resumo bioética

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Universidade: Universidade católica de Pelotas, UCPEL. Centro: Campus I. Disciplina: Bioética.  Acadêmico: Marcella Viglion i Terra. Professor: Ricardo da Silva Pereira. Título: Ecologia Local: Rua Gonçalves Chaves 373. Data: 19/09/2012. Trabalho de bioética Síntese dos artigos

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Universidade: Universidade catlica de Pelotas, UCPEL.Centro: Campus I.Disciplina: Biotica.Acadmico: Marcella Viglioni Terra.Professor: Ricardo da Silva Pereira.Ttulo: EcologiaLocal: Rua Gonalves Chaves 373.Data: 19/09/2012.

Trabalho de bioticaSntese dos artigos

IntroduoA biotica um saber que surgiu para ajudar na tomada de decises que aludem a vida em geral e a sade humana em particular. Nos anos de 1970-71, Van Rensselaer Potter criou o termo Biotica. O seu pensamento central a biotica como ponte entre a cincia Biolgica e a tica, (um dilogo entre as cincias e as humanidades), tica para a vida. A biotica se transformou em uma viso que exigia uma disciplina que guiasse a humanidade como uma ponte para o futuro. Do grego bios- vida e ethos, tica bios representa o conhecimento biolgico e tico, o conhecimento dos valores humanos. Potter desejava uma verdadeira dinmica e interao entre o ser humano e meio ambiente, ecologia. Em 1988, ele expande a biotica a outras disciplinas, alm da tica, a tica global, conhecimento cientfico e filosfico, alm da medicina. Em 1998, Potter a expe como biotica profunda, colocando o homem na condio de humildade, ao posicion-lo como um pequeno elo da grande rede de vida. Pede que pensem a biotica como uma nova tica que combina humildade, responsabilidade e competncia numa perspectiva que potencialize o sentido da humanidade.DesenvolvimentoOficializada em 1972, a biotica passou por trs perodos: educacional, tico e global.I. Perodo educacional (protobiotica 1960-1985):Valores humanos e teologia/religio:Percepo da desumanizao da medicina, ascenso da cincia e tecnologia, com a inteno de infundir valores humanos na educao de futuros mdicos e enfermeiros.II. Perodo tico (biotica filosfica 1972-1985):tica aplicada, a linguagem a tica filosfica, a tica mdica torna-se uma profisso, para resolver conflitos na medicina dos pacientes.Surgem duas escolas: Wisconsin (V.R. Potter):sentido global, biologia, ecologia e meio ambiente junto com a tica. E Georgetown (instituto kennedy) : ramo da tica filosfica: principialismo, deontologia, utilitarismo, virtudes, casustica, feminismo, cuidado, narrativa ou algumas combinaes de teorias (princpios se evidenciam).III. Perodo global (biotica global, 1985 at 2012):Movimento social x disciplina: com a extenso dos problemas, a biotica passa de disciplina a um movimento social. Viso expandida, objetivo: engajar-se nos problemas ticos e biolgicos.E por que biotica?Problemas ticos da medicina e das cincias biolgicas, nas duas ltimas dcadas trouxeram a necessidade de uma tica com um padro moral (valores e princpios morais) comum para a soluo dos debates derivados das cincias biomdicas e das altas tecnologias aplicadas sade.Mudanas questionveis:I. O progresso das cincias biolgicas e biomdicas, o aperfeioamento da medicina e das cincias biolgicas requer uma renovao das formas costumeiras de agir e decidir dos envolvidos no mundo da medicina.II. A socializao do atendimento mdico, novos padres de conduta, mdicos particulares antes comuns, passou a ser mdico de todos (direitos dos cidados) pede uma democratizao da medicina, aprimoramento a nvel comunitrio.III. A medicalizao da vida, a multiplicidade da oferta de servios mdicos requer o estabelecimento das prioridades a serem atendidas.IV. A emancipao do paciente, o reconhecimento do paciente como pessoa, dos seus direitos, sem preconceitos.V. A criao e funcionamento dos comits de tica hospitalar e dos comits de tica para pesquisa em seres humanos, proteo e orientao.VI. A necessidade de um padro moral (que surgiu com o pluralismo da sociedade), o estabelecimento de princpios comuns para que se resolvam problemas comuns derivados das cincias biomdicas e da tecnologia cientfica aplicada sade.VII. O crescente interesse da tica filosfica e da tica teolgica nos temas que se referem vida, reproduo e morte do ser humano, atualizao da tica que enfrenta novos posicionamentos da histria.Princpios bsicos:Segundo K.D. Clouser a biotica no direcionada para busca de princpios, mas sim para o esgotamento de todas as implicaes relevantes a partir daqueles que j possui (1). A biotica procura de maneira racional e pactuada solues biomdicas que acontece entre diferentes vises de problemas, depois de considerar princpios e valores morais em situaes especiais, sabendo que decises sero dialogadas, compartilhadas e decididas entre pessoas com valores morais diferentes. Esta deve ser compreendida como um movimento em favor dos direitos humanos, o que promoveu o movimento dos direitos dos enfermos.Em 1977 foi criado alguns princpios gerais pela National Commission for the Protection of Human Subjects of Biomedical and Behavioral Research, publicados em 1978 em Belmont Report , onde relata os princpios ticos bsicos: o do respeito s pessoas(autonomia), o da beneficncia e o da justia.I. O princpio da autonomia, (ao paciente) onde o mdico deve respeitar a vontade do