RELATÓRIO DE PESQUISA ELABORAÇÃO DA TRU E...

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1 RELATÓRIO DE PESQUISA ELABORAÇÃO DA TRU E CONSTRUÇÃO DA MATRIZ INSUMO-PRODUTO 2008 CAMPO GRANDE Estado de Mato Grosso do Sul - Brasil Janeiro - 2013 ELABORAÇÃO DA TRU E CONSTRUÇÃO DA MATRIZ INSUMO-PRODUTO MATO GROSSO DO SUL 2008

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RELATÓRIO DE PESQUISA

ELABORAÇÃO DA TRU E CONSTRUÇÃO DA MATRIZ

INSUMO-PRODUTO 2008

CAMPO GRANDE

Estado de Mato Grosso do Sul - Brasil

Janeiro - 2013

ELABORAÇÃO DA TRU E CONSTRUÇÃO DA MATRIZ INSUMO-PRODUTO MATO

GROSSO DO SUL

2008

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Coordenadora

Professora Mayra Batista Bitencourt Fagundes

Equipe

Professores

Daniel Massen Frainer

Everlam Elias Montibeler

Leonardo Francisco Figueiredo Neto

Estagiários

Daniel Amorim Souza Centurião

Juliana Almeida

Vanessa Schmidt

Parceiros

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul - FAMASUL

Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia – SEMAC

Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul – SEFAZ

Apoio Financeiro

Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul – APROSOJA/MS

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente, agradecemos a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul –

APROSOJA/MS, pelo apoio financeiro, e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do

Planejamento, da Ciência e Tecnologia – SEMAC e Secretaria de Estado de Fazenda de Mato

Grosso do Sul – SEFAZ pelo apoio técnico e pela disponibilização dos dados necessários ao

desenvolvimento da pesquisa.

À Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, em especial o Centro de

Ciências Humanas e Sociais, nossos agradecimentos por todo o apoio concedido ao

desenvolvimento do estudo.

Agradecemos ao Coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Doutor Roberto Olinto,

pela receptividade e sugestões para a construção da matriz.

Agradecemos a professora Doutora Sandra Cristina de Moura Bonjour (in memoriam),

pelas contribuições técnicas concedidas ao longo do estudo.

Agradecemos ao professor Doutor Alexandre Porsse, pelas contribuições técnicas e pela

troca de experiências concedidas para o estudo e ajustes finais.

Finalmente, nossos sinceros agradecimentos a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de

Mato Grosso do Sul – FAMASUL, pelo apoio concedido ao longo do projeto através da

institucionalização das parcerias, sem essa, não conseguiríamos executar o projeto. Por isso

mesmo merece nosso reconhecimento maior.

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APRESENTAÇÃO

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) foi a pioneira na elaboração das

Tabelas de Recursos e Usos (TRU) e da Matriz de Insumo-Produto do Mato Grosso do Sul –

MIP-MS para o ano de 2008. A realização deste trabalho foi viabilizada mediante patrocínio da

APROSOJA e apoio institucional da FAMASUL, FAPEC, SEMAC e SEFAZ, aos quais

agradecemos a disposição de assegurar a execução do projeto.

Os resultados da TRU-MS são divulgados com uma abertura de 29 produtos e 10 setores

possibilitando uma radiografia substancial da estrutura produtiva do Estado de Mato Grosso do

Sul. Assim, a MIP-MS 2008 fornece um volume de informações estatísticas, que retratam as

diversas relações de interdependência setorial e entre agentes econômicos do Mato Grosso do

Sul, bem como refletem as transformações econômicas que têm moldado a matriz produtiva

estadual e o padrão de interação da economia sul matogrossense com o resto do País e o mundo.

Este relatório apresenta as notas metodológicas completas para a construção da TRU e

MIP/MS, além de apresentar uma breve discussão dos resultados encontrados para os principais

indicadores econômicos calculados a partir da matriz.

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Conteúdo

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................7

2 AGRONEGÓCIO NO MATO GROSSO DO SUL ...............................................................................8

3 MATRIZ INSUMO PRODUTO – ASPECTOS TEÓRICOS ............................................................11

3.1 AS TABELAS DE INSUMO-PRODUTO....................................................................................................................16

4 A TABELA DE RECURSO E USO (TRU) .........................................................................................20

4.1 ESTRUTURA DA TRU BRASIL .............................................................................................................................204.2 ESTRUTURA DA TRU/MS ...................................................................................................................................254.3 TRU/MS ............................................................................................................................................................27

4.3.1 Oferta Total a Preços do Consumidor ......................................................................................................274.3.2 Valor da produção .....................................................................................................................................314.3.3 Importações e exportações internacionais e interestaduais ......................................................................344.3.4 Margem de distribuição e impostos ...........................................................................................................364.3.5 Consumo Intermediário .............................................................................................................................374.3.6 Remuneração do Trabalho.........................................................................................................................404.3.7 Excedente Operacional Bruto ....................................................................................................................404.3.8 Consumo do Governo e Instituições sem Fins Lucrativos .........................................................................404.3.9 Consumo das Famílias...............................................................................................................................404.3.10 Formação Bruta de Capital Fixo e Variação de Estoques ......................................................................414.3.11 Pessoal Ocupado .....................................................................................................................................42

5 PRINCIPAIS RESULTADOS DA TRU...............................................................................................45

5.1 PRODUTO INTERNO BRUTO.................................................................................................................................455.2 DEMANDA TOTAL...............................................................................................................................................475.3 OFERTA TOTAL...................................................................................................................................................485.4 COMPONENTES DO VALOR ADICIONADO ............................................................................................................49

6 MODELOS DE INSUMO PRODUTO REGIONAIS E INTER REGIONAIS ...............................50

6.1 MODELOS DE INSUMO-PRODUTO INTER-REGIONAIS (MAIS DE UMA REGIÃO).......................................................50

7 MÉTODOS DE ANÁLISE DA ESTRUTURA PRODUTIVA ..........................................................53

7.1 ÍNDICES DE LIGAÇÕES DE RASMUSSEN-HIRSCHMAN...........................................................................................597.2 MULTIPLICADORES ............................................................................................................................................62

7.2.1 Multiplicadores da produção.....................................................................................................................627.2.2 Multiplicadores da renda..........................................................................................................................647.2.3 Multiplicadores do emprego ......................................................................................................................66

8 CONCLUSÃO ........................................................................................................................................67

9 SUGESTÕES DE ANÁLISES E ESTUDOS FUTUROS...................................................................69

10 REFERENCIAS ..................................................................................................................................70

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Sumário de Quadros

Quadro 1: Dados em um Modelo Insumo-Produto - representação esquemática ......................... 23Quadro 2- Quadrante A - Oferta total a preços de consumidor – 2008......................................... 29Quadro 3 - Quadrante A1 - Produção - 2008................................................................................. 32Quadro 4 - Quadrante A2 - Importações - 2008............................................................................ 36Quadro 5 - Quadrante B1 - Consumo Intermediário - 2008.......................................................... 39Quadro 6 - Quadrante C - Valor Adicionado das atividades - 2008.............................................. 43Quadro 7 - Quadrante B2 - Demanda Final - 2008 ....................................................................... 44quadro 8 - composição do produto interno bruto (ms), sob as três óticas – 2008 ......................... 45Quadro 9 - Fluxos Inter-setoriais e inter-regionais para as regiões L e M .................................... 51Quadro 10- Matriz de Transações ................................................................................................. 55Quadro 11 - Matriz de Coeficientes Técnicos Intersetoriais ......................................................... 56Quadro 12- Matriz de Leontief...................................................................................................... 57Quadro 13 - Índices de ligação para frente e para trás para o MS................................................. 60Quadro 14- Multiplicadores de produção para o MS .................................................................... 63Quadro 15 -Multiplicadores de renda para o MS .......................................................................... 65Quadro 16 - Multiplicadores de emprego para o MS .................................................................... 67

Sumário de FigurasFigura 1: Evolução das áreas plantadas de florestas entre 2005 e 2011 no MS ............................ 11Figura 2- Relações básicas de insumo-produto ............................................................................. 12Figura 3 - Uso dos bens no modelo de insumo-produto................................................................ 13Figura 4 - Insumos utilizados no processo produtivo.................................................................... 13Figura 5 - Fluxograma do modelo de insumo-produto.................................................................. 14Figura 6 - Organograma metodológico ......................................................................................... 16Figura 7- Representação da tabela de recursos e usos................................................................... 22

Sumário de Gráficos

Gráfico 1- Composição da demanda total sul Matogrossense – 2008........................................... 48Gráfico 2 - Composição da Oferta total Sul Matogrossense – 2008 ............................................. 49Gráfico 3 - Pessoas ocupadas por atividade em Mato Grosso do Sul – 2008 ............................... 50

Sumário de Tabelas

Tabela 1: Tabela De Insumo-Produto............................................................................................ 16

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1 INTRODUÇÃO

A Tabela de Recursos e Usos (TRU) e a Matriz Insumo-Produto (MIP) são importantes

instrumentos de sistematização dos diversos efeitos socioeconômicos, originados nas operações

realizadas pelos agentes econômicos de determinada região, em certo período. Estas operações

geram os fluxos econômicos que determinam: volume de produção, geração de valor

adicionado, renda, emprego, consumo, investimento, e outros. Desta forma, a Tabela de

Recursos e Usos (TRU) representa uma radiografia detalhada dos agregados macroeconômicos,

das interrelações de troca entre os setores da economia estadual, bem como de sua interação

com outras unidades da Federação e demais países.

A radiografia apresentada pela TRU subsidia a elaboração da Matriz Insumo-Produto

(MIP), de forma que com ela é possível avaliar os impactos de políticas setoriais e os efeitos de

choques exógenos na demanda final sobre setores produtivos ou, ainda, definir estratégias

visando o desenvolvimento das cadeias produtivas que compõem o sistema econômico de uma

região ou país. Portanto, a Matriz Insumo-Produto (MIP) é uma sistematização de informações

detalhadas sobre a estrutura produtiva do Estado, permitindo a identificação precisa dos diversos

fluxos de produção tanto de bens finais quanto de bens intermediários. Esse conjunto qualificado

de informações faz com que a Matriz seja um instrumento relevante para a análise econômica em

geral e para a elaboração de políticas públicas.

No presente projeto foi desenvolvida a metodologia utilizada por Pyatt e Roe (1977) que,

em síntese, consiste em uma aplicação da matriz de insumo-produto de Leontief (1936) para

englobar os fluxos de bens e serviços representando, de forma sintética e abrangente, a estrutura

de fluxos monetários e de mercadorias da economia regional. Além disso, torna-se possível

quantificar os fluxos de bens e serviços dos setores do Mato Grosso do Sul com os Estados, o

Brasil e outros países.

Sendo assim, este projeto tem como objetivo geral a elaboração de um sistema de

indicadores econômicos para as Cadeias Produtivas de Milho e Soja no MS, tais como:

o Valor Bruto da Produção,

o Oferta total a preços básicos,

o Oferta total a preços de consumidor,

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o Impostos,

o Exportação e Importação interestaduais e internacionais,

o Consumo das famílias,

o Gastos do Governo,

o Investimento das empresas,

o Remunerações e Mão-de-obra,

o Produto Interno Bruto.

Para tanto, realizou-se uma descrição da economia no Estado de Mato Grosso do Sul.

Posteriormente, foram descritas as considerações teóricas e metodológicas referentes à

elaboração da Matriz de Insumo-Produto e da Tabela de Recurso e Uso (TRU) e, por fim, são

apresentados os principais resultados da TRU e da MIP.

2 AGRONEGÓCIO NO MATO GROSSO DO SUL

A vocação do Estado é voltada para a agropecuária moderna, tendo um agronegócio com

elevados índices de qualidade, sendo esta reconhecida mundialmente (BRASIL, 2003). O Estado,

assim como toda a região Centro-Oeste abriga terra as quais fornece elevados índices de

produtividade que ultrapassam algumas cidades consideradas as melhores do mundo neste

quesito. Tal fato é decorrente da combinação de clima favorável, solo fértil, disponibilidade de

água e ainda, uso intensivo de tecnologia no campo e melhoria da infraestrutura no escoamento

da produção por meio de investimentos do setor público e privado. O Estado também trabalha

para a redução do déficit social e educacional por conta dos longos períodos de permanência

essencialmente agrícola (BRASIL, 2003); (ESSELIN, 2008); (MATO GROSSO DO SUL, 2008).

O Estado possui uma área de aproximadamente 36 milhões de hectares, sendo que o

Pantanal ocupa um total de 8,9 milhões de hectares, 7 milhões está sob a condição de reserva

legal, pastagens nativas, cursos d’água e outros. As cadeias produtivas do agronegócio ocupam

um total aproximado de 55% do total da área. No Pantanl há predonminância de criação

extensiva em pastagens nativas (BUNGESNTABG, 2012).

O Mato Grosso do Sul está entre os maiores produtores brasileiros de soja, milho e carne

bovina, além de avançar a cada ano na produção de cana-de-açucar e floresta, setores nos quais, o

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Estado se destaca entre os demais estados da federação (EMBRAPA, 2003); (BUNGESNTABG,

2012).

A bacia do Paraná, que possui solo favorável para o plantio florestal e terra roxa, é a

principal área econômica do Estado, sendo os recursos direcionados para esta região, de forma

que a mesma possui os meios de transporte mais eficientes. Outro fator importante, é a

proximidade com os mercados consumidores da região Sudeste o que mais uma vez favorece a

instalação de negócios do agronegócio na região (MATO GROSSO DO SUL, 2008).

Além da vocação agropecuária, o Estado vem desenvolvendo planos para a atração de

indústrias e ainda incentivando o turismo, principalmente por conta do Pantanal, que vem

ganhando espaço, tanto no cenário nacional – chegando a se tornar patrimônio natural de valor

inestimável (BRASIL, 2003), quanto no internacional, por atrair ecoturistas para a região e

arredores. Desde a década de 1990, o Estado segue rumo à expansão industrial, desenvolvendo

fortemente a agroindústria, sem perder sua tradição agropecuária, estando entre os maiores

produtores do Brasil na produção de mandioca, cana-de-açúcar, milho, soja, algodão e também

no rebanho bovino de corte (BRASIL, 2003); (FAMASUL, 2010); (IBGE, 2010a); (IBGE,

2010b).

Com apenas trinta e cinco anos de sua criação, o Estado, avança em seus níveis de

crescimento, avançando para a melhoria da qualidade de seus produtos e incentivando a

instalação de indústrias. Desde sua criação, o Estado aumentou em 113% sua área cultivada,

demonstrando seu grande potencial para a produção de alimentos (FAMASUL, 2010). O PIB do

Estado aumentou de forma significativa, mais que dobrando em apenas seis anos, de acordo com

informações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e

Tecnologia (SEMAC), apresentando em 2005 o total de R$ 21.650, 85 milhões para R$ 44525,

75 milhões no ano de 2011.

