repensando e ressignificando a gestão democrática da educação na
RESSIGNIFICANDO O SENTIDO DA PRÁTICA DE FORMAÇÃO … · 4 Aparentemente contrário à questão ,...
Transcript of RESSIGNIFICANDO O SENTIDO DA PRÁTICA DE FORMAÇÃO … · 4 Aparentemente contrário à questão ,...
1
RESSIGNIFICANDO O SENTIDO DA PRÁTICA DE FORMAÇÃO DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL1
SCHIAVINATO, Darúsia Aparecida de Almeida2
RESUMO
O presente artigo apresenta os resultados obtidos a partir de pesquisa realizada durante a participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR). O tema selecionado para a pesquisa foi o estágio supervisionado (Prática de Formação), uma disciplina do curso de Formação de Docentes que, pelas inúmeras dificuldades elencadas pelos docentes envolvidos, tornou-se, na atualidade, muito polêmica. Além da dificuldade na relação teoria e prática – que nada mais é do que a passagem do “saber sobre “ para o “saber como“, validando o aprendizado teórico e prático confrontando- o com a realidade – deparamo-nos com a difícil função de integrá-lo às demais disciplinas que compõem o currículo, dando-lhe unidade estrutural. Desta forma pretendemos que o estagiário consiga identificar as diferenças do mundo organizacional escolar, exercitando a prática pedagógica no meio educacional. Para tanto, partimos do problema: Qual a importância da prática pedagógica na formação do professor da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental? De que forma os diferentes instrumentos de avaliação podem ser utilizados com o intuito de efetivar a relação teoria-prática no processo de formação do professor da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental? Assim, este estudo tem como objetivo principal discutir de que forma o estágio está sendo organizado e, ainda, de que maneira pode contribuir para a formação dos futuros professores na sua elevação cultural e, nesta direção, contribuir significativamente para o desenvolvimento qualitativo do ensino ofertado às classes trabalhadoras.
Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Prática de Formação. Instrumentos de avaliação.
INTRODUÇÃO
1 Artigo científico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, sob orientação da Prof.ª Ma. Roberta Negrão de Araújo (Universidade Estadual do Norte do Paraná/Campus Cornélio Procópio/Centro de Ciências Humanas e da Educação/ Colegiado de Pedagogia).
2 Professora da rede estadual de ensino. Pedagoga/Formação de Docentes. Atua nas disciplinas específicas do Curso de Formação de Docentes/Colégio Estadual Cristo Rei – Ensino Normal/Cornélio Procópio.
2
A realização da pesquisa bibliográfica, bem como do Projeto de
Intervenção Pedagógica considerou tanto minha atuação como professora da
disciplina de Prática de Formação no Curso de Formação de Docentes em
nível médio, como a necessidade de relacionar o significado de “prática” à
aquisição de experiência; à postura de ação – reflexão – ação; às diferentes
compreensões de prática, bem como uma dinâmica em que a teoria orienta a
prática.
As dificuldades são ressaltadas na medida em que o aluno não
consegue compreender as possibilidades do estágio enquanto elemento
articulador da relação teoria-prática na formação dos profissionais da
educação. Nesta direção, pretendemos contribuir a para ampliação qualitativa
do ensino ofertado às classes trabalhadoras.
Diante do contexto, partimos do problema de pesquisa:
Qual a importância da prática pedagógica na formação do professor da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental?
De que forma os diferentes instrumentos de avaliação podem ser utilizados com o intuito de efetivar a relação teoria-prática no processo de formação do professor da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental?
Considerando estes, elencamos como objetivo geral mediar o
trabalho dos professores e alunos de forma coletiva, enfatizando a importância
da Prática de Formação (Estágio Supervisionado) na valorização do curso de
formação de docentes. E como específicos: definir o perfil profissional que
pretendemos formar e para qual escola serão encaminhadas; discutir a
importância da Prática de Formação (Estágio Curricular Supervisionado) no
Curso de Formação de Docentes, em nível médio; implementar diferentes
instrumentos de avaliação, que serão apresentados ao término de cada série,
oportunizando a efetivação da aprendizagem adquirida no decorrer do ano
letivo e, ainda, instrumentalizar o aluno do Curso de Formação de Professores
na construção de sua práxis – pedagógica.
1 O CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES
3
Um dos grandes desafios para os alunos do curso de formação de
docentes é o de adquirir a devida experiência para o processo de
profissionalização educacional. Deste modo, o estágio supervisionado
conquistou o papel de laboratório na modelagem do aluno , que busca uma
maneira mais eficaz de trabalhar, teoria e prática.
Na visão de Pimenta (1997, p.21) o estágio supervisionado são “[...] as
atividades que os alunos deverão realizar durante o seu curso de formação,
junto ao futuro campo de trabalho.” Não tão longe está também a opinião de
Piconez (2000,p.16) afirma que “ os estágios são vinculados ao componente
curricular Prática de Ensino cujo objetivo é o preparo do aluno para o exercício
do curso de formação de docentes na educação infantil e anos iniciais do
ensino fundamental .
