Resenha - Meia Noite Em Paris
Transcript of Resenha - Meia Noite Em Paris
Página 1 de 3
Resenha: Meia Noite em Paris
24/06/2011
Faz tempo que não escrevo por aqui sobre filmes.
Não por que não goste de assistí-los, mas sim por
que não estou vendo muitos com frequência – e,
além disso, a maior parte dos que vejo não me
inspira a vir aqui a fim de falar deles. Mas, o cinema
do feriado realmente mexeu comigo – ou talvez foi
aquela velha história de ir sem esperar muita coisa.
Saí da sala maravilhado com Meia Noite em Paris,
perguntando trocentas vezes para os que foram
comigo – os coitados dos meus parentes – se eles
haviam gostado. E, claro, pronto para ir ao wikipedia
quando chegasse em casa para ver os artistas que
não conhecia – isso você vai entender daqui a pouco. O filme consegue ser
engraçado, comovente, visualmente maravilhoso e passar mensagens que lhe
fazem pensar por um tempo. Foi com certeza um trabalho bem melhor que o filme
anterior do diretor ( Tudo pode dar certo ), que é bem legal, mas não chega perto do
brilho ( que ao menos a meus olhos iluminou ) de Meia Noite em Paris.
Cartaz americano, que eu achei que ilustra melhor a
história do filme
Bem, devemos começar por Paris. As cenas
que aparecem da bela cidade são lindas, você
suspira por cada canto charmoso que ela
possui. Mesmo que não fique com vontade que
ir – como estou – e, mesmo que seja um dos
mais do contra e indiferente dos espectadores,
há de admitir que a cidade tem um charme
encantador. E, por isso e outros muitos
motivos, que nosso protagonista, o roteirista e
escritor iniciante, Gil, ama Paris. Ele está para
se casar com uma mulher muito da chata ( que
é a Rachel McAdams – mesmo ela me irritando, não deixei de gostar da
personagem, pois adoro a atriz e seu trabalho) e que nada tem haver com ele. O
Página 2 de 3
casal passa as férias na cidade por conta do pai da jovem, que veio a negócios para
lá. Mas os programas são todos escolhidos por Inez ( a noiva ) e seus amigos
(ainda mais irritantes e chatos – ou pedantes, adjetivo que o filme nos apresenta, do
qual ri muito ), fazendo Gil ficar entediado, acabando por recusar algumas saídas.
Numa dessas recusas, ele vagueia pela cidade à meia noite. Quando para de andar,
sentado em uma escada, aparece um carro antigo, onde pessoas o chamam para
dentro. Daí, ele é transportado para a Paris dos anos 20, onde conhece figuras que
idolatra, dentro da arte e da literatura, como Hernest Hemingway, Picasso, Dáli, Tom
S. Eliot e muitos outros. Sugiro que procure um pouco sobre essas figuras antes de
assistir ao filme, caso não as conheça. Parece-me mais interessante saber quem
cada um foi quando eles aparecem na tela. Mas, se não o fizer, o filme continuará
engraçado e belo mesmo assim.
Woody Allen, o diretor, brinca com esse misto de ilusão e realidade, nos mostrando
como Gil fica alucinado com suas aventuras noturnas e de como, cada vez mais,
aquilo se torna um escape para seus problemas do presente. Por falar nisso, fica
bem exposta também a ideia de o passado ser mais atraente, não só por ser uma
fuga, mas também algo que não conhecemos tão bem, e nos parece, por tanto,
melhor.
É um filme agradável ao extremo, que nos mostra Paris por todos seus ângulos,
além dos problemas de um relacionamento que não sabemos por que veio a existir,
mas continua mesmo assim. Vale a pena conferir nos cinemas, caso tenha uma
oportunidade.
Assim como Gil, todos tem uma época favorita, para a qual gostariam de viajar caso
possível. Qual a sua ? Eu, se pudesse, viajaria para a Inglaterra Vitoriana, 1850.
Assista o trailer em: https://www.youtube.com/watch?v=4aQLFfLm-Tg
Página 3 de 3
Atualizado: OSCAR 2012
O filme está concorrendo a 3 categorias do Oscar desse ano ( nunca adivinharia isso
quando fui assistir ao mesmo! ). Melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro original.
Não é uma boa aposta para as duas primeiras categorias, por conta dos fortes
candidatos e do fato de este não ser um dos grandes trabalhos do diretor, que já
levou estatuetas para casa com produções anteriores. Mas, de qualquer forma,
apostaria nele para melhor roteiro original uma vez que seus candidatos não são tão
fortes assim e ele levou o Globo de Ouro nessa categoria. Vamos aguardar e ver no
que dá.
Esse post faz parte do especial de Indicados ao Oscar 2012.
Blog das Resenhas e Vende-se Cadeiras.