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    RenovandoaMenteVincent Cheung

    Ttulo do original:

    Renewing the Mind

    Copyright 2002 por Vincent Cheung. Todos os direitos reservados. Esta publicaono pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida no todo ou em parte sem prviaautorizao do autor ou dos editores.

    Publicado originalmente porReformation Ministries International(www.rmiweb.org)PO Box 15662, Boston, MA 02215, USA

    Traduo: Felipe Sabino de Arajo Neto.

    Primeira edio em portugus: Outubro de 2006.

    Direitos para o portugus gentilmente cedidos pelo autor ao siteMonergismo.com.

    Todas as citaes bblicas foram extradas da Nova Verso Internacional (NVI), 2001, publicada pela Editora Vida, salvo indicao em contrrio.

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    SUMRIO

    PREFCIO ....................................................................................................................................................3

    1. CONSELHO MPIO ................................................................................................................................4

    2. RENOVANDO A MENTE ....................................................................................................................11

    3. SOMENTE DEUS BOM ....................................................................................................................18

    4. BELEZA IMPERECVEL ....................................................................................................................24

    5. TEOLOGIA DE GUERRA ...................................................................................................................43

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    PREFCIO

    Aqui temos uma coleo de cinco breves ensaios. Embora escritos

    independentemente, eu os arranjei numa ordem que parecem exibir uma coerncia epropsito.

    Argumentando que a neutralidade intelectual no existe, o primeiro captulousa o Salmo 1 como base para ilustrar que todas as idias so crists ou no-crists. Ocrente no deve prestar ateno ao conselho do mundo, mas deve estudar a Escritura

    para sabedoria e direo.

    A converso envolve uma mudana fundamental de comprometimentointelectual na pessoa. Ao invs de ser um amigo do mundo e um inimigo de Deus, eleagora favorvel aos preceitos de Deus e hostil s idias seculares. Contudo, emborasua disposio bsica tenha sido mudada, sua mente no compreendeu ainda todo osistema da verdade crist e suas implicaes. Este o porqu o desenvolvimentocristo, ou o processo de santificao, primeiro uma renovao intelectual. Este otpico do segundo captulo.

    O restante do livro fornece vrios exemplos de como as implicaes dosensinos bblicos se desenvolvem em reas tais como pecado, a divindade de Cristo, aescolha de uma esposa e pena de morte.

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    1. CONSELHO MPIO

    Um versculo muito citado em Provrbios diz: Onde no h conselhos, o povo cai;

    mas na multido de conselheiros, h segurana (11:14, KJV). Estas palavras sousadas para ensinar que o cristo deveria considerar o conselhos de outros quandotomando decises importantes; alguns usam-nas para justificar suas tentativas deimpor suas sugestes retardadas sobre suas vtimas. Embora, como a NIV o traduz,1osignificado do versculo se refira mais guerra do que tomada de deciso pessoal,

    poucos percebero o princpio como completamente inaplicvel. Alm disso, pelomenos um outro versculo em Provrbios reafirma o ensino, aparentemente semlimit-lo guerra: Os planos fracassam por falta de conselho, mas so bem-sucedidos quando h muitos conselheiros (15:22).

    Isto no quer dizer que os crentes devem acolher sugestes de outros sem

    discriminao. O Salmo 1 comea assim: Como feliz aquele que no segue oconselho dos mpios, no imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda doszombadores! (v. 1). Ou, para tornar o paralelismo no versculo explcito:

    Como feliz aqueleque no

    (1)segue o conselho dos mpiosou

    (2) imita a conduta dos pecadoresou

    (3)se assenta na roda dos zombadores

    Embora no tenha objeo quanto a tomar as trs frases acentuadas comoequivalentes em linhas gerais, algo poderia ser dito a favor do entendimento que elasilustram os estgios progressivos de impiedade, no qual algum se desvia de Deusentra. Com cada estgio, o mpio se torna mais resoluto e sua hostilidade contra a

    justia aumenta.

    O caminho em direo apostasia e perdio comea quando algum dateno ao conselho dos mpios. Isto suficiente para restringir a aplicao dos doisversculos de Provrbios citados acima. Embora devamos prestar ateno ao conselho

    dos outros, a Bblia exclui o conselho mpio, e afirma que o justo afasta-se de talconselho.

    O conselho do mpio s vezes explcito e grfico:

    Meu filho, se os maus tentarem seduzi-lo, no ceda! Se disserem: Venhaconosco; fiquemos de tocaia para matar algum, vamos divertir-nos armandoemboscada contra quem de nada suspeita! Vamos engoli-los vivos, como asepultura engole os mortos; vamos destru-los inteiros, como so destrudos osque descem cova; acharemos todo tipo de objetos valiosos e encheremos asnossas casas com o que roubarmos; junte-se ao nosso bando; dividiremos em

    1Sem diretrizes a nao cai; o que a salva ter muitos conselheiros (Provrbios 11:14, NVI). N. doTradutor: A NIV traduz o versculo da mesma forma.

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    partes iguais tudo o que conseguirmos! Meu filho, no v pela vereda dessagente! Afaste os ps do caminho que eles seguem, pois os ps deles correm

    para fazer o mal, esto sempre prontos para derramar sangue. Assim como intil estender a rede se as aves o observam, tambm esses homens no

    percebem que fazem tocaia contra a prpria vida; armam emboscadas contra

    eles mesmos! Tal o caminho de todos os gananciosos; quem assim procede asi mesmo se destri. (Provrbios 1:10-16).

    Esperamos que aqueles que se chamam cristos saibam no seguir este tipo deconvite, embora frequentemente nos surpreendamos neste respeito. A mensagemdistorcida do evangelho, pregada por muitos hoje, a responsvel pelo grande nmerode falsos convertidos em nossas igrejas. Ainda, at mesmo alguns incrdulos recusamseguir criminosos.

    Nem todo conselho mpio claramente adverso f bblica. Comeando apartir de qualquer a prioriou telosno-cristo, qualquer processo vlido de raciocnio

    resulta em propostas que so questionveis. Podemos obter vrios exemplos deJeffrey J. Fox, em seu livro How to Become CEO,2no qual o autor d vrias regras

    para se chegar ao topo de qualquer organizao.3

    Um aspecto reanimador deste livro o seu rompimento com o senso comumcorporativo. O senso comum superestimado. Algum frequentemente ouve aexclamao: Isto apenas o senso comum! Mas este frequentemente o porqu ocurso de ao proposto no deve ser seguido. Em linguagem ordinria, o termosignifica julgamento prtico sadio que independente de conhecimentoespecializado, treinamento, ou algo semelhante; inteligncia nativa normal.4 Masestou encantado e contente por achar minha definio de senso comum no

    Merriam-Webster: As opinies irrefletidas de pessoas ordinrias; julgamento sadio eprudente, mas frequentemente rudimentar.5

    Baseado em qualquer uma das definies do termo, objeto noo popular,afirmada mesmo entre alguns telogos, que o Livro de Provrbios uma compilaode mximas do senso comum. Alguns dizem que uma grande poro de Provrbios,ou mesmo outras partes da Escritura, apenas simples senso comum, como se estefosse um argumento para os seus ouvintes seguirem a Bblia. Mas para quantas

    pessoas senso comum pensar que o temor do Senhor o princpio da sabedoria, e oconhecimento do Santo entendimento (Provrbios 9:10)? Mesmo cristos professos

    falham em entender que a devoo a Deus deve comear e permear a busca desabedoria e conhecimento.

    Em nossos dias, o senso comum rejeita a prpria noo que a insensatez estligada ao corao da criana... (Provrbios 22:15). O versculo ensina a depravaohumana, que a insensatez est ligada at mesmo aos coraes daquelessupostamente menos corrompidos pelo mal. Mas o senso comum contemporneo nos

    2Jeffrey J. Fox,How to Become CEO; New York: Hyperion, 1998.3Nota do tradutor: No Brasil, publicado pela Editora Moderna com o ttulo: Como Se Tornar UmGrande Chefe, Patro ou Gerente!.4

    Webster's Unabridged Dictionary of the English Language; New York: Random House, Inc., 2001.5 Merriam-Webster's Collegiate Dictionary, Tenth Edition; Springfield, Massachusetts: Merriam-Webster, Incorporated, 2001.

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    diz que todo o mundo, e especialmente a criana, nasce inocente e inerentemente boa.Esta premissa anti-bblica resulta em currculos escolares que maximizam a auto-expresso da criana ao invs da autodisciplina. Uma filosofia de educao crist deveenfatizar as instrues verbais e a excelncia moral, no a participao do estudante ea criatividade desenfreada.

    E certamente, se a criana inerentemente inocente e boa, o castigo fsicoconstitui abuso, e no disciplina. Assim, uma negao da primeira poro deProvrbios 22:15 tambm necessita de uma rejeio da segunda parte: A insensatezest ligada ao corao da criana, mas a vara da disciplina a livrar dela. Segue-seque Provrbios 13:24, 23:13-14 e 29:15 so todos descartados como falsos e

    primitivos: Quem se nega a castigar seu filho no o ama; quem o ama no hesita emdisciplin-lo; No evite disciplinar a criana; se voc a castigar com a vara, ela nomorrer. Castigue-a, voc mesmo, com a vara, e assim a livrar da sepultura; A varada correo d sabedoria, mas a criana entregue a si mesma envergonha a sua me.

    A Bblia oposta ao que o homem pecador pensa. Provrbios, assim como orestante da Escritura, no ensina o senso comum ele o refuta. Em ambas asdefinies do termo, a Bblia rejeita o senso comum a inteligncia nativa normalfoi avariada pelos efeitos noticos do pecado, e nenhum cristo cr que a Bblia ensinaas opinies irrefletidas de pessoas ordinrias. A Escritura a revelao verbaldivina, no o senso comum.

    Contudo, mesmo sem a objeo religiosa, a inteligncia nativa normal nemsempre chega s mesmas concluses, embora um consenso ingnuo sejafrequentemente alcanado pela maioria. Fox sugere vrias regras para se desviar dosenso comum da cultura corporativa, e eu o aplaudo por isso. Por exemplo: Notome um drinque com a turma; fuja de todas as festas de escritrio; no levetrabalho do escritrio para casa; evite superiores quando viajar e coma no quartodo hotel parecem diferir muito da sabedoria convencional. O prprio Fox bemsucedido em termos de sua carreira, e assumindo que ele segue seus prprios

    princpios, seu exemplo mostra que evitar todas as festas de escritrio no condenauma pessoa ao esquecimento na corporao.

