Resenha do Capítulo Cultura e Diversidade, do livro O que é Cultura de José Luiz dos Santos.

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Texto Resenha do Capítulo Cultura e Diversidade, do livro O que é Cultura de José Luiz dos Santos. De fato, Cultura é uma preocupação contemporânea. Preocupação que está inserida no desejo de compreender o homem como um todo dentro de suas relações presentes e nas suas perspectivas futuras. Mas para entender uma cultura, de forma apartada da visão geral a qual ele se insere, é preciso compreender a sua lógica interna. É preciso também, apartar-se de preconceitos que possam causar desrespeito à cultura cujo qual lançamos nossos olhos. Discutir sobre cultura ajuda-nos a compreender a nossa própria realidade cultural, talvez faça-nos até percebermos que existem coisas das quais possamos nos posicionar contra ou coisas nas quais nos faça sentirmos superiores. Contudo, para lançar nossos olhos sobre qualquer cultura necessitamos abster-nos de qualquer julgamento de valor. Não se devem comparar realidades e culturas, pois, embora elas provenham de povos que dividem o mesmo continente, pais ou região suas histórias, a evolução social de seu povo seguiram rumos diferentes. O que divide os homens não é somente água ou terra, mas suas necessidades específicas, pois cada cultura é resultado de uma realidade particular. O autor dá-nos dois pontos de vistas: um aceita a hierarquização dessas culturas enquanto o outro não abre lacuna para qualquer hierarquização. Embora a segunda visão seja mais respeitosa e humana, o momento no qual se encontrava o mundo não seria possível aceitá-la, pois era necessário argumento que justificassem o ato de sobrepujar outras nações “menos evoluídas”. Por isso a visão européia, associada a idéias racistas, solidificou- se em virtude de legitimar o domínio imposto pelos europeus a outras culturas. Impor sua cultura ante outras, assim julgada inferiores, é algo que se faz muito antes que se houvesse a discussão sobre cultura, pois está inserido na receita de “como se conquistar uma nação inferior e se tornar um império”. Embora o autor afirme que tal concepção preconceituosa seja ingênua, não creio que os conquistados pensem iguais. Concernente ao relativismo ao qual se usa para abordar a discussão sobre cultura é certamente, sem muito relevância, posto que analisar por esse ponto de vista não interferem em absolutamente nada. Servido, pois, apenas para material de estudo e criação de teorias que serão guardadas em gavetas de universidades. A cultura de um povo não é algo que se define pelo que se passou tal sociedade, pois o presente sempre será o passado e o futuro abre as portas para se quebrar paradigmas. Seja mais rebuscado como o mito da caverna ou menos abrangente como a capoeira (luta que se disfarça de dança par assim conseguir resistir à imposição de lhe banir da cultura dos povos africanos). Cultura não é apenas uma identidade do passado, não é uma memória que persiste e sim uma realidade que existe e é presente, quiçás eterna. Luis Carlos Wolfgang Enviado por Luis Carlos Wolfgang em 26/04/2009 Código do texto: T1560508

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Resenha do Capítulo Cultura e Diversidade, dolivro O que é Cultura de José Luiz dos Santos.

De fato, Cultura é uma preocupação contemporânea. Preocupação que estáinserida no desejo de compreender o homem como um todo dentro de suasrelações presentes e nas suas perspectivas futuras. Mas para entender umacultura, de forma apartada da visão geral a qual ele se insere, é precisocompreender a sua lógica interna. É preciso também, apartar-se depreconceitos que possam causar desrespeito à cultura cujo qual lançamosnossos olhos.Discutir sobre cultura ajuda-nos a compreender a nossa própria realidadecultural, talvez faça-nos até percebermos que existem coisas das quaispossamos nos posicionar contra ou coisas nas quais nos faça sentirmossuperiores. Contudo, para lançar nossos olhos sobre qualquer culturanecessitamos abster-nos de qualquer julgamento de valor. Não se devemcomparar realidades e culturas, pois, embora elas provenham de povos quedividem o mesmo continente, pais ou região suas histórias, a evolução socialde seu povo seguiram rumos diferentes.O que divide os homens não é somente água ou terra, mas suas necessidadesespecíficas, pois cada cultura é resultado de uma realidade particular.O autor dá-nos dois pontos de vistas: um aceita a hierarquização dessasculturas enquanto o outro não abre lacuna para qualquer hierarquização.Embora a segunda visão seja mais respeitosa e humana, o momento no qualse encontrava o mundo não seria possível aceitá-la, pois era necessárioargumento que justificassem o ato de sobrepujar outras nações “menosevoluídas”. Por isso a visão européia, associada a idéias racistas, solidificou-se em virtude de legitimar o domínio imposto pelos europeus a outrasculturas.Impor sua cultura ante outras, assim julgada inferiores, é algo que se fazmuito antes que se houvesse a discussão sobre cultura, pois está inserido nareceita de “como se conquistar uma nação inferior e se tornar um império”.Embora o autor afirme que tal concepção preconceituosa seja ingênua, nãocreio que os conquistados pensem iguais.Concernente ao relativismo ao qual se usa para abordar a discussão sobrecultura é certamente, sem muito relevância, posto que analisar por esse pontode vista não interferem em absolutamente nada. Servido, pois, apenas paramaterial de estudo e criação de teorias que serão guardadas em gavetas deuniversidades.A cultura de um povo não é algo que se define pelo que se passou talsociedade, pois o presente sempre será o passado e o futuro abre as portaspara se quebrar paradigmas. Seja mais rebuscado como o mito da caverna oumenos abrangente como a capoeira (luta que se disfarça de dança par assimconseguir resistir à imposição de lhe banir da cultura dos povos africanos).Cultura não é apenas uma identidade do passado, não é uma memória quepersiste e sim uma realidade que existe e é presente, quiçás eterna.Luis Carlos WolfgangEnviado por Luis Carlos Wolfgang em 26/04/2009Código do texto: T1560508

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