Atualmente constatamos as difíceis condições dentro de uma
sistematização nas quais os estagiários são submetidos, ou seja, temos cada
vez mais visto alunos despreparados em sala de aulas e, ao que tudo indica,
tais consequências tratam do reflexo da má formação dos mesmos; o que de
fato resulta na dicotômica e antagônica “poluição pedagógica” , que impulsiona
a nossa Educação para meros “ares”, no conhecido contexto das contradições,
assim como nos afirma Paulo Freire
Saber que devo respeito á autonomia , à dignidade e à identidade do educando e, na prática , procurar a coerência com este saber , me leva inapelavelmente à criação de algumas virtudes ou qualidades sem as quais aquele saber vira inautêntico , palavreado vazio e inoperante (2007, p.62).
Nesse pressuposto , vemos que o Estágio Supervisionado não possui a
valorização da qual requer o processo , pois tal trabalho deveria ser o local
apropriado para a adquirir experiências ( prática) , e sabemos que é através
desse momento único que propicia tais conhecimentos ; porém o que acontece
de verdade é que as políticas públicas , assim como as autoridades
responsáveis pela elaboração da sistemática grade curricular , buscam de
propósito o distanciamento entre o que de verdade é proposto nos cursos , e
aquilo que realmente é presenciado na realidade.
Sendo assim , tem sido realmente verdadeiro de que o ensino é um , e
a prática é terrivelmente contrária ao que se depara no cotidiano.
4
Aparentemente contrário à questão , Menga Ludke (1996 apud CANDAU,
1997, p.118) evidencia que
A importância de assinalar a formação inicial, simplesmente , como o nome diz, enquanto preparação apenas inicial. Ela deveria ser sobrecarregada com uma carga que não lhe é compatível e para qual não está aparelhada.
Como sabemos, a teoria é a ferramenta básica e essencial na vida do
indivíduo para a consolidação da prática. Assim, o Estágio Supervisionado
adquiriu um papel substancial e importantíssimo no processo de formação ,
pois , o mesmo caracteriza-se como a prática em meio ao desenvolvimento da
aprendizagem na sistematização educacional.
Acreditamos que é no exercício da profissão que se consolida o
processo de tornar – se professor, ou seja, o aprendizado da profissão a partir
de seu exercício possibilita configurar como vai sendo construído o processo
de aprender a ensinar. Tal construção ocorre à medida que o professor vai
efetivando e instrumentalizando o aluno do curso de Formação de Docentes na
construção de sua práxis pedagógica. Práxis, no sentido marxiano, é entendida
como atitude humana de transformação da natureza e da sociedade, pois não
basta conhecer o conteúdo teórico e saber interpretar o mundo, é preciso
transformá-lo num sentido consciente de construção do saber teoricamente em
saber científico, capaz de mudanças.
O trabalho docente trata-se de entender as relações ligadas no
processo de constituição da escola e do ato educativo. Para que a função da
escola se efetive é preciso analisá- la criticamente e agir de maneira que venha
estabelecer as transformações necessárias. Marx concebe como atividade
humana prática crítica, que nasce da relação entre o homem e a natureza. A
natureza só adquire sentido para o homem à medida que é modificada por
ele, para servir aos fins associados à satisfação das necessidades do ser
humano.
Na compreensão de Vásquez (1977, p. 223), com a qual
compartilhamos, a teoria e a prática são concebidas como dimensão de um
mesmo processo unitário que se efetiva de uma dinâmica em que a teoria
orienta a ação, entendida como transformação da realidade, e esta, por sua
vez, pode reorientar a própria teoria, fazendo-a avançar e progredir.
5
Desta forma, como já destacado na Proposta Curricular do Curso de
Formação de Docentes, em nível médio (PARANÁ/SEED,2006), embora
diferentes, teoria e prática são, por natureza, inseparáveis, pois é absurda
qualquer tentativa de circunscrevê-las em momentos isolados. Contra todo e
qualquer resquício de positivismo , é preciso reafirmar que a teoria não é uma
mera sistematização da prática num conjunto organizado e coerente de ideias,
nem a mera ordenação de fatos e dados da experiência imediata. A prática, por
sua vez, não é, antes do advento da teoria, um amontoado de ações que,
através do trabalho sistematizador desta, seria convertido em conjunto
ordenado de ações que seguem os ditames da teoria.
Transpondo este entendimento para a organização do estágio
supervisionado destaca-se a compreensão de Pimenta (1988), que enfatizada
no Projeto para o Estágio Supervisionado (PARANÁ/SEED/PR, 1989), de que
um curso não é prática docente, mas é teoria sobre a prática docente, ou seja ,
é uma reflexão sobre e a partir da realidade da escola.
Portanto, o que se pretende na perspectiva em discussão é
instrumentalizar o aluno do curso de formação de professores na construção de
sua práxis educativa.
A prática de ensino (estágio supervisionado) proporciona ao futuro
docente a construção da identidade profissional ou a ressignificação de sua
profissão. Mas para isso, o professor orientador deve planejar seu curso
juntamente com outros professores, de forma que a prática de ensino seja o
eixo articulador central de todas as outras disciplinas, possibilitando a reflexão
e a pesquisa, amparada pela fundamentação teórica, o aluno utiliza sua
prática, refletindo e transformando-a de modo a transpassar os limites do
curso.
Pimenta (1988) afirma que um curso não é prática docente, mas é a
teoria sobre a prática docente, ou seja, é uma reflexão sobre e a partir da
realidade da escola. Já Kuenzer (2002, p. 301) comenta
O trabalhador se educa no e a partir do seu processo de trabalho, com apoio da formação teórica adquirida nos cursos de formação inicial e continuada; mas é no trabalho, e através dele que se constroem as competências profissionais, pela articulação entre conhecimento e intervenção.