    Sob o ttulo Estude estes livros,6fiquei feliz por encontrar o Webster's ThirdUnabridged Dictionarye a Bblia, embora provavelmente a ltima tenha sido includasomente para aumentar a conscincia moral e cultural da pessoa, ao invs de ser

    reverenciada como a revelao divina. The Art of War[A Arte da Guerra] superior aoutras obras contemporneas, e eu sei que h The Art of War for Executives [A Arteda Guerra para Executivos].7Ler The Prince[O Prncipe] de Maquiavel pelo menosmais cultural do que Who Moved My Cheese?[Quem Mexeu no Meu Queijo?].8

    Contudo, o nosso propsito descobrir se suas sugestes, a despeito de suanatureza aparentemente no-religiosa e no-moral, escapam da designao oconselho dos mpios. Da mesma forma, algum pode questionar seA Arte da Guerrae O Prncipepodem ser aplicados aos negcios de acordo com os princpios bblicos.

    6

    Fox, p. 71.7Donald G. Krause, The Art of War for Executives; Berkley Publishing Group, 1995.8Spencer Johnson, Who Moved My Cheese?; Putnam Publishing Group, 1998.

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    Tome como outro exemplo: Sempre pegue o emprego que oferea mais dinheiro.Fox d vrias razes que recomendam tal regra:

    Primeiro, todos os seus benefcios, pr-requisitos, bnus, esubseqentes ascenses sero baseadas em seu salrio...

    Segundo, quanto mais bem pago voc for, mais visvel vocser gerncia superior... Quarto, se duas pessoas foremcandidatas a uma promoo para um emprego... a mais bem

    paga sempre conseguir o emprego... 9

    Assumamos que todas as razes que ele fornece sejam verdadeiras, mas elasapiam a regra em questo somente se certo propsito ou objetivo for pressuposto. Seeste alvo no for derivvel da revelao bblica, ento o que Fox prope aqui no

    pode ser consistente com a perspectiva crist.

    Pode ser dito que Fox no est tentando escrever um livro religioso, e assim,

    ele somente assume o que deveria ser o caso num ambiente negocial. Contudo, esteponto carrega pouca relevncia para o cristo, visto que sua f o compromete aobedecer a Escritura em cada aspecto de sua vida. Portanto, antes de entender ateleologia do trabalho como prescrita na Bblia, ele no pode dizer se sempre pegue oemprego que oferea mais dinheiro se aplica a ele. Pode ser verdade que algumdeva pegar o emprego que oferea mais dinheiro uma vez que as preocupaes criststenham sido consideradas, mas ento o princpio no pode mais permanecer comodeclarado por Fox, mas deve ser modificado correspondentemente.

    At mesmo cristos produzem o tipo de livros aqui examinados, e em taiscasos eles no deixam a Escritura controlar seu pensamento medida que escrevem.Visto que eles esto escrevendo apenas sobre negcios, pode parecer inapropriadotrazer pressuposies bblicas para a discusso; contudo, quando agem sem premissas

    bblicas, eles inevitavelmente permitem que outra srie de pressuposies domine ocontedo. Se o sucesso na carreira o mais alto objetivo no sistema de pensamento da

    pessoa, ento suas prticas sociais e espirituais refletiro tal teleologia. Contudo, se oconhecimento de Deus supremo, todas as categorias subsidirias so dominadas e

    permeadas por pressuposies teolgicas.

    impossvel escrever um livro neutro sobre emprego ou qualquer outroassunto; ele ser um livro cristo ou no-cristo. Portanto, o livro de Fox encontra-se

    sob a categoria de o conselho dos mpios. Embora no advogue o crime ou aindecncia grosseira, o livro pelo menos tenta ser religiosamente neutro. Os cristosentendidos podem encontrar vrias sugestes nele que podem ser teis aps certasmodificaes, mas a maioria dos crentes no pode esta certo de quais regras soconsistentes com a Escritura e quais no.

    Aqueles que seguem o conselho dos mpios em breve comearo a imitar aconduta dos pecadores (v. 1). medida que algum abriga ou segue idiasantagonistas f crist, ele comea a trilhar o mesmo caminho dos pecadores. Suasimpatia para com o caminho de vida deles se torna maior e maior, de forma queagora ele permanece com o mpio. Quando ele finalmente se assenta na roda dos

    9Fox, p. 2.

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    zombadores (v. 1), ele est se unindo plenamente injustia. Ele agora tem um lugarna mesa deles. Mais do que buscar o caminho da impiedade, ele agora um doszombadores que desdenham as coisas de Deus, desprezando aqueles que expem eseguem seus preceitos.

    Tal a estrada para a perdio, e ela comea prestando-se ateno ao conselhompio. Muitos cristos professos seguem o conselho dos mpios diariamente, masmuitos tambm imitam a conduta dos pecadores e se assentam na roda doszombadores sem perceber isso, talvez parcialmente devido ao auto-engano. Algumque preste servio labial Bblia pode, todavia, afirmar e seguir o conselho injustodos no-cristos, e zombar daqueles que falam e agem de acordo com a Escritura.

    A queda da justia comea a partir da admirao e respeito para com opensamento mpio, e termina em comunho ntima com o incrdulo. Derek Kidnerescreve:

    Conselho, condutae roda chama a ateno para as esferas dopensamento, comportamento e associao, no qual a escolhafundamental de lealdade de uma pessoa feita e continuada...as trs frases completas mostram trs aspectos, de fato trsgraus, de afastamento de Deus, ao retratar uma conformidade aeste mundo em trs nveis diferentes: aceitando seu conselho,sendo partidrio dos seus caminhos e adotando a mais fatal dassuas atitudes pois os escarnecedores, se no os maisescandalosos dos pecadores, so os que esto mais distantes doarrependimento...10

    Com este excelente sumrio, procederemos para o versculo seguinte.

    Uma pessoa pode esperar, com a estrutura e contedo do versculo anteriorsendo o que so, que o versculo 2 pode contrastar o conselho, comportamento eassociao do justo, piedoso e reverente contra o que foi dito no versculo 1. Antes, dito: Ao contrrio, sua satisfao est na lei do Senhor, e nessa lei medita dia enoite.

    O Salmo se move imediatamente para a lei do Senhor. Isto nos adverte que,os planos fracassam por falta de conselho, mas so bem-sucedidos quando h muitos

    conselheiros (Provrbios 15:22), mas isso no demanda muitos conselheiroshumanos. De fato, Salmo 119:24 diz: Sim, os teus testemunhos so o meu prazer;eles so os meus conselheiros. Provrbios 15:22 ainda parece se aplicar aosconselheiros humanos, mas eles devem ser limitados pelos preceitos de Deus.

    Enquanto h uma autoridade ltima para todos cristos, a saber, o todo daEscritura, no existe semelhante princpio unificador a partir do qual surjam todas asfilosofias seculares. Os primeiros princpios dos sistemas no-cristos se opem unsaos outros; o pensamento deles est em extrema confuso.

    10Derek Kidner, Tyndale Old Testament Commentaries: Psalms 1-72; Downers Grove, Illinois: 1973;p. 47-48.

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    deste mundo, e pressionem a anttese irreconcilivel entre a cosmoviso bblica etodos os sistemas seculares.

    O leitor pode ainda estar preocupado que, se todo o conselho no-cristo mpio, ento ningum pode confiar no seu mdico, ou mesmo no manual de

    proprietrio de um carro. Eu responderei isto com um exemplo pessoal. Um dentistame disse que eu tinha cries, mas alguns minutos aps isso um outro veio e me disseque eu no tinha. Eu tinha cries? Se tivesse obtido uma terceira opinio, no haverianenhuma garantia que um quarto dentista concordaria com o terceiro. E este supostoser um problema simples. Tudo fora da revelao divina na melhor das hiptesesincerto, e uma premissa ou teleologia no-crist forar uma concluso no-crist. Poroutro lado, o caminho dos justos o moto da Reforma, sola Scriptura somente aEscritura.

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    2. RENOVANDO A MENTE

    O desenvolvimento intelectual talvez o aspecto mais negligenciado da santificaocrist. Sendo o prprio fundamento do crescimento espiritual, o fracasso nesta rea

    mina todo o empreendimento do discipulado. Pior do que ser negligenciado, ointelectualismo amaldioado como um obstculo converso e um inimigo do

    progresso espiritual. Um pregador disse: Um esprito intelectual mortal. Istocontradiz o primeiro e maior mandamento de amar a Deus com toda nossa mente(Mateus 22:37-38). Dificilmente algum pode amar a Deus com toda sua mente ouintelecto de uma maneira no-intelectual.

    Um esprito intelectual est morto somente para o misticismo irracional de talpregador. Antes, uma das tarefas mais urgentes recuperar um esprito deintelectualismo bblico. Destrutivo para a vida espiritual o contedo anti-bblico do

    pensamento de algum, no o pensamento em si. O novo homem, de acordo com

    Colossenses 3:10, est sendo renovado em conhecimento, imagem do seu Criador.Pedro faz do conhecimento cristo o fundamento para a vida e para a piedade (2Pedro 1:3). Na discusso que se segue focaremos nossa ateno na passagem deRomanos 12:1-2, a partir da qual podemos derivar informao com respeito ao papel edesenvolvimento do intelecto na vida crist:

    Portanto, irmos, rogo-lhes pelas misericrdias de Deus que seofeream em sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus; este oculto racional de vocs. No se amoldem ao padro destemundo, mas transformem-se pela renovao da sua mente, paraque sejam capazes de experimentar e comprovar a boa,agradvel e perfeita vontade de Deus.

    Comentaristas expressam uma distino entre doutrina e aplicao, ou teoria eprtica, quando dizem que Paulo comea a apresentar em Romanos 12 a aplicaoprtica das exposies doutrinrias que precedem tal captulo. Contudo, uma pessoano deveria fazer uma dicotomia rgida entre doutrina e aplicao, especialmentequando se referindo ao contedo bblico. Assim como os captulos precedentes,Romanos 12-16 tambm ensina doutrinas apenas doutrinas sobre coisas diferentes.

    A palavra portanto significa que o contedo desses ltimos captulos

    seguem a partir dos anteriores. Misericrdias de Deus referem-se salvao queDeus estendeu para os seus eleitos. Paulo agora apela aos crentes por uma respostaapropriada. A resposta apropriada graa salvadora de Deus uma busca desantificao, parte da qual oferecer seus corpos como sacrifcio vivo, santo eagradvel a Deus (NIV). A palavra oferta um termo tcnico para a apresentaodos sacrifcios levticos. Diferentemente dos sacrifcios do Antigo Testamento,devemos apresentar nossos prprios corpos como sacrifcios vivos, em oposio aosanimais imolados dos tempos anteriores. Tais sacrifcios, certamente, no fornecemnenhum valor redentor, mas so antes nossa resposta ao que Cristo fez.

