Relatório pesquisa Ouvidoria Saúde do Homem e Paternidade ...FELIZ NATAL 2 GAUCHA DO NORTE 1...

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Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Estratégicas e Programáticas Coordenação Nacional de Saúde do Homem Cícero Ayrton Brito Sampaio Michelle Leite da Silva Fevereiro de 2016 Relatório pesquisa Ouvidoria Saúde do Homem e Paternidade e Cuidado Estado: Mato Grosso

Transcript of Relatório pesquisa Ouvidoria Saúde do Homem e Paternidade ...FELIZ NATAL 2 GAUCHA DO NORTE 1...

Ministério da Saúde

Secretaria de Atenção à Saúde

Departamento de Ações Estratégicas e

Programáticas

Coordenação Nacional de Saúde do Homem

Cícero Ayrton Brito Sampaio

Michelle Leite da Silva

Fevereiro de 2016

Relatório pesquisa Ouvidoria Saúde do Homem e Paternidade

e Cuidado Estado: Mato Grosso

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem-PNAISH dispõe-se a

qualificar a saúde da população masculina na perspectiva de linhas de cuidado que

resguardem a integralidade da atenção. Reconhece que os homens buscam o serviço

de saúde por meio da atenção especializada, o que traz como consequência, o

agravamento de sua condição em virtude do retardo na atenção. Dessa forma, torna-

se necessário fortalecer e qualificar a atenção primária garantindo, assim, a promoção

da saúde e a prevenção do adoecimento. Muitos agravos poderiam ser evitados caso

os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária.

Um dos eixos da PNAISH é Paternidade e Cuidado que tem o objetivo de

engajar os homens nas ações do planejamento reprodutivo e no acompanhamento do

pré-natal, parto e pós parto e do parto de suas parceiras e nos cuidados no

desenvolvimento da criança, possibilitando a todos uma melhor qualidade de vida e

vínculos afetivos saudáveis .Este tema traz inúmeros benefícios principalmente, a

valorização de modelos masculinos positivos que inspiram capacidade de ouvir,

negociar e cooperar, pautados no respeito, tolerância, autocontrole e cuidado. Outro

ponto importante é a possibilidade de integrar os homens na lógica dos serviços de

saúde ofertados, sobretudo na Rede Cegonha, possibilitando que eles realizem seus

exames preventivos de rotina, tais como: HIV, Sífilis e Hepatites, Hipertensão e

Diabetes, atualizem o cartão de vacinação, entre outros e assim participem da

estratégia do Pré-Natal do parceiro se preparando para o exercício de uma

paternidade ativa.

Dessa forma, a Coordenação Nacional de Saúde do Homem juntamente com o

Departamento de Ouvidoria do SUS está realizando uma pesquisa com os homens que

suas parceiras realizaram parto nos estabelecimentos do SUS em 2013 para fazer um

levantamento sobre o atendimento prestado para esses pais e questões relacionadas

ao exercício da paternidade ativa e conscientes o que contribui significativamente para

qualificação dos vínculos entre pai, mãe e filhos e ao mesmo tempo pode estimular o

autocuidado na população masculina.

Assim os dados abaixo são referentes às entrevistas realizadas com esses

pais/parceiros dos municípios descritos na tabela abaixo. Foram realizadas no estado

do Mato Grosso 135 entrevistas com sucesso.