Com grandes áreas disponíveis para cultivo e clima favorável, o Mato Grosso do sul

desponta no cenário nacional e internacional como grande promissor na produção de alimentos,

tanto para atender à demanda interna quanto para exportação. Quando observa-se a evolução dos

números das principais produtos da pecuária e agricultura no Estado, evidencia-se os ganhos em

termos de crescimento nestes setores. Entre os anos de 2008 e 2012, a produção de cana-de-

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açucar cresceu 113,8%, enquanto que de milho, aumentou em 71%. Porém em níveis de

exportação, nenhuma cultura conseguiu valores tão expressivos como o milho, que ampliou as

exportações em 719% (US$ FOB). A agricultura, apesar de apresentar valores mais amenos, não

é menos importante. A Bovinocultura aumentou em 26,2% a quantidade de animais e a

suinocultura em 46,%, ficando os aumentos nas exportações destes produtos semelhantes ao

aumento na quantidade de animais: 21,5% para a bovinocultura e 44,7% para os suínos

(ANUALPEC, 2012); (AGRIANUAL, 2013).

Neste contexto, surgem questionamentos quanto ao uso racional dos recursos naturais,

uma vez que a sociedade tem se conscientizado da importância de crescer e desenvolver-se de

maneira sustentável (PAP, 2010); (ESMAP, 2010); (CNA, 2012).Tais discussões dizem respeito

às condições de uso dos “espaços naturais”, que envolve a utilização das terras, degradação de

florestas e áreas de proteção para utilização com finalidade de plantio e pasto, e ainda, o

desmatamento que, apesar do combate legal, ainda apresenta elevados níveis em alguns estados

da federação. Neste contexto, grande ênfase é dada ao setor florestal, sendo que Mato Grosso do

Sul se destaca pelo crescimento apresentado no setor que cresceu aproximadamente 241% entre

2003 e 2009 (PAINEL FLORESTAL, 2010).

Este setor vem apresentando altos níveis de desenvolvimento, acompanhando o ritmo de

crescimento das demais cadeias produtivas do Estados. A expansão das áreas plantadas com

florestas (Figura 1), influenciou positivamente as áreas de pastagens, ajudando na restauração

daquelas que apresentavam sinais de degradação (BUNGESNTABG, 2012). O crescimento do

setor florestal no Estado se descada frente aos demais estados produtores de florestas plantadas.

Enquanto que estes apresentaram uma taxa de crescimento em torno de 16% no período

compreendido entre 2006 e 2010, o Mato Grosso do Sul apresentou um crescimento 10 vezes

superior, ficando este em 165%, com um crescimento anual 2 vezes maior (em torno de 30%) que

os demais estados em todo o período analisado (ABRAF, 2012); (BUNGESNTABG, 2012).

Além da expansçao da área plantada, o Estado se utiliza de tecnologias as quais tem ampliado os

níveis de produtividade tanto do setor de florestas quanto dos demais setores do agronegócio

(EMBRAPA, 2003); (BUNGESNTABG, 2012).

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FIGURA 1: EVOLUÇÃO DAS ÁREAS PLANTADAS DE FLORESTAS ENTRE 2005 E 2011 NO MSFonte: Adaptado de Anuário Estatístico da ABRAF (2012)

Frente aos avanços em termos de investimento – por meio da instalação de indústrias,

utilização de tecnologia, capacitação de mão-de-obra e infraestrutura, o Estado se aprimora para

melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos, oferecendo condições para a melhoria da

qualidade e aumento da produtividade dos produtos, tendo por escopo alcançar os níveis

desejados de desenvolvimento sustentável.

3 MATRIZ INSUMO PRODUTO – ASPECTOS TEÓRICOS

O modelo de Matriz Insumo-Produto desenvolvido por W. Leontief pode ser definido

como modelo de planejamento econômico baseado no método entrada-saída, desenvolvido para

estudar o fluxo de bens e serviços entre os vários setores da economia. O modelo permite obter o

valor da produção em cada uma das atividades econômicas a partir de uma determinada demanda

final. Permite mostrar como os setores estão relacionados entre si, ou seja, quais setores suprem

os outros de serviços e produtos e quais setores compram de quais. O resultado foi uma visão

única e compreensível de como a economia funciona – como cada setor se torna mais ou menos

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

450.000

500.000

2005 2006

152.341 147.819

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FIGURA 1: EVOLUÇÃO DAS ÁREAS PLANTADAS DE FLORESTAS ENTRE 2005 E 2011 NO MSFonte: Adaptado de Anuário Estatístico da ABRAF (2012)

Frente aos avanços em termos de investimento – por meio da instalação de indústrias,

utilização de tecnologia, capacitação de mão-de-obra e infraestrutura, o Estado se aprimora para

melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos, oferecendo condições para a melhoria da

qualidade e aumento da produtividade dos produtos, tendo por escopo alcançar os níveis

desejados de desenvolvimento sustentável.

3 MATRIZ INSUMO PRODUTO – ASPECTOS TEÓRICOS

O modelo de Matriz Insumo-Produto desenvolvido por W. Leontief pode ser definido

como modelo de planejamento econômico baseado no método entrada-saída, desenvolvido para

estudar o fluxo de bens e serviços entre os vários setores da economia. O modelo permite obter o

valor da produção em cada uma das atividades econômicas a partir de uma determinada demanda

final. Permite mostrar como os setores estão relacionados entre si, ou seja, quais setores suprem

os outros de serviços e produtos e quais setores compram de quais. O resultado foi uma visão

única e compreensível de como a economia funciona – como cada setor se torna mais ou menos

2007 2008 2009 2010 2011

147.819

228.384

284.050307.760

392.042

487.399

11

FIGURA 1: EVOLUÇÃO DAS ÁREAS PLANTADAS DE FLORESTAS ENTRE 2005 E 2011 NO MSFonte: Adaptado de Anuário Estatístico da ABRAF (2012)

Frente aos avanços em termos de investimento – por meio da instalação de indústrias,

utilização de tecnologia, capacitação de mão-de-obra e infraestrutura, o Estado se aprimora para

melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos, oferecendo condições para a melhoria da

qualidade e aumento da produtividade dos produtos, tendo por escopo alcançar os níveis

desejados de desenvolvimento sustentável.

3 MATRIZ INSUMO PRODUTO – ASPECTOS TEÓRICOS

O modelo de Matriz Insumo-Produto desenvolvido por W. Leontief pode ser definido

como modelo de planejamento econômico baseado no método entrada-saída, desenvolvido para

estudar o fluxo de bens e serviços entre os vários setores da economia. O modelo permite obter o

valor da produção em cada uma das atividades econômicas a partir de uma determinada demanda

final. Permite mostrar como os setores estão relacionados entre si, ou seja, quais setores suprem

os outros de serviços e produtos e quais setores compram de quais. O resultado foi uma visão

única e compreensível de como a economia funciona – como cada setor se torna mais ou menos

2011

487.399

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dependente dos outros (PYATT e ROE, 1977). Em resumo, consegue-se realizar a construção de

uma “fotografia econômica” da própria economia (GUILHOTO ET AL, 2010); (MARIM, 2007).

Esse sistema de interdependência é formalmente demonstrado na tabela de insumo-

produto. Essas representações demandam grandes quantidades de informações, já que elas

requerem dados sobre cada companhia, a respeito dos seus fluxos de vendas e das suas fontes de

suprimentos. Enquanto setores compram e vendem uns para os outros, um setor individual

interage, tipicamente e diretamente, com um número relativamente pequeno de setores.

Entretanto, devido à natureza desta dependência, pode-se mostrar que todos os setores estão

interligados, direta ou indiretamente.

Insumo é o material necessário para um determinado processo produtivo, por exemplo, a

madeira na produção de móveis. Produto é o resultado de um processo produtivo. Na matriz

insumo-produto, os diferentes setores econômicos são organizados sob a forma de uma matriz,

permitindo apresentar nas linhas, o destino da produção para cada setor e, nas colunas, o

consumo dos setores como insumo de cada atividade (NAÇÕES UNIDAS, 1999)

Na Figura 2, as relações fundamentais de insumo-produto mostram que as vendas dos

setores podem ser utilizadas dentro do processo produtivo pelos diversos setores compradores da

economia ou, podem ser consumidas pelos diversos componentes da demanda final (famílias,

governo, investimento, exportações). Consequentemente para se produzir são necessários

insumos, pagamento de impostos, importação de produtos e outros que gera valor adicionado

(pagamento de salários, remuneração do capital e da terra agrícola) na economoa, além da criação

de empregos.

Setores Compradores

SetoresVendedores

Insumos IntermediáriosDemanda

FinalProdução

Total

Impostos Indiretos Líquidos (IIL) IILImportações (M) M

Valor AdicionadoProdução Total ‘

FIGURA 2- RELAÇÕES BÁSICAS DE INSUMO-PRODUTOfonte: Guilhoto (2004)

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A Figura 3 mostra como são utilizados os bens domésticos e importados, ou seja, como

estes são utilizados na produção corrente de outros bens, na formação de capital, no consumo das

famílias, pelo governo e outras demandas.

Exportações Produtos DomésticosProdutos

Importados

ProduçãoCorrente

Formação deCapital

Consumo dasFamílias

Governo e OutrasDemandas

FIGURA 3 - USO DOS BENS NO MODELO DE INSUMO-PRODUTOFonte: Guilhoto (2004)

O modelo de insumo-produto tem como hipótese de que somente os produtos domésticos

são exportados, o que implica tais produtos devem necessariamente passar por um processo de

produção interna antes de serem exportados.

No caso da produção, como mostra a figura 4, os produtos domésticos utilizam uma

combinação entre insumos domésticos, insumos importados, trabalho, capital e terra (no caso dos

produtos agrícolas) para serem produzidos.

Produtos Domésticos

InsumosDomésticos

InsumosImportados

Trabalho Capital Terra

FIGURA 4 - INSUMOS UTILIZADOS NO PROCESSO PRODUTIVOFonte: Guilhoto (2004)

Os fluxogramas mostrados nas figuras 2 e 3 podem, então, ser combinados em um único, de

modo a dar uma ideia de como o modelo funciona de uma maneira integrada (figura 5).

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ProdutosDomésticos

Demandas por Produtos Finais(Exportações, Consumo das

Famílias, Gastos do Governo,Investimentos, etc.)

InsumosDomésticos

InsumosImportados

Insumos Primários(Trabalho, Capital, e Terra)

ProdutosImportados

FIGURA 5 - FLUXOGRAMA DO MODELO DE INSUMO-PRODUTOFonte: Guilhoto ( 2004)

A partir da figura 5 observa-se que são utilizados insumos domésticos (que foram obtidos

por meio da produção doméstica), insumos importados e insumos primários (trabalho, capital e

terra) para a produção de produtos domésticos. Os produtos domésticos são utilizados pelas

indústrias como insumos intermediários no processo produtivo ou consumidos como produtos

finais (exportações, consumo das famílias, gastos do governo, investimentos, etc.). As

importações podem ser de insumos intermediários, que se destinam ao processo produtivo, ou de

bens finais, que são diretamente consumidos pelos consumidores finais. A renda da economia,

utilizada no consumo dos bens finais (sejam eles destinados ao consumo ou ao investimento), é

obtida por meio da remuneração do trabalho, capital e terra agrícola. A receita do governo é

obtida por meio do pagamento de impostos pelas empresas e pelos indivíduos. O modelo supõe

que existe equilíbrio em todos os mercados da economia.

A intensidade dessas relações é o ponto principal da análise. Considerando um aumento

da demanda por um produto específico, por exemplo, a demanda por maquinas agrícolas

(colheitadeiras, tratores, etc) fabricados no Brasil, tal crescimento é um sinal para os produtores

de automóveis, que aumentam a sua produção. Ao mesmo tempo, todas as empresas de peças irão

aumentar sua produção (pneus, transmissores, lubrificantes, motores), o mesmo ocorrendo para

os fornecedores da indústria de autopeças. Tal processo é conhecido como efeito multiplicador. É

importante salientar que alguns setores da economia estão mais envolvidos nas compras – direta e

indiretamente – de alguns setores do que outros, por isso, os efeitos multiplicadores gerados pelos

RendaRenda

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15

aumentos na demanda por determinados produtos ocasionam impactos diferenciados na

economia, de forma que, em essência, cada setor possui um multiplicador diferente.

Este efeito multiplicador não se restringe apenas à demanda por insumos intermediários,

pois do lado da demanda por insumos primários o processo também se repete, mas de uma forma

um pouco diferente. Isto é, um aumento na demanda por mão-de-obra fará com que haja um

aumento no poder aquisitivo das famílias, gerando uma elevação na demanda por produtos finais

e novo incremento do nível de atividade dos setores que, por sua vez, irão aumentar a demanda

pelos diversos tipos de insumos, inclusive mão-de-obra, causando um novo aumento no poder

aquisitivo, desencadeando um novo ciclo de aumento da demanda. O processo se repete até que o

sistema atinja o equilíbrio. O efeito multiplicador devido ao aumento na demanda do consumo

das famílias é chamado de efeito induzido.

A decisão primeira na elaboração do modelo de insumo-produto diz respeito ao número

de atividades e produtos. O modelo de insumo-produto do MS foi construído com uma abertura

de 10 grupos de atividades econômicas (inclusive dummy financeiro) e 29 grupos de produtos,

compatibilizados com a pauta de atividades e produtos da MIP do Brasil. Este modelo apresenta

um grau de abertura (setorial e de produtos) menor que o nacional, sendo que, esta agregação foi

realizada para concentrar o estudo nos setores com maior relevância econômica no MS, ou seja,

maior participação na atividade produtiva, e, sobretudo, em função da disponibilidade de dados,

visto que, para uma maior desagregação seria necessário dados primários, principalmente, no que

se refere ao consumo intermediário entre os elos das cadeias.

Como o modelo de insumo-produto trata do espaço estadual, algumas adaptações são

necessárias à lógica de elaboração usada no modelo nacional. Por exemplo, as importações e

exportações do resto do mundo compreendem não somente as transações internacionais, mas

também as transações interestaduais. A adaptações realizadas ficarão explicitadas nas equações

apresentadas na seqüência do texto.

A seguir, é apresentado um organograma das etapas seguidas no processo de geração das

informações e consolidação dos dados até a finalização dos cálculos e obtenção da Matriz de

Leontief.

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16

Recursos e

UsosSistema de Contas Estadual

Integrado

Emprego eRendimento

Balanceamento

Conta de bens e serviços

Destino da margem dedistribuição

Destino dosimpostos

Oferta edemanda a

preço básico

Contas de produção, rendae capital

Matriz decoeficientes

técnicos

Conta das transações doresto do mundo

Matriz deLeontief

Composição do PIB:

produção, despesa e renda

FIGURA 6 - ORGANOGRAMA METODOLÓGICOFonte: Adaptado de Porsse (2002)

O primeiro passo dado foi o de construir as Tabelas de Recursos e Usos (TRU) do Mato

Grosso do Sul, as quais descrevem a oferta agregada (recursos) e demanda agregada (usos) da

economia estadual.

3.1 As Tabelas de Insumo-Produto

Com base no sistema ilustrado e explicado anteriormente, a tabela 1, a seguir, apresenta

de forma esquemática um exemplo de uma tabela de insumo-produto para uma economia com

dois setores.