    No contexto de explicar a obra redentora de Cristo e nossa relao para com

    ela, Paulo declara: considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus emCristo Jesus (Romanos 6:11). Portanto, ele adiciona, no permitam que o pecado

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    continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocs obedeam aos seusdesejos (v. 12). A santificao envolve [fazer] morrer os atos do corpo (8:13). Amesma palavra traduzida como oferta1 aparece no versculo 13, que diz: Noofeream os membros do corpo de vocs ao pecado, como instrumentos de injustia;antes ofeream-se a Deus como quem voltou da morte para a vida; e ofeream os

    membros do corpo de vocs a ele, como instrumentos de justia.

    Crisstomo diz: Como pode o corpo se tornar um sacrifcio? Que o olho noolhe para nenhum mal, e isto um sacrifcio. Que a lngua no expresse nada vil, eisto uma oferta. Que a mo no produza nenhum pecado, e isto um holocausto.2Mas ainda mais isto no basta! devemos ativamente nos exercitar no bem; a modando esmolas, a boca abenoando os que nos maldizem, o ouvido no cessando deouvir a Deus. Oferecer nossos corpos como instrumentos de justia agradvel aDeus.

    Paulo diz que isto um ato espiritual de adorao (NIV). Estas palavras

    merecem toda a ateno. Elas so algumas vezes mal-interpretadas, e seu significado frequentemente despercebido. A palavra traduzida como espiritual logikos, melhor traduzida como racional.3 Vrias tradues modernas trazem espiritual(NIV, NASB, NCV, CEV, ESV), com o intuito de enfatizar a idia de adoraoespiritual no sentido de ser interior, em oposio questo de ritos exteriores.4

    Alguns eruditos contendem que logikenneste versculo quase sinnimo depneumatikos, ou espiritual. Contudo, a raizpneuma comum nos escritos Paulinos,enquanto logikos ocorre somente aqui. 5 Isto , Paulo pretende o significado quelogikostransmite. A traduo mais exata provavelmente culto racional, como emSchreiner.6Mas a Bblia de Jerusalm e a traduo de Ronald Knox ajudam enfatizara natureza intelectual da exortao de Paulo adorao: ... adore-o, rogo-lhes, dumaforma que digna de seres pensantes; ... esta a adorao devida da parte de vocscomo criaturas racionais. A Vulgata Latina tem rationabile.7

    Como Thayer diz, o termo denota a adorao que prestada pela razo oualma.8 Wuest d uma interpretao mais teolgica e escreve: Israel pregou oevangelho atravs do uso de lies prticas, o Tabernculo, o Sacerdcio e asOferendas. A Igreja prega o mesmo evangelho em termos abstratos. 9 Sob a novaaliana, no prestamos adorao cerimonial a Deus, mas, como consistente com

    1Nota do tradutor: No ingls, offerpode significar tanto o verbo ofertar como o substantivo oferta.2A palavra significa a queima de uma oferta.3Nota do tradutor: Como na NVI e outras verses em portugus.4C. E. B. Cranfield, Romans: A Shorter Commentary; Grand Rapids, Michigan: William B. EerdmansPublishing Company, 1985; p. 295.5 Thomas R. Schreiner, Romans (Baker Exegetical Commentary on the New Testament); GrandRapids, Michigan: Baker Books, 1998; p. 645.6Ibid., p. 642.7Bblia Sacra Vulgata: obsecro itaque vos fratres per misericordiam Dei ut exhibeatis corpora vestrahostiam viventem sanctam Deo placentem rationabile obsequium vestrum.8 Joseph H. Thayer, Thayer's Greek-English Lexicon of the New Testament; Peabody, Massachusetts:

    Hendrickson Publishers, Inc., 2002 (original: 1896); p. 379.9 Kenneth S. Wuest, Romans in the Greek New Testament; Grand Rapids, Michigan: William B.Eerdmans Publishing Company, 1955; p. 206.

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    seres racionais, uma adorao intelectual adorao que realizada e derivada damente, ao ponto de afetar corporalmente a conduta.

    Isto no dizer que a adorao do Antigo Testamento era no-intelectual. Asleis cerimoniais eram precisas, prescrevendo procedimentos para muitas atividades, da

    sagrada mundana. Contudo, mesmo ento o Antigo Testamento d grande nfase aointelecto e doutrinas, como se pode notar a partir dos repetidos mandamentos paraensinar, ouvir e meditar as palavras da Escritura.

    Jesus declara em Joo 4:23: No entanto, est chegando a hora, e de fato jchegou, em que os verdadeiros adoradores adoraro o Pai em esprito e em verdade.So estes os adoradores que o Pai procura. Que os crentes do Novo Testamentodevem adorar em esprito e em verdade ambas palavras relacionadas ao intelecto

    no significa que aqueles que adoravam sob o Antigo Testamento o faziam na carnee em falsidade! A religio do Antigo Testamento j era a mais intelectualmenterigorosa entre as vrias cosmovises antigas.

    O Novo Testamento no ensina um evangelho diferente, mas ele umaadministrao nova e superior do pacto Abramico. Precisamos repetir istofrequentemente, visto que a maior parte da pregao popular faz distines falsasentre os dois Testamentos, com resultados desastrosos. Em todo caso, esta novaadministrao nos libera das prticas cerimoniais do Antigo Testamento, visto queCristo as cumpriu. Agora, sob a nova aliana, somos livres para adorar a Deus aindamais como seres racionais; portanto, pregao, estudo e pensamento recebem

    preeminncia no processo de santificao.

    Romanos 12:1 opem-se contra o antiintelectualismo da igreja moderna, queencoraja os crentes a permanecerem como criancinhas sem entendimento. Assim, a

    pregao contempornea enfatiza o prtico e procedural, e no o doutrinrio eteolgico. O resultado que temos vrias geraes de cristos que no sabem muitosobre a Bblia de forma alguma.

    Que devemos pensar como criaturas racionais produz algumas ramificaesimportantes. Se a essncia da nossa natureza a racionalidade, ento um programa dedesenvolvimento espiritual deve levar isto em considerao, de forma que trate osseres humanos como criaturas racionais ele tratar primeiro com a mente, os

    pensamentos dos indivduos. Um programa de crescimento espiritual deve alcanar

    primeiro a mente. Isto o que encontramos no versculo 2: No se amoldem aopadro deste mundo, mas transformem-se pela renovao da sua mente.

    Eu fiz um curso na faculdade sobre sociobiologia. O assunto pressupe aevoluo biolgica e aplica-o ao pensamento e cultura humana. A partir da suposioque os seres humanos so descendentes de animais, e somos animais, ele observa eestende o comportamento social dos animais para explicar o comportamento humano.Por exemplo, E. O. Wilson tenta justificar o altrusmo e a religio usando a teoria daevoluo.10

    10E. O. Wilson, On Human Nature; Harvard University Press, 1988.

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    dela. Contudo, eles alegam reverenciar somente a cincia, e no crero em nada semevidncia.

    Mas o ponto que desejo enfatizar que a questo sobre o exame final implicauma agenda para alterar ou mudar o pensamento dos estudantes. Como este curso

    mudou sua viso da natureza humana? denuncia uma inteno e expectativa de que ocontedo do curso mudar a viso da natureza humana de algum. O professordesejava elaborar algumas das implicaes da evoluo para o comportamentohumano, de forma que os estudantes pensassem e agissem mais consistentemente coma teoria evolucionista.

    Nas palavras de Ren Dubos: Os conceitos evolucionistas so aplicadostambm s instituies sociais e artes. De fato, muitos partidos polticos, bem comoescolas de teologia, sociologia, histria, ou artes, ensinam estes conceitos e fazem-noso bsico de suas doutrinas. Assim, a biologia terica impregna agora tudo da culturaOcidental incidentalmente atravs do conceito de mudana histrica progressiva.13

    Julian Huxley critica da mesma forma: O conceito de evoluo em pouco tempo seespalhou para outros campos que no os biolgicos. Assuntos inorgnicos tais como...lingstica, antropologia social, e religio e lei comparada, comearam a ser estudadosa partir de um ngulo evolucionrio... at hoje somos capazes de ver a evoluo comoum processo universal e difuso.14Pierre Teilhard de Chardin declara que a evoluo uma condio geral qual todas as teorias, sistemas e hipteses devem se curvar eadequar, se desejam ser possveis e verdadeiras.15

    A evoluo uma teoria com respeito s origens humanas que produzramificaes em assuntos fora da biologia. Devido sua ampla aceitao, ela temafetado teorias seculares sobre psicologia, educao, criminologia e muitas outrasreas de estudo. Huxley cr que a evoluo um processo difuso. Contudo, se ateoria falsa, ento as teorias seculares deduzidas a partir dela podem ser apenasabsurdos difusos. Alm de sua viso otimista da evoluo citada no pargrafoanterior, Pierre Teilhard de Chardin tambm diz: [A evoluo est] acima de todaverificao, bem como imune de qualquer contradio subseqente porexperincia16. Ela no pode ser verificada ou falsificada. Mas isto no muitocientfico, ?17Imagine o ridculo se um cristo fosse fazer a mesma alegao comrespeito criao subrenatural.

    Eu tenho em minha posse centenas de pginas de citaes adicionais que

    podem embaraar os evolucionistas, mas visto que no o meu objetivo refutar ateoria aqui, devo encomendar o leitor aos meus outros escritos. Agora, evoluo uma das principais teorias seculares e anti-bblicas que procura capturar nossasmentes. O ponto que os no-cristos adotam princpios fundamentais ridculos paraeliminar o Deus da Bblia como o determinador e o explanador de todo pensamento eexperincia humana. Eles optam pelos princpios anti-bblicos e, portanto, falsos a

    partir dos quais constroem suas cosmovises.

    13Ren Dubos, Humanistic Biology,American Scientist, vol. 53; March, 1965; p. 4-19.14Julian Huxley, Evolution and Genetics, em What is Science?editado by J. R. Newman; New York:Simon and Schuster, 1955; p. 256-289.15

    Pierre Teilhard de Chardin, The Phenomenon of Man; New York: Harper and Row, 1965; p. 219.16Ibid., p. 2.17Ela uma pressuposio filosfica no derivada, mas antes imposta sobre o dado emprico.

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    A regenerao uma reconstruo radical da personalidade e intelecto, aps a

    qual a pessoa assume a autoridade bblica como seu primeiro princpio. Contudo,muitas das falsas idias que ele adquiriu anteriormente converso permanecem,fazendo com que seus pensamentos e comportamento exibam inconsistncias

    irreconciliveis com seu novo comprometimento fundamental. O processo desantificao , portanto, primeiro um desenvolvimento intelectual, atravs do qualdescartamos as idias anti-bblicas, tais como evoluo e suas implicaes, e faz comque nossos pensamentos e aes se conformem palavra de Deus.