paciente ou do representante, assim como seus valores morais e crenas.II. O princpio da beneficncia, (ao mdico) onde os interesses importantes e legtimos dos indivduos sejam atendidos, na medida do possvel, sem que haja danos.III. O princpio da justia, (mdico,enfermeira, paciente, sociedade) igualdade na distribuio de bens e benefcios, dentro da medicina ou rea da sade.A tomada de decises em situaes de urgncia abre questes epistemolgicas: solues concretas e viveis, a casustica, que a tica aplicada, tem uma anlise casustica (casos), avalia bens, riscos e danos, a biotica de resultados. E alm dessa tica aplicada, h necessidade da biotica hermenutica que explicita seus interesses, tem senso crtico, interpreta suas pr- compreenses, tem o significado simblico das aes humanas, a biotica de pressupostos, obtendo assim um saber pratico, de sensibilidade frontica. Uma no anula a outra, precisamos das duas, a biotica surgiu com a casustica e a hermenutica a busca de interpretaes.Os paradigmas da justia e do cuidado:A Modernidade trouxe a liberdade, a autonomia do ser humano em relao natureza. A sociedade foi organizada em bases de igualdade e liberdade, com o objetivo da construo da justia, criando-se uma autoconscincia, deixando de lado a percepo de quanto frgeis e vulnerveis somos. Deste modo, em vrias situaes nos encontramos frgeis e ameaados com nossa sobrevivncia e desenvolvimento. Problemas ecolgicos, as biotecnologias aplicadas que por um lado avana com possibilidades promissoras e por outro oferecem riscos e desafios, entre outros exemplos, a tica pautada na justia surge como um paradigma tendo como partida a autonomia, o direito de cada sujeito em sua independncia. Porm, a justia sozinha no consegue solucionar os problemas, tendo o pensamento focado para questes humanas e com ideias centrais de direitos individuais e o posicionamento ativo do sujeito. Hoje as questes ticas vo alm, necessitando de outra vertente, o cuidado, tendo em vista pessoas frgeis e vulnerveis. Em 1982, Carol Gilligan In a Different Voice, introduziu o cuidado na tica com o estudo sobre o desenvolvimento moral das mulheres, ela conseguiu mostrar que este diferente do desenvolvimento moral dos homens, aps romper com o pedagogo americano Lawrence Kohlberg, em quem se baseou, para ele existia trs nveis: o pr- convencional, em que imperam os interesses pessoais, o convencional, em que ele j se coloca na perspectiva social e o ps- convencional em que as razes para agir moralmente esto fundadas no respeito aos direitos humanos, formulados em princpios universais, sendo que na viso de Kohlberg as mulheres tinham dificuldade em chegar a juzos correspondentes ao nvel ps - convencional. Gilligan percebeu que tais critrios eram machistas (motivo pelo rompimento) e realizou com uma equipe prpria pesquisas, que resultou na publicao do In a Different Voice, onde mostram que as mulheres elaboram e avaliam conflitos morais de modo diferente dos homens, elas voltadas para o cuidado e eles para a justia, sendo as duas orientaes complementares uma da outra. A biotica no futuro em que estamos:A biotica hoje tem um carter multidisciplinar. Estamos em um estgio para alm do principialismo, com diversas abordagens atuais, alm das descritas anteriormente. No sculo em que nos situamos uma nova era da biotica leva a retomar questes mais profundas sobre a natureza da sade e da realizao humana. Alm da dimenso comunitria da tica nos cuidados da sade.Questes chaves para o futuro:I. O crescente conhecimento da gentica, deixar o reducionismo e a individualizao dos direitos humanos.II. A justia na sade e nos cuidados de sade, escassez de recursos com a longevidade das populaes e a habilidade de superar todas as formas de doenas, disparidades entre os com e os sem sade.III. A preservao de um meio ambiente humano sustentvel. Decisivo saber se possvel controlar a destruio do meio ambiente pelos maiores interesses comerciais. IV. A recuperao do sentido numa cultura dominada pelos meios de comunicao, estamos diante do perigo de perder a diversidades e a profundidade da experincia humana por meio da importao de uma cultura de massa de entretenimento.Precisamos ouvir mais atentamente as vozes divergentes e minoritrias no mbito da biotica e aspirar a uma maior diversidade de mtodos de abordagem das questes que nos incomodam, redescobrir as intuies perdidas das culturas desclassificadas como primitivas. A humildade em nossas convices de racionalidade, uma pluralidade de abordagens tericas, avanar na conscincia poltico social de biotica, que procure mais amplamente a fundamentao da teoria tica.Concluso:Estamos diante de uma era em que no podemos perder nossos sentidos e identidade diante de todo o excesso da mdia, do crescente crescimento biotecnolgico na medicina e sade, da falta de equidade social, racial, cultural, diante de uma poltica que baseia sua economia em recursos naturais findveis, precisamos de uma tica humana, voltada para pessoas com direitos e dignidade, enxergar alm de ns mesmos e ver que estamos em uma rede de conexes com as pessoas, o mundo, com o meio ambiente .O feminismo contribuiu com isto inserindo uma tica do cuidado aliado ao da justia. Disto outras abordagens inteligentes surgiram, como mencionado nas questes chave. Ento que seja dialogada, interpretada e aplicada.

