Relatório do Primeiro Semestre de 2004 · existência de um espaço onde possam recla-mar, trazer...

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paço, antes de mais nada, de des-mistificação da música. Um lugar de encontro e desco- berta, de possibilidades pessoais de desen- volvimento, de conscientização do espaço público, da existência do outro, da constr u- ção paulatina de uma ação conjunta e soli- dária. A possibilidade de ajudar (quarta-série com o seu repertório já conhecido) e ser aju- dado (os “calourinhos” da terceira-série). A possibilidade de retribuir essa ajuda oportu- namente. A obrigatoriedade da atividade para todos os alunos é justamente o que abre a possibili- dade de desfazer qualquer idéia preconceituo- sa, mistificada, do que seja uma atividade mu- sical como um Coral. E é por estas razões que, a cada ano, estamos por um lado reedi- tando músicas antigas e por outro acrescen- tando novas músicas, associadas ao Projeto do ano em curso. As músicas escolhidas, por enquanto, para 2004, são “Estampas Eucalol” de Hélio Contreiras e “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, de Raul Seixas, que tratam de diversos personagens míticos, e que foram arranjadas com a idéia de oferecerem tam- bém a possibilidade de explorar outros ele- Projeto: Flávia Lobão Matemática: Andréa Nívea Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães Educação Física : Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeiro Tribo: Anselmo Carvalho Orientação: Maria Cecília J. A. Moura Coordenação e Direção : Maria Teresa J. A. Moura e Maria Cecília J. A. Moura mentos como palmas e uma idéia teatral condutora que dê um outro sentido à mera execução correta de uma música. Mito é ideal e distante, inatingível. O Coral da Sá Pereira é o que é: vivo, pulsante, imperfei- to, um quase caos nutrido pela efervescên- cia de quase cinqüenta crianças em cada turno. Heterogêneo, em constante proces- so e capaz de nos dar um imenso prazer. Relatório do Primeiro Semestre de 2004 Ensino Fundamental Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 535-2434 Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected] TRIBO Escutar e ouvir. Duas faces da mesma moeda. Duas formas que só existem juntas. Ouvir é acreditar. Só ouve quem acredita em quem fala. E aí começa a complicação. A fala tem se proliferado além dos ouvidos. Tem pairado como um ruído de fundo. Pode ou não ser verdadeira. Pode ou não ter vera- Começamos a tribo buscando o ouvir. Pri- meiro uma música quase inaudível, depois o silêncio, depois os outros. Os menores, pri- meira e segundas séries, se deliciam com a existência de um espaço onde possam recla- mar, trazer suas insatisfações, suas insegu- ranças, seus protestos. Os maiores já se preocupam mais em estabelecer suas opini- ões, dar sugestões. Mas a verdade é que cidade. Pode ou não ter a fé de quem a pro- fere. Aos políticos já foi dado o direito de dizer o que quiserem quando em campanha. Aos pais o direito de falar e acreditar que não vão ser ouvidos. Aos professores o de solicitar sem a certeza de que vão ser aten- didos. É nesse ambiente que reclamamos que as crianças não ouvem. Mas não será a fala que está vazia? Terceira Série Tarde Anna Luisa Delambert / Bruna Barcellos da Ponte / Caio Rezende Kestenberg / Daniel Teixeira Koifman / Daniela Martins Nigri / Eduarda Streit Morsch / Fernanda Libman Fonseca / Fernanda Tarlen Castro Vieira / Gabriela Dobal Amim / Giulia Zobaran Staretz / João Felipe Noronha de Abreu / Joao Porto Ferreira / Julia Schreiber Maia / Leonardo Leon dos Anjos / Lucas Magalhaes Valente de Figueiredo / Lucia Dias Costa Barros / Luiza Chaves Santos / Maria Elisa Savaget Carneiro / Maria Provedel Martins Moreira / Marina Hor-meyll Lemos / Miguel Fonseca Lula de Farias / Rodrigo Rebello Verztman / Sofia Almeida Magalhaes / Vicente Torres Bozza / Victor Alvarez dos Santos Jobim

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Page 1: Relatório do Primeiro Semestre de 2004 · existência de um espaço onde possam recla-mar, trazer suas insatisfações, suas insegu-ranças, seus protestos. Os maiores já se preocupam

paço, antes de mais nada, de des-mistificação da música. Um lugar de encontro e desco-berta, de possibilidades pessoais de desen-volvimento, de conscientização do espaço público, da existência do outro, da constru-ção paulatina de uma ação conjunta e soli-dária. A possibilidade de ajudar (quarta-série com o seu repertório já conhecido) e ser aju-dado (os “calourinhos” da terceira-série). A possibilidade de retribuir essa ajuda oportu-namente.

