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Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 3○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Relatório de Gestão 2009
Embrapa Mandioca eFruticultura Tropical
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Cruz das Almas, BA
Agosto, 2010
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Relatório de Gestão 20094○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Embrapa Mandioca e Fruticultura TropicalRelatório de gestão 2009 Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical / Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. − Cruzdas Almas : Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2010.60 p. : il. ; 30 cm.
1. Relatório. 2. Administração. 3. Agricultura - Pesquisa.I. Título.
CDD 651.78 (21. ed.)
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 5○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Sumário
Parte 1Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação ....... 6Desenvolvimento tecnológico na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Programação de PD&I
Prêmios
Ações internacionais
Metas estratégicas desenvolvidas
Objetivo 1: Garantir a competitividade e sustentabilidade da agricultura brasileira
Objetivo 2: Intensificar o desenvolvimento de tecnologias para o uso sustentáveldos biomas e integração produtiva das regiões brasileiras
Objetivo 3: Contribuir para o avanço da fronteira do conhecimento e incorporar novastecnologias, inclusive as emergentes
Principais avanços técnico-científicos em 2009 no âmbito das demais contribuições
Parte 2Administração ....... 46Evolução do quadro de pessoal
Gestão orçamentária e financeira
Perspectivas
Parte 3Comunicação, Negócios e Apoio ....... 50Comunicação externa
Comunicação interna
Transferência de tecnologia
Negócios tecnológicos
Tecnologia da informação
Destaque do ano
Perspectivas
7
8
11
13
14
15
33
39
43
47
48
49
51
53
53
56
57
59
60
Relatório de Gestão 20096○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Parte 1
Pesquisa eDesenvolvimento
Parte 1
Pesquisa eDesenvolvimento
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Desenvolvimento Tecnológico naEmbrapa Mandioca e FruticulturaTropical
A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical vem alinhando suas ações com
base no Plano Diretor da Unidade (PDU) 2008-2011, no qual estão estipuladas
suas principais contribuições tecnológicas para atender a diversos segmentos
da sociedade.
A Unidade tem como missão “viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento
e inovação para a sustentabilidade da agricultura, com foco em mandioca e
fruteiras tropicais, em benefício da sociedade brasileira”.
A inovação efetiva, em que o desenvolvimento tecnológico e a busca de
soluções para os diferentes tipos de problemas e demandas das cadeias
produtivas sejam atendidos, somente será alcançada quando o paradigma da
produção científica, como indicador primário de atendimento à sociedade,
for superado, revisto ou modificado. Portanto, o desenvolvimento tecnológico
e seus impactos devem compor o real aferidor de produtividade em prol da
sociedade.
Para implementar a estratégia de ter no desenvolvimento tecnológico a
atividade fim, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical conta com uma
estrutura de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) constituída por
uma chefia adjunta, três Núcleos Tecnológicos, um Núcleo de Apoio a Projetos
(NAP) e um Comitê Técnico Interno (CTI), que coordena a análise dos projetos
submetidos. A partir de 2010, essa estrutura foi enriquecida com a definição
de articuladores de equipes de culturas. Para ampliar suas ações num país
continental, a Unidade lança mão de Campos Avançados com pesquisadores
alocados em regiões estratégicas para o desenvolvimento tecnológico de
fruteiras e mandioca. Atualmente, há três campos avançados no Extremo Sul
da Bahia (agricultura familiar), em São Paulo (prioritariamente citros) e no
Centro-Sul do país (mandioca para indústria).
A Unidade está organizada em Núcleos Tecnológicos e Equipes de Produtos.
As equipes estão estruturadas com a participação de profissionais de diversas
áreas, com composição dinâmica, para atender às demandas específicas de
cada cultura quanto à geração, desenvolvimento e transferência de
tecnologias. Os núcleos são estruturas técnico-gerenciais com a participação
dos mesmos profissionais das equipes, mas num arranjo diferente, que prioriza
o desenvolvimento de tecnologias integradas e comuns às diferentes culturas,
considerando os meios ambiente, social e econômico do qual fazem parte.
Assim, estão constituídos três núcleos:
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Recursos genéticos e desenvolvimento de variedades (Nugene)
A equipe trabalha em busca do enriquecimento, conservação, caracterização,valoração e uso sustentável dos recursos genéticos em fruteiras tropicais emandioca, com o pré-melhoramento e melhoramento genético, associadosàs novas ferramentas da biotecnologia, e na prospecção e uso de genes comcaracterísticas econômicas e funções biológicas. É o núcleo responsável pelaprogramação de desenvolvimento de variedades.
Sistemas de produção e agregação de valor (Sisagre)
O foco deste núcleo está no desenvolvimento de tecnologias para os sistemasde produção convencional, integrada, orgânica, agroecológica ou de baseagroecológica e sistemas agroflorestais, processamento agroindustrial,engenharia/tecnologia de alimentos, manejo da produção na colheita e pós-colheita e usos alternativos com a visão de agregação de valor.
Manejo de recursos naturais e avaliação de impactosocioeconômico e ambiental (Renai)
A equipe deste núcleo tem como desafio o desenvolvimento de conhecimentose tecnologias nas áreas de uso e manejo da água, manejo e conservação dosolo, manejo integrado de pragas/controle biológico, aproveitamento deresíduos, preservação e otimização de recursos naturais, alelopatia, bio-herbicidas, bioinseticidas e biofungicidas. Também compõem esse núcleo osestudos de cenários futuros climáticos, econômicos e sociais e de impactoambiental e socioeconômico.
As equipes de culturas são: Abacaxi, Banana, Citros, Mamão, Maracujá,Mandioca e Outras Culturas (acerola, manga e umbu-cajá).
Em 2009, a gestão de PD&I priorizou a gestão da informação e doconhecimento, de forma a disponibilizar informações estratégicas, por meioda identificação das tecnologias geradas e da internalização do PDU. Este éum trabalho contínuo, que pode inclusive perpassar a atual gestão, poisenvolve processos de escolhas constantes do que é prioritário para a sociedade
Programação de PD&I
A carteira de projetos da Unidade é ampla, abrangendo as culturas trabalhadase linhas temáticas cada vez mais complexas. A proposição de novos projetos,alinhados com o PDU, é uma atividade estratégica, embora rotineira. Em 2009obteve-se um índice de aprovação de projetos de 38%, incluindo a própria fonteda Embrapa (Figura 1). Como principais fontes externas tem-se: Fundação deAmparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Banco do Nordeste (BNB),ministérios, fundações, organismos internacionais e empresas privadas.
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Figura 1. Submissão e taxade aprovação de projetos
em 2009.
Parte dos projetos realizados tem a liderança de outras Unidades ouinstituições com as quais a Unidade mantém parcerias efetivas e que sãoimportantes para o esforço produtivo e de geração de tecnologias, comouniversidades e escolas de ensino médio/profissionalizante, associações deprodutores, governos federal, estadual e municipal, empresas de pesquisaestaduais, empresas privadas, além das próprias Unidades da Embrapa.
A atuação da Unidade em nível nacional por meio de ações de PD&I etransferência de tecnologia (TT) resulta da intensa demanda em todo oterritório nacional (Figura 2), o que representa um grande desafio, pois exigenovas estratégias de parceria e alocação de pessoal. Em 2009 houve umasignificativa evolução das ações no Centro-Sul do país, especificamente com acultura da mandioca, de grande importância naquela região, em função dapermanência de um pesquisador da Unidade no eixo Paraná/São Paulo/MatoGrosso do Sul.
Figura 2. Distribuiçãopercentual das ações de
P&D e TT no territóriobrasileiro, em 2009.
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A produção científica e técnica atingiu todos as metas previstas, superandoem alguns itens (Tabela 1). É nesta produção que estão registrados os avanços
técnico-científicos e as tecnologias disponibilizadas à sociedade.
Tabela 1. Metas de produção realizadas em 2009.
Foram lançados cinco livros pela Unidade, como editor principal ou co-editor,
com destaque para a publicação sobre espécies regionais e exóticas de fruteiras
tropicais (Figura 3)
Figura 3. Livro FruticulturaTropical, editado pelaEmbrapa Mandioca eFruticultura Tropical.
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Prêmios
Em 2009 a Unidade teve quatro projetos contemplados pela premiação
nacional de equipes da Embrapa nas categorias Criatividade, Parcerias e
Qualidade Técnica:
1. Controle pós-colheita de moscas-das-frutas via indução da modificação da
atmosfera interna dos frutos associado a refrigeração (Criatividade)
2. Procedimentos convencionais e biotecnológicos na criação e seleção de
variedades de citros, com ênfase em porta-enxertos adaptados a estresses
bióticos e abióticos (Parceria)
3. Estratégias para o melhoramento da bananeira (Qualidade Técnica)
4. Melhoramento da mandioca para biofortificação e para a indústria de
farinha e fécula (Qualidade Técnica)
Figura 4. Líderes dosprojetos premiados.
A avaliação local de projetos contemplou as equipes cujos projetos se
destacaram na concepção, geração de bons resultados e captação de mais
recursos.
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Tabela 2. Projetos premiados em avaliação local.
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Prêmio de trabalhos apresentados em eventos
“Pre-breeding banana: Identifying genotypes with enhanced functional food
attributes”, desenvolvido pela equipe de melhoramento genético de bananeira
da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical foi o melhor trabalho apresentado
no Promusa 2009, em Guangzhou, China. (Figura 4).
Figura 5. PesquisadorEdson Perito Amorim,
líder do trabalhopremiado na China.
Ações Internacionais
Historicamente a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical tem uma forte
atuação internacional em função de trabalhar com culturas de interesse amplo.
Em 2009 foram realizadas diversas missões a países da Ásia, África e América
Central para estabelecer projetos de cooperação técnica, consultorias e
divulgação de informações técnico-científicas. Além destas ações, foram
concluídos dois treinamentos de pós-doutoramento na Europa, ambos com a
cultura da banana, voltados para o melhoramento e a detecção de patógenos.
Missões específicas
África do Sul: participação no projeto “Desenvolvimento de recursos
genômicos para melhoramento molecular da tolerância à seca em mandioca”;
Angola: Missão técnica para implantação do Centro Nacional de Investigação
de Mandioca, Batata-doce e Amendoim;
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Argentina: Participação no XXXII Congresso Argentino de Horticultura e noPrimeiro Simpósio Latino-americano de Fruticultura Tropical;
Chile: Palestra sobre citricultura e visita a centros de pesquisa e regiõescitrícolas;
China: Participação no International ISHS/ProMusa Banana Symposium e noCurso sobre Tecnologia de Produção de Frutas Tropicais;
El Salvador: Reunião sobre a ameaça da raça tropical 4 do mal-do-Panamá eviroses em musáceas;
Haiti: Diagnóstico do sistema de cultivo da mandioca no projeto“Aperfeiçoamento dos sistemas de produção de mandioca no Haiti”;
Jamaica: Assistência técnica em fruticultura tropical, conforme projeto decooperação técnica estabelecido entre Brasil e Jamaica;
Suriname: Cooperação científica e técnica para implementação do projeto“Manejo integrado da mosca-da-fruta no Suriname” e do projeto de Produção
e Processamento de Mandioca.
Metas Estratégicas Desenvolvidas
A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical gerou em 2009 diversas
tecnologias: variedades, metodologias científicas, práticas agropecuárias,
processos agroindustriais, bases de dados, produtos e coleções biológicas,
dentre outras (Tabela 3). Essas tecnologias foram desenvolvidas por meio de
diferentes projetos em consonância com as metas estabelecidas em consultas
feitas à sociedade e em discussões internas, por ocasião da elaboração do PDU.
Tabela 3. Tecnologias planejadas e realizadas pela Embrapa Mandioca e
Fruticultura Tropical em 2009.
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Até 2011 a Unidade persegue três objetivos estratégicos no âmbito dos
desafios científicos e tecnológicos, que são viabilizados por meio de
contribuições atendidas pela programação de PD&I:
Objetivo 1: Garantir a competitividadee sustentabilidade da agriculturabrasileira
“Desenvolver ou adaptar variedades de mandioca efruteiras tropicais que aumentem a competitividadee sustentabilidade da agricultura”
Como centro de pesquisa de produto, a Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical tem como uma de suas principais atividades o desenvolvimento ou a
adaptação de variedades de mandioca e fruteiras tropicais que aumentem a
competitividade e sustentabilidade da agricultura. Esta é a primeira
contribuição da Unidade para o período 2008-2011. Em 2009, foram
desenvolvidas/recomendadas cinco variedades que atendem a este propósito:
Lançamento/recomendação de quatro variedades de citros:laranja Pêra D-6, laranja Westin, lima ácida Tahiti 02 e lima ácidaTahiti 2001
A produção de citros no Brasil tem sido orientada para o mercado de suco
concentrado congelado, embora no Nordeste esteja dividida entre o mercado
de frutas frescas e a indústria de suco. A limeira ácida ‘Tahiti’ (Citrus latifolia
Tanaka) é uma importante variedade comercial de citros no Brasil e o limoeiro
‘Cravo’, seu principal porta-enxerto, apresenta suscetibilidade à gomose de
Phytophthora, reduzindo a longevidade das plantas. As limas ácidas Tahiti 2001
Figura 6. Laranja 'WestinCNPMF': nova opçãopara a citricultura de
mesa.
