Relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva

7
IAPES - Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde Fisioterapia Intensiva Resenha: Relevância do Hemograma na conduta fisioterapêutica em Terapia Intensiva Aluna: Mariana Trindade dos Santos Manaus/2013

Transcript of Relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva

Page 1: Relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva

IAPES - Instituto Amazonense

de Aprimoramento e Ensino em Saúde

Fisioterapia Intensiva

Resenha: Relevância do Hemograma na conduta fisioterapêutica

em Terapia Intensiva

Aluna: Mariana Trindade dos Santos

Manaus/2013

Page 2: Relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva

As unidades de terapia intensiva por muito tempo foram compostas basicamente

por médicos e enfermeiros, mas com o avanço da medicina e das pesquisas em

saúde houve a necessidade de acrescentar outros profissionais especializados, a

fim de dispersa o que eram de exclusivas responsabilidades de médicos e

enfermeiros. Com isso essas unidades, passaram a ser formadas por equipes

multidisciplinares no qual o fisioterapeuta foi incluído e reconhecido devido a sua

atuação e relevância no atendimento dos pacientes.

Segundo Presto et al (2009), a fisioterapia intensiva é uma especialidade nova

que vem crescendo e ganhando seu espaço nas unidades de terapia intensiva,

umas vez que o fisioterapeuta atua desde a prevenção, realibilitação e alta do

paciente. Devido a esse crescimento, as exigências quanto a melhorias nas

habilidades de uma avaliação à beira do leito estão sendo cada vez mais

imprescindíveis e de súmula importância ao que diz respeito à elaboração de uma

conduta terapêutica que promova, da forma mais pratica e rápida possível, a

evolução e alta desse paciente destas unidades. A avaliação é considerada pelo

fisioterapeuta com um dos critérios mais importantes para elaboração de seu

plano de tratamento, haja vista que a avaliação evita que técnicas desnecessárias

e inadequadas sejam administradas pelo profissional, diminuído possíveis

agravos ao paciente uma avaliação breve permite que se explorem rapidamente

órgãos e sistemas corporais como: cardiopulmonar, tegumentar,

musculoesquelético e neuromuscular. Diante de uma avaliação o fisioterapeuta

pode planejar um tratamento eficaz de acordo com as necessidades de cada

paciente. A Avaliação exige do fisioterapeuta uma visão sistêmica do paciente,

com algumas peculiaridades, uma delas é falta de tempo para avaliar, pois nem

sempre estará disponível para realizar uma avaliação por completa, devido alguns

pacientes serem admitidos na UTI com um quadro agudo precisando de

intervenção fisioterapêutica imediata, por outro a pacientes que chegam estáveis

logo podendo realizar uma avaliação mais completa.

O profissional precisa ser um generalista e conhecer assuntos sobre ventilação

mecânica, sistema respiratório, interpretação de exames laboratoriais, e de

imagens para que se possa elabora um plano de tratamento.

Segundo Sarmento (2010) sem uma avaliação bem realizada é impossível

identificar alterações apresentadas pelo paciente bem como traçar e realizar a

Page 3: Relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva

conduta fisioterapêutica adequada, para que haja uma boa evolução e alta o mais

rápido possível, pois quanto mais tempo o paciente ficar internado UTI mais

chances de complicações ele poderá ter. São vários os fatores que devem ser

avaliados com frequência para assegurar um bom atendimento ao paciente, haja

vista que os pacientes internados nas unidades de terapia intensiva estão sujeitos

a alterações hemodinâmicas, cardíacas, respiratórias, neurológicas, ortopédicas e

etc.