Tabela 1

Município Total

ALTA FLORESTA 2

ALTO ARAGUAIA 1

ALTO GARCAS 4

ALTO TAQUARI 1

BARRA DO BUGRES 1

BARRA DO GARCAS 1

CACERES 7

CAMPO NOVO DO PARECIS 1

CAMPO VERDE 1

CANARANA 3

CHAPADA DOS GUIMARAES 2

CLAUDIA 1

COLIDER 1

COMODORO 2

CUIABA 30

DIAMANTINO 1

FELIZ NATAL 2

GAUCHA DO NORTE 1

GLORIA D'OESTE 1

GUARANTA DO NORTE 2

IPIRANGA DO NORTE 1

JACIARA 2

JAURU 1

JUARA 2

LAMBARI D'OESTE 1

LUCAS DO RIO VERDE 2

MARCELANDIA 1

NOBRES 3

NOVA MUTUM 2

NOVA SANTA HELENA 1

PEIXOTO DE AZEVEDO 2

POCONE 2

POXOREO 1

PRIMAVERA DO LESTE 4

RONDONOPOLIS 17

SANTA CARMEM 1

SANTO ANTONIO DO LEVERGER 1

SAO JOSE DO RIO CLARO 1

SINOP 4

SORRISO 7

TANGARA DA SERRA 3

TERRA NOVA DO NORTE 1

VARZEA GRANDE 8

VERA 1

VILA RICA 1

135

Gráfico 1- Idade dos respondentes.

A maior porcentagem de pais respondentes encontra-se na faixa etária de 30 a 39

anos, seguido dos de 20 a 29 anos de idade, juntas essas faixas etárias somam 77% do

total de pais/parceiros.

Gráfico 2-Escolaridade

Sobre o item escolaridade 37% dos pais responderam que possuem o nivel médio

completo.

10 a 14anos

15 a 19anos

20 a 29anos

30 a 39anos

40 a 49anos

50 a 59anos

60 a 69anos

70 a 79anos

80anos emais

0 0

37,040,0

19,3

3,00,7 0 0

FAIXA ETÁRIA

NIVEL FUNDAMENTAL INCOMPLETO…

NIVEL MEDIO COMPLETO (2º GRAU…

NIVEL MEDIO INCOMPLETO (2º GRAU…

SUPERIOR COMPLETO

NIVEL FUNDAMENTAL COMPLETO (1º…

SUPERIOR INCOMPLETO

NAO SABE LER/ESCREVER

37,0

26,7

14,8

8,9

8,1

3,0

1,5

Escolaridade %

Gráfico 3- Renda familiar

Sobre a renda média dos respondentes 61,5% relataram ter renda entre 1 e 2

salários minimos.

Gráfico 4- Estado civil

Sobre o estado civil 43 % relataram que são casados.

ENTRE 1 E 2 SALARIOS MINIMOS

MAIS DE 2 ATE 5 SALARIOS MINIMOS

MENOS DE 1 SALARIO MINIMO

MAIS DE 5 ATE 10 SALARIOS MINIMOS

NAO SABE/NAO RESPONDEU

MAIS DE 10 SALARIOS MINIMOS

61,5

28,1

5,9

2,2

1,5

0,7

Renda familiar %

43%

37%

19%

1%

Estado civil %

UNIÃO ESTÁVEL CASADO SOLTEIRO DIVORCIADO/SEPARADO

Gráfico 5- Raça cor

Em relação a raça/cor 63,7 % dos pais são pardos.

Gráfico 6- O sr. costuma ir a posto de saúde, UPA, hospital público?

Quando questionado sobre o comportamento de ir ao estabelecimento de saúde 69%

dos pais disseram que tem o hábito de ir ao estabelecimento de saúde, porém, da

forma como a pergunta está colocada não é possível afirmar que esses 69% procuram

o serviço de saúde para cuidar de sua própria saúde ou apenas para acompanhar

alguém.

PARDA

BRANCA

PRETA

SEM INFORMACAO

63,7

23,0

12,6

0,7

Raça/cor %

31%

69%

O sr. costuma ir a posto de saúde, UPA, hospital público? %

NÃO SIM

Gráfico 7- Qual serviço o sr. costuma usar?

Dos estabelecimentos de saúde procurados o que houve mais incidencia de respostas

foram as Unidades Básicas de Saúde com 58,1% e em segundo lugar, com 22,6%

foramos hospitais.

Gráfico 8 - Não usa por qual motivo?

Quando questionado por qual motivo não utiliza os serviços de saúde 59,5% dos

homens responderam que nunca precisaram do serviço, podemos levantar a hipotese

das questões de barreiras socioculturais ( esteriotipos de gênero, pensamento mágico,

papel de provedor, papel de cuidador, medo de descobrir doenças) para esse número

elevado.