(1)Clouse, K.D. Bioethics. In: Reich,W.T.,op.cit.,p.125.BIBLIOGRAFIA:

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Biotica e incio da vida: alguns desafios. So Paulo: Idias & Letras, 2004.

CHIAVACCI, Enrico. Breves lies de Biotica. So Paulo: Paulinas, 2004.CLOTET, Joaquim. Biotica: uma aproximao. 2.ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2006.CNBB. Questes de Biotica. Estudos da CNBB, 98. So Paulo: Paulus, 2010.COMISSO TEOLGICA INTERNACIONAL. Em busca de uma tica universal. Novo olhar sobre a lei natural. So Paulo: Paulinas, 2009.HOTTOIS, Gilbert; PARIZEAU, Marie-Helene. Dicionrio de Biotica. Lisboa: Instituto Piaget, 1993. JUNGES, Jos Roque. Biotica: Hermenutica e Casustica. So Paulo: Loyola, 2006.LADARIA, Luis F. Introduo Antropologia Teolgica. 4.ed. So Paulo: Loyola, 2010.MOSER, Antnio; SOARES, Andr Marcelo M. Biotica: do consenso ao bom senso. 2.ed. Petrpolis, RJ: Vozes, 2006.PIZZI, Jovino; VOLCAN, Marcos (Orgs.). Cincia e Deus no mundo atual. Uma abordagem inter e transdisciplinar. Pelotas: EDUCAT, 2005.SCRECCIA, Elio. Manual de Biotica. So Paulo: Loyola, 1997. VARGA, Andrew. Problemas de Biotica. So Leopoldo: Unisinos, 1998.