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e Tahiti 02 apresentam caneluras acentuadas do vírus da tristeza dos citros
(VTC), não apresentam sintomas de descamamento eruptivo e estão livres do
viróide da exocorte e de bactéria X. fastidiosa, causadora da clorose variegada
dos citros (CVC). São clones nucelares obtidos na Embrapa Mandioca e
Fruticultura Tropical por semente e avaliados por sucessivos anos nos aspectos
de produtividade e tolerância ao VTC. Atendem ao mercado de fruta in natura,
interno e principalmente externo
Com a recomendação da laranja ‘Westin’ visa-se ampliar a faixa de colheita
dos pomares, atendendo ao abastecimento do mercado interno de fruta fresca
e processamento de suco. A laranjeira Westin não apresenta caneluras de
tristeza nem descamamento eruptivo e está livre do viróide da exocorte e da
bactéria X. fastidiosa.
Lançamento da variedade de abacaxi Ajubá
Foi lançada a variedade de abacaxi Ajubá, um híbrido obtido do cruzamento
de ‘Perolera’ com ‘Smooth Cayenne’. É resistente à fusariose (a mais grave
doença da cultura) e a sua planta tem porte médio e apresenta folha de cor
verde escuro, sem espinho nas bordas. A variedade dispensa a utilização de
fungicida para o controle da fusariose e é recomendada para plantio na região
noroeste do Rio Grande do Sul e especialmente no Vale do Rio Uruguai, onde
foi avaliada durante três ciclos de produção. Os frutos obtidos podem ser
destinados para o mercado de consumo in natura e para a industrialização,
face a suas características sensoriais e físico-químicas.
Figura 7. Abacaxi‘Ajubá’ (centro):variedade resistente àfusariose e adaptada àregião noroeste do RioGrande do Sul.
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“Gerar, adaptar e validar tecnologias para manejo deirrigação e fertirrigação de mandioca e fruteirastropicais, permitindo economia de água e nutrientes,energia com baixo impacto às propriedades do solo”
Estimativa de potássio na solução do solo e no extrato desaturação em função da condutividade elétrica da solução dosolo ou do extrato de saturação
A metodologia consiste em fazer, na área fertirrigada, uma coleta de dados de
condutividade elétrica da solução do solo e do extrato de saturação e repetir
essa coleta para diferentes condições iônicas do solo. Determina-se a
concentração de potássio na solução do solo e no extrato de saturação. Os dados
são usados para otimização do modelo potencial. Com os parâmetros definidos,
torna-se viável estimar a concentração de potássio na solução do solo.
“Desenvolver sistemas de produção para asustentabilidade do agroecossistema”
Sistema de Produção Integrada de Mamão
Foram elaboradas diversas tecnologias em áreas de atuação diferentes. Na
adaptação ou desenvolvimento de novos sistemas de produção, um dos
aspectos importantes é o controle integrado de pragas e doenças. Os projetos
de produção integrada têm atividades intensas de desenvolvimento ou
validação de tecnologias de manejo de pragas, baseado em técnicas de
monitoramento. No Extremo Sul da Bahia, desde 2002, vem sendo realizado
um projeto de produção integrada de mamão que tem como objetivo geral
atender às exigências do mercado consumidor quanto à produção de frutos e
gerir as atividades agrícolas de forma sustentável.
Atividades de monitoramento da pinta preta causada pelo fungo Asperisporium
caricae foram conduzidas em áreas de produção comercial de mamão ‘Sunrise
Solo’, localizadas nos municípios de Itamaraju e Porto Seguro, no Extremo Sul
baiano, selecionadas de acordo com o perfil para adoção do Sistema de
Produção Integrada. É a doença mais comum na cultura e ocorre tanto em
pomares comerciais como domésticos. Para um controle eficiente e com
aplicações em datas corretas é necessário a realização de monitoramentos. A
técnica de monitoramento consistiu na inspeção de três plantas por hectare,
escolhendo-as ao acaso, saindo de um extremo ao outro do talhão e voltando
no sentido inverso, num percurso em ziguezague. Para determinação do índice
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de progresso da pinta preta nas folhas, avaliaram-se as plantas com base em
uma escala diagramática. A tomada de decisão para controle da pinta preta,
em folhas, aconteceu quando o cálculo do índice da doença (ID) atingiu 0,35,
obtida mediante uso de uma formula matemática. Para a incidência nos frutos,
foram contados todos os frutos da planta e todos os frutos com até uma pinta,
considerando zero (0) caso não fosse encontrado fruto manchado, ou o
percentual de frutos atacados em função do número total de frutos. A tomada
de decisão para controle da pinta preta nos frutos aconteceu quando a
incidência alcançou o nível 5%, levando-se em consideração as condições de
clima. Os dados coletados relativos à incidência nas plantas monitoradas foram
anotados em planilhas desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical e analisados de forma descritiva. Mediante a análise da planilha, definiu-
se o momento de decisão de controle com base no nível limite da incidência
da praga. Todos os dados coletados com referência ao índice de ocorrência e
intensidade das pragas foram correlacionados com dados climatológicos obtidos
de uma estação climatológica de aviso. Mediante a análise da planilha, pôde-
se observar se a doença atingiu o nível de ação e, quando esse nível foi atingido,
adotou-se a aplicação de produtos químicos registrados para o controle da
pinta preta. A análise dos resultados evidencia que o monitoramento das pragas
do mamoeiro, principalmente para a pinta preta, com base na determinação
do índice de incidência, permite um controle químico eficiente com redução
do número de aplicação de agroquímicos em até 50%, diminuindo o impacto
negativo do processo produtivo sobre o meio ambiente.
Figura 8. Monitoramentode pragas em áreas deprodução comercial demamão.
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Recomendações de adubação e calagem
No desenvolvimento de sistemas de produção, o manejo de solo e das culturas
é um ponto-chave e que precisa de adequações e validações em acordo com
os diferentes agrossistemas. Em 2009 a Unidade estabeleceu recomendação
de adubação e calagem para diferentes culturas e agrossistemas ou estados,
em parceria com os órgãos estaduais de pesquisa e extensão.
Recomendação de calagem para bananeira em solos de TabuleirosCosteiros
O cultivo da bananeira em solos de Tabuleiros Costeiros muitas vezes tem
sido inviabilizado pela baixa produtividade e alta relação custo/benefício.
Dentre as causas desse problema está a presença, no solo, de camadas coesas
e de alumínio trocável em subsuperfície, limitando o aprofundamento das
raízes, dificultando o suprimento de água e nutrientes e, consequentemente,
o crescimento e produtividade da planta. Entre as soluções buscadas para
resolver esse problema estão as de natureza química, como o uso de calcário
e gesso em profundidade de até 40 cm. A calagem, por elevar o pH e fornecer
cálcio (Ca) e magnésio (Mg), e a gessagem, por possibilitar o deslocamento
do Ca em profundidade, reduzindo a saturação por alumínio, são práticas
utilizadas para ajudar a resolver ou minimizar essas limitações químicas em
profundidade. O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área. Aplica-se
primeiro a dose recomendada para a profundidade de 20 a 40 cm. Para
incorporar o calcário deve-se realizar uma escarificação com hastes retas para
atingir 30 cm de profundidade. Embora o escarificador não revolva o solo,
como o arado, a água das chuvas deverá conduzir/transportar o calcário
aplicado para a macroporosidade (poros grandes) do solo ampliada pelo
escarificador, atingindo assim uma maior profundidade. Aguardar 10 a 15 dias
e aplicar a dose de calcário recomendada para 0 a 20 cm, seguida de nova
escarificação. Deve-se aguardar mais 15 a 20 dias para realizar o plantio. Caso
não seja possível o uso do escarificador, tanto pela topografia superior a 8%,
quanto pela indisponibilidade do implemento, a incorporação do calcário pode
ser efetuada na época da ceifa ou capina da vegetação natural. Neste caso,
aplica-se apenas a recomendação de 0 a 20 cm.
Adubação com manganês para o controle do “amarelão” damandioca no Extremo Sul da Bahia
Há escassez de informações sobre a deficiência de manganês em mandioca
(Manihot esculenta Crantz). No Extremo Sul da Bahia foram observadas
diversas áreas com plantas que apresentavam as folhas amareladas.
Em Santa Cruz Cabrália (BA), plantas com sintomas do amarelão que receberam
aplicações foliares de soluções de sulfato de manganês a 2 e 4%, repetida
com 15 dias, apresentaram brotações novas sadias, com folhas de coloração
Relatório de Gestão 200920○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
verde normal, independente da dosagem. Em plantio com a variedade
Caravela, em uma densidade de 16.667 plantas por hectare, foram aplicadas
na cova diferentes doses de sulfato de manganês (26% de Mn), equivalentes
a 0, 2, 4 e 8 g planta-1. As plantas foram adubadas, na cova de plantio, com
superfosfato simples e, em cobertura, com sulfato de amônio e cloreto de
potássio. A adubação com manganês incrementou o número de raízes por
hectare e a produção de raízes e de parte aérea, em 113%, 189% e 146%,
respectivamente. A produtividade sem o uso do manganês ficou estimada
em 6,4 t ha-1, muito inferior à média da região (10 t ha-1), o que torna o cultivo
da mandioca economicamente inviável em solos carentes desse
micronutriente. A produtividade máxima que foi obtida com o sulfato de
manganês (18,6 t ha-1), bem como com os demais insumos, ainda está abaixo
do potencial da cultura. Isso indica que outros fatores devem ser equacionados
para melhorar o desempenho da mandiocultura na área, tais como pousio,
rotação de culturas e eliminação da prática de queima dos restos vegetais,
que é utilizada pelos agricultores como forma de limpeza da área. Em função
desses resultados e de observações de campo, os agricultores têm usado a
dosagem de 1,7 g planta-1 de sulfato de manganês (30 kg ha-1) em áreas com
sintomas de deficiência deste micronutriente. No caso de se observar o
amarelecimento das folhas das plantas em campo, recomenda-se a aplicação
foliar de uma solução de 20 g de sulfato de manganês por litro de água (2%),
repetida com 15 dias.
Recomendação de calagem e adubação para a mandioca para oestado do Maranhão
O Maranhão é o quarto plantador de mandioca do Brasil, mas apresenta o
pior rendimento médio. Essa cultura é importante para a agricultura familiar,
sendo opção que quase nunca fracassa, além de ser fonte de carboidratos
para a alimentação humana e animal e matéria-prima em inúmeros produtos
industriais. O cultivo ocorre em solos frágeis, de textura arenosa a média,
com teores muito baixos de matéria orgânica, fósforo, cálcio, magnésio,
potássio, manganês e zinco, e em sistema de capoeiras, sem a utilização de
adubos. O preparo da área consiste na derrubada e queima da vegetação
nativa, sendo praticamente impossível mais de um cultivo na mesma área,
pois a produtividade cai muito. Trabalhos de validação no Maranhão permitem
recomendar, para terras não adubadas, 500 kg de calcário dolomítico e 300 kg
de superfosfato simples por hectare. No caso de adubos orgânicos (estercos),
recomenda-se 8 t por hectare, podendo-se dispensar ou reduzir a adubação
química; uma alternativa a esses é plantar leguminosas com a mandioca, no
período mais chuvoso, fazendo-se a roçagem no início da floração e deixando
a massa na superfície do solo, como cobertura morta; uma alternativa favorável
seria o feijão caupi, que também produz alimento. No caso de mais de três
cultivos de mandioca seguidos na mesma área, recomenda-se aplicar 60 kg
de cloreto de potássio por hectare. Em terras adubadas é indispensável a
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 21○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
análise do solo. É comum o aparecimento de reboleiras com plantas amareladas
no mandiocal, devido à deficiência de zinco e/ou manganês, as quais
desaparecem após as chuvas. O calcário dolomítico é aplicado a lanço em toda
a área e incorporado ao terreno, ao cavar as covas ou durante as capinas. O
superfosfato simples é sempre aplicado no fundo das covas, cobrindo com
pequena camada de terra, para evitar queimar a maniva. Os estercos são
aplicados nas covas de plantio, misturando-se à terra. O cloreto de potássio é
aplicado em cobertura de 30 a 60 dias após a brotação das manivas.
Recomendação de calagem e adubação para a mandioca para oestado da Bahia
A mandioca tem grande importância econômica na Bahia, sendo cultivada
em todo o estado, geralmente em solos que apresentam limitações químicas
para o desenvolvimento da cultura. Assim, a recomendação de calagem e
adubação com base em análises químicas do solo é uma importante
ferramenta tanto para agentes de assistência técnica quanto para produtores.
A recomendação de calcário em mandioca para o Estado da Bahia é
estabelecida a partir do resultado da análise química do solo. Após os cálculos,
deve-se utilizar a maior quantidade de calcário determinada pelas fórmulas,
aconselhando-se o máximo de uma tonelada de calcário por hectare, ainda
que tenha sido encontrada quantidade mais elevada, pelo fato de a mandioca
apresentar tolerância à acidez do solo. As quantidades máximas recomendadas
para a aplicação dos insumos (calcário dolomítico, uréia, superfosfato simples
e cloreto de potássio) é estimada em 1.000 , 67, 300 e 67 kg/ha,
respectivamente. Realizando-se a calagem e a adubação nas doses, épocas e
modos de aplicação recomendados e usando-se de forma adequada as demais
práticas de cultivo, estima-se um rendimento médio de 20 toneladas de raízes
por hectare. Há que se ressaltar que a média nacional é de cerca de 13
toneladas de raízes por hectare.
