Resenha de Sistemática de Criptógamas

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES CLAUDIA ALVES DA COSTA A ORIGEM DO CLOROPLASTO E A EVOLUÇÃO DOS EUCARIONTES FOTOSSINTETIZANTES (CINTHIA IHA, 2012) Resenha apresentada à disciplina de Sistemática de Criptógamas da Universidade de Mogi das Cruzes para fins de composição de nota. Profª. Drª. Marília Cristina Duarte

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Resenha sobre Origem dos Cloroplastos

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Page 1: Resenha de Sistemática de Criptógamas

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

CLAUDIA ALVES DA COSTA

A ORIGEM DO CLOROPLASTO E A EVOLUÇÃO DOS

EUCARIONTES FOTOSSINTETIZANTES

(CINTHIA IHA, 2012)

Resenha apresentada à disciplina de Sistemática de Criptógamas da Universidade de Mogi das Cruzes para fins de composição de nota.

Profª. Drª. Marília Cristina Duarte

Mogi das Cruzes2014

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Os organismos fotossintetizantes, mediante evidências fósseis, eram

parecidos com as cianobactérias atuais. Então, é conclusivo que a fotossíntese

oxigênica teve origem junto com esses organismos.

Com a fotossíntese, houve o acúmulo de oxigênio e, com isso, surgiram

a respiração aeróbia, os organismos eucariontes e a camada de ozônio. Hoje,

as cianobactérias são os únicos procariontes fotossintetizantes.

O surgimento dos organismos eucariontes fotossintetizantes é explicado

com a teoria da endossimbiose, onde uma cianobactéria teria vivido dentro de

uma célula eucarionte, que até então não era fotossintetizante. As células

eucariontes passaram a ter a capacidade de gerar seu próprio alimento com luz

e fixação de carbono, e as cianobactérias garantiram um local protegido. As

cianobactérias evoluíram para cloroplastos e o desenvolvimento dos outros

seres fotossintetizantes atuais se deu pela coevolução entre cianobactéria e

célula hospedeira.

As algas e sua diversidade

Algas são organismos fotossintetizantes com clorofila A que não sejam

plantas terrestres, ou seja, é um grupo que não possui um ancestral comum e

fica descentralizada na árvore filogenética.

A origem dos eucariotos ocorreu apenas uma vez, mas há evidências

que a origem dos eucariontes fotossintetizantes aconteceu diversas vezes.

O ancestral do grupo Archaeplastida foi o primeiro organismo a possuir a

endossimbiose, a chamada endossimbiose primária, que ocorreu uma única

vez. Esse grupo inclui Rhodophyta (algas vermelhas), Chloroplastida (algas

verdes) e Glaucophyta, todos fotossintetizantes.

Rhizaria é dividido em cinco grupos, mas somente um, Cercozoa, possui

organismos fotossintetizantes, os “cloraraquiniófitas”.

As estramenópilas fotossintetizantes possuem clorofila A e C. São as

diatomáceas e algas pardas.

Os dinoflagelados são o único grupo de alveolados que possuem

representantes fotossintetizantes, todos os outros perderam essa capacidade,

pois o ancestral apresentava essa condição. As apicomplexas, grupo-irmão dos

dinoflagelados e que não fazem fotossíntese, possuem cloroplasto vestigial.

Documento original: RIGHI, Adne Abbud et al. Botânica no Inverno 2012. São Paulo: Instituto

de Biociências da Universidade de São Paulo, 2012.

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Haptófitas e criptófitas possuem clorofila A e C, assim como as

estramenópilas, sugerindo que o ancestral já possuía clorofila C. E o grupo dos

excavados fotossintetizantes são as euglenófitas.

Endossimbiose primária

A evidência de que os eucariontes fotossintetizantes surgiram a partir da

endossimbiose de uma célula eucariótica com uma cianobactéria é a origem

única da clorofila A, um sistema complexo demais para ter surgido mais de

uma vez e já presente nas cianobactérias antes do surgimento dos eucariontes.

O cloroplasto dos eucariontes que evoluíram da endossimbiose possui

duas membranas. Estas podem ser a membrana plasmática da cianobactéria

mais a membrana do vacúolo digestivo da célula eucarionte, ou ambas

pertencem à cianobactéria.

Na coevolução houve transferência lateral de genes, onde genes da

cianobactéria foram transferidos para a célula hospedeira, e esta começou a

produzir as proteínas importantes para a vida da cianobactéria, tornando-a

dependente.

A célula hospedeira ancestral deu origem às glaucófitas, algas

vermelhas e verdes (grupo Archaeplastida). Todos os outros organismos

fotossintetizantes adquiriram cloroplasto a partir desses grupos, a chamada

endossimbiose secundária.

As glaucófitas e algas vermelhas possuem pigmentos de captação de

luz semelhantes aos das cianobactérias (clorofila A e ficobiliproteínas), sendo

evidências da endossimbiose primária, e as algas verdes possuem cloroplasto

mais diferenciado das cianobactérias, com clorofila B e tilacoides.

Endossimbiose secundária

Todos os organismos fotossintetizantes que não fazem parte de

Archaeplastida adquiriram cloroplasto a partir de eucariontes com cloroplasto

primário. Essa endossimbiose aconteceu várias vezes em grupos diferentes.

São eles: euglenófitas, dinoflagelados, diatomáceas, algas pardas, haptófitas,

criptófitas, apicomplexas e “cloraraquiniófitas”.

Documento original: RIGHI, Adne Abbud et al. Botânica no Inverno 2012. São Paulo: Instituto

de Biociências da Universidade de São Paulo, 2012.

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As evidências dessa endossimbiose são a presença de mais de duas

membranas no cloroplasto e a presença de nucleomorfo do eucarionte

endossimbionte.

Entre eucarionte hospedeiro e endossimbionte também há transferência

lateral de genes, ou seja, coevolução. Os genes do cloroplasto e do eucarionte

endossimbionte são transferidos para o hospedeiro.

Os cloroplastos de alga verde possuem clorofila A e B, como as

“cloraraquiniófitas”. A possível prova que a endossimbiose secundária ocorreu

mais que uma vez, é que algumas euglenófitas também possuem essa

condição, mas esses grupos não possuem ancestral comum.

O cloroplasto originado de alga vermelha nas criptófitas possuem

ficobiliproteínas e clorofila C.

Os grupos pertencentes aos chromoalveolados provavelmente

coevoluíram de alga vermelha e grande parte das espécies desses grupos

perderam o cloroplasto ou a capacidade de fazer fotossíntese.

Documento original: RIGHI, Adne Abbud et al. Botânica no Inverno 2012. São Paulo: Instituto

de Biociências da Universidade de São Paulo, 2012.