A obrigatoriedade da atividade para todos os alunos é justamente o que abre a possibili-dade de desfazer qualquer idéia preconceituo-sa, mistificada, do que seja uma atividade mu-sical como um Coral. E é por estas razões que, a cada ano, estamos por um lado reedi-tando músicas antigas e por outro acrescen-tando novas músicas, associadas ao Projeto do ano em curso. As músicas escolhidas, por enquanto, para 2004, são “Estampas Eucalol” de Hélio Contreiras e “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, de Raul Seixas, que tratam de diversos personagens míticos, e que foram arranjadas com a idéia de oferecerem tam-bém a possibilidade de explorar outros ele-

Projeto: Flávia Lobão Matemática: Andréa Nívea Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães Educação Física: Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeiro Tribo: Anselmo Carvalho

Orientação: Maria Cecília J. A. Moura Coordenação e Direção : Maria Teresa J. A. Moura e Maria Cecília J. A. Moura

mentos como palmas e uma idéia teatral condutora que dê um outro sentido à mera execução correta de uma música. Mito é ideal e distante, inatingível. O Coral da Sá Pereira é o que é: vivo, pulsante, imperfei-

to, um quase caos nutrido pela efervescên-cia de quase cinqüenta crianças em cada turno. Heterogêneo, em constante proces-so e capaz de nos dar um imenso prazer.

Relatório do Primeiro Semestre de 2004 Ensino Fundamental

Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 535-2434

Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected]

TRIBO Escutar e ouvir. Duas faces da mesma

moeda. Duas formas que só existem juntas. Ouvir é acreditar. Só ouve quem acredita

em quem fala. E aí começa a complicação. A fala tem se proliferado além dos ouvidos. Tem pairado como um ruído de fundo. Pode ou não ser verdadeira. Pode ou não ter vera-

Começamos a tribo buscando o ouvir. Pri-meiro uma música quase inaudível, depois o silêncio, depois os outros. Os menores, pri-meira e segundas séries, se deliciam com a existência de um espaço onde possam recla-mar, trazer suas insatisfações, suas insegu-ranças, seus protestos. Os maiores já se preocupam mais em estabelecer suas opini-ões, dar sugestões. Mas a verdade é que

cidade. Pode ou não ter a fé de quem a pro-fere. Aos políticos já foi dado o direito de dizer o que quiserem quando em campanha. Aos pais o direito de falar e acreditar que não vão ser ouvidos. Aos professores o de solicitar sem a certeza de que vão ser aten-didos. É nesse ambiente que reclamamos que as crianças não ouvem. Mas não será a fala que está vazia?

Terceira Série Tarde Anna Luisa Delambert / Bruna Barcellos da Ponte / Caio Rezende Kestenberg / Daniel Teixeira Koifman / Daniela Martins Nigri /

Eduarda Streit Morsch / Fernanda Libman Fonseca / Fernanda Tarlen Castro Vieira / Gabriela Dobal Amim / Giulia Zobaran Staretz / João Felipe Noronha de Abreu / Joao Porto Ferreira / Julia Schreiber Maia / Leonardo Leon dos Anjos / Lucas Magalhaes Valente de Figueiredo /

Lucia Dias Costa Barros / Luiza Chaves Santos / Maria Elisa Savaget Carneiro / Maria Provedel Martins Moreira / Marina Hor-meyll Lemos / Miguel Fonseca Lula de Farias / Rodrigo Rebello Verztman / Sofia Almeida Magalhaes / Vicente Torres Bozza / Victor Alvarez dos Santos Jobim

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ouvir é muito difícil. Provavelmente porque estamos prenhes de discursos vazios e sem sentido. Essa meia hora que mescla a medi-tação e o diálogo completamente desprendi-do de qualquer objetivo que não o diálogo, mas organizado é, às vezes, um tempo cur-tíssimo, às vezes enorme. Pode-se conse-guir falar e ouvir muito e muitas vezes não se falou nem ouviu nada. É um exercício sem fim.

Se dá algum resultado, o tempo tem dito. Mas poderíamos cuidar de filtrar mais a nos-sa fala. Dizer só aquilo em que acreditamos verdadeiramente. Precisaríamos tentar não proibir o que não podemos garantir que fica-rá proibido. Não dizer nãos que virarão sim pela, às vezes simples, às vezes insuportá-vel, insistência, que pode virar especialidade nas nossas crianças.

Precisamos, adultos que se propõem a coloborar na sua educação, sermos parcei-ros em uma fé verdadeira na verdade de cada um, única condição para que falando sejamos escutados, e ouvindo sejamos aco-lhedores.