Figura 9. Área deprodução com aplicação
de calcário dolomítico.
Relatório de Gestão 200922○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Recomendação de calagem e adubação para a mandioca para oestado de Sergipe
A mandioca tem grande importância econômica em Sergipe, sendo cultivada
em todo o estado, geralmente em solos que apresentam limitações químicas
para o desenvolvimento da cultura. Assim, a recomendação de calagem e
adubação com base em análises químicas do solo é uma importante
ferramenta tanto para agentes de assistência técnica quanto para produtores.
Experimentos de adubação com as principais culturas no Estado de Sergipe
foram conduzidos, mas as informações estavam dispersas e disponíveis em
artigos científicos, dificultando o acesso do público-alvo. A sistematização das
informações na tabela de recomendação de adubação para a mandioca,
realizada em parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju – SE),
facilitou a consulta e favorecerá o sistema de produção da mandioca. A
validação da tabela foi feita pelos pesquisadores da Embrapa Tabuleiros
Costeiros, por meio de reuniões com agentes da Empresa de Desenvolvimento
Agropecuário de Sergipe (Emdagro) de diversos municípios. A recomendação
considerou principalmente as variedades Kiriris, Aramaris, Caravela, Jarina e
Poti Branca, recomendadas pela Embrapa principalmente as duas primeiras,
por apresentarem resistência à podridão de raízes, além de alta produtividade
e qualidade, plantadas no espaçamento de 1,00 x 0,60 m (16.666 plantas/ha).
Para a calagem considerou-se a elevação da saturação por bases para 60%,
aconselhando-se o limite máximo de 1 tonelada de calcário dolomítico por
hectare. As doses de fósforo e potássio recomendadas variam de 20 a 60 kg
de P2O
5 e/ou de K
2O, a depender do resultado da análise química do solo,
devendo ser aplicados no sulco ou na cova por ocasião do plantio. A quantidade
de N recomendada é de 20 kg de N/ha, aplicando-se em cobertura, de 30 a 60
dias após a brotação das manivas; os adubos orgânicos são preferidos, mas,
devido à pouca disponibilidade e ao elevado custo deles, recomenda-se a
associação com leguminosas, o que supriria também a necessidade de cobrir
o solo para evitar a erosão.
“Desenvolver metodologias de monitoramento depragas, doenças e inimigos naturais e determinar e/ou adequar níveis de controle para subsidiar atomada de decisão no manejo de pragas e doenças”
A realização de monitoramento de pragas e doenças nos pomares é uma
condição para se estabelecer o momento e a forma de controle, otimizando o
manejo. Para isto, é necessário se estabelecer metodologias de
monitoramento que resultem em informação segura. Em 2009 a Unidade
estabeleceu duas metodologias de monitoramento de pragas.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 23○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Metodologia para biomonitoramento e supressão populacionalde brocas da haste da mandioca Sternocoelus (Coleoptera,Curculionidae) utilizando armadilha CNPMF “Telha de Barro”
No Brasil, o gênero Sternocoelus tem se destacado por causar danos em
cultivos familiares e comerciais na região Nordeste e em outras regiões do
país. No entanto, as informações sobre as brocas da mandioca são escassas e
não há, até o presente momento, técnicas de baixo custo que possam ser
utilizadas pelos produtores (familiares e outros) para detecção, coleta,
delimitação, levantamento e monitoramento populacional das brocas da haste
na cultura da mandioca. Em campo, a detecção da presença e a coleta de
adultos da broca é difícil, pois são besouros pequenos, de coloração marrom,
que medem de 5 a 10 mm de comprimento. Para a realização do
monitoramento são requeridos sistemas de armadilhas e atraentes sensíveis
capazes de detectar a presença do inseto-praga na área de produção. O
princípio da armadilha CNPMF “Telha de Barro” baseia-se no fornecimento
de abrigo e atrativo alimentar para os adultos das espécies de broca da haste
Sternocoelus manihoti (Marshall) e Sternocoelus sp. (Coleoptera,
Curculionidae) que ocorrem associadas à cultura da mandioca. A armadilha
CNPMF “Telha de Barro” propicia fácil detecção e coleta dos adultos, pois
exerce atração provavelmente devido aos odores das raízes das variedades
suscetíveis, que atuariam como cairomônios, sinalizadores moleculares que
uma espécie animal produz e que são identificados por outra. A armadilha
fornece proteção, abrigo, alimentação e possibilidade de acasalamentos e isso
contribui para a detecção da praga e a coleta de adultos diretamente na
armadilha. Na confecção da armadilha CNPMF “Telha de Barro”, raízes de
variedades suscetíveis são cortadas no sentido longitudinal e colocadas sob
uma telha de barro, para servirem de sítios de alimentação e acasalamento
para os adultos da broca. A rede de armadilhas deve ser instalada próxima à
haste da planta de mandioca e protegida da ação do sol, por meio da colocação
de capim seco sobre a telha. A inspeção da armadilha poderá ser realizada a
cada dois ou três dias, realizando-se a quantificação e remoção, da área de
produção, dos adultos da broca capturados na armadilha.
Ficha de amostragem de pragas e doenças do mamoeiro
Esta ferramenta foi desenvolvida por pesquisadores da Embrapa Mandioca e
Fruticultura Tropical, envolvendo áreas de pesquisas como Entomologia,
Fitopatologia e Acarologia. A ficha permite calcular automaticamente as
médias, porcentagens e número de plantas atacadas por diferentes pragas da
cultura transformando estes dados em resultado que possibilita a tomada de
decisão de controle. Para a criação da ficha foi utilizado o programa Microsoft
Excel, com o intuito de automatizar os cálculos necessários, de forma a
padronizá-los e minimizar erros. A ficha possui campos gerais para informar
data da amostragem, horário de início e fim do monitoramento, propriedade
Relatório de Gestão 200924○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
onde o monitoramento é realizado, responsável pelo monitoramento e talhão
que está sendo avaliado. No primeiro quadro existe um campo para digitação
do tamanho do talhão, em hectares, o que permitirá a quantificação do número
de frutos no talhão e o número total de frutos afetados pela pinta preta, doença
que causa depreciação dos frutos e impedem a exportação dos mesmos. Esta
quantificação é baseada na média de frutos por mamoeiro, no número de
plantas por hectare (1650 plantas no espaçamento 2 x 3). As anotações obtidas
em campo são transferidas para a planilha base que, após renomeada com a
data do monitoramento, irá se constituir num documento de comprovação
da necessidade de controle. Para cada praga monitorada existe um campo de
anotação e um procedimento de cálculo. As pragas monitoradas são:
cochonilha, Phytophthora, cigarrinha, ácaro rajado, pinta preta ou varíola,
Corynespora, mosca branca, ácaro branco, Phoma, mancha chocolate e os
inimigos naturais de algumas pragas.
“Quantificar a vulnerabilidade, ampliar ozoneamento de risco e definir zonas favoráveis àprodução de mandioca e fruteiras tropicais, diantedos cenários de mudanças climáticas”
Em parceria com a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas - SP), a
Unidade estabeleceu metodologias para estabelecimento do risco climático
para diferentes culturas e consórcios, em diferentes regiões.
Na determinação da aptidão climática para o cultivo do mamoeiro no Estado
da Bahia foram utilizadas as variáveis climatológicas temperatura média (Tm),
temperatura média máxima (Tx), umidade relativa do ar (UR) e déficit hídrico
anual acumulado (DEF) como parâmetros para definir as zonas de aptidão.
Locais com Tm abaixo de 18oC foram consideradas inaptas ao cultivo do
mamoeiro, entre 18oC e 21oC com aptidão moderada, acima de 21oC com
aptidão elevada e Tx > 31oC consideradas limitantes para o cultivo de mamoeiro
do grupo Solo. UR abaixo de 60% foi considerada inapta para o cultivo.
Localidades apresentando valores acumulados de DEF superiores a 150 mm
foram consideradas inaptas ao cultivo sem irrigação e moderada para DEF entre
75 e 150 mm. A deficiência hídrica foi a variável mais limitante para produção
de mamoeiro em condições de sequeiro (90% da área) sendo que, nas regiões
cujo o regime hídrico foi moderado (4%) não houve restrição térmica ou de
umidade do ar. Apenas 14% do território apresenta limitações térmicas máximas
para o mamoeiro do grupo solo, sendo que para UR foi de 4,5 %. Com relação
ao limite térmico inferior, não houve áreas significativas com insuficiência
térmica (Tm<18ºC), porém 4,5 % da área apresentou moderada aptidão (18oC<
Tm<20oC) associada à elevada altitude das localidades.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 25○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Metodologia para elaboração de zoneamento de riscosclimáticos para o sistema de produção mandioca consorciadocom caupi ou com feijão
O consórcio de culturas é prática utilizada principalmente entre os pequenos
produtores no Brasil, que buscam redução dos riscos devido às irregularidades
climáticas, maior aproveitamento da propriedade e maior retorno econômico.
Além disso, constitui alternativa altamente viável para aumentar a oferta de
alimentos. Dentre as associações de espécies de culturas anuais em uso nas
diferentes regiões no país, destacam-se os consórcios, tais como: algodão-caupi,
milho-caupi, sorgo-caupi, mamona-caupi, mandioca-caupi, milho-feijão,
mandioca-feijão, café-feijão e café-milho, os quais merecem atenção especial
no sentido de se buscar estratégias para melhoria da eficiência desses sistemas
de cultivo. Este trabalho apresenta a metodologia para elaboração de
zoneamento de riscos climáticos para o sistema de produção mandioca
consorciado com caupi de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, que por sua vez, utiliza os resultados das metodologias na
concessão de crédito através do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária
(Proagro), Proagro Mais e subvenção federal ao prêmio do seguro rural.
“Selecionar e recomendar práticas de uso, manejo econservação do solo mais eficientes e sustentáveis,de forma a evitar/prevenir/minimizar a degradaçãoambiental”
Uso do capim vetiver (Chrysopogon zizanioides) no sistema decultivo de mandioca
A mandioca apresenta crescimento inicial lento e o solo fica, nos primeiros
cincos meses, desprotegido e sujeito a agentes erosivos (impacto de chuva,
vento, escorrimento superficial, lixiviação etc.), principalmente em áreas
declivosas. Práticas agrícolas como a aplicação de cobertura morta do solo e
implantação de cordão de contenção seguindo a curva de nível apresentam-
se como alternativas viáveis para o manejo da erosão do solo, evitando perdas
de camadas superficiais e, consequentemente, de sua fertilidade. O vetiver,
em regiões que favoreçam seu crescimento vegetativo, tem-se apresentado
como alternativa para o uso de cobertura morta e, principalmente, barreira
vegetal. A planta apresenta inviabilidade de germinação de suas sementes,
sendo propagada vegetativamente, mas com crescimento lateral limitado,
características que não o qualificam como planta infestante. Tolera podas e
apresenta alto volume de raízes. O capim vetiver tem sido observado
contornando paralelamente as áreas de declividade, evitando a perda de solo
por erosão e o acúmulo de umidade. O aumento excessivo de umidade no
Relatório de Gestão 200926○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
solo torna a área não agricultável para a mandioca, pois favorece a ocorrência
de podridão radicular. Portanto, faz-se o estabelecimento do vetiver na área
antes do plantio da mandioca. De plantas de vetiver estabelecidas para as
ações anteriores ou contornando a área da propriedade, pode-se podar a parte
aérea e utilizá-la como cobertura morta, sobre a superfície do solo nas
entrelinhas da cultura da mandioca. A primeira poda, em torno de 15 a 20 cm
do solo, deverá ocorrer após o estabelecimento da planta, entre os cinco e
seis meses do plantio. As podas subseqüentes poderão ocorrer de duas a três
vezes ao ano. A prática de podar o vetiver é essencial para a própria planta,
pois promove o crescimento de novos perfilhos, reduz o volume de folhas
velhas e evita o aparecimento de doenças.