6
Se o “homem aceitasse sempre o mundo como ele é, e se, por outro
lado, aceitasse sempre a si mesmo em seu estado atual, não sentiria a
necessidade de transformar o mundo nem de transformar-se” (VÁSQUEZ,
1968, p. 192). Quer dizer, a necessidade de transformar (a si e ao mundo)
move a necessidade de conhecer e estabelecer finalidades.
A atividade humana de conhecer é teleológica, enquanto atividade de
consciência, é uma atividade teórica – isto é , por si não leva à transformação
da realidade (material e social ); não objetiva e não se materializa, não sendo
práxis. Práxis, para Vásquez (1968, p. 108) é
[...] uma atividade material, transformadora e ajustada a objetivos. fora dela, fica a atividade teórica que não se materializa , na medida em que é atividade espiritual pura.Mas, por outro lado ,não há práxis como atividade puramente material, isto é, sem a produção de finalidades e conhecimentos que caracteriza a atividade teórica.
Evidenciamos que a atividade humana é também atividade prática – ou
seja, adequada a objetivos, cujo cumprimento exige certa atividade de
conhecimento (atividade teórica). Mas o que a caracteriza
[...] é o caráter real, objetivo, da matéria – prima sobre a qual se atua, dos meios ou instrumentos com que se exerce a ação, e de seu resultado ou produto. Na atividade prática o sujeito age sobre uma matéria que exerce independente de sua consciência e das diversas operações exigidas para sua transformação (VÁSQUEZ, 1968, p. 193).
Sabendo das dificuldades diagnosticadas no curso de Formação de
Docentes, na disciplina de Prática de Formação (Estágio Supervisionado),
ressaltamos o perfil do profissional que pretendemos formar e para qual escola
serão encaminhados. Conhecendo os diferentes momentos de estágio e
refletindo que a prática caracteriza-se pela ”aquisição de experiência“ e que
estas são adquiridas por meio da observação no processo educacional,
problemas práticos detectados no momento da conclusão da temática da 4ª
série (Docência).
O curso tem uma grade curricular que alia de forma equilibrada teoria e
prática e uma proposta de desenvolver em seus alunos capacidades cognitivas
que os habilite como profissional da contemporaneidade, da sociedade e da
informação e do conhecimento. Outra importante característica do curso de
formação de Docentes é possibilitar o aluno à atuação no mercado de trabalho
7
desde os primeiros anos do curso, por meio de estágios remunerados na rede
pública e privada de ensino, como auxiliar de professor, o que, além da
remuneração, amplia as possibilidades de formação de alunos e aquisição de
experiências. Então, logo nos leva a pensar que professor se pretende formar e
para qual escola.
Pretende-se formar “um professor com domínio dos comportamentos e
vivências consideradas adequadas ao trabalho educativo”, um profissional
pontual, coerente, com senso de justiça, claro em suas tomadas de decisões,
que tenha equidade tendo disposição para reconhecer imparcialmente o direito
de cada um. Um profissional que tenha suas ações pautadas no diálogo,
sempre buscando soluções para os empecilhos, oposições, resistências ou
impedimentos que muitas vezes parecem impossíveis por falta de conversa, ou
saber ouvir o outro. Assim, destacamos o respeito à pessoa do educando, que
num país capitalista, preconceituoso e discriminatório apresenta-se
desmotivado e desinteressado. Desta forma, cabe ao professor, dar toda
atenção às suas dificuldades, atendendo-os em suas particularidades,
individualidades e procurar sanar dúvidas e buscar soluções. Espera-se
também que o novo profissional tenha compreensão das condições sócio-
históricas que determinam o processo educativo, que ele saiba e compreenda
como desenvolve o trabalho educativo com base no qual e para qual este
trabalho tem seus objetivos propostos.
A definição do perfil profissional que pretendemos formar deve ser
sempre pautada numa reflexão que discuta o fazer pedagógico em todas as
suas dimensões: o que ensinar, como ensinar, para quem e para que
(CANDAU; LELIS, 1983 apud PIMENTA , 1994, p. 26 ). Com isso esse novo
profissional deve compreender aos saberes específicos, conhecimento
socialmente produzido e que integram os currículos escolares. Já os
conhecimentos produzidos pelas ciências da educação e sistematizados nas
teorias educacionais integram o saber pedagógico. Conhecer também a
dinâmica do trabalho pedagógico “os conhecimentos, formas de organização e
a realização da atividade educativa na relação educador e educando”.
Os alunos devem apresentar, ao final do curso, uma formação teórica
consistente, mas com capacidade crítica para discernir sobre a adequação de
aplicação das teorias ao seu contexto de atuação .Uma formação prática ,
8
adquirida através de uma estrutura de curso organizada de forma a garantir
uma progressão na complexidade da formação relacionando teoria e prática.
Um programa de estágios organizado e sistêmico que habilite o aluno a atuar
nos diferentes níveis par os quais o curso está direcionado: educação infantil e
anos iniciais do ensino fundamental.
Diante do propósito de que a escola seja realmente comprometida com
“a formação de gente que forma gente”, temos como principal essência a
valorização da pessoa humana. Nesse sentido, o processo de escolarização
adquire um novo significado social e cultural, claramente expresso nos
princípios e fins da educação nacional, que estão inscritos nos termos da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº9394/96,
manifestando a vontade da nação. São com esses objetivos que o exercício do
magistério propõe uma árdua tarefa, que não pode prescindir de estratégias
interpretativas na análise da pertinência social e dos desdobramentos que são
processadas.