TABELA 1: TABELA DE INSUMO-PRODUTO

Setor 1 Setor 2 ConsumoFamílias

Governo Investimento Exportações Total

Setor 1 Z11 Z21 C1 G1 I1 E1 X1

Setor 2 Z21 Z22 C2 G2 I2 E2 X2

Importação M1 M2 Mc Mg M1 M

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Impostos T1 T2 Tc Tg Ti Te TValor Adicionado W1 W2 WTotal X1 X2 C G I E

Sendo:

Zij é o fluxo monetário entre os setores i e j;

Ci é o consumo das famílias dos produtos do setor i;

Gi é o gasto do governo junto ao setor i;

Ii é a demanda por bens de investimento produzidos no setor i;

Ei é o total exportado pelo setor i;

Xi é o total de produção do setor i;

Ti é o total de impostos indiretos líquidos pagos por i;

Mi é a importação realizada pelo setor i;

Wi é o valor adicionado gerado pelo setor i.

A tabela acima permite estabelecer a igualdade:

X1 + X2 + C + G + I + E = X1 + X2 + M + T + W (1)

Eliminando X1 e X2 de ambos os lados, tem-se:

C + G + I + E = M + T + W (2)

Rearranjando:

C + G + I + (E – M) = T + W (3)

Portanto, a tabela de insumo-produto preserva as identidades macroeconômicas. A partir

da tabela 1 e equações (1), (2) e (3) apresentadas anteriormente, pode-se generalizar o sistema

para o caso de n setores, obtendo-se:∑ Z + c + g + I + e ≡ x (4)

Sendo:

Zij é a produção do setor i que é utilizada como insumo intermediário pelo setor j;

ci é a produção do setor i que é consumida domesticamente pelas famílias;

gi é a produção do setor i que é consumida domesticamente pelo governo;

Ii é a produção do setor i que é destinada ao investimento;

ei é a produção do setor i que é exportada;

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xi é a produção domestica total do setor i.

Assumindo-se que os fluxos intermediários por unidade do produto final são fixos, pode-

se derivar o sistema aberto de Leontief, ou seja:∑ a x + y = x (5)i = 1,2, … , nSendo:

aij é o coeficiente técnico que indica a quantidade de insumo do setor i necessária para a

produção de uma unidade de produto final do setor j e;

yi é a demanda final por produtos do setor i, isto é, ci + gi + Ii + ei.

Todas as outras variáveis da equação 5 já foram definidas anteriormente.

A equação 5 pode ser escrita em forma matricial como:

Ax + y = x (6)

Sendo:

A é a matriz de coeficientes diretos de insumo de ordem (n x n)

x e y são vetores colunas de ordem (n x 1)

Resolvendo a equação 6 é possível se obter a produção total que é necessária para

satisfazer a demanda final, ou seja,

x = (I - A) -1 y (7)

Sendo:

(I - A)-1 é a matriz de coeficientes diretos e indiretos, ou a matriz de Leontief

Em B = (I - A)-1, o elemento bij deve ser interpretado como sendo a produção total do

setor i que é necessária para produzir uma unidade de demanda final do setor j.

Para se calcular o efeito induzido é necessário endogeneizar o consumo e a renda das

famílias no modelo de insumo-produto, dessa maneira, ao invés de usar a matriz A descrita

acima, têm-se:A = A HH 0 (8)

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Sendo Ā a nova matriz de coeficientes técnicos (n + 1) x (n + 1) contendo a renda (Hr) e o

consumo (Hc) das famílias. Do mesmo modo, teríamos que os novos vetores de produção total X

((n + 1)x1), e de demanda final ((n + 1)x1) seriam representados respectivamente porX = [ XX ] (9)

Y = [ Y∗Y∗ ] (10)

Sendo que os novos componentes estão relacionados à endogeneização do consumo e da

renda das famílias. Dessa maneira, o sistema de Leontief seria representado como:

X = B -1 (11)

B = (I – Ā)-1 (12)

Do ponto de vista da álgebra matricial, não é difícil perceber a correção do método, mas

pode-se entender mais de perto o significado econômico da matriz inversa de Leontief. Pós-

multiplicando a matriz (I – A) por (I + A + A1 + A2 + A3...+ An), chega-se a:

(I – An+1)

Como todos os coeficientes técnicos da matriz A estão entre 0 e 1, fazendo n tender ao

infinito, os valores do último termo se aproximam de zero e, dessa forma, pode-se considerar

como resultado da multiplicação apenas o termo I (matriz identidade). Sendo assim, conclui-se

que (I + A + A1 + A2 + A3...+ An) passa a ser considerada como a matriz inversa (I – A) de

quando n assume valores altos.

Se houver um aumento da demanda por produtos de determinado setor j, o impacto inicial

corresponderá exatamente ao aumento da produção deste setor. Esta variação está refletida no

primeiro termo I do somatório (I + A + A1 + A2 + A3...+ An). Mas para aumentar a produção, o

setor j demandaria insumos dos demais setores, segundo a proporção estabelecida pela coluna j.

Pré-multiplicando o vetor da variação da demanda pela matriz (I - A)-1 chega-se ao seguinte

resultado: o setor j teria um aumento de produção correspondente à variação da demanda mais o

valor necessário de insumo demandado pelo próprio setor em função do aumento da demanda

final. Todos os demais setores que fornecem insumos ao setor j também teriam suas produções

alteradas. O acréscimo seria correspondente à variação da demanda vezes o coeficiente técnico

aij. Portanto, o termo A representa a necessidade de insumo do setor originalmente demandado e

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mede os efeitos da “primeira rodada”. Mas a produção desses insumos demandará, por sua vez,

outros insumos e o valor desta demanda será calculada por meio do termo A2. Este encadeamento

não tem fim e cada “rodada” é contemplada pela inclusão de mais um termo no somatório.

Na teoria, as matrizes A e B são expressas em termos de relações físicas entre insumos e

produtos, e os seus elementos são chamados de coeficientes técnicos. Contudo, em termos

práticos, estas matrizes são estimadas a partir de fluxos medidos em termos monetários, o que

pode gerar problemas quando estas matrizes são utilizadas. Mesmo se fosse possível a estimação

das matrizes A e B a partir de relações físicas, existiriam problemas relacionados à estabilidade

dos coeficientes ao longo do tempo; à definição de como deveria ser feita a agregação dos

setores; entre outros1.

Além dos problemas mencionados anteriormente, quando as matrizes A e B são estimadas

a partir de fluxos monetários, existe também o problema das mudanças dos preços relativos

afetarem os valores dos coeficientes técnicos. O que usualmente é feito, em termos analíticos,

para resolver este problema, é assumir que os preços relativos são constantes. Apesar destes

problemas, a análise de insumo-produto se constitui em uma ferramenta poderosa, talvez a

melhor disponível, quando é necessário o desenvolvimento de um estudo multissetorial da

economia.

4 A TABELA DE RECURSO E USO (TRU)

4.1 Estrutura da TRU Brasil

Para maior clareza na compreensão do instrumento proposto apresentamos inicialmente a

estrutura da TRU Brasil, para, em seguida, identificar as necessidades de maior detalhamento no

caso regional.

O SCNB divulga seus dados em dois conjuntos de quadros. As TRU que apresentam as

relações econômicas entre as atividades econômicas e os produtos (bens e serviços) e as Contas

Econômicas Integradas (CEI) que se organizam em torno de setores institucionais que agrupam

os agentes e as empresas. As TRU, por serem baseadas nas atividades econômicas, possibilitam o

1 Ver Miller e Blair (1985) para uma revisão adicional destas questões.

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desenvolvimento de esforços para sua estimação regional. Os dados de empresas, por setor

institucional, trazem questões mais complexas quando se trata de análises regionais.

O objetivo das TRU é a análise dos fluxos de bens e serviços e dos aspectos básicos do

processo de produção – consumo intermediário e produção de produtos por atividade e a geração

da renda. Resultam, portanto, dois elementos fundamentais na sua construção: atividades

(conjuntos de agentes do processo de produção) e produtos (conjunto de bens e serviços).

A unidade básica considerada na análise do processo de produção é a unidade produtiva

(unidade local), definida como o local físico onde se realiza uma única atividade econômica. As

atividades são compostas a partir da agregação de estabelecimentos com estruturas relativamente

homogêneas de consumo e produção. Em alguns casos a unidade de produção coincide com a

empresa; quando, no entanto, esta tem uma produção diversificada é desmembrada em unidades

locais, podendo cada qual ser classificado numa atividade distinta. Por outro lado, mesmo

desenvolvendo uma única atividade, os estabelecimentos podem produzir acessoriamente, por

necessidade de ordem técnica ou questões de mercado, produtos típicos de outras atividades;

neste caso, os estabelecimentos são classificados em função de sua produção principal,

resultando, assim, uma produção secundária de produtos não característicos de sua atividade

principal.

As TRU para determinadas regiões/locais são constituídas pelas tabelas de recursos de

bens e serviços, composta por três quadrantes, e de usos de bens e serviços, subdividida em

quatro quadrantes, conforme mostra a figura 7.

I - TABELA DE RECURSOS DE BENS E SERVIÇOS

OFERTA PRODUÇÃO IMPORTAÇÃO

A = A1 + A2

II - TABELA DE USOS DE BENS E SERVIÇOS

OFERTA CONSUMO INTERMEDIÁRIO DEMANDA FINAL

A = B1 + A2

COMPONENTES DO VALOR ADICIONADO

C

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FIGURA 7- REPRESENTAÇÃO DA TABELA DE RECURSOS E USOSFonte: Contas Nacionais - IBGE

A tabela de recursos de bens e serviços, tabela I, apresenta a origem dos produtos (bens e

serviços) de origem nacional ou importada. O primeiro quadrante (A) apresenta, em suas

colunas, a oferta (produção mais importação) a preços de consumidor e a preços básicos, as

margens de comércio e transporte e os impostos e subsídios associados a cada produto. Os

produtos são descritos nas suas linhas.

A produção das atividades especificadas por produto forma o segundo quadrante (A1)

desta tabela. Com as atividades registradas nas colunas e os produtos nas linhas. Por fim, no

terceiro quadrante (A2) são apresentadas, em uma coluna, as importações CIF.

A tabela de usos de bens e serviços, tabela II, apresenta o equilíbrio entre oferta a preços

de consumidor e demanda a preços de consumidor, assim como o consumo intermediário das

atividades econômicas detalhadas por produto. No primeiro quadrante (A) repete-se o vetor da

oferta total, a preços do consumidor. O quadrante (B1) apresenta, em suas linhas, os insumos

utilizados na produção de cada atividade, registradas nas colunas.

O quadrante seguinte (B2) apresenta, em suas linhas, os bens e serviços que se destinam à

demanda final: consumo final das famílias, das administrações publicas, das Instituições sem fins

de lucro a serviço das famílias – ISFLSF e formação bruta de capital fixo, variações de estoques e

as exportações.

O último quadrante (C) mostra, em suas linhas, os demais custos de produção

remuneração dos empregados e os impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção, finalizando

com o rendimento misto bruto e o excedente operacional bruto. As atividades são registradas nas

colunas. Como informação complementar, é apresentado o total de postos de trabalho em cada

atividade.

A reprodução destes quadros para níveis geográficos mais detalhados, regiões ou estados,

necessita não apenas de um sistema de estatísticas muito detalhado, mas, também, da

incorporação de conceitos econômicos que incorporem a realidade regional. Adota-se os

conceitos de residente e não residente dentro do estado de forma similar aos conceitos adotados

para um país.

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No caso da TRU estimada para o Mato Grosso do Sul a leitura dos agregados deve ser a

seguinte: todos os agregados de uma TRU regional estão unicamente associados aos agentes

residentes naquela região. Neste caso no estado de Mato Grosso do Sul.

Ao se adotar esse conceito devem ser estabelecidos os agentes não residentes. Neste caso,

no trabalho de estimação da TRU/MS, as transações com os não residentes foram tratadas como

“Resto do Mundo e “Demais Unidades da Federação” ou “Resto do Brasil.

Nesse trabalho optou-se por detalhar as operações de e os outros países, chamou-se Resto

do Mundo. Esse tratamento faz com que as seguintes alterações sejam incluídas nas tabelas de

uma TRU:

• quadro A2 passa ter duas colunas representando as importações do Resto do Mundo

(CIF) e do Resto do Brasil (a preço de básicos)

• quadro B2 passa ter duas colunas representando as exportações para o Resto do Mundo

(FOB) e para o Resto do Brasil (a preços de consumidor).

A Tabela de Recursos de Bens e Serviços apresenta os dados de oferta total a preços ao

consumidor (preços de mercado); entretanto, discrimina as margens de comércio e transporte, os

impostos e as importações, possibilitando a obtenção dos valores em Oferta Nacional a Preços

Básicos2. Os produtos estão descritos nas linhas e os setores nas colunas. Esta tabela é

equivalente à matriz V’ (Matriz de Produção transposta).

A Tabela de Usos de Bens e Serviços não discrimina margens, impostos e importações,

tornando-se necessário um trabalho adicional para transformá-la em duas outras: consumo

nacional a preços básicos e consumo importado a preços básicos. Uma metodologia utilizada para

a construção da Matriz Insumo-Produto utilizando dados preliminares das Contas Nacionais pode

ser encontrada em Guilhoto et al. (2010).

Baseado na notação do IBGE, e adaptado de Feijó et al. (2001), os dados que aparecem na

matriz Insumo-Produto podem ser esquematizados conforme apresentado no quadro 1.

QUADRO 1: DADOS EM UM MODELO INSUMO-PRODUTO - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA

Produtos Setores Demanda Valor da

2 Oferta Nacional = Oferta Total – ImportaçõesPreços Básicos = Preços ao Consumidor – Margens – Impostos

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Nacionais Final Produção

Produtos Nacionais U E Q

Produtos Importados Um Em

Setores V Z Y X

Impostos Tp Te

Valor Adicionado W

Valor da Produção Q’ X’

Fonte: A partir de Feijó et al. (2001)

Onde:

V: matriz de produção, apresentando para cada setor (ou indústria) o valor da produção de

cada um dos produtos;

Q: vetor com o valor bruto da produção total por produto;

U: matriz de consumo intermediário nacional, apresentando para cada setor o valor dos

produtos de origem interna consumidos;

Z: matriz do consumo intermediário dos setores, cujas linhas representam as vendas dos

mesmos e as colunas as compras.

Um: matriz de consumo intermediário importado, apresentando para cada setor o valor

dos produtos importados consumidos;

E: matriz da demanda final por produtos nacionais, apresentando o valor dos produtos de

origem interna consumidos pelas categorias da demanda final (consumo final das famílias e do

governo, exportação, formação bruta de capital fixo e variação de estoques);

Em: matriz da demanda final por produtos importados, apresentando o valor dos produtos

de origem externa consumidos pelas categorias da demanda final;

Y: matriz da demanda final por setor, representando a parcela do valor da produção de um

setor destinada à demanda final. Estes dados não são observados, mas sim calculados a partir de

E;

Tp: matriz dos valores dos impostos e subsídios associados a produtos, incidentes sobre

bens e serviços absorvidos (insumos) pelas atividades produtivas;

Te: matrizes dos valores de impostos e subsídios associados a produtos, incidentes sobre

bens e serviços absorvidos pela demanda final;

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X: vetor com o valor bruto da produção total por setor;

W: vetor com o valor adicionado total gerado pelas atividades produtivas.