Conservação do solo para a mandioca para o Estado doMaranhão
O Maranhão é o quarto plantador de mandioca do Brasil, mas apresenta o
pior rendimento médio. Essa cultura é importante alternativa para a agricultura
familiar, sendo opção que quase nunca fracassa, além de ser importante fonte
de carboidratos para a alimentação humana e animal e matéria-prima em
inúmeros produtos industriais. O cultivo ocorre em solos frágeis, de textura
arenosa a média, com teores muito baixos de fósforo, cálcio, magnésio e
potássio. A topografia geralmente é plana a suave ondulada. A maior parte
do cultivo ocorre em sistema de capoeiras, sem a utilização de adubos, e o
preparo da área consiste na derrubada e queima da vegetação nativa. Não é
realizado mais de um cultivo na mesma área, pois a produtividade cai bastante
já no segundo cultivo. Como a mandioca é cultura esgotante do solo pela
erosão e/ou pela exportação de nutrientes, na busca de um cultivo sustentável
deve-se: 1) Evitar queimar a vegetação natural; 2) Analisar o solo para aplicar
calcário dolomítico e adubos de forma correta; 3) Preparar o solo e fazer o
plantio sempre “cortando” as águas; 4) Semear uma leguminosa para adubação
verde, se o solo necessitar ficar algum tempo descoberto, aguardando a época
de plantio adequada; 6) Fazer a rotação da mandioca com outras culturas
(leguminosas); 7) Plantar a mandioca em fileiras duplas, em consórcio com
culturas como arroz, milho, feijão, amendoim etc., para melhorar a cobertura
do solo; 8) Em áreas enladeiradas, preparar o solo e plantar no sentido
“cortando as águas” e em consórcio; 9) Plantar em camalhão ou leirão,
“cortando as águas”; 10) Combinar faixas de mandioca com faixas de outras
culturas (arroz, milho, feijão, amendoim etc.); 11) Enleirar os restos culturais
no sentido “cortando as águas”; 12) Cobrir o solo com vegetação morta,
sempre que houver disponibilidade de resíduos vegetais; 13) Usar sistema de
capinas alternadas; e 14) Utilizar linhas de vegetação cerrada “cortando as
águas”, plantadas com capim vetiver, por exemplo.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 27○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
“Desenvolver variedades de mandioca e fruteirastropicais com maior valor nutricional adequado àsexigências do mercado”
Lançamento da variedade Jari
Para mandioca, foi disponibilizada a variedade Jari, desenvolvida para fornecer
uma fonte de amido enriquecida com maiores teores de carotenóides, que
são precursores da vitamina A. A carência de vitamina A é um problema que
afeta parte da população brasileira, principalmente de baixa renda, causando
cegueira noturna. Os trabalhos de biofortificação para esta vitamina
contemplam a mandioca, num projeto liderado pela Embrapa Agroindústria
de Alimentos (Rio de Janeiro - RJ) e com financiamento internacional. Em 2009
foi lançada a variedade Jari, de polpa amarelada, para consumo de mesa.
A cultivar BRS Jari foi gerada no ano de 2003, em campos de cruzamentos
controlados, tendo como parental feminino a cultivar BGM 1721 (Abóbora) e
masculino a cultivar BRS Dourada. Para teores de carotenóides totais e de
betacaroteno nas raízes, a BRS Jari destacou-se dos demais com teores de
carotenóides total na raiz de 10,47 μg.g-1 e de betacaroteno de 8,73 μg.g-1, o
dobro daquele apresentado pelas cultivares BRS Dourada e BRS Gema de Ovo,
lançadas em 2005. Com relação às características qualitativas, apresentou 46
ppm de ácido cianídrico nas raízes cruas e o tempo máximo de cozimento foi de
25 min. A massa cozida apresentou coloração amarelo intenso, ausência de fibras
e consistência plástica. Em experimentos avançados de produtividade,
conduzidos em Cruz das Almas, Bahia, nos anos de 2005 e 2006, a BRS Jari
produziu 15 t.ha-1 aos 10 meses de idade e os teores de amido variaram de 27%
Figura 10. BRS Jari:Variedade rica em
carotenóides.
Relatório de Gestão 200928○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
a 31,6%. Os experimentos foram estabelecidos em blocos ao acaso, com quatro
repetições. Em experimentos de provas participativas realizados com agricultores
de Santo Amaro (BA), apresentou rendimentos de raiz de 16,5 t.ha-1 e teor de
amido de 28%, aos 12 meses de idade. Em Umbaúba (SE), o rendimento de
raízes alcançou 32 t.ha-1 e o teor de amido foi de 26%, aos 12 meses de idade.
Em Pacajus (CE), o rendimento médio de raízes aos 18 meses de idade foi de
16,2 t.ha-1 e o teor de amido, de 26,6%. Em Araripina (PE), o rendimento máximo
de raízes alcançado foi de 4,4 t.ha-1 e o teor de amido foi de 28%. Em todos
estes locais, a BRS Jari apresentou boas características para o consumo de mesa.
Houve variação em termos de rendimento de raízes entre locais, observando-
se que, em Araripina, a cultivar BRS Jari apresentou rendimentos abaixo da média
local, não sendo indicada para cultivo nesta região.
“Desenvolver tecnologias e processos visando aobtenção de produtos com maior valor agregado,mais nutritivos e para novos usos”
Em 2009 a Unidade lançou novos produtos e processos por meio do
aproveitamento da biodiversidade, do uso de técnicas de transformação/
conservação de alimentos e valorização de mercado de frutas oriundas da
produção integrada.
Técnica para micropropagação de híbrido de abacaxiornamental
A necessidade de um elevado número de plantas do híbrido selecionado para
as diversas avaliações a serem realizadas aumenta significativamente o tempo
para a obtenção do híbrido final, visto que a propagação do abacaxizeiro é
lenta e produz poucas mudas por planta matriz. A micropropagação de plantas
por meio da cultura de tecidos é uma técnica usada para a produção em larga
escala de plantas sadias e vem sendo aplicada, com êxito, para as principais
variedades comercializadas de abacaxi (Araujo et al., 2008). No entanto,
trabalhos realizados com variedades silvestres do gênero Ananas mostraram
uma resposta diferenciada, com taxas de multiplicação mais baixas e presença
de bactérias endógenas, evidenciando a necessidade de ajuste nos protocolos
testados. Os híbridos obtidos no programa de melhoramento genético em
andamento na Embrapa, voltado para abacaxi ornamental, são oriundos de
cruzamentos entre variedades silvestres, demandando, portanto, estudos
semelhantes. Foi conduzido um estudo visando avaliar os efeitos de
reguladores de crescimento sintéticos em meio de cultura líquido e gelificado,
objetivando a produção de mudas de abacaxi ornamental em larga escala. Os
resultados mostraram que a adição de BAP (6-benzilaminopurina) foi
fundamental para a indução satisfatória de brotações in vitro dos híbridos
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 29○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
micropropagados. Houve resposta diferenciada entre os híbridos avaliados
para as características estudadas. O meio de cultura MS em estado líquido
suplementado com 2,68 μM ANA + 2,22 μM BAP foi o que apresentou as
maiores taxas de multiplicação, enquanto que a ausência de BAP favoreceu o
enraizamento e o maior crescimento das plantas regeneradas, porém sem
formação de brotos.
Figura 11.Micropropagação do
abacaxizeiro.
Técnica de micropropagação e conservação in vitro deNeoglaziovia variegata (Arr. Cam.) Mez, uma bromeliáciabrasileira produtora de fibra
Neoglaziovia variegata é uma Bromeliaceae nativa da Caatinga, usada para
extração de fibras na região Nordeste. A atividade antrópica coloca esta espécie
entre as ameaçadas. O estudo objetivou estabelecer uma metodologia de
propagação e conservação in vitro de caroá. Foram cultivadas sementes em
meio MS na presença ou ausência de luz. Plântulas germinadas in vitro foram
multiplicadas em meio MS suplementado com as combinações de 0,05 e 0.50
μM de NAA e 2.2 e 4.4 μM de BAP e KIN. Foram obtidas as melhores
porcentagens de germinação com sementes incubadas na presença de luz. A
taxa de multiplicação mais alta foi obtida no tratamento NAA (0,5 μM) + BAP
(4,4 μM) e o número de raízes, com NAA (0.5 μM) + KIN (2.2 μM). A
aclimatização das plantas apresentou resultados diferenciados em relação aos
substratos testados. Ao final do trabalho foi possível a obtenção de um número
elevado de mudas de caroá que respondeu bem ao processo de aclimatização,
caracterizando, dessa forma a possibilidade de usar esse método para a
produção de plantas de caroá em larga escala.
Relatório de Gestão 200930○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A área de tecnologia de alimentos tem grande demanda pela geração de novos
produtos, com maior valor agregado. Em 2009 a Unidade lançou dois
processos, um com mandioca e outro com umbu-cajá.
Compota de umbu-cajá
A umbu-cajazeira (Spondias SP.) é uma planta arbórea, da família Anacardiácea.
Presume-se ser resultante do cruzamento natural entre o cajá (Spondias
mombin) e o umbu (S. tuberosa). Assim como a cajazeira e o umbuzeiro, a
umbu-cajazeira é uma frutífera tropical nativa do Nordeste brasileiro. Os frutos
são drupas com epicarpo liso, pouco espesso e de coloração variando de
amarela até verde-amarelada. Possui fácil propagação. Por ser um fruto pouco
explorado pelas agroindústrias, o estudo dessa cultura vem sendo estimulada.
Atualmente o umbu-cajá é consumido principalmente in natura, como refresco
e sorvete. A adequação de tecnologias convencionais e o desenvolvimento
de novas tecnologias de processamento permitem um aproveitamento mais
rentável dessa cultura, pois permite agregar valor a esse produto. Neste estudo
foi desenvolvido um novo produto alimentício, a compota de umbu-cajá, como
parte da tese de mestrado de Gleize Fiaes, estudante do curso de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Produção Integrada de Citros na Bahia
A fruta Selecta Brasil é o resultado de uma prática agropecuária estabelecida
pelo manejo de produção integrada. Em 2009 o produto passou a ser
comercializado nos supermercados e foi realizado um estudo de aceitação pelo
consumidores. A maioria dos entrevistados (96,3%) aprovou a qualidade das
frutas Selecta Brasil e 97,3% deles pagariam um preço mais alto por uma fruta
de melhor qualidade e com procedência (rastreabilidade). A pesquisa revelou
ainda que 97,9% dos consumidores entrevistados consideram importante e
muito importante levar para casa um alimento seguro e produzido preservando
o meio ambiente; 96,1% indicariam as frutas Selecta Brasil para outros
consumidores e 98,5% consideram muito importante o fato de as frutas Selecta
Brasil serem produzidas sem causar danos ao meio ambiente e à saúde do
trabalhador. Quanto a importância de saberem que essas frutas têm
quantidades mínimas de agrotóxicos, 98,8% afirmaram que é muito importante
essa informação. Saber a procedência (rastreabilidade) da fruta consumida é
importante para 97,5% dos consumidores. Outro dado muito interessante
mostra que 97% consideram importante e muito importante consumir frutas
certificadas e garantidas pelo governo brasileiro e pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), como credenciador
do organismo de avaliação da conformidade (OAC). Quando abordados sobre
quais atributos levam em consideração ao adquirir uma fruta, as respostas
mostraram que 73,1% deles consideram que a aparência é determinante; para
61,6% deles o sabor é fundamental; 18,6% consideram a procedência; 9,1%
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 31○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
consideram o nível de agrotóxicos e para 5% dos entrevistados apenas o preço
é considerado para a tomada de decisão. Apesar de a campanha ser
desenvolvida apenas no ponto de venda, a iniciativa foi inovadora e
proporcionou excelente retorno sobre a percepção do consumidor em adquirir
uma fruta certificada. Além disso, sinalizou como uma ação muito importante
para o futuro do programa de Produção Integrada do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, pois reflete a tendência de um novo nicho de
mercado no cenário nacional, por atender a uma demanda da sociedade
brasileira em relação ao consumo de alimentos seguros, contribuindo
significativamente para um diferencial de competitividade.
“Ampliar a coleta e disponibilizar germoplasma demandioca e fruteiras tropicais caracterizado comobase para a exploração de novos caracteres edesenvolvimento de novas variedades”
A biodiversidade é hoje reconhecida como uma das maiores riquezas naturais
disponíveis para uso, desde que conservada adequadamente. A Unidade
trabalha com diferentes culturas e tem na manutenção e organização dos
bancos de germoplasma uma importante atividade da parte de recursos
genéticos. Mas, além de manter e organizar, há necessidade de disponibilizar
informações à sociedade, para permitir intercâmbio.
Figura 12.Comercialização de frutas
Selecta Brasil.
Relatório de Gestão 200932○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Base de dados dos Bancos Ativos de Germoplasma (BAGs)
A sobrevivência de uma espécie, seja sob condições naturais ou criadas pelo
homem, apresenta estreita dependência de sua variabilidade genética, pois
esta, numa relação direta com sua magnitude, lhe confere o valor adaptativo
necessário à sua manutenção frente a mudanças ambientais. Em razão disto,
a preservação da variabilidade genética disponível de plantas cultivadas,
mediante a constituição de bancos de germoplasma, é de suma importância
tanto sob o ponto de vista de sua conservação biológica como pelo de seu
melhoramento genético. Nesse sentido, é importante a formação de um banco
de dados das espécies trabalhadas, principalmente com informações básicas
como dados de passaporte, de caracterização, avaliação e disponibilidade para
intercâmbio, além da disponibilidade do banco de dados na internet, realizada
por meio do Sistema Brasileiro de Informações em Recursos Genéticos
(Sibrargen), coordenado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
(Brasília - DF). O sistema foi desenvolvido para integrar as informações geradas
e processadas na área de recursos genéticos vegetais (RGV) da coleção de
base da Embrapa, do inventário geral da Embrapa e das informações obtidas
com as coleções de fruteiras (abacaxi, acerola, banana, citros, mamão, manga,
maracujá) e mandioca, conservadas nos BAGs e pesquisadas pelas unidades
descentralizadas da Embrapa. Espera-se, em um futuro próximo, a adesão de
outras instituições de pesquisa coordenadoras de BAGs fortalecendo assim, a
cadeia produtiva. A base de dados dos BAGs da Unidade visa armazenar e
tornar acessíveis informações sobre dados de passaporte, caracterização e
avaliação dos recursos genéticos vegetais das culturas conservadas e
pesquisadas.