Os sinais e sintomas apresentados pelo paciente influenciam bastante a

tratamento e direcionam as investigações subsequentes, pacientes internados

nas UTIs geralmente apresentam comprometimento importante em sua função

pulmonar, podendo ser modificado e ou variar de um instante para o outro a

avaliação deve conter inicialmente identificação do paciente, logo sinais vitais,

exame físico, exames complementares e laboratoriais que irão contribuir na

conduta a ser realizada Deve ser realizada primeiramente uma anamnese

colhendo os dados pessoais do paciente bem como dados pertinentes sobre o

paciente desde o momento da sua internação, como histórias da doença atual,

patológica pregressa, social e familiar deste paciente, alem de identificar na

Historia clinica o sexo, idade, altura, peso, endereço, telefone para contato,

estado civil, numero de dias de internação, dias de acessos periféricos e centrais,

diagnostico médico dentre outros, estes dados basicamente são de grande

importância para o paciente. A avaliação de ser constante e deve ser realizada a

cada troca de plantão, pelo fisioterapeuta verificando o prontuário do paciente e

as condutas já realizadas, verificando a efetividade do tratamento e se tal conduta

esta refletindo melhora no quadro do paciente, tudo deve ser anotado no

prontuário.

A diversidade de informações que o hemograma pode fornecer, embora em geral

bastante inespecíficas, torna esse exame subsidiário um dos mais solicitados nas

práticas clínica e cirúrgica. As informações fornecidas pela análise do sangue

periférico pretendem responder a duas questões básicas: a medula óssea está

produzindo um número suficiente de células maduras de diferentes linhagens? os

processos de proliferação, diferenciação e aquisição de funções de cada tipo

celular estão se desenvolvendo de maneira adequada em todas as linhagens

celulares? Essas perguntas podem ser respondidas pelos parâmetros numéricos

Page 4: Relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva

fornecidos pelos sistemas hematológicos automatizados e pelo exame

morfológico das células à microscopia óptica. Assim, a somatória da análise de:

aspectos quantitativos + aspectos morfológicos + conhecimento fisiopatológico

dos distúrbios da hematopoiese será de grande auxílio diagnóstico em diversas

condições clínicas, servindo de importante subsídio para a observação da medula

óssea, podendo ser indicativas de diversos distúrbios medulares.

Um estudo realizado em 2002 com o objetivo de identificar os componentes do

hemograma considerados úteis na prática clínica revelou resultados

interessantes. Somente 4 dos 11 parâmetros rotineiramente fornecidos foram

selecionados como úteis e frequentemente utilizados por mais de 90% dos

profissionais inquiridos: dosagem de hemoglobina (Hb), determinação do

hematócrito (Ht), contagens de plaquetas e de leucócitos.

ERITROGRAMA

O eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo dos glóbulos

vermelhos, ou seja, das hemácias, também chamadas de eritrócitos.

Vejam esse exemplo fictício abaixo. Lembre-se que os valores de referência

podem variar entre laboratórios.

Tabela: MD Saúde

Os três primeiros dados, contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito, são

analisados em conjunto. Quando estão reduzidos, indicam anemia, isto é, baixo

número de glóbulos vermelhos no sangue. Quando estão elevados indicam

policitemia, que é o excesso de hemácias circulantes.

Page 5: Relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva

Se por um lado, a falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio, por outro,

células vermelhas em excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu

fluxo e favorecendo a formação de coágulos.

LEUCOGRAMA

É o estudo dos leucócitos células responsável pela defesa celular e imunidade do

organismo. Quando há o aumento dos Leucócitos é porque o paciente esta com

alguma infecção, isto é chamada leucocitose que pode estar relacionada com

necrose tecidual, infarto queimaduras dentre outros pode também vir a ocorrer a

diminuição dos leucócitos levando a uma leucopenia, o que tornara o paciente

mais propicio a infecções, pode ser causada por utilização de medicamentos tais

com anti-hipertensivos, antibióticos e ou por substâncias utilizadas em tratamento

de diabéticos e ou por drogas quimioterápicas. Os leucócitos são, na verdade, um

grupo de diferentes células, com diferentes funções no sistema imune. Alguns

leucócitos atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos, outros

apenas fazem a identificação e assim por diante.O valor normal dos leucócitos

varia entre 4000 e 11000 células por mm³ de sangue.

PLAQUETOMETRIA

As plaquetas são as células responsáveis pelo início do processo de coagulação.

