Resumo Joelho Agachamento

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Texto sobre agachamento e joelho.

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Resumo/Fichamento do Texto Agachamento e Joelho (GENTIL & OLIVEIRA, 2012).Docente: Evitom SouzaDiscente: Rodrigo Tavares Maciel

O texto inicia expondo os benefcios do agachamento e o seu reconhecimento como um exerccio que engloba o trabalho de vrios grupos musculares. Essa apresentao abre portas para a discusso sobre as contraindicaes que so dadas a este tipo de exerccio, muitas vezes fundamentadas em conhecimento emprico, sem levar em considerao as reais bases da fisiologia, da cinesiologia e da biomecnica.O agachamento est entre os exerccios mais completos que se pode realizar dentro das academias, envolve um elevado nmero de articulaes e msculos e consiste em um excelente meio de fortalecer e desenvolver a musculatura da coxa, quadril, lombar, perna e outros inmeros coadjuvantes que atuam na realizao do movimento.Uma das principais prticas a diminuio da amplitude do exerccio, realizando agachamentos parciais, em vez do movimento completo. Primeiro ponto de divergncia a respeito da execuo do agachamento quanto a sua amplitude. O texto expe e deixa a entender que corriqueira a prescrio de agachamentos at 90 no intuito de prevenir leses, todavia tal afirmativa no possui bases fisiolgicas, e pelo contrrio, tal angulao onde h o maior risco de se lesionar o joelho. O autor ressalta a importncia de se fazer o movimento completo, com o objetivo de recrutar mais unidades motoras, aumentando a intensidade e promovendo mais ganhos no que diz respeito a fora e hipertrofia.Segundo alguns conceitos, o agachamento profundo perigoso porque, ao flexionar o joelho em ngulos maiores que 90 aumenta-se perigosamente a tenso na patela. A maioria dos especialistas, porm, analisa o agachamento pensando somente no quadrceps e se esquecem, que na fase profunda do movimento, os msculos posteriores da coxa so fortemente ativados ajudando a neutralizar a temida tenso exercida na patela.Inclusive, anlises das foras compressivas e de cisalhamento no agachamento nos mostram claramente que os piores ngulos so os que normalmente se recomendam como mais seguros.Interessante notar que os estudos foram realizados com uma carga constante, ou seja, as mesmas cargas foram utilizadas para todos os ngulos. No entanto, quando se realiza um agachamento at 90 graus, por exemplo, a carga consideravelmente maior em comparao com o agachamento completo. Se pensarmos que as foras compressivas so proporcionais carga utilizada, veremos que, na prtica, utilizar os movimentos parciais ainda pior que usar amplitudes completas.

O segundo ponto de divergncia trata quanto a instabilidade gerada no joelho devido a execuo do agachamento profundo. Primeiramente o autor anlise o mtodo de avaliao do estudo que embasou tal afirmativa e constatou que era falho, em seguida apresentou argumentos e fundamentao cientfica chegando concluso de que o agachamento profundo no gera instabilidade no joelho, porm o mesmo no citou nenhuma referncia que nos levasse a crer que o agachamento traria benefcios a estabilidade do joelho.

A suposta frouxido causada pelo agachamento profundo no tem fundamentao terica e tampouco prtica.

De acordo com os resultados, a frouxido dos joelhos nos jogares de basquete e fundistas foi de aproximadamente 19%, enquanto nos levantadores de peso e sedentrios, esse valor mal chegou aos 3% (Steiner et al., 1986). Portanto, se h que se temer instabilidade, mais prudente condenar corridas do que o agachamento profundo, mesmo com cargas elevadas.

Corroborando esses achados agudos, estudos de curto e longo prazo no verificaram frouxides, instabilidades ou leses nos joelhos aps a realizao de treinos com agachamentos profundos (Meyers, 1971; Chandler et al., 1989; Panariello et al., 1994; Neitzel & Davies, 2000).

