques na rodovia BR-101 (E). Foz do rio Três Henriques (D).

...........................................................................................................................................................90 Figura 8.24. Residências sobre o Rio Três Henriques nos bairros Ipiranga (E) e Jardim Cidade Florianópolis

(D). ....................................................................................................................................................90 Figura 8.25. Área da UP2. .....................................................................................................................................92 Figura 8.26. Rio Araújo sob a ciclovia, próximo ao shopping Itaguaçu (E). Vista do interior da canalização do

rio Araújo, próximo ao prédio do fórum (D). ................................................................................93 Figura 8.27. Rio Araújo nos fundos do CEASA. Apresenta as margens do rio Araújo cobertas com gramíneas

(E). Fundos do pátio do CEASA (D). .............................................................................................93 Figura 8.28. Galeria de drenagem com seção reduzida após a curva (E). Construções junto ao rio (D). ......94 Figura 8.29. Exemplos de locais de alagamento. Construção de morador para evitar a entrada da água que

chega a 80cm na sua residência no bairro Nossa Senhora do Rosário (E). Ponte sobre o rio Araújo, local onde frequentemente ocorre extravasamento em torno de 40cm (D). ..................95

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Figura 8.30. Exemplos de locais de alagamento. Indicação do nível da água no muro da residência localizada na rua das Palmeiras, bairro Kobrasol (E). Água chega até à garagem de oficina na rua do Iano, bairro Nossa Senhora do Rosário (D). .................................................................................95

Figura 8.31. Rio Araújo próximo à BR-101 (E). Rio Bücheler, na divisa com o bairro Jardim Atlântico - em Florianópolis....................................................................................................................................96

Figura 8.32. Galeria de drenagem na rua Eugênio Portela, em Barreiros (Em cima). Saídas de drenagem na praia de Barreiros (Abaixo)............................................................................................................96

Figura 8.33. Residências no bairro Roçado localizadas no topo do morro, em área susceptível à movimentos de encosta. ........................................................................................................................................97

Figura 8.34. Caixa com grelha na sarjeta danificada na rua João Correia Sobrinho, bairro Kobrasol (E). Boca de lobo quebrada na Rua Catarina Meira dos Santos, em Barreiros, tampada provisoriamente com uma placa (E). .............................................................................................97

Figura 8.35. Pontos com poluição objetável. Rio Araújo atrás do CEASA (E). Córrego poluído próximo ao final da rua Moura, em Barreiros (D). ..........................................................................................98

Figura 8.36. Vista geral da praia de Barreiros (E). Vista da saída do córrego poluído próximo ao final da rua Moura, em Barreiros (D). ...............................................................................................................98

Figura 8.37. Resíduos acumulados na ponte sobre o rio Araújo na Avenida Presidente Kennedy (E). Lixo e vegetação em galeria da rua Paulino Pedro Hermes, próximo à rodovia BR-101 (D). ...........99

Figura 8.38. Detalhe dos peixes mortos na superfície do rio (E). Peixes mortos sobre as pedras nas margens do rio Araújo (D). ............................................................................................................................99

Figura 8.39. Área da UP3. ...................................................................................................................................100 Figura 8.40. Galeria de drenagem ao lado do prédio da Prefeitura Municipal (E). Canal aberto em

Forquilhinhas (D). .........................................................................................................................101 Figura 8.41. Alargamento do Ribeirão Forquilha (E). Estreitamento do Ribeirão Forquilha na ponte da

rodovia SC-407 (D). ......................................................................................................................102 Figura 8.42. Imagens da rua Alvorada, no bairro Flor de Nápolis. Moradora indicando altura da água na

inundação de 2008 (E). Casa construída sobre pavimento pilotis, evitando a entrada da água em eventos de inundação (D)..............................................................................................................102

Figura 8.43. Alagamento no bairro Praia Comprida, rua Saturnino Deschamps. ..........................................103 Figura 8.44. Alagamento no bairro Zona Industrial de São José. Fotos gentilmente cedidas pela empresa

INTELBRAS (alagamento de 2011)..............................................................................................103 Figura 8.45. Alagamento da marginal da BR-101 no bairro São Luiz. ............................................................104 Figura 8.46. Início de formação de voçorocas e rede de drenagem exposta à entrada de sedimentos. .........105 Figura 8.47. Vista da encosta no bairro Potecas com grande quantidade de pedras (E). Encosta com pedras e

obras de drenagem especial no bairro Fazenda Santo Antônio (D). .........................................105 Figura 8.48. Projeto especial de drenagem no bairro Forquilhas (E). Residência construída s obre o córrego,

em Flor de Nápolis (D). ................................................................................................................106 Figura 8.49. Na caixa com grelha no sarjetão localizado na rua Antonieta de Carvalho Petry, no bairro

Fazenda Santo Antônio, foram improvisados materiais diferentes para execução da grelha, devido à grande quantidade de água (E). A falta de sarjetas e calçada danifica as ruas em Colônia Santana (D)......................................................................................................................107

Figura 8.50. Presença de esgoto na Bica da Carioca, patrimônio histórico do município (E). Tubulações de esgoto sendo lançadas diretamente no córrego no bairro Fazenda Santo Antônio (D)...........107

Figura 8.51. Resíduos próximo ao Ribeirão Forquilha (E). Resíduos próximo ao rio Maruim (D)..............108 Figura 8.52. Locais alagáveis conforme dados disponibilizados pela Prefeitura de São José. ......................109 Figura 8.53. Em São José, a Avenida Josué di Bernardi, uma das principais do bairro Campinas, ficou

alagada com a chuva de 09/03/2013. ...........................................................................................110 Figura 8.54. Alagamento chegou ao conjunto habitacional Geroncio Thives, próximo ao Shopping Itaguaçu,

em São José. ...................................................................................................................................110 Figura 8.55. Hachura em vermelho demonstra a mancha de Inundação de Janeiro de 2008 causada pelo

extravasamento do rio Maruim e Ribeirão Forquilhas. .............................................................111 Figura 8.56. Bairro Serraria, onde foi identificada ocorrência de deslizamento de encosta. ........................112 Figura 8.57. Áreas com registro de movimento de encosta de acordo com o reconhecimento de campo da

Sanetal Engenharia e informações disponibilizadas pela PMSJ. ..............................................113 Figura 8.58. Área de risco identificada pela CPRM no Morro da Boa Vista. Arquivo cedido pela defesa civil

de São José. ....................................................................................................................................114 Figura 8.59. Área de risco identificada pela CPRM no Centro Histórico de São José. Arquivo cedido pela

defesa civil de São José. ................................................................................................................115 Figura 8.60. Área de risco identificada pela CPRM em Colônia Santana. Arquivo cedido pela defesa civil de

São José. .........................................................................................................................................116

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Figura 8.61. Aplicação de questionário com a população. ...............................................................................119 Figura 8.62. Fotos da Primeira Audiência Pública. ..........................................................................................125 Figura 8.63. Área de atendimento do Sistema de Coleta de Esgotamento Sanitário - SES Potecas ..............126 Figura 9.1. Curva de Crescimento Populacional para os anos 1991-1996-2000-2007-2009 ........................135 Figura 10.1 - Esquema metodológico do prognóstico........................................................................................142 Figura 11.1 - Hierarquização dos indicadores ...................................................................................................155

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Prefeitura Municipal de São José

1 GENERALIDADES

1.1 PROJETO

Elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico para a área de Drenagem e

Manejo de Águas Pluviais Urbanas do município de São José, SC.

1.2 LOCALIZAÇÃO

Município de São José no Estado de Santa Catarina.

1.3 ESTUDOS E PROJETOS DESENVOLVIDOS

� Determinação das atribuições pertinentes aos atores envolvidos no Plano Municipal

para a área de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas;

� Delimitação das Unidades de Planejamento;

� Dados Gerais do Município;

� Diagnóstico Sócio Econômico e Ambiental;

� Diagnóstico do sistema de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas;

� Caracterização da situação atual da infraestrutura de drenagem e o sistema de

planejamento e gestão existente no município;

� Apresentação e análise dos impactos da urbanização sobre o sistema de drenagem

municipal;

� Definição do período de planejamento;

� Apresentação da projeção populacional;

� Elaboração dos cenários de evolução e seleção do cenário normativo;

� Programação das ações do plano;

� Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência das ações

programadas.

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1.4 METODOLOGIA UTILIZADA

O Plano de Saneamento Básico para a área de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

do município de São José vem sistematizar a conceituação e a metodologia propostas pela

parceria entre o Ministério das Cidades e o Ministério da Saúde por meio da Fundação

Nacional da Saúde (FUNASA), como forma de enfrentamento das questões de acesso

universalizado aos serviços de saneamento, conforme institucionalizado na Política Nacional

de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07), de modo a desenvolver no município o Plano

Municipal de Saneamento Básico.

O presente relatório, denominado consolidado final, abrangendo as etapas de 1 a 10

de termo de referencia específico, e refere-se a identificação dos agentes envolvidos no

Plano de Drenagem, elaboração do Diagnóstico Ambiental e Socioeconômico, a delimitação

das Unidades de Planejamento, diagnóstico de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas

do município, definição do período de planejamento, elaboração dos cenários de evolução,

seleção do cenário normativo, programação das ações do plano e indicação de mecanismos

para a avaliação sistemática da efetividade das ações programadas. Vale ressaltar que o

mesmo construído com base na Lei n° 11.445/07 e norteado pelas especificações contidas no

termo de referência deste Plano de Saneamento Básico.

1.5 CÓDIGO PROJETO

R:\MD\PMSB PMSJ Produto 3_A.docx

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2 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTURA E

CONTRATANTE

2.1 CONSULTORA

Endereço: Rua Heriberto Hülse, 70 sala 01 – Barreiros – São José – SC. CNPJ: 04.779.656/0001-05 CREA Nº: 059026-3 Representante Legal: ADRIANO AUGUSTO RIBEIRO Responsável Técnico Adriano Augusto Ribeiro CREA nº: 051422-6 Equipe Técnica de trabalho Adriano Augusto Ribeiro Engº Sanitarista e Ambiental, MSC.

Elton Murbach Koga Engº Sanitarista e Ambiental.

Renato Lobato Júnior Engº Sanitarista e Ambiental.

Marcelle Freire Golini Engª Sanitarista e Ambiental.

Henrique Lucini Rocha Engº Sanitarista e Ambiental, MSC.

Marcus Phoebe Farias Engº Sanitarista e Ambiental.

SANETAL – Engenharia e Consultoria em Saneamento e Meio Ambiente

Ltda.

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2.2 CONTRATANTE

Nome: Prefeitura Municipal de São José

Registro Legal: CNPJ Nº 82.892.274/0001-05

Gerenciador do Contrato: Secretaria de Planejamento e Gestão Orçamentária

Endereço: Rua Domingos André Zanini ,300 – Campinas – São José/SC. CEP: 88117-200

Telefone: (48) 33810000 / (48) 33810025 - Site: www.pmsj.sc.gov.br

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3 APRESENTAÇÃO

Este trabalho é o relatório consolidado final do Plano Municipal de Saneamento

Básico - PMSB – Capítulo de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas do

Município de São José, Estado de Santa Catarina.

Conforme exigência prevista no Artigo 9°, Parágrafo I, da Lei Federal n°11.445 de

05 de janeiro de 2007, que “estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico”, fica o

Município de São José obrigado a elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico. Tal

Plano será um requisito prévio para que o município possa ter acesso aos recursos públicos

não onerosos e onerosos para aplicação em ações de saneamento básico.

O Plano abrange os serviços de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas e foi

elaborado em concordância com o PMSB de São José nas áreas de Abastecimento de Água,

Esgotamento Sanitário, Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos.

O Plano de Saneamento Básico, juntamente com o Conselho Municipal de

Saneamento e o Fundo Municipal de Saneamento são as peças fundamentais das políticas

públicas municipais de saneamento. O Plano será o instrumento que norteará os programas,

projetos e ações do poder público nesta área, legitimado pela transparência dos processos

decisórios e pela participação da sociedade na sua elaboração, com mecanismos eficazes de

controle social, subordinando as ações de saneamento ao interesse público. Elaborado em

conformidade com Plano Diretor do Município, pressuposto da Lei 11.445/2007,

disciplinará a ocupação do espaço urbano e deverá ser, de forma permanente, monitorado

para periódicas revisões de ajustamento.

O capítulo de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas do Plano Municipal de

Saneamento Básico do município de São José (PMSB) foi desenvolvido observando as dez

fases a seguir:

Relatório Parcial 1: Etapas 1 a 3, apresentação do diagnóstico ambiental e

socioeconoômico do município de São José assim como a definição da equipe de trabalho e

das áreas de planejamento.

Relatório Parcial 2: Etapas 4 a 8, apresentação do diagnóstico de drenagem e manejo

de águas pluviais urbanas no município e prognóstico.

Relatório Final Consolidado: Etapas 1 a 10, apresentação da versão final do PMSB

de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas.

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As etapas previstas em contrato são descritas a seguir:

• Etapa 1 – Identificação dos agentes envolvidos e definição do grupo

executivo de saneamento - GTE;

• Etapa 2 – Definição das unidades de planejamento;

• Etapa 3 – Diagnóstico sócio, econômico e ambiental;

• Etapa 4 – Realização do diagnóstico de Drenagem e Manejo de Águas

Pluviais Urbanas;

• Etapa 5 – Definição do período de planejamento e projeção populacional;

• Etapa 6 – Elaboração dos cenários de evolução;

• Etapa 7 – Planejamento das ações do Plano;

• Etapa 8 – Mecanismos e procedimentos para a avaliação e monitoramento das

ações programadas;

• Etapa 9 – Execução compreendendo o início da implementação do Plano

Municipal de Saneamento;

• Etapa 10 – Atualização compreendendo a avaliação periódica do Plano

Municipal de Saneamento.

O presente relatório é o terceiro de 3 (três) relatórios integrantes do PMSB de São

José, desenvolvido conforme Termo de Referência e em atendimento ao que estabelece a Lei

Federal N° 11.445 de 11 de janeiro de 2007.

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4 ETAPA 1 - IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS E

DEFINIÇÃO DO GRUPO EXECUTIVO DE SANEAMENTO – GTE

Foram identificados, neste primeiro momento, os agentes que possuem algum tipo de

relação com a elaboração do capítulo de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas do

Plano Municipal de Saneamento Básico de São José. A partir desta identificação foi definido

o Grupo de Trabalho Executivo - GTE.

O Grupo de Trabalho Executivo - GTE é formado pelos profissionais da empresa e

por membros da prefeitura, grupo este que terá a responsabilidade de:

• Participar em todas as atividades realizadas durante o processo de elaboração

do plano;

• Participar das reuniões de apresentação de relatórios e de discussão do tema e

das audiências públicas;

• Realizar a leitura de todos os documentos produzidos, homologando os

produtos referentes a cada Fase, quanto aos interesses do município;

• Mobilizar, registrar as reuniões/ oficinas e audiências públicas do PMSB.

O Grupo Técnico Executivo – GTE (Tabela 4.1), de acordo com o Decreto nº

34.378/2012 da Prefeitura Municipal de São José foi estabelecido em reunião de

planejamento para em seguida ser formalizado em decreto municipal. O GTE será

representado pela Secretária de Planejamento e Gestão Orçamentária do Município de São

José e contará com os seguintes agentes:

Tabela 4.1 - Agentes do Grupo Técnico Executivo

Órgão Membro

Secretaria de Planejamento e Gestão Orçamentária – SEPLAN

Mariele Maura Vieira Damian Gisele Hendges Valéria Petry

Secretaria Municipal de Serviços Públicos José Renato Ramos Junior Fundação Municipal do Meio Ambiente Márcio Mário Duarte Secretaria Municipal de Infraestrutura Nardi Francisco de Souza Arruda

Secretaria Municipal de Segurança, Defesa Social e Trânsito

José Deomir Correa da Silva Fabiana S. de Souza

Secretaria Municipal de Assistência Social Alexandra Madalena Kehrig

Cleide Tiengo Pontes

Fonte: Memorando nº 1192/2012/GAB. Prefeitura Municipal de São José, 20 de dezembro de 2012.

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5 ETAPA 2 – DEFINIÇÃO DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO

O ato de Planejar está inserido em nosso cotidiano e é uma atividade intrínseca ao

seu humano, podendo ser utilizada pelas pessoas e/ou organizações de forma implícita ou

explícita, no intuito de se alcançar mais facilmente um determinado objetivo.

O planejamento insere dentro do contexto social e do momento histórico do qual

pertence, tomando rumos conforme a visão de mundo que é vislumbrada, muitas vezes

abrangendo disputas entre os diversos atores/protagonistas sociais. Desta forma, o ato de

planejar é carregado de subjetividades intrínsecas aos sujeitos que participam do processo de

planejamento e implica em ser capaz de mediar conflitos, tornando-se também um ato

político.

Planejar, em outras palavras, significa observar o momento presente e estudá-lo para

daí então buscar-se o futuro almejado, conforme ilustra a Figura 5.1 (Lowi 1987).

Figura 5.1. Planejamento: Avaliação do momento presente vislumbrando o futuro.

No planejamento do Saneamento Básico, por meio da Lei 11.445/2007, percebe-se a

preocupação e necessidade de integração entre as políticas e planos de planejamento do

espaço urbano – Plano de Saneamento, Plano Diretor e Plano de Bacias Hidrográficas

(Brasil 2007):

� Inciso VI do Art. 2 – articulação com as políticas de desenvolvimento urbano

e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de

proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse

social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o

saneamento básico seja fator determinante;

PRESENTE

TRANSFORMAÇÃO

VISÃO SOCIAL DE MUNDO

FUTURO

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� §3º do Art. 19 – Os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis

com os planos das bacias hidrográficas em que estiverem inseridos.

Dentro desta realidade, as unidades de planejamento foram definidas visando servir

como elementos de referência para a elaboração dos estudos e propostas de ações do

presente Plano Municipal de Saneamento Básico para o município de São José.

Assim, as Unidades de Planejamento são definidas como as unidades mínimas

necessárias ao planejamento das ações de Saneamento Básico, integrando e articulando as

políticas públicas (Plano Diretor, Plano de Bacias e PMSB), vislumbrando e considerando,

neste caso, o território do município e as sub-bacias hidrográficas presentes.

A bacia hidrográfica de um determinado rio ou curso de água indica uma região

cujas águas das chuvas escorrem para esse mesmo curso de água e seus afluentes e

subafluentes. A formação das bacias hidrográficas ocorre pelos desníveis do terreno que

guiam a drenagem das águas numa determinada direção. Todas as bacias hidrográficas de

uma região estão separadas topograficamente entre si pelos chamados divisores de águas,

sendo possível dividir, através desses divisores, todo o território em bacias hidrográficas.

A exemplo, o Estado de Santa Catarina através da Secretaria Estadual de

Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente caracterizou o Estado em 10 (dez) Regiões

Hidrográficas, essas são contempladas em média com 3 (três) bacias hidrográficas contíguas

e afins, visualizadas na figura abaixo.

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Figura 5.2. Regiões Hidrográficas de Santa Catarina.

Fonte: (Estado de Santa Catarina 2012)

De acordo com a Figura 5.2 a Região Hidrográfica Litoral Centro é formada por 4

(quatro) bacia hidrográficas, na qual uma delas é a Bacia Hidrográfica Cubatão Sul, que

contém em sua delimitação a maior parte do município de São José.

Figura 5.3. Regiões Hidrográficas, delimitação das Bacias Hidrográficas e destaque em vermelho para a

Bacia Cubatão do Sul.

Fonte: (Estado de Santa Catarina 2012)

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Através da Figura 5.3 é possível se verificar a forma de regionalização do Estado,

mas para um melhor desenvolvimento do Plano Municipal de Saneamento Básico é

indispensável uma maior divisão do território municipal, configurando as unidades de

planejamento, as quais serão referencia para embasar a implementação de estudos e

propostas das ações do Plano Municipal de Saneamento Básico, além de contribuir para o

planejamento de outras ações do Município.

A bacia hidrográfica do rio Cubatão Sul possui comitê, todavia este está sendo

estruturado com o auxílio de programas da Secretaria de Estado do Desenvolvimento

Econômico e Sustentável – SDS e ainda não possui ações nem programas no município de

São José. As informações sobre as atividades do comitê de bacia podem ser verificadas no

site do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Estado de Santa Catarina

(Estado de Santa Catarina 2012).

5.1 DELIMITAÇÃO DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO

As Unidades de Planejamento para o Plano Municipal de Saneamento Básico de São

José foram determinadas após uma análise predominantemente técnica embasada na Política

Nacional de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007) e a Política Nacional de Recursos

Hídricos (Lei 9.433/1997). Além disso, procurou-se identificar localidades com realidades

similares para que se chegasse à configuração ideal das unidades de planejamento.

A sequência de etapas adotadas para a definição de cada UP (unidade de

planejamento) se configura da seguinte forma:

� Identificação das Sub-Bacias;

� Identificação de Bacias Hidrográficas Elementares;

� Identificação de localidades com características homogêneas;

� Análise das etapas acima citadas para balizar a definição das UPs.

O marco inicial foram os limites das três sub-bacias hidrográficas dispostas pelo

território de São José que contribuem para um curso d’agua de relevância, formando bacias

hidrográficas elementares, em concordância com as características específicas das

localidades inclusas em cada uma das sub-bacias, respeitando-se o princípio da gestão por

bacias hidrográficas, preconizado pela Lei Federal 11.445/2007, que em seu Art. 48 Inciso X

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dispõe sobre a adoção da bacia hidrográfica como unidade de referência para o planejamento

de suas ações.

A rede fluvial de São José é representada pelo rio Maruim e seus afluentes, como

também pelo rio Forquilhas, rio Três Henriques, rio Carolina ou Serraria, rio Bücheler e rio

Araújo e seus afluentes.

A principal bacia hidrográfica presente no município de São José é a do rio Maruim

(Figura 5.4) que tem início no município de São Pedro de Alcântara, todavia na maior parte

de sua extensão, trata-se de área rural. A divisão apresentada foi feita primeiramente

priorizando os aspectos físicos através da superposição de mapas temáticos com as seguintes

informações:

• Relevo predominante, representando 9 classes de declividade;

• Base vetorial dos recursos hídricos.

Figura 5.4. Delimitação da Bacia Hidrográfica do rio Maruim

Devido à sua grande área de drenagem, para sua melhor visualização, a bacia

hidrográfica do ribeirão Forquilhas, que faz parte da bacia hidrográfica do rio Maruim, foi

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delimitada e destacada. Além da bacia hidrográfica do rio Maruim foram definidas outras

duas bacias de menor porte, todavia mais urbanizadas, sendo uma a área de conurbação com

Florianópolis, formada pelos rios Bücheler, Araújo e seus afluentes e a outra bacia na divisa

com o município de Biguaçu, formada pelos rios Três Henriques, rio Carolina ou Serraria e

seus afluentes (Figura 5.5).

Figura 5.5. Delimitação das bacias hidrográficas elementares.

Como resultado do trabalho obteve-se a configuração de 3 (três) bacias hidrográficas

elementares. Esse resultado foi reavaliado e uma divisão foi estabelecida, em função tanto

do processo de ocupação urbana como o respeito aos limites administrativos de bairros

(Tabela 5.1), conforme pode ser visualizado na (Figura 5.6). Com esta divisão foi possível

determinar as Unidades de Planejamento – UP’s.

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Tabela 5.1. Identificação dos bairros que compõem a divisão administrativa de São José.

Código Bairro Código Bairro Código Bairro 0 Barreiros 10 Forquilhinha 20 Praia Comprida 1 Bela Vista 11 Ipiranga 21 Real Parque 2 Bosque das Mansões 12 Jardim Cidade Florianópolis 22 Roçado 3 Campinas 13 Jardim Santiago 23 Área Rural Norte 4 Centro 14 Kobrasol 24 Área Rural Sul 5 Colônia Santana 15 Nossa Senhora do Rosário 25 Serraria 6 Distrito Industrial 16 Pedregal 26 Sertão do Maruin 7 Fazenda Santo Antônio 17 Picadas do Sul 27 São Luiz 8 Flor de Nápolis 18 Ponta de Baixo 28 Areias

.

Figura 5.6. Unidades de Planejamento e Divisão Administrativa por Bairros do Município de São José

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Embora os capítulos de Água e Esgoto e o de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana do

Plano Municipal de Saneamento Básico utilizassem apenas uma área de planejamento para o

município de São José, neste trabalho esta grande área foi subdividida em 3 (três) unidades

de planejamento, por entender que a bacia hidrográfica é uma unidade pertinente para a

aplicação de estratégias de planejamento. As unidades I e II possuem características mais

urbanas, enquanto a unidade III é, na maior parte do seu território, rural.

A UP1 é constituída pela Bacia Hidrográfica Elementar do Rio do Carolina. Além

dos divisores topográficos ficarem próximos das divisões administrativas de bairros, foi

possível encontrar semelhança entre as comunidades. Desta forma, os bairros que fazem

parte desta UP são: Ipiranga, Jardim Cidade Florianópolis, Jardim Santiago, Pedregal, Real

Parque, Serraria e Areias. Pode-se afirmar que se trata de uma área predominantemente

urbana e residencial de classe média a baixa.

A UP2 é formada pela Bacia Hidrográfica Elementar do Rio Araújo. A conurbação

com o município de Florianópolis e a presença de bairros com presença de uma população

de maior poder aquisitivo evidenciam um perfil mais comercial desta UP, além de

condomínios fechados de alto padrão e edifícios residenciais principalmente em Campinas e

Kobrasol. Os bairros que fazem parte desta UP são: Barreiros, Bela Vista, Bosque das

Mansões, Campinas, Kobrasol, Nossa Senhora do Rosário e Roçado.

A UP3 é formada pela Bacia Hidrográfica Elementar do Rio Maruim. É a maior das

três áreas de planejamento, incorporando grande área rural. Abrange os seguintes bairros:

Centro, Colônia Santana, Distrito Industrial, Fazenda Santo Antônio, Flor de Nápolis,

Forquilhas, Forquilhinha, Picadas do Sul, Ponta de Baixo, Potecas, Praia Comprida, Área

Rural Norte, Área Rural Sul, Sertão do Maruim e São Luiz.

Vale ressaltar que todas as UP’s serão detalhadas no próximo relatório, inclusive a

identificação dos aspectos mais relevantes da sua hidrografia.

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6 ETAPA 3 – DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL

6.1 HISTÓRICO

São José foi fundado em meados do século XVIII por 182 casais açorianos.

Aumentando o número de habitantes, a povoação prosperou, desenvolvendo-se a lavoura e o

comércio. As atividades agrícolas constituíram como em toda a Província, fator primordial

de sua economia, principalmente as culturas de algodão e linho, para cujo aproveitamento

foram montados no "Roçado" pequenos e rudimentares teares. O município foi elevado à

categoria de vila com a denominação de São José, pela resolução do conselho do governo de

01-03-1833. Instalado em 04-05-1833. Em 1887, um grupo de munícipes fundou o Clube

Abolicionista e os escravos eram atraídos à sede do Clube e recebiam sua carta de alforria.

Era o princípio da derrocada escravagista na Província. São José foi elevado à condição de

cidade, pela lei provincial nº 415, de 03-05-1856 (IBGE 2012). Em divisão territorial datada

de 15-08-1997, o município é constituído de 3 distritos: São José, Barreiros e Campinas

(Figura 6.1).

Figura 6.1. Distritos do município de São José.

Fonte: (Prefeitura Municipal de São José 2012).

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6.2 ASPECTOS AMBIENTAIS DO MEIO FÍSICO

6.2.1 LOCALIZAÇÃO

O Município de São José está localizado na região litorânea central do Estado de

Santa Catarina, entre os paralelos 27°31’30” e 27°38’31” de latitude Sul e os meridianos

48°44’50” e 48°35’20” de longitude Oeste. São José possui uma extensão territorial de

113,6km², sendo banhado pelas águas das baías norte e sul de Santa Catarina.

Figura 6.2. Localização do Município de São José.

Fonte: (Governo do Estado de Santa Catarina 2012)

O município faz limite ao norte com o município de Biguaçu; ao sul com Palhoça e

Santo Amaro da Imperatriz; a oeste com Antônio Carlos e São Pedro de Alcântara; e a leste

com Florianópolis.

6.2.2 CLIMA

O Município de São José, pela sua posição físico-geográfica, pertence à Região Sul

do Brasil, que se caracteriza pela homogeneidade e unidade de condições climáticas com

domínio quase absoluto do clima Mesotérmico do tipo Temperado. Tal posição possibilita a

existência de quatro estações, com um total de insolação na ordem de 1600 – 2400

horas/ano, conforme pode ser verificado nas informações disponibilizadas pela EPAGRI

(EPAGRI 2012).

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O clima é controlado pelo sistema de massas de ar atuantes. Predomina a massa de ar

Tropical Atlântica (MTA) (80%), atuante na forma dos ventos do quadrante norte; e a massa

Polar Atlântica (mPa), que atua principalmente no outono-inverno, na forma dos ventos do

quadrante sul (20%). O encontro dessas duas massas de ar forma a frente Polar Atlântica,

que é responsável pelo ritmo das chuvas na região. (PMSB Resíduos Sólidos)

A umidade relativa anual constitui 80 a 85%, sendo a pluviosidade média na região

de São José de 1700 – 2100mm/ano, distribuída em cerca de 150 a 200 dias chuvosos por

ano. A evapotranspiração média anual oscila em torno de 800 a 1000mm. O período mais

chuvoso ocorre entre novembro e fevereiro, enquanto o mais seco em junho e julho.

As temperaturas médias anuais oscilam entre 17 e 20°C sendo a média de julho de 14

a 15°C, e a média de janeiro de 23 a 25°C.

6.2.3 HIDROGRAFIA

A drenagem hídrica do Município faz parte do complexo sistema hidrográfico da

vertente do Atlântico. O Município é drenado em praticamente 70% do seu território pelo rio

Maruim e seus afluentes, assim como pelos rios e córregos litorâneos, formando a Região

Hidrográfica Central Catarinense, Bacia do Atlântico Sul.

As características hidrográficas do sistema de drenagem integram-se ao quadro

geográfico regional, obedecendo às tendências do regime pluvial oceânico, que se

caracteriza pela influência do mar e alimentação pluvial no fluxo de rio temperado de tipo

oceânico. São frequentes as máximas ocasionais de vazão no verão, quando são muito

frequentes as instabilidades ocasionais causadas pela passagem da frente polar sobre toda a

região. As chuvas de inverno são relativamente menos intensas.

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Figura 6.3 Hidrografia de São José.

Fonte: (Prefeitura Municipal de São José 2012)

6.2.4 VEGETAÇÃO

A vegetação de Santa Catarina é caracterizada como uma das mais complexas do

Brasil, pelo fato de ter formações florestais tropicais e subtropicais influenciadas pela

latitude e altitude.

Com relação à vegetação do Município, cerca de 58% de sua área está coberta com

formação florestais em distintos estágios de regeneração, sendo que 12,5% correspondem às

Áreas de Proteção Permanentes (APPs) e 8,7% dessa vegetação se encontra ameaçada pela

ocupação urbana.

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A cobertura vegetal mais representativa corresponde à vegetação secundária –

formação submontana, com 47% do total, em diversos estágios de regeneração espontânea,

com presença esporádica de reflorestamentos com eucalipto.

6.2.5 GEOLOGIA

O mapeamento geológico realizado para Plano Nacional de Zoneamento Costeiro

pelo IBGE diferencia diversas unidades estratigráficas, entre as quais estão incluídas as

definidas como Complexo Canguçu, englobando complexo metamórfico-migmático, que se

estende numa longa faixa NESW no Continente.

O Complexo Canguçu, mais representativo em termos de distribuição espacial no

Município, é representado pela associação heterogênea de rochas metamórficas e

migmáticas como diatexitos, com aspecto ora tectônico, ora metamórfico, com texturas

porfiroplásticas, de composição granodiorítica, quartzo diorítica e granítica, datando entre

750 e 670 milhões de anos.

6.2.6 RELEVO E GEOMORFOLOGIA

A evolução da rede de drenagem fluvial, formada pelos rios Maruim, Forquilhas,

Araújo, Três Henriques, Serraria e outros ribeirões e córregos, resultou na formação de

grandes alvéolos e planícies alveolares, com um relevo residual expressivo mamelonado de

altitudes médias e baixas (0 a 200m).

O relevo do território municipal é caracterizado pela presença de espigões e esporões

rebaixados, pequenos maciços, morros isolados ou em grupos, morrotes e colinas de rochas

metamórficas. O ponto mais alto do território é o morro Biguaçu com 533 metros, situado no

extremo norte do limite municipal, enquanto os pontos mais baixos correspondem à orla

costeira e suas praias.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), em um

levantamento de reconhecimento de solo de alta intensidade de SC, do ano 2000, o relevo do

Município de São José apresentou as seguintes classificações:

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Tabela 6.1. Relevo São José.