    Quer elas sejam teorias cientficas anti-crists ou padres autnomos demoralidade, Paulo ordena que seus leitores livrem-se do molde intelectual anti-bblicoao qual o mundo tenta nos amoldar. Esta sua prescrio para a vida crist: No seamoldem ao padro deste mundo, mas transformem-se pela renovao da sua mente.Em outras palavras, pare de pensar como no-cristos, e comecem a pensar comocristos.

    A segunda parte do versculo 2 diz: Para que sejam capazes de experimentare comprovar a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus. Isso procede da primeira

    parte do versculo que ensina a renovao da mente. Um esprito anti-intelectualasfixia o pensamento cristo, e, portanto, destri a capacidade de algum deexperimentar e comprovar a... vontade de Deus. Muitas pessoas alegam quedesejam conhecer a vontade de Deus, mas falhando em seguir a instruo de Paulo,entendem incorretamente a prpria natureza da vontade de Deus e como ele a revela

    para ns. O misticismo pode ser mais espetacular e romntico, mas tambm a formaanti-bblica e preguiosa de buscar a Deus.

    A transformao espiritual envolve a total rejeio do pensamento secular,adotando a cosmoviso crist em sua inteireza, e desenvolvendo suas implicaes

    para cada rea do pensamento e vida. Ento, Paulo diz, seremos capazes deexperimentar e comprovar qual a vontade de Deus. A forma de conhecer avontade de Deus , portanto, desenvolver o discernimento intelectual. Paulo no dizque o conhecimento da vontade de Deus vem de uma intuio ou impresso interior,ou uma voz tranqila e suave. Antes, ele diz para treinarmos a pensar como cristos,de forma que possamos testar algo para ver se a vontade de Deus, e se aprovaremoso pensamento ou ao em questo.

    A poro final do versculo 2 frequentemente mal interpretada. Alguns tmfeito ela dizer que h uma gama de possibilidades dentro do plano de Deus, de formaque se algum falha em obter sua vontade perfeita, ele pode talvez permanecer em suavontade permissiva. Esta interpretao toma os trs adjetivos boa, agradvel e

    perfeita como indicando aumento em proximidade quela que a vontade perfeitade Deus. Contudo, as consideraes gramaticais ditam que uma pessoa traduza oversculo duma forma que aplique os adjetivos igualmente vontade de Deus. Isto , avontade de Deus boa, agradvel e perfeita.

    Que Deus tem uma vontade permissiva uma inveno de certos telogos quedesejam harmonizar o registro escriturstico com os seus sistemas anti-bblicos de

    teologia. Aqueles que desobedecem a Deus obtm conforto desta teoria, visto quepelo menos se consideram como operando debaixo da sua vontade permissiva. Tal

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    interpretao tambm ajuda a preservar a falsa doutrina da autonomia humana.Contudo, Deus no permite nada, como se o universo pudesse existir e funcionar

    parte dele. Se Deus no decreta um evento, o mesmo no pode ocorrer. Isto verdadequer estejamos falando da morte de um pardal, ou de um pensamento na mentehumana.

    Romanos 12:1-2 nos prescreve a estrutura bsica que deve caracterizarqualquer programa de desenvolvimento cristo. Devemos pensar em ns mesmoscomo criaturas racionais, de forma que cada estratgia designada para aumentar a

    piedade deve primeiro atingir nossas mentes, comunicando os preceitos divinos deDeus na Escritura. Uma agenda primria de santificao remover qualquerremanescente de pensamento anti-bblico das nossas mentes, substituindo-o com acosmoviso bblica e suas implicaes. A familiaridade com a Escritura produzdiscernimento espiritual, pelo qual somos capazes de testar qualquer curso de ao

    proposto, de forma que se ele passa pelo teste, est aprovado como o caminho queDeus quer que sigamos. Nesse sentido, um esprito antiintelectual mortfero, pois

    rejeita a maneira bblica de alcanar maturidade espiritual.

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    3. SOMENTE DEUS BOM

    Neste caso, quem pode ser salvo? exclamam os discpulos em Marcos 10:26.Muitas pessoas crem que fcil obter salvao, enquanto outros consideram difcil.

    Os discpulos pelo menos implicam que, baseado no que tinham acabado de ouvir doseu mestre, no qualquer um que pode obt-la. Jesus no somente diz que a salvao difcil de obter ele diz: para o homem impossvel (v. 27). Em outro lugar elediz: Como estreita a porta, e apertado o caminho que leva vida! So poucos osque a encontram (Mateus 7:14).

    Mas comecemos a partir do princpio da passagem: Quando Jesus ia saindo,um homem correu em sua direo e se ps de joelhos diante dele e lhe perguntou:Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna? (Marcos 10:17). Caracterstico doEvangelho de Marcos, o versculo mantm um senso de urgncia e atividade aohomem correrpara Cristo, e ento cair de joelhos. Seja o que for que estivesse em sua

    mente, era uma questo perturbadora para ele. Ele queria sua respostadesesperadamente, e sabia de quem deveria busc-la.

    Sua questo deveras importante, e pertinente para qualquer um: Que fareipara herdar a vida eterna?. A questo como declarada no tem que implicar umasuposio de salvao pelas obras da parte do inquiridor, visto que at mesmo crer emCristo algo que a pessoa faz. O que negamos so as boas obras meritrias como baseda salvao de algum, e mesmo que a f seja num sentido meritria contrastandocom a malignidade da incredulidade duvidoso que o homem inclua crer em Cristocomo uma boa obra possvel em questo.

    Todavia, a partir do contexto da passagem e o possvel pano de fundo dohomem como um dirigente da sinagoga, provvel que ele de fato tivesse as boasobras em mente. Em todo caso, contrrio doutrina da justificao pela f, ele assumeque h algo que possa fazer para alcanar ou herdar a vida eterna.

    Respondeu-lhe Jesus: Por que voc me chama bom? Ningum bom, a noser um, que Deus. Voc conhece os mandamentos: No matars, no adulterars,no furtars, no dars falso testemunho, no enganars ningum, honra teu pai e tuame (Marcos 10:18-19). Tal resposta perplexa muitos leitores. O homem tinha Jesusem alta estima como um mestre judeu, at mesmo se ajoelhando diante dele, no

    como um ato de adorao, mas uma demonstrao de extremo respeito.

    Todavia, enquanto Jesus aceitaria adorao de outros (Mateus 14:33), aqui eleparece negar at mesmo a bondade aplicada a si mesmo. No pode ser que Jesusadmitira ser pecaminoso, ou que ele no fosse nada mais que um ser humano. Ele dizem um lugar: Qual de vocs pode me acusar de algum pecado? (Joo 8:46),Hebreus 4:15 ensina que embora ele tenha sido tentado em tudo, o foi sem pecado.

    Ao invs de ser uma declarao direta de auto-humilhao, a rplica entreoutras coisas pode ser uma reivindicao indireta divindade. O raciocnio no que,visto que somente Deus bom, Jesus no bom; antes, visto que somente Deus

    bom, Jesus Deus. Somente Deus bom; qualquer bondade atribuda aos sereshumanos , na melhor das hipteses, relativa e derivada. Em que sentido o homem

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    O homem que se aproxima de Jesus tinha um sentido deturpado de bondade.Baseado neste princpio destorcido, ele chama Jesus de bom e afirma estar sendoobediente aos mandamentos de Deus. Portanto, Jesus questiona a designao que ohomem atribui a ele, no que ele negue o atributo de bondade, mas pelo fato de

    perceber que o homem no entende o que est dizendo quando o chama de bom

    mestre. Com isso, o homem queria dizer pouco mais que Jesus era um dos melhoresrabinos, ou talvez at mesmo o melhor, mas ainda assim humano.

    Esta viso sobre Jesus comum hoje. Jesus foi um bom homem, dizem, masno foi nada mais que isso. Nossa resposta : Voc sabe o que est dizendo?Somente Deus bom. O padro de bondade deles to superficial e inadequado quese julgam serem bons e decentes, e atribuem o mesmo tipo de bondade a Cristo. Masse somente Deus bom, ento o nico padro de bondade o seu, e deve-se fazertodos os julgamentos morais luz deste padro absoluto. Quando fazemos isto,descobrimos que longe de estar justificada, a humanidade est condenada, e seus atosde justia so como trapo imundo (Isaas 64:6).

    Enquanto uma pessoa mantiver um conceito inadequado de bondade, ela podecontinuar a pensar que a humanidade no fundo boa. Isto o permite tentar alcanar asalvao se que ele precisa de salvao por suas boas obras. Falhando emobedecer s leis de Deus por seu prprio poder moral corrompido, ele distorce a lei deDeus e d espao para o aborto, homossexualidade, perjrio, adivinhao, e umamirade de outros males. Se a lei de Deus o acusa de pecado, ele alterar seu conceitode pecado para escapar da acusao. Isso redeno por redefinio.

    Contudo, no o homem quem define bom e mal. Deus o juiz de todos, e aele que devemos prestar contas. o seu padro de justia que devemos satisfazer. Istosendo assim, a Escritura declara que todos pecaram e esto destitudos da glria deDeus (Romanos 3:23). Joo o apstolo afirma algo que at mesmo alguns cristos

    professos negam: Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nsmesmos, e a verdade no est em ns (1 Joo 1:8). O pecado um patro justo, quesempre paga o seu salrio, mas o salrio do pecado a morte (Romanos 6:23).

    uma deformao grosseira do Cristianismo dizer que a graa exclui apregao da lei de Deus. Mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientesdo pecado, Paulo explica (Romanos 3:20). Num tempo em que o pecado assumidocomo sendo nada mais que uma construo religiosa imaginria, que a doena

    psicolgica existe somente devido a uma sociedade com disfuno, os crentes devemdeixar claro os requerimentos morais de Deus que a humanidade tem transgredido. Ohomem um pecador, e ele to incapaz que um poder que no o dele deve resgat-loda destruio.

    Machen escreveu h dcadas atrs: O verdadeiro professor para trazer oshomens a Cristo encontrado, portando, agora e sempre na lei de Deus a lei de Deusque d aos homens a conscincia do pecado. Uma nova e poderosa proclamao destalei talvez a necessidade mais urgente do nosso tempo... uma viso baixa da leisempre produz o legalismo na religo; uma viso alta da lei faz do homem um

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    buscador da graa.4Os cristos contemporneos fazem o inverso: eles pensam queuma viso baixa da lei abre lugar para a graa, enquanto uma viso alta da lei a basedo legalismo. Contudo, uma viso baixa da lei que engana o homem no pensamentode que ele pode satisfazer seus requerimentos, mas uma viso alta da lei o leva a

    buscar a misericrdia de Deus em desespero.