O tom deste texto pode parecer estranho aos que estão acostumados com nossos relatórios. Mas carrega um pouco das preo-cupações que temos compartilhado com nossas crianças e entre a equipe pedagógi-ca. Preocupações que têm tomado algum espaço no que temos pensado sobre o como educá-las e orientá-las para a vida, tarefas em que somos parceiros, famílias e escola.

PROJETO Tudo, aliás, é a ponta de um mistério.

Inclusive, os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo... se nun-ca atentou nisso, é porque vivemos, de modo incorrigível, distraídos das coisas mais importantes.

Primeiras Estórias Guimarães Rosa

Os autores citados vêm ao nosso encon-tro para nos ajudar a dizer, com mais beleza, desse nosso desafio em aproximar as crian-ças das muitas idéias sugeridas quando lhes dizemos que nos ocuparemos de catar so-nhos... Desafio porque, desta vez, especial-mente, não se trata apenas de adequar os conteúdos, pensar os eixos temáticos, pro-blematizar... Não! Há algo de mais íntimo, profundo, de mais arriscado até. Ao tratar-mos de sonhos, mitos, lendas, heróis, imagi-nações, fantasias, crenças, pluralidade de

vontade é a manifestação da vida total, de toda a vida humana, inclusive da ra-zão.” (Dostoievski) Apostamos que deste contato com o pensamento mítico, podere-mos sair mais ricos – porque mais novos do que antes, mais arejados, mais delicados e, até, mais cheios de esperança.

Optamos por marcar o início desta cami-nhada aproximando as crianças do contexto do Sítio do Pica-Pau Amarelo e da genialida-de de seu criador. Lobato povoa as suas histórias com personagens mitológicos, se-res encantados e institui, especialmente com a Grécia Antiga, uma via de mão dupla com o universo de seu Sítio. A verdade é que a criançada se esbaldou com tanto encanta-mento. A começar pela Sandroni que, com sua irreverência, nos apresentou a biografia do escritor, dando vez e voz a dois de seus personagens mais fantásticos: Emília e Vis-conde de Sabugosa. Com a apostila “Farra Literária”, fomos “fazendo as costuras”, co-nhecendo outros textos referentes às histó-rias de Lobato, como Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector, por exemplo, e até os citados pela Sandroni, como José, de Drum-mond. Inauguramos a apostila com o próprio Lobato nos contando “Como tudo come-çou?”. Nesse material, também pudemos organizar algumas informações biográficas apresentadas no livro, reconhecer a impor-tância de Lobato a partir de depoimentos de outros escritores e, ainda, produzir pequenos textos. Impossível foi conter as crianças no

explicações, nossa possessão de nós mes-mos, nossa identidade, estarão, certamente, mais vulneráveis. A realidade deixa de se apresentar completamente esclarecida, dan-do vez às contradições e mistérios. Desafio porque os limites realidade-imaginação são, na prática, mais tênues do que nos fizeram, historicamente, acreditar. Desafio porque as verdades/explicações absolutizadas, cristali-zadas, impostas, têm nos fixado e as crian-ças já apresentam certa resistência às inter-pretações múltiplas e variadas. Desafio por-que exige esforço para nos reafirmarmos como seres humanos não partidos diante das incontáveis polarizações, já velhas co-nhecidas nossas – a dicotomia razão/emoção nos parece exemplar – que conhe-cemos com o corpo inteiro. O pensamento mítico, quando cuidamos para que não seja simplesmente escolarizado, nos traz esta possibilidade, pode ser reconhecido e valori-zado na vida cotidiana, preenchendo as tan-tas lacunas deixadas pela racionalidade, dando sentido à vida, à arte, à existência, à própria condição humana, enfim, nos conv i-dando a uma relação mais afetiva e poética com o mundo e também mais humilde posto que nos faz revelar a insuficiência do conhe-cimento científico para tratar sozinho dos problemas epistemológicos, filosóficos e éti-cos, afinal, “a razão, meus senhores, é uma excelente coisa, é verdade; mas a razão não é mais do que a razão e só satisfaz a capac i-dade humana de raciocinar, ao passo que a

para inspirar em repouso enquanto o outro ex-pirava em movimento. Foi bem estimulante e desafiador o exercício, além de contribuir para a coordenação e controle voluntário dos mov i-mentos corporais.

Depois que a mitologia Viking foi introduzida nas aulas de Inglês, experimentamos diferen-tes cavalgadas coletivas, quedas e suspen-sões dos colegas pelo espaço da sala, ao som de “Cavalgada das Walkírias”, de Wagner.