Relevo Área (ha) Uso dos Solos Atual Atual

5,2% Solos planos, Hidromórficos 21.780

Lavoura de arroz irrigado e pastagem Lavoura de arroz irrigado e pastagem

26,2% Solos suaves e Medianamente ondulados

109.020 Pastagens, culturas anuais e reflorestamento

Pastagens, culturas anuais e perenes e reflorestamento

53,2% Solos Declivosos

221.335 Culturas anuais e perenes, pastagens e reflorestamento

Culturas perenes, pastagens, reflorestamento, preservação permanente

7,1% Solos rasos pedregosos

29.800 Pastagens e preservação permanente

-

4,1% Solos excessivamente arenosos

17.015 Preservação permanente Pastagens e preservação permanente

4,2% Outros solos, Corpos de água e Área urbana

17.410 - Preservação permanente

Região 416.360 - Fonte: PMSB São José, apud Embrapa (2000) *A pequena diferença de área frente ao total do território é ocupada por estradas

Quanto à geomorfologia local, a análise da distribuição espacial das principais

formas de relevo permite diferenciar na área municipal a presença de (3) três principais

compartimentos geomorfológicos: planícies costeiras; morros e colinas rebaixadas; maciços,

morros e encostas.

O relevo é caracterizado por intensa dissecação dos interflúvios convexos em vales

profundos e vertentes. As condições desse sistema geomórfico para ocupação antrópica são

muito restritos, qualquer ocupação agrícola ou urbana, acima de 200 a 300 m de altitude e

em declividades acima de 25% é completamente inviável, em virtude de condições

geotécnicas desfavoráveis.

O sistema geomórfico descrito acima contrasta bruscamente com a morfologia dos

morros rebaixados. Morros e colinas rebaixados, sendo este compartimento representado

pelo sistema de elevações: Estreito – Coqueiros; Serraria – Pedregal – Barreiros – Avaí -

São José – Ponta de Baixo.

• Maciços, Morros e Encostas: o território do Município está delimitado pelas

escarpas periféricas do planalto do Tabuleiro, ao Oeste: Morro Pedra Branca

(490 m), Forquilha (436 m), ao norte: Morro Buguaçu (533 m), formados

pelo Complexo Canguçu e Suíte Intrusiva São Pedro de Alcântara.

Apresentam em geral interflúvios em cristais ou levemente abaulados,

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vertentes escarpadas, solos rasos com Floresta Ombrófila Submontana e

eventualmente Montana em frequentes afloramentos rochosos.

• Morros e Colinas Rebaixados: nas planícies entre o Estreito e a Serraria, as

colinas ou morrotes bem delimitados, com topos achatados, menores de 20 m,

representam as fases terminais de dissecação e mamelonização das formas,

guiadas por linhas estruturais evidentes. Os morros mamelonados do

Complexo Canguçu apresentam solos de alteração profundos, com rica

drenagem pluvial-fluvial e subsuperficial, onde se desenvolve a Floresta

Terras Baixas, na maioria dos casos, já desmatada. Este sistema geomórfico

apresenta processos de intemperismo, pedogênese, erosão e transporte, direta

ou indiretamente ligados às influências marinhas. Em condições de cargas

pluviométricas excessivas oferecem riscos de movimentos de massa, mesmo

sob cobertura vegetal. O desmatamento generalizado, ocupação de encostas e

seu uso excessivo aceleram os processos erosivos, provocam o ressecamento

do lençol freático e consequente déficit de recursos hídricos para consumo

comunitário. Atualmente, o sistema acima citado está sujeito aos avanços

desordenados da ocupação.

• Planícies Costeiras ou Planícies de Cordões Litorâneos: voltadas às duas

baías, terminam em várzeas, manguezais, baixios e praias. Encerram bacias

fluviais cujos rios nascem nos morros e escarpas de serra a oeste. Destacam-

se os estuários do rio Maruim e Serraria. Os sistemas geomórficos das

planícies costeiras acompanham sua compartimentação geral: 1) terraços

costeiros mais elevados, pleistocénicos encostam-se às baixas vertentes dos

morros costeiros (ocorrem nos fundos das paleobaias do Maruim, apresentam

areias quartzosas e hidromórficas); 2) terraços elevados mais recentes,

holocênicos, são formados por feixes de cordões arenosos arqueados (são

visíveis no Maruim); 3) depósitos marinhos e fluviocoluviais holcénicos

rebaixados e praias. Essas áreas, quando são associadas às várzeas, formam

com frequência terrenos sujeitos à inundação e estão intensamente

transformadas pela ocupação urbana.

• Litoral: compreende as zonas atingidas e influenciadas pelas ondas e marés,

onde se cruzam os processos geomórficos marinhos, atmosféricos,

continentais e atropogênicos: praias, baixios, mangues, bancos areno-vasosos

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emersos e ilhas-barreira, afloramentos rochosos. A largura dessa faixa varia

entre 2 e 20 m na Baía Norte, representada basicamente por praias arenosas,

densamente ocupadas, fragmentos remanescentes de manguezais nos

estuários dos rios Serraria e Três Henriques. Ao longo da Baía Sul a extensão

das praias torna-se restrita (1 a 2 m) aos pequenos fragmentos intercalados

entre afloramentos rochosos sob a forma de costões. Esse sistema sofre uma

intensa pressão antrópica, e está praticamente na totalidade ocupado pela área

urbanizada, sofrendo processos intensos de poluição, assoreamento e extinção

de mangues, intervenções de engenharia, necessitando de um complexo

programa de gerenciamento ambiental, por constituir um ambiente

importantíssimo de ponto de vista ecológico-econômico.

6.2.7 PEDOLOGIA

De acordo com o Projeto Cadastro dos Recursos Minerais de Santa Catarina – Mapa

de Depósitos Minerais, do ano de 1989, realizado em conjunto com o Governo do Estado de

Santa Catarina e o Ministério das Minas e Energia – 11° Distrito Regional do DNPM, a

pedologia do município é constituída pelas seguintes formações:

• Sedimentos Continentais: depósitos aluvionares atuais

• Suíte Intrusiva Pedras Grandes: granitoides não deformados, composição

granodiorítica, com domínios alcalinos e subalcalinos, em geral biolíticos

raramente a hornblenda, com diversas fácies composicionais e texturais,

incluindo algumas rapakiviticas. Apresenta, em geral, alterações

tardimagmáticas, incluindo o enriquecimento em cassiterita e fluorita.

Margens resfriadas foram observadas em algumas localidades. Exibe contatos

intrusivos, com os terrenos granito gnáissicos.

6.2.8 USO DO SOLO

Quanto ao uso e ocupação do solo, o Município de São José conta com um Plano

Diretor, que tem como objetivo nortear as atividades relacionadas ao uso e ocupação da

cidade.

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A Lei nº. 1604, de 17 de abril de 1985, que trata da lei de Uso e Ocupação do Solo

está estruturado da seguinte maneira, segundo os autores de Leitura da Cidade de São José

(2004): lei do plano diretor, lei do zoneamento, lei de parcelamento do solo, código de obras

e proposições a nível municipal, estadual e federal das obras e ações prioritárias.

Apesar da existência do plano, segundo os mesmos autores, o plano não mostra uma

coerência para a cidade como um todo, ao contrário, o que se percebe e que o plano se

limitou, na maior parte dos casos, a materializar as tendências verificadas na realidade, o que

acontece não apenas no Plano Diretor de São José, mas em muitas cidades brasileiras.

Assim, não ficam claros os princípios que nortearam a criação das zonas, o que acaba

enfraquecendo seu poder orientador de ações futuras, já que em zonas onde não poderiam

haver interferência, há ocupação irregular, ocupação de APP, entre outros.

Figura 6.4. Mapa de Zoneamento do Município de São Jose segundo o Plano Diretor de 1985.

(Prefeitura Municipal de São José 2012)

Na sequência, segue a descrição da legenda contida na Figura 6.4:

ERA – Área de Exploração Rural; AIE – Área Industrial Exclusiva; AIP – Área Industrial Predominante; AMC – Área Mista Central; AMS – Área Mista de Serviços; APC/AMC – Área de Preservação Cultural / Área Mista Central; APL – Área de Preservação Limitada;

APP – Área de Preservação Permanente; ARE – Área Residencial Exclusiva; ARP – Área Residencial Predominante; ARP/P – Área Residencial Predominante / Popular; ASE – Área do Sistema de Saneamento e Energia; ASV – Área do Sistema Viário; ATP – Área Turística Predominante; e, MA – Ministério da Agricultura.

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6.3 INSTRUMENTOS LEGAIS DE SANEAMENTO BÁSICO

6.3.1 PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO

O Plano Nacional de Saneamento é uma exigência da Lei Federal 11.445 do ano de

2007, constituirá o principal mecanismo da política federal para implementar as diretrizes

legais de saneamento. Será instrumento fundamental à retomada da capacidade orientadora

do Estado na condução da política pública de saneamento básico e, consequentemente, da

definição das metas e estratégias de governo para o setor no horizonte dos próximos vinte

anos, com vistas à universalização do acesso aos serviços de saneamento básico como um

direito social.

6.3.2 POLÍTICA ESTADUAL DE SANEAMENTO

A Política Estadual do Saneamento, Lei Estadual 13.517, ano de 2005, define o

Plano Estadual de Saneamento como o conjunto de elementos de informação, diagnóstico,

definição de objetivos, metas e instrumentos, programas, execução, avaliação e controle que

consubstanciam, organizam e integram o planejamento e a execução das ações de

saneamento no Estado de Santa Catarina. Este Plano deverá ser elaborado com base em

Planos Regionais de Saneamento, deverá estar articulado com o Plano Estadual de Recursos

Hídricos e com as políticas estaduais de saúde pública e de meio ambiente. Deverá ser

aprovado por decreto do Poder Executivo, depois de ouvido o Conselho Estadual de

Saneamento.

6.3.3 FUNDO ESTADUAL DE SANEAMENTO

O Fundo Estadual de Saneamento é caracterizado como o instrumento institucional

para dar suporte financeiro destinado à Política Estadual de Saneamento, regulado pela Lei

Estadual 13.517 de 2005.

6.3.4 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

O Plano Municipal de Saneamento Básico é o principal instrumento de gestão para o

setor de saneamento no âmbito municipal, assim, este busca a efetividade dos princípios da

Lei Federal 11.445, 2007, que segue a seguinte essência: o atendimento a todos com

serviços eficientes de modo a dispor corretamente seus resíduos sólidos e líquidos e

promover o saneamento do ambiente garantindo a salubridade ambiental e a garantia da

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utilização dos recursos pelas gerações futuras.

6.3.5 COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA

Regulamentado pela Lei Federal 9.443 do ano de 1997, o Comitê de Bacia

Hidrográfica, é um órgão colegiado onde são discutidas as questões referentes à gestão das

águas. Provocar debates das questões relacionadas aos recursos hídricos da bacia; articular a

atuação das entidades que trabalham com este tema; arbitrar, em primeira instância, os

conflitos relacionados a recursos hídricos; aprovar e acompanhar a execução do Plano de

Recursos Hídricos da Bacia; estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos

hídricos e sugerir os valores a serem cobrados; estabelecer critérios e promover o rateio de

custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo, são as atribuições dos

comitês.

A competência de promover a coordenação e a implementação do Sistema Estadual

de Gestão dos Recursos Hídricos, visando o desenvolvimento sustentável do Estado é dada à

Secretária de Estado do Desenvolvimento Sustentável - SDS, através da Diretoria de

Recursos Hídricos – DRHI. A DRHI deve ser procurada pelo município para os

esclarecimentos necessários sobre os comitês de bacia hidrográfica que tem parte com São

José.

6.4 INFRAESTRUTURA DO MUNICÍPIO

6.4.1 ACESSOS

O Município é servido pela rodovia federal BR-101, que se estende no sentido

norte/sul; pela rodovia Federal BR-282, no sentido leste/oeste; e por outras rodovias, tais

como a rodovia estadual SC-407.

6.4.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A fim de apresentar a infraestrutura do sistema de esgotamento sanitário do

município, utilizou-se como fonte, os dados censitários do IBGE (2010), quanto ao tipo de

esgotamento sanitário utilizado nos domicílios, apresentados na Tabela 6.2.

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Tabela 6.2. Panorama do sistema de esgotamento sanitário, por domicílios.

Tipo de esgotamento sanitário Domicílios (Unidades) Domicílios (Percentual) Rede geral (pluvial) 33432 48,04% Fossa séptica 32256 46,35% Fossa rudimentar 2023 2,91% Vala 679 0,98% Rio, lago ou mar 900 1,29% Outro escoadouro 234 0,34% Tinham banheiro ou sanitário 69524 99,91% Não tinham banheiro nem sanitário 65 0,09% Total 69589 100,00% Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010.

Em torno de 46% dos domicílios do município de São José apresentam apenas

sistema simplificado de tratamento. Destacam-se também os 48% representativos ao

lançamento na rede geral de esgoto ou pluvial (Figura 6.5).

Figura 6.5. Sistema de Esgotamento Sanitário

Fonte: (IBGE 2012).

6.4.3 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A partir dos dados censitários do IBGE (2010), apresentados na Tabela 6.3,

observamos que a infraestrutura do sistema de abastecimento de água no município,

conforme se pode visualizar na Tabela 6.3, é composta principalmente por abastecimento de

água via rede geral, atingindo 98% dos domicílios municipais.

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Tabela 6.3. Panorama do sistema de abastecimento de água, por domicílios.

Tipo de abastecimento de água Domicílios (Unidades) Domicílios (Percentual) Rede geral 67909 97,59% Poço ou nascente (na propriedade) 452 0,65% Poço ou nascente (fora da propriedade) 1137 1,63% Carro-pipa 2 0,00% Água da chuva (armazenada em cisterna) 1 0,00% Água da chuva (armazenada de outra forma) 1 0,00% Rio, açude, lago ou igarapé 10 0,01% Outra forma 77 0,11% Total 69589 100,00% Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010.

6.4.4 RESÍDUOS SÓLIDOS

No município de São José, segundo os dados estatísticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de lixo coletado era de 99,79% para o ano

2010, conforme ilustrado na Tabela 6.4.

Tabela 6.4. Destino do lixo no município de São José.

Destino do lixo Domicílios (Unidades) Domicílios (Percentual) Coletado 69440 99,79% Coletado por serviço de limpeza 68342 98,21% Coletado em caçamba de serviço de limpeza 1098 1,58% Queimado (na propriedade) 107 0,15% Enterrado (na propriedade) 3 0,00% Jogado em terreno baldio ou logradouro 7 0,01% Jogado em rio, lago ou mar 1 0,00% Outro destino 31 0,04% Total 69589 100,00% Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010.

6.4.5 DRENAGEM URBANA

A drenagem urbana do município de São José, não apresenta dados para uma análise

da situação. Mas pode-se afirmar que a maior parte do município apresenta ruas

pavimentadas resultados de programas do governo.

Acontece não só em São José, mas em muitos municípios do Brasil a questão da

drenagem urbana não ser presumida com a devida importância, dada a ausência de um

devido planejamento para o setor. Num contexto geral, a gestão da drenagem urbana é

concretizada pelas secretarias de obras municipais, no caso de São José pela Secretaria de

Infraestrutura, apresenta-se desvinculado das ações planejadas para os demais setores

relacionados, como água, esgoto e resíduos sólidos.

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O município possui diversas obras de arte para a condução das águas pluviais e é

coberto por uma grande malha de canais e córregos, todavia não existe uma padronização

com relação às soluções adotadas.

6.5 ASPECTOS SOCIAIS

Este item apresentará as condições sociais que caracterizam o município. Serão

avaliadas e descritas as condições sociais presentes no município, retratando índices e

panoramas referentes ao aspecto social no município.

6.5.1 EDUCAÇÃO

No Município de São José existem 146 escolas, sendo 29 estaduais, 53 Municipais,

63 privadas e 1 federal, atendendo a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino

médio. Segundo dados do DataEscolaBrasil 2012 do INEP.

Tabela 6.5. Dados da Educação Regular do Município – São José.

Médio Fundamental Educação Infantil TOTAL Discente Escolas Discente Escolas Discente Escolas Discente Escolas

Municipal 99 1 11701 23 5357 29 17157 53 Estadual 4782 11 7570 18 - - 12352 29 Federal 413 1 - - - - 413 1 Privada 2535 14 6752 23 1283 26 10570 63 TOTAL 7829 27 26023 64 6640 55 40492 146 Fonte: IBGE e Ministério da Educação - INEP - Censo Educacional 2012.

6.5.1.1 TAXA DE ANALFABETISMO

A taxa de analfabetismo é a percentagem das pessoas analfabetas, ou seja, as pessoas

que não sabem ler um simples bilhete no idioma que conhece na população total de pessoas

do mesmo grupo etário. Na Tabela 6.6 está demonstrado o substancial decréscimo da taxa de

analfabetismo entre os anos de 1991 e 2000 no município de São José.

Tabela 6.6. Taxa de Analfabetismo de São José.

Período 1991 2000 7 a 14 anos 8,09% 4,57% 10 a 14 anos 2,80% 1,53% 15 a 17 anos 2,31% 2,60% Acima de 15 anos 12,55% 7,54% 18 a 24 anos 3,81% 1,29% Acima de 25 anos 15,57% 9,73%

Fonte: Confederação Nacional de Municípios (CNM).

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No censo realizado em 2010 pelo IBGE o índice geral de analfabetismo no município

de São José obteve um bom resultado, alcançando o valor de 2,7%.

6.5.2 CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO

6.5.2.1 INDICADOR DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pelo Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, foi criado por Mahbud ul Haq com a colaboração

do economista indiano Amartya Sem, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998.

O IDH avalia a qualidade da vida humana, considerando não apenas a dimensão

econômica, através da renda, como faz o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, mas

também a educação e a saúde (longevidade).

O Índice de Desenvolvimento Humano varia de 0 a 1, sendo que o valor 0 indica não

haver nenhum desenvolvimento humano, ao passo que o valor 1 significa desenvolvimento

humano máximo. Os intervalos abaixo indicam os níveis de desenvolvimento:

• IDH compreendido entre 0 a 0,499: baixo desenvolvimento humano;

• IDH compreendido entre 0,500 a 0,799: médio desenvolvimento humano;

• IDH compreendido entre 0,800 a 1: alto desenvolvimento humano.

Na Tabela 6.7, verifica-se o IDH do Município de São José nos anos de 1991 e 2000

e do estado de Santa Catarina no ano 2000. Esses dados foram obtidos através de um estudo

realizado pela PNUD, elaborado em 2003, com dados do Censo de 2000. O próximo estudo

deverá sair em 2013, com dados do censo de 2010.

Tabela 6.7. IDH do Município de São José e do Estado de Santa Catarina.

Índice De Desenvolvimento Humano SÃO JOSÉ/SC SANTA CATARINA 1991 2000 2000

IDH - Médio 0,798 0,849 0,822 IDH - Renda 0,729 0,784 0,738 IDH - Longevidade 0,801 0,839 0,808 IDH - Educação 0,863 0,925 0,906 Fonte: PNUD, 2003

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6.5.2.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERESSE SOCIAL – AIS

No artigo 5º da Lei de Parcelamento do Solo Urbano, em vigor e datada de 1985, que

trata das áreas nas quais o parcelamento não é permitido, não existe representação gráfica

que indique tal parcelamento. Segundo o artigo 6º, Parágrafo 3, loteamentos de interesse

social “são aqueles executados pelo Poder Público, o qual em cada caso define as exigências

mínimas de tamanho de lotes e infraestrutura, com o fim de resolver problemas de

assentamento de populações de baixa renda”.

De acordo com o PMSB de São José de Água e Esgoto, nas áreas de abastecimento

de água e esgotamento sanitário, em referência a Secretaria de Infraestrutura do Município,

São José possui atualmente 13 (treze) áreas de interesse social, consideradas carentes e de

ocupação irregular, descritas a seguir:

Tabela 6.8. Número de Famílias e Populações Estimadas por Área.

Áreas Número de famílias População estimada (hab)

José Nitro / Morar Bem / Boa Vista 700 2.800 Metropolitano / Dona Vanda 200 800

União da Vitoria 50 200 Parque Residencial Potecas 211 844

Pedregal / Vila Boa Esperança / Renascer 350 1.400 Solemar 600 2.400

Jardim das Palmeiras 150 600 Vista Alegre 75 300 Vila Formosa 500 2.000

Benjamin 44 176 Morro do Avaí 200 800

Fazenda Santo Antônio 50 200 Colônia Santana 330 1.320

Total 3.460 13.840 Fonte: (ECOEFICIÊNCIA Soluções Ambientais 2009)

Essas áreas totalizam aproximadamente 3.460 famílias, perfazendo uma população

aproximada de 13.840 habitantes, considerando uma taxa ocupacional de 4 hab/família,

segundo o setor de habitação da Secretaria de Infraestrutura do Município. A população

estimada para as áreas carentes representa cerca de 7,0% da população total do Município

estimada para o ano de 2010 (PMSB Resíduos Sólidos).

6.6 ASPECTOS ECONÔMICOS

O Município de São José cresceu junto com a capital, apresenta uma economia

diversificada e um dos maiores PIB per capita do estado. O setor de serviço se destaca, pois

atende o Município e mais alguns outros Municípios vizinhos como Florianópolis e Palhoça.

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No setor industrial São José possui uma ampla área de atuações, devido a cidade ser

cortada pela BR-101 e possuir um parque industrial favorável a instalações de empresas. As

indústrias alimentícia, tecnológica, metalúrgica básica entre outras. O setor primário é quase

nulo, apenas com algumas poucas e pequenas comunidades pesqueiras e uma atividade

agropecuária quase inexistente, devido ao avanço da urbanização no Município.

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7 ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO

Os itens abaixo descreverão de maneira sucinta o sistema municipal de saúde alguns

dados sobre morbidade e o panorama de doenças de veiculação hídrica no município de São

José. Informações mais detalhadas sobre saúde devem ser solicitadas à prefeitura.

7.1 SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE

O sistema municipal de saúde compõe-se da legislação do Sistema Único de Saúde

(SUS), das políticas e diretrizes fixadas pelo município, dos órgãos da administração local,

dos dirigentes de saúde, da rede física, dos recursos humanos, dos financeiros e dos usuários

do sistema.

7.2 INFORMAÇÕES SOBRE MORBIDADE

7.2.1 MORBIDADE POR CAUSAS

A Tabela 7.1 apresenta os grupos de causas de doenças que ocorrem em São José, de

acordo com a Classificação Internacional de Doenças (Cid-10).

Tabela 7.1. Capítulos da CID-10 e classificação de doenças por grupo de causas.

Áreas Número de famílias

I Algumas doenças infecciosas e parasitárias II Neoplasias (tumores) III Doenças: órgãos hematológicos e transtornos imunitários IV Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas V Transtornos mentais e comportamentais VI Doenças do sistema nervoso VII Doenças do olho e anexos VIII Doenças do ouvido e da apófise mastóide IX Doenças do aparelho circulatório X Doenças do aparelho respiratório XI Doenças do aparelho digestivo XII Doenças da pele e do tecido subcutâneo XIII Doenças: sistema osteomuscular e conjuntivo XIV Doenças do aparelho geniturinário XV Gravidez, parto e puerpério XVI Algumas afecções originadas no período perinatal XVII Malformação congênita e anomalias cromossômicas XVIII Sintomas, sinais e achados anormais XIX Lesões, envenenamento e causas externas XX Causas externas de morbidade e mortalidade XXI Contatos com serviços de saúde

Fonte: Ministério da Saúde - CNES.

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A Figura 7.1 apresenta as proporções de internações conforme os grupos de causas

discriminados pela CID-10.

Figura 7.1. Proporção de internações hospitalares por grupo de causas em São José, 2008-2011.

Percebe-se por meio da análise da Figura 7.1 que a grande demanda de internações

hospitalares é devido às atividades de gravidez, parto e puerpério, apesar de estarem em

queda acentuada de aproximadamente 140 casos a menos ao ano. Isto reflete a tendência

brasileira de diminuição da fecundidade, ocorrendo também no município de São José.

7.2.2 DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

As doenças de veiculação hídrica estão dividias em dois grupos: de Transmissão

Hídrica, em que a água atua como veículo de agentes infecciosos, sejam eles fungos,

bactérias, vírus, protozoários e helmintos; e de Origem Hídrica, causadas por determinadas

substâncias químicas presentes na água.

As doenças relacionadas com o abastecimento de água são divididas de acordo com a

forma de contágio: pela transmissão direta pela água, pela falta de limpeza e higienização

com a água, por vetores que se relacionam com a água e pelas doenças associadas à água.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

I II III

IV V VI

VII

VIII IX X X

I

XII

XIII

XIV XV

XV

I

XV

II

XV

III

XIX XX

XX

I

me

ro d

e in

tern

açõ

es

CID-10

2008 2009 2010 2011

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Além da hepatite A e leptospirose, outras doenças de veiculação hídrica ameaçam a

saúde da população, como as transmitidas por alimentos (DTAs), a exemplo da salmonela e

verminoses como a giardíase. Segundo a Vigilância Sanitária o saneamento básico é

fundamental para a prevenção, já que a fonte destas doenças é a contaminação das águas no

perímetro urbano. Além disto, vale lembrar que além de ameaçar a saúde pública, a falta de

saneamento básico traz consequências econômicas. O custo dos tratamentos para a rede

pública das doenças de veiculação hídrica é quatro vezes maior que o investimento em

saneamento básico que preveniria estas doenças.

Em Santa Catarina, as doenças de notificação compulsória, cuja manifestação está

associada com a água, são:

• Pela água: cólera, difteria, febre tifóide e hepatites virais.

• Por vetores que se relacionam com a água: dengue, febre amarela, malária e filariose.

• Associadas à água: leptospirose e esquistossomose.

O levantamento de dados do plano de água e esgoto do Município utilizou o banco

de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, que é alimentado

pelos serviços de saúde, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que

constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória, conforme a Portaria

GM/MS N. 5/2006.

A Figura 7.2 apresenta as características de agravos registradas para os anos de 2008,

2009 e 2010, considerado este último até o mês de Junho. Os casos de cólera, dengue e

malária não foram identificados neste período.

Conforme observado nos dados constantes dos quadros anteriores, verifica-se que as

doenças de veiculação hídrica em São José compreendem destacadamente a hepatite e a

leptospirose, esta última diretamente relacionada às condições de saneamento do Município,

notadamente precária nas áreas de favelas.

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Figura 7.2. Notificações, Segundo Oportunidades de Encerramento da Investigação de 2008 a 2010.

7.2.3 TAXA BRUTA DE NATALIDADE

A Taxa de natalidade expressa o número de nascidos vivos registados ao longo de

um ano por cada mil habitantes.

Tabela 7.2. Taxa Bruta de Natalidade por 1000 habitantes; Total de Nascidos Vivos e População, por ano, segundo Município de São José.

Ano Taxa Bruta de Natalidade Total de Nascidos Vivos População

2004 14,85 2.802 188.668 2005 13,6 2.678 196.907 2006 13,32 2.678 201.104 2007 13,34 2.738 205.264 2008 13,68 2.727 199.280 2009 14,28 2.880 201.748 2010 14,02 2.829 201.748 2011 13,79 2.931 212.587

Fonte: Ministério da Saúde, Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC/2012)

Uma análise geral dos períodos apresentado mostra uma pequena flutuação da

população total, mas um crescimento constante do total de nascidos vivos, exceto a

comparação do período 2004 a 2005, o que não impede afirmar que o numero de nascidos

vivos tem relação com o aumento da população.

7.2.4 ZOONOSES

As zoonoses fazem parte da Saúde Pública Veterinária e representam a área de

intersecção entre a Saúde Pública e a Saúde Animal.

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A Lei 8.080/80 do Ministério da Saúde, no seu artigo 6°, define Vigilância Sanitária

como: Conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos a saúde (estudo de

zoonoses) e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção

e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.

Saúde pública veterinária de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é

a soma de todas as contribuições para o completo desenvolvimento físico, mental e bem-

estar social do homem. O médico veterinário contribui para a saúde pública, atuando na

prestação de serviços de saúde e cuidados aos animais de estimação, na proteção do bem-

estar animal, na investigação biomédica e segurança alimentar, contribuindo para proteção e

promoção da saúde humana.

Considerando-se uma perspectiva de saúde pública, torna-se necessário que sejam

emitidos alertas precoces sobre surtos de doenças em animais, com potencial zoonótico, que

permitem adotar medidas que podem prevenir a morbidade e mortalidade humana. Além

disso, é possível que doenças infecciosas humanas desconhecidas surjam a partir de

reservatórios animais.

Os serviços veterinários se tornam um importante parâmetro relacionado às

zoonoses, demonstrando que tem ocorrido medidas com intuito de minimizar e combater as

zoonoses.

O município ainda não possui um Centro de Controle de Zoonoses e as informações

sobre a saúde pública veterinária não estão estruturadas, portanto nas ações propostas no

PMSB, nos próximos relatórios do capítulo de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

Urbanas, este item contará com sugestões para ações e programas.

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8 ETAPA 4 - DIAGNÓSTICO DE DRENAGEM E MANEJO DE

ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

8.1 DEFINIÇÕES DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

O Brasil é um dos países que possui a maior precipitação anual do mundo, e por esse

motivo tem sido obrigado a realizar altos investimentos na área da hidrologia para evitar

desastres causados pelas chuvas. Antes que qualquer obra possa ser planejada e executada, é

necessário um vasto estudo e monitoramento da precipitação do local, para posterior análise

estatística e determinação de Chuvas Intensas. Além dos dados de precipitação,

características físicas da área de estudo, como uso e cobertura, tipo de solos, dentre outras

são imprescindíveis para análises da drenagem urbana.

A drenagem urbana nada mais é que um conjunto de medidas cujo objetivo é o

gerenciamento da água de modo a minimizar os riscos que a população está sujeita. Com a

diminuição dos prejuízos causados por inundações, a região em questão tem a possibilidade

de se desenvolver de forma harmônica e sustentável.

Dentro da drenagem urbana, um dos temas a ser estudado é a microdrenagem, que se

trata de um sistema de condutos pluviais a nível de loteamento ou de rede primária urbana

(TUCCI 1997). A microdrenagem urbana é constituída por diversos elementos, como coloca

TUCCI (1997):

• Galeria: canalizações públicas usadas para conduzir as águas pluviais

provenientes das bocas-de-lobo e das ligações privadas;

• Poço de Visita: dispositivos localizados em pontos convenientes do sistema de

galerias para permitir a mudança de direção, declividade, diâmetro, inspeção e

limpeza das canalizações;

• Trecho: porções das galerias situadas entre dois poços de visitas;

• Bocas-de-Lobo: dispositivos localizados em pontos convenientes nas sarjetas

para captação de águas pluviais;

• Tubos de Ligação: são canalizações destinadas a conduzir as águas pluviais

captadas nas bocas de lobo para as galerias ou para os poços de visita;

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• Meio-fio: elementos de pedra ou concreto colocados entre o passeio e a via

pública, paralelamente ao eixo da rua e com sua face superior no mesmo nível

do passeio;

• Sarjetas: faixas de via pública, paralelas e limítrofes ao meio-fio, que formam

uma calha coletora de águas pluviais, e que as levam até uma boca de lobo.

• Sarjetões: calhas localizadas no cruzamento de vias públicas, formadas pela sua

própria pavimentação e destinadas a orientar o fluxo das águas que escoam pelas

sarjetas;

• Condutos forçados: obras destinadas à condução das águas superficiais

coletadas, de maneira segura e eficiente, sem preencher completamente a seção

transversal dos condutos;

• Estações de bombeamento: conjunto de obras e equipamentos destinados a

retirar água de um canal de drenagem, quando não mais houver condição de

escoamento por gravidade, para outro canal em nível mais elevado ou receptor

final da drenagem em estudo;

Outro tema a ser tratado é o estudo da macrodrenagem, que envolve estruturas para a

destinação final da água captada pelo sistema anterior, de forma a atenuar problemas como

erosão, assoreamento e inundações ao longo dos rios ou canais.

Usualmente, ao se falar de um sistema de macrodrenagem, as áreas de estudo

possuem mais de 2km² ou 200ha. As obras possuem um tempo de recorrência de ao menos

10 anos, e normalmente estão relacionadas à retificação ou ampliação de cursos naturais.

É importante ressaltar que os projetos de microdrenagem devem sempre ser feitos

relacionados com os de macrodrenagem, ou seja, se observa não apenas o escoamento da

água em uma região, como também toda a bacia hidrográfica para onde a mesma será

destinada.

8.2 ASPECTOS LEGAIS

Para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico para a Área de

Drenagem e Manejo de Águas Pluviais de São José, é importante entender os princípios

definidos pela legislação vigente no que diz respeito aos programas de manejo e políticas

públicas dos recursos hídricos.

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8.2.1 LEGISLAÇÃO FEDERAL

• Lei 9.433/97:

Promulgada em Janeiro de 1997, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos

(PNRH) e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos no Brasil,

colocando a importância da colaboração entre o poder público e a comunidade na elaboração

e implantação de projetos para conservar e manipular corretamente os recursos hídricos

disponíveis.

Em seu Art. 1º, coloca os fundamentos sobre os quais a PNRH se baseia, dentre os

quais se encontram:

I - a água é um bem de domínio público;

II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das

águas;

VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a

participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

• Lei 10.257/01:

A seguinte lei, definida em seu Art. 1º, parágrafo único, conhecida como Estatuto da

Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da

propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos,

bem como do equilíbrio ambiental.