    Carecendo de uma conscincia do pecado, impossvel que uma pessoaentenda a expiao substitutiva como o meio de redeno, pois um ser sem pecadono precisa de nenhuma expiao. O homem diz para Jesus: Mestre, a tudo issotenho obedecido desde a minha adolescncia (Marcos 10:20). Jesus deseja respondersua pergunta: Que farei para herdar a vida eterna?. Contudo, neste ponto o

    pensamento do homem no parece favorvel doutrina da justificao pela f.

    O maior mandamento e um sumrio da lei de Deus : Ame o Senhor, o seuDeus de todo o seu corao, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento(Mateus 22:37). Algum que obedece lei, portanto, deveria reconhecer o total

    domnio de Deus sobre sua vida e ser. Vejamos, ento, se o homem respondercorrespondentemente quando encarar a demanda para cumprir este comprometimentoimplcito.

    Jesus diz para ele: V, venda tudo o que voc possui e d o dinheiro aospobres, e voc ter um tesouro no cu. Depois, venha e siga-me (Marcos 10:21).Jesus um bom mestre ou no? o homem quem pede a Jesus para dizer-lhe o queele deve fazer. Agora que Jesus lhe diz para vender tudo e segui-lo, ele pode agirduma maneira consistente com os mandamentos de Deus, e reconhecer areivindicao de Deus sobre tudo o que ele tem? Ao invs de seguir a instruo deJesus, sua expresso mudou. Diante disso ele ficou abatido e afastou-se triste, porquetinha muitas riquezas (v. 22). Mas Jesus ensinou que no podemos servir tanto aDeus como a Mamom.

    Jesus responde: Como difcil aos ricos entrar no Reino de Deus! (v. 23).Os discpulos ficaram impressionados com esta declarao; o pano de fundo judaicodeles tinha condicionado-os a considerar o rico como ocupando uma posio

    privilegiada, que Deus tinha abenoado-os de maneira especial. difcil para o ricoentrar no reino de Deus, visto que sua riqueza tem um grande domnio sobre o seu

    pensamento e devoo. Seu dinheiro a fonte de orgulho e segurana. Para os menosdisciplinados, a seduo da riqueza faz com que eles cometam todos os tipos de atos

    imorais; Deus ficou longe dos seus pensamentos. Lucas 12:15 diz: Cuidado! Fiquemde sobreaviso contra todo tipo de ganncia; a vida de um homem no consiste naquantidade dos seus bens.

    Visto que no estou me endereando somente queles que confiam emriquezas, no acrescentarei detalhes sobre a riqueza particular que este homem exibe,a resposta de Jesus ou o equvoco dos discpulos com respeito relao entre riquezae espiritualidade. Antes, procederemos para a declarao seguinte, visto que Jesusadiciona: Filhos, como difcil entrar no Reino de Deus! (v. 24). Embora o ricoexperimente dificuldades especficas quando tentando entrar no reino de Deus, Jesus

    4 J. Gresham Machen, What is Faith?; Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1991(original: 1925); p. 141-142.

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    est dizendo agora que o que se aplica aos ricos, aplica-se a todos, ou seja, que muito difcil entrar no reino de Deus.5

    O versculo 25 diz: mais fcil passar um camelo pelo fundo de uma agulhado que um rico entrar no Reino de Deus. Os discpulos entenderam a implicao, e

    agora ainda mais impressionados do que antes, perguntam: Neste caso, quem podeser salvo?. Jesus responde: Para o homem impossvel. Um elemento necessriopara entender o evangelho bblico perceber que impossvel o homem alcanar ajustia perfeita, quer rico ou pobre, e assim, a salvao impossvel de ser alcanada.

    A Confisso de F de Westminster declara: O homem, caindo em um estadode pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bemespiritual que acompanhe a salvao, de sorte que um homem natural, inteiramenteadverso a esse bem e morto no pecado, incapaz de, pelo seu pr6prio poder,converter-se ou mesmo preparar-se para isso (IX, 3). Note: ele no pode nemmesmo preparar-se para isso. Em sua condio de no-regenerado, o homem est

    espiritualmente morto e hostil, e indisposto at mesmo de cooperar para sua salvao.

    Contudo, nem todos foram condenados perdio. Aqui esto as boas novas:Para o homem impossvel, mas para Deus no; todas as coisas so possveis paraDeus (v. 27). Na salvao, tudo com Deus, e no com o homem, visto que o ltimo incapaz de entrar no reino de Deus por seu prprio poder. Jesus diz: Ningum podevir a mim, se o Pai, que me enviou, no o atrair; e eu o ressuscitarei no ltimo dia(Joo 6:44). Thayer define atrair como atrair por poder interior, conduzir, impelirou mesmo arrastar.6Deus estende sua graa aos seus eleitos atraindo-os a Cristoatravs de um chamado interior irresistvel. Portanto, a vinda de uma pessoa a Cristo

    para salvao sua f em Cristo origina-se na vontade de Deus e no na sua prpriavontade. Isto , Deus muda a vontade dos seus escolhidos, de forma que eles possamaceitar a Cristo; portanto, a salvao toda da graa e no h lugar para jactncia(Efsios 2:9).

    Jesus diz em Mateus 7:13-14: Entrem pela porta estreita, pois larga a portae amplo o caminho que leva perdio, e so muitos os que entram por ela. Como estreita a porta, e apertado o caminho que leva vida! So poucos os que aencontram. F em Jesus Cristo o nico caminho para salvao; no h outrasalternativas. Achando tal exclusivismo muito repugnante para o seu gosto, algunsrejeitam o Cristianismo por esta razo. Se alegamos que somente ns estamos certos,

    ento devemos estar errados. A democracia tem entrado na discusso para permanecercomo juiz sobre a verdade.

    Ento, h outros que no denunciam Cristo abertamente, mas reconhecem-nocomo um bom mestre. Mas certamente, dizem, ele no pode ser Deus ou a nicaesperana da humanidade. Para que os cristos no pensem que aqueles que dizemcoisas boas sobre ele esto mais prximos de Cristo do que aqueles que abominam o

    prprio som do seu nome, Jesus diz: Aquele que no est comigo, est contra mim(Mateus 12:30). Ao invs de simpatizar com a f crist, esta viso subverte seu

    5

    William Hendriksen,Mark; Grand Rapids, Michigan: Baker Books, 2002 (original: 1975); p. 399.6 Joseph H. Thayer, Thayer's Greek-English Lexicon of the New Testament; Peabody, Massachusetts:Hendrickson Publishers, Inc., 2002 (original: 1896); p. 204-205.

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    prprio fundamento. Com Cristo, ou tudo ou nada. Ou algum o reconhece como oFilho de Deus ou no, mas Cristo no meramente um bom mestre de moral.

    Estou procurando evitar que se diga a coisa mais tola que muitagente diz por a, a respeito de Cristo: Estou pronto para aceitar

    que Jesus foi um grande mestre de moral, mas no aceito a suaprerrogativa de ser Deus. Eis a precisamente o que nopodemos dizer. Um homem que fosse s homem, e dissesse ascoisas que Jesus disse, no seria um grande mestre de moral:seria ou um luntico, em p de igualdade com quem diz ser umovo cozido, ou ento seria o Demnio. Cada um de ns tem queoptar por uma das alternativas possveis. Ou este homem era, e, Filho de Deus, ou ento foi um louco, ou algo pior. Podemoscontra-argument-lo taxando-o de louco, ou cuspir nele e mat-lo como um demnio; ou podemos cair a seus ps e cham-lode Senhor e Deus. Mas no venhamos com nenhuma bobagem

    paternalista sobre ser Ele um grande mestre humano. Ele nonos deu esta escolha. Nem nunca pretendeu.7

    Ou a pessoa denuncia o Cristianismo como falso, em cujo caso suacosmoviso confronta com a nossa, e deve encarar nossos argumentos, ou deveconfessar com seu corao que Jesus Senhor, o que ningum pode fazer seno

    pelo Esprito de Deus (1Corntios 12:3). Qualquer posio intermediria nada menosque bobagem condescendente.

    Quem pode ser salvo? A resposta que ningum pode alcanar a salvao parte da graa e poder de Deus. A salvao vem de Deus somente, a Bblia diz. Elano depende da vontade ou esforo do homem, mas da eleio e misericrdia deDeus. Ela depende da obra redentora de Cristo, e a suficincia de tal obra, por sua vez,depende da divindade de Cristo. Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?Por que voc me chama bom? Ningum bom, a no ser um, que Deus. Nsdevemos ou negar a bondade de Cristo para a condenao da nossa alma, ou afirmarsua divindade e sermos salvos dos nossos muitos pecados. No h lugar intermedirio;no h alternativa.

    7

    C. S. Lewis,Mere Christianity; New York: Touchstone, 1996 (original: 1943); p. 56.

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    4. BELEZA IMPERECVEL

    Os incrdulos so ignorantes em pensamento e comportamento, e tendem a aplicar osprincpios e prioridades correspondentes quando diz respeito escolha do cnjuge.Mas o fato que os cristos no so animais selvagens demanda que eles procurem

    padres mais altos para direo na rea de noivado e casamento.

    H um episdio noAlice in Wonderland [Alice no Pas das Maravilhas], ondenossa protagonista pede direes ao Gato de Cheshire:

    Gatinho de Cheshire... O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminhoque devo tomar para sair daqui?Isso depende muito de para onde voc quer ir, respondeu o Gato.No me importo muito para onde..., retrucou Alice.Ento no importa o caminho que voc escolha, disse o Gato.... contanto que d em algum lugar, Alice completou.

    Oh, voc pode ter certeza que vai chegar, disse o Gato, se voc caminharbastante.1

    Se um homem no tem nenhuma idia do que ele est ou deveria estarprocurando numa companheira, ento parece que importa pouco qual direo toma emtermos do processo de seleo, e no importante com o que ele termina. Ao cristo,

    por outro lado, dada uma direo autoritativa, provendo-lhe o conceito do tipo defamlia que deve estar buscando estabelecer. Uma vez que existe um telos, ou

    propsito, os elementos individuais se tornam focados e direcionados corretamente.

    No que se segue, pretendo delinear vrias caractersticas de uma esposabblica. A maioria das exigncias comum a todos os cristos assim como nenhumcrente deveria ser um mentiroso, uma esposa desonesta inepta como uma candidataao casamento. Estamos interessados nas caractersticas especialmente importantes erelevantes que um homem deve procurar. Embora a informao que ser fornecidaaqui beneficiar mulheres casadas ou no, bem como homens casados, estouescrevendo primariamente com homens no casados em mente, que esto buscandodirees nessa rea.