Pegamos uma carona com as aulas de Artes e também nos inspiramos corporal-mente em São Jorge, personagem de “Viagem ao Céu”, de Lobato. Improvisamos movimentos que representassem, tanto o papel do heróico cavaleiro, como do temido dragão, seu adversário. Filmamos e aprecia-mos as pequenas seqüências coreográficas, que simulavam batalhas em criativas forma-ções, elaboradas em grupo com a música “Cowboy Jorge”, de Jorge Benjor.

Para a primeira Festa Pedagógica as cri-anças escolheram e criaram, em pequenos grupos, algumas manobras acrobáticas que foram coreografadas ao som da música “Sítio do Pica Pau Amarelo”, de Gilberto Gil.

Para terminar o semestre ensaiamos um linda quadrilha para a festa caipira.

EDUCAÇÃO FÍSICA Começamos o semestre resgatando as

regras de convivência. Trabalhamos com alguns jogos e esportes

já conhecidos pelas crianças, como pique-bandeira, queimado, câmbio, futebol, hande-bol, basquetebol e as competições por equi-pes (contestes), sempre buscando uma mai-or integração e socialização entre as crian-ças, modificando regras como agente moti-v ador, ora facilitando, ora aumentando a complexidade do jogo, dependendo do de-sempenho e competência do grupo.

As crianças mostraram-se muito ansiosas pelo grande torneio, que realizamos no ano passado, que teve várias modalidades de jogos, torcida, grito de guerra, questões para serem respondidas. Tudo isso foi realizado em dois dias de mobilização total de toda a escola e engajamento das crianças. Para atender aos anseios de nossos alunos, já estamos nos organizando para a grande O-limpíada Sá Pereira, no segundo semestre. Aproveitamos o fato de ser o ano das Olim-píadas e, portanto um momento significativo para aprender mais e, dessa forma, estabe-lecer novos links com o assunto, contribuin-do cada vez mais para a generalização des-se conhecimento.

MÚSICA Começamos o ano nos preparando para o

bloco da escola. As aulas viraram animados ensaios para o nosso carnaval, onde as cri-anças tocaram instrumentos de percussão e cantaram. O tempo foi curto, mas deu para falar um pouco sobre os instrumentos que

compõem a bateria das escolas de samba. No retorno às aulas, iniciamos o estudo

do pandeiro. As crianças receberam uma aposti la que fala um pouco do instrumento, apresenta os quatro toques básicos e algu-mas batidas de variados gêneros, possíveis de serem executadas. Foram propostos jo-gos e atividades de grupo, onde os ritmos de samba, xote, capoeira, baião e ijexá foram aprofundados. Depois dessa iniciação, bus-cando parceria com as aulas de Projeto, e inspirados pela leitura do livro “Memórias de Monteiro Lobato”, trouxemos a figura mitoló-gica do Saci Pererê para as nossas aulas, através da canção “Pererê Peralta”, de Dori Caymmi.

Para o arranjo dessa música contamos com pandeiro, agogô, clave, caxixi, percus-sões de efeito, flautas e metalofones. A com-plexidade do arranjo exigiu das crianças con-centração e coordenação, possibilitando a vivência de noções de dinâmica, textura e forma, além do desafio de cantar e tocar si-multaneamente.

As crianças foram incentivadas a atentar a “trama sonora” formada pelo som de cada instrumento, entendendo, assim, que os sons se relacionam e que é necessário ouvir o colega para garantir a unidade do arranjo. Depois de muitos e minuciosos ensaios, as crianças se sentiram recompensadas pelo resultado da apresentação na festa pedagó-gica.

CORAL Diante de um projeto que trata de Mitos e

Lendas, o que se passa por nossa cabeça ao começarmos mais um ano de Coral? Cla-ro, aprender a cantar, respirar, pulsar em conjunto e sentir o som que somos capazes de fazer com nossas vozes, além de con-quistarmos o imenso prazer que a música nos oferece. Mas onde está o Mito?

Essa é a nossa pesquisa deste ano e talvez melhor do que termos respostas, possamos refletir sobre alguns pontos ainda tão recorren-tes em nossa cultura. Será que Coral é uma coisa feita por pessoas sérias, sem alegria, que estão sempre preocupadas em “não errar”, antes de ter prazer no que fazem? Será que é coisa apenas para gente que “tem voz” ou que “já sabe cantar”? Será que é ativ idade apenas voltada para os Deuses antes do que para os iguais? Ou mesmo que é coisa de privilegiados inatingíveis em sua virtude aos olhos de uma platéia reprimida?

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to e o interesse pelas histórias de Monteiro Lobato mobilizaram as crianças que, com tinta guache, confeccionaram diversos cená-rios para a gravação dessas histórias em vídeo.

Tratamos, posteriormente, de recontar as peripécias das personagens plasticamente, em quatro partes, preenchendo as faces de um suporte suspenso, um prisma de base quadrada, utilizando o recorte e a colagem de cartolinas coloridas. O resultado agradou a todos. Semestre que vem tem mais...