Define, entre outros assuntos, diretrizes para a elaboração do plano diretor,

exemplificando dados que deverão estar contidos no caso de municípios com áreas

suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou

processos geológicos ou hidrológicos, dentre eles:

II - mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de

grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;

IV - medidas de drenagem urbana necessárias à prevenção e à mitigação de impactos

de desastres;

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V - § 2 O conteúdo do plano diretor deverá ser compatível com as disposições

insertas nos planos de recursos hídricos, formulados consoante a Lei no 9.433, de 8 de

janeiro de 1997.

• Lei 11.445/07:

Definida em seu Art. 1º, dispõe diretrizes para o saneamento básico nacional e para a

política federal de saneamento básico. Possui como princípios fundamentais a

universalização, integralidade do acesso aos serviços de saneamento básico (água, esgoto,

lixo e drenagem), preocupação com as peculiaridades locais e regionais, utilização das

tecnologias apropriadas, controle social e segurança, quantidade e qualidade, regularidade e

integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.

Em consideração exclusiva à drenagem urbana e ao Plano Municipal de Saneamento

básico, o qual irá conter o presente documento, coloca:

Art. 2º, Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos

seguintes princípios fundamentais:

IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de

manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio

público e privado;

Art. 3º, Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades,

infraestrutura e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de

transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e

disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas;

Art. 4º, Parágrafo único. - A utilização de recursos hídricos na prestação de serviços

públicos de saneamento básico, inclusive para disposição ou diluição de esgotos e outros

resíduos líquidos, é sujeita a outorga de direito de uso, nos termos da Lei no 9.433, de 8 de

janeiro de 1997, de seus regulamentos e das legislações estaduais.

Art. 9º, o titular (Município) dos serviços de saneamento deve formular a respectiva

política pública de saneamento básico, devendo elaborar os planos de saneamento básico,

definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, e também fixar os direitos e os

deveres dos usuários.

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8.2.2 LEGISLAÇÃO ESTADUAL

• Lei 9.748/94:

A seguinte lei dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, colocando-a,

em seu Art. 1º, como um instrumento de utilização racional da água compatibilizada com a

preservação do meio ambiente. Em seus princípios fundamentais coloca a definição de

bacias hidrográficas, bem como o modo e a quem compete o gerenciamento dos recursos

hídricos das mesmas.

Define também, nos princípios de aproveitamento e de gestão, para que fins os

recursos podem ser utilizados e como devem ser geridos, definindo a base do estudo, as

normas a serem seguidas e a atualização dos dados contidos no Plano Estadual de Recursos

Hídricos.

• Lei 13.517/05:

Trata-se da Política Estadual do Saneamento, definindo Plano Estadual de

Saneamento como o conjunto de elementos de informação, diagnóstico, definição de

objetivos, metas e instrumentos, programas, execução, avaliação e controle que

consubstanciam, organizam e integram o planejamento e a execução das ações de

saneamento no Estado de Santa Catarina.

Coloca que o plano deverá ser elaborado com base em Planos Regionais de

Saneamento, estando articulado com o Plano Estadual de Recursos Hídricos e com as

políticas estaduais de saúde pública e de meio ambiente.

• Lei 15.249/10:

Criada para alterar dispositivos da Lei nº 9.022, de 1993, dispõe sobre a

instituição, estruturação e organização do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos

Hídricos. Alterando e modificando os artigos já presentes na outra lei, define, por exemplo,

a competência dos comitês de gerenciamento de bacia hidrográfica, colocando, no art. 7º:

Art. 7º A. Os Comitês de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica são órgãos

colegiados, com atribuições deliberativas e consultivas a serem exercidas nas bacias

hidrográficas onde forem instituídos.

Art. 7º B. Aos Comitês de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica compete:

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I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a

atuação das entidades intervenientes no âmbito da respectiva bacia hidrográfica;

II - promover a elaboração e aprovar o plano de recursos hídricos relativo à

respectiva bacia, submetendo-o posteriormente à ratificação pelo Conselho Estadual de

Recursos Hídricos, bem como acompanhar e avaliar a sua execução;

IV - propor ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos os mecanismos de cobrança

pelo uso de recursos hídricos e os valores a serem cobrados, bem como o plano de aplicação

dos recursos arrecadados no âmbito da respectiva bacia;

VII - decidir, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados ao uso

dos recursos hídricos;

Além disso, define as Agências de Bacia Hidrográfica, bem como sua área de

atuação e os critérios a serem atendidos na criação das mesmas, parâmetros esses

estipulados nos Art.7º C e D.

8.2.3 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

• Lei 1.606/85:

A Lei em questão dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, tendo um papel

importante no plano diretor do município de São José. Define, no seu Capítulo II, os

requisitos urbanísticos do município, como, por exemplo:

Art. 7º Qualquer projeto de loteamento ou desmembramento deverá ser elaborado

em consonância com o Plano Diretor do Município, observando ainda:

VI - nos fundos de vale e talvegues será obrigatória a reserva de faixas sanitárias

para escoamento de águas pluviais e de rede de esgotos bem como para circulação, faixas

estas proporcionais à bacia hidrográfica contribuinte considerada como totalmente

urbanizada e levando em conta as condições mais críticas, e dimensionadas segundo a

Tabela I anexa, integrante desta Lei;

Art. 8º O poder público competente poderá complementarmente exigir em cada

loteamento, a reserva de área pública destinada a equipamentos urbanos.

§ 1º Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água,

serviço de esgotos, energia elétrica, coleta de águas pluviais, pavimentação, rede telefônica,

e outros que venham a ser criados e como tal classificados.

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Art. 23º Na elaboração do estudo preliminar, o órgão municipal competente traçará

na planta da gleba a ser loteada os seguintes elementos:

III - as faixas sanitárias de terrenos necessárias ao escoamento das águas pluviais e as

faixas “non aedificandi”, destinadas à proteção dos equipamentos do sistema viário, de

saneamento e energia.

8.3 PANORAMA ESTADUAL

O Estado de Santa Catarina, por possuir um clima classificado como mesotérmico

úmido, tem como característica períodos de excesso de chuva, que podem causar desastres

naturais como alagamentos e deslizamentos de terra principalmente em regiões de ocupação

urbana, acarretando em muitos prejuízos para a população e município.

No Estado, o saneamento básico limita-se, com poucas exceções, ao oferecimento de

água potável à população e à coleta de lixo doméstico. Praticamente não existem sistemas

para tratamento de esgotos, disposição adequada de resíduos sólidos e drenagem urbana.

(Pompêo, 2000).

Esse problema pôde ser visualizado em vários momentos na história da região, com

exemplo mais recente as enchentes e deslizamentos de terra que ocorreram principalmente

pela região litorânea e Vale do Itajaí no ano de 2008.

Porém, tem-se visualizado uma melhoria no saneamento básico do estado, que tem

recebido diversos investimentos por parte do Governo, das prefeituras e por parcerias

internacionais. Como exemplo podemos citar o próprio Vale do Itajaí, onde a equipe JICA

tem desenvolvido diversos projetos com o intuito de evitar novas cheias e aumentar a

segurança da população no entorno da Bacia do Rio Itajaí (RBS 2013). Apesar disso, o setor

da drenagem urbana ainda é o que menos recebe recursos, sendo o menos privilegiado de

todo o saneamento urbano.

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8.4 ESTUDO HIDROLÓGICO

8.4.1 INTRODUÇÃO

O significado de hidrologia vem das palavras gregas hidro (água) e logos (ciência),

se tratando, portanto da ciência, ou estudo da água. Segundo UNESCO (1964), “Hidrologia

é a ciência que lida com a água da Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição no

planeta, suas propriedades físicas e químicas e sua interação com o ambiente físico e

biológico, incluindo suas respostas para a atividade humana”.

O estudo hidrológico, por sua vez, se trata de uma análise contínua de dados de

caracterização fisiológica e climatológica de corpos d´água, ou de equipamentos de

medições pluviométricas e fluviométricas. LANNA (2004) coloca o planejamento dos

recursos hídricos como sendo “uma atividade que visa adequar o uso, controlar e proteger a

água às demandas sociais e/ou governamentais, fornecendo subsídios para o gerenciamento

dos mesmos”.

O município de São José está inserido na Região Hidrográfica 8 (Figura 8.1), que

corresponde a Região Hidrográfica Litoral Centro.

Figura 8.1. Regiões Hidrográficas do Estado de Santa Catarina .

Fonte: (Goverdo do Estado de Santa Catarina 2012)

Esta região engloba as Bacias Hidrográficas dos rios Tijucas, Biguaçu, da Madre e

Cubatão Sul. O município de São José faz divisa com a Bacia do Rio Biguaçu e está inserido

na área da bacia do Rio Cubatão Sul.

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O conhecimento das características hidrológicas do município é de suma importância

no estudo a seguir, que irá definir os projetos de modificação e melhoria dos sistemas de

micro e macrodrenagem, desenvolvidos após a publicação do Plano Municipal de

Saneamento Básico de São José.

8.4.2 COLETA DE DADOS

Para o estudo hidrológico, foram trabalhados os dados obtidos a partir da estação

meteorológica presente no próprio município de São José. A mesma se encontra sobre

responsabilidade da EPAGRI, com coordenadas lat-27°36’7” e lon-48°37’11”. Os dados

pluviométricos compõe uma série de 39 anos, iniciada em 1970, com término em 2008.

Devido a não existência de medições nos anos de 1994 a 1997, 1990, 1991 e 2000, e

à falta de dados em alguns meses dos anos de 1981 e 2001, decidiu-se por descartar os

mesmos na realização da análise estatística, trabalhando no final com os resultados de 30

anos. Não foi utilizado nenhum método de preenchimento de falhas para esses anos, com o

objetivo de manter os dados da série histórica assim como foram coletados, evitando que

pudesse ocorrer tendenciamento dos mesmos. Devido ao grande número de falhas fica

também demonstrado como nosso monitoramento ainda permanece escasso e muito aquém

das reais necessidades para elaboração de estudos de base hidrológica no município.

A falta de dados justifica o programa de monitoramento hidrometeorológico que está

sendo proposto no item 11.2.1.2. Planejamento para o Setor de Drenagem Urbana.

8.4.3 PROCESSAMENTO DOS DADOS PLUVIOMÉTRICOS

Para o estudo completo da bacia hidrográfica em questão, é necessário analisar

inicialmente os dados de precipitações da região, obtendo relações como valores máximos,

médios e mínimos das precipitações mensais, e as precipitações máximas anuais, necessárias

para o desenvolvimento das curvas de chuvas intensas. Valores médios e mínimos são

costumeiramente utilizados apenas para fim de caracterização.

8.4.3.1 PRECIPITAÇÕES MENSAIS

Com os valores obtidos da estação pluviométrica das precipitações diárias, é

possível, para cada mês de observação, calcular a precipitação média, máxima e mínima

mensal, podendo assim gerar diversos histogramas para posterior análise.

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No caso em estudo, foram trabalhados somente os dados de precipitações máximas,

para posterior análise de vazões da bacia hidrográfica na qual está contido o município de

São José.

8.4.3.2 CHUVAS INTENSAS

Com as precipitações máximas de cada mês de estudo, calculou-se as precipitações

máximas diárias anuais, como colocado na Tabela 8.1. Na mesma tabela, é possível

visualizar algumas células hachuradas, que se referem aos meses onde ocorreram falhas na

leitura dos equipamentos. Os anos com a mesma hachura foram os descartados para a

análise estatística.

Tucci (1993) coloca precipitação máxima como sendo “a ocorrência extrema com

duração, distribuição temporal e espacial crítica para uma área ou bacia hidrográfica”. Esse

conhecimento é de extrema importância quando se irá estudar uma bacia hidrográfica, para

que seja possível prever seu comportamento em períodos de chuvas fortes. É possível

calcular também a vazão de enchente dos corpos hídricos da mesma, tornando possível

minimizar os prejuízos causados por inundações.

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Tabela 8.1. Precipitações Máximas Diárias Mensais

Mês Máxima Anual Ano Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

1970 49,80 43,10 72,60 17,30 33,80 49,10 34,70 65,20 21,60 17,20 20,60 47,90 72,60 1971 47,80 53,40 85,10 72,00 67,40 30,10 51,20 28,40 69,00 28,20 63,40 7,20 85,10

1972 50,00 58,10 18,80 37,70 9,50 28,50 29,10 100,90 37,10 33,60 37,60 67,40 100,90 1973 30,00 41,60 53,90 44,20 56,90 33,00 25,10 45,80 19,80 23,10 44,70 33,20 56,90

1974 79,30 86,20 73,10 14,90 69,90 37,40 37,40 37,10 24,60 33,60 41,40 39,30 86,20

1975 21,40 67,40 42,20 30,10 53,80 15,80 23,30 23,10 37,80 46,80 66,80 46,80 67,40 1976 27,70 54,50 46,60 14,50 107,40 25,60 17,60 30,10 33,60 13,80 49,40 81,80 107,40

1977 64,70 100,40 25,50 25,80 9,40 11,40 11,70 103,90 123,00 50,80 44,20 75,90 123,00 1978 45,00 29,90 187,10 13,70 33,00 32,00 26,10 17,20 45,90 68,00 40,30 94,90 187,10

1979 8,30 28,00 22,40 29,70 47,50 8,80 12,80 51,70 19,20 55,10 22,40 52,00 55,10 1980 87,00 35,10 19,80 21,00 24,50 31,00 89,40 15,20 20,80 13,60 20,30 42,70 89,40

1981 37,30 27,10 131,60 20,60 133,80 14,10 19,40 9,20 11,50 38,50 16,20

133,80

1982 18,40 39,60 55,40 12,00 63,80 20,60 8,40 11,30 5,00 27,30 13,90 22,20 63,80 1983 78,60 71,10 29,20 34,40 38,00 63,90 64,20 36,30 56,50 16,50 89,60 144,00 144,00

1984

0,00 1985

0,00

1986

0,00

1987

0,00 1988 22,50 26,40 95,60 27,80 22,00 23,00 2,40 3,70 43,00 34,40 7,30 13,50 95,60

1989 94,40 51,80 31,50 11,50 45,90 5,20 22,30 19,30 89,00 16,10 22,90 52,00 94,40 1990

0,00

1991

0,00 1992 84,20 47,30 58,00 13,80 38,10 28,30 37,00 32,40 18,50 9,00 34,00 23,90 84,20

1993 40,10 54,30 32,00 29,10 43,80 26,90 75,70 7,00 49,70 35,10 8,00 33,60 75,70

1994 30,60 227,40 78,20 43,90 116,00 18,90 27,60 12,40 5,50 24,70 52,60 87,20 227,40 1995 64,20 56,00 60,90 15,90 3,30 24,50 24,70 39,50 30,00 22,90 46,60 206,60 206,60

1996 35,80 71,00 81,50 11,00 135,20 35,60 52,40 40,90 33,00 20,60 12,90 41,60 135,20

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PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO PARA A ÁREA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ 60

Mês Máxima Anual Ano Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

1997 97,80 56,80 23,70 49,40 13,80 11,90 17,70 15,40 116,00 72,80 70,70 29,60 116,00 1998 83,30 38,60 31,70 88,00 30,00 35,10 18,80 63,00 49,00 47,20 60,20 85,00 88,00

1999 67,80 60,80 18,80 26,20 11,60 55,00 45,30 17,40 26,50 76,30 57,90 16,40 76,30

2000 0,00 2001

12,00 118,00 34,00 25,00 118,00

2002 58,40 45,60 64,20 49,80 30,00 11,00 43,80 31,00 28,20 65,40 25,40 38,60 65,40 2003 49,90 26,60 36,30 24,00 16,80 24,00 13,20 6,60 33,30 42,60 45,80 68,00 68,00

2004 142,00 53,80 68,80 36,50 36,20 43,00 14,20 19,40 39,70 23,60 21,80 104,60 142,00 2005 82,40 60,60 69,40 45,20 103,30 21,80 30,00 74,40 59,00 72,80 31,60 18,00 103,30

2006 49,60 36,20 20,00 43,60 20,60 10,40 21,80 28,60 11,90 28,70 61,70 29,30 61,70

2007 18,90 41,00 74,20 14,10 37,30 3,70 44,80 63,80 32,20 41,90 26,20 41,50 74,20 2008 136,90 216,40 74,60 80,40 44,50 16,30 5,50 23,00 56,20 45,80 93,20 203,40 216,40

Média 58,20 61,49 57,51 32,20 48,29 25,67 30,57 34,62 39,32 39,50 40,11 60,42 87,72

Máxima 142,00 227,40 187,10 88,00 135,20 63,90 89,40 103,90 123,00 118,00 93,20 206,60

Mínima 8,30 26,40 18,80 11,00 3,30 3,70 2,40 3,70 5,00 9,00 7,30 7,20

Fonte: Arquivo da empresa (2012).

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8.4.3.3 CURVAS DE INTENSIDADE-DURAÇÃO-FREQUÊNCIA

Os dados obtidos de precipitações máximas podem ser retratados através das curvas

de intensidade-duração-frequência. Através das relações obtidas com essas curvas, pode-se

chegar à conclusão de que, por exemplo, quanto mais intensa for uma precipitação, menor

será sua duração.

Para o desenvolvimento das curvas em questão, inicialmente realizou-se uma análise

estatística através da distribuição probabilística de Gumbel, onde se obteve valores de

chuvas de 1 dia para diversos períodos de retorno. Para obtenção dos dados de chuvas para

diferentes tempos de duração, corrigiu-se o valor encontrado com a análise para um valor de

24 horas, multiplicando-se por um fator de correção indicado por CETESB (1979) de 1,14.

É importante fazer essa correção uma vez que a chuva de 24 horas é relacionada a

um período contínuo, enquanto a de 1 dia é o valor compreendido entre os horários de

observação. A partir daí, utilizando outros coeficientes de ajuste também indicados pela

CETESB (1979), obteve-se os valores de precipitações para diferentes tempos de duração,

como mostrado na Tabela 8.2.

Tabela 8.2. Ajuste de Alturas de Chuva

Altura de Chuva (mm)

Duração Coef. de Ajuste 10 anos 25 anos 100 anos

5 min/ 30 min 0,34 21,50 26,35 33,53

10 min/ 30 min 0,54 34,15 41,85 53,25

15 min/ 30 min 0,7 44,26 54,25 69,02

20 min/ 30 min 0,81 51,22 62,78 79,87

25 min/ 30 min 0,91 57,54 70,53 89,73

30 min/ 1 h 0,74 63,23 77,51 98,61

1 h/ 24 h 0,42 85,45 104,74 133,25

6 h/ 24 h 0,72 146,49 179,55 228,43

8 h/ 24 h 0,78 158,70 194,52 247,47

10 h/ 24 h 0,82 166,83 204,49 260,16

12 h/ 24 h 0,85 172,94 211,97 269,67

24 h/ 1 dia 1,14 203,46 249,38 317,26

1 dia ----- 178,47 218,75 278,30

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Observa-se que, na medida em que se diminui o tempo de duração, sua relação deixa

de ser direta com a chuva de 1 dia, passando a ter relação com uma de valor mais próximo

do seu, como no caso da chuva de 25 minutos, que é obtida multiplicando-se a de 30

minutos pelo fator de correção de 0,91.

Com os dados obtidos anteriormente, plotou-se um gráfico relacionando altura de

chuva com tempo de duração, indicado na Figura 8.2.

Dividindo os valores obtidos na Tabela 8.2 por cada tempo de duração utilizado, foi

possível obter os dados de intensidade de chuva, encontrados na Tabela 8.3 utilizado para a

plotagem das curvas de i-d-f, encontradas na Tabela 8.3.

Tabela 8.3. Valores de Intensidade e Altura de Chuva

Intensidade e Altura de Chuva x Tempo de Duração

10 anos 25 anos 100 anos

Tempo (horas) I (mm/h) H (mm) I (mm/h) H (mm) I (mm/h) H (mm)

0,08 258,00 21,50 316,23 26,35 402,31 33,53 0,17 204,88 34,15 251,12 41,85 319,48 53,25

0,25 177,06 44,26 217,02 54,25 276,10 69,02 0,33 153,66 51,22 188,34 62,78 239,61 79,87

0,42 138,10 57,54 169,28 70,53 215,35 89,73 0,50 126,47 63,23 155,01 77,51 197,21 98,61

1,00 85,45 85,45 104,74 104,74 133,25 133,25

6,00 24,41 146,49 29,93 179,55 38,07 228,43 8,00 19,84 158,70 24,31 194,52 30,93 247,47

10,00 16,68 166,83 20,45 204,49 26,02 260,16 12,00 14,41 172,94 17,66 211,97 22,47 269,67

24,00 8,48 203,46 10,39 249,38 13,22 317,26

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Figura 8.2. Altura de Chuva versus Tempo de Duração.

Fonte: Arquivo da empresa.

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Figura 8.3. Curvas de Intensidade-Duração-Frequência

Fonte: Arquivo da empresa.

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8.4.3.4 TEMPO DE RETORNO

Em estudos hidrológicos, em geral, não nos interessa somente o conhecimento das

máximas precipitações observadas nas séries históricas, mas, principalmente, prever, com

base nos dados observados e valendo-se dos princípios de probabilidade, quais as máximas

precipitações que possam vir a ocorrer numa certa localidade, com determinada frequência

(VILLELA e MATTOS 1975).

Período, ou tempo de retorno (Tr), pode ser entendido com sendo o inverso da

probabilidade de um determinado evento (de chuva máxima, por exemplo), ser igualado ou

excedido em um ano qualquer (TUCCI et al. 1995). Portanto, ao se definir a vazão máxima

de um projeto com um determinado período de retorno, está se definindo o grau de

segurança daquele empreendimento, uma vez que, quanto maior o tempo de retorno,

menores as chances de que algum evento hidrológico ultrapasse o máximo estipulado em

projeto.

Porém, ao se determinar o Tr de uma obra não é correto trabalhar somente

escolhendo altos valores do mesmo, uma vez que diversos outros fatores técnicos e

econômicos possuem grande importância no projeto final, devendo ser levados em conta,

como:

• Tipo, importância e segurança da obra;

• Estimativa de prejuízos caso os valores de projeto sejam ultrapassados;

• Risco para a população das proximidades do empreendimento;

• Variação dos custos da obra para diferentes Tr;

• Estimativa de custos de restauração.

Assim, ao se determinar o projeto de drenagem de um determinado local, se

estipula diferentes valores de Tr para cada tipo de obra, sendo que para o Plano Municipal

de Drenagem de São José, de acordo com tipo de dispositivo de drenagem urbana, os

valores escolhidos para trabalho foram:

• Obras de microdrenagem: 10 anos

• Obras de macrodrenagem: 25 anos;

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• Obras de arte especiais: 100 anos (Pontes, Grandes Estruturas, Canais e

Cursos Naturais).

Estes valores devem ser detalhados na elaboração do Manual de Drenagem Urbana

do município, a ser elaborado.

8.5 BACIAS HIDROGRÁFICAS

O município de São José possui sua área inserida na Bacia Hidrográfica do Cubatão

Sul e faz divisa com a Bacia do Rio Biguaçu. Essas bacias estão inseridas num total de 23

Bacias Hidrográficas que o estado de Santa Catarina contém, como pode ser verificado na

Figura 8.4. (SDM 1997)

Figura 8.4. Bacias Hidrográficas do Estado de Santa Catarina.

Fonte: (SDM 1997)

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Dentre os rios que compõe a Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Sul, drenam

para a área do município de São José as Bacias dos Rios Araújo, Carolina, Ribeirão

Forquilha, Bücheler, Três Henriques e Maruim. O Ribeirão Forquilha é um afluente do Rio

Maruim, tendo então sua bacia classificada como sub-bacia da Bacia do Maruim. A sub-

bacia em questão foi estudada separadamente por ter sua ocupação predominantemente

urbana, diferentemente da área rural da bacia principal. Na Figura 8.5 são apresentadas as

bacias hidrográficas e as áreas de drenagem utilizadas neste plano municipal de

saneamento. As áreas de drenagem correspondem a blocos territoriais que possuem curso

de drenagem sem nome reconhecido, mas que para qualquer estudo hidrológico do

município deverão ser utilizados.

Figura 8.5. Bacias Hidrográficas que drenam o Município de São José.

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8.5.1 ÁREA DA BACIA

Dentre as bacias encontradas no município de São José, algumas possuem parte de

sua área fora dos limites do mesmo, como ocorre com a do Rio Maruim. Originada mais a

oeste do estado, drenando até atingir o município, possui uma área total de 201,09km², dos

quais apenas 88,71km² estão contidos em São José (Figura 8.6). Porém, para o estudo de

suas características de drenagem, escoamento, ocupação, etc., é necessário que se trabalhe

com toda sua extensão, para maior precisão e aplicabilidade dos dados encontrados.

Figura 8.6. Limites Bacia Rio Maruim em São José

Para delimitação das bacias hidrográficas que drenam para o município de São

José, foram utilizadas as cartas topográficas digitalizadas e disponibilizadas pela Empresa

de Pesquisas Agropecuárias e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI). Estas cartas

são baseadas no levantamento topográfico realizado pelo Exército Brasileiro e pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todas as cartas utilizadas

apresentavam a escala de 1:50.000 referenciadas no Datum SAD 1969. Acrescidas a estas

cartas foram utilizados os dados topográficos dos levantamentos aéreos realizados no

município de São José nos anos de 1995 e 2001. Estes dados compreendem a área

municipal possuindo escala de 1:2.000. A delimitação das bacias pode ser encontrada na

Figura 8.5.

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Além da delimitação das bacias, foi gerado também o mapa altimétrico e o mapa de

declividade para todas as bacias, conforme a Figura 8.7 e Figura 8.8, respectivamente.

Figura 8.7. Mapa Altimétrico das Bacias Hidrográficas.

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Figura 8.8. Mapa de Declividade do Terreno das Bacias Hidrográficas

Na Tabela 8.4 são apresentados dados de área, altitude média e declividade média

de todas as áreas de interesse a bacias hidrográficas presentes no município de São José.

Tabela 8.4. Dados das Bacias Hidrográficas

Área de Interesse Área (km²)

Altitude Média (m)

Declividade Média (graus)

Bacia Rio Maruim 201,09 229,77 15,16

Bacia Ribeirão Forquilha 52,86 101,89 3,05

Bacia Rio Carolina 6,12 44,47 7,88

Bacia Rio Araújo 6,05 29,84 4,79

Bacia Rio Bücheler 2,76 21,65 3,51

Bacia Rio 3 Henriques 8,15 30,61 6,81

Área de Drenagem 1 2,95 14,82 3,04

Área de Drenagem 2 1,72 15,48 4,23

Área de Drenagem 3 3,17 27,98 5,07

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Os estudo das características de declividade e altitude das bacias é de suma

importância no levantamento de áreas com risco de inundações e deslizamentos de terra,

bem como para definição de áreas de topo de morro e APP. Segundo a Lei municipal

1.605/85 que estabelece a Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do solo do Município de

São José, no art. 160º “Os topos de morros e as áreas com declividade superior a 25º

(46.6%) são "non aedificandi" e de preservação da floresta, onde é proibido o corte de

qualquer árvore ou grupo de árvores, conforme assegura a Lei Federal 4.771/65.”. A

partir disso, foi analisada a área municipal visando o enquadramento conforme o art. 160º

para área de morros com declividade maior que 25°, conforme a Figura 8.9.

Figura 8.9. Áreas de APP conforme art. 160° da Lei Municipal 1.605/85.

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Dentre os bairros presentes no município 13 possuem parte de sua área classificada

como APP por sua inclinação. Destes 13, somente Areias não apresenta atualmente

ocupação irregular no que se refere a APP por declividade do terreno. Todos os demais já

apresentam, residências, rodovias e pontos de exploração mineral, demonstrando um

descaso quanto ao Plano Diretor Municipal. Vale ressaltar que nestas áreas ainda não

foram considerados os locais de topo de morros conforme a Resolução CONAMA 303 de

2002, o que tende a aumentar as áreas com problemas de ocupação.

Além das áreas de APP por inclinação de áreas, temos também as APPs pelos

cursos de água. Segundo a Lei 12.651 de 2012 que dispõe sobre a proteção de vegetação

nativa, em seu art 4º “Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou

urbanas, para os efeitos desta Lei:

I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50

(cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200

(duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600

(seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a

600 (seiscentos) metros;... ... IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que

seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;”

Para a definição das áreas de APP dos cursos d ́água presentes no município de

São José foram utilizadas as cartas digitais disponibilizadas pela EPAGRI em escala

1:50.000. Estes dados representam o histórico dos cursos d´água, sem as alterações e

retificações realizadas ao longo do tempo. Na Figura 8.10 são apresentadas as áreas de

APP pelos cursos naturais.

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Figura 8.10. Mapa com áreas de APP por Hidrografia e por Declividade.

8.5.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Para o mapeamento das características de uso e ocupação do solo das bacias em

estudo, obteve-se com a FATMA o Mapeamento Temático Geral do Estado de Santa

Catarina, integrante no Projeto de Proteção da Mata Atlântica em Santa Catarina

(PPMA/SC). Neste trabalho, foram utilizados como apoio o mapa de vegetação do IBGE,

na escola 1: 5.000.000 de 2004 e imagens de satélite da EPAGRI, na escala de 1:50:000,

do ano de 2005.

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Figura 8.11. Uso do Solo

Nesse trabalho, foram definidas 9 diferentes classificações de uso e ocupação do

solo dentro da área de estudo, como pode ser visto na Figura 8.11. Das 9 classificações,

apenas 7 são encontradas dentro dos limites de São José, conforme indicado na Tabela 8.5,

onde é definida a porcentagem do município ocupada por cada uso e cobertura, também

exemplificado na Figura 8.12. As características de cada caso se encontram a seguir

(FATMA 2008):

• Agricultura: áreas ocupadas por culturas com fins econômicos de ciclos

anuais ou perenes, caracterizados principalmente por plantios de frutas,

gramíneas e leguminosas;

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• Área de Mineração: áreas de extração mineral a céu aberto, incluindo seu

entorno (áreas de descarte, aterro, terraplanagem, empréstimo de solos e

depósitos, entre outros);

• Área Urbanizada e/ou Construída: áreas ocupadas por cidades, vilas,

povoados ou outros aglomerados urbanos com fins industriais, comerciais

ou residenciais, caracterizada pela presença de ruas, edificações e demais

estruturas típicas, que poderão ser representados por polígonos;

• Corpos D’Água: elementos hidrográficos que podem ser apresentados,

como rios, açudes, barragens, reservatórios, lagos, baías e braços de mar,

entre outros;

• Florestas em Estágio Médio ou Avançado e/ou Primárias: vegetação de

porte mais elevado, representada pelo capoeirão, onde pode ser observada

estratificação vertical, sendo o sub-bosque geralmente denso. Também

vegetação arbórea em alto grau de desenvolvimento formada por

comunidades heterogêneas e complexas, com diversidade elevada.

Apresenta árvores de diferentes dimensões, tanto diamétricas como de

altura, podendo ocorrer indivíduos de porte muito elevado. Estratos verticais

bem definidos, com sub-bosque ralo e sombrio;

• Pastagens e Campos Naturais: áreas ocupadas por vegetação rasteira com

fins econômicos, com ciclos anuais ou perenes, caracterizados pela presença

de gramíneas, ervas, subarbustos e árvores, incluindo campos sujos, campos

limpos e campos naturais;

• Solo Exposto: áreas sem cobertura vegetal resultantes de aterros,

terraplanagem e erosão, não relacionados à atividade de extração mineral.

Tabela 8.5. Uso do Solo em São José

Classe Área (ha) Área (%)

Agricultura 15,74 0,1 Área de Mineração 37,63 0,3

Área Urbanizada e/ou Construída 3259,51 28,8

Corpos D'Água 38,99 0,3

Florestas em Estágio Médio ou Avançado e/ou Primárias 5095,63 45,0

Pastagens e Campos Naturais 2794,1 24,7

Solo Exposto 75,89 0,7

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Figura 8.12. Porcentagem de Uso do Solo em São José

Para a caracterização e cálculos de escoamento superficial é necessário fazer a

delimitação de uso do solo para cada bacia hidrográfica em estudo. As porcentagens de

área ocupadas por cada classificação, de acordo com a bacia em que se encontra inserida

podem ser visualizadas na Tabela 8.6.

Tabela 8.6. Área de Uso do Solo por Bacia (km²)

Uso do Solo Rio Maruim

Rib. Forqui.

Rio Carol.

Rio Araújo

Rio Três

Henri.

Rio Büchler

Área de

Dren. 1

Área de

Dren. 2

Área de

Dren. 3

Agricultura 0,3534 0,0686 0,0070 Área de

Mineração 0,4736 0,3763 Área Urbanizada e/ou Construída 22,6909 8,5910 3,2090 5,49 4,6196 2,7040 2,8720 1,3950 2,0530

Corpos D'Água 0,9431 0,3041 0,0021 0,00051 0,0036 0,0216 0,0258 Florestas em

Estágio Médio ou Avançado

e/ou Primárias 115,2370 26,7359 1,5845 0,3600 1,9233 0,0383 0,6242

Mangues 0,1744 Pastagens e

Campos Naturais 60,2231 16,1614 1,1974 0,2030 1,6009 0,0593 0,0519 0,2588 0,4928

Reflorestamentos 0,1841

Solo Exposto 0,8204 0,6236 0,1353

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8.5.3 TIPOS DE SOLO

Para o mapeamento dos tipos de solos encontrados nas bacias em estudo e no

município de São José, foram utilizados os dados obtidos da EMBRAPA, do ano de 2004.

