RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS - Banco Bradesco · pelo controle do capital, o estoque de crédito...

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1 INFORME ECONÔMICO 27 de janeiro de 2017 Em 2016, déficit em conta correntes ficou em de 1,3% do PIB, um recuo substancial frente ao resultado de 2015 (3,3%). Em termos nominais as transações correntes passaram de um déficit de US$ 59 bilhões em 2015 para US$ 23,6 bilhões em 2016. Essa melhora ficou por conta, principalmente, do forte superávit comercial, de US$ 45 bilhões frente aos US$ 17,7 bilhões de 2015. A conta de serviço passou de um déficit de US$ 37 bilhões para US$ 30,5 bilhões, ao passo que a conta de renda ficou praticamente estável - US$ 38 bilhões em 2016 frente aos US$39,6 bilhões registrados em 2015. Em relação às fontes de financiamento, o destaque foi o investimento estrangeiro direto (IDP), que totalizou US$ 79 bilhões em 2016. Com isso, o IDP foi suficiente para cobrir o déficit em transações correntes e a saída de portfolio de renda fixa, da ordem de US$ 30 bilhões, assim como parte da não rolagem de emissões externas. Para 2017, acreditamos que o déficit em transações correntes (US$ 15 bilhões) deve permanecer em patamar confortavelmente financiável pelo IDP (US$ 65 bilhões) e, com isso, sem pressão para uma depreciação adicional na taxa de câmbio. O pilar fundamental desse cenário está na perspectiva de recuperação moderada e gradual da atividade econômica. RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS No Brasil, o fechamento das contas externas de 2016 reforça conforto para a trajetória do câmbio e nota de crédito de dezembro aponta continuidade da recessão no 4º trimestre. Fontes de Financiamento (US$ bi) Transações Correntes (US$ bi) Fonte: Banco Central, Bram

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INFORME ECONÔMICO 27 de janeiro de 2017

Em 2016, déficit em conta correntes ficou em de 1,3% do PIB, um recuo substancial frente ao resultado

de 2015 (3,3%). Em termos nominais as transações correntes passaram de um déficit de US$ 59 bilhões

em 2015 para US$ 23,6 bilhões em 2016. Essa melhora ficou por conta, principalmente, do forte

superávit comercial, de US$ 45 bilhões frente aos US$ 17,7 bilhões de 2015. A conta de serviço passou

de um déficit de US$ 37 bilhões para US$ 30,5 bilhões, ao passo que a conta de renda ficou praticamente

estável - US$ 38 bilhões em 2016 frente aos US$39,6 bilhões registrados em 2015. Em relação às fontes

de financiamento, o destaque foi o investimento estrangeiro direto (IDP), que totalizou US$ 79 bilhões

em 2016. Com isso, o IDP foi suficiente para cobrir o déficit em transações correntes e a saída de

portfolio de renda fixa, da ordem de US$ 30 bilhões, assim como parte da não rolagem de emissões

externas. Para 2017, acreditamos que o déficit em transações correntes (US$ 15 bilhões) deve

permanecer em patamar confortavelmente financiável pelo IDP (US$ 65 bilhões) e, com isso, sem

pressão para uma depreciação adicional na taxa de câmbio. O pilar fundamental desse cenário está na

perspectiva de recuperação moderada e gradual da atividade econômica.

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS

No Brasil, o fechamento das contas externas de 2016 reforça conforto para a trajetória do câmbio e nota de crédito de dezembro aponta continuidade da recessão no 4º trimestre.