TEATRO Começamos o semestre aprendendo vá-

rios jogos de regras, necessários para o en-tendimento da cena. Os jogos visam estimu-lar atitude, solidariedade, respeito, entre ou-tros aspectos. São eles: João e Joana, Gato e Rato, Congela, Máscara, Jogo do Passo... Jogos que já nos ajudaram e vêm nos auxili-ando, cada vez mais, a estar em cena de-monstrando desembaraço e maior possibili-dade de comunicação.

Em seguida, através dos povos e países presentes na música composta para o carna-val “Tem Grego, tem Japonês, Indiano, Ára-be, Índio, Africano, Egípcio, Celta, Chinês”, demos início aos jogos dramáticos, que en-volveram a escolha de um lugar, um perso-nagem e uma situação para serem vivencia-das em um esquete.

A partir do momento em que instalamos a cena, introduzimos o exercício de Criação de Histórias, com o tema vinculado ao projeto

desfrutando de uma autoria coletiva. Con-quistamos, aí, uma passagem ao mundo das histórias fantásticas, com toda a sorte de acontecimentos. Grandes aventuras e emo-ções, sempre com muita imaginação.

Com a Terceira Série, circulamos por his-tórias da mitologia; da criação do mundo em diferentes culturas e pela possibilidade de gerar novas invenções e explicações através da Criação de Histórias, sempre pelo proces-so de imaginação ativa. O resultado desta

intrépida aventura se deu em sala de aula como exercício de um mergulho inicial no mundo fantástico.

Como o teatro se pretende um espaço aberto a novas idéias e pelo fato das turmas estarem bastante integradas nas aulas de Projeto, trabalhando com as histórias de Monteiro Lobato para a feitura de um vídeo, nossas aulas abraçaram a proposta e fica-ram a serviço dos ensaios para as grav a-ções. Depois daremos continuidade aos jo-gos dramáticos que alimentam e disciplinam o aluno no fazer teatral.

EXPRESSÃO CORPORAL No carnaval, aprendemos a letra e a me-

lodia do samba, criando movimentos para desfilar no Bloco da Sá Pereira.

No início do semestre abordamos a im-portância dos aquecimentos em roda, resga-tando as atividades preferidas das crianças e os cuidados necessários para o desenvolv i-mento do trabalho corporal. Utilizamos os materiais, valorizando atividades que propor-cionaram uma vivência rica, integrando o grupo, favorecendo as noções espaciais e contribuindo para o conhecimento das dife-rentes possibilidades motoras.

As crianças exercitaram a sincronização da respiração com movimentos e repouso. A ativ i-dade sugeria repouso na inspiração e ação na expiração. Uma segunda etapa dessa proposta sugeria a vivência da sincronicidade em dupla,

desejo de conhecer as histórias do próprio autor. Assim, enquanto líamos coletivamente “Minhas Memórias de Lobato”, boa parte da turma já se deliciava com tantas aventuras – Pílula Falante, A visita do príncipe, Aritméti-ca da Emília, Viagem ao céu, Dom Quixote, O casamento da Emília, O nascimento do Visconde, Os doze trabalhos de Hércules, O saci. Fizemos uma grande roda onde pude-ram dividir impressões, sensações, idéias e eleger uma das histórias lidas para um traba-lho mais elaborado, para uma contação es-pecial. Todos os grupos optaram pela teatra-lização. Então, “mãos à obra”: adaptação dos textos, seleção das falas, concepção dos personagens, preparação de cenários e adereços, ensaiar e... recontar. O trabalho foi finalizado com uma filmagem, o que nos rendeu outras aprendizagens. Compreende-mos que um livro é uma força que atua so-bre outras forças, produzindo efeitos varia-dos, que as compreensões, sentimentos, pensamentos, e até envolvimento, experi-mentados pelas crianças, foram muito distin-tos. E é porque desejamos valorizar essa diversidade que as histórias deram o que dizer. E por insistir para que fossem além do entendimento do significado dos textos, vi-vendo-os, é que optamos por nos demorar nisso. Junto a esse trabalho de reconto, as crianças foram, inspiradas em Lobato, crian-do seus personagens fantásticos – elaboran-do pequenas biografias para eles, à moda do escritor, inserindo-os em aventuras e, por

ças de primeira série! Para essa aula, tam-bém trouxeram os “picapauzinhos”. Deveri-am criar pequenas histórias onde tais perso-nagens estariam conhecendo o universo. Para esse texto, dois critérios deveriam ser atendidos: precisava conter elementos das muitas histórias mitológicas trazidas por eles sobre a formação do universo e, também, no momento de informar sobre os planetas, de-veriam lançar mão das informações científi-cas apreendidas em nosso estudo. A criação dessas histórias nos exigiu trabalho, esforço e muita dedicação.