É importante ressaltar que não é possível aplicar a teoria básica de Leontief, apresentada

anteriormente, diretamente nas matrizes da forma como estas são divulgadas pelos órgãos

responsáveis pela sua construção.

No mundo real, a maioria dos setores produtivos, além de produzirem um bem principal,

podem produzir mais que um sub-produto, denominados secundários. Isto viola uma das

pressuposições básicas da teoria de Leontief, que diz que cada setor produz um único produto e

cada produto é produzido por um único setor, inviabilizando a aplicação da mesma nestas

matrizes. Este é um dos fatores que torna sempre necessária a transformação da base de dados

efetivamente disponível às necessidades do modelo teórico.

De acordo Guilhoto e Sesso Filho (2005) e Guilhoto et al. (2010), existem duas

tecnologias utilizadas de forma a se obter o sistema de insumo-produto originalmente definido

por Leontief, quais sejam: a Tecnologia Baseada na Indústria, que assume a hipótese de que o

mix de produção de um dado setor pode ser alterado, porém este setor mantém a sua participação

constante no mercado dos bens que produz; e a Tecnologia Baseada no Produto, que assume a

hipótese de que o mix produtivo de cada setor deve permanecer constante, ou seja, para alterar a

produção de um determinado bem, o setor deve alterar a produção de todos os outros bens na

mesma proporção.

O enfoque setor x setor da Tecnologia Baseada na Indústria é o mais utilizado na prática,

pois acaba ficando mais próximo da realidade em decorrência da sua hipótese de “Market-Share”

ou participação constante de cada setor na oferta de cada bem no mercado, o que justifica a sua

utilização no presente trabalho.

4.2 Estrutura da TRU/MS

No Estado de Mato Grosso do Sul os estudos das Contas Regionais no final da década

de 1980 desenvolveu o primeiro projeto de Contas Regionais visando estimar o valor do Produto

Interno Bruto da economia sul-mato-grossense. Nesta fase era um projeto independente sem uma

coordenação metodológica de visão nacional, porém contou a orientação técnica do Instituto de

Pesquisas Econômicas e Aplicada – IPEA.

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Com a realização da IV Conferência Nacional de Estatística – CONFEST, no Rio de

Janeiro em 1996, iniciou-se uma discussão sobre a necessidade de se ter um Sistema de Contas

Regionais que se consolidasse com as Contas Nacionais do Brasil - cálculo do Produto Interno

Nacional. Diante disso, o Instituto Nacional de Geografia e Estatística – IBGE, ligado ao

Ministério do Planejamento, assumiu a coordenação para a elaboração juntamente com os

Estados que já tinham estudo de Contas, de uma metodologia que fosse capaz de inserir o estudo

das contas de produção de bens e serviços de todos os Estados mais o Distrito Federal.

Em 1997 foi elaborada uma versão metodológica que possibilitava a consolidação das

contas regionais, com as Contas Nacionais, tendo início a construção das Contas Regionais dos

Estados com a participação efetiva dos órgãos estaduais de estatística e planejamento em todas as

fases do projeto. Em 1999 foi publicado a primeira série 1985 – 1997 do produto Interno Bruto

dos Estados, cujo somatório fechava com o PIB Brasil.

Procurando avançar na análise e na compreensão da realidade local, iniciou-se em 2011,

em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Associação de

Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso do Sull (APROSOJA), o desenvolvimento

de uma Tabela de Recurso e Uso (TRU) e uma Matriz de Insumo-Produto Regional (2008),

contando com a experiência da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da

Ciência e Tecnologia – SEMAC.

A TRU para o estado de Mato Grosso do Sul é integrada metodologicamente com os

resultados do Sistema de Contas Nacionais do Brasil (SCNB) e apresenta os principais agregados

macroeconômicos do estado.

A TRU-MS é construída a partir da metodologia para elaboração da TRU-BR em

conformidade com as recomendações do System of National Accounts (1993), manual de Contas

Nacionais e Handbook of Input-Output Table Compilation and Analysis, ambos elaborados pela

Organização das Nações Unidas (ONU).

Além disso, a base de dados utilizada para cada indicador macroeconômico utiliza-se de

informações de diversas pesquisas publicadas pelo IBGE, dentre elas: Pesquisa Nacional de

Amostra por Domicílios (PNAD-2008), Pesquisa Anual da Indústria (PIA-2008), Pesquisa do

Orçamento Familiar (2008-2009), Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Produção

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Agrícola Municipal (PAM), Produção da Pecuária Municipal (PPM), Produção da Extração

Vegetal e da Silvicultura (PEVS), Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Pesquisa

Anual do Comércio (PAC), Pesquisa Anual de Serviços (PAS), Censo Agropecuário 2006, além

das Contas Reginais, provenientes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento,

da Ciência e de Tecnologia (SEMAC/MS), da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso

do Sul (SEFAZ/MS), do Alice Web do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior (MDIC), da Tabela de Recursos e Usos Brasil (TRU BR) e da Relação Anual de

Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho.

4.3 TRU/MS

4.3.1 Oferta Total a Preços do Consumidor

A Tabela de Usos de Bens e Serviços das Contas Nacionais possui valores a preços de

mercado, os quais devem ser transformados (estimados) a preços básicos. Isto porque os dados de

usos de bens e serviços pelos setores da economia estão expressos a preços ao consumidor

(preços de mercado, PC), que engloba não somente o preço básico, mas também os valores das

importações (IMP), impostos indiretos líquidos (IIL) e margens de comércio (MGC) e transporte

(MGT). Por conseguinte, para obter-se a Matriz de Uso a preço básico da oferta nacional, torna-

se necessário subtrair dos preços de mercado originais contidos nas Contas Nacionais os valores

estimados referentes à importação, impostos e margens de comércio e transporte de cada produto

para cada setor da economia.

Detalhadamente, o IBGE fornece a os dados apresentados no quadro 2 que apresenta a

oferta global a preços de mercado, os quais são constituídos por:

1. Preço básico (PB)

2. Margem de Comércio (MGC)

3. Margem de Transporte (MGT)

4. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

5. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

6. Outros Impostos Indiretos Líquidos (OIIL)

7. Importação de Bens e Serviços (IMP)

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8. Imposto de Importação (IIMP)

Assim, temos as seguintes relações:

Oferta Global (OG) = Oferta Nacional (ON) + Oferta Internacional (OI)

Oferta Nacional a Preço Consumidor (ONPC) = OGPB + OI + MGC + MGT + IIL

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34

QUADRO 2- QUADRANTE A - OFERTA TOTAL A PREÇOS DE CONSUMIDOR – 2008

Códigodo

produtoDescrição do produto

Oferta de bens e serviços (valores correntes em 1 000 R$)

Oferta totala preço

deconsumidor

Margemde

comércio

Margemde

transporte

Impostode

importação

IPI ICMS Outrosimpostosmenos

subsídios

Total deimpostoslíquidos

desubsídios

Ofertatotal

a preçobásico

1 Cana-de-açúcar 275 000 0 3 922 0 0 2 865 560 3 425 267 653

2 Soja em grão 1 234 668 293 984 13 100 0 0 11 081 2 165 13 246 914 338

3 Milho em grão 528 337 60 472 3 900 0 0 168 33 201 463 764

4 Bovinos e suínos 3 314 870 136 238 1 083 0 0 155 509 30 385 185 895 2 991 654

5 Aves 91 220 8 554 48 0 0 1 701 332 2 033 80 586

6 Outros produtos agropecuária 1 137 748 274 314 18 485 461 0 18 361 3 588 22 409 822 540

7 Indústria Extrativa 6 540 741 462 872 228 135 56 0 8 529 1 667 10 251 5 839 482

8 Abate de bovinos 1 994 203 374 540 9 104 0 0 118 928 23 238 142 165 1 468 394

9 Abate de outros animais 852 332 133 257 5 572 0 0 26 987 5 273 32 260 681 243

10 Indústria de laticínios 336 293 33 592 1 738 182 0 13 714 2 680 16 576 284 387

11 Fabricação de açúcar 337 005 15 085 1 875 5 0 1 769 346 2 119 317 926

12 Fabricação de oleos vegetais 750 952 43 928 13 975 5 461 0 24 035 4 696 34 193 658 856

13 Rações 645 951 79 402 15 385 222 0 5 634 1 101 6 957 544 206

14 Outros produtos alimentares 1 861 707 730 309 34 809 981 28 200 202 485 39 564 271 230 825 359

15 Têxteis 905 482 369 863 21 068 7 866 451 10 752 2 101 21 169 493 382

16 Artigos de vestuário e acessórios 1 242 622 624 626 0 4 519 0 3 844 751 9 114 608 882

17 Artefatos de couro e calçados 880 934 322 410 17 897 3 837 313 9 506 1 857 15 513 525 113

18 Produtos em madeira - exclusive móveis 169 905 26 511 2 385 89 250 9 446 1 846 11 631 129 378

19 Celulose e produtos de papel 101 920 17 208 3 114 223 1 071 5 257 1 027 7 578 74 021

20 Jornais, revistas e discos 205 628 34 440 746 86 749 359 70 1 264 169 179

21 Alcool 746 100 190 339 6 769 0 0 46 283 9 043 55 327 493 665

22 Outros produtos indústria de transformação 21 493 704 8 236 805 636 284 35 138 50 049 690 631 134 944 910 763 11 709 853

23 SIUP 3 599 737 0 0 0 0 1 041 316 203 465 1 244 781 2 354 956

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30

24 Construção 3 523 928 0 0 0 0 7 277 1 422 8 699 3 515 229

25 Comércio 5 164 185 (-) 12 468 748 0 0 0 1 307 059 255 389 1 562 448 16 070 485

26 Transporte, armazenagem e correio 3 792 696 (-) 1 039 394 0 0 122 536 23 943 146 478 4 685 612

27 Intermediação Financeira 2 089 494 0 0 0 0 5 1 6 2 089 489

28 Administração pública e seguridade social 8 036 707 0 0 0 0 0 0 0 8 036 707

29 Outros 12 923 935 0 0 0 0 432 488 84 505 516 993 12 406 941

Total 84 778 004 0 0 59 125 81 083 4 278 525 835 992 5 254 726 79 523 279

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34

4.3.2 Valor da produção

O Valor de Produção para cada atividade, o total do Valor de Produção (VP) tem como

fonte as Contas Regionais. A partir desses totais, foi necessário identificar os valores dos

produtos produzidos e consumidos em cada atividade. A desagregação por produto do VP de

cada atividade foi realizada a partir das ponderações da TRU-BR, confrontados com as pesquisas

estruturais do IBGE: Produção Agrícola Municipal (PAM), Produção da Pecuária Municipal

(PPM), Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), Pesquisa Industrial Anual (PIA),

Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Pesquisa Anual do Comércio (PAC),

Pesquisa Anual de Serviços (PAS) e Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD),

todas para o ano de 2008, e o Censo Agropecuário 2006; por fim, foi realizada análise crítica dos

dados para adequação á realidade do Estado.

Para chegar ao formato final da produção (quadro 3), o total do Consumo Intermediário

(CI) de cada atividade foi obtida diretamente das Contas Regionais. A decomposição do CI total

de cada atividade por produtos total foi, inicialmente, balizada pela estrutura de insumos da das

tabelas sinóticas, por atividade, publicadas pelas Contas Regionais, calculada pelo IBGE para

2008. Secundariamente foram feitas agregações para 10 setores e 29 produtos, considerando a

participação de cada um para composição do Valor Bruto da Produção (VBP) de cada

setor/produto.

Para alguns setores foram feitas desagregações. Houve uma contração no setor de

Comércio, que teve uma imputação em Outros Serviços, utilizando a TRU BR como padrão. Em

Administração Pública e Seguridade Social (APU) também foi realizada imputação.

Por fim, foi realizada análise crítica de todos os dados com adequação a realidade

econômica apresentada no Estado de Mato Grosso do Sul. A soma de Valor Adicionado (VA) e

Consumo intermediário (CI) totaliza o VBP.

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34

QUADRO 3 - QUADRANTE A1 - PRODUÇÃO - 2008

Códigodo

produtoDescrição do produto

Produção das atividades (valores correntes em 1 000 R$)

01Agropecuária

02Indústriaextrativa

03Indústria

detransform

ação

04SIUP

05Construçã

o civil

06Comérci

o

07Transporte,armazenagem e correio

08Intermediação financeira

09APU

10Outros

serviços

Totaldo produto

1 Cana-de-açúcar 250 672 0 0 0 0 0 0 0 0 0 250 6722 Soja em grão 888 521 0 0 0 0 0 0 0 0 0 888 5213 Milho em grão 452 225 0 0 0 0 0 0 0 0 0 452 2254 Bovinos e suíno 2 990 381 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 990 3815 Aves 35 203 0 0 0 0 0 0 0 0 0 35 2036 Outros produtos agropecuária 556 306 0 0 0 0 0 0 0 0 0 556 3067 Indústria Extrativa 0 877 477 0 0 0 0 0 0 0 0 877 4778 Abate de bovinos 0 0 630 515 0 0 0 0 0 0 0 630 5159 Abate de outros animais 0 0 144 373 0 0 0 0 0 0 0 144 373

10 Indústria de laticínios 0 0 31 000 0 0 0 0 0 0 0 31 00011 Fabricação de açúcar 0 0 61 322 0 0 0 0 0 0 0 61 32212 Fabricação de oleos vegetais 0 0 628 920 0 0 0 0 0 0 0 628 92013 Rações 248 299 0 55 472 0 0 0 0 0 0 0 303 77114 Outros produtos alimentares 0 0 217 912 0 0 0 0 0 0 0 217 91215 Têxteis 32 426 0 119 510 0 0 0 0 0 0 0 151 93616 Artigos de vestuário e acessórios 0 0 197 044 0 0 0 0 0 0 0 197 04417 Artefatos de couro e calçados 0 0 121 660 0 0 0 0 0 0 0 121 660

18Produtos em madeira - exclusivemóveis 0 0 68 097 0 0 0 0 0 0 0 68 097

19 Celulose e produtos de papel 0 0 32 201 0 0 0 0 0 0 0 32 20120 Jornais, revistas e discos 0 0 117 225 0 0 0 0 0 0 0 117 22521 Alcool 0 0 323 586 0 0 0 0 0 0 0 323 586

22Outros produtos indústria detransformação 2 374 129 0

8 345822 0 0 0 0 0 0 0 10 719 951

23 SIUP 172 694 0 175 7311 406

152 0 0 0 0 0 0 1 754 577

24 Construção 0 0 0 03 449

885 0 0 0 0 0 3 449 885

25 Comércio 942 176 0 0 0 06 214

441 0 0 0 146 866 7 303 483

26Transporte, armazenagem ecorreio 150 272 0 511 339 0 0 0 3 301 994 0 0 0 3 963 606

27 Intermediação Financeira 0 0 0 0 0 0 0 2 060 987 0 0 2 060 98728 Administração pública e 0 0 0 0 0 0 0 0 8 036 0 8 036 707

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33

seguridade social 707

29 Outros 1 317 459 02 092

088 0 0 212 927 0 0 192 1947 968

208 11 782 876

Total 10 410 764 877 47713 873

8171 406

1523 449

8856 427

369 3 301 994 2 060 9878 228

9018 115

074 58 152 420

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34

4.3.3 Importações e exportações internacionais e interestaduais

Na elaboração dos vetores de importações internacional e interestadual, a metodologia

empregada levou em conta os saldos da conta comercial e de serviços. O primeiro passo foi

extrair dos dados de Importação do Aliceweb (base de dados de comércio exterior do Ministério

do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) para o ano de 2008, ano de referência de nosso

trabalho. Os dados de comércio exterior foram retirados juntos com a Nomenclatura Comum do

Mercosul (NCM), que é uma convenção de categorização de mercadorias adotada desde 1995

pelo Uruguai, Paraguai, Brasil e Argentina e que toma por base o Sistema Harmonizado (SH),

classificando assim as exportações e importações.