As cartas utilizadas apresentavam-se na escola de 1:250.000, referenciadas no Datum SAD

1969. Os dados utilizados foram obtidos após estudos do solo no Brasil durante mais de 50

anos, gerando uma ampla base de levantamentos exploratórios de solos, complementada ao

longo do tempo por outros estudos mais detalhados dos mesmos.

Figura 8.13. Tipos de Solos

Na Figura 8.13 é possível visualizar a carta desenvolvida, com as delimitações do

município em estudo. Através da mesma foi possível analisar o percentual de cada tipo de

solo para cada região. Na Tabela 8.7, é possível visualizar a porcentagem de cada

classificação dentro dos limites do município, exemplificada através da Figura 8.14.

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Tabela 8.7. Tipos de Solos em São José

Tipos de Solos Área (km²) Área (%)

Urbano 12,443 11,02

Argissolo Vermelho-Amarelo 30,253 26,79

Cambissolo Haplico 36,231 32,08

Gleissolo Haplico 29,334 25,97

Neossolo Quartzarenico 4,677 4,14

Solos Indiscriminados de Mangue

Figura 8.14. Porcentagem de Tipos de Solos em São José

Assim como em uso e ocupação do solo, é importante que se faça a análise dos

tipos de solo de acordo com cada Bacia Hidrográfica. Para tanto, foram trabalhados os

dados obtidos das cartas da EMBRAPA e desenvolvida a Tabela 8.8 a seguir:

Tabela 8.8. Área de Tipos de Solos por Bacia (km²)

Tipos de Solos

Rio Maruim

Ribeirão Forquil

ha

Rio Carolin

a

Rio Araúj

o

Rio 3 Henriqu

es

Rio Büchel

er

Área de Drenage

m 1

Área de Drenage

m 2

Área de Drenage

m 3

Urbano 3,138 4,281 1,651 2,763 2,673 1,970 Argissolo Vermelho-Amarelo 113,143 8,500 5,196 3,885 0,0006 1,713 0,386

Cambissolo Haplico 42,897 21,163 0,933 0,813 2,590 0,261 0,001

Gleissolo Haplico 34,830 22,570 0,002 0,001

Neossolo Quartzarenic

o 5,317 0,634 0,958 0,805 Solos

Indiscriminados de

Mangue 0,954

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8.5.4 ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Definido como a razão entre o volume de água que escoa superficialmente e o

volume que foi precipitado, o coeficiente de escoamento superficial (CN) pode ser

utilizado para a determinação de precipitações de intensidades diferentes das utilizadas no

cálculo do mesmo, desde que o tempo de duração seja mantido constante. É importante

ressaltar que dentro de uma mesma bacia podem ser encontrados diferentes valores de CN,

sendo que para fins de cálculo o ideal é que se trabalhe com áreas homogêneas de uso e

ocupação, bem como do tipo de solos.

Na Tabela 8.9 podem ser encontradas as classificações dos tipos de solos de acordo

com características pré-definidas, que serão utilizadas na Tabela 8.10, onde para cada tipo

e uso do solo e condições hidrológicas, é dado um valor médio de CN. As tabelas em

questão foram desenvolvidas através de análises de corpos hídricos diversos e são

normalmente utilizadas nos cálculos de vazão de projeto pelo Método de Vem Te Chow.

Tabela 8.9. Classificação de tipos de solos para cálculo de CN

Tipo de Solo Descrição

A Solos arenosos com baixo teor de argila total, inferior a uns 8%, não há rocha nem camadas

argilosas e nem mesmo densificadas até a profundidade de 1,5 m. O teor de húmus é muito baixo, não atingindo 1%.

B

Solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e com menor teor de argila total, porém ainda inferior a 15%. No caso de terras roxas este limite pode subir a 20% graças à maior porosidade. Os

dois teores de húmus podem subir, respectivamente, a 1,2 e 1,5%. Não pode haver pedras nem camadas argilosas até 1,5m mas é quase sempre presente camada mais densificada.

C

Solos barrentos com teor total de argila de 20 a 30% mas sem camadas argilosas impermeáveis ou contendo pedras até profundidades de 1,2m. No caso de terras roxas, estes dois limites máximos podem ser de 40% e 1,5m. Nota-se, a cerca de 60 cm de profundidade, camada mais densificada

que no Grupo B, mas ainda longe das condições de impermeabilidade.

D Solos argilosos (30 - 40% de argila total) e ainda com camada densificada a uns 50cm de

profundidade. Ou solos arenosos como B mas com camada argilosa quase impermeável ou horizonte de seixos rolados.

Tabela 8.10. Uso do solo e suas características de acordo com o tipo

Tipo de uso do solo/Tratamento/ Condições hidrológicas A B C D

Uso Residencial

Tamanho médio do lote % Impermeável

Até 500 m2 65 77 85 90 92

1.000 m2 38 61 75 83 87

1.300 m2 30 57 72 81 86

2.000 m2 25 54 70 80 85

4.000 m2 20 51 68 79 84

Estacionamentos pavimentados, telhados 98 98 98 98

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Tipo de uso do solo/Tratamento/ Condições hidrológicas A B C D

Ruas e estradas

Pavimentadas, com guias e drenagem 98 98 98 98

Paralelepípedo 76 85 89 91

Terra 72 82 87 89

Áreas comerciais (85% de impermeabilização) 89 92 94 95

Distritos industriais (72% de impermeabilização) 81 88 91 93

Espaços abertos, parques, jardins: Boas condições, cobertura de grama > 75% 39 61 74 80

Condições médias, cobertura de grama > 50% 49 69 79 84

Terreno preparado para plantio, descoberto Plantio em linha reta 77 86 91 94

Zonas cultivadas Sem conservação do solo 72 81 88 91

Com conservação do solo 62 71 78 81

Pastagens ou terrenos em más condições 68 79 86 89

Prado em boas condições 30 58 71 78

Bosques ou zonas florestais Condições ruins 45 66 77 83

Condições boas 25 55 70 77

8.5.5 MÉTODOS HIDROLÓGICOS

Diversos são os métodos utilizados para determinação de vazão de projeto na

Hidrologia Urbana. Em geral, o parâmetro determinante na decisão de qual método de

cálculo será utilizado é a área da bacia. De acordo com a mesma, será trabalhado da

seguinte forma:

• Bacias com até 3km²: Método Racional;

• Bacias com 3 a 50km²: Método de Ven Te Chow;

• Bacias com mais de 50km²: Métodos estatísticos diretos ou modelagem

computacional.

8.5.5.1 MÉTODO RACIONAL

Desenvolvido no final do século 19 na Inglaterra, se trata do método mais utilizado

na determinação de vazões para pequenas bacias (geralmente bacias com área menor que

3km²). Sua grande aceitação se deve à simplicidade, e os resultados costumam ser

satisfatórios, desde que sua aplicação seja feita dentro de suas condições de validade

(TUCCI et al. 1995). Pode ser definido pela seguinte expressão:

� ���. �. �

3,6

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Onde Q = vazão de projeto ou de pico (m³/s), e:

i = intensidade máxima da chuva sobre a área drenada (mm/h);

A = área da bacia (km²);

CN = coeficiente adimensional (coeficiente de escoamento superficial).

Relacionado com a parcela da chuva total que se transforma em chuva excedente e com os

efeitos de armazenamento na bacia.

Alguns princípios básicos dessa metodologia são colocados por Carlos E. M. Tucci

em seu livro “Drenagem Urbana”. Segundo ele, o método se baseia em:

• A precipitação máxima do projeto possui a mesma duração do tempo de

concentração da bacia;

• Deve-se adotar um coeficiente único de perdas (CN), estimado com base

nas características da bacia;

• O volume da cheia e a distribuição temporal das vazões não serão avaliados.

O mesmo autor coloca ainda que algumas informações possuem grande importância

para a correta aplicação do método. Para ele, é necessária a existência da planimetria da

bacia (para que seja possível a determinação de sua área), a existência de uma relação de i-

d-f do regime de chuvas intensas da área, um CN que poderá representar futuras condições

da mesma e o tempo de concentração.

8.5.5.2 MÉTODO DE VEN TE CHOW

Apresentado em 1962 nos Estados Unidos da América com o objetivo de

determinar a vazão de projeto de pequenas bacias hidrográficas rurais do país, o método de

Ven Te Chow permite a aplicação dos seus conceitos para qualquer localidade, desde que

existam dados adequados para análise e desenvolvimento dos mesmos estudos

desenvolvidos para criação do método.

O método proposto por Chow possui algumas vantagens sobre outros métodos,

como o fato de ter uma boa fundamentação analítica, permitindo o entendimento de todo

seu processo de desenvolvimento, possui um critério bem definido de determinação de

vazão, não ocorre grande variação nos valores encontrados quando calculados por

diferentes indivíduos, é de simples aplicação, etc.

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Sua maior desvantagem é o fato de que a vazão de projeto determinada por ele é

baseada em uma dada frequência de chuva ao invés de deflúvio, uma vez que em bacias

pequenas é comum a falta de dados de deflúvio (Wilken 1978).

Baseado no conceito do Hidrograma Unitário (HU), tem como ponto de

desenvolvimento a questão de que o valor máximo de deflúvio é definido como o produto

do excesso de chuva pela vazão de pico de um HU.

Para os cálculos de vazão de projeto, é sugerida a utilização do livro Engenharia de

Drenagem Superficial (Wilken 1978) como fonte bibliográfica para obtenção das fórmulas

e tabelas necessárias ao mesmo.

8.5.5.3 MÉTODOS ESTATÍSTICOS DIRETOS

Esses métodos consistem na análise, através de funções de distribuição de

probabilidade, dos registros fluviométricos, obtidos para o estudo de frequência de cheias.

Através destes dados, é possível determinar para um curso d’água previamente

definido, relações entre as vazões máximas anuais e os períodos de retorno. Para isso,

alguns dados e procedimentos devem ser seguidos, entre eles:

• Escolha da função de distribuição de probabilidade;

• Determinação das vazões máximas de acordo com seu Tr;

• Determinação da curva chave;

• Análise de homogeneidade e consistência da série;

• Séries de níveis e vazões máximas;

• Curvas de probabilidade de ocorrência de vazões máximas.

8.5.5.4 MODELAGEM COMPUTACIONAL

Diversos programas foram desenvolvidos, utilizando modelos computacionais

distintos, para análises hidrológicas em bacias hidrográficas, podendo-se citar HEC-HMS,

Mike-Urban, ABC, dentre outros.

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O modelo HEC-HMS opera em módulos separados para os cálculos do ciclo

hidrológico (HEC, 2009). O usuário poderá então escolher o método que melhor se aplica

na caracterização do escoamento superficial, infiltração e perdas, escoamento básico e

evapotranspiração. Para essas caracterizações, o programa trabalha com diversos

componentes de análise, entre eles:

• Especificações de precipitações: podem ser analisadas séries históricas

observadas de precipitações, eventos hipotéticos baseados em análises de

frequência, ou eventos representativos de precipitações máximas possíveis

para uma determinada localidade;

• Modelos de perdas que podem estimar o volume do escoamento superficial

utilizando de parâmetros a precipitação e propriedades da bacia, dados

anteriormente;

• Modelos diretos de escoamento superficial que permitem a caracterização

de enchentes, acumulações e perdas de energia a medida que a água escoa

para fora da bacia para canais de drenagem;

A vantagem da modelagem computacional hidrológica perante outros métodos é

sua larga aplicabilidade e confiabilidade. Os modelos computacionais podem ser aplicando

tanto para pequenas bacias urbanas, como para grandes bacias continentais.

Sendo assim, para futuros estudos e obras de drenagem no município de São José

aconselhasse a utilização destas ferramentas, caso da indisponibilidade de séries históricas

de dados fluviométricos nas bacias de estudo.

8.5.6 VAZÕES DE PROJETO

O dimensionamento de estruturas hidráulicas em projetos de engenharia somente se

torna possível com o conhecimento da vazão de projeto, dado igualmente importante para

o desenvolvimento de métodos para alertas de enchentes.

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Para a determinação da mesma, são necessárias metodologias de cálculo confiáveis

e seguras. Devido à carência de dados observados e ao elevado número de fatores

intervenientes, opta-se por métodos indiretos, de formulação simples porém que podem ser

inadequados para as condições locais (STEFFEN 2000). Além disso, é preciso que se haja

conhecimento de algumas variáveis, como a área da bacia, a intensidade da chuva para

diferentes durações, o comprimento e declividade do curso d’água, o coeficiente de

deflúvio, entre outros.

Como já dito anteriormente, para as bacias hidrográficas que drenam e estão

presentes no município de São José aconselhasse a modelagem computacional ou método

estatístico direto na determinação das vazões de projeto. Cabe ao engenheiro projetista a

análise da disponibilidade dos dados e a escolha do métodos que melhor se aplique ao

estudo da área em questão.

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8.6 RECONHECIMENTO DE CAMPO

Para a elaboração do diagnóstico de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas

no município de São José foram realizadas saídas de campo entre os dias 17 a 30 de janeiro

de 2013 onde, além de análise do atual sistema de escoamento das águas pluviais foram

realizadas entrevistas com moradores para a identificação de eventuais problemas, bem

como as principais reclamações. Durante todo o percurso foram feitas constatações sobre o

sistema de drenagem e sobre evidências de desastres como inundações, alagamentos e

deslizamentos pela equipe da SANETAL Engenharia e pelo funcionário da prefeitura que

acompanhou todo o reconhecimento, Sr. Jeferson Régis. Em alguns locais foram

demarcados pontos de GPS, conforme pode ser visualizado na Figura 8.15.

Todas as fotos apresentadas neste reconhecimento fazem parte do arquivo da

empresa e foram tiradas entre os dias 17 e 30 de janeiro de 2013, sendo que as mesmas

estão rotuladas com a data no formato mês/dia/ano em amarelo no canto inferior direito de

cada imagem. As fotos que não possuem rótulo na imagem estão indicadas com legenda.

Figura 8.15. Pontos de GPS tirados em cada área de planejamento.

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De forma geral o município apresenta diversos problemas com relação à drenagem

urbana e manejo de águas pluviais urbanas, sendo que o lançamento ilícito de esgotos, a

falta de padronização e de manutenção da rede foram observados na maioria dos pontos

visitados, representando, portanto, uma condição geral do município neste quesito.

A seguir serão apresentadas as principais observações por área de planejamento.

8.6.1 UNIDADE DE PLANEJAMENTO UP1

Os bairros que fazem parte desta UP são: Ipiranga, Jardim Cidade Florianópolis,

Jardim Santiago, Pedregal, Real Parque, Serraria e Areias (Figura 8.16). Os principais rios

desta UP são o Carolina, localizado na divisa com o município de Biguaçu, e o rio Três

Henriques que passa entre os bairros Serraria e Areias.

Figura 8.16. Área da UP1.

Boa parte destes bairros é formada por loteamentos que possuem quadras bem

definidas, com exceção de algumas áreas, principalmente próximas aos rios e próximo de

morros onde existe ocupação irregular.

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Vale ressaltar que é grande a quantidade de loteamentos novos e,

consequentemente, também de ruas e redes de drenagem. Nem sempre as novas redes são

bem executadas, o que corrobora com o surgimento de poças e alagamentos. Com a

alteração do uso do solo de áreas cada vez mais no interior do município devido aos novos

loteamentos, ocorre a impermeabilização do solo e, portanto, aumenta as vazões de pico

nos eventos chuvosos, podendo acarretar em futuros alagamentos em áreas onde não

haviam este problema.

Figura 8.17. Loteamento em implantação no bairro Serraria (E). Sistema de drenagem à jusante do novo loteamento que pode não atender a nova vazão caso o incremento de vazão não tenha sido

previsto em projeto (D).

Desta forma, o correto dimensionamento da microdrenagem nestes novos

loteamentos não será sinônimo de segurança para a população. Caso a capacidade dos

sistemas receptores destas novas redes não seja verificada, fica-se a mercê de alagamentos

e inundações por excesso de água em galerias e canais já projetados anteriormente.

Figura 8.18. Loteamento novo no bairro Areias. Vista da rua Hamilton Ferreira (E). Boca de lobo de concreto (D). Fonte: Arquivo da empresa (01/17/2013).

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Casos de inundações ocorriam nos rios Três Henriques e Carolina. As inundações

próximas ao rio Três Henriques foram controladas após obra de drenagem, todavia nas

margens do rio Carolina ainda são frequentes. Vários casos de alagamento são observados

no restante dos bairros, mas estão geralmente relacionadas com o dimensionamento

inadequado de microdrenagem nos baixios dos morros.

Figura 8.19. Ponte com galerias sobre o rio Três Henriques (E). Ponte com galerias sobre o rio Carolina, próximo à Biguaçu (D).

A maioria das ruas desta UP está pavimentada, possuem sistema de drenagem

superficial e subterrânea, embora a falta de calçamento em alguns locais dificulte a

funcionalidade das sarjetas.

Figura 8.20. Vias com calçadas danificadas. Rua Afrísio de Souza Vaz, bairro Serraria (E). Rua Leo Augusto da Silva, em Serraria (D). Fonte: Arquivo da empresa (17/01/2013).

Existem algumas moradias em áreas de risco localizadas em morros declivosos e

em pés de morros, como no bairro Serraria. Devido a grande quantidade de ruas em declive

é grande a ocorrência de destruição de calçadas e pavimentações devido à força da água

em eventos chuvosos torrenciais.

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Figura 8.21. Moradias em área de risco em Serraria (E). Loteamento próximo à área de risco no bairro Pedregal (D).

Foi constatado, durante o reconhecimento de campo que todos os corpos hídricos,

bocas de lobo e galerias possuíam contaminação por esgotos e lixo. O lixo, além de

contaminar a água, obstrui bocas de lobo e caixas com grelha nas sarjetas.

Figura 8.22. Lixo e esgoto no rio Carolina (E). Esgoto no rio Três Henriques (D).

Outro ponto que merece especial atenção é o estrangulamento do rio Três

Henriques na chegada a rodovia BR-101, que com o tempo pode ter seu assoreamento

aumentado, dificultando assim o escoamento da água e podendo acarretar em inundações.

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Figura 8.23. Estrangulamento do rio Três Henriques na rodovia BR-101 (E). Foz do rio Três Henriques (D).

Além de todos os problemas já apresentados, o descaso da população em respeitar

as áreas de APP é constante nesta UP. Residências foram construídas sobre os cursos

d´água, diminuindo assim a calha de enchente do rio, favorecendo seu extravasamento e

inundações. Como exemplo temos residências nas ruas Duque de Caxias, Major Durval e

Célio da Veiga que avançam sobre o curso d´água, nos bairros Ipiranga e Jardim Cidade

Florianópolis. Este curso representa local próximo a nascente do rio Três Henriques.

Figura 8.24. Residências sobre o Rio Três Henriques nos bairros Ipiranga (E) e Jardim Cidade Florianópolis (D).

A Tabela 8.11 lista, por bairros, algumas situações visualizadas durante o

reconhecimento de campo.

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Tabela 8.11. Identificação dos principais problemas de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas na UP1.

Local Lançamento de esgoto

Presença de resíduos

Obstrução em bocas de lobo, canais e córregos

Galerias danificadas

Alagamento/ inundação

Áreas sujeitas a movimentos de encosta /

deslizamento

Ipiranga X X X X X X

Jardim Cidade Florianópolis

X X X X X X

Jardim Santiago X X X X

Pedregal X X X X X

Real Parque X X X X X X

Serraria X X X X X X

Areias X X X X X

Podemos afirmar que a UP1 sofre com diversos tipos de problemas, sendo os mais

comuns o lançamento ilícito de esgotos e resíduos, a obstrução e danificação dos canais e

galerias, ocorrência de alagamentos e, em casos isolados, áreas sujeitas à movimentos de

encostas.

8.6.2 UNIDADE DE PLANEJAMENTO UP2

Os bairros que fazem parte da UP2 são: Barreiros, Bela Vista, Bosque das Mansões,

Campinas, Kobrasol, Nossa Senhora do Rosário e Roçado (Figura 8.25). Os principais

cursos d’água são o rio Bücheler, na divisa com o bairro Jardim Atlântico e o rio Araújo,

na divisa com o bairro Capoeiras, ambos os bairros em Florianópolis.

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Figura 8.25. Área da UP2.

A UP2 é a área mais dinâmica do município, apresentando muitos estabelecimentos

comerciais de grande porte nas ruas principais e elevada densidade de residências,

condomínios residenciais verticais e horizontais, contudo o remanescente de áreas verdes é

baixo. Os bairros que ainda possuem áreas verdes representativas são Bela Vista e Roçado,

todo o restante é marcado pela impermeabilização devido ao asfaltamento e construções.

A maior parte das ruas é pavimentada com asfalto e possui sistema de drenagem

superficial e subterrâneo. Devido à elevada densidade de construções, é grande a existência

de galerias fluviais e retificação de canais. Em alguns casos a construção de canais

fechados é um equívoco, pois se perde o controle das condições do corpo hídrico,

principalmente no que se refere à qualidade da água e obstruções.

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Figura 8.26. Rio Araújo sob a ciclovia, próximo ao shopping Itaguaçu (E). Vista do interior da canalização do rio Araújo, próximo ao prédio do fórum (D).

Ainda no rio Araújo, o terreno onde está instalada a Central de Abastecimento do

Estado de Santa Catarina – CEASA, próximo à BR-101, possui problemas de ordem

sanitária. A grande quantidade de alimentos juntamente com resíduos de embalagens e

gramíneas nas margens do rio forma um ambiente favorável à proliferação de vetores de

doenças como ratos e moscas, além de aves que também podem transmitir doenças.

O CEASA realiza limpeza diária para evitar que os restos de alimentos do pátio

atraiam os vetores de doença e ainda conta com programa de desratização mensal, todavia

a quantidade de ratos e pombos permanece elevada. Por se tratar de um local onde as

condições de saúde pública necessárias para o fornecimento de alimentos devem ser

garantidas, aconselha-se o acompanhamento especial desta área. Ressalva-se, todavia, que

a canalização do rio Araújo nos fundos do CEASA pode acarretar no agravo das condições

sanitárias do local, pois o acesso ao rio estará dificultado (Figura 8.27).

Figura 8.27. Rio Araújo nos fundos do CEASA. Apresenta as margens do rio Araújo cobertas com gramíneas (E). Fundos do pátio do CEASA (D).

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Outra questão no rio Araújo atrás do CEASA é que, de acordo com denúncia da

população, existe uma obra de drenagem que começa com três galerias, mas que, após

poucos metros depois de uma curva a galeria do meio deixa de existir. Deve-se investigar

esta denúncia. As construções na margem oposta do rio também prejudicam o escoamento

causando transtornos para a população como inundações, danificação dos muros e presença

de ratos (Figura 8.29). Além de todos os problemas de falta de saneamento a área ainda

sofre com a presença de andarilhos, usuários de drogas e ladrões que utilizam a galeria de

drenagem como esconderijo e passagem de fuga, de acordo com os funcionários do

CEASA.

Figura 8.28. Galeria de drenagem com seção reduzida após a curva (E). Construções junto ao rio (D).

A grande quantidade de ruas asfaltadas, a elevada densidade populacional e o

fechamento dos canais com recobrimento aumentam a possibilidade de alagamentos caso

os projetos não sejam bem elaborados e executados. Neste sentido é possível verificar o

alagamento de diversos pontos desta área de planejamento onde existem baixios.

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Figura 8.29. Exemplos de locais de alagamento. Construção de morador para evitar a entrada da água que chega a 80cm na sua residência no bairro Nossa Senhora do Rosário (E). Ponte sobre o rio Araújo,

local onde frequentemente ocorre extravasamento em torno de 40cm (D).

Alguns moradores fazem questão de mostrar onde a água chega durantes os eventos

de fortes chuvas.

Figura 8.30. Exemplos de locais de alagamento. Indicação do nível da água no muro da residência localizada na rua das Palmeiras, bairro Kobrasol (E). Água chega até à garagem de oficina na rua do

Iano, bairro Nossa Senhora do Rosário (D).

Quando não canalizadas, as margens dos rios Bücheler e Araújo possuem espaço

para possíveis intervenções como limpeza de gramíneas e execução de planos de

recuperação de áreas degradadas, muito embora existam edificações sobre rios e córregos

de menor porte.

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Figura 8.31. Rio Araújo próximo à BR-101 (E). Rio Bücheler, na divisa com o bairro Jardim Atlântico - em Florianópolis.

Figura 8.32. Galeria de drenagem na rua Eugênio Portela, em Barreiros (Em cima). Saídas de drenagem na praia de Barreiros (Abaixo).

Com relação a deslizamentos, deve-se dar uma maior atenção para a ocupação em

áreas de risco no bairro Roçado onde existem diversas residências.

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Figura 8.33. Residências no bairro Roçado localizadas no topo do morro, em área susceptível à movimentos de encosta.

Na UP2 o processo de erosão das vias e calçamentos devido ao volume e

velocidade das águas pluviais é menor do que na UP1, todavia ainda ocorre,

principalmente nas regiões de morro. Como grande parte desta UP2 fica em região plana,

este quesito não foi constatado na maior parte de sua extensão, embora existam casos de

danificação de tampas de bocas de lobo por veículos pesados.

Figura 8.34. Caixa com grelha na sarjeta danificada na rua João Correia Sobrinho, bairro Kobrasol (E). Boca de lobo quebrada na Rua Catarina Meira dos Santos, em Barreiros, tampada

provisoriamente com uma placa (E).

O esgoto a céu aberto faz parte do dia-a-dia do cidadão josefense, presente nos

corpos hídricos existentes nas principais avenidas do município e em praticamente todas as

bocas de lobo. É comum encontrarmos bueiros cobertos com madeira ou mesmo

concretados pelos próprios moradores devido ao mau cheiro. Todos os canais e córregos

encontram-se poluídos de acordo com os parâmetros de qualidade da água organolépticos.

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Figura 8.35. Pontos com poluição objetável. Rio Araújo atrás do CEASA (E). Córrego poluído próximo ao final da rua Moura, em Barreiros (D).

As praias de São José não costumam ser frequentadas pela população mas possuem

grande valor cênico e potencial para ser aproveitado como ponto de encontro da cidade,

todavia a cidade foi construída de costas para o mar. Um dos fatores que prejudica o

aproveitamento das praias é a grande quantidade de lançamento de esgoto no mar através

das galerias de drenagem.

Figura 8.36. Vista geral da praia de Barreiros (E). Vista da saída do córrego poluído próximo ao final da rua Moura, em Barreiros (D).

É menos comum encontrar lixo nas ruas da UP2. Os bairros Campinas e Kobrasol,

especialmente, apresentam-se quase sempre limpos, mas a limpeza das ruas não condiz

com a situação dos canais e galerias desta área de planejamento. Por estarem escondidas

dos olhos dos munícipes as galerias carregam e acumulam grande quantidade de lixo. É

preocupante a situação dos andarilhos que, além de contribuírem para a disposição de lixo

em áreas próximas aos cursos d’água, muitas vezes fazem das obras de drenagem suas

moradas, correndo risco de vida.

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Uma das constatações que não pode ser investigada neste trabalho foi a grande

mortandade de peixes na foz do rio Araújo, portanto recomenda-se o monitoramento de

qualidade das águas do município e as condições de manutenção da vida aquática não só

neste local, mas em todo o município.

Figura 8.37. Resíduos acumulados na ponte sobre o rio Araújo na Avenida Presidente Kennedy (E). Lixo e vegetação em galeria da rua Paulino Pedro Hermes, próximo à rodovia BR-101 (D).

Figura 8.38. Detalhe dos peixes mortos na superfície do rio (E). Peixes mortos sobre as pedras nas margens do rio Araújo (D).

A Tabela 8.12 lista algumas situações visualizadas por bairros.

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Tabela 8.12 Identificação dos principais problemas de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas na UP2.

Local Lançamento de

esgoto não tratado

Presença de resíduos

Obstrução em bocas de lobo, canais e córregos

Galerias danificadas

Alagamento/ inundação

Áreas sujeitas a movimentos de encosta /

deslizamento

Barreiros X X X X X

Bela Vista X X X X X Bosque das Mansões

X

Campinas X X X X

Kobrasol X X X X X Nossa

Senhora do Rosário

X X X X

Roçado X X X X X X

8.6.3 UNIDADE DE PLANEJAMENTO UP3

A Unidade de Planejamento 3 abrange os seguintes bairros: Centro, Colônia

Santana, Distrito Industrial, Fazenda Santo Antônio, Flor de Nápolis, Forquilhas,

Forquilhinha, Picadas do Sul, Ponta de Baixo, Potecas, Praia Comprida, Área Rural Norte,

Área Rural Sul, Sertão do Maruim e São Luiz (Figura 8.39). Os principais corpos hídricos

desta UP são o rio Maruim e o Ribeirão Forquilha.

Figura 8.39. Área da UP3.

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A Unidade de Planejamento UP3 é a maior de um total de três, incorporando

grande área rural. Existem aglomerados urbanos próximos dos rios Maruim e Forquilhas

que, por sua vez, possuem representativas áreas de drenagem que provém das áreas rurais e

morros. O volume de água destes rios, as condições desfavoráveis de relevo e a maior

quantidade de moradores com menor poder aquisitivo que, muitas vezes se instalam em

áreas de risco fazem desta UP a mais problemática das 3, apresentando casos de

alagamento, inundação e deslizamentos.

A maioria das ruas desta UP é pavimentada, todavia boa parte delas ainda é feita

com blocos de concreto que facilitam a infiltração da água no solo, mas que precisam de

maior manutenção, pois em alguns casos a força da água danifica as vias, A maioria das

ruas apresenta sistemas de microdrenagem e é grande a quantidade de córregos, canais e

galerias que cortam os bairros (Figura 8.40).

Figura 8.40. Galeria de drenagem ao lado do prédio da Prefeitura Municipal (E). Canal aberto em Forquilhinhas (D).

Com relação a obras de macrodrenagem a Prefeitura Municipal de São José

executou o alargamento do Ribeirão Forquilha no ano de 2012, mas ressalta-se que

qualquer tipo de alteração nos corpos hídricos necessita de estudos hidrológicos,

principalmente para a verificação de eventuais resultados negativos à jusante das obras.

Neste caso a população reclama da ponte da Rodovia SC-407, entre os bairros Sertão do

Maruim e Picadas do Sul, onde ocorre o estreitamento do Ribeirão Forquilha (Figura 8.41).

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Figura 8.41. Alargamento do Ribeirão Forquilha (E). Estreitamento do Ribeirão Forquilha na ponte da rodovia SC-407 (D).

As inundações nos bairros Flor de Nápolis e Forquilhinha diminuíram após o

alargamento da calha do Ribeirão Forquilha, todavia é necessário um estudo hidrológico

para avaliar a nova situação deste corpo hídrico, atestando assim se chuvas com maior

período de retorno ainda podem trazer danos à população (Figura 8.42).

Figura 8.42. Imagens da rua Alvorada, no bairro Flor de Nápolis. Moradora indicando altura da água na inundação de 2008 (E). Casa construída sobre pavimento pilotis, evitando a entrada da água em

eventos de inundação (D).

De forma geral existem alagamentos e inundação em todo o percurso dos rios

Maruim e Forquilhas e ainda nos distritos Zona Industrial, Fazendo Santo Antônio, Picadas

do Sul, São Luiz e Praia Comprida (Figura 8.43).

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Figura 8.43. Alagamento no bairro Praia Comprida, rua Saturnino Deschamps.

Fotos gentilmente cedidas pela moradora Zelma Golo Redivo (alagamento de 2008).

Os alagamentos na área industrial prejudicam a população que está no seu horário

de trabalho, causando transtornos na sua locomoção e danificando os veículos. As próprias

empresas têm prejuízos devido à entrada de água nos seus estabelecimentos entre outras

questões, deixando de gerar mais recursos para o município na forma de tributos (Figura

8.44).

Figura 8.44. Alagamento no bairro Zona Industrial de São José. Fotos gentilmente cedidas pela empresa INTELBRAS (alagamento de 2011).

Um dos pontos que causava maior transtorno, tanto para a população de São José,

quanto dos municípios vizinhos era o constante alagamento da marginal da BR-101

localizado no bairro São Luiz, onde a coluna d’água chegava a 3 metros, problema que foi

amenizado com a ligação da rede de drenagem com o outro lado da rodovia, contudo o

problema foi transferido para o bairro Praia Comprida (Figura 8.45).

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Figura 8.45. Alagamento da marginal da BR-101 no bairro São Luiz.

Fonte: Foto: Hermínio Nunes. zerohora.clicrbs

Esta obra na marginal da BR-101 implica na chegada de água turva com elevada

concentração de sólidos em suspensão na rede de drenagem proveniente da microdrenagem

de um loteamento no bairro São Luiz. O loteamento está com obras paradas e com o solo

exposto, pois as vias não foram concluídas e não existem residências, todavia as redes de

drenagem estão abertas e ligadas na rede principal. É grande a quantidade de barro que

entra nas tubulações. As erosões neste loteamento tomaram grandes proporções e exigem

uma atitude por parte do município para que a situação não se agrave (Figura 8.46).

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Figura 8.46. Início de formação de voçorocas e rede de drenagem exposta à entrada de sedimentos.