O que temos de perspectiva daqui para frente? Sendo, agora, o contexto do Sítio e seu criador mais familiares, é hora de nos debruçarmos ainda mais na mitologia. Co-meçaremos com o Minotauro, nos encon-trando com a cultura clássica, depois, vere-mos por onde as crianças derramarão seu entusiasmo.

Para terminar, gostaríamos de reafirmar nossa opção ao tratar, nas aulas de projeto, as disciplinas que sempre nos foram apre-sentadas de modo compartimentado, agora, de modo interdisciplinar, compreendendo interdisciplinaridade não simplesmente como sinônimo das práticas pedagógicas mas, sobretudo, como avanço epistemológico. E é Platão quem vem nos ajudar: “É a mais radi-cal maneira de aniquilar toda a argumenta-ção esta de separar cada coisa de todas as outras, pois a razão nos vem da ligação mú-tua entre as figuras.” Acessar as informa-ções sobre o mundo, fazer as articulações e organizações necessárias, perceber e con-ceber o contexto, o global (todo/partes), o multidimensional, o complexo, ampliar o con-ceito de ciência, concebendo e interpretando os fatos humanos numa forma outra que in-clui as dimensões ética e estética, têm sido a nossa grande preocupação, porque acredita-mos que “ensinar para a comunicação amo-rosa é o objetivo das línguas, transmitir o acumulado na observação da biosfera para melhorar a qualidade de vida das pessoas é o único sentido das Ciências, ser protagonis-ta do processo social é a razão maior do es-tudo da História” (Chico Alencar)

MATEMÁTICA Antes mesmo da chegada dos alunos,

sentamos em equipe para estudar o grupo, suas características, dificuldades e compe-tências. E, com essas informações, traça-mos nossas primeiras metas para o trabalho.

fim, fazendo-os chegar ao Sitio do Pica-Pau Amarelo. Com “Viagem ao Céu”, Tia Nastá-cia nos deu o que falar, com toda aquela crença em São Jorge. Aproveitamos a ocas i-ão para refletir um pouco sobre a força de nossas crenças e até recebemos a visita do presidente do Instituto Palmares para uma conversa. Pudemos, assim, conhecer um pouquinho mais sobre a cultura dos orixás e a prática do sincretismo. Mas, “Viagem ao Céu” nos trouxe muitas outras possibilida-des, como o próprio estudo sobre o Univer-so. Afinal, eram muitas as curiosidades. Para boa parte do grupo, o universo, sua forma-ção, é algo realmente difícil de se explicar. As visitas ao Museu de Astronomia e ao Pla-netário foram esclarecedoras e, ao mesmo tempo, reapresentaram outras indagações, realimentaram o desejo de saber mais. Le-mos e pesquisamos bastante. Finalizamos o semestre planejando uma aula para os ami-gos da primeira série. A idéia era dividir o que havíamos aprendido. Mas, para isto, algumas exigências deveriam ser cumpridas. Cada pequeno grupo – propuseram que os grupos fossem organizados a partir dos re-gentes dos próprios signos – seria responsá-vel por determinado planeta. A lua e o sol também estavam valendo. Assim, prepara-ram um roteiro de apresentação do planeta em transparências e planejaram brincadeiras e jogos. Uma exigência importante era de que atentassem para a adequação da lin-guagem. Afinal, estavam tratando com crian-

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Assim que nos conhecemos, tratamos de firmar uma parceria. O grupo parecia ter uma idéia de como seria a nova professora e a nova série. A relação hoje, com a maior par-te da turma, já é de bastante confiança. O afeto que manifestam é surpreendente.

Gostam de todas as propostas e empe-nham-se especialmente nas tarefas individu-ais. Estão, aos poucos, aprendendo a partici-par de conversas “quentes”, se colocando nas correções, debatendo, discordando. Pre-cisamos apenas convidá-los, de forma pro-v ocante, a entrar numa conversa matemática e logo vemos alunos, uns mais, outros me-nos, empolgados, organizando os conhec i-mentos que já possuem.

Nossas primeiras atividades tinham como objetivo ampliar o campo numérico: ajudá-los a fazer mentalmente arredondamentos e estimativas para operações com numerais com mais de quatro ordens. Ler e escrever numerais com essa grandeza também eram nossos objetivos.

O próximo passo foi criar mais oportunida-des para o treino das técnicas operatórias já trabalhadas na segunda série – a adição e a subtração. O livro foi, então, nosso compa-nheiro. Suas propostas têm a “nossa cara”: instigam a observação e a discussão de ca-da situação-problema. Não priorizam a ope-ração de forma mecânica.