Posteriormente, os produtos foram divididos em subclasses. É a partir dos códigos da

Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), classificação oficialmente adotada

pelo Sistema Estatístico Nacional do Brasil e pelos órgãos federais, estaduais e municipais

gestores de registros administrativos e demais instituições do Brasil, que se fez a imputação dos

valores na Tabela de Recursos e Usos. De posse dos produtos comercializados entre o Brasil e o

mundo, e organizados tanto em códigos CNAE e NCM, foi utilizado um tradutor que auxiliou na

organização do lançamento dos produtos dentro dos setores correspondentes. É de se lembrar que

os valores disponíveis no Aliceweb estão disponíveis em dólares, assim, a partir das taxas de

câmbios diárias informadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen) foi estimada uma taxa de

câmbio média para o ano de 2008. A parte dos valores estarem em dólares, é importante destacar

que as exportações estão disponíveis em valores FOB (Free on Borad) e que as importações de

produtos são valoradas a preços CIF (Cost, Insurance and Freight), ou seja, nos preços de

importação estão embutidos os custos com seguro e frete. Assim, é essencial a conversão dos

valores em moeda estrangeira para moeda nacional e da extração dos serviços contabilizado no

preço dos produtos importados, evitando assim o duplo lançamento dos serviços relacionados ao

transporte de bens.

Para a construção dos vetores de importação interestadual foi disponibilizada pela

Secretaria de Fazenda do Estado (SEFAZ-MS) a GIA - Guia de Apuração e Informação do

ICMS. Através dos Códigos Fiscais de Operações e de Prestações (CFOP de Entrada e Saída)

contidos na GIA, que contém produtos e códigos de importação e exportação do Estado com cada

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35

Unidade de Federação (UF), foi possível separar os valores que entraram e saíram do estado no

ano de 2008. Mais uma vez, utilizando um tradutor para CNAE, foram classificados todos os

produtos tendo por base os seus respectivos códigos, e na sequencia, ocorrendo a soma dos

valores de todas as observações fiscais dos produtos envolvidos em cada subclasse tabelada.

Diferentemente dos dados disponibilizados pelo Aliceweb, a GIA trás valores tanto para

bens e serviços, o que facilitou o computo e imputação dos valores referentes aos serviços. Em

relação às importações interestaduais os dados enviados foram corrigidos, retirando-se a parte de

estoque e mantendo somente a parte de fluxo, para que os valores sejam somente relativos às

transações realizadas no ano de 2008, desconsiderando-se, então, a importação de ativos que

estavam superestimando o valor.

Nas exportações, o gás natural boliviano, que passa pelo Estado, sofreu uma alteração:

R$ 4,8 bilhões realocados na indústria extrativa, tendo em vista que apenas R$800 milhões em

gás são processados e utilizados pelas indústrias do MS. O restante é exportado para o resto do

Brasil pelo gasoduto.

No caso especifico de Mato Grosso do Sul, principal porta de entrada do Gás boliviano

no Brasil, foi preciso redistribuir as importações de gás natural, sendo que do total R$800

milhões permaneceram como SIUP, parte que é processada e consumida no Estado, e o restante,

R$4,8 bilhões foram realocados na indústria extrativa, uma vez que o produto é exportado em seu

estado.

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QUADRO 4 - QUADRANTE A2 - IMPORTAÇÕES - 2008

Códigodo

produtoDescrição do produto

Importação (valores correntes em 1 000 R$)

AjusteCIF/FOB

Importação debens

interestadual

Importaçãode serviços

interestadual

Importação debens resto do

mundo

Importaçãode serviços

resto domundo

1 Cana-de-açúcar 0 16 981 0 0 0

2 Soja em grão 0 22 192 0 3 625 0

3 Milho em grão 0 9 156 0 2 383 0

4 Bovinos 0 1 273 0 0 0

5 Aves 0 45 383 0 0 0

6 Outros produtos agropecuária 0 104 913 0 161 321 0

7 Indústria Extrativa 0 53 033 0 4 908 972 0

8 Abate de bovinos 0 734 050 0 103 829 0

9 Abate de outros animais 0 536 870 0 0 0

10 Indústria de laticínios 0 253 227 0 161 0

11 Fabricação de açúcar 0 256 604 0 0 0

12 Fabricação de oleos vegetais 0 29 700 0 237 0

13 Rações 0 240 436 0 0 0

14 Outros produtos alimentares 0 524 884 0 82 564 0

15 Têxteis 0 109 720 0 231 725 0

16 Artigos de vestuário e acessórios 0 411 791 0 47 0

17 Artefatos de couro e calçados 0 400 204 0 3 249 0

18 Produtos em madeira - exclusive móveis 0 55 205 0 6 075 0

19 Celulose e produtos de papel 0 41 057 0 763 0

20 Jornais, revistas e discos 0 51 791 0 162 0

21 Alcool 0 170 079 0 0 0

22 Outros produtos indústria de transformação 0 989 902 0 1 233 981 0

23 SIUP 0 571 228 0 0 29 151

24 Construção 0 0 59 953 0 5 390

25 Comércio 0 0 8 739 177 0 27 825

26 Transporte, armazenagem e correio 0 0 421 310 0 300 696

27 Intermediação Financeira 0 0 0 0 28 502

28 Administração pública e seguridade social 0 0 0 0 0

29 Outros 0 0 0 0 624 065

Total 5 629 675 9 220 441 6 739 094 1 015 630

4.3.4 Margem de distribuição e impostos

As margens de comércio e transporte de cada produto foram calculadas como uma

fração de seu valor total de produção. Da SEFAZ-MS foi obtido o valor do Imposto sobre

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Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Os valores para todos os produtos

foram agregados por setores/produtos.

Devido à ausência de informações específicas sobre os impostos federais para alguns

setores/produtos, foi utilizada uma relação entre a margem e o valor total de cada produto da

TRU-BR. Posteriormente, foi realizada uma análise crítica dos dados, com o objetivo de adequar

às margens à realidade da economia estadual. Da Secretaria da Receita Federal foram obtidos:

Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações

Financeiras (IOF), Contribuição sobre o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e uma

soma de outros tributos. O IPI recebeu especial destaque, pois foi necessária sua adequação à

estrutura de produção estadual, que em muito diverge da nacional na indústria de transformação.

O valor do Imposto sobre Serviços (ISS) e subsídios para compor, juntamente com IOF,

Cofins e CPMF, outros impostos menos subsídios . Os dados fornecidos para subsídios estavam

agregados. Para a desagregação foi considerada a legislação sobre subsídios para os setores.

Esses valores foram ajustados de tal forma que a soma dos impostos no Estado seja igual ao valor

divulgado pela Receita Federal, levando em consideração a proporção dos valores de ICMS. É

importante considerar que por questões de sigilo fiscal as informações fornecidas estavam

incompletas, motivo pelo qual foi necessária a ponderação pelo ICMS.

4.3.5 Consumo Intermediário

Devido à ausência de dados de Consumo Intermediário (CI desagragado para alguns

setores/ produtos) foi utilizada uma relação entre a margem TRU-BR balizada pelo VBP

estadual. Para adequar tais valores à realidade do Estado foram feitas adequações ad hoc e

análise crítica de dados levando em consideração a proporcionalidade dos dados fornecidos pelas

Contas Regionais da SEMAC e adequando-os à gama de produtos e à tecnologia local. Os

valores fornecidos pelo Contas Regionais foram ajustados pelo valor total da sinótica do MS. Os

dados relacionados às Contas Regionais possuíam abertura apenas nos setores agropecuária e

indústria de transformação. CI = (CI VBP ) ∗ VBP

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38

CI = Consumo do produto i pelo setor j no MS;CI = Consumo do produto i pelo setor j no Brasil;VBP = Valor bruto da produção do setor j no Brasil;VBP = Valor bruto da produção do setor j no MS.

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39

QUADRO 5 - QUADRANTE B1 - CONSUMO INTERMEDIÁRIO - 2008

Códigodo

produto

Descrição do produto

Consumo intermediário das atividades (valores correntes em 1 000 R$)

01Agropecuári

a

02Indústriaextrativa

03Indústria detransformaçã

o

04SIUP

05Construção

civil

06Comércio

07Transporte,armazenagem e correio

08Intermediação financeira

09APU

10Outros

serviços

Totaldo produto

1 Cana-de-açúcar 127 996 0 146 966 0 0 0 0 0 0 0 274 9622 Soja em grão 61 728 0 213 101 0 0 0 0 0 0 0 274 8293 Milho em grão 267 005 0 83 869 0 0 0 0 0 292 349 351 5154 Bovinos e suínos 0 0 539 755 0 0 0 0 0 0 0 539 7555 Aves 0 0 68 510 0 0 0 0 0 0 902 69 4126 Outros produtos agropecuária 389 806 0 81 751 0 0 0 0 0 2 589 20 767 494 9137 Indústria Extrativa 98 865 62 471 861 196 93 118 65 356 0 0 0 647 349 1 182 0038 Abate de bovinos 0 0 3 266 0 0 0 0 0 2 421 29 525 35 2129 Abate de outros animais 0 0 3 735 0 0 0 0 0 3 518 8 644 15 897

10 Indústria de laticínios 0 0 9 547 0 0 0 0 0 10 369 18 672 38 58811 Fabricação de açúcar 0 0 118 885 2 407 0 0 0 64 8 206 5 500 135 06312 Fabricação de oleos vegetais 0 0 244 356 0 0 0 0 0 60 228 6 980 311 56413 Rações 503 382 93 93 737 0 0 0 0 0 2 918 11 616 611 74514 Outros produtos alimentares 105 245 0 17 622 0 0 0 0 0 20 755 22 438 166 06015 Têxteis 14 987 3 480 133 765 0 3 048 11 974 7 820 0 469 20 710 196 253

16Artigos de vestuário eacessórios 0 126 144 500 623 715 4 489 9 053 2 341 3 210 16 417 181 473

17 Artefatos de couro e calçados 0 79 128 869 0 0 0 0 0 38 1 022 130 009

18Produtos em madeira -exclusive móveis 14 987 7 35 703 0 58 785 3 129 0 0 1 066 565 114 242

19 Celulose e produtos de papel 2 081 2 157 9 089 802 3 150 30 377 3 546 9 579 15 824 3 652 80 25720 Jornais, revistas e discos 0 1 879 10 791 2 568 2 391 20 951 7 750 36 624 2 436 23 110 108 50021 Alcool 8 733 298 141 255 0 131 49 519 5 718 0 12 978 49 213 267 844

22Outros produtos indústria detransformação 2 003 326 170 708 3 265 514 148 523 1 445 779 416 798 1 061 416 76 481 476 984 895 182 9 960 710

23 SIUP 70 857 27 058 150 808 398 367 7 495 126 853 55 244 15 160 182 203 119 594 1 153 64024 Construção 0 15 884 457 093 160 68 273 3 380 140 11 049 220 567 64 678 841 22325 Comércio 1 384 825 0 1 589 276 0 919 111 922 0 0 0 4 603 3 091 546

26Transporte, armazenagem ecorreio 591 152 91 037 1 511 053 26 716 20 006 303 436 305 400 19 158 57 685 93 676 3 019 319

27 Intermediação Financeira 92 756 24 683 337 119 20 646 36 192 143 619 103 131 287 336 432 469 92 806 1 570 757

28Administração pública eseguridade social 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

29 Outros 43 709 150 326 1 142 032 104 541 84 706 641 434 320 970 317 621 1 195 293 1 046 478 5 047 110Total 5 781 440 550 284 11 543 165 798 471 1 796 947 1 867 879 1 880 188 775 412 2 713 165 2 557 449 30 264 400

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40

4.3.6 Remuneração do Trabalho

Os dados relativos à remuneração foram extraídos da PNAD-2008, tendo sido

considerados os salários do trabalho principal, do trabalho secundário e outros rendimentos, para

uma população de dez anos ou mais, os quais compreendem salários e contribuições sociais

efetivas e imputadas. Como o mês de referência da pesquisa é setembro, os dados foram

atualizados e anualizados considerando dezembro de 2008 como referência.

4.3.7 Excedente Operacional Bruto

Foi realizada estimativa do excedente operacional bruto (EOB) para o Mato Grosso do

Sul de forma residual, sendo este igual ao valor adicionado (VA) deduzido das remunerações

pagas aos empregados, dos rendimentos autônomos e dos impostos líquidos de subsídios

(PORSSE, 2007).EOB = EOB VA ∗ VAEOB = Excedente operacional bruto do setor j no MS;EOB = Excedente operacional bruto do setor j no Brasil;VA = Valor adicionado do setor j no Brasil;VA = Valor adicionado do setor j no MS.Então, foi realizado balanceamento para atingir o resultado final.

4.3.8 Consumo do Governo e Instituições sem Fins Lucrativos

O consumo da administração pública e das instituições sem fins lucrativos – foram

obtidos imputando a proporcionalidade da TRU-BR.

4.3.9 Consumo das Famílias

A principal fonte de dados utilizada foi a POF 2008/2009. A POF é realizada de maio de

um ano até maio do ano seguinte, neste caso maio de 2008 a maio de 2009. Considerando-se 12

meses foi relizada uma agregação a partir dos macro dados levando em consideração o consumo

das famílias para os setores/produtos selecionados. Foi utilizada uma ponderação considerando-se

a TRU-MS para os dados.

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41

Os valores utilizados precisaram ser deflacionados, atualizados e posteriormente

somados para se encontrar o valor total. A deflação e atualização dos valores se deu pelo IGP-DI.

Foi utilizado o tradutor da POF disponível no IBGE para POF 2002/2003 que ainda não foi

atualizado para a POF 2008/2009.