Legenda: Em cima a imagem mostra o início de uma voçoroca (E) e uma caixa de passagem descoberta. Abaixo tem-se o percurso dos sedimentos desde a voçoroca até a parte mais baixa do

loteamento (E) entrando numa tubulação que agora está ligada na rede que leva a água até o bairro Praia Comprida (D).

Existem outros pontos com solos expostos como no bairro Colônia Santana

(diversos pontos), Forquilhinhas (final da rua José Luiz), Forquilhas (Rua Pedro José

Farias) e Centro (encontro da rua Ervino Gerlach com a Alameda Flamboyant). No bairro

Sertão do Maruim, na rua Mathias Schell, de acordo com moradores o rio está cada vez

mais próximo da estrada, oferecendo risco de destruir esta via num evento chuvoso de

maior dimensão.

Em Potecas, próximo ao bairro Forquilhinha e em Fazenda Santo Antônio (final da

rua João Pessoa), existem encostas com grande quantidade de pedras que também

oferecem riscos aos moradores das partes baixas (Figura 8.47).

Figura 8.47. Vista da encosta no bairro Potecas com grande quantidade de pedras (E). Encosta com pedras e obras de drenagem especial no bairro Fazenda Santo Antônio (D).

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Chama atenção a quantidade de residências construídas em áreas de risco em

morros, junto aos corpos hídricos e mesmo em cima de córregos. No bairro Forquilhas, por

exemplo, um evento de movimento de encosta já exigiu até a detonação de rochas e projeto

especial de drenagem. Ainda em Forquilhas e em Flor de Nápolis, muitas casas foram

construídas sobre pilotis pois a água frequentemente invadia as casas. Mesmo assim, em

Flor de Nápolis existem famílias que construíram suas casas sobre córregos (Figura 8.48).

Figura 8.48. Projeto especial de drenagem no bairro Forquilhas (E). Residência construída s obre o córrego, em Flor de Nápolis (D).

A destruição das vias pela alta velocidade do escoamento das águas pluviais é

comum em toda a UP3 devido a elevada quantidade de morros. Já nas partes mais baixas o

aporte de sedimentos suja as ruas e causa a obstrução das bocas de lobo. A Rua Antonieta

Carvalho Petry, no bairro Fazenda Santo Antônio sofre com este problema, pois a água das

regiões próximas escoa toda para uma galeria no cruzamento com a rua Jacob Quint Júnior

(Figura 8.49).

Conforme prévio conhecimento de autoridades e população, ocorre lançamento

ilícito de esgoto nos corpos hídricos em toda a unidade de planejamento. Até mesmo a

Bica da Carioca, patrimônio histórico do município, além de depredado está recebendo

esgotos. O rio Maruim, devido à sua caudalosidade, não apresenta odor e coloração tão

acentuados quanto os córregos do município, todavia é normal encontrarmos lançamento

de esgotos diretamente no rio. O bairro Forquilhinha é onde fica mais evidente a

precariedade do sistema de esgoto do município, pois os canais abertos permitem que os

parâmetros de qualidade organolépticos (cor e odor) sejam vistos com mais facilidade

(Figura 8.50).

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Figura 8.49. Na caixa com grelha no sarjetão localizado na rua Antonieta de Carvalho Petry, no bairro Fazenda Santo Antônio, foram improvisados materiais diferentes para execução da grelha, devido à

grande quantidade de água (E). A falta de sarjetas e calçada danifica as ruas em Colônia Santana (D).

Figura 8.50. Presença de esgoto na Bica da Carioca, patrimônio histórico do município (E). Tubulações de esgoto sendo lançadas diretamente no córrego no bairro Fazenda Santo Antônio (D).

Existem alguns locais do município com o acúmulo de resíduos sólidos. Neste

trabalho foram verificados locais onde o lixo estava muito próximo dos corpos hídricos.

Foi identificado um local crítico de acúmulo de lixo perto do Ribeirão Forquilha , nas

proximidades do CEM Antonio Francisco Machado – Forquilhão. O gerenciamento

inadequado destes resíduos pode resultar no seu carreamento para o rio, causando

transtornos para a população de jusante. O mesmo problema foi identificado na rua José

Jorge Zimmermann, com lançamento de resíduos eletrônicos, inclusive (Figura 8.51).

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Figura 8.51. Resíduos próximo ao Ribeirão Forquilha (E). Resíduos próximo ao rio Maruim (D).

A Tabela 8.13 lista algumas situações visualizadas durante o reconhecimento de

campo por bairros. Por se tratar de um diagnóstico das áreas urbanas, os bairros Área Rural

Norte e Área Rural Sul não estão compreendidos nesta avaliação.

Tabela 8.13 Identificação dos principais problemas de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas na UP3.

Local Lançamento de esgoto

Presença de resíduos

Obstrução em bocas de lobo, canais e córregos

Galerias danificadas

Alagamento/ inundação

Áreas sujeitas a movimentos de encosta /

deslizamento

Centro X X X X X X Colônia Santana

X X X X X X

Distrito Industrial

X X X X X

Fazenda Santo

Antônio X X X X X X

Flor de Nápolis

X X X X X

Forquilhas X X X X X

Forquilhinha X X X X X X Picadas do

Sul X X X X X

Ponta de Baixo

X X X X

Potecas X X X X X Praia

Comprida X X X X X X

Sertão do Maruim

X X X X X X

São Luiz X X X X X X

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8.7 ÁREAS SUJEITAS À ALAGAMENTOS E INUNDAÇÕES

Com base nos dados fornecidos pelo setor de Geoprocessamento da SUSP de São

José foi elaborado o mapa com os locais de alagamento já mapeados pelo município. Este

mapa é apresentado na Figura 8.52.

Figura 8.52. Locais alagáveis conforme dados disponibilizados pela Prefeitura de São José.

Fonte: SUSP.

Como pode ser verificado, segundo estes dados da Prefeitura Municipal de São

José, praticamente todos os bairros do município sofrem com problemas de alagamento,

exceto o Kobrasol, Centro, Praia Comprida, São Luiz, Bosque das Mansões e Pedregal.

Destes, com os dados de diagnóstico, somente o Bosque das Mansões e o Pedregal não

apresenta locais de alagamento, o que demonstra uma situação alarmante para o município

de São José.

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Durante a realização deste Plano Municipal de Saneamento Básico foi possível

atestar alagamentos em algumas áreas devido à fortes chuvas. A chuva que ocorreu no dia

09/03/2013 deixou várias vias de São José alagadas.

Figura 8.53. Em São José, a Avenida Josué di Bernardi, uma das principais do bairro Campinas, ficou alagada com a chuva de 09/03/2013.

Foto: Karoline Muller/Arquivo Pessoal. (Diário Catarinense 2013)

Figura 8.54. Alagamento chegou ao conjunto habitacional Geroncio Thives, próximo ao Shopping Itaguaçu, em São José.

Foto: Karoline Muller/Arquivo Pessoal. (Diário Catarinense 2013)

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Além destes locais, foi disponibilizada também a mancha de inundação causada

pelo extravasamento do rio Maruim e Ribeirão Forquilhas em Janeiro de 2008 (Figura

8.55).

Figura 8.55. Hachura em vermelho demonstra a mancha de Inundação de Janeiro de 2008 causada pelo extravasamento do rio Maruim e Ribeirão Forquilhas.

Fonte: SUSP, 2012.

Com base na Figura 8.55 fica demonstrado que os locais próximos ao exutório do

ribeirão Forquilhas ficam passíveis de inundação em eventos de chuva como o ocorrido em

2008.

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8.8 ÁREAS SUJEITAS A DESLIZAMENTOS

O escoamento inadequado das águas pluviais em encostas pode causar sérios riscos

à população. Mesmo em áreas onde já foram realizadas obras de drenagem especiais por se

tratar de encostas faz-se necessária uma manutenção e fiscalização periódica das condições

de uso das estruturas de escoamento de água da chuva para evitar que estas obras rompam

e causem prejuízos a população. Para apontar algumas áreas sujeitas a deslizamento devido

à falta de projeto de drenagem inadequado ou inexistente ou ainda devido á instalação de

comunidades em áreas de risco (Figura 8.56) foram coletados dados através do

reconhecimento de campo e ainda por informações disponibilizadas pela PMSJ.

Figura 8.56. Bairro Serraria, onde foi identificada ocorrência de deslizamento de encosta.

Recentemente o CPRM – Serviço Geológico do Brasil realizou um levantamento de

áreas de risco, identificando três áreas críticas, a saber: No morro da Boa Vista (Serraria),

na rua Irineu Comélio (Centro Histórico) e Colônia Santana, conforme pode ser visto nas

imagens Figura 8.58 a Figura 8.60. Somada a estas informações foi elaborado um mapa

com os locais identificados em reconhecimento de campo pela equipe da Sanetal

Engenharia como áreas com registro de movimento de encosta (Figura 8.57).

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Figura 8.57. Áreas com registro de movimento de encosta de acordo com o reconhecimento de campo da Sanetal Engenharia e informações disponibilizadas pela PMSJ.

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Figura 8.58. Área de risco identificada pela CPRM no Morro da Boa Vista. Arquivo cedido pela defesa civil de São José.

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Figura 8.59. Área de risco identificada pela CPRM no Centro Histórico de São José. Arquivo cedido pela defesa civil de São José.

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Figura 8.60. Área de risco identificada pela CPRM em Colônia Santana. Arquivo cedido pela defesa civil de São José.

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8.9 VISÃO SOCIAL

A participação social está entre os princípios postos como fundamentais para a

elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB). De fato, numa

sociedade onde não há universalidade e equidade de acesso aos benefícios do saneamento

ambiental, faz-se necessário o levantamento das prioridades do município tanto pelos

técnicos como pela população e que esta ainda participe das etapas de decisão sobre o

assunto, ou seja, aponte as demandas existentes e avalie o que realmente é importante ser

feito para evitar decisões políticas que não beneficiem a todos, pois a participação dos

diversos segmentos sociais fornece legitimidade ao processo de planejamento.

Portanto, num planejamento participativo são valorizados os conhecimentos e as

experiências dos participantes, sem considera-los simples receptores, e sim os envolver na

discussão, identificação e busca de soluções para problemas que surgem de suas vidas

cotidianas e de suas comunidades. O enfoque participativo parte do pressuposto que os

indivíduos sejam sujeitos do processo, com o seu efetivo envolvimento na análise da

situação, estabelecimento de objetivos, monitoramento e a avaliação das atividades.

Este item abordará a metodologia de pesquisa aplicada para diagnosticar

participativamente o município de São José e a forma como a participação social foi

inserida na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico.

8.9.1 METODOLOGIA DA PESQUISA

8.9.1.1 OBJETIVO

A pesquisa tem o objetivo de apresentar um diagnóstico participativo da população

do Município de São José, como também apresentar a percepção dos atores envolvidos

sobre os principais problemas relacionados ao saneamento básico, em específico ao

capítulo de Drenagem Urbana Pluvial, do bairro onde moram e analisar as correlações

entre a percepção dos moradores e a condição de saneamento básico. Com isso apontar

possíveis impasses e sugestões da população envolvida.

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8.9.1.2 PLANO AMOSTRAL

O plano amostral é um conjunto de etapas que possibilitam a definição de

segmentos pertencentes a uma amostra de resultados, na qual visa o reconhecimento do

universo de estudo, a população investigada e a unidade amostral.

Assim a pesquisa toma por base as seguintes definições:

1. Unidade da seleção: o domicílio;

2. População alvo: moradores do município de São José;

3. Variáveis: qualitativas e quantitativas;

4. Meta para divulgação de resultados;

8.9.1.3 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA

A área de estudo compreende o Município de São José. O método utilizado para

selecionar a amostra foi a escolha aleatória de domicílios em áreas próximas aos principais

cursos d’água e em baixios, já aglomerados por Unidade de Planejamento, sendo assim,

esses apresentam uma homogeneidade perante a área da bacia de drenagem e o tipo de

construção e ocupação do solo. A coleta de dados foi ocasional, ou seja, feita

oportunamente para atender uma conjuntura adotando o procedimento de substituição do

domicílio, caso não encontre o morador, durante a coleta. Desta forma a pesquisa não

seguiu padrões amostrais avalizados pela estatística.

8.9.1.4 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS DE ESTUDO

A elaboração do questionário (Anexo 1) para levantar dados primários estruturados

junto a uma amostra da população fez uso tanto de dados quantitativos como qualitativos,

pois, neste trabalho, compreende se estes como dados complementares um ao outro para

produção de informações pertinentes.

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8.9.1.5 INSTRUMENTOS DA COLETA

No levantamento das informações dos domicílios selecionados foi adotado um

questionário (Anexo 1). Esse está dividido em 3 partes: a primeira é destinada a

informações cadastrais, a parte II às informações que caracterizam as condições de

drenagem urbana pluvial pelo ponto de vista da população e a parte III é específica para o

técnico executor da entrevista avaliar alguns quesitos que indiquem a qualidade da

drenagem urbana pluvial.

8.9.1.6 OPERAÇÃO DA COLETA

A operação da coleta foi realizada pelos técnicos da SANETAL Engenharia e

Consultoria, entre os dias 17 e 30 de janeiro de 2013. Na qual o questionário teve um

critério de aplicação e um procedimento em caso de não coleta, como a substituição do

domicílio caso não encontre o morador durante a coleta (Figura 8.61).

Figura 8.61. Aplicação de questionário com a população.

8.9.1.7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A partir da coleta dos dados a equipe efetuou a crítica e respectivamente a apuração

dos mesmos. A apresentação dos resultados foi feita através de tabelas que seguiu uma

ordem de escala territorial. Numa primeira etapa a análise foi municipal, e conseguinte

passou-se a analisar as regiões, denominadas Unidades de Planejamento.

A Tabela 8.14 informa o nível de conhecimento, sobre o tema drenagem urbana, da

população questionada. Esse dado indica a necessidade de se capacitar a comunidade sobre

o tema para num período posterior a participação popular ser eficaz.

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Tabela 8.14. Pergunta sobre o conhecimento do assunto drenagem urbana

Sabe o que é drenagem urbana? Tipo de resposta N° de questionário

Sim 63 Não 75

Sem resposta 6 Total 144

Na Tabela 8.15 os resultados são referentes à existência ou não da manutenção e

conservação periódica do sistema de drenagem urbana, que quando negativos causam

danos, principalmente para o sistema de microdrenagem urbana.

Tabela 8.15. Criticidade da manutenção e conservação periódica do sistema de drenagem urbana.

Existem manutenção e conservação periódica do sistema de drenagem urbana?

Tipo de resposta N° de questionário Sim 54 Não 90

Sem resposta 0 Total 144

Ao analisar a Tabela 8.15 fica clara a precariedade do serviço de limpeza pública

municipal, na qual 62,5% dos questionários obtiveram respostas negativas.

Logo a seguir Tabela 8.16 apresenta sugestões, vindas da população, para

minimizar e até mesmo eliminar o problema de alagamentos/inundações no Município.

Tabela 8.16. Tipos de sugestões para o S.D.U. segundo a população Josefense.

Sugestões prioritárias para o S.D.U. conforme a população Josefense.

Limpeza pública 21 Fiscalizar ligações clandestinas de esgoto 4

Desobstruir coletores 16 Outros 4

Manutenção do S.D.U. 13 Não sabe 27

Melhoria do S.D.U. 14 Sem resposta 31

Redimensionar 9

Ampliar o S.D.U. 5 Total 144

Ao comparar os dados, principalmente a resposta “não sabe” da Tabela 8.16 com a

resposta “não” da Tabela 8.14 verifica a falta de discernimento da população quanto ao

tema. O aumento da frequência de limpeza pública paralelo ao serviço de desobstrução de

coletores foram os serviços mais solicitados pela população abordada para eliminar os

alagamentos, além de outros especificados na tabela acima.

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Num segundo momento as análises foram regionais, de início são apresentadas as

tabelas e logo após os diagnósticos por Unidades de Planejamento são descritos.

A Tabela 8.17 confirma, por Unidades de Planejamento, a atual situação da

manutenção e conservação periódica do serviço de limpeza pública municipal, informando

a porcentagem da população abordada não servida pela Prefeitura.

Tabela 8.17. Qualidade da manutenção e conservação periódica a do S.D.U., por Unidade de Planejamento.

Situação da manutenção e conservação periódica do sistema de drenagem urbana, por Unidade de Planejamento.

UP Sem manutenção Total de questionários % sem manutenção

UP 1 34 64 53% UP 2 19 30 63% UP 3 37 50 74% Total 90 144 63%

Logo em seguida a Tabela 8.18 apresenta a susceptibilidade em porcentagem de

ocorrer assoreamento da rede de drenagem, como o acúmulo de lixo e/ou areia, por

Unidade de Planejamento.

Tabela 8.18. Condição das UP’s a ocorrer assoreamento da rede de drenagem (acúmulo de lixo e areia), por Unidade de Planejamento.

Porcentagem de locais propícios para ocorrer assoreamento da rede de drenagem (acúmulo de lixo e areia), por Unidade de Planejamento.

UP Frequência de respostas positivas Total de questionários %

UP 1 49 64 77 UP 2 27 30 90 UP 3 44 50 88 Total 120 144 83

A Tabela 8.19 aponta as Unidades de Planejamento que contém números de

alagamentos/inundação pelo menos uma vez ao ano, como também a principal causa desse.

Demonstrando assim a situação que o município enfrenta durante os períodos de chuva.

Tabela 8.19. Fatores que causam alagamento/inundação, por Unidade de Planejamento.

Principal fator da causa de alagamento/inundação, por Unidade de Planejamento.

UP Inexistência de S.D.U.

Obstrução de coletores Outros Sem resposta Total % Total

UP 1 1 26 6 1 34 31 UP 2 1 23 1 2 27 25 UP 3 6 27 12 3 48 44 Total 8 76 19 6 109 100

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Por conseguinte os dados da Tabela 8.20 apresenta a ocorrência, por Unidade de

Planejamento, de formação de poças d’água que contaminadas podem ser um potencial

vetor de doenças.

Tabela 8.20. Ocorrência de poças de água, por Unidade de Planejamento.

Ocorrência de poça de água, por Unidade de Planejamento.

UP Sim Não Sem resposta Total UP 1 24 40 0 64 UP 2 15 15 0 30 UP 3 26 22 2 50 Total 65 77 2 144

A erosão foi levantada por ter sua participação como indicador de qualidade do

sistema de drenagem urbana, tendo seus números de incidência representados na Tabela

8.21.

Tabela 8.21. Ocorrência de erosão, por Unidade de Planejamento.

Ocorrência de erosão, por Unidade de Planejamento.

UP Sim Não Sem resposta Total UP 1 14 50 0 64 UP 2 1 28 1 30 UP 3 15 29 6 50 Total 30 107 7 144

Já a Tabela 8.22 evidência os casos de desmoronamento no Município, divididos

por Unidade de Planejamento.

Tabela 8.22. Incidência de desmoronamento, por Unidade de Planejamento.

Ocorrência de desmoronamento, por Unidade de Planejamento.

UP Sim Não Sem resposta Total UP 1 9 53 2 64 UP 2 2 28 0 30 UP 3 4 41 5 50 Total 15 122 7 144

A Tabela 8.23 mostra a ocorrência de erosão em locais próximos a cursos d´água,

por Unidade de Planejamento, possibilitando uma informação importante para prevenção

de assoreamento do sistema de drenagem urbana.

Tabela 8.23. Ocorrência de erosão em locais próximos a cursos d´água, por Unidade de Planejamento.

Ocorrência de erosão em locais próximos a cursos d´água, por Unidade de Planejamento.

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UP Incidência

UP 1 6

UP 2 1

UP 3 15

Total 22

A Tabela 8.24 apresenta a solução empregada para o destino do esgoto doméstico

por unidade de planejamento. É interessante frisar que, mesmo onde não havia rede de

esgoto a população afirmou lançar seus efluentes na rede coletora, demonstrando que a

população não sabe a diferença entre rede coletora de esgoto e rede de drenagem.

Tabela 8.24. Solução empregada para o destino do esgoto doméstico.

Solução empregada para o destino do esgoto doméstico.

UP Rede coletora Fossa séptica Direto no solo Direto no rio Sem resposta

UP1 11 45 2 0 6 UP2 16 9 1 0 4 UP3 2 44 0 1 3 Total 29 98 3 1 13

8.9.2 VISÃO DA POPULAÇÃO NA UP 1

A UP1 se trata de uma área predominantemente urbana e residencial de classe

média a baixa, e é constituída principalmente pelas bacias hidrográficas do rio Carolina e

Três Henriques.

Utilizando como base os questionários aplicados durante a visita técnica foi

possível realizar um diagnóstico participativo com relação ao Sistema de Drenagem e

Manejo de Águas Pluviais Urbanas, totalmente de responsabilidade do poder municipal.

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Esta Unidade de Planejamento apresenta a maior criticidade quanto à manutenção e

conservação periódica do sistema de drenagem, como também representa uma área com

grande potencial de ocorrer assoreamento do S.D.U. por conter muitos locais com acúmulo

de resíduos sólidos e areia nas sarjetas, que consequentemente provoca o maior índice de

alagamento/inundação por obstrução de coletores. Outro lado critico apontado pela

população desta Unidade é o fato de existir locais com desmoronamentos, dos 34

questionários aplicados 5 apresentaram afirmações positivas relacionado ao tema. Evento

que também chama a atenção no município é a falta de rede coletora de esgoto, nesta UP

apenas 17,5% dos questionários respondidos apresentam o sistema de coleta de esgoto e,

mesmo assim, algumas destas respostas correspondem à existência de rede de drenagem e

não de esgoto. A educação ambiental deve ser encarada como prioridade para que este tipo

de situação seja resolvido.

8.9.3 VISÃO DA POPULAÇÃO NA UP 2

A UP 2 é formada pela Bacia Hidrográfica Elementar do Rio Araújo. É uma

Unidade de Planejamento que apresenta um padrão sócio espacial misto, tanto residencial

com condomínios fechados de alto padrão e edifícios residenciais como comercial.

Foram relatados problemas muito parecidos com a UP1, os números apontaram um

ineficiente serviço de limpeza pública que por implicação promove um potencial para que

ocorra assoreamento do S.D.U. como também o acarreta a obstrução dos coletores. A

Tabela 8.19 reflete o que foi dito, na qual 85% da população que respondeu o questionário

sofre alagamento por obstrução de coletores. Já segundo a Tabela 8.24 a UP2 foi a que

apresentou o maior número de questionários que confirmaram serem atendidos por rede

coletora de esgoto. Mesmo possuindo rede de drenagem é comum verificarmos lançamento

de esgoto ilícito diretamente nos corpos hídricos.

8.9.4 VISÃO DA POPULAÇÃO NA UP 3

A UP3 é formada pela Bacia Hidrográfica Elementar do Rio Maruim. É a maior das

três áreas de planejamento, incorporando grande área rural.

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Através de questionários aplicados durante a visita técnica, pode-se constatar que o

sistema de drenagem em partes da UP3 rural não atende de forma adequada a população,

pois não abrange toda área e, nos locais que está presente é ineficiente em função da

obstrução dos coletores por resíduos ou outros materiais, evidenciando a falta de

manutenção do sistema de drenagem urbana. Nestas localidades a maior parte do

escoamento de águas pluviais é feita por meio natural em córregos locais. Na área rural, há

uma boa absorção da água de chuva pelo solo que ainda encontra-se permeável, todavia a

constatação de erosão por parte dos moradores também é maior. É mais comum também as

reclamações devido à formação de poças d’água após os períodos de chuva.

8.9.5 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Foi realizada, no dia 06/02/2013, no Centro de Atenção a Terceira Idade – CAT, a

primeira audiência pública do Plano Municipal de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

Urbanas. Nesta audiência foi apresentado o diagnóstico do setor de drenagem do município

de São José aos presentes e foram ouvidas as contribuições dos munícipes.

Figura 8.62. Fotos da Primeira Audiência Pública.

A segunda audiência pública foi realizada dia 08/03/2013 para a apresentação da

parte final do plano e para verificar novas possíveis contribuições por parte da população.

As atas e listas de presença das audiências públicas estão apresentadas no Anexo 2.

Todos os documentos estão disponíveis no site da PMSJ.

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8.10 LANÇAMENTOS ILÍCITOS DE ESGOTO E RESÍDUOS SÓLIDOS

A falta de uma rede de coleta e tratamento de esgoto é uma situação comumente

visualizada na maior parte do município de São José. Além disso, os munícipes, por uma

série de motivos que vão desde falta de informação até inexistência de recursos acabam

lançando seu esgoto diretamente na rede de drenagem, sem nenhum tipo de tratamento

prévio. Essas situações combinadas trazem inúmeras consequências negativas, como a

contaminação dos recursos hídricos, o que acarreta em riscos à saúde da população no

entorno, com a proliferação de vetores de doenças.

No capítulo de diagnóstico dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento

sanitário, estudo integrante deste Plano de Saneamento (ECOEFICIÊNCIA Soluções

Ambientais 2009) mostra-se a imagem da área de cobertura do sistema de coleta de

esgotamento sanitário de São José, bem como a área ainda não coberta, com projeto a ser

executado.

Pode-se visualizar na Figura 8.63 a localização da ETE (Estação de Tratamento de

Esgotos) Potecas, responsável pelo tratamento de todo o esgoto sanitário coletado no

município de São José e na parte continental de Florianópolis.

Figura 8.63. Área de atendimento do Sistema de Coleta de Esgotamento Sanitário - SES Potecas

(ECOEFICIÊNCIA Soluções Ambientais 2009)

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Os indícios de práticas irregulares relacionadas a lançamentos de esgotos

domésticos nas redes pluviais são grandes, no entanto sabe-se que essas ações estão

diretamente ligadas à inexistência de uma rede coletora de esgotos no município. Ocorre

ainda a falta de ações efetivas por parte dos órgãos públicos para a disponibilização de

instruções à população sobre a necessidade da instalação de tratamentos individuas nas

residências, normatizar as estações de tratamento individuais, além de sua regular

manutenção.

Como os rios são o destino final da água coletada nas redes de drenagem urbana, os

mesmos se tornam importantes como receptores do escoamento da água das chuvas, sendo

de extrema importância a constante manutenção de suas margens e do próprio leito,

evitando assim obstruções advindas da presença de resíduos sólidos trazidos em

enxurradas ou por lançamentos irregulares.

Foram registrados diversos pontos de acúmulo de lixo nos cursos d’água.

Desmatamentos e construções irregulares nas margens dos rios são outras questões a serem

fiscalizadas afim de se garantir o bom funcionamento do sistema de drenagem.

8.10.1 ESGOTO SANITÁRIO

Os impactos oriundos da falta de esgotamento sanitário influenciam diretamente

nas questões relativas ao uso da água, através de limitações e riscos ou no aumento dos

custos para que se promova o abastecimento de água potável, entre outros. Através da

implantação de um sistema de coleta e tratamento de esgotos, é possível solucionar esse

problema, possibilitando também a posterior reutilização dessa água, que terá retornado

limpa para a natureza.

Ao ser lançado in natura nos corpos d’água, o esgoto doméstico pode trazer sérios

prejuízos á qualidade da água dos mesmos (NUVOLARI, Esgoto sanitário; coleta,

transporte, tratamento e reúso agrícola 2003). Além disso, os rios contaminados passam a

causar problemas à saúde e vivência da população no entorno, graças aos odores

desagradáveis exalados e à possiblidade de contaminação e transmissão de diversas

doenças de veiculação hídrica.

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A Tabela 8.25 apresenta os principais elementos constituintes do esgoto doméstico,

que, quando dispostos de maneira inadequada, poderão ter como destino final um corpo

hídrico. Já os principais inconvenientes originados pelo lançamento ilegal do mesmo são

evidenciados na Tabela 8.26.

Tabela 8.25. Composição do esgoto doméstico

Tipo de Substâncias Origem Sabões Lavagem louças e roupas

Detergentes Lavagem louças e roupas Cloreto de sódio Cozinha e urina humana

Fosfatos Detergentes e urina humana Sulfatos Urina humana

Carbonatos Urina humana Ureia, amoníaco e ácido úrico Urina humana

Gorduras Cozinhas e fezes humanas Substâncias córneas, ligamentos de carne e fibras

vegetais não digeridas Fezes humanas

Porções de amidos (glicogênio, glicose) e de proteicos (aminoácidos, proteínas, albumina)

Fezes humanas

Urobilina, pigmentos hepáticos e etc. Urina humana Mucos, células de descamação epitelial Fezes humanas

Vermes, bactérias, vírus, leveduras e etc. Fezes humanas Outros materiais e substâncias: areais, plásticos, cabelos, sementes, fetos, madeira, absorventes

femininos, etc.

Areia: infiltração na rede. As demais substâncias são lançadas indevidamente nos vasos sanitários

Fonte: (NUVOLARI, Esgoto sanitário; coleta, transporte, tratamento e reúso agrícola 2003)

Tabela 8.26. Inconvenientes do lançamento in natura de esgoto em corpos d'agua

Lançamento Consequência

Matéria orgânica solúvel

Provoca a depleção (diminuição ou mesmo a extinção) do oxigênio dissolvido, contido na água dos rios e estuários. Mesmo tratado, o despejo deve estar na

proporção da capacidade de assimilação do curso d' água. Algumas dessa substância podem ainda causar gosto e odor ás fontes de abastecimento. Ex.:

Fenóis.

Elementos potencialmente tóxicos

Ex.: cianetos, arsênio, cádmio, chumbo, cobre, cromo, mercúrio, molibdênio, níquel, selênio, zinco, etc. Apresentam problemas de toxidade (a partir de

determinadas concentrações), tanto ás plantas quanto aos animais e ao homem, podendo ser transferidos através da cadeia alimentar.

Cor e turbidez Indesejáveis sob o ponto de vista estético. Exigem maiores, quantidades de

produtos químicos para o tratamento dessa água. Interferem na fotossíntese das algas nos lagos (impedindo a entrada de luz em profundidade).

Nutrientes Principalmente nitrogênio e fósforo, aumentam a eutrofização dos lagos e dos pântanos. Inaceitáveis na área de lazer e recreação.

Materiais refratários Aos tratamentos: Ex.: ABS (alqui-benzeno-sulfurado). Formam espumas nos rio;

não são removidos nos tratamentos convencionais.

Óleos e graxas

Os regulamentos exigem geralmente sua completa eliminação. São indesejáveis esteticamente e interferem com a decomposição biológica (os microrganismos, responsáveis pelo tratamento, geralmente morrem se a concentração de óleos e

graxas for superior a 20 mg/L).

Ácidos e Álcalis A neutralização é exigida pela maioria dos regulamentos; dependendo dos valores

de pH do liquido há interferência com a decomposição biológica e com a vida aquática.

Materiais em suspensão Formam bancos de lama nos rios e canalizações de esgoto. Normalmente

provocam decomposição anaeróbia da matéria orgânica, com liberação de gás

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Lançamento Consequência sulfídrico (cheiro de ovo podre) e outros gases malcheirosos.

Temperatura elevada Poluição térmica que conduz ao esgotamento do oxigênio dissolvido no corpo

d'água (por rebaixamento do valor de saturação) Fonte: (JORDÃO e PESSOA 1995)

8.10.2 RESÍDUOS SÓLIDOS

A presença de resíduos sólidos nos cursos d’água e redes de drenagem do

município foi evidente durante as visitas em campo, sendo esse um ponto a se focar, uma

vez que a presença desses elementos é um fator agravante na ocorrência de enchentes

nesses locais.

Como consequências ambientais resultantes deste aumento de sedimentos e

materiais sólidos (C. TUCCI 2002) aponta o assoreamento das seções canalizadas da rede,

reduzindo a capacidade de escoamento de condutos, rios e lagos urbanos, e ainda o

transporte de poluente agregado a esse material, contaminando as águas pluviais.

Os autores (NEVES e TUCCI 2003), ressaltam ainda a problemática dos resíduos

sólidos despejados inadequadamente na superfície e atingindo as redes de drenagem

urbana, colocando como principais constituintes materiais manufaturados como garrafas,

latas, envelopes de papel e plástico, jornais, sacolas de compras, embalagens de cigarro,

mas também partes de carros, restos de construção e colchões velhos.

Segundo (ALLISON 1998) a quantidade de resíduo sólido encontrado no sistema

de drenagem urbana pode ser influenciada por uma série de fatores, entre os quais estão:

tipo de ocupação do solo; características dos eventos de precipitação; população; práticas

de gerenciamento (limpeza de ruas, forma de armazenamento, regularidade de limpeza,

programas de reciclagem); programas de conscientização e educação; período de tempo

sem chuvas; tamanho e geometria das entradas e condutos da rede de drenagem;

características físicas da bacia hidrográfica; variações sazonais; e intensidade e direção do

vento.

Por fim, sabe-se também que o nível econômico da comunidade afeta a produção de

resíduos, uma vez que pessoas de menor renda, por não terem acesso a muitos e variados

produtos, acabam por produzir menos lixo (ARMITAGE 2000).

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8.11 LEVANTAMENTO DE EXPERIÊNCIAS COM SISTEMAS DE DRENAGEM

EM OUTROS MUNICÍPIOS

Em um país com a maior reserva de água doce e o maior potencial hídrico do

planeta, problemas relacionados à drenagem urbana e ao manejo de recursos hídricos são

situações comuns de serem encontradas em seus municípios. Conhecer e estudar projetos e

ações tomadas por outras localidades na prevenção de desastres e melhoria do sistema de

drenagem é essencial ao se desenvolver um Plano Municipal de Saneamento Básico, uma

vez que dessa forma é possível ter noção de quais ações possuem grande ou baixa

efetividade.