“Se a matemática é uma coleção de relações formais e estabelecidas, não há

lugar para discutir(...) Mas se matemát i-cas são também idéias e produções dos alunos, geradas a partir de um problema, então pode haver lugar para o debate e a demonstração. Nesse debate, nas tentat i-vas de provar ou refutar, os alunos apren-dem a explicar suas idéias, socializam -nas e se formam, pouco a pouco, na arte de demonstrar.”

Aprender Matemática Resolvendo Problemas Block e Dávila, 1995

Nunca estamos, na verdade, prontos e talvez isso caracterize a natureza das nos-sas aulas. Um problema provoca uma gran-de seleção e reorganização das informa-ções. E foi assim que começamos uma das novidades da série: a multiplicação. O uso de malhas quadriculadas ajudou a garantir a relação com a adição e a comutatividade característica da operação. Partimos para a construção da tabela de dupla entrada que registra a multiplicação de números até 10 por números até 10. “Com óculos especiais” tinham a tarefa de observar curiosidades nas colunas onde apareciam os resultados das multiplicações por 2, por 3, por 5 e por 10. São bons nisso. Sentem-se desafiados. Daí para batizar a tabela de tabuada foi um pulo. Fizemos contratos pessoais de prazo para a sabatina. Nos dias marcados, socializamos as estratégias usadas pelos alunos e suas famílias com o objetivo de memorização das operações. Muitos jogos com cartas, alguns

com tabuleiros, o Ligeirinho e algumas tare-fas com a calculadora apontavam para a necessidade de respostas mais ágeis para as operações. E o jogo é uma das formas de aplicação mais concreta. Acreditamos que, com esse tipo de trabalho, estamos valori-zando os recursos de memória e recuperan-do algumas práticas escolares tradicionais sob uma atmosfera mais lúdica, construtiva e significativa.

Uma parada para pensar: foi assim que procuramos, em nossas aulas, tratar o mo-mento de avaliação por volta de maio. Era a primeira vez que os alunos recebiam concei-to e boletim e precisávamos cuidar para que a idéia acerca dessa prática fosse positiva. Listamos quais eram os objetivos e, juntos, fizemos uma avaliação cooperativa. Era o momento para cada um sinalizar, às vezes com ajuda, seus avanços e suas principais dificuldades. Interessante como são suficien-temente justos em sua auto-avaliação.

Estava terminando o semestre quando começamos a tratar de situações envolven-do o sistema monetário. Conhecer as cédu-las e as moedas correntes, saber realizar as operações de troca, usar arredondamentos e estimativas, também nessas situações, fo-ram as principais propostas. O motivo para tal trabalho parece óbvio, mas aqui na Sá Pereira uma atividade cria nas crianças a responsabilidade real de ser competente também ao operar com dinheiro: é na tercei-ra série que os alunos vão ao Centro da Ci-dade fazer as compras de prendas para a Festa Junina. Precisávamos, então, de um bom “equipamento na cabeça”. Nossa avali-ação é que, mesmo reconhecendo que a notação decimal e as duas grandezas (reais e centavos) sejam complicadores, as crian-ças dominam as operações básicas com va-lores. Fizemos as contas e depois de muito planejamento, saímos para a empreitada. “De quebra”, nas ricas conversas, cuidamos de questões ligadas aos direitos do consumi-dor e à cidadania.

Parte do nosso empenho vocês vão poder perceber na forma de prenda. Outra parte se transformou em experiência real. Passa, dessa forma, a fazer parte de um repertório significativo dos alunos e, por isso, sempre possível de ser aplicado na solução de situa-ções e problemas da vida.

INGLÊS Baseada num grande respeito por todas

gem de ensino coloca o estudante no centro dos procedimentos didáticos, fazendo-o mo-bilizar diversos conhecimentos e capacida-des, além de despertar a curiosidade e o prazer de descobrir – não só novos dados lingüísticos – mas aspectos históricos e cul-turais dos usuários de outras línguas.

Com esse enfoque começamos o ano buscando estratégias que abordassem as-pectos culturais, históricos e também lingüís-ticos da língua inglesa e dos povos que se expressam através desse idioma.

Como temos duas aulas por semana, em uma delas trabalhamos os conteúdos espe-cíficos da língua inglesa para essa faixa etá-ria e na seguinte buscamos interconexões com o projeto institucional da escola. Dessa forma as crianças podem adquirir algumas habilidades e competências na utilização do Inglês como língua estrangeira e podem a-prender sobre ela e o seu contexto cultural.