    Como mencionado, o telosdado por Deus para o casamento governa o critriopelo qual uma mulher considerada apropriada para ser a esposa de um cristo. Sem

    entrar em detalhes, irei listar aqui somente vrios exemplos que indicam o propsitode Deus para a unio de um homem e uma mulher. Gnesis 2:18 indica que a esposadeve ser uma auxiliadora idnea (RA) para o homem. Apenas isso j tem tremendasimplicaes para o tipo de mulher com a qual algum pode ou no se casar.Certamente, todas as feministas esto excludas; o mesmo verdade com toda mulhercujas ambies pessoais seja de natureza social, financeira ou vocacional ameaaro a agenda que o marido determinou para a famlia.

    1

    Lewis Carroll, Alice's Adventures in Wonder and Through the Looking-Glass; Vermont: Everyman,1993 edition; p. 56-57. Nota do tradutor: Utilizei a traduo de Cllia Regina Ramos, disponvel nainternet.

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    Outro propsito revelado para um casamento digno da aprovao divina queDeus est buscando uma semente de piedosos (Malaquias 2:15, RC). Um homem,ao considerar uma mulher para o casamento, deve estar confiante que ela ser umacontribuio positiva para tal programa. com este tipo de preceitos bblicos emmente, embora o exposto acima no esgote os mesmos, que apresento o princpio

    geral que uma esposa bblica deveria ser reverente, obediente e competente; essaspalavras so intercambiveis com espiritual, submissa e capaz no presente estudo.Consideraremos agora o significado e implicao de cada uma delas.

    A palavra reverentepode parecer muito ampla se usada de forma livre, masaqui tenho um significado definido em mente. Primeiro, a palavra deve indicar umaespiritualidade legtima, pela qual queremos dizer que a mulher em questo deve seruma crist. Isso em si mesmo cria grande dificuldade, visto que a maioria das pessoasnas igrejas de hoje no so cristos genunos, e mesmo aqueles que soverdadeiramente regenerados podem estar num nvel to baixo de santificao que avida espiritual neles dificilmente detectvel.

    Pode parecer que essa minha resposta sugerida para tudo, mas isso serveapenas para ilustrar a consistncia da teologia bblica, que o primeiro passo paraaprender como encontrar um companheiro estudar teologia. Se um homem no podefazer distines bsicas entre profisses de f falsas e verdadeiras, ele no pode nemmesmo comear a escolher uma mulher para ser sua esposa. Nesse ponto, se podemosser to ousados, assumimos que o prprio homem um cristo verdadeiro.

    2 Corntios 6:14-15 aplica-se a vrias situaes, incluindo o casamento: Nose ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que tm em comum a justia e amaldade? Ou que comunho pode ter a luz com as trevas? Que harmonia entre Cristoe Belial? Que h de comum entre o crente e o descrente?. O cristo e o no-cristosubmetem-se a duas autoridades supremas que so antitticas, e na extenso em quevivem consistentemente com suas cosmovises opostas, os conflitos surgiro norelacionamento.

    Mas se tanto o homem como a mulher tem a revelao verbal de Deus, aEscritura, como seu primeiro e ltimo princpio de raciocnio e conduta, entoqualquer disputa resolvida atravs de um apelo ao mesmo. Embora, comoindicaremos abaixo, as decises finais no lar estejam no poder do marido, ele no oDeus da esposa, visto que ambosolham para uma terceira e suprema autoridade, que

    a palavra de Deus. Essa mesma autoridade tem imposto uma estrutura de autoridadesobre a famlia, com o marido como o cabea; mas ele governa o lar atravs depreceitos divinos, e no seus pensamentos e preferncias independentes. Dessa forma,os conflitos so tambm resolvveis, e resolvveis de uma forma que objetivamentecorreta; os desacordos so, em ltima anlise, no centrais, mas perifricos.

    Isso no assim se um crente e o outro no. No h nenhuma rea cinzaentre ser um cristo e um no-cristo ou uma pessoa tem f na mensagem doevangelho, ou no tem. Tiago escreve: Adlteros, vocs no sabem que a amizadecom o mundo inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigode Deus (Tiago 4:4). Essas so palavras fortes ou voc um amigo de Deus, ou o

    seu inimigo. No h terreno neutro. Se voc alega no ter nenhuma opinio, voc

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    ainda seu inimigo. Jesus adverte: Aquele que no est comigo, est contra mim; eaquele que comigo no ajunta, espalha (Mateus 12:30).

    Todo aquele que no obedece a Cristo, o desafia; todo aquele que no o ama, oodeia. Duas pessoas que discordam sobre tal nvel fundamental unirem-se na mais

    sagrada de todas as relaes entre dois mortais um desastre. Estatsticas relevantes,tais como taxas de divrcio, deveriam ser bem conhecidas pelo leitor, de forma queno preciso fornecer evidncia sobre esse ponto. Contudo, estatsticos e

    pesquisadores, que no tem nenhum interesse em teologia crist, parecem termostrado que a taxa de divrcio entre os cristos evanglicos quase a mesmadaquela entre os no-cristos, ou at maior.

    Isso apenas refora minha nfase anterior que devemos aprender a distinguirentre profisses de f falsas e verdadeiras. Mesmo sem uma anlise cuidadosa dessesexemplos, podemos assumir que a maioria deles eram de fato apenas cristosnominais isto , no-cristos que se consideram crentes genunos. A razo pela qual

    podemos dizer isso que a Bblia ordena a reconciliao e no o divrcio entre oscrentes, e somente permite a ltima opo no caso de adultrio. Ou, pode ser que hajauma alta taxa de adultrio entre os cristos professos, em cujo caso nosso ponto umavez mais demonstrado, ou seja, que a maioria deles no so cristos verdadeiros deforma alguma.

    Visto que no estamos interessados em estatsticas neste ponto, noconsideraremos outras possibilidades aqui, tais como os casos onde algum se tornaum cristo aps o casamento, e o incrdulo recusa permanecer no relacionamento. Emtodo caso, tais exemplos no podem explicar a alta taxa de divrcio entre os cristos

    professos, mas os nmeros fazem sentido quando percebemos que a maioria delesnunca foi regenerado por Deus. Por outro lado, obedincia e aplicao consistente dos

    preceitos bblicos por parte do marido e da esposa garantem a permanncia da uniosagrada; o fracasso acontece somente quando h quebra dos preceitos bblicos.

    Assim, uma candidata ao casamento deve ser uma crist verdadeira. Ignoraresse ensino bblico arriscar sofrer uma vida inteira de desgosto e frustrao, mas odesejo de obedecer aos mandamentos de Deus deveria ser suficiente em si mesmo

    para nos impedir de cometer tal erro. Podemos fazer agora uma observao adicionalsobre o significado de ser reverente, que na realidade somente uma extenso do que

    j foi dito.

    Romanos 8:7 declara: A mentalidade da carne inimiga de Deus porque nose submete Lei de Deus, nem pode faz-lo. Assim como uma mentalidade da carneno pode se submeter aos preceitos de Deus, uma mentalidade tornada espiritual pormeio da regenerao e que cresce em maturidade na santificao pode e de fatoobedece s leis de Deus. Como o versculo 5 explica: Quem vive segundo a carnetem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com oEsprito, tem a mente voltada para o que o Esprito deseja.

    Uma pessoa espiritual no algum preocupada com misticismo econhecimento esotrico, mas algum cuja mente est voltada para o que o Esprito

    deseja como nos revelado na Escritura. Portanto, quando dizemos que uma mulher

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    deve ser espiritual, estamos dizendo que ela deve ser uma boa crist, ou algum cujospensamentos e aes esto em conformidade com a Bblia.

    Quando falando s mulheres com respeito ao casamento, Paulo escreve: Amulher est ligada a seu marido enquanto ele viver. Mas, se o seu marido morrer, ela

    estar livre para se casar com quem quiser, contanto que ele pertena ao Senhor (1Corntios 7:39). Tecnicamente, os preceitos de Deus no impedem algum de casarcom quem quer que deseje, contanto que a outra pessoa seja um cristo. Contudo,dado esse decreto bblico, na prtica parece necessrio excluir cristos decados, vistoque enquanto a pessoa permanecer em tal estado, ningum pode estar certo de que ela uma crente genuna.

    Certamente, se o indivduo em questo retorna ao Senhor, e mostra sinaisverdadeiros de f e arrependimento, ento ela se torna uma candidata legtima paraum casamento cristo. Esse o porqu eu digo que um cristo pode casar somentecom outro bomcristo para evitar que algum encontre uma escusa para se casar

    com cristos nominais que no so crentes de forma alguma. importante no ir almdos preceitos bblicos ao definir uma candidata legtima ao casamento, enquantosendo cuidadoso para obter certeza que seu pleno significado est aplicado.

    Se ser espiritual significa submeter-se aos preceitos de Deus, ento nossasegunda caracterstica de obedincia parece estar inclusa nessa exigncia ampla, e defato est. Uma pessoa espiritual tambm obediente s autoridades legtimas. Masaqui estou levantando esse ponto particularmente com respeito relao da mulhercom seu marido.

    Aps a queda do homem, como registrado em Gnesis 3, Deus diz para amulher: Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimentovoc dar luz filhos. Seu desejo ser para o seu marido, e ele a dominar (v. 16).Um comum, todavia improvvel, entendimento do versculo toma-o como dizendoque a mulher experimentaria grande desejo por seu marido sexualmente falando, ou

    pelo menos de sua companhia, o que parece no ter nenhuma relao com a ltimaclusula da sentena. Refletindo essa viso, a Living Bible diz: Voc ter desejo

    pelas afeies do seu marido, e ele ser o seu senhor.

    Outra interpretao desse versculo equivale seguinte traduo: Seu desejoser dominaro seu marido, masele a dominar. Julgando a partir de uma expresso

    similar em Gnesis 4:7, essa uma opo melhor. Matthew Poole desenvolve opensamento e escreve:

    teus desejos sero referidos ou submetidos vontade eprazer do teu marido para conced-los ou neg-los, como eleachar certo... E esse castigo foi... muito doloroso para ela, poisas afeies das mulheres costumam ser veementes, e irritante

    para elas t-las restringidas ou negadas. Visto que, por falta dogoverno e conduta do teu marido, foste seduzida pela serpente,e abusou do poder que lhe dei junto ao teu marido para arrast-

    lo ao pecado, tu sers agora humilhada a um grau menor, poisele te dominar; no com aquela mo doce e gentil que usou

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    anteriormente, como um guia e conselheiro somente, mas comuma mo superior e dura, como um senhor e governador, aquem dou agora maior poder e autoridade sobre ti do que tinhaantes, (que por teu orgulho e corrupo ser mais difcil para ti,do que seu reinado anterior) e que usurpar um poder mais do

    que lhe dei, e, por minha permisso, para teu castigo, tedominar muitas vezes com rigor, tirania, e crueldade, de formaque gemers, mas no sers capaz de se livrar dele.2

    H aqueles que afirmam que antes da Queda, homem e mulher tinham igualautoridade no relacionalmento matrimonial, e somente aps a mulher ter pecado queo homem passou a domin-la como um castigo para ela. Os comentrios acima dePoole, embora corretos de uma maneira geral, podem ser entendidos incorretamentecomo apoiando tal posio, visto que ele no afirma a autoridade distinta que ohomem tinha sobre a mulher mesmo antes da Queda, embora fornea um fracoreconhecimento disso.