8.11.1 PORTO ALEGRE

Desde 1941, ano em que Porto Alegre presenciou a maior enchente da sua história,

medidas de melhoria do sistema de drenagem urbana tem sido estudadas e desenvolvidas

de modo a evitar novos desastres nas proporções do acontecido daquele ano. Nos últimos

anos, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em conjunto com o Departamento de

Esgotos Pluviais (DEP), investiu cerca de 15 milhões de reais no Programa de

Recuperação do Sistema de Proteção Contra as Cheias da cidade, de modo a se prevenir

contra a ocorrência de calamidades como a de 1941. A cidade conta atualmente com um

conjunto de diques com certa de 68 quilômetros de extensão, constituído de Diques

Internos e Diques Externos.

Construído de 1971 a 1974, o Muro de Mauá é a principal estrutura do sistema de

proteção de cheias, possuindo 2.647 metros de extensão e 14 comportas de vedação que,

após as últimas reformas, se fecham em um tempo máximo de 50 segundos em caso de

cheias, acionadas por um sistema hidráulico.

Além disso, podem ser encontradas 19 casa de bombas instaladas em pontos

estratégicos da cidade para bombear as águas da chuva para o Lago Guaíba e o Rio

Gravataí, dentre as quais algumas foram construídas nos últimos anos, e outras já

existentes foram totalmente reformadas, tendo suas capacidades de bombeamento

ampliadas. Com um total de 83 bombas, o sistema consegue bombear 159 mil litros de

água por segundo. (Prefeitura Municipal de Porto Alegre 2013 )

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8.11.2 SANTO ANDRÉ

No ano de 1998 Santo André se tornou o primeiro município do país a elaborar um

Plano Diretor de Drenagem, criando um diagnóstico das áreas com maior incidência de

inundações, desenvolvendo um plano de trabalho para a manutenção e ampliação do

sistema de drenagem presente naquela época, garantindo assim a segurança da população e

a qualidade da água distribuída. Ao estipular diretrizes para o cenário ambiental desejado

para o município, o Semasa se tornou um órgão modelo no país, tendo sido indicado para a

manutenção da certificação NBR ISO 9001 no ano de 2011. (ICLEI LACS 2011)

A Prefeitura de Santo André criou através da lei 9.151, de 28/12/2000, uma taxa de

limpeza pública, cuja destinação é a manutenção da rede de drenagem da cidade. Com isso,

desde 2009 foram construídos mais de cinco mil metros de galerias de águas pluviais, mais

de 500 bocas de lobo, sendo outras 7.600 reformadas. Além disso, com o Programa Cidade

Interativa, conseguiu-se realizar a limpeza de mais de 90mil bocas de lobo, com a

desratização de 46.500m de córregos e 14 mil poços de visitas. Dessa forma, dos 70 pontos

de alagamento detectados no Plano Diretor de Drenagem, mais de 40 já foram

solucionados (Semasa 2013).

8.11.3 SOROCABA

Iniciadas no ano de 2000, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae),

as obras do Programa de Despoluição do Rio Sorocaba têm como objetivo a coleta e

tratamento de 100% do esgoto produzido na cidade, livrando o leito dos córregos e do rio

dessa carga de afluente (Saae 2013). Com um investimento total de R$150 milhões, através

de recursos do próprio município e de financiamentos do Governo Federal, o projeto prevê,

até o final de 2012, a construção de 17 estações elevatórias para bombeamento do esgoto

para as ETEs, sete ETEs, três quilômetros de coletores de tronco e 28 quilômetros de

interceptores de esgoto instalados nas duas margens do rio Sorocaba.

Dessa forma, a cidade tem conseguido interromper o processo de degradação da

bacia do rio Sorocaba, constatando um processo de recuperação da mesma mais rápido que

o esperado, com diminuição significativa das doenças de veiculação hídrica. Além disso, o

projeto trouxe de volta para a região um ótimo local para lazer, transporte, melhorando

substancialmente a qualidade de vida de sua população.

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8.11.4 CAMPO GRANDE

A Prefeitura Municipal de Campo Grande foi responsável pela criação de diversos

parques municipais, com a função de trabalharem como parques lineares, implementados

ao longo dos corpos d’água, aumentando a permeabilidade do solo, agindo assim como

amortecimento de cheias. Dessa forma, protegem-se as margens dos rios contra ocupação

irregular e erosão, além de criar ótimas áreas de lazer para a população (Prefeitura

Municipal de Campo Grande 2013).

Além disso, com os parques também são construídas e revitalizadas diversas redes

de drenagem próximas, auxiliando assim na diminuição dos impactos causados por chuvas

fortes, além de prevenir inundações e grandes prejuízos para a população. A cidade conta

atualmente com cinco parques lineares e diversos outros parques municipais, tendo se

tornado um modelo a ser seguido nesse tipo de investimento.

8.11.5 CURITIBA

Criada em 1993, a Secretaria Municipal de Saneamento de Curitiba foi responsável

pela execução de um amplo projeto na rede de rios e córregos da cidade cujo objetivo era a

manutenção e ações emergenciais para a melhoria do escoamento da água.

Com diversos convênios com outros órgãos, como o Simepar (Sistema

Meteorológico do Paraná), ISAM (Instituto de Saneamento Ambiental da PUC) entre

outros, a prefeitura de Curitiba conseguiu criar um banco de dados com várias informações

acerca das bacias da região, das chuvas e do sistema atual de drenagem da cidade. Com

isso, foi possível um bom planejamento para a execução de novas obras por parte das

secretarias responsáveis (IPPUC 2013).

Apesar disso, devido ao grande número de casos de alagamento no município

sempre que acontecia uma chuva forte, viu-se a necessidade da criação de um plano mais

definitivo e a longo prazo para o sistema de drenagem, de modo a se acompanhar o

crescimento urbano acelerado da cidade. Para isso, está sendo desenvolvido, desde o ano

de 2012, o Plano Diretor de Drenagem (PDD) de Curitiba, que irá incluir recomendações

quanto à preservação de nascentes, a melhoria da qualidade da água nos rios, o

reordenamento das ocupações irregulares, e principalmente a readequação das estruturas de

macro e micro drenagem, com o objetivo de melhorar o escoamento da água das chuvas.

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9 ETAPA 5 – DEFINIÇÃO DO PERÍODO DE PLANEJAMENTO E

PROJEÇÃO POPULACIONAL

9.1 DEFINIÇÃO DO PERÍODO DE PLANEJAMENTO

As obras de saneamento da cidade devem ser projetadas para atender a uma

determinada população, em geral maior que a atual, correspondente ao crescimento

demográfico em um determinado período de tempo. A esse período chama-se de período

de projeto ou horizonte de projeto, que no caso do estudo em questão será de 20 anos.

Fixado o período de projeto, deve-se estimar a população a ser considerada nesses anos.

Seguindo a determinação do termo de referência deste Plano Municipal de

Saneamento - PMSB, para o capítulo de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas

será utilizado o período de planejamento de 20 anos (2010-2029), em concordância com

PMSB referente às áreas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana

e manejo de resíduos sólidos do Município de São José.

O período de planejamento coincidente baliza todas as áreas do saneamento para

que a Prefeitura Municipal de São José possa planejar um cenário futuro com programas,

metas e ações de forma harmoniosa e integrada, alcançando resultados mais efetivos.

9.2 DETERMINAÇÃO DA PROJEÇÃO POPULACIONAL

A determinação da projeção populacional teve como base os estudos já realizados

no capítulo de Abastecimento de Água e Coleta de Esgoto e do Capítulo de Limpeza

Urbana e Resíduos Sólidos que, por sua vez, utilizaram a de dados históricos do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Esta análise é necessária para determinar a tendência de crescimento para o

horizonte de trabalho deste plano.

Os capítulos do PMSB estão utilizando com base nos dados censitários dos anos de

1991 e 2000 e contagem populacional nos anos de 1996, 2007 e 2009. Os dados do IBGE

de 2010 não foram utilizados, pois o PMSB foi iniciado antes da divulgação oficial desta

informação.

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9.2.1 EVOLUÇÃO POPULACIONAL

Na Tabela 9.2 são apresentadas as evoluções populacionais encontradas pelo IBGE

nos anos de 1991 a 2009, bem como as taxas geométricas de crescimento obtidas para os

diferentes períodos estudados em concordância com os capítulos de Abastecimento de

Água e Coleta de Esgoto, assim como também o capítulo de Limpeza Urbana e Resíduos

Sólidos.

Tabela 9.1. Evolução Populacional do Município de São José

Ano População (hab.)

1991 139.493 1996* 149.780 2000 173.559 2007* 196.887 2009* 201.746 2010** 209.804

Fonte: IBGE 2010 – PMSB Água e Esgoto (*) Contagem da população/Dados estimados da população (IBGE)

(**)Censo IBGE 2010

Tabela 9.2. Taxas Geométricas de Crescimento Populacional

Ano Taxa de crescimento geométrico – IBGE (%a.a)

91/96 1,43 96/00 3,75 00/07 1,82 07/09 1,23 91/00 2,46 00/09 1,69 91/09 2,07

Fonte: IBGE – PMSB Água e Esgoto

9.2.2 PROJEÇÕES POPULACIONAIS

Com base na Tabela 9.2 foi elaborado o gráfico apresentado na Figura 9.1 que

mostra o crescimento populacional ocorrido no município desde o ano de 1991 até o ano

2009. O mesmo gráfico foi utilizado no PMSB Água e Esgoto (ECOEFICIÊNCIA

Soluções Ambientais 2009).

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Figura 9.1. Curva de Crescimento Populacional para os anos 1991-1996-2000-2007-2009

Pode ser observado na Figura 9.1 que São José apresentou crescimento

populacional linear ao longo do período estudado, portanto foi determinada uma equação

da reta que melhor representa tal crescimento, descrita abaixo.

� � � ��� � �����

Com base nessa equação, foi realizada a estimativa preliminar de crescimento do

município para o horizonte de projeto (2029), condizente com os capítulos já entregues a

prefeitura referente à Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário; e Limpeza Urbana

e Resíduos Sólidos, apresentada na sequência.

9.2.3 ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL PARA O HORIZONTE DE

PROJETO – 2029

Nessa estimativa populacional preliminar observa-se que as taxas anuais de

crescimento apresentadas nos períodos analisados mostram-se declinantes com o decorrer

dos anos. Assim sendo, adotar-se-á a taxa 1,69% a.a (Tabela 9.3) de crescimento

geométrico obtido para a definição da evolução populacional de São José.

y = 17172x + 120766

R2 = 0,9636

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

0 1 2 3 4 5 6

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Tabela 9.3. Estimativa Populacional Preliminar

Ano População (hab.) Variação (+- 3,64%) Taxa Anual Fator de

Redução + 3,64% - 3,64% (%)

2009 201.746 - - - - -

2010 223.798 231.944 215.652 1,1093058 10,93 1,000000000

2011 240.970 249.741 232.199 1,0767299 7,67 1,000000000

2012 258.142 267.538 248.746 1,0712620 7,13 0,928738017

2013 275.314 285.335 265.293 1,0665215 6,65 0,866956946

2014 292.486 303.132 281.840 1,0623724 6,24 0,812882745

2015 309.658 320.930 298.386 1,0587105 5,87 0,765157990

2016 326.830 338.727 314.933 1,0554547 5,55 0,722726363

2017 344.002 356.524 331.480 1,0525411 5,25 0,684753542

2018 361.174 374.321 348.027 1,0499183 4,99 0,650571799

2019 378.346 392.118 364.574 1,0475450 4,75 0,619640395

2020 395.518 409.915 381.121 1,0453870 4,54 0,591516760

2021 412.690 427.712 397.668 1,0434165 4,34 0,565835183

2022 429.862 445.509 414.215 1,0416099 4,16 0,542290824

2023 447.034 463.306 430.762 1,0399477 3,99 0,520627550

2024 464.206 481.103 447.309 1,0384132 3,84 0,500628588

2025 481.378 498.900 463.856 1,0369922 3,70 0,482109236

2026 498.550 516.697 480.403 1,0356726 3,57 0,464911151

2027 515.722 534.494 496.950 1,0344439 3,44 0,448897804

2028 532.894 552.291 513.497 1,0332970 3,33 0,433950849

2029 550.066 570.088 530.044 1,0322240 3,22 0,419967198

No Tabela 9.4 observa-se a projeção da população para o Município de São José

para o período de planejamento com base na taxa de crescimento (1,69%) estipulada

acima. Vale ressaltar, que de acordo com o termo de referência que está sendo obedecido, a

estimativa populacional deve acompanhar o que já fora apresentado no capítulo de

abastecimento de água e esgotamento sanitário e no capítulo de resíduos sólidos e limpeza

urbana deste PMSB.

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Tabela 9.4. Estimativa Populacional Adotada

Ano Taxa Anual Projeção Populacional (hab) IBGE (2000-2009) Fator de Redução Ao Longo do

Período 2009 1,69 - - 201.746 2010 1,69 1,000000000 1,69 205.156 2011 1,69 1,000000000 1,69 208.623 2012 1,69 0,928738017 1,57 211.897 2013 1,69 0,866956946 1,47 215.002 2014 1,69 0,812882745 1,37 217.955 2015 1,69 0,765157990 1,29 220.774 2016 1,69 0,722726363 1,22 223.470 2017 1,69 0,684753542 1,16 226.056 2018 1,69 0,650571799 1,10 228.542 2019 1,69 0,619640395 1,05 230.935 2020 1,69 0,591516760 1,00 233.244 2021 1,69 0,565835183 0,96 235.474 2022 1,69 0,542290824 0,92 237.632 2023 1,69 0,520627550 0,88 239.723 2024 1,69 0,500628588 0,85 241.751 2025 1,69 0,482109236 0,81 243.721 2026 1,69 0,464911151 0,79 245.636 2027 1,69 0,448897804 0,76 247.499 2028 1,69 0,433950849 0,73 249.314 2029 1,69 0,419967198 0,71 251.084

A estimativa populacional do projeto partiu da população estimada para o

município para o ano de 2009, segundo o IBGE, de 201.746 habitantes, com início em

2010 e final de 2029.

Também pode ser observado no Tabela 9.4 que a população estimada para o ano de

2010 foi de 205.156 habitantes, sendo que de acordo com o Censo IBGE 2010, a

população do Município de São José era de 209.804, uma diferença de 4.648 habitantes.

Embora esta diferença já fora apontada no capítulo de resíduos sólidos e limpeza urbana

deste PMSB (MPB 2011), esse estudo populacional demonstrado no Tabela 9.4 será

mantido tendo em vista a necessidade da similaridade do período de planejamento e

populacional de todos os capítulos.

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9.3 INTERFERÊNCIA DA PROJEÇÃO POPULACIONAL NO SISTEMA DE

DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUA PLUVIAL URBANA

A projeção populacional tem relação com o sistema de drenagem e manejo de

águas pluviais urbanas por interferir na taxa de impermeabilização do solo, fator este que

aumenta os valores de escoamento superficial e de vazão de pico nos eventos de chuva.

Algumas causas e consequências da urbanização sobre as inundações urbanas e

alagamentos (TUCCI 1997) estão apresentadas abaixo (Tabela 9.5).

Tabela 9.5. Causas e efeitos da urbanização sobre as inundações urbanas

Causas Efeitos Impermeabilização Maiores picos e vazões. Redes de Drenagem Maiores picos a jusante.

Lixo Degradação da qualidade da água, Entupimento de bueiros e galeria.

Redes de esgotos deficientes Dregadação da qualidade da água, Moléstias de veiculação hídrica,

Inundações com consequências mais sérias.

Desmatamento e Desenvolvimento Indisciplinado Maiores picos e volumes, Erosão e Assoreamento.

Ocupação das várzeas Maiores prejuízos, Maiores picos e Miores custos de utilidades públicas

Embora a drenagem e o crescimento populacional estejam relacionados não é

possível se ter uma relação direta por se tratar de um sistema que depende de muitos

fatores, como o coeficiente de impermeabilização do solo, classe social dos moradores e

até mesmo questões como a educação ambiental dos munícipes, contudo a projeção

populacional deve ser considerada em qualquer estudo de drenagem.

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10 ETAPA 6 – CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO

10.1 PROGNÓSTICO E ALTERNATIVAS

Os prognósticos para universalização dos serviços de saneamento consistem na

análise e seleção das alternativas de intervenção que visem à melhoria das condições em

que vivem as populações urbanas e rurais. Estas alternativas terão por base as carências

atuais de serviços públicos de saneamento básico no que tange a drenagem e manejo de

águas pluviais.

O objetivo da universalização dos serviços de saneamento é de inibir, prevenir ou

impedir a ocorrência de doenças relacionadas com o meio ambiente. Para as carências

atuais identificadas serão propostos cenários alternativos por meio de projetos e medidas

mitigadoras que possam ser previstos para o plano de horizonte de projeto, de 20 anos.

Visando tornar compatíveis os serviços públicos de saneamento com as

necessidades da população, serão apresentadas as projeções das carências e das demandas

pelos serviços públicos de saneamento básico, as quais cabem alternativas de intervenção e

medidas mitigadoras para os problemas apresentados pelo setor. As projeções serão dadas

a partir da sugestão de cenários alternativos que possam ser previstos para o horizonte de

projeto de 20 anos. Para tal prognóstico serão seguidos os preceitos da Política Nacional de

Saneamento Básico por meio da Lei 11.445 de 5 de Janeiro de 2007.

Entende-se que as orientações e alternativas propostas no Plano Municipal de

Saneamento Básico não devem ser tomadas como únicas e definitivas, podendo estas ser

revisadas, atualizadas, ou mesmo substituídas por alternativas que se mostrem melhores. É

importante que, baseado no descrito pelo Plano, se busque atingir as metas para que todo o

município se beneficie de serviços e condições adequadas de saneamento.

10.1.1 METODOLOGIA DOS ESTUDOS

A fase de elaboração de prognóstico consiste em objetivo natural depois de

concluído o diagnóstico do saneamento básico.

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Assim, a metodologia aplicada para o prognóstico utiliza-se de subsídios técnicos

que permitam projetar as necessidades de infraestrutura para os segmentos componentes do

saneamento básico. Seu desenvolvimento tem como base duas fontes de informações

distintas:

� Informações resultantes da fase dos diagnósticos provenientes do setor de

drenagem urbana presentes no Plano Municipal de Saneamento – Diagnóstico de

Saneamento Básico;

� Projeções populacionais para o horizonte de planejamento.

Ressalta-se que, na etapa de concepção dos diagnósticos setoriais, os aspectos

relativos ao crescimento populacional, habitação, sistema territorial urbano e

desenvolvimento econômico, foram considerados na análise, e consequentemente

incorporados ao prognóstico das demandas necessárias ao município de São José.

Com base nos elementos identificados e que caracterizam o estado atual das

estruturas e características dos serviços de saneamento básico, foi aplicada a metodologia

de identificação de ameaças e oportunidades, constante em maiores detalhes no item 10.1.3

deste relatório.

A utilização do conceito de ameaças e oportunidades representa uma metodologia

de ordenação dos dados que possibilita sua análise de forma sistematizada e

compreensível, de fácil visualização. Através deste método, uma visão sintética será

extremamente eficaz para a definição de estratégias do planejamento.

As combinações das demandas oriundas das ameaças e das projeções populacionais

são tratadas como medidas de mitigação, melhoria, ampliação e adequação da

infraestrutura de saneamento, tendo como objetivo permanente a universalização dos

serviços. Ou seja, basicamente, as demandas para a universalização dos serviços de

saneamento bem como para a garantia de sua funcionalidade dentro dos padrões adequados

de qualidade, segurança a população em termos de saúde pública e proteção ao meio

ambiente, são resultantes de duas fontes de informações: ameaças e as demandas oriundas

das projeções populacionais.

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No primeiro caso, o uso da caracterização das ameaças se dá especialmente ao

atendimento das demandas qualitativas. Por outro lado, as demandas quantitativas são

resultantes de quadros de projeções, onde o incremento populacional e o incremento

progressivo dos índices para a universalização dos serviços apresentam-se como base para

os resultados.

Quanto às demandas quantitativas, estas provêm de quadros de projeções e

demandas as quais serão detalhadas adiante.

A resultante dos trabalhos até esta etapa compreende a formatação de um cenário

classificado como “Ideal”, pois tem em seu contexto a condição de universalização dos

serviços, atendendo 100% das demandas no horizonte de 20 anos.

É fundamental destacar que a definição do cenário “Normativo” não impede que

este seja revisado ao longo do tempo, e muito pelo contrário, faz-se compulsório que este

procedimento seja realizado ao menos a cada quatro anos e recomendável que seja

revisado anualmente, como forma de atualização permanente do Plano Municipal de

Saneamento Básico, através de seus objetivos e metas, programas, projetos, ações e

indicadores de desempenho.

Como forma de caracterizar uma terceira alternativa de cenário, a metodologia

prevê a análise do cenário “Tendencial”, o qual consiste na admissão de manutenção das

condições atuais dos serviços atendo-se unicamente a manutenção da infraestrutura

existente. O objetivo da apresentação deste cenário é demonstrar as perspectivas

decorrentes da preservação do modelo atual de gestão dos serviços.

A partir do cenário “Normativo”, foram avaliadas as demandas que caracterizam os

objetivos e metas para curto, médio e longo prazo, admitidos os intervalos de tempo

previamente estabelecidos:

Tabela 10.1. Prazo para cumprimento dos objetivos e metas do plano e período de planejamento correspondente

Prazo Período

Curto prazo Até 2014 Médio prazo Entre 2015 e 2018 Longo prazo Entre 2019 e 2029

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A resultante desta avaliação proporcionará os investimentos decorrentes dos

incrementos para as adequações físicas, bem como melhorias, planos gerenciais, instalação

de equipamentos, entre outras demandas identificadas.

A Figura 10.1, demonstra de forma esquemática o modelo metodológico do

prognóstico descrito.

Quadro de Ameaças

Quadro de Projeções

Demandas

das

Ameaças

Demandas

das

Projeções

Cenários

Definição do Cenário

Normativo

Objetivos e Metas

Programas, Projetos e Ações

Plano de

Emergência e contingências

Figura 10.1 - Esquema metodológico do prognóstico

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10.1.2 DEMANDA E PROJEÇÕES PARA OS SETORES

Conforme apresentado no item 9. Etapa 5 – Definição do período de planejamento

e projeção populacional na etapa do estudo demográfico, estima-se que a população

residente no município de São José cresça com uma taxa de variação de 1,69% ao ano.

Assim, para balizar o prognóstico das alternativas para o PMSB de São José, foi adotada a

taxa de 1,69%, conforme já justificado, configurando-se como um cenário de crescimento

populacional adequado, dentro das expectativas projetadas. Ressalta-se que e as demandas

provenientes do setor de drenagem urbana, não são relativas somente ao crescimento

populacional, mas também da necessidade de se prover todas as vias públicas urbanas de

um sistema de drenagem apropriado.

Com base no exposto, foram estipuladas as demandas necessárias para todo o

município no setor de drenagem urbana.

10.1.2.1 DEMANDA ESTIMADA PARA O SETOR DE DRENAGEM URBANA

A projeção das necessidades de drenagem e manejo de águas pluviais para o

município, para o período compreendido entre 2012 e 2029 (período de planejamento), está

relacionada com as vias não pavimentadas na área urbana desprovidas de sistema de

drenagem de águas pluviais.

Para que seja possível realizar um planejamento da rede de drenagem faz-se

necessário elaborar um cadastro da rede existente identificando o tipo de pavimento da via,

a quantidade de elementos de drenagem como o número de bocas de lobo e extensão de

sarjetas e dutos de drenagem. Como estas informações precisam estar disponíveis,

atualizadas e sistematizadas, está sendo previsto o cadastramento de toda a rede, pois

mesmo em locais onde existe a rede de drenagem há problemas relacionados ao

dimensionamento inadequado da microdrenagem.

A Tabela 10.2 apresenta sugestão de indicador a partir da porcentagem da extensão

de vias do município que possuem cadastro, projeto e condições de uso, considerando que

todas as vias existentes no perímetro urbano do município, serão pavimentadas e providas

de sistema de drenagem de águas pluviais.

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Tabela 10.2. Vias urbanas providas/desprovidas de cadastro de sistema de drenagem

Ano População Urbana Total

Extensão de Vias (m) Vias existentes

Com cadastramento e adequadas para uso

Sem cadastramento ou não adequadas para uso

Total de vias urbanas

2009 201.746 0% 100% 100% 2010 205.156 0% 100% 100% 2011 208.623 0% 100% 100% 2012 211.897 0% 100% 100% 2013 215.002 0% 100% 100% 2014 217.955 6% 94% 100% 2015 220.774 13% 88% 100% 2016 223.470 19% 81% 100% 2017 226.056 25% 75% 100% 2018 228.542 31% 69% 100% 2019 230.935 38% 63% 100% 2020 233.244 44% 56% 100% 2021 235.474 50% 50% 100% 2022 237.632 56% 44% 100% 2023 239.723 63% 38% 100% 2024 241.751 69% 31% 100% 2025 243.721 75% 25% 100% 2026 245.636 81% 19% 100% 2027 247.499 88% 13% 100% 2028 249.314 94% 6% 100% 2029 251.084 100% 0% 100%

O cadastro da macrodrenagem também é importante para identificação de possíveis

oportunidades de melhoria e controle de perdas humanas e econômicas. Neste cadastro

deve-se descrever, minimamente, o tipo de leito do rio, se natural ou retificado; tipo de

ocupação das margens; vazão de escoamento básico; estações hidrométricas de referência

para o curso d’água e capacidade de escoamento, informações estas que estarão

disponíveis a partir de um projeto de macrodrenagem, seguido de constante monitoramento

e fiscalização por parte da prefeitura. A elaboração do cadastro de macrodrenagem e sua

atualização devem acompanhar as metas por ano, conforme a Tabela 10.3.

Tabela 10.3. Cursos d’água providos/ desprovidos de cadastramento de macrodrenagem

Ano População Urbana Total

Extensão de Vias (m) Vias existentes

Com cadastramento Sem cadastramento Total de vias urbanas

2009 201.746 0% 100% 100% 2010 205.156 0% 100% 100% 2011 208.623 0% 100% 100% 2012 211.897 0% 100% 100% 2013 215.002 0% 100% 100% 2014 217.955 20% 80% 100% 2015 220.774 40% 60% 100% 2016 223.470 60% 40% 100%

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Ano População Urbana Total

Extensão de Vias (m) Vias existentes

Com cadastramento Sem cadastramento Total de vias urbanas

2017 226.056 80% 20% 100% 2018 228.542 100% 0% 100%

10.1.3 IDENTIFICAÇÃO DE AMEAÇAS E OPORTUNIDADES

A metodologia de apresentação de ameaças e oportunidades é baseada no trabalho

proposto por Buarque (2003), sendo que esse método propõe o levantamento de

condicionantes (ameaças) e sua avaliação por meio de critérios de análise ponderados. O

método utilizado pode ser descrito sucintamente nas seguintes etapas:

� Levantamento das condicionantes;

� Levantamento das oportunidades;

� Ponderação das condicionantes.

O levantamento das condicionantes (ameaças) é a listagem de fatores que afetam ou

poderão vir a afetar o sistema analisado, bem como das deficiências em seu estado atual ou

futuro. A etapa seguinte é a listagem de ações que interferem positivamente na resolução

das ameaças detectadas (oportunidades).

A ponderação é processo final de determinação das prioridades de cada

condicionante com base nos critérios de avaliação adotados. Sendo que se considerou

como incerteza (medida do incerto na resolução de uma ameaça com base nas

oportunidades detectadas) e a importância (medida da relevância de determinada ameaça

para o sistema, ambiente e população).

As ameaças podem ser descritas como os elementos ou situações de caráter

negativo que significam estrangulamentos na qualidade de vida das pessoas que dificultam

o desenvolvimento do Município. As ameaças podem ter a seguinte procedência:

� Técnica – carência ou inadequação de equipamentos ou da infraestrutura existente,

sistema de abastecimento de água, etc.;

� Natural – rios e córregos poluídos, desmatamentos, vales inaproveitáveis, etc.;

� Legal – deficiência, inadequação ou não obediência de legislação, etc.;

� Administrativo – excesso de burocracia nos procedimentos administrativos, falta de

fiscalização, deficiência na execução e no controle das ações administrativas, etc.;

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� Econômica – baixa produtividade nas ações administrativas, elevado custo de

manutenção, entre outros.

Oportunidades são os elementos, recursos ou vantagens que até então não foram

aproveitados adequadamente e poderiam ser incorporados positivamente ao sistema

municipal, sanando suas deficiências ou desenvolvendo-o no sentido de melhorar seu

estado atual. Salienta-se que as oportunidades seguem a mesma tipologia das ameaças,

podendo ser de origem; técnica, natural, legal, administrativa ou econômica.

É de importância correlacionar cada uma das ameaças às oportunidades

correspondentes. As informações listadas na Tabela 10.4, relacionam as ameaças existentes

com as oportunidades passíveis de serem implementadas. Salienta-se, contudo que na

coluna das oportunidades, também poderão estar inclusas ações que já estão previstas para

uma determinada ameaça, ampliando, portanto este conceito para oportunidades e ações.

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Tabela 10.4. Listagem das Ameaças e Oportunidades para o setor de drenagem urbana

Ameaças Oportunidades Ocupação das planícies de inundação, e áreas com

risco de escorregamento de encostas Atender a Lei Federal nº 12.608/2012

Lei Federal nº 12.651/2012. Assoreamento dos rios Programa Produtor de Águas

Obstrução dos sistemas de drenagem devido ao descarte indevido de resíduos e pela ação dos

moradores Programa de educação ambiental

Danificação dos sistemas de drenagem e manutenção insuficiente da rede

Não há

Falta de fiscalização do sistema de drenagem Realizar a fiscalização juntamente com as rotinas de

manutenção Ausência de medidas de controle e prevenção de

enchentes Plano Diretor de Drenagem Urbana

Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil Ausência de medidas de controle e prevenção de

processos erosivos nas vias e margens de rios Plano Diretor de Drenagem Urbana

Sistema de drenagem insuficiente ou inexistente Cadastramento das redes existentes;

Elaboração e revisão de projetos básicos e executivos. Falta de controle referente ao uso e ocupação do

solo Revisão do Plano Diretor Municipal

Crescente impermeabilização do solo Revisão do Plano Diretor Municipal – especificar índices

de impermeabilização do solo por lotes Ausência de cadastro da rede Cadastramento das redes existentes;

Incompatibilidade do sistema projetado com os princípios da Drenagem Urbana Sustentável

Plano Diretor de Drenagem Urbana Articulação com o Plano de Bacia Hidrográfica Regional

Ausência de medidas de aproveitamento de água da chuva

Plano Diretor de Drenagem Urbana

Insuficiência financeira do sistema de drenagem Respaldo na Lei 11.445/07, permitindo a arrecadação

tributária baseada nas características de ocupação territorial

Gestão isolada das bacias hidrográficas

Participar das atividades do comitê de bacia regional para estruturar ações que melhorem a gestão de recursos

hídricos. Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos

(a ser elaborado)

Usos e gestão dos recursos hídricos em desacordo com seu enquadramento

Participar das atividades do comitê de bacia regional para estruturar ações que melhorem a gestão de recursos

hídricos. Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos

(a ser elaborado)

Educação ambiental incipiente Realização de educação ambiental em consonância com

a Lei 9.795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental

Indefinição de referenciais técnicos Plano Diretor de Drenagem Urbana

Manual de Drenagem Urbana

Comunicação social incipiente Estruturar um canal de comunicação entre a prefeitura

municipal e os munícipes para tratar de assuntos gerais e específicos.

Inexistência de procedimentos operacionais para o caso de desastres naturais

Divulgar os procedimentos já elaborados pela Defesa Civil

Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil

10.1.3.1 AVALIAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DA IMPORTÂNCIA E INCERTEZA DAS AMEAÇAS

Com a exposição das ameaças e oportunidades se avaliou o grau de importância

(impacto) e o grau de incerteza de cada uma das ameaças identificadas.

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Posteriormente classificaram-se as ameaças segundo o grau de incerteza de modo

que sejam evidenciadas as incertezas críticas. Pode-se utilizar uma matriz de análise das

ameaças (matriz impacto/incerteza) e com base nela as ameaças são classificadas segundo

o grau de importância (impacto) e o de incerteza, por meio da utilização de pesos

numéricos para expressar a escala do impacto (1, 2 e 3 para baixo, médio e alto,

respectivamente) e o grau de incerteza das ameaças, atribuindo-lhes os mesmos pesos. O

resultado tabulado servirá para a montagem dos cenários em etapa posterior.

As incertezas se referem à possibilidade de resolução de uma determinada ameaça

através de ações de maior ou menor representatividade. Elas estão fortemente vinculadas

às oportunidades. As oportunidades podem ter baixa incerteza se forem provenientes de

atos concretos (existentes ou adiantados) como, por exemplo: leis existentes ou em fase de

aprovação, obras em andamento ou com recursos definidos, estudos e projetos aprovados

ou em andamento, decisões acordadas com a população em audiências públicas e outras.