Quando falando do processo de reabilitao de leso no joelho, mais especificamente do ligamento cruzado anterior (LCA), o agachamento se torna o mais seguro e eficiente para este processo, pois o mesmo alm de recrutar os msculos da parte anterior da coxa, dependendo da amplitude e intensidade do movimento, recruta tambm a musculatura da parte anterior da coxa com o objetivo de estabilizar o movimento e retrair a tbia, diminuio ento a presso na patela.Inclusive, estudos anteriores sugerem que ele no apenas mais seguro que a mesa extensora (Toutoungi et al., 2000; Kvist & Gillquist, 2001), como mais seguro at mesmo que a caminhada (Escamilla, 2001).Em 1993, Yack et al. concluram que o agachamento minimiza a tendncia de deslocamento anterior da tbia em comparao com a mesa extensora, sendo, portanto, mais indicado para reabilitao de LCA (Yack et al., 1993). More et al. (1993) corroboram com essa afirmao, ao concluir que os isquiostibiais atuam sinergisticamente com o ligamento cruzado anterior na estabilizao anterior do joelho durante a realizao do agachamento, o que levou os autores a considerarem esse exerccio til na reabilitao de leses no LCA. Achados similares foram obtidos por Kvist & Gillquist (2001), em um estudo no qual se verificou que a vantagem do agachamento em relao mesa extensora ainda mais evidente em pessoas com histrico de leses no LCA do quem em pessoas saudveis. Quanto ao ligamento cruzado posterior (LCP), mesmo a presso exercida sobre o mesmo aumentando a medida que a amplitude do movimento aumenta, estudos sugerem uma melhora na capacidade funcional de indivduos com leso de LCP que praticaram agachamento.Conforme a amplitude do agachamento aumenta, a tenso diminui no LCA e aumenta no ligamento cruzado posterior (LCP), como nos mostram estudos anteriores (Zheng et al., 1998; Escamilla et al., 2001). Portanto, pode-se questionar se os agachamentos seriam seguros para o LCP. Em um estudo sobre o tema, MacLean et al. (1999) analisaram dois grupos: um composto por indivduos sedentrios saudveis, e outro por atletas lesionados no LCP. O objetivo foi verificar se um treino de agachamentos seria eficaz na melhora da funo, ganho de fora e sintomatologia (no caso dos indivduos com leso). Depois de 12 semanas, observou-se aumento de funcionalidade no grupo lesionado e se conclui que o treinamento com agachamentos vivel para reabilitar insuficincias crnicas do ligamento cruzado posterior. Sobre a patela, o autor destaca a importncia do recrutamento da musculatura posterior da coxa e sua ao, em movimento de alta amplitude e intensidade, de diminuir a compresso patelofemoral.Anteriormente, j foi falado bastante sobre o fato do agachamento produzir baixos valores de compresso patelofemoral. Inclusive a compresso promovida pelo agachamento, leg press e mesa extensora no diferem entre si (Wilk et al., 1996; Zheng et al., 1998). Mas, importante destacar que a ativao da musculatura posterior e o aumento da amplitude de movimento diminuem a compresso patelofemoral. Por exemplo, Li et al. (1999) verificaram que a maior compresso acontecia entre 0 e 30 graus, com posterior decrscimo.

A pergunta que se segue aps a exposio das informaes acima : por que, mesmo depois de todos estes achados cientficos, ainda existem profissionais que questionam a eficcia e a segurana do agachamento?

GLOSSRIO

Fora de Cisalhamento: Tenso de cisalhamentooutenso tangencial,ou aindatenso de corteou tenso cortante um tipo detensogerado porforasaplicadas em sentidos iguais ou opostos, em direes semelhantes, mas com intensidades diferentes no material analisado. Um exemplo disso a aplicao de foras paralelas mas em sentidos opostos, ou a tpica tenso que gera o corte emtesouras.

Articulao Patelo Femoral: A funo do mecanismo da articulao patelo femoral influenciada vigorosamente por estabilizadores tanto dinmicos (estruturas contrteis) quanto estticos (estruturas no contrteis) da articulao. Essa estabilidade baseia-se na interao entre a geometria ssea, as contenes ligamentares e retinaculares e os msculos. Um estabilizador dinmico, o msculo quadrceps femoral, constitudo por quatro msculos inervado todos pelo nervo femoral. So eles: Vasto lateral: desvia-se lateralmente do eixo longitudinal do fmur; Vasto intermdio: paralelas ao eixo longitudinal do fmur; Reto femoral; Vasto medial: Longo - fibras com orientao vertical, desviando-se medialmente em relao ao eixo longitudinal do fmur em 18. Oblquo - fibras com orientao horizontal desviando medialmente em relao ao eixo longitudinal do fmur de aproximadamente 55.O alinhamento dos msculos determina sua funo na articulao do joelho. O vasto lateral, vasto intermdio, vasto medial longo e o reto femoral produzem todos um torque de extenso do joelho. O vasto medial oblquo incapaz de produzir qualquer extenso do joelho, mais exerce funo extremamente importante na conteno dinmica contra as foras que poderiam deslocar a patela lateralmente.O grupo muscular da pata de ganso e o bceps femoral tambm afetam dinamicamente a estabilidade, pois controlam a rotao interna e externa da tbia, que pode influenciar de maneira significativa o deslocamento patelar.Os estabilizadores estticos da articulao patelo femoral incluem a parte lateral projetada mais anteriormente do sulco femoral, o retinculo extensor, o trato ileotibial, o tendo quadricipital e o tendo patelar. O tendo patelar controla as foras que agem sobre a patela para produzir um deslocamento superior, ao passo que o tendo quadricipital resiste as foras que causam o deslocamento inferior da patela.A contrao do quadrceps cria uma fora dirigida superiormente que suportada por uma fora dirigida inferiormente oriunda do tendo patelar. A resoluo dessas duas foras origina um vetor de fora resultante dirigido posteriormente que causa compresso entre a patela e o fmur. A magnitude de vetor de fora resultante, e, portanto de fora de compresso, influenciada pelo ngulo de flexo do joelho e pela fora de contrao do quadrceps. A fora de compresso conhecida como fora de reao da articulao patelo femoral (RAPF).