A essência da atividade do professor é o ensino, ou seja, é o
conhecimento técnico prático de como garantir que a aprendizagem se realize
como consequência da atividade de ensinar. Envolve, portanto, o
conhecimento do objeto, o estabelecimento de finalidades e a intervenção no
objeto para que a realidade (não-aprendizagem) seja transformada, enquanto
realidade social.
A atividade docente é sistemática e científica, na medida em que toma
objetivamente (conhecer) o seu objeto (ensinar e aprender) e é intencional, não
casuística. A ciência que tem por objeto de estudo o processo ensino-
aprendizagem é a Didática. Seu objeto consiste não apenas no conhecimento
da estrutura e funcionamento dos processos que já existem, mas também no
estudo das possibilidades de estruturação e funcionamento de novas
possibilidades (de ensinar e aprender) docentes (CONTRERAS DOMINGO,
1990, p.130). Isto é, é a atividade teórica que possibilita conhecer a realidade
(a prática objetiva), tomando-se essa realidade como objeto de conhecimento,
como referência, para , a seguir , estabelecer-se idealmente a realidade que se
quer.
Um curso de formação é sempre atividade teórica, no qual teoria e
prática são indissociáveis – condição fundamental para preparar-se o aluno
9
para transformar a realidade, pelo seu trabalho, por sua atividade prática,
fazendo do seu exercício profissional uma práxis transformadora. O curso de
Formação de Docentes, portanto, deve estudar teoricamente a realidade já
existente que, por sua vez, é práxis – os professores dando aula, procedendo
ao processo de ensino- aprendizagem nas escolas existentes (nas diferentes
escolas), exercendo algum tipo de práxis (repetitiva, burocrática,
transformadora, criadora) porque também eles foram preparados,
teoricamente, para esse exercício (CURI, 1985).
Após concluir o curso de Formação de Docentes e ao realizar os
estágios, aluno e professor percebem o movimento dialético que ocorre no
interior da escola, proporcionando a formação contínua como prática reflexiva
dinamizada pela práxis.
A prática de ensino, materializada no estágio, permite que o aluno/
professor viabilize propostas iluminadas pela teoria. Ao fazer essa reflexão
sobre a prática pedagógica observada e a sua própria prática, transforma o
saber e reconstrói sua identidade profissional, refletindo em melhoria na
qualidade de ensino (MELO, 1982). Por isso, além de todos os pré-requisitos
teóricos, deve também apresentar uma formação cidadã consistente e
profunda, que o torne um exemplo de moral e de valores éticos para seus
futuros alunos e para a sociedade.
Implementar diferentes instrumentos de avaliação que serão
apresentadas ao término de cada série , oportunizando a efetivação da
aprendizagem adquirida no decorrer do ano letivo.
Para entendermos melhor o que a avaliação significa no processo
ensino-aprendizagem, precisamos rever alguns conceitos e, a partir daí,
compreender a sua real função. Do ponto de vista da avaliação do rendimento
escolar do aluno, a LDBEN, em seu artigo 24, inciso V, afirma que a avaliação
do trabalho escolar será contínua e cumulativa, devendo ser dada prioridade
para os aspectos qualitativos , devendo , ainda , prevalecer o desempenho do
aluno ao longo do ano letivo.A avaliação refere-se tanto ao que e o como o
aluno está aprendendo , mas também à necessária revisão dos elementos que
constituem a prática docente, tanto no âmbito da aula como no da escola .Em
avaliação escolar a vontade de quantificar com rigor tem mobilizado esforços
dos professores e equipe diretiva. Nesse sentido tem-se multiplicado as
10
tentativas de construção de novos instrumentos de avaliação que venha
possibilitar a classificação dos saberes dos educandos. Por mais rigor que os
professores queiram dar aos instrumentos de avaliação a subjectividade está
inevitavelmente presente: na escolha que se faz dos itens desses instrumentos,
e no modo como eles se apresentam, e que linguagem será utilizada.
A avaliação do aluno em sala de aula tem como propósito promover o
aperfeiçoamento do ensino que vem sendo oferecido. Avalia-se para identificar
necessidades e prioridades, situar o próprio professor e o aluno no percurso
escolar. Avaliar não é medir, avaliar envolve o levantamento de informações
sobre a aprendizagem dos alunos que devem ser analisadas, considerando os
critérios e objetivos do plano de ensino, e inclui também o processo de tomada
de decisões. Como vou analisar meu instrumento de avaliação implica
estabelecer como vou priorizar os dados coletados que irão permitir
autoconhecimento do aluno e o diagnóstico oferecido.
A avaliação torna-se mais compreensiva quanto ao processo de ensino
e aprendizagem, é mais democrática, sendo que os resultados obtidos são
discutidos e acordados entre o colegiado do trabalho escolar, e busca ainda
uma auto-avaliação, mediante um processo reflexivo de planejamento –
observação – análise – reflexão.