Figura 13. Frutos dobanco ativo degermoplasma de citros.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 33○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
OBJETIVO 2: Intensificar odesenvolvimento de tecnologias para ouso sustentável dos biomas eintegração produtiva das regiõesbrasileiras
Em 2009 a Unidade desenvolveu tecnologias para atender à seguinte
contribuição:
“Desenvolver tecnologias de manejo de pragas edoenças, alternativas ao emprego de agrotóxicos,mediante substituição de insumos, manipulação doambiente e incremento da biodiversidade funcional”
Inoculação de Beauveria bassiana para colonização endofíticade banana
A broca-do-rizoma da bananeira Cosmopolites sordidus (Germ.) (Coleoptera,
Curculionidae) é a principal praga da cultura. A larva faz galerias no rizoma
com consequente redução na produtividade dos bananais e maior
suscetibilidade aos tombamentos, principalmente em plantas com cacho.
Mudas de bananeira infestadas têm sido apontadas como a principal forma
de disseminação do inseto. O controle desse inseto tem sido normalmente
realizado por meio de inseticidas de amplo espectro e longo período residual.
Como alternativa de baixo impacto ambiental, a utilização do fungo
entomopatogênico Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. destaca-se no manejo da
praga. Portanto, vários pontos críticos devem ser melhor compreendidos para
o aprimoramento do controle biológico de C. sordidus mediante uso do fungo
B. bassiana. Considerando que os danos são causados pelas larvas e que o
material de propagação constitui-se na principal forma de dispersão do inseto,
a possibilidade de utilização de B. bassiana em mudas de bananeira é uma
alternativa promissora no manejo desta praga. Desta forma, o objetivo deste
trabalho foi avaliar o potencial de B. bassiana para colonização endofítica de
mudas de bananeira, visando aplicação no controle de C. sordidus. As
metodologias de inoculação das cepas (imersão, injeção e no solo) foram
adaptadas com base em informações da literatura. As variáveis avaliadas foram
referentes às mudas (altura, diâmetro do pseudocaule, número de folhas e
sobrevivência) e à B. bassiana (porcentagem de colonização). Devido à maior
simplicidade, o método de inoculação pela imersão das mudas em suspensão
de conídios de B. bassiana é promissor.
Relatório de Gestão 200934○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
“Desenvolver sistemas de produção para asustentabilidade do agroecossistema”
Monitoramento da fusariose em unidade de produção integradade abacaxi no Tocantins
O Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIP) é uma das práticas mais
importantes na implementação do sistema de Produção Integrada. O
monitoramento, parte integrante do MIP, possibilita o uso racional de
agrotóxicos na cultura do abacaxizeiro, haja vista que a tomada de decisão
quanto à necessidade de adotar o controle químico depende da intensidade
de ataque da doença. Tal procedimento minimiza o impacto da aplicação de
agrotóxicos sobre o meio ambiente, um dos pilares de sustentação da
Produção Integrada de Abacaxi. Adicionalmente, contribui também para a
produção de frutos sem resíduo de agrotóxicos e para a melhoria da qualidade
do produto final. Realizado a partir do terceiro mês após o plantio e em
freqüência mensal, o monitoramento obedece à seguinte metodologia: em
plantios de até cinco hectares são avaliadas dez amostras, cada uma delas
constituída de 50 plantas seguidas na mesma linha para o caso de plantio em
fileiras simples ou, naqueles em fileiras duplas, 25 plantas seguidas em cada
linha de plantio (totalizando 50 plantas por amostra). Assim sendo, para
plantios de até cinco hectares, a amostragem compreende um total de 500
plantas. Em plantios com área superior a cinco hectares, o número de amostras
avaliadas sobe para 20, o que eleva para 1.000 o número de plantas avaliadas
por plantio. A técnica do monitoramento permite disponibilizar aos produtores
a informação necessária para a tomada de decisão sobre o momento e a
intensidade do controle químico da fusariose. O monitoramento realizado de
abril a setembro permitiu a recomendação da adoção do controle químico
durante o desenvolvimento das inflorescências.
Figura 14. Monitoramentoda fusariose em unidadede produção integrada deabacaxi no Tocantins.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 35○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A identificação de pragas e doenças e a proposição do uso de técnicas de
Manejo Integrado de Pragas são fortes aliados da implantação da Produção
Integrada de Abacaxi. O criterioso monitoramento das pragas permite a adoção
de práticas fitossanitárias menos agressivas ao ambiente, mediante o uso
racional de agrotóxicos na cultura do abacaxizeiro, minimizando o impacto na
microbiota benéfica, fundamental no sistema da Produção Integrada do
Abacaxi, possibilitando a melhoria na qualidade dos frutos produzidos e a
preservação ambiental. Os procedimentos estabelecidos para o
monitoramento de plantas com sintomas de fusariose são: em plantios de
até cinco hectares, deve-se amostrar 10 pontos por hectare, caminhando-se
em ziguezague, avaliando-se 50 plantas seguidas na linha em cada ponto, num
total de 500 plantas/ha. Em plantios com área superior a cinco hectares, deve-
se amostrar 20 pontos avaliando-se 50 plantas seguidas na linha em cada
ponto, num total de 1.000 plantas por plantio. O ponto de partida do
monitoramento é definido pelo pragueiro. As avaliações, com freqüência
mensal, devem ser iniciadas no segundo mês após o plantio e continuar até o
tratamento da indução floral. A necessidade de efetuar, ou não, o controle
químico é fundamentada no monitoramento. Detectando-se cinco plantas ou
mais com sintoma de fusariose na área de até 5 ha ou pelo menos 10 plantas
ou mais em áreas acima de 5 ha, deve-se iniciar o controle químico. O registro
da ocorrência de planta com fusariose é feito na ficha de campo.
Posteriormente os resultados são anotados no caderno de campo, que é objeto
de fiscalização das comissões avaliadoras das conformidades.
“Desenvolver sistemas de produção, processamento,usos e comercialização voltados para o atendimentodas necessidades da agricultura de base familiar, quecontribuam para garantir maior retorno econômico,reduzir impactos ambientais e incluir mulheres ejovens”
Processamento mínimo de mandioca
A conservação pós-colheita das raízes de mandioca tem sido uma preocupação
de indústrias e produtores, devido ao curto tempo de estocagem e á alta
perecibilidade das raízes. Dois fenômenos são apontados como responsáveis
pela deterioração das raízes, sendo um de ordem fisiológica ou enzimática
(deterioração primária) e outro de ordem microbiológica (secundária). A
primária pode ocorrer em torno de 48 horas após a colheita. É provocada pela
descoloração e pelo aparecimento de estrias ou veias azuladas no sistema
vascular da polpa e é a causa inicial da perda de aceitabilidade de raízes in
natura nos mercados. A segunda, que segue à primária, é provocada por uma
gama de microrganismos que ocasionam a decomposição do produto. Manter
Relatório de Gestão 200936○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
a qualidade das raízes por maior tempo tem sido um grande desafio para a
indústria de alimentos. A associação dos conhecimentos da tecnologia de
processamento e de fisiologia pós-colheita tem levado ao crescimento do
segmento de produtos minimamente processados. A tecnologia de
processamento mínimo surgiu no mercado como resposta à demanda por
produtos de fácil preparo e maior conveniência e representa uma alternativa
para o prolongamento da vida útil deste produto. A produção de mandioca
minimamente processada pode ampliar o período de oferta da raiz e
disponibilizar um alimento mais prático para ser utilizado.
Nova época de plantio do abacaxi Pérola no Extremo Sul daBahia, região costeira, para deslocamento da colheita paraperíodos de entressafra
A indução floral é uma prática cultural de grande importância no cultivo do
abacaxizeiro. O florescimento natural é favorecido por temperatura e insolação
baixas e por condições extremas de umidade, o que limita o plantio em
determinadas épocas do ano. Na região Extremo Sul da Bahia a ocorrência de
florescimento natural do abacaxizeiro em junho/julho resulta na concentração
da colheita dos frutos no final do ano, época de preços baixos. A escolha da
época adequada para o plantio visa evitar a concentração da safra e conseguir
deslocar a produção para épocas de preços mais altos. Unidades de observação
foram estabelecidas em maio de 2001, no município de Porto Seguro e, em
março de 2002, no município de Santa Cruz Cabrália, em plantio sob sequeiro,
no espaçamento em fileiras duplas de 0,90 x 0,40 x 0,40 m e adubação realizada
conforme a análise de solo. As plantas apresentaram crescimento satisfatório
e atingiram porte adequado para a indução floral aos dez meses após o plantio.
A colheita dos frutos foi realizada aos 16 meses após o plantio. Entre 52% e
57% dos frutos se enquadraram na classificação 3 (1,5 a 1,8 kg) e 4 (1,8 a 2,1
kg) enquanto 3,3% a 5,3% ficaram na classe refugada (<0,9 kg). Dessa forma,
em plantios estabelecidos nos meses de março e maio, as induções foram
viáveis a partir de fevereiro do ano seguinte, de forma que as colheitas podem
ser programadas para os meses de julho a outubro, período de preços
superiores ou equivalentes à média anual nos mercados local e nacional. Nesse
período de colheita, caracterizado por insolação menos intensa que no verão,
são poucas as perdas por queima dos frutos. Por outro lado, especial atenção
deve ser dada ao controle da fusariose, pois as florações induzidas em períodos
mais frios e chuvosos propiciam condições mais favoráveis para o
desenvolvimento da doença.
Aproveitamento multiuso de resíduos de sisal: artesanato alémda fibra - Comunidade de Boa Fé (São Domingos - BA)
Este processo foi construído no âmbito do projeto “Fortalecimento da
agricultura familiar do semiárido baiano mediante a implementação de práticas
agregadoras de valor e adequadas às condições socioambientais”, com foco
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 37○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
na melhoria das condições de processamento de mandioca e das frutas
regionais, na organização da produção e da comercialização e na introdução
de alternativas de diversificação da produção com fruteiras ornamentais. O
projeto atendeu a demanda das mulheres da comunidade de Boa Fé (São
Domingos - BA, Território do Sisal) que se ressentiam da falta de alternativas
de geração de renda, principalmente para a população jovem. Na execução
do trabalho, percebeu-se que partes da planta de sisal (Agave sisalana Perrine),
não aproveitadas após o tempo útil de cultivo, poderiam ser transformadas
em artefatos ornamentais de alto valor agregado, gerando emprego e renda
para a população rural. Verificando essa possibilidade, agricultores da
comunidade, integrantes do projeto, foram sensibilizados, especialmente
mulheres e jovens. Além da capacitação dos agricultores, o trabalho analisou
a viabilidade econômica da produção de cachepôs e suportes para cultivo de
orquídeas, obtidos a partir dos resíduos de sisal abandonados no campo. A
análise foi realizada em condições determinísticas, o que possibilitou identificar
os componentes de maior impacto na determinação da rentabilidade
econômica. Os resultados das simulações revelaram que a produção de suporte
de orquídeas apresenta-se como atividade de menor risco e com maior
probabilidade (85,4%) de uma receita positiva. Levantamento preliminar
realizado em floriculturas da capital e municípios de maior porte mostrou
enorme potencial dos materiais nesse mercado tão exigente de novidades.
Durante a execução do projeto foi possível acompanhar as mudanças no
comportamento da comunidade em relação ao trabalho e à proposta inicial,
observando-se um forte estímulo em usar a criatividade para dar conta desse
desafio, além de se organizar para comercializar os produtos.
Figura 15. Reunião naComunidade de Boa Fé,
São Domingos, BA.
Relatório de Gestão 200938○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
“Colaborar na organização dos produtores, comoforma de reduzir a assimetria de informação e ainstabilidade de mercado de mandioca e fruteirastropicais”
A Unidade trabalhou na geração de bases de dados com informações
necessárias às escolhas e tomadas de decisão.
“Inserção e competitividade do agricultor familiar do ExtremoSul da Bahia no agronegócio da mandioca e do abacaxi” e“Cultivo orgânico de mandioca e abacaxi em unidades deprodução familiar do Extremo Sul da Bahia”
A organização de produtores, principalmente daqueles de baixo porte, é
importante sob vários aspectos, para o próprio interesse e para ter acesso às
tecnologias. Em 2009 a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
disponibilizou diferentes bases de dados, principalmente na região do Extremo
Sul da Bahia, onde desenvolve projeto de aporte tecnológico sustentável para
pequenos produtores de frutas e mandioca. As bases compõem dados
econômicos e de consumo de frutos in natura de abacaxi e de mandioca e
seus derivados na rede hoteleira, de bares e restaurantes, supermercados e
feiras livres de Santa Cruz Cabrália. A formação do presente banco de dados
teve como objetivo apoiar as ações dos projetos “Inserção e competitividade
do agricultor familiar do Extremo Sul da Bahia no agronegócio da mandioca e
do abacaxi” e “Cultivo orgânico de mandioca e abacaxi em unidades de
produção familiar do Extremo Sul da Bahia”. Além dos aspectos econômicos/
financeiros, para participar dos mercados competitivamente, os agricultores
familiares devem conhecer amplamente todas as informações a respeito das
características do mercado-alvo, como centros fornecedores dos produtos,
ou seja, concorrentes; comportamento sazonal e determinantes da formação
dos preços; canais de comercialização; identificação das preferências dos
consumidores (atributos) e razões do consumo, segundo as classes de renda;
locais de compra preferenciais, segundo as classes de renda; e outras
informações inerentes à dinâmica do mercado e à definição das estratégias
para conquistá-lo. Dessa forma, objetivou-se gerar informações que
contribuam para o acesso, de forma competitiva, dos agricultores familiares
do Extremo Sul da Bahia, ao mercado de abacaxi.