Musculatura Posterior da Coxa: Responsveis pela flexo da coxa, so eles: Msculo SEMIMEMBRANCEOSituado na regio posterior interna, nasce sobre a tuberosidade (espinha) isquitica da bacia; seu corpo desce, desenvolvendo-se para a parte interna posterior da coxa, at se inserir, atravs de um tendo curto e espesso, sobre o cndilo medial da tbia e sobre o ligamento poplteo oblquo. Flexiona a perna e a vira para o interior, aps sua flexo. Msculo SEMITENDNEOSituado logo acima (mais superficial) do msculo semimembranceo e ao lado da cabea longa do msculo bceps da coxa. Nasce atravs de um curto tendo sobre a tuberosidade isquitica. Seu longo tendo se insere sobre a face medial superior da tbia. Executa a mesma ao do msculo semimembranceo. Msculo BCEPS DO FMURPossui duas cabeas: a cabea longa tem origem sobre a face posterior da tuberosidade (espinha) isquitica, do lado (lateral externo) do msculo semitendneo. A cabea curta nasce sobre a linha spera, situada na regio posterior inferior do fmur e sobre a regio acima dos cndilos. Insere-se, atravs um forte tendo, sobre a cabea da fbula. Flexiona a perna e a vira para o exterior, aps a flexo. Se a perna estiver fixa, participa da extenso da pelve e do tronco, com os demais msculos deste grupo.Musculatura Anterior da Coxa: Responsvel pela extenso do joelho.Msculo SARTRIOO sartrio, tambm conhecido como msculo costureiro, o msculo mais longo do corpo humano, e de grande importncia no desenho do membro inferior. Ele no se insere sobre o fmur, porm, todo o seu corpo muscular passa sobre este osso. o msculo superior da lio de Tintoretto, tem origem na espinha ilaca ntero-superior, seu corpo muscular fino e achatado desce, contornando a face anterior da coxa em movimento espiralado, em direo face interna do joelho, para se inserir na face medial e proximal do corpo da tbia. Colabora na flexo da perna e da coxa, girando-a lateralmente.Msculo QUADRCEPS o msculo mais potente do corpo humano, formado por 4 msculos: reto femoral, vasto lateral, vasto intermdio e vasto medial. Estes msculos possuem origens diferentes e uma insero comum sobre a base da patela e, atravs do ligamento patelar, sobre a tuberosidade da tbia.Msculo RETO FEMORAL um msculo fusiforme, situado na regio mediana do quadrceps. visvel na superfcie anterior da coxa dos esportistas, com corpo muscular retilneo e pouco volumoso durante o movimento do membro inferior.Origina-se por dois tendes: o reto tem origem na espinha ilaca ntero-inferior e o outro, posterior ou refletido, na margem superior do acetbulo. O corpo muscular desce levemente inclinado para dentro, para se unir aos outros msculos do quadrceps atravs de um tendo nico, que se insere sobre a base da patela. Quase todo o seu corpo muscular visvel na face anterior da coxa, sendo somente sua parte superior, encoberta pelo msculo sartrio. Flexiona a coxa e estende a perna sobre a coxa.Msculo VASTO LATERALCorresponde maior parte do quadrceps femoral, forte, longo, e importante no desenho da face lateral da coxa. Seu corpo muscular se destaca sob a fscia ilio-tibial, grande aponeurose lateral e plana da coxa. Origina-se das bordas anterior e inferior do trocanter maior, e na parte posterior, em uma longa linha vertical (lbio lateral da linha spera) do fmur. Participa da extenso da perna.Msculo VASTO MEDIALOrigina-se do lbio medial da linha spera do fmur, situada na regio posterior interna deste osso e sobre a linha intertrocantrica. Seu corpo responsvel pelo volume muscular situado na regio inferior e interna da coxa, logo acima do joelho. importante notar que este extensor da perna o msculo do quadrceps cujo corpo muscular chega mais inferiormente. Se traarmos uma linha que se estende da insero inferior do vasto lateral at a insero inferior do vasto medial, perceberemos que inclinada para baixo e para dentro, acompanhando o volume dos msculos.