A avaliação é um momento de ensino de muita importância para o
professor e para a escola, mas é muito mais importante para o aluno, já que
constitui-se como a última etapa do processo de ensino – aprendizagem, ela
deve fazer parte integrante do mesmo. Por isso, ao se planejar a disciplina de
Estágio Supervisionado, faz-se necessário definir e estabelecer, claramente, o
processo, a forma, as técnicas e os instrumentos de avaliação que vão ser
utilizados. Ao planejar a disciplina, o professor deve considerar os objetivos e
as determinações curriculares para estabelecer o processo de avaliação para
seus alunos. Por isso, ao se planejar a disciplina de Estágio, deve ser
evidenciado explicitamente qual é a temática de cada série a ser trabalhada.
2 A PRÁTICA DE FORMAÇÃO E OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
11
A questão do estágio supervisionado na formação de professores tem
sido discutida historicamente. A partir do foco de que este seria o elemento
curricular, dos cursos de formação de professores, responsável por assegurar
a unidade teoria e prática desta formação. O estágio é entendido, desta forma,
como um elemento decisivo no que diz respeito à qualidade de ensino. No
entanto, compreensões equivocadas do significado de prática no processo de
formação profissional têm, contraditoriamente, produzido processos de
qualificação profissional deficitários e insuficientes no que diz a respeito à
profissionalização da função docente.
Os estudos de Pimenta (1994), ao fazer uma retrospectiva histórica da
configuração do estágio supervisionado, mostram que a problemática da
separação entre teoria e as questões práticas do processo de ensino se fez
desafio constante nas reformas dos cursos de formação de professores. Num
primeiro momento a prática foi organizada a partir do entendimento de que
seria o mesmo que “aquisição de experiência”. Posteriormente, a tendência de
colocar os problemas práticos do processo educacional, observados e
detectados nos momentos de observação do estágio como determinantes da
formação teórica, será merecedora de críticas como a de Luiz Carlos Freitas
(apud PIMENTA, 1994, p. 66) que afirma que “[...] a questão não é aumentar a
prática em detrimento da teoria ou vice-versa – o problema consiste em
adotarmos uma nova forma de produzir conhecimento no interior dos cursos de
formação do educador”.
É a partir deste contexto que abordamos a temática do estágio
supervisionado no curso Normal, em nível médio. Mais especificamente das
possibilidades do estágio supervisionado se estabelecer enquanto elemento
articulador da relação teoria e prática na formação dos profissionais da
educação.
A Prática de Formação, nesta proposta de currículo integrado, possui a
carga horária de oitocentas (800) horas, distribuídas nos quatro anos,
atendendo à legislação vigente (Del. 10/99 do CEE). Assim, a carga horária da
Prática de Formação integra a do curso todo, considerando que a mesma
configura-se como componente indispensável par a integralização do currículo.
A Prática de Formação deverá ser um trabalho coletivo da instituição, fruto de
seu Projeto Político Pedagógico. Nesse sentido, todos os professores
12
responsáveis pela formação do educador deverão participar de todos os
diferentes níveis da formação teórico-prática do seu aluno.
Considerando os objetivos do processo educativo no Curso de
Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, na Modalidade Normal, e realçando as questões que implicam
em eleger o trabalho docente como objeto de reflexão e a constituição de
sujeitos, alunos e professores ativos durante tal processo, que se justifica o
trabalho por temáticas.
É necessário também estabelecer a articulação entre o ensino, a
pesquisa e a prática, a partir de atividades planejadas, para garantir espaços
para a construção, renovação e atualização do conhecimento do educando,
propiciando ao mesmo a oportunidade de aprofundar os conhecimentos
teóricos adquiridos. Desta forma, é importante exercitar o registro, que será
oportunizado pela redação de textos de cunho variado.
Tendo como pressuposto que a realidade não é fragmentada, mas que
na organização curricular dividimos as diferentes áreas do conhecimento, cabe
aos professores criar as condições para que o aluno contextualize os
conteúdos desenvolvidos nas aulas das disciplinas específicas e da Prática de
Formação. O Estágio Supervisionado, portanto, deve garantir a possibilidade
do aluno vivenciar as práticas pedagógicas nas escolas, pois é por meio da
pesquisa educacional que o educando busca conhecer a realidade,
compreendê-la e transformá-la. É nesse espaço que o futuro professor
desenvolve a práxis profissional, elabora uma prática educativa, a partir das
teorias estudas, alcançando a ação política (práxis), entendida como essência
de toda a prática educativa, de acordo com sua vivência científica.
Na primeira série as práticas pedagógicas concentram-se na temática
“Sentidos e Significados do Trabalho do Professor Educador“ em diferentes
etapas e modalidades. Desta forma, possibilita a observação do trabalho
docente pelos alunos, sobretudo do professor que atua na educação infantil..
Após observação em lócus, os alunos discutem os resultados coletados por
meio das observações feitas nas visitas (diagnóstico da realidade),
descrevendo relatórios destacando a problematização e a elaboração de
hipóteses que envolvem a prática profissional. Considerando a abrangência da
temática, o instrumento de avaliação utilizado é o “Memorial Descritivo”, que
13
tem como objetivo descrever a trajetória educacional do aluno, destacando as
principais atividades desenvolvidas. Nesse documento também é registrado as
atividades realizadas nas demais disciplinas, além do Estágio, bem como as
perspectivas de estudo e pesquisa em relação ao curso de Formação de
Docentes. Para elaborá-lo, deve-se levar em conta as condições e situações
que envolvem o desenvolvimento dos mais diversas atividades relacionadas ao
“ser professor”.