4.3.10 Formação Bruta de Capital Fixo e Variação de Estoques

Para formação bruta de capital fixo (FBCF) foi utilizada imputação direta do valor da

proporcionalidade da TRU-BR, levando em consideração o valor de demanda final para criar este

valor. A FBCF tem uma característica que faz necessário um cálculo sobre este valor levando em

consideração oferta menos exportação. Foi utilizada a seguinte esquematização matemática

(PORSSE, 2007). c = FBCF O − X⁄FBCF = c (O − X )c = da oferta do produto i correspondente a FBCF;FBCF = Valor da FBCF do produto i no Brasil;O = Oferta do produto i no Brasil;X = Exportações do produto i no Brasil;FBCF = Valor da FBCF do produto i no MS;O = Oferta do produto i no MS;X = Exportações do produto i no MS.Para o cálculo da variação de estoques dos setores que estavam disponíveis, foram

utilizados os valores imputados da TRU-BR como proporcionalidade, considerando-se o valor de

demanda final do Estado para criar este valor (PORSSE, 2007).VE = VBP VBP⁄ ∗ VEVE = Variação de estoque do produto i no MS;VBP = Valor bruto da produção do produto i no MS;VBP = Valor bruto da produção do produto i no Brasil;VE = Variação de estoque do produto i no Brasil.Após este processo, os valores passaram por análise crítica para adequação à realidade

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42

do Estado e balanceamento.

4.3.11 Pessoal Ocupado

Foi considerada a População Economiacamente Ativa (PEA). Os valores foram obtidos

pela PNAD 2008 com ajuste pela RAIS para alguns setores que não estavam desagregados. Para

as variáveis total, agropecuária, indústria (indústria e indústria de transformação, SIUP e extrativa

mineral, foi feita a mesma abertura da TRU na RAIS, considerando-se a proporcionalidade destes

setores dentro do PIB formal, o que permitiu uma redistribuição. A proporção encontrada na

RAIS multiplica-se pelo valor total de cada setor, o que resulta no pessoal ocupado.

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43

QUADRO 6 - QUADRANTE C - VALOR ADICIONADO DAS ATIVIDADES - 2008

Operações

Componentes do valor adicionado (valores correntes em 1 000 R$)

01Agropecuária

02 Indústriaextrativa

03 Indústriade

transformação 04 SIUP

05Construção

civil06

Comércio

07Transporte,

armazenageme correio

08Intermediação

financeira 09 APU10 Outrosserviços

Total doproduto

Valor adicionado bruto ( PIB ) 4 629 324 327 194 2 330 6521 652

938 607 681 4 559 489 1 421 807 1 285 575 5 515 736 5 557 625 27 888 020

Remunerações 3 008 205 152 056 1 439 917 199 212 1 111 058 3 072 986 811 889 193 461 2 165 286 5 297 766 17 451 835

Salários 2 557 739 107 861 1 105 223 160 511 883 443 2 377 141 655 856 151 209 1 657 295 4 469 647 14 125 926

Contribuições sociais efetivas 450 466 44 195 334 694 38 700 227 615 695 844 156 033 42 252 262 370 828 119 3 080 288

Previdência oficial /FGTS 450 466 39 025 320 862 35 296 222 943 688 116 155 780 38 625 261 925 802 448 3 015 485

Previdência privada 0 5 170 13 832 3 405 4 672 7 728 254 3 627 445 25 670 64 803

Contribuições sociais imputadas 0 0 0 0 0 0 0 0 245 621 0 245 621Excedente operacional bruto erendimento misto bruto 1 917 327 301 034 1 311 803

1 304406 601 424 2 652 850 728 528 803 494 1 225 965 4 473 720 15 320 551

Rendimento misto bruto 1 008 961 42 548 435 982 63 318 348 495 937 720 258 718 59 648 653 760 1 763 159 5 572 310

Excedente operacional bruto (EOB) 908 366 258 485 875 8221 241

088 252 929 1 715 129 469 810 743 846 572 205 2 710 560 9 748 241

Outros impostos sobre a produção 50 162 3 872 87 096 29 227 6 334 94 778 25 976 15 599 664 77 057 390 764

Outros subsídios à produção (-) 522 0 (-) 5 773 (-) 6 143 (-) 1 499 0 (-) 3 741 0 0 (-) 2 726 (-) 20 404

Valor da produção 10 410 764 877 477 13 873 8173 449

885 1 406 152 6 427 369 3 301 994 2 060 987 8 228 901 8 115 074 58 152 420Fator trabalho (pessoas ocupadas naPEA) 214 519 3 386 132 331 5 021 108 024 239 760 50 436 10 883 76 269 361 486 1 202 115

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44

QUADRO 7 - QUADRANTE B2 - DEMANDA FINAL - 2008

Códigodo

produtoDescrição do produto

Demanda final (valores correntes em 1 000 R$)

Exportaçãode bens

interestadual

Exportaçãode serviços

interestadual

Exportaçãode bensresto domundo

Exportaçãode serviços

resto domundo

Consumoda

administraçãopública

Consumodas

ISFLSF

Consumodas

famílias

Formaçãobruta

de capitalfixo

Variaçãode

estoque

Demandafinal

Demandatotal

1 Cana-de-açúcar 38 0 0 0 0 0 0 0 0 38 275 0002 Soja em grão 28 718 0 837 547 0 0 0 0 0 93 573 959 839 1 234 6683 Milho em grão 5 717 0 93 299 0 0 0 0 0 77 806 176 822 528 3374 Bovinos e suínos 1 961 976 0 286 0 0 0 0 794 064 18 789 2 775 114 3 314 8705 Aves 21 262 0 524 0 0 0 0 0 23 21 809 91 2206 Outros produtos agropecuária 36 961 0 29 964 0 0 0 497 040 74 064 4 806 642 835 1 137 7487 Indústria Extrativa 5 326 668 0 35 771 0 0 0 0 0 (-) 3 700 5 358 739 6 540 7418 Abate de bovinos 904 439 0 730 976 0 0 0 321 830 0 1 745 1 958 991 1 994 2039 Abate de outros animais 219 149 0 501 836 0 0 0 112 475 0 2 976 836 436 852 332

10 Indústria de laticínios 35 849 0 3 0 0 0 260 977 0 875 297 705 336 29311 Fabricação de açúcar 0 0 76 014 0 0 0 124 753 0 1 175 201 942 337 00512 Fabricação de oleos vegetais 352 399 0 14 719 0 0 0 65 244 0 7 026 439 388 750 952

13 Rações 32 812 0 0 0 0 0 0 0 1 395 34 206 645 95114 Outros produtos alimentares 33 793 0 583 155 0 0 0 1 064 253 0 14 447 1 695 647 1 861 707

15 Têxteis 643 875 0 47 473 0 0 0 5 736 0 12 145 709 229 905 482

16 Artigos de vestuário e acessórios 372 840 0 311 0 0 0 656 745 0 31 253 1 061 149 1 242 622

17 Artefatos de couro e calçados 253 487 0 186 629 0 0 0 299 425 0 11 385 750 925 880 934

18 Produtos em madeira - exclusive móveis 9 792 0 46 162 0 0 0 0 0 (-) 291 55 663 169 905

19 Celulose e produtos de papel 20 362 0 576 0 0 0 0 0 725 21 664 101 920

20 Jornais, revistas e discos 1 917 0 41 0 0 0 96 522 0 (-) 1 351 97 128 205 628

21 Alcool 463 611 0 9 721 0 0 0 0 0 4 924 478 255 746 100

22 Outros produtos indústria de transformação 1 930 560 0 268 624 0 1 057 432 0 6 264 427 3 014 902 231 030 12 766 975 21 493 704

23 SIUP 881 156 0 422 0 0 0 1 564 520 0 0 2 446 097 3 599 737

24 Construção 0 4 654 0 4 914 0 0 0 2 673 136 0 2 682 705 3 523 928

25 Comércio 0 1583823 0 488 816 0 0 0 0 0 2 072 640 5 164 185

26 Transporte, armazenagem e correio 0 0 0 80 783 0 0 692 594 0 0 773 377 3 792 696

27 Intermediação Financeira 0 0 0 11 900 14 816 0 492 021 0 0 518 737 2 089 494

28 Administração pública e seguridade social 0 0 0 0 8 036 707 0 0 0 0 8 036 707 8 036 707

29 Outros 0 0 0 28 448 1 272 648 659 136 5 496 566 420 028 0 7 876 826 12 923 935

13 537 379 1 588 478 3 464 052 614 863 10 381 603 659 136 18 015 128 6 976 194 510 754 55 747 586 84 778 004

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45

5 PRINCIPAIS RESULTADOS DA TRU

5.1 Produto Interno Bruto

O valor do PIB de Mato Grosso do Sul, estimado através das estatísticas da TRU-MS de

2008, foi de R$ 33,14 bilhões. Considerando-se a ótica da despesa, o consumo das famílias e o

consumo da administração pública representaram, respectivamente, 54,36% e 31,32% do valor do

PIB. Ressalta-se que, mesmo a soma anterior apresentando valor próximo a 100%, há

componentes por essa ótica de cálculo que somam e outros que subtraem para se chegar ao

montante do PIB. A participação da Formação Bruta de Capital Fixo no PIB foi de 21,04%, e a

da variação de estoques foi de 1,54%. As exportações totais representaram 57,94% do PIB, sendo

12,30% referentes às exportações para o Resto do Mundo ou internacionais e 45,64% às

exportações para o Resto do Brasil ou interestaduais. Já as importações totais, que são deduzidas

nessa ótica de cálculo, representaram 65,20% do PIB, sendo 44,80% referentes às importações do

Resto do Mundo e 23,39% às importações do Resto do Brasil. Considerando-se esses resultados,

a dinâmica da economia sul mato-grossense possui forte relação de dependência em relação à

economia do resto do Brasil para as exportações, e forte dependência em relação à economia

internacional para as importações.

QUADRO 8 - COMPOSIÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO (MS), SOB AS TRÊS ÓTICAS – 2008

A – Ótica da produção Em R$ (1000)

Produto Interno Bruto 33.142.746

Produção 58.152.420

Impostos líquidos 5.254.726

Consumo Intermediário (-) 30.264.400

B – Ótica da despesa Em R$ (1000)

Produto Interno Bruto 33.142.746

Despesa de consumo final 29.055.867

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Despesa de consumo da administração pública 10.381.603

Despesa de consumo das famílias 18.015.128

Despesa de consumo das ISFSF 659.136

Formação bruta de capital 7.486.948

Formação bruta de capital fixo 6.976.194

Variação de estoque 510.754

Exportação de bens e serviços 19.204.772

Internacional 4.078.915

Interestadual 15.125.857

Importação de bens e serviços (-) (-) 22.604.840

Internacional 14.850.116

Interestadual 7.754.724

C – Ótica da renda Em R$ (1000)

Produto Interno Bruto 33.142.746

Remuneração dos empregados 17.451.834

Salários 14.125.925

Contribuições sociais efetivas 3.080.288

Contribuições sociais imputadas 245.621

Rendimento misto bruto 5.572.309

Excedente operacional bruto 9.748.240

Impostos sobre a produção 390.764

Subsídios à produção (-) 20.404

Pela ótica de cálculo da renda, os resultados demonstram que 29,4% do PIB foram

apropriados pelo capital na forma de excedente operacional bruto. O rendimento misto bruto

absorveu 16,81% do PIB, enquanto os empregados, na forma de salários, representavam 42,62%

do total. Já a apropriação do Governo, medida pelos impostos sobre a produção, foi da ordem de

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1,18% e as contribuições sociais dos empregados 10,03%. Esses resultados mostram que a

economia sul mato-grossense é mais dependente dos salários recebidos dos trabalhadores do que

da apropriação do capital das empresas, diferentemente do Brasil, onde os salários correspondem

a 31,7% e o excedente a 35,2%.

O PIB tradicionalmente é calculado pela ótica da produção que no caso da produção da

economia sul mato-grossense, em 2008, foi de R$ 58.152 milhões, para um consumo

intermediário de R$ 30.264 milhões. Subtraindo-se o consumo intermediário da produção,

obteve-se Valor Adicionado Bruto - VAB de R$ 27.888 milhões. Acrescentando-se os impostos

líquidos e subsídios (R$ 5.254 milhões), o resultado foi o PIB de 2008 com o montante de R$

33.142 milhões de reais.

No que se refere ao setor agropecuário os produtos de mais destaques são bovinos e

suínos com 10,73%, soja com 2,25%, milho com 1,36% e cana com 0,77% do PIB. O setor

agropecuário corresponde a 16,59% do PIB no Estado de Mato Grosso do Sul. De acordo com os

dados do IBGE (2009), o setor agropecuário brasileiro corresponde a 5,64% do PIB nacional.

Portanto, a participação da agropecuária para o Estado de Mato Grosso do Sul é,

significativamente superior ao Brasil, com destaque para a pecuária. Cabe ressaltar que, para este

cálculo foi dividido o VA de cada produto sobre o VA do Estado de Mato Grosso do Sul.

5.2 Demanda Total

A demanda da economia sul matogrossense, estimada para o ano de 2008, foi de R$

84.778 milhões. Considerando-se seus componentes, o consumo das famílias e o consumo

intermediário representaram os maiores participações, respectivamente, 21,25% e 35,69%. Em

seguida vêm-se as exportações para o Resto do Brasil (15,96%), o consumo da Administração

Pública - APU (12,25%) e a formação bruta de capital fixo - FBCF (8,23%). Considerando-se

esses resultados a demanda da economia sul matogrossense possui forte relação de dependência

com a renda disponível e com a produção local.

Um dos componentes da demanda é a FBCF, sendo constituída pela atividade da outros

produtos da indústria de transformação 43,22% do total, construção civil com 38,32%, bovinos e

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suínos com 11,38%, e do restante, outros agropecuária e outros, com participação de 7,08%.

Por setor econômico, a demanda apresenta informações variadas. Em relação ao

consumo intermediário, os maiores setores são, indústria e serviços, sendo primeiro bastante

influenciado pela atividade de transformação. Já nas exportações destacam-se a indústria

extrativa e bovinos e suínos, ao mesmo tempo em que deve ser considerado o caráter non

tradeables dos serviços. Cabe ressaltar que o principal item da indústria extrativa se refere ao gás.

GRÁFICO 1- COMPOSIÇÃO DA DEMANDA TOTAL SUL MATOGROSSENSE – 2008Fonte: Elaboração os autores.

Ressalta-se que as trocas com o Resto do Brasil, equivalem a 15,96% da demanda total e

as para o Resto do Mundo a 4,81%. Outro componente concentrado na indústria é a FBCF como

descrito anteriormente, enquanto os estoques prevalecem n indústria de transformação, já que os

serviços não podem apresentar variações de estoques por não realizar transações com bens Por

fim o consumo da APU e das Instituições Sem Fins de Lucro a Serviço das Famílias -ISFLSF são

tipicamente demandado pelo setor de serviços. Compreende as atividades: administração, saúde,

educação pública e seguridade social.

5.3 Oferta Total

Com o mesmo valor de R$ 84.778 milhões da demanda o maior componente da oferta

da economia sul matogrossense em 2008 é o valor da produção, com 68,6% do total. As

importações totais participam com 26,7%, sendo as transações com o Resto do Mundo com 9,1%

e as com Resto do Brasil com 17,5%. O menor percentual ficou por conta dos impostos com

15,96%

4,81%

12,25%

21,25%8,23%

0,60%

35,69%

Exportações Interestadual

Exportações Internacionais

Consumo da APU

Consumo das famílias

FBCF

Variação de Estoque

Consumo Intermediário

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6,2% do total da oferta, destacand-se a arrecadação de ICMS. Mesmo com a produção

representando mais de 60% da oferta, as importações são de suma importância para a composição

da mesma.