Iniciamos o ano estudando sobre a ori -gem dos nomes dos dias da semana em in-glês. Os nomes de quatro dias da semana foram dados em homenagem a alguns deu-ses da mitologia nórdica: Tuesday (Tyr’s day), Wednesday (Wooden’s ou Oden’s day), Thursday (Thor’s day) e Friday (Freyja’s day). Ouvimos histórias sobre cada um desses deuses e seus animais, vimos ilustrações e os desenhamos.

Também descobrimos, no Atlas, onde fi-cam a Noruega, a Dinamarca e a Suécia – países que ocupam a região onde os vikings se concentravam. Assistimos a um video sobre a vida e a história dos vikings da série “O Homem” e ouvimos a Cavalgada das Val-quírias, de Wagner.

A turma se mostrou muito interessada e trouxe uma quantidade enorme de material para a sala de aula sobre os vikings. Pesqui-

saram informações recolhidas da Internet e nos livros de casa. As informações trazidas para a escola foram muitas e diversas. As crianças, em grupos, tiveram que ler todo o material trazido e selecionar o que mais lhes pareceu interessante para compartilhar com todos.

Avaliamos que seria uma boa oportunida-de para que as crianças começassem a se familiarizar com o programa disponível na escola para colocar os seus trabalhos na internet. As crianças digitaram e diagrama-ram as informanções escolhidas juntamente com a foto de um desenho feito por eles pa-ra ilustrar o trabalho.

Pensando no trabalho que a turma vinha desenvolvendo nas aulas de Projeto sobre o Memórias de Lobato, sugerimos que eles escolhessem alguém da turma para “contar” as suas memórias e essa pessoa iria escre-v ê-las. Gostaram da idéia e escolheram os seus parceiros. Surgiram duplas, trios e quartetos, mas também teve quem quizesse ficar sozinho e escrever as suas próprias memórias. Lembramos aos grupos que esse seria um desafio porque depois que eles fi-zessem o texto em português, faríamos a versão em inglês. Por isso deveríamos ter em mente quatro parágrafos: um parágrafo para descrever as características físicas do amigo, um para descrever as qualidades desse amigo, outro para contar a “memória” do melhor momento vivido até agora e outro para contar um momento de sua vida que quisesse compartilhar com todos. Dessa for-ma o texto fica mais estruturado e coloca-mos um limite, não para ‘limitar’ o texto mas para criar uma possibilidade de sucesso mai-or para a versão para o inglês e uma maior autonomia para algumas crianças.

Batizamos o trabalho de “who’s

who” (quem é quem) e faremos um livro para que todos possam guardar de lembrança.

O conteúdo de língua inglesa que foi sele-cionado a partir do livro adotado – Hip Hip Hooray – para este primeiro semestre foi: obter e fornecer informações pessoais, per-guntar e informar: aonde alguém está indo ( Where is she/he going? He/She’s going to ....); se alguém tem algo e a quantidade que tem (Do you have any....?/How many do you have?/ How many does he/she have?); perguntar se alguém quer fazer algo e a res-ponder de forma positiva, negativa ou em dúvida (Do you want to...? Sure./ No, sorry./ I don’t know. Maybe.); perguntar e responder o que alguém está fazendo (What are you doing? I’m.../What is he/she doing? He/she is...); algumas ações no imperativo e no pre-sent progressive além de vocabulário básico sobre material escolar e lojas de serviços e produtos.

ARTES Inspirados no tema Catando Sonhos no

Velho e no Novo Mundo, pensamos em São Jorge, um mito cristão, não reconhecido pela Igreja Católica, mas de muita popularidade e devoção, incorporado por outras religiões afro-brasileiras através do sincretismo e tam-bém apresentado em Viagem ao Céu, obra de Monteiro Lobato. Com a apreciação das reproduções de São Jorge e o Dragão, de Paolo Uccello e Rafael, destacamos na com-posição da imagem figurativa os elementos estéticos que a compõe: “O fundo está atrás, é menor e mais claro!”

A observação comparativa entre as duas obras deu margem à ampliação do repertório visual e ao reconhecimento da autoria: “Mas se São Jorge vive na lua, o que faz aí?” As crianças estiveram bastante envolvidas com as cores na reinterpretação do mito. Nosso objetivo era pensar em como representar plasticamente a figura e o fundo, utilizando lápis de cor para o desenho da figura e pilot para o fundo, tendo o papel vegetal como suporte. A transparência desse material per-mitiu a intervenção das crianças no trabalho com a colocação de uma cartolina colorida por trás. Para isso, cada criança escolheu uma cor para a base e outra para a moldura que contrastassem. Finalizamos o trabalho com uma exposição para as outras turmas no dia de São Jorge, que também teve na decoração flores de papel crepom confeccio-nadas pela turma.