Na segunda série pretende-se colocar os alunos em contato com
situações-problemas no âmbito de algumas modalidades específicas e de
experiências educacionais extra-escolares. A temática “A Pluralidade Cultural,
as Diversidades, as Desigualdades e a Educação“ aborda as diferentes
modalidades de ensino (educação especial, educação de jovens e adultos),
além da oferta diferenciada na educação infantil e anos iniciais do ensino
fundamental, atendendo as especificidades (cultura afrodescendente e
africana, cultura indígena, educação o idoso), tendo como foco a educação
inclusiva. Considerando que a temática apresenta-se em sub-temas, o
instrumento de avaliação utilizado é o “Portfólio Escolar”.
Tal instrumento caracteriza-se como uma avaliação constante,
qualitativa e individual. É um instrumento de avaliação essencial para identificar
os níveis de desenvolvimento do educando através de registros feito pelo
professor. O importante é que todo processo ensino-aprendizagem é avaliado
dia-a-dia. Nesta perspectiva, assume a avaliação como “[...] processo
abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a
prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas
dificuldades e possibilidades à tomada de decisão sobre o que fazer para
superar os obstáculos” (VASCONCELLOS, 1998, p. 43).
O Portfólio começou a difundir-se em âmbito escolar e universitário na
década de 1990, sobretudo nos Estados Unidos. Historicamente, esse
instrumento vem se constituindo com diversas nomenclaturas que se
diferenciam de acordo com suas finalidades e espaços geográficos. Dentre os
mais correntes estão: porta – fólios, processo – fólios, diário de bordo, dossiê.
Mas o portfólio não deve ser confundido com o caderno diário, pois não se trata
de um espaço onde se registram todos os trabalhos do educando (SHORES;
GRACE, 2001).
14
O portfólio é uma compilação dos trabalhos que o educando entenda
como relevantes após um processo de análise crítica de devida fundamentação
teórica. Constitui-se, portanto, em um instrumento de avaliação formativa, já
que é uma seleção de trabalhos significativos para a aprendizagem.
O professor deve criar objetivos e construir o portfólio junto com a sala,
além de propor os descritores, ou seja, os critérios para avaliar os objetivos
alcançados. Com esse instrumento o aluno tem autonomia em relação ao seu
processo de avaliação, podendo rever suas produções e tendo a possibilidades
de refazê-las, de promover momentos de socialização e a oportunidade de
falarem sobre suas produções e de valorizar os trabalhos dos outros num
momento de troca de experiências.
Na terceira série aborda-se a temática “Condicionantes da infância e da
família e os fundamentos da educação infantil. Artes, brinquedos, crianças e a
educação nas diferentes instituições”, porque vai ao encontro das atividades
são desenvolvidas. No colégio lócus do desenvolvimento do projeto de
intervenção, acrescentou-se, ainda, “O processo de aprendizagem na
perspectiva histórico-cultural”, considerando o foco de atuação das estagiárias:
docência nos 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental, ou seja, crianças de seis
a oito anos. Nesta série, acreditamos ser pertinente trabalhar com o
instrumento “Relatório Científico”.
Este instrumento possibilita a exposição escrita na qual se descrevem
fatos verificados mediante pesquisas ou se historia a execução de atividades
de experiência (observação e docência). Os relatórios são escritos com o
objetivo de divulgar os dados obtidos e analisados, caracterizando-o como um
documento original pelo qual se faz a difusão da informação corrente, sendo
ainda o registro permanente das informações obtidas. Assim, é elaborado
principalmente para descrever experiências, investigações, processos,
métodos e análises. O resultado esperado é a produção de pesquisas,
observações, experiências adquiridas em instituições, levantando as
concepções de infância, de família e de educação em confronto com a
sociedade. Por isso a importância do Relatório Científico na descrição dos fatos
após análise e reflexão resgatando a história das brincadeiras, das artes e,
sobretudo, das músicas, das danças, do teatro e da literatura.
15
Na quarta série os alunos dão continuidade às suas experiências de
práticas de ensino, com a temática “Ação docente e práticas pedagógicas”,
cujo foco é a docência nos 4º e 5º anos do ensino fundamental. Propomos,
para esta série, como instrumento de avaliação, o “Artigo Científico”. Tal
instrumento é uma publicação que possui elementos pré-textuais, textuais e
pós, com componentes e características específicas, sendo redigido com
regras específicas – determinadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) – apresentando clareza, comunicabilidade e consistência.
O Artigo Científico comunica ideias e informações de maneira clara e
concisa, sendo sua estrutura de apresentação orientada pela ABNT (NBR
6022), ressaltando algumas condições exigíveis no sentido de uma
apresentação racional e uniforme. O Artigo Científico destina-se à análise e a
reflexão de um dado assunto, em um dado período de tempo e, tem como
objetivo principal, transmitir observações comprovadas que levem à reflexão do
leitor, servindo de referência a outras pesquisas. Ele deve ser colocado
precedendo o texto na língua original, visando fornecer elementos capazes de
permitir ao leitor a decisão sobre a possibilidade de continuar a leitura do
trabalho ou não. Assim, deve apresentar uma sequência corrente de frases
concisas e não de uma enumeração de tópicos.
Todos os instrumentos selecionados – Memorial Descritivo, Portfólio,
Relatório Científico e Artigo Científico – têm como objetivo ressaltar os
resultados mais significativos das experiências nos lócus de estágio; fatos
novos; descobertas importantes; contradições e comparações entre teorias e
perspectivas, assim como suas relações, além dos resultados obtidos,
atendendo a delimitação do tema e os objetivos propostos.
