Resenha Educação como exercicio de poder

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  • 7/22/2019 Resenha Educao como exercicio de poder

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    INSTITUTO FEDERAL DO ESPIRITO SANTOCURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM QUMICA

    SANDRA FAGUNDES FARIA

    EDUCAO COMO EXERCCIO DE PODER: CRTICA AOSENSO COMUM EM EDUCAO

    ARACRUZ2013

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    SANDRA FAGUNDES FARIA

    EDUCAO COMO EXERCCIO DE PODER: CRTICA AOSENSO COMUM EM EDUCAO

    Trabalho apresentado disciplina de Polticae Organizao da Educao Brasileira docurso de Licenciatura em Qumica doInstituto Federal do Esprito Santo, comorequisito parcial de avaliao.

    Professora: Cynthia T. D. Fortunato

    ARACRUZ2013

  • 7/22/2019 Resenha Educao como exercicio de poder

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    PARO, Vitor Henrique. Educao como exerccio do poder: crtica ao sensocomum em educao.2.ed. So Paulo: Cortez, 2010.

    Vitor Henrique Paro possui livre-docncia, mestrado e doutorado em

    Educao, foi pesquisador snior na Fundao Carlos Chagas e professor titular na

    PUC-SP. Atualmente docente, pesquisador e orientador na Faculdade de

    Educao da USP e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em

    Administrao Escolar (Gepae). Atua na rea de Educao, com nfase em

    Polticas Educacionais e Administrao de Unidades Educativas e autor de diversas

    obras na rea educacional.

    O livro dividido em um texto principal, falando de educao, poder e

    educao e poder e dois apndices. O autor comea por diferenciar educao eensino, que muitas vezes so associados, a primeira, segundo o senso comum,

    relacionada famlia, a formao moral e a segunda de responsabilidade da

    escola, a passagem de conhecimentos e informaes sobre diversas disciplinas.

    Uma semelhana entre educao e ensino definidos pelo senso comum, que

    aparentemente os dois tem um nico objetivo, que o de transmitir conhecimentos,

    com um educador na responsabilidade de descarregar o contedo na cabea do

    educando, se preocupando unicamente com o contedo e no importando a formanem o mtodo que o mesmo passado. Porm para Paro educao a apropriao

    da cultura, onde o homem se torna mais humano (histrico) medida que se

    apropria de cultura, fazendo sua prpria histria como autor. O contedo continua

    tendo sua importncia, agora com uma maior preocupao com os mtodos e

    procedimentos. No entanto, a ateno agora voltada para o educando, que s

    aprende se quiser devendo agora considerar as condies em que ele se faz sujeito

    e voltada para o educador, que precisa querer ensinar para que realmente se efetiveo ensino.

    Segundo o autor o poder pode ser considerado de duas formas: como

    capacidade de agir sobre as coisas e a capacidade de determinar o

    comportamento de outros. Existe dois estados de poder, o atual e o potencial, onde

    o poder atual realmente exercido, o ato de determinar o comportamento de

    outros e o poder potencial est em quem detm o poder, a possibilidade de esse

    poder ser exercido, e para essa possibilidade existe uma probabilidade dessa

    ordem ser obedecida, com maior ou menor grau, com remisses aos conceitos de

    estabilizado (ato de continuidade) e institucionalizado (partido poltico, exrcito etc.).

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    O conceito de poder estabilizado e institucionalizado importante para entendermos

    o conceito de autoridade, que segundo Paro um tipo especial de poder

    estabilizado, onde os subordinados fazem uma avaliao positiva da ordem e a

    obedecem e caso uma deciso seja tomada sem a concordncia dos subordinados,

    pode-se chamar de autoritarismo. Ainda falando sobre poder ele relata trs maneiras

    de exercer esse poder: a coero (h um conflito de interesses e vontades entre

    quem d a ordem e quem a obedece sobre algum tipo de ameaa), a manipulao

    (h um conflito de interesses, porm de forma potencial e o ponto principal a

    ocultao dos reais interesses) e a persuaso (h completa ausncia de conflitos e a

    concordncia ocorre por meio do dilogo) relacionando, assim, coero e

    manipulao como poder-sobre e persuaso como poder-fazer.Ento seja no estado atual ou no potencial, toda educao envolve um

    exerccio de poder, de forma que o educador (com capacidade de determinar o

    comportamento de outros) pretende mudar o comportamento do educando (que tem

    a capacidade de agir sobre as coisas). Essa mudana pode ocorrer tanto na forma

    de poder-sobre como de poder-fazer, sendo que no primeiro caso o educador

    procura impor os contedos de forma a persuadir ou manipular o educando sem

    que ele deseje aprender esse contedo, podemos ver aqui o uso do autoritarismo.No segundo caso o educador usa de persuaso, por meio de dilogo com o

    educando, que aprende por interesse e motivao, destacando aqui o uso da

    autoridade do educador.

    O autor finaliza sua obra com dois apndices, uma palestra (A escola pblica

    que queremos) e uma entrevista (A educao necessariamente poltica), na

    palestra o autor define novamente educao, fazendo uma comparao entre a

    boa escola pblica de antigamente (hoje comparada a escolas privadas) e a atualescola pblica, nos levando a refletir sobre esse sistema atual. Na entrevista ele

    responde algumas perguntas relacionadas qualidade do ensino, ao sistema de

    reprovao como medidor de conhecimento e fecha novamente falando da

    educao como exerccio de poder.

    Paro realmente merece meus aplausos de p por essa incrvel obra, pois no

    somente escancarou as portas da educao pblica, nos mostrando como funciona

    nosso ensino, como tambm trouxe diversas sugestes para melhoria do mesmo.

    Uma obra que acrescentou muito no crescimento da minha formao pedaggica

    como futura docente.