    Poole admite que o homem dominava a famlia antes da Queda, mas, todavia,com uma mo doce e gentil. E agora, Deus lhe deu maior poder e autoridade doque tinha antes, implicando que ele tinha poder sobre a mulher desde o comeo.Contudo, duvidoso que Ado foi um guia e conselheiro somente para a mulher. Aevidncia bblica indica que ele era muito mais.

    Alguns alegam que a subordinao da mulher somente um resultado dopecado, e que deve ser inteiramente negada aps a morte e ressurreio de Cristo. Masse assim, doena e morte tambm se originaram por causa do pecado, e pela mesmalgica deveria estar agora completamente ausentes da experincia humana, pelomenos para os cristos. O ponto que mesmo que fosse verdade que Deus sujeitou amulher ao homem puramente devido ao pecado, no se segue necessariamente, amenos que a Bblia indique tal coisa, que a estrutura de autoridade no lar foi abolida.

    Em todo caso, Paulo ensina que a autoridade do marido sobre sua esposa no somente um resultado do pecado, mas uma ordenana da criao. Isto , pelanatureza e ordem da criao do homem e da mulher, o marido tem autoridade sobre aesposa: Pois o homem no se originou da mulher, mas a mulher do homem; almdisso, o homem no foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa dohomem (1 Corntios 11:8-9); A mulher deve aprender em silncio, com toda a

    sujeio. No permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem.Esteja, porm, em silncio. Porque primeiro foi formado Ado, e depois Eva (1Timteo 2:11-13). Qualquer ordenana de Deus instituda devido prpria naturezada criao ainda est em efeito, enquanto permanecermos como seres humanos.

    H aqueles que entendem Gnesis 3:16 como uma declarao preditiva que orelacionamento matrimonial daquele momento em diante seria um no qual o homem ea mulher buscam a posio de domnio; isto , controlar de maneira pecaminosa. Essainterpretao pressupe que nem o marido nem a esposa deveriam dominar, masconsiderando outras passagens sobre estrutura familiar tanto no Antigo como no NovoTestamento, no podemos aceitar essa pressuposio ou sua interpretao resultante

    2Matthew Poole's Commentary on the Holy Bible, Vol. 1; Hendrickson Publishers, p. 11.

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    desse versculo. Algum pode dizer que, embora o versculo no negue o direito domarido de governar o lar, ele preditivo do uso tirnico da autoridade; isto ,enquanto a mulher busca domnio, o homem abusa do seu lugar no lar. No estouconvencido por essa interpretao; embora alguns homens indubitavelmente abusemda sua autoridade, o texto em questo no declara ou implica isso.

    Sendo cuidadoso para no dar uma generalizao simplista dele, pelo menosum aspecto importante do movimento feminista, e da teologia feminista tambm, alterar a estrutura estabelecida do relacionamento matrimonial. Mas em nome daigualdade, os esforos dessas almas mpias frequentemente resultam na eroso daunidade mais bsica da sociedade, a famlia. Desde o princpio, Deus designou que ohomem seria o cabea do lar, mas o pecado gerou na mulher um desejo de usurpar aautoridade do marido, de se libertar do seu governo, e assim desafiar a estruturafamiliar imposta pelo prprio Deus. Mas a alegria e esperana dos homens e dasmulheres residem em conhecer e obedecer aos mandamentos bblicos, e no em lutarcontra eles.

    A liderana do homem na famlia tem sido um assunto controverso, tantodentro como fora dos crculos teolgicos. Como veremos brevemente, a razo para taldebate acalorado no porque a Escritura no seja clara sobre o assunto, mas devidoao clima ideolgico dos nossos dias, a tendncia pecaminosa dos seres humanos(nesse caso, as mulheres) odiarem a autoridade legtima, e as ocorrncias atuais deabuso de autoridade por parte de maridos. Mas nenhuma dessas razes neutraliza os

    preceitos divinos de Deus.

    A autoridade dada ao marido pode ser abusada; contudo, a palavra de Deusgoverna o poder do marido no lar; e fornece direes quanto a como ele deve tratarsua esposa: Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja eentregou-se por ela (Efsios 5:25). E uma poro relacionada da minha TeologiaSistemticadeclara: No subestimem o que Deus est demandando dos homens aqui

    eles devem amar suas esposas da mesma forma que Cristo ama sua igreja, que caracterizado por amor sacrificial em seu favor. Paulo est ordenando que os homensamem suas esposas o suficiente para morrer por elas. Na medida em que algum no

    possua tal amor por sua esposa, ele est sendo inferior a um homem na acepobblica. Pessoalmente, minha estima de um homem nunca ser maior que seu amorpor Deus, pela Bblia e por sua esposa.3

    Ao insistir na submisso da esposa, no queremos de forma alguma excluir omarido de suas prprias faltas. Embora possamos prontamente reconhecer aresponsabilidade do marido, e as ocorrncias reais de abuso, a obrigao da esposa dese submeter autoridade ordenada por Deus permanece imutvel. O maior motivo

    para a negao da estrutura bblica de autoridade para a famlia o pecado, atendncia agora inerente das mulheres desafiarem at mesmo a autoridade legtima.Ao invs de sobrepujar os preceitos divinos, isso simplesmente prova o decreto deDeus como verdadeiro: Seu desejo ser para o seu marido, e ele a dominar. Esse um desejo, dizKeil & Delitzsch, que beira a doena.4

    3

    Vincent Cheung, Systematic Theology, edio 2001; captulo 4.4 C. F. Keil and F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament, Vol. 1; Peabody, Massachusetts:Hendrickson Publishers, Inc., 2001; p. 64.

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    Agora examinaremos vrias passagens bblicas sobre o assunto. A primeira 1Pedro 3:1-6, que diz: Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido,a fim de que, se ele no obedece palavra, seja ganho sem palavras, pelo

    procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocs. Abeleza de vocs no deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos tranados e jias

    de ouro ou roupas finas. Ao contrrio, esteja no ser interior, que no perece, belezademonstrada num esprito dcil e tranqilo, o que de grande valor para Deus. Poisera assim que tambm costumavam adornar-se as santas mulheres do passado, quecolocavam sua esperana em Deus. Elas se sujeitavam cada uma a seu marido, comoSara, que obedecia a Abrao e o chamava senhor. Dela vocs sero filhas, se

    praticarem o bem e no derem lugar ao medo.

    Primeiro, a passagem mostra que as esposas devem no somente se sujeitaraos maridos cristos, mas serem submissas mesmo quando os homens so incrdulos.Certamente, em outro lugar descobrirmos que uma mulher crist pode se casarsomente com outro cristo (1 Corntios 7:39). E, assim, Pedro aqui se dirige

    mulheres que se tornaram crists aps se casarem com um incrdulo.

    A parte concernente submisso entra na discusso quando o apstolo diz queos homens podem ser ganhos sem palavras. Contudo, isso no significa que uma

    pessoa pode trazer outra f em Cristo sem comunicar verbalmente a mensagem doevangelho. popular assumir hoje em dia que a ao fala mais alto que as palavras,mas isso contrrio posio bblica.

    Note que esses maridos, a quem Pedro exorta as esposas a se submeterem, soditos j ter rejeitado o evangelho comunicado verbalmente, quer por suas esposas ou

    por algum outro. Assim, o contedo intelectual da f crist j tinha sido transmitido aesses homens, embora recusassem lhe dar assentimento. Pedro, ento, est dizendo sesposas que Deus pode, todavia, usar subsequentemente a pureza e reverncia delascomo o meio pelo qual impressionar e converter seus maridos, de forma que possamdar assentimento ao que j ouviram. Assim, a passagem pressupe a pregao doevangelho.

    Pedro continua para observar que uma vida caracterizada por submisso,pureza e reverncia o que torna uma mulher verdadeiramente bela. Contra ospadres do mundo, o Cristianismo enfatiza a beleza interior, de forma que overdadeiro valor da mulher no est limitado nem definido por sua aparncia. Por

    outro lado, mesmo aquelas cujas caractersticas externas impressionam a maioria doshomens, podem, todavia, ser grotescas e mpias por dentro. Mas visto que o poder datransformao interna somente disponvel atravs do evangelho, segue-se quenenhuma mulher no-regenerada verdadeiramente bela.

    Mesmo a mulher com a melhor aparncia possui somente uma beleza que superficial e passageira, enquanto a beleza que no perece pertence a algum comum esprito dcil e tranqilo. Esse verdadeiramente um trao raro em nossos dias.Como Provrbios 21:9,19 diz: Melhor viver num canto sob o telhado do querepartir a casa com uma mulher briguenta...Melhor viver no deserto do que com umamulher briguenta e amargurada. Com respeito a Dalila, est registrado em Juzes 16

    que: Importunando-o o tempo todo, ela o cansava [a Sanso] dia aps dia, ficandoele a ponto de morrer (v. 16). Em outro lugar, a Bblia diz: A esposa briguenta

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    como o gotejar constante num dia chuvoso; det-la como deter o vento, comoapanhar leo com a mo (Provrbios 27:15-16; tambm 19:13). Pingo PingoPingo!

    Um esprito dcil e tranqilo no somente impedir o marido de pular da

    janela, mas Pedro diz que ele tambm de grande valor aos olhos de Deus (1 Pedro3:4, NIV). O que parecer se uma Vnus aos olhos do homem mais frequentementeuma Medusa aos olhos de Deus. Parte da santificao envolve aprender como ver as

    pessoas e coisas como Deus as v: Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal,que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo! (Isaas5:20).

    Enquanto a beleza natural pode perecer, a beleza interior, possvel somente aocristo, pode se desenvolver e crescer por toda a vida, e persistir mesmo aps a morte.Paulo diz: Por isso no desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia aps dia (2 Corntios 4:16). Uma

    mulher que no possui uma beleza interior no ter nada no final. Da mesma forma,uma pessoa que no pode ver nada alm de desenvolver sua sade fsica e aparnciacarece de sabedoria: O exerccio fsico de pouco proveito; a piedade, porm, paratudo proveitosa, porque tem promessa da vida presente e da futura (1 Timteo 4:8).