UBS/CENTRO DE SAÚDE/POSTO DESAÚDE

HOSPITAL

UPA

OUTROS

58,1

22,6

18,3

1,1

Qual serviço o sr. costuma usar?%

NUNCA PRECISEI

DEMORA NO ATENDIMENTO

TENHO PLANO DE SAÚDE/UTILIZO…

ATENDIMENTO DOS PROFISSIONAIS…

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DOS…

OUTRO

59,514,3

9,5

7,1

4,8

4,8

Não usa por qual motivo?%

Gráfico 9- O sr. já recebeu orientação sobre planejamento familiar?

Sobre o recebimento de orientações sobre planejamento familiar, 64% dos homens

relataram que receberam no momento do atendimento nos serviços de saúde.

Gráfico 10- Você foi internado nos últimos 12 meses ?

Sobre o fato de ser internado, 90% dos homens informaram que não foram internados

nos últimos 12 meses.

36%

64%

O sr. já recebeu orientação sobre planejamento familiar? %

NÃO SIM

90%

10%

Você foi internado nos últimos 12 meses ? %

NÃO SIM

Gráfico 11- O sr. acompanhou sua parceiro durante as consultas de pre-natal?

O gráfico 11 questiona se o homem acompanhou sua parceira nas consultas de pré-

natal, do total, 73% responderam que acompanham.

Gráfico 12-Por que o sr. não acompanhou sua parceira nas consultas de pré-natal?

Dos 27% respondentes que disseram não ter acompanhado a sua parceira nas consultas

de pré-natal, 75,7 % relatou que o motivo foi devido a necessidade de trabalhar.

27%

73%

O sr. acompanhou sua parceiro durante as consultas de pre-natal? %

NÃO SIM

PRECISEI TRABALHAR

NÃO SABIA QUE PODIA ACOMPANHAR

OUTRO

NÃO ACHEI NECESSÁRIO/IMPORTANTE -NÃO QUIS

75,7

10,8

8,1

5,4

Por que o sr. não acompanhou sua parceira nas consultas de pré-natal?

Gráfico 13- Durante as consultas de pré-natal, o(a) profissional falava e dava instruções e

informações a quem?

O gráfico 13 demonstra que a maioria dos profissionais de saúde que realizam as

consultas de pré-natal ainda estão focando suas orientações apenas na gestante

(62,2%), o que mostra tambem uma invisibilidade desse pai, mesmo quando ele está

presente. Para sanar essa desigualdade é fundamental a qualificação desses

profissionais de saúde para um acolhimento e atendimento ideal ao pai/parceiro.

Gráfico 14- Nessas consultas o sr. realizou exames?

PRINCIPALMENTE PARA AMÃE/GESTANTE

AOS DOIS, IGUALMENTE

62,2

37,8

Durante as consultas de pré-natal, o(a) profissional falava e dava

instruções e informações a quem?%

NÃO

SIM

NÃO SABE / NÃO RESPONDEU

60,0

10,4

2,2

Nessas consultas o sr. realizou exames? %

Sobre a realização de exames do homem durante o pré-natal, 60% dos pais

respondentes que não realizaram nenhum exame.

Gráfico 15-Exames realizados nas consultas de pré-natal

Dos 10,4% dos homens que realizaram exames durante o pré-natal, o exame de

Tipagem sanguínea foi o mais realizado com 78,6%. Seguido de Hemograma completo

com 64,3%.

Gráfico 16-Nestas consultas o sr. atualizou seu cartão de vacina ?

78,6

64,357,1 57,1 57,1

50,0 50,0 50,042,9 42,9 42,9

14,3

Exames realizados nas consultas de pré-natal %

61%

39%

Nestas consultas o sr. atualizou seu cartão de vacina ? %

NÃO SIM

Em relação a atualização do cartão de vacinas 61% dos respondentes informaram que

não atualizaram o seu cartão. Mais uma vez destaca-se que talvez os profissionais de

saúde não estão qualificados para esse atendimento. Ainda sobre essa questão um dos

passos do protocolo do pré-natal do parceiro é a atualização do cartão de vacinas.

Gráfico 17- Durante o pré-natal de sua parceira o sr. participou de alguma palestra, roda de

conversa, curso sobre cuidados com o bebê ?