A coleta de dados no município de Santa Cruz Cabrália (BA) foi iniciada em
2007, por meio de entrevistas realizadas nos diferentes segmentos da cadeia.
Para a elaboração dos questionários utilizou-se o método de survey (Malhotra,
2006) e foram realizados pré-teste e treinamento dos entrevistadores. Foi
formada uma base de dados onde utilizou-se o software Sphinx Léxica®
(Sphinx, 2005) no tratamento dos dados.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 39○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
OBJETIVO 3: Contribuir para o avançoda fronteira do conhecimento eincorporar novas tecnologias, inclusiveas emergentes
“Identificar e caracterizar promotores, genes emarcadores genéticos relacionados à resistência/tolerância a fatores bióticos e abióticos limitantespara mandioca e fruteiras tropicais visando odesenvolvimento de novas cultivares de mandioca efruteiras tropicais”
Em 2009 foram desenvolvidas duas metodologias científicas:
Identificação de linhagens de mamoeiro por seleção assistidapor marcadores microssatélites
O desenvolvimento de linhagens de mamoeiro pode levar vários anos, tendo
em vista o ciclo relativamente longo da cultura (dois anos) e a necessidade de
várias gerações de autofecundação para atingir um nível desejável de
homozigosidade. O objetivo do trabalho foi utilizar a seleção assistida por
marcadores microssatélites para reduzir o tempo na obtenção destas
linhagens. Assim, utilizaram-se 83 supostas linhagens selecionadas do ponto
de vista agronômico em populações segregantes e em acessos de
germoplasma do mamoeiro, com 27 locos de microssatélites. Foram
identificadas 11 linhagens com coeficiente de endogamia igual a 1 que serão
utilizadas para obtenção de híbridos e avaliação per se para uso como
variedades.
Uso de descritores multicategóricos para detecção devariabilidade genética no germoplasma de mamoeiro
Os descritores multicategóricos são comumente utilizados na caracterização
de germoplasma visando a valoração dos recursos genéticos. Entretanto, estas
informações também podem ser utilizadas para a estruturação da variabilidade
genética da coleção. O presente trabalho teve como objetivo a determinação
da variabilidade genética presente em 32 acessos de germoplasma de
mamoeiro utilizando-se 11 descritores multicategóricos. Observou-se alta
variabilidade genética entre os acessos de mamoeiro, com distância mínima
de 0,25 e 0,33, entre os acessos CMF008 e CMF056, e CMF008 e CMF040,
respectivamente. Esta observação ainda foi corroborada quando procedeu-
Relatório de Gestão 200940○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
se a estruturação da variabilidade genética, onde foram formados seis grupos,
contendo 2, 4, 6, 6, 5 e 9 acessos. Portanto, a análise de variáveis
multicategóricas demonstrou ter um grande potencial de uso na caracterização
e o manejo de bancos de germoplasma.
“Desenvolver e incorporar métodos para detecção,monitoramento e controle de pragas de importânciaeconômica e quarentenária em mandioca e fruteirastropicais”
Para isto, em 2009 a Unidade desenvolveu as seguintes tecnologias:
Avaliação do índice de potencial de inóculo de PhytophthoraSpp em solos cultivados com mamoeiro
Dentre as doenças que infecta o mamoeiro destaca-se a podridão de raízes e
frutos também conhecida como podridão do pé ou podridão-de-Phytophthora,
causada pelos patógenos Phytophthora palmivora ou P. Parasitica. Sendo um
pseudofungo habitante do solo, pouco se conhece das interações entre planta,
solo e hospedeiro, sendo necessário determinar os fatores que influenciam o
potencial de inoculo do patógeno no solo. Esta metodologia permite estimar
o índice de potencial de inóculo em solos infectados com o agente causal da
doença de raízes do mamoeiro. Foram retiradas amostras de dois tipos de
solo denominados CMF143 e CMF165 que apresentavam histórico da presença
de pseudofungos do gênero Phytophthora nas quais foram realizadas diluições
em série, desde uma parte de solo contaminado para uma parte de solo estéril
até uma parte de solo contaminado para trinta e duas partes de solo estéril.
Pesaram-se 300 gramas de solo de cada amostra, sendo 150 gramas colocados
em um pote que correspondeu à diluição 1:1 e 150 gramas misturados a 150
gramas de solo autoclavado, totalizando 300 gramas de solo, o qual foi
misturado e dele retirados 150 gramas, colocando em outro pote,
correspondendo à amostra 1:2. Os outros 150 gramas foram misturados
novamente a 150 gramas de solo autoclavado para obter a amostra 1:4 e
assim sucessivamente até 1:32. Em seguida, as amostras foram peneiradas,
homogeneizadas e depositadas em potes de 300 ml, adicionando-se 100 ml
de água autoclavada, suficiente para formar uma camada líquida sobre o solo,
sendo aí colocados frutos de mamão de peso variando entre 250 e 300 gramas,
que funcionaram como isca atrativa dos propágulos do pseudofungo. Os
resultados mostraram que ambas as amostras apresentaram a presença do
patógeno, podendo ser determinado o índice de potencial de inóculo (IPI) de
cada uma delas. A comparação dos IPIs dos dois solos mostrou que o solo dos
acessos CMF143 é três vezes maior do que o IPI dos solos do acesso CMF165.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 41○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Diagnóstico do definhamento precoce/pinta verde domaracujazeiro
A cultura do maracujazeiro é afetada por inúmeras doenças, dentre as quais a
pinta verde ou definhamento precoce, com etiologia viral e ainda pouco
conhecida por parte de produtores e técnicos. Atualmente, o diagnóstico da
doença é feito com base em sintomas, microscopia eletrônica de transmissão
(MET) ou por meio da transmissão do vírus por ácaros vetores. No entanto,
essas metodologias não são específicas para o diagnóstico da doença, além
de serem demoradas (como a transmissão), caras (como a MET) ou pouco
confiáveis (como a sintomatologia). Em função disso, existia a necessidade de
desenvolver um método de diagnóstico rápido, específico e confiável da
doença. Essa demanda foi atendida por meio de RT-PCR usando iniciadores
que amplificam regiões específicas do vírus causador do definhamento precoce
ou pinta verde. Com o uso dessa metodologia, foi possível também confirmar
a suspeita de que definhamento precoce (relatado na Bahia e em alguns outros
estados) e pinta verde do maracujazeiro (relatada em São Paulo e outros
estados) são dois nomes da mesma doença, causada pelo mesmo vírus.
Monitoramento de doenças nas plantas básicas de citros daEmbrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Foram monitoradas cerca de cem espécies e variedades de citros para a
presença de sintomas de doenças. Para tanto, foi realizado o monitoramento
visual de sintomas na copa e porta-enxerto, buscando encontrar sintomas de
greening, leprose, cancro cítrico, clorose variegada dos citros, clorose zonada,
morte súbita, tristeza severa, do descamamento tipo bahia bark scaling, do
declínio e aqueles causados por viróides. Não foram observados sintomas das
doenças citadas mas de descamamento típico da infecção por viróides no
pomelo Star Ruby, clorose zonada em acessos de laranjas doces e clorose
internerval em tangelos e tangors, além de sorose na laranja Hamilin02. A
avaliação para presença e intensidade de sintomas de caneluras causados por
vírus da tristeza dos citros (CTV ) foi realizada mediante leitura da presença e
intensidade de sintomas de caneluras nos ramos, com base em uma escala de
notas de 1 a 5. A maioria dos acessos avaliados mostrou-se tolerante às estirpes
locais de CTV. Os que apresentaram maior intensidade de caneluras foram
aqueles já descritos como de maior sensibilidade a esse vírus, como alguns
clones de laranja ´Pêra‘, pomelos e lima ácida ´Tahiti‘. Para avaliar a presença
e intensidade de descamamento eruptivo foi utilizada uma escala de notas (0
a 3) e a maioria apresentou sintomas, que foram mais frequentes nos pomelos
e laranjas doces. Na lima ácida Tahiti, limão Cravo e lima-da-Pérsia foram
observados, pela primeira vez, sintomas semelhantes ao do descamamento
eruptivo. Testes de transmissão para plantas indicadoras serão realizados no
sentido de confirmar ou não a presença de patógenos conhecidos que também
poderiam ser indutores destes sintomas, como os viróides dos citros. Foi
Relatório de Gestão 200942○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
realizado o monitoramento de 50 plantas de limão Cravo do BAG para a
presença de descamamento e a maioria apresenta sintomas, com exceção
apenas daquelas de origem nucelar.
“Disponibilizar tecnologias básicas para oaproveitamento de resíduos gerados na propriedadeagrícola, na agroindústria, assim como resíduosurbanos, industriais e de mineração, para adubaçãoem sistemas de produção de fruteiras tropicais,melhorando a nutrição dessas plantas, a renda doprodutor e também minimizando o impactoambiental negativo gerado pela disposiçãoinadequada de resíduos”
O longo título pode ser resumido no desenvolvimento tecnológico para o
aproveitamento racional de diferentes tipos de resíduos.
Utilização da manipueira e do bagaô como alternativas para aadubação da mandioca no Estado do Maranhão
Manipueira como adubo: a) No solo – Diluir com água na proporção de 1:1
(por exemplo, 50 litros de manipueira para 50 litros de água); com auxílio de
um regador ou similar, aplicar 6 litros por metro quadrado ou no mínimo dois
litros por metro corrido de sulco; deixar o solo tratado em repouso, durante
no mínimo 8 dias; abrir as covas ou sulcos para plantio; e b) Foliar – Diluir com
água na proporção de 1:6 até 1:8 (uma parte de manipueira para seis a oito
partes de água); realizar de seis a dez pulverizações com esse material, com
intervalos semanais.
Bagaô como adubo: O bagaô é o resíduo que sobra no alambique depois da
destilação da tiquira. Embora não existam resultados de pesquisa que
permitam recomendar a quantidade de bagaô a ser aplicada, alguns produtores
têm utilizado esse resíduo como adubo, misturando com a terra da cova de
plantio, apresentando bom resultado.
Figura 15. Bagaôdepositado no ambiente.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 43○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Principais avanços técnico-científicosem 2009 no âmbito das demaiscontribuições
A Unidade coordena diversos projetos de produção integrada que contribuem
para o desenvolvimento “de sistemas de produção e processamento que
garantam maior segurança alimentar e alimento seguro”. Em 2009 foram quatro
projetos: citros (dois), abacaxi e mandioca. Além destes está sendo realizado o
projeto “Aprimoramento do sistema de liberação do fungo Beauveria bassiana
para controle de Cosmopolites sordidus em áreas de Produção Integrada de
Banana. Estes projetos estão baseados no manejo integrado de pragas e
doenças, manejo de solo e ações de transferência de tecnologia. Em 2009 foi
lançado o selo Selecta Brasil para identificar as frutas oriundas deste tipo de
sistema, que já estão nas gôndolas dos supermercados, com o consumo
estimulado e medido por meio de campanhas locais. Os levantamentos
realizados durante o ano, em supermercados de Salvador, indicaram que houve
maior procura de frutas do tipo Selecta, tendo com referência a média histórica
da demanda. O volume comercializado considerando-se a cota de 50% para as
frutas Selecta Brasil ultrapassou em todos os meses de duração da campanha
a cota estabelecida pelo varejista, chegando a mais de 100% para o mamão
Formosa e laranja ‘Pera’, admitindo-se que houve um considerável aumento
da procura por essas frutas em função da sua qualidade, sabor, procedência e
segurança para o consumo (Figura 16).
Figura 16. Participaçãopercentual de mercado
para o mamão FormosaSelecta Brasil,
considerando-se a cota de50% para essa fruta
definida pelo varejista e amédia histórica mensal
comercializada peloHiperideal da Pituba emSalvador, BA. Agosto de
2009.
Uma das contribuições da Unidade para o período 2008-2011 prevê a
“superação de entraves para a transferência e adoção de tecnologias que
aumentem a competitividade dos sistemas, com baixos impactos, sem
exclusão social do ponto de vista de gênero e de geração”. O projeto
“Transferência de tecnologia para pequenos produtores de mandioca do Baixo
Jequitinhonha no Estado de Minas Gerais” atua nesta linha, com unidades de
validação, treinamentos e dias de campo.
Relatório de Gestão 200944○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A Unidade participa do esforço para “Avaliar os impactos do aumento da
concentração de dióxido de carbono (CO2) atmosférico e de alterações da
temperatura sobre problemas fitossanitários das culturas da mandioca e
fruteiras tropicais”, desenvolvendo um projeto liderado pela Embrapa
Informática Agropecuária. As ações abrangem o impacto da concentração de
CO2 e temperatura sobre nematóides, desenvolvimento do agente causal da
sigatoka amarela, broca do rizoma de banana, mosca-das-frutas e ácaro verde
da mandioca.