    Parenteticamente, contrrio a alguns, afirmo que embora a beleza fsica sejarelativamente sem importncia, e no possua nenhum valor espiritual, ela , todavia,uma beno de Deus. Por exemplo, lemos que quando a riqueza de J foi lherestaurada, Deus tambm lhe deu filhas que so descritas como fisicamente atrativas:O Senhor abenoou o final da vida de J mais do que o incio. Ele teve catorze milovelhas, seis mil camelos, mil juntas de boi e mil jumentos. Tambm teve ainda setefilhos e trs filhas. primeira filha deu o nome de Jemima, segunda o de Quzia e terceira o de Quren-Hapuque. Em parte alguma daquela terra havia mulheres to

    bonitas como as filhas de J, e seu pai lhes deu herana junto com os seus irmos (J42:12-15).

    Pedro continua: Pois era assim que tambm costumavam adornar-se as santasmulheres do passado, que colocavam sua esperana em Deus. Elas se sujeitavam cadauma a seu marido, como Sara, que obedecia a Abrao e o chamava senhor. Dela vocssero filhas, se praticarem o bem e no derem lugar ao medo (1 Pedro 3:5-6). Comoelas se tornaram belas? Elas se sujeitavam cada uma a seu marido. Embora Sara

    fosse uma mulher muito bonita (Gnesis 12:14) em termos de aparncia, Pedro cita-a como um exemplo de prioridade em alcanar a beleza interior atravs da submisso.Ser fisicamente atrativa no suficiente Sara tornou-se bela porque ela obedecia aAbrao e o chamava senhor.

    Assim como os cristos se tornam filhos de Abrao atravs da f em Cristo(Glatas 3:7), as mulheres devem seguir Sara em sua obedincia. Pedro no ignora aexistncia de maridos abusivos, mas diz: Dela vocs sero filhas, se praticarem o

    bem e no derem lugar ao medo (v. 6). O comportamento mpio dos maridos noescusa as esposas de seguirem os preceitos de Deus. A instruo bblica praticar o

    bem e no dar lugar ao medo no contexto de ser submissa ao marido, de forma que

    se ele no obedece palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de suamulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocs (v. 1-2).

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    Procedendo para a prxima passagem, lemos em Efsios 5: Mulheres, sujeite-

    se cada uma a seu marido, como ao Senhor, pois o marido o cabea da mulher,como tambm Cristo o cabea da igreja, que o seu corpo, do qual ele o Salvador.Assim como a igreja est sujeita a Cristo, tambm as mulheres estejam em tudo

    sujeitas a seus maridos.... Portanto, cada um de vocs tambm ame a sua mulher comoa si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito (Efsios 5:22-24,33).

    A passagem completa do versculo 22 ao 33 contm rico contedo e demandaexegese sofisticada para exp-la completamente, mas para o nosso propsito restritonesse ponto, tal coisa no necessria. A poro citada totalmente auto-explicativa,no obstante as muitas tentativas por parte de comentaristas para subverter o clarosignificado dessa passagem. Observe como um desses eruditos tenta escapar da foradas palavras de Paulo:

    Submeter-se significa abrir mo dos seus prprios direitos. Se a

    relao exigir, como nas foras armadas, o termo pode conotarobedincia, mas esse significado no requerido aqui. De fato,a palavra obedecer no aparece na Escritura com respeito sesposas, embora aparea com respeito aos filhos (6:1) eescravos (6:5) .5

    Embora submisso seja aqui definida como abrir mo dos seus prpriosdireitos, uma noo mais popular do termo, quando contrastada com obedincia,tem submisso como se referindo a humildade e respeito nas atitudes da esposa, e nouma conformidade no comportamento aos desejos do marido. Portanto, sob essaltima definio, concebvel que uma esposa possa desobedecer ao marido em cadaaspecto, enquanto sendo plenamente submissa a ele, simplesmente por possuir umaatitude respeitosa para com ele. Ambas as explicaes so problemticas aoconsiderar o contexto da passagem e a existncia de outros versculos bblicos que ascontradizem.

    Mas antes de tentarmos uma refutao, examinemos mais um argumentocontra a obrigao da esposa de obedecer, que subsequentemente ser um tiro quesair pela culatra. Pode ser argumentado que, visto que o versculo 21 que diz,Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo define o contexto da passagem comum que ensina a submisso mtua, o versculo 22 no pode estar dizendo s esposas

    obedecer aos seus maridos, assim como a submisso mtua entre os cristos noimplica em obedincia mtua.

    Contudo, essa linha de raciocnio perde o ponto da passagem. Mesmo sepermitirmos que o entendimento do versculo 21 defina o contexto para 5:22-6:9, ocontedo da passagem deixa claro que a submisso mtua no significa a mesmacoisa em toda relao. O significado e a base da submisso mtua entre maridos eesposas, pais e filhos, e senhores e escravos no a mesma em todo caso.

    5 The NIV Study Bible, 10th Anniversary Edition; Grand Rapids, Michigan: The ZondervanCorporation, 1995; Notas sobre Efsios 5:22.

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    Por exemplo, Paulo diz que as esposas deveriam obedecer aos seus maridos,pois o marido o cabea da mulher, como tambm Cristo o cabea da igreja (v.23). Isso no verdade com respeito a nenhum outrorelacionamento humano querentre cristos, pais e filhos, ou senhores e escravos. Agora, se as esposas deveriam sersubmissas aos seus maridos no mesmo sentido que a igreja submissa a Cristo, no

    possvel que estejamos simplesmente nos referindo a abrir mo dos prprios direitosou a uma atitude de respeito. A igreja deve prestar obedincia absoluta a Cristo tantoem pensamento como em ao; da mesma forma, o significado de submisso norelacionamento matrimonial significa que as esposas devem ser respeitosas em atitudee obedientes em sua ao e comportamento.

    A parte do marido no casamento tambm definida, no como de obedincia,mas amor sacrificial: Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amoua igreja e entregou-se por ela (v. 25). Dizer que submisso mtua significa amesma coisa para todo mundo em todo relacionamento ignorar todos esses detalhesnesse texto bblico. Assim, Paulo no est dizendo que as esposas deveriam respeitar,

    mas no obedecer aos seus maridos, enquanto somente os filhos e os escravosprecisavam obedecer. Ele est indicando que as esposas devem obedecer aos seusmaridos, os filhos aos seus pais e os escravos aos seus senhores.

    Ainda mais embaraoso a alegao que a palavra obedecer no aparece naEscritura com respeito s esposas, embora aparea com respeito aos filhos (6:1) eescravos (6:5). Primeiro, embora a palavra traduzida como sujeite-se (hypotass)no versculo 22 seja diferente daquela traduzida como obedeam (hypakou) em 6:1e 6:5, em si mesma ela carrega o significado de obedincia.

    Por exemplo, a mesma palavra hypotass usada em Lucas 2:51, mas dessavez a traduo na NVI reflete o significado de obedincia: Ento [Jesus] foi com eles

    para Nazar, e era-lhes obediente. Mas hypakou usado em Efsios 6:1, onde dito: Filhos, obedeam a seus pais no Senhor, pois isso justo. O nossocomentarista ousa insinuar que Jesus se submeteu aos seus pais meramente em suaatitude, mas no fazia o que eles diziam? Se sim, Jesus obedeceu ao mandamento,honra teu pai e tua me, citado como sendo a base para a obedincia dos filhos emEfsios 6:2? Evidentemente, nosso comentarista confundiu sua exegese ao tentarlivrar as mulheres de obedecerem aos seus maridos.

    Mas essa no a melhor parte. Lembre-se que ele afirmou: a palavra

    obedecer no aparece na Escritura com respeito s esposas. Com isso, podemosassumir que ele quer dizer que hypakou nunca usado na Escritura quando sereferindo s esposas, mas somente hypotass. Contudo, hypakou usado paradescrever Sara na passagem que j analisamos, 1 Pedro 3:5-6: Pois era assim quetambm costumavam adornar-se as santas mulheres do passado, que colocavam suaesperana em Deus. Elas se sujeitavam cada uma a seu marido, como Sara, queobedecia [hypakou] a Abrao e o chamava senhor. Dela vocs sero filhas, se

    praticarem o bem e no derem lugar ao medo.

    Visto que Sara era a esposa de Abrao, e ela obedecia (hypakou) seu marido,e as esposas crists so instadas a imit-la, com sua obedincia a Abrao como o

    objeto especfico de imitao, segue-se necessariamente que hypakou deve serigualmente aplicado a todas as esposas crists. Sempre que hypakouou hypotass

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  • 8/11/2019 Renovando Mente Cheung

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    usado, a Bblia est dizendo que as esposas devem se sujeitar, serem respeitosas eobedecer aos seus maridos nada menos.

    Se as esposas protestam que isso muito difcil de ser feito, que elas lembremque o dever do marido muito mais desafiador: Maridos, ame cada um a sua mulher,

    assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela (Efsios 5:25). Omandamento no que os maridos mostrem meramente afeio, mas amor s esposasat a morte, e estim-las mais que a sua prpria vida e bem-estar.

    Muitas mulheres so difceis de serem amadas, especialmente as rebeldes. SeDeus no gerar amor divino dentro dos nossos coraes, seria de fato humanamenteimpossvel amar como Cristo ama. De qualquer forma, melhor que o marido e aesposa sigam os preceitos de Deus, visto que talvez seja mais fcil obedecer a umesposo amoroso, e amar uma esposa obediente. Mas mesmo ento, cada um responsvel diante de Deus, a despeito do que o outro faa, como afirmado peloapstolo Pedro (1 Pedro 3:1-7). Um esposo que no amoroso no escusa para a

    desobedincia da esposa.

    Dado os argumentos e explicaes acima, a traduo estendida de KennethWuest sobre essa passagem est justificada: As esposas, sujeitem-se com implcitaobedincia aos seus maridos como ao Senhor, pois um marido o cabea da esposaassim como Cristo o Cabea da Igreja... como a Igreja se sujeita em obedincia aCristo, dessa maneira tambm as esposas devem se sujeitar em obedincia aos seusmaridos em todas as coisas... que tratem continuamente seu marido com consideraoe obedincia reverente (Efsios 5:22-33).6

    Apenas para descartar rapidamente uma objeo popular, porm errnea, estrutura de autoridade bblica para a famlia, muitos citam Glatas 3:28 paraargumentar contra toda desigualdade ou distines de gnero: No h judeu nemgrego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos so um em Cristo Jesus.Visto que em Cristo, no h... homem nem mulher, o argumento proposto que nodeveria haver nenhuma distino de funo ou diferena em autoridade de