Por vezes ainda, pode existir o anseio do município em executar determinada ação –

estando ela ainda em nível de planejamento ou mesmo em implantação – contudo, sua

aplicação não necessariamente garante a eliminação da ameaça, criando assim um nível de

incerteza médio. Nesse nível podem ainda ser incluídas novamente as leis existentes ou em

fase de aprovação, uma vez que, de maneira semelhante, sua existência não significa a

eliminação da ameaça. Por fim, quando constar a expressão “Nenhuma ação prevista”

significa que não existe lei, obra, projeto, ação ou similar existente para eliminar

determinada ameaça.

A importância se refere ao nível de relevância que determinado item representa

para o funcionamento adequado do sistema analisado. Dessa maneira, um elemento com

alta importância é fundamental para a continuidade ou funcionamento do serviço em

condições desejáveis, ou representa elevada periculosidade ao ambiente ou usuário. Uma

importância média ou moderada tem impacto significativo sobre o serviço, podendo

prejudicar seu funcionamento ou causar danos de periculosidade moderada ao usuário ou

ambiente. A importância baixa significa um fator que não altera significativamente o

funcionamento do sistema, não tendo importância fundamental, ou apresenta baixa

periculosidade ao ambiente ou usuário.

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Com os dados de incerteza e importância estimados é possível definir a densidade

da ameaça. Esse item é o produto desses dois quesitos e representa a prioridade de

remediação da ameaça. Quanto maior o valor da densidade, maior a prioridade. É possível

verificar os resultados de densidade obtidos, para as ameaças elencadas no setor de

drenagem urbana (Tabela 10.5).

Tabela 10.5. Ponderação das ameaças para o setor de drenagem urbana

Ameaças Incerteza Importância Densidade Ocupação das planícies de inundação, e áreas com risco de

escorregamento de encostas 2 3 6

Assoreamento dos rios 2 3 6 Obstrução dos sistemas de drenagem devido ao descarte

indevido de resíduos e pela ação dos moradores 3 3 9

Danificação dos sistemas de drenagem e manutenção insuficiente da rede

3 3 9

Falta de fiscalização do sistema de drenagem 3 2 6 Ausência de medidas de controle e prevenção de enchentes 2 3 6 Ausência de medidas de controle e prevenção de processos

erosivos nas vias e margens de rios 3 3 9

Sistema de drenagem insuficiente ou inexistente 3 3 9 Falta de controle referente ao uso e ocupação do solo 2 2 4

Crescente impermeabilização do solo 2 2 4 Ausência de cadastro da rede 3 2 6

Incompatibilidade do sistema projetado com os princípios da Drenagem Urbana Sustentável

3 2 6

Ausência de medidas de aproveitamento de água da chuva 3 2 6 Insuficiência financeira do sistema de drenagem 2 2 4

Gestão isolada das bacias hidrográficas 2 3 6 Usos e gestão dos recursos hídricos em desacordo com seu

enquadramento 2 2 4

Educação ambiental incipiente 2 3 6 Indefinição de referenciais técnicos 2 3 6

Comunicação social incipiente 3 1 3 Inexistência de procedimentos operacionais para o caso de

desastres naturais 2 3 6

10.1.3.2 AGRUPAMENTO DAS PRIORIDADES

A partir das definições de densidade de ameaça para cada setor é possível agrupar

as prioridades em faixas ou níveis. No nível hierárquico superior estão dispostas as

prioridades com densidade variando de 6 a 9, ou seja, estas ameaças representam situações

em que tanto a incerteza como a importância é elevada, até situações em que uma delas é

alta e a outra média.

O nível intermediário compreende densidades que variam de 2 a 4, ou seja, engloba

situações de ameaça com incerteza e importância médias até a circunstância em que uma

delas é de valoração média e a outra baixa.

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O último nível – inferior –é aquele em que tanto a incerteza e a importância são

classificadas como baixas, tendo densidade 1. Uma ilustração da faixa de agrupamentos

pode ser visualizada na Tabela 10.6.

Tabela 10.6. Faixas de agrupamento das prioridades. Adaptado de (BUARQUE 2003).

Incerteza Alta [3 pontos] Média [2 pontos] Baixa [1 ponto]

Importância

Alta [3 pontos] Alta importância e alta incerteza

Média importância e alta incerteza

Baixa importância e alta incerteza

Média [2 pontos] Alta importância e média incerteza

Média importância e média incerteza

Baixa importância e média incerteza

Baixa [1 ponto] Alta importância e baixa incerteza

Média importância e baixa incerteza

Baixa importância e baixa incerteza

A Tabela 10.7 apresenta o agrupamentos das prioridades para o setor de Drenagem

Urbana e Manejo de Águas Pluviais.

Tabela 10.7. Agrupamento de prioridades para o Setor de Drenagem Urbana

Nível Ameaças Densidade

Sup

erio

r

Obstrução dos sistemas de drenagem devido ao descarte indevido de resíduos e pela ação dos moradores

9

Danificação dos sistemas de drenagem e manutenção insuficiente da rede 9

Ausência de medidas de controle e prevenção de processos erosivos nas vias e margens de rios

9

Sistema de drenagem insuficiente ou inexistente 9

Ocupação das planícies de inundação, e áreas com risco de escorregamento de encostas

6

Assoreamento dos rios 6

Falta de fiscalização do sistema de drenagem 6

Ausência de medidas de controle e prevenção de enchentes 6

Ausência de cadastro da rede 6

Incompatibilidade do sistema projetado com os princípios da Drenagem Urbana Sustentável

6

Ausência de medidas de aproveitamento de água da chuva 6

Gestão isolada das bacias hidrográficas 6

Educação ambiental incipiente 6

Inexistência de procedimentos operacionais para o caso de desastres naturais 6

Indefinição de referenciais técnicos 6

Inte

rmed

iário

Falta de controle referente ao uso e ocupação do solo 4

Crescente impermeabilização do solo 4

Insuficiência financeira do sistema de drenagem 4

Usos e gestão dos recursos hídricos em desacordo com seu enquadramento 4

Comunicação social incipiente 3

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10.2 ELABORAÇÃO DOS CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO

A construção dos cenários futuros é uma ferramenta importante para o

planejamento e a tomada de decisões apropriadas para as condições do setor de

saneamento do município. Estas decisões tornam-se mais complexas devido aos diferentes

ambientes institucionais, sociais, ambientais e legais que se inter-relacionam. É importante

também ressaltar que a construção dos cenários permite a integração das ações que

atendam às questões financeiras, ecológicas, sociais e tecnológicas, permitindo uma

percepção da evolução do presente para o futuro.

A geração dos cenários para o setor de saneamento permite antever um futuro

incerto e como este futuro pode ser influenciado pelas decisões propostas no presente pelo

PMSB. Por isso, cenários futuros não são previsões, mas sim imagens alternativas do

futuro que foram subsidiadas por conhecimento técnico, diagnósticos e demandas da

comunidade expressas no processo construtivo do Plano Municipal de Saneamento Básico.

Pouco se conhece sobre a técnica de construção de cenários no Brasil, menos ainda

no setor de saneamento. Nesse contexto BUARQUE (2003) apresenta uma compilação

sobre o tema, bem como uma metodologia de aplicação dessa técnica. São com base nesses

fundamentos que serão construídos os cenários deste PMSB.

No guia para elaboração de planos municipais de saneamento básico do ministério

das cidades, segundo Brasil (2009) se sugere, de uma maneira resumida, a adoção de dois

cenários alternativos: (i) um cenário a partir das tendências de desenvolvimento do passado

recente, onde considera para o futuro uma moderada influência dos vetores estratégicos,

associados a algumas capacidades de modernização; e (ii) um cenário a partir das

tendências de desenvolvimento do passado recente, onde considera para o futuro os

principais vetores estratégicos, associados à mobilização da capacidade de modernização.

A vontade do formulador resulta na existência de duas formas de cenários: o

exploratório e o desejado ou normativo. O primeiro é baseado na razão e apresenta uma

visão técnica do assunto, subtraindo os anseios do formulador. O segundo engloba

questões subjetivas, incluindo anseios otimistas de futuro, estes, contudo, nunca devem se

distanciar de medidas plausíveis (BUARQUE 2003).

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De acordo com a metodologia de apresentada por Buarque (2003) estes cenários

foram interpretados da seguinte forma:

� Um cenário tendencial, com os diversos atores setoriais agindo isoladamente e sem

a implantação do plano de saneamento e,

� Um cenário normativo, com o plano de saneamento funcionando como instrumento

indutor de ações planejadas e integradas.

Além desses cenários, é possível adicionar mais um, que represente uma situação

ideal, que concentre tudo que se queira alcançar, não levando em conta as limitações ou

restrições reais de tal desejo.

Dessa maneira, os cenários adotados para o presente PMSB serão construídos

configurando as seguintes situações:

� O Cenário Tendencial (“A Tendência”): cenário que apresenta a manutenção da

situação atual;

� O Cenário Realista (“A Situação Possível”): cenário realista, ou seja, é a situação

que pode ser alcançada de forma eficaz no período de estudo (20 anos);

� O Cenário Ideal (“A Situação Desejável”): é a universalização dos serviços de

saneamento, um desejo de todos, mas que requer investimentos consideráveis e que

dificilmente estarão disponíveis no horizonte de planejamento adotado.

10.2.1 O CENÁRIO TENDENCIAL

O Cenário Tendencial, que corresponde a continuidade da situação atual sem

nenhuma intervenção por parte da municipalidade e sem levar em consideração a aplicação

deste plano, alcançará os seguintes índices de atendimento ao final do período de

planejamento (2029) conforme a Tabela 10.8.

Tabela 10.8. Cenário Tendencial: projeção dos índices de atendimento

Índices Projeção Até 2029 (%) Vias urbanas com cadastro de rede de microdrenagem 0%

Vias urbanas de acordo com o plano diretor de drenagem 0% Corpos hídricos com cadastro de macrodrenagem 0%

Corpos hídricos de acordo com o plano diretor de drenagem 0%

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10.2.2 O CENÁRIO REALISTA

O Cenário Realista (que corresponde à situação que pode ser alcançada de forma

eficaz no período de estudo) alcançará os seguintes índices de atendimento ao final do

período de planejamento (2029) conforme a Tabela 10.9.

Tabela 10.9. Cenário Realista: Projeção dos índices de atendimento

Índices Projeção Até 2029 (%) Vias urbanas com cadastro de rede de microdrenagem 100%

Vias urbanas de acordo com o plano diretor de drenagem 20% Corpos hídricos com cadastro de macrodrenagem 100%

Corpos hídricos de acordo com o plano diretor de drenagem 20%

Neste cenário está sendo considerada a realização de cadastro de toda a rede de

drenagem, considerando desde a microdrenagem nas vias até os corpos hídricos. Embora

com a realização do cadastro a readequação de todos os corpos hídricos é de difícil

execução, pois envolve as atividades de planejamento, elaboração de projetos, execução,

manutenção e fiscalização. Por este motivo, considerou-se apenas a adequação de parte da

rede de microdrenagem e macrodrenagem.

10.2.3 O CENÁRIO IDEAL

O Cenário Ideal (que corresponde à universalização dos serviços de saneamento,

mas que requer investimentos consideráveis e que dificilmente estarão disponíveis no

horizonte de planejamento adotado) alcançará os seguintes índices de atendimento ao final

do período de planejamento (2029) conforme a Tabela 10.10.

Tabela 10.10. Cenário Ideal: projeção dos índices de atendimento

Índices Projeção Até 2029 (%) Vias urbanas com cadastro de rede de microdrenagem 100%

Vias urbanas de acordo com o plano diretor de drenagem 100% Corpos hídricos com cadastro de macrodrenagem 100%

Corpos hídricos de acordo com o plano diretor de drenagem 100%

Neste cenário foi considerado que toda a rede de microdrenagem do município será

cadastrada e que estas obras estarão de acordo com o plano diretor de drenagem urbana, ou

seja, com dimensionamento adequado e seguindo a padronização determinada. A

macrodrenagem será contemplada pelo cadastramento de corpos hídricos e com isso ter-se-

á as informações necessárias para o correto dimensionamento e execução da estrutura

necessária, como redutores de velocidade, de energia e obras de arte.

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10.2.4 SELEÇÃO DO CENÁRIO NORMATIVO

Para a seleção do Cenário Normativo algumas considerações são pertinentes no que

tange aos desejos relacionados ao Cenário Ideal específico do saneamento básico, a saber:

� Oferta de serviços de saneamento básico acompanhando a demanda;

� Setores do saneamento básico ainda se encontram desarticulados, especialmente no

que diz respeito a fontes de financiamento e suas rotinas;

� Universalidade, integralidade e equidade ainda serão metas distantes;

� Proteção ambiental ainda insuficiente;

� Regulação mais abrangente, mas ainda não produzindo os resultados esperados por

falta de estrutura de fiscalização e efetiva aplicação das penalidades aos infratores;

� A participação popular será cada vez mais ativa. Quanto mais deficiências

apresentarem os serviços de saneamento básico maior será o clamor popular;

� Cooperação entre os diversos agentes de forma mais efetiva do que a atual, mas,

ainda insuficiente;

� Desgaste das relações com as operadoras de serviços devido a descumprimento de

prazos e investimentos insuficientes.

Sendo assim, a seleção do Cenário Normativo ficou restrita ao Cenário Tendencial

e ao Cenário Ideal. A descrição dos cenários está exposta na Tabela 10.11.

Tabela 10.11. Comparativo do Cenário Tendencial com o Cenário Ideal

Cenário Tendencial Cenário Ideal Percentual de vias urbanas com cadastro de rede de

microdrenagem igual a 0% Percentual de vias urbanas com cadastro de rede de

microdrenagem igual a 100% Percentual de vias urbanas de acordo com o plano

diretor de drenagem 0% Percentual de vias urbanas de acordo com o plano

diretor de drenagem 100% Percentual de corpos hídricos com cadastro de

macrodrenagem igual a 0% Percentual de corpos hídricos com cadastro de

macrodrenagem igual a 100% Percentual de corpos hídricos de acordo com o plano

diretor de drenagem igual a 0% Percentual de corpos hídricos de acordo com o plano

diretor de drenagem igual a 100% Setores ainda desarticulados (financiamento, rotinas) Setores atuando articulados e planejados Universalidade, integralidade e equidade ainda são

metas distantes Universalidade, integralidade e equidade são metas

permanentes e próximas

Proteção ambiental insuficiente Proteção ambiental fazendo parte do cotidiano da população alcançando resultados significativos

Regulação abrangente, mas faltam fiscalização e aplicação de penalidades

Regulação esperada, com resultados esperados

Turismo limitado pela deficiência dos serviços Turismo sustentável, com serviços adequados a

demanda

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11 ETAPA 7 – PROGRAMAÇÃO DAS AÇÕES DO PLANO

11.1 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DE SALUBRIDADE AMBIENTAL

A seguir serão apresentados os indicadores utilizados e sua metodologia de aplicação.

11.1.1 INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA)

Utilizado para avaliar a eficiência, a qualidade e os níveis de abrangência de

determinado setor, os indicadores são classificados de 0 a 1, sendo atribuídos maiores

valores para os setores em melhores condições. Pela falta de dados disponíveis, esses

índices não poderão ser aplicados no presente trabalho.

A avaliação das condições de saneamento básico e questões de saúde pública são

agregadas ao Indicador de Saúde Ambiental, parâmetro utilizado como auxiliar na

priorização de áreas de intervenção. Como os valores dos indicadores são diretamente

proporcionais às condições de salubridade, áreas com prioridade de intervenção (mais

carentes nesses quesitos) são aquelas que apresentam menores valores de ISA.

O ISA é composto pelos indicadores de Abastecimento de Água, de Esgotamento

Sanitário, de Drenagem Urbana, de Resíduos Sólidos e de Controle Epidemiológico. Por

sua vez, cada um é composto por indicadores específicos, seguindo a hierarquia

apresentada na Figura 11.1.

Figura 11.1 - Hierarquização dos indicadores

Nessa composição, são atribuídos pesos a cada indicador específico, pesos esses

determinados em função da importância que lhe é atribuída. Dessa maneira:

Indicador de Salubridade Ambiental

Indicador de Abastecimento de

Água

ICA IQA IST IDD

Indicador de Esgotamento de

Sanitário

ITE ICM IMA IDD

Indicador de Drenagem

Urbana

ICD IIN IDD

Indicador de Resíduos Sólidos

ICC ICS IAS IDD

Indicador de Controle

Epidemiológico

ICD ICE ICL

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EPRSDUESAB IIIIIISA ⋅+⋅+⋅+⋅+⋅= 10,020,020,035,015,0

Na formulação do ISA, o Esgotamento Sanitário recebe o maior peso por ser aquele

que apresenta maior carência dentre os setores analisados, tendo assim maior importância

que os demais. Os setores de Drenagem Urbana e Resíduos Sólidos vêm em seguida,

apresentando deficiências de mesma ordem e cobertura de serviço mais abrangente. O

setor de Abastecimento de Água recebe um peso menor por possuir elevada abrangência e

deficiências de resolução mais simples. Finalmente adiciona-se o indicador de controle de

epidemiologia como forma de avaliar questões de saúde pública.

11.1.1.1 INDICADOR DE DRENAGEM URBANA (IDU)

Tem a função de medir a abrangência e a eficiência do setor de drenagem urbana,

sendo determinado para cada UP e composto pelos seguintes indicadores: de cobertura do

serviço (ICD), de controle de inundação (IIN) e de densidade demográfica (IDD). Pode ser

calculado por meio da seguinte relação:

DDINCDDU IIII ⋅+⋅+⋅= 15,015,070,0

Desses indicadores, a cobertura do sistema de drenagem é o fator mais importante

na caracterização do IDU, porém também foram considerados os fenômenos de inundação

juntamente com a densidade demográfica.

• Indicador de Cobertura do Serviço de Drenagem Urbana (ICD)

Tem como objetivo a quantificação do nível de cobertura do serviço de drenagem

urbana. Não avalia a qualidade ou eficiência do sistema, apenas sua abrangência, sendo

definido pela relação entre as vias urbanas pavimentadas (EVD) que apresentam sistemas de

drenagem e a extensão total das vias urbanas (ETVU), conforme mostrado a seguir:

vu

VDCD ET

EI =

• Indicador de Controle de Inundação (IIN)

Prioriza a intervenção em locais com deficiências nos sistemas de drenagem,

sujeitos à ocorrência de fenômenos de inundação. A definição de seu valor é função de

duas condições, apresentadas na Tabela 11.1.

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Tabela 11.1. Definição do valor de IIN

Condição I IN Risco de inundações frequentes constatado 0

Risco de inundações frequentes não constatado 1

• Indicador de Densidade Demográfica (IDD)

É comum observar um maior número de estruturas de saneamento básico em locais

com maior adensamento populacional, sendo que populações dispersas costumam

apresentar uma carência nesse setor. Dessa maneira, pode-se quantificar a existência desses

serviços a partir da densidade demográfica, relacionando a população total da UP (PTUP)

com a população total do município (PT), conforme mostrado a seguir.

PT

PTI UP

DD =

11.1.2 HIERARQUIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO

Após o cálculo dos indicadores supracitados, as condições dos serviços de

saneamento e salubridade ambiental do município de São José, dividido em três unidades

de planejamento, podem ser estimadas e avaliadas de acordo com os valores obtidos.

Como definido anteriormente, valores mais próximos de 1 indicam situações em

conformidade com os quesitos avaliados no setor de drenagem. Dessa forma, as unidades

que apresentarem os índices com valores mais baixos são prioritárias, por se tratarem de

áreas com alguma carência nos serviços.

Como no objeto em estudo há uma carência de dados disponíveis para o cálculo dos

indicadores, não existe ainda a possibilidade de classificar a prioridade de trabalho em cada

um dos setores do município. Por isso, é necessário que a Prefeitura Municipal de São José

realize a obtenção dos dados necessários nesses estudos, dados esses indicados na Tabela

11.2. É importante lembrar que esses indicadores, uma vez obtidos, devem ser revisados e

atualizados com frequência pela Prefeitura, para que se possa manter um plano constante

de trabalho.

Tabela 11.2. Dados a serem obtidos pela Prefeitura Municipal de São José

Indicador Dados Necessários

EVD Extensão total de vias urbanas pavimentadas com drenagem

ETVU Extensão total das vias urbanas

PTUP População total do município por unidade de planejamento

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Indicador Dados Necessários

IIN Base de dados de inundação/alagamento por local e data

Salienta-se que é imprescindível a obtenção desses dados, uma vez que qualquer

tipo de projeto que poderá ser desenvolvido após a regulamentação deste Plano deverá ser

direcionado primeiramente para as regiões com maior carência nos serviços de drenagem

urbana e salubridade ambiental.

11.2 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES NECESSÁRIAS PARA ATINGIR OS

OBJETIVOS E AS METAS

Os objetivos e metas propostos foram prognosticados no âmbito da prestação dos

serviços de drenagem urbana e manejo de águas pluviais urbanas, bem como a adequação

do setor institucional municipal, para que o mesmo esteja apto a avaliar e monitorar a

implantação das metas estabelecidas. Salienta-se também que o PMSB, deve estar

compatível com outros planos plurianuais e possíveis planos setoriais e governamentais

existentes.

11.2.1 PROGRAMAÇÃO DE AÇÕES IMEDIATAS E DAS AÇÕES DO PLANO

As programações referentes às ações imediatas e as ações do plano constará da

apresentação dos programas setoriais, contendo o seguinte conteúdo:

• Estabelecimento de objetivos de longo alcance e de metas imediatas, de

médio e curto prazo;

• Definição dos programas e projetos de melhoria dos sistemas existentes,

baseados nos resultados dos estudos dos prognósticos;

• Apresentação de programas, projetos e ações nas áreas de controle de

perdas, de qualidade, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de

outros recursos naturais;

• Hierarquização e priorização dos programas, projetos e ações.

Inicialmente, antecedendo a apresentação da programação de ações imediatas e das

ações do plano, serão apresentadas e identificadas as possíveis fontes de financiamento dos

serviços públicos de saneamento.

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11.2.1.1 FONTES DE FINANCIAMENTO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO

As ações voltas à drenagem urbana e manejo de águas pluviais devem possuir

recursos provenientes da Prefeitura Municipal de São José, ou a quem puder recorrer.

No caso da elaboração de projetos com custos superiores a R$ 50.000,00, sugere-se

a busca por recursos de órgãos governamentais. Como exemplo pode-se citar FUNASA,

Ministério das Cidades e ANA para projetos referentes à drenagem urbana e manejo de

águas pluviais urbanas. A elaboração dos projetos com brevidade auxilia na agilidade da

busca por recursos para a execução das ações propostas.

Em relação à execução das obras e aquisição de materiais e equipamentos

necessários às ações propostas, sugere-se que sejam buscados recursos nos órgãos

governamentais citados no parágrafo acima. Além desses, tem-se a possibilidade do Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco Interamericano

de Desenvolvimento (BID) como fontes de financiamento em potencial.

O presente texto traz algumas possibilidades de financiamento dos serviços

públicos de saneamento básico, como:

i. Cobrança direta dos usuários – Taxa ou Tarifa;

ii. Subvenções públicas – Orçamentos Gerais;

iii. Subsídios tarifários;

iv. Empréstimos – capitais de terceiros (Fundos e Bancos);

v. Concessões e PPP’s;

vi. Recursos previstos no PAC para saneamento;

Neste contexto, serão analisadas de forma detalhada as fontes de financiamentos

dos serviços públicos de saneamento básico mencionadas.

i. Cobrança Direta dos Usuários – Taxa ou Tarifa

A modalidade mais importante e fundamental para o financiamento dos serviços

públicos que esses possam ser individualizados (divisíveis) e quantificados.

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Uma política de cobrança (taxa e/ou tarifa) bem formulada pode ser suficiente para

financiar os serviços e alavancar seus investimentos diretamente ou mediante empréstimos,

podendo até mesmo não depender de empréstimos a médios ou longo prazo, se esta

política previr a constituição de fundo próprio de investimentos.

ii. Subvenções Públicas – Orçamentos Gerais

Até a década de 1970 esta era a forma predominante de financiamento dos

investimentos e de custeio parcial dos serviços de saneamento (água e esgoto), e

predomina até hoje no caso dos serviços de resíduos sólidos e de águas pluviais.

São recursos com disponibilidade não estável e sujeito a restrições em razão do

contingenciamento na execução orçamentária com vistas a assegurar os superávits

primários destinados ao pagamento de juros da dívida pública.

iii. Subsídios Tarifários

Forma que se aplica quando os serviços são prestados para vários municípios sob

uma mesma gestão:

• Companhias Estaduais de Saneamento;

• Consórcios Públicos de Municípios, ou

• Via fundos especiais de âmbito regional ou estadual (regiões

metropolitanas), com contribuição compulsória.

Nos casos dos Departamentos de Água e Esgoto - DAE e Serviço Autônomo

Municipal de Água e Esgoto - SAMAE municipais esta forma de financiamento ocorre

geralmente entre tipos de serviços diferentes:

• Tarifa dos serviços de água subsidiando a implantação dos serviços de

esgotos;

• Tarifa dos serviços de água e esgoto subsidiando os serviços de manejo de

resíduos sólidos e/ou de águas pluviais; ou

• Entre diferentes categorias ou grupos de usuários: tarifas dos usuários

industriais subsidiando os usuários residenciais; ou tarifas de usuários de

renda maior subsidiando usuários mais pobres.

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iv. Empréstimos – Capitais de Terceiros (Fundos e Bancos)

Na fase do Plano Nacional de Saneamento - PLANASA esta foi à forma

predominante de financiamento dos investimentos nos serviços de saneamento, no âmbito

das Companhias Estaduais (1972 a 1986), com recursos do Fundo de Garantia por Tempo

de Serviço - FGTS.

Estes financiamentos foram retomados timidamente no período de 1995 a 1998 e

mais fortemente desde 2006, contando, desde então, com participação ainda pequena com

recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador- FAT – e do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e passando a financiar também

concessionárias privadas.

v. Concessões e Parceria Pública Privada (PPP´S)

A modalidade de concessão foi à forma adotada pelo PLANASA para viabilizar os

financiamentos dos serviços por meio das Companhias Estaduais.

A partir de 1995, alguns municípios, diretamente ou com intervenção dos estados

(RJ, MS, AM), passaram a adotar a concessão às empresas privadas como alternativa de

financiamento dos serviços.

As PPP’s (modalidades especiais de concessões) foram reguladas recentemente e

ainda são pouco utilizadas como forma de financiamento dos serviços, principalmente

pelos estados.

vi. Recursos Previstos no PAC para Saneamento

Amplamente mencionado nos veículos de comunicação, o PAC (Programa de

Aceleração do Crescimento) é um plano amplo e vai muito além do saneamento básico.

Nos seus diversos programas, em sua segunda versão denominada PAC 2, atinge o

montante global de R$ 1,59 trilhões a serem aplicados nas grandes áreas, que serão

financiadas pelas fontes de recursos nelas especificadas.

Constata-se que serão canalizados para a área de infraestrutura social cerca de 4%

dos recursos, ou seja, R$ 57 bilhões, através do Programa Cidade Melhor, sendo que a área

de saneamento encontra-se inclusa neste programa.

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No tocante aos recursos, os programas do PAC2 serão financiados pelo Orçamento

Geral da União - OGU por estatais e demais fontes como FGTS (fundo de garantia por

tempo de serviço) e FAT (fundo de amparo ao trabalhador).

Os dados do primeiro balanço do PAC2 revelam que a execução do programa,

abrangendo Orçamento Geral da União (OGU) Fiscal e Seguridade, estatais e setor privado

foram de R$ 86,4 bilhões no primeiro semestre de 2011. Segundo o Ministério do

Planejamento, 89% das ações seguem sem atrasos pelo critério de valores investidos, que é

considerado o mais adequado porque não iguala obras e ações de grande complexidade

com obras de menor amplitude.

O município pode participar da seleção do PAC 2 para 2013 para a obtenção de

recursos para a área de saneamento e pavimentação se inscrevendo até 05/04. Além destas

áreas a Prefeitura Municipal de São José pode participar dos recursos para Programa

Minha Casa, Minha Vida (MCMV), Unidade Básica de Saúde (UBS), Centro de Iniciação

ao Esporte (CIE), Equipamento para Estradas Vicinais, Cidades Digitais (BRASIL 2013).

11.2.1.2 PLANEJAMENTO PARA O SETOR DE DRENAGEM URBANA

A partir da caracterização do sistema atual de drenagem urbana cabe ao Plano

propor medidas que auxiliem a resolução das deficiências identificadas, aperfeiçoando os

sistemas existentes e através da priorização de medidas que visem o bem-estar social.

Dessa forma, serão organizadas metas utilizando um cronograma compreendendo

três horizontes de planejamento: em curto prazo (até 2014), em médio prazo (2015 a 2018)

e em longo prazo (2019 a 2029). Os programas desenvolvidos serão:

� Programa de planejamento de drenagem urbana;

� Programa de manutenção e expansão do sistema de drenagem urbana

� Programa de monitoramento dos cursos d’água;

� Programa de revitalização dos cursos d’água;

� Programa de prevenção de eventos de deslizamento de encostas.

São princípios e diretrizes gerais dos programas relativos ao sistema de drenagem

urbana:

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� Disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo

das águas pluviais adequados à saúde pública e a segurança da vida e do patrimônio

público e privado (Lei 11.445, Art.2º, IV);

� Integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos

hídricos (Lei 11.445, Art.2º, XII);

� Melhoria da qualidade de vida e das condições ambientais e de saúde pública (Lei

11.445, Art.48º, V);

� Adoção da bacia hidrográfica como unidade de referência (Lei 11.445, Art.48º, X);

� Adequação sistemas atuais e soluções futuras aos princípios da Drenagem Urbana

Sustentável;

O objetivo dos Programas do setor de drenagem urbana é propor medidas auxiliares

no planejamento, adequação, expansão e melhoria desse setor no período de vigência do

Plano.

A seguir serão apresentados os programas supracitados para o setor de drenagem

urbana.

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a) Programa de Planejamento da Drenagem Urbana

Objetivos: � Implementar ferramentas gerenciais específicas para o desenvolvimento do setor de drenagem urbana, como o Manual de Planejamento, o

Plano Diretor de Drenagem Urbana e projeto e execução de obras de macrodrenagem;

� Incentivar medidas sociais de apoio, promovendo o avanço do setor em seus diversos segmentos;

� Criar mecanismos de gestão da infraestrutura urbana relacionada com o escoamento de águas pluviais;

� Evitar perdas econômicas, melhorar as condições de saneamento e qualidade do meio ambiente da cidade;

� Controlar o impacto causado pelo crescimento urbano através do planejamento das bacias urbanas integrado às ações dos comitês de bacia

envolvidos e da regulamentação de novos empreendimentos;

� Planos estruturais e não estruturais que diminuam os riscos de inundações;

� Elaboração de planos para alcançar o conceito de drenagem sustentável.

Metas (Prazo)

Curto (até 2014) Médio (Entre 2015 e 2018) Longo (Entre 2019 e 2029)

� Regulamentar e criar medidas sociais de apoio ao

setor de drenagem urbana;

� Elaboração do Manual de Drenagem Urbana;

� Campanha de educação ambiental mostrando os

problemas trazidos pela poluição dos sistemas de

drenagem pluvial, com lixo e esgoto sanitário;

� Elaboração do Plano Diretor de Drenagem

Urbana do município - PDDrU.

� Continuação das medidas sociais de apoio à

drenagem;

� Campanha de educação ambiental mostrando os

problemas trazidos pela poluição dos sistemas de

drenagem pluvial, com lixo e esgoto sanitário.

� Continuação das medidas sociais de apoio à

drenagem;

� Campanha de educação ambiental mostrando os

problemas trazidos pela poluição dos sistemas de

drenagem pluvial, com lixo e esgoto sanitário;

� Revisão do Plano Diretor de Drenagem Urbana;

� Revisão do Manual de Drenagem Urbana.

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b) Programa de Manutenção e Expansão do Sistema de Drenagem Urbana

Objetivos: � Cadastramento da macro e microdrenagem;

� Ampliar o sistema de drenagem de modo que passe a englobar todo o sistema viário urbano existente;

� Desenvolver planos de trabalho para manutenção da rede já existente e limpeza dos corpos d’água presentes no município;

� Desenvolver medidas para fiscalizar e regularizar ligações clandestinas de esgotamento sanitário nas atuais e futuras redes de drenagem;

� Desenvolvimento de um programa de educação ambiental com o intuito de educar a população sobre os prejuízos e problemas causados por

ligações irregulares de esgotamento sanitário.

Metas (Prazo)

Curto (até 2014) Médio (Entre 2015 e 2018) Longo (Entre 2019 e 2029)

� Elaboração de cadastro de microdrenagem na área

urbana atingindo 6% de redes cadastradas e

adequadas para uso (inclui elaboração de projetos

básicos, executivos e reparos);

� Elaboração de cadastro de macrodrenagem na

área urbana atingindo 20% de corpos hídricos

cadastradas e adequadas para uso;

� Definição da padronização dos elementos de

drenagem urbana, de acordo com manual de

drenagem;

� Manutenção de redes de drenagem pluvial.