Quando um tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo

rapidamente encaminha as plaquetas ao local da lesão. As plaquetas se agrupam

e formam um trombo, uma espécie de rolha ou tampão, que imediatamente

estanca o sangramento. Graças à ação das plaquetas, o organismo tem tempo de

reparar os tecido lesados sem que haja muita perda de sangue.

O valor normal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL).

Porém, até valores próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades

em iniciar a coagulação.

Quando os valores se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/uL há risco de

morte uma vez que pode haver sangramentos espontâneos.

Quando elevadas são chamadas de trombocitose e quando diminuída de

trombocitopenia. Pacientes com as plaquetas muito baixas estão mais

Page 6: Relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva

predispostos a sangramentos, e plaquetas muito elevadas podem levar a

formação de trombos.

A interpretação do hemograma não se restringe as modificações qualitativas e

quantitativas de seus elementos aliadas as às degenerações e outras alterações.

É necessária a avaliação dos dados clínicos junto com o exame físico do

paciente, para que se forme um quadro hematológico completo, o que facilita o

diagnóstico.

INTERAÇOES FISIOTERAPÊUTICAS

LEUCOGRAMA Leucocitoses >14.000

células/mm³ podem

comprometer o desmame

ventilatório devido ao

quadro infeccioso.

Leucopenia < 4.000

células/mm³: pacientes

podem estar mais

suscetíveis a infecções

oportunistas, que podem

comprometer sua

estabilidade clínica.

ERITROGRAMA Hemoglobina<9g/dL pode

indicar insucesso do

desmame

Atividades de reabilitação

com o paciente

apresentando hematócrito

<30% e ou hemoglobina

<9g/dL podem levar o

paciente a

comprometimentos como

IRpa, DPOC ou IAM

(cardiopatias)

PLAQUETOMETRIA Pacientes com trombocitose

acentuada >600.000

células/mm³ podem

apresentar maior risco de

acidentes tromboembólicos.

Pacientes com

trombocitopenia acentuada

(<100.000 células/mm³) são

mais suscetíveis a riscos de

apresentarem esquimoses e

hematomas após

abordagem fisioterapêutica.

Tabela:NASCIMENTO 2011

Page 7: Relevância do hemograma na conduta fisioterapêutica em terapia intensiva

REFERÊNCIAS

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Yonnara D´Angelo de Oliveira Lopes, Dayana Priscila Maia Mejia.Pós-graduação em Terapia Intensiva – Faculdade Ávila. www.portalbiocursos.com.br/artigos/fisio_intensiva/23.pdf FISIOTERAPIA NO PACIENTE CRÍTICO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) COM TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO E TRAUMA TORACOABDOMINAL FECHADO.Lucimara Toledo Machovsk, Maurícia Cristina Mirian C. da Costa Fagundes.Faculdade União das Américas - Uniamérica, Foz do Iguaçu, Paraná. www.uniamerica.br/site/arquivos/1seminario-fisioterapia/Artigo_TCE_TAF_revisada%20Lucimara-Miriam.pdf

O HEMOGRAMA: IMPORTÂNCIA PARA A INTERPRETAÇÃO DA BIÓPSIA. BLOOD CELL ANALYSIS: THE IMPORTANCE FOR BIOPSY INTERPRETATION.Helena Z. W. Grotto. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2009;31(3):178-182. FISIOTERAPIA NO PACIENTE SOB VENTILAÇÃO MECÂNICA.PHYSIOTHERAPY ON THE MECHANICALLY VENTILATED PATIENTS.George Jerre1, Marcelo A. Beraldo2, Thelso de Jesus Silva3, Ada Gastaldi4, Claudia Kondo5 ,Fábia Leme6, Fernando Guimarães7, Germano Forti Junior8, Jeanette J. J. Lucato9, Joaquim M. Veja10, Alexandre Luque11, Mauro R. Tucci12, Valdelis N. Okamoto13.Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 19 Nº 3, Julho-Setembro, 2007. Interpretação de Exames Laboratoriais para o Fisioterapeuta. Alexandre do Nascimento Justiniano.Editora Rubio LTDA 2011. http://issuu.com/editorarubio/docs/interpretacaoexameslaboratoriaisparafisioterapeuta