GRÁFICO 2 - COMPOSIÇÃO DA OFERTA TOTAL SUL MATOGROSSENSE – 2008Fonte: Elaboração os autores

Na oferta por setor econômico, diferentemente da demanda, os serviços apresentam um

grande percentual nos componentes mais importantes, sobretudo do valor de produção. Grande

parte desse resultado deve-se aos elevados montantes produzidos por algumas atividades,

especialmente a Administração Pública, destacando-se ainda o comércio e os serviços de

aluguéis. No caso das importações, como nas exportações, o maior percentual é da indústria,

ressaltando a de transformação. Para o total dos impostos, a indústria e serviços são os setores

mais representativos, já a margem de comércio e de transporte é concentrada na indústria, já que

os serviços não comercializam nem transportam bens.

5.4 Componentes do Valor Adicionado

Uma das informações extraídas de uma TRU é a conta de geração da renda que

apresenta os destinos do valor adicionado bruto a preços básicos na economia.

17,5%

9,1%

6,2%68,6%

Importações Interestaduais

Importações Internacionais

Impostos

Produção

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GRÁFICO 3 - PESSOAS OCUPADAS POR ATIVIDADE EM MATO GROSSO DO SUL – 2008Fonte: Elaboração os autores

Um dos destinos é o fator trabalho, portanto foi possível estimar o número de pessoas

ocupadas em Mato Grosso do Sul e em 2008, com aproximadamente 1,3 milhões (empregados,

empregadores, conta-própria e trabalhadores domésticos, sem remuneração), onde os serviços

representavam 69,54% do total, com destaque para o comércio com 19,94%, e a outros serviços

com 30,07%.

6 MODELOS DE INSUMO PRODUTO REGIONAIS E INTER REGIONAIS

Embora as primeiras aplicações do modelo insumo-produto tenham sido desenvolvidas

para estudos das relações internas da economia de uma nação, posteriormente surgiram modelos

adaptados para análise de regiões específicas e suas relações com as demais. É possível construir

modelos contemplando uma única região (modelos regionais), ou modelos contemplando duas ou

mais regiões (modelos inter-regionais), de modo a se analisar as relações econômicas dentro de

cada região.

6.1 Modelos de insumo-produto inter-regionais (mais de uma região)

0

50 000

100 000

150 000

200 000

250 000

300 000

350 000

400 000 Agropecuária

Indústria extrativa

Indústria de transformação

SIUP

Construção civil

Comércio

Transporte, armazenageme correio

Intermediação financeira

APU

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As análises inter-regionais são desenvolvidas por meio de coeficientes de insumos intra-

regionais (dentro de uma região específica) e inter-regionais (entre uma determinada região e as

demais).

De acordo com Fernandes (1997), algumas das vantagens dos modelos inter-regionais

seriam a avaliação das diferenças regionais nas estruturas técnicas de produção; avaliação dos

efeitos inter-regionais resultantes de redistribuições geográficas nas atividades econômicas;

estudos de balanços de pagamentos regionais e dos fluxos de comércio inter-regional; análise de

impacto de variações nos programas de investimentos e ou gastos públicos sobre diferentes

regiões; elaboração de planos regionais de desenvolvimento econômico e sistema de contas

regionais; dentre outras.

Para melhor visualização, segue o quadro 9 contendo os fluxos inter-setoriais e inter-

regionais para duas regiões, uma com dois setores e a outra com três.

QUADRO 9 - FLUXOS INTER-SETORIAIS E INTER-REGIONAIS PARA AS REGIÕES L E M

SetoresVendedores

Região L Região M1 2 3 1 2

RegiãoL

1 zLL11 zLL

12 zLL13 zLM

11 zLM12

2 zLL21 zLL

22 zLL23 zLM

21 zLM22

3 zLL31 zLL

32 zLL33 zLM

31 zLM32

RegiãoM

1 zML11 zML

12 zML13 zMM

11 zMM12

2 zML21 zML

22 zML23 zMM

21 zMM22

Fonte: Miller e Blair (1985)

Em que:

zLLij representa o fluxo monetário do setor i para o setor j dentro da região L.

zLMij e zML

ij representam os fluxos monetários do setor i para o setor j, da região L para a região

M e da região M para a região L, respectivamente.

zMMij representa o fluxo monetário do setor i para o setor j dentro da região M.

Aplicando a equação básica de produção setorial:

YzzzzzX LLMLMLLLLLLL112111312111 (08)

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52

Pode-se construir equações similares para os outros setores desta e da outra região.

Considerando os coeficientes de insumo ou coeficientes intra-regionais:

Xza L

j

LLijLL

ij Xaz Lj

LLij

LLij (09)

Xza M

j

MMijMM

ij Xaz Mj

MMij

MMij (10)

E os coeficientes inter-regionais:

Xza M

j

LMijLM

ij Xaz Mj

LMij

LMij (11)

Xza L

j

MLijML

ij Xaz Lj

MLij

MLij (12)

Substituindo os coeficientes acima em (08):

YXaXaXaXaXaX LMLMMLMLLLLLLLLLL12121113132121111 (13)

Obtém-se a produção total do setor 1 pertencente à região L.

As produções para os demais setores também podem ser obtidas isolando Y L1 e

colocando X L1 em evidência:

YXaXaXaXaXa LMLMMLMLLLLLLLLL12121113132121111 (14)

Obtém-se assim a demanda final da produção do setor 1 pertencente à região L.

As demandas finais para os outros setores também podem ser obtidas da mesma forma.

Pode-se construir a matriz ALLpara os três setores:

aaa

aaa

aaa

ALLLLLL

LLLLLL

LLLLLL

LL

333231

232221

131211

Esta matriz também pode ser construída para : ALM, AML

e AMM.

Desta forma, define-se as seguintes matrizes:

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53

AA

AAA

MMML

LMLL

X

XX

M

L

Y

YY

M

L

O sistema inter-regional completo de insumo-produto continua sendo representado, de

maneira sintética, pela seguinte fórmula:

YXAI

As matrizes podem ser dispostas da seguinte maneira:

Y

Y

X

X

AA

AA

I

I

M

L

M

L

MMML

LMLL

0

0

Efetuando-se estas operações:

YXAXAI LMLMLLL

(15)

YXAIXA MMMMMML

Estes são os modelos básicos necessários à análise inter-regional.

Entretanto, o modelo interregional de insumo-produto, requer uma grande e

diversificada quantidade de dados, e sua principal dificuldade está justamente na

indisponibilidade de informações sobre o fluxo de mercadorias entre os setores e entre as regiões,

pois os gastos com coleta de dados estatísticos são bastante elevados. Conseqüentemente, isso

tem gerado uma grande quantidade de modelos matemáticos para estimar os fluxos de

mercadorias inter-regionais a partir de métodos parcialmente censitários, ou seja, com parte das

informações levantadas diretamente na região de interesse e parte estimada a partir de métodos

matemáticos apropriados.

7 MÉTODOS DE ANÁLISE DA ESTRUTURA PRODUTIVA

A Matriz Insumo-Produto de Mato Grosso do Sul foi calculada segundo o sistema

atividade x atividade, seguindo o modelo do IBGE adotado na matriz brasileira

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54

O modelo de Leontief possibilita o cálculo de indicadores econômicos para avaliar a

importância e o impacto das transformações dos diversos setores produtivos da economia em

termos de geração de produção, renda, salários, empregos e outras variáveis importantes. Os

principais indicadores de análise da estrutura produtiva do estado são obtidos a partir das

matrizes dispostas nos quadros 10, 11 e 12.

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QUADRO 10- MATRIZ DE TRANSAÇÕES

01Agropecuária

02Indústriaextrativa

03Indústria de

transformação

04SIUP

05Construção

civil

06Comércio

07Transporte,

armazenageme correio

08Intermediação

financeira

09APU

10Outros

serviços

Agropecuária 757 226 0 970 046 0 0 0 0 0 2 702 20 682

Indústria Extrativa 88 435 55 395 736 716 85 220 60 216 0 0 0 607 328

Indústria de Transformação 2 372 877 158 570 3 730 332 141 783 1 394 922 496 661 1 005 245 125 088 582 822 1 045 651

SIUP 63 381 23 993 129 010 364 578 6 906 117 273 50 702 15 160 170 886 112 332

Construção 0 14 085 391 023 147 62 903 3 124 129 11 049 206 867 60 751

Comércio 1 238 726 0 1 359 556 0 846 103 469 0 0 0 4 324

Transporte, armazenagem ecorreio

528 786 80 725 1 292 639 24 450 18 433 280 520 280 290 19 158 54 102 87 988

Intermediação Financeira 82 971 21 887 288 391 18 895 33 346 132 772 94 652 287 336 405 607 87 171

Administração pública eseguridade social

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Outros 39 097 133 298 976 958 95 674 78 044 592 991 294 579 317 621 1 121 050 982 937

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QUADRO 11 - MATRIZ DE COEFICIENTES TÉCNICOS INTERSETORIAIS

01Agropecuária

02Indústriaextrativa

03Indústria de

transformação

04SIUP

05Construção

civil

06Comércio

07Transporte,

armazenagem ecorreio

08Intermediação

financeira

09APU

10Outros

serviços

01Agropecuária

0,130 0,000 0,034 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,002

02Indústria extrativa

0,015 0,009 0,026 0,028 0,021 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

03Indústria de

transformação0,408 0,026 0,130 0,047 0,483 0,107 0,310 0,068 0,073 0,096

04SIUP

0,011 0,004 0,004 0,121 0,002 0,025 0,016 0,008 0,021 0,010

05Construção civil

0,000 0,002 0,014 0,000 0,022 0,001 0,000 0,006 0,026 0,006

06Comércio

0,213 0,000 0,047 0,000 0,000 0,022 0,000 0,000 0,000 0,000

07Transporte,

armazenagem ecorreio

0,091 0,013 0,045 0,008 0,006 0,060 0,086 0,010 0,007 0,008

08Intermediação

financeira0,014 0,004 0,010 0,006 0,012 0,029 0,029 0,157 0,051 0,008

09APU

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

10Outros serviços

0,007 0,022 0,034 0,032 0,027 0,128 0,091 0,173 0,140 0,090

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57

QUADRO 12- MATRIZ DE LEONTIEF

01Agropecuária

02Indústriaextrativa

03Indústria de

transformação

04SIUP

05Construção

civil

06Comércio

07Transporte,

armazenagem ecorreio

08Intermediação

financeira

09APU

10Outros

serviços

01Agropecuária

1,176 0,002 0,048 0,003 0,024 0,008 0,017 0,006 0,006 0,008

02Indústria extrativa

0,037 1,011 0,033 0,035 0,038 0,006 0,012 0,004 0,005 0,004

03Indústria de

transformação0,672 0,044 1,226 0,077 0,615 0,186 0,436 0,139 0,136 0,141

04SIUP

0,031 0,006 0,011 1,140 0,009 0,035 0,025 0,015 0,028 0,015

05Construção civil

0,010 0,003 0,018 0,002 1,032 0,005 0,007 0,011 0,030 0,008

06Comércio

0,289 0,003 0,070 0,004 0,035 1,034 0,025 0,008 0,008 0,009

07Transporte,

armazenagem ecorreio

0,172 0,018 0,071 0,016 0,044 0,081 1,122 0,024 0,018 0,019

08Intermediação

financeira0,045 0,006 0,021 0,011 0,025 0,042 0,047 1,191 0,065 0,014

09APU

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1,000 0,000

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58

10Outros serviços

0,102 0,030 0,069 0,048 0,069 0,170 0,142 0,236 0,176 1,111

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59

7.1 Índices de ligações de Rasmussen-Hirschman

Os índices de ligações de Rasmussen-Hirschman foram idealizados por Rasmussen

(1956) e posteriormente desenvolvidos por Hirschman (1958) para a identificação de setores-

chave na economia. Os valores calculados para os índices de ligações para trás indicam quanto o

setor demanda de outros setores da economia, enquanto os índices de ligações para frente

mostram o quanto o setor é demandado pelas outras indústrias. Valores maiores do que 1, seja

dos índices de ligações para trás ou para frente, indicam setores acima da média e, portanto,

considerados setores-chave para o crescimento da economia.

Porém, na visão de McGilvray (1977), devem ser considerados setores-chave apenas

aqueles que apresentarem tanto os índices de ligações para frente quanto os índices de ligações

para trás maiores do que 1. Nota-se que, para definição dos setores chaves, foi utilizado o

conceito de Hirschman.

Conforme Fernando (1997), a análise dos encadeamentos possibilita identificar os

setores que têm maiores efeitos propulsores numa economia, bem como a articulação entre os

blocos de indústrias. Alguns setores, devido à sua relação com os demais, são capazes de

impulsionar o crescimento em outros setores, a partir de seu crescimento. Os efeitos de

encadeamentos para trás se dão a partir do aumento da demanda por insumos de outros setores,

que devem aumentar sua produção para atender a esse aumento da demanda. Já o efeito de

encadeamento para frente é observado quando o aumento da demanda final em cada um dos

setores produtivos provoca um incremento na produção de um setor em particular.

Corroborando com estas afirmações, Lima e Guilhoto (2004), relatam que os índices de

ligação de Hirschman-Rasmussen permitem traçar o perfil da economia de uma ou mais regiões,

identificando as relações de compra e venda entre seus setores. Quanto maior for o índice de

ligação para trás, maior a interação do setor com os setores vendedores de insumos, da mesma

forma, quanto maior o índice de ligação para frente, maior será interação do setor com os setores

compradores de insumos.

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60

Para o cálculo destes índices define-se bij como sendo um elemento da matriz inversa de

Leontief B ; B*como sendo a média de todos os elementos de B e B j* ; Bi* como sendo,

respectivamente, a soma de uma coluna e de uma linha típica de B .

Assim:

BnBU jj*

* (16)

define os índices de ligações para trás (poder de dispersão)

e

BnBU ij*

* (17)

define os índices de ligações para frente (sensibilidade da dispersão)

No quadro 13 são mostrados os resultados calculados dos índices de ligação.

QUADRO 13 - ÍNDICES DE LIGAÇÃO PARA FRENTE E PARA TRÁS PARA O MS

Trás Ordem Frente Ordem

Agropecuária (1) 0,02112281 7 1,55597932 1

Indústria Extrativa (2) 0,01930438 8 0,68845385 10

Indústria de Transformação (3) 0,05978762 1 0,96244426 5

SIUP (4) 0,02141757 6 0,81988609 8

Construção Civil (5) 0,01831783 9 1,162218843 2

Comércio (6) 0,02416765 4 0,960874482 6

Transporte Armazenagem e Correio (7) 0,02577122 3 1,126148915 3

Intermediação Financeira (8) 0,02388969 5 1,003870352 4

APU (9) 0,01628273 10 0,904312087 7

Outros Serviços (10) 0,03506583 2 0,815811787 9

Fonte: Elaboração dos autores

Conforme relatado anteriormente, existem dois critérios básicos para determinação dos

setores-chave de uma economia a partir dos índices de ligação de Hirschman-Rasmussen. O

primeiro, proposto por Hirschman-Rasmussen, classifica como setores-chave aqueles que

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apresentam pelo menos um dos índices de ligação, para frente ou para trás, acima de 1. O

segundo critério, proposto por McGilvray (1977), é mais restritivo que o anterior e admite um

setor como setor-chave, se este apresentar ambos os índices de ligação, para frente e para trás,

simultaneamente maiores que 1.