� Expansão do cadastramento na área urbana

atingindo 31% de redes cadastradas e adequadas

para uso;

� Expansão do cadastramento de macrodrenagem

na área urbana atingindo 100% de corpos hídricos

cadastradas e adequadas para uso;

� Manutenção do cadastro da macro e micro

drenagem urbana municipal;

� Adequação e fiscalização das ligações indevidas

de esgoto na rede de galerias de águas pluviais;

� Manutenção de redes de drenagem pluvial.

� Expansão do cadastramento na área urbana

atingindo 100% de redes cadastradas e adequadas

para uso;

� Manutenção do cadastro da macro e micro

drenagem urbana municipal.

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c) Programa de Monitoramento dos Cursos D’Água

Objetivos: � Implantação de rede de monitoramento e banco de dados hidrometeorológicos;

� Desenvolvimento de sistemas de alerta contra desastres como estipulado pela Lei 12.608/2012, que institui a Política Nacional de Proteção e

Defesa Civil;

� Estruturação de rede de monitoramento de qualidade da água;

Metas (Prazo)

Curto (até 2014) Médio (Entre 2015 e 2018) Longo (Entre 2019 e 2029)

� Elaboração de projeto de redes hidrométricas;

� Aquisição e implantação de estações

pluviométricas, limnimétricas, fluviométricas e

sedimentométricas;

� Criação de um banco de dados e disponibilização

de informações dos dados obtidos através das

estações de monitoramento;

� Elaborar projeto para monitoramento de qualidade

da água dos principais cursos d’água do

município apontando quais os parâmetros de

qualidade da água devem ser avaliados;

� Difundir os procedimentos operacionais da

Defesa Civil em caso de desastres.

� Análise, manutenção e ampliação do banco de

dados obtidos com as estações;

� Monitoramento hidrossedimentológico e de

qualidade da água;

� Manutenção e monitoramento das estações

existentes;

� Implantação de sistemas de alerta contra

inundações;

� Aplicação de índices de qualidade de água.

� Análise, manutenção e ampliação do banco de

dados obtidos com as estações;

� Monitoramento hidrossedimentológico e de

qualidade da água;

� Manutenção, monitoramento e verificação da

necessidade de atualização das estações de

monitoramento.

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d) Programa de Revitalização dos Cursos D’Água

Objetivos: � Recuperar rios e canais naturais existentes dentro do município;

� Criar medidas de desassoreamento dos corpos d’água planejadas de acordo os dados obtidos no Programa de Monitoramento;

� Revitalização das margens dos rios e canais naturais;

� Acatar as observações descritas no Plano Diretor de Drenagem verificando a necessidade de criação de parques lineares e corredores

ecológicos;

� Ampliar a cobertura vegetal de modo a favorecer a infiltração das águas pluviais, com um plano de distribuição gratuita ou subsidiada de

mudas pela Prefeitura.

� Desocupar e recuperar as Áreas de Preservação Permanente dos principais rios.

Metas (Prazo)

Curto (até 2014) Médio (Entre 2015 e 2018) Longo (Entre 2019 e 2029)

� Mapeamento das áreas de proteção permanente;

� Controle das condições ambientais e de

escoamento de água dos corpos d’água.

� Controle das condições ambientais e de

escoamento de água dos corpos d’água;

� Criação de parques e delimitação das áreas de

preservação permanente;

� Desassoreamento dos rios e canais naturais

existentes no Município;

� Projeto para desapropriação de APPs dos

principais rios municipais.

� Controle das condições ambientais e de

escoamento de água dos corpos d’água;

� Revitalização dos corpos hídricos;

� Desapropriar 100% áreas presentes em APP dos

principais rios.

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e) Programa de prevenção de eventos de deslizamento de encostas

Objetivos: � Mapear áreas com risco de deslizamento de encostas;

� Retirar população localizada em área de risco;

� Desenvolvimento de sistemas de alerta contra desastres como estipulado pela Lei 12.608 de 10/04/2012, que institui a Política Nacional de

Proteção e Defesa Civil;

� Prevenir perdas humanas e econômicas devido aos desastres naturais.

Metas (Prazo)

Curto (até 2014) Médio (Entre 2015 e 2018) Longo (Entre 2019 e 2029)

� Elaborar mapas de área de proteção permanente

contendo topos de morro e áreas declivosas;

� Mapear áreas de risco de deslizamento;

� Revisar os procedimentos operacionais da Defesa

Civil em caso de desastres;

� Quantificar população residente em área de risco.

� Estruturar sistemas de alerta contra desastres;

� Implantar sistema de alerta contra desastre;

� Difundir os procedimentos operacionais da

Defesa Civil em caso de desastres.

� Manter atualizados os mapas de ocorrências de

deslizamento;

� Monitorar o funcionamento do sistema de alerta.

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11.2.1.3 QUADRO DE INFORMAÇÕES DE CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

Para a provisão de recursos destinados ao setor de drenagem urbana e manejo de

águas pluviais urbanas estão sendo apresentados os produtos e serviços mínimos que

deverão ser contratados pelo município no período de planejamento. Como a prioridade da

Prefeitura Municipal de São José é, neste momento, gerar dados, a maior parte dos valores

e produtos estão relacionados à estruturação de rede de monitoramento e geração de dados

básicos, conforme apontado abaixo:

• Manual de Drenagem;

• Campanha de educação ambiental sobre drenagem;

• Plano Diretor de Drenagem Urbana;

• Cadastro de microdrenagem;

• Cadastro de macrodrenagem;

• Projeto de redes hidrométricas;

• Aquisição de estações hidrométricas;

• Banco de dados de hidrometria;

• Estruturação de rede de monitoramento de qualidade de água;

• Campanhas de monitoramento hidrossedimentológico e de qualidade da água;

• Elaboração de mapa de APP's;

• Projeto de desassoreamento e alargamento;

• Elaboração de mapa de risco de deslizamento de encostas;

• Elaboração e manutenção de banco de dados de desastres naturais;

• Sistema de alerta integrado;

• Projetos para adequação da microdrenagem;

• Projetos para adequação da macrodrenagem;

• Execução dos projetos para adequação da microdrenagem;

• Execução dos projetos para adequação da macrodrenagem;

• Plano de Ação de Emergência;

• Projeto de Desapropriação.

Além destes produtos o município deve se planejar para investir na manutenção da

rede de drenagem, expansão do atendimento e execução de obras de drenagem especial.

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11.2.1.4 PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DO SETOR INSTITUCIONAL

Para que se possa alcançar os objetivos e as metas traçados em todos os setores do

saneamento, é necessário que haja comprometimento dos órgãos públicos e dos

responsáveis envolvidos com a prestação destes serviços. Dessa forma, devem ser

aplicadas e executadas as recomendações apontadas no decorrer deste Plano.

Para tal, se faz necessário que o município adeque o seu setor institucional, em

âmbito organizacional e logístico para que as metas estabelecidas sejam cumpridas nos

prazos determinados, sempre buscando os recursos necessários nas fontes especificas para

que ocorra cumprimento das metas estabelecidas.

Sugere-se que sejam delegadas competências para gerenciamento das atividades

decorrentes do Plano Municipal de Saneamento Básico. Deverá ser criado um órgão

responsável ou delegado à outra equipe responsável, o acompanhamento das ações

propostas neste Plano e o cumprimento das metas estabelecidas.

Outro ponto de grande importância refere-se à identificação de alternativas de

gestão dos serviços públicos de saneamento básico, para que se possa ter um

direcionamento pertinente à forma apropriada de gerenciamento dos serviços de

saneamento básico, para que se possam aperfeiçoar estes serviços conforme a característica

especifica do município.

11.3 AÇÕES DE EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS

As ações para emergências e contingências visam definir um programa de ação para

possíveis situações negativas a que estão sujeitos os setores do saneamento. As ações têm

caráter tanto preventivo como corretivo, buscando elevar o grau de segurança e dar

continuidade operacional às estruturas afetadas.

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Durante a operação e a manutenção dos serviços de saneamento deverão ser

utilizados mecanismos locais e corporativos de gestão, no sentido de prevenir ocorrências

indesejadas através do controle e monitoramento das condições físicas das instalações e

dos equipamentos, visando minimizar ocorrência de sinistros e interrupções na prestação

dos serviços. Em caso de ocorrências extraordinárias, que extrapolam a capacidade de

atendimento local, os órgãos operadores deverão dispor de todas as estruturas de apoio

(mão de obra, materiais e equipamentos), de manutenção estratégica, das áreas de gestão

operacional, de controle de qualidade, de suporte como comunicação, suprimentos e

tecnologias de informação, dentre outras. A disponibilidade de tais estruturas possibilitará

que os sistemas de saneamento básico não tenham a segurança e a continuidade

operacional comprometida ou paralisada.

As ações de caráter preventivo, em sua maioria, buscam conferir grau adequado de

segurança aos processos e instalações operacionais, evitando descontinuidades nos

serviços. Como em qualquer atividade existe a possibilidade de ocorrência de situações

imprevistas, as obras e os serviços de engenharia em geral, e as de saneamento em

particular, são planejados respeitando-se determinados níveis de segurança resultantes de

experiências anteriores e expressos em legislações e normas técnicas específicas.

As ações de emergência e contingência para o setor drenagem urbana são

apresentadas na Tabela 11.3.

Tabela 11.3. Ações de emergência e contingência para o setor Drenagem Urbana

Ocorrência Ação

Inexistência ou ineficiência da rede de drenagem urbana.

Verificar o uso do solo previsto para região. Comunicar a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos a

necessidade de ampliação ou correção da rede de drenagem.

Assoreamento de bocas de lobo, bueiros e canais.

Comunicar a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos. Verificar se os intervalos entre as manutenções periódicas

se encontram satisfatórios.

Alagamento; problemas relacionados à microdrenagem.

Aplicar instruções da Defesa Civil Mobilizar os órgãos competentes para realização da

manutenção da microdrenagem. Acionar a autoridade de trânsito para que sejam traçadas

rotas alternativas a fim de evitar o agravamento do problema.

Acionar um técnico responsável designado para verificar a existência de risco a população (danos a edificações, vias,

risco de propagação de doenças, etc.). Propor soluções para resolução do problema, com a

participação da população e informando a mesma sobre a importância de se preservar o sistema de drenagem.

Inundações, enchentes provocadas pelo transbordamento de rios, córregos ou canais

de drenagem.

Aplicar instruções da Defesa Civil O sistema de monitoramento deve identificar a intensidade

da enchente e acionar o respectivo sistema de alerta.

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Ocorrência Ação Comunicar o setor responsável (Secretaria de Obras e

Serviços Urbanos e/ou Defesa Civil) para verificação de danos e riscos à população.

Comunicar o setor de assistência social para que sejam mobilizadas as equipes necessárias e a formação dos

abrigos.

Presença de esgoto ou lixo nas galerias de águas pluviais.

Comunicar ao setor de fiscalização sobre a presença de mau cheiro ou lixo.

Conscientização da população sobre a utilização dos canais de drenagem.

Presença de materiais de grande porte nas galerias pluviais

Comunicar a Secretaria de Obras sobre a ocorrência. Conscientização da população sobre a utilização dos canais

de drenagem.

Períodos prolongados de chuva ou ocorrência de deslizamento de encostas

Acionar Defesa Civil para verificação de áreas de deslizamento de encostas;

Aplicar instruções da Defesa Civil; Reservar equipamentos como caminhões e retroescavadeiras

para possíveis intervenções; Aplicar procedimentos do Plano de Ação de Emergência, a

ser elaborado, para desastres.

11.4 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – E.A.

O foco deste capítulo é a Educação Ambiental, que aqui será abordada segundo a

Lei Federal 9.795 de 27 de abril de 1999, marco legal que determinou a inclusão da E. A.

nas políticas educacionais do MEC (Brasil 1999).

A Lei em questão dispõe sobre educação ambiental, institui a Política Nacional de

Educação Ambiental e dá outras providências.

No artigo 1° desta Lei a educação ambiental é definida por: “processos por meio

dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem

de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.

Em seu artigo 4° determina os princípios básicos da educação ambiental, a saber:

I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;

II - a concepção do meio ambiente cm sua totalidade, considerando a

interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da

sustentabilidade;

IIl - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi

e transdisciplinaridade;

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IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;

V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;

VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;

VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e

globais;

VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e

cultural.

Alguns desses princípios ponderam muito a ética e o respeito, a pluralidade e a

diversidade individual e cultural difundindo assim os alicerces de uma educação voltada à

íntegra cidadania e que essa educação seja permanente e contínua.

O artigo 5° fixa objetivos da educação ambiental, a saber:

I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente com suas

múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais,

políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;

II - a garantia de democratização das informações ambientais;

III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática

ambiental e social;

IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na

preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade

ambiental corno um valor inseparável do exercício da cidadania;

V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e

macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada,

fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social,

responsabilidade e sustentabilidade;

VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia,

VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade

como fundamentos para o futuro da humanidade.

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Este artigo mostra a maneira transversal da educação ambiental em analogia às

disciplinas tradicionais do currículo escolar, tanto como a construção de uma sociedade

justa, democrática e ambientalmente sustentável focada na formação de uma consciência

crítica.

Como o trabalho aqui apresentado é um Plano Municipal de Saneamento Básico

vale mostrar o artigo 13°, que esclarece o que se entende por educação ambiental não

formal:

“Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas

voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização

e participação na defesa da qualidade do meio ambiente”.

Parágrafo único. O Poder Público, em nível federal estadual e municipal,

incentivará: I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços

nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas

relacionados ao meio ambiente; II - a ampla participação da escola, da universidade e de

organizações não-governamentais na formulação e execução de programas e atividades

vinculadas à educação ambiental não-formal; III - a participação de empresas públicas e

privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a

escola, a universidade e as organizações não-governamentais; IV - a sensibilização da

sociedade para a importância das unidades de conservação; V - a sensibilização ambiental

das populações tradicionais ligadas as unidades de conservação; VI - a sensibilização

ambiental dos agricultores; VII - o ecoturismo.

O cumprimento da Política Nacional de Educação Ambiental remete a realização de

uma maior conjuntura, que abrange a discussão das obrigações do estado em promover a

educação e abrigar o meio ambiente, perante os direitos sociais contidos nos artigos 208 e

225 da Constituição Federal de 1988, na qual respectivamente discorre sobre a educação e

o meio ambiente.

O Governo Federal através do Grupo de Trabalho Interinstitucional de Educação

Ambiental e Mobilização Social em Saneamento (GTIEAMSS) visando subsidiar a

execução da Lei 9.795/99 e da Lei 11.445/07 criou o Programa de Educação Ambiental e

Mobilização Social em Saneamento (PEAMSS).

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11.4.1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM

SANEAMENTO (PEAMSS)

11.4.1.1 OBJETIVO

O principal objetivo do PEAMSS é cooperar com a universalização dos serviços de

saneamento básico, garantindo a participação e o controle social, por meio de ações de

mobilização e educação ambiental, de maneira que estas se concretizem como ações

continuadas e transformadoras, com vistas à formação de sociedades sustentáveis.

11.4.1.2 PRODUTO: CADERNO METODOLÓGICO PARA AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM SANEAMENTO

Este item apresenta um breve resumo das intenções do PEAMSS, sem intervenção

de terceiros (Brasil 2009). O Caderno trás algumas orientações e referências metodológicas

que segundo o próprio Caderno Metodológico tem o intuito de estimular e contribuir para o

desenvolvimento de ações articuladas de educação ambiental e mobilização social, que

tenham como características a participação popular, a continuidade e o comprometimento

com mudanças estruturantes, extrapolando os limites da sensibilização na busca pela

construção de sociedades sustentáveis.

Para os organizadores do Caderno as ações que caracterizam uma intervenção de

educação ambiental são: mobilização social; educação, comunicação; formação de

educadores ambientais em saneamento; implementação de práticas e tecnologias

socioambientais.

Essas intervenções devem contribuir para que os atores sociais envolvidos adotem

uma postura proativa, ou seja, demandem das esferas governamentais ações pautadas em

suas reais necessidades, atuando conjuntamente desde o planejamento da obra até sua

realização, monitoramento e manutenção.

Assim, é indispensável desenvolver ações educativas que possibilitem a

compreensão sistêmica que a questão exige e estimular a participação popular, engajada e

consciente, no enfrentamento dessa questão.

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Nesse contexto a educação ambiental em saneamento constitui-se numa promissora

possibilidade de atuação que busca, por meio de ações articuladas, oportunizar a

emancipação dos atores sociais envolvidos e, com isso, despertar o protagonismo popular

na condução das transformações esperadas.

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12 ETAPA 8 - INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO E

MONITORAMENTO

O processo de monitoramento e avaliação estabelece um instrumento para garantir

a interação entre o planejamento e a execução, possibilitando a correção de anormalidades

e o feedback permanente de todo o processo de planejamento, o que faz deste uma das

etapas do processo de planejamento das políticas e programas governamentais.

Existem algumas diferenças básicas quando se refere à avaliação e ao

monitoramento. Nesse o acompanhamento é sistemático e normalmente produz

informações para a realização da avaliação como também supervisiona de forma contínua a

atividade com o propósito de verificar se os procedimentos estão sendo seguidos.

Na avaliação o julgamento pode ser feito num determinado ponto do tempo e se

analisa os efeitos do programa e/ou projetos, ou seja, pondera o desempenho de um

programa, ação e/ou projeto conforme os critérios pré-estabelecidos (eficácia, eficiência,

efetividade, sustentabilidade, dentre outros). O que possibilita novas escolhas e resultados

que podem sugerir a necessidade de reorientação das ações para o alcance dos objetivos

traçados.

Esses instrumentos devem também ser empregados como mecanismos para prestar

contas à sociedade sobre a atuação dos programas e ações de governo.

A primeira etapa da avaliação busca definir o grupo que irá participar desse

processo. Neste caso, conselhos, órgãos e entidades ligadas aos serviços de saneamento e

meio ambiente, como os atores sociais podem ser convidados a contribuir na avaliação.

Uma instituição afim deve ser indicada para gerir a participação popular, de forma a

orientar e organizar a mobilização. Essa elege um líder de cada Unidade de Planejamento

(UP) que traria a problematização e as perspectivas equacionadas em reuniões locais, para

facilitar a decisão das ações contribuindo assim para o desenvolvimento e aplicação do

Plano.

O foco destas reuniões deve estar em:

� Resultados dos programas, projetos e ações – onde se busca conferir se os

resultados estão sendo obtidos, tendo em vista seus objetivos e as metas

estipuladas; e

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� Implementação – A avaliação da implementação procura correlacionar os

fatores críticos de sucesso e insucesso da execução das ações que intervieram

na obtenção dos resultados esperados;

� Sugerir novas ações.

Recomenda-se que estas reuniões de avaliação sejam bimestrais ou trimestrais, e

que a cada semestre seja realizada uma avaliação conjunta nos diferentes quesitos que

integram os objetivos do Plano Municipal de Saneamento Básico.

Paralelo à etapa de avaliação, deve ser feito o monitoramento dos trabalhos,

programas, projetos e ações com a finalidade de contribuir para a obtenção dos resultados

esperados no prognóstico do Plano e apoiar os coordenadores que integram os grupos de

trabalho. Além de gerar informações relevantes quanto à execução dos programas de

governo, visando:

� Aperfeiçoar a gestão dos programas;

� Auxiliar a tomada de decisão;

� Prestar contas à sociedade;

� Garantir eficiência na regulação dos serviços de drenagem urbana;

� Subsidiar as avaliações dos programas e projetos e ações;

� Estabelecer equipes com funções e competências definidas para exercer o

monitoramento;

� Definir metodologias;

� Normatizar o processo (fluxos, reuniões periódicas, padronização de

relatórios);

� Estimular o compromisso dos níveis estratégicos e técnicos;

� Gerar mecanismos de divulgação e utilização das informações geradas pelo

monitoramento; e

� Apropriação dos resultados do monitoramento no replanejamento das ações.

Sugere-se como metodologia do processo de avaliação dos projetos, programas e

ações, o modelo proposto por (CHIANCA, MARINO e SCHIESARI 2001), que

compreende etapas de planejamento, execução e análise/divulgação dos resultados da

avaliação. Os principais itens identificados pelo autor são:

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12.1 PLANEJAMENTO

Nesta etapa do planejamento da avaliação deve-se prover a determinação dos

interessados, e definir quem conduzirá os trabalhos, bem como selecionar os avaliadores.

A equipe de coordenação da avaliação e monitoramento deve ser muito bem

definida e deliberada, pois é essa que esclarecerá à todos os participante do plano, as

análise do contexto e os objetivos da avaliação, ou seja, é a coordenação que define o que

avaliar.

Para auxiliar o processo devem ser identificadas e selecionadas algumas perguntas-

chaves que terão caráter avaliativo. Também se sugere a elaboração e identificação de

indicadores ou índices relacionados às perguntas avaliativas para auxiliar no processo de

avaliação e monitoramento dos resultados do Plano.

Para esta análise é importante a escolha de fontes e métodos de informação com o

intuito de se obter a determinação de amostras, métodos de análises de dados e a

determinação da forma de comunicação dos resultados obtidos na avaliação.

12.2 EXECUÇÃO DA AVALIAÇÃO

Na fase da execução da avaliação, deve-se atentar para os aspectos políticos e

éticos, para não admitir que valores individuais e interesses específicos influenciem a

avaliação e prevaleçam sobre os valores e interesses coletivos do município como um todo.

O procedimento da coleta de dados deve ter seus instrumentos já testados como

também os profissionais capacitados. Sempre fazer cópia dos dados colhidos e checar os

dados anotados. Focar na simplicidade, buscar sempre abranger mais de uma fonte de

informação e método de coleta de dados no estudo, procurando combinar métodos

qualitativos e quantitativos.

12.3 ANÁLISE DE RESULTADOS

A fase de análise envolve a tabulação e interpretação de dados quantitativos

(frequências, médias, desvios-padrão, quantidades), e dos dados qualitativos (agrupamento

de respostas em categorias, análises de campo).

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12.4 DIVULGAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS

A difusão dos resultados inicia-se pela elaboração de relatórios constituídos por

resumo executivo, introdução, descrição do foco de avaliação, metodologia, resultados,

conclusões e recomendações, e anexos.

Esta fase da avaliação e monitoramento do Plano compreende a análise crítica do

processo, ao qual se analisa os pontos fortes, as dificuldades e os pontos a serem

melhorados no sistema de manejo de águas pluviais e drenagem urbana.

Portanto, os processos avaliativos devem apresentar uma abordagem pluralista, que

inclua aspectos qualitativos e quantitativos.

12.5 IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO E

MONITORAMENTO

É clara a falta de recursos que os municípios do Brasil dispõem, forçando seus

administradores a escolher estratégias de ações e realizar uma hierarquização dos

problemas como também criar prioridades para se traçar um plano de execução de ações de

médio e longo prazo.

Previamente, para que tais ações possam ser executas de forma eficaz, é

imprescindível promover, ainda que através de mudanças pontuais, a solidez da estrutura

governamental do Poder Executivo Municipal, buscando-se a organização, o planejamento

e, após, a execução de medidas imediatas e futuras que visem, sobretudo, o interesse

público e o bem-estar da população.

Sendo assim, é necessário que o município institua um setor específico em sua

estrutura administrativa governamental para tratar sobre tal tema, que também ajudará na

obtenção de recursos federais e estaduais.

Visando auxiliar no processo de implantação efetiva do PMSB, os seguintes

instrumentos de gestão e monitoramento são propostos:

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12.5.1 CONSELHO LOCAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL (CLSA)

Como forma de auxilio nos processos de avaliação sistemática da eficiência e

eficácia das ações programadas no presente PMSB, é necessária a construção de um

Conselho Local de Saneamento Ambiental (CLSA) para acompanhar e avaliar, ou seja,

será responsável pela ação consultiva e de monitoramento das ações do Plano.

Os representantes do CLSA são as autoridades e/ou técnicos das instituições do

Poder Público municipal, estadual e/ou federal, relacionadas com o saneamento ambiental.

Além desses membros da Saúde e de representantes de organizações da Sociedade Civil

(entidades sindicais, profissionais, grupos ambientalistas, e outras), também devem compor

o Conselho, esse devendo ser democrático na composição de seus representantes.

São atribuições do CLSA, entre outras:

� Mobilizar os moradores para levantar informações sobre o saneamento ambiental

local e discutir temas afins;

� Contribuir para a obtenção de informações necessárias ao PMSB, tabulando,

analisando e divulgando as informações obtidas;

� Subsidiar os projetos de engenharia de forma a elaborar ou atualizar mapa cadastral

da localidade;

� Organizar e conduzir as reuniões sobre o PMSB;

� Participar das reuniões do Comitê Consultivo do Plano e divulgar, aos moradores

da localidade, o progresso dos trabalhos.

As sessões ordinárias e extraordinárias do conselho devem ser regulares e

ininterruptas, garantindo a operação e continuidade das ações propostos pelo Plano ao

longo dos anos.

12.5.2 FUNDO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

A criação do Fundo Municipal de Saneamento básico é de natureza contábil e teria

como objetivo criar condições financeiras e de gerência de recursos destinados ao

desenvolvimento do saneamento básico do município conforme a Política e o PMSB,

visando garantir a permanência da universalização e a qualidade dos serviços.

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Suas fontes de recursos podem ser constituídas de capitais orçamentárias do

município e de outros níveis de governo, bem como de outros fundos, doações e

subvenções nacionais e internacionais, além de recursos financeiros de agências de

financiamentos nacionais.

Os recursos do Fundo Municipal de saneamento Básico podem ser provenientes de:

� Repasses de valores do Orçamento Geral do Município;

� Percentuais da arrecadação relativa às tarifas e taxas decorrentes da prestação

dos serviços de captação, tratamento e distribuição de água, de coleta e

tratamento de esgotos, resíduos sólidos e serviços de drenagem urbana;

� Valores de financiamentos de instituições financeiras e organismos

multilaterais públicos ou privados, nacionais ou estrangeiros;

� Valores a Fundo Perdido, recebidos de pessoas jurídicas de direito privado ou

público, nacionais ou estrangeiras;

� Doações e legados de qualquer ordem.

12.5.3 DIVULGAÇÃO DO PLANO E PERCEPÇÃO SOCIAL

A participação popular no processo de monitoramento e avaliação dos resultados do

PMSB é essencial, pois é a principal beneficiada. Assim, periodicamente deve ser avaliada

a percepção da população quanto aos serviços de saneamento básico.

Também se deve obter a avaliação da população sobre a prestação dos serviços, a

infraestrutura de saneamento, a melhoria das condições de salubridade e os resultados

obtidos a partir do Plano.

Sugere-se aplicar um questionário semiestruturado sobre os serviços de saneamento

a uma parte representativa da população, de forma a abranger todos os bairros/distritos do

município. Este poderia, por exemplo, ser enviado a um número de domicílios anualmente,

anexo ao carnê do IPTU, para ser respondido pela população e devolvido na prefeitura.

Outra opção ainda seria a aplicação do questionário no site da prefeitura e chamar a

população a participar e todas as outras informações disponíveis no endereço virtual de

São José. A partir disto podem-se avaliar os serviços de saneamento prestados, as

melhorias advindas do PMSB e as necessidades ainda presentes em cada área do

município, visando monitorar a evolução dos serviços de saneamento de São José.

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Para que possa ocorrer o controle social a Lei Federal 11.445/2007 define como

vital o processo de divulgação do Plano de Saneamento Básico. Na lei são apresentadas

diretrizes e mecanismos, portanto ser consultada e seguida.

Outra forma importante do monitoramento é o constitucional feito pelo poder

legislativo, ou seja, pela Câmara de Vereadores elegida pelo povo e legalmente instituída.

Para tal, não basta apenas se ter o conhecimento das particularidades existentes no PMSB,

o poder legislativo municipal deverá aprovar, examinar e também promover a divulgação

perante a sociedade, e exercer a fiscalização para que ocorra o seu efetivo cumprimento.

A Prefeitura Municipal de São José, por meio da Secretaria Municipal que abrange

a área de Saneamento, é responsável em promover a divulgação do Plano e implementar as

formas de participação previstas.

12.5.3.1 INSTRUMENTOS DE DIVULGAÇÃO DO PLANO

É assegurada ao PMSB a ampla divulgação de seu conteúdo para o conhecimento

público, que seja numa estrutura de fácil acesso e compreensão. O seu desenvolvimento

deve ser estabelecido pelo poder público municipal, que é o designado de seu

monitoramento e implementação. O site da Prefeitura Municipal deve prover um link

especifico para o Plano Municipal de Saneamento Básico, para que nele fiquem

disponíveis propostas, metas e indicadores de monitoramento, mantidos atualizados pelos

gestores do Plano.

A divulgação das informações pertinentes ao PMSB, segundo a Lei n° 11.445/07,

deve ser por meio do Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico (SINISA),

que tem o objetivo de sistematizar dados relativos à cobertura, à qualidade e à eficiência

dos serviços, como também as melhorias nas condições de saúde

Devem-se utilizar os seguintes meios de divulgação:

� Folders, boletins informativos, cartazes, etc.

� SINISA;

� Cartilhas acerca do saneamento, com ênfase a importância do PMSB;

� Meios de comunicação mais usuais tais como: rádio, televisão, jornais,

revistas e websites.

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12.5.3.2 FORMAS DE PARTICIPAÇÃO

O processo de planejamento e da fiscalização e regulação dos serviços de

saneamento devem contar com a participação de todos os segmentos da sociedade

Para que se consiga atingir este objetivo as seguintes atividades são previstas:

� Integração do Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico

com os sistemas de informações municipais e atualização periódica de seu

conteúdo;

� Participação direta da comunidade por meio de apresentações, debates,

pesquisas e qualquer meio que possibilite a expressão e debate de opiniões

individuais ou coletivas;

� Participação em atividades como audiências públicas, consultas,

conferências e seminários, ou por meio de sugestões ou alegações,

apresentadas por escrito;

� Participação por meio do Comitê de Coordenação, Comitê Executivo e

Grupos de Trabalho.

A efetiva participação social implica no comprometimento dos diversos atores

sociais e mediadores, com busca na convergência dos suas múltiplas aspirações em torno

de consensos. Quatro grandes grupos podem resumir as comunidades participantes na

elaboração do Plano:

� Organizações sociais, econômicas, profissionais, políticas, culturais, etc.;

� População residente no município, população exterior, mas próxima à área

afetada pelo PMSB;

� Prestadores de serviço; e

� Poder Público local, regional e estadual.

12.5.4 INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA)

O Indicador de Salubridade Ambiental se constitui num instrumento preventivo de

diagnóstico para o planejamento e integração de políticas públicas, assessorando as

tomadas de decisões quanto as prioridades de investimento, com foco na melhoria da

qualidade de vida urbana.

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Assim, o ISA foi desenvolvido para avaliação da eficácia do Plano Municipal de

Saneamento Básico, de forma a atender a Lei n° 11.445/07, que estabelece diretrizes

nacionais para o saneamento.

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13 ETAPA 9 – EXECUÇÃO COMPREENDENDO O INÍCIO DA

IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE

SANEAMENTO

O capítulo de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas do Plano Municipal

de Saneamento Básico de São José é uma proposta de serviços e ações estratégicas em

saneamento ambiental para o período de planejamento, até o ano de 2029.

Buscando orientar o município para que as diretrizes estabelecidas na Lei 11.445/07

sejam implementadas em São José, este trabalho reuniu as principais demandas do setor de

drenagem urbana relatando as solicitações da população e pontuando aspectos técnicos

observados durante o reconhecimento de campo. Com estas informações foi possível

indicar as intervenções prioritárias que o município deve realizar para que ocorra uma

mudança comportamental nos munícipes e da própria estrutura do município no que diz

respeito às dificuldades que São José vem enfrentando com a drenagem urbana.

O PMSB é um processo dinâmico de planejamento de ações e serviços que serão

aplicados em São José. As intervenções no município devem ser sistematizadas e estarem

de acordo com o que foi planejado para que não se levantem ideias e alterações com o

intuito de resolver os problemas de forma imediatista. Sendo assim, para o início da

implementação deste plano será necessário:

• adequação da legislação municipal à legislação federal (Lei 11.445/2007;

• a execução dos programas, metas e ações propostas; e

• a aplicação dos programas de monitoramento.

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14 ETAPA 10 – ATUALIZAÇÃO COMPREENDENDO A

AVALIAÇÃO PERIÓDICA DO PLANO MUNICIPAL DE

SANEAMENTO

Este documento, denominado capítulo de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

Urbanas do Plano Municipal de Saneamento Básico, foi elaborado visando atender aos

requisitos da Lei Federal n.º 11.445/07.

No que diz respeito à atualização do PMSB, no parágrafo 4.º do artigo 19 da citada

lei, este plano será revisto periodicamente, em prazo não superior a quatro anos,

anteriormente à elaboração do Plano Plurianual.

No caso da necessidade de replanejamento em período anterior a quatro anos,

admite-se a revisão de caráter extraordinário no caso do surgimento de novos elementos no

cotidiano municipal. As avaliações periódicas devem ser elaboradas com base na etapa 8

do presente Plano.

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16 ANEXOS

Anexo 1. Questionário para pesquisa de campo e avaliação da visão popular.

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Anexo 2. Atas das audiências públicas.

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CONTRATADA:

Adriano Augusto Ribeiro, Engº Sanitarista

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