Visando “Consolidar e validar metodologias para estabelecer índices de
qualidade de solos utilizados na Caatinga, agricultura de sequeiro e agricultura
irrigada”, a Unidade está participando de dois projetos, sendo um liderado
pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, no qual se busca estabelecer indicadores
microbiológicos e bioquímicos do solo que sejam fortemente correlacionados
com o processo de degradação e recuperação deste solo. O outro projeto
objetiva analisar a mudança do uso do solo ocorrida no Platô de Irecê (BA)
entre 1980 e 2007 e suas implicações no teor de carbono orgânico e na
qualidade física dos solos, buscando atingir os seguintes resultados: consolidar
e validar metodologia para quantificar a variação do estoque de carbono
orgânico no solo e a redução das áreas com Caatinga na região, ocorridas
entre 1980 e 2007; selecionar atributos físicos como indicadores de qualidade
do solo; consolidar e validar metodologia para estabelecer índice de qualidade
física de solos utilizados com Caatinga, agricultura de sequeiro e agricultura
irrigada no Platô de Irecê; selecionar e recomendar práticas de uso, manejo e
conservação do solo mais eficientes e sustentáveis, de forma a evitar/prevenir/
minimizar a degradação ambiental que vem ocorrendo em Irecê, inclusive
com riscos de desertificação.
A geração de “conhecimentos e tecnologias de integração de sistemas de
produção” é um das contribuições e desafios para a Unidade que em 2009
atuou no projeto “Avaliação de fruteiras adaptadas ao Semi-Árido em sistema
agroflorestal”. Este projeto tem como base 10 variedades de umbu-cajazeira,
selecionadas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical a partir de coletas
de germoplasma realizadas em diversos municípios baianos, principalmente
do semi-árido, quatro variedades de umbuzeiro, selecionadas e fornecidas
pela Embrapa Semiárido (Petrolina - PE), e quatro variedades de cajueiro,
adaptadas a condições de sequeiro, selecionadas e fornecidas pela Embrapa
Agroindústria Tropical (Fortaleza - CE) e pela Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola S/A (EBDA). Essas fruteiras vêm sendo implantadas,
segundo um sistema agroflorestal de manejo, nos municípios de Cabaceiras
do Paraguaçu, Ichu, Itaberaba, Ribeira do Pombal, Santa Bárbara, Serrinha e
Tanquinho, em áreas não irrigadas pertencentes a produtores ou associações
de produtores de base familiar.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 45○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Para “ampliar e disponibilizar conhecimentos e tecnologias relacionadas a
aplicação de microrganismos benéficos para o biocontrole de pragas e doenças
de fruteiras e mandioca”, a Unidade está executando diversos projetos, sendo
um deles o de “Indução do enraizamento de mudas micropropagadas de
bananeira e biocontrole do mal-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp.
cubense) pela interação com rizobactérias e fungos micorrízicos arbusculares”.
Em 2009 foram isoladas cerca de 300 rizobactérias, conforme meta
estabelecida para formação da coleção de antagonistas. Em torno de 200
isolados já se encontram preservados em ultrafreezer. Dentre os ensaios para
seleção dos isolados com as características desejáveis para atuação na fase
posterior, foi iniciada a busca por rizobactérias produtoras de fosfatases.
Relatório de Gestão 200946○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Parte 2
Administração
Parte 2
Administração
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 47○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Evolução do Quadro de Pessoal
Em 2009, além das vagas liberadas pelos doze empregados que aderiam ao
Programa de Desligamento Incentivado – PDI da Embrapa e por dois que se
aposentaram, a UD teve seu limite de quadro de pessoal aumentado de 213
para 226 vagas. Com essa ampliação, foram realizadas as últimas convocações
do concurso de 2006 e já estão sendo providenciadas as convocações do
concurso de 2010, levando-se em consideração as contratações previstas no
IV Plano Diretor da Unidade .
Somente em 2009 foram contratados 16 novos empregados, conforme segue:
Sete assistentes para o Setor de Campos Experimentais – SCE;
Um assistente para o Setor de Informação – SIN;
Um assistente para o Setor de Gestão de Pessoas – SGP;
Um assistente para o Setor de Veículos e Transportes – SVT;
Um assistente de laboratório;
Três analistas de laboratório;
Um analista para a Área de Comunicação e Negócios – ACN;
Um pesquisador na área de entomologia.
Em 2010, já foram contratados cinco novos empregados: um assistente para
o SCE, um assistente para o SGP, um analista (bibliotecário) para o SIN e um
analista (jornalista) para a Área de Comunicação Integrada. Está sendo
providenciada a convocação de mais 13 pesquisadores e 11 analistas para as
áreas de transferência de tecnologia, negócios, laboratórios, campos
experimentais, manutenção e serviços, gestão da inovação, gestão de pessoas
e gestão estratégica.
Na tabela 4, é possível observar a evolução quantitativa e a distribuição de
vagas e cargos entre 2004 e 2010, com significativa ampliação do número de
analistas, reforçando as áreas de suporte à pesquisa. Outro aspecto importante
a ser considerado é a recomposição do quantitativo de pesquisadores que
acontecerá ainda em 2010 com as novas contratações.
Tabela 4. Evolução do quadro de empregados (2004 – 2010).
Fonte: SGP / CNPMF, Jul. 2010.
Relatório de Gestão 200948○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Gestão Orçamentária e Financeira
Na tabela 5 e na figura 16 pode-se visualizar, entre 2004 e 2009, em valores
nominais, a tendência crescente na execução orçamentária e as proporções
entre as categorias de despesas. Tal comportamento reflete a retomada dos
investimentos da Embrapa e, principalmente, o esforço da equipe técnico-
científica na ampliação e diversificação da sua carteira de projetos de P&D, TT
e de desenvolvimento institucional.
Tabela 5. Evolução da execução orçamentária (2004/2009).
Figura 17. Evolução daexecução orçamentária(2004/2009).
Fonte: SOF / CNPMF (SIAFI): Abr. 2010.
Fonte: SOF / CNPMF (SIAFI): Abr. 2010.
Perspectivas
Para o ano de 2010 diversas ações na área da Chefia de Administração já estão
planejadas ou mesmo em andamento.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 49○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Ações previstas para todos os setores da área administrativa:
Implantar os sensos da qualidade;
Elaborar, avaliar, revisar e aprovar os Procedimentos Operacionais Padrão -
POPs prioritários dos setores, com o apoio da Unidade de Gerência de
Qualidade - UGQ;
Implementar as ações gerenciais previstas no IV PDU e no Plano de Melhoria
de Gestão - PMG da UD.
Setor de Serviços Auxiliares – SSA:
Aprimorar o sistema informatizado de atendimento aos clientes internos
(no informativo eletrônico dia@dia);
Atuar em conjunto com o Setor de Informação - SIN na implantação do
sistema de pool de impressão;
Atuar em conjunto com o SCE na execução de melhorias na operação da
rede de abastecimento de água.
Setor de Patrimônio e Material – SPM:
Elaborar, avaliar, revisar e aprovar o POP do processo de compras, com vistas
à certificação ISSO 9001:2008;
Adequação da infraestrutura e reorganização das áreas de estoque do
almoxarifado;
Regularização das não-conformidades do inventário patrimonial.
Setor de Orçamento, Contabilidade e Finanças – SOF:
Ampliar o número de projetos extra-tesouro com prestações de contas
apoiadas pelo setor;
Atuar em conjunto com o SVT na informatização dos processos de requisição
de veículos e de autorizações de viagem;
Elaborar estudo para subsidiar a proposta de ampliação do repasse de
orçamento para pagamento das despesas fixas e de gestão/rotina.
Setor de Veículos e Transportes – SVT:
Aprimorar o processo de manutenção preventiva e corretiva da frota de
veículos;
Aprimorar o processo de transporte dos empregados, bolsistas e estagiários;
Informatizar o processo de requisição de veículos;
Atuar em conjunto com o SPM para leiloar os veículos que estão fora de
operação.
Setor de Gestão de Pessoas – SGP:
Coordenar a execução do plano de capacitação 2010;
Implementar as ações previstas no plano de melhoria do clima
organizacional e de qualidade de vida no trabalho.
Relatório de Gestão 200950○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Parte 3
Comunicação,
Negócios e Apoio
Parte 3
Comunicação,
Negócios e Apoio
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 51○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Comunicação Externa
A comunicação é um dos pilares do trabalho da Embrapa, visto que o grande
negócio da empresa é gerar conhecimento na forma de tecnologias, produtos
e serviços. Esse conhecimento gerado é a grande demanda da sociedade para
a Embrapa. Por esse motivo, qualificar e organizar a informação, dando a ela
conteúdo e formato adequados aos diferentes públicos, faz parte do cotidiano
da empresa.
São diversos os parceiros na área da comunicação, a exemplo da imprensa.
Em 2009, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical teve 665 matérias
publicadas em veículos locais, regionais e nacionais, numa média mensal de
55 notícias sobre os trabalhos da Unidade. Podem ser citadas matérias
publicadas na revista Globo Rural e nos jornais O Estado de S. Paulo e Valor
Econômico.
A relação da Embrapa com seu público é feita também pelo jornal impresso
Raiz & Fruto (quadrimensal) e pelo informativo eletrônico quinzenal Raiz &
Fruto Online. Além disso, a Unidade também publica em sites voltados para o
agronegócio: são cerca de dez textos jornalísticos sobre trabalhos da Unidade
colocados em diferentes sites por mês.
A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical evidencia-se também como uma
das Unidades da Embrapa que mais participam dos programas institucionais
de comunicação como o “Prosa Rural” e o “Dia de Campo na TV”. Em 2009,
foram quatro participações no Prosa Rural (Controle biológico da larva
minadora dos citros, Produção de abacaxi na entressafra, Escolha de mudas
sadias de banana e Produção de sementes de mamão) e duas no Dia de Campo
na TV (Mandioca – da raiz à tapioca na mesa e Cultivo de aipim orgânico).
Serviço de Atendimento ao Cidadão - SAC
Nos últimos anos, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical tem sido uma
das Unidades da empresa mais demandadas pelos cidadãos, ocupando, em
2008, a primeira colocação entre todas as Unidades da empresa. Em 2009, o
nível de atendimento nesse importante canal de contato com a sociedade
brasileira manteve-se elevado, sendo:
SAC telefone: 4.560 ligações atendidas - média de 380/mês
SAC eletrônico (e-mail): 2.122 atendimentos - média de 176/mês
Relatório de Gestão 200952○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Demais ações em Comunicação Externa
Ainda com relação a comunicação externa, o folder “Embrapa de A a Z” foi o
destaque de 2009 por apresentar uma visão geral das tecnologias, produtos e
processos gerados na Unidade.
Figura 18. FolderEmbrapa de A a Z.
A organização de eventos é outro ponto forte no contato da Embrapa com a
sociedade. Em 2009, foram realizados, sob a coordenação da Unidade, 32
eventos. Participamos ainda de 15 feiras/exposições em todo país, entre elas:
Tecnoshow Comigo - 31/03 a 04/04 - Rio Verde - GO
XIV Congresso Brasileiro de Mandioca - 14 a 16/07 - Botucatu - SP
Fenagri - 15 a 18/07 - Juazeiro - BA
Semiárido Show - 05 a 08/10 - Petrolina - PE
Feira do Empreendedor - 15 a 18/10 - Salvador-BA
Fenagro 2009 - 28/11 a 06/12 - Salvador - BA
Colóquio Brasil-África - 26 e 27/10 - Salvador - BA
Bahiatec - 18 a 20/11- Salvador - BA
A juventude é também prioridade da Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical. No programa Embrapa & Escola foram atendidas 12 escolas,
totalizando 353 alunos do ensino fundamental e 103 do ensino médio. O
estande da Unidade na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (em Salvador)
foi visitado por cerca de 6 mil alunos de 120 escolas das redes pública e privada.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 53○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Comunicação Interna
Um dos principais públicos atendidos pela Embrapa é o próprio público interno,
o primeiro a saber das notícias e estratégias da empresa para incorporá-las e
entender perfeitamente a importância das atividades por ele desenvolvidas.
No informativo eletrônico interno dia@dia foram postadas, em 2009, 362
notícias de interesse de empregados e colaboradores, numa média de 30
notícias por mês. A Unidade conta ainda com outras ferramentas de
comunicação interna como murais, painéis de cartazes e caixas de sugestões.
Transferência de Tecnologia
A transferência de tecnologia é outra das prioridades da Embrapa Mandioca e
Fruticultura Tropical. Nesse sentido, a Unidade vem desenvolvendo suas
atividades em praticamente todos os estados do Brasil, levando tecnologias,
produtos e serviços por ela gerados.
Figura 19. Dia de campoem área de produtor.
Entre as ações de transferência de tecnologia podem ser citados cursos
nacionais e internacionais, dias de campo, palestras e instalação de Unidades
de Observação (UO) e Unidades Demonstrativas (UD).
Relatório de Gestão 200954○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Cursos nacionais: 84 cursos realizados em 13 estados, abrangendo um público
de 2700 pessoas treinadas;
Cursos internacionais: quatro cursos realizados para 20 técnicos de oito
diferentes países, totalizando mais de 300 horas/aula;
Palestras: foram realizadas 206 palestras em 19 estados, abrangendo um
público de 6403 participantes;
Unidades de Observação e Demonstrativas: Estão instaladas 212 UOs e UDs
em 16 estados;
Dias de campo: Foram realizados 62 dias de campo nos mais variados estados
do país.
O ano de 2009 foi também marcado por grande captação de recursos para
transferência de tecnologia por meio de programas como o Programa de
Aceleração do Crescimento da Embrapa voltado para transferência de
tecnologia (PAC Embrapa TT) e o Mais Alimentos, do Ministério de
Desenvolvimento Agrário - MDA.