A identificação dos setores-chave do sistema interregional a partir da definição de

Hirschman-Rasmussen apresentou quatro setores-chave, considerando as ligações para frente, os

setores mais dinâmicos do ponto de vista da oferta são: agropecuária (1); construção civil (5);

transporte, armazenagem e correio (7) e intermediação financeira (8).

Não houve nenhum setor que se evidenciou como “chave” com ligações para trás. Isso

mostra que o aumento da demanda de insumos intermediários não é atendida por insumos

domésticos.

A agropecuária se mostrou muito importante para a economia do MS como o principal

setor chave, seguido da Construção Civil, de forma que a agropecuária se apresenta como um

setor bastante demandado por sua natural característica de fornecimento de matéria prima para

outros setores,

A Construção Civil se apresenta como segundo setor mais relevante observando o ídice de

ligação para frente, o que indica que este setor é bastante demandado pelos demais setores do

estado. É evidente a expansão da construção civil principalmente nos útimos anos.

Assim como o setor de Transporte, Armazenagem e Correio, apresenta um índice de

ligação para frente bastante significativo, a grande demanda é pela modalidade de transporte

rodoviário. Isso ocorre devido ao baixo valor adicionado pela economia do Estado, ou seja, tem

como característica econômica ser um grande exportador de matéria prima e importador de

produtos acabados.

O segundo critério, proposto por McGilvray (1977), que é mais restritivo que o anterior e

admite um setor como setor-chave, se este apresentar ambos os índices de ligação, para frente e

para trás, simultaneamente maiores que 1. Deta forma, observa-se que nenhum setor foi

identificado como “chave”.

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É importante salientar que os setores-chave estão associados à idéia de estabelecer

prioridade na alocação de recursos e na estratégia de estimulo para o desenvolvimento

econômico. Recursos direcionados a esses setores tendem a estimular o crescimento mais rápido

da produção, do emprego e a interdependência econômica, diferentemente do que se fossem

aplicados em setores não considerados chave na economia

7.2 Multiplicadores

O modelo insumo-produto permite ainda, mensurar o efeito de uma mudança exógena na

demanda final de um determinado setor sobre o número de pessoas ocupadas, o nível de renda

gerada (em termos salariais) e a produção total gerada na economia, através dos multiplicadores

tipos I e II, de emprego, renda e produção, respectivamente.

Isto é, um aumento na demanda por mão-de-obra ocasiona um aumento no poder

aquisitivo das famílias, gerando uma elevação na demanda por produtos finais e novo incremento

do nível de atividade dos setores que, por sua vez, irão aumentar a demanda pelos diversos tipos

de insumos, inclusive mão-de-obra, causando um novo aumento no poder aquisitivo,

desencadeando um novo ciclo de aumento da demanda. O processo se repete até que o sistema

atinja o equilíbrio

Os multiplicadores podem ser encontrados considerando o consumo doméstico das

famílias exógenamente, e neste caso são chamados de multiplicadores do tipo I. Aqueles obtidos

a partir de modelos que consideram o consumo doméstico das famílias endogenamente são

conhecidos como multiplicadores do tipo II, onde a matriz Z (transações intersetoriais), segundo

Miller e Blair (1985), incorpora uma linha e uma coluna adicionais correspondentes à

remuneração das famílias e ao consumo doméstico.

Enquanto os multiplicadores do tipo I incluem apenas os efeitos diretos (sobre o próprio

setor) e indiretos (sobre os demais setores), os multiplicadores do tipo II incluem efeitos diretos,

indiretos e induzidos (via consumo endogeneizado) de um aumento unitário na demanda final do

setor que se deseja avaliar o impacto sobre a economia.

7.2.1 Multiplicadores da produção

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É a produção adicional gerada em toda a economia, decorrente de uma alteração na

demanda final de um determinado setor. É importante salientar que alguns setores da economia

estão mais envolvidos nas compras – direta e indiretamente, e portanto, apresentam efeitos

multiplicadores diferenciados.

Denotando os elementos da matriz AIB 1

por bij , temos o multiplicador tipo I:

n

iijj bMP

1

(27)

onde j representa um determinado setor da economia.

Para o multiplicador tipo II, calcula-se a matriz inversa de Leontief 1 AIB , cujos

coeficientes são bij , e é obtida a partir de uma matriz A de coeficientes técnicos, onde o

consumo das famílias é endogeneizado.

n

iijj bPM

1

(28)

O multiplicador tipo I do setor indústria de transformação indica que são gerados R$

1,74 de produção na economia como um todo para cada um Real de produção gerada na própria

atividade, considerando-se os efeitos diretos e indiretos. A interpretação dos valores para o

multiplicador tipo II é a mesma, porém, este indica que para cada um Real de produção gerada no

setor, são gerados R$ 3,67 de produção na economia como um todo, considerando-se os efeitos

diretos, indiretos e induzidos. Isto mostra, que a indústria de transformação tem importante

participação nas compras direta e indiretamente em relação aos demais setores a montante e a

jusante.

QUADRO 14- MULTIPLICADORES DE PRODUÇÃO PARA O MS

Setores Tipo I Tipo II(01) Agropecuária 0,166 1,297

(02) Indústria extrativa 0,099 1,186

(03) Indústria de transformação 1,749 3,672

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(04) SIUP 0,224 1,315

(05) Construção civil 0,076 1,125

(06) Comércio 0,283 1,484

(07) Transporte, armazenagem e correio 0,336 1,583

(08) Intermediação financeira 0,319 1,467

09 (APU) 0,000 1,000

(10) Outros serviços 0,743 2,154

Fonte: Elaboração dos autores

Os setores com valores maiores que 1,00 indicam efeitos mais que proporcionais na

economia, ou seja, para cada unidade monetária gerada no próprio setor, são geradas mais do que

uma unidade monetária no restante da economia. Vale destacar que as indústrias relacionadas ao

agronegócio fazem parte da indústria de transformação.

7.2.2 Multiplicadores da renda

Os multiplicadores de renda permitem quantificar a renda gerada, em todos os setores,

para cada unidade monetária de renda obtida em um determinado setor devido ao seu aumento de

produção necessário para atender a variação em uma unidade de sua demanda final.

Algebricamente, tem-se o multiplicador tipo I:

n

1ij,1niji,1nj abaMR

(29)

onde:

a in ,1 corresponde aos elementos da linha dos coeficientes de remuneração das famílias

bij representa os elementos da inversa de Leontief sem a endogeneização do consumo

doméstico das famílias.

E o multiplicador do tipo II:

n

1ij,1niji,1nj abaRM

(30)

onde:

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65

a in ,1 corresponde aos elementos da linha dos coeficientes de remuneração das famílias

b ij representa os elementos da inversa de Leontief, considerando o consumo

doméstico das famílias endogenamente.

QUADRO 15 -MULTIPLICADORES DE RENDA PARA O MS

Setores Tipo I Tipo II01

Agropecuária0,169 0,554

02Indústria extrativa

0,019 0,151

03Indústria de transformação

0,072 0,199

04SIUP

0,041 0,174

05Construção civil

0,064 0,387

06Comércio

0,104 0,517

07Transporte, armazenagem e correio

0,096 0,359

08Intermediação financeira

0,117 0,243

09APU

0,097 0,333

10Outros serviços

0,063 0,638

Fonte: Elaboração dos autores

A capacidade de geração de renda, em valores absolutos, depende da quantidade de

pessoas ocupadas e do nível dos salários pagos pelo próprio setor e daqueles diretamente

relacionados à ele. Verifica-se que, dentre os setores, o agropecuário possui o multiplicador mais

elevado. Mostrando assim, sua importância econômica, enquanto geradora de renda. Entretanto,

para todos os setores este valor é baixo, isto sugere que são atividades que pagam relativamente

baixos salários aos seus empregados, apesar de empregarem elevado número de pessoas

diretamente.

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66

7.2.3 Multiplicadores do emprego

Os multiplicadores do emprego permitem determinar o número de empregos gerados na

economia como um todo, para cada emprego gerado no setor de interesse, ou seja, quantos

empregos indiretos são gerados para cada emprego direto gerado.

Embora juntamente analisados na economia, os multiplicadores do emprego de cada

setor não devem ser confundidos com o gerador de empregos de cada setor. Estes últimos dizem

o quanto de emprego é gerado dentro de cada setor, ao atender a sua demanda final em uma

unidade.

O multiplicador de emprego tipo I para um determinado setor j é dado por:

n

1ij,1niji,1nj wbwME

(31)

onde:

wn 1 é o número de empregos gerados por unidade monetária produzida

bij representa os elementos da Inversa de Leontief sem a endogeneização do consumo

doméstico das famílias.

O multiplicador de emprego tipo II:

n

1ij,1niji,1nj wbwEM

(32)

onde:

wn 1 é o número de empregos gerados por unidade produzida

bij representa os elementos da Inversa de Leontief, considerando o consumo doméstico

das famílias endogenamente.

De acordo com o quadro 16, observa-se que todos os setores apresentam baixa

capacidade de multiplicação do emprego na economia. Este resultado pode ser atribuído a baixa

produtividade do trabalho, ou seja, emprega-se muitas pessoas diretamente para geração de

pequeno volume de produção e, consequentemente, resulta em baixa capacidade de multiplicação

do emprego na economia. Lembrando que o setor agropecuário apresenta-se como o de maior

expressão, mostrando, portanto, sua importância enquanto gerador de emprego para a economia.

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67

Setores que apresentam baixa capacidade de multiplicação do emprego na economia, se

destacam pela elevada capacidade de geração direta de postos de trabalho. Tais atividades

empregam maior número de pessoas diretamente, para gerar a produção necessária para atender

sua demanda final. Isto sugere a importância de se investir nestas atividades, pois além de

exercerem influência na economia do estado, também contribuem positivamente para a geração

de empregos diretos em Mato Grosso do Sul.

QUADRO 16 - MULTIPLICADORES DE EMPREGO PARA O MS

Setores Tipo I Tipo II(01) Agropecuária 0,016 0,049

(02) Indústria extrativa 0,002 0,006

(03) Indústria de transformação 0,006 0,020

(04) SIUP 0,003 0,008

(05) Construção civil 0,007 0,044

(06) Comércio 0,009 0,050

(07) Transporte, armazenagem e correio 0,009 0,030

(08) Intermediação financeira 0,010 0,019

(09) APU 0,008 0,020

(10) Outros serviços 0,005 0,052

Fonte: Elaboração dos autores

Cabe destacar que como os setores estão agregados, não é possível destacar quais

produtos nestes setores são responsáveis pelos efeitos multiplicadores de renda, emprego e

produto.

8 CONCLUSÃO

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68

À medida que uma economia se desenvolve, a participação da agricultura e pecuária no

PIB diminui e um contingente cada vez menor da força de trabalho depende diretamente das

atividades primárias, o que não implica em redução da importância do setor, e sim, conduz à

mudança de ênfase quanto aos papéis da agricultura no crescimento e desenvolvimento sócio-

econômico.

Cabe destacar que quando se compara a participação do setor agropecuário em relação

ao PIB no Estado de Mato Grosso do Sul, este apresenta uma taxa superior à brasileira.

Mostrando assim a importância deste setor para a economia do Estado. O produto de maior

destaque, para a composição do PIB agropecuário são os bovinos representando

aproximidamente 78%.

A mensuração dos índices puros de ligações permitiu identificar diversos setores-chave na

estrutura produtiva do estado, sendo alguns deles, atividades primárias e outros diretamente

relacionados a estas, o que vem a confirmar a importância das atividades agrícolas no que diz

respeito ao fornecimento de matéria-prima para o abastecimento da indústria.

Os resultados do trabalho demonstram forte relação entre as economias do Mato Grosso

do Sul e do restante do país, com forte dependência de insumos importados das demais regiões

brasileiras. Ademais, parte considerável da produção agropecuária é exportada do Estado,

tornando-se claro, portanto, que investimentos em infra-estrutura são de vital importância para a

manutenção do crescimento econômico de Mato Grosso do Sul. Além disso, os efeitos das

diferentes estruturas tributárias em cada estado do país dificultam sobremaneira as relações inter-

regionais, gerando custos adicionais ao sistema produtivo, de modo que as políticas públicas

destinadas ao investimento em infra-estrutura de transportes e abastecimento, bem como daquelas

voltadas à harmonização do sistema tributário, contribuiriam para a manutenção das elevadas

taxas de crescimento observadas no Estado de Mato Grosso do Sul nos últimos anos.

No entanto, nos últimos anos o Mato Grosso do Sul vem passando por diversas

alterações em seu perfil econômico, tanto no que se relaciona aos setores de destaque quanto à

distribuição de cada atividade dentro destes setores, o que perfaz a necessidade de que estudos

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mais atuais e mais aprofundados sejam realizados visando captar tais alterações e demonstrar sua

importância diante da adoção de políticas públicas e privadas setoriais.

9 SUGESTÕES DE ANÁLISES E ESTUDOS FUTUROS

Algumas análises adicionais a serem realizadas a partir da matriz insumo-produto seriam

os choques de demanda final, para verificar quais as principais alterações na estutura produtiva

do estado, em decorrência de alterações nos principais componentes da demanda final, a saber:

exportações, investimentos, gastos do governo e consumo das famílias. Além dos choques é

possível realizar a mensuração destes impactos, de modo a projetar possíveis cenários que

possam servir de subsídio de planejamento e formulação de políticas para um determinado setor

da economia. Estas mensurações podem ser realizadas utilizando os indicadores e multiplicadores

calculados.

Cabe ressaltar que, devido às especificações metodológicas e ao bancos de dados

disponíveis, não é possível produzir uma matriz de insumo-produto com os setores do

agronegócio desagregados. A questão metodológica passa pelo cálculo da matriz de Leontief que

admite matrizes quadradas (com mesmo número de linhas e coluna) diferente das Tabelas de

Recursos e Usos que permitem a produção de matrizes retangulares. As questões relativas ao

bancos de dados, as bases estão disponíveis com o agronegócio agregado. São elas: PNAD e

Tabelas de Recursos e Usos do Brasil (mesmo havendo desagregação na linha não há

desagregação na coluna). Dessa forma, para desagregar às atividades torna-se imprescindível uma

pesquisa primária em todos os elos da cadeia para cada setor. E a partir deste resultado construir a

MIP produto X produto.

Finalmente, uma sugestão para realização de estudos futuros, seria a construção de uma

matriz para cada cadeia produtiva. Para tanto, poderia se mapear as cadeias produtivas da soja,

milho, aves, cana, silvicultura, pecuária dentre outros; mensurar os coeficientes de produção de

cada setor; calcular o consumo intermediário entre os setores; identificar os setores-chave

correlacionados ao setor e analisar a composição do produto do setor analisado, taxas de variação

de produção, emprego, exportações e importações e impostos. E ainda, vale ressaltar que os

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70

resultados obtidos pela MIP e TRU se refere ao ano de 2008, portanto, é de suma importância

uma nova edição com uma base de dados mais atualizadas.

10 REFERÊNCIAS

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