Fontes de Financiamento (US$ bi) Transações Correntes (US$ bi)

Fonte: Banco Central, Bram

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Diante da profunda recessão econômica, o crédito teve o seu pior desempenho na história. O estoque

de crédito totalizou R$ 3,1 trilhões (49,3% do PIB) em 2016, recuo 3,5% após avanço de 6,7% em 2015,

em termos nominais. O fraco desempenho do crédito em 2016 foi puxado pelo segmento pessoa

jurídica, que apurou queda 9,5%, enquanto no segmento pessoa física o crédito avançou 3,2% no ano. O

fraco crescimento do crédito pessoa jurídica foi acompanhado pelo aumento da inadimplência ao longo

do ano que atingiu a sua máxima histórica (5,6%). No entanto, apesar da alta no ano, a inadimplência

recuou nos últimos dois meses, encerrando o ano em 5,2% frente 4,5% em 2015. No segmento de

crédito livre para pessoa física, a inadimplência recuou para 6,0% de 6,2% no ano passado. Na abertura

pelo controle do capital, o estoque de crédito nos bancos privados e estrangeiros teve queda de 3,2%

enquanto nos bancos públicos houve recuou 3,7% em 2016. O desempenho dos bancos públicos foi

influenciado pela contração de 11,5% no estoque de crédito do BNDES, refletindo o ajuste econômico

nos instrumentos para-fiscais. Para 2017, esperamos um ligeiro crescimento do estoque de crédito em

termos nominais, projetamos alta de 4%. A recuperação de atividade econômica e a queda nos juros

devem impulsionar uma melhora do crédito ao longo do ano, especialmente, no segundo semestre.

No México, as decisões mais recentes do presidente americano devem continuar impactando a

economia local. Nesse sentido, os dados da indústria seguem apresentando moderação, como reflexo

das incertezas vindas do seu principal parceiro comercial, os EUA. Por outro lado, os indicadores de

demanda das famílias são favoráveis, pois os fundamentos para o consumo seguem positivos. A inflação

ao consumidor continua em trajetória de alta, reflexo da liberação dos preços dos combustíveis

(equiparação ao preço internacional), assim como do maior repasse da depreciação do peso mexicano.

Com isso, o trabalho do Banxico (Banco Central mexicano) torna-se cada vez mais complexo, pois deverá

conter efeitos de segunda ordem da desvalorização da moeda, concomitante à normalização da política

monetária do FED, num contexto de desaceleração da própria economia.

Fonte: Banco Central, Bram

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Primeira estimativa para PIB americano referente ao 4º trimestre de 2016 ficou abaixo do esperado

(2,2%), crescendo 1,9% na margem, mas com um bom desempenho dos investimentos (+10,7%). A

desaceleração na margem frente ao 3º trimestre (+3,5%) é explicada pelo recuo das exportações, -4,3%

frente a uma alta de 10% no trimestre anterior, ao passo que as importações aceleraram de 2,2% para

8,3%. Assim a contribuição do setor externo ficou negativa em 1,7%, frente a uma contribuição positiva de

0,85% no 3º trimestre. O consumo desacelerou de 3% para 2,5% no período e os investimentos foram o

destaque, passando de 3% para 10,7% na mesma base de comparação. Assim, apesar da surpresa com o

número cheio o bom desempenho da demanda doméstica, especialmente os investimentos, corroboram a

expectativa de manutenção do crescimento econômico naquele país.

Fonte: Bloomberg

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CALENDÁRIO E PROJEÇÕES

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atuais de mercado. Acreditamos que as informações apresentadas aqui são confiáveis, mas não garantimos a sua exati-

dão e informamos que podem estar apresentadas de maneira resumida. Este material não tem intenção de ser uma ofer-ta ou solicitação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro. BRAM - Bradesco Asset Management é a em-

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Material produzido em 27/01/2017 às 13h00

Outras edições estão disponíveis no Site: www.bradescoasset.com.br,

MARCELO CIRNE DE TOLEDO

Economista Chefe [email protected]

ANA PAULA DE ALMEIDA ALVES

[email protected]

DANIEL XAVIER FRANCISCO [email protected]

HUGO RIBAS DA COSTA

[email protected]

JOSE LUCIANO DA SILVA COSTA [email protected]

MARIANNE KOMORI GEHRINGER

[email protected]

THIAGO NEVES PEREIRA [email protected]