Foram captados, pelo PAC Embrapa TT, cerca de 209 mil reais para ações em
transferência de tecnologia. Alguns destaques são:
“Sistema de produção e material de plantio - Abacaxi, banana e mandioca”:
transferiu tecnologias de produção de abacaxi para agricultores familiares do
extremo sul da Bahia;
“Transferência de tecnologia de irrigação para fruticultura em nível de
agricultura familiar em assentamentos do semiárido”: transferir práticas de
irrigação de baixo custo e específicas para agricultura familiar, com consumo
de água racionalizado;
“Manejo integrado de pragas em sistema de produção integrada do mamoeiro:
estabelecer impactos positivos nos aspectos econômicos da cultura do
mamoeiro com a redução de custos na aplicação de produtos químicos sem
diminuir a produtividade ou a qualidade dos frutos;
“Sistema de produção de material de propagação de fruteiras (umbu, umbu-
cajá e manga)”: divulgar o cultivo de fruteiras tropicais aumentando a oferta
de material básico propagativo e capacitando homens, mulheres e jovens em
técnicas de propagação e manejo das culturas em áreas de projeto de
assentamento da Bahia.
“Sistema de produção e processamento de mandioca (convencional e
orgânico) aproveitando resíduos na alimentação animal e variedades para
indústria”: divulgar o cultivo da mandioca em sistema convencional utilizando-
se tecnologias de práticas de cultivo melhoradas e alternativas de uso
sustentável de energia e resíduo em indústria de mandioca.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 55○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
“Sistema agroflorestal com fruteiras adaptadas ao semiárido: umbu-cajazeira,
umbuzeiro e cajueiro”: disponibilizar clones selecionados tendo-se em vista a
predominância da exploração extrativista dessas fruteiras e promover a
capacitação de técnicos e agricultores quanto à exploração de fruteiras adaptadas
ao semiárido, em conformidade com sistemas agroflorestais de cultivo.
“Sistema de produção integrada de mandioca”: a aplicação das boas práticas
agrícolas na produção de mandioca e derivados vai gerar ganhos efetivos em
sustentabilidade e possibilitar, pela rastreabilidade e melhoria de imagem, o
fortalecimento do mercado interno e a adequação para as exigências do
mercado externo.
Por meio do programa Mais Alimentos do MDA foram captados mais de 230 mil
reais para atividades de transferência de tecnologia e suporte que visam atingir
mais de 1700 agricultores familiares da região do Recôncavo da Bahia, mais
especificamente, e do Nordeste brasileiro em geral, com ações voltadas para:
Instalação de unidades demonstrativas para dar apoio às atividades de
transferência de tecnologias voltadas para a difusão de novas variedades de
mandioca, mais produtivas e resistentes a pragas e doenças. Para cada unidade
demonstrativa implantada são realizados dias de campo para validação/difusão
de variedades melhoradas;
Instalação de unidades demonstrativas para dar apoio às atividades de
transferência de tecnologias voltadas ao manejo adequado da adubação na
cultura da mandioca, seguida de dias de campo para validação/difusão dos
sistemas mais adequados de manejo;
Reforma dos viveiros de produção de mudas da Embrapa Mandioca e
Fruticultura Tropical, permitindo a produção de mudas frutíferas de alta
qualidade para todo o país;
Figura 20. Viveiros deprodução de mudas.
Relatório de Gestão 200956○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Curso sobre verticalização da produção na cadeia de mandioca, que leva ao
agricultor alternativas de agregação de valor a sua produção;
Curso sobre boas práticas de fabricação de derivados da mandioca, voltado
para oferecer aos pequenos agricultores alternativas de produtos gerados a
partir das raízes da cultura;
Curso sobre produção de mudas de citros de qualidade, que vem tratar de um
dos temas fundamentais para o crescimento da citricultura brasileira,
especialmente a nordestina que é a produção de mudas de alta qualidade.
Negócios Tecnológicos
Como Unidade de produto, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical tem como
um dos seus maiores negócios o lançamento de variedades de mandioca e
fruteiras tropicais. Dessa forma é de fundamental importância as ações da Área
de Negócios para Transferência de Tecnologia (ACN) na preparação de planos de
marketing, que dão sustentabilidade ao lançamento de novos materiais gerados
pelos programas de melhoramento genético para o agronegócio brasileiro.
Somente em 2009 foram elaborados oito planos de marketing:
Para mandioca: Variedades Caipira, Sempre Verde e Tapioqueira;
Para fruteiras: Variedade de bananeira Princesa; Variedade de abacaxizeiro
Ajubá; Variedade de citros Laranja Pêra D-6, Laranja Westin, Lima Ácida Tahiti
2001 e Lima Ácida Tahiti 02.
Outro grande destaque foi a disponibilização de tecnologias geradas pela Unidade
no site do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base
Tecnológica Agropecuária e Transferência de Tecnologia (Proeta) que são:
Mandiocas “chips e palito”: têm menor teor de absorção de gordura, podem
ser congelados, aumentando o prazo para comercialização, e têm maior valor
agregado.
Jardins in vitro: arranjos com bromélias nativas (incluindo híbridos de abacaxi)
e componentes não vegetais, como seixos de quartzo, argila, areias e palhas.
Formados a partir de plantas micropropagadas, os jardins in vitro podem se
constituir num produto inovador no mercado de flores e plantas ornamentais,
pois não existe concorrente.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 57○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Tecnologia da Informação
Tecnologia de Informação como Apoio à Ação Gerencial
A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical vem focando suas ações no campo
da tecnologia da informação no desenvolvimento de novas ferramentas
gerenciais que permitam aos gestores uma visão ampla do ambiente da
instituição, facilitando a tomada de decisões. Essa política de desenvolvimento
de novos softwares ou adaptação de programas já desenvolvidos em outras
Unidades da empresa vem mostrando resultados com o lançamento de novas
ferramentas como o Sistema de Acompanhamento de Relatórios de Viagem
– Sisav, que armazena informações, faz o mapeamento e o acompanhamento
das atividades externas, o Sistema de Planejamento Interno – SIP, que facilita
o planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades dos empregados
em apoio ao Sistema de Acompanhamento e Avaliação de Desempenho (Saad),
e o Sistema Gestor de Publicações – SGP, que gerencia o fluxo de publicações
da Unidade, esses três já em funcionamento.
Figura 21. Imagem datela inicial do Sisav.
Alta prioridade vem também sendo dada às atividades e aos meios relacionados
à organização e à disponibilização de informações, num esforço de torná-las
acessíveis ao público de forma rápida e precisa, conforme indicado a seguir:
SAC Inteligente: permite uma total interação entre o cliente e a base de
conhecimento disponível na homepage, facilitando a acesso a informação
técnica de qualidade ao público externo;
Gerenciamento de informação técnico-científica e rotinas de empréstimo
adequadas às normas do Manual de Informação e Documentação da Embrapa,
com disponibilização online de textos completos de sua produção científica.
Relatório de Gestão 200958○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Outras atividades relevantes relacionadas à tecnologia da informação vêm
sendo desenvolvidas como:
Implantação do serviço Voip (voz sobre IP), que permite a conexão gratuita
via telefone digital com o Brasil e o mundo. ADICIONAR FOTO
Implantação do Quiosque de Inclusão Digital no Setor de Campos
Experimentais – SCE: Dois computadores com acesso à internet, instalados
em um balcão de atendimento.
Figura 22. Funcionáriosdo Setor de CamposExperimentais utilizandoos terminais do Quiosquede Inclusão Digital.
Higienização de obras raras do acervo da biblioteca, com o objetivo de
preservar obras de grande valor histórico não só para a Unidade como também
para o país.
Investimentos na Infraestrutura da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
nas áreas de Administração, Campos Experimentais, Laboratórios e Tecnologia
da Informação (TI)
Os investimentos efetivamente aplicados na infraestrutura da Unidade, em
2009, com dotações orçamentárias da Embrapa, do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC Embrapa) e de outros convênios, no montante de R$
1.367.018,60, contribuíram para a melhoria das instalações tanto nas
estruturas administrativas como nos campos experimentais, laboratórios e
na área de tecnologia da informação.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 59○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Somente em 2009 foram realizadas diversas obras de recuperação das
instalações e construção de novas estruturas, cujos destaques foram:
Finalização das reformas do Setor de Patrimônio e Material – SPM, tornando
suas instalações mais modernas, com mobiliário ergonômico e novo sistema
de ar refrigerado;
Finalização das obras de reforma do Laboratório de Gerenciamento de
Resíduos (Gerelab), que permitiu a adequação às normas de gerenciamento
de resíduos e do Sistema de Gestão da Qualidade na UD;
Aquisição e instalação de sistema de purificação de água por osmose reversa
para atender toda a UD, de acordo com o previsto no IV Plano Diretor, que prevê
o compartilhamento de equipamentos por vários laboratórios, reduzindo custos
de aquisição e de operação, como os de energia elétrica e consumo de água.
A Unidade concluiu a reforma do galpão do Setor de Campos Experimentais e do
Prédio de Beneficiamento de Mudas e Sementes e comprou e instalou mobiliário
especializado, capelas e lavadores de gases para os laboratórios de Solos e Nutrição
de Plantas e de Microbiologia do Solo e Resíduos Orgânicos. Foram adquiridos
ainda cinco veículos, sendo quatro de passeio e uma van com 16 lugares.
Destaque do Ano
Uma das grandes conquistas da Unidade em 2009 foi a formatura de sete
empregados inscritos no programa de elevação de escolaridade, que
completaram o curso de nível médio: Amaro Duda, Benedito Conceição, Getúlio
Vieira, José Braga, José Magalhães, Maria das Graças Vieira e Milton de Jesus.
Figura 23. Formandos doprograma de elevação de
escolaridade, 2009.
Relatório de Gestão 200960○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Perspectivas
Comunicação
Reforçar a equipe de comunicação com a contratação de novos profissionais;
Elaborar o Planejamento Estratégico da Comunicação da Unidade, visando
atender aos públicos interno e externo;
Desenvolver, em parceria com o SIN, a agenda de eventos eletrônica da
Unidade externa (na homepage) e interna (na intranet - dia@dia);
Desenvolver, em parceria com o SIN, o SAC Inteligente: armazenamento e
indexação de perguntas e respostas, provendo mecanismos eficientes de
busca, de modo a promover melhorias;
Realizar os eventos comemorativos dos 35 anos da Unidade;
Reestruturação dos veículos existentes e criação de novos veículos/espaços
de comunicação interna e externa;
Avaliação da efetividade da comunicação (pesquisa de opinião).
Transferência de Tecnologia
Criação do Núcleo de Transferência de Tecnologia e Negócios Tecnológicos –
NTT, em consonância com a política de transferência de tecnologia da Embrapa
Sede;
Reforçar a equipe de transferência de tecnologia com a contratação de
profissionais com formação na área;
Investir em projetos estruturantes com a Rede de Transferência de Tecnologia
do Nordeste, a Rede Norte Nordeste de Fruticultura – Renofrut e a Rede de
Validação e Transferência de Tecnologias para Culturas de Base Alimentar para
o Nordeste Brasileiro.
Negócios Tecnológicos
Investir em projetos estruturantes no campo da inovação e de propriedade
intelectual como o projeto “Gestão da Inovação na Embrapa Mandioca e
Fruticultura Tropical” financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado da Bahia (Fapesb);
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 61○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Formar massa crítica em propriedade intelectual;
Avaliar tecnologias, produtos e processos atuais e potenciais;
Elaborar plano de negócios voltado ao lançamento de variedades;
Qualificar as tecnologias desenvolvidas e em desenvolvimento de forma a
compor o portfólio de tecnologias;
Tecnologia da Informação
Serviços
Desenvolver o Sistema de Informações Estratégicas – SIE (gestão de projetos
associada às metas do PDU/PDE);
Desenvolver o SAC Inteligente;
Desenvolver o Sistema de Controle de Irrigação;
Desenvolver o Sistema de Controle de Comercialização de Tecnologias, Serviços
e Produtos do Núcleo de Transferência de Tecnologia (NTT);
Desenvolver istema para disponibilização de resultados online de análise de
solo e emissão de recomendações para adubação.
Infraestrutura
Implantar a rede de internet sem fio (wireless);
Reestruturar e ampliar a rede corporativa nos prédios Sede, SPM, Biblioteca,
SVT, SCE e laboratórios;
Implantar a rede corporativa nos prédios do Gerelab, do Laboratório de
Irrigação e da Casa da Saúde;
Implantar o pool de impressão.
Campos Experimentais e Laboratórios
Serviços
Lançar o espaço Gerelab no informativo dia@dia com banco de dados, modelos
de rótulos, formulários e POPs para controle de entrada, saída e pré-
tratamento de resíduos no Gerelab;
Relatório de Gestão 200962○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Elaborar a cartilha informativa sobre resíduos de campos experimentais;
Iniciar o processo de licenciamento ambiental;
Efetivar o novo processo de compras de reagentes.
Infraestrutura
Elaborar e executar os projetos de reforma do Laboratório de Ciência e
Tecnologia de Alimentos (LCTA) para adequação à norma BPL;
Elaborar e executar o projeto de construção do centro de biotecnologia e
recursos genéticos;
Prosseguir com as reformas na rede de distribuição de energia elétrica de alta
e baixa tensão;
Adequar a rede de distribuição de água e de captação de efluentes para
laboratórios e sanitários.