3 PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: RESULTADOS E LIMITES
Nossa intenção, ao planejar o Projeto de Intervenção Pedagógica no
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), era concretizá-lo no
Colégio Estadual Cristo Rei Ensino Normal , estabelecimento onde atuo como
docente, especialmente na disciplina de Estágio Supervisionado (Prática de
Formação)
16
O início desta proposta aconteceu logo após conversas informais com
professores e alunos sobre as dificuldades encontradas em trabalhar teoria e
prática. Ao discutirmos esta questão com a Direção , equipe Pedagógica,
professores e alunos da 4ª série, identificamos que ocorriam falhas e
defasagens que estavam interferindo no processo ensino-aprendizagem e que
mereciam um novo olhar, no qual pesquisas com mais ênfase e dedicação
pudessem nos trazer clareza e abrandar nossas angústias e conflitos
pedagógicos. Após a aceitação por parte da equipe diretiva, professores e
alunos, atendendo a solicitação da Coordenação do PDE e devida autorização,
iniciamos o desenvolvimento das ações no colégio.
O Colégio Estadual Cristo Rei – Ensino Normal está situado à rua
Rocha Pombo , no município de Cornélio Procópio, norte do estado do Paraná,
oferta o curso de Formação de Docentes em nível médio, de forma integrada à
educação profissional. Atende diversos municípios da região, tais como: Santa
Mariana , Leópolis, Nova Fátima, Congonhinhas, Nova América da Colina,
Uraí, Santo Antônio do Paraíso , contando com a população local , perfazendo
a totalidade de( 95%) de nossos alunos composto do sexo feminino.
A intervenção teve início com a apresentação do projeto à comunidade
escolar, na Semana Pedagógica de fevereiro de 2011. Posteriormente, em
reunião pedagógica de julho, apresentamos a produção didático-pedagógica,
uma unidade didática intitulada ??? produzida após a pesquisa bibliográfica e
que, juntamente com outros materiais, foi copilada formando o Caderno
Temático.
Ao passo que o assunto estendia-se era possível notar certa
preocupação entre todo o colegiado. Muitos mostravam-se surpresos as ideias
e as teorias pesquisadas. Após leituras referenciais de vários autores ,
enquanto outros se mostravam indiferentes ignorando o assunto.Todas essas
reações apontavam para grandeza do projeto pois davam conta de que os
objetivos propostos estavam sendo atingidos ,pois as discussões surgiram e
aqueles que por total ignorância sobre o assunto não aceitaram num primeiro
momento foram se chegando e fazendo parte dos debates .
Após o trabalho de fundamentação teórica e reflexão sobre Estágio
Supervisionado e com profissionais mais conscientes e motivados com o tema
tão relevante para a formação de docentes, iniciamos então a pesquisa de
17
campo. Utilizamos o questionário como instrumento investigativo para coleta
de dados com questões abertas , dissertativas sobre a nossa atuação para
análise dos resultados do trabalho ,reorganizando a nossa prática , nos
proporcionando dados com qualidade para que possamos nos reestruturar
buscando alcançar nossas metas .Entregamos na totalidade ( 65) questionários
dos quais (20) direcionados aos professores e equipe pedagógica.Obtemos
retorno de 100% dos questionários entregues.
Para coleta de dados , entre os alunos elencamos alguns dentre duas
turmas de quarta série ,diurno e noturno.Escolhemos professore que
trabalhavam com a disciplina de estágio (Prática de Formação) 1ª,2ª,3ª e 4ª
séries.
Os questionamentos formulados buscavam a compreensão do assunto
segundo os pensamentos de nossos professores e futuros.As questões
direcionadas aos nossos docentes foram, basicamente as mesmas aplicadas
aos alunos , mas , com oportunidades de opiniões diferenciadas em algumas
questões.
Questionamos os alunos e professores sobre “qual sua concepção
acerca de Estágio Supervisionado”. Como respostas por professores é que :
estabelece a relação entre a teoria e a prática , ultrapassando o senso comum
e adquirindo conhecimentos científicos para realização de um estágio nas
escolas concedentes com muita segurança, eficiência e tranqüilidade.Quanto
aos alunos , deveriam ter mais aulas práticas e menos teoria.
Ao comparar as respostas dos dois segmentos, observamos que tanto
os alunos como os professores não têm entendimento claro da finalidade e do
objetivo do estágio supervisionado. Evidenciamos, ainda, que a maioria dos
alunos envolvidos respondeu que enfrentam grande dificuldades no momento
de preparação para a prática educativa.
Para que pudéssemos entender e traçar paralelos de comparação do
que se diz e o que acontece realmente no cotidiano de sala de aula , propomos
a questão: “o estágio supervisionado está organizado de maneira a estabelecer
a relação teoria e prática?” A resposta deveria conter, também, uma
justificativa. Pelas palavras dos professores, percebemos que o Colégio busca
esta relação, e que a maioria dos docentes trabalha os conteúdos para auxiliar
a prática de nossos alunos. Infelizmente, isso não acontece em sua totalidade.
18
Quanto aos alunos, na 3ª e 4ª séries, a relação teoria e prática , é mais estreita,
considerando as docências.