Em relação a participação em palestras, rodas de conversas, cursos sobre cuidados

com o bebê, 85% dos respondentes disseram que não participaram dessas atividades.

Esse dado relata que os profissionais de saúde talvez não estejam estimulando que os

homens participem desses momentos que ensinam como cuidar. Por outro lado,

também os proprios homens também ainda não tem essa questão introjetada.

Gráfico 18- O sr. participou da decisão de ter um parto natural ou por cesaria?

85%

15%

Durante o pré-natal de sua parceira o sr. participou de alguma palestra,

roda de conversa, curso sobre cuidados com o bebê ? %

NÃO SIM

61%

39%

O sr. participou da decisão de ter um parto natural ou por cesaria? %

NÃO SIM

O dado do gráfico 18 destaca que 61% dos respondentes não participaram da decisão

do melhor tipo de parto para o nascimento do filho, esse dado demonstra que a

gravidez e parto ainda estão muito ligadas a ideia que algo de mulher. É necessário

trabalhar junto aos profissionais de saúde e também junto a população para tornar

ações de cuidado práticas masculinas.

Gráfico 19-O sr. acompanhou o nascimento do seu filho?

Sobre o fato de acompanhar o nascimento do filho, 73% dos respondentes informaram

que não acompanharam o parto.

Gráfico 20- Em quais momentos?

73%

27%

O sr. acompanhou o nascimento do seu filho? %

NÃO SIM

DEPOIS DO PARTO

ANTES DO PARTO

DURANTE O PARTO

83,8

73,0

21,6

Em quais momentos?

Dos 27% respondentes que acompanharam o parto 83,8% informaram que

acompanharam depois do parto e o menor quantitativo foi de pais que acompanharam

durante o parto 21,6%. Esse dado demonstra que ainda existem barreiras para que os

homens estejam participando de todo o processo.

Gráfico 21- Por que o sr. não acompanhou o nascimento do seu filho?

O gráfico 21 apresenta o dado que a maior barreira para o pai/parceiro está presente

no parto foi devido a não liberação do trabalho, com 23,5%. Seguido do serviço de

saúde não permiti, com 22,4%.

Gráfico 22-O sr. tirou licença paternidade?

23,5 22,4

12,29,2 8,2

6,1 6,14,1 4,1 4,1

Por que o sr. não acompanhou o nascimento do seu filho?%

54%

1%

45%

O sr. tirou licença paternidade? %

NÃO NÃO SABE/NÃO RESPONDEU SIM

Em relação se tirou licença paternidade, 54% dos respondentes afirmaram que não.

Mais uma vez a questão trabalhista está envolvida como um impedimento para gozo

de um direito garantido pela Constituição Federal. No gráfico 23 o maior quantitativo

de motivos para não gozo da licença paternidade é devido ao fato dos pais

trabalharem por conta própria com 47,9%.

Gráfico 23- Porque o sr. não tirou licença paternidade?

Gráfico 24-O sr. divide as atividades de cuidado com sua parceira?

TRABALHAVA POR CONTA PRÓPRIA E…

NÃO SABIA QUE PODIA

NÃO ESTAVA TRABALHANDO

NÃO QUIS

O TRABALHO (EMPREGADOR) NÃO…

OUTRO

47,9

13,7

12,3

11,0

9,6

5,5

Porque o Sr. não tirou licença paternidade? %

2%

98%

O sr. divide as atividades de cuidado com sua parceira? %

NÃO SIM

Mais uma pergunta relacionada ao exercício do cuidado, diz respeito à divisão de

atividades com sua parceira, nessa questão 98% dos pais/parceiros informaram que

dividem as atividades em casa com a parceira (gráfico 24). Dentre as atividades, o lazer

e brincar foi a mais relatada com 100% seguido de alimentação com 96,2% (gráfico 25).

Analisando esse dado é possível levantar a hipótese que os homens estão dividindo o

cuidado de forma integral com as mulheres dentro de casa, porém pode ser que esse

dado esteja equivocado.

Gráfico 25- Quais as atividades de cuidado você divide com a sua parceira?

100,0 96,2 95,589,4 87,1

12,9

Quais as atividades de cuidado você divide com a sua parceira? %