Ao analisar as respostas percebemos que a compreensão, tanto de
professores como de alunos, deixam dúvidas quanto às temáticas a serem
trabalhadas no estágio pois a preocupação é tão somente com a temática do
momento não conseguindo a interação das temáticas já trabalhadas , deixando
a impressão de que cada uma tem sua concepção isoladamente.
Com o objetivo de estabelecer a compreensão das dificuldades
existentes entre alunos e professores no que tange o trabalho das aulas de
estágio, questionamos: “quais são as principais dificuldades encontradas no
âmbito do colégio?” Professores e alunos responderam: falta de espaço físico e
a interação com as metodologias , que ainda não ocorre de maneira
satisfatória, deixando lacunas a serem preenchidas por falta de interação de
alguns professores.
Analisando as respostas evidenciamos que para que aconteça
mudanças, transformações e sucesso em nossos trabalhos, precisamos nos
unir com força total priorizando o estágio como carro chefe do nosso curso,
tendo o trabalho coletivo como foco. A partir da intervenção conseguimos nos
reunir para desenvolver atividades com alunos e professores com leitura de
textos, debates, produção escrita , troca de experiências com outros colégios
que ofertam o curso de formação de docentes sobre Estágio Supervisionado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS- Baseado no arcabouço teórico pesquisado , advindo de diversos autores estudiosos sobre o assunto, bem como da própria interpretação da legislação , este artigo se torna muito proveitoso e abre novos caminhos para estudos através de experiências mais investigativa sobre a relação Teoria e Prática no curso de Formação de Docentes. Esta relação mostra ainda pouco harmoniosa e deve ser tratada com mais responsabilidade , compromisso pois pode e tem condições de realizar mudanças no curso e na profissionalização, bem como trazer novidades para a ressignificação do verdadeiro sentido de teoria , prática e práxis. Esse fato se consolida baseando nos resultados obtidos através da intervenção realizada tanto quanto com alunos e professores com relação ao estágio supervisionado desenvolvido nesse curso como papel primordial nesse contexto , pois é através da incentivação do processo teórico de estágio juntamente com o conteúdo
19
teórico indispensável para o desenvolvimento da prática, que os alunos e professores podem disponibilizar e também aprimorar seus conhecimentos , competências e habilidades , fazendo a articulação entre a realidade cotidiana das escolas concedentes , criando assim oportunidades e condições efetivas decrescimento e desenvolvimento.Nesse sentido , destaca-se a importância do assunto dentre o colegiado onde todos os participantes desse processo busque novas leituras , discussões que venha de encontro com nossos anseios . Há que se perceber que trabalhando juntos , ou seja valorizando , respeitando a interdependência entre todos os participantes , só temos a ganhar e que este assunto deve ser cada vez mais discutido e difundido para que a Prática de Estágio aconteça com mais qualidade , numa relação de transformação de Ação-reflexão –ação.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Claudia Mara. Prática de Formação: Estágio Supervisionado: ideias iniciais. In: PARANÁ/SEED. Fundamentos Teóricos-Metodológicos das Disciplinas da Proposta Pedagógica Curricular, do Curso de Formação de Docentes – Normal, em nível médio.Curitiba: SEED, 2008.
ALMEIDA, Jane Soares de. Estágio Supervisionado em prática de ensino – relevância para a formação ou mera atividade curricular? In: ANDE. Revista da Associação Nacional de Educação. ano 13. n. 20. São Paulo: Cortez, 1994.
BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAM , Raimunda Abou. Prática de Ensino e Estágio Supervisionado na Formação de Professores. São Paulo: Avercamp, 2006.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9694/96, 20 de dezembro de 1996.
CONTRERAS DOMINGO, José. Ensenãnza, Curriculum y professorado. Introcción critica a la Didática. Madri: Akal, 1990.
CURI, Carlos Roberto Jamil. Educação e Contradição. São Paulo: Cortez e Autores Associados, 1985.
GASPARIM, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Autores Associados, 2002.
MELO, Guiomar et alli. As atuais condições de formação do professor de 1º grau. In: Cadernos de Pesquisa. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1983.
20
PARANÁ/SEED. O ensino médio integrado à educaçã profissional: concepções e construções a partir da implantação na rede estadual do Paraná. Curitiba: SEED, 2008.
_______. Proposta Pedagógica Curricular do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na modalidade Normal. Curitiba: SEED, 2006.
PELOZO, Rita de Cássia Borguetti. Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado enquanto mediação entre ensino, pesquisa e extensão. In: Revista Científica Eletrônica de Pedagogia. ano V. n.10. julho de 2007. Periódico semestral. Disponível em: <www. revista.inf.br> Acesso em: 14 de mar. de 2011.
PIMENTA, Selma Garrido (org). O Estágio e a docência . São Paulo: Cortez, 2004.
PIMENTA, Selma Garrido. O Estágio na Formação de Professores. Unidade Teoria e Prática? 9. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
SHORES, Elizabeth; GRACE, Cathy. Manual do Portfólio. Um guia passo a passo para o professor. São Paulo: Artmed, 2001.
VASCONCELLOS, Celso S. Avaliação da aprendizagem. Práticas da aprendizagem: prática de mudança por uma práxis transformadora. 7 ed. São Paulo: Libertad, 1998.
VASQUÉZ, Adolfo Sanchez. O que é Ética? Disponível em <pt.scribd.com/doc/13920286> Acesso em: 10 de maio de 2011.